Você está na página 1de 22

Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6

Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE


NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
1

O USO DE RECURSOS AUDIOVISUAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO


ENSINO MÉDIO

Ademir de Carli1
Lucinar Jupir Forner Flores2

RESUMO

A temática deste estudo foi centrada no “Uso de Recursos Audiovisuais nas Aulas de Educação Física do Ensino
Médio, sendo fruto do desenvolvimento do trabalho de pesquisa do PDE (Programa de Desenvolvimento
Educacional) A estratégia utilizada justifica-se pela possibilidade de contribuir com possíveis formas de
intervenção na reorganização das tarefas do professor e na busca de fundamentação teórico-metodológica
visando o sucesso nos processos de ensino e aprendizagem, com auxílio das novas tecnologias de informação e
comunicação Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), em forma de Grupo de Estudo, que também foi
utilizado no Grupo de Trabalho em Rede, que foi organizado e desenvolvido através da metodologia pautada na
abordagem da pesquisa-ação com a aplicação da intervenção com a aplicação da PDP (Produção Didático
Pedagógica) com os professores do Ensino Médio. O objetivo geral é apresentar os recursos tecnológicos
disponíveis no Colégio, suas funções e disponibilidades bem como, apresentar os Programas/softwares livres
disponíveis que poderão ser utilizados nas aulas de Educação Física do Ensino Médio. Para levantamento dos
dados foi aplicado uma entrevista em forma de questionário aos professores com considerações em relação ao
uso das TICs nas aulas de Educação Física. A pesquisa mostrou que junto ao grupo de professores preocupação
de todos está voltada a problemática da falta de capacitação e formação para os profissionais da educação na
utilização das Novas Tecnologias, além da questão de logística questão de acesso e permanência nas conexões de
internet. Ou seja, a questão da infraestrutura das escolas (a rede de informática, fibra óptica, computadores
ultrapassados, instalações precárias e espaços adequados para laboratório de informática) para atender essa nova
realidade.

PALAVRAS-CHAVE: Recursos Audiovisuais; Grupo de Trabalho em Rede, Educação Física;


Tecnologias.

INTRODUÇÃO

Com os avanços tecnológicos que ocorrem nas últimas décadas e a utilização da


informática como recurso pedagógico no processo de ensino, o aprendizado destas
tecnologias têm sido tema de inúmeras discussões no cenário das políticas públicas para a
Educação no Brasil. E, os projetos voltados ao uso de tecnologias têm como base o uso dos
recursos audiovisuais para uma prática pedagógica que visa à qualidade do ensino e a
aprendizagem significativa.

1
Professor de Educação Física Escolar do Ensino Público do Estado do Paraná – Cursista do Programa de
Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná. 2013 a 2014.
2
Doutor em Educação Física. Professor Orientador vinculado à UNIOESTE – Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – Campus de Marechal Cândido Rondon.
2

E no Estado do Paraná, não foi diferente, muitos foram os investimentos voltados ao


campo educacional em equipamentos de informática, aquisição de 22000 televisores
multimídia, com entrada USB e software para leitura de arquivos de imagens, sons e vídeos,
instalados em todas as salas de aula das escolas públicas. Visando a ampliação das
possibilidades de criação e produção de materiais digitais em formato de animações,
ilustrações, fotografias, digitalização e reprodução de mídias, cria-se em 2007 a Coordenação
de Multimeios.
No campo educacional, tal ação representou um avanço na produção e publicação de
conteúdos digitais, fortalecendo o princípio da integração de mídias como proposta de
diversidade de linguagens no ambiente escolar (PARANÁ, 2010), bem como na capacitação
dos profissionais da educação na utilização destes, é considerável que o Professor de
Educação Física faça a utilização destas ferramentas para incrementar e melhorar suas aulas.
O papel que se espera dos educadores, incluem-se escola e corpo docente, é estar atentos e
preparados para formar estudantes para a vida, com habilidade, competência, tecnologia e
responsabilidade. Tornar um estudante ciente de sua cidadania requer conhecimento
sistematizado. Hoje, o desafio do professor e da escola é estruturar o processo ensino/
aprendizagem, atualizando conhecimentos metodológicos e permitindo a entrada de novas
tecnologias no cotidiano escolar (MACHADO, 2003).
Percebe-se, de acordo com as autoras que uma parcela significativa de alunos, do
Ensino Médio, não participam intensivamente das aulas quando o assunto é esporte, muitas
vezes não dominam bem os fundamentos de algumas modalidades esportivas, fato que
contribui para que se excluam do processo ensino aprendizagem, pois muitas vezes não
querem correr riscos de insucesso frente a situações no qual não sentem segurança em relação
à realização das atividades e exercícios (RIPKA; FINCK, 2008).
Além dessas características, o desempenho motor pobre em atividades como a
corrida, pode refletir dificuldades na execução de outras habilidades que exijam padrão
rítmico ou deslocamento, até mesmo em habilidades manipulativas, como o chute
(SANDERS, 2005). Alguns dos componentes motores listados podem ainda estar
relacionados a capacidades físicas, como falta equilíbrio, força e velocidade, podendo
prejudicar ainda mais o desempenho. Nos saltos, por exemplo, o indivíduo que tenha o
equilíbrio prejudicado ou pouca força nos membros inferiores, apresentará grande dificuldade
(BALBÉ, DIAS; SOUZA, 2009).
Considerando que atualmente a atualização tecnológica é essencial como recurso
didático-pedagógico aos professores, pode-se notar que muitos desses ainda não se
3

familiarizaram com as mesmas (ZANETI, 2008). Não foram identificados ainda referenciais
em relação a pouca utilização de recursos tecnológicos pelos profissionais de Educação
Física, podendo essa pesquisa ser objeto de estudo.
Quando pensamos em tecnologia a favor da Educação, devemos vê-la como um
conjunto de ferramentas que proporciona ao professor várias vantagens, como a praticidade
para adquirir as informações necessárias à construção do conhecimento ao longo da sua vida.
A soma dos métodos antigos com as novas descobertas linguísticas e tecnológicas vem dando
aos professores, que a aderiu, suporte necessário no desenvolvimento das suas atividades
(DAMASCENO, 2012).
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (PARANÁ, 2007), tem-se como
objetivo oferecer formação continuada aos profissionais da rede, dar suporte em relação às
tecnologias (mídia web, televisiva e impressa), implementar tecnologicamente as práticas
pedagógicas dentro da escola, colaborar para o desenvolvimento cultural de pesquisas e
produção de estudos, além do assessoramento em torno do conhecimento através da
apropriação das tecnologias como instrumento não apenas técnico, mas também didático
pedagógico.
A utilização das tecnologias na sala de aula só auxiliará o desenvolvimento de uma
educação transformadora se for baseada em um conhecimento que permita ao professor
interpretar, refletir e dominar criticamente a tecnologia (LEITE, SAMPAIO, 1999).
Diante do exposto, este artigo pretende relatar sobre a aplicação da Produção
Didática Pedagógica que teve como objetivo apresentar os recursos tecnológicos disponíveis
no Colégio, suas funções e disponibilidades bem como, apresentar os Programas/softwares
livres disponíveis que poderão ser utilizados nas aulas de Educação Física do Ensino Médio.
O presente artigo faz parte de uma pesquisa desenvolvida, com o grupo de
professores, com a apresentação de como foram os trabalhados/atividades realizadas no grupo
de estudos, em um colégio da Rede Estadual de Ensino do Município de Palotina,
vislumbrando a possibilidade de contribuir com possíveis formas de intervenção na
reorganização das tarefas do professor e na busca de fundamentação teórico-metodológica
visando o sucesso nos processos de ensino e aprendizagem, com auxílio das novas tecnologias
os recursos audiovisuais. Que aconteceu em forma de Grupo de Estudo, que também foi
utilizado no Grupo de Trabalho em Rede, seguido da condução da pesquisa participativa
realizada com análise dos resultados obtidos e as considerações finais que puderam ser
extraídas deste estudo.
4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Diante das muitas possibilidades da utilização das novas tecnologias na educação,


como ouso do console de videogame da plataforma Nintendo Wii, que utiliza, no jogo Wii
Sports, os movimentos corporais do jogador para simular movimentos esportivos de diversas
modalidades, como boxe, tênis, golfe, boliche e basebol, os exergames, como estão sendo
chamados este tipo de jogos, se revelam como um auxílio das novas tecnologias para tornar as
aulas de Educação Física mais dinâmicas, ajudando no aprendizado das regras de novos jogos,
como golfe e basebol, e fugindo do "quarteto" futsal, basquete, vôlei e handebol (Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (PARAÍBA, 2012).
O computador pode ser utilizado como uma ferramenta essencial na análise dos
dados, gerando hipertextos que podem enriquecer o ensino. Editores de texto e slides de
apresentação podem proporcionar ambientes de interação, pesquisa e aprendizagem, nos quais
os alunos adquirem a fundamentação para elaborar conhecimentos sobre as atividades a serem
executadas. Câmeras digitais podem ser utilizadas para captar imagens, possibilitando
apreciar, analisar, aprender, comparar, compreender, corrigir e refazer sequencia de
movimentos (PAIXÃO et al., 2006) e, ainda segundo Ramos e Faria, (2011, p. 16):

Diversas tecnologias são utilizadas há muito tempo, tanto na educação básica como
no ensino superior, como, por exemplo, o mimeógrafo, o rádio, o retroprojetor, o
projetor de slides, a televisão, enfim, os recursos foram sendo atualizados e as
inovações surgiram, mas continuamos a ensinar com os recursos tecnológicos. Só
que passamos das lâminas do retroprojetor escritas a mão com caneta especial, no
plástico, para as digitadas no computador e, posteriormente para a reprodução em
PowerPoint e projetadas no data show. Em vez do mimeógrafo surgiu o Xerox. Do
quadro-negro passamos ao verde e ao quadro digital interativo (e-Beam). Os
docentes apontavam os detalhes na tela com uma caneta de cabo comprido ou com
uma régua e agora com a caneta laser. O ensino por correspondência transformou-se
na Educação a Distância (EAD), com os recursos da Tecnologia Digital (TD) e,
consequentemente, surgiram novos paradigmas para ensinar e aprender.

O emprego da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem exige planejamento,


acompanhamento e avaliação da tecnologia selecionada a fim de contextualizá-la ao tipo de
aluno, aos objetivos da disciplina, ao modelo teórico-referencial educacional adotado.
Portanto, a tecnologia educacional deve auxiliar o aluno na sua aprendizagem e não dificultar
como também deve propiciar melhores condições de ensino – e não assustar – ao professor, já
tão sobrecarregado de atividades educacionais. No entanto, sabemos que o início de uma nova
atividade é sempre difícil, por isso deve ser implantada aos poucos, passo a passo, para ter
sucesso (RAMOS; FARIA 2011).
5

Para Freire (1996, p.41), ensinar exige o reconhecimento da identidade cultural,


sendo uma das tarefas mais importantes da educação propiciar ao educando assumir-se como
ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de
sonhos. Isso requer que a escola acredite no poder transformador, criador e sonhador de seus
alunos.
De acordo com as Diretrizes Para Uso das Tecnologias Educacionais da SEED/PR,
2010:

As pesquisas mostram que a televisão faz parte da vida dos brasileiros e, com mais
ou menos intensidade, da vida dos alunos, professores, funcionários e pais, portanto,
do cotidiano escolar. Em decorrência disso, entende-se, como pressuposto básico,
que a televisão é um veículo de aprendizagens diversas, apresentando-se dessa
maneira porque é um dispositivo audiovisual que expressa a forma de pensar do
homem, bem como também exerce influência sobre a forma de pensar. Em outras
palavras, insere-se na cultura.

Moran (2007) nos traz que há um deslumbramento com o uso do computador e a


Internet na escola, deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem
ultrapassados, não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos suas linguagens
e sua utilização na educação. A televisão, o cinema e o vídeo, CD ou DVD - os meios de
comunicação audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante.
Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de
comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores
em detrimento de outros.
Segundo o mesmo autor, a informação e a forma de ver o mundo predominante no
Brasil, provêm fundamentalmente da televisão. Ela atualiza o universo sensorial, afetivo e
ético que crianças e jovens – e grande parte dos adultos - levam a para sala de aula. Como a
TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é muito mais difícil para o educador
contrapor uma visão mais crítica, um universo mais abstrato, complexo e na contra mão da
maioria como a escola se propõe a fazer (MORAN, 2007).
E ainda é importante saber usar ferramentas para criar ambientes de aprendizagem
que estimulem a interatividade, desenvolvam a capacidade de formular e resolver questões,
buscando informações contextualizadas e associadas às novas dinâmicas sociais de
aprendizagem (COUTO, 2005).
Segundo Moran, (2000) a escola precisa exercitar as novas linguagens que
sensibilizam e motivam os alunos, e também combinar pesquisas escritas com trabalhos de
dramatização, de entrevista gravada, propondo formatos atuais como um programa de rádio
6

uma reportagem para um jornal, um vídeo, onde for possível. A motivação dos alunos
aumenta significativamente quando realizam pesquisas, onde se possam expressar em formato
e códigos mais próximos da sua sensibilidade. Mesmo uma pesquisa escrita, se o aluno puder
utilizar o computador, adquire uma nova dimensão e, fundamentalmente, não muda a proposta
inicial (MORAN, 2000, p.155).
Precisamos focar numa educação também mais significativa partindo de uma
intervenção educativa e essa, segundo Ausubel (1982, p. 38):

Precisa de uma mudança de ótica substancial, na qual não somente abranja o saber,
mas também o saber fazer, não tanto o aprender, como o aprender a aprender. Para
isso, é necessário que os rumos da ação educativa incorporem em sua trajetória um
conjunto de legalidades processuais. Sugere-se que os alunos “realizem
aprendizagens significativas por si próprios”, o que é o mesmo que aprendam o
aprender. Assim, garantem-se a compreensão e a facilitação de novas aprendizagens
ao ter-se um suporte básico na estrutura cognitiva prévia construída pelo sujeito.

Conforme as Orientações Curriculares para o Ensino Médio de 2006, através dos


códigos, linguagens e tecnologias, nos trazem um parâmetro sobre os conhecimentos de
Educação Física enfatizando que:

Se na escola a idéia é a de que o modelo de esportivização seja colocado em questão


e mesmo superado, fora da escola desencadeia-se um processo de tendência
mercadológica que predomina nos esportes e em outras práticas corporais que
acentuam a importância do consumo de forma generalizada e acabam influenciando
a cultura escolar. Esse é um dos grandes desafios do cotidiano escolar. Sabe-se que é
possível preservar, superar e transformar as diversas atividades avançando no
processo tecnológico, sem, necessariamente ficar atrelado à lógica do mercado e da
publicidade e propaganda. A educação escolarizada exige um tratamento do
conhecimento diferenciado do mercado. Caso contrário, a instituição escolar corre o
risco de perder sua função social. Nesse sentido, cabe discutir a trajetória das
práticas corporais produzidas pelos diversos grupos sociais. (BRASIL, 2006, p. 235)

Além de os conteúdos serem definidos junto à comunidade escolar, o tratamento


metodológico deve considerar as seguintes orientações, resultantes dos debates e elaborações
desenvolvidos no espaço do trabalho docente e na esfera das instituições de ensino superior,
que buscam, de acordo com as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, do Ministério
de Educação e Cultura de 2008:
• garantir o direito de todos os alunos, sem exceção, terem acesso aos conhecimentos,
produzidos culturalmente e que se manifestam nas diferentes práticas corporais;
• possibilitar a compreensão dos alunos quanto à natureza social e cultural dessas
práticas;
• problematizar a construção cultural das práticas corporais, bem como o
questionamento dos valores e dos padrões usualmente a elas vinculados;
7

• situar os alunos como sujeitos produtores de cultura, viabilizando condições para


que se apropriem dessas práticas, vivenciando-as e recriando-as tanto na forma como nos
sentidos e valores a elas atribuídos, com base em seus próprios interesses;
• propiciar condições para que o aluno compreenda que brincadeira e jogo,
entendidos como direitos sociais, refletem a produção de saberes e conhecimentos (BRASIL,
2008).

3. METODOLOGIA

3.1. IMPLEMENTAÇÃO DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Pretende-se aqui relatar os resultados obtidos com o desenvolvimento da Produção


Didático Pedagógica, que propôs um Grupo de Estudo com professores, que foi utilizado no
Grupo de Trabalho em Rede, organizado em 36 horas de duração, e certificado pela
UNIOESTE, envolveu seis encontros presenciais de quatro horas cada e duas horas de leituras
domiciliares por encontro.
Aqui relataremos como foram trabalhadas as atividades realizadas no grupo de
estudos, através de 06 encontros presenciais e atividades domiciliares, tendo como
metodologia a pesquisa-ação, anteriormente comentado. E os resultados do questionário
embasado na Fundação Victor Civita (anexo) adaptado de Guia de Tecnologia na Educação –
edição especial Revista Nova Escola, 2013. Com considerações do uso das tecnologias nas
aulas de Educação Física, aplicado em forma de entrevista.
A pesquisa está pautada na abordagem da pesquisa-ação conceituada como “[…] um
tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação
com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo ou participativo” (THIOLLENT, 2002, p. 14).
A pesquisa-ação apresenta características de pesquisa participante engajada, da qual
faz parte uma “ampla e explícita interação entre pesquisadores e pessoas implicadas na
situação investigada.” (THIOLLENT, 2002, p. 16). A pesquisa-ação representa a forma pela
qual foi desenvolvida a Produção Didática Pedagógica, com situações vivenciadas na prática
que visam melhorar a compreensão por meio da superação da lacuna entre a teoria e a prática.
A implantação da Produção Didático Pedagógica iniciou com um total de 12(doze)
8

participantes da pesquisa, na sequencia do desenvolvimento da pesquisa foi a explanação aos


professores do Colégio Estadual Domingos Francisco Zardo, Ensino Fundamental e Médio,
do município de Palotina – Paraná sobre a forma de implementação do projeto e de como se
processaria a aplicação dos grupos de estudos elencados no referida proposta.
Seguindo esta linha teórica, inicialmente, foram trabalhados com os professores seis
encontros que abordavam os seguintes conteúdos; Dificuldades na utilização das Novas
Tecnologias associadas ao conteúdo programático; Netiqueta; O uso de filmes nas aulas de
Educação Física; utilização do aplicativo JClick; jogos e conceitos de Atividade Física,
exercício, saúde e qualidade de vida e a criação de um Blog.
Os grupos de estudos totalizaram com 36 horas de duração, e certificado pela
UNIOESTE, envolvendo seis encontros presenciais de quatro horas cada e duas horas de
leituras domiciliares por encontro.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a coleta de dados dos questionários aplicados com os professores da escola, os


mesmos foram organizados de maneira com que seus interlocutores não fossem identificados.
E para isso, foram no decorrer da apresentação da análise dos resultados citados como
professores, entrevistados e assim por diante. Sendo que na sequencia foram organizados de
forma com que as respostas semelhantes pudessem ser organizadas por categorias. Conforme
apontam Santos & Greca (2006, p. 34) após a coleta de dados “o próximo passo foi realizar
uma primeira tentativa de classificação”. Entre os resultados que se apresentaram, a partir das
questões abordadas.

4.1 LEVANTAMENTOS E DISCUSSÃO DOS DADOS DA ENTREVISTA

A partir da classificação das questões elencadas no questionário3, se constitui o


trabalho de análise de conteúdo dos discursos apresentados pelos professores durante as
diferentes questões. Porém, para fundamentar esse trabalho, procuramos entender as
diferentes visões dos educadores e dessa forma, faz-se necessário buscar a contribuição de

3
Questionário disponível em: Guia de Tecnologia na Educação – edição especial Revista Nova Escola, julho de
2012. Disponível em: <http://http://revistaescola.abril.com.br/testes/tecnologia-educacao.shtml?10t<. Acesso
em: 01 maio 2013>.
9

diferentes teóricos que tratam sobre o uso de recursos audiovisuais e das novas tecnologias
nas aulas de Educação Física.
Em relação ao Projeto Político Pedagógico (PPP) de sua escola prevê o uso da
tecnologia unida aos conteúdos das disciplinas, dos 12(doze) professores entrevistados
10(dez) responderam que sim e somente dois disseram que não contemplavam. Para os
professores a inserção das tecnologias nas práticas pedagógicas em sala de aula é essencial,
pois as mesmas contribuem no processo de ensino aprendizagem e na construção do
conhecimento por parte dos alunos.
É papel da escola, procurar trabalhar objetivando ao mesmo tempo à formação
humanista e tecnológica conforme as reflexões de Gramsci apud DCE’S-Diretrizes
Curriculares (2008). E esses ambientes de aprendizagem oportunizados com as mídias
informatizadas facilitando o “[...] enfoque reflexivo da prática pedagógica, colaboram para o
desenvolvimento de pensadores autônomos, mas ao mesmo tempo valorizam a cooperação, as
interações individuais e coletivas mediante o desenvolvimento de operações de reciprocidade
e de complementaridade (GITAHY; MENIN, 2003, p.29).
Segundo opinião de alguns professores a inserção não existe, pois para eles o que
acontece é somente o contado dos alunos com o laboratório de informática. O que vemos em
muitas situações são professores despreparados diante da variedade de recursos tecnológicos
incorporados à escola e se vê diante de “[...] repelir as tecnologias e tentar ficar fora do
processo (...) apropriar-seda técnica e transformar a vida em uma corrida atrás do novo ou
apropriar-se dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o acesso e o controle
das tecnologias e seus efeitos (BRITO 2006, p.279).
A questão que tratava da utilização por parte do professor de computador para
preparar suas aulas e as atividades que serão realizadas pelos alunos, todos os entrevistados
responderam que sim, pois para eles o computador, até mesmo o tablet utilizado hoje pode
facilitar na preparação das aulas, encontrarem novos materiais, novas metodologias e já fica
registrado o conteúdo, que facilitará as revisões futuras.
Para Moran (2007), o uso de recursos audiovisuais, pode ser estabelecido relações
com os problemas locais, levando os alunos a refletirem, e provocando na turma reflexões e
significados em relação ao conteúdo proposto durante as aulas. Conforme Moran (2007,
p.74), “Os alunos gostam de um professor que os surpreenda, que traga novidades, que varie
suas técnicas e métodos de organizar o processo de ensino-aprendizagem”, mas o que o
professor precisa ter em mente, para que seja significativo o aprendizado, não é se o aluno
gosta ou não do professor e sim, se o conteúdo por ele oportunizado aos mesmos tenha um
10

significado e possa provocar reflexões e novas formas de pensar e agir em seus alunos em
relação ao mundo a sua volta.
Assim o professor através das tecnologias pode buscar informações tanto em relação
ao uso desses recursos, como: som, imagem e vídeo que possam dar significados a temática e
ao próprio conteúdo abordado. Dessa maneira, a tecnologia passa a ser uma aliada do
professor para que ele possa exercer seu papel de mediador na construção do conhecimento.
Quando questionados se ao planejar o trabalho voltado ao ensino de um conteúdo
específico, você pesquisa quais recursos (digitais ou não) podem colaborar com as aulas sobre
esse tema. Todos foram unânimes em dizer que sim, pois, para eles as tecnologias devem ser
aliadas a prática didática e aos conteúdos. Assim, diante das novas transformações na
sociedade é preciso que o professor busque aliar a sua pratica pedagógica as novas
tecnologias.
Comenta e questiona Gasparim (2009), a importância do professor no processo
ensino aprendizagem, os avanços científico-tecnológicos que facilitam a aquisição de
conhecimentos e informações fora da escola levantam reflexões sobre: o que a escola faz e
para quê? Ela responde às necessidades sociais da atualidade? Com as mudanças que estão
ocorrendo na sociedade tem se a impressão de que os professores perderam suas funções, que
são dispensáveis e substituíveis por computadores e outros equipamentos tecnológicos.
Quando questionados se utilizam a internet para se comunicar com outros
professores, para divulgar os seus trabalhos e para buscar idéias e materiais que possam
aprimorar suas aulas, dez dos entrevistados afirmaram utilizar as redes sociais, estas quando
utilizadas para contribuir com nosso trabalho, como por exemplo, através de paginais virtuais,
blogs, etc., auxiliam muito nas trocas de informações e experiências e neles o professor pode
estar compartilhando informações e conforme comenta Moran (2013, p. 05):

O professor pode disponibilizar seus materiais texto: textos, apresentações,


vídeos, grupo de discussão, compartilhamento de documentos, blogs, etc.
Com isso ele pode diminuir o tempo dedicado a passar informações, a dar
aulas expositivas e concentra-se em atividades mais criativas e estimulantes,
como as de contextualização, interpretação, discussão e realização de novas
sínteses.

Já dois professores comentaram que não. Sendo assim é preciso realizar mais
momentos de estudos sobre as mídias na educação, pois o professor só tem a ganhar com isso,
pois a velocidade e a facilidade das respostas são primordiais para nosso trabalho, pois a “a
internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a
11

ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender.” (MORAN, 2009, p.
08)
Quanto ao conhecimento dos professores de seus alunos em relação ao uso da
tecnologia e procura municiá-los de sugestões para que eles aproveitem os momentos online
para aprender e se desenvolver. A maioria respondeu que sim e que se deve aproveitar as
sugestões para trabalhar no laboratório da escola, trabalhos em casa, criação de uma rede com
eles e, principalmente trabalhe a questão da Netiqueta, que nada mais é que a etiqueta que se
deve seguir para escrever na internet, com eles para questões de segurança e assim não
acontecer mal entendidos, pois o uso de espaços virtuais oportuniza aos professores a se
comunicarem com seus alunos de forma mais direta onde os mesmo poderão estar
oportunizando materiais, criando espaço de discussões com os seus alunos divulgando novas
questões e aos alunos de forma individual ou [...] em grupos ou por classes, onde irão
construindo seu processo de aprendizagem. Os blogs são importantes para avaliar o percurso
dos alunos ao longo de um determinado tempo ou determinadas áreas do conhecimento
(MORAN, 2013, p.06)
Dos 12 professores entrevistados 03 argumentaram que não fazem uso, pois há
proibição do uso dos celulares, smartfones, tablets na escola. Mais é importante aqui ressaltar
que se pode trabalhar no laboratório de informática da escola, conversar sobre os cuidados
que garantam a segurança nos contatos no mundo online e também sobre a facilidade nas
pesquisas, através da utilização e forma correta à construção da aprendizagem.
Outro questionamento levantado foi sobre a questão dos professores estarem atentos
às oportunidades de formação sobre o uso da tecnologia na Educação, sejam elas dentro da
sua própria escola ou em outras instituições. A maioria dos entrevistados respondeu que sim e
que é importante estar atualizado, pois sempre estão surgindo novas tecnologias.
Nesta questão quatro dos doze professores respondeu que não, que atualmente
existem várias opções para capacitação como os cursos à distância, que é o foco atual, além
das formações e capacitações (poucas no entender do grupo) oferecidas pela Secretaria de
Educação do estado do Paraná, que podem estar buscando a capacitação. Sobre isso vale
elencar o pensamento de Kenski (1998, p.48);

Não é possível pensar na prática docente sem pensar na pessoa do professor


e em sua formação que, não se dá apenas durante o seu percurso nos cursos
de formação de professores, mas, durante todo o seu caminho profissional,
dentro e fora da sala de aula. Antes de tudo a esse professor devem ser dadas
oportunidades de conhecimento e de reflexão sobre a sua identidade pessoal
como profissional docente, seus estilos e seus anseios. Em outra vertente, é
12

preciso que este profissional tenha tempo e oportunidades de familiarização


com as novas tecnologias educativas, suas possibilidades e limites para que,
na prática, faça escolhas conscientes sobre o uso das formas mais adequadas
ao ensino de um determinado tipo de conhecimento, em um determinado
nível de complexidade, pra um grupo específico de alunos e no tempo
disponível. Ou encaminhe sua prática para uma abordagem que dispense
totalmente a máquina, e os alunos aprendam até com mais satisfação. As
atividades de narrativa oral e escrita não estão descartadas. Mais ainda, na
compreensão da lógica que permeia a movimentação entre os saberes no
atual estágio da sociedade tecnológica.
Com este estudo foi possível observar que os professores que participaram da
pesquisa, demonstraram esforços para tem se esforçado para acompanhar os avanços
tecnológicos e para aprender como fazer uso dos inúmeros recursos tecnológicos. Os
professores têm feito uso de pesquisas nas páginas da web com atividades pedagógicas ou até
mesmo produzir materiais didáticos digitais para apoiar a aprendizagem com a criação de
blogs, páginas e fóruns para interagir com os outros professores e com os alunos para que o
processo de ensino e aprendizagem a cada dia tenha mais qualidade e significado aos alunos.

4.2. ATIVIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

A implementação do projeto aconteceu em seis encontros de estudos sendo:


Primeiro Encontro: Dificuldades na utilização das Novas Tecnologias associadas ao
conteúdo programático.
Segundo Encontro: Netiqueta.
Terceiro Encontro: O Uso de Filmes nas Aulas de Educação Física.
Quarto Encontro: Utilização do Aplicativo JClick.
Quinto Encontro: Jogos e Conceitos de atividade física, exercício, saúde e qualidade
de vida.
Sexto Encontro: Criação de Blog.

Primeiro Encontro Presencial foi trabalhado o tema: “Dificuldades na utilização


das Novas Tecnologias, associadas ao conteúdo programático. Foram apresentados os
recursos tecnológicos disponíveis no Colégio, suas funções e disponibilidades, os
Programas/softwares livres disponíveis que serão utilizados no curso e os dados das
entrevistas realizadas entre os professores e alunos, compilados nos gráficos. Apresentação e
exposição do projeto PDE aos integrantes do grupo, abordando aspectos legais e conceituais,
objetivos, dificuldades, metas e expectativas;
Foi realizada a discussão sobre alguns apontamentos como a importância da
13

utilização dessas ferramentas nas aulas, principalmente da falta de conhecimento dos


profissionais para utilizarem os softwares disponíveis no Portal Dia a Dia Educação da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Por se tratar do sistema Linux, percebeu durante
a realização das atividades que ainda há dificuldades em aplicar e manusear os programas,
mas por estar pré-determinado utilizamos o Programa JClick.
Durante a aplicação desse encontro o aspecto relevante apontado pelos cursistas, foi
à importância de um professor de Educação Física estar trabalhando com metodologias
voltadas as TICs, inovando sua prática pedagógica.
Em relação aos conteúdos trabalhados foram importantes para o seu dia a dia, o
grupo demonstrou muito interesse na que fora proposto, por se tratar de uma nova proposta
metodologia.
No momento que é destinado a tarefa à distância e encaminhada para o tutor do
curso, o grupo realizou a leitura e análise do texto: Aprendizagens e Novas Tecnologias4, o
qual seria retomado no próximo encontro presencial para discussão e questionamentos do
tema. Esse texto elenca a preocupação do autor na formação e capacitação dos profissionais
para utilizarem as tecnologias no seu cotidiano escolar.
Enfim o grupo interagiu muito bem e por ser um grupo reduzido, pudemos ouvir
todos, acolher as sugestões e críticas, finalizando com ótima contribuição e participação,
sendo que para os participantes a metodologia utilizada atendeu as expectativas. E percebeu-
durante o estudo que algumas questões devem ser retomadas em trabalhos futuros como a
capacitação, formação e familiarização dos Profissionais com as Novas Tecnologias.
Segundo Encontro Presencial onde o tema abordado foi Netiqueta5, que veio de
encontro à preocupação dos professores em desenvolver nos alunos a consciência da
utilização correta das Novas Tecnologias. O estudo partiu da análise realizada a distancia a
partir do texto de Pedro Demo Aprendizagens e Novas Tecnologias, texto esse elenca a
preocupação do autor na formação e capacitação dos profissionais para utilizarem as
tecnologias no seu cotidiano escolar.
No grande grupo a discussão os professores demonstraram que estão cientes que os
adolescentes e jovens são os que mais utilizam as tecnologias, telefones, ipads, tablets,
smarts, entre outros, mas o fazem geralmente de caráter mais lúdico do que na busca de
ampliar seus conhecimentos.

4
PEDRO DEMO, disponível em Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Educação Física – ISSN
2175-8093 – Vol. 1, n. 1, p.53-75, Agosto/2009
5
Netiqueta. Disponível em: http://pdecrtetoledo2013.wordpress.com/teste1/
14

Os aspectos relevantes que podem ser apontados pelos cursistas foi que se tratava de
um tema importante para a prática pedagógica, com muitas informações de fácil interpretação
e que seria um conteúdo fácil de ser trabalhado com os alunos no contexto de sala de aula.
O grupo apontou que algumas questões precisam ser retomadas; Como ser
facilitador, colaborador, mediador? E que o professor precisa sempre estar trabalhando em
sala de aula com seus alunos sobre o uso correto e apropriado dos recursos tecnológicos seja,
durante as aulas ou nas horas vagas.
O grupo concluiu que esse tema é de importante e que tanto os professores como os
alunos precisam ter conhecimento sobre a etiqueta de como fazer uso da internet a Netiqueta.
E que a metodologia utilizada pelo tutor do curso atendeu as expectativas de todos os
participantes.
Como atividade a distancia foi solicitado à leitura da Entrevista6 com Guilherme
Canela7 e realizaram uma síntese do tema abordado durante a entrevista relacionando-o com a
possibilidade de utilizar os recursos tecnológicos na escola com ética e responsabilidade.
Terceiro Encontro Presencial foi oportunizado o texto sobre “O Uso de Filmes nas
Aulas de Educação Física”, a discussão dirigiu-se também na questão da instalação dos
equipamentos, todos argumentaram que seria interessante um ambiente para o uso das
tecnologias; ou seja, que as escolas já fossem munidas de equipamentos instalados nas salas
como projetor multimídia e equipamentos de áudio e vídeo, apesar de já contarmos com a
TvPendrive.
Após realização das atividades os cursistas apontaram os aspectos relevantes do
grupo de estudo como sendo a questão da infraestrutura das escolas e a escolha dos filmes.
Pois segundo os mesmos a falta de espaços e equipamentos para que os professores permeiam
a utilização em sala de aula de metodologias mais voltada ao uso das TICs. E, que ao utilizar
em forma de vídeos “filmes” os mesmos deve ser voltado aos conteúdos trabalhados, o que
muitas vezes não acontece sendo mais em forma de recreação e diversão.
O grande grupo apontou que devem ser retomadas questões como a capacitação dos
professores para o uso correto dos equipamentos, aprender a instalar e manusear os aparatos
tecnológicos a serem utilizados, pois muitos apontam ser um empecilho muitas vezes para o
uso durante as aulas, pois não existe na escola um profissional disponível, prejudicando a
utilização dos equipamentos pelos professores.

6
Disponíveis em: http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/desafio-aos-professores-aliar-tecnologia-educacao e
http://escolaenovastecnologias.blogspot.com.br/2010/08/entrevista-guilherme-canela-godoi.html
7
Bacharel em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em Ciência Política pela
Universidade de São Paulo
15

A atividade a distância que os cursistas desenvolveram após assistirem o filme


Tomboy (2011, 82 min., França), foi um relatório com o tema do filme, breve sinopse, público
alvo que pode ser trabalhado, algumas questões pertinentes ao filme e sugestões de como
poderia ser direcionado um debate e/ou como aplicar em uma aula prática essa temática.
Quarto Encontro Presencial foi trabalhado com o aplicativo JClick que é o mais
indicado para ser utilizado no laboratório de informática pelos técnicos do CRTE/NRE e, como alguns
participantes do curso já haviam realizado uma capacitação/curso sobre esse aplicativo, as atividades
foram bem desenvolvidas e surgiram várias sugestões de atividades.
O grande grupo reagiu muito bem e achou o aplicativo JClick prático para ser
executado, proporciona espaço para criação de novas atividades. E, acharam importante
retomar em outro momento o curso e estender aos demais colegas e a participação de técnicos
do núcleo Regional de Educação para maiores esclarecimentos e melhor suporte técnico.
Lembrando que para a utilização do aplicativo no Windows é necessário a licença do mesmo.
A atividade a distância que os cursistas desenvolveram foi baixar o aplicativo JClick
em seu computador, e elaborar um quebra cabeça. E realizar a leitura previa de trabalho de
Carlos Roberto das Virgens8
Quinto Encontro Presencial foi proposto ao grupo de estudo um momento de
discussão e foi realizada a instalação do aplicativo JClick no Windows, onde foi desenvolvido
atividades do conteúdo Futsal, por ser a modalidade mais praticada pelos alunos da nossa
região. Vale aqui ressaltar que um dos desafios enfrentados pelos professores é comum no
colégio foi à morosidade do sinal da internet e a ausência do mesmo para o uso das
tecnologias na escola. Ainda comentaram sobre a dificuldade enfrentada na instalação nos
computadores residenciais do grupo, tarefa domiciliar, bem como os custos e o processo
burocrático para tal. Encontramos neste momento muitas dificuldades em termos acesso à
internet. Tanto que muitos dos participantes não conseguiram efetuar a instalação e
consequentemente não enviaram a tarefa sugerida.
Relevantes apontados são que apesar de todas as possibilidades de trabalharmos com
apoio de ferramentas tecnológicas, dependemos muito ainda da logística, questão de acesso e
permanência nas conexões de internet. Ou seja, a questão da infraestrutura das escolas aqui
mencionou a rede de informática, fibra óptica, computadores ultrapassados e instalações
precárias. E, que a partir da instalação e da internet ajustada, o JClick nos proporciona e
possibilita a oportunidade de trabalharmos todas as modalidades esportivas num mesmo

8
Disponível em http://. carlosrobertodasvirgens.wikispaces.com/file/view/Apostila_JClic_NIED07.pdf
iaesmevr.org/repositorio/tutoriais/pdf/oficina_jclic_quebra_cabeca_andreia_domingos_maia_setembro2009.pdf
16

formato. E, que mesmo diante desses imprevistos a metodologia sugerida atendeu as


expectativa do grande grupo, vista como uma grande aliada no processo de ensino e
aprendizagem em Educação Física Escolar.
A atividade a distância que os cursistas desenvolveram foi elaborar um novo quebra
cabeça envolvendo outra modalidade esportiva, onde deverão contemplar os fundamentos
específicos da modalidade com animações.
Sexto Encontro Presencial, nesse encontro foi trabalhado com assuntos já do
conhecimento; do grupo, porém, na condição de alunos. Na oportunidade esteve presente o
Professor Jonas De Marco (CREF), proprietário da Academia Duo Fitness situada no
município de Palotina, Paraná, que auxiliou nas atividades desenvolvidas e demonstrou como
se faz a mensurações de medidas e avaliações, índices de massa corporal IMC. Os
participantes realizaram pesquisa sobre o assunto, novidades a respeito das medidas e para
finalizar houve um momento de discussão sobre algumas variáveis e possibilidades de
execução nas escolas das mensurações de medidas e avaliações, índices de massa corporal
IMC.
Durante o encontro foi comentado que a presença de outro profissional da área da
saúde motivou o grupo. Pois, foi percebido que é possível estender essa prática aos alunos,
proporcionando aos mesmos, palestras, visitas a academias, centros de reabilitação, entre
outros. E que é possível realizar uma análise preliminar dos alunos, mostrando os indicativos
e sugerindo algumas preventivas em relação à saúde dos mesmos.
O grande grupo sugeriu que em momento oportuno fosse retomando com os
professores a questão, “Qualidade de vida e as tecnologias, como mensurar?”
Enfim, a preocupação de todos está voltada a problemática da falta de capacitação e
formação para os profissionais da educação na utilização das Novas Tecnologias, além das
condições da parte física das escolas. Os participantes também sugerem novas possibilidades
e oportunidades para grupos de estudos futuros semelhantes a este.

4.3. RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES AOS PROFESSORES

Salientamos com essa pesquisa que o uso de metodologias que permeiam os recursos
da informática nas aulas de Educação Física com alunos do Ensino Médio, promove aquisição
de novos saberes alem de motivar os alunos a participação das atividades propostas.
O uso do aplicativo JClick no Windows junto ao grupo de professores participantes
dessa pesquisa demonstrou que as atividades do conteúdo Futsal desenvolvidas com o apoio
17

das TICs, não deve ser um fim, mas, um aliado a mais ao professor, a tornar as aulas mais
dinâmicas e criativas.
Com os resultados positivos demonstrados na pesquisa, sugere-se aos professores
que diante das novas demandas tecnológicas e com a infinidade de recursos que as mesmas
oferecem, seja oportunizado aos alunos, ambientes mais favoráveis a um aprendizado mais
completo de nossos alunos.
Dessa forma sugere-se com a aplicação da Produção Didático Pedagógica, o uso do
aplicativo JClick no Windows, pelos professores de Educação Física, em outros conteúdos
como, voleibol, atletismo, handebol, entre outros, motivando os alunos a novos aprendizados
e conhecimentos.
Esse tipo de atividade envolvendo as TICs possibilita aos professores e alunos
oportunidade de adquirir novos conhecimentos, além de ser uma metodologia de ensino
aplicável ao Ensino Médio e que pode ser ajustada para trabalhar com os alunos do Ensino
Fundamental onde se iniciam os problemas de preconceitos e indisciplina com relação ao uso
das tecnologias na escola.
Com esse estudo ficou evidente que a prática pedagógica do professor de Educação
Física, na utilização das TICs e da informática, não pode ser somente para repasse de
conteúdos, mas sim uma ferramenta aliada na busca da interação tanto como na aula teórica,
bem como na aula prática, para não corremos o risco de estar fortalecendo discursos das
culturas dominantes.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da aplicação do Projeto de pesquisa do PDE 2013 a 2014, foi possível


perceber que o uso das TICs, pode colaborar com mudanças na prática pedagógica dos
professores de Educação Física como demais disciplinas do Ensino Médio. Mas, se faz
necessário de investimentos e a manutenção dos equipamentos, bem como, da formação
continuada dos professores para que possam ao utilizar as novas tecnologias, promover uma
aprendizagem mais significativa aos alunos.
Conclui-se com esse estudo que os professores participantes do mesmo
demonstraram interesse em transformar sua ação pedagógica voltada aos conteúdos,
utilizando as tecnologias educacionais, disponíveis nas nossas escolas. E que as possibilidades
existentes como os buscadores de conteúdos da internet, podem ser utilizados pelo professor,
18

pois o uso da internet está proporcionando possibilidades variadas à pesquisa seja para os para
professores ou alunos, dentro do contexto de sala de aula ou fora dele. “A facilidade de,
digitando duas ou três palavras nos serviços de busca, encontrar múltiplas respostas para
qualquer tema é uma facilidade deslumbrante, impossível de ser imaginada há bem pouco
tempo. Isso tem trazido grandes vantagens e alguns problemas.” (MORAN, 1997 p.146).
Para que o professor utilize de forma a promover a aprendizagem significativa, cabe
compreender a Educação Física no contexto escolar e a dinamização do trabalho dos
professores na busca de tornar os conteúdos da disciplina cativante aos alunos com novas
práticas metodológicas, no caso estudado, através da TICs, (informática), a partir de objetivos
pré-definidos na busca de formar alunos críticos capazes de produzir, reproduzir os
conhecimentos e integrá-los na cultura corporal de movimento.
Diante dessa constatação não basta somente capacitar o professor para uso das TICs,
é necessário contextualizar essa formação à sua prática pedagógica, pois, “[...] uma coisa é
ensinar o manejo dos computadores a qualquer pessoa; outra é ensinar a usar a ferramenta em
contextos educacionais” (CYSNEIROS, 1998 p.5).
Foi possível constatar durante os grupos de estudos que os professores/participantes,
com acompanhamento, demonstraram mais autonomia e segurança na utilização das mídias
educacionais.
O que foi possível avaliar com essa pesquisa que os recursos tecnológicos utilizados
como instrumentos de aprendizagem e a implementação dessas tecnologias oportunizam aos
professores formar um ambiente que permite à aquisição de uma consciência sobre a
importância do uso da tecnologia em sua prática no contexto escolar, onde podemos apontar
três pontos relevantes da abordagem das TICs no processo de ensino aprendizagem sendo:
A) as atividades propostas nos diferentes momentos do grupo de estudo contribuíram
no processo de aprendizagem dos participantes, além de promover uma reflexão coletiva do
papel das da tecnologia no ambiente escolar durante as aulas de Educação Física Escolar nos
diferentes conteúdos;
B) A promoção de ambientes aos alunos para o uso da informática na sala de aula e
outros espaços da escola promove uma aprendizagem significativa, formando mentes criticas
e criadoras, capazes de promover a transformação social;
C) O uso da informática na elaboração do planejamento das atividades, elencando as
possíveis dificuldades encontradas no decorrer das atividades realizadas no grupo de estudos
nos diferentes momentos, resultou na aprendizado e favoreceu o conhecimentos de programas
e aplicativo como o JClick no Windows possíveis de serem usados em sala de aula em
19

conteúdos de Educação Física Escolar, reproduzindo os conhecimentos e integrá-los na


cultura corporal de movimento;
D) O uso das TICs durante a aplicação da PDP foi resultante dos procedimentos
anteriormente pensados e planejados de maneira colaborativa com os professores da escola.
Assim, percebemos que os professores participantes na implementação do projeto,
demonstraram no decorrer das atividades, autonomia, segurança e com isso criando condições
de incluir os instrumentos tecnológico se os novos conceitos aprendidos em sua prática
pedagógica, tornando o processo de ensino em aprendizagem significativa aos seus alunos.
Esperamos que o estudo possa contribuir para a inserção do uso das TICs no
cotidiano da escola e consequentemente possibilite novas alternativa que sejam práticas à
inclusão no planejamento do professor e na proposta político pedagógica da escola de
atividades que envolvam o uso das TICs e a internet dando ao professor a alternativa de
vivenciar mudanças em sua própria prática educativa.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo:


Moraes, 1982.

BRASIL, Orientações Curriculares para o Ensino Médio, Linguagens, Códigos e suas


Tecnologias. MEC, 2008.

BRITO, G. Inclusão digital do profissional professor: entendendo o conceito de


tecnologia. In 30º Encontro Anual da Associação Nacional de Pós- Gradação e Pesquisa em
Ciências Sociais, Caxambu, 2006.

CYSNEIRO, P. G. Novas Tecnologias na Sala de Aula: Melhoria do Ensino ou Inovação


Conservadora? In IX ENDIPE, Anais II, vol. 1/1, pp. 199-216. SP. Águas de Lindóia, Maio
1998.

MACHADO, C. M. Contribuições da Introdução das Novas Tecnologias na Prática.


Portal Zé Moleza. Disponível em: <http://www.zemoleza.com.br/carreiras/3819-
contribuicoes-da-introducao-das-novas-tecnologias-na-pratica.html >. Acesso em: 10 jun.
2013.

COUTO, M. E. S. A Aprendizagem da Docência de Professores em Curso de Formação


Continuada na Modalidade a Distância. UNESP, 2005. VIII Congresso Estadual Paulista
sobre a Formação de Educadores. Disponível em:
<http://www.unesp.br/prograd/ebook%20viii%20cepfe/LinksArquivos/9eixo.pdf>. Acesso
em: 12 jun. 2013.
20

DAMASCENO, R. J. A. A Resistência do professor diante das Novas Tecnologias.


Disponível em:<http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-resistencia-professor-diante-
das-novas-tecnologias.html> Acesso em: 10 jun. 2013.

Guia de Tecnologia na Educação – edição especial Revista Nova Escola. 2012. Disponível
em: <http://revistaescola.abril.com.br/testes/tecnologia-educacao.shtml> Acesso em: 01 maio
2013.

FERNANDES, A. C; et al. Objetos de aprendizagem na escola: estudo de um modelo de


implementação. In: Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 29, Fortaleza: SBC.
2008.

FERRETTI, F. A importância das capacidades coordenativas na formação do atleta de


futsal. Metodologia Ferretti Futsal, 2013.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 23ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

____________Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Vozes, 1982.

LEITE, L. S; SAMPAIO, M. N. Alfabetização tecnológica do professor. Petrópolis: Vozes,


1999.

LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

MELLO, K; VICÁRIA, L. Os filhos da era digital: Como o uso do computador está


transformando a cabeça das crianças – e como protegê-las das ameaças da internet.
Revista Época, n. 486 de 12/06/08. Disponível em:
<http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78998-6014-486,00.html>. Acesso
em:13 jun. 2013.

MORAN, J. M. Desafios na Comunicação Pessoal. 3ª Ed. São Paulo: Paulinas, 2007.

MORAN, J. M; MASETTO, M. T; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação


pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

KENSKI. V.M. Educação e Tecnologias – O Novo Ritmo Da Informação, Editora Papirus,


terceira edição. Campinas, 2007.

PAIXÃO, A. M., VENÃNCIO L., NETO L. S., CASSOLA, S. As Novas Tecnologias nas
Aulas de Educação Física: em Busca de Objetos de Aprendizagem. Disponível em:
<http://cev.org.br/biblioteca/as-novas-tecnologias-nas-aulas-educacao-fisica-busca-objetos-
aprendizagem/>. Acesso em: 12 out. 2013.

RAMOS, M. B. J., FARIA, E. T. Aprender e Ensinar Diferentes Olhares e Práticas.


EdiPUC, RS, 2011.

REVISTA ESCOLA. Tecnologia e Sociedade. 2013. Disponível em:


<http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/tecnologia-sociedade-597913.shtml>. Acesso
em: 29 jun. 2013.
21

REVISTA NOVA ESCOLA Guia de Tecnologia na Educação – edição especial Revista


Nova Escola. 2012. Disponível em:<http://revistaescola.abril.com.br/testes/tecnologia-
educacao.shtml>. Acesso em: 01 maio 2013.

SANDERS, S. W. Ativo para a vida: programas de movimento adequados ao


desenvolvimento da criança. Porto Alegre: Artmed, 2005.

SANTOS, W. L. P.; MORTIMER, E. F. Uma análise de pressupostos teóricos da


abordagem C – T – S (Ciência – Tecnologia – Sociedade) no contexto da educação
brasileira. ENSAIO – Pesquisa em Educação em Ciências. Volume 2 Número 2. Dezembro
de 2002. Disponível em <http://ufpa.br/ensinofts/artigos2/wildsoneduardo.pdf.>. Acesso em:
14 jun. 2014.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica Educação Física, SEED,


Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Departamento de Educação Básica. 2008.

THIOLLENT, Michel. Metodologia de pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2002. (Coleção


temas básicos de pesquisa-ação).

ZANETI, A. M. Futebol de salto alto: uma abordagem sobre a prática do futebol


feminino por meio de práticas pedagógicas condutoras ao uso de tecnologias da
informação. Cadernos PDE. PARANÁ, 2008.

Você também pode gostar