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geodo cristalin Brain
Brain Activator
Activator

AVISO
Não é adequado a crianças com menos de 8 anos. Para uso sob supervisão de um adulto. Contém
peças pequenas que podem ser ingeridas e pontinhadas. Manusear com cuidado. Contém
produtos químicos que apresentam perigo para a saúde. Ler as instruções antes da utilização,
segui-las e guardá-las como referência. Não permitir que os produtos químicos entrem em
contato com qualquer parte do corpo, particularmente a boca e os olhos. Manter as crianças
pequenas e os animais afastados das experiências. Meter o conjunto de experiências longe do
alcance das crianças com menos de 8 anos. Não estão incluídos os óculos
de proteção dos olhos para os adultos que supervisionam a experiência.
Imagens com fins ilustrativos, algumas peças ou cores podem variar.
Guardar todas as informações para referência futura.

Conteúdo
Online
Estimados pais e adultos supervisores

Enquanto brincam, as crianças desenvolvem diversas capacidades cognitivas. Estudos


científicos demonstram que enquanto nos estamos a divertir ou a fazer descobertas
durante uma experiência, é libertado no cérebro um neurotransmissor, denominado
Dopamina.

A Dopamina é conhecida como responsável pelos sentimentos de motivação,


recompensa e aprendizagem, associando as experiências a sensações positivas. Por
outras palavras, se a aprendizagem for uma experiência positiva, estimulará o cérebro a
desenvolver diversas capacidades.
A Science4you tem como objetivo desenvolver brinquedos educativos, que combinem a
diversão com a educação, fomentando a curiosidade e a experimentação.
Os valores pedagógicos que o brinquedo Fábrica de Cristais ajuda a desenvolver na criança
são:

Habilidade
manual Vocabulário
ão
In soc


te ia
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tr
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çã

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o

Co

Aprendizagem

O carácter educativo é um dos pontos fortes dos nossos brinquedos. O desenvolvimento


de capacidades físicas, emocionais, cognitivas e sociais é um dos aspetos que se pretende
potenciar com a utilização dos mesmos.
Descubra mais sobre o Brain Activator dos brinquedos Science4you em:

www.science4you.pt/brain-activator

2ª Edição 2018, Science4you S.A.


Lisboa, Portugal ETAS
Autor: Flávia Leitão M
Este manual foi elaborado de
Revisão científica: Flávia Leitão e Ana Garcia
RES

acordo com as metas curriculares


CU

Direção do projeto: Ana Garcia RR


IC UL
A

das disciplinas de Estudo do Meio


Desenvolvimento do produto: Flávia Leitão
Direção de design: Daniela Silva Anos
e Ciências Fisico-Químicas, dos
3º e 4º Anos
Design: Joana Gravata e André Albuquerque 7º, 8º
e 9º seguintes anos escolares:
Ilustração: Joana Gravata, André Albuquerque e Marcos - 1º Ciclo: 3º e 4º Anos;
Rebelo - 3º Ciclo: 7º, 8º e 9º Anos.

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Índice

Regras de Segurança 4
Informações gerais de primeiros socorros 4
Recomendações para adultos supervisores 4
LISTA DOS PRODUTOS QUÍMICOS FORNECIDOS 5
Conteúdo do kit 6
1. A matéria na natureza 7
1.1. Constituição da matéria 7
a) Substâncias 8
b) Ligações químicas 10
c) Misturas 10
2. A matéria na natureza 11
3. Os sólidos 13
4. O que são cristais? 15
4.1. Constituição da matéria 15
4.2. Como se formam e crescem os cristais 17
4.3. As cores dos cristais 18
4.4. Tipos de cristais 19
5. Os minerais 20
5.1. A identificação dos minerais 22
6. Diferença entre os minerais e os cristais 23
7. A utilização dos cristais e dos minerais 24
8. Experiências 26
Experiência 20. O desaparecimento dos cristais 27
Experiência 21. A temperatura influencia os cristais? 28
Experiência 22. Cristais de açúcar 29
Experiência 23. Plasticina caseira 29
Experiência 24. Sistemas cristalinos 30
Experiência 25. Como identificar os minerais? 31
Experiência 26. Uma caixa para os teus cristais 32
Experiência 27. Uma lupa para observar cristais 33
9. Moldes 34
Este manual, incluindo todas as suas partes, constitui uma criação de natureza científica, estando, os seus direitos de natureza pessoal e patrimonial,
nos termos legais, reservados à Science4you, S.A. enquanto autora da mesma. É estritamente proibida qualquer utilização da obra, incluindo, sem
limitar, a sua publicação, reprodução, cópia, tradução, armazenamento, sem o consentimento prévio, expresso, por escrito da Science4you, S.A..
Qualquer utilização não autorizada da obra, ou qualquer outra violação dos direitos de autor desta relativamente à obra, constitui a Science4you,
S.A. no direito a ser indemnizada nos termos legais, sem prejuízo da responsabilidade criminal dos responsáveis por essa violação.

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REGRAS DE SEGURANÇA
- Ler e cumprir estas instruções e conservá-las como referência.
- Manter afastadas crianças pequenas e animais assim como as pessoas que não usam óculos
protetores dos olhos da zona onde se realizam as experiências.
- Utilizar sempre uns óculos de proteção dos olhos.
- Guardar este conjunto de experiências e os cristais obtidos longe do alcance das crianças
com menos que 8 anos.
- Limpar todo o material após a utilização.
- Assegurar-se que todos os recipientes e/ou embalagens estão hermeticamente fechados e
convenientemente guardados após a utilização.
- Assegurar-se que todos os recipientes e/ou embalagens que não se podem fechar de novo
são corretamente eliminados.
- Lavar as mãos após a realização das experiências.
- Não beber nem comer na zona onde são realizadas as experiências.
- Evitar qualquer contacto dos produtos químicos com os olhos ou com a boca.
- Não aplicar substâncias ou soluções no corpo.
- Não colocar os cristais em desenvolvimento em locais onde haja alimentos e bebidas nem
em quartos de dormir.
- Não utilizar material não fornecido com o conjunto e que não seja recomendado com as
instruções de utilização.
- Manipular a água quente e as soluções com cuidado.
- Assegurar que, durante o desenvolvimento dos cristais, o recipiente que contém o líquido
está fora do do alcance das crianças com menos que 8 anos.
- Não voltar a colocar os alimentos no seu recipiente de origem. Deitá-los fora de imediato.
Aviso. Este brinquedo contém gesso em pó.
- Não colocar o material na boca.
- Não inalar o pó ou poeira.
- Não aplicar no corpo.

INFORMAÇÕES GERAIS DE PRIMEIROS SOCORROS


- Em caso de contacto com os olhos: Lavar abundantemente com água, mantendo os olhos
abertos se necessário. Consultar imediatamente um médico.
- Em caso de ingestão: Enxaguar a boca abundantemente com água, e beber água fresca.
Não provocar vómitos. Consultar imediatamente um médico.
- Em caso de inalação: Transportar a pessoa para o exterior.
- Em caso de contacto com a pele e de queimaduras: Lavar abundantemente a zona afetada
durante pelo menos 10 min.
- Em caso de dúvida, consultar um médico sem demora. Levar o produto químico e o seu
recipiente.
- No caso de ferimentos, consultar sempre um médico.
Em caso de intoxicação com algum dos componentes
utilizados ao longos das experiências deste livro ligue
para o número do centro de informação antivenenos,
indicado na caixa ao lado. Eles podem ser capazes de 808 250 143
fornecer informação sobre as medidas a tomar em caso de
intoxicação.

Em caso de emergência, contactar imediatamente


Serviço Nacional de Emergência – 112

4
RECOMENDAÇÕES PARA OS ADULTOS SUPERVISORES
- Ler e cumprir estas instruções, as regras de segurança e as informações sobre primeiros socorros, e
conservá-las como referência.
- A utilização incorreta dos produtos químicos pode provocar feridas e prejudicar a saúde. Realizar
unicamente as experiências descritas nas instruções.
- Este conjunto de experiências é para utilizar apenas por crianças com mais de 8 anos.
- Tendo em conta a grande e variada capacidade das crianças, mesmo quando inseridas num grupo da sua
idade, os adultos que supervisionam as experiências devem observar com atenção quais são as experiên-
cias apropriadas e sem risco para as crianças. As instruções devem permitir aos adultos avaliar cada uma
das experiências para que possa avaliar a sua adequação a determinada criança.
- Antes de começar as experiências, o adulto que as vai supervisionar deve falar com a criança ou crianças
sobre os perigos possíveis e dar informações de segurança.
- A zona onde são realizadas as experiências deve ser ampla sem obstáculos e longe de alimentos. Deve ser
bem iluminada e arejada, e na proximidade de um ponto de água. Deve utilizar uma mesa robusta e com
uma superfície resistente ao calor.
- Este conjunto de experiências contém corantes. Os corantes podem manchar. Manter afastado de
objetos e tecidos delicados.
- Este conjunto de experiências contém luvas que poderão ser fabricadas em látex de borracha natural. O
látex de borracha natural pode provocar alergias.

LISTA DE SUBSTÂNCIAS FORNECIDAS


Corante alimentar amarelo (E102)

Corante alimentar vermelho (E124)

LISTA DOS PRODUTOS QUÍMICOS FORNECIDOS


Sulfato de cobre Gesso CaSO4.1/2H2O (CAS # 7778-18-9)
(CAS # 7758-99-8)
Sulfato de magnésio MgSO4.7H2O (CAS #10034-99-8)
Advertências de Perigo:
H302 Nocivo por ingestão. AVISO
Alúmen de potássio AlK(SO4)2.12H2O (CAS # 7784-24-9)
H315 Provoca irritação cutânea.
H319 Provoca irritação ocular grave.
Silicato de sódio HNaO3Si (CAS # 1344-09-8)
H410 Muito tóxico para os organismos aquáticos com
efeitos duradouros

PERIGO

Recomendações para as substâncias e misturas: Não ingerir. Evitar o contacto com os olhos e a boca.
Usar apenas de acordo com as instruções. Manter em recipientes bem fechados. Guardar em lugar
fresco e seco. Proteger da humidade, da luz direta e de fontes de calor.

ELIMINAÇÃO DOS PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS


Quando precisar de eliminar as substâncias químicas, é necessário referir ao
centro nacional e/ou local de regulamentos locais. Em qualquer dos casos
nunca deve eliminar as substâncias químicas juntamente com o lixo doméstico
nem pelo cano. Para mais detalhes contacte uma autoridade competente.
Para eliminação das embalagens utilize os pontos de recolha coletivos.

5
CONTEÚDO DO KIT

2 3 4 6
1
5

10
8 9
11
7
13
12

14
15 16

19 21
17 18
20

Descrição:

1. Óculos de proteção 12. Molde em forma de estrela


2. Molde para geodo 13. Arames modeladores
3. Alúmen de potássio 14. Luvas de proteção
4. Gesso 15. Copos de medição pequenos
5. Silicato de sódio 16. Copos de medição grandes
6. Molde em forma de búzio 17. Espátulas de madeira
7. Espátula de plástico 18. Sulfato de cobre (II)
8. Fio de lã 19. Sulfato de magnésio
9. Corante alimentar vermelho 20. Pipetas de Pasteur
10. Corante alimentar amarelo 21. Placa de Petri
11. Caixa de plástico com tampa

6
1. A matéria na natureza 1.1. Constituição da matéria

Uma das primeiras perguntas que os quími-


cos fizeram foi de que seria feito o mundo?
O mundo é feito de substâncias! A matéria é constituída por
átomos que estabelecem forças
A matéria é tudo o que ocupa espaço e tem entre si, determinando o estado
massa! de cada matéria. Assim, os estados físicos
da matéria caracterizam-se pelo grau
Se olhares à tua volta, poderás ver imensas de organização dos seus átomos que
substâncias e materiais diferentes desde podem estar mais ou menos unidos, de
plásticos, metais, plantas, pessoas, entre tan- acordo com a temperatura e a pressão a
tas outras! que a matéria se encontra.
Alterando estas condições, podemos
Toda matéria que existe na natureza pode provocar mudanças no estado físico da
apresentar-se em quatro estados físicos: só- matéria.
lido, líquido, gasoso ou plasma. Este estado
está, normalmente, dependente da tempe-
ratura.

Um bom exemplo é o ciclo da água. Se pen-


sares neste ciclo, consegues perceber que O que é um átomo?
podes encontrar na natureza água no estado
líquido (chuva, rios e mares), no estado sólido
(neve e gelo) e no estado gasoso (vapor de
água).

Podes imaginar
que os átomos são
como peças de
lego, mas muito
pequenas!

Sabias que…
Existem diferentes tipos de materiais na
natureza?
Estes podem ser classificados em mistu-
Figura 1. O ciclo da água.
ras ou substâncias!

7
a) Substâncias
Sabias que…
As substâncias são qualquer espécie de ma- O diamante é uma substância simples?
téria formada por átomos de elementos es- As suas unidades estruturais são apenas
pecíficos. átomos de carbono (C), ligados uns aos
outros de forma organizada, formando
• Substâncias simples ou elementos: forma- uma estrutura cristalina. Porém, demora
das por um só tipo de átomos. imenso tempo a formar-se e, por isso, o
seu valor é tão elevado!

O oxigénio (O2) ou o hidrogénio


(H2) são substâncias simples!

Figura 2. Molécula de Oxigénio.

• Substâncias compostas ou compostos:


formadas por diferentes tipos de átomos.
Figura 4. A estrutura atómica de um diamante.
Um composto é diferente de uma mistura!
Num composto, os elementos perdem as
características químicas individuais e o com- As características específicas de cada substân-
posto adquire novas características, enquanto cia dependem das unidades estruturais que as
numa mistura cada constituinte mantém as formam e se repetem ao longo de toda a sua
suas características. estrutura molecular.

Uma molécula de água é uma As unidades estruturais funcio-


substância composta, pois é nam como “tijolos”, onde assenta
constituída por dois átomos de a estrutura da substância.
hidrogénio (H) e um átomo de oxigénio (O)!
Podemos dizer que as diferentes substâncias
podem ser formadas por três tipos diferentes
de unidades estruturais.

Átomos Moléculas Iões

Figura 3. A molécula de água.

8
São as partículas mais
pequenas de um ele- Toma nota destas definições!
Átomos
mento e que conservam Núcleo – zona densa e central de
as propriedades quími- um átomo;
cas desse elemento. Eletrão – partícula subatómica de carga
negativa;
Cada átomo possui um núcleo que contém Protão – partícula subatómica de carga
protões e neutrões, rodeado de eletrões positiva;
em igual número dos protões. Neutrão – partícula subatómica de carga
neutra.

Eletrão
Sabias que…
Os átomos mais abundantes na natureza
são o carbono (C), o hidrogénio (H) e o
oxigénio (O)?

Quando os átomos se
ligam entre si, através
Moléculas
de ligações químicas.
Podem ser, como já
falámos, elementos (substâncias simples) ou
Protão compostos (substâncias compostas).
Neutrão

Figura 5. Estrutura de um átomo. Sabias que…


Até hoje foram descobertos 118 elemen-
tos diferentes?
Ao conjunto de eletrões que giram (orbitam) Estes estão todos organizados, pelos
em volta do núcleo de um átomo, damos o seus símbolos, na Tabela Periódica.
nome de nuvem eletrónica.

9
10
Figura 6. A Tabela Periódica lista todos os elementos pela ordem do seu número atómico (o número de protões num átomo). Está dividida por filas, chamadas períodos
e colunas, que dividem os grupos.
Número atómico 19 2 Distribuição
8 eletrónica
Símbolo químico
K 8
1
Os átomos ligam-se para que
Potássio Nome do no seu conjunto, fiquem mais
39.0983 elemento estáveis e com menos energia –
princípio da energia mínima.
Número de massa
Figura 7. As informações da Tabela Periódica. O número
atómico indica apenas o número de protões e o número
de massa indica o número de protões mais o número de Ligações Ligações
neutrões, que é a massa de cada átomo. intramoleculares intermoleculares

São espécies carregadas Forças que unem os Forças que unem di-
que se formam quando átomos de uma dada ferentes moléculas,
Iões se adicionam ou retiram molécula entre si. formando uma dada
eletrões a um átomo ou Esta ligação permite substância. São es-
molécula neutra. a partilha de eletrões tas ligações que
entre os átomos definem o estado fí-
Os iões podem ter carga positiva – catiões ou para que fiquem sico da matéria (só-
carga negativa – aniões. com uma carga lido, líquido, gasoso
Água elétrica neutra. ou plasma).

Sal Na+
Cl-
Ligação intramolecular

Ligação intermolecular

Figura 9. As ligações intramoleculares e intermoleculares


Figura 8. O sal, cientificamente chamado cloreto de sódio,
das moléculas de água.
é uma substância cujas unidades estruturais são iões posi-
tivos, o sódio, (Na+) e iões negativos, o cloro (Cl-), que se
ligam através de uma ligação iónica. c) Misturas

Sabias que… Não podemos


O sal de cozinha forma cristais? falar de matéria,
Com este kit irás produzir fantásticos se não falarmos de
cristais de sal! misturas.

b) Ligações químicas

Raramente se encontram átomos sozinhos As misturas são compostas por duas ou mais
na natureza. Eles tendem a unir-se através substâncias e podem ser classificadas em
de forças designadas ligações químicas e três tipos, tendo em conta a possibilidade, ou
os químicos sempre se perguntaram como e não, de distinguir as diversas substâncias que
porque razão se ligariam os átomos! as compõem.

11
Tipo de misturas Características Exemplo
Não é possível distinguir os
seus diferentes componen- - Água com açúcar
Misturas homogéneas tes, tendo um aspeto unifor- - Água com sal
me. Apresentam uma única
fase.
É possível distinguir os seus - Água com azeite
Misturas heterogéneas componentes. Apresentam - Chocolate com amêndoas
várias fases.
Não é possível distinguir as
diferentes substâncias que - Sangue
Misturas coloidais constituem a mistura a olho - Leite
nu, mas utilizando um mi-
croscópio já é possível.
Tabela 1. Tipos de misturas.

2. A matéria na natureza Imagina um pedaço de ferro: não o vês


mover-se, mas na verdade os seus átomos
Como já referimos, tudo na natureza é feito e moléculas estão em constante agitação e
de matéria e ocupa espaço. deslocação. Contudo, esta sua capacidade
de movimentação está dependente da
quantidade de calor que esteja presente.

Quando
as moléculas estão
Sabias que nada frias, não têm muita energia
está realmente e movem-se menos, formando um
parado? sólido. Mas quanto mais quentes
estiverem, mais energia têm e
começam a afastar-se!

Para mudar de estado físico, a maioria das subs-


tâncias tem de atingir uma determinada tem-
peratura. Por exemplo, a àgua à temperatura
ambiente é um líquido, mas torna-se sólida aos
0ºC (temperatura de fusão). Já os 100ºC são a
sua temperatura de evaporação, que permite
que a água se transforme num gás.

12
Estado sólido

No estado sólido, as moléculas estão muito juntas e


pouco se movem.
Apresentam forma e volume bem definidos.

Neste estado, a matéria possui mais ou menos


rigidez, mas não é fácil alterar a sua forma, pois os
átomos estão ligados por ligações que permitem
que as moléculas se mantenham em determinadas
A posições.
u Figura 10. Um cubo de gelo é água no estado
m sólido.

e Estado líquido

n
t É o estado intermediário entre o sólido e o gasoso. Neste
o estado, as moléculas estão mais soltas e movimentam-se
mais do que num sólido.

Neste estado, os corpos não têm uma forma definida,


adotando a forma do recipiente onde estão, pois as
d moléculas deslizam umas sobre as outras.
a
Figura 11. A água que bebemos está no estado
líquido.

Estado gasoso
T Neste estado a matéria está muito expandida e, mui-
e tas vezes, é impossível observá-la visualmente.

m No estado gasoso, a matéria não possui volume nem


p forma, adotando também a forma do recipiente que
a contém.
e
r As moléculas movem-se mais livremente que no
estado líquido, podendo movimentar-se em todas
a as direções e estão muito mais distantes umas das
outras.
t Figura 12. O fumo que vemos sair de uma cha-
leira é água no estado gasoso.
u
Plasma
r
a Este estado ocorre quando o gás é mais aquecido e
fica sobre a forma ionizada. É constituído por átomos
ionizados e eletrões, numa distribuição quase neu-
tra, ou seja, o número de cargas positivas (catiões) é
praticamente igual ao número de cargas negativas
(eletrões).

Um exemplo deste estado físico da matéria é o Sol.


Figura 13. O estado de plasma é o estado físico da
matéria mais comum no universo.
Tabela 2. Os estados físicos da matéria.

13
Assim, podemos considerar as seguintes
passagens entre os estados físicos da matéria:

Sublimação

Fusão Evaporação Ionização

Estado sólido Estado líquido Estado gasoso Estado plasma

Solidificação Condensação Desionização

Figura 15. Lavoisier (1743-1794), químico francês, consi-


derado o “pai”da química moderna.
Sublimação

Figura 14. Passagens entre os estados físicos da matéria.

3. Os sólidos

Sabias que… O estado ordenado de muitos sólidos contrasta


Um cientista chamado Lavoisier resumiu com a “desordem” presente nos gases e nos
este tema numa lei? líquidos.
Esta lei diz-nos que “Na natureza nada
se perde, nada se ganha, tudo se trans-
forma”.

Estado sólido Estado líquido Estado gasoso

Fusão Evaporação

Solidificação Condensação
ou liquefação
Partículas muito próximas Partículas muito afastadas
Forças de ligação fortes Forças de ligação fracas
Grande organização das partículas Pouca organização das partículas

Pouca liberdade de movimento Grande liberdade de movimento

Figura 16. Organização das partículas nos três principais estados físicos da matéria.

14
De facto, na natureza, a maioria dos sólidos são
cristalinos, ou seja, os seus átomos, moléculas
ou iões estão ordenados geometricamente no
espaço.

Porém, em alguns sólidos, a organização dos


seus constituintes apresenta-se aleatória,
isto é, a estrutura destes sólidos é formada
por conjuntos de microcristais orientados de Figura 18. Cristal - diamante.
diferentes formas. Assim formam-se sólidos
amorfos, ou seja, sem forma concreta.

Quando um sólido não apresenta, a olho nu, Sólido Cristalino Sólido Amorfo
uma estrutura cristalina, é denominado de
sólido amorfo.

Os sólidos amorfos são os


plásticos, a borracha, o carvão e
outros compostos inorgânicos.
A aplicação dos sólidos amorfos deriva
da sua qualidade de serem facilmente Figura 19. Representação esquemática da estrutura ató-
moldáveis quando submetidos a mica de um sólido cristalino e de um sólido amorfo.
aumentos de temperatura.

O carbono (C) é um dos elemen-


tos mais comuns na Terra. Por
exemplo, o Carbono puro pode
ter duas formas: a grafite e o diamante.
A grafite é o constituinte escuro e opaco
do teu lápis que te permite escrever. O
diamante, por sua vez, é um cristal trans-
parente e duro (o material mais duro que
se conhece).
Figura 17. Carvão.
Estas diferenças devem-se à forma como
os átomos de carbono estão ligados e or-
denados em cada um destes sólidos.
Os compostos unidos por ligações iónicas
e que apresentam uma estrutura própria e
organizada são denominados cristais.

15
4. O que são cristais?

Um cristal é então formado por um padrão


ordenado de moléculas que se repetem e se
ligam ao longo de uma estrutura sólida – a
estrutura cristalina.

Figura 21. Cristal de gelo visto ao microscópio.

4.1. Constituição da matéria


Figura 20. O sal é um cristal, cujas moléculas apresentam
uma estrutura organizada. Existem dois fatores principais que influenciam
o tamanho e a forma dos cristais:
A estrutura cristalina de um sólido corresponde, • A simetria interna do cristal;
assim, ao conjunto de propriedades que • A taxa de crescimento relativo ao longo de
resultam da forma como os seus iões, átomos várias direções no cristal.
e moléculas estão espacialmente dispostos e
ordenados. Não podemos, no entanto, esquecer que os
cristais são formados por repetições de átomos
de forma ordenada.

Sabias que…
O número de
Cada floco de neve é constituído por
repetições e a
água congelada em forma de cristal? forma como os
Estes cristais podem ter 6 a 12 lados! átomos se ligam
ordenadamente
é altamente
variável!

16
Os cristais podem ter dimensões muito variáveis
e a velocidade e direção em que crescem é uma
questão bastante complexa!

Considerando que os iões que constituem os


cristais são partículas carregadas eletricamente,
se existir uma força que os atraia, o cristal
tenderá a crescer nessa direção.

Assim, quanto
Figura 22. Cristais em cima de uma rocha. mais intensa
for essa
atração, mais
rapidamente o
Sabias que… cristal se forma!
Nunca se observaram dois flocos de
neve exatamente iguais?
Os flocos de neve formam-se quando
o vapor de água nas nuvens condensa
diretamente em gelo, formando uma Sabias que…
rede cristalina. O seu formato está de- Até hoje, os maiores cristais já observa-
pendente da temperatura e da pressão dos foram encontrados no México?
das nuvens! Como estes cristais não se Em Naica, na Caverna dos Cristais, foram
formam sempre no mesmo local e caem encontrados cristais com mais de 10 me-
em locais diferentes, estas condições são tros de altura.
altamente variáveis o que, por sua vez,
leva a que cada floco de neve seja único.

Figura 23. Ilustração de vários cristais de neve.

Figura 24. Caverna dos Cristais.

17
Contudo, se existir uma forte interação no Uma das propriedades mais determinantes
mesmo sentido entre os iões e o solvente onde na formação dos cristais é a alteração da
estão dissolvidos, o crescimento do cristal temperatura do ambiente onde estes sólidos
poderá ser mais lento e pode ainda formar são formados.
cristais de dimensões menores.

Quando um líquido sofre


uma alteração brusca da sua
Mas afinal, como temperatura, os seus átomos
é que tudo isto e moléculas não têm tempo para se
acontece? organizar – formam-se sólidos amorfos.
Quando a mudança de temperatura é
gradual, os átomos dispõem-se de forma
ordenada, originando uma rede cristalina
– formam-se sólidos cristalinos.
4.2. Como se formam e crescem os
cristais
Quando colocamos um sal em água, como por
exemplo o sal de cozinha, os átomos que o
Os cristais podem formar-se e ser encontrados constituem são separados.
em toda a crosta terrestre, incluindo no interior
de vulcões, em desertos, florestas e lagos! À medida que a água vai evaporando e a
temperatura da solução se vai alterando,
os átomos vão-se organizando, formando
Sabias que… estruturas repetitivas.
Os cristais podem crescer à superfície
das rochas e também no seu interior?

Aumento da
temperatura

Sódio
Com água Sem água
Cloro

Figura 26. O cloreto de sódio (NaCl - sal de cozinha) em


solução aquosa (com água) e sem água. O cloreto de sódio
é constituído por dois iões: o sódio e o cloro. Em solução
aquosa estão separados, contudo, quando a água começa
a evaporar, os dois iões ligam-se covalentemente, forman-
do a molécula de NaCl. De seguida, muitas destas molé-
culas vão ligando-se, formando os cristais que estamos
habituados a ver.

Figura 25. Rochas com cristais no seu interior. A estas ro-


chas os cientistas chamam geodos.

18
4.3. As cores dos cristais
O quartzo azul, por exemplo,
apresenta esta coloração devido
à presença de titânio na sua
composição!
Há cristais com
tantas cores
diferentes! Como é
que isto acontece?

Figura 29. Rocha com cristais de quartzo azul.

Sabias que…
As cores de tudo o que nos rodeia de-
pendem da forma como os átomos e/ou
as moléculas absorvem e refletem a luz?
A cor que tu observas é precisamente a
Figura 27. Os cristais podem ser de muitas cores. cor que um determinado objeto reflete.

As cores dos cristais variam devido aos


diferentes elementos químicos que podem
estar presentes na sua composição! LUZ BRANCA LUZ REFLETIDA

Para além disso, a ação de fatores ambientais


enquanto ocorre o processo de cristalização
também influencia a cor dos cristais.
SUPERFÍCIE
VERDE

Figura 30. Uma superfície de cor verde absorve todas as


cores, exceto a cor verde.

Figura 28. Cristais de quartzo de várias cores.

19
4.4. Tipos de cristais
Sabias que…
Há cristais que podem ser perigosos Existem vários tipos de cristais, tendo em
para a nossa saúde? conta a forma como as suas partículas
Por exemplo, existem cristais cuja cor é (moléculas, átomos ou iões) interagem entre
dada por compostos como o urânio ou o si e, consequentemente, que tipo de ligações
mercúrio e estas substâncias são tóxicas formam.
para o corpo humano.
Assim, podemos definir 4 tipos de sólidos
cristalinos.

Figura 31. Rocha com cristais de urânio.

Nome: Características: Exemplos:


Formados por iões positivos e
negativos de diferentes tamanhos.
Silicatos;
Os iões distribuem-se de forma
Cloreto de sódio;
Cristais iónicos intercalada, sendo que estas
Óxido de alumínio.
ligações se devem a forças de
atração electroestáticas.
São cristais duros, mas frágeis.
As forças de ligação devem-se a
ligações covalentes.
Grafite;
São duros e incompressíveis.
Cristais covalentes Diamante.
Comportam-se como isolantes
elétricos, devido à ausência de
cargas elétricas na sua estrutura.
São constituídos por moléculas.
Dióxido de enxofre;
São cristais facilmente compres-
Iodo;
Cristais moleculares -síveis e deformáveis. Procedem
Gelo.
de fases gasosas muito estáveis.

São constituídos por átomos


metálicos.
Apresentam bastante resistência Lítio;
contra agentes externos. Cálcio;
Cristais metálicos
Apresentam uma elevada Sódio.
condutividade elétrica e de calor,
pois os seus eletrões conseguem
movimentar-se facilmente.
Tabela 3. Tipos de cristais.

20
Sabias que…
Também existem cristais líquidos?
Os cristais líquidos têm a aparência de um líquido, porém, as suas moléculas apesar de se
movimentarem, organizam-se segundo uma certa ordem. Uma aplicação destes cristais
é, por exemplo, nos aparelhos eletrónicos, como as consolas portáteis.

Cristal (Sólido) Cristal (Líquido) Líquido


Figura 32. A disposição das moléculas num cristal sólido, num cristal líquido e num líquido.

São os minerais!

5. Os minerais
Figura 33. Cristais líquidos.
Os minerais são definidos como sólidos que
resultam de processos geológicos.

Contudo, os minerais são substâncias comuns e


Mas afinal, o que bastante acessíveis.
dá origem às
características dos
cristais? Um processo geológico diz
respeito a um conjunto de
modificações que alteram a
crosta terrestre, tanto na sua forma,
estrutura ou composição!

21
As erupções vulcânicas, os movimentos
tectónicos, os efeitos das ações de erosão e
mesmo as vibrações sísmicas envolvem sempre
determinadas características dos minerais e,
CÁLCIO
consequentemente das rochas.

FÓSFORO

MAGNÉSIO

Figura 34. Erupção vulcânica.

Assim, os minerais são substâncias sólidas,


naturais e inorgânicas, que apresentam uma
estrutura cristalina e uma composição química Figura 35. Os ossos possuem na sua constituição três mi-
e estrutura atómica específicas e bem definidas. nerais principais: o cálcio, o fósforo e o magnésio.

Os minerais podem ocorrer na natureza em Quando uma rocha se forma, os seus átomos
cristais isolados ou agregados. organizam-se no espaço de forma geométrica.
Formam, assim, redes cristalinas com um ou
Atualmente são conhecidos mais de 4000 mais elementos químicos – os minerais.
minerais, porém, só algumas dezenas são
muito abundantes e constituem a maioria dos
minerais que formam as rochas. Na verdade,
apenas cerca de 30 minerais são comuns na Sabias que…
crosta terrestre. As rochas são constituídas por associa-
ções de dois ou mais minerais?

Sabias que…
Os minerais também fazem parte do
corpo humano?
Por exemplo, são constituintes dos teci-
dos duros, como os ossos e os dentes, e
dos tecidos moles, como os músculos e
as células sanguíneas. Para além disso, Figura 36. O granito, um tipo de rocha magmáti-
ainda possuem uma importante função ca, possui na sua constituição três tipos de mine-
reguladora. rais: quartzo, moscovite e feldspato.

22
Para identificar os minerais presentes
numa rocha, observam-se determinadas
propriedades físicas que, em geral, não
necessitam de métodos muito complicados.

5.1. A identificação dos minerais

A dureza, a clivagem/fratura, a risca, a cor, o


brilho e a efervescência com os ácidos são
exemplos das propriedades que são estudadas
para conhecer os minerais.
Figura 37. Clivagem da calcite. Um choque origina super-
Uma das formas mais comuns de identificação fícies brilhantes e planas.
dos minerais é através da dureza.
O teste da risca permite-nos identificar um
A dureza dos minerais é medida pela “Escala
mineral pela cor que este fica quando reduzido
de Mohs”.
a pó.

Poderás saber
mais sobre
esta técnica
realizando a
experiência 23
da tua Fábrica de
Cristais.

Quando um mineral é sujeito a um choque,


este pode partir-se em vários pedaços. Assim, a Figura 38. Teste da risca da hematite, em que a cor do mi-
clivagem ocorre quando o mineral se parte em neral e a cor da risca são diferentes.
superfícies planas e brilhantes. A fratura, por
sua vez, origina superfícies de rutura irregulares.
Muitas vezes a risca não coincide
com a cor do mineral, mas é
constante para determinados
minerais, independentemente da cor que
estes possam ter. O quartzo, por exemplo,
pode ter muitas cores diferentes mas tem
sempre risca branca. Desta forma, a risca
é uma propriedade muito mais fiável do
que a cor.

23
A cor é a propriedade mais fácil de observar.
Porém, como já percebemos anteriormente, Sabias que…
não é muito útil na identificação dos minerais. Estudando a composição das rochas é
Apesar de alguns minerais apresentarem possível estudar o passado da Terra?
sempre a mesma cor, outros podem adquirir O estudo e interpretação das caracte-
diferentes cores, como o caso do quartzo. rísticas das rochas permite descodificar
informações sobre as transformações
O brilho, por sua vez, refere-se ao modo como do planeta ao longo do tempo geoló-
a luz natural é refletida na superfície de um gico. Podemos, por exemplo, conhecer
mineral. Normalmente, a designação do brilho a composição química do magma que
de um mineral é atribuída por comparação com lhe deu origem ou as características do
substâncias conhecidas. No entanto, existem próprio clima.
duas categorias principais: brilho metálico e
brilho não metálico.

Brilho metálico
(Pirite)

Figura 41. Investigador a observar uma rocha no seu meio


natural.
Brilho não metálico
(Dolomite)
6. Diferença entre os minerais e os
cristais
Figura 39. Diferenças observadas no brilho da Pirite (apre-
senta brilho metálico) e a Dolomite (apresenta brilho não- A estrutura e a utilização são as principais
-metálico). diferenças encontradas entre os cristais e os
minerais.
Por último, alguns minerais reagem com os
ácidos, permitindo assim a sua identificação. A
Calcite é um destes minerais. Os cristais são a estrutura que
um mineral pode apresentar. Isto
é, o mineral é definido como o
material que dá origem ao cristal!

A estrutura cristalina pode influenciar as


propriedades de um mineral. Como exemplo
podemos recordar o caso do carvão/grafite e
Figura 40. Libertação de dióxido de carbono pela Calcite, do diamante – ambos formados pelo mesmo
quando em contacto com um ácido. mineral, mas com propriedades tão diferentes!

24
Este famoso botânico, zoólogo e médico sueco
O diamante é conhecido por ser foi o responsável pela descoberta de grande
o material mais duro do nosso parte dos minerais que se conhecem até hoje!
planeta! Porém, ainda que a sua
composição seja a mesma, a grafite é
altamente maleável!

Sabias que…
Existe uma ciência específica para estu-
dar os minerais e os cristais?
A ciência que estuda os minerais é a mi-
neralogia e a ciência que estuda os cris-
tais é a cristalografia!

7. A utilização dos cristais e dos minerais

Já falámos em vários exemplos de cristais,


como a neve, o quartzo, o sal e o diamante.
Figura 42. Carolus Linnaeus (Lineu; 1707-1778) conheci-
do como o pai da taxonomia moderna, incluindo na clas-
Os minerais, por sua vez, apresentam diversas sificação dos minerais.
funções, existindo vários tipos de minerais:
aqueles que podem ser utilizados no fabrico Assim, podemos dizer que os recursos minerais
dos mais diversos objetos e os que são foram, desde o início da humanidade, muito
essenciais ao bom funcionamento do nosso importantes na sua atividade.
organismo.

Sabias que…
Os minerais têm tido uma grande A presença de rochas com diversos mi-
importância para a vida do ser nerais em diversos países levou à sua
humano, praticamente desde invasão por parte de populações que
que foram descobertos, devido à grande queriam conquistar e obter esses recur-
variedade e quantidade de produtos que sos para o seu país?
podem ser feitos a partir deles. Conhecem-se várias histórias que rela-
tam a invasão de diversos países devido
à elevada quantidade e variedade des-
Carolus Linnaeus foi um cientista muito tes recursos naturais ao longo da histó-
importante, também no estudo dos recursos ria da humanidade.
minerais.

25
Hoje em dia, os minerais são utilizados para
os mais diversos fins. O ouro e a prata são dois
exemplos muito comuns!

Agora que já sei o


que são e como se
formamos cristais,
estou ansioso por
fabricar os meus!

Figura 43. Alguns exemplos de minerais que são utiliza-


dos para a produção de objetos do dia a dia.

Que fantástico!
Fiquei a saber muito
sobre os cristais! Estás preparado para
ser um verdadeiro
cientista dos cristais!
Mas não te esqueças
dos teus óculos de
proteção e das tuas
luvas!

26
8. Experiências
Poderás fazer esta experiência
Material incluído no kit. com quaisquer cristais que cries
com a tua Fábrica de Cristais.
Cientista, coloca as tuas lu-
vas e/ou óculos de proteção
Explicação:
sempre que estes apareçam
Quando colocas cristais numa solução não
na listagem de material.
saturada, ou como neste caso em água, es-
tes começam a dissolver-se, isto é, começam
Experiência 20 a ser degradados nos seus componentes: as
O desaparecimento dos cristais moléculas.
Solução
ATENÇÃO: pede ajuda a um adulto. em repouso

Material:
Água com
• Cristais brilhantes (Experiência 3) sólido cristalino
Solução
• Copo de medição grande saturada a 80ºC
(o sólido dissolveu-se)
• Água
• Caneca de porcelana
• Copo de medição pequeno
• Espátula de madeira Figura 44. A dissolução de um sólido.

Porém, deves reparar que foi mais difícil


Nota inicial: nesta experiência vais pre-
dissolver os cristais do que o pó de alúmen de
cisar de cristais de alúmen de potássio.
potássio, quando realizaste a experiência 3.
Se não tiveres cristais, repete a expe-
riência 3.
Isto acontece porque a solubilidade é maior,
quanto menor for o soluto. Isto é, é muito mais
Procedimento: fácil dissolver açúcar em pó do que um cubo
1. Começa por pedir a um adulto para que aque- de açúcar, mesmo que a quantidade total seja
ça cerca de 100 mililitros (ml) de água na caneca a mesma.
de porcelana. Poderá fazê-lo no micro-ondas ou
poderás usar água quente da torneira. Ao mexer uma solução, as moléculas são
obrigadas a movimentarem-se. É através da
2. De seguida, com muito cuidado para não movimentação das moléculas, e consequente
te queimares, transfere a água para o copo de choque entre as moléculas do solvente e do
medição grande. soluto, que é possível que ambos se misturem.

3. Adiciona agora os cristais brilhantes que


obtiveste na experiência 3 à água. Mexe bem
com a espátula de madeira.

O que acontece?
Os cristais começam a dissolver-se!

27
Experiência 21 6. Coloca agora um pouco de água fria na caixa
A temperatura influencia os cristais? de plástico, mais ou menos metade da sua ca-
pacidade e, com cuidado, coloca também o 2º
ATENÇÃO: pede ajuda a um adulto. copo de medição dentro da caixa. Vai mexendo
a solução com a espátula de madeira, até que
Material: a água do copo fique com uma temperatura
• 2 Copos de medição grandes próxima à da temperatura ambiente.
• Copo de medição pequeno
• Espátula de madeira
• Alúmen de potássio
• Meia
• Caixa de plástico
• Água
• Caneca de porcelana
• Copo

Procedimento: 7. Depois, retira o copo de dentro da caixa


1. A primeira coisa a fazer nesta experiência é e coloca ambos num sítio seguro.
preparar uma solução saturada de alúmen de
potássio. Começa por pedir a um adulto água 8. Aguarda 2 dias e depois retira a meia do
quente: poderá ser da torneira ou aquecida no copo e compara os cristais que se formaram
micro-ondas. nos 2 copos. Notas alguma diferença?
2. Agora, coloca no copo 40 ml da água já Explicação:
quente. Tem cuidado para não te queimares. Os cristais que se formam no copo que foi ta-
Para medires este volume usa o copo de me- pado com a meia devem ser maiores do que
dição pequeno e faz duas medições de 20 ml os cristais que se formam no copo que foi ar-
cada. refecido com a água fria.

Isto acontece porque uma estrutura crista-


3. Medindo tam- lina para se formar precisa de um ambiente
bém com o copo 2x 20 ml calmo e de um arrefecimento gradual, caso
6 ml
de medição pe- contrário é muito provável que se forme um
queno, adiciona à sólido amorfo.
água 6 ml de alú-
men de potássio. Num ambiente com poucas variações, as
moléculas conseguem organizar-se para
que os seus componentes correspondam
4. Divide esta solução pelos dois copos de exatamente aos que se colocarão ao seu lado,
medição grandes. permitindo que se formem cristais maiores,
numa estrutura organizada.

5. Tapa um dos copos com a O rápido arrefecimento da solução levou


meia, tal como vês na imagem. a que se formassem pequenos cristais,
devido à impossibilidade de as moléculas se
organizarem.

28
Experiência 22 7. Agora terás de ser paciente cientista, pois o
Cristais de açúcar processo de formação de cristais pode demo-
rar dias ou semanas.
ATENÇÃO: pede ajuda a um adulto. ATENÇÃO. Quando acabares a experiên-
cia, deita fora todos os alimentos utiliza-
Material: dos durante a mesma.
• Tacho
• Colher de pau Explicação:
• Boião de vidro Enquanto os teus pauzinhos passam tempo
• Açúcar num local escuro e reservado, a água da solu-
• Água ção vai evaporando e, assim, o açúcar dissol-
• Colher vido, precipita.
• Pauzinhos de espetada
Este é um processo relativamente lento, pois
• Copo de medição grande toda a água em que dissolveste o açúcar tem
• Corante alimentar de evaporar, mas permite que se vão formando
• Pipeta de Pasteur os cristais em torno dos pauzinhos de espetada.

Procedimento:
1. Começa por adicionar ao tacho 1 copo de
medição grande cheio de água, e 2 copos de
medição grandes cheios de açúcar.

2. Pede ajuda a um adulto para que coloque o


tacho ao lume até que este levante fervura. Uti- Imagem 45. Cristais de açúcar.
liza, com muito cuidado, a colher de pau e vai Experiência 23
mexendo esta solução. Plasticina caseira

3. Quando todo o açúcar estiver dissolvido, Material:


pede a um adulto para que retire o tacho do • Farinha de trigo
lume e, com uma colher, vai adicionando mais • Taça
açúcar, até que já não o consigas dissolver mais. • Corante alimentar
• Pipeta de Pasteur
4. Podes agora adicionar um pouco de corante • Água
alimentar, usando a pipeta de Pasteur. Volta a • Óleo alimentar
mexer a solução com a colher. • Colher de chá
• Colher de sopa
5. Verte o líquido para o boião de vidro, mergu- •
lha os pauzinhos de espetada nesta solução e • Copo de medição grande
polvilha-os ainda com mais um pouco de açú- • Copo de medição pequeno
car. Deixa os pauzinhos secarem bem. • Saco de plástico hermético ou caixa de plás-
tico com tampa
6. Quando estiverem secos,
mergulha-os no líquido do Procedimento:
boião e guarda o boião num 1. Coloca na taça 10 colheres de sopa de farinha
local escuro e reservado. de trigo.

29
2. Adiciona uma colher de chá de sal à farinha Experiência 24
e mistura. Sistemas cristalinos

3. Enche o copo de medição grande com Como já te deves ter apercebido, os cristais
água e adiciona algumas gotas de corante podem ter várias formas. Estas formas variam
consoante a organização das suas moléculas
plasticina. Não te esqueças que também po- enquanto a sua estrutura está a ser criada.
des misturar cores para fazer cores diferentes. Nesta experiência, poderás construir alguns
sistemas cristalinos.
4. Coloca a água corada na taça onde está a
farinha. Material:
• Plasticina caseira (Experiência 21)
• Palitos

Procedimento:
1. Começa por fazer várias bolinhas com a plas-
ticina caseira (que preparaste na experiência 21).

5. Adiciona ainda à taça, usando o copo de Nota: se quiseres, também podes utilizar ou-
medição pequeno, 20 ml de óleo alimentar. tras plasticinas que tenhas em casa.

2. A tarefa agora é tentar recriar as formas


6.
que vês na tabela seguinte, usando as boli-
uma massa homogénea que não cole nas
nhas de plasticina e vários palitos.
mãos e que consigas moldar.
Sistema Nome Minerais Representação
cristalino comuns da estrutura

Halite
Cúbica
Pirite

Cientista, se vires que a tua


plasticina está a colar muito às Fluorite
Octaédrica
mãos, adiciona mais um pouco Diamante
de farinha. Se vires que está muito seca,
adiciona mais um pouco de água. Se es-
tiver muito quebradiça, adiciona mais
Calcite
um pouco de óleo alimentar. Tetragonal Rodocro-
sita
7.
plástico hermético ou numa taça, bem fecha
da. Este passo é muito importante para que a
plasticina mantenha as suas propriedades e-
Bipiramidal Quartzo
para que possa ser reutilizada. hexagonal Ametista
ATENÇÃO. Quando acabares a experiên-
cia, deita fora todos os alimentos utiliza-
dos durante a mesma.

30
Explicação: isto é, são estas que permitem que os cristais se
Nesta experiência recrias as descobertas de formem com uma determinada estrutura.
um importantíssimo físico e cristalógrafo
francês, Auguste Bravais. Dependendo do tipo de mineral, estas células
podem ser moléculas ou átomos. Muitas vezes
Estas descobertas permi- desenvolvem-se a partir de iões que, por serem
tiram compreender como
carregados eletricamente, se atraem mutua-
a forma dos cristais está
dependente das partí- mente.
culas individuais que os
constituem – os minerais. Por sua vez, são estas características que permi-
tem ou levam a que determinada estrutura se
forme.

Imagem 46. Auguste Bravais, um importante cientista Os minerais constituídos por


que viveu no século XIX.
iões são também chamados
Hoje em dia estão descritos 7 sistemas cris- sais, tal como os reagentes que
talinos: utilizas para realizar as experiências da
Fábrica de Cristais.
• Cúbico;
• Tetragonal;
• Ortorrômbico; Experiência 25
• Monoclínico; Como identificar os minerais?
• Triclínico;
• Hexagonal; ATENÇÃO: pede ajuda a um adulto.
• Trigonal ou romboédrico.
Material:
• Moedas
• Tesoura
• Vários tipos de pedras que encontres (exem-
plo: pedra da calçada, pedras brita, etc.)
Cúbico Hexagonal Tetragonal Trigonal ou • Caderno de apontamentos/folha
romboédrico • Pau de giz • Tabuleiro
• Molde de gesso • Caneta/lápis
Procedimento:
1. Coloca todas as tuas amostras em cima de
Otorrômbico Monoclínico Triclínico
um tabuleiro.

Imagem 47. Os 7 sistemas cristalinos. 2. Depois, cria uma tabela idêntica à que vês
Dependendo da sua composição química, os no exemplo.
cristais crescem, geralmente, através de um Outros
Nome Unha Moeda Tesoura
destes sistemas geométricos. minerais
Giz
As estruturas cristalinas são formadas por “célu-
Gesso
las primitivas” e estas são a sua unidade básica, ...

31
3. Preenche a coluna dos nomes, com o Nesta experiência realizas uma das mais comuns
nome de todos os materiais que vais testar. formas de identificação dos minerais.

4. De seguida, com a unha, tenta riscar o pri- A dureza dos minerais é medida pela “Escala
de Mohs”.
meiro material da tabela. Conseguiste fazer
um risco no material? Preenche a tabela com Esta escala mede a resistência que um determi-
SIM ou NÃO. nado mineral oferece quando se tenta retirar par-
tículas da sua superfície, isto é, quando se tenta
5. Faz o mesmo com a moeda e com a tesou- fazer um risco na sua superfície, com um material
ra. Não te esqueças de preencher a tabela. mais duro. Varia de 1 a 10, sendo que 1 é o material
menos duro da escala e 10 foi atribuído ao mais
6. Por fim, repete o procedimento, mas agora duro, neste caso, o nosso conhecido diamante.
tentando riscar os materiais uns com os ou-
tros (por exemplo, tenta riscar o giz com a pe-
dra da calçada). Se conseguires fazer a risca,
escreve na coluna “outros materiais”, o nome
do material que riscou.

7. Repete os pontos 3 a 6 para cada um dos


materiais que quiseres testar.

Cientista, acabaste
Imagem 48. A escala de Mohs.
de testar a dureza
dos minerais! Assim, através dos resultados deste teste é
possível compreender quais são os minerais
que constituem determinada rocha.
Experiência 26
Uma caixa para os teus cristais
Explicação:
Como já sabes, os minerais são substâncias ATENÇÃO: pede ajuda a um adulto.
sólidas, naturais e inorgânicas, que apresen-
tam uma estrutura cristalina e uma composi- Material:
ção química e estrutura atómica específicas e • Caixa de cartão (por exemplo, uma caixa de
bem definidas. sapatos)
Como podemos • Moldes da página 34
identificar os mine- • Cartolina de várias cores
rais? • Lápis • Tesoura
• Régua • Esponjas e/ou pincéis
• Fita-cola • Tintas guache

Procedimento:
1. Começa por preparar a caixa de sapatos.
Enfeita-a como quiseres usando as tintas
guache e as esponjas e/ou pincéis.

32
2. Pede a um adulto para imprimir a página 34. Experiência 27
Uma lupa para observar cristais
3. Recorta os moldes
com a tesoura e a aju- ATENÇÃO: pede ajuda a um adulto.
da de um adulto. Cada
molde servirá para fa- Material:
zer um compartimen- • Garrafa de plástico, limpa e vazia
to para a caixa. • Marcador
• Tesoura
4. Agora, utiliza as • Água
cartolinas, o lápis e a régua para criares novos • Pipeta de Pasteur
moldes.
Procedimento:
1. Com o marcador, desenha um círculo na
parte de cima da garrafa (parte curva).
Podes também optar por impri-
mir várias cópias da página 34 e 2. Com cuidado e com a ajuda
usares diretamente esses moldes. de um adulto, recorta o círculo
com a tesoura.
5. De seguida, mede com a régua o tamanho
dos vários retângulos do molde que estás a 3. Coloca, com a ajuda da pipeta
utilizar e desenha-os também no teu novo de Pasteur, um pouco de água
molde de cartolina. no centro do círculo de plástico
que recortaste da garrafa.
Atenção: não te esqueças das zonas de
colagem. 4. Agora é só colocares a lupa sobre um dos
teus cristais para o observares mais ao por-
6. Quando estiver dese- menor.
nhado, recorta o molde
com a tesoura. Não te 5. Sempre que quiseres utilizar a tua lupa,
esqueças de pedir aju- coloca algumas gotas de água no círculo da
da a um adulto para garrafa!
usar a tesoura.
Explicação:
7. Usa a fita-cola para colares o molde. O círculo que recortaste tem uma forma con-
vexa. Ao adicionares água, a luz que passa
8. Faz o número de moldes que pretendas co- através desta é enviada para trás (refratada)
locar na tua caixa para organizar os teus cristais. e permite criar o efeito de uma lente, o que
vai aumentar aquilo que colocares por baixo
9. Podes também Sulfato de
dele!
criar e colar etique- magnesio

tas com os nomes de


cada cristal, para te-
res uma caixa muito
organizada, como um
verdadeiro cientista.

33
9. Moldes

Área de colagem Área de colagem Área de colagem

34
30

80266_manual_a_ciencia_das_velas_cz_v7.indd 30 06/12/2018 14:25:32


31

80266_manual_a_ciencia_das_velas_cz_v7.indd 31 06/12/2018 14:25:32


ISBN 978-989-751-848-5

9 789897 518485

P10102018

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