Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sumário
Capítulo 1 — Sistema Cardiovascular...............................................................................................................3
1.1. O Sangue.................................................................................................................................................3
1.2. Os Vasos Sanguíneos..............................................................................................................................3
1.3. O Coração...............................................................................................................................................4
1.3.1. Câmaras Cardíacas..........................................................................................................................5
1.3.2. O Músculo Cardíaco........................................................................................................................6
1.3.3. Células Autoexcitáveis....................................................................................................................6
1.3.4. Potencial de Ação no Músculo Cardíaco........................................................................................7
1.3.5. Acoplamento Excitação-Contração.................................................................................................8
1.3.6. Controle da Frequência Cardíaca....................................................................................................8
1.3.7. O Ciclo Cardíaco.............................................................................................................................9
Capítulo 2 — Controle da Pressão Arterial.....................................................................................................10
2.1. Controle da PA nas Arteríolas..............................................................................................................10
2.1.1. Controle neural..............................................................................................................................10
2.1.2. Controle Local...............................................................................................................................11
2.1.3. Controle Hormonal........................................................................................................................11
2.2. Regulação do Fluxo Sanguíneo nos Tecidos........................................................................................11
2.3. Determinação da Pressão Arterial........................................................................................................12
2.4. Regulação da Pressão Arterial..............................................................................................................13
2.4.1. Controle a Curto Prazo pelo Barorreflexo.....................................................................................13
2.4.2. Controle a Longo Prazo.................................................................................................................14
Capítulo 3 — Sistema Respiratório.................................................................................................................15
3.1. Divisão do Sistema Respiratório..........................................................................................................16
3.1.1. As Vias Condutoras.......................................................................................................................16
3.1.2. Os Pulmões....................................................................................................................................17
3.1.3. Os Músculos Respiratórios............................................................................................................17
3.2. Comportamento dos Gases no Organismo...........................................................................................18
3.2.1. Mecânica da Ventilação.................................................................................................................18
3.3. Condições Patológicas..........................................................................................................................19
3.4. Transporte de Gases no Sangue............................................................................................................20
3.5. Controle da Respiração.........................................................................................................................21
3.5.1. Quimiorreceptores.........................................................................................................................22
Figura 1-1. Principais componentes do sangue total.........................................................................................3
Figura 1-2. Diâmetro interno, espessura da parede e quantidades relativas dos principais componentes das
paredes dos vários vasos sanguíneos que constituem o Sistema Circulatório..................................................4
Figura 1-3. Gradiente da pressão interna dos vasos sanguíneos.......................................................................4
Figura 1-4. Veias varicosas. A, Veias normais. B, veias com válvulas defeituosas e refluxo sanguíneo. C,
Veia safena magna com varicose em perna de paciente...................................................................................4
Figura 1-5. Distribuição do sangue (como porcentagem do sangue total) nas diferentes regiões do corpo... .4
Figura 1-6. Camadas do pericárdio e da parede cardíaca..................................................................................5
Figura 1-7. Válvulas cardíacas abrindo e fechando durante o ciclo cardíaco...................................................5
Figura 1-8. Músculo cardíaco com ramificações e discos intercalares (linhas escuras), formando o sincício.
............................................................................................................................................................................6
Figura 1-9. O nodo sinusal e o sistema de Purkinje do coração, mostrando ainda o nodo atrioventricular (A-
V).......................................................................................................................................................................6
Figura 1-10. Variação do potencial de ação no músculo cardíaco....................................................................7
Figura 1-11. Variação do potencial de ação nas células autoexcitáveis...........................................................7
Figura 1-12. Esquema da contração do músculo cardíaco................................................................................8
Figura 1-13. Esquema do ciclo cardíaco com abertura e fechamento de válvulas...........................................9
Figura 1-14. Diagrama pressão versus volume no ciclo cardíaco.....................................................................9
Figura 2-1. Esquema e cálculo da pressão arterial nas artérias.......................................................................10
Figura 2-2. Controle tônico do diâmetro arteriolar.........................................................................................10
Figura 2-3. Microcirculação e o plexo capilar................................................................................................11
Figura 2-4. Diagrama do fluxo causado por diferença de pressão..................................................................12
Figura 2-5. Artérias como reservatório de pressão na diástole.......................................................................12
Figura 2-6. Variação de pressão no coração e nos vasos sanguíneos.............................................................12
Figura 2-7. Aferição da pressão arterial..........................................................................................................12
Figura 2-8. Esquema do reflexo barorreceptor a pressão arterial...................................................................13
Figura 2-9. Curva do débito urinário em relação à pressão arterial................................................................14
Figura 2-10. Simplificação do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona...................................................14
Figura 2-11. Ação da aldosterona nas células principais................................................................................15
Figura 3-1. Divisão do Sistema Respiratório..................................................................................................16
Figura 3-2. Formação do muco e movimento dos cílios no trato respiratório................................................16
Figura 3-3. Vista superior do tórax, mostrando as duas membranas pleurais e o espaço interpleural...........17
Figura 3-4. Estrutura da junção entre os alvéolos e os capilares....................................................................17
Figura 3-5. Resumo da Lei de Boyle...............................................................................................................18
Figura 3-6. Processo e músculos envolvidos na ventilação............................................................................18
Figura 3-7. Pneumotórax.................................................................................................................................19
Figura 3-8. Condições patológicas alveolares.................................................................................................19
Figura 3-9. Gradientes de pressão dos gases no sistema circulatório.............................................................20
Figura 3-10. Curva de saturação da hemoglobina...........................................................................................20
Figura 3-11. As redes neurais que controlam a respiração.............................................................................21
Figura 3-12. Controle respiratório durante a respiração em repouso..............................................................21
Figura 3-13. Localização dos corpos, ou glomos, caróticos e aórticos...........................................................22
Figura 3-14. Mecanismo de ação dos corpos carotídeos e aórticos................................................................22
Figura 3-15. Mecanismo de ação dos quimiorreceptores centrais..................................................................22
1.1. O Sangue
O sangue é um líquido aquoso que circula dentro dos
vasos sanguíneos (artérias e veias). É o veículo onde O 2 e
nutrientes são transportados para as células e para onde são
retirados os rejeitos metabólicos, como CO2 e toxinas. O
sangue flui de maneira unidirecional, com valvas que evitam o
refluxo no coração e dentro das veias.
arterial do coração. A aorta se divide em artérias, que se dividem em arteríolas, que se dividem em
capilares. Conforme essas divisões acontecem, diminuem-se o diâmetro do vaso (Error: Reference source
not found), a espessura da parede e a pressão exercida pelo sangue ( 1 3Error: Reference source not found).
Os capilares são formados por uma fina camada epitelial por onde passam os nutrientes e os
gases. O líquido que eventualmente escapa é captado por vasos linfáticos e retornado à circulação venosa
pelo tronco linfático.
As veias possuem grande quantidade de tecido fibroso e possuem a menor pressão sanguínea
dentre os vasos. O sangue dos capilares é recolhido por vênulas, que se juntam em veias maiores, que
desembocam nas veias cava superior e inferior até chegarem ao coração.
Neste processo tanto o diâmetro do vaso quanto a espessura da parede
aumentam, ao contrário das artérias (Figura 1 -2Error: Reference source
not found).
Câmaras Cardíacas
O coração é dividido em quatro câmaras que formam as duas bombas cardíacas. O átrio e o
ventrículo direitos bombeiam o sangue pobre em O2 que chega da veia cava para os pulmões (circulação
pulmonar) pelo tronco pulmonar, enquanto o átrio e o ventrículo esquerdos bombeiam o sangue
reabastecido em oxigênio que chega das veias pulmonares para os tecidos (circulação sistêmica) pela aorta.
O átrio funciona como uma bomba fraca que injeta o sangue no ventrículo, enquanto o ventrículo
realiza a força de propulsão necessária para enviar o sangue pela circulação. O ventrículo esquerdo possui
uma parede muscular mais grossa que o direito, por precisar de mais força para enviar o sangue com
pressão suficiente para as partes mais distantes do corpo.
Entre os átrios e seus respectivos ventrículos existem valvas atrioventriculares fibrosas que se
fecham na contração dos ventrículos, que evitam que o sangue retorne para os átrios ( Error: Reference
source not founda e b). Entre os ventrículos e os vasos também existem as valvas semilunares que se
fecham no relaxamento ventricular e evitam que o sangue retorne para o coração (Error: Reference source
not foundc e d). O batimento do coração (“tum-tá”, “tum-tá”) refere-se ao fechamento destas válvulas, e
defeitos no fechamento destas válvulas geram os chamados sopros cardíacos, que são auscultáveis.
O coração é, na verdade, composto por dois sincícios; o sincício atrial, que forma as paredes dos
Normalmente, os potenciais não atravessam essa barreira fibrosa para atingir diretamente os
ventrículos a partir do sincício atrial. Em vez disso, eles são conduzidos por meio de sistema especializado
de condução, chamado feixe A-V, o feixe de fibras condutoras, com alguns milímetros de diâmetro.
O SNA parassimpático, por outro lado, inerva apenas o nodo sinoatrial e diminui a frequência
cardíaca pela liberação de acetilcolina em receptores muscarínicos presentes nas células autoexcitáveis. O
SNA parassimpático aumenta a saída de K + nas células e diminui a entrada de Ca 2+, levando a um estado de
hiperpolarização e diminuindo a taxa de despolarização, diminuindo a frequência cardíaca.
O volume de sangue ejetado pelo coração é determinado pelo Volume Diastólico Final (VDF ou
volume máximo) menos o Volume Sistólico Final (VSF ou volume mínimo). EM um adulto saudável de
70 kg, o volume de ejeção é de 70 ml por ciclo cardíaco.
O Débito Cardíaco é uma medida de desempenho do coração como bomba, calculado pelo volume
de sangue ejetado em um espaço de tempo. Isso depende da frequência cardíaca e do volume sistólico. Por
exemplo:
bat ml l
DC=Volume sistólico × FC → DC=72 ×70 ml=5 040 ou 5
min min min
Capítulo 2 — Controle da Pressão Arterial
A pressão arterial (PA) corresponde à força que o sangue exerce contra as paredes dos vasos
sanguíneos para manter seu fluxo. A PA é determinada pelo débito cardíaco e pela resistência periférica
total dos vasos, sendo diretamente proporcional ao volume sistólico e à frequência cardíaca, e inversamente
proporcional ao diâmetro do vaso.
Figura 2-12. Esquema e cálculo da pressão arterial nas artérias.
O controle da PA ocorre principalmente nas arteríolas, que são onde ocorrem os maiores efeitos da
pressão arterial. As artérias sistêmicas, como a aorta, funcionam como reservatórios de pressão que mantêm
o fluxo sanguíneo. As arteríolas alteram seu diâmetro pela contração do músculo liso e controlam a pressão
por vasoconstrição e vasodilatação. Os capilares são onde ocorrem as trocas gasosas. Por último, as veias
são reservatórios expansíveis de volume, com baixa pressão exercida nas paredes.
O fluxo sanguíneo é determinado pelo gradiente de pressão, gerado pelo coração, e pela
resistência do sangue, seja pela viscosidade do sangue, comprimento do segmento vascular e pelo raio do
vaso.
Por outro lado, a vasodilatação é controlada por substâncias liberadas ou presentes localmente,
como uma baixa pressão de O 2, aumento nas concentrações de K +, H+ e CO2 (maior metabolismo celular),
adenosina (hipóxia), eicosanoides, bradicinina, substâncias liberadas durante a lesão celular e o óxido
nítrico (NO).
Além disso, as arteríolas emitem ramificações chamadas metarteríolas, que formam uma conexão
direta entre a arteríola e a vênula (Figura 2 -14a). A principal diferença é que a parede da metarteríolas
possui músculo liso em apenas uma parte, e forma uma rota alternativa para o fluxo de sangue.
Figura 2-14. Microcirculação e o plexo capilar.
Os capilares possuem anéis musculares nas suas junções com as arteríolas, chamados esfíncteres
pré-capilares. Quando os esfíncteres estão relaxados, o sangue flui por todos os vasos do plexo (Figura 2 -
14b), e quando estão contraídos, o fluxo é completamente desviado e flui apenas pelas metarteríolas (Figura
2 -14c).
A pressão de pulso é estimada a partir da pressão sistólica e diastólica na artéria braquial, que é
estimada a partir do uso de um esfigmomanômetro. É exercida uma pressão sobre a artéria, a ponto de
exceder sua pressão sistólica, o que interrompe o fluxo sanguíneo no braço (Figura 2 -18a). A pressão é
gradualmente liberada, e o sangue começa a refluir de forma turbulenta, causando os sons pulsáteis (sons
de Korotkoff) que podem ser auscultados (Figura 2 -18b). Quando a pressão no manguito for menor que a
Figura 2-16. Variação de pressão no coração e nos vasos Figura 2-17. Artérias como reservatório de pressão na diástole.
sanguíneos.
A pressão sanguínea deve ser regulada para que não ocorram tonturas e desmaios por hipotensão,
ou dores de cabeça e problemas circulatórios por hipertensão. A hipotensão dificilmente é um problema
crônico ou atrelado a doenças, mas a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença crônica e que
pode levar a sérios problemas circulatórios, inclusive infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral
(AVC).
2.4. Regulação da Pressão Arterial
A pressão arterial é regulada por mecanismos de curto e de longo prazo , geralmente em resposta
ao aumento do volume sanguíneo, o que causa um aumento da pressão arterial. Os alimentos e líquidos
ingeridos durante o dia aumentam a pressão arterial, porém é um aumento temporário pois os rins
compensam eliminando mais água, e as alterações são percebidas por receptores específicos que monitoram
a pressão sanguínea na aorta e na artéria carótida, chamados barorreceptores.
Por exemplo, a pressão arterial aumenta, os barorreceptores enviam mais potenciais elétricos ao
SNC a partir das vias aferentes. O centro de controle cardiovascular, dessa forma, diminui a estimulação
simpática no sistema cardiovascular pela diminuição de noradrenalina (NA), causando vasodilatação e
diminuição na força de contração ventricular; e aumenta a estimulação parassimpática, com a liberação de
acetilcolina (ACh) no nó sinoatrial, que diminui a frequência cardíaca. A soma desses efeitos causa a
diminuição do débito cardíaco e da resistência periférica, resultando na diminuição da pressão (Figura 2 -
19).
Figura 2-19. Esquema do reflexo barorreceptor a pressão arterial.
Quando o volume sanguíneo diminui, a pressão arterial também diminui e ocorre maior reabsorção
de água pelo rim, a fim de manter o volume corporal. O rim é incapaz de repor o volume sanguíneo, desta
forma é necessária ingestão de água externa para manter um volume, e uma pressão arterial, normal.
Os gases são transportados pelo sangue até os tecidos, onde o O 2 é liberado e o CO2 é captado e
levado de volta aos pulmões.
A traqueia é formada por anéis cartilaginosos com formado de C, e possui uma parede posterior
flexível para permitir a expansão do esôfago durante a deglutição. A traqueia se divide em dois brônquios
primários, que se dividem em brônquios cada vez menores no pulmão para formar a árvore respiratória. A
cada divisão dos brônquios, o diâmetro do brônquio diminui, mas seu número aumenta exponencialmente,
da mesma forma que as artérias se ramificam em arteríolas e capilares, aumentando a seção transversal total
e a área de contato para trocas. Os bronquíolos respiratórios são a última divisão que forma uma ponte
entre as vias aéreas e o epitélio respiratório.
A filtração ocorre na traqueia e nos brônquios, cujas células epiteliais são revestidas por cílios
que ficam imersos em uma solução salina. O epitélio desses órgãos também é revestido por células
caliciformes, que secretam muco viscoso que captura partículas de poeira e patógenos, pela presença de
imunoglobulinas. Os cílios batem em direção às vias aéreas superiores, sendo que a solução salina impede
que eles fiquem presos no muco (Figura 3 -24). Quando o muco atinge a faringe, ele pode ser expelido ou
deglutido, neste último o ácido estomacal destrói os microrganismos presentes.
Figura 3-24. Formação do muco e movimento dos cílios no trato respiratório.
3.1.2. Os Pulmões
Os pulmões são formados por um tecido leve e esponjoso, cujo volume é ocupado principalmente
por espaços cheios de ar. Esses órgãos irregulares em forma de cone quase preenchem a cavidade torácica
e suas bases repousam no diafragma. Cada pulmão é recoberto por um saco pleural de parede dupla, sendo
que cada membrana pleural, ou pleura, é formada de tecido conjuntivo e irrigada por capilares.
A cavidade entre as membranas há um líquido (Figura 3 -25) que possui duas funções: 1) oferece
uma superfície lisa e escorregadia para que os pulmões deslizem sobre a parede torácica na sua expansão e
retração; 2) mantém os pulmões aderidos à parede torácica, da mesma forma que duas lâminas finas de
vidro com uma fina cada de água deslizam sobre si, mas não são facilmente separadas.
Os capilares se encontram intimamente ligados aos alvéolos por uma membrana basal ou uma fina
camada de líquido intersticial (Figura 3 -26). O grande número de capilares forma quase que uma
“camada” de sangue entre os alvéolos, necessário para a rápida troca de gases.
Figura 3-26. Estrutura da junção entre os
alvéolos e os capilares. 3.1.3. Os Músculos Respiratórios
O pulmão em si não possui tecido muscular, sendo que a
elasticidade pulmonar é conferida por grande de colágeno e elastina
nas vias aéreas. Porém, há diversos músculos envolvidos na respiração
que inflam os pulmões pela formação de uma área de baixa pressão,
que força o ar atmosférico para os pulmões. O músculo mais discutido
na respiração, apesar da participação de diversos grupos musculares no
processo, é o diafragma.
A pressão de um único gás em um sistema é denominada pressão parcial (P gás), sendo as mais
importantes para o estudo as pressões do oxigênio e do gás carbônico. A pressão do gás depende apenas de
sua quantidade relativa (%) na mistura, e não do seu tamanho ou massa molar. Neste caso, o O 2 teria
pressão parcial de PO2=760× 21%=159,6 mmHg.
Outra lei importante dos gases é a Lei de Boyle, que relaciona a pressão e o volume de um gás. Em
um sistema isotérmico, a diminuição do volume de um recipiente com gás causa o aumento da pressão
interna, pelo aumento dos choques entre as moléculas e a parede do recipiente (Figura 3 -27). Essa lei
pode ser resumida na seguinte equação:
P1 × V 1=P2 ×V 2
Figura 3-27. Resumo da Lei de Boyle.
No processo contrário, o relaxamento muscular diminui o tamanho da caixa torácica, o que gera
uma área de alta pressão, invertendo o gradiente de concentração e forçando o ar dos pulmões para fora do
corpo.
Além disso, quaisquer alterações nos alvéolos podem causar sérios problemas nas trocas gasosas
do pulmão por serem estruturas extremamente finas e delicadas. Os sacos alveolares são normalmente
estruturas em forma de cacho muito pequenas e com uma área superficial grande para as trocas gasosas. Os
principais problemas que podem ocorrer com os alvéolos estão na Figura 3 -30.
Figura 3-30. Condições patológicas alveolares.
Simplificando o processo, quando o sangue venoso chega aos pulmões, a pressão de O 2 se encontra
a 40 mmHg e de CO2 a 48 mmHg, em contraste com as pressões de 100 mmHg e 40 mmHg nos pulmões,
respectivamente. Isso permite que o oxigênio entre no sangue e o CO 2 seja expelido. A mesma lógica é
aplicada aos tecidos. Um esquema simplificado pode ser encontrado na Figura 3 -31.
Figura 3-31. Gradientes de pressão dos gases no sistema circulatório.
O O2 é transportado pela corrente sanguínea na forma livre (2% ou 3 mL/L de sangue) ou ligado à
hemoglobina (98% ou 197 ml/L de sangue). Isso corresponde a um total de 1 L de sangue circulando pelo
corpo a todo momento, considerando um volume total de 5 L e um débito cardíaco de 5 L/min.
A curva não é linear pois expressa quatro reações de ligação ao oxigênio, as quais apresentam uma
cooperação positiva (a ligação de um O2 facilita a ligação de mais O2). Também há outros fatores, como o
pH, a PCO2 e a temperatura, que influenciam na saturação e na afinidade da hemoglobina.
O CO2, por outro lado, além de ser transportado livremente pelo sangue (7%) e pela hemoglobina
(23%), é transportado na forma de íon bicarbonato (HCO3-), atuando como tampão junto das proteínas
plasmáticas. O bicarbonato é formado a partir da anidrase carbônica, que transforma o CO2 em ácido
carbônico, que prontamente se ioniza. Os íons H + gerados são removidos pela própria hemoglobina, que
estabiliza o pH sanguíneo. Nos pulmões, a reação da anidrase carbônica é revertida, transformando o
bicarbonato em CO2, que é expelido.
O Grupo
Respiratório Dorsal (GRD)
controla os músculos da respiração, enviando sinais a partir do nervo frênico para o diafragma, e recebe os
sinais a partir dos nervos vago e glossofaríngeo (X e IX).
O GRD envia os sinais ao Grupo Respiratório Pontino (GRP) regula o padrão respiratório a partir
de neurônios autoexcitáveis. Esses neurônios iniciam uma cascata de retroalimentação positiva,
aumentando o sinal gradativamente, até o corte abrupto desse sinal (Figura 3 -34). Essa retroalimentação
na respiração em repouso faz com que os mm. inspiratórios de Figura 3-35. Localização dos corpos, ou glomos,
caróticos e aórticos.
contraiam e o tórax se expanda gradualmente. Na respiração
forçada, mais neurônios são recrutados neste processo, assim
como os músculos acessórios da respiração como os
esternocleidomastoideos.
3.5.1. Quimiorreceptores
A respiração também é controlada por fatores químicos do sangue, como pH, PCO 2 e PO2. Os
receptores periféricos estão localizados na aorta (corpos aórticos) e na carótida (corpos carotídeos) (Figura
3 -35). Estes receptores percebem baixas na pressão de O 2, a partir do fechamento de canais de K+,
gerando um potencial de ação que libera vesículas de neurotransmissores em um terminal nervoso. O
neurônio envia estes sinais para os centros bulbares aumentares a ventilação (Figura 3 -36). Contudo, eles
só respondem a pressões de O2 abaixo de 60 mmHg, sendo mais sensíveis às alterações de pH ou CO2.
Os receptores centrais, por outro lado, monitoram os níveis de CO2 no líquido cerebrospinal.
Quando a PCO2 arterial aumenta, o CO2 atravessa a barreira hematoencefálica e ativa os quimiorreceptores
centrais. Esses receptores sinalizam para a rede neural de controle da respiração, provocando um aumento
na frequência e na profundidade da ventilação, melhorando, assim, a ventilação alveolar e a remoção de
CO2 do sangue.
O CO2 é convertido em H2CO3 pela anidrase carbônica, sendo que o H + liberado, junto do CO 2,
estimula os quimiorreceptores central, que aumentam a frequência respiratória (Figura 3 -37).