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 MÉTODO CIENTÍFICO

O experimento da obediência cega conduzido por Stanley Milgram foi uma pesquisa
notável no campo da psicologia, explorando o comportamento humano em situações de
autoridade. Stanley Milgram cunhou o termo “estado de agente”, um estado em que as pessoas
realizam ações contrárias aos seus próprios valores. Sua pesquisa demonstrou o perigo
envolvido na predisposição humana de obedecer à autoridade a ponto de ignorarmos
nosso senso de responsabilidade
1. Observação:
 Milgram observou o contexto sociopolítico pós-Segunda Guerra Mundial,
especialmente o papel da obediência cega em eventos como o Holocausto.
 Ele estava interessado em entender até que ponto as pessoas seguiriam ordens
autoritárias, mesmo que contrárias às suas próprias convicções morais. Até que ponto
uma pessoa está disposta a agir contra seus próprios valores obedecendo à autoridade?
2. Situação Problema:
 A situação problema envolvia a obediência à autoridade, mesmo quando as ações
ordenadas eram moralmente questionáveis.
 Milgram queria investigar como as pessoas reagiriam quando instruídas a causar
sofrimento a outros em nome da ciência.
3. Dados:
 Os dados foram coletados por meio de observação direta, gravações em áudio e
questionários.
 Os participantes do estudo foram observados enquanto administravam supostos
choques elétricos a um "aprendiz" em outra sala.
4. Hipótese:
 A hipótese de Milgram era que uma porcentagem significativa de pessoas seguiria as
ordens de uma autoridade, mesmo que isso envolvesse prejudicar outra pessoa.
5. O Experimento:
 Participantes foram recrutados e informados de que estavam participando de um
experimento de aprendizagem.
 Os experimentos consistiam em uma figura de autoridade central que ordenava os
participantes a administrar descargas elétricas em outra pessoa sempre que
respondessem erroneamente a uma pergunta. o "aprendiz" sempre que este errasse
respostas, mesmo que parecesse haver sofrimento A pessoa que supostamente recebia
as descargas elétricas era um ator, mas o participante que deveria castigá-la não sabia.
 A atuação do cúmplice era a seguinte: quando chegasse ao nível 10 de intensidade ele
tinha que começar a reclamar sobre o experimento e querer sair, ao nível 15 da
experiência ele se recusaria a responder as perguntas e mostraria com determinação a
oposição a elas. Ao atingir o nível 20 de intensidade, ele iria fingir um desmaio e,
portanto, a incapacidade de responder as perguntas.
6. Fatos e Conclusões:
 Os resultados revelaram uma notável tendência das pessoas em obedecer às ordens de
uma figura de autoridade, mesmo quando isso envolvia causar dor a outra pessoa.
 Milgram concluiu que a obediência cega pode levar as pessoas a cometer atos
moralmente condenáveis, destacando a influência do contexto social na tomada de
decisões éticas.
 Cerca de 65% do total dos participantes se disponibilizaram para administrar descargas
elétricas em outra pessoa em voltagens letais. E elas fizeram isso somente porque o
“especialista” lhes mandava fazer.
 Das 40 pessoas do primeiro experimento, 25 chegaram ao fim. Por outro lado, cerca de
90% dos participantes atingiram pelo menos o nível no qual o cúmplice desmaia
(Milgram, 1974). Os participantes obedeciam o pesquisador em tudo; mesmo que
alguns deles apresentassem altos níveis de estresse e rejeição, continuaram a obedecer.

O experimento de Milgram gerou debates éticos significativos, mas contribuiu para


uma compreensão mais profunda do comportamento humano sob a pressão da autoridade.
Stanley Milgram chefiou um novo programa de psicologia social na City University of
New York. Em 1974, publicou seu livro Obediência à Autoridade, clássico obrigatório que
ainda hoje é estudado em todas as faculdades de psicologia do mundo.
Experimentos como este nos ajudam muito a refletir sobre o ser humano. Nos
permitem ver que os dogmas, como o que o ser humano é bom ou ruim, estão longe de explicar
nossa realidade. É necessário esclarecer a complexidade do comportamento humano para assim
poder entender as razões do mesmo. Saber isso irá nos ajudar a entender nossa história e a não
repetir certas ações.

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