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DANIEL GOULART
FLORIANÓPOLIS
2022
DANIEL GOULART
FLORIANÓPOLIS
2022
DANIEL GOULART
BANCA EXAMINADORA
Membros:
Agradeço a minha orientadora por aceitar conduzir o meu trabalho de pesquisa. A todos
os meus professores do curso de da Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc pela
excelência da qualidade técnica de cada um.
Aos meus pais que sempre estiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha
trajetória. Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha
vida.
Como disse Snoop Dog: “Eu quero me agradecer por acreditar em mim mesmo, quero
me agradecer por todo esse trabalho duro. Quero me agradecer por não tirar folgas. Quero me
agradecer por nunca desistir. Quero me agradecer por ser generoso e sempre dar mais do que
recebo. Quero me agradecer por tentar sempre fazer mais o certo do que o errado. Quero me
agradecer por ser eu mesmo o tempo inteiro".
Deixo um agradecimento especial a professora Icléia, minha orientadora pelo incentivo
e pela dedicação do seu escasso tempo ao meu projeto de pesquisa.
Se quiser ser um bom profissional, não pode se limitar a
focar somente a própria atividade. Deve ter consciência
da interconexão entre seu trabalho e sua competência
aqueles das outras áreas, sabendo que suas decisões têm
impacto direto, e consequentemente importante, nos
arranjos da empresa. Neste sentido, não basta otimizar
apenas o próprio trabalho. O profissional deve buscar
medir suas exigências com aquelas das outras áreas e,
desta forma, chegar também a tomar decisões de maneira
“não ideal”, visando melhorar a eficiência global do
negócio (CIETTA, 2017, p. 39).
RESUMO
Production outsourcing is a resource used by apparel industries that transfer all or part of their
production to another company. However, one of the challenges of this activity is to
communicate adequately the information and knowledge involved in this process. In this sense,
a digital informational system can become a resource for the transmission and sharing of
knowledge of the clothing manufacturing stages, facilitating communication, organizing the
systematization of information in order to improve processes and standardize results. The
objective of this dissertation is to propose a conceptual model of information and knowledge
management in an application format for communication between apparel manufacturing
companies and outsourcers. The research is classified as applied as to its nature, as to the
problem it is a qualitative approach and, in relation to its objective, it is a descriptive research.
The technical procedures involve bibliographic and documental research and interviews with
the company partner of this study. The justification involves the quality of information
management, as it is a means of generating organizational knowledge and assisting in the
communication of information for the outsourcing of apparel production. The theoretical basis
comprises the studies of information and organizational knowledge management by Nonaka
and Takeuchi (2008), Choo (2003), among others. The subjects of outsourcing, organizational
culture and its practical characteristics, brings Rech (2008), Ballestero-Alvarez (2012), Amato
Neto et al. (2014). For the industrial production of apparel manufacturing and the management
of this chain, the studies by Silveira, Rosa and Lopes (2017) were used, among others. On the
development of digital systems and platforms, it was used studies by Garrett (2003 and 2010),
Rogers, Sharp and Preece (2013), etc. As a result, a conceptual model of an application was
proposed that presents as its main characteristic the ease of use and the communication of
information of the processes that involve outsourcing in the apparel industry. The application
centralizes, formalizes and standardizes the means of sharing and exchanging information
between the apparel company and its outsourcers. Storing data and information that enables its
management and use for business decisions. Through the application, information is shared on
the technical procedures necessary for the performance of formalized outsourced services,
enabling interaction between companies, solving doubts and indicating improvements in the
quality of technical information and procedures.
2D Realidade Bidimensional
3D Realidade Tridimensional
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
B2B Business to Business
B2C Business to Consumer
CAD Computer Aided Design
CAM Computer Aided Manufacturing
CCQ Círculo de Controle de Qualidade
CLT Consolidação das Leis Trabalhistas
CNPJ Cadastro Nacional Pessoa Jurídica
ERP Enterprise Resources Planning
ISSO International Organization for Standardization
TEM Ministério do Trabalho e Emprego
NBR Normas Brasileiras
PCP Planejamento e Controle da Produção
PDCA Plan, Do, Check and Action
SGQ Sistema de Gestão de Qualidade
SMARTS Single Measure Rating Technique Using Swings
TI Tecnologia da Informação
TICs Tecnologias da informação e comunicação
TQC Total Quality Control
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16
1.1 APRESENTAÇÃO TEMA .................................................................................... 16
1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA .......................................................... 17
1.3 OBJETIVOS .......................................................................................................... 19
1.3.1 Objetivo geral ....................................................................................................... 19
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 19
1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 19
1.5 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ....................................................................... 21
1.5.1 Etapas da pesquisa de campo ............................................................................... 21
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................ 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 24
2.1 PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO VESTUÁRIO .................................................... 25
2.1.1 Setor de criação – informações compartilhadas .................................................. 27
2.1.1.1 Informações no desenho técnico ............................................................................. 32
2.1.1.2 Informações registradas na ficha técnica do produto.............................................. 35
2.1.2 Setor de desenvolvimento – informações compartilhadas .................................. 37
2.1.2.1 Conhecimentos compartilhados no setor de modelagem ......................................... 38
2.1.3 Setor de produção – informações compartilhadas .............................................. 40
2.2 TERCEIRIZAÇÃO DE VESTUÁRIO ................................................................... 44
2.2.1 A terceirização no contexto industrial ................................................................. 45
2.2.2 Definições, vantagens e desvantagens da terceirização ....................................... 48
2.2.3 Modelos de terceirização ...................................................................................... 53
2.2.3.1 Modelo proposto para terceirização de atividades (ALMEIDA 2009) ..................... 53
2.2.3.2 Modelo de gerenciamento da terceirização (FRANCESCHINI et al., 2004) ............ 56
2.2.3.3 Critérios de gestão para a terceirização (BEAL et al., 2019) .................................. 58
2.2.3.4 Modelo de projeto de terceirização (QUEIROZ 1998) ............................................ 60
2.2.4 Relacionamentos típicos da terceirização ............................................................ 61
2.2.4.1 Modalidades de terceirização quanto ao tipo de tarefa ........................................... 63
2.2.4.2 Planejamento da terceirização ............................................................................... 65
2.2.4.3 Contratos de terceirização ..................................................................................... 68
2.2.4.4 Legislação brasileira referente à terceirização ....................................................... 70
2.2.5 Terceirização no vestuário ................................................................................... 73
2.2.5.1 Gerenciamento da produção terceirizada de vestuário ........................................... 77
2.2.5.2 Competências essenciais no setor de confecção de vestuário .................................. 79
2.2.6 Qualidades exigidas para os produtos no setor de confecção de vestuário ........ 82
2.2.6.1 Certificação internacional ISO 9000 ...................................................................... 92
2.2.6.2 Programa de certificação de fornecedor – ABVTEX ............................................... 95
2.3 GESTÃO DA INFORMAÇÃO E O CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL .... 97
2.3.1 Gestão da informação ........................................................................................... 97
2.3.1.1 Modelos de gestão do fluxo da informação ........................................................... 100
2.3.1.2 Tecnologias da informação e comunicação (TICs) ............................................... 104
2.3.1.3 Comunicação organizacional na era digital ......................................................... 107
2.3.2 Conhecimento organizacional ............................................................................ 111
2.3.2.1 O conhecimento tácito .......................................................................................... 114
2.3.2.2 Conhecimento explícito ........................................................................................ 116
2.3.3 Compartilhamento do conhecimento tácito e explícito ..................................... 116
2.3.3.1 Formas de compartilhamento do conhecimento .................................................... 117
2.3.4 Gestão do conhecimento organizacional ............................................................ 121
2.3.5 Competências organizacionais ........................................................................... 125
2.4 APLICATIVO ...................................................................................................... 130
2.4.1 Desenvolvimento de aplicativos ......................................................................... 131
2.4.2 Design de interface gráfica para aplicativo ....................................................... 133
2.4.2.1 A comunicação visual ........................................................................................... 134
2.4.3 Diretrizes (guidelines) para projetar interface digital....................................... 139
2.4.4 Design de interação ............................................................................................ 143
2.4.4.1 Experiência do usuário......................................................................................... 144
2.5 ASPECTOS DA TEORIA A SER APLICADA NA PROPOSTA DA
PESQUISA .......................................................................................................... 147
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...................................................... 150
3.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL DA PESQUISA .................................................. 151
3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................ 152
3.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS.................................................................. 152
3.4 ANÁLISE QUALITATIVA DOS DADOS .......................................................... 153
3.5 PESQUISA DE CAMPO ...................................................................................... 154
3.5.1 Amostras da pesquisa ......................................................................................... 154
3.6 DETALHAMENTO DAS ETAPAS DA PESQUISA ........................................... 154
3.6.1 Primeira Etapa – Fundamentação Teórica ....................................................... 154
3.6.2 Segunda Etapa – Seleção da Empresa de Vestuário ......................................... 155
3.6.3 Terceira Etapa – Organização do Questionário ................................................ 155
3.6.4 Quarta Etapa – Aplicação do Questionário....................................................... 156
3.6.5 Quinta Etapa – Organização das Informações .................................................. 156
4 RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO .................................................. 157
4.1 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA ...................................................................... 159
4.1.1 Participação da RX no mercado de vestuário ................................................... 161
4.1.2 Terceirização na RX ........................................................................................... 163
4.2 GESTÃO DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO COM AS EMPRESAS
TERCEIRIZADAS............................................................................................... 166
4.2.1 Compartilhamento de informações e registros para produção terceirizada .... 169
4.3 SELEÇÃO E CADASTRAMENTO DAS EMPRESAS TERCEIRIZADAS ........ 171
4.4 CONTROLE DA QUALIDADE DO SERVIÇO PRESTADO ............................. 172
4.5 PESQUISA REALIZADA COM AS EMPRESAS TERCEIRIZADAS ................ 175
5 MODELO CONCEITUAL - APLICATIVO DE GESTÃO PARA O
COMPARTILHAMENTO DAS INFORMAÇÕES E CONHECIMENTOS DAS
ETAPAS DE CONFECÇÃO DO VESTUÁRIO TERCEIRIZADO ................ 183
5.1 MODELO CONCEITUAL - R3-EXTERNALIZE ............................................... 184
5.1.1 Interface inicial do aplicativo R3 ....................................................................... 184
5.2 CADASTRAMENTO .......................................................................................... 186
6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 208
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 212
APÊNDICE A – Questionário para Identificação .......................................................... 230
APÊNDICE C – Questionário sobre as Práticas Gerenciais .......................................... 234
APÊNDICE D – Questionário sobre Documentos e Informações Técnicas ................... 237
APÊNDICE E – Questionário sobre Controle de Qualidade ......................................... 240
APÊNDICE F – Questionário ao Terceirizado da RX ................................................... 242
ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO ............................................................ 244
16
1 INTRODUÇÃO
1.3 OBJETIVOS
1.4 JUSTIFICATIVA
a forte presença no mercado internacional (FEBRATEX, 2020). São essas características que
traduzem o forte engajamento da indústria têxtil e de vestuário na economia nacional e no
desenvolvimento da economia regional. Destaca-se ainda a importância dessa indústria para o
desenvolvimento social, adicionando ao estado o maior índice de expectativa de vida do país e
de menor desigualdade econômica e analfabetismo (FIESC, 2020).
A relevância científica da presente pesquisa permeia a necessidade de estudos sobre a
utilização da tecnologia ascendente para a contribuição das atividades produtivas da indústria
de vestuário. Um olhar diferenciado que prima aproximar a teoria e a prática em prol do melhor
desempenho das atividades decorrentes dessa indústria de vasta importância ao cenário
econômico e social nacional. A indústria de confecção utiliza em seu processo produtivo um
montante considerável de atividade manual, logo, aspira-se a utilizar dos conteúdos científicos
e da tecnologia para obtenção de melhor desempenho produtivo, maior qualidade do produto
acabado, ascensão da indústria têxtil e das pequenas empresas terceirizadas através da gestão
da informação e dos conhecimentos, assim como a melhoria da qualidade de vida dos
envolvidos nessa cadeia produtiva. Cadeia, essa, formada por gente que pesquisa, estuda, cria,
produz, comunica e vende produtos e serviços de vestuário para gente.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O modelo proposto envolve a coleta e análise das informações utilizadas nas demais
etapas do projeto. Tem a participação dos setores de marketing, criação de produtos e de
produção da empresa. A especificação do projeto é a etapa que faz a definição do problema de
design a partir das análises da coleção anterior, das tendências, do direcionamento
mercadológico e das metas técnicas, funcionais e estéticas do produto a ser desenvolvido.
A delimitação conceitual é trabalhada de acordo com o universo do usuário abrangendo
suas características físicas e psíquicas - e o conteúdo de moda vigente, podendo definir os
conceitos gerais do produto, que não poderão confrontar a imagem de marca e as metas
comerciais da empresa.
A geração de alternativas é a etapa de concretização dos referenciais anteriores em
produtos de moda/vestuário. Neste contexto, são essenciais as ferramentas de desenho,
informática e modelagem tridimensional, por meio das quais o designer poderá materializar
suas ideias e conceitos para novos produtos.
A avaliação e a elaboração fazem a seleção das melhores alternativas (no caso de um
conjunto de produtos ou coleção), partindo para a sua elaboração e definições finais por meio
de desenhos técnicos e/ou fichas técnicas utilizados para o desenvolvimento das modelagens e
dos protótipos de teste e para avaliações de usabilidade, análises técnicas e comerciais para
aprovação das peças.
A realização é a fase final, determinando todas as bases e matrizes para a produção
industrial. Por meio da correção e da adequação dos protótipos serão definidas as fichas técnicas
definitivas e peças-pilotos que orientarão a produção.
Para completar este estudo, apresenta-se também a metodologia de projeto de produto
de Treptow (2013) no Quadro 3.
Estoque
Cartela de cores
Desenvolvimento Tecidos
Aviamentos
Esboços
Fases de realização Desenho técnico
Modelagem
Peças piloto
Reunião de aprovação
Ficha Técnica
Custo
Mostruário
Lançamento e divulgação
Fonte: Treptow (2013).
A ficha técnica do produto é uma ferramenta que permeia toda a sequência produtiva de
produtos de vestuário, necessitando carregar todas as informações pertinentes de cada produto
de forma que sua compreensão seja acessível a todos os setores.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, conhecida como ABNT, esclarece que
uma “ficha técnica tem por objetivo definir tecnicamente o modelo, ou seja, o produto, para os
departamentos de engenharia de produção, custo, PCP (planejamento e controle de produção)
e para as linhas de produção” (ABNT, 2012, p. 19). A ficha técnica "fornece informações claras
sobre o modelo, os procedimentos de montagem, tipo e quantidade de materiais utilizados,
composição do tecido e tempo de processo de cada operação” (BIERMANN, 2007, p. 15).
Segundo Reinke et al. (2015, p. 5), “[...] a técnica de produto de vestuário pode ser
encarada como uma ferramenta comunicacional entre setores criativos e técnicos, desde que
obedeça a determinados critérios, tais como, apresentar informações/especiações relevantes,
linguagem adequada para compreensão das representações gráficas no formato técnico. Para
Hopkins (2011, p. 88), “a ficha técnica inclui as informações visuais necessárias para a
confecção de uma peça de roupa em relação aos custos unitários, como todos os acabamentos
e detalhes de design, que podem incluir etiquetas ou um logotipo bordado. De acordo com
Silveira (2017), na ficha técnica constam dados importantes, como tipo de tecido; de linha;
aviamentos; máquinas etc., e um dos mais importantes: o desenho técnico do produto,
36
Segundo Silveira (2017), os moldes são peças que representam as partes do modelo da
roupa, oriundos da modelagem, que servirão como gabarito de orientação para o corte do tecido.
Na indústria, todos os moldes são inteiros, porque isso, o tecido, é cortado aberto. As partes
duplas, invertidas (frentes, mangas, vistas etc.) são cortadas no molde duas vezes, também
invertidas.
Todos os moldes devem sempre trazer por escrito as seguintes referências básicas
(Quadro 8):
39
O modelista industrial deve marcar, em cada extremidade de costura, o espaço que ela
tomará. Essa marcação é feita com um pique na borda do molde, com o vértice terminando na
direção exata da costura. Essa marcação será transferida para o tecido, pelo processo manual
ou computadorizado. Piques e furos: são pontos de referências, utilizados para a união ou
sobreposição de peças. Ex.: piques na lateral de calças, vestidos etc., e furos para pregar bolsos
(Figura 3).
A confecção diz respeito a uma das atividades do setor produtivo do vestuário industrial
que conta com um vasto processo tecnológico de diversas etapas, tarefas, habilidades e
conhecimentos, transformando a matéria-prima têxtil em artigos de vestuário (ROSA, 2011).
41
Andrade et al. (2015) corrobora que a fabricação de artigos de vestuário e moda envolve uma
longa e complexa cadeia, com significativo volume de matéria-prima e mão de obra.
A mão de obra e matéria-prima envolvidas nessa atividade industrial são fatores
fundamentais relacionados à competitividade de mercado, pois interferem diretamente na
qualidade do produto e na sua produtividade. Assim como os fatores tecnológicos de produção
e gerenciamento, pois convivem neste mesmo segmento de mercado, empresas com padrão
tecnológico e de gerenciamento elevado e outras ultrapassadas (ROSA, 2011). Porém, por meio
da interação entre várias empresas com suas caraterísticas e capacidades produtivas.
Dessa forma, o autor Rosa (2011, p. 35) complementa afirmando que “[...] a escolha das
matérias-primas, máquinas e equipamentos influenciam no produto final, o que gera a
necessidade de os profissionais (do elo confecção) estarem qualificados para selecionar e
conceber produtos com qualidade”, dessa forma, os produtos possivelmente serão absorvidos
rapidamente pelo mercado.
Nesse sentido, de acordo com Cupani (2004), é necessário para a concepção de novos
artefatos, como no caso deste referido estudo, produtos de vestuário, conhecimentos prévios,
novos conhecimentos, normas, regras e instruções para a produção técnica e tecnológica, de
modo a garantir a eficácia do artefato construído. Assim, Rosa (2011) contribui afirmando que
para o produto de vestuário alcançar sucesso, certo nível de sistematização se mostra necessário,
e tende a virar regra.
Diante dessa linha de pensamento, o setor de confecção se encaixa dentro do campo da
tecnologia do vestuário (ROSA, 2011), que, conforme Cupani (2004), a tecnologia de modo
geral (não somente relacionada ao vestuário), visa a elaboração por meio de um projeto, com
algum objetivo específico e executável, produzido de forma sistemática, algum objeto material
ou imaterial.
A tecnologia do vestuário compreende o conjunto das atividades industriais das etapas
de criação e produção de roupas, que de acordo com Rosa, (2011, p. 39) “Cada uma destas
etapas tem seus métodos específicos de trabalho, suas regras e ordens sequenciais de ações que
são organizadas de forma a alcançar o resultado ideal, um vestuário de qualidade em todas as
42
suas dimensões, estética, ergonômica e prática/técnica.” Logo, cada etapa específica necessita
estar integralmente organizada e em sintonia com a cadeia produtiva completa.
Nesse ínterim, o Quadro 9 descreve as etapas e a responsabilidade dos setores de corte
e confecção que cada uma das atividades requer, conforme a contribuição de Andrade et al.
(2015).
Para tanto, a estratégia que evidencia melhor o objetivo do presente estudo é a de número
2, pois essas empresas terceirizadas alocam funcionários para a produção de produtos conforme
a solicitação da empresa contratante, seguindo o seu padrão de produção e qualidade.
Sendo assim, Amato Neto (1995) descreve o processo de terceirização relacionando-o
aos conceitos de: produção flexível; descentralização e desintegração vertical
(desverticalização). Onde o processo produtivo tradicional centralizado sofre rupturas
tornando-o flexível. Logo, objetiva reduzir o tamanho da cadeia de atividades de dada empresa,
focalizando esforços naquilo que irá se transformar em diferencial competitivo para ela,
especializando-se em gerenciar negócios com atividades produtivas limitadas, com número de
processos e estrutura administrativa reduzidos. Essa redução pode acontecer em nível
administrativo (estrutura hierárquica) ou de produção, para que sejam reduzidos ou eliminados
alguns processos ou postos de trabalho (AMATO NETO, 1995). Com isso, delega-se a outras
empresas funções e processos que são considerados complementares. Essas empresas são as
empresas terceirizadas, como conceitua Amato Neto (1995, p. 36),
47
Cria-se, assim, uma relação entre duas empresas, para um mesmo fim, onde a empresa
contratante direciona para empresas terceirizadas, etapas do seu processo produtivo. Nesse
mesmo sentido, Bif (2010, p. 31) destaca que a terceirização “[...] reproduz uma relação
colaborativa e integrada entre duas ou mais empresas, na qual parcela da produção dos produtos
e serviços utilizados por uma é estrategicamente transferida para a unidade fornecedora
externa.” Deve-se destacar que essas relações vão além da criação de valor, mas sim a
realocação da apropriação do valor criado (CORRÊA; CORRÊA, 2012). Os autores enfatizam
ainda que uma forma de aumentar o valor é apropriar-se de parcelas de valor que anteriormente
eram apropriadas por outros, “empresas podem demitir funcionários e, posteriormente,
contratá-los como “pessoa jurídica”, como prestadores de serviço, para produzirem o “valor
apropriado” anteriormente pelos funcionários, na forma de salários e benefícios por exemplo”
(CORRÊA; CORRÊA, 2012, p. 79). Caracterizando, nesse caso, a terceirização como
renegociação de contratação, as empresas também podem decidir repassar parcelas maiores de
risco aos contratados, de modo que os custos fixos pertençam a eles.
Com essa desverticalização da atividade produtiva, a organização empresarial e o
próprio trabalho sofrem alterações de modo a evidenciar as relações interempresariais e a
redução das grandes estruturas organizacionais. Nesse sentido, Amato Neto (1995), destaca que
a empresa contratante deve se limitar a atividades gerenciais de modo a construir uma rede de
fornecedores e colaboradores especializados para cada atividade que é realizada externamente.
Para a autora Ballestero-Alvarez (2012), as mudanças provenientes na estrutura organizacional
em decorrência da terceirização visam maximizar o uso de recursos e racionalizar o sistema
produtivo. E com isso, potencializar ainda mais essa estratégia competitiva, baseada na
cooperação, visando maior produtividade e qualidade, com isso a redução de custos visando
atender as expectativas do cliente final (BALLESTERO-ALVAREZ, 2012). Para melhor
conhecimento do processo de terceirização apresentam-se na sequência algumas definições de
terceirização suas vantagens e desvantagens.
48
Terceirização é o processo pelo qual uma empresa deixa de executar uma ou mais
atividades realizadas por trabalhadores diretamente contratados e as transfere para outra
empresa. Nesse processo, a empresa que terceiriza é chamada “empresa-mãe ou contratante” e
a empresa que executa a atividade terceirizada é chamada de “empresa terceira ou contratada”
(SACC-DIEESE, 2003, p. 5).
Da mesma forma, Ballestero-Alvarez (2012, p. 51) corrobora e define outsourcing ou
terceirização como,
uma técnica de gestão que visa transferir parte das atividades desempenhadas por uma
empresa para terceiros, com os quais mantém relação de parceria. Isso ocorre para que
a primeira possa dedicar-se exclusivamente ao negócio central em que atua, buscando
maior competitividade.
[...] a terceirização pode ser feita pela contratação de terceiros para prestação de
serviços ou produção de produtos ou parte deles, ou seja, é um processo de
transferência de trabalhos que até então eram realizados por pessoas dentro da
empresa tomadora e que hora passarão a ser realizados por funcionários de uma outra
empresa, a prestadora ou terceiro.
de prestação de serviços e não mais de modo unificado [...]” (PIMENTEL, 2009, p. 19). Na
visão do autor, a terceirização acontece quando uma empresa decide contratar outra empresa
para realizar uma atividade. Isso pode acontecer quando essa atividade não tiver relação com o
objetivo da empresa, nomeada como atividade-meio. Já uma atividade-fim é quando existe essa
relação com o objetivo da empresa.
Atividades-meio são aquelas que não coincidem com os fins da empresa contratante,
e atividades-fim são aquelas coincidentes. Se um estabelecimento bancário contrata
empresa de serviços de vigilância, trata-se de contratação de atividade-meio, mas se
contrata empresa de serviço de caixas trata-se de atividade-fim (PIMENTEL, 2009,
p. 20).
Girardi (2006, p. 9), chama atenção pelo fato de a “terceirização ser uma ferramenta
para otimização que vai além, pode transformar a estratégia geral da empresa, se bem aplicada
será positiva, porém, se mal definida e empregada de forma irresponsável, pode trazer prejuízos
graves a organização”.
Goularti Filho e Jenoveva Neto (1997), abordam a terceirização, ou subcontratação
como sendo:
a) de economia financeira – quando o maior objetivo é a redução de custos;
b) de especialização – quando o contratante busca algum especialista (pessoa ou
empresa) para realizar uma atividade que ele não pode ou não deseja executar;
c) de capacidade – que tem como objetivo atender a sobrecarga de pedidos.
Desse modo, envolve posicionamento no mercado competitivo, buscando se destacar,
criando valor que pode ser recorrente da necessidade em atender a alta demanda de produção,
da mesma forma a diminuição de custos e a contratação de empresas com maquinário e mão de
obra especializada e a administração de todo esse processo produtivo.
O processo de interação proveniente da terceirização, proporciona o compartilhamento
e a absorção de boas práticas dos processos se comparado com a realização dessas operações
internamente (CORRÊA; CORRÊA, 2012).
Moraes et al. (2006), contribuem dizendo que os motivos pelo qual a empresa opta por
terceirizar etapas do seu processo produtivo ou atividades complementares são diversos, como
a redução de custos, o aumento do know-how da empresa, agilidade operacional e redução de
atividades que não precisam fazer parte da empresa. No entanto o autor defende que a redução
de custos é o atrativo principal para a terceirização dos serviços.
Conforme pode ser constatado, a terceirização é uma ferramenta de suma importância
para as empresas de vestuário, porque traz agilidade, principalmente aos processos produtivos,
50
No entanto, Martins (2001), alerta que com a terceirização a empresa pode perder
profissionais treinados e capacitados, junto com seus conhecimentos tácitos e habilidades
criativas e de desenvolvimento de produtos, porém, estes profissionais podem ser aproveitados
como prestadores de serviço.
No contexto da terceirização, além da formação de parcerias entre as empresas, ocorre
a troca de informações e conhecimentos, assim como o estabelecimento de novos negócios
(MORAES et al., 2006). O autor enfatiza que, contrário a isso, aumenta-se a dependência dos
serviços prestados por terceiros, assim como o desconhecimento das legislações trabalhistas e
a pulverização do negócio.
Corroborando com as contribuições sobre vantagens e desvantagens da estratégia de
terceirização para a empresa origem e empresa destino, o Quadro 12 ilustra a contribuição dos
autores Amato Neto et al. (2014, p. 58) e Russo (2019, p. 29-31).
Como destacado no Quadro 13, Queiroz (1998) aponta vários benefícios relacionados à
terceirização, e, apenas uma consequência negativa, no entanto, o desemprego, pontuado como
consequência negativa pelo mesmo autor, é justificado, de modo que o desemprego incentivará
o subemprego e o crescimento da economia informal.
Nesse sentido, Queiroz (1998, p. 104 e 105) destaca ganhos e vantagens empresariais
provenientes de aplicações de técnicas de terceirização:
a) Proporciona a concentração de recursos liberados para a área produtiva, melhorando
a qualidade e a competitividade do produto;
b) Incremento à produtividade;
c) Reduz os controles;
d) Libera a supervisão para outras atividades produtivas;
e) Reduz as perdas;
f) Evita o sucateamento dos equipamentos;
53
No entendimento de Almeida (2009, p. 251), “os motivos que levam ao fracasso de uma
atividade terceirizada poderiam, em grande parte, ser identificados ainda durante o processo
decisório da estratégia produtiva”. Segundo este autor, a escolha desta estratégia de produção
envolve diversos aspectos distintos como qualidade, custos, prazos, além dos aspectos legais,
organizacionais, políticos e sociais que envolvem uma terceirização. Por isso, é preciso certo
grau de conhecimento sobre cada um destes aspectos, a fim de fazer os julgamentos necessários
para essa tomada de decisão.
54
Para o autor, a divisão em estágios permite uma compreensão lógica, além de uma
menor operacionalização por parte dos atores do processo decisório, como poderá ser
constatado no detalhamento do modelo no Quadro 15.
De acordo com o autor do modelo, este é versátil, podendo ser aplicado para qualquer
atividade produtiva. Destaca que os atributos e critérios de cada aplicação do modelo serão
sempre consequências diretas da estratégia da empresa.
Percebe-se que a decisão de terceirizar deve ser tomada após a avaliação completa e
detalhada dos aspectos técnicos, garantias, preços, interesses pelo negócio e a
irregularidade legal do fornecedor em gerar vínculo empregatício presumido, além da
qualidade necessária da eficácia e eficiência a serem requeridas pelo parceiro (BEAL
et al., 2019, p. 88).
Sobre a óptica desse autor, certo cuidado se faz necessário quando se decide terceirizar
alguma atividade, considerando o quesito qualidade, produtividade e eficácia do produto no
mercado. Dessa forma, destaca-se a importância de analisar e definir a estratégia da
terceirização; identificar a atividade-fim da empresa terceirizada a fim de certificar-se que ela
está apta para executar as tarefas específicas a ela; logo, compreender a complexidade das
funções, de modo que o eventual parceiro esteja especializado e com as competências
necessárias; ter conhecimento das áreas que costumeiramente se aplica a terceirização, entre
outros (QUEIROZ 1998).
O autor destaca um modelo de projeto de terceirização que conta com 12 etapas,
conforme explicitado no Quadro 18:
por Queiroz (1998), e, após determinado período de adequação, a empresa parceira terceirizada
deverá estar integralmente adaptada e mostrando resultados promissores em qualidade e
eficácia da prestação de serviços. No contexto da terceirização, de acordo com a sua finalidade,
surgiram alguns relacionamentos próprios para esse processo.
Nesse sentido, a quarteirização ganha espaço como uma ferramenta de gestão, onde de
acordo com Moraes et al. (2006, p. 5) “Quarteirizar, portanto, pode ser uma importante
atividade aliada a estratégia empresarial, que significa transferir para terceiro a gestão da
administração das relações com os demais terceiros”. Contudo, administram-se a relação, o
contrato, os riscos econômicos e jurídicos (MORAES et al., 2006).
Dessa mesma forma, Amato Neto et al. (2014, p. 45) corrobora afirmando que:
No que diz respeito à atividade-fim apresentada no Quadro 22, Silveira (2002) afirma
que são etapas que caracterizam a conclusão do produto ou serviço principal da empresa,
estando ligados a tecnologias e ao desenvolvimento da marca. Questões relacionadas à
qualidade e a imagem da marca perante o seu consumidor. No entanto, como visto
anteriormente, na atualidade, muitas etapas e processos podem ser terceirizados, de acordo com
o planejamento estratégico traçado pela empresa.
Em contrapartida, apresentando outro ponto de vista, Leiria (2006) aborda as atividades
da terceirização com variação de definição, conforme demonstrado no Quadro 23.
Conforme descrito no Quadro 23, cada atividade corresponde a uma finalidade, de modo
que algumas atividades são inerentes à prática gestacional das organizações. Recomenda-se, de
acordo com Leiria (2006), que não sejam direcionadas a organizações terceiras, sendo elas as
atividades-fim e as intransferíveis. As demais, em concordância com o autor Silveira (2002) do
Quadro 22, são factíveis de terceirizar-se. Vale-se destacar, que a terceirização é uma estratégia
administrativa que busca produtividade e flexibilidade entre vários outros benefícios que
apresentam resultados tangíveis positivos por meio de planejamento. Nessa perspectiva,
apresentam-se a seguir as questões relacionadas ao planejamento da terceirização.
O que se percebe, de fato, é a mudança nas questões vistas como estratégicas; hoje,
estratégico de fato é o planejamento do negócio e a gestão do processo, tudo o mais
pode perfeitamente ser transferido a terceiros, promovendo e incentivando a
desverticalização (ou horizontalização) das indústrias (BALLESTERO-ALVAREZ,
2012, p. 52).
No entanto, Amato Neto et al. (2014, p. 56) apresenta seu ponto vista contrário ao
defendido pelo autor anterior.
Não são, evidentemente, todas as atividades da empresa que devem – ou podem – ser
transferida a terceiros. Algumas atividades devem ser mantidas no âmbito exclusivo
da organização, entre outras razões, porque são estratégicas ou porque representam a
sua core competence ou o seu core business, ou, ainda, porque nenhum fornecedor ou
terceiro tem condições de realizá-las com nível adequado de qualidade.
Isso nos leva a entender que, em situações específicas, não se recomenda a transferência
de atividades para serem realizadas por organizações externas, mediante o grau de importância
e sigilo envoltos nestes processos. Doravante, os aspectos relacionados à conformidade entre
as relações firmadas contratualmente equiparam-se à qualidade e à produtividade proveniente
da relação entre as empresas por meio da terceirização. No tópico a seguir, apresentam-se os
aspectos relacionados à conformidade jurídica contratual.
Na visão deste autor, alguns cuidados devem ser tomados enquanto aos processos
contratuais com as empresas terceirizadas. Dessa forma Amato Neto et al. (2014) destaca que
o contrato de terceirização é celebrado entre a empresa de terceirização e a empresa tomadora
do serviço, e o objeto do contrato é a prestação de determinado serviço e não a locação ou
concessão de mão de obra. “A forma de acompanhamento dos serviços, com relação à
qualidade, ao tempo etc., deve constar do contrato com as respectivas consequências para a
empresa de terceirização, jamais para o terceirizado, que tem uma relação emprego
independente com esta” (AMATO NETO et al., 2014, p. 74). Quanto à exclusividade da
prestação de serviço, é discutível, como também apresenta acentuada problemática envolvendo
fraudes e demais questões discutíveis.
A relação entre duas pessoas jurídicas é cercada por características burocráticas que
visam, por meio de aliança contratual, firmar parcerias, a partir do esclarecimento dos direitos
e deveres de cada uma das partes envolvidas. “Um programa de Compliance, aliado a uma
gestão sustentável e uma boa governança corporativa torna-se uma identidade positiva para as
empresas que consideram os fatores morais e éticos com o mesmo afinco que buscam a
lucratividade do negócio” (HAAS, 2020, p. 21). Esse autor descreve que Compliance é “uma
palavra que deriva do inglês (to comply) e significa estar em conformidade com toda a
legislação, regulamentos externos e internos inerentes ao negócio”, sendo um aliado às práticas
de governança corporativa e integridade empresarial.
Percebe-se na indústria da moda, vestuário/têxtil, a necessidade de controles e
procedimentos que orientem o comportamento das empresas no mercado que atuam, sendo uma
indústria de números significativos, nacional e mundialmente. Justamente por essas
características, é uma indústria que ainda agride o meio ambiente e traz traços de precarização
nas relações laborais (HAAS, 2020). Torres (2019) destaca que no Brasil há aproximadamente
cerca de 12 milhões de trabalhadores terceirizados, logo, o aporte jurídico tem objetivo de
proporcionar a ambas as partes o suporte necessário para garantir o bom funcionamento das
relações na realização das suas atividades.
As empresas buscam, junto aos seus consumidores, uma reputação positiva, gerando a
confiabilidade e permitindo alçar o desenvolvimento econômico aliado à sustentabilidade das
suas ações. De acordo com Tonial e Vicente (2020, p. 03) “Os consumidores são ávidos pela
aquisição de produtos de empresas que agem eticamente na condução de suas atividades.” Essas
características intangíveis dos produtos se tornam diferencial competitivo, singularizando,
pondo em evidência uma marca em relação à outra, sobrepujando o produto.
70
A notoriedade do tema no Brasil veio com o advento da lei 12.846/13, a chamada lei
Anticorrupção brasileira, ou lei da Empresa Limpa, despertando a atenção do
empresário brasileiro uma vez que os dirigentes e a empresa podem ser
responsabilizados por atos lesivos, mesmo que não tenham autorizado ou destes não
tenham tomado conhecimento (HAAS, 2020, p. 21).
Vale destacar, conforme o Quadro 27, que a nova lei da terceirização assegura os direitos
trabalhistas aos trabalhadores Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) das empresas
prestadoras de serviço. No entanto, acentua-se o papel das contratantes perante as obrigações
trabalhistas, como o recolhimento das contribuições, o pagamento de salários e os benefícios
(TORRES, 2019). O Quadro 28 apresenta o capital social mínimo que as empresas de
terceirização precisam comprovar de acordo com a nova lei de terceirização Nº 13.429, de 31
de março de 2017 (BRASIL 2017).
72
De acordo com Torres (2019), essa nova lei de terceirização oportuniza a contratação
de novas prestadoras de serviço especializado. Junto com as novas obrigações, haverá também
um aumento na exigência por parte das empresas contratantes.
De acordo com Torres (2019), o sancionamento da nova lei de terceirização não altera
a definição da CLT sobre a relação de emprego. Mantêm-se as regras apresentadas no Quadro
29.
A nova lei de terceirização não altera as regras de emprego da CLT, da mesma forma
que não promove ou incentiva a substituição do funcionário contratado, de acordo com a CLT,
por prestadores de serviço individual PJ (Pessoa Jurídica).
Mediante as colocações apontadas, tem-se o esclarecimento de acordo com a legislação
de Nº 13.429 (BRASIL, 2017), que:
“Art. 2º Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada por uma
empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora
de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal
permanente ou à demanda complementar de serviços”.
“Art. 4º Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente registrada
no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de trabalhadores à disposição
de outras empresas temporariamente.”
73
Sendo assim, a legislação de 2017 acresce e veta artigos da Lei Nº 6.019 de 3 de janeiro
de 1974, no que tange às relações de trabalho entre as empresas para a realização de atividades
subcontratadas como a terceirização (BRASIL, 2017). No entanto, deixa claro que, cabe à
empresa prestadora de serviço a responsabilidade de contratar, remunerar, e coordenar o
trabalho que é realizado por seus funcionários ou subcontratar demais empresas para a
realização do serviço. Assim como a elaboração de contrato entre as empresas, esclarecendo a
atividade que se realiza, as motivações dessa relação, qualificação, especificação do serviço,
prazos e valores quando for o caso (BRASIL, 2017).
Com isso, se obtém uma legislação que determina os parâmetros para a realização da
relação entre pessoas jurídicas, e esclarece, mediante a elas, as implicações sobre as pessoas
físicas envolvidas da mesma forma. O tópico a seguir, apresenta a terceirização na confecção
de vestuário.
associação evidenciada pela terceirização, etapas da cadeia produtiva são executas dessa
maneira (MENDES et al., 2010).
Isso reflete o processo de reestruturação da cadeia produtiva de vestuário, que é
identificada nos países desenvolvidos com o direcionamento da produção para países em
desenvolvimento, ou em menor escala, por meio da terceirização dos processos produtivos
(RECH, 2008).
A terceirização se justifica, nesse sentido, pela quantidade de mão de obra necessária
durante todo o processo produtivo, desde a fabricação da matéria-prima até os pequenos
faccionistas. Refosco e Pessoa (2013) destacam que a indústria de vestuário conta com
significativa parcela de força de trabalho e interação entre processos, dinamizando a economia
em que está inserida. “O ciclo produtivo está pautado na pré-montagem (criação, modelagem,
enfesto e corte), montagem (preparação e costura) e o acabamento (revisão, passadoria, controle
de qualidade e embalagem) das peças” (REFOSCO; PESSOA, 2013, p. 2).
obra. Nesse setor, a subcontratação se divide entre facção industrial, que diz respeito a prestação
de serviço unicamente para empresas de confecção, sendo normalmente especialistas em
costura e acabamentos; e facção domiciliar, que se caracteriza pela realização da atividade em
seu próprio domicílio, muitas vezes sem contrato formal, onde (normalmente são costureiras)
trabalham sozinhas (ABREU, 1985).
Abreu (1985) enfatiza que a fase da costura representa grande parte do consumo de
tempo do processo produtivo da indústria de artigos de vestuário, sendo consequência da
automação das máquinas de costura que necessitam da mão de obra humana constante, de modo
que para cada máquina haja um operador. No entanto, há a implementação de estratégias
produtivas para otimizar o tempo, de acordo com a necessidade exigida por esse processo
produtivo, por meio de células e controle de produção.
produtos para diversas empresas prestadoras de serviço terceirizado, de acordo com a sua
estratégia e modelo de negócio. No entanto, tanto a empresa fornecedora quanto as prestadoras
de serviço têm papel fundamental no que tange a criação de novos conhecimentos ou
conhecimentos específicos oriundos da interação proporcionada por esse processo produtivo,
de modo que esses conhecimentos possam ser compartilhados com os demais prestadores de
serviço terceirizado, melhorando o processo manufatureiro (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).
Nesse sentido Chiavenato (2004, p. 22) corrobora afirmando que,
Isso também nos indica que, para se gerar um bem qualquer, deve ser percorrida uma
série de processos alinhados numa determinada cadeia sequencial: isso quer dizer que,
todas às vezes que um determinado processo não foi desenvolvido de forma adequada,
impactará em outro processo mais à frente. Em última instância, quem recebe o
produto sem conformidade, sem qualidade, com falhas, com erros é o cliente
(BALLESTERO-ALVAREZ, 2012, p. 9).
Abaixo está um dos modelos de análise para a definição de que terceirizar diz respeito
à análise das competências. Esse modelo é apresentado por Ballestero-Alvarez (2012), sendo
que para a autora, as competências podem ser classificadas em cinco categorias, e uma delas é
a central. As competências estão apresentadas no Quadro 31:
80
forma bastante rápido e ágil.” De acordo com as mudanças de mercado dentro de cada segmento
empresarial, as competências sofrem alterações, caracterizando o mundo dos negócios como
uma atividade dinâmica.
Nesse sentido, de acordo com a Figura 6, percebe-se que na atualidade, mediante a
expansão de fornecedores capacitados e especializados em atividades específicas e com alta
qualidade nesse serviço prestado, facilmente migram competências essenciais para o quadrante
de competências parasitárias (BALLESTERO-ALVAREZ (2012). Com isso, é necessário
terceirizar essas competências que estão consumindo recursos internos e acarretando custos
elevados, destacando a importância do acompanhamento do mercado e da divisão das
competências para manter a competitividade da empresa.
Por meio dessa organização esquemática, classificam-se as competências nos diferentes
quadrantes, e, com isso, identificam-se aquelas que serão terceirizadas inicialmente. Nesse
caso, as competências pertencentes ao quadrante Parasitárias. O Quadro 32 apresenta um
checklist com nove sugestões propostas por Ballestero-Alvarez (2012, p. 57) e o passo a passo
para terceirizar qualquer atividade.
Foco no A qualidade buscava fazer com que o produto segue o padrão estabelecido no
projeto. Surgem as padronizações, as normas, visando atender os interesses do
1950 padrão produtor. A ênfase está no controle do produto;
83
Atualmente, o limite entre sucesso e fracasso é muito sutil; podemos saltar de um para
o outro com uma facilidade incrível. Basta um só passo em falso, uma só decisão
tomada de forma extemporânea, para que todo um projeto seja sacrificado. Nunca,
como agora as pessoas tiveram tanta importância, foram tão fundamentais para o
sucesso das empresas e de seus objetivos. É dessas pessoas que se espera que estejam
atentas às modificações do mercado, saltem à frente na concorrência e transformem-
se, transformando junto as empresas, em campeões (BALLESTERO-ALVAREZ
2012, p. 96).
Conforme Mendes et al. (2010) para uma empresa se apresentar de forma competitiva
no mercado, a organização precisa adotar um conjunto de metas e atitudes como: qualidade,
flexibilidade, desempenho de entregas e de custos.
84
Pode-se assim entender, de acordo com as especificações de Juran (2009), que a boa
qualidade direciona a interpretação de custo elevado para a empresa, ou seja, para fazer um
produto de boa qualidade, os custos aumentam. E que os defeitos percebidos em um produto
exigirão ações de reparo ou a reconstrução em casos que não há conserto, desse modo, um
produto de qualidade terá o custo menor do que aquele que foi reparado. O Quadro 34 apresenta
essas definições de forma detalhada.
Pelo fato de cada uma das abordagens definir qualidade de um ponto de vista diferente,
elas tornam-se conflitantes.
Os Círculos de Controle de Qualidade são ferramentas estratégicas para atingir a
qualidade total e denotam a importância da gestão da qualidade para o desenvolvimento e
posicionamento das empresas no mercado. As definições de Círculos de Controle de Qualidade
(CCQ) são citadas por Ballestero-Alvarez (2012), pois:
88
d) Matriz de prioridades;
e) Matriz de relacionamento;
f) Carta de programa de processo decisório;
g) Diagrama de atividades.
Assim sendo, diversas são as ferramentas utilizáveis para o gerenciamento da qualidade
de uma empresa ou organização que vão se adaptando de acordo com o desenrolar de sua
estratégia. Para Garvin (2002, p. 57), “Como cada abordagem tem pontos cegos previsíveis, as
empresas provavelmente terão menos problemas se adotarem orientações múltiplas quanto à
qualidade, modificando ativamente estas orientações à medida que os produtos forem passando
do projeto para o mercado.” É necessário frisar novamente que o princípio básico da abordagem
estratégica perante a qualidade e sua gestão nas empresas deve ser definido do ponto de vista
do cliente.
A palavra "qualidade" tem um conceito subjetivo que está relacionado com as
percepções, necessidades e resultados em cada indivíduo. Diversos fatores, como a cultura,
modelos mentais, tipo de produto ou serviço prestado, necessidades e expectativas influenciam
diretamente a percepção da qualidade (CORRÊA; CORÊA, 2012).
Para as empresas como as confecções de vestuário, que terceirizam etapas do seu
processo produtivo, são visivelmente estabelecidos os parâmetros de qualidade que aquele
cliente percebe, e que a empresa-mãe realiza, a fim de manter-se o padrão entre as terceirizadas.
Nesse sentido, para a manutenção da qualidade na terceirização, destaca-se como ponto
principal a seleção dos fornecedores. De acordo com Amato Neto et al. (2014), a seleção dos
terceirizados deve seguir critérios como a idoneidade dessa empresa, suas condições de
desenvolvimento tecnológico, as possibilidades do estabelecimento da parceria entre elas, a
garantia da qualidade do produto, a elaboração de um contrato que descreva a natureza da
relação que proveniente irá ser estabelecida.
Para Marcelo (2016, p. 63) “Ao buscar terceirizar com êxito, deve-se procurar um
parceiro e não apenas um prestador de serviço, adequando que suporte às atividades a ele
confiadas.” De modo que, a escolha de adotar a estratégia administrativa não esteja apenas
baseada na redução de custos, pois como visto anteriormente, relacionado à qualidade percebida
pelo cliente, em casos de imperfeição, os custos tornam-se elevados. Nesse sentido, a busca
pela qualidade em todos os processos da cadeia produtiva, e na cadeia produtiva da indústria
do vestuário da mesma forma, é garantia de vendas e aquisição de mercados.
A qualidade na confecção do vestuário, por exemplo, depende da qualidade da matéria-
prima, da modelagem, da peça piloto, do encaixe, do risco, do enfesto, do corte, do fechamento
91
da produção entre outros detalhes de acabamento. O controle deve ocorrer em cada uma dessas
etapas citadas, tal como, se o tecido não tiver estrutura e caimento adequado ao modelo de
vestuário, compromete o traçado da modelagem e assim por diante nas demais etapas. Portanto,
a qualidade inicia da escolha do tecido. Cunha (2004) ressalta as principais causas de problemas
que podem afetar a qualidade do produto acabado que são apresentadas no Quadro 36.
No entanto, cita Amato Neto et al. (2014) fatores que devem ser analisados e
relacionados à qualidade dos serviços prestados por terceirizados são: preço, competência e
reputação, tempo de atendimento, segurança, flexibilidade, comunicação, cortesia e por fim as
formas de acesso àquela empresa.
As forças do mercado globalizado nos levam a aprimorar as relações com os
fornecedores de modo a estabelecer parcerias, que se apresentam como vantagem competitiva
na atualidade.
Logo, evidencia-se que a qualidade é oriunda das boas relações, que superam a
exploração do trabalhador terceirizado na conquista de menores preços. Pois, o preço baixo e a
má qualidade elevam os custos. Com foco no sistema de qualidade foram criadas normas
internacionais, apresentadas na sequência.
92
Desde a abertura comercial dos anos 1990, as empresas brasileiras vivem um período
de transição, passando de uma economia com grande interferência do Estado para uma
economia cujo núcleo dinâmico reside na qualidade, na produtividade e na
competitividade baseada em padrões internacionais, com uma ação governamental
indutora e seletiva (AMATO NETO, et al., 2014, p. 89).
Sendo assim, as normatizações ISO série 9000 oferecem um modelo padrão para a
implantação do sistema de gestão de qualidade (SGQ) nas empresas e organizações, com o
propósito de melhorar o desempenho organizacional. Um SGQ compreende os processos pelo
qual a organização identifica seus objetivos e traça os processos e recursos para atender a esse
objetivo, e com isso, alcançar os resultados desejados (ABNT NBR ISO 9000, 2015). De acordo
com o site Gestão de Qualidade (2019) “No Brasil, estas normas são compostas pela sigla NBR
(Norma Brasileira). Elas são criadas e gerenciadas pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).”
Dentre as certificações ISO da série 9000, o site Gestão de Qualidade (2019) destaca:
a) ABNT NBR ISO 9000 – Sistema de Gestão de Qualidade (fundamentos e
vocabulário), documento que contém todos os termos utilizados no sistema;
b) ABNT NBR ISO 9001 – Sistema de Gestão de Qualidade (requisitos), o qual
explicita os requisitos para obter a certificação;
c) ABNT NBR ISO 9004 – Gestão para o Sucesso Sustentado de uma Organização
(uma abordagem de gestão da qualidade), documento com instruções para implantar
o sistema de gestão de qualidade.
As normas ISO 9000 e 9001 são normas relacionadas ao modelo de gestão de qualidade,
para as empresas que desejam utilizar sistemas de gestão de qualidade e ser certificadas por
esse organismo internacional.
De acordo com Killander (2015) os principais benefícios da certificação ISO baseada
na gestão da qualidade trazida pela ISO 9001, é oferecer vantagem competitiva e melhoria
contínua, corrigindo erros, reduzindo custos e processos ineficientes. Dessa forma de acordo
com o autor, tanto a empresa, seus funcionários e clientes são beneficiados.
94
Como observado no Quadro 37, inúmeros são os benefícios para empresa e seus
envolvidos, no que tange a gestão da qualidade por meio de um sistema padronizado
proveniente das ISOs 9000 e 9001, direcionadas a esse fim. Entretanto, de acordo com Killander
(2015), o processo de implementação da ISO requer acompanhamento de consultoria
especializada, pois requer muita dedicação e empenho de todas as pessoas e setores da empresa.
Em contrapartida dessas vantagens, em 2005, a ABNT realizou uma pesquisa junto a
2.927 empresas certificadas com a ISO de série 9000, de sistema de gestão de qualidade, que
destacaram dificuldades relacionadas a mudança da cultura da empresa (25%) e resistência dos
funcionários (21%), (BALLESTERO-ALVAREZ, 2012).
Além da ISO de série 9000, apresentadas até o momento, relacionadas às preocupações
com a qualidade na produção, possuem inúmeras outras normas e regras relacionadas com
gestão de produção, da qualidade e de operações que as empresas de qualquer segmento
desenvolvem em seu dia a dia. Dessa forma, tem-se a ISO 14000 relacionada às questões
ambientais; a norma SA 8000 voltada a oferecer oportunidades para todos e a valorização da
diversidade; a norma OHSAS 18000 contemplando o trabalhador, a qualidade de vida e a saúde
95
Posto isto, criou-se por meio do programa de certificação ABVTEX, uma governança
da cadeia de valor da moda, melhorando as relações de trabalho, garantindo condições de saúde
e segurança aos trabalhadores e o cumprimento das normas ambientais pelas empresas. Esses
desafios buscados pelo programa se dão por meio da realização de auditorias (SGS GROUP,
2019).
O fornecedor precisa alcançar um grau satisfatório dos requisitos mínimos aceitáveis
pelo Programa, com ênfase na precarização das formas de trabalho, para então estar apto a
fornecer serviços e mercadorias para qualquer uma das redes varejistas signatárias (SGS
GROUP, 2019).
96
No ambiente competitivo, uma organização pode ser vista como uma entidade
processadora de informações. Por isso, sua estrutura organizacional deve ser direcionada para
facilitar a coleta, o processamento e a distribuição da informação e do conhecimento entre os
setores produtivos. Neste sentido, o objetivo do tópico é abordar o processo de gestão da
informação e o conhecimento organizacional, tendo em vista sua comunicação e seu
compartilhamento entre os setores produtivos. Cada membro de uma organização pode criar
conhecimentos novos com base nas informações adquiridas, a ideia é que as informações e os
conhecimentos não fiquem dispersos, mas sejam gerenciados.
Suponha-se que uma pessoa tenha informações que queira transmitir para outra
pessoa. O que ela transmitirá são dados. O grande problema é como representar as
informações sob forma de dados, eventualmente armazenando-as em um banco de
dados, de modo que a pessoa que os receba possa transformá-los nas informações que
a primeira quis transmitir (SETZER; SILVA, 2005, p. 5).
Esta afirmação mostra que é preciso ter uma visão clara dos processos organizacionais,
seus objetivos, o que contribui para a construção do conhecimento organizacional. Porque, “a
informação é um fluxo de mensagens enquanto o conhecimento é criado por esse próprio fluxo
de informação ancorado nas crenças e compromissos do seu detentor” (NONAKA;
TAKEUCHI, 1997, p. 56).
Portanto, a informação é o componente essencial para a construção de conhecimento,
não existe essa construção sem o uso de qualquer tipo ou espécie de informação, cuja gestão
pode ser apoiada na Ciência da Informação (CI).
A Ciência da Informação (CI) trata do acesso e do uso da informação com o objetivo de
criar conhecimentos. Na visão de Barboza (2017, p. 90) “O que a CI busca é estudar e mediar
a informação enquanto suporte à construção de conhecimento por parte dos indivíduos e
organizações”. Ou seja, a informação é a matéria-prima do conhecimento, sendo ela
conquistada e/ou recebida passivamente.
Entre os desafios de uma organização está a gestão das informações que fazem parte
dessa estrutura. Informações internas e externas que necessitam de tratamento e organização de
modo que sejam devidamente compartilhadas e aplicadas no ambiente de trabalho.
Como explica Drucker (2002), a gestão tem a capacidade de tornar possível a
organização de determinada ação, vislumbrando o alcance sistematizado dos objetivos a que
ela se propõe a atingir. O autor ainda ratifica que administrar é aplicar conhecimento à ação.
Para Ferreira e Perucchi (2011, p. 446) “Na era da informação, qualquer que seja o
produto ou serviço ofertado pelas organizações, a informação está presente no processo de
99
Como pode ser constatado, Choo (2003) sugere que inicialmente identifique-se o
contexto no qual o indivíduo ou a organização está inserido, e qual o problema quer solucionar,
para identificar quais informações os rodeiam. Ressalta ainda, a importância de adquirir
104
informação considerando qualidade e quantidade. Essa etapa indica a utilização de uma equipe
bem estruturada, com uso de tecnologias e disposição de conhecimentos específicos com
profissionais especializados.
Choo (2003) complementa ainda em seu modelo, a importância da gestão e do
armazenamento das informações adquiridas, de modo que a organização possa criar uma
memória organizacional para preservação, discussão e consulta deste arquivo em momentos
oportunos. Barboza (2017) contribui dizendo que a gestão e o armazenamento das informações
facilitam o seu uso, a mitigação de erros, com informações confiáveis, resultando na economia
de tempo e de custos. Para finalizar, o uso da informação é a implementação do trabalho
realizado anteriormente para a solução do problema identificado no início do esquema
organizacional, ou seja, a ação (CHOO, 2003).
Com este enfoque, a informação deve ser gerenciada por meio do estabelecimento de
fluxos informacionais adequados à organização. Por isso, é preciso entender como ocorre a
comunicação das informações para que possa ser gerenciada e compartilhada entre os setores
da empresa e seus terceirizados, foco do próximo tópico.
compartilhamento. Dessa forma, permite que as informações obtenham mais valor em seu uso,
possibilitando um trabalho eficaz e contribuindo para o sucesso das organizações. Isso se dá
por considerar também que o valor da informação está ligado ao tempo em que ela é
disponibilizada, e os serviços a ela agregados.
Acrescentar neste contexto, o desenvolvimento de hardwares e softwares garante a
operacionalização das TICs e dos processos decorrentes em meios virtuais, potencializadas pela
internet. Com essa possibilidade, foram criados, novos sistemas de comunicação e informação
em rede como o E-mail, o chat, facebook, instagram, os fóruns, agenda de grupo online,
wikipedia, comunidades virtuais, blogosfera, wiki´s, Orkut, web cam, world wide web,
whatsApp, linkedin, entre outros, que revolucionaram a comunicação. A tecnologia WWW
permite a transmissão e a visualização de informações multimídia, como textos, imagens,
vídeos e áudio.
Destaca-se também a intranet que é caracterizada como uma rede local de
computadores, ou seja, restrita a uma determinada área, a um prédio ou a uma instituição, que
utiliza a mesma tecnologia desenvolvida para a internet. É utilizada para muitas aplicações, que
vão desde a informatização de departamentos, unidades administrativas, até a implementação
de verdadeiros serviços internos de informação, com livros e guias online, documentação
administrativa, normas e guias, inclusive bancos de dados (BREMMER, et al., 2000).
Chui et al. (2009) resumem os principais tipos de ferramentas tecnológicas interativas
utilizadas, apresentando uma breve descrição por função, conforme apresentado no Quadro 39:
muitos os instrumentos e suportes digitais que estão ao dispor das indústrias em geral, como as
principais ferramentas tecnológicas interativas, indicadas por Chuiet al. (2009), que estão
descritos no Quadro 39, anteriormente destacado.
Castells (2006, p. 225), afirma que hoje a complexidade da tecnologia em rede é
imprescindível para as empresas, como uma forma fundamental de concorrência na nova
economia global. “A empresa em rede concretiza a cultura da economia informacional/global:
transforma sinais em commodities, processando conhecimentos.” O autor ainda destaca que as
redes de comunicação são e serão os componentes fundamentais das organizações, operando
sob os novos paradigmas da comunicação digital em um espaço de destaque na convergência
midiática pelo poder da interatividade que possui nos relacionamentos organizacionais e
mercadológicos com o público-alvo.
Saad (2005) defende que a comunicação digital é uma questão de estratégia para o
relacionamento das organizações com públicos, estando inserida no composto da comunicação
integrada, como fruto de um planejamento mais abrangente para poder chegar a um plano de
comunicação digital integrada.
Nassar (2006, p. 149-161) descreve no Quadro 40 as modalidades comunicacionais
integradas e possíveis aplicações no ambiente digital:
repassada, está presente nos textos e em linguagens visuais e inserido nas bases de dados, em
impressões, registros gráficos e ainda mídias eletrônicas (POLANYI, 2010).
Corrobora Choo (2003) ao afirmar que o conhecimento tácito, por pertencer ao
indivíduo, apresenta valor discreto para a organização, seu valor fica reconhecido ao ser
explicitado, podendo ser armazenado em manuais ou mesmo ser partilhado para as práticas
organizacionais.
O conhecimento tácito, segundo Nonaka e Takeuchi (2008), abarca uma dimensão
técnica, tem no seu arcabouço as habilidades do indivíduo e é difícil ser expresso na sua
totalidade. A dimensão técnica pode englobar as habilidades informais, também identificadas
como know-how (conjunto de conhecimentos práticos). A dimensão cognitiva abrange os
modelos mentais, crenças, percepções, a forma como vemos o mundo à nossa volta.
Polanyi (2010) considera que o verdadeiro conhecimento está profundamente alicerçado
na ação individual, uma vez que, para conseguir explicar algo que se faz sem pensar (devido ao
hábito e à experiência) é necessário recuperar a ligação entre o conhecimento e as suas
circunstâncias criadoras. E como já indicado por Nonaka e Takeuchi (2008), Polanyi (2010)
também explica que o conhecimento tácito comporta duas componentes distintas conforme são
apresentadas no Quadro 41:
Para Von Krogh, Ichijo e Nonaka (2001), as interações com documentação podem ser
tanto individuais como coletivas, pois a partir do conhecimento explícito é fácil fazer com que
este seja transmitido a muitas pessoas por meio de diferentes aplicativos de colaboração
disponíveis em ferramentas tecnológicas dentro das organizações.
Portanto, o conhecimento explícito é formal e sistemático, de fácil compartilhamento.
Neste tipo, o conhecimento organizacional é explícito e está decodificado em manuais,
memórias e relatos, pesquisas e relatórios (GROTTO, 2003).
Para este autor, as principais diferenças entre o conhecimento tácito e explícito são a
codificabilidade e os mecanismos de transferência, os métodos de aquisição e acumulação e o
potencial para ser coletado e distribuído. Contudo, são mutuamente complementares, interagem
e realizam trocas, podendo ser compartilhados como será destacado na sequência.
Sendo assim, o conhecimento (tácito e explícito) está nas pessoas e, por meio destas,
nas organizações. Está relacionado com as habilidades individuais de cada membro da
organização orientado para um determinado fim, que precisa ser gerenciado, assim dizendo,
organizado de modo sistematizado com estruturas que permitam e estimulem o
compartilhamento e a conversão destes conhecimentos.
advém da experiência, dos valores ou ideias das pessoas, é subjetivo. É o conhecimento que
está na cabeça das pessoas.
O modelo SECI, desenvolvido por Nonaka e Takeuchi (1997), dispõe de uma espiral do
conhecimento, que consiste em quatro modos de conversão do conhecimento através da
interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. O contato entre ambos
desencadeia a conversão dos conhecimentos: socialização, externalização, combinação e
internalização. A Figura 8 retrata as conversões.
Da forma que foi mencionado, esse processo ocorre de forma dinâmica e continuada,
fazendo com que a espiral se torne maior na escala enquanto move para cima através dos níveis
organizacionais, provocando novas espirais da criação do conhecimento.
Como pode ser observado na Figura 8, Nonaka e Takeuchi (1997) explicam que a
conversão do conhecimento ocorre em espiral do conhecimento. Essa espiral mostra que o
conhecimento tácito deve ser articulado e internalizado para tornar-se parte da base de
conhecimento de cada indivíduo dentro da organização. A espiral sempre começa novamente
depois de ter sido completada, porém em patamares cada vez mais elevados, ampliando assim
a aplicação do conhecimento em outras áreas da organização.
Descreve-se como ocorrem os diferentes modos de conversão do conhecimento no
Quadro 42.
119
Kakabadse et al. (2003) explica que a gestão do conhecimento é desenvolvida por meio
de um ciclo evolutivo do conhecimento, como descrito no Quadro 44. A partir do acesso e
organização de dados, inicia-se a sua interpretação, atribuindo relevância e propósito,
começando assim, um processo de aprendizagem, no qual, a partir de dados estruturados,
alcança-se o conhecimento particular, isto é, pertencente a uma pessoa ou a um grupo. Neste
processo, ampliam-se os conhecimentos individuais e do grupo de trabalho, criando
conhecimentos organizacionais.
124
Armazenamento do conhecimento
refere-se ao processo de formação de
Identificação e registro das melhores
memória organizacional, na qual o
práticas de trabalho; aprendidas;
conhecimento é formalmente
Incorporação do conhecimento
armazenado em sistemas físicos de
adquirido em procedimentos e regras
memória e informalmente retido na
da organização;
forma de valores, normas e crenças,
Cadastramento das lições aprendidas;
ARMAZENAMENTO que se associam à cultura e estrutura
Retenção, codificação e registro do
organizacional (ALAVI; LEIDNER,
DO 2001).
conhecimento tácito dos funcionários;
CONHECIMENTO Desenvolvimento de uma cultura
Lin (2007) explica que o
organizacional que represente os
armazenamento do conhecimento
valores e crenças da empresa;
implica em um processo de conversão,
Utilização das TICs como ferramenta
envolvendo a organização, a
de auxílio ao compartilhamento de
estruturação, o armazenamento e, por
conhecimentos, sua retenção e criação
fim, a combinação do conhecimento a
da memória organizacional.
fim de facilitar o uso futuro por parte
dos interessados.
ideia da competência sendo utilizada para representar uma equipe ou grupo dentro das
organizações.
Para Belfort et al. (2012), competência é a capacidades da pessoa gerar resultados dentro
dos objetivos estratégicos e organizacionais da empresa, traduzindo-se pelo mapeamento do
resultado esperado (output) e do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários
para o seu alcance (input).
Perrenoud (2000) define competência como a mobilização correta, rápida, pertinente e
criativa de múltiplos recursos cognitivos (saberes, informações, valores, atitudes, habilidades,
inteligências, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio) para solucionar um
problema de situações análogas.
Chiavenato (2010) afirma que as competências individuais são a fusão do
conhecimento, habilidade e atitude que podem ser definidas com o propósito de integrar e
convergir em uma determinada tarefa.
Contextualizando os autores mencionados, a competência é combinação de
experiências, comportamentos somados com uma orientação para desenvolvimento profissional
direcionado para gerar vantagem competitiva. Para tanto, as competências precisam ser
identificadas, avaliadas, de modo que possam evoluir, conforme cada perfil profissional e
objetivo das organizações.
Neste sentido, buscando maior abrangência sobre competências, retoma-se com
Carbone et al. (2009, p. 43) que conceituam competência como: “Combinações sinérgicas de
conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional dentro de
determinado contexto organizacional, que agregam valor a pessoas e organizações”.
Desse modo, estes autores colocam que o conhecimento é formado pelas informações
obtidas e reconhecidas, que são integradas pelo indivíduo, causando impacto sobre decisões,
julgamentos ou comportamentos. Por conseguinte, representa tudo o que foi acumulado ao
longo de sua vida. Já a habilidade é entendida como uma aplicação produtiva do conhecimento
(CARBONE et al., 2009).
Brandão (2009, p. 11) afirma que a habilidade “diz respeito à capacidade da pessoa de
fazer uso produtivo do conhecimento que detém”, ou seja, “é a capacidade de o indivíduo
colocar em prática seus conhecimentos armazenados ao longo dos anos”. Com relação à atitude,
o referido autor a define como sendo iniciada por estímulos que levam o indivíduo a agir em
determinada circunstância. O autor afirma ainda que as atitudes representam os interesses do
indivíduo relacionadas às suas preferências e sentimentos. Conhecimento habilidades e atitudes
podem ser vistos como recursos ou dimensões da competência.
127
Fonte: Desenvolvido pelo autor (2022), adaptado de Fleury e Fleury (2001, p. 188).
128
Analisando-se o Quadro 46, a tríade que compões a matriz CHA está amparada em
características humanas particulares de cada indivíduo e disponíveis ao interesse e à condição
130
2.4 APLICATIVO
Aplicativo nativo é aquele que foi desenvolvido para um tipo específico de plataforma,
ou seja, o aplicativo que foi desenvolvido exclusivamente para um aparelho de celular, precisará
de esforços e custos específicos para que o mesmo aplicativo possa rodar em um computador
(SILVA; SANTOS, 2014). Dessa forma, desenvolve-se o aplicativo pensando no dispositivo
eletrônico que irá comportá-lo, nesse caso, a presente dissertação trata das especificações para
um aplicativo mobile. Percebe-se a significativa crescente popularidade das aplicações para
smartphones e tabletes, e muitas empresas passaram também a desenvolver aplicações mobile
para contribuir com sua atividade industrial (RED HAT, 2019).
Sendo assim, inicialmente, faz-se necessário a escolha e identificação da plataforma que
pretende rodar o aplicativo. Essas plataformas possuem peculiaridades de custos, e
operacionalização.
Logo, no Brasil, os sistemas operacionais, mas populares são Android 86,26%, e iOS
12,38% (STATCOUNTER, 2020). Os aplicativos para esses sistemas operacionais,
tradicionalmente são desenvolvidos em suas respectivas plataformas e ferramentas, sendo que
para dispositivos Android utiliza-se a linguagem de programação Java, e me dispositivos iOS
é usada a linguagem Swift (SCHULZE et al., 2021).
Nesse sentido, Silva e Santos (2014, p. 163) destacam que “Essas plataformas são
compostas de diversas tecnologias, tais como: sistema operacional, linguagens de programação
132
envolvendo ser humano e interface, o usuário possa desfrutar de uma experiência agradável e
eficiente (ROSA; MORAES, 2012).
Portanto, o design de interface é o estudo que visa o desenvolvimento e planejamento
de interfaces de modo a melhorar a experiência do usuário e evitar erros. A interface do usuário
é o que permite que as informações sejam transmitidas entre um usuário humano e os
componentes de hardware ou software de um sistema de computador.
Dessa forma, o conhecimento sobre as ferramentas possibilita a construção de softwares
e outros ambientes digitais, que facilitam a interação do produto com o usuário. No que tange
os aspectos de usabilidade e navegação considerados pelo usuário em sua relação com a
interface digital, requer desenvolvimento especializado por um profissional de designer gráfico
de interface (CAMPOS et al., 2008). O autor afirma que, ao desenvolver uma interface digital
considerando o seu usuário, diz respeito a ter conhecimento além das informações processuais,
de usabilidade e conhecimentos em nível cognitivo sobre habilidades e capacidades de
realização de uma tarefa. Para ele é fundamental investigar como o usuário pensa antes e
durante a realização de sua tarefa (CAMPOS et al., 2008).
Costa (2016) afirma que o profissional designer gráfico atuante da indústria criativa
utiliza sua ampla variedade de conhecimentos técnicos e artísticos no desenvolvimento de
soluções nas áreas de comunicação, produtos e serviços. Esse profissional vem ganhando
destaque, devido ao desenvolvimento da mídia impressa, televisiva e digital, pontuando a
expansão da internet e o acesso mobile, afunilando para a atuação específica da Webdesigner
(COSTA 2016). Em vista disso, a atuação do profissional deve considerar os aspectos
relevantes da comunicação visual digital, conforme apresenta o capítulo a seguir.
Logo, Bonsiepe (2015) declara que a interface deve ser considerada não como um
objeto, uma coisa, mas como um espaço em que ocorre a interação entre duas partes com um
objetivo em ação. Assim, destaca-se que a interface abrange muito mais que a interação entre
homem e aparelho digital, diz respeito à construção comunicativa por meio dessa relação,
incluindo aspectos cognitivos e emocionais do usuário durante a comunicação (COSTA, 2016).
Bonsiepe (2015, p. 23) ainda afirma que “A interface é o domínio do acoplamento
estrutural entre ferramentas e usuário.” Ou seja, é a camada mais próxima do usuário,
viabilizando contatos, trocas, comunicação (CAMPOS et al., 2008).
Interface Gráfica Digital (IGD) coloca o usuário em contato com o mundo infinito
gerado pela informática e suas máquinas, e torna-se parte dele. As máquinas e
interface constituem não apenas o meio de acesso ao conhecimento de objetos, mas
atuam também como formadoras de tal conhecimento. As IGD são formadas por uma
infinidade de signos que por sua vez, geram outros signos, atuam na percepção,
moldam o conhecimento acerca das coisas do mundo e influenciam nas reações e
respostas. Geram, a partir daí, novas ações e reações e como tal, têm o poder de
remodelar o comportamento sensível, cognitivo e incentivo, terminando por gerar
novas configurações sociais (CAMPOS et al., 2008, p. 38).
Conforme proposto por Meneghetti (2015), esses são aspectos que compõem uma
interface digital e que devem ser pensados por profissionais webdesigners especializados em
construir os ambientes digitais para melhor e mais bem sucedida relação com o usuário.
A interface gráfica do usuário é composta por um conjunto de elementos que tornam
possível ao usuário ver, ouvir e interagir com as informações (BATISTA, 2008). A autora
dividiu tais elementos nas seguintes classificações: Elementos textuais, Elementos não-textuais
(imagens estáticas e animadas, vid́ eos e áudio), Elementos de Leiaute (página/tela, templates,
cores, fontes, linhas, arranjo/diagramação), Elementos Interpretáveis por Navegadores (HTML;
CSS) e Elementos Interativos. O Quadro 49 é baseado na estrutura de elementos de interface
criada por Batista (2008) e compreende a classificação de Elementos Interativos.
As guidelines (diretrizes) para interfaces humanas são documentos que oferecem uma
série de recomendações. Seu objetivo é melhorar a experiência do usuário através de interfaces
mais intuitivas, didáticas e consistentes. O objetivo geral dessas guidelines é criar uma
experiência consistente no ambiente (em geral um sistema operativo ou um ambiente desktop),
incluindo os aplicativos e outras ferramentas que possam ser utilizadas. Isso significa que os
aplicativos possuem um mesmo design e elementos comuns de interface (ROCHA;
BARANAUSKAS, 2003).
A aplicação adequada dessas diretrizes depende do conhecimento do designer acerca do
domínio do problema, dos usuários e das suas atividades, assim, cabe a esse profissional
considerar quais as diretrizes adequadas à situação de design, e como elas devem se manifestar
na solução da interface com o usuário.
Alguns conjuntos de diretrizes foram criados por Apple e Google (2015), recomendando
que os designers devam usar sempre que possíveis formas vetoriais, bem como criar ícones
para as várias dimensões e para cada tipo de tela. As diretrizes recomendadas por Apple e
Google abrangem diversos aspectos do design de interface: navegação, interatividade e
feedback, animação, cores e tipografia, ícones e gráficos, entre outros. As principais
recomendações da Apple para projetar a interface de um aplicativo (tradução do autor e
orientadora) constam no Quadro 51:
Fonte: https://support.apple.com/pt-br/HT201370
Fonte:
https://faculdadedacostura.com.br/cursos/varejo-
de-moda/
Fonte - http://blog.popupdesign.com.br/design-
responsivo-e-retina9 (2021)
Fonte - https://www.google.com/search
Fonte:https://blog.onedaytesting.com.br/como-o-
layout-de-aplicativos-influencia-o-usuario-e-por-
que-voce-deveria-testa-lo/
142
Outra informação bastante importante, disponibilizada pelo site iOS Human Interface
Guidelines, é a respeito dos gestos padrões que os usuários utilizam para interagir com um
dispositivo móvel, apresentados no Quadro 52:
O design de interação tem como função principal projetar produtos eficientes e fáceis
de usar. Preece, Rogers e Sharp (2007, p. 28) o entendem como: “design de produtos interativos
que fornecem suporte às atividades cotidianas das pessoas, seja no lar ou no trabalho”, assim
dizendo, especificamente, significa criar experiências que melhorem e estendam a maneira
como as pessoas trabalham, se comunicam e interagem.
Nesse sentido, Passos (2010, p. 35) afirma que “O design de interação é importante para
diversas outras abordagens envolvidas, com o projeto de sistemas de computador para uso de
pessoas. Dentre os vários campos relacionados, o da Interação Homem-Computador (IHC) é o
mais conhecido.” Por conseguinte, Passos (2010, p. 36) aponta as quatro etapas para o
desenvolvimento do processo de design de interação:
a) Identificar necessidades e estabelecer requisitos;
b) Desenvolver designs que preencham os requisitos;
c) Construir versões interativas dos designs de maneira que possam ser comunicados e
avaliados;
d) Avaliar o que está sendo construído durante o processo.
Estas atividades são sequenciais e complementares entre si, de modo que se considera o
usuário no desenvolvimento do projeto de interface, a usabilidade e a interação em todas as
atividades (PASSOS, 2010).
Rogers, Sharp e Preece (2013) complementam que o design de interação, normalmente
é realizado por equipes multidisciplinares, onde por meio da fusão de habilidades específicas
de diferentes profissionais, consegue-se proporcionar experiências positivas para os usuários
provenientes da interação com a tecnologia.
O fato da multidisciplinaridade de habilidades em equipes de designers de interação, diz
respeito aos conhecimentos sob o usuário necessários para proporcionar a eles experiências
eficazes. Designers precisam entender como as pessoas agem e reagem a eventos, e como se
comunicam e interagem umas com as outras, assim como entender como as emoções
144
O Quadro 53 faz a descrição detalhada dos elementos que formam cada plano o qual
oferece uma estrutura conceitual para o diálogo sobre a experiência do usuário, propiciando o
levantamento de problemas e de ferramentas para resolvê-los.
O plano que deve refletir interesses dos donos do site e as necessidades dos
usuários;
Com base nesses elementos, o autor traz a exemplificação da relação entre tempo e
esforço, onde, a melhor conquista do usuário se dá quando as atividades são desenvolvidas
simultaneamente, e não uma a uma com interrupções (GARRETT 2010).
Diante das definições apresentadas, o desenvolvimento tecnológico vem possibilitando
a comunicação por meio da interação entre uma interface digital e o ser humano. Com o objetivo
de melhorar essa interação, profissionais especializados vêm trabalhando a cada dia para
147
Nesse sentido, por meio dos aspectos relevantes da fundamentação teórica e da relação
estabelecida entre eles para atender aos objetivos do presente estudo, a pesquisa segue
apresentando os procedimentos metodológicos e a classificação e definição de etapas da
pesquisa de campo.
150
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Classifica-se a pesquisa quanto a sua natureza, como aplicada, ou seja, busca-se gerar
conhecimentos para aplicação prática visando a solução de problemas específicos e identificas
pelo pesquisador na realidade local (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Quanto a abordagem do problema, trata-se de uma pesquisa qualitativa, sendo que a
pesquisa qualitativa se vale da incapacidade das estatísticas em representar todos os resultados
pretendidos, ou seja, esse tipo de abordagem diz respeito a interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados.
Como percebido no Quadro 54, cada uma das abordagens com relação ao problema de
pesquisa possui suas especificações, onde sua aplicação dependerá dos interesses do autor. Uma
pesquisa pode ter ambas as abordagens, no entanto, apenas uma será predominante
(PRODANOV; FREITAS, 2013). Esse tipo de pesquisa é descritiva, sendo o pesquisador o
instrumento-chave, pois ele tende a analisar seus dados de forma indutiva, como descrito a
seguir.
152
Quanto a abordagem do objetivo, tem-se uma pesquisa descritiva, que de acordo com
Prodanov e Freitas (2013), a abordagem se aplica quando o pesquisador apenas regista e
descreve os fatos observados, sem interferência nos mesmos, envolvendo técnicas de coletas de
dados como questionários, formulários, observações, entre outros.
Os autores afirmam “Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem
manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência que um
fato ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações com outros fatos”
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52). Sendo assim, consegue-se classificar, explicar e
interpretar os fatos ocorridos por meio da coleta de dados, que neste caso, limita-se a empresa
RX, conforme especificado a seguir.
Os questionários foram enviados via e-mail para o diretor de produção da empresa RX,
que os direcionais de acordo com a natureza e interesse de cada documento. Nesse sentido, a
chefe do setor de engenharia e o responsável pelo departamento de PCP se encarregaram de
responder e realizar a devolutiva dos questionários. As dúvidas que precisaram ser esclarecidas,
forma viabilizadas via conversas por e-mail, e por WhatsApp.
Já o questionário direcionado ao colaborar terceirizado da empresa, foi formulado por
meio da ferramenta Google Forms, e enviado para a chefe do setor de costura, que direcionou
para seus terceirizados.
O presente capítulo apresenta o tratamento dos dados, sua interpretação, assim como a
análise e discussão dos resultados da pesquisa de campo, o qual juntamente com a
fundamentação teórica gerou subsídio para elaboração da proposta da dissertação. A pesquisa
de campo foi realizada na empresa de Têxteis/Vestuário RX.
A aplicação da análise qualitativa das informações obtidas na pesquisa de campo
colaborou com os resultados, permitindo conhecer a complexidade do desenvolvimento
produtivo da indústria de vestuário e suas ramificações indispensáveis para atender e manter a
competitividade da empresa contratante do serviço terceirizado, no mercado, no que se refere
ao aumento da produtividade e a qualidade dos produtos. Dessa forma, a terceirização pode ser
entendida como recurso estratégico utilizado para o alcance desses objetivos. No que se refere
aos trâmites necessários para seu funcionamento, destaca-se ser fundamental a comunicação
entre as empresas, com foco na troca de informações e conhecimentos, referentes aos processos,
que podem variar de uma empresa para outra, mediante a fatores como: estrutura física,
tecnologias utilizadas, capacidade de mão de obra, know-how, entre outros. Destaca-se assim,
a importância de a empresa contratante manter um banco de dados capaz de arquivar essas
informações, que além de indispensáveis no ato do desenvolvimento produtivo terceirizado,
serve como tomador de decisões nos desenvolvimentos futuros e na organização de sua
produção, onde a tecnologia por meio de sistemas e aplicações digitais podem ser facilitadores
dos processos produtivos.
Dessa forma, aplicou-se na referida empresa uma primeira entrevista direcionada ao seu
diretor industrial, cujo objetivo foi identificar a oportunidade de estar contribuindo com uma
solução estratégica inovadora para essa organização, por meio deste estudo científico. Na
ocasião, percebeu-se o alcance mercadológico da empresa e a extensão produtiva necessária
para atender seus clientes.
Os resultados da pesquisa estão organizados em categorias e subcategorias de análise
(Quadro 55).
158
Dessa forma, cria-se uma linha condutora dos resultados esperados em cada um dos
questionamentos que serão apresentados a seguir, confrontando-os com as teorias abordadas.
159
por uma moda mais conceitual. Ainda nesse ano, houve a abertura de lojas próprias com
estratégia de mercado e relacionamento com o consumidor final.
Em 2010 houve a expansão da matriz, objetivando comportar o crescimento das áreas
administrativas. No ano de 2013, a empresa promoveu a renovação dos seus projetos
ambientais, como a estação de tratamento de efluentes e coleta seletiva. E no ano de 2014 a RX
foi premiada com o Prêmio Ser Humano Brasil, com o projeto “Para vencer o jogo da
ergonomia”. Uma nova filial foi aberta em SC nesse mesmo ano.
Em 2016 houve a iniciação da conquista do espaço virtual, com site direcionado a venda
atacadista. A loja de fábrica da matriz foi aberta nesse ano. E no ano seguinte, a abertura da loja
de fábrica de uma de suas filiais. No ano de 2018 foi inaugurada uma nova unidade em SC,
para expedição e transporte. Nesse mesmo ano foi lançada a loja virtual direcionada ao
consumidor final (varejo). O escritório em São Paulo conta com Showroom para apresentação
de coleção e atendimento ao cliente. Nesse ano houve o lançamento da marca direcionada ao
público plus size, “4” (nome fictício).
No ano de 2019, a empresa conquista novamente o Prêmio Ser Humano Brasil SC, na
modalidade de sustentabilidade. Ainda neste ano, inaugura-se a unidade (filial) da empresa no
país vizinho Paraguai. No ano seguinte, são inauguradas as lojas de fábrica em três cidades do
estado (SC). Ainda em 2020, a empresa destaca a ampliação do call center, para melhoramento
do atendimento de seus stakeholders.
Uma bela história vem sendo construída, sendo que no ano de 2021, comemoram-se 35
anos de engajamento e comprometimento. A empresa produz aproximadamente 50 mil peças
por dia, e vende além de peças prontas, peças (rolos) de malha.
Por tratar-se de uma empresa de vestuário, cujo segmento tem como característica
inúmeras etapas que constituem sua cadeia produtiva, a RX, assim como a grande maioria das
organizações integradas nesse setor, demanda de processos realizados de forma terceirizada, ou
seja, executados por empresas especializadas em alguns processos, como por exemplo:
estamparia, costura, acabamentos, entre outros, a fim de atender sua demanda produtiva. Logo,
chegou-se ao problema de pesquisa e consequentemente ao seu objetivo geral, conforme
apresentado na Figura 18:
161
Pode-se afirmar que a RX atua no mercado de vestuário por meio de 9 marcas e atende
aos públicos feminino, masculino, Plus Size, juvenil e infantil nas grades de tamanhos conforme
ilustra o Quadro 56. A empresa RX realiza negociações comerciais junto ao seu consumidor
Business to Consumer (B2C) e junto a outras empresas Business to Business (B2B), via
representação comercial, loja de fábrica física e e-commerce. A marca comercializa vestuário,
malha e tecidos em rolos (matéria prima para produtos de vestuário).
Percebe-se o alcance de público consumidor que a empresa RX atinge por meio de suas
marcas e grade de tamanhos praticados, que a empresa dispõe de uma estrutura industrial
considerável para atuar em todas essas linhas de produto.
O público consumidor da RX, é atingido virtualmente por meio de conteúdo, campanhas
e produtos nas plataformas digitais sendo canais que levam o cliente a acessar todos os produtos
oferecidos pela empresa, por meio de suas marcas (Quadro 57).
Em seu site próprio, com layout facilitado, o cliente encontra os produtos, separados por
marcas (todas as marcas citadas anteriormente) e categorias de consumidor, apresentando o mix
de produtos disponíveis de acordo com a seleção realizada pelo consumidor. Dentre o mix de
produtos ofertados, encontram-se produtos de vestuário confeccionados em malha, tecido plano
e jeans. (Quadro 58).
Bermudas X X X X
Casacos e Jaquetas X X X X X X X X
Básicos X X X X X X X X
Saias X X X X
Conjuntos X X X
Moda Praia X X X
Meias X X X X
Pijamas X X X
Moda Íntima X X X X
Fitness X
Body X X
Macacão Infantil X X
Fonte: Desenvolvido pelo autor (2022).
Logo, ao observar a variação de produtos disponíveis através do site RX, pode-se dividi-
los em 3 categorias: Produtos Básicos, Casuais e Fashion.
Sendo os produtos básicos aqueles de simples elaboração e indispensáveis para todo
tipo de consumidor. Na maioria das vezes, confeccionados sem detalhes de costura, estamparia
ou cores diferenciadas e estão presentes em todas as marcas do grupo RX. Já o produto casual
apresenta características mais atemporais, e se destaca em meio ao mix de produtos. São aquelas
peças mais elaboradas, com aviamentos, estampas e cores. E por fim, a categoria de produtos
Fashion, destacando as peças elaboradas com base nas mais atuais tendências de consumo.
Diferenciam-se em cor, acabamentos e ornamentos.
Mediante ao exposto, conheceu-se melhor a atuação do grupo RX no mercado de
vestuário. São diversos segmentos de produtos para atender todo o tipo de mercado. Com isso,
a terceirização de processos requer o máximo de controle para que todos os produtos cheguem
ao consumidor, no tempo preciso e com a qualidade necessária para agradar o cliente RX.
Informações a respeito da terceirização nessa empresa são apresentados nos resultados a seguir.
4.1.2 Terceirização na RX
Nesse sentido, Marques (2022) destaca que terceirizações bem realizadas, podem
garantir uma redução de custos considerável para a empresa, porém é importante buscar
construir relações a longo prazo, escolher empresas confiáveis e estabelecer um contrato
minucioso para prevenir eventuais problemas.
Esses benefícios destacados pela RX, e já abordados anteriormente na teoria,
possibilitam a empresa também especializar-se nos processos produtivos que por ela já são
realizados. Podendo assim investir em novas tecnologias e maquinários, e também seu espaço
físico não precisa estar sendo dividido com outros processos.
Mediante a isso, empresa RX conta com alguns processos realizados de forma
terceirizada, como:
a) partes do design de estampas (conforme demanda);
b) estampagem;
c) alguns desenvolvimentos de produto;
d) algumas modelagens e prototipagem de Jeans;
e) grande parte da costura das peças de produção;
f) decoração (acabamentos nas peças de vestuário);
g) e embalagem.
Além dos processos realizados de forma terceirizada citados anteriormente, é realizado
de forma interna, ou seja, dentro do ambiente fabril da empresa RX os seguintes processos:
a) tecelagem;
b) tinturaria;
c) acabamento de malhas;
d) desenvolvimento de produtos;
e) modelagem;
f) corte (talhação);
g) e duas unidades de costura.
O Quadro 59 apresenta resultados quantitativos, indicando o número de empresas
terceirizadas que contribuem com o desenvolvimento produtivo da empresa RX na atualidade.
Constatando assim o grandioso número de empresas que prestam serviço a RX de forma
terceirizada, por meio da execução de algum processo produtivo do qual são especializados, e
que a empresa não possui, ou não consegue atender sozinha essa demanda produtiva.
165
informações e conhecimentos entre seus terceirizados, para que a estratégia produtiva seja
realizada da melhor forma e alcance os resultados pretendidos para ambas as partes.
Os respondentes destacam a importância que a RX percebe em seus terceirizados,
independentemente de sua localização geográfica, e processo produtivo realizado, mantendo
com eles uma boa relação (Apêndice A). A empresa busca ser justa e pontual com seus
pagamentos, nos tempos das peças, sempre avaliando o custo minuto aplicado em confronto
com o praticado. A terceirização é formalizada por contrato simples redigido com todas as
empresas terceirizadas, no entanto a RX não cobra exclusividade por parte do terceirizado,
possibilitando aos mesmos, prestar serviço para demais empresas do segmento. Aborda-se a
seguir, os meios utilizados para o compartilhamento das informações entre as empresas.
Por meio dos processos produtivos realizados de forma interna e terceirizada, a empresa
RX busca produzir aproximadamente 80 mil peças por dia, com a finalidade de atender ao
planejamento orçamental do ano. Esse número diz respeito a quantidade de produtos costurados
(finalizados) diariamente por meio das oficinas de costura terceirizadas (apenas duas internas),
170
com relação direta as metas de produção do ano, e de acordo com a capacidade dos demais
setores produtivos, sendo que:
a) Estamparia: 35 mil peças por semana;
b) Estamparia digital: 9 mil metros por dia;
c) Decoração – bordado: 18 mil peças por semana.
Logo, planeja-se cumprir as metas produtivas diárias, considerando todas as etapas
produtivas, de modo que a produção seja contínua e nenhum setor precise ficar sem produzir.
Os respondentes destacam o planejamento e cumprimento dos prazos como fatores necessários
para que ocorra o fluxo contínuo da produção.
Dessa forma pode-se destacar que é por meio do registro de informações sobre cada
oficina terceirizada, que o setor de distribuição consegue direcionar a produção e alcançar as
metas diárias de produtividade. Com isso os respondentes da pesquisa destacam, que na RX, os
dados e as informações a cada empresa terceirizada ficam armazenados em planilhas, e apenas
algumas informações inerentes as facções de costura podem ser obtidas no sistema da empresa.
Sendo que o conteúdo das informações são: as tecnologias disponíveis, número de
funcionários, capacidade produtiva, know hall entre outros, com a finalidade de manter o ciclo
produtivo constante, e a qualidade da prestação de serviço, conforme exigido pela RX.
Destaca-se ainda, conforme o conteúdo coletado, que as informações sobre as
características das empresas terceirizadas acabam sendo atualizadas no ato da negociação das
ordens de produção, onde o terceirizado informa se pode ou não produzir determinado produto,
pelos motivos referidos. Com essas informações, os gestores atualizam as planilhas e o sistema
de acordo com o que lhes foi passado. Dessa forma, entende-se que a RX não realiza com
periodicidade a atualização das informações de seus terceirizados, porém se força a atualizar,
quando necessário no decorrer das atividades produtivas.
Vale-se destacar, que o terceirizado poderia ser responsabilizado por manter as suas
informações atualizadas, se estivessem conectados em um canal comunicacional em conjunto
com a RX. Pois é de interesse deles, que a produção seja executada seguindo a ordem de
trabalho, com seus requisitos primários de produção.
Foi compartilhado com os respondentes da pesquisa, que é por meio dos gestores de
cada setor, que o terceirizado realiza sugestões de melhorias percebidas no ato da produção das
peças, normalmente via WhatsApp.
Pode-se medir a eficácia das informações compartilhadas com os terceirizados, com
base nos resultados obtidos ao final de cada etapa produtiva. No entanto, os respondentes da
pesquisa de campo, afirmam que não há uma avaliação formal e documentada do desempenho
171
das informações, que indique se estas são realmente eficazes, para a interpretação e realização
da atividade terceirizada.
Para exemplificar, é destacado que para cada produto da coleção, há a confecção de um
mostruário, ou seja, produz-se em média 180 peças, direcionadas aos representantes da
empresa, as quais são utilizadas como amostra física do produto, no ato da visita aos clientes,
para venda dos produtos.
Na confecção do mostruário, é feito o controle da qualidade, confirmando-se se todas
as informações compartilhadas nos processos produtivos, na ordem de trabalho, foram
devidamente aplicadas, cumprindo o serviço contratado. Dessa forma, quando o produto é
finalizado fora do padrão esperado, o mostruário é refeito de acordo com o padrão exigido e os
processos revisados.
Entende-se, com base na teoria abordada e com as contribuições dos respondentes da
pesquisa, ser de fundamental importância analisar com rigor as etapas realizadas durante a
produção. Neste sentido, acompanhar a sequência produtiva das peças do mostruário, conforme
a qualidade esperada, para que ao identificar problemas, estes sejam ajustados em tempo hábil,
considerando que após as vendas, serão produzidos em série. Esses ajustes irão gerar economia
de tempo e materiais, além de melhorar o processo produtivo.
Após a realização dos processos, revisa-se as peças por meio de bastidores, onde o produto
é vestido em um instrumento que auxilia no processo de revisão, e olha-se a peça por
inteiro. Recomenda-se analisar as costuras do decote, mangas e bainhas, conferindo se
Costura todas as etiquetas necessárias foram costuradas, se não há pontos falhados, e sobras de
Prototipagem tecido.
Decoração Ao identificar algum defeito relacionado a costura, realiza-se o reparo. É comum
identificar falhas de processos anteriores como defeitos na matéria prima e na estampa.
Recomenda-se sinalizar o defeito e dobrar as referidas peças na parte superior de cada
fardo de peças.
Por ser o último processo antes do direcionamento para o cliente, esse processo precisa
acontecer com maior rigor. As peças são revisadas, e todas as peças que apresentarem
defeitos devem ser retiradas do lote. Fiscaliza-se tonalidades da matéria prima, sujeiras,
Embalagem acabamentos de estampa, costura e decoração.
Os defeitos factíveis de reparo, são direcionados para concerto, as peças sujas recebem
tratamento para remoção das manchas, e os produtos que não possuem concertos, são
separados do lote, e vendidos como peças de segunda qualidade.
Desenvolvimento
Modelagem Não se aplica.
Design estampas
Fonte: Desenvolvido pelo autor (2022).
da prestação de serviço. Cada setor terceirizado possui um gestor, que fica responsável por lidar
com as questões inerentes ao desenvolvimento das atividades terceirizadas, negociando a
produtividade, prazos de entrega, atendendo-os nas questões relacionadas a troca de
informações garantindo a melhor qualidade da comunicação.
11%
4% Tecelagem
3%
4% Corte
Estamparia
Decoração
Costura e Embalagem
78%
10%
É Eficaz
20%
É eficaz, más pode
melhorar
Nem sempre é eficaz
70%
Nem sempre as
informações são
compreendidas
80% facilmente.
30%
Sim, conseguem
comunicar com facilidade.
As vezes conseguem
comunicar com facilidade.
70%
Com relação a absorção das sugestões dos seus terceirizados, o Gráfico 6 ilustra as
respostas. Sendo que 60% dos respondentes destacam que “Às Vezes” a empresa RX absorve
suas sugestões. Para 20% dos respondentes, a percepção obtida a este questionamento, é que
“Quase Sempre” a empresa absorve suas sugestões e apontamentos, e 20% afirmam que a RX
“Sempre” absorve suas sugestões.
20%
Quase Sempre
Sempre
60% 20% As Vezes
Sim, a produção é
direcionada corretamente.
50% 50%
Poderia ser mais bem
distribuída.
100%
informações técnicas por parte da RX, para a realização da prestação de serviço, a fim de
padronizar os resultados de acordo com a qualidade planejada.
Como observado na Figura 21, todo o usuário precisará realizar seu cadastro a primeira
vez que for utilizar o aplicativo, e criar seu login e senha de acesso. Os terceirizados que já
fazem parte do grupo de colaboradores da empresa, realizarão seu cadastro da mesma forma
que aqueles que estão interessados em começar a terceirizar para a RX.
Para possuir um login, realiza-se inicialmente seu cadastro. Ao clicar no menu “novo
cadastro”, direciona-se o usuário a seguinte interface explicativa, para cadastramento da
empresa cujo terceirizado já presta serviço para a RX, ou pretende colocar-se a disposição para
realização de algum serviço terceirizado, como apresenta a Figura 22, da referida interface.
186
5.2 CADASTRAMENTO
demanda produtiva, e o cumprimento dos prazos planejados são fundamentais para a conclusão
efetiva do processo. Número de funcionários, novos maquinários, ampliação ou redução da
estrutura da empresa, são exemplos de fatores que interferem na qualidade e produtividade dos
artigos a serem produzidos.
A Figura 23 apresenta a interface explicativa das etapas do processo de cadastramento,
onde inicia-se preenchendo os dados gerais da empresa, seguido por especificações de
produtividade e qualidade. Por fim as etapas 4 e 5 solicitam que o terceirizado selecione o tipo
de prestação de serviço que pretende realizar, e as tecnologias que a empresa dispõe. Após esse
entendimento, o usuário opta por iniciar o cadastramento, ou voltar a interface anterior.
Através dos dados cadastrais das empresas terceirizadas, a RX terá o perfil de cada
empresa, e com esse conhecimento, poderá direcionar a produção da melhor forma, de modo a
encaminhar para esse terceirizado, o tipo de produto e a quantidade compatível com sua
estrutura atual. Sendo assim, ambas as empresas conseguem extrair o melhor de si, por meio de
planejamento e organização ocasionados pela comunicação orientada. Além disso, por meio de
seu registro, essas informações e conhecimentos passam a fazer parte da estrutura
organizacional da RX, onde os setores de gerenciamento da produção poderão consultar
constantemente, sem que essas informações sejam perdidas mediante a troca de funcionários
nesses referidos setores. Os dados gerais da empresa de terceirização compreendem suas
informações de identificação (Figura 24).
188
Cada uma das etapas dita características tangíveis ao produto, que será percebida pelo
consumidor. Além disso, características intangíveis, e não percebidas pelo consumidor se fazem
importantes da mesma forma. Nesse ínterim, considera-se o cumprimento de prazos e datas
previamente organizados pela empresa contratante a fim de cumprir sua agenda de atendimento
ao cliente, assim como a adequação as regras e leis para manter funcionários alocados com boas
condições de trabalho e carga horária justa, conforme exemplificado na coleta de dados, uma
vez que, o não cumprimento dos fatores mencionados levam à interrupção da prestação de
serviço por parte da RX.
Ou seja, o cadastramento da categoria “qualidade”, objetiva colher informações das
empresas terceirizadas que poderão orientar a RX a fim de padronizar os resultados obtidos por
meio da prestação de serviço de cada uma das etapas de produção dos seus produtos. Para esse
fim, segue a Figura 26:
Entende-se que o produto caracterizado como básico, casual e fashion seguem o mesmo
padrão de qualidade, no entanto, a diferenciação se encontra no processo produtivo, e com isso,
pode-se diferenciar na prestação de serviço de cada empresa terceirizada.
Dessa forma, quando o usuário selecionar a opção “básico”, entende-se que esse
terceirizado produz produtos de fácil elaboração, em contrapartida, o terceirizado que
selecionar a opção “fashion”, informa a RX que produz produtos diferenciados e de maior
elaboração, popularmente conhecidos como “modinha”.
No entanto, se faz necessário informar a empresa tomadora da terceirização, neste caso
a RX, que tipo de produto esse terceirizado está habituado a produzir, dentro da categoria de
qualidade por ele selecionada. Sendo assim, ao selecionar uma das opções na interface de
cadastramento de número 3 - “Qualidade”, o usuário do aplicativo R3-EXTERNALIZE será
direcionado a especificar quais “Tipos de Produto” a referida empresa produz. Sendo assim,
conforme os dados coletados em campo, sabe-se que a empresa RX produz produtos de
vestuário em: malha, tecido plano e jeans, e atende por meio de suas marcas, os perfis de
consumidor: bebê, infantil, juvenil, adultos e plus size. Subsequente a essa seleção, pede-se
para selecionar dentro dos tipos de produtos ofertados, quais a empresa gostaria de produzir.
Esse cadastramento é explicitado na Figura 27:
Pode-se compreender por meio dessas categorias de seleção, que diversos são os fatores
que levam uma empresa de prestação de serviço terceirizado a se auto classificar em alguma
192
Figura 30 exemplifica essa aplicação, como se o cadastro estivesse sido realizado por uma
empresa terceirizada de costura.
O perfil dos terceirizados será representado para a empresa RX, de forma resumida,
expondo inicialmente as informações mais relevantes sobre as informações de cada empresa
cadastrada, também em formato de Dashboard.
Sendo assim, a Figura 30 possibilita que a empresa RX escolha visualizar as
informações das empresas que já prestam serviço a ela, ou aquelas que se cadastraram para
poder iniciar como terceirizada. Essa seleção acontece pela escolha do menu localizado na parte
superior direita, entre CNPJ atuante, ou novo CNPJ, conforme exemplificado na Figura 22.
O Dashboard apresenta visualmente o perfil dos terceirizados que já prestam serviço
para a RX. A exposição das informações é destacada da seguinte forma:
a) Dados Gerais – Qual o tipo de terceirização realizado pela empresa; se a empresa
possui a certificação ABVTEX; e a localização geográfica dela.
b) Produtividade – Apresenta informações quantitativas referentes ao número
aproximado de peças produzidas no período de um mês.
c) Qualidade – Expõe as informações escolhidas entre as opções: básico, casual e
fashion.
195
Por fim, o usuário do aplicativo conclui seu cadastramento criando a senha do seu perfil,
e sendo seu login o próprio Cadastro Nacional Pessoa Jurídica (CNPJ) da empresa (Figura 35).
196
Por meio da exposição dos menus, o usuário do aplicativo pode escolher entre as opções:
dados cadastrais; impostos; resultados e terceirização. Logo, percebe-se que o tópico de dados
cadastrais dará acesso as informações e a possibilidade de atualização conforme a apresentação
do Dashboard do perfil do terceirizado, apresentado pela Figura 30, com acréscimo do menu
“atualizar”.
Já o menu imposto, viabiliza ao usuário a possibilidade de anexar as guias de
comprovação de pagamento mensal dos impostos (INSS e FGTS), para que a RX possa
controlar a conformidade jurídica do terceirizado em relação aos seus funcionários, (Figura 35).
Visualmente essa função registrará a organização de acordo com o mês em que os arquivos
foram anexados, e disponibilizará a opção de anexar os comprovantes do mês seguinte. Após
anexar os documentos, o usuário do aplicativo poderá escolher a opção de salvar, onde subirá
automaticamente sua atualização, e o levará de volta ao menu principal.
198
necessárias para a execução daquela função. Na parte inferior, o usuário tem a possibilidade de
voltar ao menu principal. A Figura 36 exemplifica o exposto, trazendo as funcionalidades
referentes a prestação de serviço de “costura”.
Assim que o usuário do aplicativo selecionar a opção “ordem de trabalho”, lhe será
exposto todas as ordens de trabalho referentes ao mês vigente, ordenadas por data, e sinalizadas
quando cumpridas. Dessa forma, por meio da interface “ordem de trabalho”, o terceirizado
poderá acompanhar os lotes de produção referentes ao mês, e consultar os arquivos dos meses
anteriores. Será possível também, acessar cada uma das ordens de trabalho, para consultar as
informações referentes aquele lote, sendo elas:
a) Referência do produto;
b) Descrição ou imagem do produto;
c) Preço unitário pago para aquela prestação de serviço;
d) Quantidade de peças, cor e grade de tamanho;
e) Data que o lote saiu da RX;
f) Data prevista para a devolução do lote finalizado;
g) Valor total da prestação de serviço.
Essa exemplificação é apresentada na Figura 37.
201
A “sequência operacional” ativará a interface que trará o passo a passo, sugerido pela
RX, para a montagem do produto. O menu “etiquetas” apresentará todas as etiquetas que
compõem esse produto, sua descrição, e a forma de aplicação. Já o menu “linhas” irá expor uma
tabela com os códigos das cores que a referência possui, e a indicação dos fornecedores, quais
a empresa costuma utilizar. Dessa forma estará descrito o código da cor do produto da RX,
relacionado ao código da cor das linhas de algodão e poliéster sugeridos.
O menu “medidas/cotas” é fundamental para a comparação das medidas da peça
acabada, com as dimensões necessárias e exigidas pela empresa. Apresentarão por meio de
linhas de cotas e valor numérico de cotas, as medidas reais do produto. O terceirizado pode
acessar essa interface para conferir as medidas durante a confecção das peças, e as inspetoras
de qualidade, se basearão nela para aprovar ou não a produção do lote.
Por fim, o menu “materiais” trará a descrição de todos os insumos que levam a peça. Ou
seja, botões, aplicações decorativas, e demais insumos necessários de acordo com o modelo.
Esse menu trará a descrição do material, e a aplicabilidade dele. Essa interface apresentará a
relação das agulhas que se indicam para a confecção das peças, visando o resultado do produto.
Quando o usuário do aplicativo selecionar a opção “peça piloto”, dentro da barra de
menus da terceirização, ativará a interface que mostrará aquele produto em 3D. Ou seja, o
terceirizado poderá visualizar o produto de forma tridimensional, por meio do aplicativo R3-
EXTERNALIZE. A peça piloto tridimensional virtual, possibilita ao usuário, por meio da
205
interação na tela do aparelho mobile, a visualização dos detalhes da peça, tanto na parte frontal,
lateral e traseira. A exposição em 3D da peça piloto, substitui a peça física, e cumpre a mesma
função.
Para finalizar, o último menu da terceirização, apresentamos a opção “fale conosco”. Ao
acionar essa ferramenta, o usuário será direcionado a interface que apresentará para escolha,
suas funcionalidades (Figura 40). Desse modo o usuário poderá escolher entre as opções
apresentadas, aquela que atenderá a sua necessidade. No menu “fale conosco – preços”, o
usuário irá registrar sua mensagem relacionada a referência específica, e enviar para a RX. Ao
selecionar a opção “fale conosco – sugestões”, o usuário irá registar suas sugestões relacionadas
aos processos de execução da sua prestação de serviço.
Quando o usuário se deparar com curtos prazos para cumprir determinada ordem de
trabalho, ou perceber que ao longo da prestação de serviço não conseguirá cumprir o prazo
combinado para a entrega da produção, conforme estabelecido com a RX, poderá acionar o
menu “fale conosco – prazos”, e relatar o ocorrido. Por fim, a opção “fale conosco – avaliação
das informações” sugerirá que o terceirizado avalie a qualidade das informações compartilhadas
pela RX por meio do aplicativo R3-EXTERNALIZE. Apresenta-se como fundamental
importância, a avaliação dos usuários do aplicativo, se as informações por ele veiculadas,
cumprem sua função no que diz respeito a orientar e instruir a prestação de serviço de cada tipo
de terceirizado da empresa. A Figura 40 irá expor as opções presentes no menu “fale conosco”,
e exemplificar sua utilização. Após preenchimento da referência, e digitação da mensagem, o
usuário selecionará a opção “enviar”, localizada na parte inferior direita das respectivas
interfaces. A RX será notificada a cada mensagem recebida, e poderá ordenar por grau de
importância para analisar aquele registro e responder ao terceirizado.
Deixo como sugestão que a empresa responda como emergência as notificações de
“prazos”, pois estão atreladas diretamente com o cumprimento da agenda de entregas da
empresa. As “sugestões” e “preços” podem ser analisadas e respondidas com certa urgência,
para que os preços (se acaso a empresa optar por conceder a solicitação do terceirizado) possa
estar sendo computado no faturamento do mês vigente. E as sugestões sobre processos,
absorvidas quando possível e atualizadas em todos os registros de informações (como na ficha
técnica). Podem ser analisadas com menor urgência as notificações de “avaliação da
informação”, no entanto, com mesmo grau de importância que as demais. Saber a opinião de
quem utiliza as informações como principal recurso para o desenvolvimento de suas funções, é
de fundamental importância para uma organização.
206
6 CONCLUSÃO
na interpretação e utilização eficaz dos dados e das informações construídas nessa relação.
Destaca-se, nesse contexto, a importância do registro e atualização dos dados por parte dos
terceirizados para uso da organização.
Vale destacar que o instrumento para o compartilhamento das informações, que
descrevem e orientam as atividades terceirizadas, precisa favorecer a veiculação dessas
informações. De modo que o usuário delas, consiga interpretar com clareza a informação
compartilhada, e que o formato de veiculação esteja adequado ao meio comunicacional
contemporâneo, possibilitando a inclusão de meios informacionais atuais e interativos
promovidos por conta desses novos recursos.
Em vista das dimensões apresentadas acerca do problema de pesquisa, foi escolhido de
forma dedutiva como objetivo da dissertação a projeção de um modelo conceitual de gestão da
informação e conhecimento, em formato de aplicativo, para comunicação entre empresas de
vestuário e seus terceirizados.
O método usado para a condução da pesquisa científica foi o dedutivo. Esse método é
caracterizado por meio de uma análise informativa para o encontro de uma solução real.
Partindo de premissas verdadeiras (o problema de pesquisa), chegando ao encontro de soluções
verdadeiras (objetivo geral da pesquisa).
Na sequência coletou-se dados por meio de pesquisa de campo na empresa RX Indústria
e Comércio de Malhas, e em seus terceirizados, com a finalidade de conhecer o funcionamento
dos processos da terceirização nessa empresa. Os dados coletados foram analisados e descritos
respondendo os objetivos dos procedimentos metodológicos da pesquisa.
Com isso, identificou-se que a RX mantém um número significativo de empresas
terceirizadas que desenvolvem constantemente os processos produtivos de seus produtos.
Atualmente a empresa externaliza processos de tecelagem, estamparia, decoração, corte,
costura, embalagem, design de estampa, desenvolvimento, modelagem e prototipagem de jeans.
A terceirização ocorre de acordo com a demanda produtiva da empresa, ou seja, a empresa
conta com a estratégia de terceirizar processos para alcançar o número de peças dentro dos
prazos necessários para atender seus clientes e consumidores.
Cada segmento de terceirização conta com gestores responsáveis pela negociação e
compartilhamento das informações para a realização da prestação de serviço. A empresa
direciona a cada terceirizado um documento nomeado de “ordem de trabalho”, que contém
informações como: referência, descrição do produto, quantidade, valor unitário e previsão de
entrega. Além disso, cada terceirizado recebe as informações para a execução do trabalho. Essas
informações são indispensáveis para manter o padrão estético e a qualidade dos produtos, que
210
podem ser encontradas no sistema digital da empresa, ou recebidas de forma física (dependendo
da prestação de serviço).
O direcionamento dos lotes para a produção acontece de acordo com os dados que a
empresa mantém sobre cada terceirizado, auxiliando na distribuição que favoreça o melhor
aproveitamento desse recurso. O terceirizado é constantemente avaliado por meio do
desempenho na prestação de serviço, onde o fator qualidade é o mais considerado. Destaca-se
que a aprovação da prestação de serviço acontece por meio de inspeção de qualidade ao final
de cada lote produzido, podendo o terceirizado refazer processos na falta de adequação.
Cada terceirizado pode contatar via WhatsApp o seu gestor para esclarecimento de
dúvidas acerca da produção, ou relatar sugestões quando necessário. Vale destacar que a
qualidade agrupa, além do resultado físico do produto realizado, também compreende o
cumprimento dos prazos, a seriedade e a conformidade jurídica da empresa terceirizada com
seus funcionários.
Com isso, foi desenvolvido um modelo conceitual de aplicativo, que descreve e ilustra
o gerenciamento e compartilhamento de informações, além da interação do usuário com a
aplicação.
Esse aplicativo foi construído para uso mobile, e se caracteriza pela facilidade de
manuseio proporcionado ao usuário, em resposta a alta demanda de terceirizados que geram
dados e necessitam de informações mutuamente de forma instantânea e rápida. Logo, esse
instrumento facilitador, descreve e orienta as atividades, veiculando essas informações de forma
facilitada para uma comunicação eficaz.
Mediante o uso deste sistema digital, acredita-se em poder gerenciar e controlar o fluxo
de informações compartilhadas pela empresa tomadora com as prestadoras de serviço
terceirizado. Organizando e registrando as práticas do trabalho terceirizado, podendo ser
retomado, revisado e reutilizados. Logo essas informações registradas tornam-se conhecimento
organizacional, dando aos líderes empresariais meios para estruturar uma estratégia e moldar a
rotina da produção vigente, e ser utilizado na tomada de decisões no desenvolvimento e na
organização da produção das próximas coleções.
Com a finalidade de melhorar o relacionamento entre as empresas, compartilhar as
informações de forma mais ágil, certeira, extraindo e promovendo o melhor desempenho da
terceirização, assim como, padronizar os resultados esperados.
Por fim, espera-se em um estudo futuro, evoluir o modelo conceitual à um modelo
aplicado direcionado a empresa RX, podendo ser aplicável a outras empresas de confecção de
vestuário. Realizando testes piloto do desempenho da usabilidade do aplicativo aplicado.
211
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12. As informações sobre cada empresa terceirizada e suas características (endereço, número
de funcionários, tecnologias disponíveis, produtividade mensal etc.), são registradas,
armazenadas e atualizadas pela RX? Como é realizado esse banco de dados?
13. O banco de dados com informações das empresas terceirizadas é consultado
frequentemente para o gerenciamento da produção?
14. Qual o tipo de codificação utilizado pela empresa para consulta rápida das informações
gerais de determinado produto (código, referência etc.)?
Todos na empresa têm acesso? _______________________________________________
15. É realizado a promoção de alguma iniciativa para melhorar o desemprenho da comunicação
de informações pela empresa RX? Se sim, qual? Se não, você acha que seria necessária
essa iniciativa? ___________________________________________________________
16. Como você avalia a qualidade da informação transmitida pela RX para seus terceirizados?
Uma vez que uma informação má transmitida pode acarretar falhas e problemas produtivos.
Justifique
17. As informações recebidas dos terceirizados, passam por qual tratamento até serem
absorvidas ou descartadas? __________________________________________________
234
(__)____________________________________________________________________
13. Disponibilidade de inovar em processos, tecnologias, equipamentos é um diferencial para
a empresa terceirizada?
(__) Sim, esperamos evolução contínua dos nossos terceirizados
(__) Não, preferimos que seja mantido sempre o padrão
14. Para a contratação de uma empresa terceirizada, a RX opta por qual das opções
mencionadas?
(__) Empresas especializadas e já estabelecidas no mercado
(__) Empresas já estabelecidas no mercado, que de início não apresentam o perfil desejado,
porém possui condições de atingi-lo
(__) Empresas de ex-funcionários
15. A RX solicita para as novas empresas terceirizadas a comprovação do capital social
mínimo, de acordo com a nova lei da terceirização? (__) Sim (__) Não
6. Quais as principais informações contidas no encaixe dos moldes? Essa etapa é realizada
internamente ou por terceirização também?
7. Quando se trata de produção terceirizada de estamparia, quais são as principais
informações contidas no guia de instruções que as terceirizadas recebem juntamente com
a ordem de produção, e as bandeiras?
Nome do guia de instruções: _________________________________________________
Principais informações: ____________________________________________________
Quais os problemas/as dificuldades que ocorrem frequentemente, relacionados ao
compartilhamento de informações com esses terceirizados?
8. Quais as principais informações contidas nas bandeiras da estamparia?
9. Quando se trata do processo produtivo de decoração, quais são as principais informações
contidas no guia de instruções que as terceirizadas recebem juntamente com a ordem de
produção, e as bandeiras?
Nome do guia de instruções: _________________________________________________
Principais informações: ____________________________________________________
Quais os problemas/as dificuldades que ocorrem frequentemente, relacionados ao
compartilhamento de informações com esses terceirizados?
10. Quais as principais informações contidas nas bandeiras para as decorações?
11. Quando se trata de decoração, quais são os processos que ocorrem com maior frequêncis?-
________________________________________________________________________
12. Quando se trata de produção terceirizada de costura (facção), quais são as principais
informações contidas nas fichas técnicas que as terceirizadas recebem juntamente com a
ordem de produção?
Principais informações: ____________________________________________________
A ficha técnica é enviada juntamente com a peça piloto?
(__) Sim (__) Às vezes (__) Não
A peça piloto (protótipo) sempre contém todas as informações descritas na ficha técnica
anexada a ela?
(__) Sim, ficha técnica e protótipo iguais
(__) Não, a ficha técnica sofre alterações conforme a necessidade do cliente, e o protótipo
não é atualizado.
Descreva as principais funções do sistema de compartilhamento interno direcionado a
costura das peças: _________________________________________________________
Todas as facções terceirizadas acessam facilmente esse sistema? _____________________
239
Beneficiamento
Estamparia
Corte
Decoração
Costura
Embalagem
7. Além da qualidade dos processos produtivos, o cumprimento dos prazos de entrega atribui
aspectos de qualidade?
(__) Qualidade para RX diz respeito as características físicas dos produtos
(__) Todos os aspectos são considerados
8. Como são estabelecidos os critérios para a garantia da produtividade?
(__) Mediante a contrato
(__) Por meio de acordo informal
(__) Não há garantia de produtividade
9. Como você avalia a capacidade de compartilhamento dos conhecimentos técnicos sobre o
produto com as pessoas envolvidas no processo de produção?
(__) Facilitado porque ______________________________________________________
(__) Dificultoso porque _____________________________________________________
10. A organização da produção, segurança e limpeza do espaço físico da empresa terceirizada
é avaliado como qualidade?
(__) Sim (__) Não
11. Durante a produção dos mostruários (primeira produção após a aprovação do protótipo,
direcionada a representantes comerciais), são considerados os apontamentos de quem
produz, relacionados a sugestões de processos, materiais, custos de produção etc.
(__) Sim (__) Não
12. Você acredita que a facilidade na comunicação com os terceirizados pode contribuir nos
aspectos da qualidade do serviço prestado?
13. Você acredita que as exigências de qualidade praticadas pela RX, representam um
diferencial competitivo para a empresa no mercado.
242
QUESTIONÁRIO AO TERCEIRIZADO DA RX
( ) Sim
( ) Não
( ) Às vezes
6. Normalmente as sugestões são absorvidas pela RX?
( ) Às Vezes
( ) Quase sempre
( ) Sempre
( ) Nunca
7. Você acha que a produção é direcionada para a sua empresa da forma correta, com relação
a sua capacidade produtiva e maquinários que possui?
( ) Sim
( ) Não
( ) Poderia ser mais bem distribuído
8. A RX deixa claro a qualidade que exige para suas peças?
( ) Sim
( ) Não
9. Você acredita que um aplicativo pelo celular poderia facilitar o dia a dia da confecção para
resolver questões de dúvidas, agendamento de lotes, entregas, e registro de mensagens?
( ) Sim
( ) O meio utilizado já é eficaz.
244