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@RESUMOS_TABELADOS
– DIREITO ADMINISTRATI VO

SUMÁRIO
Regime Jurídico Administrativo ............................................................................................................................................ 4
Princípios da Administração ................................................................................................................................................. 5
Administração Pública ............................................................................................................................................................. 11
Conceitos Introdutórios ........................................................................................................................................................ 11
Conceito de administração pública ..................................................................................................................................... 15
Atividades Administrativas .................................................................................................................................................. 16
Direito Administrativo ............................................................................................................................................................ 18
Fontes do Direito Administrativo ......................................................................................................................................... 19
Sistemas Administrativos .................................................................................................................................................... 19
Administração Pública Direta e Indireta............................................................................................................................. 21
Descentralização e Desconcentração ................................................................................................................................ 21
Órgãos Públicos ...................................................................................................................................................................... 24
Teorias que explicam a existência dos órgãos públicos .................................................................................................. 24
Criação e Extinção dos Órgãos Públicos ........................................................................................................................... 24
Capacidade processoal dos órgãos ................................................................................................................................... 25
Classificação dos órgãos públicos ..................................................................................................................................... 26
Administração Direta e Indireta .......................................................................................................................................... 27
Administração Indireta.......................................................................................................................................................... 28
Características comuns ...................................................................................................................................................... 28
Criação das entidades administrativas (art. 37, XIX) ....................................................................................................... 28
Contrato de Gestão.............................................................................................................................................................. 29
Autarquias ............................................................................................................................................................................ 30
Fundações Públicas ............................................................................................................................................................. 33
Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista......................................................................................................... 35
Atos Admnistrativos............................................................................................................................................................... 39
Disposições Gerais .............................................................................................................................................................. 39

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Abuso de poder .................................................................................................................................................................... 40
Requisitos do ato administrativo ........................................................................................................................................ 40
Atributos dos atos administrativos ..................................................................................................................................... 41
Espécies de Atos Administrativos ...................................................................................................................................... 42
Classificação dos Atos Administrativos ............................................................................................................................. 43
Extinção do Ato Administrativo ........................................................................................................................................... 44
Agentes Públicos..................................................................................................................................................................... 46
Disposições Gerais .............................................................................................................................................................. 46
Classificação dos Agentes Públicos ................................................................................................................................... 47
Cargo, emprego e função pública....................................................................................................................................... 48
Acessibilidade aos Cargos, Empregos e Funções ............................................................................................................. 50
Exigência de Concurso Público ............................................................................................................................................ 51
Prioridade de Nomeação ..................................................................................................................................................... 52
Direito à Nomeação ............................................................................................................................................................. 52
Cargos em Comissão e Função de Confiança .................................................................................................................... 53
Contratação Temporária ..................................................................................................................................................... 54
Direito de Greve do servidor .............................................................................................................................................. 54
Acumulação de Cargos Públicos ........................................................................................................................................ 55
Estabilidade dos Servidores Públicos ................................................................................................................................ 57
Vitaliciedade ......................................................................................................................................................................... 58
Precedência da Admnistração Fazendária e seus servidores Fiscais ............................................................................ 58
Sistema Remuneratório dos Agentes públicos ................................................................................................................. 59
Teto Remuneratório ............................................................................................................................................................ 60
Poderes Administrativos ...................................................................................................................................................... 62
Poder Vinculado e Poder Discricionário ............................................................................................................................ 62
Poder Hierárquico DescOncentração ........................................................................................................................... 63
Poder Disciplinar ................................................................................................................................................................. 64
Poder Regulamentar ou normativo .................................................................................................................................... 65
Poder De Polícia................................................................................................................................................................... 68
Uso e Abuso de Poder ......................................................................................................................................................... 72
Controle Administrativo ........................................................................................................................................................ 73
Disposições gerais .............................................................................................................................................................. 73
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Classificações ...................................................................................................................................................................... 73
Espécies de Controle ........................................................................................................................................................... 76
Controle Administrativo ...................................................................................................................................................... 76
Controle Legislativo ............................................................................................................................................................. 79
Controle Judicial.................................................................................................................................................................. 83
Responsabilidade Civil do Estado ........................................................................................................................................ 84
Noções Introdutórias .......................................................................................................................................................... 84
Evolução Histórica ............................................................................................................................................................... 85
Responsabilidade Civil Objetiva do Estado ......................................................................................................................... 86
responsabilidade civil por omissão .................................................................................................................................... 88
excludentes de Responsabilidade Civil ............................................................................................................................... 89
Ação De Reparação ............................................................................................................................................................. 89
Ação de Regresso ................................................................................................................................................................ 90
Responsabilidade por Atos Legislativos, Judiciais e Casos Especiais.............................................................................. 91

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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

Disposições A Administração Pública pode submeter-se a Regime Jurídico de Direito PRIVADO ou de Direito Público.
Gerais Todavia, mesmo quando emprega modelos privados, NUNCA SERÁ INTEGRAL.

Regime Jurídico DA Regime Jurídico Administrativo


Administração

São os Regimes Jurídicos que a Regras que colocam a Administração Pública e condições de superioridade
Administração PODE se submeter: perante o particular. São sujeições e prerrogativas. Se traduzem nos
seguintes princípios:
 Regime Jurídico Público.
 Regime Jurídico Privado. a) Supremacia do Interesse Público sobre o privado: verticalidade das
relaçõessão as PRERROGATIVAS que a Administração Pública detém
relação aos seus administrados.
b) Indisponibilidade do Interesse Público: são restrições na atuação da
Administração. É a defesa dos interesses dos administrados. são as
SUJEIÇÕES.

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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
Princípios EXPRESSOS- L.I.M.P.E
Aplicam-se à Administração Pública Direta e Indireta, todos os poderes e todos os entes.

Esse princípio diz que a Administração Pública deve pautar-se na lei, veda à Administração a prática de atos
inominados, não previstos em lei. A administração Pública só deve agir quando a lei determina/autoriza sua
atuação. É diferente da legalidade para o Particular.

Os Administradospodem fazer tudo que não está proibido em lei.

A Administração Pública Só pode fazer o que a lei autoriza (legalidade estrita).

EXCEÇÕES ao princípio da Legalidade:

Legalidade São aquelas situações em que, mesmo sem a necessidade de lei, a Administração Pública poderá restringir
determinados direitos dos particulares ou garantir algumas prerrogativas a agentes públicos:

1. Edição de Medida Provisória (art.62, CF)

2. Decretação de Estado de Defesa (art. 136, CF)

3. Decretação do Estado de Sítio (art. 137 a 139 da CF).

Se divide em 4 sentidos:

1. Princípio da Finalidade= todo ato da Administração deve ser praticado visando a satisfação do interesse
público (sentido amplo) e da finalidade para ele especificamente prevista em lei.

2. Princípio da Igualdade ou Isonomia= A administração deve atender a todos sem distinções. Ex.: organização
de concursos públicos, Licitações.
Impessoalidade 3. Princípio da Vedação de promoção pessoal= as atividades da Administração não podem ser imputadas aos
funcionários que a realizem. Ex.: proibição dar nomes às coisas públicas de pessoas vivas. Porém, é possível
dar o nome de uma escola de Nelson Mandela, por exemplo (pessoa já falecida).

4. Impedimento ou suspeição= Afastar de processos administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem
condições de aplicar a lei de forma imparcial.

Moralidade Ética, lealdade, probidade e boa-fé. É a atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé.

Duplo sentido:

 Os atos administrativos gerais que produzirão efeitos externos ou os atos que impliquem ônus para
Publicidade o patrimônio público devem ser publicados em órgãos oficiais.
 Exigência de transparência na atuação administrativa. Exceção: dados pessoais e informações
sigilosas.

Eficiência Espera-se a melhor atuação do agente público e que seja o mais racional possível. Implica a redução do
desperdício do dinheiro público. O princípio da eficiência exige o direcionamento da atividade e dos serviços
públicos à efetividade do bem comum. Atenção: Eficiência é DIFERENTE de eficácia.

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Outras questões- Relativas aos Princípios Expressos

Ofende os princípios de moralidade, impessoalidade, igualdade e eficiência.

Súmula Vinculante 13= A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo
Vedação ao de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Nepotismo
Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

 No caso de cargo POLÍTICO, só irá causar ofensa aos princípios da Administração se ficar demonstrado
a incapacidade técnica.

Decorre do Princípio da Legalidade. Princípio da Reserva Legal incide sobre Matérias que devem ser objeto de lei
formal (lei em sentido estrito). Legalidade tem um sentido mais amplo.

Decorrem do princípio da reserva legal a exigência de que as entidades da administração indireta sejam criadas
ou autorizadas por leis específicas e a de que, no caso das fundações, leis complementares definam suas áreas
Princípio da
de atuação.
Reserva Legal
Questão da banca CESPE para exemplificar a diferença:

(CESPE/ Procurador do Município de Fortaleza – 2017) O princípio da legalidade diferencia-se do da reserva legal:
o primeiro pressupõe a submissão e o respeito à lei e aos atos normativos em geral; o segundo consiste na
necessidade de a regulamentação de determinadas matérias ser feita necessariamente por lei formal.

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Princípios IMPLÍCITOS não constam taxativamente em uma norma jurídica.
Prerrogativas administrativas. Presente tanto no momento de elaboração da lei como no momento de
execução em concreto pela Administração Pública. Previsto implicitamente na Constituição Federal e
P. da Supremacia expressamente na legislação ordinária.
do Interesse Exemplos:
público
 Presunção de veracidade dos atos administrativos
 As chamadas cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos que permite, por exemplo, a
alteração ou rescisão unilateral do contrato.
 Exercício do Poder de Polícia
 Diversas formas de intervenção do Estado na Propriedade privada (ex.: desapropriação).

Trata das sujeições administrativas. Ex.: necessidade de licitar, realização de concursos públicos.

A administração tem o poder-dever de agir= ex.: um agente de transito não pode escolher se aplica uma
P. da
multa ou não.
Indisponibilidade
do Interesse Inalienabilidade dos direitos concernentes a interesses públicos.

Público Obs.: Os direitos relacionados aos interesses públicos são inalienáveis, podendo transferir, em determinados
casos, somente a execução do serviço.

Obs.2: Este princípio não impede a Administração Pública de realizar acordos e transações.

Se relaciona à produção legislativa e à atividade administrativa. A inobservância da Razoabilidade e da


Proporcionalidade resulta em vício do ato administrativo e poderão ser anulados pelo Poder Judiciário.
P. da
Proporcionalidade= limitação de excessos.
Razoabilidade e da
Proporcionalidade Razoabilidade= adequação entre meios e fins. Limites à discricionariedade administrativa

Adequação: relação meio/fim.

Exigibilidade/necessidade: não existe outra medida alternativa.

Proporcionalidade em sentido estrito: as vantagens devem supera as desvantagens.

Obs.: Os princípios da Razoabilidade da proporcionalidade NÃO invadem o mérito administrativo.

P. da A constituição federal exige edição de lei específica para a criação ou autorização de criação das entidades da
Administração indireta. Está ligada a ideia de descentralização administrativa (tema que será tratado
Especialidade
posteriormente).

Nesses casos, a lei deverá apresentar as finalidades específicas da entidade, vedando o exercício de atividades
diversas daquelas previstas em lei, sob pena de nulidade do ato.

P. da Hierarquia A Administração Pública se organiza de forma hierarquizada (relações de subordinação e coordenação).

P. da Precaução Evitar danos graves por meio de medidas preventivas.

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P. da Abrange o princípio da Autotutela. É o princípio segundo o qual a é possível controlar as atividades
administrativas por parte da Administração.
Sindicabilidade

P. da Presunção Os atos administrativos gozam de uma presunção de legitimidade, ou seja, de que foram praticados em
conformidade com a lei, em sentido amplo. É uma presunção relativa, admitindo prova em contrário, só que o
de legitimidade ou
efeito da presunção é a inversão do ônus da prova. E a consequência direta deste princípio é que as decisões
de veracidade administrativas têm execução imediata, independente da concordância do administrado.

-Demonstração dos pressupostos de fato (mundo concreto) e de direito (dispositivo legal).

-É um instrumento de controle.

-Permite o direito ao contraditório e ampla defesa.

-Incide sobre os atos vinculados e discricionários.

Obs.: “Motivação Aliunde”= aquela que é feita com base em pareceres, informações, decisões ou propostas.
P. da Motivação Art. 50 da Lei 9784/1999.

Obs.2: Na solução de vários assuntos da mesma natureza, poderá ser utilizado meio mecânico que produza os
fundamentos da decisão, desde que isso não prejudique direito ou garantia dos interessados.

Exceção ao Princípio da Motivação=

Exoneração de ocupante de cargo em comissão (Exoneração ad nutum): não precisa ser motivado.

Aplica-se aos processos punitivos (que aplicam sanção) e com litigantes (conflito).

Contraditório: tomar conhecimento das alegações da parte contrária e contra elas poder se contrapor.
P. do
Contraditório e da Ampla defesa: pode se valer de todos os meios e recursos juridicamente válidos.
Ampla Defesa Súmula vinculante nº5= A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não
ofende a Constituição.

-Tem por objetivo assegurar a estabilidade das relações jurídicas já consolidadas.

-Aplicações: proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada, à prescrição e
decadência, edição de súmulas vinculantes.
P. da Segurança VEDADA a aplicação retroativa de nova interpretação: impede que a Administração modifique seu
Jurídica e entendimento sobre as normas de maneira retroativa.
Proteção à  Segura Jurídica (ASPECTO OBJETIVO): indicando a inafastabilidade da estabilização jurídica.
Confiança  Proteção à Confiança (ASPECTO SUBJETIVO): reflete o sentimento do indivíduo em relação aos atos
que possuem presunção de legitimidade e de aparência de legalidade. proteção à boa-fé dos
administrados. O princípio da confiança se aplica na preservação dos efeitos de um ato administrativo
nulo, mas que tenha beneficiado terceiros de boa-fé.

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Princípio da Continuidade do Serviço Público

Os serviços públicos devem ser prestados de forma ininterrupta.

Finalidade Alcança toda a atividade administrativa (serviço público ou atividades administrativas internas).

Relaciona-se com o dever público de manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos


administrativos.

Não é um Será assegurado o Direito de Greve:


Princípio Na falta de pagamento por parte da Administração. Não poderá parar em atividades essenciais
absoluto (saúde, segurança, etc).

Emergência de manutenção ou aperfeiçoamento do serviço.

 Restrição do direito de greve e VEDAÇÃO para agentes de segurança;


 Necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as
funções públicas temporariamente vagas.
 Impossibilidade, para quem contrata com a Administração de invocar a cláusula de exceção do
Consequências contrato não cumprido nos contratos que tenham por objeto execução de serviço público.
Devem suportar um atraso dos pagamentos de até 90 dias. Depois de 90 dias poderá deixar
de cumprir.
 Faculdade que se reconhece à Administração de utilizar os equipamentos e instalações da
empresa com que ela contrata, para assegurar a continuidade dos serviços.
 Com o mesmo objetivo, a encampação da concessão de serviço público.

-Em regra, os servidores públicos possuem direito à greve, nos termos da legislação aplicáveis aos
trabalhadores.

-Aos agentes de segurança Pública é vedado o exercício do Direito de Greve.


Sobre o Direito
- Uma vez iniciada a greve, a Administração deve proceder ao desconto dos dias de paralização,
de Greve permitindo-se a compensação de horário, porém, o desconto será incabível se a greve decorreu de
conduta ilícita do poder público.

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P. do controle ou da Tutela P. da Autotutela

Trata da relação de VINCULAÇÃO (não Princípio segundo o qual a Administração Pública pode corrigir os próprios
subordinação) entre: atos.

A administração pode controlar/rever os seus próprios atos. Esse controle


Administração Administração pode ocorrer por provocação ou de ofício.
Direta Indireta
Atos que afetem interesses dos administrados só podem ser desfeitos se
observados o contraditório e a ampla defesa.
Administração DIRETA: União, Estados, DF e
SÚMULA 473: A administração pode anular seus próprios atos, quando
Municípios.
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
Administração INDIRETA: Autarquias, direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
Fundações Públicas, Empresas Públicas,
apreciação judicial.
Sociedade de Economia Mista.
ANULARatos ilegais
É a relação na qual a Administração DIRETA
busca assegurar o cumprimento das REVOGARpor conveniência ou oportunidade
finalidades/especialidades da Administração
INDIRETA. Realiza um controle finalístico para Conceito adotado pela Di Pietro: Zelar pelos bens que integram o seu
garantir que as entidades da administração patrimônio, sem necessitar de título fornecido pelo judiciário (adotar
indireta cumpram suas finalidades. medidas de Polícia). não precisa recorrer ao judiciário para corrigir seus
atos.

Autotutela Controle Judicial

Poderá anular seus atos: Poder anular atos da Administração:

Legalidade De ofício SOMENTE por provocação

Por provocação

Mérito (conveniência e Poderá REVOGAR seus atos. De ofício ou por Não pode revogar
oportunidade) provocação.

Observações Gerais

Art. 54 da Lei 9784/99. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-
fé.

Jurisprudência: Súmula nº 14, STF - Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em
concurso para cargo público.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
Estado

O Estado é um ente personalizado, que se apresenta externamente, nas relações internacionais com outros
Estados soberanos, e, internamente, como pessoa jurídica de direito público, capaz de adquirir direitos e
Conceito contrair obrigações na ordem pública.

Poder soberano para governar um povo dentro de uma área territorial delimitada.

Possui 3 Elementos 1. POVO= é o seu componente humano, demográfico.


2. TERRITÓRIO= a sua base física, geográfica.
3. GOVERNO SOBERANO= elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto de
autodeterminação e auto-organização emanado pelo Povo.

São poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (art. 2º da
CF).
Poderes do Estado
Poder LEGISLATIVOfunção legislativa (normativa)

Poder JUDICIÁRIOfunção jurisdicional (resolução de controvérsias com força de Definitividade)

Poder EXECUTIVOFunção Administrativa (executa a lei).

Tripartição FLEXÍVEL. Essa divisão demonstra as funções TÍPICAS de cada Poder.

Nenhum poder exerce sozinho cada uma das funções citadas. Cada Poder desempenha com preponderância suas
funções normais (funções típicas), mas também desempenham funções que materialmente caberiam a outro
Poder (funções atípicas), nos termos previstos na Constituição Federal. Exemplos:
Funções Típicas e O Legislativo exerce a função jurisdicional quando, por exemplo, o Senado processa e julga o Presidente e
Atípicas Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade.

O Poder Executivo exerce Função Legislativa em alguns casos, como na edição de medidas provisórias, leis
delegadas e decretos autônomos.

Observação: A CF/88 não outorgou ao Poder Executivo a função jurisdicional. Isso porque os litígios resolvidos
na esfera administrativa podem possuir caráter de Definitividade somente para a Administração, mas NÃO
IMPEDEM que terceiros busquem revisão judicial do ato.

LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO

Função Típica Normativa Administrativa Jurisdicional

Função Atípica Administrativa Normativa Administrativa

Jurisdicional Normativa

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Organização e Estrutura do Estado

Forma de Governo Sistema de Governo Forma de Estado

República ou Monarquia Presidencialismo ou Parlamentarismo Estado Unitário ou FEderação

3 sentidos:

Conceito de a) FORMAL é o conjunto de PODERES e ÓRGÃOS constitucionais.


Governo b) MATERIALé o conjunto de FUNÇÕES estatais básicas.

c) OPERACIONALé a condução POLÍTICA dos negócios públicos.

“Governo se relaciona com a função política de comando, de coordenação, de direção e de fixação de


planos e diretrizes para a atuação estatal (as chamadas políticas públicas)”.

Forma de Governo

Disposições Maneira como se dá a instituição e a transformação do poder na sociedade e como se dá a relação entre
Gerais governantes e governados.

República (ADOTADA no Brasil) Monarquia

-Instituição do poder por meio de eleições -Instituição do poder pela hereditariedade;


(eletividade);
Formas de -mandato vitalício (vitaliciedade)
Governo -Mandato com prazo determinado
-o monarca não representa o povo, mas uma
(temporalidade).
linhagem de sua família
-Representa o povo
-não há o dever de prestar contas
-Responsabilidade do governante (dever de (irresponsabilidade do presidente).
prestar contas)

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Sistema de Governo

Conceito Modo como se dá a relação entre Poder Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções
governamentais.

Presidencialismo (ADOTADO Parlamentarismo


no Brasil)

-As funções de Chefe de Estado e -Colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo.


Chefe de Governo encontram-se
Tipos -A chefia de Estado cabe ao Presidente da República ou Monarca,
nas mãos de uma única pessoa: O
enquanto a chefia de Governo é exercida pelo Primeiro Ministro
Presidente da República.
ou Conselho de Ministros.
-Predomínio da Divisão de poderes
-O Primeiro Ministro é indicado pelo Presidente com aprovação
-Eleito pelo povo com mandato fixo, do Parlamento.
com liberdade de escolher
-Fortalece-se a figura do Parlamento que, além da atribuição de
Ministros de Estado
legislar, passa a desempenhar também a função executiva.

Chefe de  Chefe de Estado= representa a República Federativa do Brasil nas suas relações
Estado e internacionais. Ex.: Assinar Tratados internacionais.

Chefe de  Chefe de Governo= É o responsável por praticar atos de administração e de natureza


Governo POLÍTICA.

Sistema DUAL No Presidencialismo, existem 2 fontes de legitimidade democrática: o presidente e a assembleia (REGIME
e Sistema DUAL).

Monista Por outro lado, o regime Parlamentarista é monista, pois existe uma única fonte de legitimidade
democrática: o parlamento.

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Forma de Estado

 Estado UNITÁRIO= Centralização política, pois exige um único poder político central sobre
todo o território nacional. Ex.: Uruguai.
Tipos
 Estado FEDERADO (ADOTADA no Brasil)= é marcado pela descentralização política, em que
ocorre a convivência de diferentes entidades políticas autônomas, distribuídas
regionalmente, em um mesmo território. Ex.: Brasil (dividido em União, Estados,
Municípios e Distrito Federal). A União é o poder Político Central.

 Descentralização política
 Repartição de competências
Características do  Constituição rígida como base jurídica.
Estado Federado  Inexistência de um direito de secessão= uma vez criado o pacto federativo, não se
permite que um estado-membro tente se separar.

Princípio da Indissolubilidade do Vínculo Federativo: No Brasil, a forma federativa de Estado é


cláusula Pétrea.

Soberania do -A soberania é característica apenas da FEDERAÇÃO, do “todo”, do “país”.


Estado Federal -Os entes possuem apenas AUTONOMIA.

Não existe O que ocorre é coordenação, sendo que cada ente possui autonomia política, financeira e
subordinação ou administrativa.
Hierarquia entre os Dessa forma, cada ente federativo possui sua administração pública.
Entes Federados
Observação: Os Territórios Federais, que são descentralizações administrativo-territoriais da
União, não possuem autonomia política nem tampouco integram a federação.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SUBJETIVO (quem?) =

 ÓRGÃOS governamentais
 ÓRGÃOS administrativos

SENTIDO OBJETIVO (o quê?) =


AMPLO
 FUNÇÃO política ou de governo
 FUNÇÃO administrativa

SUBJETIVO (quem?) =

 ÓRGÃOS administrativos: ÓRGÃOS públicos, Agentes, Pessoas Jurídicas

OBJETIVO (o quê?) =
SENTIDO
ESTRITO  FUNÇÃO administrativa:
1) Polícia Administrativa
2) Serviços Públicos
3) Fomento
4) Intervenção

SENTIDO Subjetivo, vem de Sujeito. Orgânico, lembra órgão. São:


FORMAL,  Agentes públicos
SUBJETIVO,  Órgãos da Administração Direta e Indireta
ORGÂNICO  Pessoas Jurídicas

Aos quais é atribuído o exercício da função administrativa.

Se refere à ATIVIDADE na função administrativa:

SENTIDO 1) Polícia Administrativa


2) Serviços Públicos
MATERIAL,
3) Fomento
OBJETIVO, 4) Intervenção
FUNCIONAL
Di Pietro: Administração Pública em sentido material é a atividade concreta e imediata que o Estado
desenvolve, sob regime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos.

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Administração Pública-RESUMO

Sentido Amplo Sentido estrito

 Órgãos governamentais e  Órgãos administrativos.


Subjetivo, formal ou
orgânico  Órgãos administrativos

Objetivo, material ou  Função política (de governo)  Função Administrativa.


funcional  Função Administrativa

ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS
Atividades administrativas

FOMENTO POLÍCIA SERVIÇO PÚBLICO INTERVENÇÃO ADMINISTRATIVA


ADMINISTRATIVA
(poder de polícia)

Atividade Atividade pela qual a Toda atividade Em sentido amplo, a intervenção compreende 3
administrativa de Administração impõe concreta e imediata espécies de atividades:
incentivo à restrições, limitações que a administração
1.Regulamentação e a fiscalização da atividade
iniciativa privada de ou condicionamentos pública executa, direta
econômica de natureza privada;
interesse ou ao exercício das ou indiretamente, para
utilidade pública. atividades privadas em satisfazer as 2.A atuação direta do Estado no domínio econômico
prol do interesse necessidades coletivas, (intervenção direta), o que ocorre normalmente
Ex.: favores fiscais,
coletivo. com regime jurídico por meio de empresas estatais.
financiamentos sob
predominantemente
condições Ex.: Expedição de 3.As atividades de intervenção na propriedade
público.
especiais, repasses licenças, sanções, privada, mediante atos concretos incidentes sobre
de recursos, etc. fiscalização, Ex.: prestação de destinatários específicos (desapropriação,
autorizações, etc. serviços de servidão administrativa, tombamento, ocupação
telecomunicação ou temporária, etc).
energia elétrica.

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Atividades-meio e Atividades-fim da Administração

Atividades finalísticas (atividades-fim) Atividades-meio

Podemos que a função administrativa compreende as 4 Já as atividades-meio, são aquelas atividades acessórias que
atividades finalísticas: permitem que as atividades-fim sejam realizadas:

1) Fomento Composição, manutenção e o aparelhamento de material e


2) Polícia administrativa humano;
3) Serviços Púbicos
Edição de atos normativos;
4) Intervenção Administrativa
Decisões administrativas que solucionem conflitos, sem
força de Definitividade.

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DIREITO ADMINISTRATIVO
Direito Privado e Direito Público

Direito Privado Direito Público

Estabelece regras de organização social e convivência a Estabelece regras das relações que envolvem interesses da
serem obedecidas pelas pessoas em suas atividades sociedade como um todo.
particulares.
Relação de Verticalidade (o Estado possui prerrogativas).
Horizontalidade das relações.
Ex.: Direito Constitucional, Direito Tributário, Direito Penal.
Ex.: Direito Civil e Direito Comercial

Não há uma exclusão. Esses dois direitos coexistem.

DIREITO PRIVADO há uma maior igualdade nas relações jurídicas.

DIREITO PÚBLICO há uma maior desigualdade nas relações jurídicas.

 O Estado é quem exerce o papel de representar os interesses da coletividade ou, em outras palavras, o interesse
público.
 A maioria das relações em que o Estado figura como parte são regidas, exclusiva ou predominantemente, pelo
direito PÚBLICO. Ex.: Cobrança de tributos, desapropriação, licitações.
 Contudo, o Estado também pode figurar em relações jurídicas predominantemente (jamais exclusivamente) pelo
direito Privado. Ex.: venda de petróleo pela Petrobrás.

Direito Administrativo

Conceito Ramo do direito público que rege a função administrativa do Estado e a atividade das pessoas e órgãos
que a desempenham.

Objetos do  Todas as relações internas à Administração Pública- entre os órgãos e entidades


administrativas, uns com os outros, e entre a administração e seus agentes (ex.: admissão de
Direito pessoal, concessão de licenças a servidores, criação de órgãos públicos).
Administrativo
 Todas as relações entre a Administração e os Administrados- regidos pelo direito público ou
(são 3) pelo privado. Ex.: Aplicação de multas de trânsito, concessão de alvarás, etc.

 As atividades da administração pública em sentido material exercida por particulares sob o


regime de direito público. Ex.: Concessão de serviço público, serviços públicos prestados pelos
particulares.
OBS.: Função política ou de governo NÃO é objeto de estudo do Direito Administrativo.

18
@Resumos_Tabelados

FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO


Observação: O direito Administrativo NÃO é codificado (não possui um código próprio).

Fonte É a LEI.

PRIMÁRIA É a fonte mais importante. Aqui entende-se lei em sentido AMPLO. Ex.: Lei 8.112, Lei 8.666, Constituição
Federal, etc.

DOUTRINA=Teses e teorias que explicam o conteúdo das normas administrativas.

JURISPRUDÊNCIA= Reiteradas decisões semelhantes do Poder Judiciário a respeito de determinada


Fontes matéria.
Secundárias.
Obs.: Parte da doutrina entende que a jurisprudência poderia ser fonte primária quando se tratar de
(São 3) súmulas vinculantes e decisões com eficácia erga omnes.

Obs.2: Jurisprudência está ligada a uma ideia de nacionalismo e Doutrina está ligada a uma ideia de
universalismo.

COSTUMES=”Praxe administrativa”. Podem ser tanto comportamentos ou práticas aceitas pela


sociedade e adotados de forma continuada, como costumes administrativos (praxe administrativa).
Esses últimos são as práticas reiteradas observadas pelos agentes administrativos diante de
determinada situação.

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
Sistema FRANCÊS ou do contencioso Sistema Inglês ou de Jurisdição única
administrativo

O Poder judiciário NÃO pode intervir nas funções TODOS os litígios- de natureza administrativa ou que envolvam
administrativas. A própria administração resolve sobre as interesses exclusivamente privados podem ser levados ao
lides administrativas. judiciário.

Dualidade de Jurisdição: Jurisdição UMA:

 Jurisdição Administrativa= formada pelos tribunais O Poder Judiciário é o ÚNICO competente para proferir
administrativos, com plena jurisdição em matéria decisões com autoridade final e conclusiva, com força de
administrativa. Decide de maneira definitiva. coisa julgada.

Inafastabilidade da tutela jurisdicional.


 Jurisdição Comum= formada pelos órgãos do Poder
Judiciário, para resolver os demais litígios. Decide Sistema Adotado no Brasil.
de maneira definitiva.

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@Resumos_Tabelados
Sistema Administrativo brasileiro

REGRA Como regra, o Poder Judiciário pode ser buscado a qualquer tempo.

Exceção Situações em que há necessidade de se esgotar ou iniciar a via administrativa:

 Justiça Desportiva
 Reclamações contra descumprimento de súmula vinculante
 Habeas Data
 Mandato de Segurança
 Caso seja possível interpor recurso administrativo com efeito suspensivo
 Ações previdenciárias no âmbito do INSS.

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@Resumos_Tabelados
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA
Conceitos Introdutórios

Atuação do  Entidades= personalidade jurídica própria


Estado  Órgãos = centro de competências, sem personalidade jurídica
 Agentes

Podem ser:

a) POLÍTICAS= autonomia política. Capacidade para se autogovernar e legislar. Compreende


a União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
Entidades
b) ADMINITRATIVA= sem capacidade de legislar. Só possuem capacidade legislativa (só no
campo de auto-organização). É o caso da Administração INDIRETA (Autarquias, Fundações
Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista).

DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
Descentralização Política Descentralização Administrativa

 Entes descentralizados desempenham funções  Entes políticos transferem a execução (e em alguns


próprias que não decorrem do ente central. casos a titularidade) dos serviços para outros
 Competências dos Estados e Municípios; entes;
 Decorre da Constituição Federal  Ocorre por lei, contrato ou ato administrativo.
 NÃO constituem delegação ou concessão do ente
central (UNIÃO).

Descentralização Centralização

Competência da Competência da
Entidade Outra Entidade Outra Entidade Entidade
POLÍTICA POLÍTICA

Pode ser de 3 tipos: É o caminho contrário. Quando se extingue a


competência.
 Descentralização por Outorga, por serviços. Técnica ou
funcional
 Descentralização por Delegação ou por colaboração
 Descentralização Territorial ou geográfica

21
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Descentralização
O tipo de Descentralização  Entidade Administrativa Descentralização por Outorga, por serviços. Técnica ou
vai depender da Entidade funcional
para qual se transfere a  Entidade privada Descentralização por delegação ou por colaboração.
competência.  Território Federal Descentralização geográfica ou territorial.

Por Outorga, por serviços, técnica ou funcional


- Cria entidades administrativas (Administração Indireta).  Autarquias, Fundações,
Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista.

-Depende de lei (para criar ou para autorizar a criação).

-Presunção de Definitividade/prazo indeterminado.

-Transfere a titularidade e execução da competência às pessoas jurídicas de direito


público ou de direito privado.

-Sem subordinação (não há hierarquia). O que há é um controle finalístico, tutela.

-O ente pode até se opor a interferências indevidas.


Tipos
Por delegação ou por colaboração

-Transfere a execução da competência para pessoas privadas (PARTICULARES).

-Ocorre por meio de contrato (bilateral) ou ato administrativo (unilateral).

-Concessão, permissão ou autorização de serviços públicos

-Prazos:

1. Contratodeterminado
2. AtoIndeterminado (precário)

-Sem subordinação

Ex.: concessão de serviço público para uma empresa administrar um aeroporto; concessão
de serviço público municipal, etc.

Territorial ou Geográfica
-Ocorre por meio da criação de um Território Federal.

-Entidade de Direito Público geograficamente delimitada.

-Capacidade Administrativa genérica. Encontrada normalmente nos estados Unitários- França,


Portugal, Espanha, etc.- em que existem as Comunas, Regiões, etc. No Brasil, os Territórios
federais, hoje inexistentes na prática, poderiam ser citados como exemplo.

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@Resumos_Tabelados
DescOncentração =dentro do mesmo Órgão
-Distribuição INTERNA de competência (técnica administrativa).

-Dentro da mesma pessoa jurídica.

Definição -Criação dos órgãos públicos (ex.: criação de Ministérios).

-Presença de Hierarquia, subordinação= controle hierárquico.

Não há hierarquia no exercício das funções jurisdicional e legislativa.

-Pode ocorrer nas entidades Políticas (por exemplo, com a criação de Ministérios) ou nas entidades
Administrativas (por exemplo, com a divisão de uma autarquia em unidades regionais como ocorre com
o INSS).

Em razão da Matéria Ex.: Ministério da saúde, Educação.

Classificações Por Hierarquia Ex.: Ministério, Superintendência, Delegacia.

Territorial Ex.: INSS no norte, sul, nordeste.

DescEntralização =entidade DescOncentração =órgão

Pessoas Jurídicas Distintas Mesma Pessoa Jurídica

Não há hierarquia. O que há é uma VINCULAÇÃO. Há Hierarquia/Subordinação

Especialização É uma técnica administrativa que busca dar mais eficiência e


celeridade.

Dá origem aos ENTES DA ADMNISTRAÇÃO INDIRETA. Dá origem aos ÓRGÃOS PÚBLICOS

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ÓRGÃOS PÚBLICOS
TEORIAS QUE EXPLICAM A EXISTÊNCIA DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
Teoria do Mandato Os órgãos são mandatários NÃO ADOTADA.

Teoria da Figura do tutor (o órgão estaria representando o Estado).


Representação
Crítica= o Estado seria incapaz? Não adotada.

A atuação do órgão é imputada ao Estado  TEORIA ADOTADA.

Observação= O fato de a advocacia pública, no âmbito judicial, por exemplo, defender


ocupante de cargo comissionado pela prática de ato no exercício de suas atribuições
Teoria do ÓRGÃO amolda-se NÃO se amolda à teoria da representação.
(ou da Imputação)
Perceba que a AGU irá defender judicialmente o órgão e não o próprio agente. Isso ocorre, pois, o
agente público, mesmo que comissionado, ao atuar, seria como se fosse o próprio Estado atuando, o
que permite afirmar que a atuação do agente pode ser imputada ao próprio Estado.

CRIAÇÃO E EXTINÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS


Poder Executivo Poder Judiciário, Tribunais de Poder Legislativo
Contas e Ministério Público

-Depende de LEI FORMAL (inciativa do


chefe de Estado, aprovada pelo
-Depende LEI FORMAL (iniciativa do -NÃO depende de lei, mas de atos das
Legislativo). Art. 61 da CF.
STF, Tribunais Superiores, Tribunais respectivas casas.
Ex.: Extinção do ministério do Trabalho. de Contas e Ministério Público).

Observação: Organização e funcionamento


que não implique CRIAÇÃO ou EXTINÇÃO de
órgãos nem aumento de despesa pode
ocorrer por meio de Decreto autônomo.

Ou seja, nenhum órgão pode ser criado


ou extinto por meio de Decreto, somente
por LEI FORMAL.

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CAPACIDADE PROCESSOAL DOS ÓRGÃOS
Os órgãos NÃO possuem capacidade processual, por lhe faltar personalidade jurídica.

De acordo com o Código de Processo Civil =Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus
REGRA direitos tem capacidade para estar em juízo.

Tanto doutrina quanto a jurisprudência pátria admitem situações específicas em que um órgão público
poderá, excepcionalmente, ter capacidade de ser parte.
Exceções Nesse caso, diz-se que o órgão público possui PERSONALIDADE JUDICIÁRIA.
Podemos dizer que a personalidade judiciária é uma criação doutrinária acolhida pela jurisprudência no
sentido de admitir que entes sem personalidade jurídica possam atuar em juízo para defender os seus
direitos institucionais próprios e vinculados à sua independência e funcionamento.
Para que seja reconhecida personalidade judiciária a um órgão público, são necessários
alguns requisitos, a saber:
a) é preciso que o órgão seja integrante da estrutura superior da pessoa federativa (órgãos
independentes ou autônomos);
b) que tenha competências outorgadas pela Constituição; e
c) que esteja defendendo seus direitos institucionais entendidos esses como sendo os relacionados
ao funcionamento, autonomia e independência do órgão.

Jurisprudência Súm. 525, STJ: A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade
judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.

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CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
Quanto à POSIÇÃO ESTATAL Quanto à ESTRUTURA Quanto à ATUAÇÃO FUCIONAL

Independentes Autônomos Superiores Subalternos Simples ou Compostos Singulares ou Colegiados ou


Unitários Unipessoais Pluripessoais

Originários da Na cúpula, logo Possuem poder de Atribuições de Único centro de Reúnem diversos Atuam e decidem Atuam ou decidem
Constituição abaixo dos direção, controle, mera execução e competências, órgãos menores em através de um ÚNICO pela manifestação
Federal e Independentes. decisão e comando, pouco poder exercendo suas sua estrutura, como agente, que é seu conjunta de seus
representativos MAS estão sujeitos à decisório. funções de forma consequência da chefe ou membros.
Possuem ampla
dos Poderes de subordinação de concentrada. desconcentração representante.
autonomia Ex.: portarias, Ex.: Congresso
Estado, sem chefia mais alta e administrativa.
administrativa, seções de Ex.: Portarias. Ex.: Presidente da Nacional, STF,
qualquer NÃO gozam de
financeira e expediente. Ex.: Ministério da República, diretoria Tribunais de contas,
subordinação. autonomia
técnica. Justiça de uma escola. Conselho
administrativa nem
Ex.: Presidência da Administrativo de
Ex.: Ministérios, financeira.
República, Câmara Recursos Fiscais.
Secretarias dos
dos Deputados, Ex.: Gabinetes,
Estados e
Senado, STF, STJ e Secretarias-Gerais,
municípios, a
demais tribunais, inspetorias-gerais,
Advocacia Geral da
TCU e MPU. procuradorias,
União.
coordenadorias,
departamentos,
divisões, etc.

26
@Resumos_Tabelados
ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA

Administração DIRETA Administração INDIRETA

Administração CENTRALIZADA. Administração DESCENTRALIZADA. Surge pelo


intermédio de uma descentralização.

Serviços prestados diretamente PELOS ÓRGÃOS (sem


personalidade jurídica) das pessoas políticas:
Pessoas JURÍDICAS sem autonomia política.
 União
 Estado
 Distrito Federal
 Municípios

A administração indireta é composta por entidades dotadas de


personalidade jurídica própria, como as autarquias, que são
A administração direta é constituída de ÓRGÃOS. destinadas a executar serviços públicos de natureza social e
atividades administrativas.

Composição básica: Entidades Administrativas:

-Estrutura Administrativa da Presidência da -Autarquias


República. mesmo vale para a estrutura das outras
-Fundações Públicas
chefias do poder executivo (Estados, Distrito Federal e
Municípios). -Empresas Públicas
-Ministérios, Secretarias dos Estados e dos -Sociedades de Economia Mista
municípios e seus órgãos subordinados.
Consórcios públicos (Di Pietro defende).
-Tribunais em Geral (TRE, TRT, TRF, TJ, etc)

-Estruturas administrativas das casas


legislativas (Senado Federal, Câmara dos
Deputados, Assembleias Legislativas, etc).

Exemplo de Questão CESPE (correta) = Os órgãos não dotados de personalidade jurídica própria que exercem
funções administrativas e integram a União por desconcentração, componentes de uma hierarquia, fazem parte da
administração direta.

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@Resumos_Tabelados
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
CARACTERÍSTICAS COMUNS
Possuem personalidade Respondem pelos seus atos, possuem patrimônio e receita próprios e autonomia técnica,
Jurídica própria administrativa e financeira.

Criação e Extinção Condicionada à previsão legal (Lei CRIA ou AUTORIZA a criação).

Trata-se do Princípio da Especialidade: Possuem uma finalidade específica, definida pela Lei
de Criação.
Finalidade Específica
Obs.: possuem também o dever de licitar, em regra.

Porém, estão sujeitas a controle (tutela, controle finalístico, supervisão ministerial, etc).

Não estão subordinadas à O que há é VINCULAÇÃO.


Administração Direta ATENÇÃO: Não existe relação de subordinação ou de hierarquia, mas, sim, relação de
vinculação que fundamenta o exercício do controle finalístico ou tutela.

Controle Externo Submetem-se ao controle do Tribunal de Contas, do Judiciário e do Ministério Público.

STF= não é possível a delegação de poder de polícia para as pessoas Jurídicas de Direito
Privado integrantes da Administração Indireta.
Poder de Polícia na
A contrário senso= É POSSÍVEL a delegação do Poder de Polícia às Entidades integrantes
Administração Indireta.
da Administração Indireta de Direito PÚBLICO (Autarquias e Fundações Públicas).

CRIAÇÃO DAS ENTIDADES ADMINISTRATIVAS (ART. 37, XIX)


Lei Específica (ordinária) deve:

CRIAR AUTORIZAR a criação

Autarquias e Fundação Pública de Direito PRIVADO


Fundações
Empresa Pública Sociedade de 
Públicas de
Economia Mista
Direito Público Cabendo à Lei COMPLEMENTAR neste caso,
(espécie de definir as áreas de atuação.
autarquia).

Art. 37, inciso XIX da CF/88- Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à Lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

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@Resumos_Tabelados
Criação e natureza jurídica das entidades administrativas
Autarquias Fundações Públicas Fundações Públicas Empresas Sociedade de
de Direito Público de Direito Privado Públicas Economia Mista
Criadas por Lei
x x
Autorizadas por Lei
x x x
Direito Público
x x
Direito Privado
x x x

Criação de Subsidiárias e Participação em Empresa Privada


Como se fossem “filhos” das pessoas jurídicas.

Disposições Art. 37, XX da CF - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada.
Gerais
Logo, Depende de Autorização Legislativa:

 Criação de Subsidiárias
 Participação de qualquer delas em empresa privada.

É necessária STF: A autorização pode se dar por dispositivo genérico, até mesmo na própria lei que criar ou autorizar
autorização a criação da entidade matriz.

em Lei Obs.: “em cada caso”=em cada entidade matriz.

CONTRATO DE GESTÃO
Atentar-se á literalidade da Lei:

Art. 37, §8º- A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta
PODERÁ ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre: Seus administradores e o poder público,

Que tenha por OBJETO a fixação de METAS DE DESEMPENHO para o órgão ou entidade.

Cabendo à lei dispor sobre:

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;

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@Resumos_Tabelados
III - a remuneração do pessoal.

AUTARQUIAS

Conceito Pessoa jurídica de DIREITO PÚBLICO, CRIADA POR LEI (deve ser lei específica, não podendo ser
multitemática), com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público
descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei.

Patrimônio O patrimônio inicial da autarquia é oriundo de transferências do ente que a criou, passando a pertencer
à nova entidade.

 Serviço público descentralizado (personificado)

Características  Exerce atividade TÍPICA (exclusiva) de Estado

 Patrimônio (bens públicos): impenhoráveis, imprescritíveis e com restrições às alienações.

 Pessoal= Regime Jurídico Único (ESTATUTÁRIO). Igual na Administração Indireta.

Nomeação e Dirigente= ocupa o maior cargo dentro da autarquia.


exoneração de
Cabe ao Chefe do Poder Executivo nomear ou exonerar. PODE se exigir a aprovação do nome pelo
dirigentes Senado Federal.

-Inconstitucional: exigência de aprovação do Poder Legislativo para exonerar ou que exonere


diretamente.

 Imunidade Tributária Recíproca

Prerrogativas  Prazos processuais em dobro


próprias  Duplo grau de jurisdição obrigatório

 Sujeitam-se à regime de execução próprios (precatórios).

 Prescrição quinquenal (5 anos para cobrar uma autarquia).

Foro Judicial AUTARQUIAS FEDERAIS Justiça Federal

AUTARQUIAS ESTADUAIS e MUNICIPAIS Justiça Estadual

Conselhos Os conselhos regionais, via de regra, são entidades autárquicas (pertencentes à administração pública
regionais federal). São os conselhos profissionais. Ex.: CRE, CRM.

EXCEÇÃO: OAB é uma entidade sui generis

STF, súmula 644= Ao titular do cargo de procurador de autarquia NÃO se exige a apresentação de
instrumento de mandato para representa-la em juízo.
Jurisprudência
STF (ADI nº 1949-RS) = a transferência da decisão sobre a demissão de um diretor de agência reguladora
à Assembleia Legislativa é “ilegítima”, pois “perpetra violação à cláusula da separação dos poderes, haja
vista que exclui, em absoluto, a atuação do chefe do Executivo.

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@Resumos_Tabelados
Autarquia em Regime Especial Agências Executivas

-Possui maior autonomia que as demais: mandato -É uma qualificação especial concedida por ato específico do
FIXO de seus membros. Nas outras autarquias, os Presidente da República À AUTARQUIA APÓS sua criação.
cargos são de livre exoneração.
-Pode ser uma qualificação dada à uma Autarquia ou à uma Fundação
Observação: a lei de criação da Agência poderá Pública de Direito público. Mas ATENÇÃO: essas entidades NÃO nascem
prever outras condições para a perda do mandato, com essa qualificação.
além da expiração do prazo, (Lei 9.896/00, art. 9o,
Requisitos:
parágrafo único), como, por exemplo, por decisão
judicial.  Ter um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional em andamento;
Além disso, esses dirigentes se submetem a um
período de quarentena após o término do mandato  Ter celebrado CONTRATO DE GESTÃO, com o respectivo
eletivo.  O ex-dirigente fica impedido para o exercício de Ministério supervisor; com prazo mínimo de 1 ano
atividades ou de prestar qualquer serviço no setor regulado  A qualificação ocorre mediante decreto do Presidente da
pela respectiva agência, por um período de quatro meses,
República (decisão discricionária).
contados da exoneração ou do término do seu mandato.
Exemplos de prerrogativa:
Exemplos:
-Limite em DOBRO para dispensa de licitação por baixo valor.
 Agências Reguladoras*: Ex.: Anatel, Anvisa.
Atuam na área de fiscalização, controle e Regra R$15.000 e R$8.000 Agências reguladoras passam a poder
regulação de serviços públicos. Possuem maior dispensar com limite de R$30.000 e R$16.000.
autonomia (diretores com mandato fixo-
nomeação pelo Presidente da República e Exemplos: Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade
aprovado pelo Senado Federal). Industrial (Inmetro), a Agência Nacional do Desenvolvimento do
 Universidades; Amazonas (ADA) e Agência Nacional do Desenvolvimento do Nordeste
 Banco Central; (Adene);
 CVM (Comissão de Valores Mobiliários)
 Consórcios Públicos de Direito Público
(associações públicas).

*Sobre as Agências Reguladoras (Exemplo de Autarquia em Regime Especial) = exercem a chamada “Regulação
Social”. Sobre o tema, há que se atentar que existem basicamente 3 tipos de regulação realizada pela Administração Pública:

Regulação Social Regulação Econômica Regulação Administrativa

É a que intervém na provisão É a regulação cujo propósito principal Diz respeito à intervenção nos procedimentos
dos bens públicos e na é facilitar, limitar ou intensificar os administrativos e burocráticos, bem como
proteção do interesse público, fluxos e trocas de mercado, por intermédio aos procedimentos administrativos adotados
define padrões para saúde, de políticas tarifárias, princípios de pelo Poder Público em sua relação com os
segurança e meio ambiente e confiabilidade do serviço público e regras de administrados. Segundo Gonçalves (2002), a
os mecanismos de oferta entrada e saída do mercado. regulação administrativa diz respeito às
universal desses bens. normas jurídicas editadas pela Administração
Pública no exercício da função administrativa.

31
@Resumos_Tabelados
Agências Reguladoras e Órgão Revisor :
As agências reguladoras, assim como outras autarquias, não são subordinadas ao ente instituidor. Nessa linha, as agências devem
ter assegurada a sua autonomia, para decidir de forma técnica. Por isso que, EM REGRA, NÃO É COMPATÍVEL com a atuação das
agências a existência de instâncias administrativas para revisar as decisões das agências.

 Porém, de forma excepcional, é possível a interposição de recursos hierárquico impróprio, dirigido ao ministro
supervisor. Isso, porém, não pode ser confundido com uma “instância revisora”, uma vez que tal recurso só é admitido
em casos específicos, como, por exemplo, no caso em que uma agência extrapola a sua esfera de competência.

Agências Reguladoras e “Direito Novo”:


As agências podem introduzir direito novo, ou seja, podem criar direitos e obrigações. Todavia, essa função, embora existente e
necessária, deve se limitar às questões técnicas de cada setor.

Basicamente, para uma agência reguladora poder inovar na ordem jurídica, devem ser observados os seguintes pressupostos:

(i) deve existir expressa delegação do legislador, ou seja, a lei que criar a autarquia (ou outra lei) deve outorgar a
competência para as agências editarem normas inovadoras em seu setor regulado;

(ii) as normas, ainda que tenham caráter inovador, estão subordinadas à lei, no sentido de que não podem extrapolar o
conteúdo delegado pelo legislador;

(iii) as normas devem ter caráter eminentemente técnico. Por fim, no caso de interposição judicial, o Poder Judiciário
deverá sopesar as normas emanadas das reguladoras, deixando de aplicá-las quando entender que há choque com algum Direito
individual garantido constitucionalmente, exercendo, portanto, verdadeiro controle difuso da constitucionalidade

32
@Resumos_Tabelados
FUNDAÇÕES PÚBLICAS
Fundação Instituída pelo Poder Público é o PATRIMÔNIO, total ou parcialmente público, dotado de
personalidade jurídica, de direito público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades
Conceito do Estado na ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração
Pública, nos termos da lei.

Ente instituidor (Administração Pública) que transfere o patrimônio.


É um patrimônio personalizado.
Características
Objeto: atividade de INTERESSE SOCIAL.
AUSÊNCIA DE FINS LUCRATIVOS.
Pode ser de duas Naturezas:

Direito Público Direito Privado


Natureza -CRIADA por lei específica. -Criada pelo Registro do Ato
Jurídica constitutivo, após autorização
-Espécie de autarquia, denominada “fundação autárquica”.
administrativa.
Ex.: IBGE.
Ex.: Funpresp.

A Constituição Federal dispõe que Lei Complementar disporá sobre a área de atuação. Até hoje a lei
complementar não foi instituída.

Atividade de Interesse Social:

 Assistência Social;
Área de Atuação  Assistência médica, hospitalar, pesquisa;
 Educação, ensino e desporto;
 Atividades culturais;
 Previdência complementar dos servidores públicos.

 Fundações Públicas de DIREITO PÚBLICO: idêntico ao das Autarquias.


 Fundações Públicas de DIREITO PRIVADO: Regime Híbrido.

Prerrogativas DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO


Regime Jurídico
Imunidade Tributária Sim Sim

Prerrogativas Processuais Sim


(prazos em dobro, duplo grau
Não
de jurisdição, etc).

Regime de Precatórios Sim Não

33
@Resumos_Tabelados

Direito Público Direito Privado

Atos e Contratos Atos Administrativos Atos de Direito Privado

Contratos Administrativos Contratos Administrativos

Direito Público Direito Privado

Patrimônio Bens PRIVADOS

Bem PÚBLICOS MAS, se os bens forem empregados na


prestação de serviços públicos: impenhoráveis.

Direito Público Direito Privado


Regime de
Pessoal ESTATUTÁRIO- Regime Jurídico Único Não há consenso (ultimamente a União vem
adotando o Regime Celetista).

Em qualquer caso: Aplicam-se as restrições constitucionais tais como:

 Necessidade de prévia aprovação em concurso público;


 Teto constitucional remuneratório;
 Vedação à acumulação de cargos, empregos e funções.

Direito Público Direito Privado


Foro
Competente FEDERAL ESTADUAL ou Municipal FEDERAL ESTADUAL ou Municipal

Jurisprudência STJ= Justiça


FEDERAL
Justiça Justiça Estadual Justiça Estadual
Federal. Doutrina= Justiça ESTADUAL.

34
@Resumos_Tabelados
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
Empresa Públicas Sociedade de Economia Mista

Conceitos Art. 3º- EMPRESA PÚBLICA é a entidade Art. 4º- SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA é a entidade
dotada de personalidade jurídica de dotada de personalidade jurídica de DIREITO PRIVADO,
(Lei 13303)
DIREITO PRIVADO, com a CRIAÇÃO com CRIAÇÃO AUTORIZADA POR LEI, sob forma de
Obs.: “Empresa Estatal” é AUTORIZADA POR LEI e com patrimônio Sociedade Anônima, cujas ações com direito a voto
gênero do qual decorrem próprio, cujo capital social é PERTENÇAM EM SUA MAIORIA à União, aos Estados, ao DF,
a Empresa Pública e a INTEGRALMENTE detido pela União, pelos aos Municípios ou a entidade da Administração Indireta.
S.E.M.
Estados, pelo DF e Municípios.

 Criação e Extinção autorizadas por lei;


 Personalidade Jurídica de Direito Privado;
 Sujeição ao Controle Estatal (supervisão ministerial, do TCU, etc.);
 Ausência de subordinação com o ente central. vinculação
Características  Derrogação Parcial do regime de direito privado por normas de direito público. o
Gerais contrário é verdadeiro também.
 Vinculação dos fins definidos na lei instituidora. Princípio da Finalidade
 Desempenho de atividades de NATUREZA ECONÔMICA:
Prestação de serviços públicos
Exploração de Atividade Econômica
(E.P. e S.E.M. não se diferenciam quanto à atividade realizada).
 Não gozam de privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado.
 AUTORIZAÇÃO em lei específica para criar ou extinguir.
Efetiva Criação= Registro do ato constitutivo no órgão competente.
Criação e
Art. 14- A lei que autorizar a criação da Empresa Pública e da Sociedade de Economia Mista deverá
Extinção
dispor sobre as diretrizes e restrições a serem consideradas na elaboração do estatuto da
companhia.
Na prática são as Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista que utilizam mais as
subsidiárias.
Subsidiárias e -SUBSIDIÁRIAS:
Empresas com
 Empresas controladas por outra entidade;
participação do  Sociedade ou empresa de segundo grau (de 1º é a própria E.P. ou S.E.M.);
Poder Público  Criação= depende de autorização legislativa. essa autorização não precisa ser para
CADA subsidiária. Basta uma autorização genérica.
 Doutrina majoritária= não integram a Administração Pública formal.
EMPRESAS COM PARTICIPAÇÃO do Poder Público
 Não integram a Administração Pública.
 Criação:
REGRA: necessitam de autorização legislativa.

35
@Resumos_Tabelados
EXCEÇÃO: não se aplica a operações de tesouraria, adjudicação de ações em garantia e participações
autorizadas pelo Conselho de Administração em linha com o plano de negócios da empresa pública, da
sociedade de economia mista e suas respectivas subsidiárias.
 Atividade de Natureza Econômica (AMPLO). + Prestação de Serviços Públicos

1. Atividade econômica em sentido estrito (Exploração de Atividade econômica).


Art. 173 da CF- Ressalvados os casos previstos na CF, a exploração direta de atividade econômica pelo
Atividades
Estado será permitida quando necessárias aos imperativos de segurança nacional ou a relevante
Desenvolvidas
interesse, conforme definido em lei.
2. Prestação de Serviços Públicos
-São serviços DELEGAVEIS
-NÃO envolvem as atividades TÍPICAS de Estado; serviços de caráter social.

Art. 173 da CF- § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

Regime Jurídico III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios
da administração pública;

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação


de acionistas minoritários;

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista NÃO PODERÃO gozar de privilégios


fiscais não extensivos às do setor privado.

É um Regime Jurídico de Direito Privado (ou Híbrido ou Público-Privado). Há uma Derrogação.

Seguem as Regras de Direito Privado com Derrogação Parcial de normas de Direito Público,
pois devem obedecer:

-aos Princípios Constitucionais (L.I.M.P.E).

-Concurso Público

-Licitação.

-Estão sujeitos ao controle do Tribunal de Contas.

Observação: Só excepcionalmente as Empresas Estatais submeter-se-ão ao sistema de Precatórios.


É EXCEÇÃO.
36
@Resumos_Tabelados
São considerados Bens Privados.

PORÉM se esses bens estiverem prestando Serviços Públicos: são impenhoráveis


Patrimônio
STF: se forem serviços essenciais e não concorrencial aplica-se também o regime de precatórios
+impenhorabilidade.
EP e S.E.M
Exploradoras de Atividade Econômica Prestadoras de Serviços Públicos
Exploradoras de
-Predomínio de regras de Direito Privado Predomínio de Regras de Direito Público
Atividade
 Prestadoras de Serviços Públicos em regime de monopólio:
Econômica e
Prestadoras de -Regime de Direito Público mais acentuado.
Serviço Público
-Equiparação à Fazenda Pública em determinadas situações. Ex.: imunidade tributária recíproca
para correios e Infraero.
Regime
NÃO se submetem ao Regime Falimentar.
Falimentar

 Como REGRA são Empregados Públicos: celetistas, vínculo contratual.

Exige concurso público.


Regime de  NÃO possuem estabilidade, mas o ato de demissão deve ser justificado. (STF)
Pessoal
 Teto Remuneratório: se aplica aos empregados públicos quando receberem recursos do ente
instituidor para despesas com pessoal ou custeio (art. 37 §9º).

 Vedação à acumulação de cargos, empregos e funções.

 Foro competente para resolver eventuais litígios entre os empregados públicos e a Empresa
Pública e Sociedade de Economia Mista= Justiça do Trabalho (devido à natureza contratual).

-São os ocupantes de cargo de livre nomeação.

-Não são celetistas nem estatutários- se submetem a um regime especial, regido pelo Direito
Empresarial.
Dirigentes
-são nomeados pelo Chefe do Poder Executivo.

STF= É INCONSTITUCIONAL a exigência de aprovação do dirigente pelo Legislativo para fins de


nomeação e exoneração.

-Mandado de Segurança só será cabível quando o dirigente atuar como autoridade pública (licitações.
Concursos, etc).

Foi criada uma lei específica para licitações das EP e SEM (para que fosse afastada a lei 8666 e essas
entidades estivessem mais aptas ao regime concorrencial). Então, coo REGRA, se aplica a Lei
13.303/2016

Utilização da Lei 8666/93 (Lei de Licitações) apenas nos casos expressamente previstos na Lei
13.303/2016:
Licitações
1. Normas de Direito Penal

37
@Resumos_Tabelados
2. Critérios de Desempate

Lei 10520/2002 (Lei do Pregão) = modalidade preferencial para aquisição de bens e serviços
comuns.

EM REGRA, as EP e SEM devem Licitar .

 EXCEÇÕES (licitações dispensadas, dispensável, inexigível):

Art. 28, §3º- São as empresas públicas e Sociedade de Economia Mista dispensadas da observância
dos dispositivos deste capítulo (que trata de licitações) nas seguintes situações:

I. Comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas empresas mencionadas no


caput, de produtos, serviços ou obras especificamente relacionados com seus respectivos
objetos sociais;

II. Nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas características particulares,
vinculada a oportunidades de negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de
procedimento competitivo.

Diferenças entre Pública e Sociedade de Economia Mista

Empresa Pública Sociedade de Economia Mista

Quanto à FORMA JURÍDICA Qualquer forma admitida em SEMPRE será uma Sociedade Anônima.
direito.

Quanto à COMPOSIÇÃO DO Capital 100% público (da Conjugação do capital público e privado, mas a MAIORIA
CAPITAL Administração direta ou indireta). do capital pertencerá a entidade pública.

S.E.M. FEDERAIS= Justiça Estadual

Quanto ao FORO E.P. FEDERAIS= Justiça Federal Súmula 517/STF= As S.E.M só têm foro na Justiça
Federal quando a União intervém como assistente ou
PROCESSUAL E.P ESTADUAIS= Justiça Estadual
oponente. Se a União tiver interesse direto.

S.E.M ESTADUAIS= Justiça Estadual.

 BNDES-Banco nacional de
Desenvolvimento econômico e
social  Petrobrás- Petróleo Brasileiro S.A
 Casa da Moeda  Banco do Brasil S.A
Exemplos  Caixa Econômica Federal  Eletrobrás
 Conab- Companhia Nacional
de Abastecimento
 Correios
 Infraero

38
@Resumos_Tabelados
ATOS ADMNISTRATIVOS
DISPOSIÇÕES GERAIS
Conceito de Ato administrativo: É a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos IMEDIATOS, com
observância da lei, sob o REGIME JURÍDICO DE DIREITO PÚBLICO e sujeito a controle pelo Poder Judiciário.

Atos DA Administração (MAIS amplo) x Atos Administrativos x Fatos Administrativos

Atos DA administração

1. Atos políticos ou de governo

2. Atos PRIVADOS. Ex.: Locação de um prédio pela administração.

3. Atos materiais=Fatos Administrativos. Os Fatos Administrativos são atividades MATERIAIS no exercício


da função pública que visa a efeitos de ordem prática.

Ex.: apreensão de mercadorias, requisição de bens e serviços.

Não possuem efeitos JURÍDICOS.

Podem ser:

a) Voluntário: se materializam por meio de atos administrativos prévios.

Ex.: Ordem (ato administrativo) para interdição de estabelecimento (fato administrativo).

Ex.: Licitação (ato) para construir uma obra (fato).

b) Naturais: aqueles que se originam de fenômenos da natureza, cujos efeitos se refletem na órbita administrativa.

Ex.: Morte de Servidor.

Obs.: Silêncio Administrativo é considerado um FATO administrativo. Tem alguns Desdobramentos:

REGRA: não pode ser considerado ato administrativo e, a rigor, a ausência de manifestação da administração não produz
consequências imediatas.

Exceção: Silêncio Qualificado que é quando a lei confere efeitos à omissão.

4. Atos Administrativos: editados no exercício da FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, sob regime jurídico de DIREITO
PÚBLICO e traduzindo a manifestação de vontade do estado.

OBS.: Ato administrativo é espécie de Ato jurídico, e, de acordo com CESPE, os conceitos se confundem.

39
@Resumos_Tabelados
ABUSO DE PODER
EXCESSO DE PODER DESVIO DE PODER

O agente público extrapola a competência que lhe foi O agente público, apesar de competente, não pratica o ato de
conferida em lei. acordo com o interesse público ou o pratica fugindo dos fins
específicos fixados pelo legislador.


Vício de Competência.
Vício de Finalidade

REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO


Macete: CO- FI-FO-MOB

Competência Forma Finalidade Motivo Objeto

Vinculado, Inderrogável Vinculado Vinculado Vinculado OU Discricionário. Vinculado OU


(Não pode ser modificada pela A inexistência do motivo no ato
Discricionário
vontade das partes). administrativo vinculado configura vício
insanável.

Pode ser Objeto de DELEGAÇÃO É o pressuposto de FATO e de É o EFEITO


ou AVOCAÇÃO. DIREITO que justifica a prática do imediato que o
Atos verbais
ato. ato produz.
Exceto (não é possível delegar): só em caso
DESVIO DE PODER
de urgência REGRA: OBRIGATÓRIA. É o resultado
1. Edição de atos de caráter
e de  prático.
normativo; Exceção: atos em que basta a
irrelevância
2.Decisão de Recursos; Desvio de evidenciação do agente. Ex.:
de assunto
3. Matérias de Competência FINALIDADE. Exoneração ad nutum.
Exclusiva.
Teoria dos Motivos Determinantes:
EXCESSO DE PODER a validade do ato está vinculada à
veracidade dos fatos descritos

como motivadores para a sua
Extrapola a COMPETÊNCIA. prática.

Admite convalidação. Admite NÃO admite NÃO admite convalidação NÃO admite
(“correção”). convalidação convalidação convalidação

40
@Resumos_Tabelados
ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Macete: –P.A.T.I

Presunção de Autoexecutoriedade Tipicidade Imperatividade


Legitimidade

Pode colocar em execução os Deve corresponder O ato Administrativo se impõe a 3ºs,


seus atos através de seus às figuras independentemente da sua concordância.
Exceção: ordem
próprios meios. previamente
manifestamente EXIGIBILIDADE: é a obediência a uma
definidas em lei.
ilegal. Faz uso de meios DIRETOS de obrigação já imposta por meio de meios
coerção, utilizando até mesmo INDERETOS de coerção, ex.: multa. (Não é
força física. AUTOEXECUTORIEDADE)

Presente em todos os Só quando a lei prever ou Presente em todos os Não estão presentes em todos, mas
atos quando se tratar de medida atos. caracteriza os que emitirem uma ordem,
urgente. um comando.

Mérito Administrativo

Pressuposto Somente presente nos Atos DISCRISCIONÁRIOS.

Conceito Possibilidade da Administração Valorar os critérios de CONVENIÊNCIA, OPORTUNIDADE e CONTEÚDO do ato.

Controle de Destinado a investigar a atividade administrativa bem como o resultado alcançado pelo ato praticado de
Mérito acordo com a conveniência e oportunidade da administração.

 O Poder judiciário NÃO PODE ingressar no MÉRITO ADMINISTRATIVO: pode avaliar os limites de
discricionariedade sob o aspecto da legalidade.

41
@Resumos_Tabelados
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS
ENUNCIATIVOS NORMATIVOS ORDINATÓRIOS NEGOCIAIS PUNITIVOS

CERTIFICAR/ Poder Regulamentar, Poder A pedido do particular. Poder de Polícia


ATESTAR algo. considerados leis em Hierárquico
Não possuem coercibilidade e imperatividade, Exemplos:
sentido MATERIAL Pois tem o objetivo de atender ao interesse
Exemplos: Exemplos:
Exemplos:
em pé de igualdade com o particular. -MULTA
PARECERES: -ORDEM DE Exemplos:
manifestação de -DECRETOS: de SERVIÇO -EMBARGO DE
ordem técnica, de competência EXCLUSIVA
-LICENÇA: ato unilateral, VINCULADO e OBRA
caráter opinativo, DOS CHEFES DO PODER
-CIRCULAR DEFINITIVO pelo qual o Poder Público,
sobre assuntos Executivo, -DEMISSÃO
verificando que o interessado atendeu a todos
levados à
consideração de Decretos individuais, -PORTARIA: os requisitos legais, faculta-lhe a realização
são dirigidos a um grupo Chefes imediatos de determinada atividade ou fato material. -DESTRUIÇÃO
determinado órgão
público. Podem se de pessoas determinadas, expedem Ex.: Habilitação para dirigir .
com efeitos concretos, determinações APREENSÕES
tornar normativos, gerais ou especiais a DE
como o Decreto de -PERMISSÃO: unilateral, DISCRICIONÁRIO
desapropriação, o Decreto seus subordinados,
ATESTADOS de nomeação** ou de podendo designar
E PRECÁRIO pelo qual o Poder Público faculta MERCADORIA
ao particular a execução de serviços de
Demissão. servidores para
interesse coletivo ou o uso especial de bens -INTERDIÇÃO
-CERTIDÕES, funções e cargos
 Decretos gerais, públicos.
APOSTILAS, secundários. DE ATIVIDADES
disciplinam regras gerais e
NOTAS abstratas que se dirigem a Ex.: comissão para -AUTORIZAÇÃO: autorização de serviço
elaborar proposta de público é ato unilateral, DISCRICIONÁRIO E
TÉCNICAS todas as pessoas que se
encontram na mesma edital de concurso PRECÁRIO pelo qual o Poder Público delega a
situação, sendo, público é ato execução de um serviço público de sua
entretanto, inferiores à lei. eminentemente titularidade, para que o particular o execute
São exemplos, os interno, o qual se visando predominantemente o seu próprio
regulamentos. designam servidores benefício.
para o exercício de
-REGULAMENTO determinadas -RENUNCIA ADMINISTRATIVA
funções.
-RESOLUÇÕES: -PROTOCOLO DE INTENÇÕES
expedidos por altas
autoridades, que não os -VISTO
chefes do executivo,
visando disciplinar -ALVARÁ: não é propriamente um ato
matéria de sua administrativo, mas um instrumento pelo qual
competência específica. a Administração Pública confere licença ou
autorização para a prática de ato ou exercício
-REGIMENTO de atividade sujeitos ao Poder de Polícia do
INTERNO Estado.

-INSTRUÇÕES -HOMOLOGAÇÃO: unilateral e vinculado,


praticado a posteriori, pelo qual a
administração pública reconhece a legalidade
de um ato jurídico, tal como ocorre na
homologação de procedimento licitatório.

42
@Resumos_Tabelados
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Simples Complexos Compostos

É o ato que se forma pela conjugação de vontades de MAIS DE Resultam da manifestação


UM ÓRGÃO administrativo. DE DOIS OU MAIS ÓRGÃOS,
Manifestação
quando a vontade de um é
de vontade de um Exemplos:
instrumental em relação à
ÚNICO ÓRGÃO:
 Aposentadoria do servidor público é ato complexo, pois do outro.
 Unipessoal ou necessita da manifestação do órgão em conceder a
Nesse caso, praticam-se
 Colegiado. aposentadoria e da manifestação do Tribunal de Contas em
DOIS ATOS: um principal e
aprovar esta aposentadoria.
outro acessório.
 Nomeação do Procurador da Fazenda Nacional, que depende da
conjugação de vontades do Ministro da Fazenda e do AGU.
 Nomeação de Diretor-geral da agência, pelo governador do
estado, depende de aprovação da Assembleia Legislativa do
Estado.

OBS.: A parte interessada só pode impugnar ou atacar judicialmente o ato


administrativo complexo, caso todas as manifestações necessárias à formação do ato
já tenham sidas expressas.

Ato Vinculado Ato Discricionário

O legislador confere à administração a faculdade de decidir,


diante da situação fática, qual deve ser a solução que melhor
Não há que se falar em mérito administrativo.
atende ao interesse público.
TODOS os elementos (CO-FI-FO-MOB) estão previstos em LEI.
Mas deve decidir atendendo as opções previstas em lei e
competências.

43
@Resumos_Tabelados
EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
1. Retirada=Desfazimento volitivo, teve uma manifestação de vontade da Administração.

Anulação Revogação Cassação Convalidação (não é forma de extinção, mas vale a pena colocar
no quadro comparativo).

Particular
deixa de
Conceito Ilegalidade ou Juízo de cumprir É tornar um ato válido, fazendo correções no ato com vício SANÁVEL.
Ilegitimidade. Oportunidade e requisitos para
Vício Conveniência. Só os usufruir do ato
INSANÁVEL atos VÁLIDOS podem administrativo.
ser revogados. É uma
irregularidade
na EXECUÇÃO

Efeito Ex TUNC, mas Ex NUNC, efeitos Ex TUNC, Ex TUNC, retroage


preserva os retroage
prospectivo.
efeitos par o
3º da boa-fé.

Administração Administração: Administração Administração:


(Autotutela): de (Autotutela)
Órgão ofício ou por 1. Ratificação: quando decorre da autoridade que produziu o ato;
provocação Autoridade Prolatora
Competente do Ato ou outra
Poder hierarquicamente OBS.: quando a convalidação se dá por motivo de competência e forma,
Judiciário: por superior opera-se uma convalidação por motivos extrínsecos ao ato,
meio de chamado ratificação. (Nomenclatura de Matheus Carvalho)
provocação.
2. Confirmação: convalidação do ato feito por outra autoridade,
diversa daquela que praticou o ato.

Particular Interessado: É o saneamento, quando competir a ele a


providência

Não é possível
1. Prazo de 5 Finalidade, Motivo e Objeto NUNCA podem ser convalidados.
1.Atos que exauriram
anos
os seus efeitos. Só pode:
Limites/ (decadencial),
2.ATOS VINCULADOS
contados da FORMA: desde que não seja fundamental à validade do ato
3. Atos que geram
Impossibilid data em que
direito Adquiridos
ade foram Competência em relação ao SUJEITO: desde que não seja exclusiva,
4.Atos Integrativos:
praticados, nesse caso a convalidação recebe o nome de RATIFICAÇÃO.
que integram
salvo má fé.
processo  Competência em razão da MATÉRIA: NÃO SE ADMITE convalidação.
2.Preserva
administrativo Ex.: quando um ministério pratica ato de competência de outro
direitos
5.Meros atos ministério, porque, nesse caso, também existe exclusividade de
Adquiridos
Administrativos: atribuições
pareceres, certidões
e atestados. Além disso, nesses casos VÁLIDOS, não poderá se tiver havido:
Prescrição e quando houver impugnação (expressa ou por
resistência) das pessoas atingidas.

OBS.: Não há repristinação de um ato que foi REVOGADO primeiramente. Ex.: Revogou um ato que havia revogado um ato primeiro.

44
@Resumos_Tabelados
2. Outras Hipóteses de Extinção:

Caducidade Contraposição Renúncia

Existência de uma nova legislação e o antigo ato é incompatível Emite-se um ato com efeito O beneficiado do ato abre mão do ato.
com a nova lei. Reconhecida doutrinariamente como contraposto do anterior,
decaimento. Dá-se quando uma norma jurídica posterior torna chamada de derrubada pela Ex.: abrir mão da aposentadoria para ocupar um
inviável a permanência de situações antes permitidas pelo doutrina. novo emprego.
ordenamento.
Ex.: ato de nomeação e ato de
Ex.: permissão para construir e o novo plano diretor veda tal exoneração (que extingue o
construção. 1º)

Decorre da lei Desfazimento Volitivo Desfazimento Volitivo, por parte do administrado

OBS.: USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA, o qual consiste em um tipo de defeito do ato quanto ao sujeito que o pratica. Particular,
não agente público pratica Ato da Administração. Quando tal vício ocorre, ou seja, quando um particular pratica ato privativo da
Administração Pública, o ato é considerado INEXISTENTE, e não nulo ou anulável.

OBS2: Enquanto não for declarada a invalidade do ato administrativo pela administração ou pelo Poder
Judiciário, o ato inválido produzirá normalmente seus efeitos.

45
@Resumos_Tabelados
AGENTES PÚBLICOS
DISPOSIÇÕES GERAIS
Hely Lopes Meirelles define agentes públicos como "todas as pessoas físicas incumbidas
definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal".

Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua agente público como "toda pessoa física que presta
serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da Administração Indireta".

José dos Santos Carvalho Filho conceitua a expressão agentes públicos como "o conjunto de
Conceito pessoas que, a qualquer título, exercem uma função pública como prepostos do Estado".

Possui um sentido amplo: “ainda que transitoriamente ou sem remuneração”, e possui qualquer
forma de investidura (eleição, por exemplo prefeito, nomeação, etc).

Os Agentes Públicos podem ser investidos para exercer:

 Mandato;
 Cargo;
 Emprego;
 Função.

Onde os Agentes  Administração DIRETA;


Públicos prestam os  Administração INDIRETA;
 Delegatários do Serviço Público.
serviços

Agente Público é ≠ de Agente Público é gênero e Servidor Público é espécie.


Servidor Público

Art. 37 da CF- VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Direito de EXCEÇÃO: Policiais Militares, Forças Armadas, Bombeiro.


Associação Sindical Art. 142 da CF, §3º, IV- IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

Portadores de VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
Deficiência na deficiência e definirá os critérios de sua admissão; - Na Lei 8112/90 para pessoas com
Administração Pública deficiência são reservadas ATÉ 20% das vagas ofertadas no concurso.

46
@Resumos_Tabelados
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS
Agentes Políticos Agentes Administrativos Agentes Delegados Agentes Agentes
Honoríficos credenciados

-Primeiros escalões do Poder Público São Servidores Públicos em sentido AMPLOS. -Particulares que prestam -Cidadãos convocados, -Representam a
serviço público por designados ou nomeados Administração
-Elaboram Políticas Públicas e dirigem a administração. -Exercem atividades administrativas nos
DELEGAÇÃO. para prestar, Pública em
órgãos e entidades da Administração Pública;
-Atuam com liberdade funcional. transitoriamente, atividade
Descentralização por
-Mantém vínculo profissional e remunerado; determinados serviços específica.
Exemplos: colaboração.
relevantes ao Estado.
-Sujeitos à Hierarquia funcional -Recebem
-Chefes do Poder Executivo, Ministros de Estado, -Podem ser Pessoas Físicas
-Não possuem vínculo remuneração do
Secretários (livre nomeação). Se dividem em: ou Pessoas Jurídicas.
empregatício ou Poder Público
estatutário com o credenciante.
-Senadores, Deputados e Vereadores. a) Servidores Públicos em sentido estrito -Não recebem remuneração
do Poder Público: são pagos Estado.
(estatutários): efetivos e em comissão. Exemplo:
-Membros do Poder Judiciário: Magistrados em Geral, pelos usuários do serviço.
-EM REGRA, não possuem medalhista
Membros do MP, membros do TCU*, Diplomatas.
b) Empregados Públicos: regime celetista. remuneração. olímpico
Exemplos: Concessionários
*Para o STF membros do TCU são Agentes e permissionários de obras representando o
c) Servidores Temporários: para atender à Exemplos: Jurados do
Administrativos e serviços públicos, país.
necessidade temporária de excepcional Tribunal do Júri,
leiloeiros,
Nem todo Agente Político é Eleito, por exemplo, o interesse público. mesário, membros do
tradutores/intérpretes.
Diplomata (admissão via Concurso Público). Conselho Tutelar.

47
@Resumos_Tabelados
Grupo de agentes, que mesmo SEM TER uma investidura normal e regular, executam função pública em
nome do Estado. Se dividem em:

A) Agentes Necessários se justificam em situações excecionais, por exemplo, calamidade


Agentes de pública.

FATO B) Agentes Putativos Possuem investidura IRREGULAR. Nesses casos, se aplica a Teoria da
Aparência dos Fatos. Nesses casos, há uma presunção de Legitimidade dos fatos praticados, logo, visando
à proteção do administrado de boa-fé, os atos são considerados VÁLIDOS. Dessa forma, os atos dos
agentes de fato devem ser convalidados (corrigidos).

Ex.: Servidor Público sem concurso superior que atende como Analista em um TRE.

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA


Cargo Público Emprego Público Função Pública

É uma unidade indivisível de competência. Possuem vínculo CONTRATUAL (regras É um conjunto de atribuições.
da CLT).
Previstos em nº certo, com denominação Todo Cargo ou Emprego possui
própria. É um Regime Híbrido: função.

É a “vaga” dentro da estrutura do órgão -Predomínio de Direito Privado (CLT) Mas, nem toda função
corresponde a um cargo/
É a PROFISSÃO. -Segue regras de Direito Público:
emprego.
concurso, motivação para demissão.
Art. 3º da Lei 8112:

-Não possuem estabilidade, mas só podem ser
Cargo Público: é o conjunto de atribuições e
demitidos MOTIVADAMENTE. Por exemplo, a Função Autônoma.
responsabilidades previstas na estrutura
organizacional que devem ser cometidas a um Onde se encontram: Função autônoma:
servidor.
 REGRA: Entidades de Direito  Função Temporária: exercida
Servidor Público ocupa um cargo público. Privado pelos servidores temporários.

-Empresa Pública
Servidor  Função de Confiança: exercida
Cargo por servidores de cargos
Público -Sociedade de Economia Mista
efetivos (direção, chefia,
 EXCEÇÕES: assessoramento).
Onde se encontram:
1. Agentes Comunitários de Saúde e
 Entidades de Direito Público (Adm. Agentes de combate a Epidemias.
Direta, Autarquia e Fundação Pública). atuam nas prefeituras.
 Servidores Públicos (ESTATUTÁRIOS):
cargos efetivos OU em comissão. 2. Art. 39 da CF. Existem empregados
entre a EC/98 e a ADI 2135 (2007) (1);

48
@Resumos_Tabelados

(1) a Emenda Constitucional nº 19, de 1998, excluiu do caput do artigo 39, a exigência de regime único,
possibilitando então a adoção dos dois regimes na administração pública, o estatutário para cargos públicos
e o celetista para empregos públicos, o que levou alguns municípios a realizarem concurso sob o regime da
CLT, principalmente para a contratação de servidores, nesse caso de empregados públicos, para a execução
de programas do governo federal como saúde da família e outros e para a execução de convênios com prazo
determinado de duração.

Ocorre que, em 2007, o Supremo Tribunal Federal deferiu Medida Cautelar na ADI nº 2135-4/DF, cujo
Acórdão só foi publicado em 7/3/2008, considerando inconstitucional a parte da Emenda 19 que aboliu a
exigência de regime único, restaurando a redação original do artigo 39 da Constituição, voltando então ao
regime único anteriormente estabelecido, interpretando ainda, que a relação sujeita a CLT é de caráter
tipicamente privado, não se aplicando a servidor público, seja estável ou temporário, dando como obrigatório
para essa categoria o regime estatutário.

Assim, a partir da publicação do Acórdão em 7/3/2008, tornou-se inviável a contratação de pessoal pela
CLT na administração pública. Todavia, em nome da segurança jurídica, ressalvou-se as já existentes, apenas
não se admitindo novas contratações pela CLT.

49
@Resumos_Tabelados
ACESSIBILIDADE AOS CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES
Art. 37 da CF. I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;


Dispositivo
Brasileiros Norma de eficácia CONTIDA. Não precisa de lei para mediar os seus efeitos, porém,
Legal
poderá ver o seu alcance limitado,

EstrangeirosNorma de eficácia LIMITADA. Há a necessidade da existência de uma lei para “mediar”


a sua aplicação.

Estrangeiros- Previsão na Lei 8112: As universidades e instituições de pesquisa federais poderão prover cargos com
previsão 8112 professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas desta lei.

Súmula 683 (STF): O limite de idade para inscrição em concurso público só se legitima quando possa
ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Limite de Idade
Súmula 14 (STF): Não é admissível por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em
em Concurso
concursos para cargo público. deve ter previsão em LEI.
Público
Deve estar especificado no edital.

Exame Súmula 686 (STF): Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
Psicotécnico público. edital somente não pode prever. A exigência decorre da lei.

Momento para REGRA: no ato da Posse.


comprovação  Exceções: a comprovação ocorre no momento da inscrição:
dos requisitos  3 anos de atividade jurídica para Juiz e membros do Ministério Público.
para ingresso  Limite de idade.
no cargo
Informativo 791 STF: O limite de idade, quando regularmente fixado em lei e no edital de determinado
concurso público, há de ser comprovado no momento da inscrição no certame.

Limitação de STF: I - É razoável, dada a natureza e as peculiaridades do cargo, exigir-se altura mínima para o
altura, sexo e ingresso em carreira militar, devendo esse requisito, contudo, encontrar previsão legal e não apenas
editalícia.
idade na
Carreira STF: A imposição de restrição de gênero para fins de participação em concurso público somente é
Militar compatível com a Constituição nos excepcionais casos em que demonstradas a fundamentação
proporcional e a legalidade da imposição, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia. STF. 2ª Turma.
RE 528684/MS, rel. Min. Gilmar Mendes

50
@Resumos_Tabelados
STF. Plenário. RE 560900/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 5 e 6/2/2020 (repercussão geral
– Tema 22): Sem previsão constitucionalmente adequada e instituída por lei, não é legítima a cláusula de
edital de concurso público que restrinja a participação de candidato pelo simples fato de responder a
inquérito ou a ação penal.

STJ, 1ª turma sobre o TAF: Em concurso público, o teste de capacidade física somente pode ser exigido
se: a) houver previsão na lei que criou o cargo (não pode ser previsto apenas no edital do certame); b)
Jurisprudência tiver relação (razoabilidade) com as funções do cargo; c) estiver pautado em critérios objetivos; d) for
passível de recurso. STJ. 1ª Turma.

STF, em sede de repercussão geral, fixou a seguinte tese: Na hipótese de posse em cargo público
determinada por decisão judicial, o servidor não faz jus à indenização, sob fundamento de que deveria ter
sido investido em momento anterior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. STF. Plenário. RE
724347/DF

(Info 612). STJ: O candidato aprovado fora do número de vagas, mas que fique dentro do número de
vagas em virtude da desistência de alguém melhor colocado, passa a ter direito subjetivo de ser
nomeado.

EXIGÊNCIA DE CONCURSO PÚBLICO


Art. 37 da CF II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração.

Concurso Público
Dispositivo
 OBRIGATÓRIO: para cargos e empregos EFETIVOS.
Legal
 Não se aplica:

Exceção 1: nomeações para cargo em comissão, declarado em lei de livre nomeação e exoneração. É o que
chamamos de cargos demissíveis ad nutum.

Exceção2: nos casos da lei, poderá haver contratação por tempo determinado para atender à necessidade
temporária de excepcional interesse público.

Exceção 3: ADCT, art. 53: Ao ex –combatente que tenha efetivamente participado de operações bélicas
durante a Segunda Guerra Mundial.

A não observância implicará em nulidade do ato a punição da autoridade responsável.

Prazo de Art. 37 da CF III - o prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por
Validade do igual período. Logo, pode haver concurso com validade de até um mês.
Concurso Conta-se a partir da Homologação.

A não observância implicará em nulidade do ato a punição da autoridade responsável.

A demora no concurso ou a demora à nomeação NÃO gera direito à Indenização.

51
@Resumos_Tabelados
PRIORIDADE DE NOMEAÇÃO
Art. 37 da CF IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados
para assumir cargo ou emprego, na carreira;

Dispositivo 
Legal
REGRA: Pode fazer novo concurso enquanto vigente o outro, MAS deve observar a prioridade mesmo que
o candidato do concurso anterior tenha conseguiu nota menor do que o primeiro colocado do novo concurso.

 Âmbito Federal (8112): Art. 12 §2º- NÃO é possível abrir novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. não é inconstitucional, a
norma é apenas mais restrita.

DIREITO À NOMEAÇÃO
Candidato aprovado DENTRO no número Candidato fora do número de vagas previsto no Edital
de vagas previsto no edital

 Tem Direito Subjetivo à nomeação REGRA: não há direito subjetivo à nomeação.


 O momento da nomeação é
discricionário (pode nomear até depois EXCEÇÃO: Inobservância da ordem classificatória
de 4 anos).
● STF: O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para
EXCEÇÃO: fatos supervenientes, imprevisíveis, o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera
graves que demonstrem ser NECESSÁRIO não automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das
nomear novos aprovados. vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária
e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento
 Candidato fora das vagas, mas que por tácito ou expresso do Poder Público capaz de revelar a inequívoca
desistência, entra para dentro das necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do
vagaspassa a ter direito subjetivo à certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato.  ÔNUS da
nomeação. prova para o CANDIDATO.
NÃO há direito: candidato aprovado em Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso
concurso para “cadastro de reserva”. público exsurge nas seguintes hipóteses:
STJ: Se o edital não estipular o nº de vagas, o 1º I – Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital;
colocado terá direito à nomeação. não é
II – Quando houver preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação;
pacífico.
III – Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do
certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada
por parte da administração nos termos acima.

STJ: Se o edital prever que serão providas “além das vagas oferecidas”, as
que virem a existir durante a validade do concurso terão direito à
nomeação.

52
@Resumos_Tabelados
CARGOS EM COMISSÃO E FUNÇÃO DE CONFIANÇA

Art. 37. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento;

FUNÇÕES DE CONFIANÇA exclusivamente para servidores ocupantes de cargos EFETIVOS. De livre


nomeação e exoneração.
Dispositivo CARGOS EM COMISSÃO embora acessível a qualquer pessoa, a lei pode prever condições e percentuais
Legal mínimos para serem preenchidos por servidores de carreira. De livre nomeação e exoneração.

Destinam-se apenas às atribuições de DIREÇÃO, CHEFIA e ASSESSORAMENTO.

MACETE: Função-efetivo / Cargo em Comissão-Carreira.

Súmula Vinculante 13: A nomeação de CÔNJUGE, companheiro ou PARENTE EM LINHA RETA, COLATERAL OU
POR AFINIDADE, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão
ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos
poderes da União, E, DF, e M, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.

Exceção: À nomeação de irmão de governador de Estado no cargo de secretário de Estado não se aplica
a Súmula Vinculante 13 por se tratar de cargo de natureza política, já que secretários de Estado são agentes
políticos.

Exoneração não é ato punitivo (não precisa observar o contraditório e a ampla defesa).

Observações Os servidores em cargo em comissão (exclusivamente) são Servidores Públicos em sentido estrito.
Logo, é estatutário, mas NÃO possui estabilidade. Se sujeita ao Regime Geral de Previdência social (RGPS).

Nomenclatura: O servidor não é “nomeado” a ocupar uma Função de Confiança e sim DESIGNAD para
exercer essa função (ele já tem o cargo o qual ele já foi nomeado).

53
@Resumos_Tabelados
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA
Dispositivo Art. 37 da CF, IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender
à necessidade temporária de excepcional interesse público;
Legal
É a exceção 2 à regra de obrigatoriedade do concurso público.

A contratação é feita mediante Processo Seletivo Simplificado:

Processo  Sujeito a ampla divulgação, inclusive no Diário Oficial;


Seletivo  Em alguns casos, pode consistir apenas em análise de currículo;
Simplificado  Dispensado em caso de calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde
pública.

Podem ocorrer na Adm. Direta e Indireta, em qualquer dos Poderes;

 Os agentes temporários exercem função pública remunerada, mas não ocupam cargo, nem
emprego público.
Disposições  Firmam Contrato de Direito Público com a Administração. Não é um contrato de trabalho
Gerais propriamente dito.

OBS.: é VEDADO a terceirização para atividades próprias de servidor, pois estaria violando a regra do
concurso.

DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR


Art. 37 da CF- VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

-Trata-se de uma norma de eficácia limitada. E essa lei não foi editada.
Dispositivo
-Esse dispositivo NÃO é aplicado aos empregados públicos.

STF: enquanto não editada essa lei específica referida, deve-se aplicar a lei de greve dos trabalhadores
privados aos servidores públicos.

ADI 3235: É inconstitucional lei que considera falta grave ou fato desabonador o exercício de greve
Jurisprudência durante o estágio probatório.
O STF fixou o entendimento, com repercussão geral, de que ”A administração pública deve proceder ao
desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos,
em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de
acordo. O desconto será, contudo, INCABÍVEL se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta
ilícita do Poder Público.

Agentes de STF É VEDADO o exercício de greve, sob QUALQUER MODALIDADE, aos Policiais Civis e a todos os
Segurança servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.

Pública Mas é obrigatória a participação do Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas
das carreiras de segurança pública, para valorização dos interesses da categoria.

54
@Resumos_Tabelados
ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS
REGRA Art. 37 da CF XVI - É VEDADA a acumulação remunerada de cargos públicos

Exceto, quando houver compatibilidade de horários (PRESSUPOSTO), observado em qualquer caso o


disposto no inciso XI (QUE (que trata sobre o teto remuneratório):
a) a de 2 cargos de professor;
b) de professor com outro técnico** ou científico;
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
EXCEÇÕES

Organizando:

REGRA 1É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos

 Exceção: Se houver compatibilidade de horários, poderá acumular:

 Professor + professor
 Professor + cargo técnico ou científico
 Profissional de saúde + profissional de saúde. (Que possuam profissão
regulamentada)

**‘’ Cargos de Natureza Técnica’’ (Jurisprudência): ATENÇÃO

Os cargos que exigem, no desempenho de suas atribuições, a aplicação de conhecimentos especializados


** Cargos de de alguma área do saber.
Natureza
Técnica Não estariam nessa categoria, por exemplo, os cargos que implicassem a prática de atividades meramente
burocráticas, de caráter repetitivo e que não exigissem formação específica. Sendo assim, estes cargos
burocráticos da área meio (AINDA QUE RECEBEM NOMENCLATURA DE “TÉCNICO”, comumente usados para
cargos de nível médio), NÃO SE ENQUADRAM no conceito constitucional para fins de permitir a acumulação
com o cargo de professor.

Cargo Público com mandato de vereador, desde que haja compatibilidade de horários (art.38, CF);
Outras
Hipóteses de Possibilidade de juízes e membros do Ministério Público exercerem o magistério (art. 95, CF).
Acumulação
Possibilidade de acumulação, com prevalência da atividade militar, do cargo de militar com um de
saúde com profissões regulamentadas, para os profissionais de saúde das Forças Armadas.

STF= Nos casos autorizados de acumulação, a incidência do teto constitucional remuneratório pressupõe
consideração DE CADA um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório
quanto ao somatório dos ganhos do agente público. deve analisar o teto não sobre o somatório, mas
sobre cada um dos vínculos.
Jurisprudência STJ = A carga horária não pode ser superior a 60 horas semanais. Exceção: profissionais da saúde.

(Em 2019) A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) adequou seu entendimento à posição
do Supremo Tribunal Federal (STF) e declarou que profissionais da área de saúde devem apenas
comprovar a compatibilidade de horários para acumular cargos públicos, não se aplicando mais o limite
semanal de 60 horas.

55
@Resumos_Tabelados
Acumulação de Cargos Públicos e Proventos de aposentadoria Públicos
Art. 37 §10 É VEDADA a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
(Regime Próprio de Previdência Social) ou dos arts. 42 e 142 (militar) com a remuneração de cargo,
emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos
eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

CF, art. 40, §6º: Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência
previsto neste artigo.

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
Acumulação de indiretamente, pelo poder público;
cargos e
Organizando
Aposentadoria
Observação: A proibição se refere aos regimes de aposentadoria PRÓPRIOS dos servidores públicos
estatutários ou dos militares.

Não está falando do regime geral de previdência social. Nada impede a cumulação de um regime
próprio com um do regime geral (RGPS).

REGRA 2É vedado cumular cargos ou empregos públicos com proventos públicos de aposentadoria:

 Exceção: Pode cumular da seguinte maneira:

 Provento + provento ou remuneração de cargos acumuláveis


 Provento + mandato eletivo
 Provento + cargo em comissão

Jurisprudência STJ= é possível a acumulação de proventos de emprego público com a remuneração de função
temporária.

56
@Resumos_Tabelados
ESTABILIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Dispositivo Art. 41. Da CF- São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo
de provimento efetivo em virtude de concurso público.

Antes da CF de 1988, o prazo era de 2 anos.

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é OBRIGATÓRIA a avaliação especial de


Pressuposto
desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

1. Investidura em cargo efetivo (com prévia aprovação em concurso público);


Requisitos
2. 3 anos de efetivo exercício no cargo
3. Aprovação em avaliação especial de desempenho

Aos cargos em comissão (exclusivamente)

Aos Empregados Públicos.


Não se aplica
 A Estabilidade vale apenas para os ESTATUTÁRIOS.

1. Em virtude se sentença JUDICIAL transitada em julgado. Perda do cargo


2. Mediante Processo Administrativo em que lhe seja assegurada Ampla Defesa.
Demissão.
O servidor estável 3. Mediante procedimento de Avaliação Periódica de Desempenho, na forma de lei
só perderá o cargo complementar, assegurada ampla defesa. Exoneração

(Art. 41, §1º da CF) 4. Excesso de despesas de pessoal (art. 169, CF). Exoneração.

Observação: Existem 2 tipos de avaliação:

 Avaliação Especial: para adquirir Estabilidade


 Periódica: para o servidor JÁ estável. Mas a lei ainda não foi elaborada.

Art. 41 § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, RECONDUZIDO ao cargo de origem, sem direito a
Outras Disposições indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo.

57
@Resumos_Tabelados
VITALICIEDADE
É diferente de Estabilidade e de Efetividade. Efetividade é o cargo que depende da prévia aprovação
em concurso público.
Disposições Gerais
A vitaliciedade é a condição que fará com que o servidor público SÓ PERCA o cargo om
sentença judicial transitada em julgado.
A pessoa que adquire Vitaliciedade não pode perder o cargo por processo administrativo.

 Membros de carreira da Magistratura.


 Membros do Ministério Público
Aplica-se aos  Ministros e conselheiros dos Tribunais de Contas.

 Para juiz e promotor, no 1º grau, aquisição da vitaliciedade ocorre após 2 anos de


exercício. (Nesse período, pode perder o cargo por deliberação do tribunal que estiver
Período para
vinculado).
aquisição  No caso de nomeação direta (quinto constitucional, ministros de Tribunais Superiores, etc.),
a aquisição da vitaliciedade é imediata.

PRECEDÊNCIA DA ADMNISTRAÇÃO FAZENDÁRIA E SEUS SERVIDORES FISCAIS


XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma
da lei;

Dispositivo 

O inciso XVIII da CF/88 enaltece a importância da Administração Fazendária, e dos seus servidores
fiscais, para a Administração, o Estado e a sociedade em geral.

Tal norma não é auto-aplicável, dependendo do Legislador ordinário para a consecução de seus efeitos na
realidade prática.

Entretanto, tal precedência administrativa pode ser compreendida como: a prioridade na destinação de
recursos orçamentários, para o aprimoramento da gestão Fazendária e de seus servidores; tramitação
preferencial dos feitos fiscais; a garantia da independência dos servidores na fiscalização das atividades
desenvolvida pelos contribuintes; independência no exercício de atos de sua competência;
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais entre as Fazendas Tributárias, na forma da lei
etc.

58
@Resumos_Tabelados
SISTEMA REMUNERATÓRIO DOS AGENTES PÚBLICOS
Os vencimentos e subsídios dos servidores públicos, em regra, só podem ser fixados ou alterados
por lei específica.
Disposição Geral
 EXCEÇÃO: subsídios de Deputados Federais, Senadores, Presidente e Vice-Presidente da
República e Ministro de Estado  podem ser fixados ou alterados por decreto legislativo
do Congresso Nacional.

Art. 37 X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente
poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
Revisão Geral assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.
anual
 O aumento da remuneração decorrente da Revisão Geral é chamado de “aumento impróprio”.
Esse aumento leva em conta a inflação e o poder de compra do servidor. Não se confunde
com os “aumentos reais”, decorrentes de uma reestruturação no plano de carreira.

Termo Conceito Quem recebe

Remuneração Em sentido amplo: abrange remuneração em sentido estrito Agentes Públicos em Geral
(vencimentos +salários) e subsídios.

Vencimento É a retribuição pecuniária que o servidor público recebe


(Básico) pelo exercício de seu cargo.

Vencimentos Vencimento básico + Vantagens.


Servidores Públicos
Na lei 8112 Chama isso de “Remuneração”.

Vantagens São as parcelas acrescidas ao vencimento do servidor em


Pecuniárias razão de situações previstas em lei.

Compreendem os adicionais e as gratificações.

É o sistema em que o agente é remunerado por meio de Agentes Políticos e algumas carreiras
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer vantagem específicas, como Policiais, AGU,
Subsídio pecuniária. defensores públicos,

Salário É a retribuição pecuniária concedida em uma relação de Empregados Públicos


emprego sujeita ao Regime Trabalhista ou celetista.

59
@Resumos_Tabelados
TETO REMUNERATÓRIO
Art. 37- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes
políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não,
incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal,
em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
Dispositivo Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o
subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a 90,25% do subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;

 A regra do “teto” vale para qualquer membro de poder ou ocupante de cargo, emprego ou
função pública, de qualquer poder, seja administração direta, Autárquica, Fundação Pública, e
ainda, CASO recebam recursos públicos para custeio ou pagamento de pessoal, irá alcançar
as empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias.
 Abrange o somatório de todas as parcelas remuneratórias, salvo as de caráter indenizatório
(na esfera federal, segundo a Lei 8112/90, as parcelas indenizatórias seriam: ajuda de custo,
diária, transporte e auxílio moradia).
Organizando o  No caso de acumulação de cargos, o teto é avaliado para cada cargo.
Inciso
 Teto Federal e Geral Subsídio dos Ministros do STF.
 Teto Estadual/Distrital:

-Para o Poder LegislativoSubsídio dos Deputados Estaduais;

-Para o Poder Executivo Subsídio do Governador;

-Para o Poder Judiciário Subsídio do desembargador do Tribunal de Justiça (este está limitado a
90,25 % do STF, e também se aplica aos membros do Ministério Público, procuradores e defensores
públicos).

 Teto Municipal Subsídio do Prefeito.

Estados e Distrito federal podem definir um limite único, tendo como base o subsídio do
Desembargador do TJ:

Art. 37 § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica,
como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado
a 90,25% do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores
Outras
aos pagos pelo Poder Executivo;
disposições

60
@Resumos_Tabelados
Se a remuneração (bruta) extrapolar o teto, será aplicado o “abate teto”.
Se extrapolar o
Teto A base de cálculo dos descontos previdenciários e o imposto de renda será fixado APÓS a definição
do valor a ser recebido por força da observância do teto constitucional. só desconto APÓS o “abate
teto”.

Outras disposições sobre Remuneração de Servidores Públicos


Art. 37 da CF- XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;
Vedação ao  Os novos adicionais ou qualquer adicional deve ser calculado levando em consideração o
Efeito Cascata vencimento BASE e não o valor já com outros adicionais.

Art. 37 da CF- XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para
o efeito de remuneração de pessoal do serviço público;
Não vinculação Essa vinculação ou equiparação só será permitida nas hipóteses constitucionais.
ou Equiparação
Remuneratória Por exemplo: CF, art. 39 §5º: Lei da União, Estado, DF e dos Municípios poderá estabelecer a relação
entre maior e menor remuneração dos servidores públicos,

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis,


ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
Irredutibilidade São irredutíveis, salvo se estiverem ultrapassando algum teto ou não estiverem observando a
vedação ao efeito cascata.

 Protege o valor NOMINAL (numérico) e o valor bruto. NÃO protege contra o poder de compra
(inflação) e nem protege uma diminuição do valor líquido.
 As parcelas componentes podem ser modificadas, desde que haja manutenção do valor final.

Jurisprudência

Súmula Vinculante nº 37= Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar os
vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.

Súmula Vinculante 41= É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores


estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

Súmula 679, STF= A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser objeto de convenção
coletiva.

61
@Resumos_Tabelados
PODERES ADMINISTRATI VOS
Poderes Administrativos são prerrogativas concedidas por lei aos agentes administrativos com a
finalidade de permitir que o Estado alcance seus fins.
Conceito
Poder Administrativo = Poder Instrumental.

E Poder Instrumental é DIFERENTE de Poder Estrutural (que integram a estrutura do Estado-Executivo,


Legislativo e Judiciário).

1. Vinculado
2. Discricionário
Tipos de
3. Hierárquico
Poderes
4. Disciplinar
Administrativos
5. Regulamentar
6. De Polícia

PODER VINCULADO E PODER DISCRICIONÁRIO

Poder Vinculado Poder Discricionário


Pratica atos VINCULADOS Pratica atos DISCRICIONÁRIOS

 

Aquele que a lei define todos os seus elementos, e, diante do Há uma margem de atuação para a autoridade decidir a
caso concreto só terá UMA solução possível. melhor solução para a sociedade. Há uma liberdade de
escolha.

Admite um juízo de conveniência e oportunidade=mérito


É considerado mais um DEVER que uma prerrogativa.
administrativo.
”só uma solução possível”, por exemplo, conceder ou não
Admite mais de uma solução possível. Ex.: Multa de 50 a
uma licença para dirigir.
400 reais. MAS, a margem de escolha é restrita aos limites
da lei.

O ato discricionário deve observar os princípios da


razoabilidade e da proporcionalidade.

62
@Resumos_Tabelados
PODER HIERÁRQUICO DescOncentração
É o Poder de distribuições de competências e atividades INTERNAS. Trata-se de uma forma de organização
administrativa.

O Poder Hierárquico se refere a uma Relação de Hierarquia/Subordinação= níveis de subordinação entre


órgãos e agentes públicos, sempre no âmbito de uma MESMA PESSOA JURÍDICA.

ATENÇÃO!! NÃO HÁ HIERARQUIA=


Conceito
 Entre Diferentes Pessoas Jurídicas
 Entre a Administração Direta e Indireta (há Tutela).
 No exercício de funções típicas (Ex.: Tribunais do Judiciário)
 Entre Poderes da República
 Entre Administração e administrados.

O Poder Hierárquico permite ao superior hierárquico:

 Dar ordens,
 Fiscalizar,
 Controlar,
 Rever atos;anulando ou revogando
 Delegar, avocar competências.
Finalidade
O Poder Hierárquico NÃO depende de lei.
Temos como consequência lógica da hierarquia o poder de comando realizado entre as instâncias
superiores sobre os inferiores (que possuem dever de obediência).

Características O Poder Hierárquico é inerente à Organização Administrativa. Possui caráter irrestrito, permanente e
automático.

O controle hierárquico exercido pelo superior incide sobre TODOS os aspectos dos atos de subordinados,
inclusive sobre o mérito administrativo.

Permite um controle de Legalidade + Mérito. Um superior poderá ANULAR ou REVOGAR (conveniência e


oportunidade) um ato feito por um subordinado.
Controle
Hierárquico Só abrange sanções disciplinares aplicadas a servidores e não sanções aplicadas a particulares.

Observação: Quando se edita norma interna, para regular o funcionamento dos funcionários, por exemplo,
portaria, o que há é um exercício do Poder Hierárquico, não normativo.

Exceções ao  Ordem manifestamente ilegal


 Atividade de consultoria técnica ou jurídica
Poder de
 Competência Exclusiva do subordinado
Comando  Decisões de órgãos com funções de julgar recursos administrativos

63
@Resumos_Tabelados
Delegação Avocação (chamar para si)
Ocorre quando um superior hierárquico confere o exercício temporário de algumas Superior Hierárquico atrai para si o
de suas atribuições a um subordinado. É um ato discricionário. exercício temporário de determinada
competência exercida por um
Pode ocorrer FORA da Estrutura Hierárquica subordinado. É um ato discricionário,
Só vai decorrer do Poder Hierárquico quando a delegação for para um de caráter excepcional e que deve ser
SUBORDINADO. devidamente justificado.

Competências que NÃO podem ser Delegadas: NÃO pode ocorrer fora da estrutura
subordinada. Não pode avocar
 Atos de Natureza Política competências exclusivas do
 Funções Típicas de cada poder, salvo nos casos da Constituição Federal. subordinado.

PODER DISCIPLINAR
Conceito É a prerrogativa para APLICAR SANÇÕES àqueles que, submetidos a disciplina interna da Administração,
cometem infrações.

Admite discricionariedade (quanto à gradação e à escolha da penalidade, mas NÃO quanto ao dever
de punir). Logo, trata-se de uma discricionariedade limitada.

Aplica-se aos  Servidores


 Particulares com vínculo específico com a Administração. Ex.: contrato administrativo com o
poder público, alunos de uma instituição pública, etc.

Não se Poder Punitivo do Estado: Poder Punitivo do Estado é aquele exercido pelo Poder Judiciário para
confunde com punir infrações de natureza civil e penal. Ex.: Atos de Improbidade Administrativa.

Poder de Polícia: alcança particulares com “Vínculo Geral”.

Diferenças

Poder Disciplinar Poder Hierárquico

 Pune infrações disciplinares.  Distribui e escalona funções


 Abrange o particular quando a infração administrativa for cometida por particular administrativas
com vínculo específico. Ex.: Aplicação de multa a sociedade empresária em razão
de descumprimento de contrato administrativo celebrado por dispensa de
licitação.
O Processo Disciplinar é derivado dos poderes disciplinar e hierárquico

O Poder Disciplinar decorre muitas vezes do poder hierárquico.

64
@Resumos_Tabelados
PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO
O poder regulamentar é a faculdade de que dispõem os Chefes do executivo (Presidente da
República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para a sua correta execução
(Regulamentos), ou de expedir Decretos Autônomos sobre matéria de sua competência ainda não
disciplinada por lei. É um poder inerente e privativo do Chefe do Executivo (CF, art. 84, IV), e, por
Conceito isso mesmo, indelegável a qualquer subordinado.

O Poder Regulamentar é o poder que o Chefe do Executivo tem de editar Decretos para a fiel
execução das leis e para dar-lhes maior aplicabilidade.

Existem alguns autores, que faz uma diferenciação do que seria Poder Normativo e Poder
Regulamentar.

Poder Normativo Poder Regulamentar

 Seria mais AMPLO. Seria uma Competência mais estrita.


PolêmicaAutores
que diferenciam Envolve toda a edição de atos Gerais e Se refere exclusivamente ao Chefe do
“Poder Regulamentar Abstratos: NORMAS. Poder Executivo (Presidente da República,
e Poder Normativo. Governadores dos Estados e DF e
Normas: voltadas para uma generalidade
Prefeitos).
de pessoas.
Esses chefes do Executivo, recebem da
Autoridades Administrativas (Chefe do
Constituição Federal a competência de
Executivo, Ministro, Secretário).
editar
Teria aqui Decreto Regulamentar,
 Regulamentos (Decreto
Instrução, etc.
Executivo)
 Decretos Autônomos (em casos
excepcionais).

Mas ATENÇÃO: muitas questões não fazem essa diferenciação, e tratam “poder regulamentar”
como sinônimo de “poder normativo”.

Poder Normativo

Poder
Regulamentar

65
@Resumos_Tabelados
Art. 84 da CF- Compete privativamente ao Presidente da República:

IV-sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para a sua fiel execução.  Chamados de Decretos de Execução. Decretos Regulamentares,
Regulamento de Execução.

 Apesar do artigo citar “Presidente da República”, este artigo está se referindo também
aos demais chefes do Poder Executivo (Governadores e Prefeitos).
Decreto Regulamentar  Existem algumas leis que não necessitam de regulamento para a sua fiel execução.
ou Executivo Nesses casos, trata-se de uma lei autoaplicável.
 O Poder Regulamentar se refere à aplicação de LEIS ADMNISTRATIVAS (são as leis que
se referem de alguma forma à Administração Pública).
 Trata-se de Atos Normativos SECUNDÁRIOS= EM REGRA, não podem inovar na ordem
jurídica. A exceção fica por conta dos Decretos Autônomos e Regulamentos
Autorizativos.
 É um ato de Caráter Geral e Abstrato.
 EM REGRA, Não pode ser Delegado (se estivermos falando só do art. 84, IV), que trata
dos Decretos Regulamentares. A exceção fica por conta dos Decretos Autônomos.

Art. 84, VI- Dispor, mediante decreto, sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento e


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos.

b) Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos.


Decretos Autônomos  Tratam-se de Atos PRIMÁRIOS (não regulamentam leis). São primários pois o
fundamento desses decretos decorre da própria Constituição Federal e não de uma lei.
 Disciplinam sobre Organização/Funcionamento da Administração.
 Não podem implicar aumento de Despesa ou Criar ou Extinguir órgãos.
 Admite DELEGAÇÃO. Por esse motivo, devemos tomar cuidado com o termo
“privativo” presente no caput do art. 84. Apesar de estar escrito “privativo” e o inciso
IV não poder realmente ser delegado, aqui no inciso VI isso pode ocorrer.

Essa Delegação é específica para os:

-Ministros de Estado

-Advogado Geral da União

-Procurador Geral da República.

66
@Resumos_Tabelados
REGRA Não pode inovar e não pode “Preencher lacunas”.
O poder regulamentar pode preencher “lacunas propositais”. Lacunas Propositais são aquelas em que o
legislador propositalmente deixou para que o poder executivo discipline sobre.

O poder regulamentar pode criar “obrigações derivadas”. Obrigações Derivadas são aquelas obrigações que
decorre de uma obrigação principal, decorre de uma obrigação primária. Exemplo: o legislador disse que
para poder dirigir, a pessoa deve ter uma licença para dirigir. A lei criou essa limitação, bem como outros
requisitos (ter mais de 18 anos, etc), que estão disciplinados lá no Código de Trânsito Brasileiro. O que pode
ocorrer é um regulamento disciplinar quais são os meios de prova que comprovem que a pessoa possui essas
Poder
condições.
Regulamentar
pode “inovar na EXCEÇÕES:
Ordem Jurídica?
1. Decretos Autônomos

2. Regulamentos Autorizados ou Decretos autorizados ou Decretos delegados* = esse fenômeno conhecido


como “Regulamento Autorizado” é conhecido como “Deslegalização”.

 O Poder Legislativo outorga uma competência normativa ao Poder Executivo, em observância a


comando normativo específico e expresso em leis.
 Chama-se “deslegalização” pois são matérias em que caberia inicialmente a lei tratar, mas que se
permite que seja tratada por meio de um decreto/regulamento.
 Tem a finalidade de suprir lacunas propositalmente deixadas pelo legislador. “Lacunas Propositais”. Por
exemplo, a Lei de licitações em seu artigo 120 permite que o Chefe do Poder Executivo atualize os limites
de valor de licitações e isso de fato ocorreu por meio de um decreto.
 Trata-se de um ato normativo secundário capaz de inovar na ordem jurídica (DENTRO dos limites da lei).
 Ocorrem em situações extremamente técnicas e desde que o legislador tenha obedecido as diretrizes
gerais e autorizado a regulamentação.

O administrador público age no exercício do PODER HIERÁRQUICO ao editar atos normativos com o objetivo
de ordenar a atuação de órgãos a ele subordinados.
Questão: edição
Di Pietro: editar atos normativos (resoluções, portarias, instruções), com o objetivo de ordenar a atuação
de atos
dos órgãos subordinados; trata-se de atos normativos de efeitos internos e, por isso mesmo, inconfundíveis
normativos com os regulamentos; são apenas e tão somente decorrentes da relação hierárquica, razão pela qual não
dentro do Poder obrigam pessoas e ela estranhas.
Hierárquico (já
 Nos atos normativos decorrentes do poder hierárquico a norma é INTERNA, com finalidade de ordenar a atuação dos
foi pegadinha em órgãos subordinados, não se estende a pessoas estranhas pois decorre tão somente da hierarquia.
prova).  Nos atos normativos decorrentes do poder de polícia as normas atingem pessoas estranhas à Administração. A norma
é EXTERNA e visa limitar o interesse individual em prol do coletivo.

 Por fim, os atos normativos editados pelo poder normativo/regulamentar são apenas complementares à lei, visando
sua fiel execução. Por exemplo, conceitos técnicos em portarias, regulamentos, resoluções etc.

Controle dos  O Congresso Nacional pode sustar atos normativos do Executivo que exorbitem o Poder Regulamentar.
Atos Controle de Legalidade: O Poder Judiciário e a própria administração podem anular atos ilegais ou
Regulamentares ilegítimos.

67
@Resumos_Tabelados
PODER DE POLÍCIA
Prerrogativa da Administração para condicionar ou restringir o exercício de atividades privadas, com
vistas a proteger o interesse coletivo.
Conceito Exemplo: expedição de alvarás para construções, interdição de estabelecimento em situação irregular,
fiscalização ambiental, aplicação de sanções pelo descumprimento de normas de trânsito (ex.: multas).

Disposições  Qualquer medida restritiva deve observar o devido processo legal (ampla defesa), bem como os
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade;
Gerais  Em caso de urgência, o direito de defesa pode ser diferido, ou seja, realizado posteriormente.

Em SENTIDO AMPLO= Atinge as atividades Legislativas (ex.: Código de Trânsito Nacional, Estatuto do
Desarmamento) e a atividades administrativas de restrição e condicionamento.

Em SENTIDO ESTRITO=Abarca somente as atividades administrativas de regulamentação e de execução


Poder de das leis de polícia.
Polícia ”Regulamentação”: atividades normativas que se insere no âmbito de restrições no ambiente PRIVADO.

”Execução”: licenças, multa, etc.

 A competência é a da Pessoa Federativa (União, Estado, DF e Munícipios) à qual a Constituição Federal


conferiu o poder de regulamentar a matéria. Todavia, pode haver um sistema de cooperação entre
as esferas. Ex.: Fiscalização do Trânsito.

Art. 145 da CF- A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II-taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.

 Podem ser cobradas TAXAS (espécie de tributo) em razão do exercício do Poder de Polícia, para
Taxa de custear o exercício de Poder de Polícia.
Polícia  É condição para cobrança da taxa o efetivo exercício do Poder de Polícia.
 STF: para que seja cobrada uma taxa, não é necessário a “visita in loco”, não precisa que uma
autoridade vá até o estabelecimento e vistorie para “fazer valer a taxa”. Basta que exista uma
estrutura e capacidade para exercer a fiscalização.

68
@Resumos_Tabelados
Modalidades de Exercício

Poder de Polícia PREVENTIVO Poder de Polícia REPRESSIVO


-É um mecanismo de CONTROLE -São as aplicações de SANÇÃO. Ocorre após o acontecimento
da infração

Decorre de uma anuência prévia da Administração para a Aplicações de sanções administrativas a particulares pelo
prática de atividades privadas que possam afetar a descumprimento de normas de ordem pública (normas de
coletividade. polícia).

 Sanções Administrativas: multas administrativas, interdição de


estabelecimentos comerciais, demolição de construções
Atos de consentimento (negociais) Licença e irregulares, embargo administrativo de obra, apreensão de
Autorização**. mercadorias piratas, etc.

-Formalizados por Alvarás, Carteiras, Declarações, O ato repressivo é a aplicação da sanção e NÃO o
Certificados. procedimento de fiscalização.

**Diferenças (dentro do Poder de Polícia Preventivo)

Licença Autorização

Anuência para usufruir um direito. Anuência para exercer atividade de interesse do PARTICULAR.

Ato administrativo VINCULADO e DEFINITIVO. Ato Administrativo DISCRICIONÁRIO e PRECÁRIO.

Ex.: Licença para o exercício de profissão ou para Ex.: Interdição de rua para realização de festividade, o trânsito por
construir em terreno de sua propriedade. determinado locais e porte de arma de fogo.

Ciclo do Poder de Polícia (4 estágios)

1. Legislação ou Ordem 2. Consentimento 3. Fiscalização 4. Sanção

São as NORMAS de polícia. Anuência prévia, quando Verifica o cumprimento das


exigida em lei. Ex.: Licença, normas e das condições. Ex.:
 Quando há infração.
autorização. Blitz de trânsito.
SEMPRE está presente.

SEMPRE está presente.

69
@Resumos_Tabelados
Poder de Polícia pode ser:

ORIGINÁRIO Realizado pela Administração DIRETA (Pessoa política: União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Realizado pela Administração INDIRETA. Nesse tópico temos alguns entendimentos.

Doutrina mais antiga:

1º Condição: Que seja uma entidade de DIREITO PÚBLICO:

 Autarquias
 Fundações Públicas de Direito Público.

2º Condição: Autorização que essa transferência de competência esteja disciplinada em uma LEI.

Doutrina mais moderna e que está sendo cobrada em prova:

A Doutrina mais moderna entende que é possível haver a Delegação do Poder de Polícia nas seguintes
condições:
DELEGADO
Se for uma entidade de DIREITO PÚBLICO É possível delegar todas as fases do poder de polícia.

Se for uma entidade de DIREITO PRIVADO Só é possível a delegação da etapa Consentimento e


Fiscalização. Esse é um entendimento adotado pelo STJ.

DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO

Legislação ou Ordem SIM -

Consentimento SIM SIM

Fiscalização SIM SIM

Sanção SIM -

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@Resumos_Tabelados
Atributos do Poder de Polícia (em REGRA)

Discricionariedade Autoexecutoriedade Coercibilidade


”quais sanções” Independe de ordem judicial Pode impor ao particular.

Exceções: Alguns atos de polícia podem ser vinculados (ex.: licenças), não autoexecutáveis (ex.: cobrança de multa não paga)
ou não coercitivos (ex.: atos preventivos, como licença e autorização).

Sanções de Polícia

Devem observar  Princípio da Legalidade: devem ser instituídas por LEI.

 Princípio do Devido Processo Legal: deve ser observado um Processo Administrativo para
aplicação das sanções. E dentro desse processo deve ser observado o contraditório e a
ampla defesa.

 Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade: a administração pública não deve cometer


exageros.

Exemplos - MULTA.

-Destruição de mercadorias.

-Interdição de estabelecimento.

Prazo previsto na Administração FEDERAL:

 Prescrição das Ações Punitivas: 5 anos (prazo quinquenal), contados da data da


prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuado, do dia em que tiver
Prescrição cessado.

EXCEÇÃO: quando o objeto da sanção também constituir crime, no caso, aplica-se o prazo da lei
penal.

 Prescrição Intercorrente: incide nos processos paralisados por mais de 3 anos.

71
@Resumos_Tabelados
Poder de Polícia (Polícia Administrativa) Polícia Judiciária

Incide sobre infrações de natureza administrativa; Apura ilícitos penais, com o objetivo de preparar a função
jurisdicional.

Caráter preventivo Caráter repressivo

Exercida por diversos órgãos administrativos (Vigilância Exercida por corporações especializadas (Polícia civil,
Sanitária, Ibama, Detran) federal e militar)

Incide sobre atividades, bens e direitos. Incide sobre pessoas.

USO E ABUSO DE PODER


Limites:

 Respeito às garantias e direitos individuais;


 Observância do Devido Processo Legal
Os Poderes da Administração NÃO são  Aplicação dos Princípios constitucionais
absolutos 
O exercício das prerrogativas conferidas à Administração FORA desses
limites configura ABUSO DE PODER

Abuso de poder é dividido em 2 EXCESSO DE PODER  Vício de competência, atuação desproporcional. Ato
categorias passa a ser ILEGAL.

DESVIO DE PODERVício de Finalidade. Ato passa a ser ILEGAL.

Remédio Constitucional Cabível Mandado de Segurança

72
@Resumos_Tabelados
CONTROLE ADMINISTRATIVO
DISPOSIÇÕES GERAIS
Quando a Administração Pública pratica seus atos administrativos, existem diversos instrumentos que
permitem que haja um controle sob esses atos. Se fundamenta no Princípio da Indisponibilidade do Interesse
Conceito público, o Administrador é mero gestor da coisa alheia.

Esses mecanismos permites a Fiscalização, Orientação, Revisão dos Atos Administrativos praticados.

O Controle da Administração Pública é exercido mediante o Poder Executivo (sua atribuição


típica) e Pelo Poder Legislativo e Judiciário (atribuições atípicas). Logo, o poder é feito pelos
Quem exerce
3 poderes.
esse controle
Controle é feito nas Funções Administrações.

CLASSIFICAÇÕES
Quanto ao Momento do Exercício

Preventivo, prévio ou a priori Concomitante ou Subsequente, Corretivo ou a Posteriori


Sucessivo

Quando feito ANTES da prática do ato. Ocorre DURANTE a Feito APÓS a conclusão do ato.
realização do ato, como
Deve-se frisar que os Poderes Legislativo e Tem o objetivo de convalidar (corrigir) ou declarar a
o que ocorre nas
Judiciário também podem exercer controle nulidade do ato administrativo praticado, revogar (por
auditorias ou na
prévio. Exemplos: conveniência e oportunidade, cassação, etc).
fiscalização de um
Nesse sentido, podemos mencionar a contrato. Ex.: Homologação de Concurso Público, Sustação dos
necessidade de prévia aprovação, pelo Senado Atos Normativos do Poder Executivo que exorbitem
Federal, da escolha de ministros do STF, de seu Poder Regulamentar através do Congresso
tribunais superiores e do Tribunal de Contas Nacional, Anulação de um ato por ato Judicial.
da União, de
governador de Território Federal, etc(CF, art.
52, III,). Observação: o controle judicial dos atos
administrativos é, em regra, posterior, mas pode ser
Com efeito, no que se refere ao controle exercido a priori, como é o caso do Mandado de
judicial, a Constituição Federal dispõe, em seu Segurança Preventivo
art. 5º, XXXV, que a lei não excluirá da
apreciação do Poder Judiciário lesão ou
AMEAÇA a direito, demonstrando a
possibilidade de controle prévio por esse
Poder, como, por exemplo, na concessão de
liminar em mandado de segurança.

73
@Resumos_Tabelados
Quanto à ORIGEM

Controle INTERNO Controle EXTERNO Controle Popular

Feito NO ÂMBITO DO MESMO PODER. Por exemplo, o Poder Executivo O controle vem de fora, Pode ser feito
praticou um ato administrativo e está exercendo um controle sobre aquele temos um Poder diretamente ou por
ato. Pode ser: exercendo controle sobre meio de órgãos
OUTRO PODER. especializados.
a) Hierárquico: É a subordinação de órgãos inferiores aos superiores e
não depende de previsão legal, sendo exercida com base nos controles Ex.: Poder Judiciário Ação Popular;
de legalidade, conveniência e oportunidade. É exercido dentro de uma anulando atos do Poder
Mandado de
única pessoa. Ex.: Chefe do órgão revisa os atos de seus subordinados. Executivo.
Segurança.
Ex.: Controle do MP sobre
b) Finalístico, de tutela ou de supervisão ministerial: controle Denúncia ao TCU:
os atos da Autoridade
desempenhado pela Administração Direta sobre a Administração
Policial. Art. 74 § 2º da CF
Indireta, exercido por uma pessoa sobre outra, com limitação
determinada pela lei. É um controle teleológico, oportunidade em que Qualquer cidadão,
Ex.: Controle do Poder
se verifica a adequação de determinada entidade às finalidades partido político,
Legislativo sobre o Poder
traçadas pelo Estado. associação ou
Executivo:
sindicato é parte
Art. 74 da CF. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de Competências Exclusivas legítima para, na forma
forma integrada, SISTEMA DE CONTROLE INTERNO com a finalidade de: do Congresso nacional. da lei, denunciar
irregularidades ou
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a Art. 49 da CF. É da
ilegalidades perante o
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; competência exclusiva do
Tribunal de Contas da
Congresso Nacional:
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia União.
e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos V - sustar os atos
e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos normativos do Poder
públicos por entidades de direito privado;
Executivo que exorbitem
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, do poder regulamentar ou
bem como dos direitos e haveres da União; dos limites de delegação
legislativa;
IV - APOIAR o controle externo no exercício de sua missão
institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento


de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal
de Contas da União, sob pena de responsabilidade SOLIDÁRIA.
Questão: Controle exercido pela Administração Direta sobre a Indireta

A doutrina não é pacífica quanto ao controle exercido pela Administração Direta sobre a Indireta. Maria Sylvia Zanella Di Pietro e José dos Santos Carvalho
Filho informam que essa é uma modalidade de controle externo. O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, por sua vez, entende que se trata de um tipo
diferente de controle interno que o eminente autor chegou a chamar de controle interno exterior. Segundo o autor, haveria um duplo controle interno: um
efetuado pelos seus próprios órgãos e outro procedido pela Administração direta. Finalmente, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo advogam que o controle
exercido pela Administração Direta sobre a Indireta se trata de controle interno.

Entendimento banca CESPE= Trata-se de uma forma de controle EXTERNO.

74
@Resumos_Tabelados
Quanto ao Aspecto Controlado

Aspecto da Legalidade e Controle de Mérito


Legitimidade

Se está de acordo com a Lei (em sentido Atua sobre a conveniência ou oportunidade do ato controlado.
amplo), com os Princípios, súmulas
Ocorre apenas nos atos discricionários. Os atos podem ser REVOGADOS.
Vinculantes.
Quem exerce:
Alcança tanto os atos vinculados e os atos
discricionários. Não entra no mérito. A Própria Administração que praticou o ato (regra)
Quem pode exercer:
O Poder Legislativo (casos expressamente previstos na CF).
A autoridade que Praticou o ato
Esse controle do Poder Legislativo sobre o mérito das decisões do Poder Executivo
(controle interno). A Administração pode
costuma ser chamado de controle político,
exercer de ofício ou por provocação.
Ex.: Senado aprovando algumas autoridades (CF, art. 52, III), o julgamento, pelo
Poder Judiciário (controle externo). Só
Congresso Nacional, das contas prestadas anualmente pelo Presidente da
atuará nos casos previstos na Constituição.
República (CF, art. 49, IX); a fiscalização, pelo Congresso Nacional - diretamente
Poder Legislativo (controle externo). Só ou por qualquer de suas Casas – dos atos do Poder Executivo e da Administração
atuará mediante provocação. Indireta (CF, art. 49, X).

Poder Judiciário: NÃO pode adentrar no mérito.

Atenção! Não confundir mérito com discricionariedade.

O Poder Judiciário pode sim analisar os atos discricionários, verificando se eles


encontram-se dentro dos parâmetros definidos na lei e no Direito. Se,
eventualmente, um ato discricionário mostrar-se desarrazoado ou
desproporcional, o Poder Judiciário poderá anulá-lo em virtude de sua ilegalidade
ou ilegitimidade.

Quanto à Amplitude (espécies de controle Interno)

Hierárquico Finalístico, de Tutela ou de Supervisão Ministerial

É exercido dentro de uma única pessoa jurídica. É um Controle da Administração Direta sobre a Indireta. Também chamado
escalonamento vertical, presente a Subordinação de “Controle por Vinculação”. É o que a norma legal estabelece para
Hierárquica. as entidades autônomas, indicando a autoridade controladora, as
faculdades a serem exercidas e as finalidades objetivadas. Como não
Controle que abrange a Legalidade e o Mérito. É um
há hierarquia na relação, esse controle é bem menos amplo. Trata-se
controle amplo, abrangente.
de um controle limitado e externo.

75
@Resumos_Tabelados
ESPÉCIES DE CONTROLE
O Controle Administrativo se divide em 2 espécies: Controle Administrativo e Controle Legislativo.

CONTROLE ADMINISTRATIVO
Hely Lopes Meirelles: Controle administrativo é todo aquele que o Executivo e os órgãos de administração dos
demais Poderes exercem sobre suas próprias atividades, visando a mantê-los dentro da lei, segundo as
Conceito necessidades do serviço e as exigências técnicas e econômicas de sua realização, pelo que é um controle de
legalidade E mérito.

Atenção: o controle administrativo é mais comum no Poder Executivo, uma vez que é o responsável precípuo
pela função administrativa. Porém, todos os Poderes podem exercer o controle administrativo quando
estiverem no exercício da FUNÇÃO ADMINISTRATIVA. Assim, quando o Poder Legislativo ou o Poder Judiciário
fiscalizam os seus próprios atos administrativos, estão exercendo o controle administrativo.

São dois: Autotutela e Tutela.

 Com base na Autotutela, a Administração Pública pode invalidar seus atos com esteio na conveniência
e na oportunidade (revogação) ou com fulcro na legalidade destes (anulação). É um controle de
legalidade e de Mérito. De OFÍCIO ou por REQUERIMENTO.

Fundamentos Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

 Com base na Tutela (controle da Adm. Direta sobre a Indireta). Não analisa o mérito, só analisa os
FINS. Analisa a finalidade da entidade.

a) Fiscalização Hierárquica: também chamada de hierarquia orgânica, é aquela exercida pelos órgãos
superiores sobre os inferiores (já vista).

b) Direito de Petição: encontra-se capitulado no art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente
Mecanismos/ do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade
Instrumentos ou abuso de poder;
de Controle c) O Processo Administrativo: em sentido amplo, o processo administrativo é uma forma de controle, pois
permite a preparação e a fundamentação do ato ou decisão administrativa, legitimando a conduta escolhida.
Como segue um procedimento previsto em lei, devidamente registrado, o processo administrativo representa
uma forma de controle administrativo.

d) Recursos Administrativos**: os recursos administrativos são todos os instrumentos hábeis direcionados a


propiciar à própria Administração o reexame de decisão interna. Por decorrência do art. 5º, LV, da CF, toda e
qualquer decisão administrativa deve ser passível de recurso a ser analisado pela Administração.

d) Instrumento da Arbitragem: a arbitragem é uma forma de solução de conflitos em que as duas partes elegem
uma terceira, o árbitro, para julgar determinado litígio, sem necessidade do formalismo dos processos
judiciais. É uma hipótese que vem sendo reconhecida aos poucos pela doutrina, jurisprudência e legislação.

76
@Resumos_Tabelados
**Recurso Administrativo (Sentido Amplo)

Disposições Gerais Irá ser ratado várias modalidades direcionadas a propiciar o reexame das decisões internas da
Administração, a exemplo da reclamação administrativa, da representação, do pedido de
reconsideração, do recurso hierárquico próprio, do recurso hierárquico impróprio e a revisão.

Representação Qualquer pessoa pode denunciar irregularidades, ilegalidades e condutas abusivas perante a própria
Administração. O denunciante não precisa ter sido afetado pelo ato impugnado, devendo assinar a peça.

Ato pelo qual O ADMINISTRADO, seja ele servidor público ou particular, manifesta o seu inconformismo
com alguma decisão administrativa que lhe afete direitos ou interesses. Interessado direto.
Reclamação O ponto chave da reclamação administrativa é que ela ocorre quando o administrado deseja que a
Administração reveja um ato que esteja afetando um direito ou interesse PRÓPRIO;

Pedido de Destinado à MESMA AUTORIDADE que praticou o ato questionado, é o pedido que solicita nova análise do
tema.
Reconsideração
Súmula 430, STF: Pedido de reconsideração na via administrativa NÃO INTERROMPE o prazo
para o mandado de segurança.

Recurso Pode ser chamado simplesmente de recurso hierárquico ou apenas recurso, em sentido estrito. Trata-
se do pedido de reexame do ato dirigido à AUTORIDADE HIERARQUICAMENTE SUPERIOR àquela que editou
Hierárquico o ato.
Próprio

São recursos dirigidos a órgãos especializados na apreciação de recursos específicos e que, portanto,
não estão relacionados hierarquicamente com a autoridade que editou o ato. Portanto, nesse caso, não
Recurso há hierarquia entre a autoridade que editou a decisão e aquela que irá analisar o recurso.

Hierárquico Por não existir hierarquia, esse tipo de recurso só é possível quando há previsão legal, atribuindo a
Impróprio competência e estabelecendo os limites de seu exercício pelo órgão controlador. Um exemplo é o
recurso direcionado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, que é um órgão
especializado no julgamento de recursos contra as decisões de delegacias da Secretaria da Receita
Federal do Brasil.

O pedido de revisão é aquele destinado a rever a aplicação de SANÇÕES, pelo surgimento de fatos novos,
não conhecidos no momento da decisão original. Nesse contexto, a Lei 9.784/1999, como exemplo,
Revisão estabelece que os “processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes
suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada” (art. 65).

77
@Resumos_Tabelados
Prescrição (sentido amplo)
Não se pode permitir que a Administração Pública possa rever os seus atos por um tempo
indeterminado. Isso ocorre em prol da Segurança Jurídica.

Observação: Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo afirmam que


a doutrina costuma utilizar o vocábulo “prescrição” em sentido amplo para descrever as hipóteses de
preclusão, prescrição propriamente dita e decadência.

Disposições A prescrição representa a perda do prazo para reclamar um direito pela via judicial, ou seja, é a perda
Gerais da possibilidade de defender um direito por meio da pretensão judicial.

Por outro lado, a preclusão representa a perda do prazo para determinada manifestação dentro de um
processo (administrativo ou judicial). A diferença entre os dois institutos é que na prescrição se perde
a possibilidade de mover uma ação judicial; enquanto a preclusão é apenas a superação de um estágio
do processo, ao qual não se poderá retornar.

Por fim, a decadência é a perda do direito em si mesmo, ou seja, a pessoa não se utiliza de seu direito
dentro do prazo previsto em lei e, por esse motivo, passa a não mais possuir essa prerrogativa.

O poder-dever de autotutela está limitado pelo princípio da segurança jurídica e, especificamente no


direito de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis aos administrados, a
Prazo Administração deverá observar o prazo decadencial de 5 anos, salvo comprovada má-fé (Lei
9.784/1999, art. 54).

Quando houver má-fé, a doutrina afirma que a Administração deverá observar a regra geral do Código
Civil, que estabelece prazo prescricional de 10 anos, quando a lei não haja fixado o prazo menor.

78
@Resumos_Tabelados
CONTROLE LEGISLATIVO
O Poder Legislativo também realiza o controle interno sobre os seus próprios atos. NESSE CASO, o órgão nada
mais está fazendo do que o controle administrativo sobre o exercício de sua função atípica de administrar.

Assim, chama-se de CONTROLE LEGISLATIVO somente o exercício da função típica de fiscalização que o Poder
Legislativo exerce sobre os atos dos demais poderes, sobremaneira do Poder Executivo e de sua Administração
Indireta, em situações expressamente previstas na Constituição Federal.
Disposições
Basicamente, o controle legislativo manifesta-se de duas maneiras:
Gerais
(a) CONTROLE POLÍTICO, também chamado de Controle parlamentar direto, que é aquele exercido diretamente
pelo Congresso Nacional, por suas Casas, pelas comissões parlamentares, ou diretamente pelos membros do
Poder Legislativo;

(b) controle exercido pelo Tribunal de Contas (também chamado de controle


PARLAMENTAR INDIRETO ou simplesmente CONTROLE TÉCNICO).

Controle Parlamentar Direto


É um CONTROLE POLÍTICO. É um controle de Legalidade E de Mérito.

Controle Parlamentar Direto, é exercido pelos:

Parlamentares
Disposições
Mesas das Assembleias Legislativas e de Vereadores (órgãos Legislativos)
Gerais
Comissões Parlamentares.

Observação: Esse é um assunto em que é cobrado a literalidade da lei.

Art. 49.da Constituição Federal É da competência exclusiva do CONGRESSO NACIONAL:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
delegação legislativa; (Poder de sustação do Congresso Nacional)

Hipóteses IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta; INCLUÍDOS os da Administração indireta. Atenção.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão
convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da
República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,
importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. (Poder Convocatório)

79
@Resumos_Tabelados
§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados, ou a
qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, para
expor assunto de relevância de seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escritos de
informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando
em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de 30 dias, bem como a
prestação de informações falsas.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I- processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles.

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; Escolha de Ministros do STF.


b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;
IV- Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos
chefes de missão diplomática de caráter permanente
V-Autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito
Federal, dos Territórios e dos municípios.

No que se refere às Comissões Parlamentares, podemos citar as seguintes competências (art.58, da CF).
III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas
atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou
omissões das autoridades ou entidades públicas;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre
eles emitir parecer.
Competências sobre as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI):
Art. 58, §3º da CF= 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão
criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante
requerimento de 1/3 de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo
suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

80
@Resumos_Tabelados
Controle TÉCNICO exercido pelo Tribunal de Contas da União
Observação: Apesar de conceituarmos controle externo como a fiscalização realizada por um Poder sobre
o outro, a Constituição Federal reservou essa expressão para a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial exercida pelo Congresso Nacional COM O AUXÍLIO do Tribunal de
Controle Contas, conforme redação do art. 70, caput
“externo” 

Nesse contexto, a titularidade do controle externo cabe ao Congresso Nacional. Contudo, a maior parte das
competências no que diz respeito ao controle externo são dos tribunais de contas.

Art. 70 da CF. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e


das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante
CONTROLE EXTERNO, e pelo sistema de CONTROLE INTERNO de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

 Esse Controle Externo será exercido com o AUXÍLIO do Tribunal de Contas da União

Art. 71 da CF. O CONTROLE EXTERNO, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do
Tribunal de Contas da União (que apesar de ter ‘’ Tribunal’’ é órgão do Poder Legislativo), ao qual compete:

Fiscalização Competências do TCU


Contábil, I - Apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio
Financeira e que deverá ser elaborado em 60 dias a contar de seu recebimento; (quem julga é o Congresso Nacional)
Orçamentária II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração DIRETA E INDIRETA, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que
resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica
ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais
entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe,
de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

81
@Resumos_Tabelados
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,
ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as


sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado
ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato
cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos
Deputados e ao Senado Federal; (Ato de Sustação)

 EXCEÇÃO: § 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso
Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. (Poder de Sustação
do CN)

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias , não efetivar as medidas


previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas


atividades.

Súmula 347 do STF: O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e atos do Poder Público.

82
@Resumos_Tabelados
CONTROLE JUDICIAL
Cuida-se do poder de fiscalização que o Judiciário exerce especificamente sobre a atividade
administrativa do Estado. Atinge basicamente os atos administrativos do Poder Executivo, mas também
examina os atos do Poder Legislativo e do próprio Poder Judiciário no exercício de atividade administrativa.
Disposições
Gerais Controle feito apenas NA LEGALIDADE e LEGIMIDADE, alcança tantos os atos Vinculados e
Discricionários. Vai gerar anulação.

Não é possível analisar o mérito, ou seja, o juízo de conveniência e oportunidade do agente público.

Observação: Esse controle não se limita estritamente ao texto da lei, pois cabe ao Judiciário analisar a
observância dos princípios administrativos, como a moralidade, razoabilidade e proporcionalidade.

Controle COMUM= é o controle a que se sujeitam os atos administrativos em geral. Trata-se do controle
de legalidade e de legitimidade, em que se permite que o Poder Judiciário anule os atos administrativos
ilegais ou ilegítimos.

Controle ESPECIAL= é o que se sujeitam os atos especiais: atos legislativos, atos políticos e atos
interna corporis.

Se Divide em  Os ATOS POLÍTICOS caracterizam-se por uma ampla discricionariedade, inserindo-se nas
competências constitucionais das altas autoridades. Por isso, o controle judicial é extremamente
Controle Comum
limitado, ocorrendo apenas quando o ato exceder os limites discricionários da competência do
e Controle órgão ou autoridade.
Especial
 Os ATOS LEGISLATIVOS expressam-se pela criação das leis em sentido formal e material. Nesse
caso o controle judicial não ocorre pelos meios comuns de controle dos atos administrativos,
podendo ser realizado apenas pelos procedimentos especiais de controle das leis, como a ação
direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade.

 Por fim, os atos INTERNA CORPORIS são aqueles atinentes à intimidade das casas legislativas, como
a escolha dos membros da Mesa Diretora. O controle do Poder Judiciário, nesses casos, é
extremamente restrito ou quase inexistente, só podendo ocorrer quando a decisão ir contra as
normas constitucionais, legais ou do próprio regimento da casa.

 Mandado de Segurança individual e coletivo


 Ação Popular
Principais
 Ação Civil Pública
Instrumentos de
 Mandado de Injunção
Controle Judicial
 Habeas Data
(Art. 5º da CF)  Ação de Improbidade Administrativa

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@Resumos_Tabelados
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
Corresponde à obrigação de reparar danos causados a terceiros em decorrência de
comportamentos comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos, lícitos ou ilícios, imputáveis
Conceito aos agentes públicos. (Di Pietro).

Não é pressuposto que a conduta estatal seja ilícita, o que enseja reparação é o dano.

Responsabilidade civil do estado (características)

 Civil: corresponde à reparação de danos


 Extracontratual (Aquiliana): não pressupõe um vínculo especifico entre o Estado e a
Características
pessoa lesada.
 Reparação de Danos: esse dano pode ser tanto Patrimonial ou Moral (por exemplo,
inspeção vexatória quando for adentar em presídios)
 Pode resultar de comportamentos: Comissivas ou omissivas, Lícitas ou Ilícitas.

84
@Resumos_Tabelados
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Teoria da Teoria da Culpa Teoria da CULPA Teoria do Risco Teoria do Risco Integral
Irresponsabilidade Comum administrativa (ou do Administrativo
(Adotada, excepcionalmente)
Serviço/Culpa Anônima)
(Corrente Adotada no Brasil,
EM REGRA)

O Estado não Diferencia: Faute du servisse O Estado deve indenizar, Estado é um segurador universal
respondia por danos INDEPENDENTE de culpa:
a) Atos de Gestão: Retardamento, inexistência ou Decorre de ato COMISSIVO.
Época dos Regimes Responde mau funcionamento do Serviço RESPONSABILIDADE
OBJETIVA. Exige apenas nexo causal e dano.
Absolutistas
Não distingue atos de império e
b) Atos de Império: NÃO ADMITE excludentes de responsabilidade
Possui apenas valor atos de gestão Decorre de ato COMISSIVO.
NÃO responde
histórico Em Regra: Não adotada.
Responsabilidade subjetiva: Precisa para configurar o dano:
Depende da
exige dolo, ação, nexo causal e Fato de serviço + Nexo de causalidade EXCEÇÕES (adotada no Brasil):
demonstração de
dano com o dano.
dolo/ culpa do agente.
 Acidentes nucleares,
(Responsabilidade A culpa é do serviço (não do Admite excludentes de  Atos de terrorismo,
Subjetiva) agente). Não há necessidade de responsabilidade (que afastam o nexo  atos de guerra contra aeronaves brasileiras,
individualizar o agente, a culpa é de causalidade):  Danos Ambientais.
 Parou de existir por
anônima, é do Estado, que se
ser difícil de  Culpa exclusivamente da
omitiu quando deveria agir. Ex.: Um indivíduo invade uma base que faz estudos
diferenciar atos de vítima, nucleares, e a aperta um botão que tem todos os
gestão/ império. Essa teoria é aplicada no  Caso fortuito/força maior, avisos para não apertar e causa uma explosão. Nesse
Direito Brasileiro quando há a  Atos exclusivos de terceiros. caso a culpa foi exclusivamente da vítima, mas MESMO
chamada Responsabilidade por assim o Estado Responde. Não há causas excludentes
OMISSÃO GENÉRICA. de responsabilidade.

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RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DO ESTADO
Responsabilidade Objetiva do Estado por COMISSÃO

Art. 37 da CF § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras


de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros, (Responsabilidade do Estado Objetiva) assegurado o direito de regresso
contra o responsável NOS CASOS DE DOLO OU CULPA (Responsabilidade do Agente
Subjetiva).

Entendendo

O §6º desse artigo trata da Chamada responsabilidade Objetiva do Estado por comissão.

A responsabilidade civil do Estado é objetiva: o Estado responde pelos danos causados por
seus agentes independentemente de culpa.

A responsabilidade do AGENTE é subjetiva: agente responde ao Estado em ação regressiva,


Dispositivo SÓ se agir com dolo ou culpa.
Legal
Alcança as pessoas jurídicas:

1- De Direito Público:

Independentemente da atividade (todas)

 Administração direta;
 Autarquias e Fundações (Direito Público)

2- De Direito Privado:

Prestadoras de serviços públicos

 Empresas Públicas, SEM, Fundações de Direito Privado


 Delegatárias (ex.: concessionária de serviço público)
 Alcança tanto os usuários como os não usuários do serviço.

Ex.: Motorista de uma Empresa de transporte público de uma cidade acaba atropelando
um ciclista. Nesse caso o ciclista não era usuário do serviço público, porém o Estado
ainda sim tem Responsabilidade Objetiva.

Atenção!

Estatais EXPLORADORAS DE ATIVIDADE ECONÔMICA NÃO incidem nesse artigo (Ex. Caixa,
Petrobras). A regra de responsabilidade delas é do Direito Empresarial.
@Resumos_Tabelados
1- Dano: É um Dano jurídico é necessário que haja uma ofensa a um bem jurídico
tutelado. Não necessariamente é um dano econômico. Pode ser patrimonial ou Moral.

2- Conduta estatal: Deve decorrer do Agente Público (em sentido amplo). Deve estar na
qualidade de agente público:

Ex.: Policial fora do serviço arruma uma briga e mata uma pessoa. Nesse caso é uma
situação privada. Porém, se esse mesmo policial de férias presencia um roubo e atira,
Requisitos para acertando um inocente, há responsabilidade civil objetiva.
a
Nesse caso o Estado responde pela chamada culpa in eligendo (responde pela pessoa que
Responsabilidade
do Estado o Estado Elegeu) e culpa in vigilando (O Estado, mesmo que o agente esteja fora de suas
funções, responde pelos danos causados pelo agente pois o Estado tem o dever de fiscalizar
esse agente).

O agente DEVE estar agindo nessa qualidade

Conduta pode ser Lícita ou Ilícita.

Casos especiais:
 Agente de Fato (é aquele que tem alguma irregularidade no ato de sua investidura)
Estado Responde
 Usurpador de função (Ex.: pessoa que compra uma farda e finge ser um policial)
Estado Não Responde.

3- Nexo de Causalidade: relação de causalidade entre a conduta e o dano. As excludentes


rompem o nexo de causalidade.

87
@Resumos_Tabelados
RESPONSABILIDADE CIVIL POR OMISSÃO
EM REGRA, ocorre a chamada Omissão Genérica.

 É uma Responsabilidade Subjetiva: Exige demonstração de culpa do Estado (não precisa ser
individual)
 Teoria da Culpa Administrativa (anônima/serviço)
 Decorre da falta do serviço que deveria ser prestado (abrange inexistência, deficiência ou atraso)
Disposições  Dano deveria ser evitável.
 Ônus da prova é do terceiro.
Gerais
Geralmente está relacionado com eventos da natureza.

Por exemplo: O Estado deixa de fazer a manutenção dos bueiros e vem uma chuva e em decorrência
dessa falta de manutenção (comprovada por laudos periciais pelo terceiro) a sua casa é inundada.

EXCEÇÃO: Omissão Específica


Há um dever próprio, pontual do Estado em uma situação específica.

Ex.: Uma criança que está em uma creche pública brincando na aula de Educação Física, ela se pendura
em uma grade, a grade estava ruim e cai em cima da criança, matando-a. Nesse caso o Estado tinha um
dever específico de zelo para com essa criança.

 Nesses casos a Responsabilidade é OBJETIVA.


 Estado como ‘’garante’’ (escolas, presídios, hospitalizados)
 Exige um agir específico do Estado

Responsabilidade Civil do Estado por morte de preso

STF: A tese de repercussão geral (tema nº 592), resultante no julgamento de mérito do Recurso
Extraordinário 841.526/RS, 2016, foi de grande relevância para a consolidação da RESPONSABILIZAÇÃO
OBJETIVA do Estado perante a morte do detento, ao firmar o entendimento de que, em caso de
inobservância do dever de proteção previsto no art. 5º, XLIX, da Constituição Federal, o Poder Público é
responsável pela morte do detento. Desta maneira, o STF firmou o entendimento de que, tanto no homicídio
QUANTO NO SUICÍDIO, existe a responsabilidade civil do Estado decorrente da inobservância de seu dever
constitucional de garantir o respeito e vigilância à integridade física e moral do preso.
Jurisprudência
Dever de Indenizar presos submetidos a condições desuamans

STF: Tema 365 da Repercussão Geral. tese: “Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema
normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento
jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º da Constituição, a obrigação de ressarcir
os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou
insuficiência das condições legais de encarceramento”.

88
@Resumos_Tabelados
EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE CIVIL
Disposições Na Teoria do Risco Administrativo, as excludentes de responsabilidade rompem o nexo de causalidade
entre a atuação estatal e o dano.
Gerais

Ônus da prova Em todas as situações o ônus da prova (de que ocorreu alguma excludente) é da Administração Pública.

1. Culpa Exclusiva ou Concorrente da VÍTIMA: No caso de culpa concorrente, a


responsabilidade do estado não é excluída, mas atenuada, proporcionalmente.
Ex.: Pessoa comum e funcionário da prefeitura estavam acima do limite de velocidade da via e ambos se
Tipos de chocam.

Excludentes
2. Caso Fortuito ou de Força Maior: São eventos externos, imprevisíveis, não provocado
por terceiros.

Ex.: Maremoto (que não era previsível) quebra o carro de um terceiro que estava no estacionamento da
prefeitura.

3. Fato Exclusivo de TERCEIRO: São os atos de multidões.

AÇÃO DE REPARAÇÃO
Partes Terceiro x Administração (Estado).
envolvidas
O estado indeniza a vítima.

A Responsabilidade é OBJETIVA (independe da demonstração de dolo ou culpa)

1- Amigável: se resolve na via administrativa


2- Judicial:
 Movida contra a pessoa jurídica causadora do dano.
 Teoria da dupla garantia: a duas garantias a serem alcançadas
Para o terceiro lesado
Para o agente público
Pode ser
 Valor: Danos emergentes (perdeu +gastou) Lucros cessantes (deixou de ganhar) Dano
moral, se for o caso
Se por exemplo, uma empresa concessionária de serviço público contratada pelo município vier a causar
dano a terceiro. Esse terceiro ingressará com ação de Reparação contra A CONCESSIONÁRIA com
Responsabilidade fundamento da Responsabilidade objetiva do Estado. Contudo, o Município poderá integrar o polo passivo se
Subsidiária e somente si a concessionária não tiver condições de arcar com o prejuízo. (Trata-se de uma
Responsabilidade Subsidiária)

89
@Resumos_Tabelados
AÇÃO DE REGRESSO
Administração x Agente Público
Partes Se o Agente agiu com dolo ou culpa, o Estado tem direito à Ação de Regresso.
envolvidas
Ex.: Pedro, agente público, no exercício de suas atividades causou um dano à Maria. A Maria move ação de
ressarcimento (independente de dolo ou culpa) contra o Estado. Porém, o Estado moverá ação de regresso
contra Pedro (mas nesse caso fica adstrito à comprovação o dolo ou da culpa)

 A RESPONSABILIDADE É SUBJETIVA (depende da demonstração de dolo/culpa do agente).

Pressupostos Trânsito em julgado da condenação do Estado. (Na ação de ressarcimento)


Ação dolosa ou culposa do agente público

 A obrigação transmite-se aos herdeiros até o limite da herança;


 Subsiste mesmo após a extinção do vínculo funcional
Outras  Imprescritível.
Características  Denunciação à Lide: no âmbito do Direito Administrativo, é INAPLICÁVEL (incluir na ação de
reparação o agente que deve ressarcir o Estado). STJ decidiu: Não é obrigatória (denunciação à
lide), mas seria possível pela análise do caso concreto se se verificar que poderia haver prejuízo
para vítima.

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@Resumos_Tabelados
RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS, JUDICIAIS E CASOS ESPECIAIS
Atos Legislativos Atos Judiciais Casos Especiais
REGRA: não há REGRA: não há responsabilidade 1- Danos decorrentes de Obras Públicas
responsabilidade por atos
Exceções: Pelo só fato da obra: Nesse caso,
Legislativos
independente de todas as cautelas,
1- Erro judiciário e prisão além do tempo
EXCEÇÕES: haverá responsabilidade ainda que
Art. 5º LXXV- O Estado indenizará o condenado por pequeno prejuízo. Ex.: Construção de via
1- Leis Inconstitucionais
erro judiciário, assim como o que ficar preso além que precisa explodir rochas e vai causar
(controle concentrado).
do tempo fixado na sentença; rachaduras nas casas próximas.
Há uma efetiva declaração
de inconstitucionalidade Não se aplica, em regra, contra prisão preventiva e Nesse caso independentemente de quem
do STF. temporária. realiza a obra, a responsabilidade é
2- Leis materiais (leis de OBJETIVA DO ESTADO
efeitos concretos). 2- Juiz proceder com fraude/dolo ou não
3- Omissão em caso cumprir providência de ofício ou querida Pela má execução da obra
legislativo, em casos pela parte.
Nesse caso deve-se verificar quem
muito excepcionais.
Art. 143. CPC- O juiz responderá, civil e executa.
regressivamente, por perdas e danos quando:
 Se for a própria Administração, a
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo responsabilidade será objetiva
ou fraude;  Se for o particular (contratado), a
responsabilidade será subjetiva do
II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, contratado. É a própria empresa que
providência que deva ordenar de ofício ou a responde.
requerimento da parte.
2- Dano cometido por Notários e
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II
oficiais de registros
somente serão verificadas depois que a parte
requerer ao juiz que determine a providência e o Antes da CF 1988 esses cargos passavam
requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) de pai para filho. Nesse caso a
dias. responsabilidade é do notário/
registrador. É pessoal.
Dessa forma, o Estado responde diretamente e o Juiz
de forma regressiva. Abrange os atos do próprio notário, de
seus substitutos e seus escreventes. É
uma responsabilidade subjetiva (depende
de dolo ou culpa).

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