Você está na página 1de 2

pg 2: As perguntas centrais do autor; "que significa ensinar filosofia?

" irá implicar na pergunta


sobra "O que é filosofia". Já que se pretende ensiná-la, ensinar o que?

pg 3: Sua resposta, ou tentativa de resposta, não se limita aos conteúdos dados ou


apreendidos, mas à uma disposição de "querer saber", desejo pelo desconhecido. De fato, uma
relação com o saber.

pg 4: A construção de seu ensino é subjetiva, pois ao assumir uma postura, crítica e autocrítica,
o professor/filósofo terá um caminho de conhecimento a ser adquirido, em relação aos objetos
tratados ao longo da filosofia e também um conhecimento de si mesmo. É um caminho de
construção de si como filósofo/professor: “Chega a ser o que és, aprendendo a sê-lo”.

pg 5: Tudo o que se apresentou a nós, enquanto alunos, tanto conteúdos quanto professores e
seus métodos de ensinar, estão, de alguma forma, presentes em nossa atuação, como
exemplos a serem seguidos, ou não. Mesmo sem ter a intenção, nossos professores ao nos dar
uma aula não nos ensinam apenas algum conteúdo, mas nos ensinam a ensinar aquele
conteúdo.

pg 6: Trata-se de uma postura de tornar-se professor. Dirigir os olhos às condições originárias


que ligaram o sujeito ao mundo da filosofia. Não se pode ensinar ser um bom professor, pois a
construção didático-pedagógica se dá através da própria experiência dos sujeitos em relação
aos ambientes de ensino aos quais forem expostos.

pg 7: Ao tentar responder o seguinte: que significa “ensinar” filosofia? Pode-se ensinar filosofia
sem ter uma concepção unívoca do que

ela é? Que se ensina em seu nome? Quando se aprende filosofia? O que se aprende (certa
informação, um proceder, uma atitude etc.)? É possível ensinar a filosofar? O professor deve
ser filósofo (se não o é, o que ensina)? Como o contexto – nível, características do grupo de
alunos, instituição etc. – influi no ensino?

Nos leva a visualizar a complexidade da questão, mas também, e fundamentalmente, enfrentar


questionamentos pessoais – quando eu

“aprendi” filosofia? “O que” aprendi? Como? etc., – iniciando, assim, um processo de revisão
do próprio vínculo com a filosofia, com o ensinar e com o aprender.

pg 8: O movimento de se observar como sujeito que percebe a tensão dos problemas que se
apresentam, é o de antes de querer pensar de forma geral o ensino, como se fosse algo
aplicável e repetível por todos independente da situação, é receber em si o problema e,
portanto, se pensar como sujeito em meio às próprias contingências. Movimento
Heideggeriano de pensar o "Ser" do ente primeiro como forma de acesso ao "Ser" em geral.
Esta redescoberta de si atualiza o vínculo de cada professor com a filosofia
e será, em última instância, o pressuposto ativo de suas aulas.

Pg 9: todo aprendizado real é, no fundo, um autoaprendizado, já que


cada um deve participar em uma apropriação singular do saber, mas, sobretudo,
em sustentar-se nessa ação.
Problematizar a questão “ensinar filosofia” modifica a sequência tradicional da didática da
filosofia, que privilegia o “como” ensinar, para colocar
a par a análise do “que” ensinar. O “que” não será simplesmente um tema
filosófico, mas deveria envolver uma tomada de posição ante a filosofia e ao
filosofar. Protagonismo dos que se propõe a ensinar filosofia e o filosofar.

Pg 10: Toda formação docente deverá ser, em sentido estrito, uma constante autoformação.
E toda autoformação supõe, em última instância, uma trans-formação de si. Isto supõe o duplo
movimento de pensar-se em um mundo e, em consequência, pensar o mundo. deixar de lado as
tutelas para converter-se em construtores e construtoras de seus próprios caminhos.

Você também pode gostar