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Escola Estadual Professor Antonio Dutra

Programa de Ensino Integral

Estudo sobre a qualidade do sono dos estudantes de uma


escola de tempo integral (Itatiba - SP) estruturada com salas
ambiente.

Laura Carvalho Regagnin e Luana Gabriela Teixeira Duarte

ITATIBA-SP

2019
Laura Carvalho Regagnin e Luana Gabriela Teixeira Duarte

Estudo sobre a qualidade do sono dos estudantes de uma


escola de tempo integral (Itatiba - SP) estruturada com salas
ambiente.

Trabalho apresentado no

Programa de Pré- Iniciação Científica

da EE Prof.° Antônio Dutra,

Programa de Ensino Integral

Orientador: Paula Vilma de Oliveira

Co-orientadora: Luciane de Fátima Bredariol

ITATIBA-SP

2019
Dedicamos esta pesquisa a todos integrantes da E.E. Prof.ª Antônio Dutra,
e especialmente ao Matheus Marcos Eloi, que deu origem a primeira
pesquisa sobre a qualidade do sono, em 2017-2018.

AGRADECIMENTOS

ii
À Professora Paula Vilma de Oliveira, pelo incentivo, orientação e correções ao
longo do projeto;

À Vice-Diretora Ângela Nunes, pela permissão da aplicação das palestras nas


aulas de Projeto de Vida;

Ao aluno Matheus Marcos Eloi que nos inspirou com sua pesquisa.

À aluna Bárbara Luz, pela ajuda na análise dos questionários;

À aluna Cássia Beatriz, pela ajuda nas ultimas palestras com os equipamentos
eletrônicos;

Aos Professores Alberto Martins, Daniel Rios e Mara Alves por dispor suas
aulas de Projeto de Vida para a aplicação dos questionários e a das palestras;

À Coordenadora Taís Cristina de Souza Lupianhez, pela permissão de expor


nas salas da escola, os cartazes referentes a qualidade de sono;

À Professora Luziana Félix, pela orientação de português, durante o


desenvolvimento do relatório do projeto;

A todos os alunos do E.E Profª Antonio Dutra que participaram dos


questionários e das palestras.

E à diretora Maria Cecília Bortoletto por sempre disponibilizar o local e dar


apoio aos alunos.

Resumo

iii
Na adolescência o sono é muito importante porque as alterações físicas,
fisiológicas e psicológicas demandam um bom processo cerebral. Assim, para
uma boa saúde, é necessário assegurar a boa qualidade do sono do indivíduo
principalmente no período da adolescência. Nesse projeto, foi investigado a
qualidade do sono dos alunos de ensino médio de uma escola de tempo integral
(E.E Prof. Antonio Dutra – Itatiba - SP) estruturada recentemente com salas
ambientes. No ano de 2018, outro projeto que abordava sobre a caracterização
do comportamento do sono entre os alunos do ensino médio integral foi
aplicado enquanto as salas eram fixas e não ambientes. O projeto atual procura
analisar se as salas ambientes mascararam a qualidade do sono dos alunos,
onde eles continuam com uma má qualidade de sono ou se obteve uma
melhora significativa. Para medir a qualidade de sono, foi utilizado o Índice da
Qualidade De Sono de Pittsburgh (PSQI) que avalia componentes como a
qualidade subjetiva do sono, latência, duração, uso de medicamento, disfunção
diurna do sono, distúrbios e eficiência habitual. O PSQI original foi adaptado
para que se encaixasse na questão-problema do projeto que envolve as salas
ambientes. Na primeira fase, foi aplicado o questionário PSQI logo após a
palestra sobre a importância do sono. Os resultados preliminares mostraram
que a porcentagem de alunos com má qualidade do sono era de 62% enquanto
38% tinha uma boa qualidade de sono. Já na segunda fase, depois de
aplicadas conscientizações como palestras e cartazes, os resultados revelaram
uma porcentagem de 65% estudantes com má qualidade de sono e 35% com
boa qualidade de sono. A sala ambiente contribui apenas para deixar os alunos
despertos, não influenciando na qualidade do sono desses indivíduos, que
embora acordados durante as aulas, não apresentam um sono de boa
qualidade.

Palavras chaves: Comportamento do sono, qualidade do sono, sala ambiente,


adolescência.

ABSCTRAT

iv
In adolescence, to sleep have major importance in growth and learning,
as well as acting on various physiological regulations in the body. The quality of
sleep should then be good enough to ensure the health of the individual. The
main objective of this project is to characterize sleep behavior among high
school students after changing of classroom structure, nowadays the students
changing their classrooms between classes, its a sharedroom. To analyze sleep
quality, 227 questionnaires were applied to high school students. The data were
analyzed using the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), which is the most
adequate to assess sleep quality by checking for subjective components,
subjective quality, latency, duration, habitual efficiency, disturbance, drug use,
and sleep dysfunction. The students in the three grades (High school grades)
were interviewed at school. The PSQI analysis is scored at Likert scale levels,
the sum of their scores results in a score that allows the classification of sleep is
good (<= 5) or poor (> 5). The results showed that 62% of the volunteers have
poor sleep quality, while 38% have good quality sleep. The firsts results served
as reforce for mobilizing awareness campaigns with the primary purpose of
alerting the community about the benefits of quality sleep and also to inform the
public about the risks of not sleeping well. After speech, the results showed that
65% of the volunteers have poor sleep quality, an increase of taxa. The
sharedroom wake up the students when force them to move through the
classes, but this is not necessarily a good sleep quality.

Key-Words: Sleep behavior. Quality of sleep. Adolescence, sharedroom.


.

SUMÁRIO

v
Resumo..................................................................................................... iv

Abstracts.................................................................................................... v

Introdução.................................................................................................. 1

Capítulo 1: Definição do sono, sua relevância para o ser humano e suas


etapas.......................................................................................................
2

Capítulo 2: A importância do sono na adolescência................................ 3

Capítulo 3: Metodologia........................................................................... 4

Capítulo 4: Resultados............................................................................ 6

Capítulo 5: Discussão............................................................................. 8

Capítulo 6: Conclusão............................................................................. 9

Referências............................................................................................. 10

Anexo A................................................................................................... 11

Anexo B................................................................................................... 12

Anexo C................................................................................................... 14

vi
Introdução

A importância do sono de qualidade está diretamente ligada a


manutenção da saúde física e cognitiva. Nosso cérebro realiza durante o sono
processos neurobiológicos, como por exemplo, o fortalecimento do sistema
imunológico, secreção e liberação de hormônios, consolidação da memória
entre outros, que são funções fisiológicas de valor vital para funcionamento
correto do organismo. (BERTOLAZZI, 2008).

Quando o indivíduo não dorme horas suficientes para que seu corpo
realize processos cerebrais necessários, as funções fisiológicas não
conseguem suprir as necessidades do cotidiano, trazendo grandes males para
a saúde. Assim, a má disposição em tarefas do dia a dia, falta de consolidação
da memória, menor desempenho físico-mental e aumento na frequência de dor
de cabeça afetam a saúde física, mental e cognitiva do mesmo.

Na adolescência o sono é muito importante porque as alterações físicas,


fisiológicas e psicológicas demandam um bom processamento cerebral. Ao
ingressar na puberdade, as alterações hormonais fazem com que a melatonina
produzida pela glândula pineal e envolvida no ciclo do sono passe a ter seu pico
de excreção mais tarde, atrasando a sensação de sono e o despertar (DEL
CIAMPO, 2019). Se o adolescente não dorme de maneira adequada, diversos
prejuízos podem aparecer tanto para sua saúde quanto para sua vida
acadêmica, levando ao mau desempenho nas atividades, raciocínio lento,
queixas de sonolência nas aulas etc. (DEL CIAMPO et al, 2017).

A ideia de pesquisar sobre a qualidade do sono na escola surgiu devido


ao projeto de um colega que já havia demonstrado uma qualidade de sono ruim
na escola (ELOI et al, 2019). No entanto, na época do trabalho dele, as turmas
passavam as nove aulas do dia numa mesma sala, neste ano, a escola voltou a
adotar as salas ambiente com a troca constante de sala a cada aula por parte
dos alunos. Aparentemente, os alunos se queixam menos de sono durante as
aulas, mas apesar disso é importante questionar como está a qualidade do
sono dos alunos porque essa dinâmica de troca de salas pode estar
simplesmente mascarando uma qualidade de sono ruim.

Os objetivos desse projeto são: a) caracterizar o comportamento do sono


entre os jovens por meio de aplicação de questionário e análise do Índice da
Qualidade de Sono de Pittsburgh (PSQI); b) Analisar se a divulgação por
cartazes e palestras sobre a importância do sono afetou os hábitos dos alunos
em relação à sua qualidade de sono e: c) verificar se a qualidade do sono
melhorou após a implantação das salas ambiente.

Capítulo 1: Definição do sono, sua relevância para o ser humano e suas


etapas
1
O sono é um processo fisiológico complexo e natural, que se desenvolve
de forma distinta dentre os seres vivos. No ser humano, ele ocupa cerca de um
terço da vida total do indivíduo, atuando principalmente na manutenção
hormonal do corpo humano, qualidade de humor consolidação da memória e
saúde física, assim mantendo o equilíbrio de uma vida saudável
psicologicamente e fisicamente. (LOPES et al, 2019).

O ciclo do sono é divisível em duas fases, NREM (Não-Movimento rápido


Ocular) e REM (Movimento rápido ocular), onde mantem a média de 70
minutos a 110 minutos em cada ciclo NREM-REM, repetindo 4 à 6 vezes
durante uma noite de sono, variando diante a quantidade de horas dormidas.
Durante o período NREM ocorre o relaxamento muscular com manutenção do
tônus, progressiva redução de movimentoa corporais ausência de movimentoa
oculares rápidos e respiração regulares; já durante o REM o processo de atonia
muscular ou hipotonia, movimento oculares rápidos, movimento fasicoa e
multifocais, sonhos e respiração irregular. (SILVA, 1999).

A necessidade da presença destes ciclos completos no cotidiano


humano é vital, nela é formada a concepção de boa ou má qualidade do sono,
onde sua interrupção ou sua privação pode acarretar vários problemas de
saúde tanto psicológica quanto física, como é visto em diversos experimentos
realizado pelo mundo cientifico que, busca saciar a curiosidade por trás da
complexidade do cérebro humano. Diante deste tema, são efetuadas
experiências como a feita pela Universidade de Chicago (EUA), onde onze
pessoas, com idades similares a 18 a 27 anos ao serem privadas durante uma
semana de noites de sono corretas, dormindo somente 4 horas, das quais
deveriam ser 8 horas de sono para um bom sono; apresentaram problemas
correspondentes a pessoas de 60 anos e níveis de insulina semelhantes a
portadores de diabetes, e diante estas experiências e possível vem a
importância de uma boa noite de sono. (BOMFIM, 2019).

A importância da qualidade do sono e da conclusão dos ciclos de sono,


ainda é uma questão desvalorizada pela sociedade. Apesar da sua importância
e seu impacto na vida cotidiana humana, a ignorância em seu respeito
prevalece, tendo assim um público mais apto a ter problemas de saúde tanto
físicas quanto psicológicas.

Capítulo 2: A importância do sono na adolescência.

2
Na adolescência o sono é muito importante porque as alterações físicas,
fisiológicas e psicológicas demandam um bom processamento cerebral. Ao
ingressar na puberdade, as alterações hormonais fazem com que a melatonina
produzida pela glândula pineal e envolvida no ciclo do sono passe a ter seu
pico de excreção mais tarde, atrasando a sensação de sono e o despertar (DEL
CIAMPO,2019).

Se o adolescente não dorme de maneira adequada diversos prejuízos


podem aparecer tanto para sua saúde quanto para sua vida acadêmica. Entre
eles podem ser citados o mau desempenho nas atividades do dia seguinte,
ansiedade, baixa auto estima, sonolência, flutuações do humor, raciocínio lento,
fragmentação da memória e predisposição a acidentes (DEL CIAMPO et al,
2017).

Além de alterações hormonais, fisiológicas e pessoais, alterações sociais


também contribuem para má hábitos de sono entre adolescentes. Afazeres em
casa, trabalho após o horário escolar, relacionamentos etc, desregulam o
hábito de dormir. O sono vigília, ritmo circadiano que vai se ajustando ao ciclo
dia-noite, tem grandes variações devido as necessidades da semana e ao
hábito de dormir mais tardes no fim de semana como meio de compensação
chamado
‘’oversleeping’’, esse fenômeno contribui para uma ruptura no ritmo circadiano e
em períodos reduzidos de alerta durante o dia. (DEL CIAMPO et al, 2017).

Em uma pesquisa no E. E. Prof Antonio Dutra escola de tempo integral


em Itatiba, revelou que 81% dos alunos tinham má qualidade de sono (ELOI, et
al, 2019). Para levantar os dados, foi utilizado o Índice de Qualidade de Sono
de Pittsburgh (PSQI) onde foram levantados componentes como a qualidade
subjetiva do sono, latência, duração, distúrbios, uso de medicamentos,
disfunção diurna e eficiência habitual (ELOI, et al, 2019). Depois da
conscientização para melhorar a qualidade do sono, ao ser reaplicado o
questionário, ouve uma queda de 20% na má qualidade inicial. Apesar de uma
queda significativa na má qualidade, grande partes do alunos sofrem na hora
de dormir, o que é nítidamente percebido em sala de aula, sendo assim
extremamente preocupante sua qualidade de sono.A falta de um bom sono,
atrapalha o rendimento escolar, a saúde e outros fatores importantes na vida do
ser humano pois priva a possibilidade das sinapses – ligações entre neurônios-
de ‘’descansarem’’, já que as mesmas são estimuladas em grande nível quando
estamos acordados.(LOUZADA, 2019).

Capítulo 3: Metodologia
3
3.1: Índice de Qualidade do Sono - PSQI

Criado por Buysse (1988), traduzido e validado por Bertolazi (2008), o PSQI é
um questionário que avalia com 19 questões a qualidade de sono do indíviduo.
No instrumento original são abordados sete componentes para ser analisados
com uma pontuação global:

a) Componente 1: Qualidade subjetiva do sono (Como o indivíduo entrevistado


considera seu próprio sono).

b) Componente 2: Eficiência do sono (Quão funcional é o sono)

c) Componente 3: Duração do sono (O tempo que o indivíduo dorme no


período noturno)

d) Componente 4: Distúrbios do sono (Comportamentos incomuns quando o


indivíduo está dormindo)

e) Componente 5: Disfunção Diurna do sono (Sensação de cansaço ou sono


durante o dia)

f) Componente 6: Latência do sono (Tempo entre o horário na cama e o início


do sono)

g) Componente 7: O prejuízo de recursos farmacológicos para dormir (Uso de


medicamentos, tanto prescritos quanto por conta própria para poder dormir).

Na pontuação, é avaliado de 0 a 3, onde 3 é extremamente ruim (variação de 0


a 21 pontos). Contagens até 5 na variação de 0 a 21 pontos caracterizam boa
qualidade de sono e maiores que 5 indicam uma má qualidade de sono.
Algumas alterações e adaptações no questionário original, para que se encaixe
na pesquisa feita, não interfere no resultado final, que avalia a boa e má
qualidade de sono.

3.2: Etapas de aplicação do questionário

Etapa 1: Aplicação de questionários aos indivíduos alvo da pesquisa e análise


em conjunto sobre o sono:

Uma palestra explicativa para cada turma abordou os conceitos de:


sono, fatores envolvidos na privação do sono, conscientização de como seria
aplicado os questionários e dicas de como melhorar a qualidade de sono. As
palestras foram dadas nas aulas de Projeto de Vida, disciplina complementar
na escola de tempo integral E.E Antônio Dutra, Além das aulas de Projeto de
vida, foram utilizadas aulas de geografia, dadas pela professora Mara e de
biologia, ministradas pela orientadora do projeto (ANEXO A).

Etapa 2: Meios de conscientização no cotidiano:

4
Entre a semana de palestras e a aplicação do segundo questionário,
foram colados cartazes na sala de aula em lugares que chamassem atenção do
público alvo. Nesses cartazes, eram abordadas dicas para melhorar a
qualidade de sono dos indivíduos (ANEXO B). O objetivo era que os alunos
lembrassem regularmente das informações dadas na apresentação, levando
assim, a praticar meios de melhorar seu sono a noite.

Etapa 3: Análise de dados

Os dados foram analisados com estatística descritiva simples para


demonstração dos resultados e teste t de Student para comparação do antes e
depois das intervenções (palestras e cartazes).

Etapa 4: Nova aplicação dos questionários

Foi feita a reaplicação dos questionários para analisar se depois dos


meios de conscientização -palestras e cartazes- os alunos melhoraram sua
qualidade de sono. O questionário foi alterado de maneira a levantar respostas
referentes a influência das palestras e da sala ambiente na qualidade de sono
do estudante (ANEXO C).

Etapa 5: Análise e levantamento de dados  


Após a reaplicação do questionário, foram levantados dados sobre a
qualidade de sono dos estudantes utilizando estatística descritiva simples. 

Capítulo 4: Resultados

5
Inicialmente foram analisados 227 questionários, aplicados nas três
séries: primeiros, segundos e terceiros anos do ensino médio. O gráfico 1
mostra os primeiros resultados do questionário PSQI em relação à qualidade do
sono: 62% dos alunos apresentam má qualidade do sono, enquanto 38% tem
uma boa qualidade de sono.
GRÁFICO 1: Análise da qualidade do sono dos
alunos da E.E. Profº Antonio Dutra antes das
palestras de sensibilização.

38%

Má qualidade do sono
62%
Boa qualidade do sono

Na segunda aplicação foram avaliados 156 questionários demonstrando


que, apesar de 48% dos alunos se preocuparem com o comportamento de
sono, devido as informações dadas durante as palestras e nos cartazes, não
houve grande alterações nos hábitos de dormir (GRÁFICO 2) e, logo obtivemos
que a qualidade de sono ruim aumentou de 62% para 65% (GRÁFICO 3) o que
reforça a fala dos estudantes em não alterar seus hábitos mesmo sabendo da
importância de uma boa qualidade de sono.

GRÁFICO 2: A importância da palestras sobre a qualidade do Em


sono para os alunos da E. E. Profº Antonio Dutra.
relação às
queixas de
sono,
somente 30%
23% dos alunos
sentem muito
sono durante
48% 29% as aulas e
26%
Não pensei no assunto. interrompem
Prestei mais atenção nos meus essa
hábitos de dormir após a sensação na
palestra.
troca de
Me preocupei, mas não alterei salas entre
meus hábitos de sono. as aulas

6
(GRÁFICO 4) reforçando a importância das salas ambientes para manter o
aluno desperto, embora a sensação de muito ou pouco sono não esteja
relacionada com uma boa ou má qualidade de sono.

Gráfico 4: Relato da sensação de sono durante as aulas

26%
30%

Sentem muito sono durante as


aulas
Sentem pouco ou nenhum sono
durante as aulas
44% Interrompem a sensação de sono
na troca de aulas

Capítulo 5: Discussão.

De acordo com Eloi et al (2019), uma palestra sobre o sono fez diferença
na qualidade do sono dos alunos, reduzindo o índice de má qualidade em 20%.
Por outro lado, neste trabalho, esse índice subiu após a palestra. Neste caso, a
série pode ter sido relevante para explicar os dados analisados, porque a
qualidade dos estudantes do primeiro ano representa 38% do total de dados da
má qualidade de sono, talvez por ter sido a primeira vez que tenham tido
informações sobre o assunto ou por já chegarem ao ensino médio com maus
hábitos de sono. Já os dados dos alunos do terceiro ano, que participaram do
estudo no ano anterior, mostram aumento da qualidade de sono ruim em 21%,
mas pode ser explicado pela intensificação dos estudos devido a proximidade
do ENEM e outros vestibulares.

Apesar de conscientes sobre o assunto, a escolha de não cuidar do


comportamento de sono prevaleceu nas análises. As palestras e cartazes não
produziram efeito desejado nos avaliados, que segundo Andersen (2008)
deveriam ter 8 a 9 horas de sono para um bom funcionamento do organismo.

Assim como, nos artigos pesquisados (DELCIAMPO, 2019;


BERTOLAZZI, 2008) há vários fatores que concorrem para o comportamento do
sono do adolescente como: excreção hormonal , rotina semanal, atividades

7
praticadas, ambiente de sono e entre outras. Isso sugeri que mais pesquisas
podem complementar os estudos do PSQI, para avaliar as causas má qualidade
do sono entre os alunos.

No entanto, o próprio PSQI já indica a grande variedade de componentes


que interferem na qualidade do sono do indivíduo (BERTOLAZZI, 2008). Neste
estudo, foi possível verificar que estar desperto não significa ter uma qualidade
de sono boa. Em função da movimentação estimulada pelas salas ambiente na
escola, os alunos passam o dia sem queixas de sonolência, o que leva à
dedução errônea de que sua qualidade de sono seja boa, o que foi refutado
pelos dados, então a movimentação só mascara a má qualidade de sono, o que
demonstra que a preocupação com o tema deve ser contínua para melhorar a
qualidade de vida dos estudantes.

Capítulo 6: Conclusão.

A qualidade de sono foi caracterizada como ruim (65%) de acordo com o


PSQI, apesar das intervenções apresentadas para os estudantes, tais como:
palestras referentes a importância do sono e cartazes sobre o tema.

A série pode ser um fator que interfere nos resultados porque 38% da má
qualidade de sono total está nos alunos dos primeiros anos. Já os alunos dos
terceiros anos, com 21% da má qualidade de sono total, podem sofrer a
interferência da intensificação dos estudos devido a proximidade do ENEM e
outros vestibulares.

Apesar da preocupação como a qualidade do sono ter atingido 48% dos


alunos, só a informação não foi o suficiente para os mesmos mudarem seus
hábitos o que sugere a uma necessidade de outras medidas para que haja
mudança efetiva de hábitos.

Por outro lado, a sensação de sonolência não é um fator decisivo sobre a


qualidade de sono, porque o índice de má qualidade de sono é maior que a
queixa de sensação de muita sonolência durante as aulas.

8
A estrutura de sala ambiente no espaço escolar, mantem os alunos
despertos e intervém na sensação de sonolência dos mesmos devido a
constante movimentação entre aulas, porém isso mascara a qualidade subjetiva
do sono do indivíduo que acredita que, por não sentir sono, está dormindo como
deveria, os dados mostram que não sentir sono durante o dia não significa ter
boa qualidade de sono.

Sendo assim, a qualidade de sono dos alunos deve continuar sendo uma
preocupação para a promoção da saúde e da qualidade de vida dos estudantes
e para combater a má qualidade de sono dos alunos, é necessário ampliar
ainda mais a discussão desse tema na escola com a adoção de projetos
específicos sobre importância do sono no ambiente escolar e na comunidade.

Referências

BERTOLAZZI, A.N. Tradução, adaptação cultural e validação de dois


instrumentos de avaliação do sono. 2008. Tese de Mestrado (Pós-graduação
em Medicina) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS.

BOMFIM, M. A. G. A importância do sono e as principais interferências.


Disponível em: < https://www.abcdasaude.com.br/odontologia/a-importancia-
dosono-e-as-principais-interferencias>. Acesso em setembro 2019.

DEL CIAMPO, L. A.; LOURO, A. L.; DEL CIAMPO, I. R. L. e FERRAZ, I. S.


Características de hábitos de sono entre adolescentes da cidade de Ribeirão
Preto (SP). J Hum Growth Dev. v. 27, n. 3, p. 307-314, 2017. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v27n3/pt_08.pdf>.Acesso em: setembro
2019.
DEL CIAMPO, L. A.. O sono na adolescência. Disponível em: <
http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=317>. Acesso em
20 de agosto de 2019.
ELOI, M. M.; OLIVEIRA, P. V.; CHIQUETTO, A. A. P. Caracterização do
comportamento do sono entre os alunos do ensino médio integral. Esse sono é

9
algo para se preocupar? In: Resumos FEIRA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS E
ENGENHARIA - FEBRACE 2019, SÃO PAULO: EPUSP, 2019, p. 127.

LOPES, W. S.; FAUSTINO, M. A.; LEAL, A. B.; INOCENTE, N. J. Sono: um


fenômeno fisiológico. Disponível em: <http://biblioteca.univap.br/
dados/INIC/cd/inic/ IC4%20anais/IC4-15OK>. Acesso em: agosto 2019.

LOUZADA, Fernando. Memória, sono e aprendizagem dos adolescentes.


Disponível em :< http://info.geekie.com.br/sono-e-aprendizagem/ >. Acesso em
maio 2017.

SILVA, R. S. Introdução ao Estagiamento do Sono Humano. Brazilian Journal


of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, v. 2, n. 3, p. 187-199, 1996.

ANEXO A: Questionário do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh


(PSQI), modificado, (1ª aplicação).

10
ANEXO B: Imagens referentes aos cartazes sobre qualidade de sono
espalhados pela escola.

11
12
13
ANEXO C: Questionário do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh
(PSQI), modificado (2ª aplicação).

14

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