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“Quando ler a última página do trabalho profundo de Andy Naselli, você terá
percorrido uma ferramenta projetada para ajudá-lo a se tornar um aluno melhor
e um comunicador mais eficaz da Palavra. O ponto de vista dele tem aquele raro
equilíbrio entre clareza e brevidade, simplicidade e profundidade, intensidade e
cordialidade. Naselli produziu um livro único, que pode ajudar a todos. Concor-
dando ou não com todas as conclusões interpretativas apresentadas aqui, você
crescerá intelectual e espiritualmente ao longo do processo. O livro de Andy é
uma leitura obrigatória para todo aluno de seminário.”
Steve Pettit, presidente da Universidade Bob Jones
“Andy Naselli argumenta que ‘há exegese porque não há adoração’. Isso tem
duas implicações: o objetivo da vida é a adoração, e a maneira de chegar lá é a
exegese. Há uma cosmovisão todo-abrangente por trás dessas duas implicações,
uma cosmovisão em que creio com todo o meu ser. É uma cosmovisão que diz:
As experiências espirituais mais elevadas (como a adoração) surgem por meio
dos atos mentais mais comuns (como a leitura). O que significa que a habilidade
de ler a Palavra de Deus serve à doçura de apreciar a glória de Deus. Então,
escolha seus guias de leitura com sabedoria. Andy Naselli é um dos melhores.
John Piper, fundador e professor da Desiring God; chanceler e professor
de Exegese Bíblica, Bethlehem College & Seminary
“Enquanto eu lia o novo livro de Naselli, ficava pensando: ‘Sim! Essa é a maneira
de dizer isso!’ Ou: ‘Isso realmente ajudará os alunos!’ Ou: ‘Por que não pensei
nisso?’ Espero que Deus use este livro para moldar milhares de cristãos a fim
de serem leitores, professores e discípulos mais fiéis da sua Palavra.”
Robert L. Plummer, professor de Interpretação do Novo Testamento,
The Southern Baptist Theological Seminary
“Uma leitura confiante e fiel do Novo Testamento exige o domínio de uma gama
de habilidades. Por muitos anos, busquei recomendar um livro didático para os
alunos que abrangesse todas elas de forma adequada. Minha busca acabou. A joia,
este livro, de Andy Naselli é abrangente, lúcida, envolvente e prática. É uma exce-
lente introdução à arte e à ciência da exegese responsável do Novo Testamento.”
Brian S. Rosner, diretor do Ridley College, Melbourne, Austrália
Conselho Editorial
Cláudio Marra (Presidente) Produção Editorial
Christian Brially Tavares de Medeiros Tradução
Filipe Fontes Valéria Lamim
Heber Carlos de Campos Jr Apêndice C
Joel Theodoro da Fonseca Jr Paulo Sérgio Gomes
Misael Batista do Nascimento Revisão
Tarcízio José de Freitas Carvalho Mauro Filgueiras Filho
Victor Alexandre Nascimento Ximenes Paulo Sérgio Gomes (Capítulo 3)
Gaspar de Souza
Marcos Leonardo Paixão da Silva
Editoração e capa
OM Designers Gráficos
A posição doutrinária da Igreja Presbiteriana do Brasil é expressa em seus “símbolos de fé”, que apresentam o modo
Reformado e Presbiteriano de compreender a Escritura. São esses símbolos a Confissão de Fé de Westminster e seus
catecismos, o Maior e o Breve. Como Editora oficial de uma denominação confessional, cuidamos para que as obras
publicadas espelhem sempre essa posição. Existe a possibilidade, porém, de autores, às vezes, mencionarem ou mesmo
defenderem aspectos que refletem a sua própria opinião, sem que o fato de sua publicação por esta Editora represente
endosso integral, pela denominação e pela Editora, de todos os pontos de vista apresentados. A posição da denominação
sobre pontos específicos porventura em debate poderá ser encontrada nos mencionados símbolos de fé.
Introdução........................................................................................................41
1. Gênero
Estabelecer diretrizes para interpretar o estilo literário
de uma passagem.......................................................................................57
2. Crítica textual
Estabelecer o texto original......................................................................81
3. Tradução
Comparar traduções..................................................................................96
4. Gramática grega
Entender como as sentenças se comunicam por meio
de palavras, frases e cláusulas................................................................133
5. Diagrama de argumento
Identificar o argumento lógico por meio de arcos,
linhas ou fraseado...................................................................................175
6. Contexto histórico-cultural
Entender a situação em que o autor compôs a literatura
e quaisquer detalhes histórico-culturais que ele menciona
ou provavelmente assume........................................................................220
7. Contexto literário
Entender o papel que uma passagem desempenha
em todo o livro.........................................................................................249
8. Estudo de palavras
Identificar palavras, frases e conceitos-chave........................................269
9. Teologia bíblica
Estudar como a Bíblia inteira avança, integra-se e atinge
o clímax em Cristo...................................................................................294
Conclusão
Olhe para o Livro!.........................................................................................410
Apêndice A
Por que você deve organizar a sua biblioteca teológica
pessoal e como fazer isso...............................................................................412
Apêndice B
Por que e como memorizar um livro inteiro do Novo Testamento.................415
Apêndice C
Traduções da Bíblia em português (por Paulo Sérgio Gomes)......................420
Glossário........................................................................................................442
Bibliografia selecionada.................................................................................449
Índice das Escrituras......................................................................................464
Índice de assuntos e nomes............................................................................469
1. Objeto indireto
2. Dativo de interesse pessoal (vantagem e desvantagem)
3. Dativo de referência
4. Dativo de esfera
5. Dativo de tempo
6. Dativo de associação
7. Meios/instrumento
8. Dativo de causa
F. Análise do caso acusativo
1. Objeto direto
2. Duplo acusativo de pessoa-coisa
3. Duplo acusativo de complemento de objeto
4. Objeto do infinitivo
G. Análise de artigos
1. Identificação simples
2. Anafórico (referência anterior)
3. Por excelência
4. Monádica (único)
5. De Renome ou Familiar
6. Abstrato
7. Genérico
8. Como pronome
9. Como substantivo com certas partes do discurso
10. Com múltiplos substantivos conectados por Kai, (Kai):
a Regra de Granville Sharp
H. Análise dos particípios
1. Meios
2. Maneira
3. Tempo
4. Genitivo absoluto
5. Causa
6. Concessão
7. Condição
8. Resultado
9. Propósito
10. Circunstância resultante
11. Atributivo
12. Predicado
13. Substantival
I. Análise de infinitivos
1. Complementar
2. Propósito
3. Resultado
4. Tempo
5. Causa
6. Explicar um substantivo ou adjetivo
7. Sujeito
8. Discurso indireto
9. Apositivo
J. Análise de antecedentes de pronomes
1. Mateus 1.16
2. João 14.26; 15.26; 16.13-14
D. A. Carson
Professor de Pesquisa do Novo Testamento no
Trinity Evangelical Divinity School
Presidente e cofundador de The Gospel Coalition
1. Estudar a Palavra.
2. Praticar a Palavra.
3. Ensinar a Palavra.
Antes de ensinar a Palavra aos outros, você precisa praticá-la. Você deve
praticar o que ensina e prega. Mas, antes de praticar e ensinar a Palavra, você
precisa saber o que ela diz. Assim, você deve estudá-la. Eis o assunto deste livro:
Como você deve estudar a Palavra para praticá-la e ensiná-la? Mais especifica-
mente, como entender e aplicar o Novo Testamento?*
O Novo Testamento se refere à segunda parte da Bíblia cristã, os 27 livros que
são a contrapartida do Antigo Testamento. Para entender o Novo Testamento,
você deve fazer exegese dele. Mas o que exegese significa?
Lembro-me da primeira vez que ouvi alguém usar essa palavra. Torci o
rosto com perplexidade e pensei: “Exe-Jesus?! Ele tomou o nome de Jesus em
vão?” Mas logo aprendi que exegese é o oposto de eisegese. A exegese extrai
o significado de um texto (isso é bom!), e a eisegese acrescenta um significado
a um texto (isso é ruim!). Em outras palavras, a exegese interpreta um texto
analisando o que o autor pretendia comunicar. Exegese é simplesmente leitura
cuidadosa. Por exemplo, quando uma jovem que está profundamente apaixonada
pelo noivo recebe uma carta dele, ela a lê com cuidado. Ela quer entender o que
seu noivo quis dizer.
Fazer exegese do Novo Testamento inclui, mas não se limita a, analisar
palavras gregas, fazer estudo de palavras e analisar a sintaxe em vários níveis
(isto é, cláusula, sentença, discurso, gênero) ao mesmo tempo em que é sensível
às características literárias e ao argumento corrente. O texto quer dizer o que o
autor do texto quis dizer. Os exegetas preocupam-se principalmente em inter-
pretar um texto, isto é, descobrir o que o autor quis dizer. E, quando o texto é a
* Estou pressupondo que a Bíblia é inspirada, inteiramente verdadeira e nossa autoridade final.
Veja NASELLI, Andrew David, “Scripture: How the Bible Is a Book Like No Other,” In.: Don’t Call
It a Comeback: The Same Faith for a New Day, Kevin DeYoung, org. Wheaton, IL: Crossway, 2011,
p. 59–69. Para maiores detalhes e um enfoque mais avançado, veja CARSON, D. A. org, The Enduring
Authority of the Christian Scriptures. Grand Rapids: Eerdmans, 2016. [Nota acrescentada pelo autor].
Bíblia, nunca devemos encerrar com a exegese: também devemos fazer teologia
– teologia bíblica, histórica, sistemática e prática. Nós devemos aplicar ao nosso
contexto aquilo que o texto significa.
Isso pode levantar algumas questões:
Por exemplo, você pode estudar como fazer pizza, mas isso é diferente de
aplicar esse conhecimento enquanto faz pizza. Ou você pode estudar regras e
estratégias para jogar futebol, mas isso é diferente de aplicar esse conhecimento
enquanto joga futebol. Da mesma forma, a homilética estuda como pregar, o que é
diferente de aplicar esses princípios enquanto você prega. E a hermenêutica estuda
como interpretar a Bíblia, o que é diferente de aplicar esses princípios enquanto
você interpreta a (ou faz exegese da) Bíblia (isto é, leia-a cuidadosamente para
extrair o significado dela, analisando o que o autor intencionava comunicar).
A exegese pode parecer complicada, mas na verdade não é. Você sabe como
fazer exegese de um texto. Se eu abrisse aleatoriamente uma conversa por e-mail
em minha caixa de entrada do Gmail e se eu lhe pedisse para fazer exegese dele,
o que você faria? Provavelmente você faria o seguinte (embora não necessaria-
mente nesta ordem):
1
DEVER, Mark; GILBERT, Greg. Preach: Theology Meets Practice. 9Marks. Nashville: Broadman
& Holman, 2012, p. 36-38.
Se fosse fazer uma eisegese de uma conversa por e-mail, você leria nele
o significado que você mesmo quisesse. Você poderia selecionar uma palavra
ou frase ou sentença de um e-mail que impressionasse você e, em seguida, a
investiria com um significado totalmente estranho ao que os autores da conversa
lhe deram. Você pode, sem querer, fazer isso por não entender suficientemente
o idioma ou o contexto histórico.
Quando interpretam a Bíblia, mesmo que tenham os melhores motivos do
mundo, as pessoas ainda podem ler as suas ideias na Bíblia em vez de extrair
o que o autor originalmente pretendia. Ao longo deste livro, você vai examinar
muitos textos específicos do Novo Testamento dos quais as pessoas fazem eise-
gese em vez de exegese, e poderá aprender a fazer exegese com responsabilidade.
Passos?
É um pouco artificial decompor a exegese e a teologia em doze passos porque,
na prática, não conheço nenhum estudioso do Novo Testamento que pense: “Ok:
Passo 1: faça isso. Passo 2: faça aquilo”, e assim por diante.
É como perguntar a Lionel Messi como ele joga futebol. Ele não pensa:
“Bem, o passo 1 é driblar. O passo 2 é correr e driblar ao mesmo tempo.”
Existem muitas facetas envolvidas em se jogar futebol de alto nível. É por
isso que os jogadores de futebol podem melhorar o seu jogo, em geral, con-
centrando-se em áreas individuais, como dribles, passes, arrancadas, cortes,
chutes e levantamento de pesos, para se fortalecer e estudar estratégias para
vencer. Mas, no calor do momento durante um jogo, os jogadores de futebol
não estão pensando: “Passo 1: faça isso. Passo 2: faça aquilo.” Nesse momento,
eles estão jogando só por instinto e empregando todas as habilidades que
desenvolveram da melhor maneira possível. Eles acompanham o ritmo do
jogo, se ajustam ao esquema defensivo dos adversários e criam estratégias
para melhorar em ambos os lados do campo. Mas não estão seguindo uma
lista clara de doze passos.
Assim é com a exegese e a teologia: quando um estudioso de classe mundial
faz exegese de uma passagem, ele não está pensando: “Passo 1: faça isso. Passo
2: faça aquilo.” Depois de décadas de exegese da Bíblia, ele percebeu que o
processo exegético se tornou mais intuitivo e integrante para ele.
Mas não estou supondo que você seja um estudioso. Então, à medida que
estudamos a exegese do Novo Testamento, vamos dividi-la em etapas lógicas
para podermos analisar todo o processo peça por peça e ver como ele funciona.
Concentrar-se nessas etapas, uma de cada vez, é como um jogador de futebol
se concentrando em aspectos do futebol, um de cada vez: drible, passe, chute
e coisas do tipo.
Portanto, esses doze passos são “passos” apenas na teoria. Eles estão interli-
gados. E você não precisará necessariamente gastar tempo em cada passo para
cada passagem da qual fará exegese ou mesmo deliberadamente prosseguir de
um passo para o próximo, verificando itens em uma lista. Mas apresentar doze
passos como esses nos ajuda a nos concentrar em vários aspectos da exegese, à
medida que tentamos entender melhor o processo.
Essa é uma tarefa intimidadora para a qual você precisa da ajuda de Deus.
Desse modo, talvez você deva orar algo assim ao fazer exegese da Palavra de
Deus: “Pai, este é aquele a quem tu irás olhar: aquele que é humilde e contrito
de espírito e treme diante de tua Palavra (Is 66.2, NVI). Por favor, dá-me graça
para ser humilde e contrito de espírito e tremer diante de tua Palavra.”
2
Veja PIPER, John. Think: The Life of the Mind and the Love of God. Wheaton, IL: Crossway,
2010, p. 181-98.
3
Esta seção é condensada de NASELLI, Andrew David. “D. A. Carson’s Theological Method”. In:
Scottish Bulletin of Evangelical Theology 29, 2 (2011): p. 245-74.
4
Estas são as cinco categorias principais que uso para organizar a minha biblioteca. Veja “Apêndice
A: Por que e como você deve organizar a sua biblioteca teológica pessoal”.
(Os colchetes em torno do terceiro elemento servem para sugerir que, neste
paradigma, a Teologia Histórica faz uma contribuição direta para o desen-
volvimento da Teologia Bíblica para a Teologia Sistemática, mas não é ela
mesma uma parte dessa linha). De fato, esse paradigma, apesar de claro, é
5
Essa pergunta é tomada do título de um livro bem conhecido: SCHAEFFER, Francis A. How
Should We Then Live?. In: The Complete Works of Francis A. Schaeffer: A Christian Worldview, 5 vols.
Westchester, IL: Crossway, 1985, 5:79-277 [Publicado no Brasil pela Cultura Cristã, com o título Como
viveremos?, 2003 [N. do R.)].
Exegese
[Teologia Histórica]
6
CARSON, D. A. “Unity and Diversity in the New Testament: The Possibility of Systematic Theo-
logy”. In: CARSON, D.A.; WOODBRIDGE, John D. Scripture and Truth. Grand Rapids: Zondervan,
1983, p. 91-92.
7
Veja WELLUM, Stephen J. “Covenants in Biblical-Theological Systems: Dispensational and
Covenant Theology”. In: WELLUM, Stephen J.; GENTRY, Peter J. Kingdom through Covenant: A
Biblical-Theological Understanding of the Covenants. Wheaton, IL: Crossway, 2012, p. 39-80.
8
CARSON, D. A. “Systematic Theology and Biblical Theology”. In: ALEXANDER, T. Des-
mond; ROSNER, Brian S., org. New Dictionary of Biblical Theology. Downers Grove, IL: InterVarsity
Press, 2000, p. 103.
9
WARFIELD, Benjamin B. Selected Shorter Writings, ed. John E. Meeter, 2 vols. Phillipsburg,
NJ: Presbyterian and Reformed, 1970–1973.