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Modelo de impresso para o POP

Procedimento MAI - POP nº 07 Data: 27/03/2020


Logotipo da Operacional Revisão: 00
Instituição Padrão de Data da próxima
Enfermagem revisão: Pág. ____
____/____/____
Elaboração: Beatriz Ospedale, Camila Bueno de Oliveira, Gisele Bonifácio Lemes, Leticia
Antunes Rodrigues e Nicole Trevisan Soares

Validação: Prof.ª Raquel Aparecida de Oliveira

Preparo e Administração de Medicamentos: IM- SC- Hipodermóclise e ID

Responsável pela Responsável pela execução Tempo médio para


Prescrição execução
Enfermeiro Enfermeiro, técnico e 10 minutos
auxiliar de enfermagem

1. Objetivo
Tem como objetivo reforçar o conhecimento técnico e científico sobre administração de
medicamentos, nas seguintes vias: intramuscular, subcutânea, hipodermóclise e
intradérmica. Além disso, visa salientar o uso seguro e consciente de medicamentos pelos
profissionais de Enfermagem, sobretudo no seu preparo e administração, privilegiando a
Segurança do Paciente.
2. Abrangência
Profissionais da equipe de enfermagem que prestam assistência em ambientes públicos ou
privados.
3. Exigência e justificativa
Parecer COREN-SP 031/2014 salienta que na hipodermóclise, tanto a punção quanto a
administração de fluidos prescritos, podem ser realizadas por membros da equipe de
enfermagem (Enfermeiro, Técnico e Auxiliar de Enfermagem), desde que o profissional seja
treinado, capacitado e suas habilidades constantemente validadas por meio da educação
permanente.
Além do Enfermeiro, o Técnico e o Auxiliar de Enfermagem podem realizar injeções IM,
segundo prescrição medicamentosa válida, sendo que o Técnico e o Auxiliar de
Enfermagem o podem fazê-lo somente sob orientação e supervisão do Enfermeiro,
conforme artigo 15 da Lei n° 7.498/86 (BRASIL 1986).
O Código de Ética dos profissionais de Enfermagem traz questões que visam a atuação
frente à execução do preparo e da administração de medicamentos, segundo a resolução
COFEN 567/2017.
4. Abreviações
Vias Intramuscular (IM), Subcutânea (SC) e Intradérmica (ID)
5. Definição
Injeção é definida como “um procedimento em que uma substância é introduzida e
depositada por meio de uma agulha estéril nos tecidos corpóreos, geralmente na derme, no
tecido cutâneo, no músculo, ou diretamente na corrente sanguínea” (OLIVEIRA;
TAKAHASHI; ARAÚJO, 2008).
Injeção pela via Intramuscular é a aplicação de medicamento no tecido muscular, devendo-
se levar em conta a massa muscular suficientemente grande para absorver o medicamento,
espessura do tecido adiposo, idade do paciente, irritabilidade da droga e distância em
relação a vasos e nervos importantes, na escolha do local para a aplicação.
Injeção pela via subcutânea é a aplicação de medicamento no tecido subcutâneo, permitindo
absorver o medicamento de modo constante. Injeção pela via intradérmica É a introdução de
medicação diretamente na derme, por meio de punção, normalmente realizada para testes
de hipersensibilidade e teste de PPD (prova da tuberculina).
A hipodermóclise é definida como a infusão de fluidos no tecido subcutâneo. Essa infusão
permite a correção rápida de desiquilíbrio hidroeletrolítico, sendo método efetivo de
hidratação para pacientes que apresentam inadequada ingesta oral e desidratação
consequente à situações como a redução da sede no idoso, a anorexia, a dificuldade de
deglutição, a confusão e a agitação e também na tentativa sem sucesso de hidratação por
sondagem enteral. O mecanismo de infusão na hipodermóclise consiste na administração
lenta de soluções no espaço subcutâneo, sendo o fluido transferido para a circulação
sanguínea por ação combinada entre a difusão de fluidos e a perfusão tecidual (ARIZON et
al., 2004; REMINGTON; HULTMAN, 2007).
6. POP (s) relacionado (s)
- Lavagem das mãos
- Descarte de materiais
7. Procedimentos
Via intramuscular:
-Administrar por via IM medicamentos que não podem ser absorvidos diretamente pela
mucosa gástrica e para obter ação mais rápida que a VO.
Materiais:
-Medicamento prescrito;
-Bandeja;
-Diluente para o medicamento (se necessário);
-Luvas de procedimento;
-Seringa;
-Agulha de 40mm x 1,2mm (aspiração);
-Agulha para aplicação de IM: paciente magro (25mm x 0,8mm), eutrófico (30mm x 0,8mm),
obeso (40mm x 0,8);
-Bolas de algodão;
-Álcool 70%;
Procedimento:
Preparo
1. Ler atentamente a prescrição
2. Higienizar as mãos
3. Fazer a desinfecção da bandeja com álcool a 70%
4.Reunir todo o material em uma bandeja
5.Fazer a desinfecção do frasco/ampola com algodão embebido em álcool a 70%
6.Conectar a agulha (40 mm × 1,2 mm) na seringa
7.Fazer a reconstituição do medicamento (S/N)
8.Aspirar o conteúdo do frasco/ampola
9.Retirar o ar da seringa
10.Desconectar agulha (sem reencapá-la e com cuidado para não ferir-se) e descartar em
recipiente adequado para perfurocortantes
11. Conectar agulha para aplicação
12.Colocar o medicamento preparado na bandeja
Administração
-Higienizar as mãos
-Conferir o nome do paciente, se apresentar, orientar sobre o medicamento que será
administrado (nome do medicamento e via de administração).
-Verifique se o paciente está portando a pulseira de alergia
-Escolher o local de aplicação (musculo deltoide, região dorsoglútea, ventroglútea e vasto
lateral da coxa)
-Colocar o paciente na posição mais adequada ao procedimento
-Calçar as luvas de procedimento
-Expor a área e delimite o local de aplicação
-Realizar a antissepsia do local com o algodão embebido em álcool a 70%, em um único
sentido e direção, e espere secar
-Retirar a proteção da agulha
-Pinçar a pele e o músculo do local selecionado com os dedos indicador e polegar da mão
oposta à que segura a seringa
-Inserir a agulha a um ângulo de 90° em relação ao músculo
-Tracionar suavemente o êmbolo da seringa para certificar-se de que não há retorno
sanguíneo
-Injetar lentamente o conteúdo da seringa, empurrando o êmbolo com a mão oposta à que
segura a seringa
-Retire a seringa/agulha com um único movimento
-Comprimir levemente o local com algodão seco, sem massagear, até que se conclua a
hemostasia.
-Recolher o material, retirar as luvas de procedimento e descartar materiais apropriadamente
-Higienizar as mãos
-Fazer as anotações
Via subcutânea:
Materiais:
-Medicamento prescrito:
-Bandeja;
-Luvas de procedimento;
-Agulha 13mm x 0,45mm
-Seringa de 1ml;
-Bolas de algodão;
-Álcool a 70%;
-Etiqueta ou fita adesiva.
Preparo:
Aplicam-se os mesmos passos ( de 1 a 12) da administração IM, observando-se que a
agulha de aspiração e administração neste caso ( SC) é a 13mm x 0,45mm.
Administração
-Higienizar as mãos
-Conferir o nome do paciente, se apresentar, orientar sobre o medicamento que será
administrado (nome do medicamento e via de administração).
-Verifique se o paciente está portando a pulseira de alergia
-Escolher a região de aplicação; os locais mais apropriados são: face externa e posterior do
braço, abdome, face lateral da coxa e região infraescapuar. Esses locais devem ser
alternados;
-Colocar o paciente na posição mais adequada ao procedimento
-Calçar as luvas de procedimento
-Expor a área e delimite o local de aplicação
-O volume máximo a ser administrado é 1ml;
-Realizar a antissepsia do local com o algodão embebido em álcool a 70%, em um único
sentido e direção, e espere secar
-Retirar a proteção da agulha
- Pinçar a pele do local escolhido com os dedos indicador e polegar, da mão oposta a que
segura a seringa;
-Introduzir a agulha na pele, fazendo um ângulo de 90° (ou de 45° em crianças ou pacientes
adultos muito magros)
-Tracionar suavemente o êmbolo da seringa para certificar-se de que não há retorno
sanguíneo
-Soltar a pele e injetar o medicamento, empurrando lentamente o êmbolo
-Retirar a seringa/agulha com um movimento rápido e único
-Não deve ser realizado massagem no local para não diminuir o tempo de absorção do
fármaco.
-Aplicar pouca pressão no local da aplicação, com uma bola de algodão seco
-Recolher o material, retirar as luvas de procedimento e descartar materiais apropriadamente
-Higienizar as mãos
-Fazer as anotações
Via intradérmica:
-Utilizada para testes de hipersensibilidade e teste de PPD (para prova tuberculina).
Materiais:
-Medicamento prescrito;
-Bandeja;
-Luvas de procedimento;
-Agulhas 13mm x 0,45mm;
-Seringa de 1ml;
-Bolas de algodão;
-Álcool 70%;
-Etiqueta ou fita adesiva.
Preparo
Aplicam-se os mesmos passos (de 1 a 12) da administração IM, observando-se que a
agulha de aspiração e administração neste caso ( ID) é a 13mm x 0,45mm.
Administração:
-Higienizar as mãos
-Conferir o nome do paciente, se apresentar, orientar sobre o medicamento que será
administrado (nome do medicamento e via de administração).
-Verifique se o paciente está portando a pulseira de alergia
-Administrar um volume máximo de 0,1 a 0,5ml. Os locais mais apropriados para aplicação
são a face anterior do antebraço e a região subescapular;
-Colocar o paciente na posição mais adequada ao procedimento
-Calçar as luvas de procedimento
-Expor a área e delimite o local de aplicação
- Retirar a proteção da agulha
-Esticar a pele do local de aplicação usando os dedos indicador e polegar da mão oposta à
que segura a seringa
-Com o bisel da agulha voltado para cima e fazendo um ângulo de 15° em relação à
superfície da pele, introduza a agulha por aproximadamente 3 mm (somente o bisel)
abaixo da epiderme, com um movimento delicado, porém firme
-Injetar o medicamento, empurrando o êmbolo com a mão oposta à que segura a seringa, e
observe a formação de uma pápula
-Não friccione o local da pápula com algodão nem com outro material

-Orientar o paciente a não coçar nem esfregar o local


-Recolher o material, retirar as luvas de procedimento e descartar materiais apropriadamente
-Higienizar as mãos
-Fazer as anotações
Hipodermóclise
Materiais
-Solução preparada para ser instalada (soro, medicamentos);
- Equipo com dosador (ml/hora);
- Solução antisséptica;
-Gaze;
-Luva de procedimento;
-Scalps 25 ou 27 (tipo butterfly) ou catéter intravenoso periférico;
-Seringas de 3 ml;
-Soro fisiológico 0,9% 1 ml;
- Filme transparente.
Procedimento
1. Explicar ao paciente e familiar sobre o procedimento;
2. Lavar as mãos;
3. Calçar as luvas;
4. Escolher o local da punção com maior tecido adiposo e que proporciona a melhor
mobilidade do paciente, as principais regiões são: deltóide, anterior do tórax, escapular,
abdominal e face lateral da coxa.
5. Fazer antissepsia da pele com clorohexedine alcoólico;
6. Fazer a “prega” subcutânea;
7. Introduzir o scalp num ângulo de 30° a 45° (a agulha deve estar solta no subcutâneo);
8. Aspirar para verificar a ausência de sangue (retorno);
9. Administrar 1ml de SF 0,9% e verificar se há extravasamento intradérmico;
10. Fixar o scalp com o filme transparente;
11. Aplicar o medicamento ou conectar o scalp ao equipo da solução;
12. Datar e identificar a fixação (calibre do dispositivo, medicação utilizada e o responsável);
13. Descartar as luvas;
14. Lavar as mãos;
15. Realizar o rodízio do local da punção: 5 dias, respeitando distância de 5 cm da antiga
punção.
Observações
Antes de qualquer procedimento de preparo e administração de medicamentos, é necessário
se atentar a leitura da prescrição medicamentosa, identificação do produto a ser injetado
(apresentação, dose e validade), escolha do material adequado (seringas, agulhas, luvas,
algodão e álcool), definição do local da injeção, habilidade técnica para realização do
procedimento e seguimento das normas de biossegurança, começando pela lavagem das
mãos (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2007; OLIVEIRA;
TAKAHASHI; ARAÚJO, 2008).
Depois dos procedimentos, fazer as anotações de enfermagem em impresso próprio,
informando o horário, o medicamento, a dose, a via (IM) e o local (parte do corpo) em que
foi realizada a aplicação IM, e qualquer intercorrência (reações, queixas etc.). Assine e
carimbe as anotações.
A prescrição médica é um documento com valor legal que não pode ser rasurada e deve
estar bem especificada. No hospital, tem uma validade de 24 horas.
Os 11 certos para a Segurança do Paciente incluem: 1. PACIENTE CERTO 2. MEDICAMENTO CERTO
3. HORA CERTA 4. VIA CERTA 5. DOSE CERTA 6. TEMPO CERTO 7. VALIDADE 8. ABORDAGEM 9. REGISTRO
ADEQUADO 10. ORIENTAÇÃO 11.ARMAZENAMENTO

A assepsia com álcool 70% na via ID não é indicada por evitar uma possível interação com o
líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado
muito próximo da epiderme.

8. Referências (citação ABNT)


BRASIL. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício
da Enfermagem e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília, DF, 26 jun. 1986. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil
_03/leis/L7498.htm
Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC nº 45, de 12 de março
2003. Dispõe sobre o regulamento técnico de boas práticas de utilização das soluções
parenterais (SP) em serviços de saúde. Diário Oficial da União. 13 mar. 2003; Seção
1:45-7.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Terapia subcutânea no câncer
avançado. Instituto Nacional de Câncer. Rio de Janeiro: INCA, 2009. 32p. Série Cuidados
Paliativos.
Brasil. Ministério da Saúde. Capacitação de pessoal em sala de vacinação. Manual do
treinando. Funasa, 2001. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/funasa/salavac_treinando_completo.pdf
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo ( COREN-SP). Parecer 031/2012. Ementa
sobre punção e administração de fluídos na hipodermóclise.
CARMAGNANI MIS [et al]. Procedimentos de enfermagem: guia prático. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara koogan, 2019. Cap 16, preparo e administração de medicamentos.
Disponível em
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527731874/epubcfi/
6/64[;vnd.vst.idref=chapter16]!/4/2222/2[vst-image-button-854214]@0:61.9>

Aprovação/ Serviço Enfermagem: Enf. Assinatura:

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