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O QUE É INTERPRETAR?
“Interpretar uma expressão de Direito não é simplesmente tornar claro o respectivo dizer, abstratamente
falando; é sobretudo, revelar o sentido apropriado para a vida real, e conducente a uma decisão reta.”
(MAXIMILIANO, 2006, p. 8)
Método:
1- Gramatical
Consiste em uma leitura inicial do texto, com o objetivo de determinar o significado literal e o alcance
das palavras, não apenas isoladamente, mas também em conexão com as demais palavras.
2-Método Sistemático
Objetiva analisar a norma jurídica em consonância com outras normas diversas, mas referentes ao
mesmo objeto. Não admite a análise de uma norma isolada das demais.
3-Método teleológico
Fixa-se na noção de finalidade ou de utilidade social do Direito para servir à sociedade. É a utilidade
social do Direito que determina sua aplicação. Busca salvaguardar os fins sociais da lei e o bem comum.
Conforme SALEILLES, (...) “a interpretação da lei não deve ater-se apenas aos antecedentes legislativos e
suas condições de nascimento, mas a lei deve ser adaptada às condições do meio social que lhe
proporcionam nova vida. Quando se adapta a lei às modificações sociais ocasionadas no transcorrer do
tempo, seu sentido evolui paralelamente à sociedade".
Cf. AFTALIÓN, Enrique R.; VILANOVA, José. Introducción al Derecho. 2. ed. Buenos Aires: Abeledo-Perrot, 1991. p.
284. Tradução livre.
2- Técnicas de leitura:
Identifica o significado das palavras, associa-as às demais, analisa todos os elementos “periféricos” do
texto como o título, a autoria, a data e o local da sua publicação.
- Significado explícito
Desmembra o texto em parágrafos, destaca as ideias principais, anota (na margem ao lado do parágrafo)
palavras-chave que o resuma.
Explora os implícitos, associa as ideias do texto a outros que tratem do mesmo assunto, avalia o sentido
extraído do texto.
1-Informatividade
2- Focalização
Ativa o conhecimento de mundo do receptor, por meio de “pistas” fornecidas no texto pelo emissor
que as apresenta de forma destacada. Essas serão focalizadas pelo leitor e o ajudarão a extrair o sentido
do texto.
3- Intencionalidade
Expressa como os emissores usam o texto para perseguir e realizar suas intenções. Os emissores
registram “pistas linguísticas” que guiam o receptor na direção da tese defendida. Tais pistas podem se
concretizar por meio de conectores interfrásticos, modalizadores, operadores argumentativos, etc.
4- Intertextualidade
É a adoção de uma palavra ou ideia, já utilizadas em outro texto, que reforçam o sentido que o emissor
deseja transmitir. Se o receptor identificá-las e conhecer o seu sentido, terá mais facilidade de
interpretar o texto.
5- Aceitabilidade
Construção de um texto, claro (bem ordenado), objetivo, conciso. Além disso, que o conteúdo seja
relevante e verdadeiro.
6- Consistência
"Os juristas falam uma linguagem própria e devem ter orgulho de sua linguagem multimilenar,
dignidade que bem poucas ciências podem invocar (...) antes exige os valores da beleza e da
elegância" e devem "ter vaidade da linguagem jurídica, uma das primeiras a se revestir de forma
científica, continuando a ter, desde as origens, o Direito Romano como fonte exemplar e ponto de
referência."
http://jus.com.br/artigos/12364/atributos-da-linguagem-juridica#ixzz2d832OjiO
3- Alegoria (lat. allegorìa,ae derivado do gr. Allégoría que significa “dizer o outro”):
Conforme AZEREDO (2008, p.485), A alegoria se dá por meio de uma sucessão de metáforas.
Acrescenta que “Por meio da alegoria, ideias ou realidades abstratas ganham representação
concreta, geralmente por meio de narrativas [...]”
Ex.: Uma vez, um sultão poderoso sonhou que havia perdido todos os dentes. Intrigado,
mandou chamar um sábio que o ajudasse a interpretar o sonho. O sábio fez um ar sombrio e
exclamou: "Uma desgraça, Majestade. Os dentes perdidos significam que Vossa Alteza irá
assistir a morte de todos os seus parentes". Extremamente contrariado, o Sultão mandou
aplicar cem chibatadas no sábio agourento. Em seguida, mandou chamar outro sábio. Este,
ao ouvir o sonho, falou com voz excitada: "Vejo uma grande felicidade, Majestade. Vossa
Alteza irá viver mais do que todos os seus parentes". Exultante com a revelação, o Sultão
mandou pagar ao sábio cem moedas de ouro. Um cortesão que assistira a ambas as cenas
vira-se para o segundo sábio e lhe diz: "Não consigo entender. Sua resposta foi exatamente
igual à do primeiro sábio. O outro foi castigado e você foi premiado". Ao que o segundo sábio
respondeu: "a diferença não está no que eu falei, mas em como falei".
Pois assim é. Na vida, não basta ter razão: é preciso saber levar. É possível embrulhar os
nossos pontos de vista em papel áspero e com espinhos, revelando indiferença aos
sentimentos alheios. Mas, sem qualquer sacrifício do seu conteúdo, é possível, também,
embalá-los em papel suave, que revele consideração pelo outro.”
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI217918,61044Cinco+licoes+sobre+a+vida+e+o+
Direito+por+ministro+Barroso
6- Metonímia (gr. metónumía,as 'emprego de um nome por outro', pelo lat. metonymìa,ae)
Ex.: Art. 16. CPP- O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à
autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da
denúncia.