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GRAMMATICA

I M L 1T I M ! E l P t l t i r a i
DA

LINGUA p o r t u g u e z a
4

PláLOS PROFKBSOKKS

Drç. ORTIZ E PARDAL

S.* <mIí«‘h » c o r m - l i i c n i i ^ m o i i l n i l t i

Adoptada pela inspectoria geral da instrucção publica, com


approvaçflo do governo imperial, para romppndio
das escolas primarias.

ItiO t io . I í U 1 0 l l ‘0

VKNDH-SK NA LIVRARIA CLASSICA 00 EDITOU


M C O L Á O A L V IO S

4S — líua dü Gonçalves Dias — 48


187H
Typ.—Cinco de Março—Rua d’Ajuda n. 3

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G M I T I C f l J f ilL Y T O [ EXPLICATIVA
DA

LÍNG UA PO R TUG UEZA

A D V P R T E N C IA

Nesta grammatica os paragraphos numerados e


ern typo maior silo os únicos que se devem decorar.
Todos os mais são explicações e notas que o
alumno deverá ler só quando precisar dellas, para
melhor comprehender as definições e regras desti­
nadas á memória.

1. G rammatica é a a r t e de 1'allar e e sc r e v e r
correctam ente

Divide-se oin quatro partes, que são: Elymoloyia,


Syntaxe, Orllioyraphia e Prosodia.

PRIMEIRA PARTE DA GRAMMATIÜA


E T Y M O L O G IA

2. K t y m o u x j ia ó a pa rte da g r a m m a tic a quo


e n sin a a c o n h e c e r e classifica r as p a la v r a s.
Palavra é a expressão do uma idéa, representada aos ouvidos
por um ou mais sons, e aos olhos, por uma ou mais letras
formando syllabas.

3. A s p a la v r a s , quanto á sua fo r m a ç ã o , div i­


dem -so em p r im it iv a s e derivadas.
-1. Palavras primitivas são aquellas que primeiro
se formarão na língua e das quaes se derivárão
outras, como terra, ju rar.
5. Palavras derivadas são aquellas que se formão
das primitivas, como terreiro, terrestre, lerrilorio,
que se formão da primitiva terra; juro, ju re i, ju ­
rado que se formão da primitiva jurar.

(i. As palavras derivadas formão-se, ajuntando-


se certas letras antes ou depois do radical da pri­
mitiva, como nas palavras enterrar, enterro, enter-
ram ento; perjurar, perjurei, perjurado.

7. R adical , raiz ou radicaes são as le t r a s que


n u n c a mudão tanto na s p rim itivas como nas d e ri­
v adas, por e xem plo as le tr a s terr e jur nas palav ras
terra, enterrar; jurar perjurar.

8. As letras antepostas ao radical chamão-se


preposições ou partículas componentes ou prefixos,
como por exemplo en e per nas palavras enterrar e
perjurar.

9. As letras pospostas ao radical chamão-so


terminações, letras finaes ou su/fixos, como por exem­
plo ar, o, amento, ei, ado nas palavras enterrar,
enterro, enlerrarnento, enterrei, enterrado.

10. Tanto as letras antepostas como as pos­


postas ao radical, chamão-se nfjuos, como por
exemplo eu e ar na palavra enterrar.
11. As palavras, quanto ã sua natureza, divi­
dem-se em dez especies, que tambem se cliamão
partes da oração e que são: o substantivo ou norne,
o artigo, o adj etivo, o pronome, o verbo, o parti-
eipio, o advérbio, a preposição, a conjuncção e a
interjeição.
12. O substantivo, o artigo, o adjectivo, o pro­
nome, o verbo e o participio chamão-se palavras
variáveis, porque mudão de terminação.
13. 0 advérbio, a preposição, a conjuncção e a
interjeição chamão-se palavras invariaveis porque
nunca mudão do terminação.

14. S ubstantiv o ou nome é a p a la v r a que sig n i­


fica um ou mais de um ente.

15. E n t e é tudo que e x is t e na n a tu r e z a ou no


nosso p en sam en to ou em outros term o s, ó tudo que
é pessoa, cou sa ou anim al.

16. Os substantivos dividem-se em communs e


proprios.

17. Substantivo commum è o nome que convém


a cada um e a todos os entes da mesma especie.
Exemplo hom tm -hom em , údade-cidada, cavallo-
cavallos.

18. Substantivo proprio é o nome que não con­


vém a cada um nem a todos os entes da mesma es-
pecie, mas convém a um ou a mais de um. Exemplo
Antonio, llom a, Hucepkalo.

Antonio é noiuo proprio porquo nào convém a cada inn


nem a todos os entes da especie humana, mas e.onvém a um
ente d'esta especie. Antonio < e nome proprio, porque não
convém a cada um nem a todos os entes da especie humana,
mas convém a mais de um ente dVsta especie. Ha muitas
M arias no mundo, mas todas as mulheres nào sào M a r ias.
Tambem no mundo lia vinte e uma Roma.i, das quaes urna é
capital da 1 tal ia e as outras sào cidades dos Kstados-Unidos.
liucephalo é nome proprio, porque convém a um unico ente
da especie cavallar, islo é, ao cavallo domado pelo grande
Alexandre.

10. Os substantivos tambem se dividem om sim ­


ples, compostos, colledioos, aui/menlnlivos, dim inu-
vos, rcaes, abstraclos, e virluaes.
20. S u b s t a n t i v o s im p le s é o que c o n sta de
um a só p alavra, como Antonio, idade.

21. S u b s t a n t i v o composto é o que con sta de


duas ou mais de duas p a la v r a s, separadas ou e n -
corporadas, como Anlonio Vieira, m a io r idade.

Outros exemplos • Rio de Janeiro, São Salvador de Campos,


Bernardo P ereira de Yasconcellos ; beijamâo, cantochão,
contra-mestre, ganlia-perde, girasol, lax>ap'H, malmeqnercs,
m eio-dia, m estre-sala, papel-m oeda, parabém , passavante,
;pontapé, sem-razâo, vai-vern.

22. Sub- t a n t i v o c o l l e c t i v o é o que m esm o no


singular significa muitos e n tes da m esm a especie,
como povo, rebanho, arvoredo ; d a z ia , centena, m i ­
lhar; u m a parle, do povo.

Os collectivos chamào-se geraes quando exprimem todos os


entes compreliendidos n’uma multidão ou coUeeçào, como
povo, exercito, nação, tribu ; boiada, cardume, en x a m e; ca-
fasal, cannavial, laranja.l, pomar Chama i se partitivos,
quando desij/não parte das entes de uma multidão ou collei çào,
como uma porção, um a parte, a metade ilo exercito. Chanião-
se determ inados, quando indicáo um numero certo de muitos
entes ou unidades, como dezena, grosa, m ilhe ir o, m ilhão.
Chamfto-se indeterminados, quando mostráo um numero in­
certo de muitos entes ou unidades, como povo, a m etade do
povo, a maior parte do povo.

23. S u b s t a n t i v o a u g m e n t a t i v o ó o d erivado
que significa ente de tam anho superior ao ordinário
ou n a t u r a l, como: (ronealão, hom enzarrão, narigão,
cavallão.

Outros exemplos : earão, fa r dão, meslraço, mulheraça,,


mulherona, velhaeaz.

24. S u b s t a n t i v o d im in u t iv o ó o derivado que


significa en te do tam anho inferior ao o r d in á rio
n a tu r a l, co m o : Gonça linho, lw in e m zin h o ,n a r iz in h o ,
cavallinho.

Outros exemplos: casinha, hom unndo , ilheta, ilhota, mo-


ceie, m ulhcrzinha, p a rtícu la , rapazito, rapazote, v illita ,
vi/loca.
25. S u b s t a n t i v o r e a l é o que significa e n t e que
e x is t e de per si in d ep en d en te de outro ou percep­
tív e l aos nossos sentidos, como homem, terra,cavallo,

20. S u b s t a n t i v o a b s t r a c t o é o que significa


ou um e n t e que não póde e x is t ir in d e p e n d e n te de
outro, como bondade, a lvu ra ; ou um e n te formado
pelo nosso p ensa m ento , com o lobiahomem, duende,
am or, honra, e tc .

Outros exemplos : alegria, comprimento,numero,qualidade,


quantidade, paciência, so frim e n to , tristeza, vaidade, vicio ,
virtu d e; hydra, m inotauro, phan/asm a.

27. S u b s t a n t i v o v i r t u a l é qualquer palavra


que não é substantivo, mas faz as vezes de substan­
tivo. Exemplo: o util, o ai/radavel, o s im , o não;
mais vale um toma do que dous te darei.

Sía» {‘■«‘•tacro «8n»w n«»imkN

28. G enero é a propriedade que os nomes têm


do indicar o sexo das pessoas e dos animaes.

29. Os generos são dous: o genero masculino e o


tjenero fem inino.

30. G enero masculino ó a propriedade que os


nomes têm de indicar o homem e o macho dos ani­
maes. Exemplo: rei, leão.

31. G en ero fem inino é a propriedade que os


nomes têm do indicar a mulher e a femea dos ani­
maes. Exemplo: rainha, leoa.

32. Os nomes de cousas que não têm sexo, não


deverião te r gen ero ; mas ouso deu-lhes a rb itra ria ­
mente ou o genero masculino ou o genero feminino.

33. Conhece-se que um nome ê do genero mascu­


lino, quando so lhe pôde antepor o artigo O ou O S ;
— r. —
e q tie é d o g e n e r o f e m i n i n o , q u a n d o se l h e p ó d e a n ­
t e p o r o a r t i g o a o u as. E x e m p l o : o 'tia , os rnczes, a
h o ra , as se m a n a s.
34. T am b em q u a lq u e r ad jec tiv o q u e se e s c r e v a
de q u a t r o m a n e ir a s diffe ren te s, d á a c o n h e c e r o
g e n e r o d o s n o m e s , E x e m p l o : u m bom, c l i m a , u m a boa
a l m a ; u n s bons c ip ó s , u m a s boas e n x ó s .

3 5 . N o m e c o m m um d e d o u s é o q u e s e m m u d a r
d e t e r m i n a ç ã o , o r a é do g e n e r o m a s c u l i n o , o r a ó d o
g e n e r o fem in in o . E x e m p lo : o m a r ty r , a m a r ty r .

3 6 . N o m e e p i c e n o ou p r o m i s c u o é o q u e a p e z a r
d e s e r só d e u m g e n e r o , i n d i c a a o m e s m o t e m p o o
m a c h o e f e i n e a d o s a n i m a e s . E x e m p l o : o jacaré, m a ­
c h o , o ja c a r é f e m e a ; a onça m a c h a , a o n ça f e m e a .
T a m b e m pod e m o s e x p r im ir a distineção dos sexos p o r m eio
dos s u b s ta n t iv o s m acho e fe m e a seguidos da preposição d f di­
z endo p o r e x e m p lo o m a c h o d a o n ç a , o m acho d a cobra ; a
fem ea, d o ja c a r é , a fe rn e a do c r o c o d ilo .
Além dos d o u s meios indicados nos n s. 34 o :S5, t a m b e m as
seguintes regras d ào a c o n h ec er o g e n e r o de m uito s n o m e s :

i I» n laosiM"*.

3 7 . S ã o do genero m a sc u lin o o s n o m e s c o m m u n s
do h o m e n s e a n i m a e s m a c h o s . E x e m p l o : p a i, filh o ,
m estre ; t/alo, c a r n e ir o , leão.
3 8 . S ã o t a m b e m do ye n ero m a s c u lin o o s n o m e s
p r o p r i o s d o D eos d o s C h r i s t ã o s , d o s d e o s e s f a l s o s ,
dos h o m en s, dos a n im a e s m a ch o s, dos v e n to s , m o n ­
t e s , m a r e s , r i o s e m e z e s . E x e m p l o : J e su s, J ú p i te r ,
P ed ro, Ituc.ephalo, N orte, S i n a i , M editerrâ n eo , A m a ­
z o n a s , J a n e ir o .
3 9 . S ã o d o yenero fe m i n in o o s n o m e s c o m m u n s
de mulheres e femeas dos animaes. Exemplo: mãi,
filha, mestra; gata, ovelha, leoa.

40. São tambem do genero feminino os nomes


próprios de deosas falsas, de mulheres, de femeas
dos animaes, das cinco partes do mundo, de scien-
cias, artes e cidades acabados em a sem accento
agudo. Exemplo : Minerva, Maria, lssa, America,
Geotjraphia, Pintura, Roma.

11. Dos nomes de artes exceptua-se Desenho que


è masculino.

42. Ha nomes communs que em uma significa­


ção têm um genero e em outra têm outro genero.
Exemplo : cabeça é feminino quando significa parte
do corpo, e é comrnum de dou s., quando significa
chefe ; espia é feminino quando significa corda, e é
commum de dous quando significa explorador,
viyia.

(rrstíBiasEí^ão «awsuíew

!•!. São do genero masculino os nomes acabados


nas seguintes l e t r a s :
1 ." em á com aecento agudo, como cajà, cará, sofá. lixce-
ptuào-se pá o lilhá, que sào femininos.
2 ." cm ão nos augnicnliilivns, como carão, casarão, fa r dão,
narigâo.
;5.° em é coin accento agudo, corno café, capillc, rapé.
Kxccptuáo-se cham iné, fé, galé, g a lilé , libré, maré, p o lé,
rale, ré, .té, que são feminino.?.
4 u cm ele, corno canivete, foguete, tapeie.
5." err) i, como alcali, combói, frenesi. Kxcepluào se yrei,
lei, que são femininos.
().° em o, como braço, chapéo, cipó. Kxceptuôo-se enxò,
/ilhó, mó, mio, que sào femininos.
".° em e como bahv, bambu, birimbau. ftxceplua-so tribn,
que é feminino.
8 ° c m l, c o m o p o r t a l , a n n e l , b a r r il, le n ç o l, p a u l . Kxcc-
ptuão -se ca l, d e c r e ta i, m o r a l , p a s to r a l, q u e são f e m in in o s.
0.° em m , como v in l e m , j a r d i m , d o m , j e j u m . K x c e p t u ã o - s e
7/uvem , o r d e m , c o n tr a -o r d e m , d e s o r d e m e todos o s a c a b a d o s
e m g e m q u e sã o fe m in in o s
10.° e m com o o f á n , im n n , r e g im e n , c â n o n .
I I .0 cm r , com o lu a r , ta lh e r , e l i x i r , a m o r , c a tú r . I xce-
p l u ã o - s e c o lh e r , c ó r , c&fr*, flo r, q u e são fe m i n i n o s .
12 ° e»n .v, n o s i n g u l a r, c o m o a tla s , p i r e s , l a p i s , c h a o s ,
,/m.v. Kxceptnào-se b ilis , c u lis e m u it o s n o m e s tec h n ico s q u e
sã o fe m in in o s.
13.° cm -x, c o m o a n a n a z , r e v e z , n a r i z , r e t r o s , c h a p u z .
lix c e p tu ã o -se a g u a -r a z , p a z , te n a z , f è z , c e r v iz , c i c a t r i z ,
m a tr iz , r a i z , s o b r e p e lliz , f o z , n o j , p i o z , v o z , c r u z , l u z e os
acabados em com o so m d e fe cha d o, c o m o a v i d e z , r a p i ­
d e z , v iu v e z , etc., q u e são fe m in in o s.
Os se gu inte s, ap**zar de a c a b a r e m e m com o som de
fechado, são m a s c u l i n o s : a r n è z , c a lc ^ z , e n tr e n iâ z , cn d fiz,
envêz, j a e z , m c z , p a v è z , v iè z , x a d r ê z .
14. Sfio do (/entro fem in in o o s n o m e s a c a b a d o s
nas letr a s seg u in tes :
1.° em a se m a c c e n to a g udo co m o c a d e ir a , c a m a , m e sa .
Kxceptuào-se m u it o s n o m es t> clínicos <• os se guin te s <|n <; sa o
m asculin os : a n á th e m a , a r o m a . a x io m a , c h a , c l i m a , c o m e ta ,
c o sm o r a m a , </ía, d ia d e m a , d ile m m a , d io r a m a , d ip lo m a ,
d o g m a , d r a m a , e m b le m a , e n ig m a , e p ig r a m m a , e s t ig m a ,
tra ta r/em a , i d io m a , jo ta , m a p p a , u ie lo d r a m a , m ia s m a , n a d a .
n o 11n a d a , p a n o r a m a , p a r a d i g t u a , p l a n e t a , p o e m a , p r i s m a ,
p r o b le m a , v r o g r a ta m a , s o p h is m a , s y m p to m a . s y s t e m a , te le -
g r a m m a , 1/iem'a, th eo retn a .
2 .° e m ã , c o m o A2, m a ç ã , ro m ã .
3.° em c o m o c id a d e , v a id a d e , v o n ta d e
4.° e m ice, c o m o fa c e r ic e , m e n in ic e , to lte e K x c eptu à o-se
os se gu inte s q u e s ã o m a s c u l i n o s : a p ic e , c ó d ic e , m ú r ic e , ó b ic e ,
v é r tic e , v ó rtic e
õ.o e m ie , co m o e sp e c ie , sc7ie, s u p e r fíc ie .
Ha m u it o s nu m es c ujo fjenero se na » p óde c o n h e c e r pela
te r m i n a ç ã o , m as s i m pe lo d i c c i o n a r i o ou p e la t e r m i n a ç ã o do
a rtig o, <lo a d je c tiv o , do p a rticipio , ou do p r o n o m e v a r ia v e l,
q u e aos dito* no m es ~e r e fe r i r e m , c o m o já se disse no s ns. 34
e 3 5 . l.sses n o m es sao 1 » os te rm i n a d o s em «o , q u e n a o são
a u gruentati vos, e dos qun es m uitos sa o m a s c u l i n o s e m u i t o s
f e m in in o s; 2 .° o** a c a b a d o s e m í? n ã o pr«*cedido d a s l e t r a s ^ /, 0^ ,
*Vr, í, dos q u a es t a m h • m m u it o s -ã o m asculin os e m u it o s f* ini-
n i n o s : 3.® os a c a b a d o s c m * do p l u r a l : 1.° os c o m m u n s d»;
d >us; 5.° os epi« enos.
— 9 -

n u m e r o n o s iionirix

15. N umero è a propriedade que os nom es têm


de indica r a unidade ou a p luralidade, isto é, um ou
mais de um ente.

46. Os núm eros, na g r a m m a tic a , sao d o u s : o


numero singular e o num ero plu ra l.

47. N u m ero s i n g u l a r ó a propriedade que os


nomes têm de indicar um só ente. Ex. homem,
cidade, cavallo.

48. N um ero p l u r a l é a propriedade que os


nom es têm de indicar mais de um en te. E x . ho­
mens, cidudes, cavallos.

giara a lo r n ia c fio <l» |»lural


«lois n o iu rs

49. O plu ra l dos nom es a cabados em vog al ou n.


í o r m a - s e , a c c r e s c e n ta n d o - s e um s ao sin g u la r .
Ex. p a i —p a i s , regimen —regirnens.
l;.x<wplii$o-se cdn-OH, ademán, que fazem cânones, adcmdncs.

50. O plural dos nomes acabados ora r ou z


forma-se, accrescontarido-se es ao singular. Ex.
a lta r— altares, r a p a z — rapazes.

51. O plural dos nomes acabados em al, ol, ul,


forma-se, mudando-se l em es. Ex. sal —vaes, sol —
soes, p a u l— paues.

Exceptnão-se m al (> real, que fazem m ales o réis ; consul,


proconsul, e vice-consul, que fazein cônsules, proconsules e
vice cônsules.
— 10 —

5 2 . O p l u r a l d o s n o m e s a c a b a d o s e m el, f o r m a - s e ,
m u d a n d o - s e l ern is. E x . a u n e l— a n u a is.

5 3 . O p l u r a l d o s n o m e s a c a b a d o s e m il l o n g o ,
f o r m a - s e , m u d a n d o - s e l e m s ; e d o s a c a b a d o s ern i l
b r e v e , m u d a n d o - s e il e m eis. E x . b a r r il— b a r r is ,
fó s s il— fósseis.

5 4 . O p lu r a l dos nom es ac a b a d o s em m f o r -
m a - s e , m u d a n d o - s e m e m ns. E x . v in tc r n — v in té n s .

5 5 . O p lu r a l dos n o m e s a c a b a b o s em s f o r m a - s e
c o m a s m e s m a s l e t r a s d o s i n g u l a r . E x . o p ir e s — os
j>ires.
K x c e p tu â o -se d e o s , s im p le s e c a /is o u c a li x q u e fazem
dcoses, sim p lic e s, c á lic es ou r a li s .
Dos n o m p s a ca bados cm s u n s tflm s i n g u l a r e p l u r a l , c o m o
p o r ex. O a l f e r e s — os a / fe r e s , o a r m e s — os a r m e s , o ra e s— os
caes. o la p is — os l a p is , o o u r i v e s — o s o u r iv e s ; o u t r o s só
tem p l u r a l , corno piu* ex. a s a lv iç a r a s , os a n n a e s , a s a r r a s o u
a r r h a s , os a r r e d o r e s , a s a n d a s , a s cócegas, o s e m b o r a s , as
r n d o e n r a s , as e n tr a n h a s , a s e x é q u ia s , as la tn p a s , os l è m u r e s ,
;is m a tin a s , os m a n e s , as p à r e tis , a* p r e c e s , as t r i r a s , ns v e r a s .
os vív eres.

50. O p l u r a l dos nom os a c a b a d o s em form a-se


m u d an d o -se e m õe.s-. l í x . / m i o — piões.
\

líx c e p tu ã o -se : om 1.° l o g a r os se g u in te s quo in udào ã o o m ã o s


a c ó rd ã o — acórdãos', chão— chãos, c h ristã o — c h r is tã o s , c o rte ­
s ã o — c o rie z ã o s, fr a n y ã o —f r a n y ã o s , irm ã o — ir m ã o s , m ã o —
m ã o s, o rg ã o — o ryã o s, o rp h ã o — o rp h ã o s ; e m 2 .° l o g a r os s e ­
gu in te s q u e m ud.to em ães: A lle m ã o — A lic vn ã c s, cã o -—c ã es,
ca p cllã o — c a p e lh ie s , c a p itã o — c a p itã e s T C a ta lã o — C a ta lã e s ,
e sc riv ã o — e sc riv ã e s, m a s sa p ã o — m a s sa /iã e st p d o —p ã e s f la h el-
l.ião— ta b e llià e s ; em 3.° lo gar os si-puintes q u e tOm cJous
plu ra e s, um sempn* em c onfo rm e n r e g r e , «• o u fro e m ã o s
«>u em àes ; a ld e ã o — a ld eõ e s— a ld e ã e s , a n c iã o —a n c iõ e s—
a n c iã e s, d e ã o — d e õ e s — d e ã e s , fo liã o — fo liõ e s — fo l i ã c s ,
</m« r</ ião— <ju a r d i õ e s, — y u a r d i ã e s, p e ã o —p e õ e s —p e ã e s, t r uão
— ir u õ e s — tru ã e s, o illã o — v illõ e s — v i/lã o s , za n g ã o — za n g õ e s
— za n g ã o s (*).

(*i H a v e n d o d u v id a s o b r e o p l u r a l d e u m noune e m í/ o s i^ ja - s o a r o j j r a
tro ra l d o n . 56, te u d o e m v i s t a n s rx e p y rte n d o m e n in o n u m e ro .
— I l ­

iba* vnriacõeN do« nonir*

57. Os substantivos não acabados em s no sin­


gular só varião ou mudão de terminação, quando
passão do singular para o plural. Dos acabados em
s no singular só deos, calis e sirnpl.cs são variaveis,
todos os mais são invariaveis.
Muitos nomes proprios e communs mudando do genero e de
significação, mudão tambem de Irlras. líx. A ntônio—Anlonia,
Joaqxtim—Joaquina', barão—baroneza, professor—p ro fe s­
sora, f/alo—gala, gallo—gallinha.

a rtig o

58. Artigo é a palavra que precede os nomes


para annunciar que elles são empregados em um
sentido determinado. Tambem annuncia o genero e
o numero dos substantivos.
Ex. o guarda, a guarda; o alferes, os alferes.
O genero do nome dá-se a conhecer não só pelo artigo, mas
tambem pelo adjectivo, participio e pronnme que se referirem
ao nome. Iix. O guarda urbano foi preso, mas elle não sabe
porque.
O numero do nome tambem se dã a conhecer não só pelo
artigo, mas lambem pelo adjectivo, participio, pronome e
verbo, que se referirem ao nome. Kx. O valoroso alferes foi
preso pelo capitão, mas elle não sabe porqa Os valorosos
alferes foram presos pulo capitão, mas elles não sabem
porque.
O sentido do nome nunca é determinado pelo artigo, mas
sim pelas palavras que seguem ao nome e que muitas vezes
estão occultas. Nos exemplo', do n. 58 as palavras que deter-
minão ou dào a conhecer o sentido dos nomes guarda e alferes
estão occultas e podem ser subentendidas conforme o que se
tiver intenção de dizer. Supponhamos que o que se quer dizer
é : o guarda da alfândega, a guarda do thesouro, o alferes do
exercito, o os alferes da guarda nacional ou os alferes que
morrerão no Paraguay.
— 12 —

59. 0 artigo varia quatro vezes, isto é, escre­


ve-se de quatro maneiras differentes, que são : o,
a, os, as.
GO. A variaçíio o do artigo chama-se artigo
masculino do sipgular e só se põe antes de nome
masculino do singular, como o p a i; a variação a
chama-se artigo feminino do singular e só se põe
antes de nome feminino do singular, como a m ã i; a
variação os chama-se artigo masculino do plural e
só se põe antes de nomn masculino do plural como
ou pais-, a variação as chama-se artigo feminino do
plural e só se põe antes de nome feminino do plural,
como (is mais.
61. O artigo tem não só a propriedade de sub­
stantivar qualquer palavra que de sua natureza
não é substantivo, como tambem a de transform ar
o comparativo em superlativo relativo. Ex. o ut.il,
o sim , o porquê, o mais modesto, o menos modesto.
62. A palavra el è artigo masculino do singular,
só usado antes da palavra rei.
63. As quatro variações do artigo formão com
as preposições a, de, em, per ou por os artigos com­
postos ou contracções seguintes;
ao é a preposição a e o artigo 0.
i
a e a » a e o a.
aos é a » a 0 0 » os.
às é a » a e o » as.
do é a » de e o > 0.
da ó a » de e o » a.
dos ó a » de e o » os.
das é a » de e o » as.
no é a » em e o » 0.
na é a » em e o > a.
nos è a » em e o » os.
nas é a » em e o > as.
pelo é a » per ou por e o p 0.
pela Aa » per ou por e o » a.
pelos ó a » per ou por e o » os.
pelas ê a » per ou por e o as,
Artigo composto é o artigo siraples encorporado cora a pre­
posição, mas conservando ambas as palavras o mesmo numero
de letras que tinhào anles de se unirem, como ao, pelo. A rtigo
contra/lido ou contracção c tambem o artigo simples encorpo­
rado com a preposição, mas não conservando o mesmo numero
de letras que ambas as componentes tinhào antes de se uni­
rem, como a a que se eontrahem na palavra á ; cm o que se
conlrahem na palavra no. A contracção póde ser 011 de uma
palavra só, como direi, trarei, são, mór, que sào contracções
de dizerei, Irazerei, santo, m a io r; ou de duas palavras como
ás, neste , você, que sào contracções de a as, em este, vossa
mercê.
A çontracão « só se póde pôr antes de nome ou pronome
feminino do singular que não seja sujeito nem attributo e
nunca antes de nome ou pronome masculino nem do singular
nem do plural. A contracção ás só se põe antes de nome 011
pronome feminino do plural, quo nào seja sujeito nem attri­
buto, mas nunca antes de nome ou pronome masculino do
plural.
Todos os artigos compostos e contracções se decompõem
antes dos adjectivos todo—toda.—todos—todas e ambos—am ­
bas. Por exemplo nào podemos d iz er: aos todos liomens nem
ás ambas m ulheres, mas sim : a todos os homens, a ambas as
mulheres.
A palavra uos é contracção de em os, só quando está antos
de nome, adjectivo, participio ou pronome masculino do plural,
como por ex. nos céos, nos justos, nos quaes, nos escolhidos
por Deos ou de Deos. Estando porém antes ou depois do
verbo, é pronome pessoal, como por ex. etn Perdoai-aos as
nossas dividas, nào nos deixeis cahir em tentação.
Nos livros antigos encontrào-se os artigos compostos pôlo—
pôla, pôlos—pfilas que hoje ninguém usa.
A palavra a é artigo quando está antes de nome feminino
do singular, que não é complemento terminativo e que é su­
jeito, attributo 011 apposto; quando está antes do relativo qual;
e quando está antes do comparativo de inferioridade ou supe­
rioridade para formar superlativo relativo K’ preposição
quando esta antes de verbo no infinito, ou antes de nome ou
pronome de qualquer genero e numero para formar um com­
plemento terminativo, e. ás vezes um complemento directo,
como nos exemplos seguintes: Começo a estudar; Derào-se
livros a Pedro, a Maria, «primos, a primas, a todos cmfim,
mas não se deu nenhum a mim e a vós a quem se devia d ar;
Caim nâo temia a Deus, nem amava ao irmão, porisso matou
a Abel.
K' substantivo quando é nome da primeira letra do alpha-
beto, ou nome de outra qualquer cousa convencionalmente. K’
além de tudo isso, tambem pronome pessoal e pronome de­
monstrativo. como se poderá ver nos ns. 117 e 121.
*»o itrijecliv o

64. A djectivo é a p a la v r a que se a ju n ta ou se


r e f e r e ao n om e, para sig nifica r um a q u a lid a d e ou
c ir c u m s t a n c ia .

O a d je c tiv o segue s e m p r e o g e n e r o e o n u m e r o do n o m e a
<jue se a ju n t a ou se referi*, isto é. deve s e r do s. se o s u b s t . ('.
d o sin g . ; do p l u r a l se o su bst. é d o p lu r a l ; m a s c u l i n o se o
s u b s t. t> m a s c u l i n o ; e f e m i n i n o se o s u b s t. £ f e m in in o .

6 5 . A d j e c t i v o s im p le s é o q u e c o n s t a d e u m a só
p a l a v r a , a s s i m c o m o ; to d o , p o d e r o so , q u a l, a q u elle.

6 6 . A d j e c t i v o com posto è o q u e c o n s t a d e d u a s o u
m ais de d u a s p a l a v r a s e n c o r p o r a d a s o u s e p a r a d a s ,
c o m o lodo poderoso, q u a l q u e r , lodo a q t t e / l e , m u i t o
p o d eroso, o m a is p o d e ro so .

6 7 . T a n t o os a d j e c t i v o s s i m p l e s c o m o o s c o m ­
p o s t o s d i v i d e m - s e e m ip ia li/ic u lic o tt e d e te rrn in a ­
tiv o s .

■»» uilj c c t iv o (|II'.llílÍ)'l?(ÍVO

6 8 . A d j e c t i v o q u \ l i f i c a t i v o é o q u e se a j u n ta
ao n o m e dos e n te s p a r a sig n ific a r a q u a l id a d e q u e
l h e s p e r t e n c e . E x . h o m e m b o m , t/ra n d e c i d a d e , IteUo
cav allo .

6 9 . Os a d j e c t i v o s q u a l i f i c a t i v o s d i v i d e m - s e e m
p o sitiv o s, c o m p a r a tiv o s e s u p e r la tiv o s .

7 0 . O p o sitiv o s ig n i f i c a q u a l i d a d e s i m p l e s m e n t e ,
isto é, sem c o m p a ra ç ã o nem e x a g e r a ç a o . E x . P e d r o
è m odesto.
71. 0 com parativo significa qualidade que torna
um ente superior, inferior ou igual a outro ; e por
isso ha tres comparativos : o de superioridade, o de
inferioridade e o de igualdade.

72. Comparativo de superioridade é o que torna


um ente superior a outro. Forma-se com o positivo
precedido do advérbio m a is. Ex. Pedro ê mais mo­
desto que ou do que Paulo.

73. Comparativo de inferioridade è o que torna


um ente inferior a outro. Forma-se com o positivo
precedido do advérbio menos. Ex. Pedro é menos
modesto que ou do que Paulo.

74. Comparativo de igualdade é o que torna um


ente igual a outro. Forma-se com o positivo pre­
cedido do advérbio tão. Ex. Pedro é tão modesto
como Paulo.

75. Os comparativos são adjectivos qualificativos


compostos com o positivo e com um dos advérbios
•mais, menos, tão.

7(i. Os unicos comparativos simples são os qua­


tro seguintes:

m a io r que é o mesmo que m ais grande


melhor » é o » » m a is bom
menor » é o » » mais pequeno, menos grande
peior » ôo » » m a is indo, m a is ru im .

M e lh o re peior são adjectivos comparativos, quando signi-


llrào n mesmo que mais bom ou m ais mão ou m ais ruim ; esào
advérbios comparativos quando signiiicão o mesmo que m ais
bem e mais m ui, locuções advcilúaes que de preferencia se
ajuntào aos participios, como por exemplo em : livros m ais
bem ou m ais m al enradernados.

77. Mais e menos tambem são às vezes adjectivos


comparativos simples. Exemplo : Tu não és m ais
nem menos homem do que eu.
— 16 —

M a is e m enos sã o a d je c t iv o s q u a lific a tiv o s c o m p a r a t i v o s


s i m p l e s , n ã o s ó q u a n d o e s t ã o c o m s u b s t a n t i v o s c la r o s c o m o no
e x e m p l o do n . 7 7 , m a s t a m b e m q u a n d o e s t ã o s e m s u b s t a n t i v o s
o u s e g u id o s da c o n j u m çã o r/ue o u do que. E x . Tu n ã o <5s m a is
n e m m en o s do q u e eu , isto ó, T u n ã o é s m a io r o u m a is im p o r ­
ta n te o u m en o s p e r fe ito n e m m e n o r o u m enos im p o rta n te o u
m enos p e r fe ito etc . O h o m e m q u e r m a is (isto é m ais cousas,
m a is rjosos) do q u e p ó d e ter. D e s u n i d o s s o m o s m e n o s (isto é,
m en o res o u m enos fo rte s). S ão a d vé rb io s q u a n d o e s tã o j u n t o s a
v e r b o a d je c tiv o , a a d je c t iv o , a p articipo o u a o u tr o a d v é r b io .
E s . E s tim o m a is ou m enos ; m ais bunil.o, m e n o s b o n i t o ; m ais
o u m en o s a m a d o : m u ito m a is o u m u ito m en o s, m a is ou m en o s
r e g u l a r m e n t e . S ã o p rep o siçõ e s v ir tu a e s , q u a n d o p o d e m s e r
s u b s t it u íd o s p e la s p r e p o s iç õ e s com , se m , exccpto. Ex. d o u s
m a is d ou s, isto é , d o u s com d o u s ; q uatro m enos d o u s, isto é
q uatro sem d o u s ; todos v ie r ã o , m en o s J o ã o , isto é , excepto
J o ã o . S ã o su b sta n tiv o s ou p r o n o m e s in d e fin ilo s , q u a n d o es tã o
p r e c e d id o s de a rtig o o u s e g u id o s d a p r e p o s iç ã o d e. E x . Q u e m
sa b e o m a is n e m s e m p r e sab e o m en o s. U n s d ize m q u e F u l a n o
t e m m a is d e c in c o m ilh õ e s , o u t r o s , q u e te m m enos de d ou s.
Ma,is ou d em ais p r e c e d id o de a rtigo é a d je ctiv o o u p r o n o m e
in d e iin it o s y n o n y m o d o s in d e fin it o s os o u tro s, os resta n tes.
Ex. D íjs v i n t e h o m e n s só v i e r ã o a lg u n s ; os m a is, os d em ais
n à o q u iz e r ã o vir. M a is l a m b e m é c o n j u n c e à o virtual s y n o n y m a
de e. l£x. D o u s m a is d o u s , isto é, 1'ous e dous.

78. O s u p e r l a t i v o s ig n if i c a q u a l i d a d e q u o t o r n a
um e n te m u ito e le v a d o , ou s u p e r io r ou in f e r i o r a
to d o s os e n t e s d a s u a e s p e c i e : p o r isso h a t r e s s u ­
p e r l a t i v o s : o a b s o lu to , o r e la tiv o d e s u p e r io r id a d e
e o r e la tiv o de in fe r io r id a d e .

7\). S u p e r l a t i v o a r s o l u t o é o q u e t o r n a u m
e n te m u ito e le v a d o . F o r m a - s e ou a n te p o n d o - s e ao
p o s iti v o o a d v é r b i o m u i t o o u m u d a n d o - s e - l h e a
t e r m i n a ç ã o e m issim o .

E x . P e d r o é m u ito m o d e sto ou m o d e s tís s im o .

80. S u p e r la tiv o r e la t iv o de su p e r io r id a d e ó
o q u e t o r n a u m e n t e s u p e r i o r a t o d o s os d a s u a
e s p e c ie . F o r m a - s e a n t e p o n d o - s e o a r t i g o a o c o m ­
p a ra tiv o de su p e rio rid a d e.

Ex. P edro 6 o m a is rnodesto d e to d o s o s h o m o n s .


_ 17 _

81. S uper la tiv o rel ativ o de in ferio ridade é


o que torna um ente inferior a todos os da sua es-
pecie. Forma-se antepondo-se o artigo ao compa­
rativo de inferioridade.
Ex. Pedro é o menos modesto dos homens.

82. Os unicos superlativos quê são adjectivos


simples são os terminados em issirno, e os irregu­
lares em imo. Todos os mais sâo adjectivos com­
postos.

IB<‘ »ruw [iam n lonutiçilo «Es»* sii|>crlali-


ona Esslmt».

83. Os superlativos acabados em issirno formão-se


1." Do positivo em o ou e, mudando o e e em issirno
E x . modeslo-modeslissimo, gr and e -g ra n d issim o .
2.° Do positivo em co ou go, mudando co e go em
quissimo, g u is sim o .
E x . rico-riq uissimo, largo- lar guissimo.
3." Do positivo em vel, mudando vel em bilissimo
Ex. am avel-am abilissim o.
4.° Do positivo em rn ou do, mudando m e õ em
nissimo.
E x . cornrnum-comrn unissirno, são -sa n issim o ,

5.° Do positivo em s ou s, mudando z ou s em


cissimo.
Ex. feliz-felicíssim o, sirnjiles-sirnplecissinw.
0.° Do positivo em l ou r, accrescentando issirno.
E x . cruel-cruelissirno, vulgar-valgarissirno,
Os seguintes superlativos absolutos são irregu­
lares :
3.
— 18

A c e rrim o , q u e é o m esm o q u e m u ito a c r e .


A m ic issim o , q u e é o m esm o q u e m u ito a m ig o .
A n tiq u iss im o , q u e é m esm o q u e m u ito a n tig o .
A s p e rrim o , q u e é o m esm o q u e m u ito a s p e ro .
C e le b e rrim o , q u e è o m esm o q u e m u ito c e le b re .
C h ris tia n is s im o , q u e é o m esm o q u e m u ito c h r is tã o .
C ru d e lissim o , q u e é o m esm o q u e m u ito c r u e l.
D i f íi c il lim o , q u e é o m e s m o q u e m u i t o d iffic il.
D u lc issim o , q u e é o m esm o q u e m u ito d o ce.
F a c illim o , q u e é o m esm o q u e m u ito fa c il.
F í d e l i s s i m o , q u e é o m e s m o q u e m u i t o fiel.
F r a g ilim o , q u e é o m esm o q u e m u ito f r a g il.
G e n e ra lissim o , q u e é o m esm o q u e m u ito g e r a l.
H u m illim o , q u e é o m esm o q u e m u ito h u m ild e .
H u m ilissim o , q u e é o m esm o q u e m u ito h u m ild e .
In te g e rr im o , q u e é o m esm o q u e m u ito in te g ro .
L ib e rrim o , quo é o m esm o q u e m u ito liv re .
M a g n ific e n tissim o , q u e é o m esm o q u e m u ito m a ­
g n íf i c o .
M alissim o , q u e é o m e sm o q u e m u ite m á o .
M a x im o , q u e é o m esm o q u e m u ito g r a n d e .
M in im o , q u e é o m e s m o q u e m u i t o p e q u e n o .
M ise rrim o , q u e é o m esm o q u e m u ito m ise ro .
N o b ili s s im o , q u e ó o m e s m o q u e m u i t o n o b r e .
O p tim o , q u e é o m esm o q u e m u ito b o m .
P a rc issim o , q u e ô o m esm o q u e m u ito p a rc o .
P a u p é r r im o , q u e é o m esm o q u e m u ito p o b re.
P éssim o , q u e ô o m esm o q u e m u ito m áo.
P u d ic issim o , q u e é o m esm o q u e m u ito p u d ic o .
S a c ra tis s im o , q u e é o m esm o q u e m u ito s a g ra d o .
S a lu b e rr im o , q u e é o m esm o q u e m u ito s a lu b r e .
S im illim o , q u e è o m esm o q u e m u ito s e m e lh a n te .

84. Os a d je c tiv o s q u a lific a tiv o s ta m b e m podem


s e r a u g r n e n ta tiv o s e d i m i n u t i v o s , c o m o os n o m e s .
E x . de a u g r n e n t a ti v o s : g r a n d a lh ã o , g r a n d a lh o n a ,
so b e rb ã o , s o b e rb o n a , so b erb a ço , so b v rb a ç a .
E x . d e d im in u tiv o s : g r a n d in h o , g r a n d in h a , so -
berbfíte , s o b e r b in h o , s o b e r b in h a , p e q u e n in o , p e q u e n ito ,
p e q u c n o te , p c q u e n in h o , p e q u e r r u c h o , p r q u r m i c h i n h n .
— 19 —

0í«» a d je c tiv o d c tc r m in a tiv o

85. A djectivo determ in ativ o ó o que se ajunta


ao nome dos entes não para significar qualidade,
mas sómente alguma circumstancia que lhes
pertence.
86. Os adjectivos determinativos dividem-se em
nume,rans, possessivos, demonstrativos, relativos e
indefinitos.

87. O adjectivo num eral é o que se ajunta ao


nome dos entes para significar o numero delles ou
o numero e ordem tambem ; e por isso ha duas es-
pecies de numeraes: o numeral cardeal e o ordinal.
88. Numeral cardeal ou cardinal é o que signi­
fica o numero sómente. Ex. u m , dous, tres, qua­
tro, etc.

89. Numeral ordinal é o que significa num ero e


ordem tambem. Ex. p rim e iro , segundo, terceiro,
quarto, etc.
Devem-se analysar como numeraes cardeaes todos os ndje-
ctivosque significam numero ou quantidade determinada, como
por ex. quinluplo, decuplo quando não são substantivos: trino,
tríplice; septuagenurio. octogenário, ambos, ambas. Os nume­
raes cardeaes deixam de ser adjectivos e tornam-se substan­
tivos virtuaes, quando eslão juntos a nomes do singular para
lhes servir do nomes proprios ou quando signiikam urn
numero abstracto, ou quando designam qualquer dos dez alga­
rismos. Ex. pagina dous, capitulo tres, paragrapho quatro,
batalhão vinte e tres, casa numero vin te e dous, anno m il
oitocentos e setenta e dous, da era de Christo. Em um lia uni­
dade, mas não póde haver união ; em dous que são duas u n i­
dades, já pode haver união; de: divididos por cinco dão dous.
Um, dous, ires são nomes dos algarismos 1, 2,

90. A d j e c t i v o p o s s e s s i v o é o que se ajunta ao


nome dos entes para significar que elles são cousa»
possuidas. Ex. o meo chapéo.

91. Os adjectivos determinativos possessivos


são: meo, m in h a , meos, m in h a s; teo, tua, teus, tuas;
20

seo, s u a , .seos, s u a s ; n o sso , nossa, n o sso s, n o ssa s',


v o s so , v o s sa , v o sso s, v o s sa s .

9 2 . O s p o s s e s s iv o s d e r i v ã o - s e d o s p r o n o m e s p e s -
s o a e s eu,, t u , nós, vó s e se, e c o r r e s p o n d e m a o s c o m ­
p l e m e n t o s i n d i r e c t o s de r u im , de, li, de n ó s, de v ó s , de
s i o u d 'e lle , d 'e lla , d 'e lle s, d e lla s.
T a m b e m d e v e m ser c la ssific a d o s c o m o p o s s e s s i v o s to d o s o s
ad je ctiv o s q a e se j u n ta r em ao n o m e p ara sign ificar cousa p o s ­
s u íd a , c o m o p o r e x e m p l o os s e g u in t e s nas p l i r a s e s : p oder
d iv i n o , isto é, p oder de D e u s ; a m o r f i li a l , isto ('. a m o r de
filho; c o n v e n t o fra n cisca n o , isto é, c o n v e n t o d e S. F ra n cisco ;
m a n to im p e r ia l , isto é, m a n t o d e im p era d o r; cólera celeste,
isto é , c o ler a do céo , etc.

93. A d j e c t i v o d e m o n s t r a t i v o é o q u e se a j u n t a
ao n o m e dos e n t e s p a r a s i g n i f i c a r a d i s t a n c i a o u
i d e n t i d a d e d ’e l l e s .

94. Os ad jectiv o s d e te rm in a tiv o s d e m o n s tr a ­


t i v o s s ã o : este, esta, estes, estas; esse, essa, esses, essas;
a q u e lle , a q u e lla , a q u e lle s, a q u e lla s; m e s m o , m e s m a ,
m esm o s, m esm a s.
O dem onstrativo este significa a circumstancia de estar o
ente ou objecto de que se falia, perto da pessoa que está fal-
lando : esse indica que o objecto está perto da pess a com
quem se falia; aq u elle mostra que o objecto está longe tanto
da pessoa que falia com o da pessoa com quem se falia.
Kx. este liv r o quer dizer o livro quo está perto de mim ; esse
liv ro é o <pie está perto de t i ; a quelle livro é o que está longe
de n ó s am bos.
A s variações dos demonstrativos esse, este, a q u elle formão
com as preposições de i> em as contrac;<)(M d este ou d este,
n e s s e ou nesse, etc.
A s variações do d e m o n s t r a t iv o aq u elle forrnáo com a p r e p o ­
siç ã o a as c o n tra c çõ es á q u elle, à q u e lla , e t c ., q ue a lg u n s e s ­
cr eve m e m separado d ’este m odo: a a q u elle, a a q u e lla , etc.
M esm o é a dvérbio quando puder ser substituído por até,
ta m b em , <5 adjectivo quando puder >er substituído por idêntico,
ig u a l.

9 5 . Os d e m o n s t r a t i v o s c o m p o s t o s silo : e s l'o u tra ,


e s s'o u tr o , a q u e lt' o u tr o , o ni s m o , este m e s m o , esse
m e s m o , a q u e lle m e s m o , est’o u tr o m s m o , e s t' o u t r o ,&t c .
96. A djectivo rel ativ o é o que se aju n ta ao
nome para significar a r e la ç ã o que e ste tem com
um a n te c e d e n t e c la r o ou o ccu lto.

97. Os adjectivos determinativos relativos são:


que, o qual— a qual os quaes— as quaes, cujo— cuja
— cujos— cujas.
Os relativos que e o qual são adjectivos súmente quando
estão antes de nomes com os quaes concordào cm genero e
numero. 1.x. Pa que modo so faz Deos conhecer? Nào sei de
que maneira hei de viver com elle. Vi o homem o qual homem
dormia. O relativo cujo é sempre adjectivo e pronome ao
mesmo tempo (Veja o n. 12(3 nas notas).

98. A djectivo in d e f in it o é o que se a ju n ta ao


no m e para significar c ir c u m s ta n c ia v a g a que não é
n en h u m a das significadas p elos ou tros d e te r m in a ­
tiv o s .

99. Os adjectivos determinativos iudefinitos são:


algum—alguma—alguns—algumas, cada, corto—
certa—certos—certas, muito — muita —muitos—
muitas, nenhum — nenhuma —nenliuns—nenhu­
mas, outro—o u tra —outros—outras, pouco—pouca
—poucos—poucas, qual—quaes, qualquer—quaes-
quer, quanto—quanta—quantos—quantas, ta l—
taes, tanto—ta n ta—tantos—tantas, todo—toda—
todos—todas, um—uma—uns—umas.
Certo é adjectivo indefinito só quando é synnnvno de um
ou a lg u m ; e é qualilieativo quando é synonymo de exacto,
fiel, constante, ia fa lliv d . O rlou (isto 6, alguns) amigos nào
sào amigos cerlos (isto ó in fa lliw is).
Todo—Ioda, no singular é indefinito só quando é syno­
nymo de qualquer, e ó qualificativo quando é synonymo de
inteiro, total. I\x. Todo (isto é, qualquer) o homem é mortal,
mas o homem todo (isto é, inteiro, tol.al) nào é mortal, por­
que o corpo só é que morre, a alma, nào.
Um '‘adjectivo numeral quandi significa o mesmo que só,
unieo, que vão chega a dous, e entào nào tem p l u r a l ; c inde-
limto quando significa o mesmo que qalquer, algum , certo,
e entào tem singular e plural.
Km linguagem familiar usamos dos indefinitos m uitíssim o,
pouquíssim o.
100. Os adjectivos d e te r m in a tiv o s tam b em po­
dem ser gentil,icos e pátrios.

101. A djectivo gentilico é o que se a ju n ta ao


nom e dos en tes para significar a na ção donde elle s
provêm ou são n a tu r a e s.

Ex. Menino francez, vinho p ortuguez, cavallo


inglez.

102. A djectivo patrio o o que se ajunta ao


nom e dos e n te s para significar a pa tria ou lo g a r
donde e lle s provêm ou são n a tu ra e s.

Ex. Menino parizien se, vinho portuense, queijo


londrino.

IIt\**ra» gmru a lo n iia ^ d u «3» liriiiiniiia


rio» <M

103. Os adjectivos acabados em o no masculino


formão o feminino mudando o em a. Ex. modesto —
modesta.

101. Exceptuão-se em 1." lo g a r : jn d e o ,m d n ,m e o ,


sandeo, seo, teo que fazem no feminino judia, ind,
■minha, sundia, sua, lua ; em 2.° logar : só, quatro,
cinco e cenlo que não varião no feminino.

10.w>. Os adjectivos acabados em e z, ol, or, u e m ,


formão o feminino,acerescentando-se-lhesaletraa.
Ex. portuguez — portuguesa, hespanhol — hespa-
nhola, encantador— encantadora, cru— crua, u m —•
uma.

10(i. Exceptuão-se em 1.° logar: cortez, a n te r io r,


citerior, exterior, inferior, interior, m a io r, m elh o r,
menor, m or, peior, posterior, superior, u l t e r i c r ; r u im ,
co m m u m ; que não varião no feminino ; e em 2.°
logar: bom que faz boa no feminino.
— 23 —

107. Os adjectivos acabados em ão formão o fe­


minino, mudando ão em ã ou ona. Ex. christão—
<:hvivia, valentão— valenlonn.

108. Os adjectivos acabados em r., <>!, cl, H, ul,


ar, az, iz, oz e s não mudão no feminino.

109. Tambem não mudão no feminino os adje-


ctivos assa, cada, jooen, os cardeaes desde Ires até
cem e mil.

110. Os adjectivos ambos, dous ou dois, e os car­


deaes desde duzentos até novecentos, mudão no femi­
nino para ambas, duas, duzentas, trezentas, etc. até
nouecentas.

«?« i i l i i m l d a s h Ifo c liK K

111. O plural dos adjectivos forma-se da mesma


maneira que o plural dos nomes.

IktN vs»rsu«'oc\H «Io* « i l j e c d i oN

112. Dentro os adjectivos uns varião quatro ve­


zes como modesto — modesta— modestos— modestas ;
outros varião duas vezes, com grande —grandes,
outros são invariaveis, como cada, cento, m il, pres­
tes, simples, e desde tres até cem.

Rí« IVOIIOIIK»

113. P ronome é a p alavr a que se põe ordinaria­


m en te em lo g a r do nome.

Os pronomes pnein-se: l.°em logar do nomeso. Ex. H;t ver­


dades (jm- a no- o riào parecem, isto é, que a nós n,io parecem
— 24 —

v e r d a d e s; 2 .° e m logar de n o m è e a rtig o . Kx. O pa i i h a m o u os


filhos e os r e p re b e n d e o , i s t o é , r e p re b e n d e o os f i l h o s ; 3 o cm lo-
ga r de n o m e e de proposição. líx. I5«t-* chapeo é o m c o , isto é, o
e hapen d»* P e d r o ó P e d ro quo falia): ou e b a p e o d a p e sso a que
está fallando. F u i á casa do, P e d r o pa ra pedir-M<? u m liv ro , isto
é, para p e d i r a P e d r o um livro ; 4 .°e m logar do, nom o anteoodonte
occulto com oração tam b e m o ceu lta líx. !)•• q u e m é o sta o ra ç ã o ?
isto é, S a b e s tu d i z e r - m e o n o m e da p e s s o a de q ue m ó esta o ra ­
ção ? 5 o om log ar do o u t r o pronome*. Kx. lui que so u v e lh o , n ã o
sei tan to c o m o tu que r s m oço. As riqueza^ da Ig reja o d o s que
(isto é, do n ós que) fomos tão ditosos, otc. 6 .° e m lo g a r de
adjectivo e participio, K \ . Kllas sào estu d io s as o a m a d a s polo
pai, m a s elles o n a o sào , isto é, elles n ã o são e stu d io so s n e m
am ados. 7 ° em lo g a r do im p esso al ou pessoal d o iníinito . Kx.
M orrem m u ito s q u e o n ã o m e r e c e m , isto é, quo n ã o m ere ce m
m o r r e r . Se me tra ta s b e n ig n a m e n t e , a tua b o n d a d e o devo, isto
é, á tua b o n d a d o devo o tr a ta r e s - m e b e n ig n a m e n t e . 8.° e m
logar de orações. Kx l i a verdades q u e a nós o n â o p a r e c e m ,
m as nem p o r isso deixão de o se r, isto 6, m a s p o r q u e n ã o nos
p a recem verd a d es, ou p o r nos ndo p a recerem v e r d a d e s,
nào de ix ã o de o se r.

111. O s p r o n o m e s d i v i d e m - s e e m p esso a ts, p o sses­


s iv o s , d e m o n stra tiv o s, re la tiv o s e in d e /in ito s.

115. P r o n o m e pessoal ó o q u e s e p õ e m a i s e s p e ­
c ia lm e n te em lo g a r do n o m e d e pessoa.
11(5. N a g r a m m a t i c a h a t r e s p e s s o a s : a l . a, é a
q u e f a l i a ; a 2 . a, a q u e l l a c o m q u e m s e f a l i a o a 3.*,
a q u e l l a do q u e m s e f a l i a .
117. O p r o n o m e p e s s o a l d a l . a p e s s o a ô : eu , rnv,
m i m , co iu m ifjo , n o s i n g u l a r , nos, n o s, r.omnosnn n o
p l u r a l ; o d a 2 .a ó : t a %te, ti, lo n tiiy o , n o s i n g u l a r ,
vós, vos, com vosco n o p l u r a l ; o d a e : 1 ,° e lle 9 e lla ,
lhe no s i n g u l a r , elles, ella s, lhes n o p l u r a l ; 2 .° se, s i,
cornsKjo n o s i n g u l a r e n o p l u r a l ; 3 .° o, a , o s, as.
M e, te, se, nos, r os síio c o m p l -inentos in d ir e c to s , q u a n d o
podem se r su b s titu íd o s pelas p a la v r a s p a ra m in i, p a r a t i , p a r a
s i , p a ra nós, p a r a ró s ; e são compl< m e n to s d i r - c t o s q u a n d o
n ã o podem -»er s u j x t i! u id os pelas p a la v r a s ciladns. M e , te, n o s ,
v o s, lh e , lhes forma o co ntra cç à o com a s variações do p r o n o m e
o. E v . 15u prom etti a P e d ro dous livros e ltí'o s ou /lio s dei,
m as elle não rn'os ou m os a gradoceo. E l l e , c i l a , e lle s , e lla s
form ão contracçõos com as preposições dv. e e m . líx. d 'e lle ou
d e lle , n*elle ou n e lle .
estão junto a verbo c em logar do nome da pessoa com quem
ou de quem so falia, e quando podem ser substituídos pelos
pronomes pessoaes te ou a ti, vos ou a vós, elle ou a elle, ella
011 a ella, elles ou a elles, cilas ou a cilas. Kx. Kmfim, meo
velho amigo, lenho o gôsto de o ver, isto é, o gòsto de te ou vos
ver. 0 pai que ama seus iilhos, os obriga a estudar, náo os
deixa vadiar, e os castiga, isto é, obriga elles a estudar, não
deixa elles vadiar, e castiga elles ou a elles. 2.° Quando tão
somente a variação o (e nunca as outras) está em logar de attri-
buto, nome, aíljectho, ou participio de qualquer genero e
numero, ou em logar de verbo ou de oração. (Veja o n. 113).

118. Pronome possessivo é o quo se põe em logar


do nome do possuidor e em logar da preposição de.
Ex. Pedro, este chapeo ó o leo.
Neste exemplo teo é adjectivo possessivo, porque concorda
com o nome or,eulto chapeo, para fazer com que elle signifique
a cousa possuída ; e é pronome possessivo, não porque esteia
ein logar do nome chapeo, mas sim porque está em logar «lo
nome do possuidor e em logar da preposição de, como se
póde provar, pondo claro o notne com que deve concordar o
artigo o, e substituindo o pronome teo pelas palavras que este
representa e que são as seguintes: Pedro, este chapeo é o
chapeo de ti ou de Pedro ou da pessoa com quem estou fal-
lando. Demais, se teo fosse pronome por eslar em logar do
nome chapeo, o sentido se tornaria absurdo, pois que seria
igual ao quo dão as palavras : Pedro, este chapeo é o chapeo.

119. Os pronomes possessivos são as mesmas


palavras que ficárão como adjectivos possessivos
no n. 90.

120. Pronome demonstrativo é o que se põe em


logar do nome ou palavras que no discurso estão
mais ou menos distantes do mesmo pronome.
(V. o n. 94).

121. Os pronomes demonstrativos são : o— a— os


— as, isto, i'<so, tu/aillo, e este, esse, aquelle, já indi­
cados como adjectivos no n. 94.
O—a—os— as são variações do pronome demonstrativo,
quando eslão antes do relativo que, ou antes de preposição com
o seo regime, o quando podem, com sentido, ser substituídos
pelos demonstrativos aquelle—aquella—aquelles—aquellas,
Ãv/o, isso, a q u i H o . E x . O quo ou a quo s o u b e r a lição, irá
b rin c a r , isto é, a q u e lle ou a q u e lla q u o etc. O q u o lu q u e r e s é
b r i n c a r , isto é, a q u illo que etc. O rei de P o r t u g a l e o da H e s-
p a n h a , isto »>, a q u elle da H e s p a n h a . Ksles d e m o n s tr a tiv o s estão
s e m p re em l o g a r de u m n o m e occulto e do a r ti g o l a m b e m
occulto. I!x. O e s tu d a n te , o a lu tn n o , o d is c íp u lo , o m e n in o
que s o u b e r :i licão i rá b r i n c a r . O e m p re g o , o officio q u e tu
queres 6 b r i n c a r. O rei de P o rtu g a l e o re i da H e s p a n h a .
Os p r o n o m e s d e m o n s tr a tiv o s e ste, e sse , a q u e lle , is to , is s o ,
a q u illo , além de significarem a distan c ia j á especificada no
n 9 ! , signiíieào l a , ’.í).*m a d istan c ia q u e se refere a n o m e s d<*
e n te s de que já se fallou em a lg um a oraçAo p r e c e d e n t e . Kx.
Voltaire •• i lo u s s au áo d o u s g r a n d e s e sc rip tores : e ste é m ais
correcto do q u e a q u e lle .
Isto <'• p r o n o m e q u e se põe cm logar do adjectivo e n o m e
este o b jec to, ou e sta cousa. estes o b je c to s ou e sta s co u s a s ; isso
põe-se em logar do a djectiv o e n o m e esse objecto ou e ssa c o u s a ,
esses objectos ou e*sas c.ousas ; a q u illo põe-se e m lo g a r do
adjectivo e n o m e a q u e lle objecto ou a q u e lla co u sa , a q u e lle s
objectos ou a q u e lla s cousas. Todos t r e s l a m b e m se póe em
logar de ora çã o ou oraeòcs. (V. o u . 113). Ju n to s a o u t r a s
palavras f o rm ão p r o n o m e s c o m p o s to s . 1.x. isto tu d o , isto
m e sm o , tu d o isto.

122. P ro n o m e re la tiv o é o q u e s e p õ e e m lo g a r
d o n o m e o u p r o n o m e m a is p r o x i m o .

123. O n o m e o u p r o n o m e a q u e o r e l a t i v o s e
r e f e r e , c h a m a - s e o antecedente d o r e l a t i v o , e o
n o m e q u e v e m d e p o i s d o r e l a t i v o c h a m a - s e o con~
se//uente o u subsequente do r e l a t i v o .
124. O s p r o n o m e s r e l a t i v o s s â o : 7 u etmq u e m , q u a l
— q uaes, o q u a l — a q u a l— js— qu<ies— as qn ties, cu jo
— c u /a — r u jo s— ryuja s .

125. N a s i n t e r r o g a ç õ e s o r e l a t i v o p õ e - s e e m
l o g a r de nom e a n t e c e d e n te o c c u lto com o rae flo
tam bem o cc u lta .
E x . I)e q u e m ò e s t a o r a ç ã o £ is to é , Pôden, queres
o u sabes h i d iz e r —m e o n o m e da pessoa d e q u e m à
e sta oração ?
126. O r e l a t i v o q u e m p õ e - s e m u i t a s v e z e s e m
lo g a r de a rtig o , de nom e e de o u tr o re la tiv o . E x .
— 27 —

Quem corre, cansa, isto é, 0 homem, que corre,


cansa.
Que é adjectivo relativo no caso já previsto no 11. 99 ou
quando está occulto o seu substantivo e é seguido de comple­
mento indirecto com a preposição de, como no ex. Que de
(•ousas tenho que dizer-te! isto é, Que quantidade de cousas etc.
E ’ pronome relativo quando não tem depois de si um subse­
quente e tem antes um antecedente claro, e ás vezes occulto
como nas interrogações, líx. Vi o homem que dormia. Que
queres tu? isto é, Podes tu dizer-me o negocio ou o que tu que­
res? E’ advérbio virtual quando está junto a um qualificativo,
valendo tanto como o advérbio quão. como no ex. Que [quão)
gloriosas palmas tecer vejo ! K’ conjuncção quando não está
em nenhum dos casos precedentes, quando não póde ser muda­
do para o relativo o qual— a qual—os quaes— as quaes, e.
quando está depois de verbo ou <>ntre dous verbos, como nos
exemplos : Estimo que gozes saude. Desejo que sejas feliz.
O pronome relativo que torna-se accidentalmente pronome
pessoal da l . a e 2 a pessoa, quando tem por antecedente um
destes pronomes. Ex. Eu que sou pobre vivo contente e tu que
és rico estás sempre descontente. Nós que somos pobres
estamos sempre alegres, e vós que sois ricos andais sempre
tristes.
Que quando é relativo, pode ser sempre substituído pelo
relativo o qual— a qual— os quaes—as quaes. em conformidade
com o genero e numero do antecedente.
Quem é pronome relativo, quando com sentido, póde ser
mudado para o qual— a qual— os quaes—as quaes, o homem,
o ente ou a pessoa que, os homens, os entes ou as pessoas que,
que homem ou que ente ou qne pessoa? que homens, ouque entes
ou que pessoas ? E’ pronome demonstrativo ou indefinito
quando puder ser substituído pelos demonstrativos,este, aquelle,
ou pelos indeünitos, um, outro, como no exemplo: Quem,
como Astianax, é precipitado, quem é feito em pedaços.
Qual é adjectivo relativo no -caso j i indicado no n. 97 : é
pronome relativo, quando não tem depois de si um subsequente
e quando tem antes um antecedente : é adjectivo ou advérbio
comparativo de igualdade, quando tem antes ou depois a pa­
lavra tal, como no ex. Qual Qllio tal pai, isto (>., O fillm é tão
bom ou tão máo como o pai, ou o filho é <1 >mesmo modo qoe o
p a i : é pronom e dem onstrativo ou indefinido quando pode ser
substituído pelos demonstrativos este, aquelle, ou pelos ind' fi­
nitos um, outro, como no ex Qual do >avalio voa, qual com o
cavallo em terra dando, geme ; é interjeição quando est.t se­
guido de ponto do admiração.
Cujo—cuja—cujos— cujas põe-so 1.° em logar das palavras:
do qual o, da qual o, dos quaes o, das quaes o ; do qual a,
da quod a, dos quaes a, das quaes a ; do qual os, da qual os.
d o s qu a es OS, d a s q uaes os ; d o q u a l a s , d a q u a l as, dos q u a e s
a s, d a s quaes a s ; 2 ° e m lo g a r das p a la v r a s : d e q u e , d c q u em ,
do qu a l, d a q u a l, dos q u a e s. d a s quaes. E ste r e la tiv o p ôde s e r
classificado : 1 .° corno a d jectivo relativo po rq u e está s e m p r e
j u n to a u m n o m e com o qu al c oncorda cm g e n e r o e n u m e r o :
2 .° co m o p r o n o m e relativo, p o r q u e está s e m p re e m l o g a r do
seu a n te c e d e n te , c la r o q u a n d o a oração não 6 in te r r o g a t i v a ,
como A cabeça c u jo dono é P e d r o , e occulto q u a n d o a o r a ç ã o é
in te r ro g a tiv a , como C u ja é esta c a ve ira '! islo é, Q u er ou p ó d e
ou sa b e a lg u é m d i z e r - m e o n o m e do ente do q u a l ou de q u e m
esta c a v e ir a é p arte ou r e s t o ou p r o p r i e d a d e ? 3 .° c o m o a d jc c -
lio o p o ssessivo , p o r q u e está se m p re j u n t o a um n o m e , c la ro o u
occulto, p a r a significar a cousa possuíd a ; 4.° c o m o p r o n o m e
possessivo, porque eslá s e m p r e em log ar do n o m e do p o s s u id o r ,
da p re p osiçã o de, e do relativo o q u a l.
Os a d vérb ios o n d e . d o n d e , etc., va le m t a n to co m o o re la tivo
q u e ou o q u a l precedido de preposição. (V eja o n. 261).

127. P ho tio m e in d e /ln ito è o q u e s e p õ e e m l o g a r


de ad jectiv o e n om e de e n te q u e n ão q u e re m o s , nSo
podem os ou n ão sa b e m o s in d ic a r d e u m m odo p a r ­
tic u la r.
128. O s p r o n o m e s i n d e í l n i t o s sã o : a l, e m l o g a r
d e o u tro objaclo, o u tro c r im e , o u tr a cousa ; a ltjo , e m
l o g a r d e a lg u m objecto, a li/u m a co u sa ; a lg u é m e m
l o g a r d e a lg u m h o m e m , a lg u m a p essoa ; n in g e m , e m
l o g a r d e n e n h u m h o m e m , n e n h u m a pessoa ; o u tr e m ,
e m l o g a r d e o u tro h o m e m , o u tr a p esso a ; q u e m q u e r -
qu e e m l o g a r d e q u a lq u e r h o m e m ou pessoa qu e ; se,
e m l o g a r d e q u a lq u e r h o m e m , ente o u pessoa, u m
h o m e m , o h o m e m , a gente.
129. O u t r a s m u i t a s p a , l a v r a s q u e n ã o s ã o p r o n o ­
m e s i n d e f i n ito s c o s t u m a m o s e m p r e g a r c o m o p r o n o ­
m e s in d e f i n i t o s v i r t u a o s .
E x . a m bos, cada q u a l, cada u m , fu la n o , o m a i s , o
m e n o s, o m u ito , n a d a , o p o u c o , o u tro s m u ito s ,
o u tro ta n to , sic ra n o , taes e q u eja n d o s, ta n to , tu d o ,
lu d o o, tu d o isso, tu d o a t/u M o , u n i, u m o u o u tr o , u m e
o u tro , u n s p o u c o s, o q u e q u e r q u e , o p r im e ir o , o
u ltim o , etc.
S e è : \ : p r o n o m e p e sso a l, q u a n d o está em l o g a r d o n o m e
de um ou mais agentes que p ra tic ã o acções s o b r e si m e s m o s
- 29 -

ou sobre outros reciprocamente conio nos ex. Pedro e Paulo


ferirão-se a si mesmos, ou Pedro e Paulo ferirão-se reciproca­
mente, isto é, um ao outro; 2 .° conjm cção, quando está no
principio de uma oração que serve de complemento indirecto
significando condição "ou que serve de complemento directo.
Ex. Se não sabeis o que é a alma, vôde o corpo sem ella. Os
Phariseos haviSo introduzido na casa um hydropico para ver
se Ciiristoo s a ra v a ; 3.° Não 6 nenhuma das dez partes da oração
e 6 mero signal de verbo passivo, quando está annunciando
que uma 3.“ pessoa de verbo transitivo é verbo passivo valen­
do tanto como o passivo formado com participio variavel e
verbo substantivo. Ex. O mar que dos feios pliocas se navega
ou é navegado. Rebateo sc ou foi rebatido este acertado pare­
cer pelos validos. 4.° Também alguns oconsiderão como p ro -
nome indefinito, quando póde ser substituído pelas palavras
a gente, o hom em , um homem, um a pessoa, qualquer hom em
ou pessoa, e quando póde ser analysado como sujeito de verbo
substantivo, ou transitivo ou intransitivo, mas nunca como
sujeito de verbo passivo, líx. Aos 84 annos não se é nem
homem nem mulher (Lopes de Mendonça); Pense se em tudo
isto - o pergunto cada qual a si proprio o que lhe diz a con­
sciência (Alexandre llerculano); Ajuda se ao moço applicado,
auxilia se ao industrioso, soccorre se ao necessitado, ampara
se ao dosvalido (Roquette); Km Ninivo andava sr de porta em
porta, não menos que em Ires dias de caminho (Padre Antonio
Vieira); Como se segue a Christo? Como se escapa do inferno ?
(Padre Manoel liernardes).

lí a s v a r ia ç õ e s tios p ro n o m es
I |I

1H0. Dentre os pronomes uns variâo de duas até


sete vezes, como qual quas* ; e u —mo—mim—cora-
migo—nós—nos—comnosco ; e outros são invaria-
veis, como isto, que, (/num, etc.

l» o v e r b o

131. V eruo é a palavra que afflrma que alguma


acção, qualidade ou circumstancia pertence, sem­
pre ou em certo tempo, a um sujeito.
Ex. Caiin matou A b e lo u a A b e l. Deus c omni-
potente. Os bons são poucos, os máos são muitos.
— 30 —

N estes e x e m p lo s m a to u é v e rb o , p o r q u e afíirm a q u e a a cção


do m a t a r o u a q ua lid a de de m ata d o r p e rte n c e e m c e r t o t e m p o
(isto e, no tem po passado) ao sujeito C a im ; è é v e rb o p o r q u e
aííirma que a q ua lid a de de se r o m n ip o t e n te p e r te n c e s e m p r e
«ao sujeito D e u s : são 6 v e rb o , p o rq u e a íl l r m a que a c irc urn-
stancia de s e r e m poucos p ertence s e m p r e a o suje ito os b o n s , <*
que a de s e re m m uitos p e rte n ce s e m p r e ao sujeito os m ã o s .
lo d o o v e rb o d e v e ter, na a n a l v s e , um su je ito , c la r o , occulto
ou i n c lu íd o .

1*4

182. S u j k i t o é a p a l a v r a o u p a l a v r a s q u e s i g n i -
ficã o o e n t e o u e n t e s a q tie m o v e r b o a f f i r m a p e r t e n ­
c e r u m a a cçã o , q u a lid a d e ou c ir c u m s ta n c ia .
Nos exem plos do n. 131 os sujeitos são : C a im , I ) c o s , os
b o n s ,o s m á o s . D o u s ou m ais de d o u s suie itos do s i n g u l a r
fazem um sujeito do p lu ral e o b r i g ã o o verbo mo p lu r a l. Kx.
Eu*} t u e sta m o s bons. e e lle estais b on s. E ll e e e ll a e s t ã o
bon«. T o da a ora çã o, q u a n d o é sujeito de o u t r a vale t a n to
co m o u m su bsta n tivo m asculino do s i n g u l a r e o b rig a o a d je ­
ctivo e o participio ao m asculino do sin g u la r . Kx. K’ b o m q u e
estudes. N ’e ste ex. a oração q u e e s tu d e s (\ o sujeito da o r a ç ã o
é b o m , e valen do tanAo c o m o u m s u b s tu n t i v o m a s c u lin o do
singular^ obriga o adjectivo bom a o m asculino do singAlar.
* *
133. O s u j e i t o d a I . a p e s s o a d o ^ r n j ^ r r h i r d o s v e r -
b o s é s e m p r e eu e d a l . a d o p l u r a l é s e m p r e n ó s ; <>
d a 2 . a do s i n g u l a r é s e m p r e t u e o d a 2 . a d o p l u r a l ,
s e m p r e vós.
O relativo q u e e a s vezes sujeito da l . a e 2 .a pessoa d o s verbo*
(v. o n. 126). 1

134. S u j e i t o d a 3 a p e s s o a d o s v e r b o s ó a p a l a v r a
ou p a l a v r a s q u e p ó d e m s e r d a d a s c o m o r o s p o s t a
c o n v e n ie n te , q u a n d o se faz u m a p e r g u n t a co m o
v ei bo p r e c e d i d o d a s p a l a v r a s q u e m o u o qu e.
Assim n o s exemplos d o n . 131, a s p a l a v r a s : C a im , D e u s , os
bons, os m a o s, sào os su je ito s, porq u e pódem ser d a d a s r o m o
2/ 5/ 9ll^?nienll;s ’ ‘l Mondo s<* fazem as p e r g u n ta s : Q u e m
são 7 9 Q uem e o m n ip o te n te ? Q uem são p o u c o s ? Q u e m
31

l* o itU riltu lo

135. A ttributo é a p a la v r a ou p a la vr a s que


significâo a q ualidade ou cir c u m sta n c ia que o v e r ­
bo affirma p e r te n c e r ao sujeito.

13(5. 0 attributo ha de ser um adjectivo, um


participio, um nomeou um pronome não precedido
de preposição e seguido ou não de complementos.
0 attributo tambem póde ser uma oração de infi­
nito.

137. U attributo nas orações feitas com verbo


substantivo está sempre em separado do verbo o
póde estar claro ou occulto; nas ora ções feitas com
verbo adjectivo, está sempre iucluido no verbo e
fórrna com este uma só palavra.
138. 0 attributo em orações feitas com verbo
sbbstantivo é a palavra ou palavras que podem ser
dadas como resposta conveniente, quando se faz
uma pergunta com o sujeito e verbo seguido das
palavras o qm ou como.
Assim nos exemplos do n . 131, as palavras: omnipotente,
lmucos, m uitos, são os attribntos, portpie podem sw dadas
c.oino riispoítas convenientes, quando se fazem as perguntas :
Deos é o que ou como •> Os bons são o que ou como ? Os nidos
são o que Oll romo ?

Ifto r o ít i n ln ii ^ n f >

139. Complkmknto o a palavra ou palavras que


completão o significado de outras palavras.

I 19. Os complementos dividem-se em comple­


mento directo e complemento indirecto.

111. Complemento directo ê a palavra ou palavras


q u e podem se r d ad as com o re sp o sta c o v e n ie n te ,
q u a n d o se faz u m a p e r g u n t a com o v e r b o o u p a r t i ­
c i p io t r a n s i t i v o s e g u i d o d a s p a l a v r a s o </ue o u a
quem .
N o s e x e m p l o s : C u im m a t o u A b e l o u a A b e l ; Pi.'dro q u e r
e s tu d a r , m a s n ã o q u e r q u e eu e stu d e , a s p a l a v r a s : A b e l o u a
A b e l, estudar., q u e e u e s tu d e , s à o o s c o m p l e m e n t o s d ir e c t o s ,
p o r q u e p o d e m <er d a d a s c o m o r e s p o s t a s c o n v e n i e n t e s , q u a n d o
se f a z e m as p e r g u n t a s : C a im m a to u o </uc ou a q u e m ? P e d r o
q u e r o que ? P ed ro não q u e r o que ?
<) c o m p l e m e n t o d ir e c t o n ã o é d e o r d in á r io r e g id o d e p r e p o -
bieào a l g u m a , m a s p o r e x e e p ç ã o d e regra e l l e o é á s v e z e s .
Kx. Caim m a to u a A b e l . a r r a n c a r d a esj>ad,a\ p u x a r pela.
espada', e s p e r a r p o r a lg u e m . C o n h e c e - s e f a c i l m e n t e e s t e c o m ­
p l e m e n t o d ir e c t o , p o r q u e p ó d e - s e - l h e s u p p r i m i r a p r e p o s i ç ã o ,
s e m a lt e r a ç ã o d o p e n s a m e n t o . K x . C a im m a t o u A b el, a r r a n c a r
a esp a d a , p u x a r a e sp a d a , e s p e r a r a l g u e m .

142. C o m p le m e n to in d ir e c to é a p a l a v r a o u p a l a ­
v r a s q u e níXo s ã o e x i g i d a s p o lo v e r b o o u p a r t i c i p i o
tra n s itiv o p a r a seu c o m p le m e n to d ire c to .
O c o m p l e m e n t o in d ir e c t o p ó d e ser n o m e , p r o n o m e ou v e r b o
d o in fin ito c o m p r e p o s i ç ã o c ' a r a o u oí c u lt a , c o m o n o s e x e m ­
p lo s s e g u in t e s : h o m e m de. bem , cad a u m d e nós e s t u d a paru.
se r u til a s i e aos seos, v a m o s v i s i t a r u m a m i g o n o s s o , is l o é.
v a m o s á casa d e u m a m i g o n o s s o p a r a v is i t a r u m a m ig o n o s s o .
P ó d e s e r a d je c t iv o o u p a r t ic i p io , c o m o n o s e x e m p l o s • l i o m e m
bom e am a d o . P ó d e s e r a d v é r b i o , corno n o s e x e m p l o s : a m a r
m u ito , a m a r p o u c o , não a m a r . P ó d e s e r f i n a l m e n t e u m a o u
m a is d e u m a o r a ç ã o , c o m o n o e x e m p l o •' e s t u d o p o rq u e q u e ro
s e r u t i l à p a tr ia .

1 13. O s c o m p l e m e n t o s i n d i r e c t o s d i v i d o m - s o e m
e e ,ir c n r n s l'in -
r e s lr ic lio o s , t e r m i n a t i v o s , e x p li c n l i v o s
r ia e s .
1 14. C o m p le m e n to r e s tr ic tio o é o q u e t i r a u m
n o m e c o m m u m do s e n tid o v ag o ou g e n e r i c o p a r a
d a r - l h e u m s e n tid o esp ecifico ou p a r t i c u l a r . K x. O
h o m e m <le bem o u b o m o u q u e r b o m níXo fa/. m a l a
n in g u é m .
145. O c o m p l e m e n t o r e s t r i c t i v o n ã o p ó d e s e r
su p p rirn id o sem a l t e r a r ou t o r n a r fa lso ou a b s u r d o
o p e n s a m e n to q u e se q u e r e x p r im ir . t
146. C o m p l e m e n t o t e r m i n a t i v o é o que põe fim
ao sentido começado por palavra de significação
relativa ou passiva.

Ex. A morte foi dada por Sunsão a mil Plii-


listeos.

Palavras de significação relativa são os substantivos, adjo-


ctivos, participios, verbos e advérbios que exigem necessaria­
mente um complemento terminativo, como por ex. os substan­
tivos: defensor, perseguidor, protector, saudades (de que ou
de quem ?); concordância,, relação, cotnparaçao (com que ou
com quem ); os adjectivos: cheio (de que í), contente (com que
ou com quem ?); grato, obediente, re la tivo , util, (a que ou a
quem ?); os participios: applicado, dado, destinado, (a que ou
a quem ?), constrangido, forçado, obrigado (a que ou a
quem ?), despojado, esbulhado, privado, (de que :), expulso,
excluído (donde ou de que ?). os verlios: dar, obedecer, p ed ir,
(a quem ?), exigir, descender, receber (de quem ?); accommo-
dar-se, concordar, relacionar sc (com quem ?); os advérbios:
anteriormente, relativam ente a que ou a quem ?); conform e-
m ente, de a co rd o ( com que ou com quem ?); antes, depois
(de que ou de quem ?) •

() complemento terminativo do verbo passivo ou participio


passivo 6 tão indispensável, tão necessário, como o terminativo
das palavras de significação relativa, como o complemento
directo do verbo transitivo.

147. C o m p l e m e n t o e x p l i c a t i v o é o que ex­


pressa alguma qualidade ou circumstancia que não
é indispensável para completar o pensamento que
se quer exprimir.
Ex. A embriaguez, vicio aliominavel ou <]Uo e
abominaveí, destroe a saude.

148. O complemento explicativo póde ser elimi­


nado do periodo sem alterar ou tornar ialso ou
absurdo o sentido das palavras que ficarem.

149. C o m p l e m e n t o c i r c u m s t a n c i a l ó o que re­


fere algum accidente ou circumstancia de causa,
tempo, logar, modo, meio, fim, etc. Ex. Estou
tremendo da frio, hoje, nesta casa.
— :i4 —

D e f r i o <5 c o m p le m e n to indirecto c ir c u m s t a n c ia l q u e sijnii-


lica a c ansa por q u e o 11 tr e m e n d o ; h o je i: c o m p l e m e n t o
indir. c irc u m st. q u e significa o tem po em que e stou t r e m e n d o ;
n e sta c a sa i: c o m p l. indir. circum s. q uo signific a o lo g a r o n d e
e u estou tr e m e n d o .

1Í11N \ r r ln «

150. Os v e r b o s d i v i d e m - s e e m verbo substantivo o


verbo adjectivo ou aUribiitivo.
151. V e r b o s u b s t a n t i v o é o q u e e m si n ã o t o m
in c lu íd o n e n h u m a t t r i b u t o e s p e c i a l ou p a r t i c u l a r .

152. Os v e r b o s s u b s t a n t i v o s sã o ser e estar. E s t e s


dou s v e r b o s n ã o p odem to r c o m p l e m e n t o d e q u a l i ­
d a d e a l g u m a . ( V . o n . •> 12 o a n a l y s e o r a l do n . 2 8 1 ) .

15.-}. V e r b o a d j e c t i v o o u a t t h i b u t i v o é o q u e
em si tem in c lu íd o s u m a t t r i b u t o e o v e r b o s u b ­
s t a n t i v o . E x . A m a r te m e m si in c l u i d o s o s v e r b o s
s u b s t a n t iv o s e os a t t r i b u t o s : s' r a m a n te , am igo o u
a m a d o r , ou estar a m a n d o .

Por excepçào os verbos adjeclivos u n íp e s so a e s q u e s i g n i ­


ficam ph e n o m e n o s atm ospliericos co m o c h o v e r, tr o v e ja r , e tc .,
q ua n do não tive rem suje itos claros, têm em si in c lu idos v e r b o s
intransitiv os (em vez de v e rbos substantivos) e n o m e s q u e s j o
sujeitos e n a » a ttrib u to s (V. o n. 1501). T a m b e m p o d e m
e n t r a r ne sta excepeão a l g u n s v e r b o s p i i n o m i n n e s e sse n c ia e s
(V. o n. 2SI2).

151. Os v e r b o s ta m b e m s e d iv id e m em tra n siti­


vos, intransitivas e passivos.
1 5 5 . V e r b o t r a n s i t i v o ó o q u e p ed e n e c e s s a r i a ­
m e n te um c o m p le m e n t o d i r e c t o . E x . C aim m atou
A b e l.
A declaratílo do nosso p e n s a m e n to p o r m eio d e uni v e r b o
t r a n s i t i v o cham a-«e o ra ç ã o activa ou da \ o z activa ; »* a e x ­
pre ssã o do p e n sa m e n to por m»’io d*, inn v e r b o p a s s iv o , rh-i-
— 35 —

ma-se oração passiva ou da voz passiva. A regra para mudar


uma ora"ão da voz activa para a passiva é a seguinte: 0 com­
plemento directo passa para sujeito na passiva ; o verbo para o
mesmo tempo da passiva, em pessoa e numero correspondentes
á pessoa e numero do sujeito ; o sujeito da activa passa para
complemento indirecto terminativo com a preposição de ou
por (V. o n. 157)

150. V e r b o i n t r a n s i t i v o é o que não pede com­


plemento directo como o transitivo, nem indirecto
como o passivo. Ex. Abel morreu.
Para distinguir o verbo transitivo do intransitivo, faremos
uma pergunta com o verbo seguido das palavras o que ou n
quem. : se pudermos achar entre as palavras da oração uma
resposta conveniente, o verbo será trausilivo, se não puder­
mos achar nenhuma resposta conveniente entre as palavras da
oração, o verbo se/á intransitivo.

157. V e r b o p a s s i v o é o que pede necessariamente


um complemento indirecto com a preposição de ou
por, significando o agente da acção expressa pelo
verbo passivo. Ex. Abel foi morto por Caim.
O verbo passivo forma-se de duas maneiras: 1.° com os
tempos do verbo substantivo seguido do participio passivo 2."
com as 3.“* pessoas do verbo transitivo e com o signal se (V. o
n. 129) Ex As casas queimárão-se ou forão queimadas pd»
fogo. Mar que só dos feios pliocas se navega ou é navegado.
O verbo passivo formado da l . a maneira nao é verdadeira­
mente um verbo passivo, mas sim o verbo substantivo segnido
de attributo que e sempre um participio passivo, o unico tempo
da voz passiva na língua portuguc-za.
Para sabermos quando um verbo com se é passivo, exami­
naremos primeiramente se a oração ern que elle esta p :de ser
mudada para oração activa, e em segundo logar, se o verbo
póde st*r substituído pela fórma passiva eoin verbo substantivo
seguido de participio passivo. Por ex. na oração Queimarão se
as casas pelo fogo o verbo é passivo, porque a oraçau póde-se
mudar para a oração activa O fogo queimou a casas; o
porque o verbo póde ser substituído pela forma passiva com
verbo substantivo e participio passivo : / l í casas forão quei­
madas pelo fogo.
Os verbos transitivos são frequentemente empregados como
verbos intransitivos e passivos virtuaes. Ex. de intransitivos
virtuaes : Comei o bebei com modera ei o. Ex. de passivos
virtuaes : São faceis de escrever (isto é, de serem escriptas ou
de se escreverem) estas carlas. Mandei entregar as cartas por
— 3(5 —

m e o lillio e n ã o peio c ria d o, isto é . M andei s e r e m e n tr e g u e s ou


e n tr e y a r e m - s e a s c a r t a s p o r m eo fil!)o e n ã o pelo criado .
U s ã o -s e t a m b e m f r e q u e n t e m e n te os v e r b o s i n t r a n s i t i v o s
c o m o v e rb o s s u b s t a n t i v o s tran s itiv o s, e p a s s iv o s v ir tu a e s . Ex.
de v e r b o s s u b s ta n t iv o s v i r t u a e s : A n d a r d o e n te o u a n d a r s'>f-
f r e n d o ; fic a r b o m ou fic a r p o sa n d o s a u d e ; i r f u g i n d o ou i r
f ugid o ; p e r m a n e c e r firm e Kx. de t r a n s it i v o s v i r t u a e s : Klles
v iv e m \ ida folgada ; s a h ir ã o - s e b e m n e ste negocio, m a s n ã o
s e s a h ir ã o b e m e m o u t r o ; D o r m irã o u m a b o a siVsta ; E o rã o -
s e , p a r t i r ã o -sn , q u e são s y n o n y m o s d o s t r a n s itiv o s a /fa s tá r ã o -
s e . a u s e n ta r ã o -s e , m u d d r ã o - s e , r e t i r á r i o - s e , tr a n s p o r tá r ã o -
s e . Kx. de p a s s i v o s v irtu a e s : M ir q u e só ilos feios p h o c as se
n a v e g a ; A s n i in b a s o r d e n s /o r ã o o b e d e c id a s .

158. Os v e rb o s p o d e m -s e d iv id ir a in d a em p r o -
n o m in a e s , irn p esso ae s ou u n ip e s s o a e s , d e f e c tiv o s ,
a u x i lia r e s , sim p les, co m p o sto s, r e g u l a r e s e i r r e g u ­
lares.
Não e n t r ã o n esta divisão os verb os e b a m a d o s f r e tj u e n ta l i v o s ,
,-a n titln a tiv o s , e in c o a tiv o s , p o r q u e taes v e r b o s n a o :tI> se n ã o
o ra çõ e s feitas com o v e r b o s u b s t a n t i v o e s ta r o c o m os v e rb o s
su b s ta n t iv o s v i r t u a e s a n d a r e i r seguid os de um a tt r i b u to q u e
é s e m p r e u m p a r tie ip io p r e s e n t e , c o m o p o r ex. n a s o r a ç õ e s :
J iu e sto u v iv e n d o b em ou m a l ; E u a n d o v iv e n d o b em ou
■nial; E u v o u v iv e n d o b e m o u m a l.

159. Verbo p r o n o m in a l é o t r a n s i t i v o , r e a l o u v i r ­
t u a l, q u e se c o n ju g a com d u a s v a ria ç õ e s do m esm o
p r o n o m e p e s s o a l , is t o ó , c o m a s v a r i a ç O e s eu n te , tu
te, elle se, rt^.v n o s , vó s v o s , elles se O s v e r b o s p r o n o -
m in a e s são a c c id e n ta e s ou e sso n ciaes.

160. V e r b o p r o n o m i n a l a c c id e n ta l é o q u e s e p ó d e
c o n j u g a r c o m o u s e m a s v a r i a ç õ e s m e , tr, se, n o s,
v o s , c o m o a n im a r - s e o u a n im a r .

16 1 . V e r b o p r o n o m i n a l essencial ó o q u e n ã o se
p ó d e c o n j u g a r s e m a s v a r i a ç õ e s m e, te, se, nos, v o s ,
c o m o a b ste r-se, a p o d era r-se, a rre p en d e i—se, r ju e ix a r-se ,
su ic id a i—se.

162. Verbu im p e sso a l o u u m pessoal è o v e r b o s u b ­


s ta n tiv o , tr a n s i tiv o , p assiv o ou in t r a n s i t i v o q u a n d o
só s e e m p r e g a n a s t e r c e i r a s p e s s o a s e n o in f i n i t o .
Ex. Nós é que somos os máos. Faz bom tempo.
Fazem-se muitas casas. Isto acontece ou estas cousas
acontecem frequentemente.

163. Verbo defwlivo ê o que só ò usado em alguns


dos seus tempos, como precaver, colorir (V os ns.
203 e 204).

164. Verbo auxiliar ó o que ajuda outro verbo a


formar tempos compostos, como haver e ter.
Usão-se frequentemente como auxiliaresos ver­
bos andar, deixar, dever, ficar, ir, levar, poder, sahir,
v ir (V. o n. 166).

165. Verbo simples è o que consta de tempos sim­


ples e compostos, como amar, vender.

166. Verbo composto é o que consta só de tempos


compostos, como ter de haver, acabar de fazer, come­
çar a fazer, deixar de fazer, ir fazer, vir a ser, poiler
v ir a ser, ficar a dever.

167. Tambem se chama verbo composto aquelle


em que apparecem duas ou mais palavras encor-
poradas. Ex. contra fazer, reformar, satisfazer, tans-
form ar.

168. Verbo rei/alar ó o que, em todos os seus


tempos e pessoas, conserva sempre as suas letras
radioaos e as finaes da sua conjugação. Ex. am ar,
vender, pnnir.

169. Verbo irreipüur ou anômalo è o que nfio con­


serva sempre em todos os tempos o pessoas as suas
radicaes ou as finaes da sua conjugação, ou nem
umas nem outras. Ex. estar, ser, ter.

170. Letras radicaes do verbo são as letras quo no


presente impessoal do infinito ostão antes de ar, cr,
ir, cr.
Por ex.as radicaesdos verbos amar,vendar, punir
e pôr, são as letras am, vand, pun, p. São as radi-
caes que nos verbos adjectivos representão o a ttri-
buto incluído n’elles.

171. Letras finaes são as letras que, em cada


tempo e pessoa dos verbos amar, vender e punir,
estão depois das radicaes am, vend, pun.
Por ex. as finaes das pessoas do tempo presente do
indicativo do verbo amar são: o, as, a, amos, ais, do.
São as letras finaes que representão nos verbos
adjectivos o verbo substantivo incluído n ’elles.

<lo v e r l> o

172. 0 verbo, por meio das suas letras finaes,


tem quatro propriedades que são : o modo, o lempo ,
a pessoa o o numero.

173. Modo é a propriedade que os verbos têm de


afíirmar, de certa fórma, que uma qualidade, a c ç ã o
ou circumstancia pertence a um sujeito.

174. Os modos são cinco : o modo indicativo, o


modo condicional, o modo imperativo, o modo con-
junctivo ou subjunclivo, e o modo infinitivo ou infi­
nito.

175. Modo indicativo 6 o que affirma de uma ma­


neira positivae absoluta. Ex. Quero, mando e posso.

170. Modo condicional é o que affirma do uma


maneira dependente de condição. Ex. saberia mais,
se estudasse mais.

177. Modo im perativo ò o quo affirma de uma


maneira positiva o mando, supplica ou exhortação.
Ex. Estudai e sabereis melhor as lições.
178. .1iodo conjunctivo ou subjunntivo è o que af-
firma (le uma m aneira dependente do conjuncção
e de outro verbo. Ex. E ’ preciso que estadas mais.

179. Modo infinitivo ou infinito é o que affirma


de uma maneira vaga e dependente de outro verbo
do modo finito. Ex. Devo estudar mais para saber
melhor as minhas liçSes.
180. Modo finito é o que aífirma com certeza ou
duvida: é o modo indicativo, condicional-, imperativo
OU conjunctivo.

181. T empo é a propriedade que os verbos têm


de affirrnar a época em que a lg u m a qualidade,
acçito ou circurnstancia p e rten ce a um sujeito.

182. Os tempos dos verbos são tres: o presente que


affirma época actual ou eterna ; o passado que af­
firma época anterior á época a c t u a l ; e o futuro que
affirma época vindoura ou posterior á actual.

183. O tempo presente, é indivisível; o passado di­


vide-se em imperfeito, perfeito e mais que perfeito; o
futuro divide-se em imperfeito e perfeito.

181. Os tempos ou são simples ou compostos, ou


prim itivos ou derivados.

185. Tempo simples é o que consta de um só


verbo, como por ex. amo, amava, amm, amarei.

18(5. Tempo composto é o que consta de mais de


um verbo, como por ex. ten.lw amada, linha amado,
terei amado.

187. Tempo prim itivo é o presente impessoal do


infinito, do qual se formão todos os outros tempos
dos verbos portuguezes.
'('empo derivado é o que se fórm a do presente im­
pessoal do infinito.
— 40

188. P e s s o a ó a propriedade que os verbos têm


de affirmar que o seu sujeito é da l . \ 2.“ ou 3.*
pessoa.

189. As pessoas dos verbos são tres: a l . aé a que


affirma que o seu sujeito é ato u nós; a 2.a, que o seu
sujeito é tu ou vós; a 3.a, a que affirma que o seu
sujeito é qualquer ou quaesquer palavras que não
sejão nem eu nem nós, nem tu nem vós.

190. N u m e r o é a propriedade que os verbos têm


de affirmar que o seu sujeito é do singular ou do
plural.

191. O numero singular dos verbos affirma que o


seu sujeito ó do numero singular; o numero plural
dos verbos affirma que o seu sujeito é do numero
plu ral.

I I iin va>*ia<*ões «Io ver!»»

192. O verbo é, das seis palavras variaveis, a


que mais varia, pois que chega a mudar de letras
flnaes até cineoonta e nove vezes.

1^1

193. Conjugação de um verbo ou conjugar um


verbo é dizer d e c ó r ou p o r e s c r i p t o todos os seus
modos, tempos, pessoas e números.

194 Conjugações são as collecções de verbos que


no presente impessoal do infinito acabão em u r,
um cr, ou em ir.
— 41 —

195. Ha tresconjugações: a l . * é a collecção dos


verbos que no presente impessoal do infinito aca­
bão em a r ; a 2.a é a collecção dos que acabão em
er ; a 3.* è a collecção dos que acabão em ir.
Advertencia. Todos os verbos regulares toinSo
sempre as finaes da conjugação a que pertencem.
P a ra conjugar qualquer verbo regular, tomará o
estudante as finaes dos verbos que vamos conjugar
para modelos, e as collocará adiante das radicaes
do verbo que quizer conjugar. P ara mais facilitar
este trabalho estSo as finaes dos verbos modelos
separadas das radicaes por uma risca de união.

II om v c rb o N r e g u l n r c s

P R IM E IR A CONJUGAÇÃO

196. AMAR

)Iodo indicativo

Tempo presente. Preterito perfeito.

Eu am-o. Eu am-ei.
Tu am-as. Tu am-aste.
Elle am-a. Elle am-ou.
Nós am-amos. Nós ain-ámos.
Vós am-ais. Vós am-astes.
Elles am-âo. Elles am-árão.

Pretorito imperfeito. Pret. Perf. composto.

Eu am-ava. Eu tenho amado.


Tu am-avas. Tu tens amado.
Elle am-ava. Elle tem amado.
Nós am-avamos. Nós temos amado.
Vós am-aveis. Vós tendes amado.
Elles am-avão. Elles têm amado.
6.
P r e t . m ais q u e p erfeito
sim ples. F u tu ro im p erfeito .

Eu am -ára. Eu a m -a re i ou hei de
am ar.
Tu am -áras. T u a m - á r a s ou h a s de
am ar.
E lle am -ára. E lle a m - a r á ou ha de
am ar.
Nós am -a ra m o s. Nós a m -a re m o s ou h a ­
vem os de a m a r.
Vós am -á re is. V ó s a m - a r ê i s ou liav eis
de am ar.
E lle s a m -á rã o . I E lle s a m -a rá õ ou hao
de a m a r.

P r e t . m a is q u e p e rfe ito F u tu ro p erfeito .


co m p o sto .
Eu tin h a am ado. E u terei am ado.
Tu tin h a s am ado. Tu te rá s am ado.
E lle tin h a am ado. E lle te r á am ado.
N ós tin h a rn o s a m a d o . Nós te re m o s am ado.
V ós tin h e is am ad o . V ós te re is am ado.
E lle s tin h a o am ad o . E lle s te rá o am ado.

\lo d o cot .d ic io n u l

Tem po p re se n te Tem po passado.

E u a m -a ria ou a m -á ra . E u t e r i a ou liv e r a a m a d o .
T u a m - a r i a s ou a m - A r a s . Tu te ria s ou tiv e ra s
am ado.
E lle a m - a r i a ou a m - á r a . E lle te r i a ou tiv e r a a m a ­
do.
N ó s a m - a r i a m o s ou Nós t e r i a m o s o u t i v é r a ­
am -aram o s mos am ad o .
V ó s a m - a r i e s ou V ós te re is ou tiv ereis
am -áreis. am ado.
E l l e s a m - a r i a o ou E lle s te riã o ou tiv e rS o
am -árao. am ado.
— 48 —

Modo imperativo

Presente e Futuro

Arn-a tw. | Am-ai vós.

Ilodo conjunctivo

Tempo presente. Pret. mais que perl'.

Eu am-e. Eu tivesse amado.


Tu am-es. Tu tivesses amado.
E lle am-e. Elle tivesse amado.
Nós am-emos. Nós tivessemos amado
Vós am-eis. Vós tivesseis amado.
Elles am-em. Elles tivessem amado.

Pret. imperfeito. Futuro simples.

Eu am-asse. líu am-ar.


Tu am-asses. Tu am-ares.
Elle am-asse. Elle am-ar.
Nós am-assemos. Nós am-armos.
Vós am-asseis. Vós am-ardes.
Elles am-assem. Elles am-arem.

Preterito perfeito. Futuro composto.

Eu tenha amado. Eu tiver amado.


Tu tenhas amado. Tu tiveres amado.
E lle tenha amado. Elle tiver amado.
Nós tenhamos amado. Nós tivermos amado
Vós tenhais amado. Vós tiverdes amado.
Elles tenhâo amado. Elles tiverem amado.

Modo infinitivo

Presente impessoal. Presente pessoal.

Am-ar. Am-ar eu.


— 44 —

Am-ares tu. Haverdes vós de amar.


Am-ar elle. Haverem elles de amar.
Ara-armos nós.
Ara-ardes vós. Participio presente ou
Ara-arem elles. gerundio.

Preterito impessoal. Am-ando.

Ter amado. Participio passado in-


variavel ou supino.
Preterito pessoal.
Am-ado.
Ter eu amado.
Teres tu amado. Participio passado va-
Ter elle amado. riavel ou passivo.
Termos nós amado.
Terdes vós amado. Am-ado, am-ada.
Terem elles amado. Am-ados, amadas.

Futuro impessoal. Participio passado


composto
Haver de amar.
Tendo amado.
Futuro pessoal.
Circumloquios do futuro.
Haver ou de amar.
Haveres tu de amar. Tendo de amar.
liaver elle de amar. Havendo de amar.
Havermos nós de amar. Devendo amar.

SEGUNDA i 3NJUGAÇÃO
197. KNDER

Modo i u lica livo

Tempo presente. Preterito imperfeito.

Eu vend-o. Eu vend-ia.
Tu vend-es. Tu vend-ias.
Elle vend-e. Elle vend-ia.
Nós vend-emos. Nós vend-iamos.
Vós vend-eis. Vós vend-ieis.
Elles vend-em. Elles vend-ião.
Pret. perl'. simples. Tu tinhas vendido.
Eu vend-i. Elle tinha vendido.
Tu vend-este. Nós tinhamos vendido.
Elle vend-eo. Vós tinheis vendido.
Nós vend-êmos. Elles tinhão vendido.
Vós vend-estes. Futuro imperfeito.
Elles vend-êrão. Eu vend-erei ou hei de
Pret. pcrf. composto. vender.
Eu tenho vendido. Tu vend-erás ou lias de
Tu tens vendido. vender.
Elle tem vendido. Elle vend-erá ou ha de
Nós temos vendido. vender.
Vós tendes vendido. Nós vend-erem«s ou ha­
Elles têm vendido. vemos de vender.
Pret. mais que perf. Vós vend-erêisouhaveis
simples. de vender.
Elles vend-eráõ ou hão
Eu vend-êra. de vender.
Tu vend-êras.
Elle vend-êra. Futuro perfeito.
Nós vend-eramos. Eu terei vendido.
Vós vend-êreis. Tu terás vendido.
Elles vend-êrão. Elle terá vendido.
Pret. mais que perf. Nós teremos vendido.
composto. Vós tereis vendido.
Eu tinha vendido. Elles terão vendido.
Modo ci dicional
Tempo presente. Tempo passado.
Eu vend-eria ou Eu teria ou tivera ven­
vend-êra. dido.
Tu vend-orias ou Tu teriasou tiveras ven­
vend-êras. dido.
Elle vend-eria ou Elle teria ou tivera ven­
vend-êra. dido
Nós vend-eriamos ou Nós teriamos ou tivéra­
vend-eramos. mos vendido.
Vós vend-erieis ou Vós terieis ou tivereis
vend-êreis. vendido.
Elles vend-erião ou Elles terião ou tiverSo
vend-êrão. vendido.
— 40 —

1/ o d o it n p e r a t i v o

Presente o Futuro

V end-e t u . | Vend-eivós.

M o d o c o n j u n c t i v o

Tempo presente Pret. mais que perf

Eu vend-a. íu tivesse vendido.


Tu vend-as. Tu tivesses vendido.
Elle venu-a. Elle tivesse vendido.
Nós vend-amos. Nós tivessemos vendido.
Vós vend-ais. Vós tivesseis vendido.
Elles vend-ao. Elles tivessem vendido.

Pret. imperfeito. Futuro simples.

Eu vend esse. Eu vend-er.


Tu vend-esses. Tu vend-eres.
Elle vend-esse. Elle vend-er.
Nós vend-essemos. Nós vend-ermos.
Vós vend-esseis. Vós vend-erdes.
Elles vend-essem. Elles vend-erem.

Pret. perfeito. Futuro composto.

Eu tenha vendido. Eu tiver vendido.


Tu tenhas vendido. Tu tiveres vendido.
Elle tenha vendido. Elle tiver vendido.
Nós tenhamos vendido. Nós tivermos vendido.
Vós tenhais vendido. Vós tiverdes vendido.
Elles tenhão vendido. Elles tiverem vendido.

Modo infinitivo

Pres. impessoal. Pres. pessoal.

Vend-er. V end-er eu.


Vend -eres tu. Havermos nós de vender.
Vend -er elle. Haverdes vós de vender.
Vend -ermos nós. Haverem elles de vender.
Vend-erdes vós.
V end -erern elles. P ari. pres. ou gerundio.
Vend-endo.
Pret. impessoal.
Ter vendido. Part. pass. invar. ou
supino.
Pret. pessoal.
Vend-ido.
Ter eu vendido.
Teres tu vendido. Part. pass. var. ou
Ter elle vendido. passivo.
Termos nós vendido.
1’erdes vós vendido. Vend-ido, vend-ida.
Terem elles vendido. Vend-idos, vend-idas.

Fut. impessoal P art. pass. composto.


Haver de vender. Tendo vendido.

Fut pessoal. Circumloquios do futuro.

Haver eu de vender. Tendo de vender.


Haveres tu de vender. Havendo de vender.
Haver elle de vender. Devendo vender.

TERCEIRA CONJUGAÇÃO

1!)8. PUNIR

Modo indicativo

Tempo presente. Pretérito imperfeito.


Eu pun-o. Eu pun-ia.
Tu pun-es. Tu pun-ias.
Elle pun-e. Elle pun-ia.
Nós pun-imos. Nós pun-iamos.
Vós pun-is. Vós pun-ieis.
Elle s pun-em. Elles pun-ião.
— 48 —

P r e t . perf. simples. T u tin h a s punido.


E lle ti n h a punido.
E u pun-i. Nós tin h a m o s punido.
Tu p u n -is te . V ós tinheis punido.
E lle pun-io. Palies tinlião punido.
Nós pun-ím os.
V ós p u n -iste s. F u tu r o im p erfeito .
E lle s p u n -irã o .
P r e t . perfeito composto. E u p u n - ir e i ou liei de
p u n ir.
Eu tenho punido. Tu p u n - ir à s ou lias de
Tu te n s punido. p u n ir.
E lle tem punido. E lle p u n - i r á ou h a de
Nós tem os punido. p u n ir.
Vós ten des punido. Nós p u n-irem os ou h a v e ­
E lle s têm punido. mos de p u n ir.
P r e t . mais que perfeito V ós p u n - ir ê is ou haveis
simples. (íe p u n ir.
E lles p u n - ir á õ ou lião de
E u p u n -íra . p u n ir .
Tu p u n -íras.
E lle p u n - ír a . F u t u r o p erfeito .
Nós p u n -ira m o s.
V ós p u n -ireis. Eu te re i punido.
Elles pun -irão. Tu te r á s punido.
P r e t . mais que p e rfe ito E lle t e r á punido.
composto. Nós te re m o s punido.
Vós te r e is punido.
Eu ti n h a punido. E lle s t e r ã o punido.

Moilu c o n d ic io n a l

Tempo p re s e n te . Nós p u n - ir ia m o s ou
p u n - ir a m o s .
E u p u n - ir i a ou p u n -íra . V ós p u n - ir i e is ou
Tu p u n - ir ia s ou p u n - ír e is .
p u n -ír a s . E lle s p u n - ir i ã o ou
E l le p u n -iria ou p u n - ír a . p u n -irã o .
— 49 —

Tempo passado. Nós teriamos ou tivéra­


mos punido.
Eu teria ou tivera puni­
do. Vós terieis ou tivereis
Tu terias ou tiveras pu­ punido.
nido.
Elle teria ou tivera pu­ Elles terião ou tiverão
nido. punido.

Modo imperativo
Presente e futuro.
Pun-e tu | Pun-i vós.

Modo conjuncliüo

Tempo presente. Pret. mais que perfeito

Eu pun-a. Eu tivesse punido.


Tu pun-as. Tu tivesses punido.
Elle pun-a. Elle tivesse punido.
Nós pun-amos. Nós tivessemos punidj».
Vós pun-ais. Vós tivesseis punido.
Elles pun-So. Elles tivessem punido.

1’reterito imperfeito. Futuro simples.

Eu pun-isse. Eu pun-ir.
Tu pun-isses. Tu pun-ires.
Elle pun isse. Elle pun-nir.
Nós pun-issomos. Nós punir-mos.
Vós pun-issois. Vós pun-irdes.
Elles pun-issem. Elles pun-irem.

Preteri to perfeito Futuro composto.


\

Eu tenha punido. Eu tiver punido.


Tu tenhas punido. Tu tiveres punido.
Elle tenha punido. Elle tiver punido.
Nós tenhamos punido. Nós tivermos punido.
Vós tenhais punido. Vós tiverdes punido.
Ellos tenhão punido. Elles tiverem punido.
— 50 —

M odo in fin itiv o


Tem po pres. im p e sso a l. H aver elle de p u n ir.
H averm os nós d e p u n ir.
P u n -ir. H averdes vós d e p u n ir.
T em p o p res. p esso a l. H averem e lle s d e p u n ir .

P u n -ir eu.
P a r t. pres. ou g er u n d io .
P u n - ir e s tu .
P u n -ir e lle . P u n -in d o .
P u n -ir m o s nós.
P u n -ir d e s vós.
P a rtic ip io p assado in v a r .
P u n ir e m e lle s .
ou s u p in o .
P r e te r ito im p e sso a l.
P u n -id o .
T e r p u n id o .
P r e t e r i to p e s s o a l. P a rtic ip io p assad o var.
T e r ou p u n id o . ou p a ssiv o .
T e r e s tu p u n id o .
P u n -id o , p u n -id a .
'%>r e l l e p u n i d o .
P u n id o s, p u n -id a s .
T e r m o s n ó s p u n id o .
T e r d e s v ó s p u n id o .
T e r e m e lle s p u n id o . P a r t. passado co m p o sto .

F u tu r o im p e sso a l. T e n d o p u n id o .
H a v e r d e p u n ir. C irc tim lo q u io s do fu tu r o .
F u tu r o p esso a l.
T e n d o d e p u n ir .
H a v e r eu do p u n ir, H a v e n d o d e p u n ir .
l l a v e r e s tu d e p u n i r . D e v e n d o p u n ir.

O /iscr o a ç õ e s
1.“ !•:• m u ito f re q ü e n to o e m p re g o <J<; u n s t e m p o s pelos o u ­
tros. Kx. I.ii ia p as san d o q u a n d o a e re p e n te sa h e -m c (i“iu voz
ile sa /iiu -m e) um cão pela fre n le. S e r id o (em \ >/. erã o )
dez Iioras q u a n d o I i ch eguei. (Juein Uir d ir i a (cm vez (le disse)
o (|Ue sc passou ? S e m a is m u n d o h o u v e r a (em vez d e h o u ­
vesse) lá chct/ára ou chegari-i.
2.®Quan<Joo f u tu ro ou condicional c o n c o r re m c o m os p r o ­
n o m e s me, te , s c , lh e , lhes, n o s , v o s , o , a , o .t, a s , c o s tu m a m o s
s e p a r a r cm d u a s p a r te s as p essoas desses t e m p o s , e e n tre
— 51 —

ellas collocam os os dit s pronom es. Ex. Amar-me-ás, p m il-


os d, vender-te-tão, ter-vos-ião punido, em v ez de me ama-
rás, os punirá , te venderião , vos terião punido
3 .a O unico tem po que o im perativo tem , é presente e fu ­
turo : presente porque allirma que a qualidade de m andante,
su pp licante ou aconselhador, pertence actualinente á pessoa
que está fallando; e futuro, por que affirma que a qualidade
de ob ed ien te, de concessor ou A ceitad or do conselho, ba de
pertencer em época vindoura, á pessoa com quem se está fa l­
lando. Com as pessoas do im perativo não podem os ajuntar
negativa. P or ex. não podem os d izer: N ão amai , não vendei ,
não p u /ti vós, não nos deixai cahir em tentação; m as dire­
mos : Náo ameis , não vendais , não pu n ais , não nos deixeis
cahir em tentação, usando das p essoas correspondentes do
presenle do conjunctivo.
4 .a Os únicos mudos de que possam os usar para interrogar,
são o indicativo e condicional.
5." 0 4.° m odo dos verb os ch am a-se conjunctivo , porque ne­
nhum a das pessoas dos seu s tem p o s póde dispensar, sobre
tudo na an alyse, um relativo ou uma conjuncção.
6 ." 0 futuro do conjun ctivo distingue-se do presente im ­
pessoal e pessoal do inlin ito por m eio das regras seguintes : 0
futuro do conjun ctivo anda sem pre precedido de relativo ou
conjuncção, e o infinito não anda precedido nem de conjun c-
çào nem de relativo, mas sim de outro verb o, de artigo ou do
preposição. Ex. de futuro : Quem amar, aquelle que am ar ,
quando an/ares, so amarmos, assim que amar des. líx . de in ­
finito : D e v o amar, o amares, sem amarmos , para amardes.
7.» Os antigos variavâo o participio auxiliado pelo verbo ter
ou haver, dizen d o, com o C am ões no c. 1.°, est. 2 9 : A gente
tem passados na viagem tão ásp eros perigos, tantos clim as e
ceos experimentados.
8.“ Por etiphonia supprim im os a letra linal s das prim eiras
pessoas do plurul d os verbos, quando lhes pospom os o p r o n o ­
m e nos. Ex. A memo-uos em vez de amemos-nos. Tam bem
por euphonia m udam os : 1.° a letra final s dos 'e r b o s e dos
pronom es pessoaes em l. quando adiante vem uma das v a ­
riações do pronom e o. Iíx. Amemol-o em vez de amemos-o:
nol- as derào em vez de nos as derão ; 2 .° a letra linal z em t,
quando adiante vem algum a das v ariações do m esm o pronom e o.
Ex F el- os em vez de fez os ; !).° a linal r, do infinito e:r. I
nos m esm os casos. Ex. Am al-o, vendei -os, em vez de amar- o,
vender- os.
9 .“ Os verb os acabados em ear são oscriptos por uns regu ­
larm ente, e por outros, com a c r e s imo de um i nas tres p e s­
soas do singular e terceira do plural do presente do indicativo
o conjun ctivo. For e x . no verbo passear uns escrevem : pas­
seio, passeias, passeia , passeião, e le ; outros escrevem :
passeo, passeas, etc.
10. O verbo crear, uns escrevem regularm ente em todas as
pessoas e tempos-, o u tr o s, irregu larm ente, m udando a letra e
em i, até m esm o no presente do infinito que escrevem criar
em vez de crear.
11 . O* verb os m ediar , negociar , obseqniar, adiar, p re­
miar, remediar e talvez algun s m ais, tom ao urn e antes do i
nas tres pessoas do singu lar e terceira do plural do presente do
indicativo e conjun ctivo. I r odeio , odeias , odeia, odeião ,
etc. A lgu n s gram m atieos, porém , escrevem estes verb os sem o
accrescim o da letra i e por tanto regularm ente.

V e r b o s rc^iilurt»*. iiíto oS>»tantr n iii-


ila iT in lf t r n rn<li<*al

199. Os verbos acabados em car ou ccar e <jar,


mudâo as radidaesc, tx, em c/u e g em gu, antes de e.
Ex. calcar, calquei; peccar, pequei; julgar, julguei.

200. Os verbos em ger, gir, mudíio g em j , antes


de o e a. Ex. reger, rejo, roja; corrigir, corrijo, cor­
rija.

201. Os verbos em guir, perdem a l e tr a u antes


de o e a. Ex. distinguir, distingo, distinga.

202. Exceptuão-se arguir, redurguir, que con-


servão a l e tr a u, porque esta le tra se pronuncia em
separado do o e n deste modo : ar-gú-o, ar-gú-a.

203. Os verbos feder p precaver, só se usSo nas


pessoas em que ao d e v se seguem as le tra s e e i-

204. Os verbos abolir, banir, colorir, compeli>>'.


demolir, empedernir, exinanir, fornir, inkerir, remir,
os acabados em cpiir, como extorquir e talvez alguns
outros, só se usSo nas pessoas em que v ier um i
adiante das radicaes.
Os verbos adherir, brandir, carpir, discernir, e.c-
haurir, ingerir, m u n ir, submergir, só se usão nas
pessoas em que adiante das radicaes vom um c ou i.

verl>«« írre«'ulm*eN

Advertencia. Na lista seguinte dos verbos irregu­


lares, só conjugaremos em todos os seos tempos
simples, os verbos estar, haver, ser, ter, ir, e pôr. De
todos os mais só mencionaremos as pessoas e tem­
pos irre g u la re s, por isso que as pessoas e tempos
regulares seguem exactam ente o modelo da con­
jugação a que cada verbo pertencer.

I r r e g u la r e s «In p r im e ir a

205. D a r . Ind. pres. eu dou. Perf. tu deste,


elle deo, nós démos, vós déstes, elles derão. Mais
que perf. dera, deras, dera, déramos, dereis, derão.
Conjunct. imperfeito désse, désses, désse, déssemos,
désseis, déssem. Fut. der, deres, der, dermos,
derdes, derem.

206. E s t a r . Ind. pres. estou, estás, está, esta­


mos, estais, estão. Imperf. estava, estavas, estava,
estavamos, estáveis, estavão. P e r f estive, esti-
veste, esteve, estivemos, estivestes, estiverão. Mais
que perf. estivera, estiveras, estivera, estiveramos
estivereis, estiverão. F ut. estarei, estarás, estará,
estarem os,estareis, estarão. Cond. estaria,estarias,
estaria, estariam os, estarieis, estariao. Iinperat.
está, estai. Conjunct. pres. esteja, estejas, esteja,
estejamos, estejais, estejão. Imperf. estivesse, esti­
vesses, estivesse, estivéssemos, estivosseis, estives­
sem Fut. estiver, estiveres, estiver, estivermos, es-
tiverdes, estiverem. Inf. pres. impess. estar. Pres.
— 54 —

pess. estar, estares, estar, estarmos, estardes, es­


tarem. P a r t. pres. estando. P a r t . pass. invar. es­
tado. P a r t. pass. variável (nSo h a ) .
Por este verbo conjuga-se sobrestar ou sobreeslur.

I n r ^ u l n i T N <1»

2 0 7 . A p h a z e r . Este verbo ó defectivo e só tem as


terceiras pessoas seguintes: Ind. pres. apraz.
Iniperf. aprazia. Perf. aprouve. Mais que perf.
aprouvera. F ut. aprazerá. Cond. aprazeria. Con-
ju n ct. pres. apraza. Imperf. aprouvesse. Fut.
aprouver. P a r t. pres. aprazendo. I)o mesmo modo:
desaprazer, desprazer, e prazer.

208. C a h k r . Ind. pres. eu caibo. P erf. coube,


coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberílo.
Mais que perf. coubera, couberas, coubera, coubé­
ramos, coubereis, couberílo. Conjunct. pres. caiba,
caibas, caiba, caibamos, caibais, caibão. Imperf.
coubesse, coubesses, coubesse, coubessemos, cou-
besseis, coubessem. F u t. couber, couberes, couber,
coubermos, couberdes, couberem.

209. Com prazkr-sk Este verbo tem todas as


suas pessoas o tempos, mas segue as irre g u la rid a d e s
do verbo aprazer.

2 1 0 . Cr e r . Ind. pres. eu creio, vós credes, lm -


perat. crede vós. Conjunct. pres. creia, creias,
creia, creiamos, creiais, creiao. Têm as mesmas
irregularidades os verbos descrer, ler, reler, tresler.

2 1 1 . D iz e r . Ind. p res. eu digo, elle diz. P erf.


disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disserüo.
M aisqueperf. dissera, disseras, dissera,disséramos,
dissereis, disserào. F u t. direi, d irà s.d irà , diremos,
direis, dirao. Condic. diria, dirias, diria, diriamos,
dirieis, diriao. Conjunct. pres. diga, digas, diga,
— 55 —

digamos, digais, digito. Imperf. dissesse, dissesses,


dissesse, dissessemos. dissesseis, dissessem. Fut. dis­
ser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem.
Infin. part. pass. invar. dito. P a rt. pass. var. dito,
dita, ditos, ditas.
Conjugao-se do mesmo modo : bem dizer, condizer,
que nfio tem part. pass. ; contradizer, desdizer, en-
tredizer, interdizer, maldizer, predizer, redizer.
212. F a z e r . Ind. pres. eu faço, elle faz. Perf. fiz,
tizeste, fez, fizemos, fizestes, fizerao. Mais que perf.
íizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizereis, fizerao*.
F. farei, farás, fará, faremos, fareis, farão. Cond.
faria, farias, faria, fariamos, farieis, farião. Con-
ju nct . pres. faça, faças, faça, façamos, façais,
fação. Imperf. fizesse, fizesses, fizesse, fizessemos,
fizesseis, fizessem. Fut. fizer, fizeres, fizer, fizermos,
fizerdes, fizerem. Inf part. pass. invar. feito. Part.
pass. var. feito, feita, feitos, feitas.
C o n j u g a o - s e do m e sm o modo : afazer, destifazer,
malfazer, refazer, contr<<fazer, desfazer , perfazer,
rarefazer, satisfazer.
213. II aver . Ind. pres. hei, has, ha, havemos,
haveis, hão. Imperf. havia, havias, havia, liavia-
mos, havieis, havião. Perf. houve, houveste, houve,
houvemos, houvestes, houverao. Mais que perf.
houve ra, houveras, houvera, houvéramos,liouve-
reis, houverão Fu t haverei, liaverás, haverá, h a ­
veremos, havereis, haverão. Cond. haveria, have-
rias, haveria, haveríamos, haverieis, haveriáo.
Imperat. ha (nao usado), havei. Conjunct. pres.
haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajão. Imperf.
houvesse, houvesse* houvesse, houvessemos, hou-
vesseis, houvessem Fut. houver, houveres, houver,
houvermos, houverdes, houverem. Inf. pres. im-
pess. haver. Pres. pess haver, haveres, haver, h a ­
vermos, haverdes, haverem P a r t. pres. havendo.
P a r t . pass. invar. havido. P a r t. pass. var. havido,
havida havidos, havidas.
Conjuga-se do mesmo modo o vorho rehaver.
'2 1 1 . J a z e i - . Ind. pres. jaz , t e r c e i r a p e s s o a do
singular.
2 1 5 . P e r d e u . Ind. p r e s . e u p e r c o . C o n j u n c t .
pre s. p e r c a , p e r c a s , p e r c a , p e r c a m o s , p e r c a i s ,
percão.
210. P o d e r . Ind. p r e s . e u po ss o. P e r f . ou p u d e .
e lle pôde. Conjunct. pres. possa, possas, possa,
p o s s a m o s , p o s s a is , poss uo. O i m p e r a t n ã o é u s a d o .
N ão te m part. pass. v a r ia v e l .
2 1 7 . P r a z e r . S ó se u s a n a s t e r c e i r a s p e s s o a s o
t e m p o s s e g u i n t e s : Ind. p r e s . p r a z . Perl', p r o u v e
Cond. p r o u v e r a . C o n j u n c t . p r e s . p r a z a . I m p e r f .
prouvesse. Fu t. prouver.

2 1 8 . P r o v e r . Ind. p r e s . e u p r o v e j o . C o n j u n c t
p r e s. p r o v e j a , p r o v e j a s , p r o v e j a , p r o v e j a m o s , p r o ­
vejais, provejão.
2 1 9 . Q u e r e r . Ind p r e s . e l l e q u e r . P e r f . q u iz ,
q u i z e s t e , q u i z , q u i z e m o s , q u i z e s t e s , q u i z e r ã o . M ai s
(pie p e r f. q u i z e r a , q u i z e r a s , qu i/ .e r a , q u i z e r a m o s ,
q u i z e r e i s , q u i z e r ã o . O i m p e r a t . n ã o é u s a d o . Conj.
pre s. q u e i r a , q u e i r a s , q u e i r a , q u e i r a m o s , q u e i r a i s ,
qu eirão. I mperf. quizesso, qu izesses, q u izesse, q u i-
zessem os, quizesseis, quizessem. F u t. quizer, q u i-
zeres, quizer, quizerm os, quizerdes, quizerom-
P art. p a ss.v a ria v e l quisto, qu ista, quistos, quistas,
só u s a d o d e p o i s dos a d v é r b i o s b e m e m a l .
220 R e q u e r e r . I nd. p r e s . e u r e q u e i r o , e l l e r e ­
q u er . I m p e r a t . r e q u e r tu . C o n j u n c t . p r e s r e q u e i r a ,
requeiras, req ueira, req u eiram os, r eq u eirais, r e -
queirâo.
221. S a b e r . Ind. pre s. e u s e i . P e r f . s o u b e , s o ti -
beste. soube, soubemos, so u b e stes, so uberã o . Mais
que perfeito soubera, souberas, soubera, s o u b é r a ­
mos , s o u b e r e i s , s o u b e r ã o . C o n j u n c t i v o p r e s e n t e s a i ­
ba, s a ib a s , s a ib a , s a i b a m o s , s a i b a i s , s a i b ã o . Ira-
perf. soubesse, soubesses, soubesse, soubessem os,
s o u b e s s e i s , s o u b e s s e m . F u t . soxiber, s o u b e r e s ,
souber, souberm os, souberdes souberem .
2 2 2 . S e r . In d . p r e s . s o u . é s , 6, s o m o s , s oi s, s ã o .
Imperf. era, eras, era, eram os, ereis, erão. Perf.
fu i, fo s te , foi, fom os, fostes, forão. Mais qu e perf.
f ô r a , f ò r a s , f ô r a , 1‘o r a m o s , f o r e i s , f o r ã o . F u t . s e r e i ,
s e r á s , s e r á , s e r e m o s , s e r e i s , s e r ã o . Cond. s e r i a , s e ­
r i a s , s e r i a , s e r i a m o s , s e r i e i s , s e r i ã o . I m p e r a t . sé,
sêd e. C o n ju n c t. pres. seja, sejas, seja, sejam os,
s e j a i s , s e j ã o . I m p e r f . fo s s e , f o s s e s , f o s s e , f o s s e m o s ,
fosseis, fo ssem . F u t. for, fores, for, form os, fordes,
f o r e m . In f. p r e s . i m p e s s . s e r . P r e s . p e s s . s e r , s e r e s ,
ser, serm o s, serd es, serem . P a r t. pres sendo. P a r t.
p a s s . i n v a r . s id o . N ã o t e m p a r t . pas s. v a r i a v e l .
2 2 3 S o e r . In d. p r e s . s o e , s o e m , t e r c e i r a do
s i n g u l a r e do p l u r a l . I m p e r f . s o i a , s o i â o , t e r c e i r a s
p e s s o a s do s i n g u l a r e do p l u r a l .
221 T e r . Ind. p r e s . t e n h o , t e n s , t e m , t e m o s ,
tend es, têm. Im perf. tinha, tin has, tinha, tin h a -
m o s , t i n h e i s , t i n h ã o . P e r f . t i v e , t i v e s t e , t e v e , ti ­
v e m o s , tiv e s t e s , tiv e r ã o . M ais que perf. tiv e r a , ti-
veras, tivera, tivéram os, tivereis, tiverão. Fut.
t e r e i , t e r á s , t e r á , t e r e m o s , t e r e i s , t e r ã o . Cond.
teria, terias, teria, teríam os, terieis, terião.
I m p e r a t tom t e n d e C o n j u n c t . p r e s . t e n h a , t e n h a s ,
te n h a , te n h a m o s, te n h a is, tenb ão. Imperf. tivesse,
t i v e s s e s , ti v o s s o , ti v e s s e r n o s , t i v e s s e i s , t i v e s s e m .
F u t . t i v e r , t i v e r e s , t i v e r , t i v e r m o s , t i v e r d e s , ti v o -
r o m . In f. p r e s i m p e s s t e r . P r e s . pe s s t e r , t e r e s ,
t e r , t e r m o s , t e r d e s , t e r e m . l >a r t . p r e s te n d o . P a r t .
p a s s . i n v a r . ti d o . P a r t . p a s s . v a r . ti d o , ti d a , ti d o s ,
ti d a s .
C o n j u f íã o - s o d a m e s m a m a n e i r a : ab^ter-se, ater-se,
e m i t r , rI t , r e n tr e te r , m a n t e r , n b le r, r e te r , s u s te r .

2 2 3 . T r a z e r Ind. p r e s . eu t r a p o , e l l e t r a z . P e r f .
trou xe, trou xeste, trou xe, trouxem os trouxestes,
t r o u x e r f f o . M a i s qu o perf. t r o u x e r a , t r o u x e r a s ,
58 —

trouxera, tro u x éra m o s, tro u x ereis, trouxerilo.


Fut. trarei, trarás, trará, tra rem o s, tr a r eis,
t r a r ã o . Cond t r a r i a , t r a r i a s , t r a r i a , t r a r í a m o s ,
t r a r i e i s , t r a r i ã o . C o n j u n c t . p r e s . tr a í r a , t r a g a s ,
traga, tragam os, tragais, tragão. Im perf. tro u ­
xesse, trouxesses, tro u x esse, tro u x essem o s, tr o u —
xesseis, trouxessem . F u t trouxer, trouxeres,
trouxer, trouxerm os, trouxerdes, trou xerem .
2 2 6 . V a l e r . Ind. pres. eu v a lh o . C o n ju n c t. pres.
valha, valhas, valh a, valham os, valh ais, valh ão.
Não tem part. pass. v a r ia v e l .
2 2 7 . V e r . In d. p r e s . e u v e j o , v ó s v ê d e s . P e r f .
v is te , vio, v im o s, v is te s , v ir ã o . M ais q u e p e r f v ir a ,
viras, v ira , v ir a m o s, v ir eis, v ir ã o I m p e r a t v ^ de
vós. Conjunct. pres. veja, veja s, v e ja , v e ja m o s ,
vejais, vejSo. Im perf. v is se , v isse s, v isse , v is s e m o s ,
visseis, vissem . F u t. vir, v ir e s , vir, v ir m o s , v ir d e s,
v i r e m . P a r t . pas s. i n v a r . v i s t o . P a r t . p a s s . v a r .
v i s t o , vi.^ta, v i s t o s , v i s t a s .
C o n j u g H o - s e d a m e s m a m a n e i r a : a n t e v e r , e n tr e ­
ver, ftre.ver, re v e r.

2 2 8 . A c u d i r . Ind. p r e s. tu a c o d e s , e l l e a c o d e ,
e lle s a c o d e m . I m p e r a t. a c o d e tu.
C onju gão-se da m esm a m an eira: ba lir, c o n s u m ir ,
r n s p i r , tlesen lupir , d e s t r u i r , . n r /n /i r, e n t u p i r , e s c a p u ­
lir, estruir, fu gir, sacudir, subir, subtrrfngir, s u m i r ,
tu s s ir .
Instruir é r e g u la r . C onstruir, u n s o fazem r e g u ­
lar, outros o fazem ir r e g u la r . P a r a C am ões e
V ie ir a erão r e g u la r e s os v e r b o s acudir, constru ir,
ile st ru ir, f u g i r , s a c u d i r e s u b i r .
2 2 9 . C a h i r . Ind. pres. eu c a io . C o n ju n c t. pres.
c à i a , c á i a s , c á i a , c a i a m o s , c a i a i s , c á iA o .
r>9 —

Co n j u g a o -s e d a m e s m a m a n e i r a : abslru h ir, ut-


t r u h i r , c o n lr a h ir , d c c a h ir , d e s c i d < ‘l r a l ii r ,d is l r a h ir
tsmbair, exlrah.ir, reca h ir, retraliir, r e lr o tr u h lr, s a h ir ,
sobresah ir, su b lru liir , tr a liir .
239. C o b r i u . In d. p r e s . eu c u b r o . C on ju nc t.
pres c u b ra, cubras, cubra, cubram os, cubrais,
c u b r S o . P a r t pass. i n v a r . coberto. P a r t . pass. v a r .
coberto, coberta, cobertos, cobertas.
C o n j u g ã o -s e d a m e s m a m a n e i r a : descobrir, en -
c o b rir.
231. C o n d u z i r . Ind. p res. e l l e c on du z .
E s t a é a u n i c a i r r e g u l a r i d a d e do v e r b o c o n d u z ir
e do s s e g u i n t e s : n d d u z i r , d e d u z i r , d e s l u z ir , cdu.zir,
i n d u z i r , i n t r o d u z i r , l u z i r , p r o d u z i r , r e c o n d u z i r , re­
d u z i r , r e l u z i r , r e p r o d u z i r , s e d u z i r , t r a d u z i r , tr a n s -
lu zir.
232. Co r t i r . Ind . p r es . eu c u r t o , tu c u r t e s , e ll e
c u r t o , e lle s c u r t e m . I m p e r a t . c u r t o tu. C o n j u n c t .
pres. c u r t a , c u rta s , c u r t a , cu rtam o s, curtais,
c u rtilo.
I)o inesmo modo se c o n j u g S o ; em b o tir , u r d ir ,
s o r d i r , s o r t ir . Os q u a t r o p r i m e i r o s v e r b o s t a m b é m
se e s c r e v e m com u d e s t e modo : c u r tir , e m b u tir ,
u r d i r , s u r d i r , e e n t ã o sâo r e g t i l a r e s .
233.. D o r m i r I n d. p r e s eu d u r m o . C o n j u n c t
pres, d urm a, d urm as, d u rm a, durm am os, durm ais,
durmão.
234 . F e r i r . Ind. p r es . e u liro. C o n j u n c t . p r e s .
fira, firas, fira, fira mos, firais, firüo.
C o n j u g a o - s e d a m e s m a m a n e i r a : a d v e r ti r , a fe r ir ,
a ss e n tir , a u f e r i r , c o m p e tir , c o n fe r ir , con segu ir, con­
s e n tir, d e f e r ir , desconsentir, d esferir, d e s in v e s lir , des­
m e n t ir , d e s p ir , d es s e rv ir , desvestir, d i/f e r i r , d ig e r ir ,
d is s e n tir , d i v e r t i r , e n x e r ir , ex p e llir, im p e l li r , in d e ­
f e r i r , i n f e r i r , i n s e r ir , i n v e s t i r , m e n t i r , perse g u ir,
p r e f e r ir , p rese n tir, p r e t e r i r , pro ferir, p r o s e g u ir ,
— 00

r efe r ir, reflectir, repeli i r , rep e lir, re s e n tir , v e s e r v ir ,


revestir, sefjuir, sen tir, s e r v i r , s j b r e - o e a lir ,tr itn s f e r i r ,
■vestir.

235. F r i g i r . Ind p r es . t u f r e g e s , e l l e f r e g e , e l l e s
f r e g e m . I m p e r a t , f r e g e t u . P a r t pass. i n v a r . l r i t o
ou fr i c to . P a r t pass. v a r . f r i t o - f r i t a - f r i t o s - f r i t a s .
23 5 I r . Ind p r es . vo u , v a is , vai. v a m o s ou imos,
ides, v i o . I m p e r f ia, ia*, ia, i a m o s , iois, iao P e r f .
fui, fosto, foi, fomos, foste f o rn o . Mais q u e p e r f .
f ò r a , f ô r i s , f ò r a , f o r a m o s , fo reis, f o r ã o F u t iroi,
i r á s , i r ã , i re m o s, ireis, irSo. Cond. i r i a , i r i a s , i r i a ,
iria inos , irieis, iriíío I m p e r a t . v a i, ido C o n j u n c t .
p r e s . va , v a s , va , v a m o s , v a d o s , vá o. I m p e r f fosso,
fosses, fosse, fossemos, fosseis, fossem F u t f o r,
f o re s , f o r, fo rm o s , l o r d e s , f o r e m . In f. p r e s . i m p e s s .
ir. P r e s . pess. ir, i r e s , i r , i rm o s , i r d e s , i r e m . P a r t .
p r es . indo. P a r t pass. i n v a r . ido. P a r t p a s s v a r .
nüo tem (v. o n. lí)6). E s t e v e r b o é o u n i c o d a l í n ­
gua p o rtu g u eza, que nao tem le tr a s ra d ic a e s .
237. O u vi r Ind. p r e s ou o u ç o . C >njunct. p r e s .
ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçâo.
238. P e d i r . Ind. p r e s . eu peço. C o n j n n c t . p r e s .
pe ç a, peç as, p eç a, p e ç a m o s , p e ç a i s , p o ç ã o .
(Jonjugao-.se do m esm o modo : d e s i m p e d i r , despe­
d i r , expedir, im p e d i r , m e d i r , r e m e d i r .
Os a n t i g o s d i s s e r ã o e a l g u n s m odernos ainda
dizem v id o , impido, e tc .

239. P r e v e n i r . I n d . p i e s eu p r e v i n o , tu p r e v i -
nes, e lle p r e v i n e , e ll e s p r e v i n e m . I m p e r a t . p r e v i n e
tu C o n j u n c t . p res . p r e v i n a , p r e v i n a s , p r e v i n a ,
previnamos, previnais, previnão.
Ass im se c o n j u g a : r e d e m i r .

240. I í l R . Ind. p res . e u ri o , t u r i s , e l l e ri, v ó s


r id e s , e ll e s r i e m . I m p e r a t . ri t u , r i d e v<is. C o n j u n c t .
— 61

pr e s . r i a , r i a s , r ia , r i a m o s , r i a i s , r ia o. E s t e v.
nã o t e m p a r t . p a s s . v a r i a v e l .
C o n ju g a -s e d a m e s m a m a n e i r a sorrir.
241 V i r I nd , p r e s . eu v e n h o , t u v e n s . e ll e v e m ,
vós v i n d e s . I m p e r f . v i n h a , v i n h a s , v i n h a , v í n h a ­
mos, v i n h e i s , v i n h a o . P e r f . vim, v i es t e , veio, v i e ­
mos, v i e s t e s , v i e r ü o . Mais q u e p e r f . v i e r a , v i e r a s ,
viera, viéram os, viereis. vierão. Im perat. vem,
vinde. Conjunct. pres. venha, venhas, venha, v e ­
n h a m o s , v e n h a i s , v e n h ã o . I m p e r f . viesse, viesses,
viesse, v i és s e m o s , v ie ss e is, vi es s e m . F u t . v i er , v i e ­
r e s , v i e r , v i e r m o s , v i e r d e s , v i e r e m P a r t . pass.
i n v a r . v i n d o . N ã o t e m p a r t . p a s s. v a r . , p o r q u a n t o
v i n d o , v i m l a , v i n d o s , vin da* é m e r o a d j. c o m o se
póde v e r 110 11 . 19(3. C o n j u g ã o - s e p o r e s te os v o r h o s
a v i r - s e , c o n t r a o i r , c o n v i r , d e s a v ir - s e , d e s c o n v ir , en­
t r e v i r , i n t e r v i r , / i r o v i r , r e c o n v ir , s o b r e v i r .
2 12. C o n j u g a ç ã o do v e r b o p ô r q u e nfio p e r t e n c e a
n e n h u m a d a s t r e s c o n j u g a ç õ e s e de q u e a l g u n s f a ­
zem a 4 . a c o n j u g a ç ã o . Ind. p r e s po n h o , pões, põe,
po m o s, po n d e s, põ em . I m p e r f . p u n h a , p u n h a s , p u ­
n h a , p ú n h a m o s , p u n h e i s , p u n h â o P e r f . puz, p u -
z e s t e , poz, p u z e m o s , p u z e s t e s , p u z e r ã o . Mais q u e
perf. puzera, puzeras, puzera, puzeramos, puzereis,
puzerão . F u t . porei, porás, porá, poremos, poreis,
p o r ã o . C on d. p o r i a , p o r i a s , p o r i a , p o r í a m o s , p o r ie i s,
p o r i ã o . I m p e r a t põe, po nde . C o n j u n c t . p r e s . p o n h a ,
ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponhâo. Imp.
p u z e s s e , pu z e ss e s , pu z e ss e , p u z e ss e m o s, pu zesseis,
puzessem. F u t puzer, puzeres, puzer, puzermos,
p u z e r d e s , p u z e r e m . Inf. p r e s . iinpes s. pôr. P r e s .
pess. p ô r , p o r e s , p ô r , p o r m o s , p o r d e s . p ô r e m . P a r t
])res. pon<lo. P a r t . pa ss. i n v a r i a v o l posto. P a r t .
pass. v a r i a v e l p o s to , p o s ta , pos tos , p o s t a s .
P o r e s to v e r b o c o n j u g ã o - s e os s e u s c o m p o s t o s :
a n te p o r , a p p o r , c o m p o r , c o n tr a p o r , d e c o m p o r , d ep o r,
d e s c o m p o r , d i s p o r , e x p o r , im po/-, i n d i s p o r , in te rpo r,
o p p o r , p o s p o r , p r e p o r , p r e s u p p o r , p r o p o r . r ecom por,
r e p o r , so b rep o r, solo p o r , s u p p o r , tra n sp o r .
Este verbo se dizia antigam ente poer, e por isso
pertencia á 2.“ conjugação.

■>o p artic ip io

243. P a r t i c i p i o é a p alavra que ao mesmo tempo


faz parte dos verbos e dos adjectivos.
Faz parte dos verbos, porque está incluído n’elli*s e porque
é um dos seus tem pos; e faz parte dos adjectivos, porque per­
tence á classe dos adjectivos qualificativos

244 Ha duas especies de participios ; o p a r ti­


cipio presente e o participio passado.

245. O participio presente é o que m ostra uma


epoca vaga, que sóé determ inada por outro tempo
de verbo ou por um advérbio de tempo.
Ex. estou amando,estive amando,estarei amando;
amando hoje, amando hontem, amando am anhã.

246. Ha certos substantivos que acabSo no sin­


g u la r nas mesmas le tra s que os participios pre­
sentes. E x . doutorando, isto õ, o homem que está
para receber o grào de doutor ; examinando, isto é,
o estudante que ha do ser examinado.

247. Participio passado é o que, junto aos verbos


ter e haver, exprime um tempo passado, e junto ao
verbo substantivo ou a um advérbio de tempo, ex­
prime o presente, o passado ou o futuro.
Ex. eu hei ou tenho amado; sou amado, fui a m a d o ,
serei amado; amado hontem, endeosadu hoje, apedre­
jado amanhfl.

248. 0 part. pass é v a riavel ou i n v a r i a v e l : o


invariavel term ina sempre em o, anda sempre
acompanhado de um tempo do verbo íer ou haver e
póde ser de verbo transitivo, de verbo in tra n si­
t iv o ou v e r b o s u b s t a n t i v o , m as n u n c a de v e rb o
p a s si v o . E x . t e n h o a m a d o , t e n h o a n d /id o , t e n h o
sid o o u esta d o .

219. O p a r t . pa ss v a r i a v e l t e r m i n a o r a em u ou
<>, o r a e m os ou as, a n d a s e m p r e a c o m p a n h a d o de
u m n o m e ou p r o n o m e , ou de u m t e m p o d'o v e r b o
s er ou estar, é s e m p r e passivo, o p o r isso e x ig e s e m ­
p r e u m c o m p l e m e n t o i n d i r e c t o q u e signifique o
a g e n t e ou a u c t o r d a a c ç ã o e x p r e s s a pelo p a rt i c i p io .
E s t e c o m p l e m e n t o é s e m p r e u m n o m e ou p r o n o m e
p r e c e d i d o d a p r e p o s i ç ã o ile ou p o r e ás vezes com..
E x . A ju d a d o da Duos o a p o r Duos; A torm e n ta d o da
f o m e , p i l a f o m e ou com fo m e .

250. T e m o s em p o r t u g u e z m u it o s a d j e c t i v o s q u e
t e r m i n ã o c o m o p a r t i c i p i o s p a s s a d o s v a r i a v e i s ou
p a s si v o s , e q u e f a c i l m e n t e se d i s t i n g u e m d ’e s te s ,
a t t e n d e n d o a q u e t a e s a d j e c t i v o s n ã o podem t e r
n u n o a o c o m p l e m e n t o i n d i r e c t o s ig n if ic a n d o o a g o n te
d a a c ç ã o e x p r e s s a pelo p a r t i c i p i o , e podem s e r s u b ­
s t i t u í d o s p or m e r o s a d j e c t i v o s s y n o n y m o s . P o r e x .
Af/rai/rci /o, q u a n d o n ã o é p a r t i c i p i o , póde s e r s u b ­
s t i t u í d o pelo a d j . (/r a to ; C o nfiado, pelo a d j. insolente
ou resoluto : ('rem id o , pelo a d j . t/rande, alto, n u m e ­
roso ou cheio ; D e te r m in a d o , pelo a d j. certo, definito,
resoluto ou v a l o r o s o ; E n te n d id o , pelo a d j . xabio,
d o u to , n ntew led o r, conhecedor; I d o , polo adj aosniUe,
d e f u n to , m o r i b u n d o ; L o lo , pelo a d j. sabio, douto ;
M o rto, polo a d j . d e fu n to , ecanijue, e x o n im e ; V indo.
pelo ad j presen te, assistente (o u v in te , espectador).
251 . Muitos verbos têm um participio r e g u l a r ,
o u tro irr e g u la r. Ex. Accoitar, acceitado. acceito ;
c a p tiv a r.c aptivado, captivo ; e n tr e g a r , entregado,
e n tre g u e ; expressar, expressado, expresso ; ex­
pulsar, expulsado, expulso ; f a r t a r , fartad o , farto ;
g a n h a r , g anhado, g anho ; g a sta r, gastado, g a s to ;
is e n ta r, isentado, isento ; ju n ta r , ju n ta d o , junto :
lim p a r, lim pado, lim p o ; m a t a r , m atado, m o rto
( e s t e p a r t . m o W ; é s e m p r e do v e r b o m a ( a r , e n u n c a
— 04 —

do verbo morrer, cujo part. ó m orri io invariavel);


pagar, pagado, pago ; salvar, salvado, salvo ;
seccar, seccado, secco ; soltar, soltado, solto ; su­
jeitar, sujeitado, sujeito
Accender, accendido, acceso ; eleger, elegido,
eleito ; escrever, eserevido (não usado), escripto ;
immergfer, iinmergido, immerso ; querer, querido,
quisto; romper, rompido, roto ; suspender, suspen­
dido, suspenso.
Abrir, abrido (n£ío usado), aberto ; concluir,
concluido, concluso ; cobrir, cobrido (não usado),
coberto ; erigir, erigido,erecto ; excluir, excluído,
excluso ; eximir, eximido, exempto ; oxpollir, e x-
pellido, expulso ; exprimir, exprimido, expresso ;
extinguir, extinguido, extincto ; frigir, frigido,
frito ou fricto ; imprimir, imprimido, impresso ;
incluir, incluido, incluso ; inserir, inserido, in-
serto ; opprimir, opprimiflo, oppresso ; submergir,
submergido, submerso ; surgir, surgido, surto ;
tingir, tingido, tinto ou tincto.

S i » i t « S w i r i » 5o

252. A dvhrhio õ a pala vr a invariavel quo so


ajunta ao verbo, adjectivo, participio, ou a outro
advérbio, para lhes modificar o significado. Tam­
bém se ajunta ao nome o pronome qua ndo estes
são attributos.
25.'?. O a d v é r b i o m o d ific a o s ig n if ic a d o d a s p a l a -
v r a s a q ue se aju n ta, de cin c o m an eiras d iffero n tes:
a u g i n e u t a n d o , d im i n u in d >, i g u a l a n d o , a p p r o x i -
m a n d o ou m u d a n d o o s ig n if ic a d o d e s s a s p a l a v r a s .
K x. n m iio b o n it o , iiipuns h o n it o , /</■> b o n it o , r/n<isi
b o n it o , não b o n it o . T a m b é m m o d ific a i n d i c a n d o
u m a c i r c u m s t a n c i a do l o g a r , t e m p o o u m o d o .

251. P o r e x c e p ç ã o d e r e g r a o a d v . a j u n t a - s e ás
v o z e s a p a l a v r a s q u e n ã o s a o n e m v e r b o s , n e m ad-
— 65 —

j e c t i v o s , n e m p a r t i c i p io s , n e m a t t r i b u t o s , n e m
o u t r o s a d v é r b i o s . P o r ex . n a o r a ç ã o — Só as o b r a s
de Deos são a b s o l u t a m e n t e g r a n d e s — o a d v . só e s tá
j u n t o a o s u b s t. O b ra s, q u e nã o é a t t r i b u t o .
255. O a d v é r b i o é r e s u m o de um c o m p l e m e n t o
i n d i r e c t o com pr ep o s i ç ão . E x . P e d r o f a l i a eloquen­
tem ente, isto é, com etoquencia.
O u t r o e x P e d r o é sem pre e l o q ü e n t e , e m u ito ap-
p l a u d i d o crf e hí, isto ó, P e d r o é e l o q ü e n t e ern lodus
as occasiões cm r/uc fa lta e a p p l a u d i d o em g ran de
q u a n tid a d e ou n u m e r o de v e z e s neslo to g a r onde estou
e nesse lo g a r onde t u cstds.

256. Os a d v é r b i o s d i v id e m - s e em a d v é r b i o s d e
modo, de t e m p o , do q u a n t i d a d e e de l o g a r .
257. Os a d v é r b i o s de modo são : a l e r t a , a li á s ,
a p e n a s , bom, co mo , d e b a ld e , d e v é r a s , e x c lu s i v e ,
i n c l u s i v e , m a l . m e l h o r , nã o, peior, q u i ç á , sim,
a f f l n n a t i v a m e n t e , n e g a t i v a m e n t e , etc.
258. Os a d v é r b i o s de t e m p o são: a g o r a , a m a n h ã ,
a i n d a , a n t e s , cedo, depois, e m b o r a , e n t ã o , hoje,
h o n t e m , j á , j a m a i s , logo, n u n c a , s e m p r e , t a r d e ,
a c tu a lm e n te , antigam ente, diariam ente, immedia-
ta m e n te , etc.
25 9. Os a d v é r b i o s de q u a n t i d a d e são: a i n d a , a p e ­
n a s , a s saz , a t é , como (sy n. de qu ão ), mai s, inenos,
m u i t o ou m ui, pou co , q u a n t o , qufío, qu a s i, q u e (sy n.
de qu ã o ), s e q u e r , s o b r e ( sy n. do qu a s i) , t a n t o , tão ,
g r a n d e m e n t e , m a i o r m e n t e , s u f l i c i e n te m e n t e , e tc .
2(50. Os a d v é r b i o s d e l o g a r são: a c o l á , a b i, al ô m ,
a l l i , a l g u r e s , a q u ê in , a q u i, cá, l á, d e n t r o , d i a n t e ,
eis, lo n g e , n o n h u r e s , on d e , a o n d e , p a r a on d e , po r
onde, porto, in terio rm en te, proxim am ente, supe­
r io rm e n te , etc.
Classificamos a palavra e is, roniu advérbio, porque resume
o com pl. ind. D ia n te de vó s ou d v is ta ou n a vossa presença.
— 66 —

haveis ou tendes ou vêdes (ou outra qualquer pessoa destes


verbos). Esta palavra é contrarção de haveis segunda pessoa
do plu ral do presente do ind . do v. haver , e tam bem póde ser
encarada com o c o n tr a c to de tendes ou vêdes , pessoas que se
fossam regulares, deviíio ser leis e veis. N a an alyse d eve ser
considerada com o verbo contrahido, com o se vê tio n . 3Í13,
10 a 13.

261. O adv. onde vale tanto como o compl. ind.


no qual, na qual, nos quaes, nas quaes ; aonde, ao
qual, á q u a l, etc.; donde, do qual, da qual, etc.; paru
onde, para o qual, para a qual, etc.; por onde, pelo
qual, etc. Nas interrogações estes advérbios valem
tanto como em que logarl a que logar? <le que logar?
para que logarl por que logarl.

262 Mullos adjectivos na term inação masculina


do singular, se empregão como advérbios.
Ex. alto, baixo, barato, curo, claro, bastante, forte,
firme, primeiro, segundo, só.
Estes advérbios distinguem -sedos adjectivos, por
que podem ser substituídos por outros advérbios,
acabados em mente.. Por ex. só é adv., quando puder
ser substituído pelo adv. somente, uni cair. ente-, e s e r à
adj. quando puder ser substituído pelo adj. sosinho,
unico, solitário, não acompanhado.

263. Os advérbios acabados em mente íonnão-se


dos adjectivos na term inação feminina do singular
e da p a la v ra mente que quer dizer modo ou ma­
neira.
Por ex do adj. í. mansa forma-se tm m m m enle, e
do adj. f. justa, justamente.

264. Quando concorrem dous ou mais de dous


advérbios acabados em mente, póde-se supprim ir a
p a la v ra mente em todos, menos no ultimo. Ex.
Pedro falia sabia e eloquentemente.

265. Loniçàn adrerbia! o o advérbio composto de


— 07 —

d u a s ou m a is d e d u a s p a la v r a s q ue fa z e m as f u n c -
ç õ e s d e u m a d v é r b io s im p le s.
E x . d s escuras, a n t e - h o n t e m , t r a z - a n t e - h o n t e m .
A s lo cnçôes a d v e r b i a e s são e n tre o u tras as se g u in te s: ás
a p a l p a d e l la s , até a g o r a , á s cégas, p o r e m q u a n t o , a torto e a
direito, c o m elíeito, depois d a m a n h ã . de c e rto , em vão, em v e r ­
da d e, p o r v e n t u r a , p o r c im a , p o r baixo, p o r d e n tr o , o u tr 'o r a ,
á s vezes, d u a s vezes, m u it a s vezes, de vez em q u a n d o , pouco a
p o u c o , etc.

I > u [ ir e p o > iiç iío

2(50. P r e p o s i ç ã o é a p a la v r a i n v a r i a v e l quo se
p õe a n t e s d e o u t r a s , p ara fa z e r d e l l a s c o m p le m e n t o s
in d i r e c t o s ou p a la v r a s c o m p o s ta s . E x . o L i v r o de
P e d r o ; decorrer.
2 0 7 . A s p r e p o s iç õ e s q u e fa ze m c o m p le m e n t o s i n ­
d i r e c t o s c h a m â o - s e regentes o sâo: a, ante, u p o z ou
iipói, até, com , con tra, de, desde, d u ra n te , e m , entre,
m e d ia n te , p a r a , p e r , perante, por, sem , sob, sobre.
2 0 8 . A s p r e p o s iç õ e s q u e f a z e m p a l a v r a s c o m p o s ­
t a s c h a m ã o - s e com ponentes e sSo e n t r e o u t r a s a s s e ­
g u i n t e s : a , <‘b, abs, a d , ante, a n t i , c i r u m , com ,
co n tra, de, des, d i, d is , e. e m , entra, <-.<ou ex, extra,
i m ou iii, in fr a , in ter, ob, per, p o r, p re , pro, preUtr,
re, sob o u sub, sobre, suj)er, Irans, u ltra .

2 0 9 . A l g u n s adj. e o u t r a s p a r t e s da o r a ç ã o s e
usilo tamborn c o m o p r e p o s iç õ e s . E x . c o n f o r m e , excep-
to, m a i s , menos, s a lv o , .segundo, v i s to :

270. Locução prepo.ii.liva è u m a p r e p o s iç ã o c o m ­


p o s t a d e d u a s o u m a is d e d u a s p a l a v r a s q u e fa z e m
a s f u n c ç õ e s d e u m a p r e p o siç ã o s im p le s . E x . Depois
de, j u n t o a , p o r entre, p o r causa de, n ã o obstante,
p a r a co m , de per.
— 08 —

T a n t o a p re p . r e g e n t e c o m o a c o m p o n e n t e a ju n i ã o ás p a la ­
v r a s q u e se lh e s se g u e m , um a significa ào qu<* a s d ta s p a la v r a s
p o r si sós n à o p o d e m t e r . Assim n o s ex. do n . 26<> a p r e p .
regente d e a ju n t a ã p a l a v r a P e d ro a sig n i li ra c ã o d*» c o m p l e ­
m ento restric tivo, isto é, fa/. com qu»< a p a l a ' ra P e d r o sig n if i­
q u e o po ss u id o r do livro de q u e e s t a m o s fa ll a n d o ; e a p re p .
c o m p o n e n t e d e a j u n t a á p a l a v r a c o r r e r a sign ificação de c o m p l.
c irc u m s ta n c ia l d e logar, isto *'*, faz com q u e c o r r e r signifique
c o r r e r d e a lg u m lo y a r . Kslas signiiica ões o u s e n t d o s div ers o s
q u e a s p a la v r a s tom à o e m v irtu d e d a s p r e po siçõ e s, c h a m ã o - s e
re la ç õ e s. S ã o m u it a s a s div ers as r«l;.çõi*s q u e a lg u m a s p r e p o ­
sições p o d e m r e p re s e n t a r P a r a e x em p lo c i t a r e m o s a p r e p . ti
q u e póde r e p r e s e n t a r , e n tr e o u t r a s , as q u a to r z e d iv e rs a s r e l a ­
ções seguintes : 1.° de logar o n d e , com<» em : M oro á b eira do
rio ; 2 ° de lo g a r ao n d e ou para o nde , c o m o e m : Vou a l to m a ;
3.° de d istan cia, c o m o e m : Moro d a q u i a d e / lég uas; 4 . ° d e p r o ­
x im id a de, com o e m : E s t a r á m orte , e s t a r d m e z a : 5.° de si-
m u lta n e id a d e ou a c o m p a n h a m e n t o , c o m o »*m : C a n ta r ao
pian o ; G.° de c o n ti n u a ç ã o ou r e p e tiç ã o , co m o em : Os la­
d rõ e s a n d ã o a r o u b a r 7.° de íiui p a r a q u e , c o m o e m : C o rro fi
b u s c a r o ineo socego ; 8." de te m p o em qu e, co m o e m : P a r t io d
m eia noite ; 9.° a tt r i b u iç à o ou re fe re n c ia , c o m o e m : P e d r o A
iitiI d p a tria, Os P a ra g u a y o s ü z e r ã o g u e rra aos H r a z i l e i r o s ; 10.°
p r e ç o , com o e m : V e n d e r a cinco tostões; 1 1.° m edida o u q u a n ­
tidade, c o m o em : K a zò e s á s c a r r a d a s , c u m p r i m e n t o á s a r r o ­
bas ; 12.° m o d o , c o m o em : A n d a r a c a v a l l o ; 13.° c a u s a , c o m o
e m : M o r r e r á fome ; 14.° i n s t r u m e n t o , c o m o e m : M a ta r a pão.

■»<« c o i i j n n c ç a o

2 7 1 . C o n ja n r r ã o a p a la v ra in v a r ia v e l que lig a
p a l a v r a s , ora çO es e p e r io d o s . E x . A l e x a n d r o e P o m -
p eo eriío á v id o s do g l o r i a . C e sa r c h e g o u , v i o e
venceo.
2 7 2 . A s conjtincçO es m a is u s a d a s stfo: c o m o , c o m -
l u d o , e, e n t r e t a n t o , lo tjo , i « « v , n e m , o r a , o u , p o i s , p o r
(sy n . de com o), p o r é m , p o r q u e , p o r q u a n to , p o r ta n to ,
q u a n d o , q u e , se ou s i , s e n ã o , l a m b e m , t o d a v i a .
2 73 . L o c u çã o c o n ju n d iv a è u m a con jun cçSo com ­
p o s t a do d u a s o u m a is do d u a s p a l a v r a s q u e f a z e m
as fun eções de uma con ju n cção sim p les.
E x . a i n d a q u e , a s a b e r , d e p o is q u e , d e s d e q u e , is to
a i n d a m e sm o q u a n d o , t o d a s a s v e ze s q u e .
— 09 —

274. A s c o n j u n c ç õ e s : e, outro s im , ta m b é m , ite m ,


j d , n em , ou , o ra , qu er, l i g ã o o r d in a r ia m e n t e t e r m o s
da m e s m a e s p e c i e , is t o é, um su je ito a o u t r o su je ito ,
um a t t r i b u t o a o u t r o a t t r i b u t o , um c o m p le m e n t o
d e c e r t a e s p e c i e a o u t r o c o m p le m e n t o da m esm a
e s p e c ie , u m a o r a ç ã o de c e r t a e s p e c ie a o u t r a
o r a ç ã o d a m e s m a e s p e c ie .
A c o n ju n c ç â o senão fo r m a ás vezes cora o a d v . não q u e a
pre.ccde, u m a locução a d verb ial, s y n o n y m a tio a d v . sóm ente.
Elle não q u e r sen ã o b rin ca r, isto é, elle q u e r só m en te b r i n c a r .
J á n a q u e lle tem po st; n ã o a rris ca v a a v id a sen ã o polo seu ju s to
v a lo r, isto é, a rri s c a v a - s e a vida s o m e n te pelo seu j u s t o valo r.
Mas q u a n d o esta conj. é s y n o n y m a das conju ncções m a is q u e
o u d o q u e , a não ser; m a s , m a s ta m b e m , n à o form a locução
a d v e r b ia l. E x . elle n ã o q u e r o u tra co u sa se n ã o (mais do que)
brim a r. D e o s co ncedeo muito aos reis não p a ra t e r e m mais,
se n ã o pa ra da rem m ais, isto ó, m a s p;ira d a r e m mais.
A co nj. p o r 6 sy n . de com o, q u a n d o está ante s de n om e a t ­
t r ib u to , o u a n te s d e ailj. ou p a r t. Ex. I r p o r e m b a ix ad o r, isto
é, ir com o e m h a i \ a d o r . D e o -m e p o r bom , p o r curado, isto 6,
com o b o m , com o c u r a d o . N
A p a la v r a p o r , se pa ra da da p a la v r a q u e , por um adi. ou
p a r t. , ou pelas pa la vras m a is , m e n o s, p o u c o , m u ito , fórm a
c o m a dita p a la v r a q u e u m a locução conjunctiva sy n. de e m ­
b o ra , a i n d a q u e , cotn q u a n to , se b em q u e , bem q u e , p o s to que.
Ex. P o r b om que sejas, e p o r estim ado que s ja s , nao és m ais
do q u e P e d ro . P o r m ais q u e eu faça, n in g u é m m*o agradece.
Os g r a m m a ticos dividem as conju ncções em : copulativas que
sã o : e, o u t r o sim, t a m b e m . ite m , etc.; Disjuncli vas, que são-
n e m , ou , j á . . . j á , q u e r .. . q uer, etc.; C ondicionaes, q u e são* se,
com tan to q u e , sem qu e, e tc .; Causaes, que são : porq ue , pois,
p o rq u a n to , etc.; Conclusivas, que s ã o : logo, p o r ta n to , pelo
q u e , a ssim q ue, p o r oorisequeneia, ele.; C o m p ara tiv a s, que
são: a ssim , assim com o, be m como, qu e, do q ue, etc. Vdv»;r-
sa tiva s, q u e s ã o : m as, p o ré m , posto que, com q u a n to , su p-
posto, to davia, a in d a assim , etc. Explicativas, que são: isto é,
a s a b e r , c o n v é m a sa b e r, v. p., n o r e x e m p lo , do sorte q u e , etc.
P e riód ic as, que são: q u a n d o , ate q u e , e m q u a n t o , logo q u e, etc.
de F i m , q u e são: a iirn q u e , a lim de que, p a ra q u e , etc

S)u

275. I n t e r je iç ã o é a p a la v ra in v a r ia v e l que
r e s u m o u m a ou m a is d e u m a o r a ç ã o . E x . C a lu d a !
q u e r e s u m e a s o r a ç o e s : c a l a - t e ou c a l a i - v o s , ou
m a n d o q u e t e c a l e s ou q u e v o s c a l e i s .
— 70 —

A s p r i n c i p a e s i n t e r j e i ç õ e s s ão : a h ! ai! oh! ui!


eia! á p a g e ! ho l á ! a p r e ! i r r a ! c á s p i t e ! o x a l á ! siu!
ta! c a l u d a ! c h i t o n !
M u ita s o u t r a s p a l a v r a s se usão como i n t e r j e i ­
ç õ e s . E x . a n im o ! a r r e d a ! b r a v o ! b r a v í s s i m o ! m i s e ­
r i c ó r d i a ! s ile n c io ! v i v a !
O a d v é r b i o .vim t e m , c o m o a s i n t e r j e i ç õ e s , a p r o ­
p rie d a d e de r e s u m ir u m a ou m ais de urna o r a ç ã o .
E x . Queres t u j a n t a r j á ? S i m , i s t o ó, nu q u e ro
ja n ta r jü .
276. Toda a p a la v r a seguida de ponto de a d m i­
ração é um a interjeição. A unica interjeição que
n u nca tem ponto de a d m ira ç ã o é a in terjeição que
se põe a n t e s do v o c a t i v o . E x . O J o ã o , v e m c á .
2 7 7 . L o cu ção in te r je c tiv a . ô u m a i n t e r j e i ç ã o c o m ­
p o s t a d e d u a s ou m a i s d e d u a s p a l a v r a s q u e f a z e m
as vezes de u m a in te rje iç ã o sim ples.
E x . O h céos! Ai d e m im ! A q u i d ’e l - r e i !

l l i x l e l u w <le i i i i i i I imo viikoI»*»i«*i«

A d v e r l e n c i a . A a n a l y s e q u e c h a m a m o s e t y mo l ó ­
g i c a e q u e o u t r o s c h a r n ã o y r u n n w x L ic a l o u te x ic o lo —
g i c a , d e v e s e r e s c r i p t a , d e c ó r e o r a l , a fim d e q u e
sejão re p e tid a s as occasiões de a p p l i c a r o r e c o r d a r
as r e g r a s e definições d a d a s n a e t y m o l o g i a . E ’ p o r
e s t a a n a l y s e q u e os n o s s o s a l u m n o s c o m o ç ã o o e s ­
tudo racio cin ad o da g r a m n ia tic a o ò por e ste meio
que elles, em pouco tem po, á fo rç a de r e c o r r e r ás
r e g r a s e d e f i n i ç õ e s p a r a p r o c u r a r a r a z ã o do q u e
dizem, a cab ão por c o m p r e h e n d e r mui s u a v e m e n te
e com o m aior proveito, todas essas r e g r a s e
d e fi n iç õ e s .
A n a ly s e de orações de verbos su b s ta n tiv o s , isto é,
de o raç õ e s q u e c o n s tã o de sujeito, v e rb o e a t t r i b u t o
e m s e p a r a d o do v e r b o .
2 7 8 . DEOS È JU STO

1nalyno cscripta
De os 1.° é n o m e p r o p r i o r e a l m . do s. ; 2 . ’ é o su j.
d o v . é.
é 1.” é v. s u b s t . i r r o g . d a 2." c o n j u g . ; 2." n a 3.*
p e s s. do s. do p r e s . rio i nd . do v. ser ; 3.° a
sua ra d ic a l ó a le tr a s a qual o verbo não
c o n s e r v a s e m p r e em t o d o s os se os te i n p o s e
p e s s o a s , e a s s u a s f ina es n ã o s5 o s e m p r e a s
d a s u a c o n j u g . ; 4.° t e m p o r s u j. a p a l a v r a
lh:o!t, d e q u e m o a t t r . é o a d j . j u s t o .
j u s t o 1.° é a d j . q u a l i f . p o s i t i v o m . do s.; 2." é o
a t t r . do su j.

A n a/yse o ra l
P o r q u e è n o m e a p a l a v r a Daos? P o r q u e é p a l a v r a
q u o s i g n i f i c a u m o n t e (n . 1 1). P o r q u o é n o m e p r o ­
prio ? P o r q u e é nom e que nüo co nvém a c a d a um
n e m a t o d o s os e n t e s d a m e s m a e s p e c i e , i n a s c o n v é m
a u m só ( n . 18). P o r q u e ô n o m e r e a l ? P o r q u e s i g n i ­
fica o n t e q u e e x i s t e i n d e p e n d e n t e d e o u t r o (n. 25).
Po r < ju e é m a s c u l i n o ? P o r q u e é n o m e do Deos dos
c h r i s t a o s (n. 3 8 ) . P o r q u e é do s i n g u l a r ? P o r q u e i n ­
d i c a u m só e n t e (n. 17). P o r q u e é s u j e i t o ? P o r q u e é
p a l a v r a q u e s i g n i f i c a o o n t e a q u e m o v. é a f l i r m a
p e r t e n c e r a q u a l i d a d e d e s e r j u s t o (1 34) ; e p o r q u o
é p a l a v r a q u o póde s e r d a d a como r e s p o s ta c o n v e ­
n i e n t e q u a n d o s e faz a p e r g u n t a — ( h ie m tí ju s to ?
(n. 184).
P o r q u e é v e r b o a p a l a v r a <■' ? P o r q u e é p a l a v r a
q u e a f l i r m a <(ue a q u a l i d a d e d e s e r j u s t o p e r t e n c e
s e m p r e a o s u j . Deos (n . 131 . P o r q u e é v e r b o s u b ­
s t a n t i v o ? f o r q u e é v. q u e e m si n ã o t o m i n c l u í d o
n e n h u m a t t r . e s p e c i a l ou p a r t i c u l a r (n . 151).
P o r q u e é i r r e g . ? P o r q u e n ã o c o n s e r v a s e m p r e em
t o d o s os s e o s t e m p o s e p e s s o a s n e m a s u a r a d i c a l
n e m a s f i n a e s d a s u a c o n j u g . (n. ItiO). P o r q u e é d a
2.* c o n j u g . ? P o r q u e n o p r e s . i m p e s s o a l do inf. a c a b a
em er (n . 195). P o r q u e é da 3 . a p e s s . do s. do p r e s .
do ind. ? P o r q u e em n e n h u m a pe ss. do s. e do p l. de
o u t r o q u a l q u e r t e m p o dos o u t r o s m o d o s do v. ser
apparece outra variação escripta com a letra è
(n. 2 2 4 ) . P o r q u e a s u a r a d i c a l ó a l e t r a s? P o r q u e
e s t a é a l e t r a q u e no pre s. im p e s s . do in f . e s t á a n t e s
d e cr (n. 170). P o r q u e é q u e t e m po r s uj . o n o m e
D e os ? P o r q u e D e os é a p a l a v r a q u e s i g n i l i c a o e n t e
a q u e m o v . ê affirma . p e r t e n c e r a q u a l i d a d e d e s e r
ju st o (n. 134); o p o r q u e Deos ó a p a l a v r a q u e pó de
ser dada como resposta c o n v e n ie n te , q u an d o se faz
a p e r g u n t a : () « cm è j u n t o ’] (n. 134).
P o r q u e é adj. a p á l a v r a j u s t o ? P o r q u e ó a p a ­
l a v r a q u e se a j u n t a ao n o m e p a r a s i g n i f i c a r u m a
q u a l i d a d e (n. <31). P o r q u o é q u a l i f i c a t i v o ? P o r q u e
s e a j u n t a ao n o m e dos e n t e s p a r a s i g n i f i c a r a q u a ­
li d a d e q u e l h e s p e r t e n c e (n. 6 8 ) . P o r q u e é p o s i t i v o ?
P o r q u e sig nif ic a q u a l i d a d e s i m p l e s m e n t e ; is to é ,
s e m c o m p a r a ç ã o n e m o x a g e n i ç ü o (n . 7 0 ) . P o r q u e
é m. do s.? P o r q u e o s u b s t . a q u e s e r e f e r e é m . do s.
(n. 6 4 ) . P o r q u e ó a t t r . ? P o r q u e é a p a l a v r a q u e
pó de s e r d a d a c o m o r e s p o s t a c o n v e n i e n t e , q u a n d o
se faz a p e r g u n t a ; Deos é o que ou c o m o ? ( n . 138).
A n a l v s e m - s e da m e s m a m a n e i r a a s s e g u i n t e s
o r a ç õ e s : Deos é. bom ; Deos é eterno ; Deos é m i s e r i c o r ­
dioso ; O Ente S u p r e m o é i m m u t á v e l ; () Cremlor é
o m n i s d s n t e ; O P n d r E t e r n o c o m n i p o t e n t e ; O Eterno
é todo poderoso.

279. DEDRo KSTÁ ESTIJ DA N ÜO A I.IÇÀO I)E K H A N C E Z

\ nu( ijsk escripta

Pedro 1." é n o m e p r o p r io r e a l m . do s.; 2 . ° é o


suj. do V. estd.
está 1.° á v. s u b s t . i r r e g . d a 1 .“ c o n j u g . ; 2 .°
n a 3 .' p e s s . do s. do p r e s . do in d . d o v .
e s t a r ; 3.° a s s u a s r a d i c a e s s ã o s e m p r e a s
l e t r a s esl, o a s li n a o s n á o s á o s e m p r e a s
da s u a c o n j u g . ; 4." t e m p o r s uj . a p a l a ­
vra Pedro, cujo a t t r . é o p a r t . estu ­
da m io .
estudando 1.° é o p a r t . p r e s do v. a d j . t r a n s . e s t u ­
d a r ; 2.° è o a t t r . do s u j . ; 3.° t e m p o r
c o m p l . d i r . a~« p a l a v r a s a lição.
a 1.° é a r t . f. do s.; 2.° e s t á a n t e s do n o m e
p a ra a n n u n c ia r o gonero, o nu m ero e o
sen tid o d e te r m in a d o d'elle.
Ü Ç fiO 1. ” é n o m e c o m . a b s t . f. do s.; a lição
ó c o m p l d i r . do p a r t . e s t u d a n d o .
de 1.° é p r e p . r e g e n t e ; 2." e s t ã a n t e s d a
p a l a v r a f r a n c e z p a r a f a z e r d ’e l l a u m
compl. indir.
francez 1.° é n o m e p r o p r i o a b s t . v i r t u a l m. do
s.; de fra> è compl. indir. r e s t r i -
ct.ivo do n o m e lição.

A n a lyse oral

P o r q u e Pedro ó n o m e p r o p r i o P orque é nome


q u e n â o c o n v e m a c a d a u m n o m a t o d o s os e n t e s d a
m e s m a e s p e c i e , m a s c o n v e m a m a i s d e u m (n. 18).
P o r q u e ó m a s c u l i n o ? P o r q u e é n o m e p r o p r i o do
h o m e m (n. 3 8 j . P o r q u e é do s.? P o r q u e i n d i c a u m
só e n t e (n. 47). P o r q u e é s uj .? P o r q u e é p a l a v r a q u e
s i g n i f i c a o e n t e a q u e m o v. e*t d , a f f i r m a p e r t e n c e r
a q u a l i d a d e ou a c ç á o d e e s t u d a r ( n . 132); e p o r q u e
é p a l a v r a q u e se p ó d e d a r c o m o r e s p o s t a c o n v e n i ­
e n t e q u a n d o se faz a p e r g u n t a : (Juem estri e s tu d a n d o ?
(n . 131).
P o r q u e a p a l a v r a esta é v.? P o r q u e é p a l a v r a q u e
a í f i r m a q u e a q u a l i d a d e ou a c ç ã o d e e s t u d a r p e r -
t e n c e , n ã o s e m p r e , m a s em c e r t o t e m p o , a o s u j .
P e d r o (n . 131). P o r q u e ó ir r e g . ' ? P o r q u e n ã o c o n ­
s e r v a s e m p r e e m t o d o s os se o s t e m p o s e p e s s o a s a s
f i n a e s «1a s u a c o n j u g . (n. 1G9).
P o r q u e estu d a n d o é p a r t . ? P o r q u e é p a l a v r a q u e
a o m e s m o t e m p o f a z p a r t e do s v e r b o s e do s a d j e c t i ­
v o s (n. 2 4 3 ) . P o r q u e ó p a r t . p r e s . ? P o r q u e m o s t r a
u m a é p o c a v a g a q u e só ó d e t e r m i n a d a p o r o u t r o
— 74 —

t e m p o d e v e r b o ou por uin a d v . d e te m p o (n . 2 4 5 ) .
P o r q u e te m c o m p l dir.? P o r q u e n a s c e n d o d e um
v . t r a n s. p ede o m esm o c o m p l. d ir . q u e o v . t r a n s i ­
t iv o (ns. 155 e 2 4 3 ) .
Porqvie a p a l a v r a a ó a r t.? P o r q u e e s t á a n t e s do
su b st / irão para a n n n n c i a r o g e n e r o , n u m e r o e
s e n t id o d e t e r m in a d o d ’e s t e n o m e (n. 5 8 ) . Q u a e s sao
a s p a l a v r a s p e la s q u a e s o a r t . a n n u n c i a e s t a r d e t e r ­
m in a d o o s e n t id o do s u b st . ? S ao a s p a l a v r a s
de /'rances (n. 5 8 ).
P o r q u e a p a l a v r a lição é u m s u b s t . c o m m u m ?
P o r q u e è n om e q u e c o n v e m a c a d a u m a e a t o d a s as
c o u s a s c h a m a d a s lições (n. 17). P o r q u e ó s u b st . a b s-
t rac to? P o r q u e s ig n if ic a c o u s a q u e n ao póde e x i s t i r
in d e p e n d e n t e d e o u tr o e n t e (n. 2 0 ) . P o r q u e ó f.?
P o r q u e p ó d e -s e -lh e a n t e p o r o a r t, 1'. a o u a j u n t a r -
l h e o f e m in in o de q u a lq u e r adj. q u e s e e s c r e v a d e
q u a t r o m a n e ir a s d iffe r e n te s fns. 3fi e 3 4 ) . P o r q u e é
c o m p l.? P o r q u e é p a l a v r a quo c o m p l e t a o s ig n i l i -
ca d o d e o u t r a \n . 139). P o r q u e é c o m p l. d ir . ?
P o r q u e ó p a la v r a q u e póde s e r d a d a c o m o r e s p o s t a
c o n v e n i e n t e , q u a n d o s e faz a p e r g u n t a : E stu d a n d o
<; </ue ? (n. 141).
P o r q u e a p a l a v r a de é p rep . ? P o r q u e é p a l a v r a
q u e e s t á a n t e s do o u t r a p a r a f a z e r d ’e l l a um o o m p l.
in d ir. (n. 2 0 0 ). P o r q u e ó p rep . r e g e n t e ? P o r q u o ó
prep. q u e e s t á fa z e n d o c o m p l. in d i r . (n 2 0 7 ) .
P o r q u e a p a l a v r a [ra n c e z ò n o m e p r o p r io a b s t
v ir t u a l ? 1.° è n o m e p ro p rio p o rq u e nflo c o n v e m a
c a d a u m a n e m a t o d a s as c o u s a s c h a m a d a s l i n g u a s
ou i d i o m a s m a s c o n v e m a u m a só l í n g u a o u id io m a
(n. 18); 2.° ô a b st. p o r q u e s ig n if ic a c o u s a q u o nSo
póde e x i s t i r por si só, is t o ò, i n d e p e n d e n t e do o u t r o
e n t e (n. 2<í); 3 . ° é v i r t u a l p o r q u e , s e n d o em o u t r a s
o c c a s iõ e s a d j., e s t á a g o r a f a z e n d o a s v e z e s do um
s u b st . (n . 27). P o r q u e de f-rances ó c o m p l in d i r . ros-
tr ic tiv o ? 1,° ó c o m p l. p o r q u e .sao p a l a v r a s q u e c o m -
p l e t ã o o sig n ifica d o d a p a l a v r a li ç a o (n 139); 2 . ” é
c o m p l. in d ir p orq u e sa o p a l a v r a s ntto e x i g i d a s p e lo
v. ou p a r t. t r a n s. p ara soo c o m p l. d ir. (n . 142);
3 .u é com pl. in d ir. restrictiv o porq u e tira o nom e
c o m . lição d o s o n t i d o g e n e r i c o ou v a g o p a r a d a r - l h e
u m s o n t i d o e s p e c i f i c o ou p a r t i c u l a r (n. 144).
• A n a l y s e m - s e tia m e s m a m a n e i r a os e x e m p l o s s e ­
g u i n t e s : E m i l i o estd d o r m i n d o E m i t i a e/tld b r i n ­
c a n d o O cã o tie ca ç a está l a d r a n d o . O i r m ã o de A m é ­
l i a está v a á .i u n d o . A i r m ã de J a l i a e stá b o r d a n d o o
len ço d e H e n r itju e ta . A p r i m a de A r l h n r e stá escre­
ve n d o a li ç ã o d e m y l e z .

280. KU SOU C R IA N Ç A

A n alyse e s c r ip ta
Eu 1.” ó p r o n . p e s s o a l d a 1.“ p e s s o a d o s., m a s ­
c u l i n o q u a n d o ó u m h o m e m q u e f a l i a , e f.
q u a n d o ó u m a m u l h e r ; 2 ° e s t i em l e g a r d o
n o m e d a p e s s o a q u o f a l i a ; I J * é o s u j. d o v.
SOll .

sou 1.°. .. 2 .° n a 1.* p e s s o a . . . '3.°.-. 4.° t e m p o r


s u j . a p a l a v r a eu do q u e m o a t t r . ó o n o m e
cria n ça .
c r i a n ç a 1 ° é n o m e c o m . r e a l f. do s. ; 2 . ° é a t r .
do s u j.
A n a lyse o ra l
P o r q u e a p a l a v r a en ó p r o n . p e s s o a l d a 1.“ p e s s o a
do s. ? 1.° é p r o n . p o r q u e é p a l a v r a q u e se põe o r d i ­
n a r i a m e n t e e m l o g a r do n o m e (n. I 13); 2." é p r o n .
p e s s o a l p o r q u e ô o q u e se p(5o m a i s e s p e c i a l m e n t e
om l o g a r do n o m - d e p e s s o a (n 115); 3.° ó p r o n . p e s ­
s o a l d a l . a pe-ís. do s., p o r q u e é o q ue se p õ e e m
l o y a r do n o m e d a 1.® p e s so a do s i n g u l a r , i s t o é, d a
p e s s o a q u o f a l i a (n s. 1 1<> o 1 17). P o r q u e ó o s u j. d e
s u a / P o r q u e s o a s e n d o 1.* p e s so a d o s . do u m v e r b o
n a o póde t e r o u t r o s u j e i t o senfto ca (n. 133).
A n a l y s e m - s e d a m e s m a m a n e i r a os e x e m p l o s s e ­
g u i n t e s : E n s o u r a i n h a . T a f:s r - i . E U eè /m s lo r . E tla
é p r o fe s s o r a . i\ó s so m o s c r ia n ç a s . 1 ós so is irmãs-,
EHes t à o estu da n tes. E lias são a t e a d a s de J o sé. O l eào
ó o r e i dos a n i m a e s . No cóo to d o s s âo r e i s .
— 76 —

281. PEDRO li R E I , TU NÃO 0 ÊS

Ánalyse escripta

Pedro 1.°... 2.® é o suj. do v. é.


é 1.°... 2.°... 3.°... 4.1' tem por suj. a p alavra
Pedra, de quem o a ttr . é o nome rei.
rei 1.° é nome com. real m. do s.; 2.° é o a ttr .
do suj,
tu 1.* é pron. pessoal da 2.a pessoa do s.. mas­
culino quando se falia a um homem, femi­
nino quando se falia a um a mulher; 2.° está
em logar do nome da pessoa com quem se
falia, isto é, em logar do nome da 2 .a pes­
soa; 3.° é o suj. do v. és.
náo l .° ó a d v d e modoou negação; 2 .° e s tá ju n to
ao a ttr . para modificar-lhe o significado,
o l .° é p r o n . pessoal masculino do s.; 2." está
em logar do nome m ; 3.° é o a t t r . do suj.
ós 1.®... 2 .“ na 2.* pessoa... 3.°... 4.° tem por
suj. a pa la v ra tu d e q u e m o a t t r . é o pron. o.

Analyse oral

Porque a palavra não ó adv.? Porque é p a la v ra


que está junto ao a tt r o para modificar-lhe o signi­
ficado (n. 252). Porque nfto está ju n to ao verbo,
segundo parecequedevia ser? Porquo o verbo subst.
nâo póde te r compl. de especie algum a (n. 152) e
porque o adv. uão é um resumo de compl. indir.
(n.255) Qual é o complemento resumido pelo adv.
não? É ’ o compl. indir. de um modo negativo, ou
com negativa, ou com negação compl. chamado c ir-
cum stancial de modo (n. 257).
Porque a pa la v ra o ó pron. pessoal Porque é pa­
lav ra que se põe mais especialm ente em logar do
nome do pessoa, porque está ju n to a um verbo, o
porque póde ser substituída pelo pron. pessoal elle
(n. 117). P o rq u e é a t t r . Porque é a p a la v r a q u e s i­
gnifica a qualidade que o v. es, aííinna p e rte n ce r
ao suj. (a. 135); e porque é a p a la v ra que, rep ro -
sentando o a ttrib . rei, póde ser dada como resposta
convenionte quando se faz a pergunta Ta não és o
que '! (n. 138).
Que particularidade ha a respeito do pron. pes­
soal o quando é a tt r . V O pron. pessoal o quando é
a t t r . pãe-seem logar de nome, adjectivo ou p a rti-
cipio de qualquer genero e numero (ns. 113 e 117).
A nalysem -se da mesma m aneira os exemplos se­
guintes: Eu sou rainha, tu o não és. Tu és criança,
elle o não é. EUa é professora, eu o não sou. Nós so­
mos meninas, vilas o não são. Vós sois testemunhas,
elles o não são. Elles são ministros, eu o não sou. Kmi-
lia e Arnelia são sobrinhas de João, tu o nSo és.

28,2. G L O R I F I C A R -S E 1)E UMA FALTA K AÜGRAV AL-A

A nalyse escripta
Glorificar 1.° é v. adj. trans. reg. da l . a conjug.;
2 .“ no tempo presente impessoal do inf.;
3.° as suas radicaes são as letras glori/k,
e as suas finaes sempre as mesmas da sua
conjug.; 4." tem por suj. occulto as pala­
vras a gente, uma pessoa, alguém ou al­
guma ou quulquer pessoa, por compl. dir.
a pa la v ra se, e por compl. indir. as pala­
vras de uma falta.
se 1.® é pron. pessoal da 3 .“ pessoa do sing.,
masculino, quando está em logar de nome
masculino, e f. quando está em logar de
nome f.; 2.° está em logar das palavras
que servem do suj.; 3.° ô o compl. dir. do
v. glorificar, do qual faz um verbo cha­
mado pronominal,
de l . ° ó p r e p . regente; 2 .” está antes das
p a lavras uma f dla para fazer d’eilas um
compl. indirecto terminativo,
uma I." ó adj. determinativo indefinito f. do
s,; está determinando o subst. falia.
falta 1". ò nome com. abstracto f. do s.; 2."
de uma falta é compl. indir. term inativo
do v. glorificar.
— 78 —

é 1.®....... 2.®.........3.®......... 4.° tem por suj. a


oração de infinito glori/icar-se da urna
falta, cujo a t t r . é a oração de inf. aggra-
val-a.
aggraval em vez de a g g ra v a r— 1.°.... 2.".... 3.°...-
as suas radicaes são as le tra s aggrav, e as
finaes as mesmas da sua conjug.; 4.° tem
por suj. occulto as mesmas pa la v ras que
o v. glorificar, epor compl. clir. o pron. a.
a 1.° é pron. pessoal da 3 .a pessoa f. do
s.; 2.° está em logar das palavras urna
falia ; 3.° é o compl. dir. do verbo ag-
gravar.

Analyse oral
Porque a pa la v ra urna é adj determ . indef. ? 1.“
E ’ adj. porque é palavra que se ajunta ao nome
para significar circum stancia (n. 64); 2.” E ’ adj.
determ. porque ó adj. que se a ju n ta ao nome dos
entes, não para significar qualidades, mas somente
alguma circum stancia que lhes pertence (n. 85); 3.®
E ’ adj. determ indef. porque é o determ . que se
a junta ao nome para significar circum stancia vaga
que não ó nenhuma das significadas pelos outros
determinativos (n. 98). Como sabe que o adj. um a õ*
indel. o não num eral? Sei q uoé indef. porque nesta
oração significa o mesmo que alguma ou qualquer,
e tom plural (n.99); e sei que n ã o é nu m era l porquo
não é synonymo do adj. só, unico, tiae não chega a
dous (n. 99).
Forque o compl. indir d<i uma falia <> te rm in a ­
tivo ' Porque ó esse o compl. exigido n e cessaria­
mente pelo v pronominal tflori fica r-w quo õ uma
palavra de significação re la tiv a (n. 110).
Porque loi mudada em l a final r do v. aggravar ?
Porque deve-se mudar emZ por euphonia, a final r
do infinito quando se lhe seguir q u a lquer das va­
riações do pron. o (8.11observação depois do n. 198).
Porque deo-se suj. aos verbos glorificar-se e ag­
gravar que o não têm c la ro ? Forque todo o verbo
d e v e t e r , n a a n a l y s e , um su je ilo a q u em p e r t e n ç a a
q u a li d a d e , a c ç ã o ou c i r c u m s i a n c i a q u e o m esm o
v e r b o aííirrna p e r t e n c e r a um su je ito (n. 131).
A n a l y s e m - s e da m e s m a m a n e ir a os e x e m p l o s s e ­
g u i n t e s : E s tim a r u m a pe.s.soa a o u tra pessoa é ig u a ­
la i-a a s i. P ro teg er os imíos <! f a z e r m a l aos bons.
M a ld ize r ilos hom ens e f a lta r m a l de si. V iver só para
si é s e p a ra r-se do genero h u m a n o . A n im a r a v irtu d e
é p u n ir o v ic io . R esponder tis in ju r ia s ê acoroçoal-as.
Knsinar iftnorantns <5 vi-slir mis. Velho a ju n t a n d o 6 lazer a l­
f o r j e n o flm ila j o r n a d a , l a r bom exem plo ao prox mo é dar
a m a i o r h o n r a a Deos.

2 8 3 . NÓS lí QUIS SOMOS OS MÁOS

A n a lyse escripta
Nós 1 é pron p e ss o a l da 1 .“ p esso a do p l., m a sc.
q u a n d o ó h o m e m q u e f a l i a por si e por o u t r a s
p e s s o a s , f. q u a n d o é m u l h e r q u e f a lia por si
e por o u t r a s ; 2." e s t á em l o g a r do n o m e da
p e s s o a q u e f a l i a e d a q u e l l a s p or q u e m f a lia ;
3." è o suj. do v. som os.
(’• 1."....... 2 . ° ........3 . ”........4.° tem por suj. a ora ç ã o :
tptc nós so m o s os m d o s, d e q u em o a t t r . o c -
c u l t o ó a p a l a v r a faclo, ou ve rd a d e , ou certo.
qu 5 1 6 e o n j u n c ç ã o ; 2 .° e s t á l ig a n d o a o r a ç ã o
do v . 6 co m a o r a ç ã o do v . som os.
s o m o s 1."....... 2 ° 11 a 1 p esso a do pl. do pres. d o in d .
do v. ser; 3 . ”....... 4 .° tem por suj. a p a la v r a
nós de q u e m o a t t r . é a s p a l a v r a s os m dos.
os 1.° ó a r t . m. d o p l . ; 2 ° e s t á a n t e s do adj.
m d o s p a r a s u b s t a n t i v a i - o (n. (11).
m á o s 1.° é s u b s t . v i r t u a l m. do pl.; 2 .° os m áos è o
a t t r . do su j. do v . s o m o s .
A s d u a s o r a ç fie s co m a s p a l a v r a s t o d a s n o s se o s
lu g a r e s ficfto a ssim : Q u e n ó s s o m o s o s m Sos é fa d o
ou verd a d e ou c e r t o , ou é f a d o , ou ó v e r d a d e ou k
c e r t o q u e n ó s s o m o s os m áos.
A n a l y s e m - s e do m e sm o m odo os p erio d o s : Ea i1
<p>e sou a mrf. Ta S. tp/v és a boa. E lle cpie r o
- 80 —

■mestre, Ella é que è a m estra. Nós é que som os as vic -


lim a s. Vós é que sois as estudiosas. Elles é que são os
vadios. E lias é que são as p rim a s de P aulo. E' lendo
bons livro s que podem os aprender boas cousas.

A nalyse oral

Porque è que a p alavra i/ue é conjuncção? Porque


não póde ser substituída pelo relativo o qual, a qual,
os quaes, as quaes, porque não tem antecedente a
quem se possa referir, e porque estd depois de um
verbo ou entre dous verbos (n. 120;.

284. E L L E S ANDÃO DOENTES

.1nalijse escripta
Elles l . ° é p r o n . pessoal da 3 .a pessoa m .d o p l.;
2.° está em logar dos nomes das pessoas
de quem se falia; 3 0 ó o suj. do v. andão,
andão 1.° é v. subst . v irtu a l reg. da l . a conj.;
2." n a 3 . a pess. do pl. do pros. do ind. do v.
andar: 3.°'as suas radicaes são sempre as
letras a n d , o as suas finaes sempre as da
sua conjug.; 4 0 tem por suj. a pa la v ra
elles, de quem o a tt r . é o adj. doentes
doentes 1.® é adj. qualif. positivo m. pl.; 2.® ó 0
a t t r . do suj.
A nalyse oral
Porque andão é v. subst. v irtual ? P o rq u e sendo
de sua natureza verbo intransitivo, está agora
empregado como v. subst. (n. 157i.
Porque ó regular ? Porque conserva sompre c Iíl
todos os seos tempos e pessoas tanto as suas le tr a s
radicaes como as finaes da sua conjug. (n. 108).
Analysem-se do mesmo modo as orações: Ea fico
bom.. I a vais vivend ). Elle permaneci' firm e. Ella vem
faquitl). Mos vimo i faqi. l >s. F<5? fienes gosando sawU-
EHei não correnio. Elias vêm fugidas. As cópia*
sahem mal feiias. Oi aspiran^s d<‘ marinha andão
armados de espadim. Elles s ikirão approvados, Vivo
feliz na obscuridade.
81 —

é «Io v 4*i *I m »m In iu w itiv o N

285. CA1M MATOU ABKL> Ol1 A A B E I .

Ana ly se escripta
Caim 1.°.........2.° ó o .suj. do v. matou.
inat ou l . ° è v . a d j . trans . r eg . da 1 .• conj ug .; 2.° na
pess. do s. do pret. p e r f do ind. do ve rbo
i m i t a r ; 3.° as s u a s r a d ic a e s são sem pr e as
l e t r a s nmt, e as su as finaes silo s em p r e as da
s u a c o n ju g .; 1.° tem por suj. a p a l a v r a Cairá
e por c o m p l . dir. o nome,Í6<'£ com ou sem a
prep. a ; õ. ° e por aer v. adj. tem em si i n ­
c lu íd o um a t t r . e o v. subst. (n. 153).
a 1.° é prep. r e g e n t e ; 2.° ó um a das poucas
p r e p o s iç õ e s que podem r e g e r c o m p l e m e n t o
dir. (n. 141).
Abol 1.°.......2." Abel ou <i Abel c c om p l. dir. do v.
in a lo u .

Amihfse oral
P o r q u e m a t o u è v. t r a n s ? P o r q u e é v. que pede
n e c e s s a r i a m e n t e c o m p l . dir. (n. 150). P o r q u e é v.
adj. ou a t t r i b u * i v o ? P o r q u e tem em si in c lu íd os um
a t t r . o o v. su bs t. (n. 153).
P o r q u e Abel ou a Abel ó c o m p l. dir. ? Po r qu e ó a
p a l a v r a ou p a l a v r a s qu e podem s er dadas co mo res­
pos ta c o n v e n i e n t e , q u a n d o se faz a p e r gun t a: Caim
m u l o a o que ou n qu e m ? (n. 141).
P o r q u e a p a l a v r a u è prep. e não a r t . , nem pron .
p e s s o a l , nem pron. d e m o n s t r a t i v o , nem subst ? 1."
K’ p r e p .p o r q u e a n t e s d e notno m a s c u l i n o q u e ó comp.
dir. só c a b e a p a l a v r a a c om o prep., a q u a l póde se r
s u p p r im id a sem a l t e r a ç ã o do s e n ti d o (n 111); 2.°
nã o é art porqu e e st a v a r i a ç ã o só se põe a n t e s de
n o m e f. e n u n c a a n t o s de no m e m. c om o |/ W ( n . GO);
3.° não é pron. pe sso al , porquo não e s t á j u n t o a
v e r b o , n e m póde se r s u b s t i t u í d a pelos pronomos pos
s o a es ít ou a li ou a v ó s, ella (n. 117) ; 4.° nfio
é p r o n . d e m o n s t r . p o r q u e nílo e s tà a n t e s d e r e l a t i v o ,
n e m a n t e s de p r e p . co m o seu r e g i m e n , n e m póde
s e r s u b s t i t u í d a pelo d e m o n s t r . aqu ella (n 121j; 5.°
n ã o é s u b s t . p o r q u e n à o é n o m e d a 1.* l e t r a do
a l p h a b e t o n e m de o u t r a q u a l q u e r c o u s a c o n v e n ­
c i o n a l m e n t e (n. 63).
A n a ly s e m -se da m esm a m an e ira as orações : Eu
c u l t i v o a s l e t r a s . A l e x a n d r e v e no e o os G r e g o s . Tu
a m a s a v irtu d e. A injustiça produz a independen-
c i a . Nós a c o r o ç o a m o s os a l u m n o s es tu d i o s o s. A
r e l i g i ã o e l o v a a a l m a . E l l a e n n b r e c e os sen
t i m e n t o s . A i n v e j a p e r s e g u e os g r a n d e s ho m e n s .
T u d e t e s t a s o t r a b a l h o . Nós a b o r r e c e m o s a m e n t i r a
V ó s a d o r a i s u m Deos p o d e r o s o . O t e m o r do m o r r e r
e n c u r t a a v i d a . A m o r t e n ã o r e s p e i t a s e x o ne m
i d a d e . Os s e l v a g e n s c o m e m c a r n e c r u a .

280. I I DORMt UMA BOA SKSTA

A n a ly s e excripta

Hu 1.“.........2." ........... ó o s uj . do v. d o r m i .
d o r m i l . ° ó v . a d j . t r a n s . v i r t u a l i r r e g . d a 3.*
c o n j u g . ; 2." n a I a pess. do s. do p r e t perf .
do ind do v. i / o r n n r ; .‘5 ° a s s u a s r a d i c a e s
sã o a s l e t r a s d o r m , a s q u a e s n ã o se c o n -
s e r v ã o s e m p r e em t o d o s os se os t e m p o s o
p e s s o a s , e a s s u s finae s süo s e m p r e a s da
s u a c o n j u g . ; 1.” t e m p o r su j. o p r o n . eu e
p o r c o m p l . d i r . a s p a l a v r a s uutu hn i
0 o p o r soi* ^ arlj. te m e m si in c l u id o s
u m a t t r . e o v. s u b s t . (n. 153).
u m a 1.° é a d j . d o t e n u . i n d e f . f. do s.; 2 .° d o t e r -
m i n a 'caiu.
boa 1.° ó a d j . q u a l i f . p o s i t i v o f. do s.; 2.° q u a ­
lif ica sésta.
s ó s t a 1.” é n o m e c o m . a b s t r . f. do s.; 2." n u m
b o i séit i é c o m p l . d i r . dn v. rj rin i.
— 83 —-

A nalyse oral

P o r q u e o v. dormi, ò n e s ta o r a ç ã o um v. a d j . t r a n s .
v i r t u a l ? P o r q u e sondo d • s u a n a t u r e z a um v. i n -
t r a n s . , e s t á a g o r a e m p r e g a d o como t r a n s i t i v o p e -
dindo e t e n d o de f a c t o um com pl . dir. (n. 157).
A n a l y s e m se da m es m a m a n e i r a as or açõ es : E l l e s
vi v e m vi d a f o lg a da . A a ina ad or ra e ce o o men in o.
O s c a m p o n e z e s J o r m e m o somno da i n no ce n c ia . Sub i
a s e s c a d a s . C or r i a c a s a to da. O m a r r e m o t o n a ­
vegamos.

O ruçitC N ile in frafiM ilito N

287. MEO PAI MORREO O ANXO PASSADO

Anuly.su escripla

Meo 1.° è adj. e pron. possessivo m. do s.; 2.°


como adj. d e t e r m i n a t i v o possessivo e s t á
j u n t o ao n o m e p a i p a r a l h e d e t e r m i n a r o
s e nt id o do modo qu e faz com q u e esse no m e
signifique a c o u s a possu ida ; 3.° c om o
p r o n possessivo põe-se e m l o g a r do n o m e
do pos su id or e em l o g a r d a prep . de (ns. 90
e 1 18).
pai 1.° 6 n o m e com. r e a l m. do s.; 2 ° m e o p u i
é s u j . do v. morre.o.
m o r r e o 1.° ó v . ad j. i n t r a n s . r e g . d a 2.® c o n j u g . ;
2.° n a 3." pes. do s. do p r et . perf. do ind.
do v. morrer-, 3 " a s s u a s r a d i c a e s são s e m ­
p r e as l e t r a s m u r r , e as su a s finaes são
s e m p r e a s da s ua c o n ju g . ; 4 . ' tem p o r suj.
as p a l a v r a s meo p a i ; 5." e p or s e r v. adj.
t e m em si i n c l u id o s u m a t t r . e o v. s u b s t.
(n. 153).
o 1.” é a r t . m do s.; 2.° a n n u n c i a o g e n e r o ,
nuz nero e se n tid o d e t e r m i n a d o do s ub s t.
anno.
anno 1." é n om e com. a bs t. m. do s.; 2.° o a n no
pausado com a prep. cm o c c u l t a , é compl .
i n d ir . c i r c u m s t . de tem po, p e r t e n c e n t e ao
v. m o rreo .
passa do 1." é adj. q u a l. pos. in do s.; 2.° qu alifica
anno.
Anulyse oral
P o r q u e m orreo é v. i n t r a n s . ? P o r q u e ó ve rb o q u e
n ã o pede compl. dir. como o t r a n s i t i v o n e m co mp l.
ind ir. como o passivo (n. 156); e p o r q u e fazendo
u m a p e r g u n t a com e lle seguido da s p a l a v r a s o que
ou n qiirm . n ã o podemos a c h a r n a o r a ç ã o u m a r e s ­
p o s ta c o n v e n i e n t e (n. 156).
P o r q u e a p a l a v r a finssa ln è adj e n ã o part ici pio ?
E ’ adj. po r q u e póde s e r s u b s ti tu í d o pelos a d je c ti v o s
s y n o n y m o s n llim o , d erra deiro e p r e té r ito ; e n ã o é
p a r t . p o r q u e n ã o póde t e r c ompl. in di r. significando
o a g e n t e d a a c ç ã o e x p r e s s a pelo p a r t . (n. 250).
A na ly sem -. se d a m e s m a m a n e i r a as o r a ç õ e s : As
m e n i n a s v ã o p a r a o co llegio de N i c t h e r o y . Os m e ­
nino s //'istão de doce. Os inimigos enlrdrãn n a c ida de .
Os an ti g o s u sa v ã o de calç õe s. J e s u s C h r i s t o naseno
em um presepio. A feli cid ad e n e s te m u n d o consista
n a p r a t i c a d a v i r t u d e . O v a p o r snhe a m a n h ã p a r a
P e r n a m b u c o . E l l e a g o r a chei/a ou vem m ai s cedo o
parta ou vo lta mais t a r d e . Os g a t u n o s a n d ã o , v a g ã o
ou passeão p o r to d a a cidad e. 0 m e ni no a d o n n ero o.
As p l a n t a s rerjetão.

288 . COMEI COM MODERAÇÃO

Avudyse escripta
Comei l . ° ó v . a d j. i n t r a n s . v i r t u a l r e g . d a
2 . “ c o n ju g .; 2." n a 2 a p. do pl. <1°
i m p e r a t . do v. c o m e r ; 3.° as s u a s r a d i -
c a e s são s e m p r e a s l e t r a s c o m , e as
fínaes as m e s m a s da s u a c o n j u g . ; 4."
tem por suj. o c c u l t o o pi‘on. vós; 5.° e
po r s e r v. adj. tem em si i n c lu íd o s um
a t t r . e o v . subst. (n. 153).
c om 1.* é prep. r e g e n t e ; 2.° est á a n t e s da
p a l a v r a moderarão, para fazer d’e l l a
vim co m pl . indir.
m o d e r a ç ã o 1." é nome com. abstr. f. do s.: 2 ° com
moderarão é c ompl. indir. c ir c um st . de
modo, p e r t e n c e n t e ao v. coroei.
Analyse oral
P o r q u e comei é verbo in tr an s. virt. ? P o r q u e ,
sendo de s ua n a t u r e z a um v. t r a n s . , e s t á n e s ta
o r a ç ã o e m p r e g a d o como in tran s. (n. 157).
A n a ly s e r n -s e da mesma m a n e ir a as o r aç õe s s e ­
g u i n t e s : A esp ada c órt a. T res s ort es de pessoas
são in f el iz e s na lei de Deos : o que não sobe e não
pe rg u nt a; o que sa b e e não ensina; o quo ensina e não
f a z . (> fogo (/aeirna e a ag ua afoyu; o fogo mata e a
a g u a sepulta. O ho m em propõe e Deos dispõe.

289. ADEI* FOI MORTO l*OK CAIM

Analyse escripta

1 .* M ane ira de a n a l y s a r o r a ç ã o de ve rb o passivo:


Abel 1 .......2.° ó o suj. do v. fo i mor to.
foi morto 1." ó v. passivo; 2.° na 3.' pes. do s. do
pre t. perf. do ind. do v. ser -morto; 3 °
tom por suj. o n om e Ibe.l e por co mpl.
i n d i r . t e r m i n a t i v o as p a l a v r a s p o r C a i m .
por 1.” é prep. reg. ; 2.® e s t á a n t e s da
• p a l a v r a C ai m , para faze r d e l i a um
co mp. indir.
Caim 1.®....... 2.° p o r Caim ó compl indir.
terin. do v. passivo foi morto.
- 86 —

2 .“ Maneira de a n a ly s a r oraçíio de v. passivo :


Abel 1 ° ......2." é o suj. do v. foi.
foi 1.°......2.° na 3.“ p. do s. do pret. perf.
do ind. do v. ser; 3.°......4." tem por suj.
o nome Abai, de quem o a t t r . é o part.
morto.
morto 1.° é part. passado var. ou passivo irreg.
m. do s., do v. matar; 2.” é a t t r . do suj.;
3.° tem por compl. Indir. term . as pa­
lavras por Caim.
por 1.°......2."........
Caim 1.°......por Caim é compl. indir. term .
do part. passivo morto.

Analyse oral

Porque foi morto é v. passivo ? Porque è v. que


pede necessariamente um compl. indir. com a prep.
da ou i>or, significando o agente da acção expressa
pelo v. passivo (n. 157).
Porque morto é part. ? Porque é p alavra que ao
mesmo tempo faz parte dos verbos e dos adjectivos
(n. 243). Porque 6 p a rt. passado v a riavel passivo ?
E ’ part. pass. variavel passivo, porque te rm in a ora
em o ou a, ora em os ou a<, anda sempre acompa­
nhado de um nome ou pronome, ou de um tempo do
v. ser ou estar, e exige sempre um compl. indir.
term . que signifique o agente da acção expressa pelo
pa rt. (n 249). Porque é irreg.? Porque não acaba
em ado—ada—ados—adas, como o part. reg. matado
—matudu— matados—matadas, conforme se vê no
modelo da I a conjug. re g u la r (n. 196).
Porque é que por Caiai ó compl indir. term . ?
Porque põe fim ao sentido comoçado pela p a la v r a
morto de significação passiva (n. 116).
Analysem -se da mesma m aneira: A A m erica foi
descoberta por Christovão Colombo. O h orisonte es­
tava inflammado pelos ardores do sol. Adão e Eva
forão expulsos do Paraiso por Deos. O homem v irtuo-
87 —

so n u n c a é a b a n d o n a d o d e D e o s o u por I>eos. A horta


ó r e g a d a <le u m a f o n t e . Os in im ig os forão d e r r i -
ba do s dos no s s os. O s it io é a f og ad o do s e r r a s a l t í s ­
s im a s .
290. T RA TA -SE O TEO NEGOCIO

.1 nalyse escripta
T r a t a - s e 1.° é \ adj pa ss iv o im p e s s o a l ou un ipo s-
s o a l r e g . da 1.* conju g.; 2.° na 3 . a p. do
s. do pre s. do ind. do v. tralar-sc ; 3.° as
s u a s r a d i c a e s sã o a s l e t r a s Ural, e as tinaes
as m e s m a s da sua c on ju g .; i.° tein por
su j. as p a l a v r a s o teo negocio, e por compl.
in d ir . t e r m . o c c u l t o as p a l a v r a s por m i m ,
ou pelo p r o c u r a d o r ou pelo advoyado ; 5 . ”
por s e r v. adj. tem em si i n c l u i d o í um
a t t r e o v. su b s t. (n. 153).
o 1.” é a r t . m. do s.; 2 . ” e s t á a n t e s do nome
tifrjucio para a n n u n c i a r o g e n o r o , nu m e ro
c s e n t i d o d e t e r m i n a d o d’e í l e (n. 58).
teo 1.°....... 2 . ° ....... 3.®----- ( V e j a os ns. {)(), l i s
e 2 8 7 ).
n e g o c i o 1.° ó n o m e c o m . abst. m. do s. ; 2.° o teo
n e g o c i o é suj. do v. t r a t a - se.
A o r a ç ã o c o m toda s as p a l a v r a s nos se os lo g a r e s
fica a s d m : O teo n e g o c i o t r a t a - s e 'ou é tr ata do
por m im , pel o a d v o g a d o ou pelo pro c ur ad or . M u -
d a d a a oraçAo pa r a a voz a c t i v a tiea assim: Eu tr a to
o t e o n e g o c i o ou () p r o c u r a d o r t r a t a o teo negoc io.
Trat ar , n ã o a c o m p a n h a d o de ó trans ou i n ­
t r a n s . E x . Eu te t r a t e i sem pr e co mo amigo ; Eu
t r a t o disso. A c o m p a n h a d o de w ou õ passivo ou ó
p r o n o m i n a l . E x . T r a t a - s e o teo n e g o c i o ; T r a t a - s e
do t e o n e g o c i o N ’e st o u lt im o ca so o suj. ó v , pron.
in d e f . q u e r e p r e s e n t a um n om e tomado em sen tido
v a g o ou nã o definido, c o m o se disse no fim do n.
121).
In a l y s e o r a l
P o r q u e o v . tratn-s/‘ è passivo? Porqm> pede nooes-
s ü r i a m e n f n um c o m p l . indir. qu e signifique o a g e n t e
d a a c ç ã o e x p r e s s a pelo v. pas sivo ; p o r q u e pó d e s e r
s u b s t i t u í d o p e l a í o r m a p a s si v a com p a r t . v a r i a v e l
e v. s ub s t.; e p o r q u e p óde-se m u d a r p a r a a c t i v o sem
a l t e r a ç ã o do se n ti d o (n. 157). P o r q u e õ im p e s s o a l
ou u n i p e s s o a l ? P o r q u e co mo passi vo só se u s a n a s
3 as pe ssoas (n. 162).
Q u a l é a p a l a v r a p e la q u a l o a r t O a n n u n c i a
q u e e s t ã d e t e r m i n a d o o s e n ti d o do n o m e negocio'? E'
a p a l a v r a tno, q u e d e t e r m i n a o s e n t i d o d ’e s te s u b s t.
de m a n e i r a q u e é por ella. q u e ficamos s a b e n d o q u e
o dito s u b s t. significa c o u s a p o s s u id a (n. 58).
A n a l y s e m - s e e m u d e r u - s e p a r a a voz a c t i v a as
o r a ç õ e s pa s si v a s : D e s t a m a n e i r a se p e r d e o P e r n a m ­
buco p o r nós. T r a v o u - s e a b a t a l h a pelos d o u s e x e r -
citos. A s a b e d o r i a e a v i r t u d e n ã o se. d.eixão em t e s ­
t a m e n t o pelos pais, p o r q u e se leoão. Não se d e i x a v a
le v a r de n e n h u m a c o u s a d ’a q u o l l a s a q u e os m e n i n o s
são affeiçoados C h a m a - s e B r a s i l a v a s t a r e g i ã o
h a b i t a d a pelos B r a s i l e i r o s . N e s t e c o l l e g i o só se en—
con lrão m e n i n o s b e m e d u c a d o s . Itelmteo—se e s t e
a c e r t a d o p a r e c e r pelos v a li d o s .

OraritrN ti**

201. KL I. A S SE TRATÀO COM DKSIMtEZO

.1 nali/se e sc r ip ta
E lia s 1." é p r o n . pessoal d a 3 “ poss. 1‘. do p l .;
2.° e s t á em l o g a r do n o m e d a s p e s so a s d e
q u e m se f a l i a ; 3.° é o suj. do v. t n i l ã o .
se 1.°.......2 . ° ....... 3 . ° é o c o m p l . d i r . d o v. t r a l ã o .
t r a t ã o 1.” é v adj t r a n s r e g d a 1 “ c o n j u g ; 2."
n a 3 . a [i. do pl. do p r e s . do i n d . do v.
t.ridnr; 3 . " .......4.° tom p o r suj. a p a l a v r a
vilas e p o r c o m p l . d i r . a p a l a v r a s°; 5 . ° .......
com 1.*.......2.° e s t á a n t e s d a p a l a v r a d esp re zo
e tc .
d e s p r e z o 1.".......2 . “ ro m d e sp r e zo é c o m p l . i n d r . c i r -
c u m s t . de m odo p e r t e n c e n t e ao v. f.ratão.
— 89 —

A n a ly s e o r a l
Q u e e s p e c í e de v. p r o n o m i n a l é o v. 'ratar-:se '!
P r o n o m i n a l a c c d e n t a l . P o r q u e ? P o r q u e xjo d e in o s
c o n j u g a l - o c o m ou som as v a r i a ç õ e s m e, to, se, no*,
cos (n. 100).
A n a l y s e m tia m e s m a m a n e i r a : Os H o l l a n d e z e s se,
a p p r n x im a r ã o da B a h i a em 1624. L e m b r a - t e , 6 h o ­
m em , q u e t u é s pó, e q u e em pó te /tas <le t o r n a r . O
cstoic o m a ta -s e p a r a q u e o n á o m a t e m . Os i r m ã o s
d e s p e d ir ã o -se e r e tir a r ã o —se. J o ã o e m b r i a g a - s e d i a ­
r i a m e n t e . F e r i s t e - t e co m a e s p a d a . N a o t e a g a s t e s
c o m m ig o . C o n t e n t e - s e c a d a u m c o m a s u a s o r t e .
Os h o m e n s de g r a v i d a d e e h o n r a correm-se. de
d i z e r m a l dos o u t r o s .
292. A R R E P E N D O - M E DO PECCADO

.4na / i/se esi r i p t a


I .* M a n e i r a do a n a l y s a r os p r o n o t n i n a e s e s s e u -
c ia e s :
A r r e p e n d o - l . " é v. a d j. t r a n s . v i r t u a l r e g . d a 2.*
c o n j u g . ; 2." n a 1.“ p. do s. do p r e s . do
i n d . do v. a r r e p e n d e r ; 3. ° a s s u a s r a ­
d i c a e s s ão a* l e t r a s a r r e p e n d e a s 6 -
n a e s a s m e s m a s d a s u a c o n j u g . ; -1."
te m p o r s uj . o c c u l t o o p r o n . eu e p o r
c o m p l . d i r . o p r o n . me ; 5 . ° .......
me 1.”.........2 . ° .......... 3 " é o c o m p . d i r . do v .
t r a n s . v i r t u a l arrependo.
do 1.° ó a p r e p . r e g e n t e e c o m p o n e n t e de
e o a r t . a m. do s.; 2.® c o m o p r e p .
componente está antes da p a la v ra o
para fazer delia um a p a la v ra com ­
p o s ta ou c o n t r a h i d a , e c o m o p r e p . r e ­
g e n te está a n te s das p a l a v r a s o pec-
cado p a r a f a z e r d e l l a s u m c o m p l . i n d i r .
(n. 26(5) ; o art. annuncia o ge-
nero, o nu m ero e o sentido d e te r m i­
n a d o do n o m e peruado (n . 58).
— 00 -

peccado 1 ......2."....... do peccado é compl. indir.


term . do v. arrependo.

A oração completa é: Eu me arrependo do peccado.

2." Maneira de a n a ly sa r os pronominaes essen-


ciaes:

Arrependo- 1.° é v. adj. intrans. v irtu a l reg. da


2.* conjug.; 2.°......3.°........4.° tem por
suj. occuíto o pron. eu ; 5.° tem em si
incluidos o compl. dir. arrependimento
representado pelas radicaes, e o v.
Iram. tenho ou sinto (v. o n. 153).
me 1.°....... 2.° está em logar do compl.
indir. circumst. de logar em m im ;
3.° é compl. indir. do v. incluido tenho
ou sinto.
do 1.°....... 2 ° ....... 3.°.........
peccado 1.°....... 2.° do peccado è compl. indir.
term. do subst. arrependimento inclui­
do no v. arrependo.

A oração com as p a lavras incluidas no v. e r e ­


presentadas pelo pron. me, fica assim : Tenlw ou
sinto em m im arrependimento do peccado.

1nalyse oral

Porqu e ‘iirrependo-me è \ . pronominal essencial ?


Porque não se pôde conjugar sem as variações
te, se, nos, vos, (n. 101).

Quaes são as palavras que o a r t . annu n c ia es­


tarem determinando o sentido do subst. peccado? As
palavras : que commelti ou que t u sabes que commelti >
ou de que me accuso, etc.

Analysem-se da 1.' m aneira: Abstenlio-me de v i­


nho. Pedro suicidou se. Os inimigos apoderáráo-se
da cidade. Klles se quixarüo do máu tra tam e n to .
— 91

«Io v rrlio w i ti a p o N w o t to w o u
l l l l i |X ‘ NWOa«‘ N

.id v e r te n c ia . S e n d o o s v e r b o s i m p e s s o a e s v e r b o s
s u b s ta n tiv o s , p a ssiv o s, t r a n s itiv o s o u in tr a n s itiv o s,
c o n f o r m e j á d i s s e m o s n o n . 1(52, d e v e m s e r a n a l y -
s a d o s do m e s m o m od o q u e e s te s . O su j. d e ta e s
v e r b o s o r a e s tá c la r o , o r a o c c u lto , o r a in c lu id o .
N o n. 2 8 3 j á fo i a n a ly s a d o o v . s u b s ta n tiv o im p e s­
s o a l é, o q u a l p ó d e s e r v ir d e m o d e lo d e a n a ly s e p a ra
o v . s u b s t. im p e s s o a l; ta m b e m no n. 2 9 0 o v . p a ssiv o
im p e s s o a l tr a ta -s e p ó d e s e r v i r d e n o r m a p a r a a
a n a ly s e dos v e r b o s im p e sso a e s d esta esp e c ie .
P o r isso p a s sa r e m o s a a n a ly s a r os v e r b o s im p e s­
s o a e s t r a n s it iv o s e i n t r a n s it i v o s , c o m e ç a n d o p elo
im p e sso a l h aver q u o póde ser a n a ly sa d o de tre s
m a n e ir a s d iffer en tes: c o m o v . tr a n s . s y n o n y m o de
te r e p o s s u ir - , c o m o i n t r a n s . s y n o n y m o d e e x i s t i r ; e
co m o a u x ilia r fo rm a n d o um tem p o com p osto com
o p a rticip io in v a r ia v e l.

293. CÁ K L,Á MÁS FADAS HA (tom OU pOSSUe,

Cá 1 . ° ó a d v . d e l u g a r : 2.® e s t á j u n t o a o v . h a
p a ra m o d ific a r -lh e o sig n ifica d o .
o I o é c o n j . ; 2 ." e s t á l i g a n d o o a d v . c d c o m o
a d v . Id .
lá 1 . ° ........ ; 2 . ” .........
m ás 1 .° é a d j. q u a l i f i c a t i v o p o s it iv o f. d o p l.; 2 . “
q u a l i f i c a f u tlu s .
ha l . ° é v . a d j . t r a n s . i m p e s s o a l i r r e g . d a 2."
e o n j u g .; 2 .° n a 3 . “ p es. do s. d o p r e s. d o in d .
do v . h a ver ; 3 .° a s le tr a s r a d ic a e s sã o h a v,
q u o o v . n ü o c o n s e r v a s e m p r e era t o d o s o s
s e o s te m p o s e p e sso a s, e a s fin a e s n S o sSo
s e m p r e a s d a s u a c o n j u g . ; 4.® t e m p o r s u j .
o c c u l t o a s p a l a v r a s o />o v n , o u a g c u le , o u a
s o c ie d a d e , o u a v i d a , e p o r c o m p l . d ir . a s
p a l a v r a s m d s f a d a s ; 5 .® ........
— 92 —

E s t a o r a ç ã o co m t o d a s a s p a l a v r a s n o s s e o s l o -
g a r e s fica assim : O p o v o , ou a gente, o u a sociedade,
ou a v id a h a (ou tem ou possue) c á e lá m á s f a d a s .

294 km üm ha (ou e x iste) u n id a d e

Em 1.° é p rep . r e g e n t e ; 2 . ” e s t á a n t e s da p a la ­
v r a um p a ra f a z e r d e l l a u m c o m p l. in d ir .
um 1.° é n o m e c o m . a b s t. m. do s.; 2 ° em u m
é c o m p l. in d ir . do v . ha (v . n . 8 9 em
n ota).
ha 1." é v . ad j. i n t r a n s . i m p e s s o a l e t c . ; 2 . ° . . .
3 . ° ....... 4." tem por su j. a p a l a v r a u n i d a d e e
por c o m p l. in d i r . as p a l a v r a s em u m ; 5 .°. • •
u n id a d e l . ° é n o m e c o m . a b s t . f . do s .; 2 . ” é o suj.
do v . ha.
295. 1IA M U I T O S ANNOS QUE TE NÃO V EJO

Ha 1.° é v. a u x i l i a r i m p e s s o a l ....... 2 .° n a 3.* p-


do s. do p res. do in d . do v . h a v e r, a u x i l i ­
an d o o p a r t. p a ss. i n v a r . d ec o rrid o p ara
f o r m a r o p r e t . p e r f . c o m p o s t o do in d . do
v . decorrer; 3 . ° . . . . 4 .° t e m por suj. o c c u l t o
as p a l a v r a s o espaço, de q u e m é c o m p l-
in d ir . a s p a l a v r a s m u ito s a n n o s com a
p rep . d e o c c u l t a , e p or c o m p l . in d i r .
o c c u l t o a s p a l a v r a s desde o a n n o ou desde
o d ia .
m u it o s 1.° é adj. d e t e r m . in d e f . m. do p l.; 2 . ° d e ­
t e r m i n a armo.?.
a n n o s 1 ° é n o m e c o m . a b s t. m. do p l.; 2 .° m u ito s
an n o s r e g id o da p rep . de o c c u l t a , é c o m p l
in d ir . t e r m . do n o m e espaço.
que 1.° é p ron . r e l a t . m. <1o s . ; 2 . ° e s t á em l o g a r
d o a n t e c e d e n t e o c c u l t o a n n o ou dia ; 3 ." co m
a p rep . desde o c c u l t a á o c o m p l . in d i r . c i r ­
c u m s t . d e t e m p o , p e r t e n c e n t e a o v . ve jo .
te 1.®....... 2 . ° . . ..3.® é o c o m p l. d ir. do v . v e jo .
niio 1.® é a d v . de m odo ou d e n e g a ç ã o ; 2 . ° e s t á
j u n t o ao v . v e jo p a r a l h e m o d if ic a r o
sig n ific a d o .
vejo 1.° é v. adj. t r a n s . i r r e g . d a 2 . “ co nj ug . ;
2.° n a 1." p. do s. do pr es. d o i n d . do v . v e r ;
3.° a s u a r a d i c a l é a l e t r a v q u e o v. c o n ­
s e r v a s e m p r e , a s su a s finaes não são s e m ­
p r e a s d a s u a co nj u g. ; 4.° t e m p o r suj.
o c c u l t o o pron. e t , e p o r c o m p l. di r. o
p r o n . te ; 5 . " __
A s d u a s o r a ç õ e s com t o d a s as p a l a v r a s nos seos
l o g a r e s ficão assi m : O esp aço de m u it o s a n n o s h a
ou t e m d e c o r r i d o desde o a n n o ou dosde o dia desde
q u e eu t e n ã o vejo.
A n a l y s e m - s e de u m a das t r e s m a n e i r a s i n d ic a d a s
as o r a ç õ e s s e g u i n t e s do v. i m pe s s oa l h aver : No P a ­
r a í s o h a v i a u m a só a r v o r o v e d a d a , no m u n d o lia
m u i t a s . H o m e q u e s t õ e s bem d e s a g r a d a v e i s . N a
t e r r a de A m b o i n e nilo ha c a v a l l o s . t i a m u it o s a n ­
nos q u e c o n h e ç o esto meni no, I l i (ou t e m o povo
d e s te paiz, o l a v r a d o r ) boa c o l h e i t a e s te a n n o . A
n ã o ler h a v id o flores n e s t a a r v o r e , como po d e ri a
h a v e r f r u t a s ? (isto é A nilo t e r a seira h a v id o ou
tido bastante farra paru■.p r o d u z i r flores n e s t a a r v o r e ,
c o m o p o d e r i a a se iv a h a v e r ou t e r força sufficiente
p a r a p r o d u z i r f r u t a s n ' e s t a a r v o r o ) . N ’e s te ponto
o r a i n e x o r á v e l , p o r q u e nilo h a v i a d o b r a r - s e pelos
r o g o s , e t c , (isto é, n in g u é m n o m u n d o h a v i a ou
t i n h a fo rç a ou p o d e r p a r a f a z e l - o d o b r a r - s e pelos
ro go s, e t c .) N e c e s s á r i o é q u e h aja p r ê m i o s p a r a
q u e h a ja so ld a do s , (isto é. .. q u e u m governo ou
estado ou rei liaja ou t e n h a p r ê m i o s p a r a d a r , p a r a
q u e e l l e h a j a ou t e n h a s old ad os p a r a a g u e r r a ) .
E r a t o d a a e le i ç ã o h a , h o u v e , e h a v e r á s e m p r e
p h o s p li o r o s, (isto é o p a r t i d o que quer vencer, on
r a d a p a r t i d o ou o c h e fe , de cada p a r tid o h a ou tom
p h o sp h oros qu o vo t e m pelos m o r t o s , pelos a u s e n t e s
e a t é p o r si m es m os u m a d u z i a de vezes).
A’. II. A s vezes a p a l a v r a ha é u m a p r e p . v i r t u a l ,
s y n o n i m a d a l o c u ç ã o p r e p o s i t i v a depois de ou p r e ­
posição p o r . E x . P o i s po r isso t e n d e s ha t a n t o
t e m p o (depois de t a n t o t e m p o ou p o r t a n t o tempo)
p r e s o o h o m e m ? ( F l o r e s t a do P a d r e B e r n a d e s ) .
— 94

296. FAZ BOM TEMPO

Analyse escripta.
Faz 1.° é v. adj. trans. impessoal irre g da 2 .a
conjug.; 2.° na 3.‘ p. do s. do pres do ind. do
v. fazer ; 3.° as suas radicaes são as le tra s
fazqw eo v. não conserva sempre, e as finaes
não são sempre as da sua conjug.; 4.° tem
por suj. occulto as palavras o estado du
atmosphera, por compl dir. as palavras bom
tempo, e por compl. indir. occulto a pa la v ra
nos ou as palavras para nós ; 5.°____
bom 1.° é adj. qual. pos. m. do s . ; 2.° qualifica
tempo.
tempo 1.° é nome com. abst. m. d o s . ; 2.° bom
teni,po é compl. dir. do v. fa z.
A oração com todas as palavras nos seos logares
fica assim : O estado da atm osphera faz-nos ou faz
para nós bom tempo. Esta oração ainda fica mais
c la r a construindo-se do modo seguinte : () estado
da atmosphera nos faz te r ou gozar bom tempo no
logar e no momento em que estamos fallando, isto
é, hoje e no Rio de Janeiro.

297. KAZ CAI.OR

Analyse escripta
Faz 1.°... 2.°... 3.°... 4.® tem por suj. occulto as
palavras a proximidade do sol (ou o utras
mais convenientes, segundo as circum stan-
cias astronoinicas, atm osphericas ou t e r r e s ­
tres da localidade do que se t r a t a r ) e por
compl. dir. as p a lavras nos sentir oa soffrer
calor; 5.°....
calor 1.° é nome com. abst. m. do s ; 2.° é compl.
dir. do v. sentir ou soffrer que se subentende
depois do v. faz.
A oração com as palavras que se indioàrflo na
analyse, fica assim : A proximidade do sol faz-nos
— 95 —

s e n t i r ou so ffrer c a l o r (hoje e no R i o de J a n e i r o , se a
p e s s o a q u e f a l i a e s t á n ’e s t a c id a d e ). Mas em o u t r o
sentido, serão outras as palavras subentendidas.
S e por e x . d i s s e r m o s . F a z mui to calor na \ /'rira, as
p a l a v r a s s u b e n t e n d i d a s s e r ã o : A p r o x i m i d a d e do
so l ou a p o s i ç ã o da A f r i c a e m r e l a ç ã o ao e q u a d o r
ou por c a u s a dos s e o s d e s e r t o s de a r ê a , e t c . faz os
h o m e n s , os h a b i t a n t e s ou os v i a j a n t e s s e n t i r ou
so ffrer m u i t o c a l o r .
A n a l y s e m - s e do m e s m o m o d o : F a z f r i o ; F a z
m u i t o f r i o ; Fa z m á o t e m p o ; F a z c o r i s c o s ( n o s faz
v e r coriscos).
V. li. T a m b o m p o d e r e m o s a n a l y s a r o v. f o z c o m o
v. s u b s t a n t i v o v i r t u a l s y n o n y m o do esta', e e n t ã o
F a z f r i o é o m e s m o q u e C) t e m p o estd /'rio; F a z calor,
o ine.-smo q u e O tempo estd tempo de r a l o r ; F a z m d o
te m p o o m e s m o q u e O tempo estd nulo.

298. CONSTA WUK S A J U M O S Ã . M A N 1IÀ

.1 nahjse escripta

Consta 1." é v. adj. i n t r a n s . i m p e s s o a l ro g. da 1 .*


c o n j u g . ; 2.° na 3.* p. do s. do pre s. do ind.
do v. c o n s t a r ; H.° as s u a s r a d i c a e s são
s e m p r e as l e t r a s coust, e a s finaes s e m p r e
a s da s u a c o n j u g . ; 4. ° t e m por suj. as p a ­
l a v r a s que sa/ti mo s d m a n h ã ; 5 . ° . . .
que 1.° ó c o n j. ; 2.° e s t á l i g a n d o a o r a ç ã o r/u«
s a h im o s d m a a f i ã c o m a oraçflo ronsta.
s a h i m o s 1.° ó v. adj. i n t r a n s . i r r e g . da conjug.;
2 ° n a 1.* p. do pl. do pre s. do ind. do v.
x u h i r ; a s s u a s r a d i c a e s silo as l e t r a s suh
q u e o v. n ã o c o n s e r v a s e m p r e , e a s finaes,
s e m p r e a s da s u a c o n j u g . ; 4.° te m por suj.
o c c u l t o a p a l a v r a nós e por c o m p l . ind ir .
resum ido o adv. dm anhã ; 5.°...
A m a n h ã 1.° é a d v . do to m p o ; 2.° e s t á j u n t o ao v.
s a h i m o s p a r a m o d i f i c a r - l h e o s ig n if i ca d o.
— 96 —

Analysem-se do mesmo m odo: Cumpre à tua


honra morrerei. Custa-me muito o decorar a minha
lição P a r a fallarmos e escrevermos bein 6 neces­
sário estudarmos muito. Que temais a m orte é n a ­
tu ra l. E certo que nós todos buscamos o descanço.
fíeduz-se ou segue-se disto que tudo vai bem. Basta ou
é bastante que digas que vais da minha parte. Admi­
ra-me muito que não saibas hoje a lição. Repugna-me
o fazer talcousa. E' bom ou u tilq u e estudes. Acon­
tece, muitas vezes o que nós não desejamos que acon­
teça. Estas cousas acontecem frequentem ente. Suc-
cedeo aquillo que eu tinha, previsto. Todas estas
cousas succedêrão quando reinava Numa Pompilio.

299. ESTÁ CA1IINDO CHUVA


Anal t/se escripta
E stà 1." é v. subst. impessoal etc. 2.°......3.°....
4." tem por suj. a p alavra chuva, cujo
a tt r . é cahindo.
cahindo 1.° é p a rt. pres. do v. adj. in tra n s. cahir;
2.” ó o a tt r . do suj.
chuva 1.° é subst. com. real f. do s.; 2.° é o suj.
do v. está.

300. CAHIS (!HCV.\


1nalyse escripta
Cahe 1." é v. adj. in tra n s. impessoal irreg. da 3.*
conjug.; 2.° na 3 .a p. do s. do pres. do ind.
do v. cahir-, 3.° as suas radicaes são as le tra s
m/t que o verbo não conserva sempre, e as
tinaes as mesmas da *ua conjug.; 4.n tem
por suj. a p alavra chuva ; 5.°...
chuva 1.°.... 2.° è o suj. do v. cahe.

301. CHOVE
Analyse escripta
Chove 1.° é v. adj. intrans. impessoal reg. da 2.‘
conjug.; 2 .“ na 3.* p. do s. do [ires. do ind.
07 —

<io v. chover ; 3.° a s s u a s r a d i c a e s s ã o a s


l e t r a s chov e as finaes a s m e s m a s da s u a
conjugr.; 4.° t e m po r suj. a p a l a v r a ch u va
q u e e s t á i n c l u í d a ; 5 . ” em vez de t e r , co mo
os o u t r o s v e r b o s a d j e c t i v o s , i n c l u íd o s ein
si u m a t t r . e o v. s u b s t . , t e m i n c l u i d o s o
su j. c h u v a r e p r e s e n t a d o p e la s r a d i c a e s
chov e o v. a d j. cahe, r e p r e s e n t a d o pe la
final c. (v. o n. 153).
A n a l y s e m - s e d a m e s m a m a n e i r a : T r o v e jo u h o n -
te m . O t r o v S o soou ou t r o o u h o n t e m . O t r o v S o e s ­
t e v e t r o a n d o h o n t e m . No i n v e r n o a n o i t e c e cedo. No
i n v e r n o a n o i t e a p p a r e c • ce do. No i n v e r n o a n o i t e
e s t á a p p a r e c e n d o c edo. N e vo u m u i t o h o n t e m . Caliio
n e v e h o n t e m em g r a n d e q u a n t i d a d e . E s t e v e c a h i n d o
n e v e h o n t e m em g r a n d e q u a n t i d a d e . R e l a m p e j a . O
r e l a m p a g o corisca ou b r i l h a ou lu z. O r e l a m p a g o
e s t á c o r i s c a n d o , ou b r i l h a n d o ou l u zi nd o.

302- DE QUEM Ê ESTA ORAÇAO ? DE C IC E R o

A n a l i/se e s c r ip ta

Do l.* é p r e p . r e g e n t e ; 2.° e s t á a n t e s d a pala­


v r a q u em p a r a f a z e r d ’e l l a u m c o m p l .
indir.
q u e m l . “ é p r o n . r e l a t i v o f. do s.; 2." e s t á em
l o g a r d a s p a l a v r a s : Q ueres , podes ou sabes
t u d i z < r - m e o n otn e da pessoa 'n . 12o); 3.° de
q u e m 6 c o m p l . i n d i r . r e s t r . do n o m e o c c u l t o
c o m p o s iç ã o , o b r a , ou p r o p r i e d a d e ; 4.° te m
p o r a n t e c e d e n t e o nom*» o c c u l t o pessoa.
ò 1.".......2 . ° .........3 . " .........4.° t e m p o r su j. a s
p a l a v r a s exta o r ‘çâo, d e q u e m o a t t r . o c c u l t o
£ co m p o s iç ã o , o b r a , ou p r o p r ie d a d e .
— m —

esta 1.° ó adj. determ. demonst. f. do s.; 2.° de­


term ina orarão.
oração 1.° è noine com. real f. do s.; 2.° é o suj. do
v. ó, e tem p o r a t t r . occulto a p a la v r a com­
posição, obra, ou propiedude.
A interrogação com todas as palavras que a com-
pletão, fica assim: Podes, queres ou sabes tu dizer-me
o nome da pessoa de quem esta oração é obra, com­
posição, on propriedade ou prodiicção, etc. ?
De 1.°......2.° está antes da pa la v ra Ciccro para
fazer d’ella um compl. indir.
Gicero 1.°......2." UeCiceroè compl. indir. re s tr. do
subst. occulto composição etc., que é a tt r .
occulto do suj. occulto esta oração, suj. do
v. è, tambem occulto.
A resposta com todas as palavras que a coinple-
tão, ó assim. E sta oração ó composição, ohnt,
produa.üo ou propriedade de Cicero.
Analysem-se da mesma m aneira: Que queres tu?
Quem fez isto ? Cuja é esta caveira ? Que d’elle ou
Qu’é delle ? (isto é, Poderás etc. o destino ou fim
que é destino ou fim d’elle ?) Aonde ou p a ra onde
vais tu? (isto é, Poderás etc. o nome do logar aonde
ou para onde tu vais ?) lí porque não se rá assim ?
pergunto eu (isto é, E pergunto eu: Podes, queres
ou sabes dar-m e a razão porque ou pela qual não
será assim ?).

H lriiràu «!»* «•««»! j m r a t iv o

1'KDRO K MAIS .MODESTO DO QliE PAULO

l aalyse escripla

Pedro 1.°......2.° é o suj. do v. é.


é 1.°......2."........3.°........4.° tem por suj.
a p alavra Pedro de quem o a t t r . ò
o comparativo mais modesto.
— 99 —

m ais m o d e s t o l . ° é a d j . q u a li f . c o m p o s to c o m p a r a ­
t iv o d e su p e r io r id a d e m. do s.; 2." é
o a t t r . do suj.
do q u e 1.° é lo c u ç ã o c o n j u n c t iv a o u con j.
c o m p o s t a ; 2." e s t á lig a n d o a o r a ç ã o
P edro é m a is m odesto com a o r a ç ã o
P aulo é m odesto.
P au lo 1 ....... 2 . ” ó suj. do v. o c c u l t o é e do
a t t r . m odesto, t a m b e m o c c u l t o .
A s d u a s o r a ç õ e s co m to d a s as p a l a v r a s ficão a s ­
sim : P e d r o é m a is m o d e sto do q u e P a u l o ó m od e sto.

O r a r A o «I « rclutivt»

.504. PEDRO É O M A IS M ODESTO DOS HOMENS

A n a ly se escrip la
Pedro 1 . ” ........ 2 . » ............
è 1 .”....... 2 . “......... 3 . ° ......... 4.° tem por
suj. a p a l a v r a P edro de q u e m o a t t r .
é as p a l a v r a s o m a is m odeslo.
o m a is m o d e s to 1 é ad j. q u a li f . c o m p o sto s u p e r la t .
r e l a t i v o do su p e r io r id a d e ; 2." ó o
a t t r . do suj.
dos 1.° ....... 2 . ° ......... .‘J.” O a r t . os a n n u n -
c i a o g e n e r o , o n u m e r o e o s e n t id o
d e t e r m in a d o do n o m e h om ens (o
q u a l s e n t id o e s t á d e t e r m i n a d o pelo
ad j. q u a l i f . p o sit. m odestos o c c u l t o
e p e lo r e s t r i c t i v o ijue eu. conliero).
hom ens 1 .° ....... 2 . ” dos hom en s ó c o m p l.
in d ir . to rin . do s u p e r l a t i v o o m a is
m odeslo.
A o r a ç ã o co m to d a s a s p a l a v r a s c l a r a s fica assim :
P e d r o é o h o m em o m a :s m o d e s to dos h o m e n s tn o -
destos q u e e u c o n h e ç o (p o r q u e o s m o d e s t o s q u e eu
n a o c o n h e ç o , n ão m o podem s e r v i r d e t e r m o de
com paração).
SEGUNDA PARTE DA G R VMM A T I GA

DA SYNTAXE

% « ç õ i >k iir ttlIin iu H r e N

305. S y n t a x k ó a p a r to d a G r a m m a tic a q u e e n ­
s in a a c o m p o r a o r a ç ã o e o p erio d o g r a m m a tic a l.

3 0 6 . P r io d o g r a m m a t i c a l 6 a r e u n i ã o do p a ­
l a v r a s q u o f o r m ã o u m a ou m a i s de u m a or aç í ío
ten d o sentido p erfe ito e te r m in a n d o p o r ponto.
307. H a d u a s especies de periodos : o periodo
simples e o periodo composto.
3 0 8 . P e r io d o s im p le s é o q u e c o n s t a d e u m a só
oração.

3 0 9 . P e r i o d o c o m p o sto é o q u o c o n s t a d e m a i s d e
urna o r a ç ã o .
Quando e m u m periodo com p osto falta a oração principal
(levemos subentendel-a sem pre na analyse.
O s verbos do periodo com p osto q ue se d ev em con tar com o
orações distm ctas, são : l . ° O s verbos do m odo linilo. Kx. T omo.
A brab.lo ao lillio, le v a - o ao m onte, a ta - o, p õ e - no sob re a le­
n h a, t i r a prla espada. 2.» Os do infinito pessoal, lix. l }a r a
se rm o s f e l i z e s é preciso que nos dCs a mão. 3.° Os verbos do
inUnito im p e sso a l que estão precedidos de preposição e que
não formão nem tem pos nem verbos com p ostos. Ex. P o r
q u e r e r m a is tio que deve, se perde o h om e m . Os partici-
p io s q u e não forem appostos nem attributos e que tiverem
su jeitos diITerentes dos do verbo fínito. l*'.x. Isto succedeu,
re in a n d o IVutna P o tn p ilio . A c a b a d a a festa., todos s e re­
tirarão.
Os verbos que se n ão devem contar com o ora ções distinctas,
sào : 1.» Os verbos do infinito im pessoal q ue se rv e m de s u ­
j eito s, attributos o u com p lem en tos directos de outras orações,
ou q ue form ão tem pos ou verbos com postos, Iix. E s tu d a r não
é r a d i a r ; D e v o e s tu d a r , q u ero e s tu d a r ; p o s s o e s tu d a r , v o v
— 102 -

estudar ; Começo o. estudar, hei dc estudar , virei a ser um


sabio. 2.° Os participios presentes e passados variáveis quando
são appostos ou attributos. Ex. Estou estudando , não sem i
p u n ido ; Eu, estudando, grarigeio a estim a dos m e s tr e s ; O
hom em estimado dos outros deve-se ju lgar feliz. ‘.5.° () parti-
cipio passado in variavel que não se póde nunca separar de uni
tempo do verbo ter o a haver , com o se vio nas conjugações
regulares e se disse no n . 248.

N. II- Tambem se podem dividir as orações de


um periodo composto, contando somente os verbos
do modo finito e aggregando a estes todos os
tempos do infinito.
E então as conjuncções, os relativos, o advérbio
onde e seus compostos, são os signaes certos pelos
quaes deve começar cada oração. Este é o modo de
dividir dosFrancezes, ora o dos nossos antigos, e ó
ainda de muitos grammaticos, que, como nós, con-
siderão todas as orações de infinito como sujeitos,
a tt r ., ou complementos das orações de v. no modo
finito, do qual nunca as soparão.

0S» o ra ç ã o

310. O r a ç ã o é um juizo ou pensamento expresso


por meio de um sujeito, um verbo o um a tt r ib u t o ,
com ou sem complementos.

A oração tambem se cham a proposição.

311. O sujeito, o verbo e o a ttrib u to de uma


oração podem estar todos tre s em separado, como
na oração : Está cahindo ch u va ; ou reunidos em
duas palavras, como na oração: Cahe chuva: ou r e ­
unidos em uma só p a la v ra, como na oração: Chove.

312. Quando em uma oração faltão palavras,


tirão-se ellas da o u tra oração da mesma e s p e c i e ;
e n a falta desta supprem-se por meio das r e g r a s
ou do raciocinio.
— 103 —

ilu s o r a ç S c N
313. As orações dividem-se em absolutas, princi-
paes o accessorias.
3 1 4 . O ra çã o a b so lu ta è a q u e nilo õ s u j e it o , n e m
a t t r i b u t o , n e m c o m p l e m e n t o d e o u t r a ; n e m tem
o u t r a q u e l h e s i r v a d e s u j e it o , a i t t r i b u t o ou c o m ­
p lem en to .
E x . P a r i z e u m a b e llis s im a c id a d e : os estra n g ei­
ros a d m ir ã o co m r a z ã o os seus edifício s. C u m p r i sem ­
p re os vossos deoeres c sede se m p re respeitosoa p a r a
com os vo sso s su p e rio re s.
3 1 5 . A o r a ç ã o a b s o l u t a d e v o t e r o v e r b o no in ­
d ica tiv o ou no im p e ra tiv o , sem r e la tiv o nem p ala­
v r a q u e a i m p e ç a d e s e r a b s o lu t a , e n ã o d e v e s e r
in terrogativa.
3 1 0 . A s p a l a v r a s q u e im p e d e m a o r a ç ã o a b s o ­
l u t a e a p r i n c i p a l d e s e r t a e s , s5 o : 1." a s c o n j u n c -
ç õ e s : co m o , q u a n d o , se, rpm e t o d a s a s m a is q u e s e
c o m p õ e m c o m a p a l a v r a que ; 2 . ” o s r e l a t i v o s ; 3."
o s a d v é r b i o s on de e s e u s c o m p o s t o s , q u e v a l e m
t a n t o c o m o r e l a t i v o s (v. o n . 2 01); 4." os in d e fin i-
to s q u a l, q u a n to , ta l, ta n to m a is , ta n to m en os ; 5 .° o
pouto de in te rr o g a çã o .
3 1 7 . O ra çã o p r in c ip a l é a q u e n ã o é s u j e i t o n e m
a t t r i b u t o , n e m c o m p l e m e n t o do o u t r a , m a s t e m o u ­
tr a q u e l h e s e r v e d e s u j e it o , a t t r i b u t o ou c o m p l e ­
m en to.
l i x . Q u e t o m a is a m o r t e i n a tu r a l. C u m p r i s e m ­
p r e os üossos deveres p a r a s e r d e s o u p a r a q u e s e ja is
r e s p e i t a d o s a t é p e lo s v o s s o s s u p e r i o r e s . Vós cu m ­
p r i r ie is os vossos ileveres, s e f o s s e i s r a z o a v e i s .
3 1 8 . A o r a ç ã o p r in c ip a l d e v o t e r o v e r b o n o i n ­
d i c a t i v o , no i m p e r a t i v o , ou no c o n d i c i o n a l , s e m
p a l a v r a q u e a i m p e ç a d e s e r p r in c ip a l ( v . o n. 3 1 6 ) .
319. Oração a c c m o r ia é a que serve de sujeito,
attrib u to ou complemento de outra.

320. As orações aecessorias dividem-se em : sub­


jectivas, attribulivas, objectivas, term inativas, res-
trictivas, axplicatioas, ou circumstaãiciaes.

321. Oração subjectiva é a que serve de sujeito


de outra.
Ex. One temais a morte é n a tu ra l. Se sois ic/no-
ranle ou o serdes ignoranlis é culpa vossa.

322. Oração atlributivu é a que serve do a t t r i ­


buto de outra.

Ex. Ü nascermos é contrahirmos u m a d iv id a paru


com a morte.

323. Oração objecliva é a que servo de comple­


mento directo de outra.

Ex. Todos os pais desejão <jue seus filhos sejão


felizes.

O utros e x e m p lo s: 1 .° T ito, quando em algum dia não fazia


alguma Ima a> çào. dizia ; « perdi hoje o dia » 2 ." D eu s diz :
A na a I)eus e ao próxim o. 3® Não saberia se veria mundo
ou mar. 4.° Os pharisi os liaviào introduzido na cana um
hydropico \iara v>t se Cliristo o sarava. 5 . ° 1'lle não me disse
quando voltaria 6 ." D izem viver ainda Francisco ou dizem
que Francisco ainda vice.

324. Oração term in ativa é a que serve de comple­


mento term inativo de outra.
Ex. Não me arrependo de ter feito bem.

Outros exem p los : 1.® KHou decidido a vender-te a minha


cana 2 ° lím p en lio-m e eu fazel-o fe liz. 3.® Já ou m e co n ten ­
tara com que os presos da infam ia levassem comsigo a cova
as suas radêas.

325. Oração r e s trid iv a ou delerm ina tiva é a que


serve de complemento rostrictivo de outra.
— 105 —

E x. Todo o homem '/ue m a la o u tro h o m e m , è


homicida.
3 2 6 . A o r a ç ã o r e s t r i c t i v a n â o p od e s e r t i r a d a do
p e r i o d o s e m a l t e r a r ou t o r n a r f a l s o o s e n t i d o d a
q u e f ic a r .
O u tro s e x e m p lo s : l .° A. v ic to ria q u e a lc a n ç a m o s so b re as
n o s s a s p a im S e s é u ' ic fo ria qu e m a is nos h o n ra . 2 .° Q u a n d o
n ã o te m o s , ou se n ã o te m o s ou se m te r m o s , o u não te n d o nós
sin c e r o a r r e p e n d im e n to tio s nossos p e c c a d o s, n confissão n ã o
v a le n a d a .

3 2 7 . O ra çã o e x p lic a tiv a ou c ir c u m s ta n c ia l é a q u e
d e c l a r a a l g u m a c i r c u m s t a n c i a . c o m o a d e a p p o s iç a o ,
d e c a u s a , d e t e m p o , d e fim , do m o d o , d e c o n d i ç ã o ,
otc
l i x . D e o s que é ju s to p r e m e i a a v i r t u d e .
3 2 8 . A o r a ç ã o e x p l i c a t i v a ou c i r c u m s t a n c i a l
p ô d e s e r t i r a d a do p e r io d o som q u e fique por is s o
a l t e r a d o o u f a l s o o s e n t id o d a q u e ficar.
O u lro e e x em p lo s : D eos, l . ° p o r q u e è j u s t o , 2 .° p o r se r
in s to , U." se n d o j u s t o , h a de p r e m ia r a v i r tu d e .

3 2 9 . Quando o co m p lem en to c ir c u m sta n c ia l per­


t e n c e a u m a p a l a v r a d e s ig n i f i c a ç ã o r e l a t i v a , o u
q u a n d o n:TLo pódo s e r t i r a d o do p e r io d o s e m a l t e r a r
o u f a l s e a r o s e n t i d o , o d it o c o m p l e m e n t o fica se n d o
tam b em te r m in a tiv o ou r e str ie fiv o .
l í x . l í s t i v e m o r a n d o em R o m a . V e n h o d e R o m a .
V o u iia r a a F r a n ç a . T á o c r i m i n o s o ó o h o m e m q u e
m a t a com /tu n h u l c o m o o q u e m a t a co m ven en o.
3 3 0 . A s o r a ç õ e s t a m b e m s e d i v id e m em p le n a s,
c llip tic a s , p le o n a stica s, in v e rsa s o im p ! ir ita s .
3 3 1 . O ração p le n a é a q u e te m t o d a s a s p a l a v r a s
que a d evem com por.
E x . D eo s é j u s t o . O h o m e m v ir tu o so nSo tem o
a in veja.
. 14
— 106 —

332. Orarão elliptica é a que não tem todas as


palavras que a devem compor.

Ex. Quando voltaràs tu ? A manhã, isto é, /iw


v o l t a m ám anha.

333. Oração pleonasl-im é a que tem p a la v ra que


repete uma idéa que já íoi enunciada por o utra
pa la v ra da mesma oração.

Ex. Ainda o pobre defunto o não comeo a to rra ,


já o tem comido toda a t e r r a . (V. o n. 413).

334. Oração inversa ó a que tem pa la v ra ou pa­


lavras fóra dos seus logares.

Ex. Está cahindo chnva, em vez d e : I chuva


está cahindo.

335. Oração im p lic ili é a que tem o sujeito, o


verbo, e o attrib u to , resumidos por uma interjeição
ou pelo advérbio sim . (V. o n. 275).

Ex. Chiton, resume a oração : Ficai vós calados.


Queres j a n t a r já ? S i m , isto ó, Eu quero ja n ta r j d .

l» o M ijc iín

336. Osujuito é simples ou composto, complexo


ou incornplexo.

:537. Sujeito simples é o que consta de um a só


oração ou pa la v ra significando um só ou mais de
um ou muitos entes semelhantes.

Ex. Ikns ó um só e verdadeiro. 0> tieosus erão


t r i n ta mil e falsos.

338. Sujeito composto ó o que consta do mais de


uma pa la v ra significando entes difforentes.
— 107 —

E x . A fé, esperan ça o r a r id a d e s ã o v i r t u d e s t h e o -
lo g a es.

3 3 9 . S u j e i t o co m p lex o ó o q u e te m co m p lem en ­
tos.
E x . O IJeos dos C h ristã o s é u m só e v e r d a d e i r o .
Os deoses dos p>i</ãos e r ílo t r i n t a m il e f a l s o s .
Os com p lem en tos do sujeito podem ser 1.» adjectivos ; 2 . a
participios; com p lem en tos in directos; 4.® appostos ; 5.°
vo c a tiv o s; 6.® orações Kxom plos: 1.° O homem v ir tu o s o
não le m e a inveja " 2 ° O hom em a m a d o de todos d e v e - s e
considerar feliz ; :í.° O homem d e bem não faz mal ;> nintruem;
4 .° Ulyâse*, r e i de Ithacn, era pai de Tclemaeo : 5 .° Tu. P e d r o ,
acom p anh a -m e, o tu, A n tô n io , t spera-m e aqui ; 6.» O hom em
qu e rn ata ou tro hom em , (t homicida.

3 4 0 . S u je ito i n c o m p l e t o é o que nâo tem c o m ­


p le m en to s.
E x . Deos ú j u s t o . O h o m e m é m o r t a l . O s a n jo s siío
im m o rta es.

I >» v e r b o

311. O v e r b o de um a oração ó sem pre o verbo


s u b s t a n t i v o , o r a s e p a r a d o do a t t r i b u t o , o r a i n c o r ­
porado com e lle nos v erb o s a d jectiv o s.
P o r e x . n a s o r a ç O e s : o sol é b r i l h a n t e , o sol e^td
b rilh a n d o , o v. su b st. a c h a - s e sep a ra d o do a t t r . ;
m a s n a o r a ç ã o : o sol b r i l h a , o v s u b s t . e o s a t t r i b u -
t o s b r ilh a n te e b r i l h a n d o , e s t ilo i n c o r p o r a d o s n o v .
a d j . b r ilh a .
Por exrep ção os verbos ad jectivos im pessoa es que signiflcão
pheriom enos celestes ou atmospheriros, eom o por ex . os ver-
bos a m a n h e ce r, a n o ite c e r , ch o ve r, tr o v e ja r , etc , em vez de
in clu ír em um attr. e o v. su bst.. com o os ou lros \ erbos adje­
c t iv o s , incluem u m sujeito e outro verbo adjei tivo aeconrimo-
dado ao sentido. Para reduzil-os a v. subst. e attr. é necessário
d eco m p o l-o s prim eiram ente em sujeito o v. adj. Por ex . de­
com p ore m os os verbos a m a n h e c e r , a n o ite c e r, ch o ver, e tr o -
108 —

v e j a r , primeiro em s u c c e ilc r o d i a (A noite), s u c c e d e r a n o i t e


(ao dia), c a h ir c h u va e s o a r o tr o v ã o , e depois os v e r b o s s u c -
c e il e r , c a h i r e s o a r , em e s t a r s u c c e d e n d o , e s t a r c a h in d o e
esta r soando.

3 4 2 . O v erb o su b sta n tiv o niXo pód e t e r c o m p l e ­


m e n t o d e n e n h u m a e s p e e io .
Os com p lem en to s que parecem p erten cer ao v er b o s u b ­
s ta n tiv o , p ertencem d e faeto a 11111 altrilm to ou palavra occulta
que na a n a lv s c se deve sem pre prtr clara. Exs 1.° V casa e«tA
cru c in z a s , isto <5, v i r a d a , t r a n s f o r m a d a , m u d a d a e m c in z a s .
2 0 Kste p resente «'•p u r a t e u p a i , isto é, d e s t i n a d o , r e s e r v a d o
para teu pai. 3 .° Estou d c g u a r d a , isto é, Estou f a z e n d o o
s e r v iç o de guarda, ou e m p r e g a d o 011 o c c u p a d o n o s e r v i ç o ie
guarda 4 " Estou com drír d e c a b e ç a , porqu** estou com f o m e ,
isto «'■, listou i n c o m m o d a d o , ou a ta c a d o ou a t o r m e n ta d o
com d o r de cabeça, porque estou i n c o m m o d a d o , a t o r m e n t a d o ,
ou a p e r t a d o com fo m e . 5.° Estou bem, i*to ê,E s to u p a s s a n d o ou
v i v e n d o b em , ou Estou b em c o llo c a d o , ou Estou beni a q u i­
n h o a d o e m f o r t u n a , ou estou p ossuin do b em bo a fortuna.
6 .° S ou d e p a r e c e r q ue isso d e v e ser a s s i m , isto é , Sou m o ­
v i d o , a n im a d o o u p o s s u í d o de parecer q ue isso d e v e ser f e i t o ,
d i t o ou r e s o l v i d o a ssim .
Os m esm os verbos ad jectiv os, q u a n d o estão em p r eg a d o s
c o m o v er b os su b stan tivo s virtuaes, estão su jeitos íi lei do v .
substantivo. E s . 1." Vou bem ou m a l do saude, isto é. V ou
(ou estou) p a s s a n d o ou v i v e n d o bem 011 mal de s a u d e . 2 ." V o u
ou A n d o ou F ico lx*rn com K ulano, isto é, V o«, A n d o , F ic o
(ou estou) v i v e n d o bem corn F u la no. !5° F ic o ás vossas o rd en s,
isto ú, Fico (ou estou) p r e p a r a d o , p r o m jtto o u d i s p o s t o a ou
para obdecer ás vossa s ordens.

■ko u llr iliiilo

3 43 . O ATTiunuTO é s im p le s ou c o m p o sto , c o m ­
p le x o ou in c o m p le x o .

3 4 4 . . Í U r ib u to s i m p l e s é o q u e c o n s t a d e u m a só
o r a ç ã o ou p a l a v r a s ig n if i c a n d o u m a só q u a l i d a d e
ou c ir c u m sta n c ia p e r te n c e n te a um su je ito .
E x . O D e o s d os (J h r is tã o s é u m s ó . Os d e o s e s d o s
p a g ílo s o r ã o t r i n t a m i l . D e o s é j u s t o . D e o s é i n i s e r t -
<nrrl i o v o .
— 109 —

3 4 5 . Attributo cotnponto è o q u e c o n s t a d e m ais de


u m a p a l a v r a sig n if ic a n d o m a is de u m a q u a li d a d e
o u c i r c u m s t a n c i a p e r t e n c e n t e a u m su je it o .
E x . A s v i r t u d e s t h e o l o g a e s sSo : F é, E speran ça e
C a r id a d e . l) e o s é ju sto o m iseric o rd io so .
w
3 4 6 . A ttrib u to com plexo è o q u e t e m co m p le­
m en tos.
E x . D e o s ò u m só p u n i os rb ristã o s. Os d e o s e s er S o
trin ta m i! p u ra os p a g ã o s.
Os c o m p le m e n to s (io a ttrib u to podem ser : 1." a d je c tiv o s ;
2.» p a r tic ip io s ; ‘J « a d v é rb io s ; 4 ® c o m p le m e n to s d irec to s ;
5.» c o m p le m e n to s in d ire c to s : 6 .® a p p o sto s: 7.® orações, K xem -
p l o ; : 1 I I!i1 e r a u m rei v ir tu o s o ; KlI e e ra u tn rei a m a d o ;
3.® l.lle e ra m u ito a m á v e l; 4 ° E lle estava fazendo y u e r r a ;
5 .° Klle e r a a m a d o <tc se u p o v o ou p o r seu p o v o ; C.° liste
velho 6 M c n lo r, am itjn de m eu pai ; 7.® f.lle está p ro m p to p a r a
p a r t i r q u a n d o q u iz e re s .

3 4 7 . A tlrib u lo in c o m p le to é o q u e n ao te m c o m ­
p lem en tos
E x . D e u s é ju s to . O h o m e m é rn o rta l. Os a n jos
sflo im m o rla e s.
:51S. O a t t r i b u t o c o s t u m a v i r t a m b e m d ep o is do
v e r b o s a d j e c t i v o s , m a s ent&o d e v e s e r a n a l y s a d o
c o m o a p p o s t o do a t t r i b u t o in c lu íd o n e s s e s v e r b o s .
E x . V i v e o rico e m o r r e u pobre.

■>« e o m p l e m e n f .

3 4 9 . O co m p lem en to in d irec to a p p a rece fre­


q u e n t e m e n t e sern p r e p o s iç ã o : m a s na a n a l j rs e d e v e -
s e - l b e a n t e p o r s e m p r e a p r e p o s iç ã o c o n v e n i e n t e .
E x . A h i v e m i/u em l h e d o e a f a z e n d a , i s t o ó, A bi
vem a q u e lle a quem lh e doe a fazenda. A s cin co
b o r a s que d o r m i, n 3 o m e b a s t á r ã o , isto é, A s c i n c o
— 110 —

horas em que ou durante as quaes dormi, etc. Andei


cinco leijuas pa ra vir ao thea tro esta noite, isto é,
Andei até ou por espaço de cinco leguas para v ir ao
thea tro em ou n’esta noite.

350. Concorrendo duas ou mais palavras que pe­


dem complementos diversos, deve-se d a r a cada
uma o complemento que lhe convem.

P or isso não se deve dizer por ex.: Sahem e


entrão no porto muitos navios diariam ente, mas
diga-se: Sahem do porto e entrão no porto, etc. Não
se diga tampouco : Filho obediente e amigo de seo
pai, mas diga-se : Filho obediente asco pai e amigo
de sco pai.

II»

351. A p p o s t o é o nome, adjectivo ou participio


posto depois de nome, pronome ou participio, para
d e clarar algum nome proprio, qualidade ou cir-
cumstancia.

Ex. 0 rei fíario fôl-o príncipe. E lle foi feito p r í n ­


cipe pelo rei Dario.

352. A p alavra a que se refere o apposto, chama-


se o fundam ental ou ant-c ed e n te do apposto.

0 apposto. que lam bem se cham a ap p osiçêo ou continuad o,


dislinftue-se do vocativo porque não adm itte antes de si a in ­
terjeição ó e porque tem sem pre claro o seu fundam ental,

O apposto de com plem ento directo d istin gu e-se d ’este, m u ­


d an do-se a oração da activa para a p assiva. A. palavra qu e for
apposto na activa ha de apparecer na passiva com o apposto do
attributo, e a que for o com plem ento directo lia de apparecer
co m o sujeito na voz p assiva, líx 0 govern o fez-m e p ro fesso r.
Nesta oração me é o com p lem en to directo e professor , o ap­
posto, porque na passiva E u fui feito professor pelo govern o,
o pronom e appareee mudado em su jeito e o n om e, em apposto
do participio feito.
— 111 —

Do vocativo

353. V ocat ivo é o nome que significa o ente ou


entes por quem chamamos ou a quem dirigimos a
palavra. Ex. Pedro, vem cá. Coragem, camaradas.

O vorativo p ó d e-se analvsar: 1.° com o apposlo do sujeito tu


ou vós, ‘i .° corno altribulo de oração ic.ita com relativo e verbo
su bstantivo, :3.° como com plem ento, 4 0 com o apposlo de attri-
but.o. E xem p los: 1.° Tu, Pedro, vem cá: 2.° V ós, que sois ca­
m aradas, tende coragem ; 3.° Tu, que ten s o nom e dc P e d ro ,
vem cá; V ós que tendes o nom e de cam aradas, tende coragem .
4 0 Tu que és cham ado Pedro, vem cá ; Vós que sois cham ados
cam aradas, tende coragem .
O vocativo d islin gu e-se do a p p o sto : 1.* porque a d m itle sem ­
pre antes de si a interjeição ó, sem ponto de adm iração: Ex. <i
P ed ro, ó Maria, ó hom en s, 6 m ulheres, ó m ontanhas, escu ­
tai-m e. 2 ° Porque esta interjeição pode sem pre ser substituída
por um a oração. K \. ó m ontanhas, escu tai-m e, ist >é, vós que
sois montanhas, escutai-m e. 13.° O vocativo anda sem pre sep a­
rado por uma virgula, da ora áo a que se aggrega (V. o n.
4(33, sS 4.°). 4.° Porque o vocativo tem quasi sem pre oeculto o
seo fundam ental, o qual não p ó d e s e r s e n ã o /» ou vós, e o
apposto tem sem pre claro o seo fundam ental o qual póde ser
lu ou vós ou outra qualquer variação d'estus ou d ’outros pro­
nom es, nom es ou adjectivos ou participios.

«Ia n a t u r a l o f ig ur a r ia

354. A s y n t a x e ou é natural ou é p n u ra da , e di­


vide-se em sy n ta x e n a tu ra l ou figurada de concor-
duacid, de nujnncia e de c o m l r w ç à j ou collocação.

Ifca s y i l t t i x c n a t u r a l »l<* r o n r o r i l a n o i w

355. SynUixe natural do concordância è a que en­


sina a em pregar o artigo, adjectivo, pronome, par-
ticipio o verbo nas terminações correspondentes ao
genero, numero e pessoa do nomo e do sujeito a
quem aquellas cinco partes variaveis se referem .
— 112 —

ilc c o n c o r d ttttc ia iia tu r iil

356. 0 artigo, o adjectivo, o pronome e o p a rti-


cipio concordão em genero e num ero com o nome
a que se referem.

Ex. O homem bom e a m a do por Pedro e Maria,


disse que tanto clle como elhi estao doentes.

,‘557. O attributo e apposto, sendo adjectivo ou


participio, seguem a mesma r e g r a de concordancia
estabelecida para o adjectivo e participio ; sendo,
porém, nomes, podem concordar ou nao com o
sujeito ou fundam ental.

Ex. A (ilha ó os amores do pai. Tito, delicias do


povo romano, foi chamado pai da p a tria .

358. O verbo em tempo pessoal concorda em


numero e pessoa com o seu sujeito.

Ex. Eu am o, tu am as, elle a m a , todos os homens


arnão a vida feliz.

.'359. Dos tempos impessoaes do infinito só o p a r ­


ticipio passado variavel e passivo, é que concorda
em genero e num ero com o seu sujeito

Ex. Homem ama<lo, m ulher a m a d a , homens a m a ­


dos, m ulheres am adas.

360. <> verbo em tempo impessoal, que não fôr


o participio variavel, póde te r sujeito do qualquer
numero e pessoa.

E x . Até o sol r as eslrellas nSo deixamos a t a r


ociosos. Nós am uad o a Deos, obedecemos 4 lei de
Deos, oo não am an do lho desobedecemos.
— 113 —

O h s o rv u ç õ e s so h r» * o iin o <1<»n ( n i a p i M
iin p r.w oitoi <I<» inlinWo

Usamos dos tempos impessoaes do infinito, 1 .° to­


das as vezes que estes têm o mesmo sujeito, que o
verbo do modo finito de que elles dependem. Ex.
Nós nascemos sem saber para que nascemos. Deveis
fa ze r sempre as vossas obrigações, se quizerdes ser
considerados pelos vossos superiores.
2.° Depois dos verbos deixar, fa zer, inundar, e ás
vjfizes depois do v. ver, embora os sujeitos destes
verbos sejão differentos dos sujeitos dos verbos do
modo finito de que aquelles dependem. Ex. 1." Até
o sol e as eslrellas não deixamos eslar ociosos; O pai
que ama seos filhos não os deixa va diar. 2 .° Nero
foz sahir quatrocentos senadores; Que alegre estava
o espirito do Creador, quando fez r i r os / irados em
ta n t a variedade de flores. 3." O general mandou
fo r m a r os batalhões, e avançar todos contra o ini­
migo; O capitão m andou os m inistros m ostrar as a r ­
m aduras. 4.° Se os criados vissem estar os pães já
sazonados; Eu os vi caldr n ’agua e não apparecer
mais.
3 0 Depois das palavras do significação relativa.
Ex. 1,° Temos esperança de ser approvados no nosso
exame; 2.° Elles têm a satisfação de agradar a
todos; 3.° Vós tendes precisão da estudar muito ;
4." Estamos promptos pa ra p a r ti r ; 5.° Mies gostão
do passear e tu gostas de e stu d a r ; 6.° Elias são
dignas de ser estimadas e tu és merecedora de ter
a amisade dellas.

Nolirc o u s o «Io i n f i n i t o
p e s M N O iil

Usamos do infinito pessoal nos dous casos seguin­


tes : 1 0 Quando os sujeitos do infinito e do finito
são differentos, o quando o infinito não vem depois
dos verbos deixar, fa zer, m a n d a r, ver, ou depois de
pa la v ra de significação relativa,
16
I

— 114 —

Ex. Deos dá muito aos reis, não para terem mais,


senão para durem mais.
2.“ Quando o infinito é complemento circum stan-
cial, embora os sujeitos do finito e infinito sejão os
mesmos.
Ex. 1.° P a r a mais certificarmos isto, fazemos uma
parábola. 2.° A qmvercs sa lv a r-te, faze boas obras.
3.° És infeliz por seres muito ambicioso. 4." Deves
ensinar a teo filho o caminho da virtude, p a ra a l-
cançar a bem aventurança (se é o íilho que a deve
alcançar); ou para almnçures (se é o pai que a deve
alcançar); ou para a la n v a r d e s (se é o pai e o filho
que a devem alcançar).

D a Nyii(a\«* H»isi*a<la «le c o n c o r d a n c ia

301. Syntaxe ligurada de concordancia é a que


ensina a a char o sujeito ou o substantivo occulto
com que devem concordar as partes variaveis.

Btc^raw d c c o n c o r d a n c ia íi^ u r a d a

362. O artigo que está antes de nome proprio. o


pronome, adjectivo o participio que nâo têm claro
o substantivo a que se referem , devem concordar
com um nome ou pronome occulto accommodado
ao sentido.
Ex. 1." O Camões, o Amazonas, isto ó, 0 po da
Camões, o rio Amazonas. 2." Eu o estimo, Antonio,
isto é, Eu (João) estimo a ti Antonio). 3." Bema-
venturados os mansos, isto é, os homens ou entes
mansos. 4." 0* encolhidos de l)eos são poucos, isto é,
Os homens ou entes escolhidos, etc.

363 O adjectivo e participio, quando concorrem


coin um nome proprio masculino, com um nome de
tra tam e n to que se dá a homern, ou com o pronome
n^s ou vós posto e m lo g a rd o nom edeum só homem,
devem concordar com um nome masculino occulto
accommodado ao sentido.
Ex. Pedro ó bom e am ado, isto é, homem bom e
amado. Vossa Senhoria ô bom e am ado, isto è,
hontem bom e amado.
Sejamos (nós) antes breve que prolixo, isto è, Se­
jamos nós antes auctor, escriptor, orador ou pre-
ceptor breoe que prolixo.

364. 0 adjectivo o participio, quando concorrem


com um nome proprio feminino, com um nome de
tra ta m e n to que se dá a mulher, ou com o pronome
nós ou vós posto em logar do nome de uma só mu­
lher, devem concordar com um nome commum oc­
culto feminino, accommodado ao sentido.
Ex. Maria è boa e arriada, isto é, m ulher ou se­
nhora b o a e a m a d a . Vossa Kxcellenciaé boa e a m a ­
da, isto ó, senhora boa e amada. Sejamos (nós) antes
concisa que prolixa, isto ò, auclora, escriptoru, o r a -
dora ou preceptora antes concisa que prolixa.

305. O adjectivo e participio, quando concorrem


com dous ou mais de dous nomes ou pronomes mas­
culinos ou de differentes «eneros, ou com um nome
de tra tam e n to que se dá a mais de um homem,
devem concordar com um nome commum occulto
masculino do plural, accommodado ao sentido.
Ex. O pai e os filhos são bons e amados, isto é,
indivíduo. v, ou enlrs bons e amados : ou A filha e o
pai são bons <: am ados, isto é, in divídu os ou cníes
bons e amados.
Vossas Senhorias são bons o amados, isto ó, indi­
víduos, entes bons e amados.

366. O adjectivo e participio, quando concorrem


com dous ou mais de dous nomes ou pronomes femi­
ninos, ou com um nome do tra tam e n to que se dá a
mais de uma m ulher,devem concordar com um nome
— 116

commum occulto feminino do plural, acommodado


ao sentido.
Ex. A mãi e a filha são boas e am adas, isto é, m u ­
lheres, senhoras, creaturas ou pessoas boas e amadas.
Eu (Maria) e tu (Emilia) somos hoas e am adas, isto
é, pessoas boas e amadas. Vossas Excellencias são
hoas e am adas, isto é, senhoras boas e amadas.

367. O adjectivo eparticipio, quando concorrem


com substantivos synonymos 011 ligados pela con-
juncção ou, concordão com 0 ultimo,m as na analyse
deve-se subentender 0 mesmo adjectivo pa ra a jun-
tar-se ao substantivo que o não tiver.

Ex. Toda a sua vida foi um trabalho e occupação


continua, isto é, um trabalho continuo e u m a occu-
paçâo continua.
Um valor ou uma prudência espantosa, isto é,
Um valor espantoso ou um a prudência espantosa.

368. O adjectivo e participio, quando concorrem


com mais de um substantivo, mas modificão a um
só dos substantivos, devem concordar só com esse
e não com os outros.

Ex. O fatalismo e a bondade d iv i n a não se ligão.

369. O verbo quando concorre com mais de um


sujeito da 3 .a pessoa, deve concordar na 3 .a pessoa
do plural com um sujeito occulto do p lu ra l, do
qual os outros sujeitos íicfio sendo appostos.

lix. A liberdade, honra 0 vida estão em perigo,


isto é, Estas Ires com as, a liberdade, h o n ra e vida,
estão em perigo.

370. .0 verbo, quando concorre com mais de um


sujeito da L", 2 .a e 3 / pessoa, deve concordar na
l . tt pessoa do p lural com 0 sujeito nós do qual os
outros ficão sendo appostos.
- 117 -

Ex. Tu e ella estais bons, isto è, Vós, tu e ella,


estais bons.

372. O verbo impessoal haver, ou outro qualquer


verbo impessoal no singular, quando concorre com
um substantivo do plural deve concordar com um
sujeito occulto do singular accommodado ao sen­
tido.
Ex. Ha males que vem para bem, isto é, a gente,
a sociedade, u m povo, u m a fa m ília , u m homem ou
a v id a do homem, ha (ou tem) males que vêm para
bem ; ou ha (ou existe) um bom numero ou certa
quantidade de males que vêm pa ra bem.

'.)73. O verbo, quando concorre no p lural com


um collectivo no singular, deve concordar com um
sujeito do plural, do qual o collectivo fica sendo
apposto.
Ex. Parte dos nossos fugirão, parte forão mortos,
isto ó, Muitos ou alguns hom em , parte dos nossos,
fugirão, m uitos ou alguns homem, parte dos nossos,
forão mortos.

•'!74. 0 verbo, quando concorre com dous ou mais


sujeitos synonymos ou seguidos do sujeito tudo ou
nada, concorda com o ultimo sujeito, mas n a
a nalyse subentende-se o verbo para cada um dos
outros.
Ex. A sMe e desejo de dinheiro nunca se fa rta ,
isto <;, A sêdo de dinheiro nunca se farta, e o desejo
de dinheiro nunca se farta. As cidades, os campos,
os vallos, tudo ora m ar, isto ó, As cidades eráo m ar,
os campos erão m a r , os valles erão m a r , tudo era
mar.

B>u M y c U a v r i i a t u i ' » ! i I p i * c g t t i i c i «

375. Syntaxe n a tu ra l de regencia é u que ensina


quaes são as p a lavras e as orações exigidas, umas
pelas outras.
— 118 —

376 . 0 artigo, adjectivo, pronome e participio


exigem substantivos com os quaes possâo con­
cordar em genero e numero.

377. O nome e pronome exigem: 1." no oilicio de


sujeitos, um verbo que concorde com elles em nu­
mero e pessoa; 2 .° no officio de a ttributo, um sujeito
e um verbo; 3.° no officio de complemento directo,
um verbo ou participio transitivo; 4.° no officio de
complemento indirecto, uma preposição e o u tra
palavra a quem deve pertencer o complemento in­
directo; 5.° no officio de apposto, um fundam ental
ou antecedente; 6.° no officio do vocativo, um fun­
damental que não póde ser senão o pronome tu ou
vós, e uma virgula que o separe da oraçílo a que se
aggrega.

378. O verbo exige um sujeito com o qual con­


corde em numero e pessoa. l.° Se ó verbo sub sta n ­
tivo, além do sujeito, exige depois de si um a t t r i ­
buto que elle ligue ao sujeito. 2." Se é transitivo,
exige complemento directo. 3 .” Se ó intransitivo, só
exige um sujeito. 4.° Se ó passivo, exige um comple­
mento indirecto com a preposição de ou por. 5.° Se
é de significação relativa, exige um complemento
term inativo. 6.° Se é do conjunctivo, exige uma
conjuncção precedida de uma oração. 7.° Se é do
infinito, exige outro verbo do qual fique depen­
dendo, ou uma oração da qual fique sondo o sujeito,
attributo ou complemento.

37!). Os participios, alóm de exigirem as mesmas


partes que exigir o verbo de que nascerem, exigem
tambem: o participio presente e o passado variavel,
uma oração á qual fiquem pertencendo ou como
attributos ou como complementos ; o passado inva-
riavel, um tempo do verbo ter ou k a v c r ; e todos tres,
como adjectivos qualificativos que são, exigem um
nom eou pronome que represente o ente ou entes
qualificados por elles.

380. O advérbio exigead jectivo, participio, verbo


— 119 —

a d j e c t i v o ou o u tr o a d v é r b io a q u e se possa a jtin ta r
p a r a l h e s m od ificar o sig n ific a d o .
8 8 1 . A p r e p o s iç ã o e x i g e n o m e, p r o n o m e ou v e r b o
do infirnito, q u e e l l a t r a n s f o r m e em c o m p l e m e n t o
i n d i r e c t o ; ou e x i g e q u a lq u e r p a l a v r a q u e e l l a
t r a n s f o r m e em p a l a v r a c o m p o s ta .
•382 A c o n j u n c ç ã o e x i g e p a la v r a s , o r a ç õ e s ou
p e r io d o s q u e e l l a p ossa l i g a r .
3 8 3 . A i n t e r j e i ç ã o , por isso q u e por si só já v a lo
t a n t o co m o u m a ou m a is de u m a o r a ç ã o , n a d a m a is
e x i g e do q u e um p o n to d e a d m ir a ç ã o .
3 8 4 . A i n t e r j e i ç ã o <i é a u n i c a q u e n ã o e x i g e
p o n t o d e a d m i r a ç ã o , m a s e x i g e um v o c a t iv o .
3 8 5 . O p eriod o s im p le s e x i g e u m a só o r a ç ã o a b ­
s o l u t a . O c o m p o s to e x i g e ao m e n o s d u a s o r a ç õ e s
d a s q u a e s u m a p elo m e n o s lia d e s e r p r in c ip a l.
38(5. A o r a r ã o a b s o lu t a e x i g e v e r b o no modo i n ­
d i c a t i v o ou i m p e r a t iv o , sein p a la v r a q u e a p o ssa
im p e d ir de s e r a b s o lu t a , e e x i g e um ponto fin al.
3 8 7 . A o r a ç a o p r in c ip a l e x i g e um p erio d o c o m ­
p o sto ; e x i g e v e r b o no i n d i c a t i v o , im p e r a t iv o ou
c o n d i c i o n a l , s e m p a l a v r a q u e a possa im p e d ir de s e r
p r in c ip a l ; e e x i g e o u t r a ou o u t r a s o r a ç õ e s q u e l h e
s i r v ã o de suj -ito, a t t r i b u t o ou c o m p l e m e n t o .

38 8 . A s o rações a cc esso ria s e x ig e m o u tr a s de


q u e sejílo ou s u j e i t o s ou a t t r i b u t o s ou c o m p l e m e n ­
to s .
3 8 9 . O s u je ito e x i g e v e r b o e a t t r i b u t o i n c l u i d o
no v e r b o ou s e p a r a d o d ’e s t e .
3 9 0 . T odo o v e r b o e x i g e s u j e i t o (v. o n. 3 7 8 ).

391. ü a ttrib u to ex ig e su jeito e verb o que li­


g u e o a t t r a o suj.
— 120 —

392. Todo o complemento exige p a la v ra a quem


fique pertencendo. l.° 0 complemento directo exige
verbo ou participio transitivo. 2 .° 0 indirecto res-
trictivo exige a preposição de precedida de subs­
tantivo commum de significação absoluta. 3.° 0 in­
directo term inativo exige preposição precedida de
p alavra de significação relativa. 4.° 0 indirecto
cirsum stancial exige preposição precedida de pa­
l a v r a que signifique qualidade, acção ou facto do
qual este complemento declare algum a circuin-
stancia.
N. B.— Quando o complemento indirecto é um
dos pronomes me, te, se, nos, v os, lhe, lhes, não exige
preposição nenhuma, como já dissemos no n. 117.
Quanto ao apposto e vocativo (v. o n. 377).

I$it sviitaxi* lig u c a ilu «]«>

3 93 . S y n t a x e f ig u b a d a de regência é a que
a p r ese n ta ex e m p lo s de o r a ç õ e s e periodos onde
nao estão todas as p alavr a s e x ig id a s pela s y n t a x e
n a tu r a l de r e g e n c ia .

Exemplos de oração que não têm todas as p ala­


vras exigidas pela syntaxe n a tu r a l do regencia :
1.° Pedro é mais modesto do que Paulo, isto é, do
que Paulo é modesto. 2.° Pedro vive tão commoda-
m entecomo Paulo, isto é, como Paulo vive c o m t n o -
damente. 3.° Honras, dignidades, riquezas, tudo 6
vaidade, isto ó, Honras são va idades, dignidades são
vaidades, riquezas são vaidades, etc. l " Deos ó justo,
omnipotente, imm utavel, isto é, Deos é omnipotente,
Deos &im m u ta v e l. 5.° Deos creou o céo, a t e r r a , os
anjos, isto é, Deos creou a te r r a , Deos creou, os anjos.
6.“Obrigado, isto é, Eu te, fico obrigado por esse favo r.
7.° Bom dia, isto é Eu te desejo bom dia. 8.° A deos
ou a Deos, isto 6, Eu te, digo adeos, ou Eu peço a Deos
a, tua saude, a tua felicidade, a tua boa v ia g e m , etc-
9.° Até logo, isto é, Espera-mn In até logo. 10.° Eis
— 121 —

o homem de que vos fa llei, isto é, Vós h a v e is (ou


tend es ou vêdes) em vossa presença ou diante de vós
o homem <le quem vos fa lle i. l l . ° E i s - m e chegado,
isto é, Vós me vêdes chegado a este logar ou aqui.
12.° E il-os arru inados, isto é, Vós os vêdes a r r u i­
nados. 13.° E is - te chegado, isto é, Nós te vem os ch e­
gado. (V . o n. 200). 14.° R einando N um a Pom pilio,
isto é, em reinando N um a Pom pilio. Concluido o
n egocio, isto é, depois de concluid o o negocio. 15."
A ndei duas le g u a s para v ir esta n o ite ao baile, isto
é, Andei até ou por esporo de duas le g u a s para vir
em ou « 'e sta noite ao baile. 10.° E stou com m u ita
fom e, isto é, Eu estou a p er ta do , ato rmentado ou i n -
c o m m o indo com muita fome. 17.° E ’ o pai e o filho
que são culpad os, isto ó, E ’ farto, verdade ou subido
ou notorio que o pai e o filho sâo culpados. 18.° Uma
bala acertou nos peitos ao valoroso R eb ello , isto é,
nos peitos pertencentes ao valeroso R eb ello. 10." A n ­
dar de capa, isto é, A ndar a lg u em coberto de capa.
2 0 . ° Tal filho, ta l pai, isto õ , Tal é o filho tal é o pai.
2 1 .° T an ta s cabeças qu antas s en te n ç a s, isto é,
T antas são as cabeças q u antas são as sen te n ç a s. 22.°
V a lo quanto pesa, isto ó, Elle ou ella ou isto v a le
tanto quanto elle ou ella ou isto pesa. 2 3 . ° Qual a
vida, tal o fim, isto é, A vida i1 ta l qual è o fim. 24.®
Ir ter coin a lg u é m , isto ó, Ir alguém a a l g u m logar
p a r a ter conferenria , negocio, conversa, entrevista ou
encontro com a lgu em . 25.° Dar de mão a um negocio,
isto é, Dar a um negocio o signal de mâo significativo,
ou indienti vo ou dem ons tra ti vo de abandono, desprezo
ou desistência. 26.° Capitulo ou pagina v in te e dous,
isto é, Este capitu lo ou esta pagina é o capitulo ou a
p a g i n a v in te e dous ou O nome ou n u me ro deste c a ­
pitulo ou d esta pagina é o n o m e ou n u me ro v in te e
dous. 2 1 . ” Illm . Sr. (no sobrescripto de uma ca rta),
isto è , (f dono d esta carta e o Illm . S r ... ou Esta
carta à d i r i g i d a ou destinada ou pertence ao Illm . S r ...
28.° Illm . Sr. (na m argem superior e in terio r de
um a c a r ta ), isto é, Eu peço, espero, ou desejo que o
Illm . S r ... leia esta carta. 29.° Pedro João (assigna-
tu ra de uma c a rta ), isto é, Pedro Jo&o escreveo esta
16
curta ou Pedro Jofio è o auclor desta carta. 30." Rio
de J aneiro 12 de Fevereiro de 1872, isto é, Esta carta
foi escripta ou esta cscrifilo foi feito p o r m im no Rio
de Janeiro aos 12 dias de Fevereiro ou no d ia que
tem o nome oa numero 12 de Fevereiro, mez do anno
distinyuido dos outros annos pelo nome ou numero
1872, ou m e z do anno chamado 1872.
Exemplos *de periodos que nfío têm as orações
exigidas pela syntaxe n a tu r a l de regencia. l.°
P a d re nosso, que estais nos céos, santificado seja o
vosso nome, isto é, Nos pedimos a vos, que sois o
P a d re nosso ou nosso Pai, e que estais presente ou
assentado nos céos, que o vosso nome seja santificado
pelos homens. 2.° Viva, Passe bem, isto é, F.u desejo
ou estimo <pie, Vm. ou o Sr. viva ou que Vm. o Sr.
passe bem. 3.° Não digas tal, isto ó, Eu tr peço ou
recommeudo ou espero ou ordeno que lu não digas tal
causa a m im ou a Fulano oii a ninijuem. f." Que d’elle
ou QuV d’elle? isto é, Portes, queres o u sib e s tu d ize r-
me o destino ou fim que è fim ou destino d’elle ? 5."
Cuja é esta caveira? isto é, Podes, queres ou sabes tu
d izer-m e o nome da pessoa cuja (ou de quem) é esta
caveira ? (i.° Estas cousas estão por fazer, isto é,
Estas cousas estão esperando por pessoa que as qu eira ,
possa ou saiba fazer.

I > a N M i t u x e n a t u r a l «l<* c o i i x l r u c e r t a

394. S y n t a x k n a t u r a l dk o o n s t r u c ç \ o ou co l -
locaç \o é a quo ensina os logaros das pa la v ras na
oração e das orações 110 periodo composto.
395. O logar do artigo é antes do nome, antes
do comparativo quo elle transform a em superlativo
relativo, ou antes de qualquer infinito ou p alavra
que elle substantiva.
O artigo deve ser repetido: 1 .”antes de nomes que
concorrem dous a dous com significados oppostos,
— 123 —

c o m o no e x .: A qu i te n d e s d ia n te de v o s so s o lh o s o
bem e o m a l, « a g u a e o fo g o , a v id a e a m o r te ; 2."
a n t e s de a d j e c tiv o s e p a r tic ip io s lig a d o s p e la c o n ­
j u n c ç ã o 0 e q u a lific a n d o e n te s d iffe r e n te s , com o no
e x . : o v e lh o e o j o v e n s o ld a d o ; o so ld a d o v e lh o e o
m oço. F ó r a d e s te s dou s c a so s podem os r e p e t ir ou
d e i x a r de r e p e t ir o a r tig o a n t e s de c a d a n o m e ou
a d j e c t iv o .
3 9 6 . O lo g a r do n o m e e p r o n o m e em o r a ç ã o n ã o
i n t e r r o g a t i v a é a n t e s do v e r b o de q u e fo rem s u je ito s ,
e d e p o is do v e r b o em o r a ç ã o in t e r r o g a t i v a ou na
o r a ç ã o em q u e fo r e m a t t r ib u t o s ou c o m p le m e n t o s
d ir e c t o s ; d ep o is d a s p a la v r a s q u e os p ed irem com o
c o m p le m e n t o s in d ir e c t o s ; d e p o is do f u n d a m e n t a l
q u a n d o fo r e m a p p o sto s ; e d ep o is ou a n t e s de v ir -
g u l a q u a n d o fo r e m v o c a t i v o s (v . o n. 4 6 3 § 4.°).
3 9 7 . O lo g a r do a d j e c tiv o é a n t e s ou d ep o is do
n o m e a q u e s e r e f e r ir c o m o a p p o sto ; d ep ois do v e r b o
se for a t t r ib u t o ; d e p o is do f u n d a m e n t a l, s e fo r
a p p o sto ; depois do a d v é r b io q u e o m od ificar.

3 9 8 . O lo g a r do v e r b o é d e p o is do seo s u je ito em
o r a ç ílo n ã o i n t e r r o g a t i v a e a n t e s do s u je ito em
o ra çã o in te r r o g a tiv a .
3 9 9 . O l o g a r do p a r tic ip io p r e s e n t e e p a s s a d o v a ­
r i á v e l é d e p o is do v e r b o se fo rem a t t r ib u t o s , e a n t o s
ou d e p o is (ios se o s s u b s t a n t iv o s , q u a n d o n ã o fo r e m
a t t r i b u t o s ; o do p a r tic ip io p a ssa d o i n v a r i a v e l é
s e m p r e d e p o is de u m te m p o do v e r b o ter ou h a v e r .
4 0 0 . () lo g a r do a d v é r b io ó a n t e s do a d j e c t iv o e
p a r tic ip io o a n t e s ou d e p o is do v e r b o a d j e c t iv o .

4 0 1 . O l o g a r da p r e p o s iç ã o é a n t e s da p a l a v r a ,
d e q u e a p r e p o s iç ã o e s t i v e r fa z e n d o c o m p le m e n t o
in d ir e c t o ou p a la v r a c o m p o s t a .

4 0 2 . O lo g a r d a c o n j u n c ç ã o é a n t e s d a p a l a v r a ,
o r a ç ã o ou p erio d o q u e a c o n j u n c ç ã o e s t i v e r lig a n d o .
Algumas conjuncções.em vez de occuparem o 1.®
logar da oração ou do periodo, pódem-se collocar
no 2." ou 3 .” e por isso cham ão-se pospositivas.
Taes são por ex. asconjuncções comludo, enlretanU,
pois, p n rê m , portanto, to da via .

403. O logar da interjeição ó é antes do vocativo;


o das ou tra s interjeições é no principio do periodo
e a ntes de um ponto do admiração.

401 ü 1.° logar na oração absoluta cu principal


sem conjuncção, pertence ao sujeito seguido dos
complementos que lhe pertencerem ; o 2 .“, ao verbo
substantivo (sem complemento de especio alguma)
ou ao verbo adjectivo com os seos complementos;
o 3.° ao a ttrib u to , se a oração for de verbo sub­
stantivo, ou aos complementos do verbo adjectivo,
se a oração for deste verbo

405. () 1.®logar na oração de conjuncção, de


relativo ou advérbio onde e seos compostos, per­
tence á conjuncção, ao relativo ou a um dos advér­
bios citados; os outros logares serão occupados
pelas p a rte s j á indicadas no n. 404.

406. ü 1.® logar, em um periodo composto, é da


oração principal, devendo as accessorias ser col-
locadas logo depois da p a la v ra ou oração de que
forem a ttrib u to s ou complementos o immediata-
mente a ntes d ’aquella de que forem sujeitos.

H a M U i l a x e fi» iir a <l ii «‘o i i s I r i u - r A o

107. S y n t a x e f i g u r a d a dk coNSTrucçÃo é a que


a u c t o r i s a os d e s v io s q u e o uso faz frequentemente
d a s r e g r a s , co llo c a n d o as p a l a v r a s e as orações
f ó r a dos seos l o g a r e s .

E s ta s y n ta x e c h a m a -se também construcção in­


versa, indirecta, ir r e g u la r , figurada ou hypcrbato.
125 —

l> a w d c N ^ n tn x o

10S. F ig u r a de s y n t a x e é o inodo de f a l l a r ou
e s c r e v e r , o c c u lt a n d o p a la v r a s , p o n d o -a s fó r a dos
s e o s l o g a r e s ou p o n d o -a s de m a is.
401). A s p r i n c i p a e s f i g u r a s d e S y n t a x e s ã o : a
Sijllcft.se, a K l l i p s e , o l l y p e r b a t o e o P l e o n a s m o .

4 1 0 . S y ll e p s e é o m odo do f a ll a r ou e s c r e v e r ,
o c c u lta n d o os su b sta n tiv o s ou p ron om es com que
d e v e m c o n c o r d a r o n r l i r p >, a d j e c t i o o , p r o n o m e , oe r bo
o participio.
Á s y lle p s e é u m a o sp e cie da e llip s e (v . os e x e m ­
p l o s d o s y l l e p s e d e s d e o n . 3(3:2 a t é o n . 3 7 4 ) .
4 1 1 E llip se é o m odo do f a l l a r ou e s c r e v o r , o c c u l ­
ta n d o p a la v r a s ou o r a ç õ e s e x ig id a s p e la s y n t a x e
n a tu r a l do r e g e n c ia . (V . os e x e m p lo s de n. 3 93).
4 1 2 . Ilf/perbato é o m odo d e f a lla r ou e s c r e v e r ,
pondo fó ra dos seo s lo g a r e s as p a la v r a s n a o ra çã o
o a s o r a ç õ e s n o p e r i o d o . ( V . d o n 3 9 4 a t é o n . 106).
113. P l e o n u s t n o é o m o d > d e f a l l a r o u e s c r e v e r ,
p o n d o do m a is a lg u m a p a la v r a q u o e x p r im e id é a j á
e x p r e s s a por o u tra p a la v r a da m esm a o ra çã o .
K x . O T u r c o fic a f a z e n d o o s m a i o r e s a p p a r a t o s d e
g u e r r a q u o n u n c a j d r n u i s s o v i r í l o Q u a n d o s e «n l r a
t l c n t r o da. i l h a . 1 / c o m <>\ m c o s o l h o s . A o s o u t r o s p e i x e s
d o a l t o m a a - o s o a n z o l o u a f is g a ; a c ó s m a t a —v o s
a v o s s a p resu in p çiX o H om em , qu em m c c o n stitu io
<i n u m , j u i z o r e p a r t i d o r s o b r e a v o s s a h e r a n ç a ?

V i c i n N « In l i n ^ i i í i ^ o a i i

4 1 4 . U a r b a i u s m o ó o v i c i o do e s c r e v o r e p r o n u n ­
c i a r u m a p a l a v r a c o m l e t r a s o a c c e n t o s f ó r a d os
se o s lo g a r e s ; ou o v ic io de u sa r de te r m o s e s t r a n ­
g e ir o s d e sn e c e ssá r io s.
— 120 —

P o r ex. é barbarism o escre v e r ou p ro n u n cia r dfio


em vez de a f i o ; dmode em vez de a modo do ; arrois
em vez de a r r o z ; <ii snguas, ai sa lin a s, em vez de
as agitas, as alm as que se pronuncião azai/nas,
a z a i m a s ; be-m a-venturauça em vez da b e m - i-ventu-
r a n r n ; boins ou bãos em vez de b o m ; capais em vez
• d e c a p a z ; di, déis, fais, feis, m i, nóis, peix, vós, em
vez de de, d e :, f a z , f e z , ntc, nós, pés, v ó s ; espiar em
vez de expiar que se pronuncia e i s p i a r ; sêsto, sfstn,
LMo, em vez de sexlo, sexta, texlo, que se pronunciSo
sêislo, siHsta, têisto; m ilk o r , m i nino, piqueno, em vez
de melhor, menino, pequeno.
Por ex. é lambem barbarism o ou gallicismo o
usar dos termos francezes : soirét em vez de serão,
sardo ; re n d e z-v o u s em vez de entrevista ; barricada
em vez de tranq ueira, trincheira; chefè d obra em vez
de obra p r i m a , obra perfeita ou p rim o ro sa ou prim or
da arte; m a ssa cra r em vez de m a ta r, assassinar; im­
po rtunar, etc.

115. S olecism o è o e r r o c o n t r a as re g ra s da
sy n ta x e .
Ex. Um homem cujo eu n5o conheço em vez de
Um homem que ou o qual ou a quem eu náo conheço.
\eonleceo dous casos celebres em vez do Acontecerão
dous casos celebres. E ’justo de a m a r a Deos, em vez
de E ’ justo a m a r a Deos. TinhSo as feridas e a
memória fresca ein vez de Tinhão as feridas e a
memória frescas.

110. A m p h ib o i -ogia é o vicio q u e t o r n a d u vido so


o s e n tid o de u in a ora ç ilo ou p e r io d o .

Ex. Ama o povo o bom rei om vez do Ama o povo


ao bom rei, ou Ama ao povo o bom rei. Sendo vas-
sallo, me tratou como amigo, em vez de Sendo eu
vassallo me tra to u como amigo, ou Sendo elle vas-
sallo me tratou como amigo.

417. H y p erb ato v ic io so é a inversSo que faz


nascer a obscuridade.
Ex. Quebrar tivera a náo alli em nada, em vez
de Tivera em nada o quebrar a náo alli. Em pesada
cahio melancolia, em vez de Cahio em pesada me­
lancolia. Em terreno não cabe altivo peit > tão pe­
queno, em vez de 0 altivo peito nflo cabe em
te rre n o tão pequeno.

418. P e r is s o l o g ia ó o p le o n a s m o vicioso quo


n á o t o r n a a e x p r e s s ã o do p e n s a m e n to nem m ais
e n e r g i c a ne m m a is h a r m o n io s a .

Ex. JInis mrlhor. -\unr.a não. Descer para baixo.


Subir pa ra cima.

119. Hiato è o vicio de collocar seguidas certas


palavras que produzem máo soido. Ex. Tanto mais
vale o ingenho s'a arte. senta.

120. Cacopiiato ou caoophonia é o defeito de


collocar ju n ta s certas palavras que formão algum
term o indecente ou ridículo.
Ex. Tens -m o j á dado, amor, bastantes penas.
A i w a m inha. Estou cá j d .

llo d o lo <!«•> ttniilvNC N y n ía x icn v lo íç if n

121. ESTÁ CAIIINDO CHUVA

E' um periodo simples, porque consta de uma


só oração (n. 308).
E ’ uma oração absoluta, porque não é sujeito,
nem a ttributo, nem complemento de outra; nem tem
o u tra que lhe sirva de sujeito, a ttrib u to ou comple­
mento (n 311). E ’ plena, porque tem todas as pa­
lav ra s que a devem compor (n. .’)31). E ’ inversa,
porque tem palavras fóra do seus logares (n. 331).
0 suj. é chuva, simples porque consta de uma só
p a la v ra significando um só ente (n.337); incomple-
xo porque não tem complementos (n. 310).—Ü verbo
é cstil, o qual concorda em numero e pessoa com o
seo sujeito (n. 358).—0 a tt r . êciihind o, simples por
que consta de uma só palavra significando uma só
qualidade pertencente a um sujeilo (n. 344) ; in-
complexo porque não tem complementos (n. 347).

1 '^ . CAHE CHUVA

E' um periodo simples porque consta de uma só


oração (n. 308).
E’ uma oração absoluta, porque não é suj., nem
a tt r ., nem compl. de o utra; nem tem o u tra que lhe
sirva de suj., a t t r . ou compl. (n. 314). E ’ plena,
porque tem todas as p a lavras que a devem compor
(n. 331). E ’ inversa porque tem p a la v ra fóra do
seo logar (n.334).
0 suj. ó chuva, simples, porque consta de uma só
p alavra significando um só ente (n. 3 3 7 ) ; incom-
plexo porque não tem compl. (n. 340). —() v. ò m h e ,
concordando em numero e pessoa com o seo sujeito
(n. 308), e incluindo o v. subst. estd e o a t t r . nihindo
(n. 341,.— O a tt r . é r ah indo, simples, porque consta
de uma só palavra significando um a só qualidade
pertencente a um suj. (n. 344.); incomplexo por
que não tem complementos (n. 347).

423. chovk

E' um periodo simples, porque consta de um a só


oração (n. 308).
E ’ uma oração absoluta, porque não é suj. nem
a tt r . nem compl. de o u tra , nem tem o u t r a que lhe
sirva de suj., a ttr . ou compl. n. 311).— E ’ plena,
porque tem todas as pa la v ras que a devem compor
(n. 331).— Não é inversa,porque o sujeito chuva, re­
presentado pelas radicaes chov do v. c/ io iv *, está no
se o logar (ns. 306o 104); e porque o verbo'rt/i« re-
— 129

p r e s e n t a d o p e la final c do m e sm o v . c h o v e , ta m b em
e s t á no seo l o g a r (n s. 341 e 3 9 8 ) .
O su j. é c h u v a r e p r e s e n t a d o p e la s r a d ic a e s chov
do v. c h o v e .— O v. é chove, r e p r e s e n t a n d o p e la s u a
fin a l c o v . cahe, o q u a l i n c l u e o v . s u b s t. estd o o
a t t r . c a h i n d o (n s. 153, 301 e 3 4 1 ).
424. D e o s, q u e é j u s t o , p r e m e ia os q u e se não
d e s v iã o do cam inlxo da v ir t u d e .
E ’ um p e r io d o c o m p o s to , p o r q u e c o n s t a d e m a is
d e u m a o r a ç ã o (n . 3 0 9 ) . C o n sta de tr e s o r a ç õ e s : a
1 .a é />'’ns p r e m e i a os ; a 2 . a ô q a e é j u s t o ; a 3 . a é que
se n ã o desrÁão d o c a m i n h o d a v i r t u d e .
A p r im e ir a o r a ç ã o Deos p r e in e i a os é p r in c ip a l, por­
q u e n á o o suj. n e m a t t r . n e m c o m p l. d e o u t r a , m a s
tom o u t r a s q u e lh e s e r v e m d e c o m p le m e n t o s (n .3 1 7 ).
— E ’ p le n a , p o r q u e t e m to d a s a s p a la v r a s q u e a
d e v e m c o m p o r (n. 3 3 1 ) . — N ã o é i n v e r s a , p o rq u e n ã o
tem p a l a v r a s f ó r a dos s e o s l o g a r e s (n . 4 0 4 ).
O suj. é Deos, s im p le s p o r q u e c o n s t a d e u m a só
p a l a v r a s ig n ific a n d o um só e n t e (n . 3 3 7 ); c o m p le x o ,
p o r q u e te m o c o m p le m e n t o q u e é j u s t o (n . 3 3 9 ) . — O
v . é p r e m e i a , c o n c o r d a n d o em n u m e r o e p e sso a c o m
o s e o su j. (n. 3 5 8 ) . e in c lu in d o em si o v e r b o estd o u
c o o a t t r . p r e m i a n d o (n. 3 4 1 ) . — O a t t r . ó p r e m i a n d o ,
s im p le s p o r q u e c o n s t a do u m a só p a l a v r a s ig n ifi­
c a n d o u m a só q u a lid a d e p e r t e n c e n t e a um s u j e it o
(n . 3 4 4 ); c o m p l e x o p o r q u e te m o c o m p l. os que se
n ã o d e s v i ã o d o c a m i n h o d a v i r t u d e (n . 3 4 0 ).
A s e g u n d a o r a ç ã o qu e é ju s to é a c c e s s o r i a e x p l i c a -
ti va ou c ir c u m s ta n c ia l, porque d e c la r a a c ir c u m -
s t a n c i a c h a m a d a a /) p o s ir ã o (n . 3 2 7 ) , e p o r q u e p ó d e
s e r t ir a d a rio p e r io d o som q u e fiq ue por is so a l t e r a d o
ou f a ls o o s e n t id o d a s q u e ficão (n . 3 2 * ) . — E ’ p le n a
p o r q u e te m to d a s as p a l a v r a s q u e a d e v e m c o m p o r
(n . 3 3 1 ) . — N ã o â i n v e r s a p o r q u e n ã o te m p a l a v r a s
fó r a d o s s e o s lo g a r e s (n. 4 0 4 ).
O su j. é qu e, s im p le s , p o r q u e c o n s t a d e u m a só pa­
l a v r a s ig n if ic a n d o um só e n t e (n . 3 3 7 ); i n c o m p l e x o ,
17
— 130 —

porque nâo tem compl. (n. 340).—O verbo è è, con­


cordando em numero e pessoa com o seo sujeito
(n. 358).— O a t t r . é justo, simples, porque consta
de uma só p alavra significando uma só qualidade
pertencente a um suj (n. 344); incomplexo, porque
n5o tem compl. (n. 347).
A terceira oração que se não desvião do raminho da
virlade é accessoria restrictiva, porque serve de
compl. restrictivo de outra (n.325); e porque não se
póde t i r a r do periodo sem a lt e r a r o sentido da que
fica (n. 32ti).— K’ plena, porque tem todas as p ala­
vras que a devem compor (n. 331).— E ’ inversa,
porque tem palavra fóra do seo logar (n. 334).
O suj. é que, simples, porque consta de uma só pa­
lav ra significando mais de um ente (n.337); incom­
plexo, porque não tem complementos (n. 340). O
verbo é desvião, concordando em num ero e pessoa
com o seu suj. (n. 358) e incluindo o v. subst. eslão
e o a ttr . desviando (a 341).—O a t t r . è desviando,
simples, porque consta de uma só p a la v ra signifi­
cando uma só qualidade pertencente a um suj.
(n. 344); complexo, porque tem os complementos
não, se, e do caminho da virtude (n. 346).
TERCEIRA FARTE I)A GRAMMATICA

ORTHOGRAPHIA

425. O r t h o g r a p h i a õ a p a r te da g r a m in a tica
q u e e n s in a a e s c r e v e r as p a la v r a s com a s d e v id a s
le tr a s , sig n a e s e a c c e n to s.
4 2 6 . A s l e t r a s com q u e r e p r e s e n ta m o s a s p a la ­
v r a s s ã o a s v i n t e e c i n c o s e g u i n t e s : a , b, c , d , e , f.
g , h , i, j , k , 1, m , n , o , p, q , r , s , t , u , v , x , y , z ,
4 2 7 . A c o lle c ç ã o d e s ta s v in te e c in c o le t r a s c h a ­
m a —s e a l p l i a b e t o , a b e c e d a r i o , a b ê c ê o u a b c .
4 2 8 . A s s e i s l e t r a s a , e , i, o , u , y , c h a m â o - s e
v o g a e s , p o r q u e p o r si s ó s f o r m ã o s y l l a b a s o u v o z e s ;
a s d e z e n o v e l e t r a s b, c , d , 1', g , h , j , k, 1, m, n, p,
q, r , s , t , v , x , z, c h a m í l o - s e c o n s o a n t e s , p o r q u e
só com o a u x ilio das v o g a e s ó que pódem fo r m a r
sy lla b a s.
4 2 9 . A ló rn d ’e s t a s d e z e n o v e c o n s o a n t e s s i m p l e s ,
t e m o s a i n d a a s c o n s o a n t e s c o m p o s t a s , <h , Ib , n b ,
p b , r h , th .

4 3 0 A s v o zes r e p r e se n ta d a s p e la s le tr a s v o g a e s
c h a m â o - s e s o n s u m e s , q u a n d o s a h e m só p e l a b o c a ,
c o m o a , e , i, o , u ; e s o n s n a s a e s , q u a n d o s a h e m
p e la boca e p e lo n a r iz ao m esm o te m p o , c o m o ã ou
n n , c o u e n , i ou i n , õ o u o n , ü o u u n .

131. T od as a s le tr a s c o n s o a n te s c h a m ã o - s e con-
s o n a n c i a s , a r t i c u l a ç õ e s ou infl ex ões .
S y l l a b a è o som r e p r e s e n ta d o por u m a ou d u a s
l e t r a s v o g a e s , s ó s ou a c o m p a n h a d a s d o c o n s o a n t e s ,
co m o ao, rndo, m ão .
— 132

4 3 3 . Ditongo é a s y l l a b a d e d u a s v o g a e s q u e se
p r o n u n c ia m a m b a s d e u m a só v e z , c o m o a o , rnáo,
m ão.

4 3 4 . O d it o n g o c h a m a - s e o r a / q u a n d o s a h e p e l a
b oca s o m e n t e , c o m o ao, óe; e n a s a l , q u a n d o s a h e
p e la b o ca e p e lo n a r iz a o m e s m o te m p o , c o m o ã o , õe.

4 3 5 . M onosyllabo é a p a l a v r a q u e só te m urna
s y l l a b a , c o m o ao, rnáo, m ã o; d i s s y l l a b o , a q u e te m
d u a s s y l l a b a s , corno boca, casa, l iv r o ; t r is s y lla b o , a
q u e t e m t r e s s y l l a b a s , corno cid ad e, m e n i n o , v irtu d e ;
p o l l y s y l l a b o , a q u e t e m m a is do t r e s s y l l a b a s , corno
liberdade, lib era lid a d e , c o n s lilu cio n a iid a d e .
Adoertencia. — K’ impossível estabelecer regras que habili­
tem o estudante a escrever todas as palavras da língua portu-
gueza. Só o diccionario e a pratica é que pódem leval-o ao
ponto de escrever correctamente. Daremos comtudo as pouens
regras seguintes.

im iti* ro g rtiM «!«*- u r l l i o ^ r a p l i i a

436. A parte r a d ic a l das p a la v r a s d e r iv a d a s de­


v e - s e e sc r e v e r com as m esm as le tr a s da p a la v r a
p r i m i t i v a . P o r e x . o ccn pa do , occupação d e v e m - s e
e s c r e v e r c o m d o u s cc, p o r q u e a p a r t e r a d i c a l da
p r i m i t i v a o cc n p a r s e e s c r e v e c o m d o u s cc.
4 3 7 . N o fim d a p a l a v r a n u n c a s e d o b r a v o g a l .
P o r t a n t o n a o d e v e m o s e s c r e v e r i r m ã a , c h r is lã a ,
m a s sim i r m ã , cUristã.
4 3 8 . N u n c a s e d o b r ã o a s c o n s o a n t e s h , k , j , q, v ,
x , z. T o d a s a s m a is d o b r â o - s e á s v e z e s , p r i n c i p a l ­
m e n t e e n t r o v o g a e s , c o m o sa b bad o, acção, a d d iç ã o ,
c/Jeito, a g g r n v o , iIlegal, i m m o r l a l , in n o ce n c ia , o p p o ­
sição, a r r o z , a ssa c a r , allenção.
4 3 9 . A c o n s o a n t e f d o b r a - s e no p r i n c i p i o d a s
p a l a v r a s d e p o is d a s l e t r a s <li, e, o, s u , c o m o ein
d i/firil, efJeito, ofjirio, su/ficiente.
- 133 —

440. À consoante r dobra-se todas as vezes que


e n tre vogaes tiver o som forte, como em barro, carro,
c o r r id a ; mas nunca se dobra depois das le ttra s l e n
como em bilro, metro, Henrique, lio n r a ; nem nas
palavras compostas cuja 2 .a parte componente
começa pela le tra r, como em prerogativa, pro-
rom per.

441. A consoante s dobra-se entre vogaes.


quando tem o som sibilante, como em assassino;
mas nunca se dobra nas palavras compostas cuja
2 .a pa rte componente começa por s, como em pre-
senlir, resentir, rcsoar, sobresalto, ultisonanle.

442. Escreve-se sempre com s a ultima syllaba


dos adjectivos acabados em oso, como estudioso,
estudiosa, estudiosos, estudiosas.

443. Escrevem-se eòm z as palavras que têm a


ultim a syllaba longa, como ra p a z, ronves, chafariz,
retroz, cliapuz.

444. Escrevem-se com z as palavras acabadas


em eza, como m ezn , fortaleza, m agreza, m arqueza,
po b re za .

445. Escrevem-se com a todos os tempos dos


verbos em zer e z i r e dos verbos em or, onde houver
o som de z no meio ou de s no fim de palavra, como
fa zia , conduzia, p a z era ; f a z , fez, fiz, prod u z, poz,
paz.

446. Antes de h, p, e rn, nunca se escreve n,


mas sim m, como em bomba, campo, commodo.

A le tra n da componente in muda-se em m quando


na composição vem antes de b, p e m. Ex. imherbe,
impossivel, im tnortal.

Muda-se em l ou r quando vem antes de / ou r.


Ex. iIlegal, irregular.
- 134 —

447. Nas palavras compostas com alêm , aquém ,


bem, circum, der,um, duurn, sem, tr iu m , a l e t r a rn
so conserva antes de qualquer consoante ou vogal,
como em alemlejano, aquemtejano, bcmqnislo, cir-
cumslnncia, decemviro, d m m v i r o , semsaboria, ir iu m -
viro . Tambem se conserva o m nas p a lavras com-
tudo, emtanto, emquanlo.

448. As palavras que têm significação ou n a tu ­


reza differente e se escrevem com le tra s semelhan­
tes. devem ser notadas com accento agudo ou cir-
cumflexo, sempre que isso for possivel. Ex. sabid ,
sabia, sábia; avós, avôs, ávos; sé, sfl, se: lé, lê; am á ra,
am ará , amáreis, am a r Pis.

ItiiN lctrntt niuiii*<*iiluN

449. Usamos das lotras m aiúsculas nos seguintes


c a so s:
1." No principio do nomes proprios, como Deos,
Alexandre, llom a, llrazileiros, Enroptos, Christãox.
2.° No principio dos nomes de tra ta m e n to , como
lllm . S r., Vossa Senhoria.

No principio dos nomes dos mo/.es e dias da


semana, nas datas, como Janeiro, Domingo.
4." No pricinpio de cada periodo ou verso. Al­
guns poetas modernos não escrevem l e t r a grande
no principio de cada verso, senão depois de ponto
ou om nome proprio.
5 0No principio de palavra para a qual queremos
cham ar a attenção do leitor.
0.° Depois de ponto final, de interrogação o de
admiração.
7." Depois de dous pontos, quando estes annun-
cião que vamos cita r palavras de outroin, como na
phrase— Deos disse : Trabalha, que eu te ajudarei.
II» d iv i s ã o riu* NyllíiiitiK n a íim ilc l i n h a

450. A syllaba que não couber com todas as suas


le tra s no fim de uma linha, ha de ir toda inteira
para o principio da o utra linha.

451. Quando a pa la v ra tiver duas consoantes se­


melhantes, uma ficará no fim da linha e a o u tra
irá para o principio da linha seguinte.

452. Quando a pa la v ra tiver consoantes differen-


tes ficaráõ ambas com a vogal que se lhes segue,
se as consoantes forem bd, cd, d ; gd, grn, gn; mn;
pç, ps, pt, sc, sp, st.
Ex. hc-M o-m a-da-rio, a-ne-ctfc-ta, a-cto; Ma-
,7'ia-le-na, do -grna, di-^no; da - m m ; pre-sum-pfão,
ln-pso, a -pio; con-sci-en-cia, sple- nite, sub-stan-
ti-vo.
O s das consoantes sp e st não se a ju n ta com a
vogal seguinte, quando antes houver uma vogal
com a qual se a junta a consoante s.
Ex. es-pi-ri-to, es-ti-lo.

153. As consoantes das preposições componentes


ligão-se com a vogal precedonte e não com a se­
guinte.
Ex. «/«-tra-cto, a d - m i-ra r, in -sc re -v e r, I r a m -
i-ti-vo, c ir-a tm -s ta n -c ia , (ies-hu-ma-no, snb- stan-
ti-vo.

154. O advérbio bem, nunca se liga com a vogal


seguinte. Ex. bem a-ven-tu-ran-ça.

155. Todas as le tra s que pertencem a uma pala­


v ra d«vem ser escriptas nos seos logares, sem di­
minuição, nem augmento, nem troca de nenhuma,
excepto nos casos auctorisados pelas figuras de
orthographia chamadas figuras de dicção.
— 130 —

ItiiN Ü £ iiriiv «Io ilk'<'«o

156. A phrrese, S y n c o p e e Apócojie s ã o f ig u r a s d e


d ic ç ã o q u e a u c t o r i s a o a d im i n u ir ã o d e l e t r a s n o
p r in c ip io , no m e io e no fim d e p a l a v r a .
E x . s p ir ito em v e z d e e s p ir ito ; m ó r e m v e z de
m a io r ; m u i e m v e z d e m u ito .
157. P rútiiese, Epênlkese e P a ra y ú y e s ã o f ig u r a s d e
d ic ç ã o q u e a u c t o r i s ã o o a u g m e n t o do l e t r a s n o
p rin cip io , n o m e io e n o fim d e p a l a v r a .
E x . a le v a n la r e m v e z d e le v a n ta r ; M a o o rle e m v e z
d e M arte; rn a rly re em v e z d e m a r t y r .
4 5 8 . A niithese é a fig u r a d e d i c ç ã o q u e a u c t o r i s a
a troca de um a co n so a n te por o u tr a .
E x . a m a l-o , a m e m o l-n , em v o z do a m a r - o , a m e -
m o s-o .
4 5 9 . T m ésis é a fig u r a d e d i c ç ã o q u e a u c t o r i s a
a t r o c a dos l o g a r e s d a s l e t r a s do f u t u r o o c o n d i ­
c i o n a l p ara e n t r e e l l a s c o l l o c a r - s e u m d o s p r o n o m e s
p e sso a e s.
E x . I >nor-le-U<’i ou a>ii.ar-le—i, a m a l—o—hieix ou
«Ws, em v e z d e a m a re i-te , o a m a r itis .
1(>0. S yn a lep h a ê a figu ra d e d ic ç ã o q u e a u c t o r i s a
a s u p p r e s s ã o d a v o g a l final de u m a p a l a v r a q u e e s t a
a n t e s d e o u t r a q u e c o m e ç a por v o g a l .
E x . d o , rlrlle, d isto , lh o, em v o z d e de o, ile elle, de
isto , Ute o.

Itll

4H 1. P on tu ação é a r t e d e c o l l o c a r o s s i g n a e s o r -
t h o g r a p h ic o s de m odo q u e d i s t i n g ã o c e r t a s p a r t e s
d a o r a ç ã o e do p erio d o , o r e g u l e m a c a d ê n c i a c
d e s c a n ç o da vo z n a l e i t u r a .
162. Os signaes orthographicos são : a virgula
(,), o ponto e virgula (;), os dous pontos(:), o ponto
final (.), o ponto de interrogação (?), o ponto de
admiração (!), os pontos de reticencia (...), as vír­
gulas dobradas (« »), o parenthese ou a p aren-
these (), o hyphen (—), o apostropho (’), a diére-
se (..), o til ('), o asterisco ( f), a cedilha (,), o
signal (u), o accento grave ( '), o accento agudo
( ’ ), o accento circumflexo (').

DA VIRGULA ( ,)

463. A virgula colloca -se nos casos seguintes :

1 Ent r e dous ou mais sujeitos, verbos, attrib u -


tos ou complementos seguidos.
Ex. l.° A liberdade, honra e vida estão em pe­
rigo. 2.° Arde, morre, blasphema e desatina. 3.°
Elle é intelligento, estudioso e docil 4.° Elle es­
tuda Gram m atica, Geographia e Plistoria.
Quando o ultimo sujeito, verbo, attributo, ou
complemento é separado dos outros por uma das
conjuncções e, nem, ou, supprim e-sea virgula antes
da conjuncção, como se vê nos exemplos prece­
dentes.
2." E n tre quaesquer palavras repetidas. Ex.
Fóra, fóra com essas p a rv o ic e s ! Terra, t e r r a !
Gritâo os marinheiros.
3.° Antes e depois de todo o apposto que não
for do complemento directo ou do participio. Ex.
Alexandre, Im p era do r da Russia, nomeou-te m i ­
nistro. Tu foste nomeado m inistro por A lexandre,
im p e r a d o r da Russia.

4.° Antes o depois do vocativo que está no meio


do periodo ; depois do que está no principio; e antes
do que está no fim. E x Affirmo-te, meu am iqo,
que te desejo todas as felicidades, l/eu am igo, affir-
mo-te que te desejo todas as felicidades. Affirmo-te
que te desejo todas as felicidades, ó meu amigo.
5.° Antes e depois de oração posta no meio de
outra. Ex. Elle é, d ize m loilus, um homem de bem.
6.° Antes e depois de oração de participio posta
110 meio de o u t r a ; antes da que está no fim do
periodo ; e depois da que está 110 principio. Ex.
Todos, acabada a festa, se re tira rã o para as suas
casas. Todos se retirarão para as suas casas, aca­
bada a fesla. Acabada a festa. todos so retirarilo para
as suas casas.
7.° Antes e depois de oração explicativa que está
em fim de periodo, e antes da que está no fim. Ex.
Cesar, que e m um grande homem, foi assassinado.
Assassinárão a Cesar, que era um grande homem.
Mas não devemos separar por v irg u la a oração
subjecti/a, a objectiva, a re stric tiv a e a term in a ­
tiva Ex. Que temas a morte é n a t u r a l ; E ’ preciso
que estudes. Dizem que Francisco è sabio. A victoria
que alcançamos sobre as nossas paixões, è a victoria
que m ais nos honra. Já eu me c o n to n tá ra com qne
os presos da infumiu levassem comsigo d cova as suas
cadêias.

8.” Antes de um verbo separado do sujeito por


uma oração restrictiva. Ex. \ victoria que alcan­
çamos sobre as nossos paixões, è a victoria que mais
nos honra.
!).° Antes e depois dasconjuncções q u e estão fóra
dos seo.-i logaros. Ex. Só a virtudo, que é um dom
do céo, póde dar a felicidade, e ha, c o n tu d o , quem
lhe não siga as pegadas.
10. Antes das orações circum stanciaes que estão
110 fim de periodo ; depois das que estão no p r in ­
cipio, e antes e depois das que estão no meio.

Ex. «Hoje pordi 0 dia», dizia Tito, quando não


havia feito algum bem Quando Tito não h avia fedo
— 139 —

a l g u m bem , d iz ia : « H o je p erd i o d ia . T i t o , q u a n d o
n ão h a v i a feito a l g u m bem , d iz ia : << H oje p erd i o
d ia . »

DO P O N T O E V ÍR G U L A ( ;)

4 6 4 . O p o n to e v í r g u l a c o l l o c a - s e n o s t r e s c a s o s
se g u in tes:
1.° E n t r e d u a s ou m a is o r a ç õ e s p r i n c i p a e s q u e
têm su jeitos, verb os, a ttrib u to s ou c o m p lem en to s
ilif fe r e n te s .
E x e m p l o d e s u j e i t o s d if fe r e n te s : D izia m o s sa b io s
d a G r e c i a q u e to d o o h o m e m q u e c h e g a a s e r
v e lh o , m orre seis v ez es : passando da in fa n c ia á
p u ericia , m o rre a in fa n c ia ; passando da p u ericia
á a d o l e s c e n c i a , m o r r e >i p u e r i c i a ; p a s s a n d o d a
a d o l e s c ê n c i a á j u v e n t u d e , m o r r e a adolescência ;
p a s s a n d o da j u v e n t u d e á id a d e d e v a r ã o , m o r r e
a ju v e n tu d e ; p a s s a n d o d a id a d e d e v a r ã o ã v e l h i c e ,
m o r r o a id ad e d e v a r i o ; f i n a l m e n t e , a c a b a n d o d e
v iv e r por ta n ta c o n tin u a ç ã o e su cce ssâ o de m ortes
com a u ltim a , que só ch a m a m o s m orte, m orre a
velhice. ( P a d r e A n t o n i o V i e i r a ) .
E x . d e v e r b o s d if f e r e n t e s : A q u e l l e s c a n t â o , d a h i
a p o u c o chorão ; e s t ’o u t r o s c h o r ã o , d a li a p o u c o
can tão ; a q u i s e estd en feitan do u m v i v o , p a r e d e
m e ia estão a m o r t a l h a n d o um d e f u n t o ; a q u i c o n -
tr a tã o , a c o l á d i s t r a t ã > ; aq u i co n ve rsã o , a c o l á b r i g ã o ;
a q u i estão á m e z a r in d o o f a r t a n d o - s e , a c o l á estão
n o l e i t o g e m e n d o o s q u o r i r á o , e s a n g r a n d o - s e os
q u e c o m e r S o ; d ’a q u e l l a p o r ta p a r a d e n t r o o u v e m
a p a l a v r a d e D e o s , o d ’e l l a p a r a fó r a a p u p a o os
q u e passáo o d ilo -lh es v a ia. (P a d r e M an oel B e r -
n ard es).
E x . d e a t t r i b u t o s d if f e r e n t e s : C ad a u m e r a , n a
g r a v i d a d e d o a s p e c t o , u m S a tu r n o : n o v a l o r m i l i t a r ,
u m Morte. ; n a p r u d ê n c ia e d i l i g e n c i a , urn Mercúrio-,
n a a ltiv e z e m a g n a n im id a d e, u m J ú p ite r ; na r e li­
g i ã o , n a fé e n o z e lo d e a p r o p a g a r e e s t e n d e r
— 110 —

entre aquellas vastíssimas gentilidades, um Sol.


(Padre Antonio Vieira).
E x . d e complementos differentes : V eria aqui
prantos, acolá festus ; aqui banquetes, acolá briijas ;
agora desposorios e logo enterros ; por uma parte
exercitos por outra arm adas. (Padre Manoel Ber-
nardes):
Na praça de Londres, quereis ir para Liorne,
levais le tra de um h e re g e ; na do Amsterdam, para
a Allemanha, levais letra de um judeo ; na de
Veneza, para Constantinopla, levais l e tr a de um
turco... (Padre Antonio Vieira).
2.° E ntre orações principaes extensas e as cir-
cumstanciaes de causa Ex. Outros dirão que, para
ter muito, o melhor remedio ó tel-o, g u a rd a r,
poupar, não gastar, m orrer do fome e m a ta r a
f o m e ; porque, dizem que muito mais cresce a
fazenda com poupar muito, que com a ju n ta r muito.
Este meio, eu confesso que é muito bom, mas bom
para a ju n tar fazenda para outros, e não para si ;
porque o que eu poupo, o que eu não gasto, não ó
meo : é d’aquelle a quem o hei de deixar. (Padre
Antonio Vieira).
3.° E n tre duas ou mais accessorias que depen­
dem da mesma principal. Ex Importa, pois, que
não roube a negociação o que se deve ao mereci­
mento ; que se desenterrem os talentos escondidos
que sepultou a fortuna ou a sem r a z ã o ; que se
corte a lingua á fama, se for injusta ; que se qua­
lifiquem p a p e is ; que se examinem certidões, que
nem todas são verdadeiras. (P adre Antonio
Vieira).

DOS DOUS PONTOS ( : )

465. Os dous pontos collocilo-se nos tres casos


se g u in te s:
1.° Depois de oração que annuncia que vamos
citar palavras de outrem. Ex. Em portuguez ha
— 141 —

um provérbio que diz : Quem quer mais do que


lhe convém, perde o que quer e o que tem. Disse
um ancião do ermo : « Assenta comtigo não fazer
jam ais mal a próximo algum, senão que has de
t e r para com todos coração puro. » (Padre Manoel
Bernardes).
2.° Depois da oração seguida de uma enum era­
ção. Ex. Tres sortes de pessoas são infelizes na
lei de Deos: o quo não sabe e não pergunta ; o que
sabe e nflo ensina ; o que ensina e não faz. (Padre
Manoel Bernardes). De um chamado Seronato disse
Sidonio Apollinario : « Seronato está sempre
occupado em duas cousas: em castigar furtos e em
os fazer. » (Padre Antonio Vieira).
3." Depois de uma oraçao que tem o sentido
completo e á qual segue-se o u tra que a explica ou
desenvolve. Ex. Vereis am or da p a tria, não mo­
vido de premio vil, mas alto e quasi eterno : que
não é premio vil ser conhecido por um pregão do
ninho meo paterno. (Camões). A quem começa a
vida, tudo fica futuro, e, no futuro, nenhuma dis-
tincção ha de males a b e n s : todos são males, por­
que todos se padecem. S. Paulo diz que Christo
deo aos h o m en s; David diz que recebeo dos ho­
mens ; e, como o commercio consiste em dar e
receber, tudo foi: porque a nós deo-nos a sua divin­
dade, e de nós recebeo as mesmas chagas (Vieira).

DO PONTO FINAL ( . )

4Ó6. O ponto final colloca-se nos dous casos se­


guintes :
1." No fim de todo o periodo que não ó in te rro ­
gativo nem admirativo. Ex. No céo todos são reis.
Só as obras de Deos são absolutam ente g randes.
(Padre M. Bernardes).
2.° No fim das palavras, em breve, Ex.: Illm. e
Exm. Sr., V. Ex.
— 142 -

DO PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )

467. O ponto de interrogação colloca-se no fira


de uma pergunta. Ex. Quem é Deus? Já não ha
tres dedos que assignem sentença de morte co n tra
sacrílegos? (Padre A. Vieira).

DO PONTO DE ADMIRAÇÃO (! )

468. O ponto de admiração colloca-se depois de


toda a interjeição que não for a interjeição o, ou,
no fim de todo o periodo que exprime admiração,
exaltação, exclamação, etc. Ex. Coitado ! Que fim
desastroso teve elle !
Quando se quer e x a g era r qualquer sentim ento
subito e vehemente, podemos em pregar dous e
mais pontos de admiração. Quando um periodo
exprime ao mesmo tempo uma interrogação e ad­
miração, podemos collocar o ponto adm irativo ao
lado do interrogativo.

DOS PONTOS DE RET1CENCIA (...)

469. Os pontos de reticencia cujo num ero é a r ­


bitrário, collocão-se depois das palavras ou o r a ­
ções que se interrompem de repente Ex. Corri-
ge-te, se não... (isto é, Corrige-te, se não te corri
gires, serás castigado.)

DAS VÍRGULAS DOBRADAS (« »)

470. As vírgulas dobradas collocão-se antes e


depois das palavras alheias que citamos por es-
cripto. Ex. « Iloje perdi o dia », dizia Tito, quando
não havia feito algum bem.

1)0 ou DA PA REN TH ESE ()

471. O parentheseou a pa re n th ese colloca-se an­


tes e depois das palavras que se in te rca lão no meio
- 143 —

de uma oração. Ex. Não haverá crime ou delicto


(palavras synonymas 11’este codigo) sem uma lei
a n te rio r que 0 qualifique.
Tambem se colloca á direita e á esquerda de um
asterisco, l e t r a ou algarismo, etc., que é signal de
uma nota collocada no fim da pagina ou em o utra
parte, do modo seguinte (’) (a) ( 1 ).

DO HYPHEN (— )

172. O hvphen, risca de união, risca de divisão,


colloca-se: I.® en tre palavras que se devem pro­
nunciar ju n ta s como se fossem uma só. Ex. Am ar-
nos-hiamos: 2." E n tre a syllaba que fica no fim de
uma linha e a que passa para 0 principio da o utra
linha ; 3.® E n tre palavras que formão uma palavra
composta. Ex. papel-moeda.
No fim de linha, para evitar conlusão, è melhor
dobrar 0 hyphen d’este modo mas sómentc
quando for signal de p alavra que se cortou nas suas
syllabas, e não quando for signal de união entre
p a lavras differentes.

DO APOSTROPHO ( ’ ;

173. O apostropho colloca-se á direita e no alto


do uma consoante diante da qual se supprimio uma
vogal só ou com o utra letra. Ex. duquellc, ext'outro,
<HjHoH'oulroH, c o s , em vez de Ih aquelh, rstr outro,
ut/udlrs outras, rom os.

DA DIÉRESE (••)

174. A diérese, apices ou trem a colloca-se sobre


a ultima de duas vogaes juntas, para indicar que
não formão dithongo. Ex. doido (participio do verbo
doerj ntaiidf, saiu (imperfeito do ind. do v. snliir
que alguns escrevem sem li).
Em logar (Teste accento que não é mais usado,
empregamos o accento circumflexo e agudo, accen-
tuando do modo seguinte: doido para não confundir
coin o adj. dôido, synonyrno de Iohko ; alaivlr, saia
pa ra não confundir com adiu, substantivo e p ri­
meira e terceira pessoa do s. do pres. do conjunct.
do v. sahir.

DO TII, (~)

175. O til colloca-se sobre vogal ou ditongo para


tornal-o nasal, como irm ã, irmão.
Tambem se colloca por cima de o utras le tr a s em
signal de a b reviatura de algum a palavra, como em
S íir., liuiz ., <}., em vez de Senhor, Rodrigues, que.

DO ASTERISCO (*)

170. O asterisco colloca-se só ou dentro de um


parenthese, á direita da palavra, oração ou periodo
a que pertence alguma nota que se acha com o
mesmo signal em o utra parte.

DA CEDILHA ( , )

177. A cedilha colloca-se por baixo do c, quando


se quer que esta le tra valha antes de a, o, u, tanto
como s nas syllabas sa, so, sn.
A cedilha nunca se põe nas syllabas ce, ct, cg.

DO SIGNAL (u)

178. O signal u colloca-se à direita e na mesma


linha da le tra 7 , quando se quer que esta l e tr a não
tenha 0 som de,/, como em y u c m i , g u ita r r a , que
sem 0 signal a pronunciariamos je rra , jita r r a ,
— 145

]>0 A C C E N T O G R A V E ( ' )

470. O a ccen to g ra v e c o llo c a v a -se a n tig a m e n te


s o b r e a s v o g a e s b r e v e s , c o m o em a liy è r o , altilòqun,
s o b r e a s q u a e s n ó s h o je n ã o p o m o s a c c e n t o n e n h u m ,
e em l o g a r d e a c c e n t u a r a v o g a l b r e v e , a c c e n -
t u a m o s a l o n g a c o m a c c e n t o a g u d o d 'e s t e m odo :
(llirjcro, u ltlloq u o.

DO A C C E N T O A G U D O ( )
480. O a c c e n to agudo c o llo c a - s e sobre as v o g a es
q u e d e v e m s e r p r o n u n c i a d a s co m um som a g u d o e
a b e r t o c o m o em sede, a vú , en ati, ta tú .

DO A C C E N T O C I R C U M F L E X O ( ' )
181. O a c c e n t o c i r c u m f l e x o c o l l o c a - s e s o b r e a s
v o g a e s q u e d e v e m s e r p r o n u n c i a d a s c o m um som
f e c h a d o o l o n g o , c o m o em sâde, a v ô , j ô y o .
E m g e r a l só s e e m p r e g a o , em p o r t u g u e z , os a c -
c e n t o s , o u p a r a e n s i n a r a p r o n ú n c i a a o s q u e a n ão
s a b e m , ou p a r a d i s t i n g u i r p a l a v r a s s e m e l h a n t e s
n a s l e t r a s , m a s d if fe r e n te s n a s i g n i f i c a ç ã o ou n a ­
tu r e z a . P o r e x . a s p a l a v r a s s e g u i n t e s , s e m e l h a n t e s
p e l a s l e t r a s e d if fe r e n te s p e lo s ig n ific a d o , a c -
c e n t u â o - s e d e s t e m o d o : sa biá, s a b ia , s á b ia ; a v ó s ,
a v ô s , d v o s ; sé, s/' ; sédn, sâdc ; jôyo, jógo ; a n u ir a ,
a m a r á , a rn dreis, arrutreis.

19
QUARTA PARTE DA GRAMMATICA

PROSODIA

482. P r osod ia é a p a rte da gram m atica que en­


sina a bem pronunciar as palavras.

483. P a r a bem pronunciar as palavras é preciso


saber a quantidade das syllabas.

484. A quantidade de uma sy lla b a é o espaço de


tempo que se gasta em pronuncial-a.

485. As syllabas ou são breves ou são longas.

486. A syllaba breve ó a que se pronuncia em


pouco tempo, como as ultimas syllabas das pa­
lav ra s : bóia, bule, bôlo, tribn.

487. A syllaba longa é a que se pronuncia em


mais tempo do que a breve, como as penúltimas
das palavras bóia, búlc, bôlo, trílm, vontade,a ultima
de jacaré, e a antepenúltim a de túmulo.

488. Syllaba predominante ou tonica é aquella


em que a voz se demora mais tempo, como por ex.
a syllaba tú na pa la v ra túmulo.

489. Syllaba predominada é aquella em que a voz


se demora menos tempo do que na predominante,
como as duas ultimas da mesma palavra túmulo.

490. A syllaba predominante ou tonica, nas pa­


lav ra s portuguezas, ha de ser ou a antepenúltim a,
ou a penúltima ou a ultima, seja qual for a ex­
tensão da palavra. Ex. túm ulo, vontdde, jacaré.

491. P a la v ra aguda é a que tom a ultim a syllaba


predom inante, como jacaré.
492. Palavra branda ou grave é a que tem a pe­
núltima syllaba predominante, como vontdde.

493. Palavra exdrúxula ou d d d y la é a que tem a


antepenúltim a predominante, como tú m ulo.

A d v e r t e n c i a . A quantidado das syllabas das


palavras portuguezas nao se póde aprender por
meio de regras. Os unicos meios de sabel-a são :
1.° o ler muito e em voz a lta diante de pessoa
douta que nflo deixe passar erro de p r o n ú n c ia ; 2."
o prestar ouvido attento aos doutos quando fallão;
e 3.° o consultar continuamente um diccionario que
indique a recta pronunciação por meio de accentos.

Diin f ig u r a s <lr p ro so riia (ja e s ú nc n«jão


no v m o

191. Slxlole ô a figura que perm itte fazer breve


uma syllaba longa
Ex. Murmurío na prosa e no verso m u r m ú r i o .

495. Didslole é a figura que p erm itte fazer longa


no verso uma syllaba breve. Ex. ím pio na prosa e
no verso ím pio.

496. S y n i n s t é a figura que perm itte fazer de


duas syllabas uma só. Por ex. das duas syllabas
c o m o s póde o poeta fazer uma só, escrevendo 0
pronunciando c o s em vez de com os.

497. Didrcsc é a figura que perm itte fazer de um


ditbongo duas syllabas. Por o \ . do dithongo "» da
palavra saudade póde o poeta fazer sn -u -d a -d c com
quatro syllabas, em vez de tres que a p a la v ra tin h a
antes de desfazer-se o ditbongo.

Do verso

498. V erso é uma serie de linhas compostas de


uma ou mais palavras com num ero determ inado de
— 149 —

syllabas e com pausa obrigada, sobre tudo, na


ultim a p a la v ra de cada linha.

499. Cada linha de qualquer verso ou poesia


tambem se chama verso ou linha métrica.

500. O verso ou linha m étrica que acaba por


p a la v ra aguda, chama-se ver,to agudo.

501. O verso ou linha métrica que acaba por


p alavra branda ou grave, chama-se verso brando
ou f/rave.

502. O verso ou linha m étrica que acaba por


p a la v ra esdrúxula ou dactyla, chama-se verso
esdrúxulo ou daclylo.
0

503. Cada verso ou linha m étrica pôde te r de


duas até doze syllabas, como vamos ver nos se­
guintes exemplos do Sr. A. F. de Castilho.

Verso de ditas syllabas Verso de Ires syllabas

Aqui De amor foge,


A flor Coração,
Sorri Não te arroje
Amor. N um vulcão.

Verso de quatro syllabas Verso tle cinco syllabas

A prim avera O inverno que importa,


Nos reconduz Se o fogo em ineo lar,
Lá de Cythéra Fechada esta porta,
Flores e luz Nos vem a le g ra r ?

Verso de seis tyllabas

Salve, florinhas simplices,


Que em dita mo igualaes,
liellas sem artifícios,
Felizes sem rivaes.
— 150 —

Verso de sete syllabas

Que eu fosse emfim desgraçado


Escreveo (lo fado a mão :
Nflo se mudão leis do fado,
Triste do meu coração !

Verso de oito syllabas

Acompanhai meo vão lamento,


Auras ligeiras, que passais !
Tu, caro amor, doce instrumento,
Casa c'os meus, teos frouxos a i s !

Verso de nove syllabas



Vem, ó dona das graças o flores;
Volve ao mundo teo mago calor :
Nos que fogem d’amor, gera amores ;
Nos que a amores se dilo, cria amor.

Verso de dez syllabas

Nos deleitosos campos do Mondego,


Quando perto e ra já teo m atador,
Tu sonhavas, Ignez, posta em socego,
Annos sem termo, que dourava amor.

Verso de onze syllabas

D’espigas e palmas c'roemos a enxada,


Morgado e não pena dos filhos d’Adão ;
Mais velha que os sceptros, mais util que a espada,
Thesoiro é só ella, só e lla brazSo.

Verso de doze syllabas

Se a fortuna um diadema em teu berço ha lançado,


1) esse dom casual não me a tt r a h e o esplendor ;
Tens mais rico diadema, eterno, conquistado;
Quem mede em ti o sabio esquece o Im perador.
— lõ l —

(Joiitu^eni «Ias ttyllttfmN 110 verso

504. 0 poeta rnlo conta as syllabas de cada verso


ou linha m étrica do mesmo modo que o gram m a-
tico: p a ra este h averá por ex. no verso Se a fo rtu n a
u m d ia d e m a em teo berço ha lan çado dezesete sy lla ­
bas; e n tre ta n to que p a ra o poeta ha sómente doze,
porque pelas figuras de dicção chamadas apócope e
sy n a le p h a , supprimem-se cinco syllabas, de ma­
neira que o verso escripto sem estas ficaria assim :
S ’a fo rtu ri u m d ia d e m ’em teo b e n fh a la n ç a d '.

505. O poeta tambem tem a liberdade de não


contar as duas ultimas syllabas da palavra esdru-
xula: e é por isso que o verso esdruxulo S alve, flo -
rin h a s sim p lie e s tem pa ra elle seis syllabas, no en­
tanto que para o gram m atico tem oito.

500. Tambem tem elle a liberdade de não contar


a ultim a syllaba do verso brando ou grave, como
se vê por ex. nos versos l)p. a m o r foge— N ão te a rro je ,
os quaes pela synalepha d 'a m o r e t'a rro je , e pelo
desconto das syllabas ge de foge e je de a rro je, ficão
tendo sómente as tres syllabas D' a m o r fo g e N ão
ia r r o j'.
Êste livro deve ser devolvido na última data carimbada
---- ;•

D E P°?IT O
ORTIZ'
A U TO R
Graramat ic a a n a ly tica e e x p lic a tiv a
t It ü Lõ "
da linc^ua portugueza
fi»te livro deve ser devolvido na última data carimbada

pC PT? ^
Prove que sabe h o n ra r os seus c o m ­
promissos d evolvend o com p o n t u a lid a d e êste
livro à B ib lio te c a d a Un B.

Se, findo o prazo de empréstimo, o livro não


fór devolvido, será cobrada uma multa por dia
de atrazo.
O prazo poderá ser prorrogado, caso a obra
não esteja sendo procurada por outro leitor.

Un B/8C 024.6

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