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1. Objetivo
Tem como objetivo reforçar o conhecimento técnico e científico sobre administração de
medicamentos, nas seguintes vias: intramuscular, subcutânea, hipodermóclise e
intradérmica. Além disso, visa salientar o uso seguro e consciente de medicamentos pelos
profissionais de Enfermagem, sobretudo no seu preparo e administração, privilegiando a
Segurança do Paciente.
2. Abrangência
Profissionais da equipe de enfermagem que prestam assistência em ambientes públicos ou
privados.
3. Exigência e justificativa
Parecer COREN-SP 031/2014 salienta que na hipodermóclise, tanto a punção quanto a
administração de fluidos prescritos, podem ser realizadas por membros da equipe de
enfermagem (Enfermeiro, Técnico e Auxiliar de Enfermagem), desde que o profissional seja
treinado, capacitado e suas habilidades constantemente validadas por meio da educação
permanente.
Além do Enfermeiro, o Técnico e o Auxiliar de Enfermagem podem realizar injeções IM,
segundo prescrição medicamentosa válida, sendo que o Técnico e o Auxiliar de
Enfermagem o podem fazê-lo somente sob orientação e supervisão do Enfermeiro,
conforme artigo 15 da Lei n° 7.498/86 (BRASIL 1986).
O Código de Ética dos profissionais de Enfermagem traz questões que visam a atuação
frente à execução do preparo e da administração de medicamentos, segundo a resolução
COFEN 567/2017.
4. Abreviações
Vias Intramuscular (IM), Subcutânea (SC) e Intradérmica (ID)
5. Definição
Injeção é definida como “um procedimento em que uma substância é introduzida e
depositada por meio de uma agulha estéril nos tecidos corpóreos, geralmente na derme, no
tecido cutâneo, no músculo, ou diretamente na corrente sanguínea” (OLIVEIRA;
TAKAHASHI; ARAÚJO, 2008).
Injeção pela via Intramuscular é a aplicação de medicamento no tecido muscular, devendo-
se levar em conta a massa muscular suficientemente grande para absorver o medicamento,
espessura do tecido adiposo, idade do paciente, irritabilidade da droga e distância em
relação a vasos e nervos importantes, na escolha do local para a aplicação.
Injeção pela via subcutânea é a aplicação de medicamento no tecido subcutâneo, permitindo
absorver o medicamento de modo constante. Injeção pela via intradérmica É a introdução de
medicação diretamente na derme, por meio de punção, normalmente realizada para testes
de hipersensibilidade e teste de PPD (prova da tuberculina).
A hipodermóclise é definida como a infusão de fluidos no tecido subcutâneo. Essa infusão
permite a correção rápida de desiquilíbrio hidroeletrolítico, sendo método efetivo de
hidratação para pacientes que apresentam inadequada ingesta oral e desidratação
consequente à situações como a redução da sede no idoso, a anorexia, a dificuldade de
deglutição, a confusão e a agitação e também na tentativa sem sucesso de hidratação por
sondagem enteral. O mecanismo de infusão na hipodermóclise consiste na administração
lenta de soluções no espaço subcutâneo, sendo o fluido transferido para a circulação
sanguínea por ação combinada entre a difusão de fluidos e a perfusão tecidual (ARIZON et
al., 2004; REMINGTON; HULTMAN, 2007).
6. POP (s) relacionado (s)
- Lavagem das mãos
- Descarte de materiais
7. Procedimentos
Via intramuscular:
-Administrar por via IM medicamentos que não podem ser absorvidos diretamente pela
mucosa gástrica e para obter ação mais rápida que a VO.
Materiais:
-Medicamento prescrito;
-Bandeja;
-Diluente para o medicamento (se necessário);
-Luvas de procedimento;
-Seringa;
-Agulha de 40mm x 1,2mm (aspiração);
-Agulha para aplicação de IM: paciente magro (25mm x 0,8mm), eutrófico (30mm x 0,8mm),
obeso (40mm x 0,8);
-Bolas de algodão;
-Álcool 70%;
Procedimento:
Preparo
1. Ler atentamente a prescrição
2. Higienizar as mãos
3. Fazer a desinfecção da bandeja com álcool a 70%
4.Reunir todo o material em uma bandeja
5.Fazer a desinfecção do frasco/ampola com algodão embebido em álcool a 70%
6.Conectar a agulha (40 mm × 1,2 mm) na seringa
7.Fazer a reconstituição do medicamento (S/N)
8.Aspirar o conteúdo do frasco/ampola
9.Retirar o ar da seringa
10.Desconectar agulha (sem reencapá-la e com cuidado para não ferir-se) e descartar em
recipiente adequado para perfurocortantes
11. Conectar agulha para aplicação
12.Colocar o medicamento preparado na bandeja
Administração
-Higienizar as mãos
-Conferir o nome do paciente, se apresentar, orientar sobre o medicamento que será
administrado (nome do medicamento e via de administração).
-Verifique se o paciente está portando a pulseira de alergia
-Escolher o local de aplicação (musculo deltoide, região dorsoglútea, ventroglútea e vasto
lateral da coxa)
-Colocar o paciente na posição mais adequada ao procedimento
-Calçar as luvas de procedimento
-Expor a área e delimite o local de aplicação
-Realizar a antissepsia do local com o algodão embebido em álcool a 70%, em um único
sentido e direção, e espere secar
-Retirar a proteção da agulha
-Pinçar a pele e o músculo do local selecionado com os dedos indicador e polegar da mão
oposta à que segura a seringa
-Inserir a agulha a um ângulo de 90° em relação ao músculo
-Tracionar suavemente o êmbolo da seringa para certificar-se de que não há retorno
sanguíneo
-Injetar lentamente o conteúdo da seringa, empurrando o êmbolo com a mão oposta à que
segura a seringa
-Retire a seringa/agulha com um único movimento
-Comprimir levemente o local com algodão seco, sem massagear, até que se conclua a
hemostasia.
-Recolher o material, retirar as luvas de procedimento e descartar materiais apropriadamente
-Higienizar as mãos
-Fazer as anotações
Via subcutânea:
Materiais:
-Medicamento prescrito:
-Bandeja;
-Luvas de procedimento;
-Agulha 13mm x 0,45mm
-Seringa de 1ml;
-Bolas de algodão;
-Álcool a 70%;
-Etiqueta ou fita adesiva.
Preparo:
Aplicam-se os mesmos passos ( de 1 a 12) da administração IM, observando-se que a
agulha de aspiração e administração neste caso ( SC) é a 13mm x 0,45mm.
Administração
-Higienizar as mãos
-Conferir o nome do paciente, se apresentar, orientar sobre o medicamento que será
administrado (nome do medicamento e via de administração).
-Verifique se o paciente está portando a pulseira de alergia
-Escolher a região de aplicação; os locais mais apropriados são: face externa e posterior do
braço, abdome, face lateral da coxa e região infraescapuar. Esses locais devem ser
alternados;
-Colocar o paciente na posição mais adequada ao procedimento
-Calçar as luvas de procedimento
-Expor a área e delimite o local de aplicação
-O volume máximo a ser administrado é 1ml;
-Realizar a antissepsia do local com o algodão embebido em álcool a 70%, em um único
sentido e direção, e espere secar
-Retirar a proteção da agulha
- Pinçar a pele do local escolhido com os dedos indicador e polegar, da mão oposta a que
segura a seringa;
-Introduzir a agulha na pele, fazendo um ângulo de 90° (ou de 45° em crianças ou pacientes
adultos muito magros)
-Tracionar suavemente o êmbolo da seringa para certificar-se de que não há retorno
sanguíneo
-Soltar a pele e injetar o medicamento, empurrando lentamente o êmbolo
-Retirar a seringa/agulha com um movimento rápido e único
-Não deve ser realizado massagem no local para não diminuir o tempo de absorção do
fármaco.
-Aplicar pouca pressão no local da aplicação, com uma bola de algodão seco
-Recolher o material, retirar as luvas de procedimento e descartar materiais apropriadamente
-Higienizar as mãos
-Fazer as anotações
Via intradérmica:
-Utilizada para testes de hipersensibilidade e teste de PPD (para prova tuberculina).
Materiais:
-Medicamento prescrito;
-Bandeja;
-Luvas de procedimento;
-Agulhas 13mm x 0,45mm;
-Seringa de 1ml;
-Bolas de algodão;
-Álcool 70%;
-Etiqueta ou fita adesiva.
Preparo
Aplicam-se os mesmos passos (de 1 a 12) da administração IM, observando-se que a
agulha de aspiração e administração neste caso ( ID) é a 13mm x 0,45mm.
Administração:
-Higienizar as mãos
-Conferir o nome do paciente, se apresentar, orientar sobre o medicamento que será
administrado (nome do medicamento e via de administração).
-Verifique se o paciente está portando a pulseira de alergia
-Administrar um volume máximo de 0,1 a 0,5ml. Os locais mais apropriados para aplicação
são a face anterior do antebraço e a região subescapular;
-Colocar o paciente na posição mais adequada ao procedimento
-Calçar as luvas de procedimento
-Expor a área e delimite o local de aplicação
- Retirar a proteção da agulha
-Esticar a pele do local de aplicação usando os dedos indicador e polegar da mão oposta à
que segura a seringa
-Com o bisel da agulha voltado para cima e fazendo um ângulo de 15° em relação à
superfície da pele, introduza a agulha por aproximadamente 3 mm (somente o bisel)
abaixo da epiderme, com um movimento delicado, porém firme
-Injetar o medicamento, empurrando o êmbolo com a mão oposta à que segura a seringa, e
observe a formação de uma pápula
-Não friccione o local da pápula com algodão nem com outro material
A assepsia com álcool 70% na via ID não é indicada por evitar uma possível interação com o
líquido injetável, em face da presença dos poros e pelo fato de o líquido ser depositado
muito próximo da epiderme.