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Em Cidadania no Brasil, o autor José Murilo Carvalho aborda a questão dos direitos
civis no Brasil após o processo redemocratização da política do país. O autor destaca o
fato de a cidadania ter sido amplificada após o período da redemocratização, ele trás
números que evidenciam a maior participação política quanto a voto após períodos
assombrosos onde a liberdade de expressão era inibida.
José Murilo Carvalho trata sobre temas crucias para entendermos a sociedade na qual
estamos inseridos, uma sociedade que apesar de redemocratizada, pluripartidária, que
tem voto universal, ainda enfrenta uma estratificação social construída há séculos. Onde
existe um grupo supremacista que se sente digno de quebrar a lei tamanho poderio e
domínio sobre as classes sociais, uma classe média que possui trabalhadores de todo
tipo de raça, todos de carteira assinada, são pequenos proprietários, que ganham de 2 a
20 salários mínimos e por fim os cidadãos do “3° mundo”, que fazem parte da política
nacional e da sociedade brasileira apenas figuradamente.
É louvável como o autor consegue trazer dados que expõe os avanços de direitos civis
enquanto ainda faz duras críticas à estrutura do país. Ele mostra que o governo criou leis
que punem o racismo, a injúria racial e os crimes de raça em geral, mas no parágrafo
seguinte já introduz um "No entanto", e diz de forma explicita que os direitos civis são
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os que apresentam mais deficiência em termos de conhecimento, extensão e garantia. O
constraste imediato. É certamente um ponto positivo na estrutura textual. Ele consegue
falar sobre como a educação do país foi amplamente qualificada mas deixa claro que
"57% dos pesquisados não sabem mencionar um só direito civil que possui". E essa
característica literária do autor é um reflexo da estrutura do nosso país, que pode
melhorar significativamente, há otimismo, mas ainda tem problemas profundos,
fundamentais e essenciais que colocam o país longe da sonhada igualdade social (termo
que é até estranho de se ouvir já que ouvimos muito mais a palavra "desigualdade"
quando tratamos desse assunto no Brasil).
que deve proteger, não os conhece, não se vê como garantidor de seus direitos". Lendo
esse conteúdo sobre segurança coletiva, sobre a sensação de vivermos em um país
inseguro, sobre a militarização do governo tratados na página de 213 só me vinha à
mente uma canção composta por César MC, um rapper negro que vive nas favelas do
Espírito Santo, a obra "Canção Infantil" trás duras críticas ao governo militar atual.
Frases impactantes como: "Como explicar para uma criança que 80 tiros foi engano", se
referindo ao assassinato da polícia militar à um homem negro dentro de um carro, onde
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os responsáveis alegaram inocência no crime. "Como explicar para uma criança que a
segurança dá medo" exemplificam o temor que as classes marginalizadas sociedades
sentem em relação a polícia brasileira. Exemplos citados, como o "Carandiru" expõe
mais ainda a fragilidade que a segurança nacional brasileira enfrenta. E é mais um
contraste do autor entre avanços democráticos em uma sociedade que aparenta ser
retrógrada.
Por fim o autor consegue legitimar a ideia de que uma sociedade redemocratizada não é
sinônimo de uma sociedade igualitária. Portanto é crucial que esse artigo seja lido e
estudado, para que entendamos a nossa sociedade e seus problemas estruturais, a leitura
simples também facilita a sua leitura nas escolas, tanto no ensino fundamental quanto no
médio.