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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: AUTOFORMAÇÃO COMO EXERCÍCIO DIDÁTICO-

FILOSÓFICO
Alana Acsa Magalhães de Brito MENDES1

Este trabalho surge da necessidade de compreendermos a problemática em torno do ensino de


filosofia e da formação de professores, tendo como fio condutor a obra de Alejandro Cerletti
intitulada O ensino de filosofia como um problema filosófico (2009). Além de analisar esta questão,
tentaremos conciliar a proposta de ensino de filosofia e formação docente proposta por Cerletti,
com as reflexões realizadas por Simone de Beauvoir na introdução do Segundo Sexo (2019), que
dizem respeito à compreensão da possibilidade da mulher se colocar como sujeito do conhecimento.
E, ao se colocar como “Um” e não como “Outro”, tornar-se protagonista da própria construção do
conhecimento e, por consequência, da possibilidade de ser inserida nas problemáticas que dizem
respeito ao “que” ensinar. Centraremos a investigação no capítulo V da obra de Cerletti supracitada,
intitulado “A formação docente: entre professores e filósofos”. Importante pensar sobretudo, a
forma com que os estudantes da graduação estão sendo ensinados para tornarem-se professores de
filosofia. Em que pese o fato de que já aprendemos na graduação, temas e conteúdos selecionados
por professores que por sua vez já têm suas preferências de leitura, autores e interpretações. Se, ao
sermos ensinados durante o período de preparo para o exercício da docência, nos deparamos com
uma grade curricular em que prevalecem vertentes eurocentradas, sexistas e racistas, que tipo de
profissionais estamos nos tornando? Não podemos, obviamente, supor que apenas as aulas e temas
escolhidos pelos docentes na graduação nos formam enquanto educadores, e aqui, podemos
concordar com Cerletti quando afirma que o professor não se forma apenas assistindo algumas
disciplinas, mas para além disso, nos autoformamos. Mas, nem por isso devemos anular a influência
que os professores formadores, e suas respectivas posições e escolhas filosóficas, têm sobre os
docentes que viríamos a ser, que somos, e que continuamos nos tornando.

Palavras-chave: Formação de professores; Sujeito; Intervenção filosófica.

1 Graduada em Filosofia pela Universidade Federal do Acre (UFAC). Mestranda no Programa de Pós-graduação
Profissional em Filosofia (PROF-FILO) UFPR-UFAC – Turma 2023. E-mail: alana.brito@sou.ufac.br.

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