Você está na página 1de 86

SERVIÇO DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS / RJ

SÉRIE: SERVIÇO DE CENSURA (CENSURA

PRÉVIA)-

SUBSÉRIE: PEÇAS TEATRAIS

NOTAÇÃO:

TITULO: > y Pâ 7i/o YAdnrM

CERT. N°: S?E7-

ANO:

FOLEIÂS N°: $5
BRAN.RIOTkCPR.PTE -•■p-8 ^

v /

VV

IgÇD I Ç í á E D I |

(EVERYTHIHG IR THE GARDEN)

uma. peça de

EDWARD ALBEE

tradução de

FLAVIO RANGEL
TN.CPR.PTE^M-P- )

(2)
Palco vazio, Ruidos de um cortadjaY-de ^toa ma-
nual, para la da jahela, RicharÁfá■vigio«através
j .ri O V. o 1
da janela, passando com o cortaparp-Para//corta;
prossegue, Jenny entra na sala vi'ftda,,:dbã^ollpr o
curando um cigarro 5 acha um maço em "cima da lam,
ra, mas esta vazio. Vai joga-lo fora, quando se
lembra, e retira um cupom do maço usado. Vai jo
ga-lo agora numa cesta de papéis, quando ve ia
um outro maço; balança a cabeça, pega-o, remove
o cupom desse também,

JENNY (BALANÇANDO A CABEÇA E ENTRE OS DENTES) - É de-


mais, (BALANDO MAIS ALTO, MAS RICHARD HEM ASSIM
PODERÁ OUVÍ-LA) Você podia se lembrar, não? (RJE
CHARD PASSA OUTRA VEZ ATRÁS DA JANELA, JENNY ABRE
A PORTA DE VIDRO E FALA COM ÊLE) Você podia se -
lembrar! (ÉLE PROSSEGUE CORTANDO A GRAMA, IRRITA
DA) - Richard!
RICHARD - (PARANDO) Hmmmm. (NÃO SE PODE OUVÍ-LO)
JENNY Você pelo menos podia fazer um esforço para se
lembrar. (VIRA-SE, VOLTA, DEIXANDO A PORTA DE VI-
DRO ABERTA)
RICHARD - (ENTRA TAMBÉM.) Podia fazer o que ?
JENNY -Se lembrar.
RICHARD - (PENSA) Esta bem* (PAUSA) Lembrar do que ?
JENNY - (AINDA PROCURANDO UM CIGARRO) Na hora de jogar -
fora,
RICHARD - (CONSIDERANDO) - Hum, (PAUSA) Posso ir embora ago
ra ? Alguém tem que cortar a grama, e eu não ve-
jo nenhum jardineiro por aí,
JENNY - (VENDO QUE TÔDAS AS CAIXAS DE CIGARROS ESTÃO VA-
ZIAS. ) Eu já lhe disse duas mil vezes; quer di-
zer, já disse duas coisas duas mil vezes; veja -
que nao falte cigarros em casa,,.
RICHAED - (AÉREO) E...
JENNY - (COMO UMA PROFESSORA) Quando terminar um maço,fa
ça duas coisas - já lhe disse..,
RICHARD - ... duas mil vêzes,,,
JENNY - (FECHA OS OLHOS UM INSTANTE E PROSSEGUE)
RICHARD - ... (CHATEADO) - Sim senhora.
*1
TN.CPR.PTEÍSL P-

0)
JENNY • •• e se for 5 compre outro maço ou^sü' avise,.
RICHARD OK, OK.
JENNY E sempre que terminar um maço, nEjb uèça cie re
tirar o cupom. Sim ? Nós guardama^^os cupons*
RICHARD Eu esqueci ?
JENNY Voce sempre esquecea Nos fumamos essa porcaria
dessa marca so por causa dos cupons,,.
RICHARD OK.
JENNY (PAUSA) Voce tem algum ?
RICHARD Cupom ?
JENNY Cigarro I
RICHARD Hum. (OEERECE) - Quer um ?
JENNY (VENDO 0 MAÇO) - Oh, seu cachorro! Esse não e,eo
Como e que voce ousa fumar esses cigarros, esses
não tem cupons, seu... quer dizer que eu fico ~
aqui liquidando meus pulmões e guardando os cu-
pons e enquanto isso voce...
RICHARD He pegou, hein ?
JENNY Seu malandrinho,
RICHARD Malandrão, (ACENDE UM) - Bom, ne ?
JENNY Hmrrmi-hmmrn, (PAUSA) Como vai a grama ?
RICHARD Crescendo.
JENNY Lembra o que eu te dissej cuidado com as tulipas,
RICHARD (EXAGERADAMENTE CONTRITO») Bem, preciso confessar
que eu estava cortando a grama com tal velocida-
de (FAZ 0 BARULHO) br-br-br-br-br-br-, e cortei-
elas também5 quando consegui me controlar acho -
que já tinha arrancado umas duas dúzias de tulipas
(PAUSA,) - Perdão.
JENNY (ACEITANDO A BRINCADEIRA) - Bom, voce 3a fez is-
so uma vez. (MAIS OU MENOS PARA SI MESMO) Um ho
mem adulto passando um cortador de grama num cam
po de tulipas,
RICHARD - (ORGULHOSO) Eu Juro que gostei, Alem dò mais,que
pergunta e essa - como vai a grama? Você nunca li
gou para a grama. Podia virar capim, que a única
coisa que você se interessa são seus lírios do
campo e suas tulipas,
JENNY (SUPERIOR, MAS AMIGÚVEL) Cada vez um faz o que
o sou talento permite. Alguns são capazos de man
tn.cpr.pteJí^Ip.

t
ter urna gra.ma cortada, e outros - ve jiaS c^mp. e-u te
nho uma boa mão.
RICRaRD - á mesmo, Voce frita ovos como o seu nar sa
be cuidar dum jardim,
JENN3E Sou uma mulher da natureza (SUEVE)
RICHARD - (BEIJA-LHE A TESTA.) É sim, (CAI NUMA CADEIRA;
CANSADO) - Ohhhhhhhhhhhhh meu Deus0
JENNY Hm»
RICHARD - (SINCERO E TRISTE) - Queria ter mais dinheiro.
JENNY' - Continue a fumar e economize os cupons,
RICHARD - Roger telefonou ? Como e que elo vai na escola?
JENNY Tudo bem,
rich;.rd - (hüTIO JOVEM) Eu queria ter um cortador de grama
a motor.
JENNY Bom, voce não pode ter, portanto... (NAO TERMINA)
RICHííRD ás ij.cho que eu sou o unico cidadão da maior potência
ocidental que não tem um cortador de grama a mo-
tor.
JENNY Bom, e impossível ter, então deixa,
RICHARD - (APONTA VAGAKENTE PARA A.VIZINHANÇA) - Alan tem
um; Clinton; Mark tem um, (PAUSA) Quarenta e três
anos 3 nem sequer um cortador de grama a motor. -
(SILENCIO)
JENNY Quer um chá ?
RICHiiRD (AGUDO) Temos dinheiro para isso?
JENNY (ENTRE OS DENTES) - Mal e mal,
RICHARD (LEVANTA-SE) - Você,., quer se divorciar? Casar
de novo? Com um homem rico? Um que tenha um cor-
tador a motor ?
JENNY Essa semana, não; estou muito ocupada,
rich;.rd Depois você me avisa, (PAUSA, A ELiJ - Quanto ?
JENNY Hm ?
RICHARD Quanto e que você gasta ? Em sementes, em adubo,
em tesouras,.,
JENNY (LEVANTA) - Oh meu D,,.
richarb .., e nas estacas pra segurar a porcaria das fio
res e...
JENNY (ZANGADA) nrrasa tudo! Bota toda a droga do jar,
dim em baixo do cascalho! E'já que está com a
mão na massa, arrebenta o gramado também.
tki rpRPTE^fi p.

(5)
^ ..
RICHARD (ENCOLHE OS OMBROS) - Todo mundo tom um •gramado,
JENNY (FURIOSA) - TODO MUNDO TEM UM JARâlM í (AlíM ZAN
; õ. q, p. r. I
GADA, MAS MAIS CALMA) Eu estou m«#tránsf °i indo.
Estou me transformando numa pão CH^^y.^^íetade
do tempo eu como o que não gosto, e me visto como
nos filmes de 19/4.0
RICHARD - (ARREPENDENDO-SE) Está bem5 está bem... %
JENNY a., c não tenho uma empregada, e so vou ao cabe-
leireiro duas vozes por mes, e nunca digo pra gcr
te passar o fim de semana fora.c»
RICHARD - Chega !
JENNY ,.o 0 pagamos e pagamos esta droga desta casa»M
RICHARD - (DEVAGAR, ARGUMENTADO)... todo mundo tem uma ca
sa. • 9
JENNY 0.. e a droga do carro,,,
RICHARD - so. preciâamos de um carro,,.
JENNY o*, e a escola de Roger.e.
RICHARD - E desde quando a escola publica neste país.,,,
JENNY o,* e todos os seguros,oo
RICHARD - As pessoas morrem, como voce sabe,
JENNY ..9 e todo o resto! Tudo que come dinheiro!
RICHARD - E não se esqueça do governo, que tom muita fome,
JENNY Eu vou fazer tudo,,, eu.,, vou fumar esses cigar
ros indecentes, mas não voue Não vou desistir do
meu jardim.
RICHARD - Não lhe pedi isso.
JENNY Vivemos acima das nossas possibilidades, não te-
mos direito de estar aqui, estamos tão dentro do
buraco que voce vai ter de roubar um banco ou
dar um desfalque, nos...
RICHARD - '■■doro o seu jardim.
JENNY (ACE T.MAN DO-SE) - Ha certas coisas quo eu não pre
tendo fazerf e a primeira delas o não desistir -
do meu jardin,
RICHARD Não claro que não.
JENNY Eu adoro o meu jardim.
RICHARD Pois e.
JENNY 0 preço quo a florista cobra, se a gente tivesse
que comprar flores,..
RICHARD Eu sei; ou sei,
JENNY Agora, se a gente tivesse uma estufa...
tki cpr.pte4S3$ d.

RICHARD - Uma estufaí


JENNY Ê, uma pequenininl
deas... (Vá RICHAI
você vai ?
RICHARD - Vou me suicidar,
JENNY Mas por que ?
RICHARD - (PERDENDO 0 CONTROLE) - Voce tom idóia do quan-
to custa uma estufa ?
JENNY (FICANDO MALUCA) Eu estou querendo economizar i
RICHARD * Você enloqueceu»
JENNY Você sabe quanto custa una orquidéa ?
RICHARD « Você sabe quanto custa uma estufa ? (IMITANDO-A)
JENNY Eu estou querendo economizar.
RICHARD - (LIGEIRA PAUSA.) Então por que você não vai logo
a Paris e conpra um cristian Dior? Assim voce -
não tem que pagar pelos seus vestidos, (SILÊNCIO)
JENNY (PREOCUPADA) Você quer um chá ? (ÊLE BALANÇA A
CABEÇA SILÊNCIO. UM POUCO TRISTE MAIS CONFIANTE,)
Nos havemos de ter uma estuga, um dia, Eu vou fa
zor ela bem bonitinhaj e você vai ter uma sala
do visita cheia de flores 5 voce vai gostar mui-
to,
RICHARD - (IRÔNICO E TRISTE) Posso ter um cortador primei-
ro ?
JENNY (SIMPÁTICA) Você pode ter tudo 0 que quiser.
RICHARD - Isso vai ser bom.
JENNY E eu também posso, e tudo vai ser otimo.
RICHARD - (DEPOIS DE PAUSA) A coisa mais chata de ser po-
bre* sí
JENNY (CORRIGINDO) ... de não ter dinheiro...
RICHARD - A coisa mais chata de ser - de não ter dinheiro...
JENNY - (UM POUCO EMBARAÇADA, COMO SE ALGUÉM PUDESSE ES
TAR OUVINDO. ) Nos estamos morrendo de fome?
RICHARD - Não, a gente come, mas se a gente nao pertence
ao (APONTA A JANELA) ao clube, a gente ia po-
der comer muito melhor,
JENNY Ê. (CONCORDANDO)
RICH-uRD - Se a gente nao quisesse vivor como os nossos aml
gos, quem sabe a gente não podia guardar um pou
co de dinheiro.
tm.CPR- pte^SSB p.

(7)
♦ JENNY Hmhm,
RICHARD - Alias, amigos a gente não tinha ato que se mu-
dou para cã, e comprou esta casa» (PAUSA) Nos ráo
vivemos direito.
JENNY (JOGA A CíLBEÇLi PARA TRilS E RI)/oh meu Dous í
r f
RICHARD - É mesmo í 1°; k
JSNNY Pobrezinho i
RICHARD - (COMO NUM DEBATE) A gente vive numa casa de qua
renta mil dólares e tem que fumar cigarro vaga-
bundo para guardar os cupons porque assim se po
de comprar um aspirador para limpar a casas a
gente e socio do clube porque assim pode retri-
buir convites para jantar de pessoas que a gente
nem conheceria se não tivesse entrado para o clu
be , mas a gente entrou para o clube e aprendeu,
a jogar tênis, porque a gente decidiu se mudar
para uma vizinhança onde todo mundo pertence ao
clube,
JSNNY (SEM ENGAJAMENTO - Menos os judeus e a gentalha.
TT
RICHARD - m? Nos estamos quase empenhando as sobrancelhas...
(PERCEBE 0 QUE DIA) ... daqui a pouco vamos por
as sobrancelhas no prego - e por que ?
JENNY (CALMA) Por que você queria viver direito,
RICHARD - Eu queria ?
JSNNY Nos queriamos* (OLHOS FECHADOS, COMO EM MARTI-
RlO)Nos queriamos viver decentemente 5 queriamos
viver do mesmo jeito que uma porção de gente vi
«
VGo 5 I
RICHARD Gente que pode í
JSNNY Não I Gente que não pode, o ainda assim vive,Ou
voco pensa que a carteira de hipotecas do banco
esta aberta so para nos ?
RICHARD E o Jack ?
JSNNY Jack e rico! E os outros ?
RICHARD - (PAUSA) Não sinto que este seja o meu lugar,
JSNNY (FINGINDO COMISERAÇÃO) - Coitadinho,
RICHARD - Alias e verdade,
JSNNY ’- (UM POUCO SUSPEITOSA) - 0 quo ?
RICHARD - 0 Banco, A Carteira de Hipotecas, Fica aberta
so pra nos.
tn.cpr.pte^31p-

(8)
JSNNY - (RI UM POUCO) - Quer um sanduicho ?
RICH^RD ■ Não.
JSNNY (Fic;. CLxxRO QUE A CONVERSA A SS
ISIIÜ
íaNTeS) Eu não sou uma incapaz..
richard • (FIRME) Não.
JSNNY Uma porção do esposas fazem isso,
RICHARD - Não.
JSNNY Meio dia só, só pra,,,.
RICHARD - Voco não vai trabalhar.
JSNNY Ia fazdr uma diferença que...
RICHARD - (P_.RD.ljU ü PnCtíNCLO Não I (MAIS CALMO) Eu não vai
ter uma mulher minha trabalhando fora e tomando
conta da casa e cuidado de Roger quando ele vem
da escola.,,
JSNNy Roger tem catorze anos, ele não precisa de nin-
guém que cuide dele.
RICHARD - Não I E alias ele tem quize»
JSNNY A se eu trabalhasse, podiamos ter uma empregada
e •.,
RICHÁRD - Ja disso que não»
JENNY (EXiiSPSRüDA) Nossa Senhora, eu também não vou
ser uma lavadeira í
RICHÁRD - Não ? 0 que ó que voce vai ser então ?
JSNNY Pode ser que voco penso que eu só sirvo prã is-
SO0 9 e
RICHÁRD - (LEViiNTii.NDO A VOZ) Eu não disse isso !
JSNNY á o que voce insinuou. I
RICHARD - Conclui; não insinuei, E nem conclui! nada.
JSNNY Insinuou sim, pelo amor do Deus,.
_ _ **
RICHARD - Nao disso nada parecido com isso,
JSNNY (IMITiATD0-0) 0 que seria ? 0 que voce pode fa-
zer ? (ZANGADA) Voce acha que eu só sirvo prá
isso ?
RICHARD - (PACIENTE) Eu não disse que voce só servia pra
lavadeira; ou apenas quis dizer que...
JSNNY (COMEÇANDO A CHORAR.) Lamento que voco pense is
so de mim.
RICHARD - (OLHANDO 0 CEU) Oh meu bom Jesus ...
JSNNY Lamento que voce pense isso,,, eu estou tentan
do to ajudar; estou ibantando manter uma casa
decente,.,
PPR.PTE P.

(9)
RICHARD - uma casa maravilhosa...
JENNY ••• G
educar o seu filho para quj 'ele seja
um crápula,
a
richard - ,•. nosso filho,.. 0. p. F,
JENNY o ainda estou tentando parecer t a ô itoht o c Ux
dar de mim, para voce, para seus amigos.
RICHARD - 0 que e, o que o que isso tom do ver comigo! Ê
tudo para mim! A maior parto do tempo e para vc
ce mesmaj so para voce I
JENNY (CHORnNDO MESMO) Eu estou tentando! Estou tentan
do í
RICHARD Oh senhor! (VEM A SLü S CONSOLO ) Tudo que voce
faz o otimo, voce toma conta da casa,,, muito -
bem, E esta. muito bonita; dá vontade da gente cr_
mer, (ROSNii E TENTA MORDER 0 PESCOÇO DELA.)
JENNY (MÁRTIR) Não. Agora não, (ÊLE ROSNA E MORDE DE
NOVO) Nao I (ÊLE SS AFASTA) Vai... vai embora,
RICHARD (PAUSA) Eu não quis to magoar»
JENNY Mas magoous
richard Foi sem querer, (ZxATGA)
JENNY (ZANGADA TAMBÉM) Por que disse aquilo ?
RICHARD 0 que ?
JENNY Se não foi pra magoar, pra que e que foi ?
RICHxxRD Eu não disse. o. 0 que voce pensa que eu...
JSNNY Voce insinuou !
RICHARD Chega ! (SILÊNCIO)
JENNY (COM CALMA DIGNIDADE) Eu estava so querendo su-
gerir que podia ajudar no hospital uma ou dúas
vezes por semana...
RICHARD E ganhar o suficiente para ter uma empregada...
JENNY (TENTANDO FICAR C.AMfí) Ou abrir uma loja de cha
peus,..
RICHARD Voce está doida! Está completamente maluca!
JENNY (SIMCERiUENTE) Eu so quero ajudar?
RICHARD (VEM A ELxx DE NOVO) Eu sei. E voce mo ajuda mais
do que ninguém, Muito mais,
JSNNY Não, não, eu não faço nada para ajudar voce,
RICHARD Voce faz tudo.
JENNY Voce pensa que eu não valho nada.
RICHARD (TENTANDO BRINCAR) Pelo contrário, ou acho que
podia vender voces por uns...
TM.CPR-PTEjfô? P-

(10)
JENNY - (NAO TOPa) Voce acha quo ou sou um poso morto,
Quo não to ajudo,, Uma porção do mulheres traba-
lha uns dias por semana, so para ajudar, o quo
G 00
* tf D ir f * i
RICHaRD - (FINaL) Não ! \\ èj
JENNY - (DEPOIS DE PaUSA) - Dinhirc, dinh^E^j^^fnhoiro,
RICHARD - Sompro foi assim, E’ assim agora,
JENNY - (CONFORTADOR!) Voco ganha mais quo antigamente,
RICHaRD - Ganho, Sim, Impostos,
JACK APARECE,, ENTRA E OBSERVA
FALA a0 PTJBLIC0o SÒMENTE SE
TORNA PARTE DA AÇ?,0 QUANDO SE
DIRIGE DIRETAMENTE AOS PERSO-
NAGENS,
J' NNY - Eu soi como isso e„ Mamão sompro mo dizia para
eu casar com um especulador da Bolsa,
R CHARD (INDO ATl£ 0 BAR) á o que voco devia ter feito,
JENNY (ÚLTIMa TENTATIVA) - Por isso, se ou trabalhasse
um pouquinho,,.
RICHARD (OLHANDO AS GARRAFAS) - Não,
JACK (PaRa 0 PÚBLICO, ENQUANTO RICHARD ESTÁ NO MEIO
DAS GARRAFAS) - Eles estão discutindo dinheiro?
Coitados, Discutem isso sompro, Eles sao otimos.
Richard e um sujeito docente, o Jonny e,,r boa,,
Que chato! Proferia quo não fosse,
JENNY - (SEM SE DAR CONTA DE JACK) 0 quo e que voce es-
ta procurando ?
RICHARD - 0 Vodka,
JENNY - AÍ tem una garrafaa Bem em irente de voce*
RICHaRD - Êsse não e meu, o vodka polonês, ásse e o vodka
do festa, Nacionalf
JENNY - (''ENTENDEI") Ji, desculpe.
RICHARD - E ainda por cima está vazia,
JACK - (AO PÚBLICO) Estão vendo? 0 vodka polonês custa
oito dólares a garrafa, Ú isso que faz a dife-
rença, Qualidade. E a qualidade custa caro, Coi
tados. (CONFIDÊNCIA) Eu acho que Jonny tão atra
ente, Não é que ou va pular em cima dola ouqual
qurr coisa pelo estilo, Mas,,,
RICHaRD - (A -TVímNY) Vodka decente não é um luxo.
TKirPR.PTE 46 3S p.

JENNY - Nem uma estufa.


RICHÀRD - Claro que é.
JliCK - (AO PÚBLICO) Meu tio morreu e ne deixou três milhões
de dólares. 0 que é explendido, que eu
posso ter- uma estufa, e vodka p , 0'Up.sque de
trinta anos, e tranquilidade - jjLhor coã
sa de todas. - não é mesmo ? (EN1 NA AÇÃO AGORA,)
Alo, crianças!
RICHARD - Hm ?
JENNY - (SUA REAÇÃO A JACK É SEMPRE UM MISTO DE MATERNAL E
COQUETE) - Oh, Jack I
JACK - (PERCEBENDO 0 EMBARAÇO DOS DOIS) - Ah, quando eu fi
co andando por aí batendo a cabeça, onde é que verto
sempre ? Aqui ? E gor que ? Para uma recepção cari
nhosa. Como o que vocês vão ?
RICHARD - Mal.
JENNY - Bem„
JACK - Não combina.
RICHARD - Onde ê que você andou ?
JACK - (BEIJA JENNY NA TESTA) - Dei uma passada no clube
o joguei um pouquinho de poker. (A JENNY) Você,,,
tem um cheirinho bom.
JENNY - Obrigada.
JACK - AÍ achei que devia dar um pulinho aqui.
RICHARD - Aposto que toma um drink.
JENNY - Eu também.
JACK - Quero mesmo. Vodka polonesa ?
RICHnRD - (OLHA JENNY) Acaba de acabar.
JENNY - (A RICHARD) Por que não prepara um bom martini para
todos ?
JACK - (FALSA DESAPROVAÇÃO) Bebida behida bebida,
RICHARD - Também não tem vermouth.
JACK - Uma hospitalidade que eu vou te contar,
RICHARD - Vou buscar uma garrafa.
JACK - ótimo! Assim eu fico sozinho com sua mulher,
JENNY - Oh, Jack !
RICHARD - (COMO QUEM DIZ - SE VAI, EU VOU BUSCAR) - Vai ficar
aquijruito tempo ?
JENNY - (CENSURANDO) - Richard!
JACK - Bem, eu estava pensando em tomar o ultimo drink com
vocês dois, Sabo, eu deiXei no meu testamento duzen
.-k, rPR.PTE JÍ£ÍIL P-

(12)
tos e cinquenta mil dolaros para cada um-de-voces ,
e depois que tivesse tomado o drink ej^pensel- cm
descer ao porão e me suicidar,,
JENNY - Awwwwwwww o
RICHARD- (UM SORRISO ARREGANHADO) É melhor se ti®flsfnntr-n
lugar; a gente ia ter problema em receber o dinheiro
SQg • •
JENNY ~ (ACEITANDO A BRINCADEIRA) - HÍ.. , eles podiam,,, fa-
zer perguntas,..
jack - (AO PtÍBLICO) Ele tem razão. Boa cabeça, (DE. VOLTA
a aÇaO) - Oh, (PAUSA) - Será ? OH, está bem0 Eu so
vou tomar o drink? então,
RICHARD (LIGkIRa PaUSA) - OK, (PAUSA) - Vou buscar.
JACK Vai? fanfarrão, vai.
JENNY (UM RISINHO) - Pode ir, Richard, que eu fico em paz,
JACK Voce tem uma mulher fiel, Richard; não tenha medo.
GiO PÚBLICO) ~.Êle tem mesmo0 Ela e rara; e uma mu-
lher direita,
RICHARD v.CAMINHADO) - Eu sei; e que eu so me caso com mulhe-
res fieis,
JACK (SURPRESO GENUINAMENTE) - Você já foi casado ?
RICHARD (SURPRES) - Não, eu estava so,., brincando,. (A JEN
NY) Voce quer alguma coisa do supermercado ?
JENNY (BALaNÇa a CABEÇA) - Unh-unh» Volta logo, Ah, cigar
ros I
RICHARD (MEIO AMARGO) - Que marca ?
JENNY (UM SORRISO) - Os que gostamos. Depressa, vai, (ELE
SAI, )
JaCK By-ee (RICHaRD SAI) (PARA JENNY, IMITANDO GROUCHO
MaRK) Depressa 1 Êle vai ficar quinze minutos fora í
Onde e o quarto dos hospedes ?
JENNY (RINDO) - Oh, Jack I Al em do mais, você não e umho_s
pede,
JACK Nao ? 0 que e que eu sou ?
JENNY Hum,., moveis e utensilios.
JACK Uma figura da vizinhança ? La vem o pobre irmão Jack,
la-vem-êle-com-certeza-no-piloquo-o-vagabundo-então-
vamos-estragar-a-tarde-ja-que-êle-não-vai-sair-tão-
cedo mesmo ?
JENNY Mnnnnnnrjjin»
tn.cpr.pte^5IÍ p.

(13)
JACK
« (“0 PUBLICO) - Eu sou assim mesmo. 0 ^Ep^. o tempo,
Meu Deus, a ambição que e necessaria, para ultrapas-
sar a boa sorte. (DE VOLTA A JENNy|Imc^%SíxSjpin-
tar seu retrato.
JENNY - (É CLx.R0 QUE Ê UMA VELHJ. CONVERSA)
jack De graça,
JENNY Não.'
J.xCK (P..Rx. 0 PUBLICO) - Não sou um mau pinto,, Rotratos
lisonjeiros para os ricos? (DE YOLTA A JENNY) - Por
que ?
JENNY Eu,,, quero ser diferente,
J^CK Você e, Jonny.
JENNY mm todas as casas que eu entro, quando Richard c
ou saimos, la esta í Fulaninha, Sicraninha, todas
elas, em cima da lareira, com uma moldura vagabun-
da, a dama da casal
JACK i.s damas gostam de ser pihtadas , eu pinto as damas,
as damas penduram seus retratos.
JENNY Não e bem.
JAOK (RISADINEL.) Nao diga isso; se você espalhar isso
por aí, estou liquidado. Alem do mais, eu ganho ma-
is dinheiro em tros meses do que Richard em,..
JENNY Oh, dinheirol
JI.CK - (ESPERAj SORRI) - Que o que tem, o dinheiro ?
JENNY - Ê so que eu não quero... eu nãè quero olhar para
mim mesma, o so isso,
J ACK - (MUITO ELEGANTE) - Se eu fosse você, eu queria, (TOM
NORLL.L) - Que e que ha, meu amor ?
JENNY - Oh... (MUITO SINCERxi PARA UMA BRINCADEIRA) Será que
voco e capaz mesmo, Jack ? De ir ao porão? E deixar
esse dinheirão para nos e depois se suicidar por aí?
isso com ternura.
JACK Eu faria qualquer coisa por você, (PAJSA) A não ser
que interferisse com o que eu quisesse para mim, (J3N
NY RI) - Que e, gatinha ? (RISADA TRISTE)
JENNY (NãO QUER FALxR NO ASSUNTO) - Cansada, Sá... cansa-
da,
J.xCK chorar aqui neste ombro ?
JENNY Não; so duzentos e cinquenta mil dólares e una cab/>
ça fresca.
tn.CPR.PTEJ£i1p.
1H

(ik)
t > J.XK (BAL.NÇA A CABEÇA, CONHECEDOR) - Não .resolvo, 0 di-
nheiro o faminto o solitário, o sonj^pê que^ ihais do
si mesmo, Fiquei pobre; o melhor ask|ict*.v' |s
JENNY (BUFANDO) - Cretino ! \V *j
A CAMPAINHA DA PORTA TOCA» JEMíTÍ/EI ATEN
DER 0
JACK' 2 verdade, É melhor,
JENNY (INDO) - Voce deve saber,
(JENNY SAIU. J,,CK FALA AO PÚBLICO)
J^CK Eu observo; eu tonho; eu sei; dinheiro sempre quer
mais dinheiro» E pouco dinheiro e uma coisa per.lgc
sa, Não aspire um milhão; esse o o ponto perigoso,
Se eu morresse; eu não lhes deixaria duzentos e
c&ncoenta mil para cada um, É mau. Eu lhes deixa-
ria todos os tres milhões. Para falar a verdade,nao
e uma ma ideia» Com tres milhões, eles não terão -
problema0 ^cho.que eu vou fazer isso mesmo» é; pren
to; esta feitos (PENSA) - Mas no entanto eu tenho
»
saude. Talvez não apanhe esse dinheiro antes que sc
Ja muito tarde. Mesmo assim,esta feito,
OUVE-SE A VOZ DE JENNY, LÕ FORA,
JENNY Mas não, por favor, tenha a bondade.

(JENNY ,,PARE CE, SEGUIDA DE MRS»


TOOTHE)
TOOTHE (ENTRANDO) - Eu devia ter telefonado antes de vir,
mas pensei que,., Ah, este deve ser seu marido, Co
no esta, eu sou Mrs„ Toouho, e saa senhora foi mui
to gentil em,»,
JENNY (RISADINHA) - Oh, não, este não e Richard - meu ma
rido..» quero dizer.
TOOTHE Ah, Muito bem,
JENNY (MEIO FRACO) - (SE DESCULPANDO) - Ésto a sõ,.. Jach,
TOOTHE (ESTENDENDO A MãO) - Não importa, Como está ?
J*.ÇK (PEGA A MãO, FAZ PEQUENA REVERÍNCL.) - Senhora.
JENNY (EXPLICANDO EMBAR-uÇL.DA) - Jack estava sõ do passa-
gem.
TOOTHE (SEM OUTRA INTENÇãO) - Um amigo da fanilia.
JENNY ~" mesmo,
j:.ck ihsolutanonte: um admirador secreto da adorável Jon
ny„ Eu sõ aparoço 'quando o marido não está. Nos te-
mos uma sonha; calcinhas no varal.
TN.CPR.PTE a* 15

(15)
f «9 ü. OV
JENNY - Jack |
TOOTHE - Que maravilha !
JENNY - ( A MRS, TOOTHE. EMBARAÇADA E FURK ESTAR AS'
SIM )-
Não há uma palavra de verdade no que ele diz, Não
há una palavra de verdade no que ele diz nunca,
JACK - ( AINDA ii MRS. TOOTHE) - Calcinhas brancas se so
tomos uma hora, amarelas so ton.qeu ser depressa,
e cor-de-rosa para aquelas ocasiões especiais,
JENNY - Jacki Por favor I
JACK - (BALANÇANDO A CaBEÇa, TRISTE) - Devo. confessar,
madame, que sou apenas o que ela diz: um amigo da
fanilia.,, de passagem, Mas ela e muito bonita,
Gostaria que fosse verdade,
TOOTHE - (SIMPÁTICA) - Ahhhh.
JENNY - Por que está todo mundo do po? Sente-se, mrs.,,T00-
tho,
TOOTHE - (SENTI.) - Obrigada,
JENNY - Jack, voce não acha que.,,
jack - (DEIXANDO CLARO QUE PERCEBEU A INDIRETA) - Meu Deus
tenho que ir embora. Outros varais, mais calcinhas.
Não há dweanso para a luxuria, nos suburbios, Mrs,
Toothe, foi.,.
TOOTHE - Um grande prazer, E não confunda suas senhas,
JaCK - (CAMINHANDO PARA A PORTA COM JENNY QUE A ACOMPANHA)
Diga a ichard que eu volto outro dia para o marti -
ni.
(BaIXO) - Quem o a fada madrinha?
JENNY - Quer ir embora ?
J ACK - ( BICADA NA TESTA) - Ciau. (PaRA 0 PtfeLICO) - Ciau.
(JACK SE VAI. JENNY VOLTA A ELa)
JENNY - A senhora não deve acreditar em nada do que ele di-
sse Mrs,
TOOTHE (LEVANTANDO A MãO PAR*. QUE ELa SE CALE) - Oh, por
favor.
Posso distinguir um amante dum amigo.
JENN Y (UM POUCI OFENDIDA) - Ah, sim? Como ?
TOOTHE (RI) - Porque neste pais muito rarammte eles sao
os mesmos.
TH oPR.PTE 4533 p.

JENNY A senhora e inglesa ?


TOOTEE Sou« Muito, (PEQUENO SILÊNCIO)
JENNY Quor um chá... ou um drink?
TOOTH E (MUITO EFICIENTE) - Não, obrigada. Eu vim a negócios
JENNY (P..USx.) - Oh.
TOOTHE Soube que voce precisa de um emprego?
JENNY (MEIO COFUS..) - Quem lhe disse isso?
TOOTHE (AERL.) - Oh, uma de suas amigas. Uma mulher,
JENNY (CURIÓS..) - Ah, e? Quem?
TOOTHE Não importa» ^stou enganadg. ?
JENNY (POUCO L VONT..DE) - Bem, não... isto ó, ou pensei
eu conseguir um emprego...
TOOTHE Foi o que eu pensei,
JENNY Não... una carreir?, a senhora compreende, apenas
alguma coisa que...
TOOTHE ».. meio dia, que trouxesse um pouquinho de dinhei-
ro extra.
JENNY Ú isso; a senhora sabe, meu filho está no colégio e
ou tenho tempo sobrando. Além disso, dinheiro nunca
e demais, não e mesmo ?
TOOTHE tí.
JENNY Hoje em dia, com todos esses impostos c o colégio
particular...
TOOTHE Claro, claro. Que e que seu marido faz ?
JENNY (INCONFORTÓVEL, COMO SE FÔSSE UM.. ENTREVISTA) - Bem.
ele e ... um pesquisador químico, e.,,
TOOTHE o,, e isso, como tantas outras profissões9 paga me-
nos que devia,
JENNY (PROTEGENDO RICK..RD) - Bem, não ó que ele ganha mu-
ito mal; nas.,,
TOOTHE (RI DE NOVO) - Claro que não I Mas ainda assim, voce
quer um emprego.
JENNY (OLH.. 0 Hx.LL, CULPADA, Richard pode voltar)- Bem,
quero, x. gente gosta de so s-ntir... util.
TOOTHE (OLH.i SU.. BÔLSA) - Útil, isso mesmo. (PEG,. UM M..ÇO
DE NOT..S E MOSTR.. A JENNY) - Dinheiro. (JENNY SÓ
OLHx. E SUA BÔCi. x.BRE UM POUCO) - Para voce. (QUER
D..R .. nLx.)
JENNY üé, mas... (RI UM POUCO, SEM JEITO)
TOOTHE Dinheiro , para voce. Mil dólares, Esta aqui, pegue.
tn.cpr.pteJSÍ p.
1f

Í17)
JENNY • (RECU.iNDO UM POUCO) - Mas nao, ou...
TOOTHE - Pode contar, so quiser. Esta aqui, nil dólares^ £hen=
Ta FORÇAR-LHE O DINHEIRO) \
JENNY - (MEIO EM PÂNICO) - Mão.
TOOTHE - Muito bom, (TÃO CaLM. QUaNTO POSSÍVEL; LEVaNTa E VaI
à LaREIRa E JOGa 0 DINHEIRO LÃ)
JENNY - (CORRE Ã LaREIR.a QUaSE PÕE aS MÃOS NO FOGO, DÃ UM
PEQUENO GRITO, aO. RUMa-SE E SEGURa-SE) ~ Eu - ou acho
quo c melhor ir indo, Mrs. Toothe.
tooth: - (SORRISO ENIGMaTICO) - Ainda nao. Vamos começa r de
novo. (PEGa OUTRO PL.ÇO DE NOTaS Na BOLSa, FaE O GESTO
DE QUEM VaI aTIRaR, Mao JENNY SEGURa-LHS „S MÃOS E Á
IMPEDE*TOOTHE ESTENDE O DINHEIRO a JENNY QUE 0 SEGU-
Ra) (TOOTHE SENTa-SE DE NOVO; JENNY FICA DE FÉ)
JENNY - (SEM TIRaR OS OLHOS DE MaRS. TOOTHE) - a senhora e
doida.
TOOTHE - Não. Sou rica.
JENNY - (OLHa 0 DINHEIRO) - Olha, a senhora não podo me dar
dinheiro assin. Eu não posso... não posso aceitar
dinheiro da senhora.
TOOTHE - (RI) - Pode, É seu. Não há nada quo você esteja, quo-
rondo comprar? Para você ou para... como o o nome do-
lo... Richard ?
JENN Y - Ás pessoas não podem dar dinheiro às outras. Eu quero
trabalhar.
TOOTHE - Ótimo, á um'adiantamento. Você podo tra.balhar para
mimr
JENNY - Mas eua nao disse que ia trabalhar. Richard e muito
contra a idêia5 e...
TOOTHE - (DES ÍFIaNDO-á a RECUSaR) - Mg disseram quo você pre-
cisava de dinheiro.
JENNY - Sim, nas mou marido não aprovaria una coisa destas
Gr • o
TOOTHE - Uma coisa destas como? (INDICa 0 DINHEIRO) - Êlo não
aprovaria isso ?
JENNY - (OLHa 0 DINHEIRO SM SUaS MXOS) - Desculpe, eu não
quis ser grosseira, nas o tudo tão vago, não c mesmo?
E,„, tão inesperado.
TN.CPR.PTE, íSíLp.

TOOTHE - Ú un emprego»
JENNY - (UM~ RIS..D.. NERVOS.O - senhora vai toj
Plicar quo tipo do emprego» Quer dizor,
ws» A
nao o tudo o...
TOOTHI ~ Não?.0 quo e que o dinheiro e ? Estamos nos duas
aqui; osta casa o dinheiro, esso jardim, osso bolo
jardim e dinheiro, essas roupas que voco esta usando
o tudo dinheiro, não ó ?
JENNY - E o emprego?
TOOTHE - Qual e o horário do sau marido ?
JENNY • Sai do caaa às oito da manhã e volta às sote o ncia,
/
í-iQ,S ooo

TOOTHE - ótimo, Voco tom que vir à cidade, quatro vozes du-
rante a sonana, de una às cinco, por exemplo* Voce
vira ao endereço da minha casa5 uma rua adorável,
com consultórios de psicanálise, módicos,,,
JENNY - Ó»., o um trabalh© de ,,, recepcionista?
TOOTHE - Recepcionista?
JENNY - Marcando,,» marcando encontros, ó isso ?
TOOTHE - Eu marco os encontros, Para voce,
JENNY - (LIGE IR.', P..US..) - Para nin? Com quem?
TOOTHE - Clientes,
JENNY - (INOCENTE) - PJJL. QUE?
TOOTHE - Por cem dólaros,
JENNY - Não, quer dizor,,, cem dólares ?
TOOTHE - Mais, de vez em,.quando 5 se oles são generosos,
JENNY - Mas ostes clientos,,, quem são ?
TOOTHE - H onens do negócios, turistas, Todos cavalheiros 5
todos ricos.
JENNY - (EL JÓ PERCEBEU M..S ..INDA NÓO ADMITE) - Oque ó que
eu devia fazer,,, exatanente,«, para ganhar osso di-
nheiro? (MRS, TOOTHE RI LEVEMENTE.0 MAXIILR DE JENNY
S..LT.. COM .. DWSCOBSRT..§ PAUS,.) (JENNY PSG...0 MON-
TE DE DINHEIRO E 0 DEVOLTA A MRS, TOOTHE. DUR..; ) -
Fora da minha casa. (ELI NÓ.0 SE MOVE, JENNY DEIXA 0
DINHEIROEM CDL D.'. MSS,.) - Vou chamar a polícia.
TOOSEHE - (CJ.LMÍSSIMAj LIGE IR.. .MENTE SUPERIOR)- Para quo?
JENNY - (TRSMNEDO) - Voco sabe para que,
TOOTBB . - (SORRISO) - Eu não disso nada.
tn.cpr.pte 45 ãh p.

19

9 4 (19)
JENNY - Vocg sabe o quo sujeriul
TOOTHE - Qug vocg ganhassg dinheiro.
JENNY - Dgssg jeito I
TOOTHE - Vocg tem uma amiga que ganha,
JENNY - Quen?
JENNY - .Já, nao; nos somos muito discretos.
JENNY - (ENTRE OS DENTES) - Nao acredito numa palavrai 0 pes-
soal daqui não faria una coisa dossas í Vocg não tom
ideia, nao p.pde imaginar cor. nos somos,
TOOTHE - (SEM SE IMPORT...R) - ^credito sg quiser.
JENNY - A gentinha, podo ser; nos não.
TOOTHE - Estou falando do uma amiga sua, una mulher multo
sinpatica cora uraa casa muito adorável, muito bom arru
nada —muito riais bom arrumada quo esta, por oxonplo
una mulher não tora mais problema com dinheiro .e quo
e rauito feliz. Voce também ppdia ser.
JENNY - Voce q una mulher corrupta! É nojento I
TOOTHE -(CALMA) - Nada o nojento; so se alguera fica com nojo.
JENNY - Vocg o indecente I
TOOTHE - Ê, raas, „.
JENNY - Vou dizor à policia I
TOOTHE - (LEVABT^-SE) - ótimo, É possível que rac prendam,
JENNY - Espero quo l]jo ponham na cadeia,
TOOTHE - Ê bora possivolj’ então ou contarei tudo,
JENNY - Tudo.o q uo ?
TOOTHE - Tudo; como voce rac procurou, e nos discutimos o assun-
to, raas as condições não lhe agradaram? voce achou
que o dinheiro ora pouco,
JENNY - Isso não e verdade !
TOOTHE - Talvez não,. Mas acho que mesmo assira rauita 'gente ia
acreditar,
JENNY - Saia daqui í
TOOTHE - (TIRANDO UM CiTRTil.O D.? BOLS.l) - Aqui está meu cartao,
endereço 5 telefone 5 me avise o que decidir,
'JENNY - (MTJD.Í 0 TOM$ QILJ3E EM LÃGRIMA3) - Por favor, vá embo-
ra,
TOOTHE - Nadado policia então, Muito bom, ( VÉ QUE JENNY NÃO
PEGARÃ 0 CARTÃO, E 0 DEIXA NA MES;,; AO L..D0 DO DINHE-
IRO), Não rac telefono antes do dez, por favor, Eu gos-
to do dormir.
tn.cprpte.453S p.
%0

(20)
JENNY - Va enbora? Por favor ?
T00THE - (SORKISOS) —Ja fui» Foi un prazor conhcô -la, {.pá U~
0LH..D,'. FINAL xí.0 JARDIM) - Quo bolo jardi'n0 Voce «a
, f
tom una estufa? M
(SORRI E SAI, DEIXANDO StaíY N0‘ ,
MEIO DO QUARTO, DE PÉ.
JENNY OLHA A SAÍDA DE MRS, T00THE-
POR LONGO MOMENTO. A OLHA PARA A
MESA ONDE ESTáO 0 C..RT~0 E 0 M..ÇG
DE DINHEIRO. PEGA 0 C..RT~.0. LÊ MO-
VENDO OS LÊBIOS, E ENTáO, NUM RICTUS
RASGA 0 CARTáO EM DOIS E COMO SE
ESTIVESSE Cii.RREGii.NDO FESES, LEVA-0
A UMA CÊST.. E 0 JOGi. LÁ. VOLT.. 2. ME-
SA, VÊ 0 DINHEIRO, APANHA-O. OLHA-O
COM INDESCRITÍVEL FuSCINIxÇáO, NáO
Sii.BE DIREITO 0 QUE F...ZER COM ÊLE$
FINALMENTE COM B-.ST.JITE FIRMEZA, CO-
LOCA-O NUM. GAVETA, FECHA-A, V..I
ATÉ ..S PORT.E QUE DáO P..M. 0 J..RDIM,
OLH.. DE NOVO A G..VST.. FECH..D.. E FI-
CA NA J..NEL. OLHANDO 0 JARDIM, )

RICHARB (VOZ OFF, DO HALL) - Alóôoô. (ENTR.. COM UM. GARRAFA


NUM S..QUINHO) - Ah, Voce está aís E quem era essa daria
DA velha inglaterra quo ostavs saindo aqui de casa?
11
Como está?'1, ela,.» C
adÊ o Jack ?
JENNY - (AUSENTE) - Oi.
RICH..RD - (TIR..NDO AS GARRAFAS DO S..QUINHO) - Quon era ela- sua
fada madrinha ?
JENNY - ( ALGUM 1.L..RME) - Minha o que ?
RICH..RD - A mulher. A dana. Quon ora ?
JENNY - (AIND.. PREOCUPADA) - Oh,Mrs, Tootho,
RICH..RD - Mrs* o que ?
JENNY -^Toothe. Toothe,
RICH.illD - Voo está brincando* Cado o Jack ?
JENNY - è un nono ingLes muito distinto., (P..USA0 - Acho,
Jack? Ja foi enbora.
RICH..RD - Que gracinha. Me nanda buscar bebida e trai enbora.
TN.CPR.PTE^Lp.

... - '' '-(21)


:
JENNY - Voco o que quis ir. //' c

RICHARD - Quem ora ela ? ^ Pj


JENNY - Mrs. Toothe? (P.JJSA) - Oh. dum comlte&%ucria *íJq eu
a \fv*4in
fosse trabalhar no hospital* '^**Aa**^
RICH.J1D - graça ou ganhando?
JENNY - (P.JJELO, C..SIL.L) - Ganhando,
RICHARD - Não 1
JENNY - (PAJS.J - ES Tá BEM,
RICHARD - $0UL* A BEBID—) - bem, já qme todos os snus visitantes
milionários foram embora, so ficamos nos dois para be-
ber ,
Que e quo voco quer, un martini ?
JENNY - (MUITO S INCERTO - é, acho que seria otimo.
RICHARD - (COMEÇA. A F..2E : UM; 0 GÊLO já ES Tá Lá) - Sabe o quo o
Tom Palner disso outro dia ?
JENNY - (PREOCUPADiJ - Não não sei; não vi o Tom Palner o ou-
tro dia. 0 que foi que elo disse ?
RICHARD - (OLHA JENNY UM MOMENTO, DEPOIS VOLTA AO MARTINI) - Dis
seque Jack estava no club, no bar... no pileque como
s ompro„,e
JENNY - J^CK não está sempre bobado,
RICHARD - Está sempre bebendo,
JENNY - Isso não faz dele un bebado0
RICHARD - Egtou so repetindo o quo Tom Palmar disse,
JENNY - Tom Palner é uma velha bisbilhoteira.
RICHARD - (CHATEADO) - Não estou querendo un a discussão 1
JENNY ~ Está bom, (C0NTRITIO ~ Desculpo, meu bom. (PAUSA)- Vo-
ce e um homem bom e decente e eu te ano, ’ .
RICHARD - E voce e uma njilher boa e decente e eu também te anoa
Para falar a verdade e como prova do meu gtando amor,
vou lhe dar un martini especial,
JENNY - Ótimo.
(EA. VEM BUSCAR 0 DRINK, PEGA Êm ,
i
ÊLES SE ABR,iÇi.M E C.M INHAM ASSIM -
PARA 0 SOFá, ÉLE^EIJA NO .ATO DA
CABEÇA)
RICHARD - -cho que voco tem un 'cheirinho melhor quo o Jack.
JENNY - Quando e que voco sentiu o choirinho do Jack ?
RICHARD - Do quo Jack diz que voco tem un choirinho,
JENNY - Oh. 'iototard TENTA MORDISCAR 0 PESCOÇO DELA) - Para,
pára, o nou martini! (SENTAM-SE NO SOFá, RELAXAM.)
tn.cpr.pte4S&2_ p. .

(22)
« s
RICH-aRD Quer saber una coisa engraçada ? (
JENNY 0 que ?
RICILUD Eu estava ali comprando a bebida o
JENNY Mas o engraçadíssinoo
RICH.UD Espora, Estava alí o dono da loja, o Grady, sabe o
que ele no disse ?
JENNY 0 que.
RICHkRD Elo vai comprar un carro novo, Não e trocar o velho’
polo novo, nã.o; vai comprar un segundo carro,
JENNY E dai.
RICHiJRD Un sujeito que ten una lojinha de bebida pode
conprar un outro carro? Enos tonos que ficar,,,
JENNY - Vooo trouxe os cigarros?
RICHARD - Hm ? (PSG.J - Trouxe,
JENNY - (PEG.. UMi ÊL3 TUÍBÉM; ÉEE ,'UENDE OS DOIS) - Eu queria
sabor oquo o que nata mais gente; os carros ou a bç
bida.
RICfhUD Os dois juntoa natan un montão, Que c'que ten para
jantar ?
(PUJS.O
JENNY - Vanos jantar fora,
RICELUD Onde ?
JENNY (ULEGRE) - Vanos,o, Vanos no Le Cavalier.
RICHARD - Esta louca,
JENNY Não, Vanos I
RICELUD - Mas vai custar vinte o cinco dólares cada, Un drink,
vinho, vinte e cinco dólares cada í
(Pi USA)
JENNY (C.UTELOSiJ4ENTE) - Eu tenho algun dinheiro,
RICHARD - (NãO OWIU BEM) Hn ?
JENNY - Eu disse quo tenho algun dinheiro,
RICHiiRD -q (VUiAMENTE INTERESSADO) - Como ?
JENNY (SEM JEITO) Eu,., guardei algun das despesas aqui
da casa, Toda semana eu gua.rdo un pouquinho,
RICH.UD - condenado.
JENNY - Vanos! Vanos sair um pouco$ vai fazer ben aos dois,
Vanos ao Le Cavaliorí Vanos viver un pouco a vida!
RICHARD - Vanos fingir quo podono.s ?
JENNY - Isso! Vanos; vai fazer ben a nos dois,
RICHARD Su alandrinha. Quanto o quo voco ten?
JENNY Oh,., o suficiente, Vanos agora.
TN.CPR.PTE^ft p.

(23:
RICHxiRD - Moça esperta* (LEVANTA) - Vou dar un fteiuo na cara»
Ten certeza que ten o suficiente ?
JENNY (LEVANTxx) - Tenho, É melhor arrunac$£^s do 3ar
din antes de se arrumar.
*\
RICHARD - É, (Vxxl 2.S PORTxxS DO JxxRDIM) Mocii^fa ^sp"orti^ I
JENNY Vá QUE áLS VISTA,
VAI LENTxj-iSNTE A MES^~ DES TRANCA A
GAVETA, TIRxx 0 MAÇO DE NOTAS, RETI-
Rxx xxLGUMAS, COLOCA-AS EM CIMA DA Mg
SA, HESITA UM POUCO, COMO RSCONSIDE
RANDO, AÍ PÕE 0 RESTO DE DINHEIRO Kx
GAVETA,FECHxl-A Dl NOVO, GUIiRDA AG3A
VE o FICA PxxRADA UM INSTANTE; OLHA A
CESTA DE PAPÉIS, COLOCA-A EM CIMA DL
MESA, PEGA AS DUxxS PIxRTES DO CART.~0
DE MRS. TOOTHE COLOCA-AS JUNTOS, E
OLHA 0 CARTEO. RICHxxRD PÕE A Cx*BEÇA
PxxRix DENTRO» JENNY NxÕO FI*Z NENHUM -
GESTO POIS SxJBE QUE RICHxxRD OU NÃO
PODE VER 0 CxxRTAO OU NAO PERGUNTxxRíx
O QUE É. )
RICHxxRD Jenny ?
JENNY Hn ?
RICHxxRD (COM UMA VOZ DESEJOSxx) - Querida?' Quanto custa uma
ostufa ? Dessastot pequenininhas ?
JENNY Por que ?
RICHxxRD So pra saber,
JENNY (OLHA PxxRxx CIMx) - Custa muito caro,
RICHxxRD So pra saber, (VOLTA Lxx PxxRA FOR?,. )
JENNY (OLHxx O Cx'xRT~0 DE NOVO, SxxCODE A CABEÇx.; .xLGUM:. COM-
PxxIXRO) - Muito caro»

FIM Dxx PRIMEIRxx CENA DO

PRIMEIRO xxTO
TN.CPR.PTE 4^ ,. i ^

(2ij)
s E G U N D A CENA

SEIS MESES DEPOIS. MESMO CGiÃÍRlO* ;


TARDE RICHARD NA MESA, FAZENDO CON
TAS, DE VEZ EM QUANDO bM*aÍÇ'a gZ
BEÇA DESANIMADO» SOM DA
FRENTE BATENDO COMO QUE FECHAI DO 0

JSNNY ENTRA? COM UM PACOTE,


JENNY - (ALEGRE) - Alô.
RICHARD - (CARRANCUDO) - Alô.
JENNY - Sabado e dia de descanso $ porque voco não está tra-
balhando no jardim ? (ELE. RI UM RISO AMARGO) - Oucbi
tado por aí ?
RICHiJaD - (SSRRISO AMaRSLO) - Fazendo as contas.
JSNNY - 0h« (PÕE OS PACOTES Na MESA.) - lí una beleza! Eu vou
a loja o osquoço notado do quo ou quero,
RICHARD - Vocô não fez una lista ?
JSNNY - Claro quo fiz 5 ou tinha tudo na lista. Mas ou esque-
ci foi do por tudo nosno na lista,
RICHARD ’ Pur oxGnplo0
JENNNY - Por oxenplo corvoja o outra garrafa do leito o nato-
A
rial pra fazer bolo o,..
RICHARD - Pra quo isso tado ?
JSNNY - Nos tonos un filho, não ?
RICHxJaD - (PREOCUPADO) - Uh-uh,
JSNNY - (PiJJSA) - Êlo von pra casa hojo !
RICHARD - (áLSGRE) Rogor ? Hojo ? Von pra casa ?
JSNNY - Von, Forias» «
RICHARD - Eu esqueço do tudo nesno,
JSNNY - Mmnmmmmnn. E aveia o tudo, eu acho, (LISTA)
RICHARD - ásse ano não tem acampamento.
JSNNY - 0 quo ?
richard - Nada do acampamento, esto ano, para Rogor, Não vai
ter não, Não tomos dinheiro.
JSNNY - (SEM LIG.Jl; ESTÍ PENSANDO EM OUTRa COISA) - Ê nesno?
RICHARD - lí nesno,
JSNNY - (FAZEN )0 A LISTA) - Bom, com ou sen dinheiro, acho
quo o melhor ôio ficar conosco nestas forias, Pra gon
to ficar junto un pouco,
RICHxJJD - (QUEIXANDO-SE) - Mosno porquo não há outra solução,
JSNNY - Podo ajudar voco o ne ajudar.
tn.cpr.pteíS! p.
25

(25)
RICfLJlD Já quo os th con a não na massa, no traz uns onvolo-
pose
JENNY Ton cnvolopo aí.
KICELJ1D Está acabando.
JENNY (x.NOTii) OK, $lo nodo ajudar voco no j
RICHARD Quem sabe elo pode vender uns jornais
JENNY (INDGNADA) - Puxa f
RICHARD UoP voce vivo querendo tanto qu^ todo mundo trabalho
nesta casa,..
JENNY alo g una criança.
richard Êle ate já deve ter una namorada - apanhou alguma ga
rota lá no colégio - c do noite deve pular o muro e
ir pra alguma cabana con ela...
JENNY (PROTESTANDO) - Richard 1
RICHARD As crianças crescem depressa, hoje on dia.
JENNY âle ton só catorze anos í
R TCHARD Uo, so está tudo funcionando diroitinho, não há ra-
zão pra cie ir pra cana con cia, não o ? Álon do
mais, olo ton quizo anos0
JENNY Chega-
RICH.JID É melhor isso do quo outras coisas.-,
JENNY Chega l
(SILÊNCIO)
RICKLÜD (BÁL..JTÇA Á CABEÇA LEIO TRISTE) - Quando a gonto estava
va namorando, cu conhoci una garota - não o que. ola
fosso una coisa do outro mundo, nas...
JENNY (FRIA) Mas que historia tão simpática.
RICHARD E ou não no divertia muito, porque estava de olho em t"
você.,, (JENNY BUFA) ,0,. e acho que você chogou a
conhece-la, nas eu não vou dizer quem o porque ainda,
hojo ela o.. • (SE INTERROMPE) - bom, nas tinha una -
reputação do sor um troço sensacional...
JENNY (CHATEADA) - Por favor, Richard...
RICH..RD Mas quo sensacional: diziam que era domais, que? aqui
lo não existia...
JENNY Poi-vo fiçsSa mulher sozinha,

RICELJvD Eu nao estou tocando nola» (SILÊNCIO) * Eu estava


querendo comparar ela con vocc,
JENNY (SARCÍSTICá) Ah, o.
RICH.JiD E vocc ganha.
JENNY (IRÔNICA) - Ohhhhhh,
tn-cpr.pte 4S2>% p.

(26)
RICHARD Socialnonto - quer dizer, fora da cana - a. gente pon
sava quo ola era a Rainha Mãe.
j *; \
JENNY (N^Dn SIMpx-TICü) E 0 que e que isso ten que vei^teoni
go. í£ ~
RICHARD Oh, eu nc lembrei quando disse quo Roge
i/á 45yía
una namorada.
JENNY Voco disso que e-le ia pra cana con a moça,
RICHARD É a nosna coisa.
JENNY Diga isso aos sociologos.
RICHARD nlos saben, E so porque eu disse isso voce ficou to
da vermelha 0...
JENNY. Nao vejo razão pra voce ficar gritando isso pola ca
sa toda#,.
RICHARD (ZANGADO) Quon e que vai ouvir ? 0 mordomo ?
JENNY Não grita comigo í
RICKJ1D (riJJSx,., BALANÇA A (LJ33ÇA. RISADINEu) - Eu so queria
dizer que voce o tão engraçada 0 bobinha e una,.,
JENNY Cabeça de vento.
RICJL.RD ■ E 0 mesmo I Voce c boa esposa e boa na cama, nas o
bobinha e afetada.
JENNY Afetada ?
richard ■ Éi afetada.
JENNY Desculpo.
RICHARD ■ E aí ou pensei, uh, nessa mulher, quo parecia a Rai-
nha Mãe, como ela dra ridícula, e voce nao percebia
nada o ... (INTERROMPE-SE) - ah, pelo amor de Deus,
chega I (PAUSR.) - Eu estava so querendo te fazer un 0-
logio lEstava querendo sor gontil l
JENNY (PENSA UM POUCO) - Nao soi porque voce falou nela
primeiro,
RICHiJlD (RAIVA FRUSTADA) - Nem eu I
JENNY Acho quo ou podia aprender unas piadas cabeludas ou
começar a contar às pessoas algumas particularidades

que voce ten quando vai começar a .


RICHAÍD Chega I
(SILÊNCIO)
JENNY (TENTA!De UM SORRISO) - Quem era ela? (RICHARD BA-
LANÇA - CABEÇz. E F.-Z UM BEICINHO) - Diga quem era ?
RICHiJRD cio c nao.
tn.cpr.pte 453# h.

.. C-27)
JENNY (COTUC.JM DO) UM POUCO) - Ora, que bobago^l U ' r
RICTLuíD (FLi.IS ü-LEGíiS) - Não chega,

(SLR F..Z CÓCEG.xS N#LE. ÊLÍRTTTLATAx,


ÈLES ÇUTAI, RIEM, CIJM NO SOFÉ,
BRINCANDO m TE uh IN AI DO COM UM BEIJO,
DEPOIS OUTRO BEM MAIS LONGO E SÉRIO)
JENN Y Uh- uh, xxgora não,
RICHARD Ohhhhc.. t.,
JENN Y Nao; Rogcr' ostã para chegar e e 3,

RICHARD âle vai poder contar aos anigos que ainda estanos vi-
vos,
JENNY Nao, chega, Não0
RICHARD ■ (Desiste) - 0Ke
JENNY ()PAJSA) - Quen era ela?
RICHARD • (BixLuNÇxx u CxxBEÇA) - uh- uh, Eu proneti,
JENNY (OLHOS ATENTffi ) - Quen?'' i
RICHxJiD * A nin nesno. Disciplina*
JENNy - Ora í
RICHARD - Disciplina nao faz nal a ninguém*
jTENNY - (OLH;j\TDO-SE NO ESPÉLHO, APROVIxDORAMENTE ) - Vocc viu
o jornal hoje?
RICHARD - (PR .OCUPADO)
JENN Y - Tinha ur.i anuncio,
RICHARD - (/OLT.ÃIDG xx MESjx) - Que anúncio, elos estão distribu-
indo dinheiro? Posso pegar algum,
JENNY Nao, um anuncio duma estufa - de vidro e alumínio,,,
itlCHiJiD — (DERuUB.xNDO UNA FÔLHxx DE PuPEL) - Pelo amor de Deus^
Jennyl (PAUSA,) Enquanto ela olha) - ^caboi de lhe di-
zer que Roger não pode ir a nenhum acampamento cate
ano porque est-nos som dinheiro e vocé,,,
JENNY (UMx LEVE QUEIXA) - Dinheiro, dinheiro, dinheiro*
richird É. Dinheiro-, (MOSTR.x AS COMAS) - Gasolina. 0 carro.
Orçamento do sotão^Gotoira,
(CAMPAÍNHA Nxx POHTxx)
JENN Y - Campainha,
RICHARD - (VOLTADO xxO TruxBixLHO) - Eu ouvi. Por que voco não
atende ?
JENNY )LIGEIR.x PAUSu) - Por que voco não atendo ?
TN.CPR.PTE 4$3g_ p

(29)
RICILJiD (SUBJUGADO) - Jonny, o dinheiro; nuito dinheiro.*"
JENNY (CHEGANDO M,^IS PERTO) -Mas.», nossa Scnhora.i
RICHTJTD Notas do doz dólares, arranjadas on pacotes dof P F.

quinhentos dólares cada.


JENNY (BELx. CONFUSÃO) r Quanto? Quanto ó quem ten?
BICHAR D - (COMEÇA A CONTAR) T.LTO E DEPOIS EM SILÊNCIO) - üfcf
dois. tres, quatro, cinco, seis, sote, oito, novon .
JENNY (ENQNHNTO ÊLE CONTA) - á incrivel, Eu. * „ e.incrivel,
RICRúRD - Espora. xi.qui ten unas notas de cen dólares. Una,
duas, trós, quatro.„f (LIGEIIL, CONFUSÃO) - Quatro
nil e novecentos dólares„
JENNY (xxLGO CONFUSA) -■ Quatro e nil o novecentos ?
RICHAAD - Jonny, aqui ten quase cinco nil dólares. Quatro nil
o novecentos dólares, Jonny I Quatro nil e novecen-
tos dólares.
JENNY Mas e incrível, Nao sâo cinco nil ?
RICHJJtD - (SÚBEx SUSPEITA QUE x.LGO ESTÍ ERRADO) - Nao entendo,
JENNY Voce não está»»* contento ?
RICHARD - Contente? Não sei.
JENNY (AINDA NãO CHEGOU PERTO DO DINHEIROQ-á dinheiro nos-
no? Dinheiro do verdade ?
RICHARD - Claro que ó de verdade. Notas usadas»
JENNY (SATISFEITA.) - Meu Deus.
RICHARD - Mas,»,nas por que ? Não ten centido.
JENNY (CUID.xDOSxO - Mas e dinheiro,
RICHARD - (OIRANDO CARRANCUDO PAIIA 0 DINHEIRO) - Ê. Pena qu| a
gente nao possa fAcar con ele.
JENNY Cono assin ?
RICEuRD - (SEM ENTUSIASMO) - Nao podemos ficar con elo. Vou
levar à polícia.
JENNY Não i
RICHARD - Tonho que levar, Ten alguna coisa errada aqui,
JENNY O q.ue ?
RICHJJaD - (SEM PALAVR. .S) - Bcn,., q uer diZER,,.
JENNY Mandaram pra voce, não foi? Entrega especial5 vocó
não achou isso na rua,
RICHxi D - Eu sei, nas,..
TN.CPR.PTE 45p$ p.
15

(30)
JENNY Parocc que alguón quer quo voco fique con oSse di-
nheiro, Não vejo outro ootivo,
RICHxíRD Sin, naa quen ?
JENN Y Sei lã, xxlguenc
RICHuRD Escuta, podia ser una coisa horrível cono^>
JENNY Cono o quo ?
RICHARD Cono a Mafia, ou. ladrões de banco,. ou0«<. nandaran
pra cã pra ficar ben guardadinho o ,„,
JEN NY (RINDO xxLEGREMENTH) - Não seja ridículo,
RICH/iRD (PENSxi) - Voco acha que alguon raandou. isso pra nin?
JENNY ( RCOISR MixIS ÚBVIxi DO MUNDO) - Claro„
richard Sin, nas quen ?
JENNY Uo, sei lã,., alguen a que voco fez un favor,
RICHxíRD Essas coisas nao acontecen,.. conigo não.

JENNY Bom, esta aconteceu,


RICHRRD (ESTICxx 0 DINHEIRO A ELu, INFANTIL) - Voco não quer
...pegar nele?
JENNY Quero. (Vul R âLE, T0C_x NO DINHEIRO) - Quen serã quo
nandou ?
RIOHiJxD Eu,tí não sei. Tcn un honen que senpre senta a ncu
lado no tron. Parece nuito interessado en nin; un
senhor idoso,tipo de banqueiro. Vive no perguntando
sobre ncu trabalho, cono e quo ou vou indo, Quen sa-
be ele o milionário e neio louco, (PAUSE) - Podia
ser ele,
JENNY (LEVE DÚVIDxí) - tí, podia.
RICHuRD - Mas não sei... acho quo não.
JENNY Podia ser outro.
RICHuRD - tí. (PxiUSxi, ESTENDE UMA N0T*i SI ELA) - Tona pra voce.
JENN Y - (LIGEIRA PxiUSA) - Obrigada. Voco.., então não vai
entregar à polícia,
RICHRRD - (PAUSA E PEQUENA CULPJL) - Não, acho quo não. Acho
quo alguen quer quo esse dinheiro seja neu. Devo
querer, Eu seria bobo se não ficasse con elo. (JAU*»
SAj - Não acha?
JENNY Acho,
RICHxíRD Quer dizer c cretino jogar esse dinheiro fora,
JENNY Logico. (ALEGRE) - Vanos tonar un drink pra coneno-
rar ?
RICHxíRD (TRxiNQUILO) - vanos !
JENNY (xiO HALL) - Vou pegar o golo.
TN.CPR.PTE. 4538

(3D
richard (i*0 BxaiZINHO) - Ótimo. E ou vou preparar un nartini
de quatro nil o novecentos dólares0
JENNY Supormartlni I (SAINDO) - E diga cinco ni\ que sj&J
nelhor, N$; *p

RICHRRD SAIU P;jLx R COZINHA, JI.CK


ENTRA PELxx PORTA DO JARDIM. PASSEIA
TRANQUILAMENTE PELA SALA E DEPOIS .
SE DIRIGE xxO PÍJBLICO,
JACK Os i-iescs passanj as pessoas vivem e morrem, nas eut „
• eu ando por ai, Eu lhe confesso que ha dias en
que eu adnito a nin nesno que eu penso que esteja
vivoj que nunca estivo vivo, Un voyeur de la vic,,,
isso e o que eu sou, OLhando o exterior o èlhando
para o interior, (APRESENTANDO UMA GFuJIDE VERDADE,
SEM NxxDxx MuIS QlJE n. OBJETIVIDADE) *— Eu nunca senti
vivo de verdadf, Não pode ser apenas o isolamento,
Que o dinheiro traz, Não, nao pode ser isso, Conhe-
ço uma porção de gonje que tom muito mais dinheiro
do que eu, e eles tem vivido,,, se suicidaram d tu-
do í iJi, por falar nisso, eu fiz o que proncti, Fiz
meu testamento - refiz, para ser mais preciso—-- o
deixei tudo para Richard e a Jenny, Tre milhões de
dólares, Mas acho nelhor nao dizer nada a eles, Ja
e difícil gostar de min como eu sou. Quer dizer, eu
sou agradãvol o tudo o mais, mas... (VÊ 0 DINHEIRO
EM CIMA Dl. MESA). Meu deus. (FALA ALTO, AGORA JL
ENTROU íhx xj.Çíí.0) - Meu deus I Olha sõ âsse dinheirão I
RICHARD (ENTPuAIDO DA COZINHA) - Não toque nisso !
J RCK (AFRONTADO) - Desculpe í
RICHARD (AVANÇA PX 0 DINHEIRO) - Nao toque,
Jíí.CK Esta bom. Quer que eu saia e bata na porta ?
RICHARD (UMi„ RISADINHá) - Desculpo,
JENNY Aqui estás cinco mil dólar.s do gelo... oh, Jack,
jack: (VÊ QUE OS DDIS ESTÕO SEM JEITO, PAR. 0 PÓBLICO) -
Oh, meu Deus,
JENNY (LIGEIRA PI,USA $ MOSTR- GRANDE BONOML J - Ôi I
RICTLiíD Fique conosco,
JACK (SORRI, ESPERANDO UMA EXPLICAÇÃO) - OK.
TN.CPR.PTE 42&.P.

RICHARD - (A JENNY) - 0 Jack via o dinheiro aq


JACK (MUITO GENTIL) - E quase tivo un a
JENNY Ah, Bon , 4 isso, Dinheiro,
JACK (OURO - Vocâ roubou ou foz na sua
RICHARD - Nada, Nos,,,
JENNY" - Chegou so isso,., chegou,
KlCUJtD ~ (EXPLICANDO) - Polo correio,
JENNY á.
RICHARD - Entrega especial,
JACK (LIGEIRA PaUSAj ESP U RUIS EXPLICaÇGES) - Ah, nas
que simpático.
JENNY Alguém mandou para Ri criar d,
JACK É ?
RICHARD - É.
JACK Quem ?
JENNY Não sabemos, a gente acha quo algnen que,,, que gos
ta dolo, Quo o adinira.
JACK Quer dizer quo voces não tom ideia de onde quo veio
JENNY Não.
RICHARD - Nenhuma,
JENNY Nenhuma, nenhuma,
JACK á bastante ? Posso ver ?
richard - (GESTO INVOLUNTÁRIO ?,R PROTEGER 0 DINHEIRO) - Cia
ro,
JACK (TOCa COM 0 DEDO E OLHa 0 DEDO) - Soquinho,
JENNY Claro, á verdade,
RICHARD - (SÚBITUENTE, UM PENSAMENTO NÁO MUITO FELIZ) - Jack
não foi voce, foi ?
JACK 0 que ?
RICHARD - Não foi voce, Quo mandou esse dinheiro ,
JACK (PaUSa LIGEIRA E RISaDA) - Eu não J
RICHARD - Vooo tom certeza, porque sc foi voce,,,
JACK Claro quo tenho certeza, (..0 PÍJBLICO) - Nao fui ou
mesmo, (A ÊLES) - Quanto e quo tom aí ?
JENNY Quaso,,,
RICHARDZ- Cinco mil.
JACK Bom, isso chdga pra tu convencer, Eu nunca Trabalho
com pouco dinheiro,
RICHARD - (NA DEFENSIVA) - Podo ser pouco para v:ce, mas para
os outros,,.
TN.CPR.PTE.áSi.
p

(35)
JENNY - (P.Ãúi. mUHjt DE ASSUNTO) - E o nosso, nartini?
JfiSK - ótimo! (RICHARD COMEÇA A PAEPnAÓ-LOS, JSNNY^flfíA.
nRFiURiD^ N.4. S^La) - Eu não quis ridicularizar, nada

Xv(,)sueO ^
O:
JENN^T - Ora... ||

#.
J.iCK Ê FORMIDÓVEL, (nO PtJBLICO) - E ostranho pm^Jourro.^
AlAb) - Bon, osporo quo vocos dooo una fc? '
(RICHARD E JENNY SE OLHAM COM ENTUSIASMO)
JENNY á nos no I
RICHARD- (HESITANTO) - Bon, acho quo a g^nto não pr sisa anun-
Clcll* q o •
Ji.CK Nãon una fasta, só. Vivor a vida un pouco 1 Caviar,
chanpagon, un garçon ! Una fosta í
JENNY - (EM TRaNSE ) - Una festa!
RICHARD- ClaroJ Por quo não ?
JACK Claro I Por quo não ? (AO PtJBLICO) - Por quo não ?
JENNY - Mas o una idéia genial, Quando ?
J..CK Agora,
JENNY - Não, agora não... na semana quo von o...
richaíid- (MEIO TRISTE) - Voce sabe,,, .as pessoas ten compro-
nissos o ...
JACK - Nada disso5 agora. Nesse minuto. Poga o telefono.
Coragem! Vonos fazer una coisa diferente, extraordi-
nária... aquilo que voces senpre quiserem fazer.
JENN Y - Isso nesno! Vamos embora, Eu vou tolofonar... pra
quon que eu vou tolofonar?
RICHARD- Bem.., Chuck o Beryl,..
JENNY - (ENTUSIASMADA.) - Isso... Chuck e Beryl, e Cynthia e
Perry, tanben claro,,.
RICH.JLD- ... claro,,,
JENNY - 0 *. o Gilbort o Louis.. Quem nais ?
RICHARD- (RIS.*DINH.u) - Espora, chega, Não vanos convidar to-
do nundo de una Vez.
JENNY - Serã quo chega? Seis? E Jack, Voce von Jack,
JACK Nao, meu bon. Eu tenho un jôgo de ganão muito serio
marca Io no clube,
JENNY - •,.oooohhhhh,••
JACK Não; nuito serio nesno. Parada alta. Não Posso per-
der,
JENNY - $ A LE Gí$ fS SIMA ) - Vou telefonar. OK?
RICHARS- (CONTENTE) - OK ,
TN.CPR-PTEÜM. P-

(3b)
JENNY (x. RICHARD) - Faz una lista do quo a gonto precisa,
quanta bebida, etc.
RICHiJíD- Chanpaghn tanben?
JENNY - Claro 1 So que ten gente que não gosta.
(SAI)
richard- xi que horas?
JENNY - Oh, seis,., seis e neia- r.,
RICHARD- São quatro horas, agòra,
JENNY - (PxxUSii) - Oh. (RESOLVE) - Então vamos depressa. (SA~
IN DO), ate logo,Jack0
JACK Ciau. (A RICHARD) - Isso e pra me dizer quo quando
ela voltar ou já dovo ter ido enbora?
RICHARD- (RI 5 ESTENDE 0 MARTINI) - A Tona,
JACK (TOMA) - Genial. (OUVE-SE A ENTUSIASMADA VOZ, DE JEN-
NY FALANDO COM AS PESSOA. )
RICHíJíD- Ela esta tão contente^ A sua.
JACK A sua, Mas e pra oshr nesno. Ganhar dinheiro desse
jeito.
RICHARD- á.
JACK E livre de inpôsto, Não e ?
RICHARB- Hn?
J iiCK Vocó não vai fazer declaração d&sssb, vai? E assin não
paga o inpôsto,
RICHARD- (NãO TINHxx PENSADO) - É nesno 1 Quo naravil&a.
JnCK á podo ser que venha nais0
RICHAaD- Mais? Por que ?
JACK Uo, se alguen esta lhe nandando dinheiro assin, por-
que ia parar na primeira remessa? Quen sabe a.gora
não ven toda semana?
RICHARD- (QUASE SE RUBORIZA) - Ora, que e isso,
JACK Mas e nesno 1
RICHARD- (PREOCUPADO) - Jack, voce não vai dizer isso a nin-
gue^, vai ?
jack (ALEGRE) - Claro que não.,, eu atp já no esquoei de
tudo isso$
RICHARD- Eu digo, nen bate-papo, tocar no assunto do clube,
ou quando.,,
JACK Quando eu tonar un uísque a nais? Não, eu juro.
TN.CPR.PTEÍfM.P-

(35)
RICHARD- Obrigado»
JüCK - (REFESTELANDO-SE) - O dinheiro o una coisa curiosa
- não?
RICHARD- (MENININHO) - Não soi$ nunca tivo muito»
JACK - Eu digo a coisa c o símbolo* í um pedÁço de papel
cpn tinta en cima. .. e a tinta e o papel—á-uhtos não
valem un centavo - e se isso não existisse, o mundo
parava*
RICHARD- A gente podia voltar ao sistena de trocas.
JACK - á, podo ser. Ê como um quadro* Um pedaço do tola e
una pintuita0 Quanto o que vale? Quatro, cinco dóla-
res? Se squ eu que pi:.to, vendo por una corta quan-
tia. Mas se for o Picasso* Un certo Picasso vale a-
te quinhentos mil dólares, Não e nau quadro, quem
sabe va^G isso mesmo* Dinheiro, Quanto e que custa
una vasa ?
RICHARD- Sei lá... duzentos dólares ?
JACK - Talvez. Vamos ver. Un quadro de Picasso vale vinte
e cinco mil vacas, Ê leite à bessa. Quantos galões
de leite una vaca da por dia?

RICHARD- Quinze ?
JACK - (nTURDIDO) - Galões?
RICHARD- Não, quinze litros* Acho que li isso en algun lugar,
JACK - Sei, (PENSA) - Quer dizer que»», quinze vezes vinte
e cinco nil.,,
RICHARD- Quer papel e lápis?
JACK - Imaginando trezentos e sessenta dias por ano, deixan-
do a vaca descansar no feriados. Trezentos e setenA.
ta cinco mil vozes trezentos o sessenta,.» Puta mer-
da í Cento e trinta e quatro milhões do litros de lei-
te nun ano.
RICHARD - Não I
JACK - Não estou não. Cento e trinta e quatro milhões de li
tros de leite por ano,
RICHARD - á incrível.
JACK - Se e. Quanto custa un litro do leite ?
RICHARD - De” entavos ?
J.xCK - Não, menos. Tom un monte de atravessadores no meio
antes que a gente compre. Vamos dizer cinco centavos,
Isso e mais fascinante ainda... dá quase setecentos nil
dólares por ano só do leito.
TM.CPR.PTE 45:58 p.

06)
RICHARD - E dai ?
J^CK - Que e que voce profere ? 0 Picasso ou
RICHiJíD - (PENSA) - Não sei, Outro drink,
JACK - (BEBE 0 SEU ENQUANTO B^L^NÇA A CABEÇA)
que ir ao clube0 0 velhinho está no es
KlCHARD - Ah, Ok.
JACK - (OS DOIS SE LEMTARAM. PARA) - Isso o que interes-
sante. 0 velhinhoo Sabe que ele ten oitenta e seto
anos ? Êle e tarado por dinheiro*„, o não cono un
sinboloo Éle não se interessa por Picasso ou por
vacas00, e o papel pelo papolj o dinheiro pelo di-
nheiro,,
RICHARD (QUASE SE DESCULPANDO) - Dinheiro, e dinhciro0
JACK (GENTIL) - Sei que e.
RICHARD (DOGMÁTICO) - 0 dinheiro está pagando esta casa, ga
rante una boa educação para Roger e de vez en quan-
do compra aiguna coisa para fazer Jcnny contente*
jack Eu sei, eu sei.
RICHARD (INDICA 0 DINHEIRO NAMESA) - Por isso, quando una coi
sa dessas acontece*,* quer dizer alguma coisaa
JACK Eu nao estava brincando con voce.
RICHARD Não lhe diga, nas acho que vou comprar una estufapra
dar pra cia*
J.xCK Eu já lhe disse que não vou abrir minha boca* Dinho_i
ro ? Que dinheiro ? (VAI PARA A PORTü DO JARDIM) Eu
acho que nunca usei outra porta aqui nesta casa. Não
o engraçado ?
RICHARD ■LJ# • •
JixÇK - Nunca usei a porta da frente. Qualquer dia vou usar»
IíIVHARD - Jack, (ÊIE P/JU) - Nada.
JACK - (AO‘PÚBLICO QUANDO RICHARD SE VIRA.) - Êle tem razão;
e eu não estava fazendo troça dele. Dinheiro e di-
nheiro $ ate já. (SAI.)
JENNY - (ENTRANDO) - Vocês.,, Uo, Jack já foi ?
RICHARD - Um-um.
JENNY - (QUA3E SEM AR) Chuck e Bcryl vemj Cintya e Perry tan
bcã _ ^ Aliar) outro programa, nas vem aqui, 0 tolo
fone do Gil e Louiso está sempre ocupado.
RICHARD - Ok, Quer un nartini,
JENNY - Agora não. (SAINDO DE NOVO) Roger deve estar chegahdo.
jl f
Elo ~ã? que pegar un taxi da estaçao pra ca.
tn.cpr.pte 453$
u

07)
RICHARD Un táxi 2
JENNY (PARA UM INSTANTE) - tí, un taxi, (INDICAM DINHEIRO)
P f
Ou voco acha que não podemos pagar un tara ‘
RICHíJID (RI) xii, e, acho quo podemos* (JENNY SAI }\>o »
niCHidid olha o dinheiro* Pü^rr^fo
NO BOLSO PROCURANDO UM CIGx*RR0,Nã0
ACHA, PROCURn PELü SSL;,0 VÊ UMA Cl
GARREIRA VAZIA, PROCURn UM POUCO
MAIS.
RICHAID Jenny, onde e quo voco pos os cigarros ? Doixa, ou
procuro,
Mã03 NOS QUüDRÍS, PENSANDO, DEPOIS
VAI A UFA MESA QUALQUER, ABRE UMA
GAVETA, ESTACA, xxLAAADO* PÕE A
MãO DENTRO S RETIRA DEL., UM MONTE
DE DINHEIRO, OLHA, OLHA PARA A OU
TRA PILHA, JOGA 0 NOVO MONTE EM Cl
Mi. DO SOFá, PROCURA I-RIS, ABRE A
CAIXA DE COSTURi- DE JENNY, ACIL. -
IAIS DINHEIRO, QUE OLHA COM GRANDE
CURIOSIDADE* VÊ URL. C.TIXA Eli CIMA
D.. 'iuJIEIRA, ABRE, TEM MAIS DINHEI-
RO. DEIXA TUDO CAIR COMO CONFETTI,
JENNY (ENTRAJDO) Bon, tudo resolvido. Gilbert E Louise
tanben von, quor dizer que somos... (P. JA E VÊ 0
QUE ÉLE ACHOU) bon, vem todo mundo,
RICHÍJID (MEIO ..TURDIDO) - Olha Jonny5 o que e isso ?
JENNY Dinheiro-
RICHARD Mas e.., e seu ?
JENNY .'.gora não dá tempo de explicar e...
RICHARD Dá, sim,
JENNY A gente tem tanta coisa a fazer antes da...
RICHARD Para! (APONTA 0 DINHEIRO EM CIMA DA MESi.) - Foi vo-
cê que no mandou esse dinheiro ?
JENNY Bom, foi... havia tanto, e nu não sabia como...
RICHARD Voco andou... andou jogando ?
-
JENNY (AíVTR’” ' ”*1 .. ^oSO) - Andei !
richard Onde ? 0 quo ? Com quem ?
JENNY Tem esse fulano...
richard Chamado ?
txcpr.pte

(38)
JENNY - Que importa sg gu ganhei ?
RICHARD - (AGÜDO) - Chamado ?
JENNY - Desorio.
RICHARD - Isso é mentirão
JENNY - Não falo assim'comigoJ
RICHARD ~ É mentira ou não e ?
JENNY - Bom,mais ou nonos,
RICHARD - Então o mentira i
JENNY - (ENCOLHE OS OMBROS) - É.
RICHARD - Quanto c quo tom aí ? São nilharos de dólares! Ondo
é quo voce arranjou isso ?
JENNY - (DEFENSIVA) - Eu não roubei isso.
RICHARD - Ondo é'quc você arranjou isso ?
JENNY - Ganho i.
RICHARD - Um onprego1 Voce esta trabalhando!
JENNY - MaJs ou nonos.
RICHARD - Eu lho disso que não queria quo você trabalhasse oI

Não I Voco não pode ter ganho isso num emprego, É

dinheiro donais ! Ha milhares do dólares aqui 0,,,


JENNY - São sei0 ^ãges0
RICHARD - (RI MEIO HISTÉRICA ENTE) Escuta, meu amor. Olha pra
min. Mg diga. Alguém... deixou isso pra vocé?Alguen
morrei, e voce não ne disso nada ?
JENNIiy - Ninguém morreu» Eu ganhei esso dinheiro. (LIGEIiA, -
PxJJS.i.) Durante as tardes.
RICHARD - Escuta^ nou bem; mesmo sc voco trabalhasse o dia in
teirinho não dava pra voco ganhar tanto dinheiro,Va
nos, no conta direitinho,
JENNY - (QUERENDO GANHAR TEMPO) - Ah, é ? Acho que não se -■
voce acha que ou sé sirvo pra empregada ou coisa pa
rocida*
RICHARD - (APERTANDO OS DENTES) - Onde voco ganhou isso ?
JENNY - Eu ganho duzentos délares cada tarde, as vozes mais,
quatro vezos por semana. Comprei umas roupas, n-s
não deu tempo de gastar o resto e...
RICHARD - Ninge/. " ^^r tanto! Voco não tem experiência.,,
JENNY - Não é preciso. #

RICHARD - (ZANGANDO-SE COM 0 MISTÉRIO) Do quo se precisa ?


JENNY - Cadê meu martini? Voco no prometeu um especial.
/j
TN.CPR.PTE pà^> p.
%
/V

(39)
RICHxJlD - (SEGUIiA-LHE 0 BRxxÇO) - Mc diga !
JENNY - Oh! Mc solta! (ÊLE SOLTA. áLES SE ENCxJU
nada a dizer.
RICHxJlD - Oh, ncu Deus, c melhor voce no contar senão eu faço
una fogueira desse dinheiro agora nesno!
JENNY - Não soja ridiculo! á dinheiro!
RICHxxRD - Quero sabor de onde veio!
JENNY - (IEVn.NT.uNDO A VOZ) •- Do un emprego í
RICHARD - Que emprego ?
JENNY - Do... do recepcionista.
RICHxJlD - E eles pagan esse dinheirão ?
JENNY - Ê un lugar nuito elegante !
RICHARD - Que lugar elegante o osso ?
JENNY - Un... Un consultório nedico,
RICHxJlD - Voce espora que eu acredite que voce fica sentadinha
atras da escrivaninha de un consultorio nedico unas
duas horas durante a tarde e apanha duzentos dólares?
Voce pensa que eu sou lèuco ?
JENNY - Ê un lugar nuito elegante e nuito especial.
RICHxJiD - 0 que e, e... e un consultório de abortos ?
JENNY - Meu Deus, voce e detestável í
RICHxxRD - Ora! Eu li un jornal que un honen descobriu que a nu
lhor trabalhava para un canalha desses, trazia minares
pra abortar,
JENNY - Voce e nojento.
RICHxJlD - Ora, nil perdões l Mas se voce faz tanto segredo, o
qúe e que eu posso pensar ? Hein ?
JENNY (xxPxxNHADxx E FURIOSA) - Pense o que quiser! (xxGUDA)
Voce não quer o dinheiro ?
RICHxxRD - (AMBOS FURIOSOS) - 0 dinheiro não ton nada a ver con
isso I
JENNY Ê claro que tem! Ou voce acha que eu faço isso porque
gosto?
RICHxJlD - Isso o que? Sentar atras de una escrivaninha?
JENNY á$ sentar atras de una escrivaninha !
RICHARD - Corno e , 6 nono desse lugar?
JennY Não ton none; ó só ürn nunoro,
RICHxxRD - iih, e E qual ó o numero ?
JENNY á segredo.
^•CPR.PTE 455$ P-
3^

RICH-iiiD - Eli sou sgu marido!


JENNY - Eu sou sua mulher I Voco no conta tu<j
RICHxJUD - Gosto quo no digam a vordado i
JENN Y - 0 quo o quo voco cg conta do seu tratv
RICHx'iRD - É un trabalho chato!
JENNY - 0 nou tanbon !
RICHxxRD - Mas o dinheiro não 6 S Um monto do dinheiro dosses não
o nada chato í Puxai É’ quatro vozes mais do quo oug ga-
nho I (DESDENHOSO) - Sentar atras do una escrivaninha
nun consultorio medico... pareço nais un bordel de lu-

xo I
JENNY - Não gosto dessa palavraI
BICHARDE- Bordel I Prostíbulo I PuteiroI
(SILÊNCIO. JENNY OLHxx 0 JxlíDIM.
RICHARD PERCEBE QUE TOCOU A FERIDA)
Olha, voe cã. 0 que e, mesmo?
JENNY - (DISTANTE) - So un lugar.
RICHxiRD - Un lhgar,
JENNY - Onde elos no pagam.
RICHARD - (SEGUTux-LHE 0 BRAÇO DE NOVO) - Meu ^eus I Êlos no pagam
polo que ?
JENNY - Ê a min que eles pagam I (LONGA PAUSA. MEIO PERDIDA) -
voco não quer dinheiro?
RICHARD - (Lx JIGA-LHE 0 BRAÇO. RECUA, B-lIANÇA A CABEÇA, QUxlSE EM
DESCRENÇxl) - Eu não ... Eu não acredito.,, não posso
acreditar.
JENN Y - Então não acredito.
RICHARD - (CONFUSO) - Nao o possível, não ec
JENNY -■ (CHEGA PERTO DÊLE? UM SORRISO SOMPxÍTICO) - Meu amor,
vai fazer una diferença tão grande.
RICHxlRD - (RINDO AMARGO DA IRONIA) - Se vai.
JENNY - (xlINDxx SIMPxx ICA) - Tudo que nos quisemos durante anos,.
RICHARD - Nos I
JENNY - Fodomes comprar um outro carro o ...
RICHARD - Não tem... ou não acredito nisto!
JENNY - Não tom o quo?
RICHxxRD - Espaço na garagem, (DESCRENTE)- Como õ que voco' poude
fazer una coisa dossas? (PxxUSx'0 - Não e verdade, o?
t
ncpr.pte^5^p.

Oil)
RICHARD - (JENNY BALANÇA A CABEÇA, L.JNT AMENTE) - Não.S? É verdade ?

JENNY (DOGMATICA E IMPACIENTE) - E para nos í Para tudVp "òue Lèuere»


lf .w
mos I f;J»
CL 0 ?.«■- r>&
RICHARD - (ENTRE DENTES, A RAIVA VAI SUBINDO) - Você e mj muíthei’, a
mãe de Roger°, e e uma prostituta ? \\
V # . f
JENNY E um jeito horrivel de dizer aw cois-s.
RICH RD - C02I0 É QUE VOCE QUER QUE EU DIGA ?S
JENNY - Su não sou a unic~, sabe. Neo sou a unica pessoa do mundo oue-
A / / § y
RICHARD - Voce e a unic;' oue e casada comigo í
JENNY (ARGUMENTANDO) - Mas não faz diferença para. nós, e além do
mais•..
RICHARD - (DURO) - Não (CrMINH ATÉ ELA E LEE DA UMA BOFETADA VIOLENTA)
Não? Quanto e oue você cobra por isso?
lELA 0 D1HA, FIRAS HAS COM AS LAGRIMAS QUASE VINDO)
TÉLE LHE DÁ OUTRA BOFETADA VIOLENTA) - Eu perguntei ouanto
/ A
e oue voce eobr^ por isso?ii
(JENNY NãO RESPONDE MAS DA UMA ESPECIZ DE GRITO
AO MESMO TEMPO EM OUE LHE DEVOLVE A BOFETADA)
RICHARD - (FRIO, DuPOIS DE LIGEIRA PAUSa) - Vai embora. Arruma suas
coisas e vai embora.
JENNY (IGUALM NTE FRIA) - Pra onde.
T
^ CHARD - Pra onde ouiseri Ou então eu vou. Não, eu vou. É minha casa,
eu pagp por ela. Eu fico aui.
JENNY (CURIOSAMENTE. SEM A MENOR EMOÇÃO) - Não posso... ir assim.
RICHARD - Eu lhe disse oue va embora.
JENNY Uma porção de coisas aqui seo minhas.
RICHARD - Leva embora com você i
JENNY (ENTRE OS DENTES) - Você não pretende oue arrumo tudo agora
mesmo e...
RICHARD - Su lhe mando suas coisas depois... mas vai embora I
- JENNY- - Não, voce não manda. Eu te conheço. Você e incapaz de cuidar
y ^
dessas coisas. Eu e oue vou ter oue chamar o caminhao e arran-
j ar tudo e ...
RICHARD - Vagabundai
JENNY E verdade. Ouando aguela sua tia queria aquela porcaria daoue-
le sofe, voce disse oue providenciava tudo e durantes semanas
não moveu uma palha.
RICHARD - (QUIETAMENTE, COM RAIVA CONTROLADA) - Arruma suas coisas e vai
embora daouil
■JENNY (CANSADA DE TUDO) - Oh, não sela bobo.
RICHARD - Não seja o aue?
JENNY Bobo. Me da um cigarro.
t^.cpr.pte 45ò$ p>

UiZ)
RICHARD - ■ Sua puta sem ve-gonha I
JENNY Não sou se vergonha 3 Ja lhe disse oue
0-dinheiro oue -;ocen|?nhai 0 dinheiro
Voce pensa oue eu me divirto com isso
RICHARD - Se eu penso eu eu eu eu nao penso nada
Se eu começasse a pensar nisso eu fica
homens matam as mulheres pqr uma coisa como essa í
JENNY Oh, meu amor...(
RICHARD - Voce acha que não ? (VAI PERTO DELA, AME/ÇADORO - Le os
jornesii Le os jornais de amanha e voce vai ver.,.
(AMBOS PARAM COM 0 RUÍDO DE PORTA DA FRENTE
BATENDO. É ROGER QUE, CHEGA, VINDO DO HALL)
~OGER ■ - Eií Eu peguei um taxi. Vocês tem dinheiro ?
JENNY (COMO SE TIVESSE ESQUECIDO DÊLE) - Roger 1
ROGER 0 chofer disse oue ele quer mais cinco dólares alem do oue
marcou porciue é muito longe.
RICHARD - (A FURIrj SxL TRANSFERE AO CHOFER) - Ah, e? Eu dou um jeito
nesse filho de miei (RICHARD SAI, EMPURRANDO ROGER PARA 0
LADO QUANDO A SSA)
ROGER (OLHA CONFUSO P RA 0 PAI, E VAI À H~Ê, CHEIO DE AFETO) -
«Ei, mamãe.
JENNY (EMBARAÇADA, MAS FINGINDO) - MEU QUERIDO! Você... chegou
tão cedo.
ROGER (UM FATO INDISCUTÍVEL) - trem ch.egou no horário,
JENNY -■'h, e? (CONFUSA) - Acho oue.,,o nosso relogio esta atrasa-
do.
ROGER Deve estar. (V I UMA CADEIRA', SJNT NO ESPALD R. OLHA PARA
0 JARDIM) - Como vai ot tenip ?
JENNY Que tênis ?
ROGER (APONTA) - No clube ?
(VOZES ZANGADAS LÁ FORi )
JENNY (OLHANDO APREENSIV; PRA FORA) - Ah, eu.não jogo muito.
ROGER E papai? Tomara que o chofer não mate ele.
JENNY (CHAMANDO, PEOUCUPADA) - Rich§.rdJ ( A ROGER QUE ES3ÉÁ DE PÉ
NA CADEIRA) - Desce daí antes oue seu pai te veja,
ROGER OK. (DESCE E VÊ 0 DINHEIRO) - OPAi É dinheiro ?
JENNY (PREOCUPADA) - E, mas deixa aí. 4>J

ROGER Que foi, o sweepstake ?


JENNY Deixa aí... você não tem mada com isso.
ROGER Posso peg-r um pouco ?
TN.CPR.PTEÍ^52_P-

a
;i •
JENNY , (ZANGADA) - Deixa aí, já disse J
ROGER (MAGOADO) - Desculpe. (IRÔNICO) - puxa, como e bom voltar
pra casa.
JENNY (DESCULPANDO-SE) - Oh, meu filho, eu.,.
(RICHARD APARECE, MEIO EM
RICHARD - (VINL.TIVO E- OUGULHOSO) - Eu arrebentei ele
ROGER (TÍMIDO) - Ôi, papai,
RICHARD - (A JENNY) - Arrebentei o filho da mãe i
A /
JENNY Voce ja deu boa tarde a seu filho ?
RICEaRD - Hm ?
ROGER (TÍMIDO) - Ôi, papai.
RICHuRDS- (VÊ ROGER PELA PRIMEIRA VEZ; OUGULHOSO E TRISTE) - 'Òi.
(VOLTA A JENNY. FURIOSO) - Arrebentei o filho da mãe.
JENNY (DESESPERADA) - Mas por oue ?
RICHARD - Por que ? Ele queria novo dólares. O canalha oueria õ ^gue
marcou e mais cinco dólares por cima...
<** / /
.ENNY Nao e motivo para arrebentar ninguém i
RICHARD - Quem é aue devia arrebentar 11i? (MAIS BAIXO, MAS Não ME-
NOS INTENSO) Quem e oue devia arrebentar.
ROGER (PARA PREENCHER UM PEQUENO SILENCIO) ~ Como «ai o tenis,
papai ?
RICHARD - 0 que ?
nO GER — (INTIMIDADO) • O Tenis. Como vai ?
RICHARD - (CONFUSO) - Eu... faz tempo oue eu não jogo.
ROGER Uh...
JENNY O homem vai nos processar.
RICHARD - (EMB. RAÇADO) - Eu dei só um murro no ombro. A gente se deu
uns empurrões,
JENNY — (PAUSA. DESAPONTADA E ALIVIADA) - Oh.
RICHARD - Nao o oue eu oueria fazers (UM OLHAR DE DESPREZO) ROGER
SOBE NA CADEIRA OUTRA VEZ
ROGER Ôba I ÍBem no saco i [
RICHARD - O que ?I
JENNYZ - ROGER, não diga palafercos. ^
RICHARD - (ZOMBANDO DELA) - Essa não.
ROGER Deu um pulo e acertou um pe no ... oue palavra uso ?
RICHARD - Não pergunte a sua mãe,7 ela e uma senhora muito fina.
‘ t, t>
(PERCEBE Oi'iDE ROGER EST') - Desce ja daíí (R0*GER DESCE),
ROGER (SUBJUGADO) - Dwsculpe.
TN.CPR.PTE P- *-A

(Uh)
RICH/RD Voce acha oue a gente é feito de dinheiro?
ROGER (INDICANDO) - Parece. (SILÊNCIO SMB/R ÇOSO)
RICH/RD (//JDi-.nDO _E /SSTJNTO) - Você assou de ano?
ROGLR Passei.
RICH/RD Que media?
ROGER Seis e meio,
rich/rd 0 ano passado você passou com-quanto?
^ VER Sete,
RICxE.RD (nhuRGO) — Boa, Quando voce tiver dezoito anos não entra nem nu-
ma Faculdade de /griculture.
JENNY Não seja sssimi (à BOCn DE RICH/RD SE iBRE M/:S ÊLE K~0 DIZ REDn)
/certa o relogio»
RICH/RD Está certo.
—TrT.T-TT
Esta vinte minutos atrasado.
w
*RICH RD (FTTHIOSO) - Então acerta vocel
JENNY Rich-rd1
RICH/RD Cala a bocaí (ROGER VI /O RELÓGIO D/ ./REIR' E 0 PEGA)
'-IVQ
»■ Gj-L Que é que eu faço ?
RICH/RD Vira o botão; vira essa merda de botão i
JENNY Zichard, se voce não consegue...
RICH/RD (ENTRE DENTES) - já lhe disse vr calar e bocaí (/ ROGER) - Não
Passou! Nao -volte vara tras. (DESGOSTOS Pega o relogio com vio~
A o . > ^
lencia) - Da eoui essa merda. Nao volte o ponteiro! Nunca mais
A ^
voce me volta o ponteiro dum relogio i
ROGER (CONFUSO) - Desculpe, eu...
JENNY Meu filhinho, voce nao ciuer levar sua bagagem pra cima e...
ÊhaiABD (CONCENTR DO EXCESSIV. MENTE NO RELOGIO) - Voce nunca mais me
volte o ponteiro dum relógio! Nuhca mais I
JENNY Por que nao vai -rrumar suas coisas?

ROGER Ta bem. Voces tem tanto dinheiro. Nao sei poroue nao compram um
relogio.
RICH/RD Chegai
JENNY Leve suas coisas e depois desce e ajuda a gente.
ROGER Voces ouerem oue eu va la pra cima ou não e melhor eu dar meia
volta e voltar pare o colégio?
RICH/RD Vai lá pra cima I
r OGSR (B/IXINHO) - Merda,
RICH/RD Não diga palrvrõesl
ROGER (SNFR.JNT. NDO) - Por oue nao? Você iz í (S/I. Pequeno fcilêncio,
Richard joga o relogio no chão )
TN.CPR. PTEifiâLp-
HH

(U5)
JENNY Isso ajjuda. (C/LM/)
RICH-.RD (TOO/NDO NO PEITO COM OS DEDOS) - Isso me ajuda
JENNY - (FECHE OS OLHOS NUM INST/NTE; DEPOIS, MUITO PR/TIfZ) - Era bom
A
oue voce fizesse uma lista das bebidas oue presisamos.
RICH/RD - (OLH/-A PIX/MENTE5 C/LMO) - j|utaT] '
-JENNY (IGNOR -0)- E bom comprar uma champagne, mas como tem g-mte oue
A. /
nao toma, e melhor ...
_ CH.ii RD — (PutÇp
JENNY Fa^er lásta direito. Se a gente vai comprar caviar fresco, eu
vou ter oue dar um pulo na loja e...
RICH/RD - 4jut<5 sem vergonha, vagabunda !
JENNY (SELV. GEM) - Fica ouietoi Roger esta lá em cima 1
RICH/RD - (0 M/IS ALTO QUE P0DE)f Eu tenho uma jputa] sem vergonha e vaga-
> bunda debaixo do meu teto J
JENNY (LIGEIR. P.Ufí/. E C0NTT7NU/ C/LM/) - /gota faça uma lista. Eles
vão chegar dentro de uma hora e...
RTCH/RD - (RINDO, DESCRENTE) - Uma festa i Nos vamos dar uma festaí
uj-jNNY Vamos.
RICH/RD - (ZS LnGRIM/S QUE CHRG/M FIN/LMENTE, LnGRIMnS DE R/IV; E DSSES-
PÊRO, SãO INCIPIENTES-, NOS AÔ NOTIC: /.MOS POR UM TREMOR N/ VOZ)
0 oue e aue vamos fazer? Vamos anunciar a toros? Avisar toda a
A
visinhança? Dizer a eles aue digam a seus amigos onde ir para
conseguir? Hein ?
JENNY Faça a lista*
RICH/RD - Hein? Ê isso oue vamos fazer ? á? ÍPufca?] (L/GRIM/S M/IS PRQXIM/S
AGORA)
I
- NNY Pode-se telefonara para 0 armazém j mas a gente precisa saber
0 que vai pedir.
RICH/RD - (IÍGRIM/S M/IS PERTO /IND/) - Ou ouem sabe eles já sabem. Cuck,
e Pérry e Gil... eles... eles já sabem ?
JENNY A 11 s t a..
RICH/RD - Lis... Lista ? Nos... bom, a gente precis- de... (COMEÇA / CHOft
R/R) - ... de vodka, e...
JENNY dt GENTIO) - /mericane ou polonesa ?
RICH/RD - (OLHA, SÚPLICE) - As duas ?
JENNY As duas*
RICH/RD - e... e... uis... uisoue e conha... conhaque... e gin, e ... gin.
(CHOR/NDO MUITOO» ... gin... ( A P/L/BRA GIN SE TR-NSFORMú NUMA
DESESPARADA TENTE- TIV: DE CONTER 0 CHÔRO) - giiiiin e... (A
ÚSTIM. P/L.-..VR. , QIJEBR. D- ) - giiiiiiiiiiiiiinnnnnnnn.

- DESCE 0 P/NO SNUT NTO A P.L/VRA CONTINUA) ■


TN.CPR.PTE 4S3S p.

Oi6)
SEGUNDO /TO

Mesmo cenário. Um?


Richard sozinho em cena, olhando
/
o publico, sentado. Pode se in-
teressante se ele olhar o publico
diret^mente nos õlhos, mas -usente,
vendo-os, mas oens~sndo noutr^ coica.
Não se trata da tentativa do estabe-
lecimento de nenhuma nova convenção,
mas poderá dar a algumas pessoas uma
sensação interessante.
Jenny entra, seguida de Roger, ambos
carregando copos. etc.
_ * n *
JENNY Que e que voce esta fazendo ?
RICH/RD Hm ?
TTTMN'. Que e aue voce esta fazendo ? Il
oger, bota estes aoui alí em cima
e cuidado para não quebrar.
ROGER (EMB/R/Q DO POR TER SIDO CH/M/DO ' T/NC/lC ) - Ok.
JENNY (DEPOSIi NDO S RS COIS/S) - Eu perguntei cue é isso.
Dentro de dez minuto^ chegam as visitas, e...
RICH/RD , (HM>- ..Iijíí;Ç: D.-j EXPLOSÃO3 - E o que e cue voce quer oue eu faça?
ROGER (QUEBR' UM COPO) - Drogai
JENNY Oh, Roger...
m/RD Isso mesmoí Quebra ç casa inteira 1
^:/r Puxa, e so ”m copo, ele...
__ ^ ^ .
..ICH/RD Nos nao somos feitos de... Voce sabe ouanto custa um copo desses?
ROGER Não. Quanto ?
RICH/RD (. JENNY))- Quanto custa ?
JENNY Bom, s a o, copos novos e...
RICH/RD (Uni PONT. D.s HISTERI ) - Sao novos ?
JENNY (CaLMZ) - Sao, e sao de cristal, e acho oue... bom, acho oue cus-
taram cincc dólares caáa.
RICH/RD - (DEPOIS DE UM/ DOLOROSa OLH/D/ / JENNY; P R/ ROGER, B/LMÇ/NDO A
C/BEÇ,) - Cinco dólares cada. Voce ouebrou uma droga dum cop* e
*
ele custa...
A
ROGER - (PROCUiüL NO BOLSO) - Ta aoui, pronto. ira daqui. •
RICH/RD - (CH/TE/DO) - Da ara sua mãe.
JENNY - (RINDO) - Nac bobo, ouerido. Não R-.pnr, não.
TN.CPR.PTE 4538 p.

Oi7)
:
'GER Tudo para a prz -entro do lar.
.CHARD Não sega besta I
:;iíny (A ROGeR) - Meu bem, sub-- e ve se vestir. Js ja pg |g?m
e eu ouero oue você me ejude.
EOGER Tenho que por gr-vat? ?
A ICHARD (FURIOSO) - Tem í
ü
JSÍJNY (SEMPR.j i'0 Li DO DE ..;OGER) - Tem, meu bem®. uba.
! '\r% t 1
■J'\J J-JJ í Gravata ?
rICHARD - E| e camisa, e celçes, e meias, e sapatos...
GER (BALANÇANDO A CABEÇA) - Eh...
ICHARD - E nao fique dependurado n? j?ne±p olhando o tênis.
~ ^'íR (FAZ UMA CONTINÊÜCIA)- Sim, senhor i (SAI)
A
♦hard - E nade de continência soui i
■y _ (DEPOIS DE PEQUENA CfiTUSA; CALMA) - Era so um copo .
EI.ARD - (UMA IR; TRANQUILA, VIR. NDO-SE P. RA ELA) - Que e oue você anda
fazendo? Comprando coisas por ei? Cristais? Taçes de Ouro? Roupas?
**Tf
So um pououinho.
*
■ : CHiiRTi — So um pououinho o oue ?
AENY (SUSPIRA) - Algumas roupas; esses copos; lençóis mais bonitos.
Eu pensei oue ..,
AEIARD - Não, eu nao reparei nos lençõès, e juro oue não vou dormir neles;~
En nao vou dormir no mesmo ouerto oue você*
v SNY (FRIA) - E onde e oue você vi dormir ?
H. RD 0 que ?
' A /
.£-NY Eu disse, onde e oue voce vai dormir ? 0 Roger este em casa e
nao tem colchão no ouarto de hóspedes.
'■ -i;.rd Por que nao? Onde e oue ele está ?
..EMNY Voce jogou fora. '^uanro você teve Hepatite e dormiu la você disse
A A
oue o colchão era horrivel e jogou ele fora.
. achard E por que a gente não comprou outro ?
JJvNNY - (ENCOLHE OS OMBROS E COMEÇA A ABRANJARA AS COISAS) - Oh, dinhei-
ro ou oualquer outra coisaj
ED - BOM, AGORA A GENTE TEM DINHE IEO PRA COMPR.R OUTRO!
. NY (CALMA Não PRECISA) - Não vejo a necessidade. Você me disse para e
eu ir embora daqui.
ujCHARD - (ISTO 0 INTERROMPE POR UM ÁTIMO) - E quando ó que você vai?
' mY (PARA 0 QUE ESTA FAZENDO) - Agofca mesmo. Neste instante.'
. YLARD - Você vai d-r uma festaJ Seus convidados estão chegando!
J . NY (FINGINDO QUE ISSO COMPLICA: AS COISAS) - É mesmo, ^ntã* eu vou
embora logo depois da festa.
mCPR.PTE 453$ p.

RICHARD - Ótimo»
JENNY - (MURCHANDO) - Ou não sers melhor que ante
RICHARD - (NxTo PODE PENSAR EM OUTR; CO IS, NO MDMENTO;
Vagabunda.
JENNY - Nao ha necessidade disso agora»
RICH-iRD - Eu nao posso olhar essa gente de cabeça erguida, Não sou

capaz de olhar nenhum deles dentro do. olho» ^u podia gri-


tar ou chorar ou uma coisas dessas*
JENNY - Mantenha a cabeça erguida. Para dizer a verdade, eu acho
que voce pode olhar Chunck e Perry e Gil bem dentro do £■
lho pela primeira vez.
RICHARD Por oue? Porctue minha mulher é um? prostituta ?
-NNY (MED LISONJEIR.,) •• Nao... poraue pela primeira vez você h
nao vai ser o primo pobre; você pode falar sobre o outro
carro oue voce vai comprar; e porque aue a gente não au-
menta as mensalidades do clube pra gentalha ficar de fora
e oue a Jenny e eu estamos pensando em ir para as Bahamas
neste inverno - coisas assim.
RICHARD (MEIO ENOJADO) - Voce e indecentemente imoral,
JENNY nbsolutamente I Eu estou falndo de dinheiro - essa coisa e
a mola do mundo; esse principio de julgamento; essa medi-
da de ouanto um homem vale i
13

T CHARD Ha outros principios I
JENNY Nao no nosso mundoi Nao nos lugebes por onde a gente ciro—
cuia.
RICHARD - Ha dinheiro e dinheiro. Varias especies 1
JENNY Ha, siml Tres especies* pouco, muito, e suficiente.
?ich;rd - Corrupta I
JENNY Muito dimheiio corrompe; pouuo dinheiro corrompe; o sufi-
ciente nunca,
RICHARD - 0 problema e a maneirai A maneirai
JENNY Ora, nao me venha com essa! Perry e esses terrenos aue ê~
le vende? Dez mil dólares por um acre perto da estrada
principal, e ele nem sequer avisa es idioihas aue não tem
nem agua encanada? Gilbert e essa porcaria dessa editora
dele? Quanto e aue ele gasta em publicidade de pornografi
Milhares de dólarest E ouanto e oue ele gasta num livro
decente? Nda I
RICHIRD - Esta bem, está bem...
TM.cpr.ptE p.

JENNY - E voce no seu labor.-torio de pesauisa, E todos/^es teAs

tratos com o governo? Uma pequena contribuições ? gjubrrr

bacteriológica?

RICHARD Eu lhe contei isso em... eu lhe pedi oue nao dissesse u-
*
ma. palavra a ninguém sobre isso,,-
A
JENNY Voce me disse em confiança? Eu estou lhe devolvendo em

confiançaI Vocês todos cheiram mal assassinos e prstitulas

"TCHARD (B.L-NÇA R 'REüJTMMENffli: a CABEÇA) - Bela interpretação*

JENNY ■ Você tem razão,

RICHARD • (MUITO S. RC SKO) - Bra-vo 1

JENNY • Vamos! Mais!


A A
RICHARD Com sua teoria sobre dinheiro.^ voce devia ter se casado

com Jack,

JENNY Quem sabe voce tem razão.

RICHARD ^mboia euj' nao pense que ele tiraria mais proveito do aue

eu"jem ter uma puta como mulher.

JENNY ■ Ej mas se eu tibesse casado com ele nada disso aconteceria

RICHARD • (Vil A ELE) - Ora, sua,,, ( MAS ROGER APARECE)


O
ROGER Ja estou pronto,

(AMBOS P/RiM, PORQUE 0 TOM DE ROGER

REVELA A.LGUMA DESAPROVAÇÃO)

JENNY (R JÜOBRANDO 0 CONTROLE) - Ja não é sum támpo. Êles ja já


/v
, fT / A *
estão ai, Nassa, como ele esta bonito e crescido,

RQ§EB ■ Voce ja me viu de gravata antes. ( RICHARD) - Você ia ba-

ter nela ?

RICHARD - Nao se meta.

ROGER Pensei aue fosse.

RICHARD - Enganou-se- Você se lavou ?

ROGER Bom, nao deu tempo prum banho de banheira. Por oue aue eu

não devo me meter?


TN.CPR.PTE 4S5S
P
-

(50)
RICH/RD - Por oue nãoi As unhes estão limpas ?

ROGER (À JENNY, COM ... MESMA DES. PROV/.ÇãO CURIÓS/)

em voce? (0LH. /S UNH. S) - Msis ou menos.

JENNY Nro seja bobo, meu filho; seu pai não bate em

que ele. Vem me ajudar, Bota esses copos ali..,

RICH/RD - (RESMUNG NDO) - As pessoas sempre batem nas outras ouando

a gente não está na sala.

JENNY (OFENDID) - Roger I

RICH/RD - Monstrinho.

ROGER Eu nao estava reclamando; estava so dizendo o oue eu acho-

RICH..RD - Ninguém esta interessado nas suas ooinioes.

JENNY Ninguém bate em ninguém por aoui.

RlCH/RD - Pelo menos não acima da cintura. (VER ESI FR.SE)

JENNY ("Não N/ FRENTE DELE") - Richard í

RICH. RD - Desculpe. Perdão. Desculpe tudo. Pe4o perdão de joelhos.

ROGER (MEIO DE L^ DO P. R. JENNY) - Que ha com papai?

JENNY (RICH.RD PODE OUVI-LOS) - Nada; papai não gosta de festas,


/
so isso,

ROGER (V^I a RICH/RD; SINCERO) - Eu vou ajudar.

RICH/RD OLH. P/R/ ÊLE UM MOMENTO, E

DEPOIS B/L/NÇA /. C/BEÇ/i NUM/ RIS/.DA

QUE PODERi: SER CONFUNDID. COM ZOM-

BARI/, M/S QUE N~0 É.

^TCH/RD - Oh, meu filho, obrigado.

ROGER (RECUA) - Desculpe.

RICH/1RD - (FUHIOSO) - Roger I Estou falaôdo serio l Obrigado.


13
VIER (CONFUNDIDO) - Ok.

C-MP/INH/ N/. PORT/.

JENNY Bom. Começou.

RICHLRD - (QUASE UM MINININHO) - Essa festa vai me encher.


t
n.cpr,pte 453% D.

(5D
' GGER — Ei, o que é oue eu vou beber?

“CHARD - Coca-cola.

Eu -HH - Ahhhh,

JENNY (S. INDO) - Vou abrir.

• :.h:rd - Roger, rae faz um favor,

°!'GER Pois não. Que é ?

H ' CHARD - Seja um homem decente.

MDO DE GENTE SE CUMPRIMENTANDO NO HALL

ROGER Ta bem. Alguma sugestão ?(A VONTADE)

(J^AHARD - Seja... seja bom.

: OGER : - S de menino que se torce o pepino.

(JENNY ENTRA; COM CHUK E BERYL)


- <-VT. (P-PU JENNY, ENQTLNTO ESTiiO ENTRANDO) - Nao esta otimo, mas se

chovesse um pouco; nosso gramado está tão sem graça.

"■íaÍNY E ? 0 nosso vai direitinho.

■ G YL Voce tem boa mãe.


' . * • t
" ~)K Ja sei oue so vçi chover no dia oue a gente viajar para...Alo,

Richard I

(TÍMIDO) - Ei Chuck. Beryl.

Chegamos dedo demais? Eu disse a Check oue seriamos os primeiros

.iY Não, que bobagem.

:;ck E o que foi oue eu respondi? "Que e oue tem, chegamos primeiro

e salmos por ultimo. Festa e festa.J" RogerJ

•OGER - ai r.

"L (A ROGER; PENSANDO) - Toda vez oue eu te vefto voce esta nai!- -1

to ?

~ FR Quem sabe. 11 g< nte nao se ve todo dia.

: Êle fica mais saliente cada vez que voce o ve, isso sim.

:ok (FORMAL) - E o colégio, como vai f

”?p _ Vai.
t
n.cpr.pte 453$ p. r*
b t

A , / / /
GHnCK Voce jp estp acul de ferips? Bom?
Deve ter um? respost? cretin??
ROGER Não, essas eu guardo pros exames.

(RIBADAS)
A
RICHARD E verdade. Ei, cue t?l um drink? Campagen ou bubidda de verdade?
CHUCK (ENTTJSIESTICO) - Champagaa I ,
BURLY (A CHUCK) - Voce sabe o efeito. (A JENNY) - Fie? aceso a noite
A / /
toda. Acho oue e por causa do gas.
CHUCK (TRISTE, A RICHARD) - ncho melhor tomar um uisoue.
RICHARD OK. Beryl ? (V,I A ELA)
1
ROGER Quer oue■ajude ? .
®RYL (EXAMINANDO 0 CAVIAR) - Fresquinho, oue beleza. Voce compra na. ci
ci dade?
™ny Não, aqui no Blaustein tem fresco.
..jjRYL (A RICHARD) - Gin com gelo, por favor, (A JENNY) - não pode
guardar caviar fresco, e eu não confio no Blaustein.
JENNY (LIGEIRAMENTE PICAD ) - Esta perfeitamente fresco.
BERYL (LIGEIRA, RIS DA) - Claro que deve est--r9 É só que eu acho que
Blaustein e meio malandro... e guarda o caviar um ou dois dias
do oue devia,..
JENNY Voce enviar, Chuck ?
CHUCk Qero sim. (PEGA)*- ifflrrada?
JENNY Não, um? bolachinha especial.
^1YL (AF ST. -SE DO CAVIAR E OLHA 0 JARDIM) - Como é oue voce conser-
va ele assim? Precisa capinar, podar...
■JENNY (ORGULHOSA) - Boa mão.
CHUCK Chin- chinl
OUTROS (QUAS ; AO MESMO TEMPO) - Chin-chin.
BERYL Ah, deixe te dizer I0&05 preciso de vocês para 0 banco de san-
gue.
JENNY Richard n~o pode.
ERYL Por que ?
JENNY Teve hepatite. E Roger precisa de todo o sangue oue tem.
''GER Eu posso dar um pouco.
jENNY (SUAVE MAS FIRME) - E melhor não meu bem.
BERYL Então a Jenny que doar sangue por toda a femilla,
RICHARD Não acho bom.
X(
ERYL Por que ?
JENNY É mesmo, por oue ?
mCPR.PTEfe# p. 1
aL

(53-)
6eru
RICHtRD (ENIGMnTICO) - Por nada; so n~o acho bom,.
JENNY (MEIO . BORRHCID ) - Mas sem nenhuma motivo? Ou yqjéê quér eco-
mizar o sangue de todo mundo? V&
RICHERD (30 P.EU. JENNY ENTENDER) - Bem, ue... ouem sebe tem
ume doença oualquer ?
BERYL - (ENQUINTO CHUCK RI) - Ora, Richard 1
(C 1-iP. INHT)
ROGER - Vou abrir ?
JENNY - Eu vou. (S. INDO. UMI RÓPID OLE. D. I RICHIRD) - Sirvemse.
p T^tr/RD (UMi LISEIRã IRONIE) - Como vai a ààta finança, Chuck?
Como esta o mercado ?
A
CHUCK E como o casamento... para cima e para baixo, par cima e para
baixo. (BERYL E RICHTRD SE RIEM)

ROGER 0 que ouer dizer isso?
RICHJRD - Nada.
ROGER - Então por que ele disse isso?
PT
GE.'RD (IBORRECIDO) - Você sabe perfeitamento o ciue ouer dizer. Por
que pergunta.

ROGER Questão de boa eciuqaçeo. Você me disse para ajudar.

(JENNY ENIR/ COM ,‘MIS D MS)

_.«NY - Richard I E gilbert e Louise.


RICHTRD - êba. Entrem, Vocês conhecem Beryl e Ch...
LOUISE - Ja. Do clube, não ?
/ /
ÍIÍlbhrt - E•
^ERYL Que bom ver vocês aoui.
CHUCK As bebidas estão aoui. Tem champagne e bebida pra homem.
LOUISE - Que gentil vodê ter nos convidado. Olha só oue jardimiE o gra-
mado/ Como e oue você consegue ?
/ M y
BSRKL - Eu ja tinha dito isso antes. Nao sei como e oue eles consegu^
1
GILBU: T Quem ó seu jardineiro? Shropie ?
RICH/RD - Quem ?
-BERT - Shrospshire. âle tem uma eouipe de jardineiros e ...
JENNY Nao, somos nós mesmos.
LOUISE Nos usamos Shropshire, e êle manda homens sempre, mas o nosso
gramááo e imenso, isso faz diferença.
GILBERT Custa os olhos da cara.
BERYL - Mas .são bons mesmo? Nos estávamos pensando em usá-lps, e...
TMopppTEjHSfySp. 51

(5 -
CHUCK Eu nr o cuero cortrr grama no week-end...
x. ~ * X
JENNY Mas acno oue se nao e r gente mesmo oue tom? conta, nao tem gra-
ça...
richrrd - (TxjNT. NDO) - Mas quem sobe a gente n?o pode experimentar um jar -
dineiro?
JENNY (SOiuilSINHO) - E mesmo, por oue não ?
RICHRRD - Não tem graçá. (RMRRGO PORQUE FOI EPRHHRDO)
JENNY (i»OS OUTROS) - Nos estamos pensando em colocar uma estufa.
“~'TH.'RD - Rh, é ?
LOUISE - Rh, e otimo. Ponha mesmo.
JENNY Eu sempre cuis uma.
MC
r,TCK Voce ceve estar por cima, Richard: estufa, chamapagne, caviar...
l
CHRRD - (OS OLHOS SE ESTREIT M LEVEMENTE) - Rh, oue ótimo.
ROGER Posso ajudar? (TÍMIDO COií R PERGUNT )
LOUISE - Roger, meu bem I Eu nem tinha visto você. GilbertI Roger esta
aoui.
"TLBERT - Ôi, Roger? De férias ?
ROGER (FaLSO VIGOH) - Sim, senhorJ
GILBERT - E vai tudo bem ?

RO§ER Da pra ouebrar u galho.
GILBERT - Bom gçroto, bo^ garoto. Hey, Rich^ esse caviar é o fino.
Onde e que voce mora ?
RICHRRD - Jenny e oue sabe.
JENNY No Blaustein's, tão fresco cuanto o da cidade, e...
R0HRRD - Judeuzinho de merda, esse Blaustein...
RSflfi i*oui nao se dizem palatooes.
(TODO MUNDO OLHR. PRR ÊLE, COMO SE N~0
TIVESSEM ENTENDIDO 0 OUE ÊLE DIZ)
Pelo menos em família,
(crmprinh:.)
JENNY (FELIZ COM CHRNCE) - Eu entendo 1
BSRYL LOUISE
( •> H. S RPENRS P/R R DIZER RLGUMR COISR)
Rinda acho oue o da cidade 0 primeiro ano da nossa estufa foi
e mais fresco» maravilhoso.
RICHaRD - Vamos beber I Crianças, o botequim esjra aberto.
GILBERT - (R RICHRRD, ENQURNTO CHUG.M RO B/R) - Que foi que eu disse demais*?
RICHRRD - Nada, nada.
CHUCK - êsse garoto é fogo, hein ?
TN.CPR.PTE 4538 p.

, (35)
GILBERT - (MAGOADO) - Que foi que ou disse ?
RICHARD - Nada? esquece*
BnRYL - (AO MESMO TEMPO QUE RICHARD) - Mas não dá um trabalhão ?
CHUCK LOUISE
0 que e que tem a champagne demais Nao, ate que não* Se voce cuidar

direitinho dela.
RICHARD BERYL
De mais? Nada. E cuidar direitinho não dá trabalho?
CHUCK LOUISE
Acho muito festivo.. Não , voce se acostuma logo»
ROGER - (SE ALGUáM SSlí INTERESSADO) - Desculpe.

(JENNY ENTRA COM CINTHYA S PERRY)


JENN Y - Conhecem? Cynthya e Perry Straggler.
PERRf - Alo, macadada.
ROGER (PARA SI MESMO) - Macacada.
GILBERT Ora, e o PerryI Alô, Cyn í
CINTHYA - Tudo b.em ? (GERAL)
RICHARD - 0 bar é aqui, crianças.
CYNTHIA - Mas e uma verdadeira adeira adega í
CHUCK - Ê verdade o que me disseram, Perry?
PERRY - Acho que sim. 0 que, ?
CHUCK - Q ue voce cobra "a dobro do preço dos terrenos para a negrada,
(ALGUMA RISADA, POIS ISTO Ê UMA BRINCADEIRA)
PERRY ~ Mentira dordiáaí Cobro o triplo, e assim mesmo não dou a escri-
tura. (MASS risada)
ROGER ■» Na escola tem dois meninos negros, uma bolsa.de estudos
T
LBERT - (NãO MUITO ALEGRA) - É ? (A RICHARD) - Voce devia mandar squ
filho para Choa te, DLck; esse seim e um bom colégio,
ROGER - La também tem negros,
GILBERT - Não i Voce está brincando I
BERYL - (SEM SNOBISMO) - Está ficando um problema,
CYNTHIA - Se está.
LOUISE - (MUITO SáRIA) - È... os tempos estão midando.
JENNY - Ê tempo de um drink, isso simj Cynthia? Louise ?
OGER - Na verdade, a unica solução para o problema dos negros será
quando todos formos mulatos,
BERYL - Roger I
JENNY - Meu bem i
Gilbert - Onde e que voce apanhou essa teoria ?
ROGER - Num livro.
TN.CPR.PTE. ÍSíMp.
hl

(56)
PERRY Conhecimento superficial e perigoso. ,'y
CHUCIi Teorias que estão nos livros devem ficar nos lifórei.
OI
RICHÀRD (A ROGER) - For que você não passa o daviar? Pehsei file quises-
se ajudar. . '
ROGER Mas e o que tenho perguntados já perguntei duzeni-as" mil vezes
se podia ajudar todo mundo me esnoba,
RICHARD Voce insultou as pessoas du^entas mil vezes, isso sim.
ROGER Isso foi depois.
CYNTHIA Ora, deixa o menino i file é um amor de menino. Quantos anos voce
tem, meu bem ?
ROGER Doze.
JENN Y Catorze,
RICHARD file tem quinze anos.
JENNY Devo saber quantos anos meu proprio filho tem.
RICHARD Devia saber mesmo.
CHUCK Onde é que você vai per a .estuga, Dick?
~‘tCKARD Hein? Oh, por aí.... (FAZ UM GESTO VAGO)
JENNY Mostre aonde, querido,
RICHARD Hm ?
LOUISS Ah, vamos ver onde !
(CYNTHIA E LOUISE SE ARREMESSAM PARA A PORTA
QUE Dl PA A 0 JARDIM. PSRRY OS SEGUE AUTOMA-
TICAMENTE )
CHUCK Ao* jardim! Alguém traz uma garrafa de champagne.
GIUBERT (SEGUINDO CHUCK) - Ninguém está bebendo champagne*
CHUCK Bom, então uma garrafa de uísque,
(OS DOIS RIEM E ACOMPANHAM OS OUTROS)
JENNY (A RICHARD) - Hm ?
RICHARD (LEVANDO A SERIO) - Mostre onde é que vai ficar a estufa.
JENNY (UM SORRISO FASCINANTE MAS TRISTE) - OK.
(CAMPAINHA)
Quem será? Não convidamos mais ninguem.
RICHARD (SAINDO PARA 0 JARDIM) - A festa e sua 5 você que sabe,
JENNY (A BERYL) - Quem será? Vá ver quem e, Rogor, (ROGER VAI) - So
se for Jack Foster. file sempre dá um pulinho aqui e,«.
BERYL (SAIN DO) - Então vou deixar vocês dois sozinho,
JENNY (DEMONSTRANDO ABORRECIMENTO) - Que e isso agora ?
BERYL (RI MUITO ENQUANTO SAI) - Nada meu bem, nada.
tn.cpr.pte153^p-

(57)
(PODE-SE VER Ma OU MAIS PESSÔAS ENQUANTO
RICHARD IMPROVISA UMA SXPLIG^ÇjSCsÔBRE A
ESTUBA, MAS ESTARÃO DE CCSÍAá PaRA NÓS
S PORTANTO NlO VERaC a prwma -cena)
ROGER - (ENTRANDO) - Ê uma mulher? que quer falar com você,

(ENTRA MRS, TOOTHE. JSNNY OLHA PARA ELA, DE


BÔCA ABERTA)
TOOTHE - Boa tarde, meu bem. (JENNf SÓ OLHA) - Eu disse boa tarde, meu
bem.
JSNNY - (AINDA OLHANDO) - Roger vai pro jardim,
ROGER - Por que ?
JSNNY - (VIRA-SE, GRITA) - Vai pro jardim í

ROGER - Puxa vida i (SAI)


JENNY - 0 que a sra. quer ?
TOOTHE - Conversar. (SENTA) - Ah! Que beleza. Detesto andar.
JENNY - A sra. não pode vir q.qiui $ a sra. não deve.,,
TOOTHa - Eu sei, meu bem, que e muito indiscreto, mas e muito importante
JENNY - (PANiICO E ZaNGA) - Eu estou dando uma festa! Tenho convidados i
TOOTHE - Eu sei, ja vi, Não faz mal, fico sendo um deles.
JENNY - Não, me desculpe5 nãol
TOOTHE - Por que não ?
JENí'íY - São meus amogos 5 Richard pensa qua a sra. e do comitê do hospi-
tal e...
TOOTHE - ótimo, fico sendo do comitê do hospital.
JENNY - Mas são vizinhos, e Beryl ê do comitê do hospital e...
TOOTHE - Beryl ?
JENNY - Ê, e Louise também.,,e...e.,,
TOOTHE - Bom, voce tem que inventar qualquer coisa.
JENNY - Por favor, vá-se embora !
TOOTHE - (FIRME, FRIA E POLID.0 - Eu lhe disse, meu bem, que é um assun-
to muito importante. Seu marido sabe ?
JENNY - Safre, ou contei hoje. Oh, meu Deus, se êle vir a senhora aqui
e descobrir que a sra. é, êle.».
TOOTHE - Êle terã que se comportar muito bem, não é?(PAUSA) SORRISO) _
Não 4 ?
JSNNY - (A SÚPLICA FINAL DE SUA VIDA) Por favor, por favor vá-se em-
bora l
(BERYL E CHUSR SSTaO VOLTANDO)
TN.CPR.PTEÜS^ii p.

T00TH3 Seus convidados estão chegando.


(JENNY RODA)
BERY. L (nlNDn SEM VER í’iRS. TOOTHE) - Jenny, meu bem,
mos da acordo5 seu marido é um anjo5 a estufa vai ficar uma
amor ; e você..,
JENNY (CORTANDO) - Beryl, Chuck, esta e Mrs. Toothe. Richard e cu a
conhemos o ano passado e ela veio...
TOOTHE (üORRISO C.xLMO) - Alo. Beryl, meu bem» tenho que bater um papo e&
com voce.
CHUCK (-iNQD.-.. TO JEN Y OLBLl, DE BeCix. ABERTxO - Meu Deus, 0 que ela es»
tã fazendo aqui ?
BERYL (FRIA E CALMA) - Ah, sim ?

toothe tenho, sim.


JENNY (FINMMENTE, A BERYL) - Vocêi?
BERYL (CLJiMA E LEVE SORRISO) - Eu. E voce também, parece.
JENNY (TERROR) - Meu Deus.

(OS OUTROS ESTlO ENTRaNDO, MENOS ROGER)


louisc ... e se a piscina fôr oval custa pouco mais caro, mas... (VÊ
MRS. TOOTHE)
RÍCHARD (TODOS A VIRAM MENOS ÊLE? TODOS A ENCARAM FIXAMENT3, MENOS ÊLE)
Eu talbez prefira retangular porque... (Ve!; PERCEBE O SILÊNCIO)
ALÔ; eu já a vi antes, não foi ?
TOOTHE (MUITO SIKP-.TICxi) - Ja; mas íião fomos apresentados, Eu sou Mrs.
Toothe. Coino vai, Cynthia. Louise, meu bem.
(ELAS COMPRIMENTAM)
RICHARD (NixO ENTENDeU BOLKUFxxS) - Então todos vocês me conhecem,
TOO THE Que é que houve com você terça-feira, Beryl ?
BERYL Eu... eu tive uma dor de cabeça e...
TOOTHE Que pena. Isso vai lhe custar cem dólares. Alguém ficou desapon-
tado.
RICHARD (aINDa Na DÚVIDx-i) - Vocês todas se conhecsm?
TOOTHE Sim, bem, cu conheço todas estas senhoras, e fui apresentada a
seus maridos, mas eu os conheço... como posso explicar antes que
conhecessemos um ao outro.
JENNY- (INFELIZ) - Esta é... Mrs. Toothe, eu bem,
GILBERT (DIVERTIDO) - Perry, você nunca me contou,
LOUISE Cynthia, meu amor, é engraçado como a gente não bateu uma na ou-
tra na cidade.
TN.CPR.PTE 45^
P.

RICHARD - (JUNTMDO AS COISAS) - Escuata, olha aqui, quafb»dizer.'^T


PERRY - (ÊLE SATISFEITO) - É o máximo, í| ||
TOÜTHE - (a RICHARD) - E não o divertido que todas as minhas sciihoras
burbanas estejam do mesmo teto»
RICHARD - Todas as suas senhoras e... (2iS MULHERES) - Todas vocês? (AOS
HOMEÍIS) - E voces sabiam ?
GILBSRT - (NAQ MUITO A A0NT..DE) - C$aro. .
PERRY - (CONDESCENÜSNDO) - Naturalmente.
BSRYL - Mas e fantástico que uma não soubesse da outra.
q
CYNTHIA “ (a LOuíís "G0Z-.ND0") - Voce e sues compras na cidade,
LOUISE - (RISINHoj A BERYL) você não saia dos museus.
TOOTHE - (UPLI MULHER DE NEGÓCIOS) - Bem, Estamos todos aqui,
RICHARD - (BAIXO, COMO SE ENFRENTASSE UMA MURALHA DE ESTRANHAS SOMBRAS) ~
Su não acredito.e. eu não acredito,.,
JENNY (UMA SüPLICxx) - Richard...
CHUCK - (SACO D El A CABEÇA E DÁ UM». GARGALHADA) - Essa não I Nossa Senhora’
RICHxIRD - (A PERRY; • Vocês sabiam? 0 tempo tddo ?
GILBERT - (Ui; POUQUINHO SUPERIOR) - E você? Desco .briu agora 1
RICHARD i í ? ;UM GRITO, DEPOIS DE PEQUEN.» PAUS;.)
(PAUSA)
CHUCK - (CiJlíO) lema um drink, rapaz. Calma» (DÓ-LHE UM T..PINH». N..A
COSI .3 S V..I AO BAR)
RICHARD - (MAIS BAIXO)- á.
GILBERT - (UM». YERDi.DE) - Bom, agora você já sabe5 e todos nos sabemosç
(ENTRx. ROGER)
ROGER - Ei, V -ves já apareceu; o sol ainda nem acabou e.,,
JENNY - Roger-, vai dar uma volta,
ROGER - Mamãe
JENNY - Richard ? Quer tomar uma providência ?
PERRY - (PROCURA NO BOLSO) - Rogor, seja um bom menino e dá uma corrida
no clube s apanha fumo para o cachimbo pra mim, OK ?
ROGER - (SENTE 0 SILÊNCIO) = 0K$
PERRY - E tema uma ccca-cola-,
JEN NY - Bom ga/oio.
ROGER - (CONFUSO) - Que marca ?
PERRY - 0 que ?
ROGER - A marca do fumo.
PERRY - 0 Ben 30 tá na charutaria? diga que e pra mim, ele sabe,

ROGER - (SUSPEITxx, CONFUSÁO) - OK ! Ja volto já.


(6o)
RICHARD Por favor, vocês todos - vão embora. ..-zl-.
TOOTHE Como eu já disso, lamento muito, mas há problomsfe,
BERYL Quo problemas ?
TOOTHE Tão serio quo ou nom quis usar o tlofono.
PERRY Polícia ?
TOOTHE Ê,
JENNY (MEIO EM PENICO) - Oh, mou Deus.
TOOTHE Um homem chamado Lurie. Acho quo 6 detetive.
CHUCK Não se podo suborná-lo ?
TOOTHE Não quer.
GILBERT Que coisa estranha,
TOOTHE á. Bem, ele não aceita,

(RICHARD OLHA TUDO l DISTANCI^j T.ÃVfe


VEZ SENTE)
PERRY Andou fazendo perguntas tf
TOOTHE Não... me disse para - -eu desaparecer.

LOUISE Não perguntou nenhum nome.


TOOTHE Não era uma "batina". Além do mais, eu não lhe diria no-
me algum,
BEHYL (ALIVI^D.O - Ainda tnm,
GILBERT É um problema.
TOOTHE (LEVE$ - Acho que ninguén me ofereceu um drink, (PAUSA)
Ofereceu?
JENNY (PREOCUPAD^, ESPECI.AMENTE COM 0 QUE RICHARD ES ná PENS.iN-
DO) - Não, acho que não.
TOOTHE- (ii RICHiERD) - A não ser que você faça alguma objeção a
que eu... molhe os lábios na sua casa»
RICHARD (QUASE MONÓTONO) - Não, de modo algum, Beba o que quiser?
—champagna... e,..
TOOTHE (UMA RISADA) - Oh, não chmmpagne não, (A CHUCK, QUE ESTá
PERTO DO BAR) - Tem uisque ?
CHUCK Tem, Puro?
TOOTHE Puro com gelo.
CHUCK OK. (A RICHARD, UM PENSAM NEO POSTERIOR) - Você se inco-
moda que ou faça as honras da casa ?
RICHARD (COMO ANTES) - Não, de modo algum.

CYNTHIA Acho que eu também tomo um, Perry ?


PERRY Ó bom.
TN.CPR.PTE

(61)

(UM MOVIMENTO GERAL PULI BEBIBA MAIS BEBIDA)


GILBERT (A MRS. TOOTHE. A PERGUNTn Ê MAIS AMPLA) - Eu..', eu suponho
que a senhora vai ter que se mudar. t- < n
z j ; .. V - f:ti
■ TOOTHE Ja me mudei i Segunda- Feira vai pra lá um ps|qui-átra..|‘;
B3RYL (RISADINKrO - Os habitues va o ter uma supres a.'
CYNTHL, (RINDO TAMBÉM) - Berjfcl I Isso 6 coisa que se diga í
FEERY Bem, acho que voce vai ter que desistir daquela estufa, Dick,
CYNTHL. Ê„ E chega de caviar.
LOUISE Que pena. (CORRIGE) - Que pena para todos I
RICHARD (SÓ REGISTRANDO) - Hm ?
GILBERT SENTENCIOSO) - Ê; as coisas vão ser mais dificeis de agora em
diante,
TOOTHE (BEBENDO SEU DRINKO - Por que? (DE BOM HUMOR) - Essas coisas
acontecem. Não e o fi m do mundo,
BERYL Para a senhora e diferente5 a senhora está acostumada,
TOOTHE (ESPECULANDO) - Ohhhh, as pessoas se acostumam com tudo,

(A RICHARD) - Voce não caha ?


HICILJtD Oh, meu Deus.
LOUISE Pode ser, mas ninguém se acostuma a '.dela da cadâèa, sem falar
nos jornais e»fl.
OHUCK Os "tiras!l estão atrás da senhora,
PEHRY Pra onde é que a senhora pode ir?
"OOTHE (LIGEIRA PAUSA) - ^or que não,., por q.4:: L ?
ViÍRIOS (TONS DE CHOQUE E DESCRENÇA) - Por q,qui ?
TOOTHE Por que não ?
^OüISE A senhora não está falando serio,
TO.THE Um serviço de trens esplendido.,. lugar nsspeitávQl.,• no subúr-
bio, ..
CHUCK (INCERTO) - Sim, o serviço de trens e ótimo-, mas..,
TOOTHE Se se pudesse achar uma boa casa,,, (A PERRY) - 0 que e que vo-
ce acha ?
PERRY Não isso não funciona,..
P-TTiBERT De jeito nenhum.
TOOTHE (LEVi.NT.jNDO-SE COMO QUE PAR.. SAIR», MUITO MULHER DE NEGÓCIOS) -
ótimo: então. Terei que procurar uma cidade mais adequada. Al-
gum lugar onde a polícia seja mais tolerante,., ou mais compreen-
siva, Mas vou sentir muita falta de vocês, meninas.
PERYL (TENTATIVA) - tí claro que... (PARA)
(62)
PERRY,
CYNTHL, (MAIS OU MENOS AO MESMO TEMPO) - 0 que é ?
GILBERT
BERYL (UE POUCO EME„R„ÇADa 3 GR„T„ PELA „T .NÇãe) q ue ».,
não precisava ser exatamente aqui; bem aqui por
aqui perto.
JENNY (ESTEVE CALADA 0 T ÜMPO TODO) - ES j seria,(PAR/O
RICHARD (OUVINDO ATRAVáz D.: NávOE) - Que foi que você disse, Jenny ?
JENNY (SENTINDO-SE NU., NUM.: COLONL. DE NI DISTES) - O que eu acho é
que,,,

RTCHARD- Diga,
JENNY (ENRUBESCE I_àS á RESOÜUTA) - 0 que eu acho ó que se fosse daqui
ficava bem à mão.
RICHARD Qual foi essa última palavra ?
JENNY x, mao,,, ficava bem a mao,
rich;,rd (B.,LANÇO, A CABEÇA) - H um-hm, Claro, (RI) - Oh, meu Deus, claro
(UfuiS LÚGPiIÍA,S CLANDESTINAS NAS PALAVRAS) Especialmente com Re-
ger em casa, Você podia dar um piàlinho aqui e fazer os sandui-
ches de gelêia- agora que ele não vai pro acampamento,só por-
que nos queremos que ele fique conosco - e não porque não te-
mos dinheiro.
TOOTHB Acho que e melhor encarar isto como uma reunião de negócios.
Não acham ?
rERRY Acho,
CHUCK Boa ideia,
®30THE Uma convrosa entre nós hom.ns. Jenny, porque você não vai mos-
trar suas rosas às meninas?
JENNY (OBSERVANDO RICHARD) - Hm ?
TOOTHE Va mostrar suas rosas às meninas,
BERYL (LIDER.,NDO) - Ê mesmo, po que não vamos ver o jardim de novo?
ES tão bonito,
CINTHL, Isso mesmo. Vamos, Louise ?
LOUISE (APROVANDO SERIAMENTE „ p: OPOSTA) - Vamos,
TOOTHE Jenny ?
JENNY (NãO QUER DEIXAR RICHARD MAS VI) - Eu,., vamos,
(OS HOMENS FICAM SÒZINHOS COM TOOTHE)
RICE..RD (DONDE ESTn SENT„D0, POUCA EMOÇãO) - Você e um pouco arrogante,
não ?
TOOTHE á mais fácil a conversa com elas.
IN.CPR.PTE $$38 y

(63)
RICHARD - ESta e a minha casa.
GILBERT - Calma, Richard. v-v j
OH UCK Ainda temos sorte de não estar na cadeia. u
TOOTHS Isso nao vai acontecer, Quem me da outro drink ?
PERRY (PEG-.-LHE 0 COPO) - Uísque e gelo ?
TOOTHE é, Obrigada, Uma pedra só,
GILBERT - (A CHUCK) - Qaal vai ser o prejuizo ?
ofiUCK (RIS.uD.ti. TRISTE) - Grande, Uijj dinheirão.
0ILBERT -
*e e ep Livre de impostos. E deixar de trabalhar logo, se as
coisas continum.Louise e eu discutimos o assunto.
RICHARD - (UM NEÓFITO) - á? Voces discutiram o assunto, só isso? Discuti-
ram o assunto ?
.'.ILBERT - Claro, iih, eu sei como voce so sente. Eu também me senti assim.,»
um pouquinho.
'UCK Eu queria quebrar a casa inteira,
..T.RRY (VOLTANDO COM 0 DRINK DELA) - Eu quebrei a casa inteira. Deu
um pretexto para uma nova decoraçãoj
Cr. uCK (APAZIGUANDO) - â engraçado como a gente se acostuma logo.
MSRRY
: Vl.CK E depois, tem o dinheirog
JILBERT - Vai ser duro mudar de vida agora.
PERRY Nao posso tirar meu filho do colégio onde ele esta, nesta, altu-
ra.
•TLRERT - Nem eu, E tem o poney da minha filha, Eu gasto os tubos com o
estábulo, mas não posso vender esse cavalinho... minha filha
me matava.
CKUBK Alguém quer comprar uma ferrari novinha ?
.1SRRY Êsse o que o problema.,, estamos enterrados ate o pescoço, Nao
se pode parar de repente,
ÚBERT - E aqui entre nos, se as coisas entre Louise e eu estão muito
melhores agora.
;
RRY Conosco também, A gente vivia discutindo por causa de dinheiro,
HUCK á,
:OOTHE (A RICHARD) - Voce está entendendo melhor agora ?
FlJliARD - (AINDA MEIO ENTOREEEIDO) - Estou5 eu entendo.
n
' TJR (OUVE ,J3 MOÇAS CONVERSANDO NO JARDIM) - Ouçam as meninas na sua
conversa fiada,
(SORRI) - á.
Vamso falar de negócios ?
TN.CPR.PTE Í5ÜP
WK

1LBERT Vamos I fíiehardí Vogo presido a reunião ?


biciíard O que ?
01LBERT Presidir a reunião. Queremos uma assembléia deNQ^rdade,
JrTUCK (CHEGaNDO) - Aqui, lí sua cadeira mesmo.
01LBERT Quem propõe o nome dele ?
CliiJCK Eu,
A
?;'RRY De acordo.
LILBERT Apoiado,
AITJCK Pode dar início aos trabalhos, Richard,
RlrHARD (BREVE HSSIT^çfiQ) - Tem início aos trabalhos, (PAUSA) - E agor
jUCK Sr, Presidente, há uma casa à venda no meu escritório que pcc ,
ria servir aos desejjos de Mrse Toothe, e aos nosso dejejos :
gualmente,
í- ■ LBERT Não aqui,
PB AY Não; duas paradas acima. Casa grande e bastante barata, também
a cinco minutos ap pe da estação.
' v íl3 Parece ótima« Quantos cômodos ?
rí CHARD Quantos quartos, a senhora quer saber ?
í. COTES Quer fica.'’ t rido? Parece muito boa, Vou dar uma espiada amanu
Não deseje que haja uma interrupção nos (SORRIO - nos nossos
serviços; (AICHARD BUFA) - Escute aqui; eu gastei toràpo^ dirvi*
iro o energia construindo esta. empresa, como umaa clientgr õn
primeira classe e .••
j •... 1. ../xRD Está bem, está bem, está be^,,.
TOOTHE Bem, há mais alguma pergunta ?
* • jCX (SATISFEITO) - EStá muito bom,
; “LBERT ótimo,
100THE (A RTOHARDj ANTIPÁTICA) - E voce ?
IICHARD (TENTANDO SARCASMO) - Uma ou duas,
:10THE (IMPACIENTE MAS SEM PRESSA) - Vamos ver,
•,,CK Gh, dihkr 5-
BICHARD Será que voces não se importam,** todo mundo vai saber l
Daqui a quinze dias não se fààa noutra coisa,., voces não s°
importam ?
n
OOTHE Nos não arm'’’ °mcs nos jornais,
ALCHARD Existe a propaganda oral.
n Ari
THE Suas mulheres logo saberão se houver perigo. Acredite em mi,p
eu sei o que estou fazendo,
rtchard á como jogar o lixo na porta da própria casa#
• ' LBERT Mas que grosseria#
TN.CPR.RTE 45W, p.

RICHARD - É mesmo,
GILBERT - Algum outro assunto ?
CHUCK - (PENSA) - Hão...
PERRY - Não...
RICHARD (SAA.AMO PnS.JX)) - Bem, nesto caso, declamo encerrada a reu-
nião.
TOOTHE - Ha uma pequena coisinha...,
GILBERT - Mmmm ?
PERRY Que é ?
mri
OTHE m importante um comportamento natural. Voces não detrem mais fa
lar sobre este assunto, Nem mesmo entre voces,
GILBERT - A sra. diz que e melhor esquecer o assunto,
^SRRY - 1 S é melhor mesmo,
CHUCK ■ Evidente,
RICH.1RD (UMA RIS^DINH.i. HReMIDA E aLGUMA Rj*IVA) - Eu não vejo como se po-
ssa.,, simplismente esquecer o assunto.
TOOTHE (S^iBIil) - Não o difícil,,, Podesse esquecer perfèitamente, Se
e dificel enfrentar plguma coisa, ou não e evidente viver cor

alguma coisa, pode-se facilmente esquece-la. Afinal, hã coisas


que se tem quo esquecer se quer continuar vivendo,
RICHARD ■ Sim, mas...
TOOTHE Mas todos voces sabem disto. Voces são homens de boa familia e
de boa educação. Mão são idiotas,
CHUCK Não, claro quo não somos,
^ERRY Certo.
TOOTHE (LEV.jNRj.-SE E ENCAÍINH..-SE PnRn 0 JARDIM) - Acho que vou apanh-
minhas damas, Uma outra, coisa que voce deve se lembrar — e que
pode ajuda3?lo a se esquecer duas coisas j nós fazemos mal a nin
guem,,,
RICHARD - E a outra ?
"oothe á muito pouco provável que sua mulher arranje um amante nas suas
costas, (ELA SAI)
GILBERT - (DEPOIS DE PEQUENa PAUS..) - Está tudo combinado.
CHUCK (INDO AO BAR) - Vamos comemorar ?
§ERRY (LEVuNTA 0 COPO) - Vamos, A nossa,
GILBERT - Â nossa. (Vá QUE RICHARD ES Tá SÓ OLHANDO PARA C COPO) - RichsrJ
A nossa ? À saudd de nós todos ?
RICHARDfe - (PAJSi.. RISADINHA DEPRECIATIVA. LEVAI TA 0 COPO) - Claro. L nos-
sa
TN.CPR.PTE_^3s5_ p-

(66)
GILBIDRT (O IRMilO MAIS VELHO) - Vai ficar tudo bom, brolhn^-jrnoo vai
ver,
CHUCK E 'SRRY - Chin-chin,
RICHARD - (UM MENININHO PERDIDO) - Chin-chin,
(AS MULHERES VOLTAM)
BERYL - Eu não soi porque, mas o imposkávèl nascor uma azalea aqui,
JENNY - Com um bom adubo, dá-se um jeito.
BERYL - Ah, sua "boa mão" <<
TOOTHE - Quem vai cuidar do meu jardimg Ha jardinheiros por qqui?
CHUCK - Muito bons e mâitto caros,
TOOTHE - .dl, se tudo der certo, isso não o problema. Jenny, meu
bem, posso usar i telefone ?
JENNY - Claro; vou lhe mostrar onde á.
(S.J3M ,.S DU_iS)
BERYL - Bem, meninas, um ultimo drink e depois vamos. Ja está tu-
do resolvido, acho.
CHUCK (INDO .iO BAR) •- Eu sirvo. Está rudo decidido, sim,
PERRY - Um arranjo perfeito.
LOUISE - ótimo,
CYNTHIA - Nao pode ser melhor,
Beryl - Richard, ninguém está bebendo sua champagne, que pena;
mas eu vou comer mais um caviarzinho.
RICHARD (SARCáSTICO) - Não faz mal. A gente guarda a champagnn pa-
ra batizar a casa nova de mrs, Toothe,
(Já QUE NINGUÉM PERCEBEU 0 SARCASMO) A GAR-
GAKk.LHADA É GERAL)
CYNTHIA - (RINDO) - Oh, Richard !
(JENNY VOLTi*)
JENNY - Qual e a piada ?
LOUISE - '{ACABANDO A RISADA) - Nada; Richard e que disse uma coisa
engraçada,
JENNY (ALIVIADA) - Oh. Quem bom,
(ROGER E JiiCK APARECEM ATRÉS DA3 PORTAS
DO JARDIM? JACK ESTÉNO PILE|)UE, MAS A-
inda assim o exagera. )
J^CK - Alo! Alôl Chegou a arrasa-quateirão I Boa noite pro arras-
ta-quarteirão! Boa noite! • *
(TODOS SE VIR.Ai E 0 DÇHAM, SILENCIO)

ROGER - (DÓ 0 FUMO A PERRY) - Aqui está seu fumo,


J..CK - 0 jobrem Rogor me apanhou lá no club^; lá no bar do clube
pra sor mais preciso.
tn.cpr.pte453£ p.
u>

BERYL (FRIA) - Está. so vendo*


J..CK Ohhhhh, Beryl, (A TODOS) - E aí eu perguntei pra ele cogi# e que
estava a festa e resolhvi dar um pulo aqui, E chego e qhpontro
todos os amigos, Que maravilha I
JENNY (POUCO u VONTADE) - Pensei qúe você tivesse um jogo marcado.
JACK Gamao com o velho Digby, 0 Digby morreu, 0 massagista estava
apalpando ele e quando terminou deu uma palmadinha na bunda de-
le e disse? " Pronto, Mr, Digby1' , e ele ficou ali mesmo. Mortè
horizontal, Cade o vodka, Dick? Ta escondido ?
PERRY (ENQUANTO J^CK V*A ^0 BAR) - Devagar com esse vodka,
JACK (DESAFO^DDR) - A casa e sua? 0 vodka e seu ?
PERRY Não, mas...
Presta atençao, moleque; a próxima vez que você der uma gesta e
#*lCK
eu for sem ser convidado - porque e o unico jeito que eu vou às
festas - aí eu vou devagar com o vodka, Ta ?
LOÜISS - Voce tem... tem outras novidades interessantes do clube, Jack ?
J iiCK Alám que o Digbjj desencarnou? Éles expulsaram o Arry Burna,
GILBERT - Expulsaram? Como?
J ACK Começararm a procuEEEí-,.. e descobriaram que Burns era o diminu-
tivo de Bars tein; aí pediram pra ele ir embora.
CHUcr. (DESCRENTE MAS N,x0 OFENDIDO) - Ohm que e isso.
JACIÍ Ê verdade; e mesma.
LOUISE - (A BERILO) — o Monica Burns e judia ?
BERYL Bom; acho que sim.
OUISE - (PENSA) - Mas quem diria.
4YNTHIA - Ela nirica falou násso.
LOUISE - Mas já pensou ?
JACK Poxa, do jeito que vocês falam ate parece que a moça e uma pros-
tituta.

(PEQUENO SILÊNCIO)
BERYL - (FIRA) - Parece o que ?
JACK (BALANÇA A C*3EÇA) - Uma prostitutânha. (OUTRO PEQUENO SILÊNCIO)
CYNTHIA - Não acho que Harry e Mênica parecem...
LOUISE - Não, não tem nenhum traço...
BERYL - Mas o engraçado como agora, pensando bem.,»
JACK Agofca depois do que aconteceu não e ?
PERRY (UM POUCO ASSUSTADO) - Depois de expulsão ?
ROGER H á quem diga que somos todos judeus.
JENNY - (SEM OFENS... ESTRANHA) - 0 que ?
ROGER As dez tribus perdidas.
t
n.cpr,pte 4P,# p
4 i
&T

GILBERT - Ha quem diga muita besteira,.


ROGER S uma porção do nos somos circundados.
(SILÊNCIO j MSN OS J**CIÍ QUS
RICHiJRD - (CURTO S FRIO) - Vai pro seu quarto.
ROGER 0 que ?
RICHARD - Vai pro seu quarto .1
ROGSR Por que ?
JENNY âle não disse nada de mais.
ROGSR 0 que que eu disse ?
RICHARD - Ja lhe falei para ir pro seu quarto I
ROGSR (FIRME) - Quero sabor o que é que eu disse de errado!
RICH**RD - (SENTINDO-SE MEIO BESTA5 KASK MESMO *.SSIM 0 SMPURR^) - Não fique
aí de pe me desafiando i
Não e justo! Voce dia coisas muito piores i
RICHARD - Sou seu pai e estou lhe mandando ir pro seu quarto.VÔce não es-
ta preparado para conversar com pessoas decentes.
JACK (RINDO MAS SÉRIO) - Ora, Richard, que e isso.
RICHARD - (A JACK) - CLA A BÍC*J Ssta e-minha casa e este e meu filho! Eu
é que sei o que e que ele tem que fazer! (A ROGSR) - Vai embora>
ROGSR (UMA SÚPLIC** PAR;* 0 RESTO DO GRUPO) - Mas isso está na Biblia
um montão de ve arre a
RICHARD - E também os dez Mandamentos. Voce conhce os Dez Mqndamentos ?
ROGSR Conheço.
RICHARD - Diz aí.
ROGSR Agofca ?
JjfENNY Meu bem...
RICEiJlD - (GIRANDO-SE. PARA ELA) - Me deixe alguma coisa! (A ROGER) Agora!
ROGER Não mataras,
RICHARD - âsse e um, ^aJs?
ROGSR (OLHA P_*R_* JENNY BUSC**ND0 **ÜXÍLI0, MAS N*ãO VEM NNSNHUM) Não...
(FALHA)
RICHARD - (A TODOS) - Está aí. E ainda por cima um mentiroso. Suba pro
seu quarto. (ROGER, F**Z UM** P*JJSA, JSSIST ,, VIR**-SE n COMEÇA
A SAIR, BAL**NÇ**ND0 A C**BEÇ,*)
JACK 0 pobrezinho não disse nada.
RICHARD (SEGUINDO ROGER) - Voc§ vai subir pro seu quarto, ou eu é que
tenho que levar voce lá ? A
^ A
JENNY Meu bem, deivD ^le,,. dèixa ele dar uma volta. Deixa ele ir a-
té o clube, á melhor,.. (ENTRE OS DENTES) - ele sair dacui.
TN.CPR.PTEjtiÜ P

(69)
RICHaRD ~ (SUSPIR.0 - Oh, está bem, (SAINDO E CE Yt.NDO ROGER) - Roger? Rc ■
ger !
A
BERYL âles precisam de disciplina,
GILBERT - Uma boa surra de vez cm quahdo não faz. mal a ninguém,
PERRY Eu ate hoje tenho uma marca de chicote,
GILBERT - E não guardou rancor, Não 6 ?
PERRY (NãO SE LSMBPu*)- Eu,., acho que não,
JxlCK Como voces estão violentos hoje. Violentos.,, e estranhos, Estou
atrapalhando alguma coisa ?
BERYL Como assim ?
JxxCK (YO PÍJBLICO) - Está acontecendo alguma coisa aqui ?
CHUCK Tona outro drink, Jack,
Isso, Todo mundo, Perry?

(CONCORDÂNCIA GERYL E MOVIMENTO)


JYCK (PEGYNDO JENNY PELO BÍUÇO ELA PASSA POR ÍLE) - Jenny, meu bemi
Por que voces me odeiam tanto? Por que querem que eu fique boba-
do ?
JnNNY (RISADINHA ARTIFICIAL) ■■ Ora, Jack.
JYCK Que e que está acontecendo ?
JENNY (UMA MENTIRA EVIDENTE) - Nada, Jack. Nada mesmo.
JYCK -Voce ainda me ama ?
JENNY (ALCâKâNDO 0 GARÔTO) - Claro, claro,
(RICHARD ENTRA DE NOVO)
JáCK Ah, graças a Deusí Um bei$p. (BEIJA-A)
ichyrd - Eu mandei ele... Que e que voce está fazendo ?
xiCK Estou beijando sua bola mulher.
RICHYRD - Então para com isso I
JYCK Ja pane&i
RICHARD - Não gosto dàssoa
JYCK Ora, ichard, podia ser qualquer um. Sera que Jenny nunca foi
beijada antes ?
RICHARD - Voce não tem nada que beijá-la i
JYCK Mas o que há com voces todos hoje ?
BERYL Não há nda conosco,■
JYCK H á alguma coisa*,. que está muito orr3da,
(ENTRA MRS, TOOTHE)
TOOTHE - BBem, meus amôges, meu rebanho,' já dèi uns telefonemas e acho que
T
... (Vá JYCK) - Ah. (SEUS OLHOS SE MOVEM RAPIDAMENTE DE UMA *'
SOA ií. OUTRA) - Eu, uh... acho que já nos encontramos antes.
tn.cpr.pte ^538 p. ;j

(70)
í§ O<*
JENNY (RAPIDaO - Jack , voce sc lembra do Mrs. Top.tho,, voe o a viu.,
uns sois ou sote meses atrás...
jack (OLHaNDO FIXO MBS. TOOTHE) - Sim sua fada ma?'
TOOTHE (n J..CK, MUITO SEMPa/ICa) - Que prazer cm roveilaT*” (VIRa-SE, PEU
SaNDO)
TOOTHE (AOS OUTROS) - /.cho que já vou indo. Foi um prazer...
JACK (LEMBRANDO DE REPENTE) - Ah ! (VIRA-SE, UM SORRISO FASCINADO) -
A senhora o inglesa, não 6 ?
TOOTHE (FRIa E NaTURaL) - Sou britânica, sim.
JACK S viveu em Londres... há algum tempo atrás.
TOOTHE (RESGUARDANDO-SE) - Vivi, eu,vi vi em Londr..s, mas...
JaCK (MUITO SATISFEITO) - Eu me lembro muito bom, minha cara senhora.
Deus do ceu, se eu estivesse sobrio, acho que não rae lembrava.
(RI MUITO) „ Puxa, se eu me lembro da senhoraí
TOOTHE 0 senhor deve estar enganado. Sou muito boa fisiomista e...
ach Ora, ilustre dama, eu mc lembro muito bem, muito bem... (RI MAIS
... das outras damas e....(0LH;. EM VOSTa, VÊ FISÍDONQMIaS EMBA-
RaGaDaS S APANHADAS SM FLaGRaNTE E CaI Na GaRGaLHaDA) - Naoí
Não em diga que e verdade í á, simí Ê verdade I (M.IS RISaDa)
BERYI Não sei o que voce está pensando, Jack, mas acho que voco bebeu
demais e...
JACK Será que madame encontrou um novo grupo de damas ?
(RI ENQUANTO FLa) ~ Estamos operando nos suburbios, a.gora? (FIM-
GE COMISERAÇÃO E RI) - Borylzinhal Cyntia, meu amor. Louise,
tão orguohosa, (VÊ JENNY; SEU TOM aGORa Ê Hl MESCLa DE DESAPON-
TAMENTO E DE PREVISÃO DaS FUEURAS POSSIBLIDaDSS ) - E Jenny, meu
amor I
.aCHaRD Afaste-se dela.
j:.ck E todo aquele,., todo aquele dinheirão espalhado no... (RI M/AS)
... "Alguém nos mandou pelo correio"? (RI) Cavalheiros... não
sei quem bolou isto; mas foram os senhores de negocies muito mais

espertos do que pensei. $RI ES SAI SM DIREÇÃO a0 JaRDIM)


TOOTHE (OS OLHOS SE ESPREITAM) - Segurem ele,
PERRY Onde o que voce pensa que vai ?
T
ACK (RINDO AINDA) - Hn ?
PERRY Eu perguntei onde o que voce pensa que Vai.
JACK Eu ia voltar pro Clu.(RI MAS AINDA)
TOOTHE (tMA ORDEM) - ále vai abr-ir a bocqt.
JENNY á. Vai.
TN.CPR.PTE 453* P.
fO
(Se Cí

TOOTHE (M,.IS CL AL. AINDA) - Yai falar, »- . C\-

(?ESRY SUGURA JACK PELO BR*.Ç0OjffiUC$>£ácA


NE FRENTE DÊLE, B..RRADO O C-EiRR1
purry Calma, velho,
CHUCK Muita càlma,
J.,CK (CRESCE O PÊNICO E .. R,.IV,.) - Mc- larga, Mo larga, merda. Mo...
(COMEÇA A LUTA. RICHARD E GILBERT
VãO AJUDAR PSRRY E CHUCK)
GILBERT Pega ele i
(ESTEO EM CIM.. DE JACK, AP3N.JS SEGU-
RANDO, mas quanto mais jack tent., se
SOLTA.:, MAIS FORTE ÊLES O SEGURAM)
JAK Mg soltaí Me largai Tira as patas de cima do miml
Mg soltai Mo,,,,
(Ê,JES ESTlO EM CIM.'. DÊLE)
P.IRRY Segura bem I Segura fortoí
j,.ck (GAITANDO) - Pra com issoí Para -1

(SEM PRESS,.f UMA OZ DE COMAIDO) - file está bêbado,* vai falar, 2


preciso fazer com ele fique quieto.
(J.iCK CONTINU.. LUTAI DO E MORDE A M~.0 DE CHU-
CK)
CHUCK Oh, aeu merda 1 (Dá-LHA UM., BOFET..D., COM „S COST..S D.. M2Í0)
J ACK Para com isso í
TGOTHE Façam ele ficar quieto 1
(RICHARD PEGA UMA ALMOFADA DO SOFÊ S JUNTOS f
DOIS OU TRZâ DIjLES A APERTAM CQNTR,. A CAL:
DE JACK. SEUS GRITOS VãO DIMINUINDO AEDID.1
QUE fiLES ..PERTAi A „L:.OF.'.D„. FINALMENTE, SI-
LÊNCIO. OS HOMENS RELAÍAÍ UM POUCO, LEVANTAI- .
SE, OLHAI P..R,. JuCE DEIT..DO. CA1INHAÍ U POUCO.
GILBERT Está q ui e tinir),
RICHARD (RISADINHA) - Um minuto,
TOOTH2 (VIA A JACK, PAR,., EXAMINA-0 UM INST..NTS, LEV..NTA) - Não. Não por
um minuto, (VOLT.. '. SUA C,.DSIR„)

(PIEDOSA? VAI .. J..CK) - Jackí


TOOTHE (CRUEL:ANTE CASAL M.S SÊRL.) - Deixa, Está morto,
GILBERT (OFENDIDO) - Como assim, está morto ?
TOOTHE Veia voce mesmo. Está mojjto.
TN.CPR.PTE 453# p.

•a
f

GILBERT - (OLHA) - Ê. Está* Está morto. (JENNY E CYNTHIA COMÈf-'


ÇAM A CHORJA, CALMIJENTE; LOUISE se vira5 OS HOMENS,
SE ENTREOLHAM)
BBRYIL - (FINAL) - Bem.
CHUCK - Não acho que fomos nos, ele,., não fomos
GILBSRT - Não, nos só..,
PERRY Devo ter tido um colapso cardiaco.
JENNY (INDO A ÊLE) - Oh, Jack, meu querido.,.
RICHARD - Não chegue perto dele, Jenny.
CHUCK 0 que... 0 que e que vamos fazer ?
LOUISE - (ORDEM) - âle não pode estar morto, Isso nao aconte-
ce.
CYNTHIA - Êle ia falar i Todo mundo ia ficar sabendo!
JENNY (DEFENDENDO JACK) - Quem disse £
BERYL Você, por exemplo.
JENNY (FURIOS;, E QUASE CHORADO) - Eu não! Eu disse...
TOOTHE - (CADli) - Você disse que ele falaria. Concordou.
GILBERT - Ninguém queria matá-lo...
PERRM Não, foi...
RICHARD - (AUSTERO) - Acho que e melhor chamar a policia, hirrA
CHUCK (b*ilanç„ndo acaeeça) - i,
GILBERT - áj e melhor,
TOOTHE - (CALPL.) - Voce acha ?
RICHARD - (DESG0ST0S0) - 0 que ?
TOOTHE - Acha melhor chamar a policia ?
RICHARD - Há um homem morto alí !
TOOTHE - Eu sei. Estou vendo. Mas o que e que voce vai dizer?
A policia ?
RICHARD - Eu vou... eu vou dizer que estavamos dando uma festa,
e Jack chegou, e estava bêbado...
TOOTHE - E aí vocês o asfixiaram»
RICHARD - (FURIOSO) - Não I Que ele estava bêbado !
BERYL ... e bebeu mais,.,
GILBSRT ... e teve um colapso,
(P.dJSA, OLEAM MRS. TOOTHE)
CHUCK Não ?
TOOTHE Podem chamar a policia, se quiserem. Mas me deixem ir
embora antes, Não quero ser colocada gntre os presen-
tes quando a autópsia for feita e eles descobriram
marcas nele e a hemorragia nos pulmões. Isso aconf oe
quando alguém o asfixiado, vocês sabem; os pâlmõ^
rompem, (SILÊNCIO)
(73)
GILBERT - Oh. (SILÊNCIO)
PERRY - Hm. (SILÊNCIO)
BERYL - Bom. A gente não pode se arriscar. (SILÊNCIO. JENNY
CHORA QUIETINHE.)
LOUISE (DEVxALxR) - Não. Não podemos.
MOH/JiD (REPUGNxxDO) - 0 quo é que vocês sugerem, então ?
(TODOS OLHxJyí MRS. TOOTHE, MENOS JENNY.)
TOOTHE (ü RICHxxRD) - Eu sei, que voco acha que ou sou um mons
tro, por isso... se eu lhe fizer uma pergunta, não tem
importância.
RICEL/RD - (ESPERANDO) - Pois não ?
TOOTHE -■ Pra que serve aquela valeta quo voce cafou porto da pa
rodo de tijolo ? (SILÊNCIO)
RICE/xRD - (RESPOSTA CALMA) - Eu estatea procurando o esgoto.
TOOTHE - Achou ?
richard - (OLHANDO FIAO PRA ELA.) Não.
TOOTHE “ (DEPOIS Dxx PAUSA) Muito bem. Enterrem ele.
richard - (DEVAGAR) - Voce não.esta falando sério.
TOOTHE - UOS HOMENS) - Vamos, Enterrem elçc
RICHARD - (SORRINDO UM POUCO) - Não.
TOOTHE - Muito bom, então. Chame a policia.
(SILÊNCIO. OS HOMENS SE ENTRE OLHAM,
VAGAROSAMENTE, SE ESTUDANDO, ENTÊO
COMO SE TIVESSE SIDO COMBINADO, . VA
GxJlOSAMSNTE COMjÇAM A TRABALHAR. -
VãO A J/.CK, PEGAM-NO .PELAS PSRlLxS,
BRAÇOS, ABAIXO A C/.B3ÇA, E 0 CxxR-
regam para o jardim e desaPx/recem
D/x NOSSA Visão)
JENNY (DEPOIS QUE SE FORAM, LEVANTA-SE E VAI A ÊLES.) - Jac&í
Richard l
TOOTHE Jennyl Venha ca I
(BERYL E LOUISE VãO A JENNY, QUE ESTa
CHOPu/NDO SEM CESSAR AGORA E GENTIL-
KENTE ATR/jZSM DE VOLTA AO GRUPO. SEN
TAM-S3 TODOS,)
JENNY Voce.eles não podem.,, fazer isso,
TOOTHE Clama, meu bem. Calma. (AS MOÇAS TEM A DOR NO RGB TO
LOUISE - (SINCERAO - Coitado,
BERYL Pobrezinho,
TN.CPR.PTE ^53^ u.

(7b)
LOÜISS - Polo menos.,, nao ora nenhuma de nos#J. quer dizer.r
que tivesse familia, que fosso.,, normal.,v (JENNY EST„
QUASE HISTÉRICA, K,S DE UMA QUIEJEA HISTeM^Í^^^'
TOOTHE Você não tom muita experiência da morto, tom, Jenny ?
(EL, BALANÇA ^ CABEÇA) - Lamento dizer que a gente so
acostuma.
JENNY - Nu-nunca í
TOOTHE - Se voce tivesse estado em Londres durante a guerra..
Voce saberia alguma coisa sobre norte... o violência ,.
Todas aquelas noites nos abrigos, e a matança nossa
volta. Matança o morte, So for possivel, escolha a pri
meira.
LOUISE - (CONCORDANDO COM A TRISTE VERDADE) Ê.
TOOTHE - Vocês devem ajudar seus maridos. Terão que ajudar, acho „
... durante um tempo, .áles podem acordar áe noitev. „
suar.,, e ter remorso. Voces vão ter que ser as forv's
... como sempre;
BSRYL Sim.
TOOTHE Não acho bom tentar fingir que nada aconteceu, Porque
aconteceu alguma coisa... muita coisa, mesmo. Quanto
mais as coisas aco&tecom,.. mais tem que se dar um ftoi
to nelas^ Entende, Jenny ?
JENNY Não sei.
TOOTHE - (DÔCE E GENTIL) - Não so pode voltar atras. A gente
tem que viver a vida, como ela o. E o que e, leva .a
aquilo que vai ser, A gente faz o que pode. Como nos-
«
sa aparência, quando vamos ficando mais velhas, ou
quando vocês ficarem. Algumas do nos.fazem uma limpe-
A
za na face, ou acho, e convencemos.;, algumas pessoas
não tantas como gostariamos - mas nos mesmos nao acro
ditamos, não e, Jenny ?
JENNY (UMA MENININHA NO COLÉGIO) - Acho qus não, Não.
TOOTHE - Não. gente tenta ajudar, e ê tudo que podemos fazer,
JENNY (instruída) - á.
(OS HOMENS VOLTAM, ARRASADOS, ROUPAS
AMARFxAfflADiiS E MãOS SUJAB. )
GILBERT - Tudo feito.
PERRY Acabou-se,
CHUCK Ninguém diria.
richard - a não ser que você tivesse consciência,
CHUCK não ser quo alguém soubesse.
tn.cpr.pte4£M_ p.}4

(75)
RICiLxiiD - Ê. \í
W Sí
(V;,I R JENNY. Ná VSRD..ÍDE, TODOSA£)S HOMENS
GR..VIT-... EM TORNO DE SUA5 MULHERES)
CYNTHIA (RONDOSAiENTE) - ..lgun do vocês quer um drink? Meu
bon ?
PERRY - Não, não, obrigado,
LOUISE - E você, meu amor ?
GILBERT - Uni rãpido.
RICHARD " C, JENNYj CONFORT. JÍD0--A) - Você ostã bom ?
J SNNY - Claro. E você ?(UM SORRISOCOR^JOS0)
richard - CVAZIO) - Relativamento»
TOOTHE Muito benj voces fizeram tudo muito bira. Acho que já e
tempo ds èn ir indo.
BERYL - Acho quo nos todos.
GILBERT - É. A quo horas Don o Betty iam chegar ?
LGUI 33 Oh, meu Dous. Oito horas. Você tem razão, nos...
CHUCK ■ Seu marido ostã faminto.
BERYL • Ok, eu vou te alimentar*

11
TOOTHE (A PSRRY) - Eu lhe ligo amanhã e vamos ver a casa ?
PERRY ■ ótimo.
RICHARD ■ Vocês todos vão... embora ?
CHUCK ' (0 QRS É QUE Fa-uTíO - 3; acho melhor.
PERRY ■ Não há nada a fazer, há ?
RICH.LRD - (QUISTO, TENSO) - Ha um cadáver a li fora \ Jack.
GILBERT - Está tudo corto , Richard,
PERRY á mesmo, Richard, está tudo bem.
BERYL - Está, sim.
TOOTHE - Vão para casa, criança, está tudo bom.
CHUCK - Pois e, ou não sei mais o quo falta fazer.
LOUISE - E nos temos um jantar con Don e Betty.
CYNTHLí - Don e Betty Grainger ?
LOUISE - á,
PERRY - iánda não engoli a hisáoria de Harry Burns.
GILBERT - Harrv 'Rnnqtfiin, você quer dizer.
(OS CONVIDADOS S í RETIR.lí)
TOOTH , - (L RICHARD E JENNY) - A grama cresceráj a terra será
rica, e breve - quem sabe - tudo no jardim... será como
sempre foi. Vocês vão ver*
TN.CPR.PTE 4^0% p. ^-6

É,;>. (76)
)IS, QUE A
PALCO va-
iado jardim,
jelo) âiE f.;-
F..LARÚ sòmente ao público de agora em
DIANTE ? MESMO ÇUEANDO ÚLES VOLAORS. E
3LES NãO 0 PERCEBEM, Ê CLARO)
j;.ck - Não, não tenham ilusões* Ea ostou morto. Bom morto, á
estranho como a norte deixa a gonto sóbrio. B em, c-u
nunca pensei que fosse acontecer assim, deste jeito. Eu
imaginei que ia morrer» suavemento no balcão do bar do
clube, eu nun desastre com um caminhão numa curva. 0 que
e prova que a morte... Bom Dus, quem dirial Mrs, Toothe,
e Beryl, e Louiso e Cynthia. E ^enny, Eu não podia ima-
ginar j mas eu sou meio convencido e preocupado comigo
mesmo. Era. Prociso me acostumar ao pretérito. Pobre Je-
nny, pobre Richard. São os únicos que preocu am - o re-
morso e tudo mais, Aquela velha senhora sabbe cuidar do
si e os outros... que importa? Mas Jenny e Richard são
diferentes. Eu me preocupo com elos.
(ELES VOLTAM E ANDAM V..GAIOSAMENTE;

JECIC PÚE UM DEDO NOS LaBIOS, PEDINDO


SILÚNCIO AO PÚBLICO)
JENNY - (TÍMIDA) - Bem.
RICHARD - (VAZIO) - Hum.

JENNY (T.-iNT.xNDO CONVERS-x) - Onde voce mandou Rogor ?


RICHARD - Ao clube. Nadar,
JENNY - (GENUÍNA) - Isso foi bom,.
RICHARD - é estúpido brigar com ele,
JENNY ~ Ú, (PxxUSxx) - Acho melhor a gente fazer uma limpeza aqui.
Os copos, e tudo.
RICHxíED - Esta bem,
JACK - (OLHA OS DOIS UM INST.JJTE? OUTR_x VEZ 0.0 PÚBLICO) - E-tá
e a terrivel ironia de tudo.
JENNY - (LEMBRANDO) - Nao devemos falra fio assunto,
RICHARD - 0 q.ue e que vai acontecer? ále terá.,, desaparecido ?
JENNY - É, acho que sim.
richard - Roger trouxe cie aqui.
JENNY - Sim, mas podemos dizer que Jack ficou um pouquinho só»
e foi embora»
TN.CPR.PTE p.

RICHARD - Haverá perguntas ? (77.)


JSMY - Algumas j gente da conpanhia de seguro,alguém,
RICHARD - Precisamos inventar uma historia.
JENNY = á, Eu aviso os outros*
RICHARD - Está hem. V ■■■■*.■>$/
JENRY - (SINCERA5 EXPLICANDO MUITA COISA) - Meu querido...
eu amo nui-fcõ você.

RICHARD - (TÍMIDO) - Eu sei, S eu também to amos


JACK - A ironia. Eu ia falar da ironia. Lembfam que eu dis-
se que eu fiz emu testamento e deixei tudo para os
dois ? Era verdade5 eu não estava brincando. Três mi
lhoes- e meio 5 ate o ultimo tos tão 5 e a minha casa aqui

e casa em Nassau, Ê tudo deles.


JENNY - Bota os copos nessa bandeja aqui.
JACK - 0 problema agora e que eles vão ter que esperar, Se
eu tivesse apenas,,, evaporado.,, sumido da face da
terra, e preciso sete anos ate qiue eu seja declarado
oficialmente morte, E haverá uma investigação; podem
estar certo disso. Espero que eles inventem uma boa
historia, Acho que conseguem,
RICHARD - Que e que eu faço com o caviar ?
JENNY —Dá aqui. Vou abrir e botar na geladeira,
JACK - Mas sete anos; e muito tempo, Muita coisa pode acon-
tecer. Com tudo que eles estão fafcindo, em sete anos
á
suas vidas podem estar arruinadas, les tem que enfre-
ntar tants coisa. (Ai00 DOIS) - Vocês tem que ser for- í
tes ! Tem que aguentar 1
JENNY - Meu bem ?
RICHARD - Mmmm ?
JENNY - Eu estava pensando,., essa casa que Mrs, Toothe vai
comprar,
RICHARD - Que e que tem ?
JENNY - Acho que devia.ser uma casinha bonita, com plantas e
flores e tudo,.Como se a gente mesmo nela# Não deve
parecer uma casa que ninguém toma conta* Pode-chama
a atenção. As pessoas repaaam nessas coisas*
RICHARD - á,
JENNY - Jardim mal tratados, Se as pessoas não cuidam de sei1
jardim, alguma coisa vai mal na casa,
RICHARD - £.
JENNY - Acho que devia ter um jardim bem plantado e bem cuida-
do. Deve parecer com os outros. Você não acha ?
RICHARD - Acho, Voce tem razão,
JACK - á,,, eu acho que eles vão conseguir.
-FIM
Comunico a Tossa Senhoria que9 tendo

regressado de Brasília, esta Chefia tomou conhecimento da en-

trada nesta T.C.D.P., do requerimento de ensaio geral da peça

TUBO NO JaüDZH, -s sina do por Ofélia da Silva Santiago, «ufa /

estréia estava programada para o dia 28 do fluente mês, às /


0
21 horas, no Teatro Santa tosa.

Informo para os devidos fins, que ao

requerimento acima referido,a requerente Juntou o Certifica-

do da peça «a epígrafe,de número 829/68, datado de 27/11/68-

SC DP, com a validade até 27/11/72.

Dessa mane ire, para justificar o ex-

pediente que ora apresentotinformo a Vossa Senhoria que veri-

ficai do a rasura "grosseira" quando examinava o Certificado /

libe&atório da peça TUDO fio J avDIlâ,imediatamente me comunique!

com o S.C.D.P., a fim de que pudesse ser constatado a suspeita

levantada durante o mínúncioso exame que faço* cuando me é a-

presemtado qualquer Certificado de Censura federal, entregue

às partes, em outras épocas*Concluindo, com a veracidade da //

suspeita,pois fi infornada pelo S.C.D.P*, que o Certificado /

de mfi 829/68 da peça TUDO No JdiDIM, havia expirado a sua va li

dado após um ano da sua expedição (27*11.69),imediatamente in*

timel, confozme anexo, o int ressado pela mesma, Sr.Alexando

Marcello Palloni, que aqui compareceu aompanhadt da Sra.Ofélia

da Silva Santiago, para os esclarecimentos que obrigatoriamen-

te se faziam necessários.

face o expostoencaminho a Vossa Senho


*
I

Senhoria o expediente que deu origem a esta comunicação,(SCJÜT

C üTIEIC JO E Ifl'ilMAÇSO), bem como Oo implicados •

1971

r />>•' «OIí.-tkSsAÍJ **■' jiL. ’...


TN.CPR.PTE 4S&6 p. ^
SANTIAGO - OFÉLIA DA SILVA

Filiação: José Batista áa Silva e Darclée Porto Silveira da Silva


Nascimento: 28/4/1934 - Rio de Janeiro
Carteira de Identidade: IFP n2 1.190.399
Profissão: Escritório de Contabilidade - Rua México, 41, grupo 1307
252-5011
Residência: Rua General Gliclrio, 55, apts 601 - 245-5276
Estado Civil: casada - branca
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL

DELEGACIA REGIONAL — GB

PARECES

f' Examinando, por detezmlnação desta Chefia de Turma, o ensaio

geral da peça "Tudo no Jardim”, a ser apresentada no Teatro Santa Rosa,

nada de inconveniente, ou de intolerável, do ponto de vista ético, ou

moral, ali encontrei, dentro, 4 claro, da limit ação já imposta ao testo,

ou seja a proibição para menores do desoito anos. Assunto sltuavel ma

esfera do estravaganto, ou do que possa ser chamado de escabroso, o

preenche o enredo da peça não estravasa a boa técnica teatral adotada

no genero comédia, onde as situações, por si mesmas falam mais que as

vras. t o que acontece na referida peça. As situações ali falam mais

) as palavras, emboras algumas vesee sejam por estas expressadas, ou

^ das. A contundência de algumas expressões mais fortes não exagera am

soes já costumeiras, nessas ooasiões. üm elenco de alto nivel, elevando-si


a
especialmente oom liaria la Costa, asBegura ao espetáculo a distinção

artística que elimina os efeitos dssooncertantes do tema explorado,


"A
Do ponto do vista do ensaio geral, a peça em questão 4 teattoo
de boa nivel social e cultural,

Este o Pareeer que oferecemos.

Rio de Janeiro, gx*n 3o de abril, de 1971


CTL 2246 FB AU

PEÇA ASPAS TUDO NO JARDIM


|82/SCDP DE 29047I AUTOR;ZO ENSAIO GERAL

ASPAS VG I8 ANOS COM CORTES PT CERTIFICADOS RENOVADOS SEGUIRÃO MALOTE

PT CH SCDP BSB
H

TN.CPR.PTE 463% m íft

BF SERVIÇO DS CENSURA BE DIVERSÕES PÚBLÍCüS

Memorand.o b£ 287 ' : • u ir Brasília? 05 5 'ISI71

DO * Chefe da Seção de Censura do 30XU

PARA s Sr? chefe da KJDMB/DPP-, GUANABARA

Providlno ias \ s o íc 1 ■ "

Sr a Chefe -

Solicito as suas providencias no sentido

de que seja assistido o ensaio geral da peça teatral abai-


xo discriminada* podendo ser entregue a do-umr^:-^ ^
interessado, caso a classificado «*«*»»• ec-r *

SCDP esteja de acordo com o observado no inu*. ,


posteriormente, ser remetido rela tono a «ü •

peito,

Peça TUDO NO JARDIM

Autor Edward ^lhee

Emprêi Teatro Maria Delia Costa


* *>
A/O - SBAT - Sucursal do janeiro
!/

<4 r tendioB- ..mente

0
/nv
iy Qüiii 7cr.; gaícxa
;

; ri 81 S^çao de Censura
(P

lD- p. r.

Cr, ;/
Á-G3
ap/ 'J-0,
rzorcc^o tJO Ral

Í0ataU,
57

/;c
--’.A7Í

-A
TM rPR.PTE'^> p. *4r
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL

CENSURA FEDERAL

Certificado N? TTUl-n

" TUDO HO JARDIM"


PEÇA.

EDKAHD ALBEE
ORIGINAL DE

16
APROVADO PELO S. C. VÁLIDO ,TÊ»de. Bg .de 19
CLASSIF icação IÇOMcÕrtÈs

S»a síiia èA_JSè?£ii _de 1971


■P fâ © 0 ü í © © / Ni
PARA MENORES DE <v ALt
r
Chefe do S. C. D
18 ANOS ( (

OEOV/ LE 40S CaVaLCâNTE -tftc


M. J.-D.P.F. p. 'Ç
TN.CPR.Í
CERTIFICADO DO S.C.D.P.

Certifico constar do livro n? 02 folha n? 18 de registro de peçaV

teatrais, o assentamento da peça intitulada __ ^

"TUDO NO JARDTM”

Original de. 5DWARD ALBES Pó,,

Traduçao de_ FLAVIO BAKGEL

Adaptaçao de_
EMPRÊSA DE TEATHO MARIA DE LA COSTA -RIO DE JANEIRO -GB-
Produção de_
Tendo sido censurada em_ 05 de MAIO d: r 71 ^ecebido
a seguinte ciassificaçao:. PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS COM CORTES ASSINaLA*

DQS-NQ SCSI PT DA PEÇA NAS FÕLILtS

-CONDICIONADO AO RXA’$ DO ENSAIO GERAL-


y
/ ,\v
-0 PRESENTE CBRTIFIGaOO i TERJS VALIDADE síMDO /c? 5?aNH^DO DO 3 EU/

SCRIPT DEVIDaM£NTE carimbado ?klo SCDP* ~rru


o
XSÕN DE QUãOQZ GÃHCIA
Ok MAIO /uV f 71 -CHErE DA SEÇÃO DE CENSURA-
Brasiix.a,___de .E^Nde 19Jz.
:
7"~17} '

DPF-SAv. 150

Você também pode gostar