Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Edificações - Mecânica Dos Solos
Edificações - Mecânica Dos Solos
MECÂNICA DOS
SOLOS
Série construção Civil
MECÂNICA
DOS SOLOS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
Robson Braga de Andrade
Presidente
MECÂNICA
DOS SOLOS
© 2012. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, me-
cânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação à Distância do SENAI
Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos
os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491m
CDU: 624.131
SENAI Sede
2 Solos....................................................................................................................................................................................17
2.1 Origem e formação .....................................................................................................................................18
2.1.1 Origem do solo...........................................................................................................................19
2.1.2 Forma de decomposição.........................................................................................................21
2.1.3 Normalização...............................................................................................................................24
2.2 Classificação...................................................................................................................................................24
2.2.1 Classificação do solo quanto a sua origem ......................................................................24
2.2.2 O solo orgânico...........................................................................................................................25
2.2.3 Classificação por granulometria...........................................................................................26
2.3 Características físicas do solo...................................................................................................................27
2.3.1 Textura...........................................................................................................................................27
2.4 Lençóis freáticos...........................................................................................................................................28
2.4.1 Formas de rebaixamento de lençol freático.....................................................................31
2.5 Investigação geotécnica............................................................................................................................31
2.5.1 Tipos de investigação do solo...............................................................................................32
3 Sondagem.........................................................................................................................................................................37
3.1 Processos de execução de sondagem..................................................................................................39
3.1.1 Por amostras deformadas ou simples reconhecimento..............................................39
3.1.2 Trado...............................................................................................................................................40
3.1.3 Poço exploratório.......................................................................................................................41
3.1.4 Trincheira......................................................................................................................................42
3.2 Programação de sondagens.....................................................................................................................43
3.3 Levantamento geofísico............................................................................................................................43
3.3.1 Elétrico...........................................................................................................................................44
3.3.2 Radiométrico...............................................................................................................................44
3.3.3 Radar de penetração................................................................................................................45
3.4 Perfil geotécnico...........................................................................................................................................45
3.5 Normas técnicas...........................................................................................................................................46
3.6 Aspectos relativos à segurança, saúde, meio ambiente e qualidade........................................47
4 Terraplenagem.................................................................................................................................................................51
4.1 Serviços preliminares..................................................................................................................................52
4.2 Escavações em solos não rochosos.......................................................................................................58
4.2.1 Tipos de escavações em solos não rochosos ..................................................................59
4.3 Escavações de rochas..................................................................................................................................61
4.4 Equipamentos utilizados nas escavações de solos não rochosos..............................................64
4.5 Plataformas horizontais.............................................................................................................................68
4.6 Capacidade de produção..........................................................................................................................70
4.7 Normalização técnica.................................................................................................................................73
4.8 Aspectos relativos à segurança do trabalho.......................................................................................74
4.9 Saúde ocupacional......................................................................................................................................77
4.10 Meio ambiente............................................................................................................................................79
5 Infraestrutura...................................................................................................................................................................83
5.1 Tipos de distribuição de carga.................................................................................................................84
5.2 Tipos de fundações......................................................................................................................................84
5.2.1 Fundações rasas.........................................................................................................................85
5.2.2 Fundações profundas...............................................................................................................90
5.3 Contenções.....................................................................................................................................................96
5.3.1 Contenções por talude............................................................................................................96
5.3.2 Contenções provisórias...........................................................................................................97
5.3.3 Contenções definitivas.......................................................................................................... 100
5.3.4 Muros de arrimo...................................................................................................................... 101
5.4 Drenagem.................................................................................................................................................... 102
5.5 Tirantes.......................................................................................................................................................... 103
5.6 Reforço de fundações.............................................................................................................................. 107
5.7 Equipamentos, máquinas e instrumentos para infraestrutura................................................. 110
5.8 Normalização técnica.............................................................................................................................. 112
5.9 Aspectos relativos à segurança, saúde ocupacional, meio ambiente e qualidade........... 112
Referências
Minicurrículo do autor
Índice
Introdução
Bem-vindo(a) aos Fundamentos para a Construção Civil! Estamos iniciando uma caminhada
pelo processo de aprendizagem técnica industrial na área de Edificações. Essa unidade curri-
cular tem como objetivo geral promover a aquisição de fundamentos técnicos e científicos
referentes à identificação dos diferentes tipos de solo, suas propriedades e comportamen-
tos mecânicos, a fim de reconhecer os tipos de fundações, capacidade de carga do sistema
fundação-solo, principais métodos para prospecção, ensaios do solo, boletins de sondagem e
resultados de ensaios.
Para dar conta de tantas competências, serão potencializadas as capacidades sociais, orga-
nizativas e metodológicas descritas a seguir:
a) Gerenciar equipes de trabalho;
b) Liderar equipes e ter bom relacionamento interpessoal;
c) Atuar com efetividade nas relações com o cliente;
d) Projetar e analisar resultados;
e) Apoiar as decisões organizacionais, buscando a participação dos demais membros da
equipe;
f) Aplicar princípios de qualidade, saúde, segurança do trabalho e ambientais.
E as seguintes capacidades técnicas:
a) Aplicar conceitos referentes a fenômenos físicos;
b) Identificar metodologias de classificação de solos;
c) Identificar os tipos, características dos solos e infraestrutura aplicáveis à execução de cada
edificação.
Neste livro didático, conheceremos inicialmente informações sobre o solo, a sua origem e
sua formação, como classificar e conhecer as normas técnicas para sua utilização, que, mesmo
estando presente em nossa vida, pouco sabemos. Falaremos sobre as suas características físi-
cas, já que estamos trabalhando com material usado para a engenharia, e o domínio deste
conteúdo é de grande importância; aprenderemos mais sobre lençóis freáticos, como eles são
importantes reservas de água e como interferem nas construções, além de conhecermos o
Mecânica dos Solos
14
Neste capítulo, você vai conhecer um pouco mais sobre o solo. Você já teve contato com o
solo? Pois bem, tenho certeza de que quando você ouviu a palavra “solo” logo imaginou um
terreno, com areia, pedras, vegetação, como na Figura 1, não foi?
Mas solo é muito mais do que normalmente se imagina. Solo é também o componente que,
de forma direta ou indireta, fará parte de alguma construção da indústria, ou seja, o solo será
o material que receberá a construção. Como exemplo, o solo é que apoiará o edifício, “sus-
tentando” as fundações dele e a própria construção, a exemplo do caso de barragens, diques,
canais de drenagem, etc. Veja a Figura 2 de um corte esquemático com as possibilidades de
obras de construção civil no solo.
Mecânica dos Solos
18
1 Heterogêneo:
Solo rocha-matriz
3 geologia:
Figura 2 - Corte esquemático com diversas aplicações do solo
Estudo científico da origem, Fonte: SENAI, 2012.
história e estrutura da Terra.
Vamos ver agora o solo estudado pela geologia3? Mas antes, vamos definir a
geologia. Esta é a ciência que estuda a origem, história e estrutura do solo.
A norma NBR 6502 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1995)
fala dos conceitos e terminologias que são aplicados aos solos e rochas que ser-
vem para o nosso estudo focado na construção civil. Assim, começamos com a
Pedologia, que é a ciência na qual se estuda a formação dos solos e a sua origem
a partir do estudo das camadas mais superficiais da crosta terrestre.
Você sabe como é formado o nosso planeta?
O planeta é formado por algumas camadas sobrepostas:
a) O núcleo sólido o núcleo sólido, o mais interno, que, apesar da altíssima
temperatura, acaba tornando-se uma massa sólida pela pressão;
b) O núcleo externo, formado por uma massa líquida também de alta tempe-
ratura. Sua composição química de maior predominância é o ferro, seguido
de outros elementos como enxofre, silício, oxigênio, hidrogênio e potássio;
c) O manto inferior, que fica posicionado logo abaixo da crosta terrestre, na
qual encontramos o magma, material formado por rocha derretido expelido
pelos vulcões. Em seguida, vem a crosta terrestre que é o foco deste estudo.
Mecânica dos Solos
20
Manto
Pequena fenda ou greta; Núcleo Externo
rachadura.
Núcleo Interno
A crosta terrestre é a camada que contém o solo formado por partículas sólidas
(formadas por rochas decompostas e matéria orgânica, ou seja, restos de vege-
tais e animais), água e ar que preenchem os espaços vazios. Este tipo de solo é
muito encontrado no Brasil e seu conhecimento é muito importante porque suas
deformações são significativas quando submetidas a esforços de compressão.
Devemos lembrar que a parte orgânica que compõe o solo é muito importante
para a agricultura.
A matéria inorgânica do solo é, na verdade, o resultado da decomposição ou
desintegração de uma rocha maior a qual denominamos de rocha original ou
rocha-mãe. Aqui no nosso estudo, sempre a chamaremos de rocha-mãe.
a) Mecânica ou física
Este processo se origina pelo movimento da água, pela ação das raízes das
árvores, pela temperatura, pelas geleiras e pelo vento.
Quando falamos que a água é um agente de decomposição, basta lembrarmos
que a correnteza de um rio com a sua força vai deslocando as rochas menores, as
quais, ao se chocarem umas nas outras, se quebram.
Você conhece o velho ditado: “água mole em pedra dura tanto bate até
que fura”?
Então, este é o processo. Não só a água, mas também as raízes das árvores
são agentes que provocam a quebra da rocha, principalmente quando nela existe
uma rachadura, por onde a raiz entra, encontra espaço e, ao crescer, parte a rocha.
A temperatura também tem este poder de transformação, causando rupturas
nas rochas. Quando a temperatura varia muito rápido, ou seja, cai muito e em
pouco tempo, aquece ao Sol, ocorrem os choques térmicos que são estas mudan-
ças rápidas da temperatura, acelerando as fissuras4 das rochas.
O gelo é um agente que também colabora para a desintegração da rocha à
medida que a água, que penetra nas fissuras das rochas, ao congelar com a baixa
temperatura, se expande e rompe a rocha. Outro exemplo são as próprias gelei-
Mecânica dos Solos
22
ras, que são massas de gelo que, ao se deslocarem, acabam quebrando as rochas
com o atrito da movimentação. Veja na Figura 7 a formação de uma geleira.
Aqui no Brasil, uma região tropical, as geleiras não ocorrem. Na era Glacial, este
fenômeno ocorreu e contribuiu para a formação de alguns solos.
O vento é o agente que contribui para a desintegração da rocha, mas ele atua
mais em rochas de consistência mais frágil e o seu resultado são as partículas
menores, as areias, que possuem o formato mais arredondado que só é visível
através de microscópio.
Da decomposição da rocha, resultam 3 tipos diferentes de partículas, classifi-
cadas de acordo com o tamanho:
a) Pedregulhos e areias: são os solos constituídos de partículas grossas;
b) Siltes: são os solos que são constituídos de partículas de tamanhos interme-
diários;
c) Argila: são os solos com partículas finas, o menor grão.
2 Solos
23
b) Química
Este é o processo que acontece na estrutura mineral da rocha original. A água
é o mais importante agente modificador, permitindo a oxidação, hidratação e os
efeitos químico-biológicos.
A oxidação ocorre quando a rocha em contato com a água provoca uma rea-
ção com o oxigênio e, dessa reação, resulta uma cor avermelhada ou amarelada.
A hidrólise ocorre a partir de uma reação química gerando uma mudança na
estrutura do mineral.
Químico-biológicos ocorrem por reações provocadas por ataques de micro-
-organismos, como fungos, que alteram a estrutura do mineral.
Água
Ar
Rocha
SAIBA É sempre bom estudar as normas para ficar ciente das pos-
sibilidades, obrigatoriedades, ensaios e conceitos que são
MAIS recomendados pela ABNT.
2.2 Classificação
a) Solo residual:
Constitui-se do solo resultado da decomposição da rocha-mãe e que se encon-
tra no mesmo local de sua origem. Esse solo ocorre quando a rocha se degrada
radipamente e a ação dos agentes externos como intempéries5, chuvas e ventos
não fizeram nenhum transporte deste material.
b) Solo sedimentar ou transportado:
É o solo formado pelo resultado da decomposição da rocha-mãe, e que não
está no mesmo local de sua origem, pois foi transportado para outra área.
O solo transportado se divide em 4 grupos:
Transportados pela água:
a) Solos aluvionares: são os solos depositados, dependendo da velocidade das
correntezas;
b) Solos lacustres: são os solos resultantes do depósito no leito de lagos;
2 Solos
25
2.3.1 Textura
AQUÍFERO
GUARANI
Em algumas situações, o nível da água está acima da cota9 mais baixa da obra
que vai ser construída. Neste caso, o lençol freático causa uma série de problemas
para o projeto que vai desde a execução, por causar instabilidade no terreno para
fazer as escavações das estruturas, até os desmoronamentos de contenções de
terrenos.
Observe, na Figura 13, a necessidade de rebaixar o lençol freático para a cons-
trução do subsolo da edificação maior:
Sustentação ou proteção.
Um bom exemplo de obra que sofreu recalque é a Torre de Pisa na Itália, cons-
truída em 1174. Este recalque se deu por causa do adensamento do solo, que
antes era cheio de água nos espaços vazios, os quais desestabilizaram a edifica-
ção. Na cidade de Santos, alguns prédios também apresentam esta inclinação por
causa de recalques.
12 Negligenciado: descolar e de adotar medidas para eliminar possíveis recalques ou rupturas deste
terreno quando submetido a uma carga, atingindo, assim, a estabilidade do ter-
Mal cuidado, mal elaborado.
reno e com o menor custo.
Quando se faz a investigação, leva-se em consideração que o estudo do solo é
um recurso também associado aos custos e rapidez, uma vez que o estudo deter-
mina qual a melhor solução para a construção e a qualidade no projeto. Assim,
os engenheiros irão saber mais rapidamente qual a solução ideal para resolver o
problema e ou prever os problemas.
O tipo de obra com suas estruturas e a sua dimensão é que vai determinar a
quantidade de furos para sondagem, a disposição e a profundidade dos reconhe-
cimentos geológicos, e estas posições e números devem estar bem definidos em
plantas.
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Neste capítulo, você aprendeu sobre os tipos de solos, teve uma breve
noção do conceito de Mecânica dos Solos, aprofundou os conhecimentos
sobre classificação do solo para a engenharia e identificou os diversos tipos
de solo e seu enquadramento em grupos específicos em relação às suas
propriedades geotécnicas. Você pôde, ainda, decifrar os comportamentos
do solo quando submetidos a esforços de carga sobre sua formação, além
da sua composição em partículas, ar, água e sua forma de decomposição,
mecânica ou química.
Você conheceu também a classificação dos solos quanto a sua origem, resi-
dual ou transportada, além do que se entende por solo orgânico quanto as
suas características de deformabilidade, quanto a sua granulometria e seus
processos de análise. Conheceu, ainda, as características do solo de acordo
com a sua textura, se é bem graduado, se bem uniforme ou de graduação
aberta,tendo, assim, a possibilidade de reconhecer um tipo de solo.
Além disso, aprendeu mais sobre lençóis freáticos, suas características e
interferências nas obras com suas problemáticas e soluções; sobre a neces-
sidade de fazer um rebaixamento e suas complicações para o entorno; e
sobre a investigação geotécnica dos solos, sua necessidade de uma análise
bem feita e a responsabilidade do profissional.
2 Solos
35
Anotações:
Sondagem
O mais importante é que a sondagem nunca deve ser considerada como uma
etapa sem importância em uma obra. Ela é muito importante, pois um serviço
de sondagem bem realizado vai dizer aos engenheiros que tipo de fundação vai
se adequar ao edifício, além do fato de que a identificação do solo é feita para
conhecer as suas propriedades, evitando problemas futuros como o de recalques.
Todo serviço de sondagem é orientado pelas normas da ABNT, a qual determina a
quantidade de furos mínimos necessários por metro quadrado e o espaçamento
dos furos no local da construção.
CASOS E RELATOS
1 afloramento:
Surgimento da água na
superfície.
3.1.2 Trado
Figura 18 - Operário retirando amostra do solo que ficou presa à hélice do trado
Fonte: SENAI, 2012.
3 SONDAGEM
41
São as sondagens feitas a partir de poços escavados por operários com equipa-
mentos manuais como pás, picaretas e escavadores. Estes poços têm o diâmetro
de, no mínimo, de 0,60m, espaço suficiente para o trabalho do operário. Com este
processo, pode-se ter uma visualização do perfil do solo e observar a sua resis-
tência no próprio local, no entanto a sua profundidade vai ser determinada pelo
lençol freático não o ultrapassando devido à presença da água, que desestabiliza
a parede de escavação.
MECÂNICA DOS SOLOS
42
3.1.4 Trincheira
3.3.2 Radiométrico
Como todo serviço, inclusive da área de construção civil, temos que ter o cui-
dado necessário com relação à saúde dos operários. Devemos lembrar que o
serviço de sondagem geralmente é a primeira frente de trabalho a comparecer
na área e os cuidados devem ser redobrados, inclusive com relação a animais
peçonhentos como cobras e aranhas. E como a sondagem necessita de alguns
equipamentos como tripé, bombas e geradores, os operários devem ser bem
orientados com relação ao manuseio correto e quanto às medidas de segurança
no campo.
Quanto ao meio ambiente, em qualquer serviço, deve-se ter uma maior aten-
ção. Mas, de uma forma geral, a sondagem não causa quase nenhum impacto ao
meio ambiente, pois a área de execução é bem restrita, exceto quando a sonda-
gem é feita através de poços exploratórios e trincheiras. E neste caso, devemos
lembrar que, em qualquer escavação, devemos ter cuidado com relação ao local
onde será depositado o material removido do solo. Isto porque, a princípio, não
sabemos qual o impacto que pode ocasionar ao meio ambiente.
Observe que você conheceu a mecânica dos solos. Ficou claro que o cuidado
com relação à sua saúde e à segurança foi abordado em quase todos os capítulos?
Isso mesmo! Você percebeu o quanto isto é importante?
Então, fique atento e leve a sério a sua saúde e a sua segurança no canteiro de
obra.
RECAPITULANDO
Anotações:
Terraplenagem
O que você entende por terraplenagem? Com certeza, você já ouviu falar e muito nessa
palavra, mas agora vai aprender mais profundamente sobre o assunto. E é fácil, pois terraple-
nagem é todo procedimento no qual há movimentação de solo, através de carga e descarga
e compactação do solo, seja para fazer um aterro, nivelar um terreno, eliminar ondulações do
terreno ou escavações de uma área ou seja para atingir a cota determinada no projeto. E toda
terraplenagem envolve o manuseio de máquinas pesadas como pá carregadeira, retroescava-
deira e compactadoras.
MECÂNICA DOS SOLOS
52
É bom lembrar que, nas áreas urbanas, onde a maioria das edificações é execu-
tada, os espaços são bem restritos e estes procedimentos citados anteriormente
são de vital importância para um bom andamento da obra.
Nestes casos, você deve ficar atento a situações que parecem sem impor-
tância, mas são fundamentais como saída e entrada de caminhões, tráfego de
máquinas pelas vias de circulação, ou seja, ruas e avenidas, os horários de trânsito,
principalmente quando há necessidade de empréstimo de material para aterro e
ou expurgo de material escavado que não será utilizado na obra.
Você viu até aqui o estudo preliminar da obra para determinar os procedimen-
tos a serem executados. Agora você realmente vai conhecer os procedimentos
iniciais para os serviços de terraplenagem que são:
a) O desmatamento: é a retirada da vegetação de grande porte, usando
equipamentos como a motosserra, e máquinas pesadas como pá-car-
regadeira. O desmatamento deve ser feito com o cuidado para não
precisar retirar árvores que não interferem na obra e nem no projeto.
Hoje em dia, os estudos ambientais são mais criteriosos para propiciar
um melhor conforto ambiental para os usuários;
MECÂNICA DOS SOLOS
54
Corte de terreno
Aterro de terreno
Mista: quando se tem movimentação de solo, tanto para o corte quanto para
o aterro e, assim, atinge o nível determinado pelo projeto. Este é muito comum.
Terraplanagem mista
Corte
Aterro
CASOS E RELATOS
“A terraplenagem e a drenagem”
Todo serviço de construção civil tem sempre um fato interessante.
Vamos ver este que aconteceu em uma empresa que foi contratada para
o serviço de terraplenagem em uma área fora dos limites urbanos, na qual
seria implantado um conjunto habitacional popular. O projeto, como de
costume, foi solicitado pela administração pública, assim, ele foi elaborado
atendendo às exigências da lei e a partir de então começou a terraplena-
gem. No entanto, uma etapa do projeto foi esquecida, a sondagem da área,
mas assim mesmo, os serviços foram começados.
Nesta área, havia uma depressão no terreno que, em períodos de chuva,
a água depositava, mas o projeto determinava que essa depressão dei-
xasse de existir, ficando com uma cota mais elevada e, portanto, foi feita
a terraplenagem. Mas depois de todo o serviço feito e iniciada a fase de
macrodrenagem, começou o período de chuvas, e os engenheiros desco-
briram que a macrodrenagem não estava resolvendo o escoamento das
águas pluviais, pois com a retirada da inclinação natural do terreno, as
águas ficaram retidas em outros locais, ocasionando sérios problemas de
erosão.
Na verdade, o que aconteceu foi falta de um estudo mais detalhado da
macrorregião, não devemos apenas nos deter a uma investigação do limite
da área, mas sim do entorno. E outro detalhe: a inclinação natural do ter-
reno em muitos casos deve ser respeitada para evitar os problemas de
drenagem e custo muito elevado com movimentação de terra para deixar
apenas uma plataforma uniforme. O projeto de terraplenagem precisa ser
muito bem feito e acompanhado para ter um resultado satisfatório.
Este tipo de escavação é feita em solo com presença de água e não coesivo, ou
seja, em leitos, e é denominado vertical por causa da sua configuração de esca-
vação onde há a necessidade de contenção das paredes; e o equipamento assim
como em solos não consolidados, também fica fora da escavação;
e) Escavações para abertura de valas
São as escavações usadas para abrir valas, que se caracterizam por apresentar
uma grande dimensão de comprimento e largura e altura pequenas. Geralmente
servem para trabalhos de drenagem e esgotamento com tubulações. Em alguns
casos, há a necessidade de contenção das paredes laterais;
f) Escavações para abertura de túneis
Quando há necessidade de vencer e ultrapassar uma barreira, para a união de
dois pontos;
g) Escavações por dragagem
É, na verdade, a escavação que é realizada no fundo de um leito onde se faz a
retirada do material através de sucção por dragas. As dragas são equipamentos
formados por bombas de sucção que puxam o solo do leito do mar ou do rio. Este
solo tem uma consistência pastosa, semelhante à lama.
3 Detonações:
Figura 36 - Perfuratriz
Fonte: SENAI, 2012.
b) Carga
A carga é a instalação de material explosivo dentro dos furos feitos na rocha,
os quais são detonados, liberando uma força na explosão que rompe a rocha,
fragmentando-a em menores tamanhos, realizando aos poucos a sua escavação.
Por se tratar de um trabalho arriscado, o uso do explosivo exige uma série de
cuidados que devem ser observados: manuseio do explosivo, armazenagem, ins-
talação e, na hora da explosão, além da atenção dobrada no canteiro de obras
quanto à segurança dos operários, é necessário ter cuidado com o entorno, a
exemplo das edificações.
Em áreas urbanas, o uso de explosivo é muito limitado, exatamente pelo risco
oferecido às edificações vizinhas, tanto pelos resíduos, quanto pelos abalos pro-
vocados pela onda de choque da explosão;
4 TERRAPLANAGEM
63
c) Detonação
É o procedimento para acionar o explosivo que foi colocado nos furos feitos
na rocha através de dispositivos que são chamados de acessórios. Os dispositivos
mais usados na construção civil são as espoletas comuns e elétricas, cordel
detonante e acendedores. Hoje, alguns detonadores possibilitam fazer várias
detonações3 em intervalos programados, conforme a necessidade da obra;
MECÂNICA DOS SOLOS
64
d) Remoção de rochas
Depois da explosão das cargas, a rocha é quebrada em vários pedaços de
tamanhos diversificados. Faz-se necessária, assim, a remoção dessas rochas para
limpeza do canteiro e liberação da área para recomeçar o processo de perfurar a
rocha, colocar a carga e detonar os explosivos, em um processo contínuo.
a) Escavadeira de colher:
4 TERRAPLANAGEM
65
É a máquina que pode ser montada, tanto sobre esteiras, quanto sobre pneus.
Em esteiras, há algumas vantagens, pois estas máquinas são mais estáveis na
hora do serviço, sem apresentar sobrecarga no solo, além da facilidade em vencer
rampas. Porém, quando montadas sobre pneus, apesar de maior velocidade, eles
perdem a estabilidade quando o equipamento faz o giro da pá para escavar e
ao carregar o caminhão com o material escavado. Com essa máquina, a concha
executa o trabalho de baixo para cima, facilitando o corte vertical do solo, sendo
inclusive favorável para escavações de grande profundidade. Por outro lado, é
desvantagem utilizá-la em solos não coesivos como areia, sendo ideal para solos
mais coesos. Além disso, a ferramenta é vantajosa para transportar o material
escavado até o caminhão ou caçamba. Esse equipamento é usado em escava-
ções de grandes volumes em áreas limitadas. E é comum dentro das áreas de
escavações, onde o acesso sempre se dá por rampas, geralmente construídas no
processo da escavação;
b) Escavo-carregadeira:
É o equipamento usado em quase todos os tipos de solos, servindo tanto
para solos argilosos como arenosos. Sua pá serve tanto para escavar como para
carregar o material. No entanto, seu uso é mais destinado para escavações onde
a profundidade não ultrapasse 2,0m, sempre utilizado dentro da própria área da
escavação.
Geralmente são montados sobre pneus, facilitando muito o serviço de car-
regamento. Não possui sistema de giro vertical para facilitar a escavação e o
carregamento é diferente da escavadeira de colher.
Usado em escavações de grandes volumes em áreas limitadas;
MECÂNICA DOS SOLOS
66
Figura 41 - Escavo-carregadeira
Fonte: SENAI, 2012.
c) Retroescavadeira:
Este equipamento talvez seja o mais conhecido de todos nós pela sua ver-
satilidade e facilidade de execução de serviços de escavação. No entanto, pela
sua estrutura, ele também tem limites, um deles é não apresentar o giro vertical
em cima da base, o que torna mais frequente o seu emprego para escavações
lineares, principalmente para execução de valas, canais. Esta ferramenta pode ser
usada em quase todos os tipos de solos, mas o seu uso se restringe a pequenas
escavações e apresenta uma dificuldade para carregamento do material em cami-
nhões pelo próprio formato da concha.
É muito usado também em escavações de grandes áreas limitadas;
Figura 42 - Retroescavadeiras
Fonte: DREAMSTIME, 2011.
Figura 43 - Draglines
Fonte: SENAI, 2012.
MECÂNICA DOS SOLOS
68
Corte
Aterro
Estrada Estrada
Plataforma compactada Plataforma mal compactada
4 ergonomia:
CASOS E RELATOS
“O tubulão e os acidentes”
Em uma obra, acidentes podem acontecer e, para isto, existem cuidados e
medidas como implantação de CIPA, no intuito de evitar ou minimizar os
acidentes. Mas em serviços de escavação, principalmente de tubulões, os
acidentes são uma preocupação a mais.
Um operário, devidamente orientado e treinado para o serviço, começou
a escavação de um tubulão onde seria concretado uma fundação de um
edifício. Passados vários dias de serviço manual com um cavador articulado
e depois de ter atingido uma altura de 4 metros, a parede do tubulão des-
morona com o operário dentro.
A equipe de primeiros socorros logo entrou em ação para o resgate do ope-
rário e, por sorte, ele ficou apenas parcialmente soterrado. Foi socorrido
sem maiores consequências e, quando houve a investigação do acidente,
descobriu-se que não houve o cuidado necessário para evitar o acidente do
operário. Isto porque foi permitido o trânsito de máquinas e pessoas perto
da área da escavação. O espaço tem que estar isolado, para evitar trânsito
que possa trepidar e provocar o desmoronamento do tubulão. Para sorte
do operário, a escavação não era profunda, o que possibilitou o socorro.
4 TERRAPLANAGEM
79
RECAPITULANDO
Anotações:
Infraestrutura
VIGA:
Elementos horizontais
SUPRAESTRUTURA
PILARES:
Elementos verticais
FUNDAÇÕES:
Estrutura no subsolo
INFRAESTRUTURA
SOLO RESISTENTE
DIRETA
DIRETA INDIRETA
Este tipo de fundação também pode ser chamado de direta. É usada para edifi-
cações de pequeno porte como residências ou prédios de dois pavimentos onde
as forças de distribuição de suas cargas podem ser facilmente suportadas pela
camada do solo logo abaixo da edificação e, geralmente, estão a uma distância
inferior a 3,0m. Temos sete tipos de fundações rasas:
Viga de fundação ou viga baldrame é uma viga que já é a própria fundação.
Muitos a confundem com uma viga de amarração de parede, mas ela é uma peça
estrutural, geralmente está acompanhando as paredes da edificação e construída
no próprio terreno. Sua aplicação está associada a um terreno firme e a uma edi-
ficação de carga pequena. Não tem profundidade e sua vala para execução não
ultrapassa os 50 cm.
Veja o exemplo de uma viga baldrame na Figura 57.
Sapata isolada como o nome já diz, é a fundação de apenas um pilar sem cone-
xão ou ligação com mais nenhuma outra fundação. Seu formato difere do bloco
porque tem semelhança com um tronco de pirâmide.
5 Infraestrutura
87
Sapata corrida é a fundação contínua que fica logo abaixo das paredes e, em
toda extensão delas, segue quase o mesmo formato da sapata isolada com uma
seção em forma de tronco de pirâmide.
CASOS E RELATOS
1 concretagem: da casa, o segundo foi o procedimento errado com relação ao concreto que
estava com o traço muito fraco e a ferragem também inferior ao necessário.
Colocar concreto numa
forma de madeira, num Então perguntou ao pedreiro da obra se ele e os operários sabiam como
tubo escavado.
executar o serviço, e a resposta do pedreiro foi: sim, sabemos. Fazemos isso
desde os 15 anos de idade.
Realmente, a experiência do pedreiro não pode ser desconsiderada, mas
2 apiloando: a experiência deve ser somada aos conhecimentos de um técnico que
Batendo, socando, poderá dimensionar com mais precisão e, assim, evitar gastos desneces-
compactando. sários. Isso nos mostra o quanto a construção civil no Brasil está perdendo
com a falta de mão de obra especializada de um técnico em edificações.
Neste caso, o técnico poderia fornecer o conhecimento necessário para a
execução do serviço.
O estudante, então, aconselhou o pedreiro a obter mais informações técni-
cas sobre as fundações para aquela construção, assim, ele poderia diminuir
os gastos de materiais e o tempo do serviço dele.
Este tipo de fundação ocorre quando a carga da edificação precisa ser dis-
tribuída para um solo mais resistente, e este estiver a mais de 3,0 metros de
profundidade. Geralmente são usadas em edificações mais elevadas que pos-
suem um peso maior.
Podem ser de dois tipos: estacas e tubulões.
a) Estacas são fundações verticais longas que penetram no solo até atingir
a rocha mais resistente. São classificadas pelo seu processo de execução,
podendo ser de deslocamento ou escavada. As de deslocamento são as
estacas que são introduzidas no terreno através de equipamentos mecâni-
cos como bate-estacas e podem ser de madeira, de aço e concreto armado.
Já as estacas escavadas são aquelas que são executadas no local, “in situ”,
depois de ser feita uma escavação profunda e retilínea, podendo ser manual
ou mecânica, que depois se introduzir o concreto, formando assim a estaca,
pode ser feitas em madeira, concreto e aço.
As estacas podem ser divididas em dois tipos: as pré-fabricadas e as escavadas:
Pré-fabricadas ou pré-moldadas: são as estacas que são cravadas no solo com
o auxílio de equipamentos que podem ser:
5 Infraestrutura
91
3 pêndulo: As estacas de madeira: são utilizadas desde a antiguidade, mas seu uso hoje
em dia vem diminuindo cada vez mais, tanto pela escassez de encontrar madei-
Peso suspenso por cabos
que ao cair em queda livre ras resistentes, as chamadas “madeira de lei”, quanto pela inovação tecnológica
gera força de impacto. que favorece o uso de materiais mais resistentes. Com relação à durabilidade
da madeira, se ela for bem preparada com substâncias que anulem os efeitos
corrosivos de fungos e pragas, como o cupim, ela passa a ter uma grande resis-
tência. É bom saber que o emprego da madeira deve ocorrer em terrenos livres
de lençol freático, pois a presença de água no solo aumenta a probabilidade de
aparecimento de fungos. A madeira é um material de pouca durabilidade por sua
composição orgânica e, por isso, é usada para fundações de prédios temporários.
ESTACA DE MADEIRA
40cm
100cm
As estacas metálicas são muito utilizadas na construção civil pela sua facili-
dade, e normalmente, são perfis de aço laminado no formato de “L” e de “H”.
A empregabilidade das estacas metálicas é grande devido ao seu processo de
execução, pois ela resiste bem ao mecanismo de bate-estaca e, pela sua forma,
acaba cortando as camadas de terreno sem apresentar resistência. Apesar de o
aço sofrer corrosão pelo oxigênio, já se sabe que quando a estaca está inteira-
mente no interior do solo, a presença do oxigênio é tão baixa que a corrosão não
acontece a ponto de prejudicar a sua resistência. E mesmo assim, a norma técnica
determina a espessura de 1,5mm em toda sua extensão, ou seja, uma capa com
espessura de 1,5mm não deve ser considerada nos cálculos de carga.
5 Infraestrutura
93
4 apilolado:
5 cebolão:
CASOS E RELATOS
“O barulho do bate-estaca”
Em uma determinada obra de um prédio de 18 pavimentos em plena área
urbana, depois de ter toda a implantação do canteiro de obras, começa o
serviço de bate-estaca que, pelo projeto do empreendimento, seria o mais
viável.
No entanto, a cravação das estacas com o bate-estaca causa vibração do
solo e é sentida pelos prédios vizinhos. Neste caso, estas vibrações provo-
caram algumas avarias nas estruturas e paredes destes prédios.
Antes de começar o serviço, os engenheiros deveriam ter feito uma vistoria
em todas as edificações, mas não a fez. Algum tempo depois do serviço de
fundação ter começado, os vizinhos começaram a reclamar das rachaduras
e fissuras, consequentemente, a empresa responsável teve que arcar com o
prejuízo, mesmo sem saber se era verdade ou não.
Portanto, a empresa tem que fazer a vistoria com cuidado para não ser res-
ponsável por danos anteriores ao início da obra.
5 Infraestrutura
95
Estacas concretadas “in loco” são também muito usadas na construção civil, e
sua execução ocorre basicamente introduzindo um tubo circular de aço e, dentro
desse tubo, deposita-se o concreto que é apiloado4 e, depois, se retira o tubo de
aço, ficando somente o concreto. Existem dois tipos de concretagem com o tubo:
as Estacas tipo Franki e tipo Strauss.
cabo
ariete concreto
Estacas Franki
camisa
bulbo
concreto
roldana
cabo
tripé
balde
sonda Estacas Strauss
escavação armadura de
aço concreto
5.3 Contenções
6 in locus:
Feito no local.
São empregadas quando não vai haver a reutilização das estacas em outras
contenções e quando tem a necessidade de uma contenção mais resistente e,
algumas vezes, mais profunda.
Podem ser dois tipos:
a) Estacas de concreto justapostas são estacas moldadas “in locus6” e esperam
o concreto adquirir resistência suficiente para, então, se fazer a escavação.
Outra forma de se realizar este tipo de contenção é com a cravação de esta-
cas circulares, de maneira alternada, deixando um espaço entre elas menor
do que o diâmetro da estaca. Então o espaço será totalmente preenchido e
sem deixar vazios. Este método é mais aconselhável para solos menos resis-
tentes e ou com presença de água;
5 Infraestrutura
101
São estruturas de porte pesado usadas para estabilizar taludes e sua execução.
É um processo simples, embora tenha a sua dimensão bem maior do que a das
contenções vistas anteriormente.
Pode ser de duas maneiras:
a) Por gravidade, quando é executado com pedras e concreto simples, cujo
próprio peso exerce uma força no solo, impedindo esse muro de se deslocar
com o peso do solo;
b) Por flexão, quando é executado um processo mais elaborado, no qual existe
uma sapata na base, em forma de um “T” invertido, em que o peso do solo
já produz o travamento e, consequentemente, a estabilidade do talude ou
do solo.
mecânica dos solos
102
7 íngremes:
5.4 Drenagem
5.5 Tirantes
Tirantes para você é um nome novo? Pode ser que sim, mas pessoas que
moram em centros urbanos com grande adensamento populacional talvez já
tenham visto alguns tirantes nas encostas.
Então, tirantes são os procedimentos adotados para contenção de encostas
muito íngremes7 ou em encostas onde há edificações no topo.
mecânica dos solos
104
8 solo do maciço:
5
6
7
1
2
3 4
9 macacos hidráulicos: Depois de perfurado, começa o serviço de limpeza dos furos para eliminar o
resíduo da escavação, para então introduzir os tirantes ou cabos, o que é feito
São máquinas que
funcionam através do com muito cuidado, evitando atritos. Em seguida, é injetada a nata de cimento
sistema hidráulico e têm para servir de ancoragem, assim que o concreto tiver a cura suficiente para rece-
finalidade de executar
serviços de força como ber a tração dos tirantes. Perceba que o nome desse tipo de contenção é tirantes
tração.
por ser feita com tirantes de aço.
Esta tração é feita com a ajuda de macacos hidráulicos9 que são travados
por pedaços de chapa e cunhas para sua fixação. E por fim, é feita a proteção da
cabeça do tirante com concreto, evitando, assim, a entrada de ar e água e, conse-
quentemente, a corrosão dos tirantes de aços.
A vantagem deste tipo de contenção é que permite ser mais esbelta, ou seja,
mais fina do que, por exemplo, os muros de arrimo.
As obras de atirantamentos de encostas são sempre acompanhadas de um
serviço de drenagem por canaletas na parte superior das cortinas atirantadas
para ajudar no redirecionamento das águas de chuva, evitando que se infiltre em
excesso no solo, prejudicando todo o serviço com tirantes.
Muro existente
Alargamentos
Apoio
Fundação antiga
a demolir
Estacas de madeira
Microestacas
Estacas
Figura 79 - Bate-estaca
Fonte: WIKIMEDIA COMMONS, 2006.
RECAPITULANDO
Anotações:
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6122: projeto e execução de fundações. Rio
de Janeiro, 2010.
______. NBR 6484: solo: sondagens de simples reconhecimentos com SPT: método de ensaio. Rio
de Janeiro, 2001.
______. NBR 6502: rochas e solos. Rio de Janeiro, 1995.
______. NBR 7181: solo: análise granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.
______. NBR 8036: programação de sondagens de simples reconhecimento dos solos para
fundações de edifícios: procedimento. Rio de Janeiro, 1983.
______. NBR 8681: ações e segurança nas estruturas: procedimento. Rio de Janeiro, 2003.
______. NBR 9061: segurança de escavação a céu aberto: procedimento. Rio de Janeiro, 1985.
______. NBR 9062: projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de Janeiro,
2006.
______. NBR 9603: sondagem a trado: procedimento. Rio de Janeiro, 1986a.
______. NBR 9604: abertura de poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada de amostras
deformadas e indeformadas: procedimento. Rio de Janeiro, 1986b.
______. NBR 9820: coleta de amostras indeformadas de solos de baixa consistência em furos de
sondagem: procedimento. Rio de Janeiro, 1997.
BASTOS, Cezar. Água nos solos. Rio Grande :DMC/FURG, [200-?]. Apostila.
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 5: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Brasília, DF, 1978a. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D311909
DC0131678641482340/nr_05.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2012.
______. NR 7: programa de controle médico de saúde ocupacional. Brasília, DF, 1978b. Disponível
em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D308E21660130E0819FC102ED/nr_07.pdf>.
Acesso em: 9 jul. 2012.
______. NR 19: explosivos. Brasília, DF, 1978c. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8
A7C812D302E6FAC013032FD75374B5D/nr_19.pdf>. Acesso em: 9 jul. 2012.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos solos e suas aplicações. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC,1988. v. 1.
______. ______. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988. v. 2.
CARDOSO, Francisco Ferreira. Serviços de escavação: equipamentos e aspectos executivos.
Revisão de Texto Júlio Yukio Shimizu. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo,
[2002]. Apostila.
_______. Sistemas de contenção: equipamentos e aspectos executivos. Revisão de Texto Júlio
Yukio Shimizu. São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. [2002], Apostila.
DREAMSTIME. Stock photo categories. Brentwood, 2008. Disponível em: <http://pt.dreamstime.
com/>. Acesso em: 26 maio 2012.
______. ______. Brentwood, 2011. Disponível em: <http://pt.dreamstime.com/>. Acesso em: 28
maio. 2012.
______. ______. Brentwood, 2012. Disponível em: <http://pt.dreamstime.com/>. Acesso em: 28
maio. 2012.
ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Movimento de terra. Revisão de Texto
Júlio Yukio Shimizu. São Paulo, 2002. Apostila.
GRECO, Jisela Aparecida Santanna. Escavação em rochas. Belo Horizonte: UFMG, [20--?]. Apostila.
MEIRELES, Alfredo Bessa; MARTINS, João Guerra. Fundações e contenção lateral de solos:
execução de cortinas estacas. Recife: UFP, 2006. (Série Estruturas).
WIKIMEDIA COMMONS. Free images search engine. San Francisco, 2006. Disponível em: <http://
commons.wikimedia.org/>. Acesso em: 16 maio 2012.
______. ______. San Francisco, 2011. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/>. Acesso
em: 25 maio 2012.
______. ______. San Francisco, 2012. Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/>. Acesso
em: 25 maio 2012.
Minicurrículo do autor
Sérgio Brito Rolemberg
Sérgio Brito Rolemberg, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia.
Pós-graduando no Curso de Especialização em Tecnologia e Gerenciamento de Obras.
Desde 2000, atua com Projetos de Arquitetura e Interiores e Gerenciamento de Obras. Foi fundador
e sócio gerente da Academia de Arte & Design e do Curso Técnico de Design de Interiores. Atuou como
coordenador e docente das disciplinas de Desenho, História da Arte e Projetos de Interiores e como
supervisor de projetos de instalações de sistemas de refrigeração.
Atualmente, ministra as disciplinas Desenho de Croqui e Princípios de Mecânica dos Solos e Funda-
ções, e é membro do grupo de Pesquisa do CNPq/SENAI.
Índice
A
Afloramento 28, 41
Apiloando 91
B
Betoneiras 108, 109
C
Cebolão 94
Concretagem 86, 94, 91
Coroamento 108
Cota 29, 51, 55, 56, 57, 58, 59, 67, 68, 69, 70, 71, 95, 101, 102
Cravação 91, 94, 99, 109, 111
D
Detonações 63
E
Eletrodo 44
Entornos 28
Ergonomia 77
Escoramento 52
Escoramentos 31, 97
F
Fissuras 21, 94, 107
G
Geologia 19
H
Heterogêneo 18
Homogêneo 19
I
In Locus 99
Íngremes 101
Intempéries 24
M
Macacos Hidráulicos 105
N
Negligenciado 33, 75
P
Partido 52
Pêndulo 93
R
Recalques 25, 30, 32, 33, 38, 45, 83, 89, 95, 108, 112
S
Saturadas 28
Solo do Maciço 104
V
Várzeas 25
SENAI – Departamento Nacional
Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
Marcelle Minho
Coordenação Educacional
André Costa
Coordenação de Produção
Iranildes Cerqueira
Joseane Maytê Sousa Santos Sousa
Revisão Ortográfica e Gramatical
Antônio Ivo Lima
Fabio Passos
Natália Coelho
Ricardo Barreto
Rodrigo Lemos
Vinícius Vidal
Diagramação e Fechamento de Arquivo
FabriCO
Ilustrações
i-Comunicação
Projeto Gráfico