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pg 4: A construção de seu ensino é subjetiva, pois ao assumir uma postura, crítica e autocrítica,
o professor/filósofo terá um caminho de conhecimento a ser adquirido, em relação aos objetos
tratados ao longo da filosofia e também um conhecimento de si mesmo. É um caminho de
construção de si como filósofo/professor: “Chega a ser o que és, aprendendo a sê-lo”.
pg 5: Tudo o que se apresentou a nós, enquanto alunos, tanto conteúdos quanto professores e
seus métodos de ensinar, estão, de alguma forma, presentes em nossa atuação, como
exemplos a serem seguidos, ou não. Mesmo sem ter a intenção, nossos professores ao nos dar
uma aula não nos ensinam apenas algum conteúdo, mas nos ensinam a ensinar aquele
conteúdo.
pg 7: Ao tentar responder o seguinte: que significa “ensinar” filosofia? Pode-se ensinar filosofia
sem ter uma concepção unívoca do que
ela é? Que se ensina em seu nome? Quando se aprende filosofia? O que se aprende (certa
informação, um proceder, uma atitude etc.)? É possível ensinar a filosofar? O professor deve
ser filósofo (se não o é, o que ensina)? Como o contexto – nível, características do grupo de
alunos, instituição etc. – influi no ensino?
“aprendi” filosofia? “O que” aprendi? Como? etc., – iniciando, assim, um processo de revisão
do próprio vínculo com a filosofia, com o ensinar e com o aprender.
pg 8: O movimento de se observar como sujeito que percebe a tensão dos problemas que se
apresentam, é o de antes de querer pensar de forma geral o ensino, como se fosse algo
aplicável e repetível por todos independente da situação, é receber em si o problema e,
portanto, se pensar como sujeito em meio às próprias contingências. Movimento
Heideggeriano de pensar o "Ser" do ente primeiro como forma de acesso ao "Ser" em geral.
Esta redescoberta de si atualiza o vínculo de cada professor com a filosofia
e será, em última instância, o pressuposto ativo de suas aulas.
Pg 10: Toda formação docente deverá ser, em sentido estrito, uma constante autoformação.
E toda autoformação supõe, em última instância, uma trans-formação de si. Isto supõe o duplo
movimento de pensar-se em um mundo e, em consequência, pensar o mundo. deixar de lado as
tutelas para converter-se em construtores e construtoras de seus próprios caminhos.