Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRÉVIA)-
NOTAÇÃO:
ANO:
FOLEIÂS N°: $5
BRAN.RIOTkCPR.PTE -•■p-8 ^
v /
VV
IgÇD I Ç í á E D I |
uma. peça de
EDWARD ALBEE
tradução de
FLAVIO RANGEL
TN.CPR.PTE^M-P- )
(2)
Palco vazio, Ruidos de um cortadjaY-de ^toa ma-
nual, para la da jahela, RicharÁfá■vigio«através
j .ri O V. o 1
da janela, passando com o cortaparp-Para//corta;
prossegue, Jenny entra na sala vi'ftda,,:dbã^ollpr o
curando um cigarro 5 acha um maço em "cima da lam,
ra, mas esta vazio. Vai joga-lo fora, quando se
lembra, e retira um cupom do maço usado. Vai jo
ga-lo agora numa cesta de papéis, quando ve ia
um outro maço; balança a cabeça, pega-o, remove
o cupom desse também,
0)
JENNY • •• e se for 5 compre outro maço ou^sü' avise,.
RICHARD OK, OK.
JENNY E sempre que terminar um maço, nEjb uèça cie re
tirar o cupom. Sim ? Nós guardama^^os cupons*
RICHARD Eu esqueci ?
JENNY Voce sempre esquecea Nos fumamos essa porcaria
dessa marca so por causa dos cupons,,.
RICHARD OK.
JENNY (PAUSA) Voce tem algum ?
RICHARD Cupom ?
JENNY Cigarro I
RICHARD Hum. (OEERECE) - Quer um ?
JENNY (VENDO 0 MAÇO) - Oh, seu cachorro! Esse não e,eo
Como e que voce ousa fumar esses cigarros, esses
não tem cupons, seu... quer dizer que eu fico ~
aqui liquidando meus pulmões e guardando os cu-
pons e enquanto isso voce...
RICHARD He pegou, hein ?
JENNY Seu malandrinho,
RICHARD Malandrão, (ACENDE UM) - Bom, ne ?
JENNY Hmrrmi-hmmrn, (PAUSA) Como vai a grama ?
RICHARD Crescendo.
JENNY Lembra o que eu te dissej cuidado com as tulipas,
RICHARD (EXAGERADAMENTE CONTRITO») Bem, preciso confessar
que eu estava cortando a grama com tal velocida-
de (FAZ 0 BARULHO) br-br-br-br-br-br-, e cortei-
elas também5 quando consegui me controlar acho -
que já tinha arrancado umas duas dúzias de tulipas
(PAUSA,) - Perdão.
JENNY (ACEITANDO A BRINCADEIRA) - Bom, voce 3a fez is-
so uma vez. (MAIS OU MENOS PARA SI MESMO) Um ho
mem adulto passando um cortador de grama num cam
po de tulipas,
RICHARD - (ORGULHOSO) Eu Juro que gostei, Alem dò mais,que
pergunta e essa - como vai a grama? Você nunca li
gou para a grama. Podia virar capim, que a única
coisa que você se interessa são seus lírios do
campo e suas tulipas,
JENNY (SUPERIOR, MAS AMIGÚVEL) Cada vez um faz o que
o sou talento permite. Alguns são capazos de man
tn.cpr.pteJí^Ip.
t
ter urna gra.ma cortada, e outros - ve jiaS c^mp. e-u te
nho uma boa mão.
RICRaRD - á mesmo, Voce frita ovos como o seu nar sa
be cuidar dum jardim,
JENN3E Sou uma mulher da natureza (SUEVE)
RICHARD - (BEIJA-LHE A TESTA.) É sim, (CAI NUMA CADEIRA;
CANSADO) - Ohhhhhhhhhhhhh meu Deus0
JENNY Hm»
RICHARD - (SINCERO E TRISTE) - Queria ter mais dinheiro.
JENNY' - Continue a fumar e economize os cupons,
RICHARD - Roger telefonou ? Como e que elo vai na escola?
JENNY Tudo bem,
rich;.rd - (hüTIO JOVEM) Eu queria ter um cortador de grama
a motor.
JENNY Bom, voce não pode ter, portanto... (NAO TERMINA)
RICHííRD ás ij.cho que eu sou o unico cidadão da maior potência
ocidental que não tem um cortador de grama a mo-
tor.
JENNY Bom, e impossível ter, então deixa,
RICHARD - (APONTA VAGAKENTE PARA A.VIZINHANÇA) - Alan tem
um; Clinton; Mark tem um, (PAUSA) Quarenta e três
anos 3 nem sequer um cortador de grama a motor. -
(SILENCIO)
JENNY Quer um chá ?
RICHiiRD (AGUDO) Temos dinheiro para isso?
JENNY (ENTRE OS DENTES) - Mal e mal,
RICHARD (LEVANTA-SE) - Você,., quer se divorciar? Casar
de novo? Com um homem rico? Um que tenha um cor-
tador a motor ?
JENNY Essa semana, não; estou muito ocupada,
rich;.rd Depois você me avisa, (PAUSA, A ELiJ - Quanto ?
JENNY Hm ?
RICHARD Quanto e que você gasta ? Em sementes, em adubo,
em tesouras,.,
JENNY (LEVANTA) - Oh meu D,,.
richarb .., e nas estacas pra segurar a porcaria das fio
res e...
JENNY (ZANGADA) nrrasa tudo! Bota toda a droga do jar,
dim em baixo do cascalho! E'já que está com a
mão na massa, arrebenta o gramado também.
tki rpRPTE^fi p.
(5)
^ ..
RICHARD (ENCOLHE OS OMBROS) - Todo mundo tom um •gramado,
JENNY (FURIOSA) - TODO MUNDO TEM UM JARâlM í (AlíM ZAN
; õ. q, p. r. I
GADA, MAS MAIS CALMA) Eu estou m«#tránsf °i indo.
Estou me transformando numa pão CH^^y.^^íetade
do tempo eu como o que não gosto, e me visto como
nos filmes de 19/4.0
RICHARD - (ARREPENDENDO-SE) Está bem5 está bem... %
JENNY a., c não tenho uma empregada, e so vou ao cabe-
leireiro duas vozes por mes, e nunca digo pra gcr
te passar o fim de semana fora.c»
RICHARD - Chega !
JENNY ,.o 0 pagamos e pagamos esta droga desta casa»M
RICHARD - (DEVAGAR, ARGUMENTADO)... todo mundo tem uma ca
sa. • 9
JENNY 0.. e a droga do carro,,,
RICHARD - so. preciâamos de um carro,,.
JENNY o*, e a escola de Roger.e.
RICHARD - E desde quando a escola publica neste país.,,,
JENNY o,* e todos os seguros,oo
RICHARD - As pessoas morrem, como voce sabe,
JENNY ..9 e todo o resto! Tudo que come dinheiro!
RICHARD - E não se esqueça do governo, que tom muita fome,
JENNY Eu vou fazer tudo,,, eu.,, vou fumar esses cigar
ros indecentes, mas não voue Não vou desistir do
meu jardim.
RICHARD - Não lhe pedi isso.
JENNY Vivemos acima das nossas possibilidades, não te-
mos direito de estar aqui, estamos tão dentro do
buraco que voce vai ter de roubar um banco ou
dar um desfalque, nos...
RICHARD - '■■doro o seu jardim.
JENNY (ACE T.MAN DO-SE) - Ha certas coisas quo eu não pre
tendo fazerf e a primeira delas o não desistir -
do meu jardin,
RICHARD Não claro que não.
JENNY Eu adoro o meu jardim.
RICHARD Pois e.
JENNY 0 preço quo a florista cobra, se a gente tivesse
que comprar flores,..
RICHARD Eu sei; ou sei,
JENNY Agora, se a gente tivesse uma estufa...
tki cpr.pte4S3$ d.
(7)
♦ JENNY Hmhm,
RICHARD - Alias, amigos a gente não tinha ato que se mu-
dou para cã, e comprou esta casa» (PAUSA) Nos ráo
vivemos direito.
JENNY (JOGA A CíLBEÇLi PARA TRilS E RI)/oh meu Dous í
r f
RICHARD - É mesmo í 1°; k
JSNNY Pobrezinho i
RICHARD - (COMO NUM DEBATE) A gente vive numa casa de qua
renta mil dólares e tem que fumar cigarro vaga-
bundo para guardar os cupons porque assim se po
de comprar um aspirador para limpar a casas a
gente e socio do clube porque assim pode retri-
buir convites para jantar de pessoas que a gente
nem conheceria se não tivesse entrado para o clu
be , mas a gente entrou para o clube e aprendeu,
a jogar tênis, porque a gente decidiu se mudar
para uma vizinhança onde todo mundo pertence ao
clube,
JSNNY (SEM ENGAJAMENTO - Menos os judeus e a gentalha.
TT
RICHARD - m? Nos estamos quase empenhando as sobrancelhas...
(PERCEBE 0 QUE DIA) ... daqui a pouco vamos por
as sobrancelhas no prego - e por que ?
JENNY (CALMA) Por que você queria viver direito,
RICHARD - Eu queria ?
JSNNY Nos queriamos* (OLHOS FECHADOS, COMO EM MARTI-
RlO)Nos queriamos viver decentemente 5 queriamos
viver do mesmo jeito que uma porção de gente vi
«
VGo 5 I
RICHARD Gente que pode í
JSNNY Não I Gente que não pode, o ainda assim vive,Ou
voco pensa que a carteira de hipotecas do banco
esta aberta so para nos ?
RICHARD E o Jack ?
JSNNY Jack e rico! E os outros ?
RICHARD - (PAUSA) Não sinto que este seja o meu lugar,
JSNNY (FINGINDO COMISERAÇÃO) - Coitadinho,
RICHARD - Alias e verdade,
JSNNY ’- (UM POUCO SUSPEITOSA) - 0 quo ?
RICHARD - 0 Banco, A Carteira de Hipotecas, Fica aberta
so pra nos.
tn.cpr.pte^31p-
(8)
JSNNY - (RI UM POUCO) - Quer um sanduicho ?
RICH^RD ■ Não.
JSNNY (Fic;. CLxxRO QUE A CONVERSA A SS
ISIIÜ
íaNTeS) Eu não sou uma incapaz..
richard • (FIRME) Não.
JSNNY Uma porção do esposas fazem isso,
RICHARD - Não.
JSNNY Meio dia só, só pra,,,.
RICHARD - Voco não vai trabalhar.
JSNNY Ia fazdr uma diferença que...
RICHARD - (P_.RD.ljU ü PnCtíNCLO Não I (MAIS CALMO) Eu não vai
ter uma mulher minha trabalhando fora e tomando
conta da casa e cuidado de Roger quando ele vem
da escola.,,
JSNNy Roger tem catorze anos, ele não precisa de nin-
guém que cuide dele.
RICHARD - Não I E alias ele tem quize»
JSNNY A se eu trabalhasse, podiamos ter uma empregada
e •.,
RICHÁRD - Ja disso que não»
JENNY (EXiiSPSRüDA) Nossa Senhora, eu também não vou
ser uma lavadeira í
RICHÁRD - Não ? 0 que ó que voce vai ser então ?
JSNNY Pode ser que voco penso que eu só sirvo prã is-
SO0 9 e
RICHÁRD - (LEViiNTii.NDO A VOZ) Eu não disse isso !
JSNNY á o que voce insinuou. I
RICHARD - Conclui; não insinuei, E nem conclui! nada.
JSNNY Insinuou sim, pelo amor do Deus,.
_ _ **
RICHARD - Nao disso nada parecido com isso,
JSNNY (IMITiATD0-0) 0 que seria ? 0 que voce pode fa-
zer ? (ZANGADA) Voce acha que eu só sirvo prá
isso ?
RICHARD - (PACIENTE) Eu não disse que voce só servia pra
lavadeira; ou apenas quis dizer que...
JSNNY (COMEÇANDO A CHORAR.) Lamento que voco pense is
so de mim.
RICHARD - (OLHANDO 0 CEU) Oh meu bom Jesus ...
JSNNY Lamento que voce pense isso,,, eu estou tentan
do to ajudar; estou ibantando manter uma casa
decente,.,
PPR.PTE P.
(9)
RICHARD - uma casa maravilhosa...
JENNY ••• G
educar o seu filho para quj 'ele seja
um crápula,
a
richard - ,•. nosso filho,.. 0. p. F,
JENNY o ainda estou tentando parecer t a ô itoht o c Ux
dar de mim, para voce, para seus amigos.
RICHARD - 0 que e, o que o que isso tom do ver comigo! Ê
tudo para mim! A maior parto do tempo e para vc
ce mesmaj so para voce I
JENNY (CHORnNDO MESMO) Eu estou tentando! Estou tentan
do í
RICHARD Oh senhor! (VEM A SLü S CONSOLO ) Tudo que voce
faz o otimo, voce toma conta da casa,,, muito -
bem, E esta. muito bonita; dá vontade da gente cr_
mer, (ROSNii E TENTA MORDER 0 PESCOÇO DELA.)
JENNY (MÁRTIR) Não. Agora não, (ÊLE ROSNA E MORDE DE
NOVO) Nao I (ÊLE SS AFASTA) Vai... vai embora,
RICHARD (PAUSA) Eu não quis to magoar»
JENNY Mas magoous
richard Foi sem querer, (ZxATGA)
JENNY (ZANGADA TAMBÉM) Por que disse aquilo ?
RICHARD 0 que ?
JENNY Se não foi pra magoar, pra que e que foi ?
RICHxxRD Eu não disse. o. 0 que voce pensa que eu...
JSNNY Voce insinuou !
RICHARD Chega ! (SILÊNCIO)
JENNY (COM CALMA DIGNIDADE) Eu estava so querendo su-
gerir que podia ajudar no hospital uma ou dúas
vezes por semana...
RICHARD E ganhar o suficiente para ter uma empregada...
JENNY (TENTANDO FICAR C.AMfí) Ou abrir uma loja de cha
peus,..
RICHARD Voce está doida! Está completamente maluca!
JENNY (SIMCERiUENTE) Eu so quero ajudar?
RICHARD (VEM A ELxx DE NOVO) Eu sei. E voce mo ajuda mais
do que ninguém, Muito mais,
JSNNY Não, não, eu não faço nada para ajudar voce,
RICHARD Voce faz tudo.
JENNY Voce pensa que eu não valho nada.
RICHARD (TENTANDO BRINCAR) Pelo contrário, ou acho que
podia vender voces por uns...
TM.CPR-PTEjfô? P-
(10)
JENNY - (NAO TOPa) Voce acha quo ou sou um poso morto,
Quo não to ajudo,, Uma porção do mulheres traba-
lha uns dias por semana, so para ajudar, o quo
G 00
* tf D ir f * i
RICHaRD - (FINaL) Não ! \\ èj
JENNY - (DEPOIS DE PaUSA) - Dinhirc, dinh^E^j^^fnhoiro,
RICHARD - Sompro foi assim, E’ assim agora,
JENNY - (CONFORTADOR!) Voco ganha mais quo antigamente,
RICHaRD - Ganho, Sim, Impostos,
JACK APARECE,, ENTRA E OBSERVA
FALA a0 PTJBLIC0o SÒMENTE SE
TORNA PARTE DA AÇ?,0 QUANDO SE
DIRIGE DIRETAMENTE AOS PERSO-
NAGENS,
J' NNY - Eu soi como isso e„ Mamão sompro mo dizia para
eu casar com um especulador da Bolsa,
R CHARD (INDO ATl£ 0 BAR) á o que voco devia ter feito,
JENNY (ÚLTIMa TENTATIVA) - Por isso, se ou trabalhasse
um pouquinho,,.
RICHARD (OLHANDO AS GARRAFAS) - Não,
JACK (PaRa 0 PÚBLICO, ENQUANTO RICHARD ESTÁ NO MEIO
DAS GARRAFAS) - Eles estão discutindo dinheiro?
Coitados, Discutem isso sompro, Eles sao otimos.
Richard e um sujeito docente, o Jonny e,,r boa,,
Que chato! Proferia quo não fosse,
JENNY - (SEM SE DAR CONTA DE JACK) 0 quo e que voce es-
ta procurando ?
RICHARD - 0 Vodka,
JENNY - AÍ tem una garrafaa Bem em irente de voce*
RICHaRD - Êsse não e meu, o vodka polonês, ásse e o vodka
do festa, Nacionalf
JENNY - (''ENTENDEI") Ji, desculpe.
RICHARD - E ainda por cima está vazia,
JACK - (AO PÚBLICO) Estão vendo? 0 vodka polonês custa
oito dólares a garrafa, Ú isso que faz a dife-
rença, Qualidade. E a qualidade custa caro, Coi
tados. (CONFIDÊNCIA) Eu acho que Jonny tão atra
ente, Não é que ou va pular em cima dola ouqual
qurr coisa pelo estilo, Mas,,,
RICHaRD - (A -TVímNY) Vodka decente não é um luxo.
TKirPR.PTE 46 3S p.
(12)
tos e cinquenta mil dolaros para cada um-de-voces ,
e depois que tivesse tomado o drink ej^pensel- cm
descer ao porão e me suicidar,,
JENNY - Awwwwwwww o
RICHARD- (UM SORRISO ARREGANHADO) É melhor se ti®flsfnntr-n
lugar; a gente ia ter problema em receber o dinheiro
SQg • •
JENNY ~ (ACEITANDO A BRINCADEIRA) - HÍ.. , eles podiam,,, fa-
zer perguntas,..
jack - (AO PtÍBLICO) Ele tem razão. Boa cabeça, (DE. VOLTA
a aÇaO) - Oh, (PAUSA) - Será ? OH, está bem0 Eu so
vou tomar o drink? então,
RICHARD (LIGkIRa PaUSA) - OK, (PAUSA) - Vou buscar.
JACK Vai? fanfarrão, vai.
JENNY (UM RISINHO) - Pode ir, Richard, que eu fico em paz,
JACK Voce tem uma mulher fiel, Richard; não tenha medo.
GiO PÚBLICO) ~.Êle tem mesmo0 Ela e rara; e uma mu-
lher direita,
RICHARD v.CAMINHADO) - Eu sei; e que eu so me caso com mulhe-
res fieis,
JACK (SURPRESO GENUINAMENTE) - Você já foi casado ?
RICHARD (SURPRES) - Não, eu estava so,., brincando,. (A JEN
NY) Voce quer alguma coisa do supermercado ?
JENNY (BALaNÇa a CABEÇA) - Unh-unh» Volta logo, Ah, cigar
ros I
RICHARD (MEIO AMARGO) - Que marca ?
JENNY (UM SORRISO) - Os que gostamos. Depressa, vai, (ELE
SAI, )
JaCK By-ee (RICHaRD SAI) (PARA JENNY, IMITANDO GROUCHO
MaRK) Depressa 1 Êle vai ficar quinze minutos fora í
Onde e o quarto dos hospedes ?
JENNY (RINDO) - Oh, Jack I Al em do mais, você não e umho_s
pede,
JACK Nao ? 0 que e que eu sou ?
JENNY Hum,., moveis e utensilios.
JACK Uma figura da vizinhança ? La vem o pobre irmão Jack,
la-vem-êle-com-certeza-no-piloquo-o-vagabundo-então-
vamos-estragar-a-tarde-ja-que-êle-não-vai-sair-tão-
cedo mesmo ?
JENNY Mnnnnnnrjjin»
tn.cpr.pte^5IÍ p.
(13)
JACK
« (“0 PUBLICO) - Eu sou assim mesmo. 0 ^Ep^. o tempo,
Meu Deus, a ambição que e necessaria, para ultrapas-
sar a boa sorte. (DE VOLTA A JENNy|Imc^%SíxSjpin-
tar seu retrato.
JENNY - (É CLx.R0 QUE Ê UMA VELHJ. CONVERSA)
jack De graça,
JENNY Não.'
J.xCK (P..Rx. 0 PUBLICO) - Não sou um mau pinto,, Rotratos
lisonjeiros para os ricos? (DE YOLTA A JENNY) - Por
que ?
JENNY Eu,,, quero ser diferente,
J^CK Você e, Jonny.
JENNY mm todas as casas que eu entro, quando Richard c
ou saimos, la esta í Fulaninha, Sicraninha, todas
elas, em cima da lareira, com uma moldura vagabun-
da, a dama da casal
JACK i.s damas gostam de ser pihtadas , eu pinto as damas,
as damas penduram seus retratos.
JENNY Não e bem.
JAOK (RISADINEL.) Nao diga isso; se você espalhar isso
por aí, estou liquidado. Alem do mais, eu ganho ma-
is dinheiro em tros meses do que Richard em,..
JENNY Oh, dinheirol
JI.CK - (ESPERAj SORRI) - Que o que tem, o dinheiro ?
JENNY - Ê so que eu não quero... eu nãè quero olhar para
mim mesma, o so isso,
J ACK - (MUITO ELEGANTE) - Se eu fosse você, eu queria, (TOM
NORLL.L) - Que e que ha, meu amor ?
JENNY - Oh... (MUITO SINCERxi PARA UMA BRINCADEIRA) Será que
voco e capaz mesmo, Jack ? De ir ao porão? E deixar
esse dinheirão para nos e depois se suicidar por aí?
isso com ternura.
JACK Eu faria qualquer coisa por você, (PAJSA) A não ser
que interferisse com o que eu quisesse para mim, (J3N
NY RI) - Que e, gatinha ? (RISADA TRISTE)
JENNY (NãO QUER FALxR NO ASSUNTO) - Cansada, Sá... cansa-
da,
J.xCK chorar aqui neste ombro ?
JENNY Não; so duzentos e cinquenta mil dólares e una cab/>
ça fresca.
tn.CPR.PTEJ£i1p.
1H
(ik)
t > J.XK (BAL.NÇA A CABEÇA, CONHECEDOR) - Não .resolvo, 0 di-
nheiro o faminto o solitário, o sonj^pê que^ ihais do
si mesmo, Fiquei pobre; o melhor ask|ict*.v' |s
JENNY (BUFANDO) - Cretino ! \V *j
A CAMPAINHA DA PORTA TOCA» JEMíTÍ/EI ATEN
DER 0
JACK' 2 verdade, É melhor,
JENNY (INDO) - Voce deve saber,
(JENNY SAIU. J,,CK FALA AO PÚBLICO)
J^CK Eu observo; eu tonho; eu sei; dinheiro sempre quer
mais dinheiro» E pouco dinheiro e uma coisa per.lgc
sa, Não aspire um milhão; esse o o ponto perigoso,
Se eu morresse; eu não lhes deixaria duzentos e
c&ncoenta mil para cada um, É mau. Eu lhes deixa-
ria todos os tres milhões. Para falar a verdade,nao
e uma ma ideia» Com tres milhões, eles não terão -
problema0 ^cho.que eu vou fazer isso mesmo» é; pren
to; esta feitos (PENSA) - Mas no entanto eu tenho
»
saude. Talvez não apanhe esse dinheiro antes que sc
Ja muito tarde. Mesmo assim,esta feito,
OUVE-SE A VOZ DE JENNY, LÕ FORA,
JENNY Mas não, por favor, tenha a bondade.
(15)
f «9 ü. OV
JENNY - Jack |
TOOTHE - Que maravilha !
JENNY - ( A MRS, TOOTHE. EMBARAÇADA E FURK ESTAR AS'
SIM )-
Não há uma palavra de verdade no que ele diz, Não
há una palavra de verdade no que ele diz nunca,
JACK - ( AINDA ii MRS. TOOTHE) - Calcinhas brancas se so
tomos uma hora, amarelas so ton.qeu ser depressa,
e cor-de-rosa para aquelas ocasiões especiais,
JENNY - Jacki Por favor I
JACK - (BALANÇANDO A CaBEÇa, TRISTE) - Devo. confessar,
madame, que sou apenas o que ela diz: um amigo da
fanilia.,, de passagem, Mas ela e muito bonita,
Gostaria que fosse verdade,
TOOTHE - (SIMPÁTICA) - Ahhhh.
JENNY - Por que está todo mundo do po? Sente-se, mrs.,,T00-
tho,
TOOTHE - (SENTI.) - Obrigada,
JENNY - Jack, voce não acha que.,,
jack - (DEIXANDO CLARO QUE PERCEBEU A INDIRETA) - Meu Deus
tenho que ir embora. Outros varais, mais calcinhas.
Não há dweanso para a luxuria, nos suburbios, Mrs,
Toothe, foi.,.
TOOTHE - Um grande prazer, E não confunda suas senhas,
JaCK - (CAMINHANDO PARA A PORTA COM JENNY QUE A ACOMPANHA)
Diga a ichard que eu volto outro dia para o marti -
ni.
(BaIXO) - Quem o a fada madrinha?
JENNY - Quer ir embora ?
J ACK - ( BICADA NA TESTA) - Ciau. (PaRA 0 PtfeLICO) - Ciau.
(JACK SE VAI. JENNY VOLTA A ELa)
JENNY - A senhora não deve acreditar em nada do que ele di-
sse Mrs,
TOOTHE (LEVANTANDO A MãO PAR*. QUE ELa SE CALE) - Oh, por
favor.
Posso distinguir um amante dum amigo.
JENN Y (UM POUCI OFENDIDA) - Ah, sim? Como ?
TOOTHE (RI) - Porque neste pais muito rarammte eles sao
os mesmos.
TH oPR.PTE 4533 p.
Í17)
JENNY • (RECU.iNDO UM POUCO) - Mas nao, ou...
TOOTHE - Pode contar, so quiser. Esta aqui, nil dólares^ £hen=
Ta FORÇAR-LHE O DINHEIRO) \
JENNY - (MEIO EM PÂNICO) - Mão.
TOOTHE - Muito bom, (TÃO CaLM. QUaNTO POSSÍVEL; LEVaNTa E VaI
à LaREIRa E JOGa 0 DINHEIRO LÃ)
JENNY - (CORRE Ã LaREIR.a QUaSE PÕE aS MÃOS NO FOGO, DÃ UM
PEQUENO GRITO, aO. RUMa-SE E SEGURa-SE) ~ Eu - ou acho
quo c melhor ir indo, Mrs. Toothe.
tooth: - (SORRISO ENIGMaTICO) - Ainda nao. Vamos começa r de
novo. (PEGa OUTRO PL.ÇO DE NOTaS Na BOLSa, FaE O GESTO
DE QUEM VaI aTIRaR, Mao JENNY SEGURa-LHS „S MÃOS E Á
IMPEDE*TOOTHE ESTENDE O DINHEIRO a JENNY QUE 0 SEGU-
Ra) (TOOTHE SENTa-SE DE NOVO; JENNY FICA DE FÉ)
JENNY - (SEM TIRaR OS OLHOS DE MaRS. TOOTHE) - a senhora e
doida.
TOOTHE - Não. Sou rica.
JENNY - (OLHa 0 DINHEIRO) - Olha, a senhora não podo me dar
dinheiro assin. Eu não posso... não posso aceitar
dinheiro da senhora.
TOOTHE - (RI) - Pode, É seu. Não há nada quo você esteja, quo-
rondo comprar? Para você ou para... como o o nome do-
lo... Richard ?
JENN Y - Ás pessoas não podem dar dinheiro às outras. Eu quero
trabalhar.
TOOTHE - Ótimo, á um'adiantamento. Você podo tra.balhar para
mimr
JENNY - Mas eua nao disse que ia trabalhar. Richard e muito
contra a idêia5 e...
TOOTHE - (DES ÍFIaNDO-á a RECUSaR) - Mg disseram quo você pre-
cisava de dinheiro.
JENNY - Sim, nas mou marido não aprovaria una coisa destas
Gr • o
TOOTHE - Uma coisa destas como? (INDICa 0 DINHEIRO) - Êlo não
aprovaria isso ?
JENNY - (OLHa 0 DINHEIRO SM SUaS MXOS) - Desculpe, eu não
quis ser grosseira, nas o tudo tão vago, não c mesmo?
E,„, tão inesperado.
TN.CPR.PTE, íSíLp.
TOOTHE - Ú un emprego»
JENNY - (UM~ RIS..D.. NERVOS.O - senhora vai toj
Plicar quo tipo do emprego» Quer dizor,
ws» A
nao o tudo o...
TOOTHI ~ Não?.0 quo e que o dinheiro e ? Estamos nos duas
aqui; osta casa o dinheiro, esso jardim, osso bolo
jardim e dinheiro, essas roupas que voco esta usando
o tudo dinheiro, não ó ?
JENNY - E o emprego?
TOOTHE - Qual e o horário do sau marido ?
JENNY • Sai do caaa às oito da manhã e volta às sote o ncia,
/
í-iQ,S ooo
TOOTHE - ótimo, Voco tom que vir à cidade, quatro vozes du-
rante a sonana, de una às cinco, por exemplo* Voce
vira ao endereço da minha casa5 uma rua adorável,
com consultórios de psicanálise, módicos,,,
JENNY - Ó»., o um trabalh© de ,,, recepcionista?
TOOTHE - Recepcionista?
JENNY - Marcando,,» marcando encontros, ó isso ?
TOOTHE - Eu marco os encontros, Para voce,
JENNY - (LIGE IR.', P..US..) - Para nin? Com quem?
TOOTHE - Clientes,
JENNY - (INOCENTE) - PJJL. QUE?
TOOTHE - Por cem dólaros,
JENNY - Não, quer dizor,,, cem dólares ?
TOOTHE - Mais, de vez em,.quando 5 se oles são generosos,
JENNY - Mas ostes clientos,,, quem são ?
TOOTHE - H onens do negócios, turistas, Todos cavalheiros 5
todos ricos.
JENNY - (EL JÓ PERCEBEU M..S ..INDA NÓO ADMITE) - Oque ó que
eu devia fazer,,, exatanente,«, para ganhar osso di-
nheiro? (MRS, TOOTHE RI LEVEMENTE.0 MAXIILR DE JENNY
S..LT.. COM .. DWSCOBSRT..§ PAUS,.) (JENNY PSG...0 MON-
TE DE DINHEIRO E 0 DEVOLTA A MRS, TOOTHE. DUR..; ) -
Fora da minha casa. (ELI NÓ.0 SE MOVE, JENNY DEIXA 0
DINHEIROEM CDL D.'. MSS,.) - Vou chamar a polícia.
TOOSEHE - (CJ.LMÍSSIMAj LIGE IR.. .MENTE SUPERIOR)- Para quo?
JENNY - (TRSMNEDO) - Voco sabe para que,
TOOTBB . - (SORRISO) - Eu não disso nada.
tn.cpr.pte 45 ãh p.
19
9 4 (19)
JENNY - Vocg sabe o quo sujeriul
TOOTHE - Qug vocg ganhassg dinheiro.
JENNY - Dgssg jeito I
TOOTHE - Vocg tem uma amiga que ganha,
JENNY - Quen?
JENNY - .Já, nao; nos somos muito discretos.
JENNY - (ENTRE OS DENTES) - Nao acredito numa palavrai 0 pes-
soal daqui não faria una coisa dossas í Vocg não tom
ideia, nao p.pde imaginar cor. nos somos,
TOOTHE - (SEM SE IMPORT...R) - ^credito sg quiser.
JENNY - A gentinha, podo ser; nos não.
TOOTHE - Estou falando do uma amiga sua, una mulher multo
sinpatica cora uraa casa muito adorável, muito bom arru
nada —muito riais bom arrumada quo esta, por oxonplo
una mulher não tora mais problema com dinheiro .e quo
e rauito feliz. Voce também ppdia ser.
JENNY - Voce q una mulher corrupta! É nojento I
TOOTHE -(CALMA) - Nada o nojento; so se alguera fica com nojo.
JENNY - Vocg o indecente I
TOOTHE - Ê, raas, „.
JENNY - Vou dizor à policia I
TOOTHE - (LEVABT^-SE) - ótimo, É possível que rac prendam,
JENNY - Espero quo l]jo ponham na cadeia,
TOOTHE - Ê bora possivolj’ então ou contarei tudo,
JENNY - Tudo.o q uo ?
TOOTHE - Tudo; como voce rac procurou, e nos discutimos o assun-
to, raas as condições não lhe agradaram? voce achou
que o dinheiro ora pouco,
JENNY - Isso não e verdade !
TOOTHE - Talvez não,. Mas acho que mesmo assira rauita 'gente ia
acreditar,
JENNY - Saia daqui í
TOOTHE - (TIRANDO UM CiTRTil.O D.? BOLS.l) - Aqui está meu cartao,
endereço 5 telefone 5 me avise o que decidir,
'JENNY - (MTJD.Í 0 TOM$ QILJ3E EM LÃGRIMA3) - Por favor, vá embo-
ra,
TOOTHE - Nadado policia então, Muito bom, ( VÉ QUE JENNY NÃO
PEGARÃ 0 CARTÃO, E 0 DEIXA NA MES;,; AO L..D0 DO DINHE-
IRO), Não rac telefono antes do dez, por favor, Eu gos-
to do dormir.
tn.cprpte.453S p.
%0
(20)
JENNY - Va enbora? Por favor ?
T00THE - (SORKISOS) —Ja fui» Foi un prazor conhcô -la, {.pá U~
0LH..D,'. FINAL xí.0 JARDIM) - Quo bolo jardi'n0 Voce «a
, f
tom una estufa? M
(SORRI E SAI, DEIXANDO StaíY N0‘ ,
MEIO DO QUARTO, DE PÉ.
JENNY OLHA A SAÍDA DE MRS, T00THE-
POR LONGO MOMENTO. A OLHA PARA A
MESA ONDE ESTáO 0 C..RT~0 E 0 M..ÇG
DE DINHEIRO. PEGA 0 C..RT~.0. LÊ MO-
VENDO OS LÊBIOS, E ENTáO, NUM RICTUS
RASGA 0 CARTáO EM DOIS E COMO SE
ESTIVESSE Cii.RREGii.NDO FESES, LEVA-0
A UMA CÊST.. E 0 JOGi. LÁ. VOLT.. 2. ME-
SA, VÊ 0 DINHEIRO, APANHA-O. OLHA-O
COM INDESCRITÍVEL FuSCINIxÇáO, NáO
Sii.BE DIREITO 0 QUE F...ZER COM ÊLE$
FINALMENTE COM B-.ST.JITE FIRMEZA, CO-
LOCA-O NUM. GAVETA, FECHA-A, V..I
ATÉ ..S PORT.E QUE DáO P..M. 0 J..RDIM,
OLH.. DE NOVO A G..VST.. FECH..D.. E FI-
CA NA J..NEL. OLHANDO 0 JARDIM, )
(22)
« s
RICH-aRD Quer saber una coisa engraçada ? (
JENNY 0 que ?
RICILUD Eu estava ali comprando a bebida o
JENNY Mas o engraçadíssinoo
RICH.UD Espora, Estava alí o dono da loja, o Grady, sabe o
que ele no disse ?
JENNY 0 que.
RICHkRD Elo vai comprar un carro novo, Não e trocar o velho’
polo novo, nã.o; vai comprar un segundo carro,
JENNY E dai.
RICHiJRD Un sujeito que ten una lojinha de bebida pode
conprar un outro carro? Enos tonos que ficar,,,
JENNY - Vooo trouxe os cigarros?
RICHARD - Hm ? (PSG.J - Trouxe,
JENNY - (PEG.. UMi ÊL3 TUÍBÉM; ÉEE ,'UENDE OS DOIS) - Eu queria
sabor oquo o que nata mais gente; os carros ou a bç
bida.
RICfhUD Os dois juntoa natan un montão, Que c'que ten para
jantar ?
(PUJS.O
JENNY - Vanos jantar fora,
RICELUD Onde ?
JENNY (ULEGRE) - Vanos,o, Vanos no Le Cavalier.
RICHARD - Esta louca,
JENNY Não, Vanos I
RICELUD - Mas vai custar vinte o cinco dólares cada, Un drink,
vinho, vinte e cinco dólares cada í
(Pi USA)
JENNY (C.UTELOSiJ4ENTE) - Eu tenho algun dinheiro,
RICHARD - (NãO OWIU BEM) Hn ?
JENNY - Eu disse quo tenho algun dinheiro,
RICHiiRD -q (VUiAMENTE INTERESSADO) - Como ?
JENNY (SEM JEITO) Eu,., guardei algun das despesas aqui
da casa, Toda semana eu gua.rdo un pouquinho,
RICH.UD - condenado.
JENNY - Vanos! Vanos sair um pouco$ vai fazer ben aos dois,
Vanos ao Le Cavaliorí Vanos viver un pouco a vida!
RICHARD - Vanos fingir quo podono.s ?
JENNY - Isso! Vanos; vai fazer ben a nos dois,
RICHARD Su alandrinha. Quanto o quo voco ten?
JENNY Oh,., o suficiente, Vanos agora.
TN.CPR.PTE^ft p.
(23:
RICHxiRD - Moça esperta* (LEVANTA) - Vou dar un fteiuo na cara»
Ten certeza que ten o suficiente ?
JENNY (LEVANTxx) - Tenho, É melhor arrunac$£^s do 3ar
din antes de se arrumar.
*\
RICHARD - É, (Vxxl 2.S PORTxxS DO JxxRDIM) Mocii^fa ^sp"orti^ I
JENNY Vá QUE áLS VISTA,
VAI LENTxj-iSNTE A MES^~ DES TRANCA A
GAVETA, TIRxx 0 MAÇO DE NOTAS, RETI-
Rxx xxLGUMAS, COLOCA-AS EM CIMA DA Mg
SA, HESITA UM POUCO, COMO RSCONSIDE
RANDO, AÍ PÕE 0 RESTO DE DINHEIRO Kx
GAVETA,FECHxl-A Dl NOVO, GUIiRDA AG3A
VE o FICA PxxRADA UM INSTANTE; OLHA A
CESTA DE PAPÉIS, COLOCA-A EM CIMA DL
MESA, PEGA AS DUxxS PIxRTES DO CART.~0
DE MRS. TOOTHE COLOCA-AS JUNTOS, E
OLHA 0 CARTEO. RICHxxRD PÕE A Cx*BEÇA
PxxRix DENTRO» JENNY NxÕO FI*Z NENHUM -
GESTO POIS SxJBE QUE RICHxxRD OU NÃO
PODE VER 0 CxxRTAO OU NAO PERGUNTxxRíx
O QUE É. )
RICHxxRD Jenny ?
JENNY Hn ?
RICHxxRD (COM UMA VOZ DESEJOSxx) - Querida?' Quanto custa uma
ostufa ? Dessastot pequenininhas ?
JENNY Por que ?
RICHxxRD So pra saber,
JENNY (OLHA PxxRxx CIMx) - Custa muito caro,
RICHxxRD So pra saber, (VOLTA Lxx PxxRA FOR?,. )
JENNY (OLHxx O Cx'xRT~0 DE NOVO, SxxCODE A CABEÇx.; .xLGUM:. COM-
PxxIXRO) - Muito caro»
PRIMEIRO xxTO
TN.CPR.PTE 4^ ,. i ^
(2ij)
s E G U N D A CENA
(25)
RICfLJlD Já quo os th con a não na massa, no traz uns onvolo-
pose
JENNY Ton cnvolopo aí.
KICELJ1D Está acabando.
JENNY (x.NOTii) OK, $lo nodo ajudar voco no j
RICHARD Quem sabe elo pode vender uns jornais
JENNY (INDGNADA) - Puxa f
RICHARD UoP voce vivo querendo tanto qu^ todo mundo trabalho
nesta casa,..
JENNY alo g una criança.
richard Êle ate já deve ter una namorada - apanhou alguma ga
rota lá no colégio - c do noite deve pular o muro e
ir pra alguma cabana con ela...
JENNY (PROTESTANDO) - Richard 1
RICHARD As crianças crescem depressa, hoje on dia.
JENNY âle ton só catorze anos í
R TCHARD Uo, so está tudo funcionando diroitinho, não há ra-
zão pra cie ir pra cana con cia, não o ? Álon do
mais, olo ton quizo anos0
JENNY Chega-
RICH.JID É melhor isso do quo outras coisas.-,
JENNY Chega l
(SILÊNCIO)
RICKLÜD (BÁL..JTÇA Á CABEÇA LEIO TRISTE) - Quando a gonto estava
va namorando, cu conhoci una garota - não o que. ola
fosso una coisa do outro mundo, nas...
JENNY (FRIA) Mas que historia tão simpática.
RICHARD E ou não no divertia muito, porque estava de olho em t"
você.,, (JENNY BUFA) ,0,. e acho que você chogou a
conhece-la, nas eu não vou dizer quem o porque ainda,
hojo ela o.. • (SE INTERROMPE) - bom, nas tinha una -
reputação do sor um troço sensacional...
JENNY (CHATEADA) - Por favor, Richard...
RICH..RD Mas quo sensacional: diziam que era domais, que? aqui
lo não existia...
JENNY Poi-vo fiçsSa mulher sozinha,
(26)
RICHARD Socialnonto - quer dizer, fora da cana - a. gente pon
sava quo ola era a Rainha Mãe.
j *; \
JENNY (N^Dn SIMpx-TICü) E 0 que e que isso ten que vei^teoni
go. í£ ~
RICHARD Oh, eu nc lembrei quando disse quo Roge
i/á 45yía
una namorada.
JENNY Voco disso que e-le ia pra cana con a moça,
RICHARD É a nosna coisa.
JENNY Diga isso aos sociologos.
RICHARD nlos saben, E so porque eu disse isso voce ficou to
da vermelha 0...
JENNY. Nao vejo razão pra voce ficar gritando isso pola ca
sa toda#,.
RICHARD (ZANGADO) Quon e que vai ouvir ? 0 mordomo ?
JENNY Não grita comigo í
RICKJ1D (riJJSx,., BALANÇA A (LJ33ÇA. RISADINEu) - Eu so queria
dizer que voce o tão engraçada 0 bobinha e una,.,
JENNY Cabeça de vento.
RICJL.RD ■ E 0 mesmo I Voce c boa esposa e boa na cama, nas o
bobinha e afetada.
JENNY Afetada ?
richard ■ Éi afetada.
JENNY Desculpo.
RICHARD ■ E aí ou pensei, uh, nessa mulher, quo parecia a Rai-
nha Mãe, como ela dra ridícula, e voce nao percebia
nada o ... (INTERROMPE-SE) - ah, pelo amor de Deus,
chega I (PAUSR.) - Eu estava so querendo te fazer un 0-
logio lEstava querendo sor gontil l
JENNY (PENSA UM POUCO) - Nao soi porque voce falou nela
primeiro,
RICHiJlD (RAIVA FRUSTADA) - Nem eu I
JENNY Acho quo ou podia aprender unas piadas cabeludas ou
começar a contar às pessoas algumas particularidades
.. C-27)
JENNY (COTUC.JM DO) UM POUCO) - Ora, que bobago^l U ' r
RICTLuíD (FLi.IS ü-LEGíiS) - Não chega,
RICHARD âle vai poder contar aos anigos que ainda estanos vi-
vos,
JENNY Nao, chega, Não0
RICHARD ■ (Desiste) - 0Ke
JENNY ()PAJSA) - Quen era ela?
RICHARD • (BixLuNÇxx u CxxBEÇA) - uh- uh, Eu proneti,
JENNY (OLHOS ATENTffi ) - Quen?'' i
RICHxJiD * A nin nesno. Disciplina*
JENNy - Ora í
RICHARD - Disciplina nao faz nal a ninguém*
jTENNY - (OLH;j\TDO-SE NO ESPÉLHO, APROVIxDORAMENTE ) - Vocc viu
o jornal hoje?
RICHARD - (PR .OCUPADO)
JENN Y - Tinha ur.i anuncio,
RICHARD - (/OLT.ÃIDG xx MESjx) - Que anúncio, elos estão distribu-
indo dinheiro? Posso pegar algum,
JENNY Nao, um anuncio duma estufa - de vidro e alumínio,,,
itlCHiJiD — (DERuUB.xNDO UNA FÔLHxx DE PuPEL) - Pelo amor de Deus^
Jennyl (PAUSA,) Enquanto ela olha) - ^caboi de lhe di-
zer que Roger não pode ir a nenhum acampamento cate
ano porque est-nos som dinheiro e vocé,,,
JENNY (UMx LEVE QUEIXA) - Dinheiro, dinheiro, dinheiro*
richird É. Dinheiro-, (MOSTR.x AS COMAS) - Gasolina. 0 carro.
Orçamento do sotão^Gotoira,
(CAMPAÍNHA Nxx POHTxx)
JENN Y - Campainha,
RICHARD - (VOLTADO xxO TruxBixLHO) - Eu ouvi. Por que voco não
atende ?
JENNY )LIGEIR.x PAUSu) - Por que voco não atendo ?
TN.CPR.PTE 4$3g_ p
(29)
RICILJiD (SUBJUGADO) - Jonny, o dinheiro; nuito dinheiro.*"
JENNY (CHEGANDO M,^IS PERTO) -Mas.», nossa Scnhora.i
RICHTJTD Notas do doz dólares, arranjadas on pacotes dof P F.
(30)
JENNY Parocc que alguón quer quo voco fique con oSse di-
nheiro, Não vejo outro ootivo,
RICHxíRD Sin, naa quen ?
JENN Y Sei lã, xxlguenc
RICHuRD Escuta, podia ser una coisa horrível cono^>
JENNY Cono o quo ?
RICHARD Cono a Mafia, ou. ladrões de banco,. ou0«<. nandaran
pra cã pra ficar ben guardadinho o ,„,
JEN NY (RINDO xxLEGREMENTH) - Não seja ridículo,
RICH/iRD (PENSxi) - Voco acha que alguon raandou. isso pra nin?
JENNY ( RCOISR MixIS ÚBVIxi DO MUNDO) - Claro„
richard Sin, nas quen ?
JENNY Uo, sei lã,., alguen a que voco fez un favor,
RICHxíRD Essas coisas nao acontecen,.. conigo não.
(3D
richard (i*0 BxaiZINHO) - Ótimo. E ou vou preparar un nartini
de quatro nil o novecentos dólares0
JENNY Supormartlni I (SAINDO) - E diga cinco ni\ que sj&J
nelhor, N$; *p
(35)
JENNY - (P.Ãúi. mUHjt DE ASSUNTO) - E o nosso, nartini?
JfiSK - ótimo! (RICHARD COMEÇA A PAEPnAÓ-LOS, JSNNY^flfíA.
nRFiURiD^ N.4. S^La) - Eu não quis ridicularizar, nada
Xv(,)sueO ^
O:
JENN^T - Ora... ||
#.
J.iCK Ê FORMIDÓVEL, (nO PtJBLICO) - E ostranho pm^Jourro.^
AlAb) - Bon, osporo quo vocos dooo una fc? '
(RICHARD E JENNY SE OLHAM COM ENTUSIASMO)
JENNY á nos no I
RICHARD- (HESITANTO) - Bon, acho quo a g^nto não pr sisa anun-
Clcll* q o •
Ji.CK Nãon una fasta, só. Vivor a vida un pouco 1 Caviar,
chanpagon, un garçon ! Una fosta í
JENNY - (EM TRaNSE ) - Una festa!
RICHARD- ClaroJ Por quo não ?
JACK Claro I Por quo não ? (AO PtJBLICO) - Por quo não ?
JENNY - Mas o una idéia genial, Quando ?
J..CK Agora,
JENNY - Não, agora não... na semana quo von o...
richaíid- (MEIO TRISTE) - Voce sabe,,, .as pessoas ten compro-
nissos o ...
JACK - Nada disso5 agora. Nesse minuto. Poga o telefono.
Coragem! Vonos fazer una coisa diferente, extraordi-
nária... aquilo que voces senpre quiserem fazer.
JENN Y - Isso nesno! Vamos embora, Eu vou tolofonar... pra
quon que eu vou tolofonar?
RICHARD- Bem.., Chuck o Beryl,..
JENNY - (ENTUSIASMADA.) - Isso... Chuck e Beryl, e Cynthia e
Perry, tanben claro,,.
RICH.JLD- ... claro,,,
JENNY - 0 *. o Gilbort o Louis.. Quem nais ?
RICHARD- (RIS.*DINH.u) - Espora, chega, Não vanos convidar to-
do nundo de una Vez.
JENNY - Serã quo chega? Seis? E Jack, Voce von Jack,
JACK Nao, meu bon. Eu tenho un jôgo de ganão muito serio
marca Io no clube,
JENNY - •,.oooohhhhh,••
JACK Não; nuito serio nesno. Parada alta. Não Posso per-
der,
JENNY - $ A LE Gí$ fS SIMA ) - Vou telefonar. OK?
RICHARS- (CONTENTE) - OK ,
TN.CPR-PTEÜM. P-
(3b)
JENNY (x. RICHARD) - Faz una lista do quo a gonto precisa,
quanta bebida, etc.
RICHiJíD- Chanpaghn tanben?
JENNY - Claro 1 So que ten gente que não gosta.
(SAI)
richard- xi que horas?
JENNY - Oh, seis,., seis e neia- r.,
RICHARD- São quatro horas, agòra,
JENNY - (PxxUSii) - Oh. (RESOLVE) - Então vamos depressa. (SA~
IN DO), ate logo,Jack0
JACK Ciau. (A RICHARD) - Isso e pra me dizer quo quando
ela voltar ou já dovo ter ido enbora?
RICHARD- (RI 5 ESTENDE 0 MARTINI) - A Tona,
JACK (TOMA) - Genial. (OUVE-SE A ENTUSIASMADA VOZ, DE JEN-
NY FALANDO COM AS PESSOA. )
RICHíJíD- Ela esta tão contente^ A sua.
JACK A sua, Mas e pra oshr nesno. Ganhar dinheiro desse
jeito.
RICHARD- á.
JACK E livre de inpôsto, Não e ?
RICHARB- Hn?
J iiCK Vocó não vai fazer declaração d&sssb, vai? E assin não
paga o inpôsto,
RICHARD- (NãO TINHxx PENSADO) - É nesno 1 Quo naravil&a.
JnCK á podo ser que venha nais0
RICHAaD- Mais? Por que ?
JACK Uo, se alguen esta lhe nandando dinheiro assin, por-
que ia parar na primeira remessa? Quen sabe a.gora
não ven toda semana?
RICHARD- (QUASE SE RUBORIZA) - Ora, que e isso,
JACK Mas e nesno 1
RICHARD- (PREOCUPADO) - Jack, voce não vai dizer isso a nin-
gue^, vai ?
jack (ALEGRE) - Claro que não.,, eu atp já no esquoei de
tudo isso$
RICHARD- Eu digo, nen bate-papo, tocar no assunto do clube,
ou quando.,,
JACK Quando eu tonar un uísque a nais? Não, eu juro.
TN.CPR.PTEÍfM.P-
(35)
RICHARD- Obrigado»
JüCK - (REFESTELANDO-SE) - O dinheiro o una coisa curiosa
- não?
RICHARD- (MENININHO) - Não soi$ nunca tivo muito»
JACK - Eu digo a coisa c o símbolo* í um pedÁço de papel
cpn tinta en cima. .. e a tinta e o papel—á-uhtos não
valem un centavo - e se isso não existisse, o mundo
parava*
RICHARD- A gente podia voltar ao sistena de trocas.
JACK - á, podo ser. Ê como um quadro* Um pedaço do tola e
una pintuita0 Quanto o que vale? Quatro, cinco dóla-
res? Se squ eu que pi:.to, vendo por una corta quan-
tia. Mas se for o Picasso* Un certo Picasso vale a-
te quinhentos mil dólares, Não e nau quadro, quem
sabe va^G isso mesmo* Dinheiro, Quanto e que custa
una vasa ?
RICHARD- Sei lá... duzentos dólares ?
JACK - Talvez. Vamos ver. Un quadro de Picasso vale vinte
e cinco mil vacas, Ê leite à bessa. Quantos galões
de leite una vaca da por dia?
RICHARD- Quinze ?
JACK - (nTURDIDO) - Galões?
RICHARD- Não, quinze litros* Acho que li isso en algun lugar,
JACK - Sei, (PENSA) - Quer dizer que»», quinze vezes vinte
e cinco nil.,,
RICHARD- Quer papel e lápis?
JACK - Imaginando trezentos e sessenta dias por ano, deixan-
do a vaca descansar no feriados. Trezentos e setenA.
ta cinco mil vozes trezentos o sessenta,.» Puta mer-
da í Cento e trinta e quatro milhões do litros de lei-
te nun ano.
RICHARD - Não I
JACK - Não estou não. Cento e trinta e quatro milhões de li
tros de leite por ano,
RICHARD - á incrível.
JACK - Se e. Quanto custa un litro do leite ?
RICHARD - De” entavos ?
J.xCK - Não, menos. Tom un monte de atravessadores no meio
antes que a gente compre. Vamos dizer cinco centavos,
Isso e mais fascinante ainda... dá quase setecentos nil
dólares por ano só do leito.
TM.CPR.PTE 45:58 p.
06)
RICHARD - E dai ?
J^CK - Que e que voce profere ? 0 Picasso ou
RICHiJíD - (PENSA) - Não sei, Outro drink,
JACK - (BEBE 0 SEU ENQUANTO B^L^NÇA A CABEÇA)
que ir ao clube0 0 velhinho está no es
KlCHARD - Ah, Ok.
JACK - (OS DOIS SE LEMTARAM. PARA) - Isso o que interes-
sante. 0 velhinhoo Sabe que ele ten oitenta e seto
anos ? Êle e tarado por dinheiro*„, o não cono un
sinboloo Éle não se interessa por Picasso ou por
vacas00, e o papel pelo papolj o dinheiro pelo di-
nheiro,,
RICHARD (QUASE SE DESCULPANDO) - Dinheiro, e dinhciro0
JACK (GENTIL) - Sei que e.
RICHARD (DOGMÁTICO) - 0 dinheiro está pagando esta casa, ga
rante una boa educação para Roger e de vez en quan-
do compra aiguna coisa para fazer Jcnny contente*
jack Eu sei, eu sei.
RICHARD (INDICA 0 DINHEIRO NAMESA) - Por isso, quando una coi
sa dessas acontece*,* quer dizer alguma coisaa
JACK Eu nao estava brincando con voce.
RICHARD Não lhe diga, nas acho que vou comprar una estufapra
dar pra cia*
J.xCK Eu já lhe disse que não vou abrir minha boca* Dinho_i
ro ? Que dinheiro ? (VAI PARA A PORTü DO JARDIM) Eu
acho que nunca usei outra porta aqui nesta casa. Não
o engraçado ?
RICHARD ■LJ# • •
JixÇK - Nunca usei a porta da frente. Qualquer dia vou usar»
IíIVHARD - Jack, (ÊIE P/JU) - Nada.
JACK - (AO‘PÚBLICO QUANDO RICHARD SE VIRA.) - Êle tem razão;
e eu não estava fazendo troça dele. Dinheiro e di-
nheiro $ ate já. (SAI.)
JENNY - (ENTRANDO) - Vocês.,, Uo, Jack já foi ?
RICHARD - Um-um.
JENNY - (QUA3E SEM AR) Chuck e Bcryl vemj Cintya e Perry tan
bcã _ ^ Aliar) outro programa, nas vem aqui, 0 tolo
fone do Gil e Louiso está sempre ocupado.
RICHARD - Ok, Quer un nartini,
JENNY - Agora não. (SAINDO DE NOVO) Roger deve estar chegahdo.
jl f
Elo ~ã? que pegar un taxi da estaçao pra ca.
tn.cpr.pte 453$
u
07)
RICHARD Un táxi 2
JENNY (PARA UM INSTANTE) - tí, un taxi, (INDICAM DINHEIRO)
P f
Ou voco acha que não podemos pagar un tara ‘
RICHíJID (RI) xii, e, acho quo podemos* (JENNY SAI }\>o »
niCHidid olha o dinheiro* Pü^rr^fo
NO BOLSO PROCURANDO UM CIGx*RR0,Nã0
ACHA, PROCURn PELü SSL;,0 VÊ UMA Cl
GARREIRA VAZIA, PROCURn UM POUCO
MAIS.
RICHAID Jenny, onde e quo voco pos os cigarros ? Doixa, ou
procuro,
Mã03 NOS QUüDRÍS, PENSANDO, DEPOIS
VAI A UFA MESA QUALQUER, ABRE UMA
GAVETA, ESTACA, xxLAAADO* PÕE A
MãO DENTRO S RETIRA DEL., UM MONTE
DE DINHEIRO, OLHA, OLHA PARA A OU
TRA PILHA, JOGA 0 NOVO MONTE EM Cl
Mi. DO SOFá, PROCURA I-RIS, ABRE A
CAIXA DE COSTURi- DE JENNY, ACIL. -
IAIS DINHEIRO, QUE OLHA COM GRANDE
CURIOSIDADE* VÊ URL. C.TIXA Eli CIMA
D.. 'iuJIEIRA, ABRE, TEM MAIS DINHEI-
RO. DEIXA TUDO CAIR COMO CONFETTI,
JENNY (ENTRAJDO) Bon, tudo resolvido. Gilbert E Louise
tanben von, quor dizer que somos... (P. JA E VÊ 0
QUE ÉLE ACHOU) bon, vem todo mundo,
RICHÍJID (MEIO ..TURDIDO) - Olha Jonny5 o que e isso ?
JENNY Dinheiro-
RICHARD Mas e.., e seu ?
JENNY .'.gora não dá tempo de explicar e...
RICHARD Dá, sim,
JENNY A gente tem tanta coisa a fazer antes da...
RICHARD Para! (APONTA 0 DINHEIRO EM CIMA DA MESi.) - Foi vo-
cê que no mandou esse dinheiro ?
JENNY Bom, foi... havia tanto, e nu não sabia como...
RICHARD Voco andou... andou jogando ?
-
JENNY (AíVTR’” ' ”*1 .. ^oSO) - Andei !
richard Onde ? 0 quo ? Com quem ?
JENNY Tem esse fulano...
richard Chamado ?
txcpr.pte
3»
(38)
JENNY - Que importa sg gu ganhei ?
RICHARD - (AGÜDO) - Chamado ?
JENNY - Desorio.
RICHARD - Isso é mentirão
JENNY - Não falo assim'comigoJ
RICHARD ~ É mentira ou não e ?
JENNY - Bom,mais ou nonos,
RICHARD - Então o mentira i
JENNY - (ENCOLHE OS OMBROS) - É.
RICHARD - Quanto c quo tom aí ? São nilharos de dólares! Ondo
é quo voce arranjou isso ?
JENNY - (DEFENSIVA) - Eu não roubei isso.
RICHARD - Ondo é'quc você arranjou isso ?
JENNY - Ganho i.
RICHARD - Um onprego1 Voce esta trabalhando!
JENNY - MaJs ou nonos.
RICHARD - Eu lho disso que não queria quo você trabalhasse oI
(39)
RICHxJlD - (SEGUIiA-LHE 0 BRxxÇO) - Mc diga !
JENNY - Oh! Mc solta! (ÊLE SOLTA. áLES SE ENCxJU
nada a dizer.
RICHxJlD - Oh, ncu Deus, c melhor voce no contar senão eu faço
una fogueira desse dinheiro agora nesno!
JENNY - Não soja ridiculo! á dinheiro!
RICHxxRD - Quero sabor de onde veio!
JENNY - (IEVn.NT.uNDO A VOZ) •- Do un emprego í
RICHARD - Que emprego ?
JENNY - Do... do recepcionista.
RICHxJlD - E eles pagan esse dinheirão ?
JENNY - Ê un lugar nuito elegante !
RICHARD - Que lugar elegante o osso ?
JENNY - Un... Un consultório nedico,
RICHxJlD - Voce espora que eu acredite que voce fica sentadinha
atras da escrivaninha de un consultorio nedico unas
duas horas durante a tarde e apanha duzentos dólares?
Voce pensa que eu sou lèuco ?
JENNY - Ê un lugar nuito elegante e nuito especial.
RICHxJiD - 0 que e, e... e un consultório de abortos ?
JENNY - Meu Deus, voce e detestável í
RICHxxRD - Ora! Eu li un jornal que un honen descobriu que a nu
lhor trabalhava para un canalha desses, trazia minares
pra abortar,
JENNY - Voce e nojento.
RICHxJlD - Ora, nil perdões l Mas se voce faz tanto segredo, o
qúe e que eu posso pensar ? Hein ?
JENNY (xxPxxNHADxx E FURIOSA) - Pense o que quiser! (xxGUDA)
Voce não quer o dinheiro ?
RICHxxRD - (AMBOS FURIOSOS) - 0 dinheiro não ton nada a ver con
isso I
JENNY Ê claro que tem! Ou voce acha que eu faço isso porque
gosto?
RICHxJlD - Isso o que? Sentar atras de una escrivaninha?
JENNY á$ sentar atras de una escrivaninha !
RICHARD - Corno e , 6 nono desse lugar?
JennY Não ton none; ó só ürn nunoro,
RICHxxRD - iih, e E qual ó o numero ?
JENNY á segredo.
^•CPR.PTE 455$ P-
3^
xo I
JENNY - Não gosto dessa palavraI
BICHARDE- Bordel I Prostíbulo I PuteiroI
(SILÊNCIO. JENNY OLHxx 0 JxlíDIM.
RICHARD PERCEBE QUE TOCOU A FERIDA)
Olha, voe cã. 0 que e, mesmo?
JENNY - (DISTANTE) - So un lugar.
RICHxiRD - Un lhgar,
JENNY - Onde elos no pagam.
RICHARD - (SEGUTux-LHE 0 BRAÇO DE NOVO) - Meu ^eus I Êlos no pagam
polo que ?
JENNY - Ê a min que eles pagam I (LONGA PAUSA. MEIO PERDIDA) -
voco não quer dinheiro?
RICHARD - (Lx JIGA-LHE 0 BRAÇO. RECUA, B-lIANÇA A CABEÇA, QUxlSE EM
DESCRENÇxl) - Eu não ... Eu não acredito.,, não posso
acreditar.
JENN Y - Então não acredito.
RICHARD - (CONFUSO) - Nao o possível, não ec
JENNY -■ (CHEGA PERTO DÊLE? UM SORRISO SOMPxÍTICO) - Meu amor,
vai fazer una diferença tão grande.
RICHxlRD - (RINDO AMARGO DA IRONIA) - Se vai.
JENNY - (xlINDxx SIMPxx ICA) - Tudo que nos quisemos durante anos,.
RICHARD - Nos I
JENNY - Fodomes comprar um outro carro o ...
RICHARD - Não tem... ou não acredito nisto!
JENNY - Não tom o quo?
RICHxxRD - Espaço na garagem, (DESCRENTE)- Como õ que voco' poude
fazer una coisa dossas? (PxxUSx'0 - Não e verdade, o?
t
ncpr.pte^5^p.
Oil)
RICHARD - (JENNY BALANÇA A CABEÇA, L.JNT AMENTE) - Não.S? É verdade ?
UiZ)
RICHARD - ■ Sua puta sem ve-gonha I
JENNY Não sou se vergonha 3 Ja lhe disse oue
0-dinheiro oue -;ocen|?nhai 0 dinheiro
Voce pensa oue eu me divirto com isso
RICHARD - Se eu penso eu eu eu eu nao penso nada
Se eu começasse a pensar nisso eu fica
homens matam as mulheres pqr uma coisa como essa í
JENNY Oh, meu amor...(
RICHARD - Voce acha que não ? (VAI PERTO DELA, AME/ÇADORO - Le os
jornesii Le os jornais de amanha e voce vai ver.,.
(AMBOS PARAM COM 0 RUÍDO DE PORTA DA FRENTE
BATENDO. É ROGER QUE, CHEGA, VINDO DO HALL)
~OGER ■ - Eií Eu peguei um taxi. Vocês tem dinheiro ?
JENNY (COMO SE TIVESSE ESQUECIDO DÊLE) - Roger 1
ROGER 0 chofer disse oue ele quer mais cinco dólares alem do oue
marcou porciue é muito longe.
RICHARD - (A FURIrj SxL TRANSFERE AO CHOFER) - Ah, e? Eu dou um jeito
nesse filho de miei (RICHARD SAI, EMPURRANDO ROGER PARA 0
LADO QUANDO A SSA)
ROGER (OLHA CONFUSO P RA 0 PAI, E VAI À H~Ê, CHEIO DE AFETO) -
«Ei, mamãe.
JENNY (EMBARAÇADA, MAS FINGINDO) - MEU QUERIDO! Você... chegou
tão cedo.
ROGER (UM FATO INDISCUTÍVEL) - trem ch.egou no horário,
JENNY -■'h, e? (CONFUSA) - Acho oue.,,o nosso relogio esta atrasa-
do.
ROGER Deve estar. (V I UMA CADEIRA', SJNT NO ESPALD R. OLHA PARA
0 JARDIM) - Como vai ot tenip ?
JENNY Que tênis ?
ROGER (APONTA) - No clube ?
(VOZES ZANGADAS LÁ FORi )
JENNY (OLHANDO APREENSIV; PRA FORA) - Ah, eu.não jogo muito.
ROGER E papai? Tomara que o chofer não mate ele.
JENNY (CHAMANDO, PEOUCUPADA) - Rich§.rdJ ( A ROGER QUE ES3ÉÁ DE PÉ
NA CADEIRA) - Desce daí antes oue seu pai te veja,
ROGER OK. (DESCE E VÊ 0 DINHEIRO) - OPAi É dinheiro ?
JENNY (PREOCUPADA) - E, mas deixa aí. 4>J
a
;i •
JENNY , (ZANGADA) - Deixa aí, já disse J
ROGER (MAGOADO) - Desculpe. (IRÔNICO) - puxa, como e bom voltar
pra casa.
JENNY (DESCULPANDO-SE) - Oh, meu filho, eu.,.
(RICHARD APARECE, MEIO EM
RICHARD - (VINL.TIVO E- OUGULHOSO) - Eu arrebentei ele
ROGER (TÍMIDO) - Ôi, papai,
RICHARD - (A JENNY) - Arrebentei o filho da mãe i
A /
JENNY Voce ja deu boa tarde a seu filho ?
RICEaRD - Hm ?
ROGER (TÍMIDO) - Ôi, papai.
RICHuRDS- (VÊ ROGER PELA PRIMEIRA VEZ; OUGULHOSO E TRISTE) - 'Òi.
(VOLTA A JENNY. FURIOSO) - Arrebentei o filho da mãe.
JENNY (DESESPERADA) - Mas por oue ?
RICHARD - Por que ? Ele queria novo dólares. O canalha oueria õ ^gue
marcou e mais cinco dólares por cima...
<** / /
.ENNY Nao e motivo para arrebentar ninguém i
RICHARD - Quem é aue devia arrebentar 11i? (MAIS BAIXO, MAS Não ME-
NOS INTENSO) Quem e oue devia arrebentar.
ROGER (PARA PREENCHER UM PEQUENO SILENCIO) ~ Como «ai o tenis,
papai ?
RICHARD - 0 que ?
nO GER — (INTIMIDADO) • O Tenis. Como vai ?
RICHARD - (CONFUSO) - Eu... faz tempo oue eu não jogo.
ROGER Uh...
JENNY O homem vai nos processar.
RICHARD - (EMB. RAÇADO) - Eu dei só um murro no ombro. A gente se deu
uns empurrões,
JENNY — (PAUSA. DESAPONTADA E ALIVIADA) - Oh.
RICHARD - Nao o oue eu oueria fazers (UM OLHAR DE DESPREZO) ROGER
SOBE NA CADEIRA OUTRA VEZ
ROGER Ôba I ÍBem no saco i [
RICHARD - O que ?I
JENNYZ - ROGER, não diga palafercos. ^
RICHARD - (ZOMBANDO DELA) - Essa não.
ROGER Deu um pulo e acertou um pe no ... oue palavra uso ?
RICHARD - Não pergunte a sua mãe,7 ela e uma senhora muito fina.
‘ t, t>
(PERCEBE Oi'iDE ROGER EST') - Desce ja daíí (R0*GER DESCE),
ROGER (SUBJUGADO) - Dwsculpe.
TN.CPR.PTE P- *-A
(Uh)
RICH/RD Voce acha oue a gente é feito de dinheiro?
ROGER (INDICANDO) - Parece. (SILÊNCIO SMB/R ÇOSO)
RICH/RD (//JDi-.nDO _E /SSTJNTO) - Você assou de ano?
ROGLR Passei.
RICH/RD Que media?
ROGER Seis e meio,
rich/rd 0 ano passado você passou com-quanto?
^ VER Sete,
RICxE.RD (nhuRGO) — Boa, Quando voce tiver dezoito anos não entra nem nu-
ma Faculdade de /griculture.
JENNY Não seja sssimi (à BOCn DE RICH/RD SE iBRE M/:S ÊLE K~0 DIZ REDn)
/certa o relogio»
RICH/RD Está certo.
—TrT.T-TT
Esta vinte minutos atrasado.
w
*RICH RD (FTTHIOSO) - Então acerta vocel
JENNY Rich-rd1
RICH/RD Cala a bocaí (ROGER VI /O RELÓGIO D/ ./REIR' E 0 PEGA)
'-IVQ
»■ Gj-L Que é que eu faço ?
RICH/RD Vira o botão; vira essa merda de botão i
JENNY Zichard, se voce não consegue...
RICH/RD (ENTRE DENTES) - já lhe disse vr calar e bocaí (/ ROGER) - Não
Passou! Nao -volte vara tras. (DESGOSTOS Pega o relogio com vio~
A o . > ^
lencia) - Da eoui essa merda. Nao volte o ponteiro! Nunca mais
A ^
voce me volta o ponteiro dum relogio i
ROGER (CONFUSO) - Desculpe, eu...
JENNY Meu filhinho, voce nao ciuer levar sua bagagem pra cima e...
ÊhaiABD (CONCENTR DO EXCESSIV. MENTE NO RELOGIO) - Voce nunca mais me
volte o ponteiro dum relógio! Nuhca mais I
JENNY Por que nao vai -rrumar suas coisas?
ROGER Ta bem. Voces tem tanto dinheiro. Nao sei poroue nao compram um
relogio.
RICH/RD Chegai
JENNY Leve suas coisas e depois desce e ajuda a gente.
ROGER Voces ouerem oue eu va la pra cima ou não e melhor eu dar meia
volta e voltar pare o colégio?
RICH/RD Vai lá pra cima I
r OGSR (B/IXINHO) - Merda,
RICH/RD Não diga palrvrõesl
ROGER (SNFR.JNT. NDO) - Por oue nao? Você iz í (S/I. Pequeno fcilêncio,
Richard joga o relogio no chão )
TN.CPR. PTEifiâLp-
HH
(U5)
JENNY Isso ajjuda. (C/LM/)
RICH-.RD (TOO/NDO NO PEITO COM OS DEDOS) - Isso me ajuda
JENNY - (FECHE OS OLHOS NUM INST/NTE; DEPOIS, MUITO PR/TIfZ) - Era bom
A
oue voce fizesse uma lista das bebidas oue presisamos.
RICH/RD - (OLH/-A PIX/MENTE5 C/LMO) - j|utaT] '
-JENNY (IGNOR -0)- E bom comprar uma champagne, mas como tem g-mte oue
A. /
nao toma, e melhor ...
_ CH.ii RD — (PutÇp
JENNY Fa^er lásta direito. Se a gente vai comprar caviar fresco, eu
vou ter oue dar um pulo na loja e...
RICH/RD - 4jut<5 sem vergonha, vagabunda !
JENNY (SELV. GEM) - Fica ouietoi Roger esta lá em cima 1
RICH/RD - (0 M/IS ALTO QUE P0DE)f Eu tenho uma jputa] sem vergonha e vaga-
> bunda debaixo do meu teto J
JENNY (LIGEIR. P.Ufí/. E C0NTT7NU/ C/LM/) - /gota faça uma lista. Eles
vão chegar dentro de uma hora e...
RTCH/RD - (RINDO, DESCRENTE) - Uma festa i Nos vamos dar uma festaí
uj-jNNY Vamos.
RICH/RD - (ZS LnGRIM/S QUE CHRG/M FIN/LMENTE, LnGRIMnS DE R/IV; E DSSES-
PÊRO, SãO INCIPIENTES-, NOS AÔ NOTIC: /.MOS POR UM TREMOR N/ VOZ)
0 oue e aue vamos fazer? Vamos anunciar a toros? Avisar toda a
A
visinhança? Dizer a eles aue digam a seus amigos onde ir para
conseguir? Hein ?
JENNY Faça a lista*
RICH/RD - Hein? Ê isso oue vamos fazer ? á? ÍPufca?] (L/GRIM/S M/IS PRQXIM/S
AGORA)
I
- NNY Pode-se telefonara para 0 armazém j mas a gente precisa saber
0 que vai pedir.
RICH/RD - (IÍGRIM/S M/IS PERTO /IND/) - Ou ouem sabe eles já sabem. Cuck,
e Pérry e Gil... eles... eles já sabem ?
JENNY A 11 s t a..
RICH/RD - Lis... Lista ? Nos... bom, a gente precis- de... (COMEÇA / CHOft
R/R) - ... de vodka, e...
JENNY dt GENTIO) - /mericane ou polonesa ?
RICH/RD - (OLHA, SÚPLICE) - As duas ?
JENNY As duas*
RICH/RD - e... e... uis... uisoue e conha... conhaque... e gin, e ... gin.
(CHOR/NDO MUITOO» ... gin... ( A P/L/BRA GIN SE TR-NSFORMú NUMA
DESESPARADA TENTE- TIV: DE CONTER 0 CHÔRO) - giiiiin e... (A
ÚSTIM. P/L.-..VR. , QIJEBR. D- ) - giiiiiiiiiiiiiinnnnnnnn.
Oi6)
SEGUNDO /TO
Oi7)
:
'GER Tudo para a prz -entro do lar.
.CHARD Não sega besta I
:;iíny (A ROGeR) - Meu bem, sub-- e ve se vestir. Js ja pg |g?m
e eu ouero oue você me ejude.
EOGER Tenho que por gr-vat? ?
A ICHARD (FURIOSO) - Tem í
ü
JSÍJNY (SEMPR.j i'0 Li DO DE ..;OGER) - Tem, meu bem®. uba.
! '\r% t 1
■J'\J J-JJ í Gravata ?
rICHARD - E| e camisa, e celçes, e meias, e sapatos...
GER (BALANÇANDO A CABEÇA) - Eh...
ICHARD - E nao fique dependurado n? j?ne±p olhando o tênis.
~ ^'íR (FAZ UMA CONTINÊÜCIA)- Sim, senhor i (SAI)
A
♦hard - E nade de continência soui i
■y _ (DEPOIS DE PEQUENA CfiTUSA; CALMA) - Era so um copo .
EI.ARD - (UMA IR; TRANQUILA, VIR. NDO-SE P. RA ELA) - Que e oue você anda
fazendo? Comprando coisas por ei? Cristais? Taçes de Ouro? Roupas?
**Tf
So um pououinho.
*
■ : CHiiRTi — So um pououinho o oue ?
AENY (SUSPIRA) - Algumas roupas; esses copos; lençóis mais bonitos.
Eu pensei oue ..,
AEIARD - Não, eu nao reparei nos lençõès, e juro oue não vou dormir neles;~
En nao vou dormir no mesmo ouerto oue você*
v SNY (FRIA) - E onde e oue você vi dormir ?
H. RD 0 que ?
' A /
.£-NY Eu disse, onde e oue voce vai dormir ? 0 Roger este em casa e
nao tem colchão no ouarto de hóspedes.
'■ -i;.rd Por que nao? Onde e oue ele está ?
..EMNY Voce jogou fora. '^uanro você teve Hepatite e dormiu la você disse
A A
oue o colchão era horrivel e jogou ele fora.
. achard E por que a gente não comprou outro ?
JJvNNY - (ENCOLHE OS OMBROS E COMEÇA A ABRANJARA AS COISAS) - Oh, dinhei-
ro ou oualquer outra coisaj
ED - BOM, AGORA A GENTE TEM DINHE IEO PRA COMPR.R OUTRO!
. NY (CALMA Não PRECISA) - Não vejo a necessidade. Você me disse para e
eu ir embora daqui.
ujCHARD - (ISTO 0 INTERROMPE POR UM ÁTIMO) - E quando ó que você vai?
' mY (PARA 0 QUE ESTA FAZENDO) - Agofca mesmo. Neste instante.'
. YLARD - Você vai d-r uma festaJ Seus convidados estão chegando!
J . NY (FINGINDO QUE ISSO COMPLICA: AS COISAS) - É mesmo, ^ntã* eu vou
embora logo depois da festa.
mCPR.PTE 453$ p.
RICHARD - Ótimo»
JENNY - (MURCHANDO) - Ou não sers melhor que ante
RICHARD - (NxTo PODE PENSAR EM OUTR; CO IS, NO MDMENTO;
Vagabunda.
JENNY - Nao ha necessidade disso agora»
RICH-iRD - Eu nao posso olhar essa gente de cabeça erguida, Não sou
bacteriológica?
RICHARD Eu lhe contei isso em... eu lhe pedi oue nao dissesse u-
*
ma. palavra a ninguém sobre isso,,-
A
JENNY Voce me disse em confiança? Eu estou lhe devolvendo em
com Jack,
RICHARD ^mboia euj' nao pense que ele tiraria mais proveito do aue
ter nela ?
ROGER Bom, nao deu tempo prum banho de banheira. Por oue aue eu
(50)
RICH/RD - Por oue nãoi As unhes estão limpas ?
JENNY Nro seja bobo, meu filho; seu pai não bate em
RICH/RD - Monstrinho.
(5D
' GGER — Ei, o que é oue eu vou beber?
“CHARD - Coca-cola.
Eu -HH - Ahhhh,
Richard I
:;ck E o que foi oue eu respondi? "Que e oue tem, chegamos primeiro
•OGER - ai r.
"L (A ROGER; PENSANDO) - Toda vez oue eu te vefto voce esta nai!- -1
to ?
: Êle fica mais saliente cada vez que voce o ve, isso sim.
”?p _ Vai.
t
n.cpr.pte 453$ p. r*
b t
A , / / /
GHnCK Voce jp estp acul de ferips? Bom?
Deve ter um? respost? cretin??
ROGER Não, essas eu guardo pros exames.
(RIBADAS)
A
RICHARD E verdade. Ei, cue t?l um drink? Campagen ou bubidda de verdade?
CHUCK (ENTTJSIESTICO) - Champagaa I ,
BURLY (A CHUCK) - Voce sabe o efeito. (A JENNY) - Fie? aceso a noite
A / /
toda. Acho oue e por causa do gas.
CHUCK (TRISTE, A RICHARD) - ncho melhor tomar um uisoue.
RICHARD OK. Beryl ? (V,I A ELA)
1
ROGER Quer oue■ajude ? .
®RYL (EXAMINANDO 0 CAVIAR) - Fresquinho, oue beleza. Voce compra na. ci
ci dade?
™ny Não, aqui no Blaustein tem fresco.
..jjRYL (A RICHARD) - Gin com gelo, por favor, (A JENNY) - não pode
guardar caviar fresco, e eu não confio no Blaustein.
JENNY (LIGEIRAMENTE PICAD ) - Esta perfeitamente fresco.
BERYL (LIGEIRA, RIS DA) - Claro que deve est--r9 É só que eu acho que
Blaustein e meio malandro... e guarda o caviar um ou dois dias
do oue devia,..
JENNY Voce enviar, Chuck ?
CHUCk Qero sim. (PEGA)*- ifflrrada?
JENNY Não, um? bolachinha especial.
^1YL (AF ST. -SE DO CAVIAR E OLHA 0 JARDIM) - Como é oue voce conser-
va ele assim? Precisa capinar, podar...
■JENNY (ORGULHOSA) - Boa mão.
CHUCK Chin- chinl
OUTROS (QUAS ; AO MESMO TEMPO) - Chin-chin.
BERYL Ah, deixe te dizer I0&05 preciso de vocês para 0 banco de san-
gue.
JENNY Richard n~o pode.
ERYL Por que ?
JENNY Teve hepatite. E Roger precisa de todo o sangue oue tem.
''GER Eu posso dar um pouco.
jENNY (SUAVE MAS FIRME) - E melhor não meu bem.
BERYL Então a Jenny que doar sangue por toda a femilla,
RICHARD Não acho bom.
X(
ERYL Por que ?
JENNY É mesmo, por oue ?
mCPR.PTEfe# p. 1
aL
(53-)
6eru
RICHtRD (ENIGMnTICO) - Por nada; so n~o acho bom,.
JENNY (MEIO . BORRHCID ) - Mas sem nenhuma motivo? Ou yqjéê quér eco-
mizar o sangue de todo mundo? V&
RICHERD (30 P.EU. JENNY ENTENDER) - Bem, ue... ouem sebe tem
ume doença oualquer ?
BERYL - (ENQUINTO CHUCK RI) - Ora, Richard 1
(C 1-iP. INHT)
ROGER - Vou abrir ?
JENNY - Eu vou. (S. INDO. UMI RÓPID OLE. D. I RICHIRD) - Sirvemse.
p T^tr/RD (UMi LISEIRã IRONIE) - Como vai a ààta finança, Chuck?
Como esta o mercado ?
A
CHUCK E como o casamento... para cima e para baixo, par cima e para
baixo. (BERYL E RICHTRD SE RIEM)
•
ROGER 0 que ouer dizer isso?
RICHJRD - Nada.
ROGER - Então por que ele disse isso?
PT
GE.'RD (IBORRECIDO) - Você sabe perfeitamento o ciue ouer dizer. Por
que pergunta.
(5 -
CHUCK Eu nr o cuero cortrr grama no week-end...
x. ~ * X
JENNY Mas acno oue se nao e r gente mesmo oue tom? conta, nao tem gra-
ça...
richrrd - (TxjNT. NDO) - Mas quem sobe a gente n?o pode experimentar um jar -
dineiro?
JENNY (SOiuilSINHO) - E mesmo, por oue não ?
RICHRRD - Não tem graçá. (RMRRGO PORQUE FOI EPRHHRDO)
JENNY (i»OS OUTROS) - Nos estamos pensando em colocar uma estufa.
“~'TH.'RD - Rh, é ?
LOUISE - Rh, e otimo. Ponha mesmo.
JENNY Eu sempre cuis uma.
MC
r,TCK Voce ceve estar por cima, Richard: estufa, chamapagne, caviar...
l
CHRRD - (OS OLHOS SE ESTREIT M LEVEMENTE) - Rh, oue ótimo.
ROGER Posso ajudar? (TÍMIDO COií R PERGUNT )
LOUISE - Roger, meu bem I Eu nem tinha visto você. GilbertI Roger esta
aoui.
"TLBERT - Ôi, Roger? De férias ?
ROGER (FaLSO VIGOH) - Sim, senhorJ
GILBERT - E vai tudo bem ?
✓
RO§ER Da pra ouebrar u galho.
GILBERT - Bom gçroto, bo^ garoto. Hey, Rich^ esse caviar é o fino.
Onde e que voce mora ?
RICHRRD - Jenny e oue sabe.
JENNY No Blaustein's, tão fresco cuanto o da cidade, e...
R0HRRD - Judeuzinho de merda, esse Blaustein...
RSflfi i*oui nao se dizem palatooes.
(TODO MUNDO OLHR. PRR ÊLE, COMO SE N~0
TIVESSEM ENTENDIDO 0 OUE ÊLE DIZ)
Pelo menos em família,
(crmprinh:.)
JENNY (FELIZ COM CHRNCE) - Eu entendo 1
BSRYL LOUISE
( •> H. S RPENRS P/R R DIZER RLGUMR COISR)
Rinda acho oue o da cidade 0 primeiro ano da nossa estufa foi
e mais fresco» maravilhoso.
RICHaRD - Vamos beber I Crianças, o botequim esjra aberto.
GILBERT - (R RICHRRD, ENQURNTO CHUG.M RO B/R) - Que foi que eu disse demais*?
RICHRRD - Nada, nada.
CHUCK - êsse garoto é fogo, hein ?
TN.CPR.PTE 4538 p.
, (35)
GILBERT - (MAGOADO) - Que foi que ou disse ?
RICHARD - Nada? esquece*
BnRYL - (AO MESMO TEMPO QUE RICHARD) - Mas não dá um trabalhão ?
CHUCK LOUISE
0 que e que tem a champagne demais Nao, ate que não* Se voce cuidar
direitinho dela.
RICHARD BERYL
De mais? Nada. E cuidar direitinho não dá trabalho?
CHUCK LOUISE
Acho muito festivo.. Não , voce se acostuma logo»
ROGER - (SE ALGUáM SSlí INTERESSADO) - Desculpe.
(56)
PERRY Conhecimento superficial e perigoso. ,'y
CHUCIi Teorias que estão nos livros devem ficar nos lifórei.
OI
RICHÀRD (A ROGER) - For que você não passa o daviar? Pehsei file quises-
se ajudar. . '
ROGER Mas e o que tenho perguntados já perguntei duzeni-as" mil vezes
se podia ajudar todo mundo me esnoba,
RICHARD Voce insultou as pessoas du^entas mil vezes, isso sim.
ROGER Isso foi depois.
CYNTHIA Ora, deixa o menino i file é um amor de menino. Quantos anos voce
tem, meu bem ?
ROGER Doze.
JENN Y Catorze,
RICHARD file tem quinze anos.
JENNY Devo saber quantos anos meu proprio filho tem.
RICHARD Devia saber mesmo.
CHUCK Onde é que você vai per a .estuga, Dick?
~‘tCKARD Hein? Oh, por aí.... (FAZ UM GESTO VAGO)
JENNY Mostre aonde, querido,
RICHARD Hm ?
LOUISS Ah, vamos ver onde !
(CYNTHIA E LOUISE SE ARREMESSAM PARA A PORTA
QUE Dl PA A 0 JARDIM. PSRRY OS SEGUE AUTOMA-
TICAMENTE )
CHUCK Ao* jardim! Alguém traz uma garrafa de champagne.
GIUBERT (SEGUINDO CHUCK) - Ninguém está bebendo champagne*
CHUCK Bom, então uma garrafa de uísque,
(OS DOIS RIEM E ACOMPANHAM OS OUTROS)
JENNY (A RICHARD) - Hm ?
RICHARD (LEVANDO A SERIO) - Mostre onde é que vai ficar a estufa.
JENNY (UM SORRISO FASCINANTE MAS TRISTE) - OK.
(CAMPAINHA)
Quem será? Não convidamos mais ninguem.
RICHARD (SAINDO PARA 0 JARDIM) - A festa e sua 5 você que sabe,
JENNY (A BERYL) - Quem será? Vá ver quem e, Rogor, (ROGER VAI) - So
se for Jack Foster. file sempre dá um pulinho aqui e,«.
BERYL (SAIN DO) - Então vou deixar vocês dois sozinho,
JENNY (DEMONSTRANDO ABORRECIMENTO) - Que e isso agora ?
BERYL (RI MUITO ENQUANTO SAI) - Nada meu bem, nada.
tn.cpr.pte153^p-
(57)
(PODE-SE VER Ma OU MAIS PESSÔAS ENQUANTO
RICHARD IMPROVISA UMA SXPLIG^ÇjSCsÔBRE A
ESTUBA, MAS ESTARÃO DE CCSÍAá PaRA NÓS
S PORTANTO NlO VERaC a prwma -cena)
ROGER - (ENTRANDO) - Ê uma mulher? que quer falar com você,
(61)
RTCHARD- Diga,
JENNY (ENRUBESCE I_àS á RESOÜUTA) - 0 que eu acho ó que se fosse daqui
ficava bem à mão.
RICHARD Qual foi essa última palavra ?
JENNY x, mao,,, ficava bem a mao,
rich;,rd (B.,LANÇO, A CABEÇA) - H um-hm, Claro, (RI) - Oh, meu Deus, claro
(UfuiS LÚGPiIÍA,S CLANDESTINAS NAS PALAVRAS) Especialmente com Re-
ger em casa, Você podia dar um piàlinho aqui e fazer os sandui-
ches de gelêia- agora que ele não vai pro acampamento,só por-
que nos queremos que ele fique conosco - e não porque não te-
mos dinheiro.
TOOTHB Acho que e melhor encarar isto como uma reunião de negócios.
Não acham ?
rERRY Acho,
CHUCK Boa ideia,
®30THE Uma convrosa entre nós hom.ns. Jenny, porque você não vai mos-
trar suas rosas às meninas?
JENNY (OBSERVANDO RICHARD) - Hm ?
TOOTHE Va mostrar suas rosas às meninas,
BERYL (LIDER.,NDO) - Ê mesmo, po que não vamos ver o jardim de novo?
ES tão bonito,
CINTHL, Isso mesmo. Vamos, Louise ?
LOUISE (APROVANDO SERIAMENTE „ p: OPOSTA) - Vamos,
TOOTHE Jenny ?
JENNY (NãO QUER DEIXAR RICHARD MAS VI) - Eu,., vamos,
(OS HOMENS FICAM SÒZINHOS COM TOOTHE)
RICE..RD (DONDE ESTn SENT„D0, POUCA EMOÇãO) - Você e um pouco arrogante,
não ?
TOOTHE á mais fácil a conversa com elas.
IN.CPR.PTE $$38 y
(63)
RICHARD - ESta e a minha casa.
GILBERT - Calma, Richard. v-v j
OH UCK Ainda temos sorte de não estar na cadeia. u
TOOTHS Isso nao vai acontecer, Quem me da outro drink ?
PERRY (PEG-.-LHE 0 COPO) - Uísque e gelo ?
TOOTHE é, Obrigada, Uma pedra só,
GILBERT - (A CHUCK) - Qaal vai ser o prejuizo ?
ofiUCK (RIS.uD.ti. TRISTE) - Grande, Uijj dinheirão.
0ILBERT -
*e e ep Livre de impostos. E deixar de trabalhar logo, se as
coisas continum.Louise e eu discutimos o assunto.
RICHARD - (UM NEÓFITO) - á? Voces discutiram o assunto, só isso? Discuti-
ram o assunto ?
.'.ILBERT - Claro, iih, eu sei como voce so sente. Eu também me senti assim.,»
um pouquinho.
'UCK Eu queria quebrar a casa inteira,
..T.RRY (VOLTANDO COM 0 DRINK DELA) - Eu quebrei a casa inteira. Deu
um pretexto para uma nova decoraçãoj
Cr. uCK (APAZIGUANDO) - â engraçado como a gente se acostuma logo.
MSRRY
: Vl.CK E depois, tem o dinheirog
JILBERT - Vai ser duro mudar de vida agora.
PERRY Nao posso tirar meu filho do colégio onde ele esta, nesta, altu-
ra.
•TLRERT - Nem eu, E tem o poney da minha filha, Eu gasto os tubos com o
estábulo, mas não posso vender esse cavalinho... minha filha
me matava.
CKUBK Alguém quer comprar uma ferrari novinha ?
.1SRRY Êsse o que o problema.,, estamos enterrados ate o pescoço, Nao
se pode parar de repente,
ÚBERT - E aqui entre nos, se as coisas entre Louise e eu estão muito
melhores agora.
;
RRY Conosco também, A gente vivia discutindo por causa de dinheiro,
HUCK á,
:OOTHE (A RICHARD) - Voce está entendendo melhor agora ?
FlJliARD - (AINDA MEIO ENTOREEEIDO) - Estou5 eu entendo.
n
' TJR (OUVE ,J3 MOÇAS CONVERSANDO NO JARDIM) - Ouçam as meninas na sua
conversa fiada,
(SORRI) - á.
Vamso falar de negócios ?
TN.CPR.PTE Í5ÜP
WK
RICHARD - É mesmo,
GILBERT - Algum outro assunto ?
CHUCK - (PENSA) - Hão...
PERRY - Não...
RICHARD (SAA.AMO PnS.JX)) - Bem, nesto caso, declamo encerrada a reu-
nião.
TOOTHE - Ha uma pequena coisinha...,
GILBERT - Mmmm ?
PERRY Que é ?
mri
OTHE m importante um comportamento natural. Voces não detrem mais fa
lar sobre este assunto, Nem mesmo entre voces,
GILBERT - A sra. diz que e melhor esquecer o assunto,
^SRRY - 1 S é melhor mesmo,
CHUCK ■ Evidente,
RICH.1RD (UMA RIS^DINH.i. HReMIDA E aLGUMA Rj*IVA) - Eu não vejo como se po-
ssa.,, simplismente esquecer o assunto.
TOOTHE (S^iBIil) - Não o difícil,,, Podesse esquecer perfèitamente, Se
e dificel enfrentar plguma coisa, ou não e evidente viver cor
(66)
GILBIDRT (O IRMilO MAIS VELHO) - Vai ficar tudo bom, brolhn^-jrnoo vai
ver,
CHUCK E 'SRRY - Chin-chin,
RICHARD - (UM MENININHO PERDIDO) - Chin-chin,
(AS MULHERES VOLTAM)
BERYL - Eu não soi porque, mas o imposkávèl nascor uma azalea aqui,
JENNY - Com um bom adubo, dá-se um jeito.
BERYL - Ah, sua "boa mão" <<
TOOTHE - Quem vai cuidar do meu jardimg Ha jardinheiros por qqui?
CHUCK - Muito bons e mâitto caros,
TOOTHE - .dl, se tudo der certo, isso não o problema. Jenny, meu
bem, posso usar i telefone ?
JENNY - Claro; vou lhe mostrar onde á.
(S.J3M ,.S DU_iS)
BERYL - Bem, meninas, um ultimo drink e depois vamos. Ja está tu-
do resolvido, acho.
CHUCK (INDO .iO BAR) •- Eu sirvo. Está rudo decidido, sim,
PERRY - Um arranjo perfeito.
LOUISE - ótimo,
CYNTHIA - Nao pode ser melhor,
Beryl - Richard, ninguém está bebendo sua champagne, que pena;
mas eu vou comer mais um caviarzinho.
RICHARD (SARCáSTICO) - Não faz mal. A gente guarda a champagnn pa-
ra batizar a casa nova de mrs, Toothe,
(Já QUE NINGUÉM PERCEBEU 0 SARCASMO) A GAR-
GAKk.LHADA É GERAL)
CYNTHIA - (RINDO) - Oh, Richard !
(JENNY VOLTi*)
JENNY - Qual e a piada ?
LOUISE - '{ACABANDO A RISADA) - Nada; Richard e que disse uma coisa
engraçada,
JENNY (ALIVIADA) - Oh. Quem bom,
(ROGER E JiiCK APARECEM ATRÉS DA3 PORTAS
DO JARDIM? JACK ESTÉNO PILE|)UE, MAS A-
inda assim o exagera. )
J^CK - Alo! Alôl Chegou a arrasa-quateirão I Boa noite pro arras-
ta-quarteirão! Boa noite! • *
(TODOS SE VIR.Ai E 0 DÇHAM, SILENCIO)
(PEQUENO SILÊNCIO)
BERYL - (FIRA) - Parece o que ?
JACK (BALANÇA A C*3EÇA) - Uma prostitutânha. (OUTRO PEQUENO SILÊNCIO)
CYNTHIA - Não acho que Harry e Mênica parecem...
LOUISE - Não, não tem nenhum traço...
BERYL - Mas o engraçado como agora, pensando bem.,»
JACK Agofca depois do que aconteceu não e ?
PERRY (UM POUCO ASSUSTADO) - Depois de expulsão ?
ROGER H á quem diga que somos todos judeus.
JENNY - (SEM OFENS... ESTRANHA) - 0 que ?
ROGER As dez tribus perdidas.
t
n.cpr,pte 4P,# p
4 i
&T
(69)
RICHaRD ~ (SUSPIR.0 - Oh, está bem, (SAINDO E CE Yt.NDO ROGER) - Roger? Rc ■
ger !
A
BERYL âles precisam de disciplina,
GILBERT - Uma boa surra de vez cm quahdo não faz. mal a ninguém,
PERRY Eu ate hoje tenho uma marca de chicote,
GILBERT - E não guardou rancor, Não 6 ?
PERRY (NãO SE LSMBPu*)- Eu,., acho que não,
JxlCK Como voces estão violentos hoje. Violentos.,, e estranhos, Estou
atrapalhando alguma coisa ?
BERYL Como assim ?
JxxCK (YO PÍJBLICO) - Está acontecendo alguma coisa aqui ?
CHUCK Tona outro drink, Jack,
Isso, Todo mundo, Perry?
(70)
í§ O<*
JENNY (RAPIDaO - Jack , voce sc lembra do Mrs. Top.tho,, voe o a viu.,
uns sois ou sote meses atrás...
jack (OLHaNDO FIXO MBS. TOOTHE) - Sim sua fada ma?'
TOOTHE (n J..CK, MUITO SEMPa/ICa) - Que prazer cm roveilaT*” (VIRa-SE, PEU
SaNDO)
TOOTHE (AOS OUTROS) - /.cho que já vou indo. Foi um prazer...
JACK (LEMBRANDO DE REPENTE) - Ah ! (VIRA-SE, UM SORRISO FASCINADO) -
A senhora o inglesa, não 6 ?
TOOTHE (FRIa E NaTURaL) - Sou britânica, sim.
JACK S viveu em Londres... há algum tempo atrás.
TOOTHE (RESGUARDANDO-SE) - Vivi, eu,vi vi em Londr..s, mas...
JaCK (MUITO SATISFEITO) - Eu me lembro muito bom, minha cara senhora.
Deus do ceu, se eu estivesse sobrio, acho que não rae lembrava.
(RI MUITO) „ Puxa, se eu me lembro da senhoraí
TOOTHE 0 senhor deve estar enganado. Sou muito boa fisiomista e...
ach Ora, ilustre dama, eu mc lembro muito bem, muito bem... (RI MAIS
... das outras damas e....(0LH;. EM VOSTa, VÊ FISÍDONQMIaS EMBA-
RaGaDaS S APANHADAS SM FLaGRaNTE E CaI Na GaRGaLHaDA) - Naoí
Não em diga que e verdade í á, simí Ê verdade I (M.IS RISaDa)
BERYI Não sei o que voce está pensando, Jack, mas acho que voco bebeu
demais e...
JACK Será que madame encontrou um novo grupo de damas ?
(RI ENQUANTO FLa) ~ Estamos operando nos suburbios, a.gora? (FIM-
GE COMISERAÇÃO E RI) - Borylzinhal Cyntia, meu amor. Louise,
tão orguohosa, (VÊ JENNY; SEU TOM aGORa Ê Hl MESCLa DE DESAPON-
TAMENTO E DE PREVISÃO DaS FUEURAS POSSIBLIDaDSS ) - E Jenny, meu
amor I
.aCHaRD Afaste-se dela.
j:.ck E todo aquele,., todo aquele dinheirão espalhado no... (RI M/AS)
... "Alguém nos mandou pelo correio"? (RI) Cavalheiros... não
sei quem bolou isto; mas foram os senhores de negocies muito mais
•a
f
(7b)
LOÜISS - Polo menos.,, nao ora nenhuma de nos#J. quer dizer.r
que tivesse familia, que fosso.,, normal.,v (JENNY EST„
QUASE HISTÉRICA, K,S DE UMA QUIEJEA HISTeM^Í^^^'
TOOTHE Você não tom muita experiência da morto, tom, Jenny ?
(EL, BALANÇA ^ CABEÇA) - Lamento dizer que a gente so
acostuma.
JENNY - Nu-nunca í
TOOTHE - Se voce tivesse estado em Londres durante a guerra..
Voce saberia alguma coisa sobre norte... o violência ,.
Todas aquelas noites nos abrigos, e a matança nossa
volta. Matança o morte, So for possivel, escolha a pri
meira.
LOUISE - (CONCORDANDO COM A TRISTE VERDADE) Ê.
TOOTHE - Vocês devem ajudar seus maridos. Terão que ajudar, acho „
... durante um tempo, .áles podem acordar áe noitev. „
suar.,, e ter remorso. Voces vão ter que ser as forv's
... como sempre;
BSRYL Sim.
TOOTHE Não acho bom tentar fingir que nada aconteceu, Porque
aconteceu alguma coisa... muita coisa, mesmo. Quanto
mais as coisas aco&tecom,.. mais tem que se dar um ftoi
to nelas^ Entende, Jenny ?
JENNY Não sei.
TOOTHE - (DÔCE E GENTIL) - Não so pode voltar atras. A gente
tem que viver a vida, como ela o. E o que e, leva .a
aquilo que vai ser, A gente faz o que pode. Como nos-
«
sa aparência, quando vamos ficando mais velhas, ou
quando vocês ficarem. Algumas do nos.fazem uma limpe-
A
za na face, ou acho, e convencemos.;, algumas pessoas
não tantas como gostariamos - mas nos mesmos nao acro
ditamos, não e, Jenny ?
JENNY (UMA MENININHA NO COLÉGIO) - Acho qus não, Não.
TOOTHE - Não. gente tenta ajudar, e ê tudo que podemos fazer,
JENNY (instruída) - á.
(OS HOMENS VOLTAM, ARRASADOS, ROUPAS
AMARFxAfflADiiS E MãOS SUJAB. )
GILBERT - Tudo feito.
PERRY Acabou-se,
CHUCK Ninguém diria.
richard - a não ser que você tivesse consciência,
CHUCK não ser quo alguém soubesse.
tn.cpr.pte4£M_ p.}4
(75)
RICiLxiiD - Ê. \í
W Sí
(V;,I R JENNY. Ná VSRD..ÍDE, TODOSA£)S HOMENS
GR..VIT-... EM TORNO DE SUA5 MULHERES)
CYNTHIA (RONDOSAiENTE) - ..lgun do vocês quer um drink? Meu
bon ?
PERRY - Não, não, obrigado,
LOUISE - E você, meu amor ?
GILBERT - Uni rãpido.
RICHARD " C, JENNYj CONFORT. JÍD0--A) - Você ostã bom ?
J SNNY - Claro. E você ?(UM SORRISOCOR^JOS0)
richard - CVAZIO) - Relativamento»
TOOTHE Muito benj voces fizeram tudo muito bira. Acho que já e
tempo ds èn ir indo.
BERYL - Acho quo nos todos.
GILBERT - É. A quo horas Don o Betty iam chegar ?
LGUI 33 Oh, meu Dous. Oito horas. Você tem razão, nos...
CHUCK ■ Seu marido ostã faminto.
BERYL • Ok, eu vou te alimentar*
■
11
TOOTHE (A PSRRY) - Eu lhe ligo amanhã e vamos ver a casa ?
PERRY ■ ótimo.
RICHARD ■ Vocês todos vão... embora ?
CHUCK ' (0 QRS É QUE Fa-uTíO - 3; acho melhor.
PERRY ■ Não há nada a fazer, há ?
RICH.LRD - (QUISTO, TENSO) - Ha um cadáver a li fora \ Jack.
GILBERT - Está tudo corto , Richard,
PERRY á mesmo, Richard, está tudo bem.
BERYL - Está, sim.
TOOTHE - Vão para casa, criança, está tudo bom.
CHUCK - Pois e, ou não sei mais o quo falta fazer.
LOUISE - E nos temos um jantar con Don e Betty.
CYNTHLí - Don e Betty Grainger ?
LOUISE - á,
PERRY - iánda não engoli a hisáoria de Harry Burns.
GILBERT - Harrv 'Rnnqtfiin, você quer dizer.
(OS CONVIDADOS S í RETIR.lí)
TOOTH , - (L RICHARD E JENNY) - A grama cresceráj a terra será
rica, e breve - quem sabe - tudo no jardim... será como
sempre foi. Vocês vão ver*
TN.CPR.PTE 4^0% p. ^-6
É,;>. (76)
)IS, QUE A
PALCO va-
iado jardim,
jelo) âiE f.;-
F..LARÚ sòmente ao público de agora em
DIANTE ? MESMO ÇUEANDO ÚLES VOLAORS. E
3LES NãO 0 PERCEBEM, Ê CLARO)
j;.ck - Não, não tenham ilusões* Ea ostou morto. Bom morto, á
estranho como a norte deixa a gonto sóbrio. B em, c-u
nunca pensei que fosse acontecer assim, deste jeito. Eu
imaginei que ia morrer» suavemento no balcão do bar do
clube, eu nun desastre com um caminhão numa curva. 0 que
e prova que a morte... Bom Dus, quem dirial Mrs, Toothe,
e Beryl, e Louiso e Cynthia. E ^enny, Eu não podia ima-
ginar j mas eu sou meio convencido e preocupado comigo
mesmo. Era. Prociso me acostumar ao pretérito. Pobre Je-
nny, pobre Richard. São os únicos que preocu am - o re-
morso e tudo mais, Aquela velha senhora sabbe cuidar do
si e os outros... que importa? Mas Jenny e Richard são
diferentes. Eu me preocupo com elos.
(ELES VOLTAM E ANDAM V..GAIOSAMENTE;
te se faziam necessários.
1971
DELEGACIA REGIONAL — GB
PARECES
PT CH SCDP BSB
H
Sr a Chefe -
peito,
0
/nv
iy Qüiii 7cr.; gaícxa
;
; ri 81 S^çao de Censura
(P
lD- p. r.
Cr, ;/
Á-G3
ap/ 'J-0,
rzorcc^o tJO Ral
Í0ataU,
57
/;c
--’.A7Í
-A
TM rPR.PTE'^> p. *4r
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL
CENSURA FEDERAL
Certificado N? TTUl-n
EDKAHD ALBEE
ORIGINAL DE
16
APROVADO PELO S. C. VÁLIDO ,TÊ»de. Bg .de 19
CLASSIF icação IÇOMcÕrtÈs
"TUDO NO JARDTM”
Adaptaçao de_
EMPRÊSA DE TEATHO MARIA DE LA COSTA -RIO DE JANEIRO -GB-
Produção de_
Tendo sido censurada em_ 05 de MAIO d: r 71 ^ecebido
a seguinte ciassificaçao:. PROIBIDO PARA MENORES DE 18 ANOS COM CORTES ASSINaLA*
DPF-SAv. 150