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capítulo

CAPítulo 1
2
Uma Breve Nota Sobre
Como As Técnicas deste
livro devem ser aplicadas
Meu amigo concurseiro, neste capítulo queria lhe lembrar
que ninguém é dono da verdade. NINGUÉM sabe ou vai saber
mais do que você sobre que técnicas funcionam melhor nos seus
estudos. Então, o que tenho para lhe dizer aqui é: não acredite em
verdades absolutas no mundo dos concursos. Nenhuma técnica
é 100% eficaz. Teste, implemente, e depois diagnostique se
realmente funcionou para você ou não.
Posso lhe dizer que sou o maior exemplo disso. A maioria
dos “coachings para concursos” afirmam que “concurseiro
Netflix”, ou seja, aquele que assiste muitas videoaulas não passa
em concurso público. Posso lhe dizer que sou viciada nessas aulas
e fui aprovada em 7 (sete) concursos públicos federais muito
concorridos. Então, qual a moral da história?! Perda de tempo é
não estudar! Temos é que testar quais técnicas funcionam melhor
para cada um.
Assim, meu amigo, podemos ter o maior dos “gurus dos
concursos”, mas com certeza ele não sabe mais do que você sobre
o que está lhe trazendo resultados nos estudos ou não. Então, o
que temos que fazer, em TODOS os casos, é adaptar. Adaptação
das técnicas é a chave para obtermos bons frutos aqui.
Vou lhe contar um exemplo que apareceu nas minhas
consultorias. Uma aluna querida me relatou, no nosso primeiro
encontro, que possuía déficit de atenção e, por isso, não conseguia
estudar durante muito tempo sozinha em casa. Realizar longas

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01
jornadas de leituras, para ela, era uma tortura. Passar muito tempo
sentada fazia com que seu pensamento voasse longe do conteúdo
dos livros.
Assim, descobrimos juntas que o que dava mais certo
para ela eram as aulas presenciais. Ela me explicou que, nessa
metodologia de estudos, ela conseguia absorver muito mais
conteúdo do que em qualquer outra. Decidimos então adaptar,
já que somente assistir aula não leva ninguém a canto nenhum.
Intercalamos as aulas com períodos curtos de leitura de apostilas
(algo mais resumido). Inserimos muitos exercícios ao final do dia,
pois esse método ajuda a revisar o conteúdo dado em sala de uma
forma geral e ainda é bem dinâmico, prendendo sua atenção e
possibilitando pequenas pausas entre uma bateria de questões e
outra.
Perceba que o que foi indicado para ela provavelmente
não seria o indicado para você! Isso quer dizer que ela não
vai ser aprovada ou que você o será? Claro que não! Conheço
muitas pessoas que usaram o que tinham e o que não tinham e
conseguiram passar. E outras que tinham tudo e até hoje estão
usando somente as desculpas para explicar o porquê de ainda
estarem tentando.
Você já ouviu falar do caso Marilene Lopes? A catadora de
latinhas do Distrito Federal, que ganhava aproximadamente R$ 50
por mês, passou no cargo de técnico do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal após estudar por uma apostila durante 25 (vinte e
cinco) dias em que se recuperava de uma cirurgia de lábio leporino.
Com 5 (cinco) filhos para criar e sem dinheiro para pagar
a inscrição, a catadora pediu emprestado R$ 5 a cada amigo e
chegou ao banco 10 minutos antes da agência fechar, no último
dia do prazo para pagamento da taxa.
Assim, quero lhe mostrar, candidato a concursos, que só
podemos lutar com as armas que temos. Tudo é possível no mundo
dos concursos. Então, lição do capítulo: não fique lamentando pelo

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que não dá certo para você. Teste tudo. Não tenha medo de perder
tempo, pois, como eu já disse, perda de tempo é não estudar. Após
descobrir o que funciona, tente adaptar para a sua realidade.
Quero, ainda, falar a você como esse livro pode ser lido. Sei
muito bem que nós concurseiros não temos muito tempo livre
para nos deleitarmos com a leitura. Sei mais ainda que após um
dia de estudos a vontade de ler é ainda menor. Então, sinta-se à
vontade para ler somente os capítulos que lhe interessam, mas
não deixe de ler o capítulo 7 (sete), “Com calma e com alma”, pois
o considero o principal.
Caso ainda vá começar a sua jornada de estudos, aconselho
que você leia o livro todo antes disso. Tenho certeza que vai
criar atalhos nos seus aprendizados de concurseiro e, muito
provavelmente, encurtar o tempo até a linha de chegada à tão
sonhada nomeação.

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03
CAPítulo
capítulo 7
2
com calma e com calma
Você já percebeu como nós, concurseiros, estamos
sempre correndo contra o tempo? Antes de o edital sair estamos
apressados em estudar todo o conteúdo, porque o edital está
iminente e, quando o temido edital é lançado, estamos correndo
contra o tempo, porque o edital está “na praça”. Logo depois da
prova, você percebe que já procura outro concurso que também
está perto de sair?
Então, analisando melhor, desse jeito não estamos
estudando com qualidade, com tempo, com dedicação ao
aprendizado, pois o nosso objetivo deve ser passar no concurso
e não “fechar edital”.
Quando comecei a estudar para concursos, comprometi-me
a não cair nessas tentações. Sabia que a área administrativa possuía
uma grande vantagem frente às demais: concursos saindo a toda
hora e com o mesmo conteúdo básico. Percebi que basicamente
todas as provas possuíam as mesmas disciplinas básicas, como
Português, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Raciocínio
Lógico, Administração, Informática e Administração Financeira
e Orçamentária (AFO). Então me conscientizei que, se estudasse
com qualidade e não conseguisse ver o conteúdo por inteiro, sem
problemas! Pelo menos o que eu tivesse estudado eu iria acertar
na prova, pois havia visto com bastante dedicação e, no concurso
seguinte, talvez eu já teria visto mais matérias e me sairia cada vez
melhor até que fechasse todo o edital.
Assim, sem perceber, acabei incluindo as temidas e famosas
revisões no meu estudo. Não era um método bem definido e que
eu tivesse visto alguém bem-sucedido fazer, mas funcionava
para mim. Notei que quanto mais vezes eu repetisse o mesmo

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conteúdo, antes de passar para o próximo, mais tempo esse
estudo permanecia na minha memória. Depois que obtive tantas
aprovações e comecei a estudar mais sobre métodos de estudo
para concursos, foi que percebi que tudo o que eu fazia estava
baseado em revisões bem estruturadas. Meu queixo caiu quando
me dei conta que fazia algo muito certo apenas por intuição.
Mas qual a importância das revisões? Posso lhe mostrar
com duas figurinhas supersimples:

Nessa primeira imagem, percebemos como a nossa memória


é falha! Já nas primeiras 24h após o estudo, já esquecemos mais da
metade de tudo o que vimos. Ao final de um mês praticamente não
lembramos de mais nada. Pensando bem, na verdade nosso corpo
humano é esperto até demais. Ao estudarmos um conteúdo, sem
revê-lo depois de um tempo, nosso cérebro entende: “A Camilinha
precisava entender esta matéria neste momento, mas como não
me deu mais nenhum estímulo em relação a ela, então não precisa
mais desse conteúdo”.

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05
Logo, nosso cérebro descarta tudo aquilo que percebe que
não precisaremos mais, pois nossa capacidade de memorização é
limitada, e precisamos sempre de mais espaço. Meu Deus, como
resolver isso? Observe esta segunda figura:

Percebe a importância das revisões periódicas? A cada vez


que você revisa o conteúdo, mais tempo ele permanece guardado
dentro da sua cabecinha. Se olharmos para o final do gráfico
acima, mais ao lado direito, percebemos que com o tempo a curva
decresce cada vez menos e cada vez vai ficando mais constante.
Isso quer dizer que você está esquecendo bem menos e que após
as revisões mais conteúdos são guardados na memória de longo
prazo (aquela em que demoramos muito para esquecer).
E como encaixar essas revisões? Aí vem o pulo do gato!
Muita gente já ouviu 1 milhão de vezes que deve revisar, mas
acaba se perdendo nas revisões, pois existem as de 24h, 48h, 7
dias, 15 dias, 30 dias, 3 meses... e acaba que você tem tanta coisa
para revisar que mal anda no conteúdo, ou se perde totalmente na
agenda de estudo diária.
Além disso, os concurseiros têm a falsa impressão de que
a revisão significa olhar as anotações feitas no caderno e, em
seguida, fazer umas poucas questões. Não acredito na eficácia

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desse método de revisar, nem em planilhas horrorosas de controle
de revisões, que mais confundem do que ajudam.
Então, como a Camila fazia para revisar? Bem simples! A
minha revisão nada mais era do que estudar novamente o conteúdo,
como se eu nunca o tivesse visto. Isso mesmo, eu estudava tudo de
novo, mas tentava ao máximo diversificar os métodos de estudo.
Por exemplo, se assistisse uma videoaula de Atos
Administrativos e fizesse questões em um dia, no dia em que
fosse revisar eu lia um PDF ou fazia resumos, ou ia ler a letra da lei,
seguidos de mais questões. Sempre modificava a forma de estudar
para diminuir o cansaço acumulado do dia e para que pudesse
gravar mais facilmente a matéria na memória de longo prazo, pois
estava vendo por outro ponto de vista, por outro material e com
outro estímulo de memorização.
Mas você também deve estar se perguntando qual tipo de
revisão eu utilizava. Sempre realizei somente revisões de 24h e de 7
dias, e hoje vejo que foi a melhor escolha! Percebe naquela primeira
imagem que o pior decréscimo de memória está justamente nas
24h seguintes ao estudo? A curva cai pela metade, então essa
revisão é essencial. E a segunda maior queda de memória está
nos 7 dias após o estudo (nada comparado com a queda de 24h,
mas também é um decréscimo importante), então essa também
era uma revisão que eu incluía nos meus horários.
Assim, dividia o meu horário semanal da seguinte forma:
estudava 4 vezes o mesmo conteúdo, o mesmo ponto do edital.
Duas vezes em dias seguidos em uma primeira semana (revisão de
24h) e duas vezes em dias seguidos na segunda semana (revisão
de 7 dias). Observe o exemplo na página a seguir.

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HORÁRIO DE ESTUDO
horários segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira sábado domingo

8h:30min - 9h

9h - 9h:30min
DIREITO DIREITO PORTUGUÊS PORTUGUÊS AFO
8h:30min 11h AFO SIMULADOS
9h:30min --10h ADM. ADM. OU MATÉRIA
10h - 10h:30min
ATRASADA

10h:30min- 11h questões

11h - 11h:30min questões questões questões questões questões

11h:30min - 12h INFORMÁTICA

12h - 12h:30min

12h:30min - 13h questões

14h:30min - 15h

15h - 15h:30min
ADM. GERAL ADM. GERAL DIR. DIR.
14h:30min 17h CONSTITUCIONAL CONSTITUCIONAL INFORMÁTICA
15h:30min --16h E PÚB. E PÚB.
16h - 16h:30min

16h:30min - 17h

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Perceba que, sempre em dias seguidos, eu distribuo
exatamente as mesmas disciplinas. Isso ocorre devido à
necessidade da revisão de 24h. Vamos dizer que hoje, segunda-
feira, dia 02/07/18, eu fosse estudar atos administrativos. Então na
terça-feira, dia 03/07/18, eu também estudaria atos administrativos,
mas por outro método. Após uma semana, na segunda-feira e
terça-feira dos dias 09/07/18 e 10/07/18, eu estudaria novamente
atos administrativos por mais dois dias seguidos (revisão de 7
dias), sempre diversificando as formas de estudar.
Qual a ordem em que eu coloco as disciplinas espalhadas
durante a semana? Aí depende muito da realidade que cada um
encontra. Se alguém tem mais dificuldade em alguma matéria, já
comece a semana com ela, ou as coloque nos momentos em que
está mais descansado (normalmente nos sábados). Nos horários
de fim do dia, coloque matérias mais dinâmicas como raciocínio
lógico ou as que o concurseiro mais ama estudar. Tento também
não colocar disciplinas muito parecidas, como dois “Direitos”
seguidos. Sempre intercalo com matérias mais diferentes, como
informática, administração ou português.
Além da diversificação que eu gostava de fazer entre os
dias, tentava também sempre diversificar dentro do próprio dia
de estudo, para que este ficasse menos cansativo. No exemplo,
se na segunda-feira estudasse Direito Administrativo por
videoaulas, estudaria Administração Geral e Pública por PDF, ou
por outro método. No dia seguinte, basta inverter a ordem: Direito
Administrativo seria estudado por PDF e Administração por
videoaula.
Muitas pessoas, ao ouvir a explicação do meu método de
estudo, arregalam os olhos e dizem: “Camilinha, estudando quatro
vezes a mesma coisa eu vou terminar esse edital em 3.000 depois
de Cristo!”. E a resposta que eu dou é sempre a mesma: “Com calma
e com alma é sempre melhor!”. Ou seja, não adianta você estudar
todo um edital em 2 meses, correndo, se quando terminá-lo não
lembrar de nada do começo do edital. Nesse caso você reiniciaria
o estudo do começo e notaria que já não lembra muito bem do

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conteúdo do fim do edital. Esse ciclo vicioso vai fazer você estudar
durante ANOS sem ser aprovado, e seu objetivo é passar na prova,
certo? Não é estudar para sempre!
Então, caso me escute, você demorará um pouco mais
a terminar os editais, vamos dizer uns 5 meses, mas quando
terminá-lo vai estar preparado para qualquer prova. Na prática,
você será aprovado em bem menos tempo, como ocorreu comigo:
fui aprovada em 1 (um) ano e 2 (dois) meses no meu primeiro
concurso, isso começando do ZERO, pois era engenheira química.
Imagina o que você é capaz de realizar!
Outro ponto a se esclarecer é a forma de se utilizar esse
método para conteúdos extensos. Teoricamente, o ideal seria
terminar cada tipo de método em um dia. Exemplo: se no 1º dia de
estudo vou utilizar a videoaula, devo acabar todas as videoaulas
daquele assunto nesse dia, para no próximo dia de estudo poder
ler os PDFs. Mas para matérias muito grandes, isso pode ficar
inviável. Logo, tento sempre repartir esse tipo de conteúdo em
conteúdos menores “independentes”.
A lei 8.112/90 é um bom exemplo da aplicação dessa técnica:
estudar toda a lei em um único dia é impossível e desaconselhável,
então o ideal seria dividi-la, e isso pode ser feito estudando de
forma independente a parte inicial da lei (o que é agente público,
servidor, regras sobre concurso, provimentos e vacância), depois
a parte sobre remuneração, depois licenças e afastamentos e, por
último, a parte sobre regime disciplinar. Cada bloco desse da lei
seria estudado independentemente durante os 4 dias de estudo.
Bem, espero que você tenha entendido o segredo da coisa!
Realizar revisões de 24h e 7 dias, que já estão inclusas dentro do
horário de estudo, e ir caminhando com calma no edital, sempre
diversificando nos métodos e fazendo questões logo após a
teoria. Esse é um ponto importantíssimo!

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capítulo
CAPítulo 3
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NÃO TENHO TEMPO NEM SACO
PARA SEGUIR ESSE MÉTODO
Calma, amigo concurseiro. Na verdade, cada um sabe o
preço que está disposto a pagar para obter a aprovação. Cada um
tem a vida que merece. Apesar disso, também quero lhe apresentar
uma forma adaptada do método. Para os impacientes de plantão
ou para aqueles que já estão perto da prova, temos uma opção
mais curta de estudo: focaremos apenas na revisão de 24h.
Isso mesmo. Há uma opção mais rápida do método. Iremos
utilizar somente a revisão mais crucial dos estudos, de acordo com
a curva do esquecimento. Como funciona? Simplesmente iremos
focar em 2 (dois) métodos essenciais, quais sejam, aulas e leitura.
Então, o horário continuará seguindo a mesma metodologia
de montagem do capítulo 7, mas, em vez de repetir o mesmo
conteúdo por 4 dias (ou duas semanas), você apenas estudará
de novo aquela matéria no dia seguinte, perfazendo um total de 2
(dois) dias seguidos de estudo do mesmo conteúdo. Na semana
seguinte, já se passaria para o próximo tópico do edital, e por aí vai.
Na verdade, eu não utilizava essa forma mais rápida de
estudo nem quando o edital já tinha saído. Estudava as 4 (quatro)
vezes mesmo após o edital, pois o meu foco era qualidade e
não rapidez. De qualquer forma, você tem à sua disposição essa
possibilidade.
Qual a vantagem de fazer isso? Só vejo uma: andar mais
rápido no conteúdo, para quem tem menos tempo até a prova. Mas
te garanto que o resultado não será o mesmo. Você perderá boa
parte da sua capacidade de fixação dos conteúdos na memória de
longo prazo, mas às vezes é necessário acelerar o passo. Então,
use essa adaptação com moderação.
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11
capítulo 14
CAPítulo 4
SE VOCÊ CONSEGUE ESTUDAR
NO TRABALHO
Pegando o ensejo do capítulo 12 (doze), no qual abordamos
a importância da resolução de questões, quero conversar com
você sobre uma dúvida muito comum nas consultorias: “Consigo
estudar um pouco no trabalho ou durante o horário do almoço, vale
a pena? Que método utilizar?”.
Em primeiro lugar, claro que vale a pena! Como eu já disse,
perda de tempo é não estudar. Tudo que você fizer para estar cada
vez mais perto do seu objetivo, a sua aprovação, é superválido. E
sim, já fiz isso na minha preparação para o Tribunal Regional do
Trabalho (TRT) da 7ª Região, e foi muito proveitoso.
Agora, tem que saber fazer do jeito certo. Vamos lá, vou
lhe contar uma historinha e você irá se identificar com certeza.
Imagine que Ariovaldo trabalha e estuda. Digamos que ele possui
um serviço bem tranquilo que, na maioria das vezes, lhe permite
estudar entre uma demanda e outra. Além disso, possui uma hora
de almoço e come rapidamente, sobrando um pouco de tempo
para os estudos. O que ele resolve fazer? Ariovaldo normalmente
inventa de ler um PDF ou assistir uma videoaula.
Ocorre que, no meio do vídeo seu chefe chega e fala com ele
sobre algum assunto do trabalho. Depois de uns minutos de volta
ao raciocínio, chegam uns processos para ele analisar. Depois,
alguém começa a conversar com ele através do sistema interno
de bate-papo. Então, finalmente chega a hora do almoço. Ele come
rapidamente e volta sonhando com um pouco de paz para poder
estudar. Pega seu PDF maroto e, quando chega a um terço do
capítulo, o tempo acabou. Precisa voltar ao trabalho.

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Quero saber se você achou esse estudo proveitoso. Apesar
de me responder com um belo “não” é exatamente isso que você
normalmente faz, né? Percebe que isso, com o tempo, vai acabar
lhe desmotivando e atrapalhando o seu rendimento? Pedaços de
informações são guardados, e quando você chega em casa para
realmente estudar, o começo do capítulo não foi visto muito bem,
então você terá que voltar para reler tudo de novo. E a videoaula?
Pausada em 21min30s. Que coisa maluca continuar no meio do
raciocínio! Resultado: retrabalho e desmotivação.
Garanto como isso tudo não vai durar muito tempo. Com
o passar dos meses, você vai começar a achar que estudar no
trabalho não vale a pena e vai deixar esse tempo precioso de lado.
Vamos à segunda historinha. Genisleuda possui um certo
tempo, não muito grande, para estudar em casa, já que passa
boa parte do seu dia no trabalho. Resolve então que irá dedicá-lo
à teoria. Tira apenas uns poucos minutos para resolver questões
após o estudo teórico, apenas para fixar a matéria vista e entender
como é cobrada. Então, ela percebe que talvez consiga um tempo
para estudar no trabalho. Utiliza esse tempo para resolver mais
e mais exercícios nos sites de questões, sempre sobre a matéria
vista no dia anterior.
Dessa forma, Genis pode realizar uma pequena revisão
de 24 horas, fixar mais ainda o conteúdo e, se for interrompida,
não vai perder o fio da meada em nada. Basta, após resolver a
pendência que surgiu, voltar a ler aquela questão do zero. Percebe
que ela dedicou teoria ao tempo que possui mais concentração?
Em nenhum momento vai ser interrompida e quebrará a lógica
do estudo. Já nos períodos mais quebrados e dinâmicos, ela
incluiu questões, que podem ser resolvidas em qualquer número
e em períodos flexíveis, pois não demandam tempo contínuo de
raciocínio.
Com essas duas narrativas conseguimos perceber a melhor
forma de aproveitar o tempo de estudo no trabalho: resolvendo
questões.

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CAPítulo
capítulo 15
5
ciclo de estudos: isso é
para você?!
Meu Deus, pense na maior modinha esse negócio de ciclo
de estudos! Digo modinha, levando em conta que esse assunto
corresponde a uma grande parte das perguntas que eu respondo,
mas só corresponde a uns 10% de todos os horários de estudo que
eu monto. Sabe por quê? Porque ciclo de estudos definitivamente
não é recomendado para todo tipo de pessoa. Arrisco-me a dizer
que ele pode trazer mais malefícios do que benefícios, se usado
indiscriminadamente.
Para começar o capítulo, vou
explicar como ele funciona ito
Dire ativo A
e depois vamos à análise m i n istr dm
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das suas vantagens e 2h tr
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desvantagens. O ciclo de
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de matérias a serem
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estudadas e você vai Con


tab
seguindo a ordem (no tempo ilid
2h ade
ito
Dire ário
b ut
livre que for surgindo para você Tr i
2h
estudar) até que estude todas as
disciplinas contidas nele. Ao final do ciclo você reinicia o estudo
no seu começo, de forma a “rodar o ciclo”. Observe o
exemplo acima.

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Olhando a figura percebemos que o ciclo funciona
independentemente de horários. No tempo que você possuir
livre no dia, você começará o estudo daquela disciplina inicial. Ao
término das 2 horas do estudo, você passará para a próxima e
assim indefinidamente até o seu tempo “livre” acabar. Se só possuir
3 horas de estudo, verá Direito Administrativo e mais 1 horinha de
Administração. Podem se passar quantos dias forem, mas quando
houver outro tempo disponível para o estudo, você continuará a
1 hora faltante de Administração e prosseguirá para Matemática
Financeira, se sobrar tempo.
Seu idealizador, Alexandre Meirelles, defende como pontos
positivos do método o fato de estudar várias disciplinas por dia,
inclusive obrigando-o a estudar aquelas que você não gosta,
aumento da motivação ao “rodar o ciclo” cada vez mais rápido e
adaptação fácil a qualquer rotina.
Assim, pense bem, o ciclo de estudos é perfeitamente
vantajoso para alguém que não possui horários regulares.
Por exemplo, um policial que trabalha em regime de plantões
e faz alguns bicos por fora do serviço. Ou uma enfermeira, ou
ainda alguém que trabalha como um advogado que participa de
audiências nos horários mais diversos possíveis. Esse tipo de
concurseiro se encaixaria perfeitamente no método do ciclo, pois
não se frustraria ou atrasaria o conteúdo quando não pudesse
estudar.
Em contrapartida, na minha humilde opinião, percebe que
o seu estudo fica muito livre e sem obrigação com horário? Para
alguém sem rotina definida isso é ótimo, mas para uma pessoa
que costuma procrastinar isso é um veneno. A vantagem do
ciclo de estudo (adaptação a qualquer rotina, não engessando os
estudos) é também uma desvantagem, dependendo de a quem
esse método seja aplicado.
Outro ponto ruim é que não conseguiremos definir ao certo
em que parte do ciclo estarão as revisões de 24 horas ou de 7
(sete) dias, então é bom criarmos ciclos pequenos para que estes

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possam rodar com mais rapidez e, assim, sejam facilitadas as
revisões. Eu também, em alguns casos, repito as matérias com
um espaçamento curto e só depois incluo novas matérias no ciclo
para tentar simular uma revisão, como no exemplo abaixo:

Não parece exatamente um ciclo (risos). Mas ele simula


muito bem as revisões, porque as matérias se repetem com uma
frequência maior antes que outras sejam estudadas.
Então, concluindo este ponto, temos que, para quem possui
uma rotina bem estabelecida, o ideal é seguir o horário semanal
comum, em razão de a “obrigação com cronograma” ser boa para
pressioná-lo a estudar. E se ocorrer algum imprevisto e você não
conseguir estudar? Bem, é para isso que servem os domingos e/
ou outros horários livres da semana, para desatrasar matérias
atrasadas, (risos). Quando cumprimos todo o cronograma da
semana, temos como recompensa nosso descanso semanal. Mas
quando não, aí temos que sacrificá-lo para colocar os estudos em
dia, ok?!
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capítulo 16
CAPítulo 6
PARA QUEM GOSTA DE CURSO
PRESENCIAL
No capítulo 7 (sete) falamos sobre o meu método de estudos
baseado em um sistema simplificado de revisões. Ocorre que, para
muitos concurseiros, esse método fica inviável por conta das aulas
em cursos presenciais. Isso acontece, porque se o aluno for estudar
4 (quatro) vezes o mesmo conteúdo antes de passar para frente,
as aulas presenciais irão continuar acontecendo independente do
andamento do estudo em casa e ele ficará atrasado no conteúdo
cada vez mais. Isso virará uma bola de neve ao longo do tempo.
Dessa forma, procurei desenvolver algo parecido para
quem faz cursinho. Também baseado nas revisões de 24 horas e
de 7 (sete) dias, resolvi organizar o estudo para que o concurseiro
sempre revise a matéria do dia anterior e estude o conteúdo do dia
dado em aula. Observe o exemplo na próxima página.

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HORÁRIO DE ESTUDO
j- segunda-feira terça-feira quarta-feira quinta-feira sexta-feira sábado
12h:30min - 13h
MATÉRIA
13h:30min - 14h VISTA NA
SEXTA
14h - 14h:30min
14h30min - 15h
15h - 15h30min questões
15h30min - 16h
16h - 16h30min MATÉRIA
MATÉRIA VISTA MATÉRIA VISTA MATÉRIA VISTA MATÉRIA VISTA MATÉRIA VISTA DO DIA
16h30min - 17h NO SÁBADO NA SEGUNDA NA TERÇA NA QUARTA NA QUINTA
17h - 17h30min
17h30min - 18h questões
18h - 18h30min
18h30min - 19h
19h - 19h30min
19h30min - 20h questões questões questões questões questões
20h - 20h30min
20h30min - 21h
MATÉRIA MATÉRIA MATÉRIA MATÉRIA MATÉRIA
DO DIA DO DIA DO DIA DO DIA DO DIA
21h - 21h30min

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21h30min - 22h

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22h - 22h30min questões questões questões questões questões
Percebe que a revisão de 24 horas (a principal revisão no
nosso estudo) continua a ocorrer? Pois sempre há um horário
no dia em que a pessoa irá estudar a matéria dada no dia anterior.
Já para suprir a falta da revisão de 7 (sete) dias, eu solicito que
o aluno chegue à aula presencial com uma antecedência de 40
(quarenta) minutos para dar uma revisada na apostila e resolver
umas 5 (cinco) questões. Dessa forma, conseguimos manter o
sistema de revisões sem prejudicar o rendimento nas aulas.
Você deve estar se perguntando: “Que estranho! Por que
ela coloca “Matéria vista na segunda-feira” ao invés de colocar
o nome específico da disciplina?” Acontece que, na maioria dos
cursos presenciais, as aulas são muito dinâmicas. Um dia Direito
Constitucional está sendo ministrada na terça-feira, mas já na
semana seguinte passa para a quinta-feira. Isso ocorre por conta da
disponibilidade de horários dos professores, além da possibilidade
de faltarem, etc. Por isso gosto de nomear as matérias dessa
forma, pois não importa que disciplina vai se realizar na segunda-
feira, você já sabe que terá de estudá-la no mesmo dia e revisá-la
no dia seguinte. Isso facilita para dar mais estabilidade ao horário
de estudos montado.
E se o professor faltar? Bem, você pode incluir os simulados,
deixando-os programados para quando isso acontecer (não se
engane achando que as faltas não vão acontecer, elas ocorrerão
até com uma frequência maior do que você gostaria). Ou estudar
a matéria de sua maior dificuldade, sempre lembrando de, no dia
seguinte, revisá-la, conforme conversamos sobre a importância
da revisão de 24 horas. Na verdade, são inúmeras possibilidades.
Você pode, ainda, tirar o dia inteiro para revisar toda a matéria
estudada na semana, resolvendo posteriormente mais exercícios.
Enfim, o que não vale é arranjar desculpa para não estudar.

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19
capítulo 25
CAPítulo 7
A NECESSIDADE SEMPRE EXISTE
Meus amigos, finalmente chegamos ao final deste livro.
Espero, do fundo do meu coração, ter repassado a vocês os pontos
gerais das estratégias que usei nesses 3 (três) anos de estudo.
Tentei ao máximo ser objetiva e não fazer um livro de muitas
páginas, pois sei o quanto o tempo do concurseiro é precioso.
Queria agora lhe lembrar que o principal não é ler este livro,
e sim colocar os seus ensinamentos em prática. Não adianta de
nada aprender a analisar provas anteriores, se você não as fizer.
Costumo dizer que o mais importante em estudar para
concursos é ESTUDAR. As estratégias e as metodologias de
estudos devem ser um diferencial e não o seu propósito maior.
Para isso, sei que você precisará tirar forças de dentro de você.
Forças que talvez você nem mesmo acredite que tenha, mas você
tem.
Deus te ouve a cada minuto, e ele quer lhe mostrar uma
lição depois disso tudo. A lição de que só tem quem paga o preço.
Assim, não adianta adiar esse plano, pois uma hora ou outra a vida
vai cobrar caro por essa demora. Você precisa executar os planos
mais lindos que Deus tem para você HOJE.
Desculpas não vão faltar para tirá-lo do caminho correto,
mas tenho certeza que os seus motivos para continuar são bem
maiores que elas. Sua família precisa de você, seus filhos vão
precisar ter um plano de saúde ou estudar em uma escola bacana.
Você vai querer dar conforto e uma casa digna à sua esposa ou
esposo. Você precisa fazer a diferença no serviço público, pois há
pessoas que precisam do seu trabalho. Você vai querer sentir que
é capaz.

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Ter a sua estabilidade, um ambiente de trabalho tranquilo,
um salário ao final do mês parece ótimo, mas imagine a sensação
de dizer “eu sou o melhor servidor público que esse órgão já teve,
pois esse é o meu propósito de vida”. Isso sim é extraordinário.
Serviço público é servir.
Quero lhe dizer ainda, que eu tenho certeza absoluta do seu
potencial, pois já vivi o que você está vivendo. Sei que é possível,
sei que você é igualzinho a mim. Feche os olhos e pense um pouco
o quanto você quer chegar lá! Essa sensação precisa guiá-lo o
tempo todo para que você não caia nas armadilhas das desculpas.
Eu, por exemplo, estou aqui escrevendo este capítulo
derradeiro, mas com os olhos marejados de lágrimas, porque
hoje descobri que em breve, muito provavelmente em no máximo
uma semana, serei nomeada no concurso do Tribunal Regional do
Trabalho, que tanto lutei para passar. Esse concurso guiou o início
dos meus estudos e hoje tenho uma sensação esquisita dentro do
meu peito, a sensação de que consegui!
É preciso muita determinação para passar em concurso,
mas principalmente é preciso muita autorresponsabilidade.
Somente você pode fazer isso. Se não der certo, o fracasso vai ser
unicamente seu. Não há no mundo outra pessoa capaz de realizar
esse sonho por você. No dia da sua prova, será somente você e ela.
E, lhe garanto, Deus vai estar olhando lá de cima e dizendo: “Tenho
orgulho de tudo que vou realizar através dele”. Fiquem com Ele!

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