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Efeito Pigmalião
Efeito Pigmalião
Para quem lidera uma empresa ou uma equipa, este mito dá uma indicação importante sobre como o próprio
líder pode estar a influenciar os resultados do grupo ou de outras pessoas que orientam partes desse ou de
outros grupos sem se aperceber.
Quando existem algumas dificuldades em gerir as nossas expectativas sobre os resultados da equipa é
interessante compreender como o Efeito Pigmalião os pode afectar.
O mito de Pigmalião
O mito foi narrado pelo poeta romano Ovídio e conta a história de Pigmalião, rei da ilha de Chipre que não
era casado e tinha decidido viver em celibato por não concordar com o comportamento promiscuo das
mulheres da região.
Determinado a cumprir sua promessa, Pigmalião dedicou-se exclusivamente à arte da escultura.
Decidiu então criar uma estátua que seria a representação da mulher ideal segundo a sua visão.
Após concluída, o escultor ficou fascinado com a sua criação, considerando que era a melhor obra que já
havia feito.
O problema foi que, no meio de tanta admiração, Pigmalião apaixonou-se pela estátua, tendo-lhe inclusive
dado um nome, Galateia.
Tratava-a como se fosse de “carne e osso”: dava-lhe presentes, acarinhava-a, vestia-a, colocava-lhe jóias
chegando ao ponto de casar com ela.
O problema era que a sua “esposa adorada” era apenas de mármore, fria e sem vida, condenando Pigmalião
a uma tristeza profunda.
Vénus sentiu pena dele e concedeu-lhe o desejo de transformar a estátua numa mulher verdadeira.
Pigmalião conseguiu, pelos mais diversos meios e grandes expectativas, que a estátua se tornasse uma
mulher a sério.
( O mito de Pigmalião é narrado nas “Metamorfoses”, de Ovídio, versos 243 e 297 do Livro X )
O que é que o efeito Pigmaleão tem a ver com a liderança nas empresas ou nas equipas?
Dentro das organizações modernas, o efeito Pigmaleão também afecta os resultados das equipas, pois de
acordo com a experiência, aqueles que, por algum motivo, têm um rótulo negativo são muito mais propensos
a, de facto, falharem. É uma espécie de profecia autorrealizável.
A situação resultante deste comportamento é relativamente fácil de observar na prática.
Se o gestor/chefe não acredita num colaborador (ou numa equipa), este é menos propenso a dar feedback
adequado e ser mais difícil ter vontade de o apoiar ou mesmo a ajudá-lo.
Pior do que isso: pode haver uma tendência a interpretar as suas acções como negativas e prejudiciais para
a organização.
Este efeito pode ser (é) prejudicial para as equipas colocando o colaborador numa posição menos
protagonista e interactiva para os seus próprios resultados e evolução.
Houve quem denomina-se este efeito de “The set-up-to-fail syndrome”.
O Efeito Pigmaleão é bastante prejudicial nas organizações sendo reflexo de um tipo de gestor/chefe
influenciável ou com um modo de pensar rígido e dominador.
Se pensarmos que liderança é “influenciar pessoas a trabalharem entusiasticamente visando partilhar e
atingir objectivos comuns”, o objectivo de um bom líder deverá ser numa linha de permanente análise e
observação impessoal, motivando todos num alinhamento de influência positiva para com os liderados.
Vale a pena reflectir, enquanto líder, como exterioriza suas expectativas no ambiente de trabalho.
Vale a pena fazer o exercício de avaliação da equipa e/ou de cada um dos seus elementos com observações
directas e indirectas das suas acções e atitudes, pedir opiniões a outros elementos não directamente
comprometidos com o grupo. Escrever o resultado, ponderá-lo e, de forma o mais impessoal possível,
perceber onde sobre e subvaloriza para poder implementar uma estratégia de ajuda e formação para cada
um ou para o grupo. Também não esquecer que por vezes algo tem de sair – “uma maçã podre…”