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Autores.......................................................................................................................... VII
Prefácio......................................................................................................................... IX
Paulo Freitas
Siglas e Acrónimos....................................................................................................... XI
Pedro Ponce
13. Icterícia................................................................................................................ 72
Pedro Ponce
14. Edemas Generalizados e Anasarca................................................................... 74
Pedro Ponce
15. Dor Lombar Aguda.............................................................................................. 79
Pedro Ponce
IV Manual de Urgências e Emergências
Sistema Cardiovascular
21. Síndrome Coronária Aguda................................................................................. 110
Pedro Ponce
22. Disritmias............................................................................................................. 117
João João Mendes
23. Insuficiência Cardíaca Aguda............................................................................. 126
João João Mendes
24. Emergências Hipertensivas no Serviço de Urgência........................................ 132
Pedro Ponce
25. Síndrome Aórtica Aguda..................................................................................... 137
Pedro Ponce
Sistema Respiratório
26. Asma e Agudização da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica......................... 141
Pedro Ponce
27. Doença Pleural e Hemoptises............................................................................ 149
Pedro Ponce
28. Tromboembolismo............................................................................................... 152
Pedro Ponce
Abdominal
29. Pancreatite Aguda e Colecistite Aguda.............................................................. 159
João João Mendes
30. Peritonites e Oclusão Intestinal.......................................................................... 164
Pedro Ponce
31. Hemorragias Digestivas...................................................................................... 169
Pedro Ponce
32. Insuficiência Hepática e Crónica Agudizada..................................................... 174
João Cruz
33. Diarreia Aguda e Obstipação.............................................................................. 182
Pedro Ponce
Índice V
Sistema Nefrourológico
34. Lesão Renal Aguda............................................................................................. 187
Pedro Ponce
35. Alterações do Equilíbrio Hidroeletrolítico........................................................... 195
Pedro Ponce
36. Alterações do Equilíbrio Ácido-Base................................................................... 208
Pedro Ponce
37. Cólica Renal, Obstrução Urinária....................................................................... 218
Pedro Ponce
38. Escroto Agudo...................................................................................................... 225
Pedro Ponce
39. O Doente Dialisado ou Transplantado Renal no Serviço de Urgência............. 227
Pedro Ponce
Hematologia e Oncologia
40. Anemia Aguda, Coagulopatias, Política Transfusional...................................... 233
João Travassos
41. Urgências Oncológicas........................................................................................ 238
João Travassos
Doenças Infeciosas
42. Princípios Gerais da Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Doenças
Infeciosas............................................................................................................. 244
João João Mendes
43. Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Principais Infeções Específicas
de Órgão.............................................................................................................. 248
João João Mendes
44. Sépsis e Choque Séptico.................................................................................... 262
João João Mendes
45. Infeção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana e Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida................................................................................ 266
João João Mendes
46. Outras Infeções Selecionadas............................................................................ 270
João João Mendes
Outros
47. Anafilaxia e Angioedema..................................................................................... 276
Pedro Ponce
48. Complicações Agudas do Doente Diabético e Outras Urgências
© Lidel – edições técnicas
Endocrinológicas................................................................................................. 280
Pedro Ponce
49. Monoartrites Agudas........................................................................................... 286
Pedro Ponce
50. Princípios Gerais da Abordagem Diagnóstica e Terapêutica das Intoxicações 289
João João Mendes
VI Manual de Urgências e Emergências
COORDENADORES/AUTORES
Pedro Ponce
Médico Especialista em Nefrologia e Medicina Intensiva; Chefe de Serviço de Nefrologia e Diretor
da Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital CUF Infante Santo; Diretor Médico Nacional da
Nephrocare Portugal.
AUTORES
Cristina Caroça
Médica Especialista em Otorrinolaringologia; Hospital CUF Infante Santo; Coordenadora do Servi-
ço de Otorrinolaringologia da Clínica CUF Belém; Professora Auxiliar Convidada de Otorrinolaringo-
logia da Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
Diogo Casal
Assistente Hospitalar de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética do Centro Hospitalar Univer-
sitário de Lisboa Central, EPE; Doutorado em Medicina, pela Faculdade de Ciências Médicas da
Universidade Nova de Lisboa; Coordenador Médico da Especialidade de Cirurgia Plástica, Recons-
trutiva e Estética do Curso de Suporte Avançado de Vida – Queimados (SAVQ).
Fernando Arrobas
Mestre em Medicina Dentária, pela Universidade de Lisboa, e aluno de doutoramento; prática
exclusiva em Endodontia e Microscopia Endodôntica; pós-graduação em Comunicação Científica
e Tratamento Estatístico de Dados Quantitativos; Docente convidado em vários cursos; Consultor
técnico da revista Jornal Dentistry.
Gonçalo Rodrigues
Major Médico da Guarda Nacional Republicana; Assistente Hospitalar de Ginecologia e Obstetrícia
do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE, Hospital CUF Descobertas, Hospital CUF Infante
Santo e Clínica CUF Mafra.
João Cruz
© Lidel – edições técnicas
Especialista do Serviço de Nefrologia do Hospital Curry Cabral, EPE; Diretor da unidade de he-
modiálise NephroCare, na Amadora; Consultor da carreira médica hospitalar em provas públicas
nacionais; Especialista em Nefrologia e em Medicina Intensiva, pela Ordem dos Médicos, e em
Cuidados Intensivos, pela Sociedade Europeia de Cuidados Intensivos.
João Travassos
Especialista em Nefrologia e Medicina Intensiva da Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente
do Hospital CUF Infante Santo Hospital.
VIII Manual de Urgências e Emergências
Miguel Correia
Assistente hospitalar do Hospital de Santa Maria e fundador da Unidade de Cirurgia Dermato-
lógica e Oncologia Cutânea do Serviço de Dermatologia; Presidente da Sociedade Portuguesa
de Dermatologia e Venereologia para o biénio 2019/2020; Presidente do Grupo Português de
Dermatologia Cosmética.
Miguel Valente
Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Bloco de Partos do
Hospital Garcia de Orta, EPE.
Miguel Vieira
Interno de Oftalmologia do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE.
Paula Campelo
Médica Especialista em Otorrinolaringologia do Hospital CUF Infante Santo; Monitora Voluntária
de Otorrinolaringologia da Nova Medical School | Faculdade de Ciências Médicas da Universidade
Nova de Lisboa; Assistente Convidada do Instituto Politécnico de Setúbal.
Pedro Ponce
Licenciado em Medicina Dentária, pelo Instituto Universitário Egas Moniz; Coordenador e Diretor
Clínico do Serviço de Medicina Dentária da Clínica CUF Miraflores; prática clínica privada em
Cirurgia Oral, Implantologia, Periodontologia, Reabilitação Oral, Disfunção Temporomandibular e
Dor Orofacial.
Rodrigo Catarino
Enfermeiro Especialista em Enfermagem Médico-Cirúrgica; Serviço de Urgência Polivalente do
Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE.
Tiago Amaral
Enfermeiro Especialista; Urgência Geral Polivalente e Viatura Médica de Emergência e Reanima-
ção (VMER) do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, EPE (Hospital de São José);
Criador do Curso de Suporte Avançado de Vida – Queimados (SAVQ).
Prefácio
Paulo Freitas
Internista/Intensivista
Diretor do Serviço de Medicina Intensiva do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE
© Lidel – edições técnicas
Obstrução mecânica:
• Corpos estranhos
• Secreções, conteúdo gástrico e sangue
• Outras causas mecânicas fixas:
––Infeções bacterianas ou virais (por exemplo, angina de Ludwig ou epiglotite)
––Angioedema (por exemplo, angioedema alérgico, hereditário ou medicamentoso)
––Laringospamo e edema laríngeo (por exemplo, contexto de pós-extubação)
––Outras causas raras (por exemplo, tumores ou doenças autoimunes)
Obstrução funcional:
• Queda da língua no contexto de depressão do estado de consciência (escala de coma de Glasgow ≤8)
doente estiver consciente, mas com tosse ineficaz, devem ser efetuadas 5 pancadas
interescapulares, alternadas com 5 compressões abdominais (manobra de Heimlich),
até à resolução da obstrução ou até o doente ficar inconsciente, após o que deve ser
iniciado suporte básico de vida (com compressões torácicas). Logo que possível, deverá
ser realizada laringoscopia e, se for visualizado o corpo estranho, tentar removê-lo com
utilização de pinça de Magill. Se este não for acessível, é lícita a tentativa de entubação
endotraqueal, seguida de broncofibroscopia ou broncoscopia rígida (sob jet ventilation).
© Lidel – edições técnicas
funcional
Fármacos
Obstrução
opioides, benzodiazepinas)
Presença de corpos estranhos
Corpo estranho Vómito –
na boca/orofaringe
da via aérea
Angioedema Exantema, edema facial Alergia sistémica Elevação da triptase
mecânica
Obstrução
Causas infeciosas (por
TEP Toracalgia pleurítica, hemoptises Sinais e/ou fatores de risco para TVP Elevação dos d-dímeros, ECG com padrão S1Q3T3
Edema pulmonar Precordialgia, semiologia torácica (fervo- Antecedentes e/ou fatores de risco para ECG com padrão alterado, elevação do NT-proBNP, marcadores
cardiogénico res difusos) doença cardíaca de necrose miocárdica
Dispneia
Febre, tosse com expetoração, semiolo-
profunda; ECG – eletrocardiograma; NT-proBNP – porção N-terminal do péptido natriurético tipo B; COHb – carboxiemoglobina.
24 Manual de Urgências e Emergências
Hipoventilação
ABORDAGEM TERAPÊUTICA
O tratamento da insuficiência respiratória inclui: (i) terapêutica de suporte; e (ii) te-
rapêutica da causa específica (por exemplo, antibioterapia na pneumonia, broncodi-
latadores inalados e corticoides na crise asmática e vasodilatadores e diuréticos no
edema agudo do pulmão cardiogénico hipertensivo). Aborda-se, aqui, a terapêutica de
suporte, sendo a terapêutica específica particularizada nos respetivos capítulos, recor-
dando-se que sempre que existam causas mecânicas da insuficiência respiratória (por
exemplo, derrame pleural significativo, atelectasia pulmonar), estas devem ser aborda-
das em ambiente de Urgência (por exemplo, toracocentese evacuadora ou drenagem
pleural, broncofibroscopia ou aspiração de secreções associada a CoughAssist®).
338 Manual de Urgências e Emergências
LESÃO SECUNDÁRIA
Quanto à lesão secundária, trata-se de um processo patológico que tem início no mo-
mento do trauma, com manifestações clínicas tardias relacionadas com a falência dos
mecanismos de autorregulação, e que pode ter associadas diversas causas. Os fatores
que contribuem para o desenvolvimento da lesão secundária podem ser sistémicos
(hipoxia, hipo ou hipercapnia, anemia, hipotensão, hipo ou hiperglicemia) ou locais
intracranianos (convulsões, edema/hematoma que condiciona aumento da pressão
intracraniana – PIC).
A
• Utilizar Canadian C-Spine Rule para decisão de imobilização cervical
• Entubação traqueal precoce se estado comatoso:
––Proteção cervical com colar cervical rígido e apoios de cabeça (vítima em plano duro)
––Aspiração/Permeabilização da via aérea com subluxação da mandíbula
Ventilação e respiração
B
• Manter SpO2 >95% (idealmente, >98%) e EtCO2 entre 35-40 mmHg
• Se entubação traqueal necessária:
––Sedação sempre (mesmo doentes em escala de coma de Glasgow 3) – se estiverem mantidos os
reflexos do tronco cerebral, a reação à entubação traqueal provoca aumento da PIC
––Pré-oxigenação (garantindo SpO2 >95%)
––Fármacos – etomidato 0,2-0,5 mg/kg, propofol 1-2 mg/kg e midazolam 0,3-0,35 mg/kg
––Lidocaína 1 mg/kg antes da entubação traqueal, se sinais de PIC (reduz reatividade laríngea e
brônquica, podendo exercer efeito protetor cerebral)
––Contraindicada a utilização de fármacos que produzam aumento da PIC (por exemplo, cetamina)
• Se necessário suporte ventilatório:
––Ventilar com FiO2 a 100% até obter gasometria arterial e, depois, titular, mantendo o pH entre
7,35-7,45 e assegurar normoventilação com PaCO2 ≈35 mmHg e EtCO2 entre 35-40 mmHg
––Evitar ventilação prolongada com PaCO2 <25 mmHg
––Reservar a hiperventilação temporária apenas para vítimas com traumatismo cranioencefálico
grave, com sinais de deterioração neurológica aguda ou sinais de herniação
––A hiperventilação deve ser evitada nas primeiras 24 horas após a lesão (reduz drasticamente a
perfusão cerebral)
Circulação com controlo de hemorragia
C
• A hemorragia intracraniana não causa choque
• A hipotensão não é, normalmente, atribuída ao traumatismo cranioencefálico, exceto em está-
dios terminais de falha medular ou por TVM associado
• Se hipotensivo, estabelecer euvolemia com fluidoterapia (soros isotónicos e sangue)
• Manter pressão arterial sistólica ≥100 mmHg em idades entre 50-69 anos e ≥110 mmHg em idades
entre 15-49 anos e >70 anos
(continua)
Abordagem do Traumatismo Cranioencefálico 339
(continuação)
Disfunção neurológica
D
• A avaliação neurológica em vítima hipotensa não é fidedigna
• É fundamental avaliar ECG e pupilas antes de sedar e/ou paralizar a vítima
• Excluir uso de drogas, álcool, outras intoxicações e outras lesões
• Avaliar escala de coma de Glasgow (melhor resposta)
• Avaliar pupilas (tamanho, simetria e reação à luz). Se anisocoria, verificar presença de doença/trauma
ocular que justifique a alteração pupilar
• Avaliar se défices focais presentes
• Manter glicose entre 0-180 mg/dl
• O manitol é eficaz no controlo do aumento da PIC na dose de 0,25-1 g/kg
• O uso profilático de anticonvulsivantes não é recomendado para prevenção da convulsão pós-
-traumática
• A utilização de corticoides não é recomendada para reduzir a PIC ou melhorar o prognóstico (doses
elevadas de metilprednisolona estão associadas a aumento da mortalidade)
Exposição com controlo do ambiente
E
• Manter vítima normotérmica (36-38 ºC)
• O exame físico envolve a avaliação de sinais de fratura de base de crânio:
––Hematoma de mastoide ou sinal de Battle
––Hematoma periorbitário ou sinal de guaxinim
––Hemotímpano
––Perda de líquido cefalorraquidiano (otorraquia/rinorraquia)
––Fratura craniana palpável
––Hematoma subgaleal
SpO2 – saturação periférica de oxigénio; EtCO2 – dióxido de carbono no final da expiração; FiO2 – fração inspi-
rada de oxigénio; PaCO2 – pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial; TVM – traumatismo verte-
bromedular; ECG – eletrocardiograma.
• Alteração mnésica
Se estas medidas não forem eficazes, o doente deverá ser encaminhado a consulta
de Oftalmologia.
Pterígio/Pinguécula
Normalmente, estas lesões apresentam-se numa posição perilimbar, às 3 ou 9 horas.
Podem ser assintomáticas ou causar irritação e hiperemia conjuntival.
O pterígio é uma lesão fibrovascular em forma de asa que progride sobre a córnea em
direção ao eixo visual (Figura 66.6).
Figura 66.6 Pterígio. Formação fibrovascular de forma triangular, com invasão do eixo
visual.
Figura 66.7 Pinguécula. Lesão conjuntival de tom amarelado condicionando algum re-
levo.
Tratamento
© Lidel – edições técnicas
O tratamento inclui proteção dos raios ultravioleta, vento e pó (óculos de sol) e lubri-
ficação com lágrimas artificiais (4-8 vezes/dia). Poderá ser acrescentado um colírio
anti-inflamatório não esteroide (AINE) 2-4 vezes/dia durante 1 semana.
Se o doente apresentar queixas recorrentes ou se o pterígio progredir em direção ao
eixo visual, deverá ser referenciado a consulta de Oftalmologia.