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Reparando as realidades hodiernas, podemos afirmar que é possível ensinar ou transmitir algo a
alguém. Por isso a criança logo que nasce é submetida a educação para apreender os valores de
modo a integrar-se na sociedade. Esses valores em Didáctica são conhecidos como pilares, a
saber:
Saber Ser
Saber Saber
Saber Conviver
Saber Fazer
Portanto, um que nunca foi introduzido a educação lhe será difícil conviver perfeitamente e
ensinar aos outros de forma sadia, para tal é necessário o papel da Filosofia e da Didáctica na
formação do pessoal para o ensino.
Para Marnoto e Texeira, 1«um dos aspectos que parece verdadeiramente importante para o
Ensino da Filosofia, para a sua comunicabilidade/transmissão/ensinabilidade é o do papel do
professor enquanto actuante, podendo utilizar o seu conhecimento filosófico e a didactização do
mesmo».
o que se entende por “ensinar filosofia”? Em que consiste “ensinar”? E de que “filosofia”
estamos a falar? A quem se ensina? Para quê se ensina filosofia? Como se ensina filosofia?
1
I. Marnoto & A. M. Texeira. A Formação Didáctica de Filosofia, 2001.
CERLETTI responde objetivamente a estas questões considerando que: 2
a filosofia tem de promover, nas aulas, a atitude filosófica, levando os alunos a adquirir um
pensamento crítico que, por sua vez, não se ensina acriticamente, mas sim através da prática. Isso
implicaria repensar o papel do próprio professor de filosofia, dado que para a promoção da atitude
filosófica, do pensamento crítico e da capacidade de reflexão o professor não pode ser reduzido a
um transmissor de conteúdos passivamente recolhidos pelos alunos; antes deve ser capaz de
estimular nos alunos essas mesmas competências, pelo que terá de ser ele, professor, a determinar
as melhores estratégias didáticas para o efeito.
Como defendem LIMA e NETO, 3«a demogratizacao do conhecimento filosófico com os jovens
do ensino médio esta directamento conectada com o exercício de uma práxis docente
qualitativente diferenciada, relevante e significativa, na perspectiva de uma transformação
social».
Marnoto defende que 4«a auto-didáctica, técnicas e estratégias, mesmo quando filosoficamente
fundamentadas, são relegadas para o rol da demagogia e da sedução».
“A filosofia apenas existe em acto”. Esta posição recusa a Filosofia com um “saber constituído”,
como um corpo de questões/problemas revisitáveis, ou seja, a Filosofia justifica-se no seu
exercício, na sua prática
MARNOTO analisou o texto de Jean François Lyotard “O pós moderno explicado às crianças”,
no qual o autor defende a auto-didáctica como única tarefa admissível numa formação de
professores. Nele o autor rejeita o ponto de vista do qual parte, que «educar e instruir são actos
filosóficos».
2
A. Cerletti. o Ensino de filosofia como problema filosófico, Autentica Editora: Belo Horizonte 2009.
3
T. R. R. Lima & J. B. Neto, problematizacao do ensino de filosofia.
4
Marnoto & A. M. Texeira. A Formação Didáctica de Filosofia, 2001
Referências Bibliográficas
A. Cerletti. o Ensino de filosofia como problema filosófico, Autentica Editora: Belo Horizonte
2009.