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PRIMEIROS SOCORROS PARA

PROFESSORES NO AMBIENTE ESCOLAR

TRAUMA EM CABEÇA
E PESCOÇO - PARTE I

Thaise Novaes Glaser

concursos
Primeiros Socorros para Professores no ambiente
escolar
Trauma em cabeça e pescoço - Parte I

Apresentação
Olá aluno,

Meu nome é Thaise Novaes Glaser, sou fisioterapeuta especialista em Ergo-


nomia e socorrista especialista em urgência e emergência. Sempre segui com as duas áreas
profissionais de forma simultânea, encantada com a dinâmica da ergonomia aplicada ao
ambiente de trabalho e apaixonada pela arte de se dedicar constantemente á busca de co-
nhecimento, aprimoramento prático e eficiência objetivando salvar vidas como socorrista. Os
treinamentos e capacitações sempre gritaram alto e me direcionam há mais de uma década
no ensino, formação de profissionais e capacitação de pessoas na área de urgência e emer-
gência, seja em âmbito pessoal ou profissional.

Sumário
Abordagem inicial - Parte 2......................................................................................................... 3

Análise das pupilas...................................................................................................................... 4


Primeiros Socorros para Professores no ambiente escolar
Trauma em cabeça e pescoço - Parte I

Trauma na cabeça e pescoço

Nosso crânio é responsável por proteger o órgão mais importante que temos, o cérebro. Talvez
por isso os choques na cabeça, onde o crânio está inserido, causem tanta preocupação.

A batida na cabeça requer cuidados médicos sempre que demonstrarem


sinais de traumatismo craniano

Alguns dos principais sinais dos traumatismos cranianos são a alteração no nível de consciência,
alteração na fala, alteração na memória, perda da orientação temporal, náusea, vômito, ferimentos,
hemorragia nasal ou pela orelha, alteração na reatividade da pupila.
Mesmo que nem sempre esses sinais sejam a comprovação de um traumatismo craniano mais
grave, ao batermos a cabeça e sentirmos qualquer um dos sintomas citados acima, precisamos
procurar por ajuda médica imediatamente
Estes sintomas podem demorar até 24 horas para aparecer e, por isso, sempre que algum indi-
víduo bater com a cabeça fortemente em algo, ou em alguém, ele deve ser observado atentamente
dentro deste período, de preferência num hospital.

Pode deixar a criança dormir após bater a cabeça??

Outro sinal que merece atenção após as pancadas na cabeça é a dificuldade de ficar acordado,
que deve, no entanto, ser diferenciada do sono após estresse. É normal o sono após uma situação
de choro e nervosismo. Só precisamos estar atentos enquanto a criança dorme, observando a cada
meia hora, para ver se o sono dela está leve e tranquilo, pois em caso de sono pesado, ou seja,
quando a criança não se mexe ao ser tocada e apresenta respiração profunda enquanto dorme,
também devemos procurar por ajuda médica, pois pode ser um sinal de traumatismo craniano
complicado.
Quando o traumatismo craniano causa ferimentos no cérebro, ele é chamado de traumatismo
cranioencefálico. Esse tipo de trauma tem um grande impacto no número de mortes ao redor do
mundo, sobretudo, em homens jovens.
Um material produzido pelo Ministério da Saúde em 2015 contabilizou o número de pessoas in-
ternadas no Sistema Único de Saúde de todo o País, em 2011, com traumatismos cranioencefálicos.
De acordo com esse documento, as quedas (373.354 casos) foram as principais responsáveis por
esse tipo de lesão, seguidas pelos acidentes de motocicleta (77.171 casos), acidentes envolvendo
pedestres (37.777 casos) e automóveis (17.053 casos).
Já uma concussão é uma alteração breve e temporária no funcionamento mental sem danos na
estrutura do cérebro. Frequentemente, as pessoas perdem a consciência brevemente (geralmente
alguns minutos ou menos), mas elas poderão simplesmente ficar confusas ou ser incapazes de

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se recordar de eventos e experiências (amnésia) que ocorreram pouco tempo antes ou logo após
a lesão.
Os abalos podem acontecer em qualquer situação, mas mais frequentemente ocorrem em espor-
tes de colisão, como futebol, rúgbi, basquete. No entanto, um abalo também pode ocorrer a partir
de uma colisão com o chão, uma parede ou uma bola que foi lançada, batida ou chutada. Muitas
contusões também ocorrem fora do universo dos esportes, como andando de bicicleta, patins ou
skate – a criança pode cair e bater com a cabeça na rua ou em um obstáculo.

Você conhece o termo, Síndrome do Bebê sacudido?? Seria um risco


para o bebê as brincadeiras agitadas que chacoalham sua cabeça?? Se
considerarmos as estruturas anatômicas e o processo de formação e
desenvolvimento do bebê, é algo que devemos sim nos preocupar.

Durante algum tempo após uma concussão, as pessoas poderão apresentar dor de cabeça,
tontura, fadiga, memória fraca, incapacidade de se concentrar, dificuldade para dormir, dificuldade
para pensar, irritabilidade, depressão e ansiedade. Estes sintomas são conhecidos como síndrome
pós-concussional.
Todos os abalos são potencialmente graves, e todos os atletas com suspeita de concussão não
devem voltar a jogar até que um médico seja consultado. Um médico pode confirmar o diagnóstico
de concussão e determinar a necessidade de exames especializados, como tomografia computa-
dorizada, ressonância magnética ou testes neuropsicológicos, para decidir quando o atleta poderá
voltar a jogar.
O melhor tratamento para a concussão é descanso completo de toda a atividade física e mental.
As crianças devem ser monitoradas com frequência, mas não há necessidade de despertá-las
durante o sono. O tempo de recuperação de uma concussão é variável, com base no indivíduo, da
gravidade do choque e do histórico de abalos anteriores.
Nem todos os abalos podem ser evitados, mas alguns podem ser prevenidos. Capacetes devem
ser usados para quaisquer atividades de equitação, moto, bicicleta, skate ou snowboard e esqui
na neve. Capacetes devem se encaixar de forma apropriada e estar em boas condições.
Os ossos do crânio, grandes e duros, ajudam a proteger o cérebro de lesões. Além disso, o
cérebro está rodeado de camadas de tecido (meninges) que contêm líquido cefalorraquidiano e
o protegem de traumatismos. Portanto, a maioria das colisões e danos na cabeça não lesiona o
cérebro. Os traumatismos cranianos que não afetam o cérebro são considerados pouco graves.
Poderá surgir uma protuberância na cabeça. Se houver uma ferida no couro cabeludo, o san-
gramento pode ser abundante, visto que este tem muitos vasos sanguíneos perto da superfície da
pele. Por isso, uma ferida no couro cabeludo pode parecer mais séria do que realmente é. Como o
couro cabeludo tem muitos vasos sanguíneos, uma lesão nele poderá causar hemorragia abun-
dante, mesmo que a lesão não seja séria.
Poderá haver saída de líquido transparente ou sangue do nariz, dos ouvidos ou de ambos se a
pessoa sofreu uma fratura da base do crânio.
No trauma de coluna pode haver fratura de uma vértebra com grande possibilidade de lesar a
medula nervosa , interrompendo esta troca de informações. A altura desta lesão é que determina-

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rá as conseqüências, sendo que quanto mais alta, mais grave serão. Por estes fatores podemos
concluir que as lesões cervicais (pescoço) são as mais graves.
A medula nervosa é parecida com um cabo telefônico, com milhões ”fios” em seu interior. Ela
nasce no cérebro e desce por dentro dos ossos da coluna (vértebras), emitindo um ramo de nervo
a cada vértebra. Cada “fio” que compõe esse nervo vai até um órgão ou músculo levando a infor-
mação (ordem) emitida pelo cérebro.
A suspeita de lesão na coluna, em qualquer altura , inicia-se pelo tipo de acidente. Lesões de
coluna são comuns em acidentes que envolvem velocidade com parada brusca como de automóveis,
motocicletas, queda de grandes alturas , bicicletas e até mesmo esportes como futebol, patins,etc.
O movimento do pescoço em chicote é comum em acidentes automobilísticos, daí a importância
do suporte de cabeça nos bancos, que minimiza o movimento de “chicote” numa colisão traseira,
por exemplo. Esse movimento pode gerar fratura de vértebra na região do pescoço provocando
lesão da medula nervosa e, por sua vez, uma tetraplegia ou morte instantânea.
Alguns sinais e sintomas podem indicar o comprometimento medular em um trauma de pescoço
ou coluna cervical: os pacientes conscientes podem se referir a dores na coluna e formigamentos
irradiando-se para braços ou pernas, Insensibilidade e incapacidade de movimentos em membros
(pernas e braços).
Quando queixam-se desse sintoma nos braços (membros superiores), a lesão provavelmente
foi na região cervical (pescoço), e se as queixas forem referidas apenas às pernas (membros infe-
riores), a lesão ocorreu em um segmento mais baixo, sendo mais comum na região lombar.
A medula espinhal faz parte do Sistema Nervoso Central (SNC), servindo de conexão entre o
cérebro e o restante do nosso corpo. Localiza-se dentro da coluna vertebral, levando o comando
do cérebro para os músculos e também para órgãos, exercendo assim o controle de funções vitais
como respiração, circulação sanguínea, digestão, excreção e reprodução, além da homeostase
(manutenção da temperatura, pressão etc). A medula também recebe informações sensitivas como
tato, calor e dor e envia para o cérebro, que faz o processamento destes dados.
A lesão medular é qualquer afecção da medula, que pode levar a danos neurológicos, reversíveis
ou não, como perda ou diminuição da função motora, alterações da sensibilidade e complicações
da função das vísceras.

Referências
ROSALES, Santiago. Prevenção e Primeiros Socorros. Vol 1: grupo cultural.
ROSALES, Santiago. Prevenção e Primeiros Socorros. Vol 2: grupo cultural.
VARELLA, Drauzio. Primeiros Socorros. São Paulo: Claro enigma, 2011
FLEGEL, Melinda J. Primeiros socorros no esporte. 5ª ed. Barueri SP. Ed Manole, 2015
NAEMT. Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado – PHTLS. 8ª ed: 2017
SOUSA, Vitor. Livre Tradução do PHTLS 9ª ed: 2018
LEI LUCAS. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13722.htm>. Acesso em:
28/07/2019.
Care of the Young Athlete Patient Education Handouts (Copyright © 2010 American Academy of Pediatrics)

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