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Desenho

Técnico
Desenho
Técnico

São Paulo
agosto/2015

Nome do aluno
© Senac São Paulo, 2015

ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO
SENAC NO ESTADO DE SÃO PAULO

Gerência de Desenvolvimento
Cláudio Luiz de Souza Silva

Coordenação Técnica
Leticia Garcia Silva Albuquerque

Apoio Técnico
Anãndara Mesquita Passoni

Elaboração do Recurso Didático


Ana Fidalgo
Marcelo Teixeira

Ilustrador
Bernardo França

Revisão de Texto
Luiza Elena Luchini (coord.)

Editoração
Sandra Regina dos Santos Santana
Sumário
1. Introdução / 7

2. Materiais / 9

3. Utilização do material / 15

4. Geometria básica / 21

5. Unidades de medida / 27

6. Caligrafia / 31

7. Margem, carimbo e dobras / 33

8.  Traços / 39

9. Escala / 41

10. Cotas / 43

11. Vistas ortogonais / 47

12. Símbolos e representações / 55

13. Etapas do desenho / 59

14.  Plantas / 61

15. Normas / 65

Referências bibliográficas / 67

Anexos / 69

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1. Introdução

O
desenho técnico é um instru­mento de re-
presentação gráfica para diversas áreas
técnicas e tecnológicas. Apoiado na geo-
metria, ele se torna necessário para transmitir gra-
ficamente peças da engenharia, da arquitetura e/
ou de outras técnicas construtivas.
Podendo ser desenvolvido à mão, a nanquim
ou por meio do computador, as representações
gráficas seguem normas, regras e diretrizes que
serão explanadas nesta apostila.

1.1 História do desenho


técnico
Desde o início da existência da humanidade, o
homem procura desenhar uma representação da
realidade que o cerca, bem como seus sonhos e
desejos.
No período neolítico, por exemplo, os homens
transmitiam relatos do dia a dia ou suas aspi-
rações em relação à caça por meio de pinturas
rupestres, isto é, pinturas em cavernas. Acredi-
tavam que, ao representar os animais, consegui-
riam garantir a caça no dia seguinte.
No Egito, por sua vez, utilizava-se o desenho
como forma de escrita, os hieróglifos, pelos
quais os homens se comunicavam e escreviam
seus textos. Somente no Renascimento, prin-
cipalmente por questões militares, surgiram os
primeiros desenhos direcionados para a constru-
ção de instrumentos e objetos. Leonardo Da Vin-
ci, por exemplo, projetou inúmeros artefatos mi-
litares, porém sem detalhes suficientes para sua
produção, posteriormente, de forma fidedigna.
O primeiro uso do desenho técnico, segundo re-
gistros históricos, encontra-se no álbum de de-
senho da Livraria do Vaticano, de 1490, atribuí-
do ao arquiteto e escultor Giuliano de Sangallo
(Florença, c. 1443-1516), no qual aparecem pela
primeira vez planta e elevação.

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No século XVIII, Gaspard Monge (1746-1818), matemático e desenhista francês, desenvolveu um


sistema utilizado na engenharia militar capaz de representar as três dimensões de um objeto, com
precisão, em superfícies planas, o que hoje entendemos como projeções ortogonais. Publicado
em 1795 com o título de Geometrie descriptive [Geometria descritiva], também conhecido como
método de Monge ou geometria mongeana, o sistema é usado como a base do desenho técnico.
Nesse momento, a expressão artística do desenho passou a dar lugar à técnica, tornando-a uma
linguagem precisa. A metodologia de Monge baseia-se no uso da épura, técnica que representa o
volume de um sólido para visualizar objetos no infinito.
A partir da Revolução Industrial, o desenho técnico possibilitou maior agilidade e eficácia na
produção tanto de produtos quanto de equipamentos e peças.
No início do século XX, a necessidade de se homogeneizar o processo levou a International Standard
Organization (ISO) a regulamentar e padronizar o desenho técnico, criando normas e padrões para o
mundo inteiro. O Brasil, por meio da Associação Brasileira de Normas Técnicas, seguiu os padrões
internacionais adotados e os regulamentou por meio de inúmeras normas utilizadas e atualizadas
até os dias de hoje.
O desenho técnico está presente em diversas áreas da indústria, bem como da construção civil, e
se mostra fundamental para o desenvolvimento tecno-científico da produção.
Atualmente, com o advento da computação gráfica, conhecida como sistemas CAD (Computer
Aided Design – desenho auxiliado por computador), CAE (Computer Aided Engineering – engenharia
auxiliada por computador) e CAM (Computer Aided Manufacturing – fabricação auxiliada por
computador), o desenho técnico ainda se mostra importante, pois as normas e representações ainda
são utilizadas não importando o meio – manual ou digital – no qual a representação se encontra.
Em suma, o computador e seus softwares surgiram como mais um instrumento de desenho e não
como substitutos da linguagem do desenho técnico.

1.2 Aplicabilidade
O desenho técnico tem como função representar graficamente objetos, edifícios, peças, etc., para
que estes possam ser construídos ou produzidos em diferentes áreas, como engenharia, arquitetura
ou desenho industrial.
Por meio de um conjunto de símbolos, indicações, linhas e números, o desenho técnico pode ser
considerado a linguagem universal da indústria em geral e, assim como a linguagem universal
da escrita, necessita de aprendizagem específica, uma vez que se utiliza de formas planas
(bidimensionais) para representar formas espaciais.
Como dito anteriormente, hoje em dia, com o advento da computação gráfica, o desenho técnico
ultrapassou a prancheta e o desenho à mão livre e seguiu também para o meio digital. Apesar
da mudança do meio, a linguagem, bem como sua simbologia, continua a mesma, e ainda são
utilizadas inclusive as normas técnicas que norteiam o desenho técnico de modo geral, listadas no
capítulo 15 desta apostila.
Portanto, para a construção de um edifício, produção de uma peça, de um carro ou de um mobiliário,
o processo passa obrigatoriamente pela utilização do desenho técnico, quer seja à mão ou por meio
de um computador. O desenho é o meio utilizado para transferir o projeto, ou a ideia, do campo
teórico para o mundo real.

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2. Materiais

P
ara o devido desenvolvimento do desenho
técnico, necessita-se de material apro-
priado, bem como de seu uso adequado,
uma vez que cada traço ou ângulo desenhado
tem um significado próprio.

2.1 Pranchetas
Utilizadas por aqueles que iniciam o processo
de concepção à mão, as pranchetas podem ser
fixas ou portáteis, com ou sem regulagem, de
tamanhos variados, para darem suporte às fo-
lhas A0, A1, A2 e/ou A3. Geralmente são acom-
panhadas de régua paralela ou tecnígrafos, e,
quando não os possuem, se utilizam da régua
“T” como suporte para os desenhos.
Atualmente há modelos de prancheta que pre-
veem a integração com computadores e outros
móveis de apoio, como gaveteiros e espaços
para armazenagem de papéis.

2.2 Réguas paralelas e réguas


“T”
As réguas paralelas e “T” atuam, juntamente com
as pranchetas, na execução de linhas horizontais
ou como apoio a esquadros e gabaritos. A
régua paralela, por ser instalada na prancheta,
apresenta maior segurança e precisão do traço,
enquanto a régua “T” funciona apoiada apenas à
lateral da mesa, dependendo seu uso da firmeza
e da experiência do desenhista, pois ela pode
ser mais sujeita a erros.

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2.3 Papéis
Há diversos tipos e tamanhos de papel, para diferentes usos, técnico ou artístico. Normatizados pela
ABNT (NBR 10068), eles podem ser:

• Papel-manteiga, sulfurizê ou croquis: muito utilizado atualmente para anteprojetos, esse papel
aceita a utilização de grafite, lápis de cor, caneta hidrocor e nanquim, apesar da necessidade de
cuidados para não borrar o desenho. Há formatos A0, A1, A2, A3 e A4, que podem ser vendidos
em bloco, avulso ou em rolo. Cuidado para não confundir o papel-manteiga para desenho com o
papel-manteiga brilhante utilizado na culinária.
• Papel sulfite: usado para plotagem, isto é, impressão digital de desenhos, ou no uso de dese-
nhos finais a nanquim ou canetinhas. Também nos formatos A0, A1, A2, A3 e A4, é vendido em
bloco, avulso ou em rolo e pode ser encontrado com ou sem margens.
• Papel vegetal: antes dos desenhos auxiliados por computador, os projetos de aprovação final
eram feitos no papel vegetal, com utilização de caneta nanquim. É semitransparente, e não pode
ser dobrado. Vendido em rolo, avulso ou em bloco, também nos formatos A0, A1, A2, A3 e A4,
era muito comum devido a sua resistência ao tempo. Também é encontrado com as margens
pré-desenhadas. Sua ultilização diminuiu devido ao uso intenso da computação gráfica e ao uso
das impressões digitais em sulfite.

Há outros papéis, como vergê, craft, canson e colorplus, que são utilizados para outras tantas
finalidades, como artes plásticas, desenhos gráficos, etc.
Segundo a ABNT (NBR 10068), os papéis seguem dimensões predefinidas, conhecidas como série
“A”, sendo que o desenho deve ser executado no menor formato possível, desde que este não
comprometa sua interpretação.

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Formatos da série “A” com dimensões em milímetros


Margem Carimbo
Formato Dimensões Com a
Esquerda Outras
margem direita
A0 841 × 1.189 25 10 185 × 297
A1 594 × 841 25 10
A2 420 × 594 25 7
A3 297 × 420 25 7
A4 210 × 297 25 7
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT

A-0 A-2 A-3

A-4

A-1

Bipartição ou duplicação sucessiva

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2.4 Lapiseiras e grafites


As lapiseiras, também conhecidas como porta-minas, tiveram sua primeira patente em 1822, na
Inglaterra, sendo seguidas por inúmeras alterações nos anos seguintes, como o mecanismo de
mola para alimentação, em 1877, e a alimentação por rotação, em 1895. A primeira mina (grafite)
0.9 mm, que não precisava ser apontada, foi lançada em 1938.
Utilizadas em desenho técnico, elas devem obedecer às normas técnicas (NBR 8403) quanto a sua
numeração, pois cada traço desenhado, contínuo ou tracejado, com espessura diferente, possui um
significado, representando algum elemento específico.

• Lapiseira 0.9 mm ou 0.7 mm – As lapiseiras 0.9 e 0.7 são direcionadas para traços de espessura
mais forte, linhas de contorno, utilizadas para representar elementos construídos como paredes,
bordas de peças ou elementos com espessura. Também são utilizadas para elaborar esboços,
croquis, isto é, desenhos na fase de criação.
• Lapiseira 0.5 mm – Utilizada para desenhar elementos como cotas, textos, caixilhos (em
desenhos arquitetônicos), linhas em vista, como degraus, linhas de dobras, ou indicativas, em
casos de desenhos mecânicos. Quando tracejadas, podem indicar projeção (traços menores)
ou linhas de eixo (traços maiores ou traço-ponto).
• Lapiseira 0.3 mm – Traçadas levemente, as linhas auxiliares, ou de construção, representam
as linhas que apoiam o desenho principal; geralmente não necessitam ser apagadas devido à
extrema leveza da linha, como a linha de extensão da cota.

Apesar da descoberta da grafite por volta de 1400, na Baviera, somente em 1564, na Inglaterra,
surgiram os primeiros lápis graças à descoberta de enormes minas que irão fornecer material à Europa
até o século XIX. Antigamente chamadas de minas, as grafites são extremamente importantes, pois,
conforme sua escolha, o desenho terá uma evolução específica.

• Grafite H (hard) – As grafites com numeração H são mais duras, isto é, possuem mais argila,
logo, soltam menos pó, borrando menos, gerando traços mais finos e claros, que não apagam
facilmente quando usados com muita pressão. São utilizadas geralmente nas linhas de auxiliares
e em desenhos finais pelo fato de não borrarem facilmente. Sua numeração pode ir de 9H a 2H,
H e HB, sendo estas três últimas utilizadas para desenho técnico, nas lapiseiras 0.3 (2H e H) e
0.5 (H e HB).
• Grafite B (brand ou black) – É utilizada para traços mais fortes e escuros, escritas maiores e,
como tem menos argila, tende a borrar mais, pois deposita mais grafite no papel, soltando mais
pó. Pelo fato de ser macia, é muitas vezes usada na elaboração de esboços e croquis. Sua
numeração vai de 9B a 2B e B, sendo as duas últimas para desenho técnico. Tem-se 0.5 e 0.7
(HB e B) e 0.9 (HB, B e 2B).
• Grafite HB – Grafite de dureza média, muito utilizada para escrita, para traçados de linhas densas
e fortes, é considerada de uso geral, apesar de borrar e ser fácil de apagar.

Duras Média Macias


9H 8H 7H 6H 5H 4H 2H H HB B 2B 3B 4B 5B 6B 7B 8B 9B

Deve-se observar que:


• Quanto mais dura a superfície, mais macia parece a grafite.
• Quanto mais quente a temperatura atmosférica, mais macia a grafite fica.
• Quanto mais baixa a temperatura atmosférica, mais dura a grafite fica.
• Não se deve alimentar a lapiseira com mais de três grafites para não entupir seus mecanismos.
• O uso de lapiseiras com cores diferentes, conforme a numeração, colabora para a agilidade do
desenho.

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2.5 Borracha
A escolha da borracha adequada colabora para o desenvolvimento de um desenho limpo, sem
manchas ou duplicidade de informação. Há vários tipos e formatos no mercado, sendo que para o
desenho técnico os mais indicados são:

• Borracha plástica – muito importante para o desenho técnico, pois permite apagar traços mais
fortes e, por ser mais dura do que as demais, permite um acabamento mais refinado.
• Limpa-tipo – borracha bastante maleável, similar a uma massa de modelar, tem a capacidade de
absorver as partículas menores de grafites sem estragar o papel, isto é, tem como função básica
a remoção do excesso de grafite sem borrar.
• Caneta-borracha – muito importante, pois serve para apagar detalhes em locais que necessitam
de maior precisão.

2.6 Esquadro, gabaritos, curvas francesas e flexíveis


Os esquadros, gabaritos e curvas atuam como instrumentos complementares à régua paralela
ou “T” para apoiarem o traço de diversas formas com a precisão de uma régua.

• Esquadros: podem ser de 45º ou 30º/60º. Quando apoiados na régua paralela ou “T”, servem de
apoio ao traço conforme seu respectivo ângulo ou, quando associados conjuntamente, podem
formar outros diversos ângulos. Sugere-se a aquisição de esquadros de acrílico sem graduação,
pois estes podem gerar confusões durante o desenho. Podem ser vendidos em diversos
tamanhos, sendo os menores adequados para transporte, os medianos, para uso em geral, e os
grandes são muito utilizados para desenhos de perspectivas.
• Gabaritos: os gabaritos servem como apoio a desenhos de peças sanitárias, mobi­liários, formas
geométricas, círculos (bolômetros), elipses, símbolos, etc. Funcionam como réguas, em diversas
escalas, que colaboram para o desenvolvimento de um desenho “reto”.
• Curvas francesas e flexíveis: atuam como os gabaritos, dando apoio ao desenho de
curvas predeterminadas ou ajustadas conforme o interesse, no caso das flexíveis.

2.7 Escalímetro
Trata-se de uma régua triangular com seis diferentes graduações que serve para medir e conceber
desenhos em escalas e medições específicas. O convencional, utilizado em engenharia e arquitetura
(no 1), possui as escalas 1:125, 1:100, 1:75, 1:50, 1:20 e 1:25, simbolizadas em duplas e geralmente
nas respectivas cores (vermelho, verde e azul), colaborando assim para facilitar seu manuseio. Há
também escalímetros com outras numerações:

• no 2 – escalas: 1:100, 1:200, 1:250, 1:300, 1:400, 1:500;


• no 3 – escalas: 1:20, 1:25, 1:33, 1:50, 1:75, 1:100;
• no 4 – escalas: 1:500, 1:1.000, 1:1.250, 1:1.500, 1:2.000, 1:2.500;
• no 5 – escalas em polegada: 3/32”, 3/16”, 1/8”, 1/4”, 3/8”, 3/4”, 1/2”, 1”, 11/2”, 3”.

2.8 Compasso
Trata-se de um instrumento composto por uma ponta seca e outra com grafite, utilizado na elaboração
de circunferências, elipses e outros elementos geométricos. O compasso ajustável em ambos os
lados permite seu maior alongamento, alcançando assim maiores diâmetros.

2.9 Escova de desenho (bigode)


O bigode é uma escova utilizada para a limpeza da superfície de trabalho a fim de evitar que se borre
o desenho devido à existência de restos de grafite ou de borracha.

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2.10 Fita adesiva


Podendo ser fita adesiva do tipo crepe ou vegetal, serve para fixar a folha na prancheta, conforme
a explicação abaixo.

2.11 Caneta nanquim


Nas opções recarregável e descartável, é utilizada para a execução do desenho finalizado, passado
a limpo, feito à mão. Pode ser aplicada nos papéis-manteiga, sulfite ou vegetal, sendo mais comum
nos dois últimos. Há várias espessuras: 0.1 mm, 0.2 mm, 0.3 mm, 0.4 mm, 0.5 mm e outras. Para um
melhor resultado do desenho, escolha usar canetas pares ou ímpares, pois a diferença da espessura
dos traços ficará mais evidente. Com relação às descartáveis, procure ter todas da mesma marca,
porque é comum uma caneta 0.5 mm de uma marca ter espessura muito próxima à de uma caneta
0.7 mm de outra marca.

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3. Utilização do
material

P
ara obter um desenho de qualidade (limpo,
preciso, rápido e bonito), é preciso utilizar
corretamente os instrumentos e realizar al-
guns procedimentos que tornam a atividade de
desenhar mais prática e exata.
Primeiramente, antes de iniciar o trabalho, verifi-
que a iluminação e a limpeza da prancheta e de
todos os instrumentos; se necessário, limpe-os
com flanela, água e sabão.
Prenda o papel à prancheta com a fita adesiva
na diagonal e na ordem descrita no item 2.10 (fita
adesiva). Essa forma facilita o prendimento do
papel e evita a formação de rugas, deixando-o
bem esticado e rente à superfície. A fita na dia-
gonal também diminui as chances de que ela se
solte no decorrer do trabalho.
A folha também deve ser fixada horizontalmen-
te à régua paralela, para garantir que as linhas
feitas com esse instrumento fiquem paralelas às
bordas da folha, não dando a impressão de um
desenho torto.
A lapiseira deve ter uma ponta fina, comprida,
reta e não retrátil. No final dessa ponta deve
haver um degrau que servirá de apoio a ser
encostado na régua e nos esquadros para
facilitar o deslizamento da lapiseira.

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Ao segurar a lapiseira, incline-a ligeiramente no sentido do traço e apoie apenas o dedo mínimo na
folha, evitando o contato da mão ou do braço com o papel para não causar borrões.

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Procure também girar a lapiseira entre os dedos enquanto realiza o traço. Dessa forma, haverá um
desgaste por igual da grafite mantendo-se esta do mesmo tamanho e, assim, preserva-se o traço
sempre com a mesma espessura.

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A régua paralela pode ser movimentada para cima e para baixo, para a escolha dos locais onde
serão traçadas as linhas. Para traçar linhas na horizontal, utiliza-se qualquer uma das faces da ré-
gua paralela. Para obter linhas na vertical, necessita-se dos esquadros, que devem ser apoiados na
régua paralela. Repare na figura abaixo: o esquadro está apoiado na régua de forma que uma das
laterais fique perpendicular à régua.

Utiliza-se essa lateral para traçar as linhas na vertical. Tenha o cuidado de verificar se a base do
esquadro está completamente apoiada na régua para evitar traços tortos.

Nota: nunca utilize a régua graduada ou o escalímetro para traçar linhas paralelas verticais ou
horizontais. Eles servem apenas para fazer medições.

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O apoio do esquadro na régua paralela permite que ele deslize de um lado para o outro, possibilitando
a execução de várias linhas verticais paralelas.
Com os esquadros podem-se também traçar linhas em ângulo. Podem ser os ângulos convencionais,
ou seja, os do próprio esquadro (30°, 45°, 60°), ou a utilização de dois esquadros para obtenção de
outros ângulos (15° e 75°), conforme os exemplos abaixo:

Para traçar circunferências, podem ser utilizados o bolômetro ou o compasso, sendo que o bolômetro
apresenta várias opções de tamanhos determinados e o compasso é um instrumento que permite a
escolha do tamanho da circunferência a ser traçada a partir do centro.
Ao utilizar o compasso, primeiro marque no papel a localização do centro da circunferência, abra-o,
espete a ponta de aço na demarcação e, segurando com o polegar e o indicador a parte superior,
apoie a outra ponta com a grafite no papel e faça um giro, inclinando o instrumento ligeiramente na
direção do traço.
Tanto o compasso como o bolômetro podem ser utilizados para fazer curvas ou ondas construídas
a partir da junção de parte das circunferências.
A curva francesa apresenta-se como outra possibilidade de instrumento para execução dessas
formas a partir de algumas opções prontas; já a curva flexível, moldável, permite o desenho de
inúmeros tipos de curvas e ondas.
Ao passar a limpo o desenho no papel vegetal, utilize a caneta nanquim perpendicular à folha,
apoiada na régua paralela ou no esquadro. Para evitar borrões, limpe os restos de borracha sobre o
papel e não deixe que a ponta da caneta fique muito rente à régua ou ao esquadro, pois o excesso
de tinta pode escorrer por debaixo da superfície desses instrumentos, manchando o papel. Outra
orientação é programar os traços de forma a evitar que a régua e o esquadro fiquem passando por
cima do nanquim ainda molhado.

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4. Geometria
básica

P
ara representar graficamente peças e edi-
fícios construídos, isto é, elementos tridi-
mensionais em desenhos bidimensionais,
é necessário utilizar a geometria.
Por meio dela podem-se construir graficamente
formas, ângulos e outros elementos que com-
põem o objeto como um todo.
Reta perpendicular: é a que se dirige sobre uma
linha ou sobre um plano, formando ângulo reto.
P

Retas paralelas: duas ou mais linhas ou


superfícies equidistantes em toda a extensão:
estão em um mesmo plano e não se interceptam.
As retas r e s retas são paralelas entre si.

Polígono – toda figura é formada por uma linha


poligonal fechada e por sua região interna.
A figura formada recebe o nome conforme o
número de lados que ela possui.

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3 lados = triângulo ou trilátero 12 lados = dodecágono


4 lados = quadrilátero 13 lados = tridecágono
5 lados = pentágono 14 lados = tetradecágono
6 lados = hexágono 15 lados = pentadecágono
7 lados = heptágono 16 lados = hexadecágono
8 lados = octógono 17 lados = heptadecágono
9 lados = eneágono 18 lados = octadecágono
10 lados = decágono 19 lados = eneadecágono
11 lados = undecágono 20 lados = icoságono

Exemplo de triângulos

Triângulo equilátero – três lados com medidas iguais.

Triângulo isósceles – dois lados com a mesma medida.

Triângulo escaleno – três lados com medidas diferentes.

Exemplo de quadriláteros

Trapézio – possui dois lados opostos paralelos e com


comprimentos distintos, denominados base menor e base maior.

Paralelogramo – possui lados opostos paralelos.

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Retângulo – possui lados opostos paralelos e quatro ângulos


retos.

Quadrado – possui quatro lados congruentes, lados opostos


paralelos e quatro ângulos retos.

Losango – possui quatro lados congruentes e lados opostos


paralelos.

Exemplos de outros polígonos

Pentágono – cinco lados.

Hexágono – seis lados.

• Poliedro (sólido, limitado por vários polígonos.)

Tetraedro – quatro lados.

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Hexaedro – seis lados.

Octaedro – oito lados.

Dodecaedro – doze lados.

Icosaedro – vinte lados.

• Prisma – poliedro formado por uma face superior e uma face inferior paralelas e congruentes
(também chamadas de bases) ligadas por arestas. Os prismas são designados pelo número de
lados das bases.

Prisma triangular – três lados.

Prisma quadrangular – quatro lados.

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Prisma pentagonal – cinco lados.

Prisma hexagonal – seis lados.

Exemplos de outras formas

Circunferência – linha curva plana fechada com todos os seus


pontos à mesma distância de um ponto chamado centro.

Círculo – espaço dentro dos limites da circunferência.

Diâmetro – segmento de reta que divide a circunferência em duas


partes iguais passando pelo ponto centro A.

Raio – segmento de reta que vai do ponto centro A a qualquer


ponto que forme a circunferência.

Cilindro – sólidos limitados por dois círculos congruentes, situados


em planos paralelos, e por uma superfície curva que pode ser
planificada.

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Cone – reunião dos segmentos com uma extremidade em V e a


outra em um ponto do círculo.

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5. Unidades de
medida

N
o início, as medidas se baseavam em
partes do corpo, uma referência universal
passível de verificação. Alguns exemplos:
polegada, palmo, pé, jarda, braçada, passo, cô-
vado, cúbito, toesa.
Normalmente, essas medidas eram baseadas no
corpo de um rei como padrão, mas esse método
causava, por vezes, confusão, pois cada pessoa
que tentava medir com seu próprio corpo pos-
suía o palmo ou a polegada ou qualquer outra
parte diferente da utilizada como referência.

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Com a intenção de corrigir esse problema, os egípcios, que utilizavam costumei­ramente o cúbito,
passaram a medir com um pedaço de pedra ou madeira, de medida fixa chamada de cúbito-padrão.
A Inglaterra utilizava polegada, pé, jarda e milha, e a França utilizava toesa. Na Bíblia, encontra-se
uma referência ao côvado na construção da arca de Noé.
Procurando criar uma medida única para todos, a França propôs em 1790 uma nova unidade de
medida igual à décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre, o metro. Essa de-
finição original foi alterada várias vezes, sem alterar a medida, com o intuito de deixá-la cada vez
mais precisa. Atualmente tem-se a seguinte definição em vigor: o metro é o comprimento do trajeto
percorrido pela luz no vácuo durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 de segundo.
A seguir, alguns exemplos de conversões utilizadas.

Tabela de conversões

Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro Milímetro


km hm dam m dm cm mm
1.000 100 10 1 0,1 0,01 0,001
10 mm = 1 cm
1.000 mm = 1 m
100 cm = 1 m

Unidades de medida Nomenclatura em inglês Valor da medida


Polegada inch 2,54 cm
Pé foot 30,48 cm
Jarda yard 91,44 cm
Milha mile 1.609 m
Are are 100 m2
Acre acre 4.047 m2
Hectare hectare 10.000 m2
Alqueire paulista* — 24.200 m2
*Varia conforme a região do Brasil.

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6. Caligrafia

M
esmo para escrever textos, títulos, le-
gendas e cotas, é necessário ter o de-
vido cuidado para sua perfeita compre-
ensão. Assim sendo, a legibilidade do texto se
mostra fundamental na elaboração de um bom
desenho técnico, e, para isso, há normas (NBR
8402) que devem ser seguidas.

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Tamanho de textos

Tamanho Altura Grafite Lapiseira


Textos pequenos 1.5 mm / 2.0 mm HB 0.5 mm
Textos médios 3.0 mm / 3.5 mm HB ou B 0.5 mm ou 0.7 mm
Textos grandes 4.5 mm / 5.0 mm HB ou B 0.9 mm

Observação: é importante que a caligrafia técnica fique uniforme, legível e com boa qualidade.

Exercício de caligrafia no ANEXO I (pág. 58).

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7. Margem,
carimbo e
dobras

A
folha também segue normas (NBR 10068
e NBR 13142) ao ser apresentada. Há a
necessidade de margens a fim de se de-
marcar a área de desenho, bem como dobras,
furos e carimbos para sua devida identificação.
Os carimbos seguem modelação para que,
quando as folhas forem dobradas, ainda apre-
sentem seus dados no local certo. Cada escri-
tório técnico possui um carimbo específico, e os
órgãos governamentais seguem o padrão ABNT
(NBR 10582).

senac são paulo | 33


Desenho Técnico

34 | SEnAC São PAuLo


Desenho Técnico

SEnAC São PAuLo | 35


Desenho Técnico

Após a elaboração dos desenhos técnicos, as folhas podem ser armazenadas em mapotecas, isto é,
em armários preparados para guardar os desenhos sem serem dobrados, geralmente os originais, ou
em pastas, nesse caso obedecendo às dobras (NBR 13142).

42 cm
14,85 cm

A-3
o
29,70 cm

42 × 29,70 cm
SÉRIE “A”
o
14,85 cm

SENAC UR-A

Lucas Moraes Cintra SEM ESC.

Formato A-3 PRV./09

42 × 29,70 cm SENAC-A3

13 cm 10,5 cm 18,5 cm

59,40 cm
10,5 cm
12,30 cm

A-2
42 cm

29,70 cm

59,40 x 42 cm
SÉRIE “A”

SENAC UR-A

Lucas Moraes Cintra SEM ESC.

Formato A-2 PRV./09

59,40 × 42 cm SENAC-A3

12,1 cm 9,6 cm 9,6 cm 9,6 cm 18,5 cm

36 | SEnAC São PAuLo


Desenho Técnico

10,5 cm

29,70 cm

A-1
59,40 cm

84,10 × 59,40 cm
SÉRIE “A”
o
29,70 cm
o

SENAC UR-A

Lucas Moraes Cintra SEM ESC.

Formato A-1 PRV./09

84,10 × 59,40 cm SENAC-A3

21 cm 13 cm 13 cm 18,5 cm 18,5 cm

10,5 cm

118,90 cm
24,7 cm

A-0
84,10 cm
29,7 cm

118,90 × 84,10 cm
SÉRIE “A”

11,95 cm
29,7 cm

SENAC UR-A

Lucas Moraes Cintra SEM ESC.

Formato A-0 PRV./09

118,90 × 84,10 cm SENAC-A3

21,0 cm 23,9 cm 18,5 cm 18,5 cm 18,5 cm 18,5 cm

SEnAC São PAuLo | 37


8. Traços

C
ada forma com que os traços são exe-
cutados, cada diferença de espessura
da linha, bem como sua intensidade e se
são contínuas, tracejadas ou interrompidas, tem
um significado específico, segundo norma (NBR
8403). Assim sendo, deve-se ressaltar a impor-
tância do traço bem desenvolvido e claramente
diferenciado para que não haja dúvida na inter-
pretação do desenho técnico.

senac são paulo | 39


Desenho Técnico

Espessura de traços

Traço Grafite Lapiseira Tipo de linha Uso


Grosso, forte e HB ou B 0.9 mm Principais, Linhas que estão sendo
escuro secundárias cortadas

Médio HB 0.5 mm Secundárias Linhas em vista,


elevações

Fino, fraco, claro H 0.3 mm Grades, layout, Linhas de construção,


representação cotas, texturas

Tipos de linhas

Linhas Grafite Lapiseira


Projeção pequena H 0.5

Projeção média HB 0.5

Projeção grande HB 0.5

Linha de centro / eixo / indicação de corte H 0.5


. . .

Exercício de espessura dos traços no ANEXO II (pág. 59).

40 | senac são paulo


9. Escala

A
escala consiste em um sistema de redu-
ção ou ampliação gráfica de um objeto
real, isto é, conforme o tamanho do obje-
to a ser desenhado, escolhe-se uma determina-
da escala a fim de se permitir sua representação
gráfica.
Por exemplo, quando lemos escala 1:100, isso
significa que o objeto foi reduzido em 100 vezes
e, quando se lê 10:1, que ele foi ampliado em 10.
Cada área de conhecimento aplica geralmen-
te um conjunto de escalas, como a arquitetura
(1:100, 1:50, 1:25, etc.), o urbanismo (1:1.000,
1:500, etc.) e o design industrial (1:1, 5:1, 10:1,
etc.).
Cabe ao desenhista ou projetista definir a escala
apropriada para o melhor entendi­mento do de-
senho.

senac são paulo | 41


Desenho Técnico

Exercício de escala no ANEXO III (pág. 60 a 62).

42 | senac são paulo


10. Cotas

C
omo os demais itens anteriores, ao se
desenharem as cotas, para dimensionar
as peças, deve-se obedecer à norma
(NBR 10126) da ABNT. Todos os elementos da
cota, descritos a seguir, serão devidamente exe-
cutados para que a peça seja dimensionada de
forma que não haja interpretações errôneas.
Há alguns cuidados a serem tomados quanto ao
posicionamento das cotas: as menores devem
estar próximas ao objeto cotado, num primeiro
alinhamento, e as maiores devem vir a seguir,
mais externamente num segundo alinhamento.
A numeração, sempre à esquerda da linha de co-
tas verticais e acima das horizontais.

4.82
2.41 2.41
1.75
4.59

2.84

0.92 2.98 0.92

senac são paulo | 43


Desenho Técnico

ø 4.00
.00
r2

6.00
1.50

1.80
3.00

1.50

1.20
2.00 2.50 1.50

Primeiros afastamentos

6.00
1,5 cm
1 cm

1 cm
a

a
1,5 cm
1.50

1.80
3.00

1.50

1.20

1 cm
a
1,5 cm

1,5 cm 2.00 2.50


1 cm

1.50
a

44 | senac são paulo


Desenho Técnico

Segundos afastamentos

6.00

7,5 mm

1 cm
a
1.50

1.80
3.00

3.00
1.50

1.20
7,5 mm

2.00 2.50 1.50


1 cm
a

7,5 mm
a
6.00 1 cm

Valor numérico

6.00
1.50

1.80
3.00

1.50

1.20

2.00 2.50 1.50

Cotas horizontais = acima


Cotas verticais = à esquerda

Exercício de cotas no ANEXO IV (págs. 63 e 64).

senac são paulo | 45


11. Vistas
ortogonais

A
s vistas ortogonais se mostram como
artifícios para representar bidimensional-
mente elementos tridimensionais. Assim
sendo, graças à geometria descritiva, é possível
representar qualquer objeto, construído ou não,
conforme a explicação a seguir:

senac são paulo | 47


Desenho Técnico

48 | senac são paulo


Desenho Técnico

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Desenho Técnico

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Desenho Técnico

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Desenho Técnico

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Desenho Técnico

Exercício de vistas ortogonais no ANEXO V (págs. 65 e 66).

senac são paulo | 53


12. Símbolos e
representações

A
o se elaborar o desenho técnico, cada
linha ou conjunto de linhas tem seu sig-
nificado dentro do contexto do desenho.

senac são paulo | 55


Desenho Técnico

Exemplos de alguns símbolos e representações:

56 | senac são paulo


Desenho Técnico

senac são paulo | 57


13. Etapas do
desenho

P
ara iniciar o desenho, sugere-se a seguin-
te ordem, visando-se à rapidez, à limpeza
e, consequentemente, à apresentação e à
exatidão do desenho:

1a Etapa: Formato
1. Tenha em mãos uma planta (com cotas ou
em escala) impressa que será copiada ou um
croqui da planta com cotas obtidas por meio
de medição do local com trena.
2. Fixe a folha de papel-manteiga na prancheta
alinhada com a régua paralela.
3. Inicie utilizando a lapiseira 0.3 mm ou 0.5 mm
com grafite H ou HB, fazendo traços bem
fracos e leves para não marcar o papel caso
ocorram erros.
4. Desenhe o formato com as margens e carim-
bo, indicando as dobras.

2a Etapa: Desenho e Edificação


1. Comece o desenho de fora para dentro, tra-
çando primeiro as linhas externas.
2. Desenhe a espessura das paredes externas.
3. Desenhe as paredes internas.
4. Desenhe portas, janelas, degraus.
5. Desenhe o mobiliário.
6. Limpe e apague os excessos das linhas.
7. Desenhe as projeções, os pisos e os revesti-
mentos.
8. Cote.
9. Acentue as espessuras dos traços.

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14. Plantas

P
lanta baixa é o nome que se dá ao dese-
nho de uma edificação, obtida a partir do
corte horizontal à altura média de 1,2 m a
1,5 m em relação ao piso do pavimento. Repre-
senta todos os ambientes da construção, como
salas, dormitórios, cozinha e outros aspectos
físicos da estrutura, como portas e janelas. As
plantas baixas devem mostrar em escala as me-
didas das paredes e dos vãos, além do nome de
cada ambiente e seu respectivo nível.

senac são paulo | 61


Desenho Técnico

PROCESSO DE OBTENÇÃO
DA PLANTA BAIXA

62 | senac são paulo


Desenho Técnico

Cortes são desenhos complementares à planta baixa, em que são indicadas as dimensões verticais
da construção. A posição do corte depende do interesse de visualização, e podem ocorrer desvios
para onde houver maior número de detalhes a serem mostrados.

CORTE TRANSVERSAL
sem escala

CORTE LONGITUDINAL
sem escala

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Desenho Técnico

Fachada (ou elevação), também conhecida por vista, representa uma das faces da construção, ou
seja, é a vista externa da edificação. Nela aparecem portas, janelas, telhados e todos os outros
elementos que são visíveis de fora da edificação.

Fachada

Exercício de desenho de plantas, cortes, elevações e perspectivas no


ANExO vI (págs. 67 a 80).

64 | SEnAC São PAuLo


15. Normas

Siglas de algumas das principais associações


de normas técnicas:
ABNT: Associação Brasileira de Normas
Técnicas – Brasil
AFNOR: Association Française de Normalisation
– França
ANSI: American National Standards Institute –
EUA
ASTME : American Society of Tool and Manufac-
turing Engineers – EUA
BS: British Standards – Grã-Bretanha
DIN: Deutsche Industrie Normen – Alemanha
ISO: International Organization for Standardiza-
tion – Suíça
JIS: Japanese Industrial Standards Committee –
Japão

Principais normas técni cas de desenho


técnico e desenho arquitetônico:
NBR 6492: Representação de projetos de
arquitetura
NBR 8196: Emprego de escalas em desenho
técnico
NBR 8402: Execução de caractere para escrita
em desenho técnico
NBR 8403: Aplicação de linhas em desenhos –
Tipos de linhas – Larguras das linhas
NBR 10068: Folha de desenho – Layout e
dimensões – Out./1987
NBR 10126: Cotagem em desenho técnico
NBR ISO 10209-2: Documentação técnica de
produto – Vocabulário – Termos relativos aos
métodos de projeção
NBR 10582: Apresentação da folha para
desenho técnico
NBR 13142: Dobramento de cópias de desenho
técnico

senac são paulo | 65


Referências
bibliográficas

desenho arquitetônico
ALBERNAZ, M. P.; LIMA, C. M. Dicionário ilustrado de arquitetura. Vol. 1. São Paulo: Pro Editores,
1997-1998. (Verbetes das letras A até I.)
__________. Dicionário ilustrado de arquitetura. Vol. 2. São Paulo: Pro Editores, 1997-1998. (Ver-
betes das letras J até Z.)
AZEREDO, H. A. O edifício e seu acabamento. São Paulo: Edgard Blucher, 1995.
CHING, F. D. K. Dicionário visual de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
__________. Representação gráfica em arquitetura. Porto Alegre: Bookman Companhia, 2011.
GURGEL, M. Projetando espaços: design de interiores. São Paulo: Editora Senac São Paulo,
2007.
__________. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas residenciais. São Pau-
lo: Editora Senac São Paulo, 2005.
__________. Projetando espaços: guia de arquitetura de interiores para áreas comerciais. São Pau-
lo: Editora Senac São Paulo, 2005.
MOIA, J. L. Construir uma vivenda. Lisboa: Presença, 1994.
MONTENEGRO, G. A. Desenho arquitetônico. São Paulo: Blucher, 2001.
NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili SL, 2004.
NEUFERT, P.; NEFF, L. Casa, apartamento, jardim: projetar com conhecimento, construir correta-
mente. Barcelona: Editorial Gustavo Gili SL, 2008.
OBERG, L. Desenho arquitetônico. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 1997.
PANERO, J.; ZELNIK, M. Las dimensiones humanas en los espacios interiores. Barcelona: Edi-
torial Gustavo Gili, SL, 1996.
TERRA, P.; RODRIGUES, I. Decoração na medida certa. Rio de Janeiro: Editora Senac Rio de Ja-
neiro, 2011.

Desenho de apresentação
DOYLE, M. E. Color drawing: design drawing skills and techniques for architects, landscape archi-
tects, and interior designers. Nova York: Wiley, John & Sons, Incorporated, 2006.
PORTER, T.; GOODMAN, S. Diseño: técnicas gráficas para arquitectos, diseñadores y artistas. Bar-
celona: Gustavo Gili SL, 1992.
WALKER, T. D.; DAVIS, D. A. Plan graphics. Nova York: John Wiley Professio, 1999.
Informática – AutoCAD
KATORI, R. AutoCAD 2011: projetos em 2D. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2011.
_________. AutoCAD 2011 3D: modelamento em 3D e recursos adicionais. São Paulo: Editora Se-
nac, São Paulo, 2011.
Gestão
STRUNCK, G. Viver de design. Rio de Janeiro: 2AB, 2004.

senac são paulo | 67


Anexos

senac são paulo | 69


Desenho Técnico

ANEXO I – Exercício de caligrafia

OBS.: EXERCITAR LETRAS MAIÚSCULAS E NÚMEROS

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Desenho Técnico

ANEXO II - Exercício de espessura dos traços

OBS.: EXERCITAR EM PAPEL-MANTEIGA À GRAFITE

senac são paulo | 71


Folha 1/3

Desenho Técnico
1.Desenho
Indique qual– Aluno
Técnico
a escala das figuras: 2. Indique qual a escala das figuras:
ESCALÍMETRO – Exercício de ApoioANEXO III – Exercício de escala
Folha 1/3

1. Indique qual a escala


1. Indique das das
qual a escala figuras:
figuras: 2. Indique qual
2. Indique qual aaescala
escaladas das figuras:
figuras:

h = 1,70 m (altura) (.85 × .90)

3. Indique3.asIndique
medidas na escala 1 : 100.
as medidas na escala 1:100.
4. Indique4. as medidas na escala 1 : 50.
Indique as medidas na escala 1:50.

3. Indique as medidas na escala 1 : 100. 4. Indique as medidas na escala 1 : 50.

72 | senac são paulo


5. Indique as medidas na escala 1 : 25.
Desenho Técnico – Aluno
ESCALÍMETRO – Exercício de Apoio Desenho Técnico
Folha 2/3

5. Indique as medidas na escala 1 : 25.


5. Indique as medidas na escala 1:25.

6. Indique as medidas na escala 1 : 20.


6. Indique as medidas na escala 1:20.

6. Indique as medidas na escala 1 : 20.

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Senac São Paulo 19


Desenho Técnico

74 | senac são paulo


Desenho Técnico

ANEXO IV – Exercício de cotas

correta folha

senac são paulo | 75


Desenho Técnico

correta folha

76 | senac são paulo


Desenho Técnico

ANEXO V – Exercício de vistas ortogonais

Realizar as vistas: frontal, lateral direita, lateral esquerda, superior e posterior dos objetos em pers-
pectiva, conforme exemplo.

Vista Frontal Vista lateral direita Vista posterior


sem escala sem escala sem escala

Vista superior Vista lateral esquerda perspectiva


sem escala sem escala sem escala

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Desenho Técnico

M
Perspectiva 1 Perspectiva 2
sem escala sem escala
Y

CM

MY

CY
36
CMY

Perspectiva 3 Perspectiva 4
Senac
Senac São Paulo
Sãosem
Paulo sem escala 33 33
escala

32

78 | senac são paulo


Desenho Técnico

ANEXO VI – Desenho de plantas, cortes, elevações e


perspectivas

Passar os desenhos a seguir para a escala 1:50.

Planta Baixa
sem escala

senac são paulo | 79


Desenho Técnico

Planta com Layout


sem escala

80 | senac são paulo


Desenho Técnico

Planta Arquitetônica
sem escala

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Desenho Técnico

Corte Longitudinal A-A

82 | senac são paulo


Desenho Técnico

Corte Longitudinal B-B

senac são paulo | 83


Desenho Técnico

Corte Transversal C-C

84 | senac são paulo


Desenho Técnico

Corte Transversal D-D

senac são paulo | 85


Desenho Técnico

Corte Transversal E-E

86 | senac são paulo


Desenho Técnico

Elevação 1

senac são paulo | 87


Desenho Técnico

Elevação 2

88 | senac são paulo


Desenho Técnico

Elevação 3

senac são paulo | 89


Desenho Técnico

Elevação 4

90 | senac são paulo


Desenho Técnico

Perspectiva 1

Observação: a representação da construção (perspectiva) é feita sem escala.

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Desenho Técnico

Perspectiva 2

Observação: a representação da construção (perspectiva) é feita sem escala.

92 | senac são paulo


Fonte Família Helvetica Neue
Papel Offset 115 g/m2
Acabamento em wire-o

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