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Conto LumberPlus
BLOCO 5 DE HISTÓRIA - DIREITO

Passado Presente!
Por LumberGeek

Uma pessoa mais atenciosa notaria que há, no meu Cronograma Enem 2022, o número de
questões que caíram para cada bloco nas últimas provas. Uma pessoa ainda mais detalhista também
teria notado, talvez sem entender nada, que os blocos "Império Romano" e "Mundo Grego" têm apenas
duas questões cada, enquanto que o bloco "Origens da Democracia e do Direito" tem dezessete
questões. Essa informação pode confundir quem faz diversos vestibulares locais que, eventualmente,
perguntam quem participou da Guerra do Peloponeso ou das Guerras Púnicas. O Enem, porém, está
pouco interessado em quem lutou com quem. Para o Enem, o que importa é a influência que essas
civilizações tiveram na história humana e, em especial, a repercussão dessa influência para o mundo
contemporâneo. Logo, você encontrará pouquíssimas perguntas sobre datas, períodos e guerras, mas
sempre se deparará com questões sobre filosofia, democracia e direito relacionando o passado com o
presente.
Um assunto em especial, o Direito, é ignorado por quase todos os cursos e escolas preparatórias,
apesar de ser um tema que cai quase todos os anos. Você deve estudá-lo por conta própria e, por esse
motivo, eu destaco o assunto no meu material. Para a prova, você deve ter uma noção razoável da
evolução do Direito ao longo dos tempos, começando pelo Código de Hamurabi e chegando aos dias de
hoje, passando pelos primeiros legisladores atenienses e pela organização do Direito no Império
Romano - algo ainda utilizado. Você precisa, além disso, saber de forma mais aprofundada como essa
evolução ocorreu no Brasil, conhecendo as mudanças principais das nossas constituições passadas.
Além disso, deve conhecer as ideias de um autor citado em diversas provas que contribuiu muito para a
noção atual de justiça. Trata-se do filósofo John Rawls e de sua obra "Uma Teoria da Justiça".
Para Rawls, o jeito correto de se pensar sobre a sociedade é em como ela deveria ser caso você não
soubesse qual posição ocuparia nela. Em outras palavras: a sociedade é boa o suficiente para que você
não se sinta injustiçado ao nascer em qualquer uma das camadas ou grupos sociais? Caso você se
sinta lesado em qualquer uma delas, o arranjo atual da sociedade não é satisfatório e deve ser
repensado tendo em mente essa ideia de que qualquer que seja a sua situação de nascimento, ela não
deve ser desvantajosa.
Essa abordagem para se analisar a justiça e o papel do Estado dialoga profundamente com as falhas
atuais do capitalismo e da democracia. Apesar desses modelos serem almejados por quase todo o
mundo, eles não são isentos de defeitos. No capitalismo, o enriquecimento de alguns se dá às custas do
empobrecimento de outros. Na democracia, a vontade da maioria pode ser nefasta com a minoria em
desacordo. É necessário, então, que as leis, regras e protocolos governamentais evitem um completo
desbalanço inerente ao sistema vigente.
A partir dessa constatação, surgem outros conceitos de grande relevância e auxílio para se criar
sociedades mais justas. Um deles que você deve ser capaz de reconhecer é o do princípio da igualdade
de oportunidade. É somente aceitável que pessoas tenham retornos diferentes em diferentes posições
se todos tiverem condições equivalentes de alcançar essas posições. Ou seja, a diferença salarial pode
existir desde que as chances de se estar nessas funções melhor remuneradas sejam iguais para todos.
Daí a necessidade de intervenção estatal para que se equiparem as possibilidades. Assim, caso alguém
se encontre desfavorecido, faz-se necessária uma compensação adicional buscando o equilíbrio. A esse
paradigma damos o nome de Equidade.
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