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Teóricos e Metodológicos do
Serviço Social I
Querido estudante,
Por fim, conheceremos como o Serviço Social chegou ao Brasil e as suas bases
teórico-metodológicas, nos anos de 1930 até a década de 1950, destacando a
influência europeia e norte-americana para a consolidação da profissão.
Bons estudos!
Objetivos
Conteúdo Programático
Autoria
Após a Revolução Industrial - final do século XVIII início do século XIX - a sociedade
vivenciou um desordenado crescimento, sobretudo no meio urbano. Crescimento este
que desencadeou uma série de problemas sociais, a exemplo do saneamento básico
nas cidades.
Objetivo
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
Conteúdo Programático
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas:
Essa relação você vai descobrir a partir do contato com os conteúdos deste estudo.
BOA LEITURA!
Tema 1
Transição do Feudalismo para o Capitalismo
A organização social do feudo pode ser bem representada pela figura da pirâmide. Em
seu topo, estava a Igreja Católica, ou o clero, que condenava a acumulação de
riquezas e ditava, de acordo com seus princípios e dogmas, a maneira como as
pessoas deveriam pensar e se comportar. No centro da pirâmide estavam os nobres,
detentores dos poderes econômico, militar e agrário, donos de muitas fazendas, que
conseguiam ganhar e acumular muito dinheiro. Os servos se encontravam na base da
pirâmide, sendo subjugados e subalternizados pela nobreza e pelos senhores feudais.
Dica
• O Feudalismo
Trindade (2002) afirma que os servos pagavam o dízimo à igreja e impostos ao Rei,
sendo obrigados a trabalhar, sem qualquer remuneração, nos feudos.
Com uma crise pandêmica, estereotipicamente conhecida com a “peste negra”, que se
espalhou na Europa entre os séculos XIV e XVIII, muitos servos morreram,
ocasionando escassez da mão-de-obra. Logo, os senhores feudais foram obrigados a
“alugar” força de trabalho e os servos começaram a inflacionar o valor cobrado,
fortalecendo-se, fazendo emergir as rebeliões camponesas. Por outro lado, os burgos,
que eram os locais onde os burgueses residiam, foram se desenvolvendo, à medida
que trabalhadores “livres” se tornaram aprendizes nas ocupações produtivas. Assim,
contra os anseios da Igreja, os burgueses começaram a acumular fortuna, se
caracterizando como uma elite econômica.
Ao discutir sobre modos de produção é preciso ter a atenção para não pragmatizar as
transições. Quando se passa de um modo de produção para o outro, não significa que
as formas de se relacionar, de produzir, do antigo modo de produção irá extinguir
automática e completamente. Isso significa que é possível encontrar formas e relações
de produções coexistindo como uma fase de transição de um sistema para o outro. Ou
seja, na transição do feudalismo para o capitalismo ainda foi possível encontrar
relações de produção feudais e escravista, até porque a lógica de organização social
através de hierarquização é uma característica essencial desses três modos de
produções.
Dica
• Modos de Produção
• Racismo de mercado
Tema 2
Capitalismo: algumas considerações
Ficou curioso para saber mais sobre capitalismo, lutas de classe e suas
consequências mais atuais?
Acesse: Capitalismo, crise e lutas de classes contemporâneas: questões
e polêmicas.
“
O processo capitalista de produção expressa […] uma maneira historicamente
determinada de os homens produzirem e reproduzirem as condições materiais de
existência humana e as relações sociais através das quais levam a efeito a
produção. Neste processo se reproduzem, concomitantemente, as idéias e
representações que expressam estas relações e as condições materiais em que se
produzem, encobrindo o antagonismo que as permeia.
”
Diante o processo de exploração ora descrito, a classe trabalhadora tende a
empobrecer cada vez mais. Este empobrecimento é traduzido pela precarização da
saúde, moradia, educação e habitação, por exemplo. Ademais, são comuns os
acidentes de trabalho, na deterioração de valores, desequilíbrio emocional, psicológico
e até psiquiátrico. O enriquecimento dos representes do capital provoca,
concomitantemente, a pobreza, mas, também, conflitos decorrentes da luta de
classes, visto que à medica que a classe trabalhadora percebe a exploração, tende a
reagir.
Vídeo
Importante
De acordo com Cerqueira Filho (1982, p. 21 apud NETTO, 1992, p.13), a questão
social é:
“
[...] o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da
classe operária impôs no curso da constituição da sociedade capitalista. Assim, a
‘questão social’ está fundamentalmente vinculada ao conflito entre o capital e o
trabalho.
”
A questão social se materializa quando a classe trabalhadora se organiza visando
exigir dos patrões e do Estado seu reconhecimento enquanto classe social. O Estado
começa a interferir nas relações entre capital e trabalho, através de legislações que
visem desenvolver e garantir direitos sociais e trabalhistas, bem como através da
elaboração e execução de políticas sociais.
Com tais ações, o Estado passa a garantir a legitimidade política da classe
trabalhadora, contudo, contraditoriamente, atende aos interesses da classe dominante,
visto que ao atender parte das demandas dos trabalhadores, evita que os mesmos se
rebelem contra o sistema capitalista e continuem produzindo. Trata-se de um pacto
entre capital e trabalho, alicerçado pelo Estado. E essa realidade é fundamental para
institucionalização do Serviço Social como profissão no Brasil.
“
(...) as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária
e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento
como classe por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano
da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia (...)
”
Mas, quando falamos da categoria questão social, precisamos considerar o contexto
social, histórico, cultural, político e econômico com todas as suas contradições.
Inclusive, a formação social particular dos países é uma especificidade importante
para compreensão da manifestação da questão social no cotidiano e, dele, construir
estratégias para intervenção. Por isso, é com o apoio da categoria cotidiano que o
Assistente Social cria mecanismo para o trabalho profissional junto à sua razão de ser.
Importante lembrar que toda profissão tem um objeto profissional, um foco para
intervenção e estudo, o Serviço Social tem a questão social e suas expressões, as
quais vão sendo modificadas a partir das conjunturas políticas e sociais. Isso significa
que as estratégias de intervenção, do trabalho profissional do assistente social,
também vão sendo transformadas para atender a realidade social mais
contemporâneas. As primeiras ações realizadas nas décadas de 1930 foram sendo
modificadas ao longo da trajetória da profissão.
Além disso, é preciso ter clareza que a questão social e suas manifestações não são
objetos privativos do Serviço Social, isso porque as múltiplas demandas apresentadas
pela situação de vulnerabilidades sociais do trabalhador podem demandar outras
competências profissionais que fogem do horizonte de conhecimento do Serviço
Social, por isso, existe importância nos trabalhos interdisciplinares.
Vídeo
Resumo da Unidade
Síntese da unidade