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TÉCNICAS E

PROCEDIMENTOS
DE PRIMEIROS
SOCORROS
PROF. FABRICIO COSTA
DE OLIVEIRA
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA

Prof. Fabricio Costa de Oliveira

TÉCNICAS E
PROCEDIMENTOS
DE PRIMEIROS
SOCORROS

Marília/SP
2022
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à
geração, sistematização e disseminação do conhecimento,
para formar profissionais empreendedores que promovam
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e
cultural da comunidade em que está inserida.

Missão da Faculdade Católica Paulista

Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
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emissão de conceitos.
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS
DE PRIMEIROS SOCORROS
PROF. FABRICIO OLIVEIRA
COSTA DE OLIVEIRA

SUMÁRIO
CAPÍTULO 01 INTRODUÇÃO A DISCIPLINA DE TÉCNICAS E 07
PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS

CAPÍTULO 02 AS PRÁTICAS DE ATIVIDADES FÍSICAS E O 20


RISCO DE ACIDENTES

CAPÍTULO 03 OS ACIDENTES DURANTE AS PRÁTICAS 31


DE ATIVIDADES FÍSICAS PODEM SER
URGÊNCIAS OU EMERGÊNCIAS

CAPÍTULO 04 TIPOS DE ACIDENTE MAIS FREQUENTES NAS 45


PRÁTICAS DE ATIVIDADES FÍSICAS

CAPÍTULO 05 CAUSAS DOS ACIDENTES DURANTE AS 58


PRÁTICAS DE ATIVIDADES FÍSICAS.

CAPÍTULO 06 ANÁLISE DO AMBIENTE NAS PRÁTICAS DE 70


ATIVIDADES FÍSICAS

CAPÍTULO 07 ANÁLISE DE SINTOMAS NAS PRÁTICAS DE 82


ATIVIDADES FÍSICAS

CAPÍTULO 08 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 95


SOCORROS NAS LUXAÇÕES, FRATURAS,
CONTUSÕES E ENTORSES

CAPÍTULO 09 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 115


SOCORROS NOS CORTES, SANGRAMENTOS
NASAIS E ESFOLAMENTO

CAPÍTULO 10 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 127


SOCORROS NA HIPOGLICEMIA, PRESSÃO
ALTA OU BAIXA E TONTURAS

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SUMÁRIO
CAPÍTULO 11 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 148
SOCORROS NAS QUEIMADURAS, INSOLAÇÃO
E SINTOMAS DE FEBRE

CAPÍTULO 12 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 163


SOCORROS NAS PICADAS DE INSETOS,
ANIMAIS PEÇONHENTOS E ALERGIAS

CAPÍTULO 13 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 174


SOCORROS NAS PARADAS RESPIRATÓRIAS
POR ENGASGAMENTO E CONVULSÕES

CAPÍTULO 14 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 188


SOCORROS NAS ARRITMIAS E PARADAS
CARDÍACAS

CAPÍTULO 15 FORMAS DE PRESTAR OS PRIMEIROS 207


SOCORROS NOS AFOGAMENTOS

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CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO A DISCIPLINA DE
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Título: Exercício de Pilates


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/alongamento-atividade-fisica-balanca-bem-estar-374101/

Um dia comum na aula de pilates

Durante 17 anos trabalhando com a Educação Física em escolas, clubes e academias,


experimentei muitas situações em que tive que utilizar conhecimentos de primeiros
socorros. O primeiro contato que tive com os conhecimentos de primeiros socorros foi
na aula de educação física do ensino médio com o professor Barbosa. Na faculdade,
tive a oportunidade de ter a disciplina de primeiros socorros com a professora Paula.
Já atuando como professor de Educação Física no SESI , tive a oportunidade de
participar de várias formações em primeiros socorros. O que quero enfatizar é que todos
esses conhecimentos contribuíram para que eu tivesse competências e habilidades

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necessárias para agir diante de um acidente. E foi exatamente isso que aconteceu. Um
dia comum na aula de pilates, com alunos e alunas da terceira idade na academia. A
aula seria planejada, organizada e desenvolvida conforme os princípios do treinamento
físico que aprendi. Como parte inicial da aula, os alunos realizaram exercícios de
alongamento, para o treinamento da flexibilidade.
Durante os exercícios em pé, uma das alunas inesperadamente caiu no chão.
Prontamente fui até ela para prestar ajuda. Como procedimento, mantive a calma
e orientei que os outros alunos se afastassem da vítima. Reconheci que a situação
era grave, avaliei a vítima pelo sintoma de dor, que estava sendo sinalizado na perna
direita, observei o local e havia deformidade na superfície da perna. Agi prontamente
ligando para o serviço de emergência 193, relatando o ocorrido, o local que estávamos,
a situação da vítima e a possível fratura de fêmur da aluna. Acalmei o tempo todo a
aluna e a mantive deitada o tempo todo sem movê-la. Não havia nenhum outro risco
iminente.
Os socorristas chegaram rapidamente, imobilizaram a perna e a levaram para um
hospital. Acessei o prontuário de informações pessoais da aluna e comuniquei o
ocorrido a família e para onde o socorro estava levando ela. Um ano depois a aluna
agradeceu a ajuda e voltou para as aulas de pilates.

Título: Atendimento
Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-ajudando-esportista-com-lesao-durante-o-treinamento-cardiovascular-3760275/

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Avaliando a imagem acima: a garota que realiza o procedimento de primeiro socorros


no rapaz que está sentado no chão está calma e tranquila? Bom, agir de forma calma
e tranquila é essencial na prestação de socorro.

Saber o que fazer e como proceder diante de uma acidente evita o desespero
Nessa história real relatada aqui, podemos destacar que várias habilidades e
conhecimentos de primeiros socorros foram exigidos. Mas afinal, que tipo de habilidades
e conhecimentos o professor de Educação Física deve ter para realizar os primeiros
socorros nos possíveis acidentes que venham a ocorrer nas suas aulas? Como ponto
de partida destacamos a importância da disciplina de TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS
DE PRIMEIROS SOCORROS no processo de formação do curso de Educação Física,
pois com essa disciplina, os alunos terão uma noção de como utilizar as técnicas e
procedimentos para atuar no seu dia dia.
Inicialmente trataremos das definições preliminares sobre o assunto, destacando a
literatura básica estabelecida para o aprofundamento teórico e também experiências
profissionais que exigiram de alguma maneira conhecimentos de primeiros socorros.
Nosso propósito aqui neste primeiro momento é esclarecer conceitos e definir o papel
do professor de Educação Física diante de uma acidente. É fato que muitos dos
assuntos que serão tratados aqui na disciplina já são de conhecimento de vocês.
Pois na educação básica, a educação física e ou biologia tratam do assunto como
abordagem curricular.
A definição mais divulgada segundo Flegel (2015), e compartilhada pelo mundo
sobre primeiros socorros é da American Heart Association. Essa instituição define
primeiros socorros como um comportamento de ajudar uma pessoa. Quando falamos
em primeiros socorros sempre nos vêm à cabeça agir ou tomar alguma decisão. No
entanto, a atuação em primeiros socorros é muitas vezes o não agir, seja pelo risco
de vida da vítima do acidente ou o perigo que você corre em agir diante da situação.
O objetivo de quem presta os primeiros socorros é preservar a vida, aliviar o sofrimento,
prevenir outras doenças e ferimentos e promover a recuperação da vítima. A ideia de
primeiros socorros é atender primeiramente no local onde a vítima está. Para cada
tipo de lesão ou situação, utilizam-se procedimentos diferentes. Algumas situações
podem ser resolvidas completamente por meio do atendimento de primeiro socorro,
por exemplo, uma pequena a raladura, entorse, queimadura leve pelo sol. Um pequeno
ferimento abrasivo como os esfolamentos durante as práticas esportivas podem ser
resolvidos com a limpeza e um curativo correto pelo professor de Educação Física.
Com essa disciplina, colocamos como ponto importante a ser destacado, que o papel
do professor de Educação Física diante de situações de acidente que necessitem de
atendimento é ser um prestador de socorro.

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Título: Prestador de serviço


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/curativo-atadura-gaze-primeiros-socorros-6519905/

Avaliando a imagem acima: ter o material básico para realizar a prestação de socorro
ajuda no cotidiano do professor de Educação Física? Bem, temos a convicção de que
ajuda e muito. Em várias situações o professor de Educação Física terá que atuar
como prestador de socorro, ter o material básico a disposição facilita no atendimento.

ANOTE ISSO

O prestador de socorro é uma pessoa leiga, mas com o mínimo de conhecimento


de primeiros socorros a vítima de acidente, que seja capaz de prestar atendimento
até a chegada dos socorristas especializados.

Mas afinal o que é um prestador de socorro? Para Santos (2014), trata-se de toda
pessoa que, diante de um acidente, precisa realizar atendimento de primeiros socorros.
É importante reconhecer que não tem a mesma função e atuação de um socorrista,
que no caso são os profissionais do SAMU ou do Corpo de Bombeiros. O prestador
de socorro deve reconhecer suas limitações, compreender a necessidade de conhecer
os procedimentos de atendimento e se comunicar de forma precisa e eficiente com
o sistema de atendimentos de urgência ou emergência. E o mais importante, não
agravar ainda mais a situação da vítima.
Logo entendemos que o professor de Educação Física no seu ambiente de trabalho
deve atuar nesse sentido: prestador de socorro, para isso é preciso que no processo de
formação tenha uma disciplina que contribui com o domínio de técnicas e procedimentos
que ajudarão o professor no seu dia dia com o desenvolvimento de práticas esportivas
e atividades físicas.

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Título:Tipos de acidentes
Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/primeiros-socorros-pe-machucar-magoado-4005313/

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O professor de Educação Física precisa estar preparado para diferentes tipos de


acidentes.

Partindo de uma reflexão sobre a própria prática como professor de Educação


Física e também fazendo uma investigação sobre artigos e publicações sobre o
tema, definimos como currículo que os alunos que cursarem a disciplina de Técnica
e Procedimentos em Primeiros Socorros devem reconhecer que as práticas de
atividades físicas podem provocar acidentes, saiba avaliar os tipos de acidentes que
podem ocorrer nas práticas, agir diante das diferentes ocorrências, identificar as
causas dos nas sua aulas além de dominar técnicas e procedimentos de primeiros
socorros nas seguintes ocorrências de maior incidência quando se trata de práticas
de exercício físico:
• luxações, fraturas e entorses,
• cortes, sangramentos nasais e esfolamento.
• paradas respiratórias, crises de asma, falta de ar e engasgamentos.
• arritmias e paradas cardíacas.
• na hipoglicemia, pressão alta ou baixa e tonturas.
• picadas de insetos, animais peçonhentos e alergias.
• queimaduras, insolação e sintomas de febre.
• afogamentos.
Por fim, sinalizamos que como ponto de conclusão da disciplina que os alunos
precisam estar atentos aos agentes causadores de acidentes nos ambientes de
trabalho e com isso, propor ações para prevenção de acidentes durante as prática
de atividades físicas.

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ANOTE ISSO

Prevenir o acidente é sempre a melhor estratégia.

O CREF-7 do Distrito Federal, Goias e Tocantins, promoveu o curso de SOCORROS


DE URGÊNCIA EM ATIVIDADES FÍSICAS. O curso ocorreu em 2006 e foi ministrado
pelos professores Prof. Elzio Teobaldo da Silveira CREF 000230-G/DF 7 e Prof.
Alexandre Fachetti Vaillant Moulin CREF 000008-G/DF e está disponível em: https://
www.cref7.org.br/noticiasdocref7.

O curso foi uma reflexão sobre as diferentes situações que exigem ou exigiram dos
professores a utilização de técnicas e procedimentos de primeiros socorros. Como
ponto inicial, os professores começaram apresentando um protocolo de abordagem,
veja: converse com a vítima. Informe a ela que você possui treinamento em primeiros
socorros, que irá respeitar o direito dela de recusar o atendimento, mas que está pronto
para auxiliá-la no que for necessário; • Arrole testemunhas de que o atendimento foi
recusado por parte da vítima.
No caso de crianças, a recusa do atendimento pode ser feita pelo pai, pela mãe ou
pelo responsável legal. Se a criança é retirada do local do acidente antes da chegada do
socorro especializado, o prestador de socorro deverá, se possível, arrolar testemunhas
que comprovem o fato.
O consentimento para o atendimento de primeiros socorros pode ser: 1 - formal,
quando a vítima verbaliza ou sinaliza que concorda com o atendimento, após o prestador
de socorro ter se identificado como tal e ter informado à vítima que possui treinamento
em primeiros socorros; 2 - implícito, quando a vítima está inconsciente, confusa ou
gravemente ferida a ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consentindo com o
atendimento.
Nesse caso, a legislação cita que a vítima daria o consentimento, caso tivesse
condições de expressar o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
O consentimento implícito pode ser adotado também no caso de acidentes envolvendo
menores desacompanhados dos pais ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a
legislação cita que o consentimento seria dado pelos pais ou responsáveis, caso
estivessem presentes no local.
As fases do socorro: 1º Avaliação da cena: a primeira atitude a ser tomada no local
do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos

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primeiros socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada


do socorro especializado. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente,
o número de vítimas e a provável gravidade delas e todas as outras informações
que possam ser úteis para a notificação do acidente, bem como a utilização dos
equipamentos de proteção individual (EPI - luvas, mascaras, óculos, capote, etc) e
solicitação de auxílio a serviços especializados como: Corpo de Bombeiros (193), SAMU
(192), Polícia Militar (190), polícia Civil (147), Defesa Civil (363 1350), CEB (0800610196),
Cruz Vermelha, etc.
Nesta fase o prestador de socorro deve atentar-se para: Avaliar a situação: Inteirar-
se do ocorrido com tranqüilidade e rapidez; Verificar os riscos para si próprio, para a
vítima e terceiros; Criar um rápido plano de ação para administrar os recursos materiais
e humanos visando garantir a eficiência do atendimento.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Nova lei obriga academias de ginástica a disponibilizar kits de primeiros socorros


em Pernambuco. Texto publicado em 25/10/2017 e disponível em: https://www.
confef.org.br/confef/comunicacao/clipping/1120

Uma nova lei obriga as academias de ginástica e musculação, bem como


estabelecimentos semelhantes, a disponibilizar aos frequentadores, em local visível
e adequado, kits de primeiros socorros. A norma número 16.124 foi publicada no
Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta terça-feira (29).
Entre os equipamentos devem constar aparelho digital para medir a pressão arterial.
O kit de primeiro socorros deve ter, ainda, um estojo e os seguintes itens: curativos;
hastes de algodão flexíveis, algodão, fita microporosa e atadura elástica. Além disso,
a lei exige uma caixa de comprimidos de ácido acetilsalicílico 500 miligramas, uma
caixa de comprimidos de paracetamol 500 miligramas, compressa de gaze e bolsa
térmica de gel ‘Quente-Fria’ reutilizável. Também devem fazer parte desse kit uma caixa
de anti-histamínico, um frasco de água oxigenada, um antidiarreico, um termômetro,
além de um par de luvas de látex descartáveis.
De acordo com a lei, esses kits de primeiros socorros deverão ser colocados em local
adequado, sinalizado e desobstruído para uso em caso de emergência. De preferência,

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eles precisam ser feitos de material à prova de poeira e permanecer em lugar livre
de umidade.
A norma determina também que o administrador da academia, com apoio de
professores, deverá acompanhar os prazos de validade, bem como, as condições
de conservação e armazenagem dos produtos. A lei, segundo a Alepe, entrará em
vigor após 90 dias da sua publicação. O projeto original é do ex-deputado Professor
Lupércio, atual prefeito de Olinda.
Fonte: https://g1.globo.com/pernambuco/noticia/nova-lei-obriga-academias-de-
ginastica-a-disponibilizar-kits-de-primeiros-socorros-em-pernambuco.ghtml

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

PRIMEIROS SOCORROS E A EDUCAÇÃO FÍSICA Entenda a importância e as


responsabilidades
Publicado em: Julho, Agosto e Setembro de 2014. Disponível em: https://www.
crefsp.gov.br/storage/app/uploads/Revista042.pdf?x39259

PRIMEIROS SOCORROS E A EDUCAÇÃO FÍSICA O Primeiro Socorro consiste


na assistência prestada fora do ambiente hospitalar em todos os casos de lesões
graves, ações que não substitui o atendimento realizado por um médico, enfermeiro
ou bombeiro, aspecto este importante que deve ser de conhecimento dos profissionais
de Educação Física Uma vez prestados os primeiros auxílios, aquele que socorrer o
acidentado deve transferi-lo posteriormente ao recurso hospitalar adequado para o
tratamento definitivo.
“Os pequenos incidentes, em sua maioria, não chegam a demandar assistência
médica, mas requerem atendimento que não pode ser negligenciado”, explicou Ednei
Fernando dos Santos, CREF 052883-G/SP, socorrista profissional do Corpo de Bombeiros
do Estado de São Paulo e docente na Escola Superior de Bombeiros do ESP, onde
leciona as disciplinas de Resgate e Emergências Médicas.
Os primeiros auxílios são procedimentos de emergência que devem ser aplicados
a uma pessoa em perigo de vida e incluem reconhecer condições que ameacem a
vida em curto espaço de tempo, evitar o agravamento das lesões e manter as funções
vitais até que se obtenha atendimento médico adequado. Atender uma vítima sem
observar as técnicas adequadas e os protocolos estabelecidos, por instituições como

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American Heart Association ou American College of Surgeons, significa quebra de


protocolo, podendo acarretar processos judiciais, além do agravamento das lesões.
Muitos esportes ou atividades recreativas, como vôlei, basquete, handebol, futebol,
tênis, mergulho e artes marciais, podem provocar lesões graves, muitas das quais
podem ser causadas por forças de desaceleração súbita ou por compressão excessiva,
torção, hiperextensão ou hiperflexão. Entre as lesões mais típicas relacionadas à prática
esportiva, diferenciamos as traumáticas e clínicas, sendo as fraturas, ferimentos,
hemorragias, traumas de crânio, tórax e coluna, bem como os afogamentos, as
principais lesões traumáticas.
Já entre os clínicos, destacam-se o mau súbito, o desmaio, a crise convulsiva, o
infarto e a parada cardiorrespiratória. Entre os locais onde mais ocorrem acidentes
esportivos temos as quadras poliesportivas, campos de futebol, academias de lutas,
clubes, ambientes competitivos e piscinas.

LEITURA OBRIGATÓRIA

SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos


esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

No livro Manual de Primeiros Socorros da Educação Física ao Esporte − O papel do


Educador Físico no atendimento de socorro, construído pelo professor Ednei Fernando
dos Santos, enfatiza a participação do profissional de Educação Física nas diversas
situações do pronto socorrismo. No texto o autor aborda conceitos, legislação e conduta
profissional do educador físico e orientações importantes diante de uma emergência.
O livro traz inovações no ensino prático dos primeiros socorros, no qual o leitor
consegue acompanhar os procedimentos através de imagens claras e objetivas, o que
facilita a leitura e a compreensão. Ainda no livro, o autor destaca que independente de
sua especificidade de atuação, o professor de Educação Física deve ter conhecimento
adequado sobre socorros, tanto nas emergências clínicas como traumáticas, para que
este possa prestar um atendimento imediato e eficaz durante uma situação inesperada
de emergência.
Em suas reflexões sobre o tema primeiros socorros, Ednei Fernando dos Santos
destaca que geralmente o socorro é prestado por aquele que imediatamente chega

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ao local do fato, e no caso dos esportes ou aulas de educação física é o professor,


técnico ou treinador, e a vida da vítima está nas mãos de quem presta o primeiro
socorro. Esta obra contribuirá significativamente para que os profissionais da área
de educação física, esportes e demais leitores desempenhem com mais confiança e
clareza os procedimentos de primeiros socorros sempre que necessário, o que tornará
o local de trabalho mais seguro.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

O CREF-7 do Distrito Federal, Goias e Tocantins, promoveu o curso de SOCORROS


DE URGÊNCIA EM ATIVIDADES FÍSICAS. O curso ocorreu em 2006 e foi ministrado
pelos professores Prof. Elzio Teobaldo da Silveira CREF 000230-G/DF 7 e Prof.
Alexandre Fachetti Vaillant Moulin CREF 000008-G/DF e está disponível em: https://
www.cref7.org.br/noticiasdocref7.

Para os professores Elzio Teobaldo da Silveira CREF 000230-G/DF 7 Alexandre


Fachetti Vaillant Moulin CREF 000008-G/DF, toda pessoa que for realizar o atendimento
pré hospitalar (APH), mais conhecido como primeiros socorros, deve antes de tudo,
atentar para a sua própria segurança. O impulso de ajudar a outras pessoas, não
justifica a tomada de atitudes inconseqüentes, que acabam transformando-o em mais
uma vítima. A seriedade e o respeito são premissas básicas para um bom atendimento.
Para tanto, evite que a vítima seja exposta desnecessariamente e mantenha o devido
sigilo sobre as informações pessoais que ela lhe revele durante o atendimento. Quando
se está lidando com vidas, o tempo é um fator que não deve ser desprezado em
hipótese alguma.
A demora na prestação do atendimento pode definir a vida ou a morte da vítima,
assim como procedimentos inadequados. Importante lembrar que um ser humano
pode passar até três semanas sem comida, uma semana sem água, porém, pouco
provável, que sobreviva mais que cinco minutos sem oxigênio.
São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa, fora do ambiente hospitalar,
cujo estado físico, psíquico e ou emocional coloquem em perigo sua vida ou sua
saúde, com o objetivo de manter suas funções vitais e evitar o agravamento de suas
condições (estabilização), até que receba assistência médica especializada. Prestador
de socorro: Pessoa leiga, mas com o mínimo de conhecimento capaz de prestar

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atendimento à uma vítima até a chegada do socorro especializado. Socorrista: Titulação


utilizada dentro de algumas instituições, sendo de caráter funcional ou operacional,
tais como: Corpo de Bombeiros, Cruz Vermelha Brasileira, Brigadas de Incêndio, etc.
Manutenção da Vida:

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Bombeiros ministram aula de primeiros socorros em escola de surf. Publicado


em: http://www.sobrasa.org/news/bombeiros_sp/Bombeiros_ministram_surf_salva_
sao_paulo.htm

Os alunos da Hot Girls Surf School puderam aprender um pouco sobre correntes marítimas,
técnicas de salvamento e primeiros socorros

Os alunos aprovaram a aula e agora entrarão no mar com mais segurança.


Fotos Wanessa Alves - 10/05/2005

Quem pensa que aprender a surfar é só pegar uma prancha e cair no mar está
enganado. Assim como em outros esportes, o surf também tem que ser praticado
com responsabilidade e é preciso estar atento e preparado para as suas adversidades.
Por isso, é necessário conhecer um pouco sobre o mar, saber respeitá-lo e o que fazer
em caso de surpresas indesejáveis.

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Aproveitando o dia ensolarado e as fracas condições para o surf, a turma da Hot Girls
Surf School de Santos preferiu não cair na água na última sexta-feira, dia 6 de maio,
para participar de uma aula especial. Atentos aos ensinamentos e dicas do Sargento
Paulo Antônio Ribeiro, do 1º Sub-GB /17º Grupamento de Bombeiros, a galera aprendeu
um pouco sobre correntes marítimas, técnicas de salvamento e primeiros socorros.
Já bastante conhecido pela galera do Quebra-mar, ele que além de ser salva-vidas em
Santos, também pega onda, falou da importância dos praticantes do surf conhecerem
sobre o assunto. “Em caso de acidentes no mar, os surfistas já estão no local, e auxiliam,
e muito, os guardas-vidas. Eles acabam sendo uma extensão dos nossos trabalhos
na área de arrebentação”, explica. “Sempre orientamos os surfistas para que possam
realizar salvamentos com segurança”.
Foi explicado passo a passo como devem ser feitos vários tipos de salvamentos.
“Peço que a pessoa esteja sempre com um objeto flutuante e o jogue para a vítima.
Porém, isso só deve ser feito se você for bom nadador, caso contrário, pode ocorrer
duas vítimas. Neste caso, procure imediatamente o guarda-vidas na faixa de areia ou
alguém próximo com mais experiência”, alerta.
O próprio surfista precisa estar atento também à sua capacidade física para não
passar apuros. Para isso, o Sargento Ribeiro falou da importância do surfista saber
nadar. “Vai que você está lá no outside e a cordinha arrebenta. O que vai fazer?”,
perguntou aos alunos. “Em dias sem ondas, treine natação e pratique longas distâncias,
isso o ajudará se precisar nadar por muito tempo”.
Ele também falou sobre as correntes marítimas. “Algumas praias têm uma vala
lateral a ela, onde corre uma correnteza, que é somada a uma corrente de retorno
que vem da praia em direção ao mar, ou seja, sentido contrário às ondas”, explica.
“Quando uma pessoa cai nessa corrente lateral, ela é arrastada mar adentro. Nisso, a
pessoa só pensa em nadar em direção à praia. Assim, vai contra a correnteza e acaba
cansando, o que pode levar ao pânico. Por isso, tente nadar para os lados”.
Com auxílio de uma boneca, o Sargento Ribeiro ensinou como fazer a reanimação
cardíaca. Todos os alunos simularam como são feitas as massagens e respiração
boca a boca ao socorrer um afogado. “Essa foi a parte mais interessante. Essas lições
servirão para toda a vida e não só em caso de perigos no mar.”, comenta Joana Stippe,
aluna de 16 anos.
Atividades extras - A aula faz parte do cronograma de atividades da escola e segue
as normas da Confederação Brasileira de Surf (CBS). “É importante para que eles

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saibam se defender no mar e também ajudar alguém, se for necessário, até mesmo
na rua ou em casa se alguém passar mal”, fala Diolanda Vaz, coordenadora da escola,
que agora conta também com a presença de meninos entre os alunos.
Durante mais de dois anos a escola era exclusiva para meninas – a maioria ainda.
“Cerca de 250 meninas aprenderam a surfar na escolinha. Muitas delas vêm de outras
cidades para surfar conosco”, contabiliza. “Um dia desses, relembrando da galera,
passou um filme na minha mente e deu saudades de várias que aqui estiveram”.
Diolanda conta que devido a novas parcerias, os projetos da escola estão sendo
ampliados. Recentemente, a escola recebeu o apoio da UNIPRAN – grupo de estudos
dos esportes praticados com pranchas vinculado a Unimonte, onde foram emprestadas
algumas pranchas à escola. Também a universidade, que fica em Santos, ajudará na
preparação física e teórica dos atletas, emprestando a sua estrutura.

ANOTE ISSO

o professor de Educação Física deve transformar seus alunos em prestadores de


socorro.

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CAPÍTULO 2
AS PRÁTICAS DE
ATIVIDADES FÍSICAS E
O RISCO DE ACIDENTES

Título: Coletivo de basquete


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulheres-jogando-basquete-2116469/

Avaliando a imagem acima: as garotas do jogo de basquete disputam a mesma


bola e o mesmo espaço. Quais os possíveis risco de acidente nessa cena? Bom,
podemos pensar em muitas variáveis, mas as mais comuns nos esportes coletivos
são as contusões.

Um dia comum na aula de iniciação da modalidade esportiva de basquetebol

Durante a aula de iniciação de basquetebol para crianças de 10 e 11 anos, o professor


Fabricio informou os alunos que naquele dia haveria um coletivo. A molecada sempre

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fica muito eufórica com essa estratégia do ensino. O professor fez todas as orientações
técnicas e táticas que ele iria cobrar durante o jogo. Falou também de regras e condutas
na quadra.
Por fim, enfatizou o cuidado com os colegas, para que ninguém se machucasse.
Finalizadas as orientações, o professor posiciona as equipes na quadra e dá o apito
para início do jogo. E não é que na disputa de bola ao alto os jogadores bateram
cabeça com cabeça… Pois é. Foi um calombo na cabeça de um e um pequeno corte
na cabeça do outro. O professor prontamente recorreu ao seu Kit de primeiros socorros
e resolveu a situação.

Título: Acidentes nas práticas esportivas


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homens-jogando-basquete-2874718/

Avaliando a imagem acima: se as quedas são comuns nos esportes de contato,


podendo o atleta se acidentar a qualquer momento, o que o professor de Educação
Física de fazer então? Bem, estar atento e preparado para agir caso o atleta necessite
de primeiros socorros.

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Os acidentes nas práticas de atividades físicas ou esportivas são eventos


inesperados

Essa história é um exemplo claro de contextualização de acidentes que ocorrem


durante as aulas. O basquetebol e o exemplo da bola ao alto nesse caso, serviram apenas
de cenário para esclarecer a situação do acidente. Outra questão que destacamos
aqui é que mesmo com todas as orientações e cuidados para que os alunos não
sofressem nenhum tipo de acidente, acabaram se machucando.
Não queremos dizer que todo mundo que pratica esportes, exercícios físicos e
atividades físicas em geral sofrerá algum tipo de acidente. Nem tampouco praticá-los
é um risco à saúde. Mas que algumas situações que acontecem obrigatoriamente nos
diferentes tipos de esportes, invasão, marca, oposição, combate ou combinatórios,
são verdadeiros potenciais nas ocorrências de acidentes.

Título: Prática de esportes


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homens-jogando-basquete-2874718/

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Praticar esporte não é sinônimo de se acidentar, nem tampouco de correr riscos


de vida

Para Flegel (2015) a prática de atividade física e esportivas é própria da condição


humana. A prática regular de esportes e atividades físicas gera diversos benefícios
ao corpo e à mente das pessoas em seu cotidiano, podendo funcionar como uma
válvula de escape do estresse da rotina do trabalho e dos afazeres domésticos
e prevenindo o envelhecimento na idade adulta, e evitando o sedentarismo e a
obesidade, diminuindo a ansiedade e ajudando na regularização do sono de crianças
e adolescentes, colaborando com melhorias ao bem estar. Por outro lado, é fato que
essas práticas estão relacionadas a alguns riscos. O risco pode ser ambiental, biológico
ou da utilização de equipamentos necessários para a modalidade. Com uma simples
chuva, que é uma ação da natureza e está relacionada às condições climáticas, o risco
de acidentes aumenta muito. O sentido dessa consideração é que todas as variáveis
devem ser levadas em consideração para as práticas. O professor de Educação Física
precisa muitas vezes precisar assumir o risco calculado para poder desenvolver uma
modalidade esportiva, sabendo disso, considera e avalia todas as informações e está
sempre pronto para agir com seu kit de primeiros socorros ou acionar os serviços de
atendimento e de resgate.

Título: Ciclismo de estrada


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/visao-de-alto-angulo-de-pessoas-de-bicicleta-248547/

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Saber os tipos de esporte possibilita compreender melhor os ambientes onde


são praticados e suas características

Nos esportes coletivos ou individuais o risco pode estar por exemplo, no ato
de deslocar-se pelo espaço, por diferentes direções e sentidos, ou para fugir das
perseguições, marcações e bloqueios dos jogadores adversários.
O deslocamento de várias pessoas em um mesmo espaço, cujo propósito é sempre
o de marcar o ponto e impedir que outra equipe marque, pode ocasionar, quedas
trombadas e desequilíbrios a todo instante, desencadeando acidentes como as luxações.
Outro exemplo que podemos apresentar aqui são os esportes de combate: sempre
individuais, têm como objetivo vencer o oponente através de toques, desequilíbrios,
imobilizações, exclusão de determinado espaço, contusões, combinando ações de
ataque e defesa. A oposição ou o uso da força para imobilizar e finalizar o oponente
em uma luta pode provocar acidentes como as torções.
Já nos esportes de marca, que são aqueles que consideram a comparação entre o
alcance de índices, que podem ser mensurados com metros, segundos, quilos; a busca
pelo resultado é que pode desencadear o fator de risco de acidentes. Estar sempre
na sua velocidade máxima, força máxima e resistência máxima é estar sujeito a ter
acidentes no sistema músculo esquelético como as distensões.

Título: Corrida de obstáculos


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-de-uma-mulher-que-saltou-sobre-um-obstaculo-3764164/

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Quando se trata de esportes que exigem a utilização de materiais esportivos que


são movimentados durante os jogos, como é o caso dos esportes de campo e taco
e também os de rede e parede, cuja estratégia de jogo para pontuação requer rebater
uma bola, temos como possibilidades de acidentes, as contusões.
Temos ainda os esportes que são praticados nas piscinas ou em águas abertas.
Esses esportes podem ser encaixados nos tipos de marca ou esportes combinatórios.
De qualquer maneira, estar em um ambiente aquático já exige cuidados para evitar os
acidentes, principalmente em relação aos afogamentos ou impactos com as bordas
ou fundo da piscina.

A incidência de acidentes pode estar relacionada às características dos esportes.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Com tema “Primeiros Socorros”, CREF4/SP promove primeira palestra do Ciclo


do Conhecimento. Publicado em 06/02/2018. Disponível em: https://www.confef.
org.br/confef/comunicacao/noticias/1187

O CREF4/SP promoveu, no dia 20/01, a primeira palestra do Ciclo do Conhecimento


2018, projeto organizado pela Comissão Especial de Eventos da entidade com o
objetivo de criar um programa permanente de atividades para os Profissionais
de Educação Física.
A primeira palestra teve como tema “Primeiros Socorros” e foi ministrada pelo Prof.
Ms. Ednei Fernando dos Santos [CREF 052883-G/SP]. Os profissionais participaram
ativamente da palestra, com perguntas e comentários. Além da parte teórica, na qual
foram apresentados, entre outros tópicos, os aspectos legais aos quais os Profissionais
de Educação Física devem estar atentos, o palestrante realizou uma parte prática,
com participação voluntária de presentes na execução de algumas manobras, após
explicações teóricas.
O objetivo foi esclarecer sobre a atuação do Profissional de Educação Física, suas
responsabilidades; lesões traumáticas e clínicas; primeiros auxílios; pequenos acidentes;
como evitar o agravamento das lesões e manter as funções vitais; técnicas adequadas
e protocolos estabelecidos.
Ao término da palestra, foi unânime o interesse de que fosse criado o módulo 2
para que todos possam continuar os estudos sobre o tema.

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O palestrante é mestre em Reabilitação do Equilíbrio Corporal. Professor universitário;


docente pelo Laboratório de Resgate e Emergências Médicas da Escola Superior de
Bombeiros (ESB) e instrutor de Atendimento Pré-hospitalar e Desfibrilador Externo
Automático (DEA). E, ainda, é autor de livro sobre o tema.Autor: Comunicação - Confef 8.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

O CREF-7 do Distrito Federal, Goias e Tocantins, promoveu o curso de SOCORROS


DE URGÊNCIA EM ATIVIDADES FÍSICAS. O curso ocorreu em 2006 e foi ministrado
pelos professores Prof. Elzio Teobaldo da Silveira CREF 000230-G/DF 7 e Prof.
Alexandre Fachetti Vaillant Moulin CREF 000008-G/DF e está disponível em: https://
www.cref7.org.br/noticiasdocref7.

Para os professores Elzio Teobaldo da Silveira CREF 000230-G/DF 7 Alexandre


Fachetti Vaillant Moulin CREF 000008-G/DF, Manter a segurança da área: Proteger a
vítima do perigo mantendo a segurança da cena; Não tentar fazer sozinho mais do que
o possível. Chamar por socorro especializado: Assegurar-se que a ajuda especializada
foi providenciada e está a caminho. 2º Avaliação Inicial: fase de identificação e correção
imediata dos problemas que ameaçam a vida a curto prazo, sendo eles: Vias aéreas -
Estão desobstruídas? Existe lesão cervical? Respiração - Está adequada? Circulação
- Existe pulso palpável? Há hemorragias graves? Nível de Consciência - AVDI.
Pelo histórico do acidente deve-se observar indícios que possam ajudar ao prestador
de socorro a classificar a vítima como clínica ou traumática. Vítima Clínica: apresenta
sinais e sintomas de disfunções com natureza fisiológica, como doenças, etc. Vítima de
Trauma: apresenta sinais e sintomas de natureza traumática, como possíveis fraturas.
Devemos nesses casos atentar para a imobilização e estabilização da região suspeita
de lesão. 3º Avaliação Dirigida: Esta fase visa obter os componentes necessários para
que se possa tomar a decisão correta sobre os cuidados que devem ser aplicados na
vítima. Entrevista rápida. Exame rápido; Aferição dos Sinais vitais e sinais e sintomas.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Professor de educação física que morreu ao cair de bicicleta é enterrado. Publicado


em: Por G1 Itapetininga e Região. 27/10/2020 18h10 Atualizado há um ano. Disponível

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em: https://g1.globo.com/sp/itapetininga-regiao/noticia/2020/10/27/professor-de-
educacao-fisica-que-morreu-ao-cair-de-bicicleta-e-enterrado.ghtml.

Edson José Gamero, de 57 anos, sofreu ferimentos graves na cabeça ao cair em uma
descida; acidente foi em Boituva (SP). O professor de educação física e apaixonado
por esporte foi enterrado nesta terça-feira aos 57 anos, em Boituva (SP). De acordo
com a família, Edson José Gamero foi velado na escola Professora Henory de Campos
Góes. O sepultamento foi às 17h, no Cemitério da Saudade, em Iperó (SP).
Edson José Gamero morreu no domingo, Segundo o Corpo de Bombeiros, ele foi
socorrido na Rua Jorge Simplício ainda com vida. Foi levado com ferimentos graves
na cabeça para a Santa Casa da cidade, mas não resistiu. Edson José Gamero era
professor de educação física e apaixonado por esporte — Foto: Arquivo Pessoal
“Ele combinou de treinar e saiu de Iperó. Quando terminou, ele almoçou e passou
com a bicicleta em uma descida íngreme. Tinha chovido. Ele se perdeu nessa descida,
escorregou com a bicicleta e caiu”, conta Cíntia Alvim, namorada de Gamero. Praticava
o atletismo desde a adolescência e o ciclismo havia aproximadamente seis anos, além
do tênis. Integrava um grupo de ciclistas e ministrava treinos educativos de atletismo
em Boituva, de acordo com Evandro Cesar de Moura, amigo do professor.Homem
morre ao cair de bicicleta em Boituva
Auxiliava na formação de vários corredores, independente da idade e performance,
prezava pela saúde, alegria e qualidade de vida. Alegria e diversão eram marcas
registradas. Incentivava o esporte e era defensor da prática de atividades físicas. Ele
também trabalhou por mais de 20 anos em várias escolas da região, como Cerquilho,
Sorocaba, Iperó, Capela do Alto e Boituva (SP). A Escola Municipal Renice Seraphim,
em Sorocaba, lamentou a morte do professor nas redes sociais.

LEITURA OBRIGATÓRIA

SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos


esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

No livro Manual de primeiros socorros da Educação Física aos esportes de Santos


(2015), o primeiro capítulo é destinado ao conceitos de primeiros socorros como
sendo o tratamento imediato e provisório ministrado a uma vítima de trauma ou

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doença fora do ambiente hospitalar. São procedimentos de emergência que devem


ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, incluem reconhecer condições que
ameacem a vida, evitar o agravamento das lesões e manter as funções vitais até
que se obtenha atendimento médico adequado. O termo primeiros socorros refere-
se a um atendimento pré-hospitalar que corresponde à contribuição que o Educador
Físico, desde que devidamente informado, pode ministrar em situações inesperadas
do cotidiano.
Primeiro socorro não significa apenas agir com rapidez e imediatismo, mas, sobretudo,
competência e clareza quanto aos procedimentos a serem realizados. O primeiro
socorro consiste na assistência prestada fora do ambiente hospitalar em todos os
casos de lesões graves e que não substituem um profissional médico, enfermeiro ou
bombeiro, aspecto este importante que deve ser enfatizado aos Educadores Físicos.
Uma vez prestados os primeiros auxílios, posteriormente devemos transferir o
acidentado ao recurso hospitalar adequado para o tratamento definitivo. Na maioria
dos pequenos incidentes não chega a demandar assistência médica, mas requer
atendimento que não pode ser negligenciado.
Atender uma vítima sem observar as técnicas adequadas e os protocolos
estabelecidos, como Ame- rican Heart Association ou American College of Surgeons,
significa quebra de protocolo e pode implicar processos judiciais além do agravamento
das lesões. Os principais objetivos dos primeiros socorros são: reconhecer situações
que ameacem a vida em curto espaço de tempo e acionar precocemente o serviço de
emergência local. Aplicar procedimentos que restabeleçam a circulação e a respiração,
quando necessário.
O Manual de Primeiros Socorros da Educação Física aos Esportes (SANTOS, 2014)
recomenda que é preciso controlar sangramentos e tratar dos ferimentos. Minimizar
o risco de agravamento de lesões e complicações. Evitar infecções. Promover o maior
conforto possível para a vítima.
Todo tipo de treinamento em primeiros socorros trará benefícios para as pessoas que
assim necessitarem deste atendimento, como, por exemplo, nossos alunos, familiares,
amigos, colegas de trabalho, clientes e desconhecidos. Para o socorrista tem um
valor especial quando as técnicas forem empregadas de maneira correta e precisa e
resultarem no salvamento da vítima assistida. Como prestador de socorro, o professor
de Educação Física deve ter em mente algumas palavras que irão direcioná-lo em uma
possível situação de emergência: bom-senso. equilíbrio. voz de comando.

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Deve ser capaz de assumir a liderança em uma situação de emergência e ser proativo,
manter a calma enquanto trabalha sob pressão e orientar as demais pessoas a fazerem
o mesmo. Demonstre tranquilidade e competência, escolha palavras de incentivo e
ganhe a confiança e o apoio das pessoas presentes para que elas colaborem com os
procedimentos empregados por você. O reconhecimento das situações de emergência
é item fundamental no atendimento ao acidentado, pois o tempo de socorro é fator
preponderante para a recuperação desta vítima e o acionamento precoce das equipes
médicas possibilitará o tratamento hospitalar adequado e seu retorno às atividades
da vida diária.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Como James Rodríguez: O que fazer se alguém tiver parada cardíaca na pelada...
https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2022/01/14/james-
rodriguez-coulibaly-especialista.htm?cmpid=copiaecola. Arthur Sandes. Do UOL.
Os primeiros socorros prestados por James Rodríguez ajudaram a salvar a vida
de Ousmane Coulibaly no último domingo (9), quando o jogador malinês sofreu uma
parada cardíaca em campo durante jogo da liga do Qatar. Segundo um especialista,
porém, a reação do craque colombiano poderia ter sido ainda melhor. Abaixo o UOL
Esporte explica o que fazer se algo do tipo acontecer no seu jogo de futebol com
amigos.
“O jogador teve uma parada cardíaca súbita, que apesar de ser um evento raro
pode acontecer, sim, com um atleta. Quando há esta parada cardíaca, o tempo é
vida. Cada minuto que passa, o risco de a pessoa morrer aumenta em 10%. Então os
segundos iniciais são o que decide a vida e a morte, seja quem for fazer o atendimento”,
explica o cardiologista Sergio Timerman, coordenador do Treinamento de Emergências
Cardiovasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). O susto aconteceu
em um jogo entre Al Rayyan, equipe de James, e Al Wakrah, no último domingo (9).
Aos 32 anos, Coulibaly caiu desacordado dentro do gol, e os médicos entraram em
campo correndo. Antes de eles chegarem, porém, foi James Rodríguez o primeiro a
se aproximar do companheiro de profissão e ajustar a posição de sua cabeça para
desobstruir as vias aéreas. De acordo com Timerman, porém, o ideal teria sido o
colombiano já fazer a massagem cardíaca ele próprio.

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“Em uma situação assim, a primeira coisa a fazer é reconhecer a emergência, e são
dois atos muito simples: se a pessoa está inconsciente e sem respirar. Aí é preciso
pedir por socorro, mas não dá para esperar o socorro chegar: o mais importante é a
manobra de ressuscitação, a massagem. O jogador já está deitado no campo, então, o
fundamental a fazer é especificamente a massagem cardíaca, vigorosamente”, afirma
o cardiologista, enfatizando que os primeiros socorros devem ser feitos mesmo por
pessoas leigas.
“Os passos são estes: reconhecimento, chamado por socorro, massagem cardíaca
enquanto o profissional não chega e desfibrilador, se houver disponível no local. Na
parada cardíaca súbita, o coração para de funcionar, como o nome já diz, então, a
massagem é justamente o que mantém o bombeamento de sangue do coração. Não
pode parar”, reitera o especialista.Após os primeiros socorros, Coulibaly foi levado ao
hospital e está bem. Ontem (13), o zagueiro fez uma publicação nas redes sociais para
tranquilizar os fãs. “Agradeço a todos os que fizeram eu estar aqui hoje”, escreveu,
incluindo na mensagem “James Rodríguez, que teve o primeiro gesto de segurar
minha cabeça”.
A equipe médica foi homenageada pelos dois times na segunda-feira (10), dia
seguinte à emergência, quando a partida foi retomada. James Rodríguez também
recebeu os cumprimentos e com a bola rolando foi o destaque do jogo: fez dois gols
na vitória por 3 a 0 do Al Rayyan.

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CAPÍTULO 3
OS ACIDENTES DURANTE AS
PRÁTICAS DE ATIVIDADES
FÍSICAS PODEM SER
URGÊNCIAS OU EMERGÊNCIAS

Título: Descida de rapel


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/atividade-acao-movimento-aventura-6694373/

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Um dia de sufoco no rapel

Os esportes e práticas de aventura são um dos ramos de atuação do professor de


Educação Física que podem ser praticados na natureza ou em ambientes fechados e
controlados. Pois bem, os professores de Educação Física da escola decidiram fazer
uma demonstração de descida de rapel para os alunos do 4º e 5º na escola, pois
eles estavam estudando os esportes radicais no livro didático. A demonstração foi
realizada dentro do ginásio de esportes e a descida seria do teto até o centro da quadra,
com aproximadamente 20 metros de altura. Todos os equipamentos preparados,
todos os itens de seguranças garantidos, os professores tinham treinamentos para
realizar a demonstração e estavam se preparando a semana toda para a descida de
demonstração. No dia de mostrar para os alunos, a criançada estava agitadíssima
para o momento da descida. No meio da descida a corda de um dos professores
enroscou e travou a 10 metros de chegar no chão. Não teve jeito, tivemos que pedir
socorro. O resgate chegou, retirou o professor da corda e com segurança, o levou
até o chão da quadra. A criançada adorou a demonstração de descida de rapel e o
resgate do professor. Inesquecível.

Título: Corpo de Bombeiros - Resgate nas alturas


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/duas-pessoas-fazendo-rapel-perto-de-gray-rocks-263356/

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Saber para qual órgão público de resgate eu devo ligar, economiza tempo e aumenta
as chances de vida da vítima

A situação que acabamos de relatar foi uma emergência ou urgência? Conceitualmente


Santos (2014) coloca que emergência ou urgência tem significados diferentes. Para
esclarecer a diferença entre urgência e emergência, consultamos o nosso referencial teórico
básico, em que de forma resumida, temos que: a emergência está em uma condição de
maior gravidade que a urgência. Enquanto na emergência há uma situação de aparecimento
súbito e imprevisto de um problema e que exige a solução imediata, na urgência apesar
do perigo, não é uma situação de perigo de morte imediato. A emergência é a ocorrência
de perigo de vida, situação crítica, incidente ou imprevisto que pode ocasionar morte.
De acordo com o site de uma da maiores operadoras de plano de saúde privado do pais, a
UNIMED (www.unimed.com.br), São exemplos de situações de emergência: corte profundo,
acidente de origem elétrica, picada ou mordida de animais peçonhentos, queimaduras,
afogamentos, hemorragia (forte sangramento), infarto do miocárdio (dor forte no peito),
dificuldade respiratória, derrames, perda de função e/ou dormência nos braços e pernas,
inconsciência/desmaio, intoxicação por alimento ou medicamento, sangue no vômito, urina,
fezes ou tosse, grave reação alérgica, febre alta permanente, convulsões, dores intensas
no peito, abdômen, cabeça e outros, agressões físicas, quedas com trauma na cabeça.
De outra forma, a UNIMED destaca que na urgência há o indicativo de que é preciso
agir com rapidez, pois há grande chance de agravamento, inclusive levando a pessoa a
perder a vida. Os exemplos mais comuns na situações de urgências são: fraturas, luxações,
torções, asma brônquica em crise, feridas (causadas pela compressão ou tração dos
tecidos) sem grandes hemorragias, transtornos psiquiátricos, dor abdominal de moderada
intensidade, febre moderada.

Título: Corpo de Bombeiros - ligue 193


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/caminhoes-de-bombeiros-estacionados-no-predio-azul-e-vermelho-3780658/

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Reconhecer uma situação de urgência e emergência possibilita ser mais assertivo


nas ações

Por que tivemos que chamar socorro especializado para retirar o professor que
estava pendurado no teto do ginásio em uma demonstração de rapel? Bom, muitas são
as justificativas, mas a principal é que não sabíamos fazer um resgate à altura. Antes
de fazermos um resgate em altura, é importante entender que alguém que está em
perigo não está capacitado para resgatar um outro alguém em situação semelhante
ou pior. Assim, não é viável que o socorro para a vítima custe a vida do socorrista. Por
isso, é importante garantir, dentro do possível, a segurança da equipe de resgate e a
segurança da própria vítima. É importante avaliar o risco, além de procurar alternativas
mais seguras e simples.
Outro ponto importante é que durante um resgate em altura, muitas vezes a qualidade
do atendimento e a manipulação correta do acidentado é mais relevante do que a
rapidez no resgate. É importante ter cuidado durante a imobilização, contenção de
hemorragia e até a prevenção de choque. É fundamental que a vítima seja afastada do
perigo sem ser submetida a novos riscos, para que assim a aplicação dos primeiros
socorros seja efetiva e ela possa ser, de fato, resgatada com segurança.
Segundo informações do Corpo de Bombeiro da Bahia (http://www.cbm.ba.gov.
br/), para realizar um resgate na altura é preciso ter controle emocional, controle da
situação e controle dos materiais e equipamentos. Para executar a ação é preciso
ter à disposição os seguintes materiais: cordas; fitas; macas; triângulo de evacuação;
capacete; luvas; trava-quedas; nós de ancoragem e fixação.
O detalhe é que não tínhamos nenhum desses equipamentos para ajudar nosso
colega professor e a decisão mais sábia naquele momento foi acionar os socorristas
habilitados, treinados e com todo um aparato de equipamento que garante a segurança
da vítima e dos próprios socorristas.

É possível acionar os órgãos públicos de resgate pela tecnologia e pela internet

Quando nos deparamos com uma situação real que exige o atendimento especializado
de um socorrista, o resgate pode vir pelo telefone, aplicativos, MSN, sistemas
operacionais e páginas da internet. Diversos serviços públicos fazem o atendimento
da população, prestando assistência e tratando vítimas de acidentes. Cada serviço

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possui um número diferente e atende diferentes tipos de emergência ou urgência. No


caso do nosso professor pendurado no teto do ginásio de esportes, quais serviços
poderiam ser acionados ? Cada situação de emergência pede um tipo diferente de
ajuda. Por isso, é sempre importante saber exatamente para qual órgão público que
atua o atendimento de socorro, você deve ligar.
O SAMU (192) pode ser acionada quando houver uma emergência médica que
necessite de deslocamento da vítima por meio de ambulâncias do Serviço de
Atendimento Médico de Urgência. O SAMU deve ser acionado apenas quando a vítima
precisar de socorro imediato. Já o Corpo de Bombeiros (193), dispões de caminhão,
viaturas, barcos, helicópteros e todo tipo de veículo necessário para o resgate.
O Corpo de Bombeiros existe para ajudar em qualquer acidente ou ocorrência
que represente riscos sérios para as pessoas. Por que acionamos o resgate e não o
SAMU. Para realização do resgate nas alturas foi preciso equipamentos e treinamento
nesse tipo de ocorrência e as viaturas do Corpo de Bombeiros e os socorristas são
capacitados para isso.

Título: SAMU - Serviço de Atendimento Médico de Urgência


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/adobe-photoshop-foto-abstrata-fotografia-abstrata-acao-10509073/

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SAMU-192 e Corpo de Bombeiro- 193.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA TEM PAPEL FUNDAMENTAL NO


ATENDIMENTO A JOGADOR INFARTADO. Divulgado em 06/09/2006. Disponível em:
https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/revistaedf/3673

No dia 6 de setembro de 2006, o jogador do Cruzeiro Diogo dos Santos Lima, de


20 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória, durante os treinamentos na Toca da
Raposa (centro de treinamento do clube). O jogador recebeu os primeiros atendimentos
no gramado e foi reanimado com o uso de um desfibrilador. Segundo os médicos,
isto foi determinante para salvar a vida do atleta.
O que chama a atenção para o caso é que este procedimento foi realizado por
um Profissional de Educação Física. Os primeiros cuidados foram prestados pelos
Profissionais de Educação Física Quintiliano Lemos (CREF 006416-G/MG) e Emerson
Ávila (CREF 010833-G/MG) e, também, pelo médico do clube, Dr. Otacílio Da Matta.
Procedimentos como massagem cardíaca, respiração boca-a-boca, controle da
pulsação e utilização do desfibrilador cardíaco foram executados. O Prof. Quintiliano
foi quem utilizou o desfibrilador no atendimento ao atleta. Eu tinha feito um curso de
manuseio e utilização do aparelho, o que foi essencial no apoio ao trabalho do médico,
contou o Prof Quintiliano.
Segundo relato do próprio Dr. Da Matta, o Prof. Quintiliano teve ação decisiva no
episódio, agindo com tranqüilidade, posicionando o atleta na posição correta no solo,
ventilando o mesmo, chamando rapidamente o médico que se encontrava no centro
de treinamento e, finalmente, no uso do desfibrilador.
Ainda segundo o médico do clube, foi um episódio raro, grave e que pode acontecer
em vários ambientes, mostrando que devemos estar preparados tecnicamente
e materialmente, principalmente quando se trata de atividades esportivas de alto
rendimento, que é o nosso caso.
A participação efetiva e eficiente dos Profissionais de Educação Física no episódio
mostra a importância dos conhecimentos adquiridos nas áreas da fisiologia, biologia,
anatomia, primeiros socorros, entre outros, para a atuação competente e segura nestas
situações.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Revista Educação Física: Socorros de Urgência em Atividades Físicas. Publicado


em: maio de 2018. Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/
revistaedf/3730

As fatalidades e acidentes acontecem das mais simples e corriqueiras contusões,


câimbras, escoriações e entorses, até as urgentes hemorragias abundantes, traumatismo
crânio encefálico ou raquimedular (TCE e TRM) e mesmo as paradas respiratórias e
cardiorrespiratórias. Solicitar o socorro especializado, como o Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU), pelo telefone 192; o Corpo de Bombeiros Militar, pelo 193;
e se esquivar do atendimento não é o suficiente. Esta é apenas a primeira iniciativa
que faz parte dos protocolos internacionais de Primeiros Socorros.
Vários estudos apontam que a chance de reanimar um paciente com parada
cardiorrespiratória diminui de 7 a 10% por minuto, portanto, sem o devido atendimento,
a vítima pode falecer em poucos minutos. As responsabilidades com os alunos e
beneficiários das atividades físicas perpassam os direitos constitucionais, civis,
penais e, sobretudo, a ética profissional. Sendo assim, é de suma importância que os
Profissionais de Educação Física estejam treinados, atualizados e preparados para os
acidentes e fatalidades que venham a acontecer em seu trabalho e criem uma rotina
de atendimento de socorros de urgência que envolva toda a equipe de trabalho.
Para Alexandre Fachetti Vaillant Moulin (CREF 00008-G/DF), Presidente do CREF7,
Professor da SEE-DF, Mestrando em Educação Física, pela UCB, Socorrista da Cruz
Vermelha Brasileira-DF e Professor de Socorros de Urgência em cursos de Graduação e
Pós-graduação. Os Profissionais de Educação Física, hoje reconhecidos pelo Conselho
Nacional de Saúde como profissionais de saúde de nível superior, devem observar
em sua atuação o que prescreve o artigo 135 do Código Penal Brasileiro: Deixar de
prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal (...), para evitar incorrer
em omissão de socorro e principalmente para pautar sua atuação sobre amparo do
Código de Ética Profissional.
Ele diz que ao realizar o atendimento pré-hospitalar (APH), mais conhecido como
primeiros socorros, o profissional de Educação Física deve, antes de tudo, atentar
para a sua própria segurança. Os equipamentos de proteção individual: Luvas de
procedimento, válvula de RCP, óculos de proteção e outros, são indispensáveis. O

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impulso de ajudar a outras pessoas não justifica a tomada de atitudes inconseqüentes,


que acabam transformando-o em mais uma vítima. É necessário, na academia, clube
ou escola, um kit de Primeiros Socorros com materiais necessários aos atendimentos
de acordo com as modalidades praticadas e os riscos de lesões. Tais como: ataduras,
cobertor térmico, colar cervical, esfigmomanômetro, esparadrapo, estetoscópio, gaze
esterilizada, lenço triangular, luva de procedimentos, máscaras, maca rígida, óculos de
proteção, pinças hemostáticas, respirador Ambu, sacos de gelo (duas partes de água
e uma parte de álcool de uso doméstico para gelo floculado), talas variadas, tesoura,
soro fisiológico, válvula para RCP, entre outros, recomenda.
O Desfibrilador Externo Automático (DEA) é muito eficiente em certos tipos de
paradas cardiorrespiratórias (PCR). Algumas academias e centros de reabilitação
cardíaca já possuem o DEA o que garante um atendimento mais seguro. Contudo, o
custo do DEA, ainda é muito alto, em média dez mil reais. A Válvula para ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) tem um custo reduzido de quinze reais e pode ser utilizada pelos
Profissionais de Educação Física em todos os casos de paradas cardiorrespiratórias,
pois a RCP (Respiração boca-máscara associada a compressões cardíacas externas)
preconiza o uso do desfibrilador, garantindo um suporte vital de circulação sangüínea
ao cérebro e órgãos vitais, até a chegada do socorro especializado.
Mas, segundo Alexandre Fachetti, o material mais importante em primeiros socorros
é o humano, sendo ele a vítima ou o profissional de Educação Física. Na falta de
recursos, deve-se improvisar os materiais necessários ao atendimento, como talas,
macas para o transporte, curativos protetores, dentre outros, ou até em casos de
extrema urgência como as obstruções de vias aéreas por corpos estranhos, em que
a realização da manobra de Heimlich garantirá um eficiente atendimento, afirma.
Deve-se ainda enfatizar que existem limites para o atendimento dos Profissionais
de Educação Física em primeiros socorros. As técnicas invasivas e a prescrição/uso
de medicamentos são exclusivas dos profissionais médicos, mas com a utilização da
força da gravidade, das compressas quentes e frias, da compressão e das imobilizações
é possível se prestar um atendimento eficaz e seguro.
No ano passado, o CREF7/DF-GO-TO, ofereceu gratuitamente sete cursos de
Socorros de Urgência em Atividades Físicas, atualizados com as últimas alterações
dos protocolos internacionais como os da American Heart Association (AHA). Além
do incentivo e participação em duas campanhas de doação de sangue do Sistema
CONFEF/CREFs em parceria com o Ministério da Saúde e o Hemocentro. No site

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www.cref7.org.br, encontra-se disponível o E-BOOK (com registro no ISBN) do PIPEF,


uma publicação atualizada de Socorros de Urgência em atividades físicas com amplo
conteúdo.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

O CREF-7 do Distrito Federal, Goias e Tocantins, promoveu o curso de SOCORROS


DE URGÊNCIA EM ATIVIDADES FÍSICAS. O curso ocorreu em 2006 e foi ministrado
pelos professores Prof. Elzio Teobaldo da Silveira CREF 000230-G/DF 7 e Prof.
Alexandre Fachetti Vaillant Moulin CREF 000008-G/DF e está disponível em: https://
www.cref7.org.br/noticiasdocref7.

A Resolução nº 218/97 Reconhece como profissionais de saúde de nível superior


as seguintes categorias: assistentes sociais, biólogos, profissionais de educação
física, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos, médicos
veterinários, nutricionistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais. O Código de Ética dos
profissionais de educação física: Capítulo II dos Princípios e Diretrizes Art. 4º - O exercício
profissional em Educação Física pautar-se-á pelos seguintes princípios: I - o respeito à
vida, à dignidade, à integridade e aos direitos do indivíduo; II - a responsabilidade social;
III - a ausência de discriminação ou preconceito de qualquer natureza; IV - o respeito
à ética nas diversas atividades profissionais; VII - a prestação, sempre, do melhor
serviço, a um número cada vez maior de pessoas, com competência, responsabilidade
e honestidade; VIII - a atuação dentro das especificidades do seu campo e área do
conhecimento, no sentido da educação e desenvolvimento das potencialidades
humanas, daqueles aos quais presta serviços.
O Art. 5º - São diretrizes para a atuação dos órgãos integrantes do Sistema
CONFEF/CREFs e para o desempenho da atividade Profissional em Educação Física:
I - comprometimento com a preservação da saúde do indivíduo e da coletividade, e
com o desenvolvimento físico, intelectual, cultural e social do beneficiário de sua ação;
IV - autonomia no exercício da Profissão, respeitados os preceitos legais e éticos e
os princípios da bioética; CAPÍTULO III Das Responsabilidades e Deveres Art. 6º - São
responsabilidades e deveres do Profissional de Educação Física: III - assegurar a seus
beneficiários um serviço profissional seguro, competente e atualizado, prestado com
o máximo de seu conhecimento, habilidade e experiência.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Bombeiros dão dicas de prevenção para praticantes de kitesurf. Disponível em:


https://www.sspds.ce.gov.br/2021/01/26/bombeiros-dao-dicas-de-prevencao-para-
praticantes-de-kitesurf/

Visando ressaltar os diversos cuidados para praticantes de esportes aquáticos, em


especial os kitesurfistas, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE)
disponibilizou várias dicas para os praticantes do esporte. Como o kitesurf é um esporte
que usa o vento como combustível, as praias do Ceará fazem bastante sucesso para
os seus atletas. Por ser classificado como um esporte radical, diversas exigências
visando à segurança fazem parte do dia a dia dos adeptos da modalidade.
Tecnicamente o kitesurf para ser praticado com segurança, necessita que ocorra o
correto cálculo das condições de velejo, levando em consideração o peso do praticante, o
tamanho da pipa e a velocidade/direção do vento. Aliás, qualquer alteração nas variáveis
velocidade/direção pode trazer risco em potencial aos praticantes. É extremamente

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importante que cada velejador faça uma análise sobre o nível em que se encontra na
prática do esporte e faça uma avaliação precisa das condições climáticas.
Em relação às condições climáticas, os bombeiros orientam que nunca se deve velejar
sozinho ou quando o vento estiver off-shore (terral) sem apoio de uma embarcação.
Além disso, não se deve velejar quando há a existência de nuvens carregadas.
Prática segura
O primeiro tópico relacionado é verificar o assentamento de risco que consiste
em analisar o local, o ambiente e as atividades na área em que se deseja praticar o
esporte. Deve-se analisar o distanciamento de obstáculos a barlavento e a sotavento,
sendo necessário haver uma área de segurança de pelo menos 100 metros em todas
as direções à frente do equipamento. O ambiente está relacionado com a previsão do
tempo e atividade está relacionada com as demais práticas no entorno do local, tais
como banhistas e embarcações.
Assentamento de risco também está relacionado com a montagem, pouso e
decolagem do equipamento. De fato é importante respeitar todos os protocolos de
segurança ao executar essas ações e a principal dica consiste em nunca decole/voe
seu kite próximo a fios elétricos, postes, árvores ou até mesmo embarcações. Além
disso, o praticante sempre deve decolar o kite mais próximo da água possível, ou seja,
o velejador deve estar olhando para a água.
Equipamentos de segurança
Em relação aos equipamentos de segurança o praticante de kitesurf deve estar
atento aos diversos itens. São recomendados os seguintes:
– Trapézio com alça;
– Leash de segurança;
– Faca de segurança;
– Colete de flutuação classe V (50 Nw);
– Capacete específico para esportes náuticos;
Inspeção preventiva
A inspeção preventiva é um aspecto essencial, pois visa verificar a regularidade das
condições do equipamento, tais como a existência de microfuros ou rasgos no velame
que possam comprometer a segurança. Além disso, é importante checar linhas e o
sistema de segurança da barra, bem como o seu acionamento e devido funcionamento.
O praticante também deve verificar as condições gerais do trapézio, a exemplo
das fitas e integridade do gancho e sistema de fechamento. Nas pranchas, o atleta

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precisa verificar os parafusos e a integralidade de bordas e quilhas, além de ter a


atenção especial ao leash que deverá estar conectado na parte da frente do trapézio
e em perfeitas condições de acionamento.
Procedimentos de segurança
O velejador praticante de kitesurf deverá estar atento aos procedimentos de segurança
do esporte. Dentre eles vale destacar o auto resgate que deverá ser praticado em
exercícios simulados regularmente. Este procedimento é de extrema importância e
precisa ser incentivado no meio do kitesurf como premissa essencial de segurança.
O autorresgate é o procedimento através do qual o velejador aciona o sistema de
segurança (ejeta o chickloop) fazendo com que o equipamento pouse sem pressão
sobre a água. A partir daí o velador recupera a barra através do leash e da linha de
segurança, travando-a e enrolando as linhas na sequência, chegando até pipa e deitado
sobre o bordo de ataque. Com isso, o atleta fará um ângulo com o kite que o trará de
volta para a praia em segurança. O litoral do Ceará com a condição padrão de vento
lateral possui condições perfeitas para a execução desse procedimento.
O banhista sempre tem prioridade: Importante salientar que o banhista sempre
tem prioridade na praia e o kitesurf deve ser praticado a pelo menos 100 metros da
linha de arrebentação. O kitesurfista não deve colocar usuários da praia em risco em
detrimento da prática do esporte.
Em linhas gerais, essas são as dicas e os conceitos básicos para uma prática segura
do esporte. É importante dizer que nunca se deve negligenciar as condições geral
de saúde e alimentar para realizar a atividade. Não apenas é importante manter boa
alimentação e manter-se hidratado, mas também não se deve ingerir bebida alcoólica
ou consumir drogas antes de iniciar um velejo.
Contribuição do major QOBM, Carlos André Ribeiro Costa, que é um dos idealizadores
e coordenador do Projeto Kitesurf Guarda-Vidas do CBMCE. Atualmente, o oficial é
o comandante da 3ª Cia/2º BBM – Quartel de Caucaia e instrutor de Kitesurf ABK e
AICT IKO 2020 – Ilha do Farol.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

O CREF-7 do Distrito Federal, Goias e Tocantins, promoveu o curso de SOCORROS


DE URGÊNCIA EM ATIVIDADES FÍSICAS. O curso ocorreu em 2006 e foi ministrado
pelos professores Prof. Elzio Teobaldo da Silveira CREF 000230-G/DF 7 e Prof.

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Alexandre Fachetti Vaillant Moulin CREF 000008-G/DF e está disponível em: https://
www.cref7.org.br/noticiasdocref7.

O socorro de urgência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao


hospital. O tempo gasto entre o momento em que a vítima é encontrada e o seu
encaminhamento deve ser o mais curto possível. Exemplos: hemorragias de classe II,
III e IV, etc. Emergência: Estado grave, que necessita atendimento médico, embora não
seja necessariamente urgente. Exemplos: contusões leves, entorses, hemorragia classe
I, etc. Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam
de atendimento. Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas
mortas ou feridas, mas que pode oferecer risco futuro. Sinal: É a informação obtida a
partir da observação da vítima. Sintoma: É a informação a partir de um relato da vítima.
Aspectos legais do socorro - Artigo 5º e 196 Constituição; - Artigo 135 do Código Penal
Brasileiro; - Resolução nº 218/97 do Conselho Nacional de Saúde; - Código de Ética dos
Profissionais de Educação Física CONSTITUIÇÃO: Dos Direitos e Deveres Individuais e
Coletivos Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes: Da Saúde Art. 196.
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Código Penal: Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Importante: O fato de chamar
o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um treinamento
específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de
omissão de socorro.
Manter-se informado sobre pesquisas e descobertas técnicas, científicas e culturais
com o objetivo de prestar melhores serviços e contribuir para o desenvolvimento da
profissão; X - zelar pela sua competência exclusiva na prestação dos serviços a seu

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encargo; XII - manter-se atualizado quanto aos conhecimentos técnicos, científicos e


culturais, no sentido de prestar o melhor serviço e contribuir para o desenvolvimento
da profissão; XIII - guardar sigilo sobre fato ou informação de que tiver conhecimento
em decorrência do exercício da profissão; XIV - responsabilizar-se por falta cometida
no exercício de suas atividades profissionais, independentemente de ter sido praticada
individualmente ou em equipe; XV - cumprir e fazer cumprir os preceitos éticos e legais
da Profissão; Art. 7º No desempenho das suas funções, é vedado ao Profissional de
Educação Física: VI - prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse a ele confiado;
VIII - transferir, para pessoa não habilitada ou impedida, a responsabilidade por ele
assumida pela prestação de serviços profissionais; (grifos nossos) direitos da pessoa
que estiver sendo atendida
O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusar o
atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes
e com clareza de pensamento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como:
crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro que for realizar o
atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros
socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e
continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do
diálogo. C
Caso a vítima esteja impedida de falar em decorrência do acidente, como um trauma
na boca por exemplo, mas demonstre através de sinais que não aceita o atendimento,
fazendo uma negativa com a cabeça ou empurrando a mão do prestador de socorro,
deve-se proceder da seguinte maneira:
• Não discuta com a vítima;
• Não questione suas razões, principalmente se elas forem baseadas em crenças
religiosas;
• Não toque na vítima, isso poderá ser considerado como violação dos seus direitos.

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CAPÍTULO 4
TIPOS DE ACIDENTE MAIS
FREQUENTES NAS PRÁTICAS
DE ATIVIDADES FÍSICAS

Título: Domingo de pedal


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-segurando-arvore-apreciando-a-vista-da-montanha-1068596/

Domingo de pedal na estrada rural Marília- Vera Cruz: 65 km de muita subida e


descida

Apaixonado pela prática de esporte que sou, comprei uma bike e comecei a pedalar
com um grupo de ciclistas que já se juntava para essa prática esportiva há pelo menos
2 anos. Todos os domingos pela manhã, em um determinado ponto da cidade, o
grupo do whatsapp organizava o trajeto dos 12 atletas que se juntavam para prática

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esportiva do ciclismo. Partimos bem cedo em direção ao percurso estabelecido no


meio da semana pelo líder do grupo. Percurso duro e com 65 km de estradas de
terra. Muita força, sobre, desce e todo tipo de terreno: areia fina, areia grossa, areião,
cascalho, pontes de madeira e paralelepípedos. O tempo todo alterando a velocidade
das bicicletas devido a mudança de terreno. O grupo estabelece os pontos de parada e
espera dos atletas que pedalavam mais devagar. Como eu estava iniciando no esporte,
vinha no final do pelotão, curtindo a canseira das ladeiras íngremes.
Em uma das descidas, um dos colegas de pedalo, o professor e engenheiro Reginaldo
perdeu o controle da sua bicicleta em cima de uma ponte e acabou caindo sobre a
madeira. Na queda, várias lesões provocadas por contusão do corpo com a madeira
e a própria bicicleta. As contusões se tornaram múltiplas fraturas: fratura da clavícula
direita, metacarpo da mão esquerda, fratura das costelas flutuante direita e edema no
cérebro do lado direito. Mesmo utilizando capacete, a cabeça foi atingida fortemente
na queda e ele teve os sintomas de confusão mental, perda da consciência, desmaio,
vômito com sangue e muito sangramento nasal.
Fui o primeiro a encontrá-lo depois do acidente, estava de pé e não sabia onde
estava e o que havia acontecido. Ajudei a deitar debaixo de uma árvore e acionei o
resgate pelo celular. Foi socorrido e levado para o hospital após 1 hora. Passou seis
meses afastado para se recuperar das lesões do acidente e voltou a pedalar novamente
após todo o tratamento.

Título: Fratura do braço


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/acidente-acaso-batalha-disputa-7140013/

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Geralmente os acidentes com impacto provocam lesões de contusão.

Na história real que contamos aqui, nosso companheiro de pedalada Reginaldo


passou por maus bocados naquela manhã de domingo. Esse exemplo deixa claro
a contextualização do tipo de acidente sofrido, no caso, acidente por impacto. As
múltiplas lesões que ele sofreu na prática esportiva estão relacionadas à combinação
de velocidade da bicicleta, desequilíbrio do corpo e o choque de várias partes do corpo
com as partes de guidão e quadro da bicicleta e também da madeira que compõem
a estrutura da ponte.
A contusão, segundo Santos (2014) se caracteriza por uma lesão traumática
exercida sobre uma região do corpo por agente contundente na qual a pele resiste.
A estrutura agredida nem sempre apresenta lacerações no meio externo, mantendo
assim a continuidade da estrutura tecidual onde sofreu a lesão. Comumente associada
ao traumatismo de tecidos como músculos, ossos e demais estruturas moles do
organismo. As contusões podem ser consideradas leves, moderadas ou graves.
No caso do acidente relatado aqui, a contusão aconteceu por um traumatismo
direto, em que o agente resistente (bicicleta e o chão) se chocaram diretamente com
a estrutura muscular.

Título: Variáveis do ambiente


Fonte:https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-andando-de-bicicleta-1443527/

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Quanto maior as variáveis no ambiente que se pratica o esporte, maior a chance


de acidentes

Sabendo que qualquer ciclista está sujeito a quedas e outros tipos de acidente, os
adeptos das estradas e trilhas são os mais propensos a sofrer com essa situação.
As características do percurso e os desafios do ambiente irregular no piso, pedras e
outros obstáculos não são raros na rotina dos trilheiros.
De acordo com Flegel (2015) os tipos de acidentes que ocorrem nas diferentes
modalidades do ciclismo estão sim relacionados ao tipo de terreno que se pratica a
modalidade. Estamos falando de terrenos que, por natureza, são totalmente irregulares
e imprevisíveis. Além disso, as mudanças causadas pelas alterações climáticas (chuva,
vento etc.) fazem surgir mudanças na pista que surpreendem e podem derrubar os
ciclistas menos cuidadosos. Basta depararmos com uma pedra descoberta pela ação
dos pneus das bikes ou um buraco que a chuva da noite encheu de água.
Os tombos são praticamente inevitáveis, mesmo para aqueles que possuem uma
vasta experiência no ambiente e também na modalidade do ciclismo.
Outro fator que pode provocar um acidente é a técnica de fazer uma curva ou a
habilidade de reagir sobre as variações de direção de uma trilha. Aliado a esses dois
fatores, surgem também as inclinações do terreno.
E por último, a terra molhada, areia ou cascalho, seja lá qual for a condição do
terreno, a situação muda e exige do atleta muito mais sensibilidade na hora de frear
ou acelerar a bicicleta, pela alteração do atrito das rodas com o solo.

A preparação física e mental correta pode evitar acidentes nas práticas esportivas

Flegel (2015) destaca que os tipos de acidentes causados pela falta de conhecimento
do próprio corpo, aqui estamos falando de todos os aspectos envolvidos: psicológico,
fisiológicos e emocionais, em que uma falta de atenção pode torná-lo de atleta a vítima
de um acidente. Esses perigos costumam acontecer mais rotineiramente com quem
acha que a habilidade de guiar a bicicleta já é suficiente para garantir a segurança
do pedal em qualquer condição. Acontece que as variações do ambiente torna-o
imprevisível. São comuns as alterações no percurso e uma desatenção ou cansaço
excessivo podem ampliar os riscos de um acidente.

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Além disso, manobras arriscadas, ultrapassagens sem a devida sinalização e


velocidade acima da recomendada são a receita para aumentar as chances de acidentes
com as bikes.
Outra causa comum de acidentes que pode ocorrer em qualquer modalidade, mas
é maximizada quando falamos das trilhas, é o uso de equipamentos adequados para
a modalidade: capacetes, luvas, sinalização e iluminação adequadas, roupas para a
proteção do sol e recipiente para água.
Com o relato que fizemos no início dessa aula, não é muito difícil concluir que as
boas práticas ajudam a evitar acidentes ou quando acontecem, as lesões são bem
menos graves. Atenção e cuidado redobrados na hora de escolher o trajeto, saber
suas limitações, adquirir equipamentos adequados à prática da modalidade. Por fim,
a preparação corporal para a realização de um esforço maior.
E mesmo com todos esses cuidados e com toda essa preparação e planejamento
nosso colega de pedalada Reginaldo sofreu um acidente bem grave. A sorte é que
não estava pedalando sozinho. No caso de um acidente distante da cidade e sozinho,
é fundamental ter conexão com a internet por equipamentos de localização ou ter o
aparelho celular junto com o kit de manutenção rápida.
A principal dica no caso de queda é sempre manter a calma. Tente fazer uma
avaliação criteriosa do seu estado geral, evitando movimentos bruscos antes de ter
certeza que não se feriu com gravidade.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

MARCOS ANDRÉ DA LUZ PREVENÇÃO DE LESÕES ARTICULARES EM ATLETAS


DE SKATE NA CIDADE DE CURITIBA Monografia apresentada à Disciplina Seminário
de Monografia como requisito parcial para conclusão do curso de Licenciatura em
Educação Física, do Departamento de Educação, do Setor de Ciências Biológicas,
da Universidade Federal do Paraná. Publicado em: 2001. Disponível em: https://
www.acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/61352/MARCOS%20ANDRE%20
DA%20LUZ.pdf?sequence=1

O skate por se caracterizar como um esporte de alto impacto para as articulações,


bem como facilidade em quedas bruscas do praticante, que podem causar lesões, exibe
uma alta incidência de atletas com as mais diversas lesões, inclusive as articulares.

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A falta de consciência em utilizar equipamentos de proteção corporal; conhecimento


dos atletas em condicionamento físico e treinamento desportivo; bem como a falta de
profissionais qualificados em atividade física ou medicina desportiva atuando como
orientadores das sessões de treino dos skatistas, contribui para essa perspectiva
negativa.
Existe a necessidade de alertar os praticantes e atletas de skate, quanto à necessidade
de prevenir possíveis lesões articulares, através de exercícios de alongamento e um
adequado treinamento acompanhado de um profissional de Educação Física, bem
como o uso de equipamentos de segurança.
Em minha opinião, as instalações onde se pratica o skate são as mais diferentes
possíveis, devido às várias modalidades praticadas; rapidamente: na modalidade vertical
o atleta percorre uma pista em forma de U, com piso de cimento liso, que em geral é
construída com mais de 3 metros de altura em suas extremidades.
Na modalidade Street, são usadas as ruas de asfalto e seus obstáculos naturais,
como meio-fio, buracos no chão, escadas, corrimão e bancos entre outros; também
são utilizadas as “skate-park” (pista de skate), parte em piso de cimento, parte em
madeira.
Na modalidade downhill, o skatista desce ladeiras em alta velocidade onde deve
vencer curvas e obstáculos do percurso. Fica claro que as possibilidades de se criar
uma lesão são muito grandes devido aos locais utilizados para a prática desse esporte.
Mônica Marques, professora de Educação Física especializada em Fisiologia do Exercício
pela Escola Paulista de Medicina, diretora da Companhia Athletica de São José dos
Campos é escolhida Profissional do Ano 1998, pela Fitness Brasil, alguns fatores que
podem contribuir na ocorrência de lesões devido a prática de atividade física: uso de
calçados inapropriados para o esporte ou a atividade praticada, execução incorreta
de determinados movimentos, o que coloca as articulações em um posicionamento
inadequado; assimetria de força e flexibilidade (por exemplo, musculatura anterior
muito mais forte ou flexível que a posterior); ausência de aquecimento na fase inicial
da atividade; falta de flexibilidade; solo irregular (como buracos e desalinhamentos)
ou rígido demais (asfalto, concreto), dificultando o amortecimento; transição brusca
entre os movimentos.
Há necessidade de se escolher o devido tipo de calçado para cada atividade física/
desportiva. O que se percebe é que o skatista usa tênis de sola baixa, que não ajuda

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na absorção de impactos, o que já vem sendo superado por alguns modelos à venda
no mercado; e de cano baixo, deixando a articulação do tornozelo desprotegida.
Proteção Corpórea, condição do tempo, objetos do esporte, doping, vida diária,
predisposição para o esporte e inaptidão para a prática esportiva, como fatores
predisponentes ao aparecimento de lesões. Na prática do “skateboard”, é comum a
recomendação de uso de proteção corporal sendo que os principais equipamentos
de proteção são: • caneleiras; • joelheiras; • capacete.
Os equipamentos são encontrados em qualquer loja especializada em skate;
entretanto, basta permanecer alguns minutos em uma “skate-park” e observar com
é comum a não utilização destes equipamentos. Neste mesmo sentido, o próprio
objeto SKATE, que por suas características - uma prancha de madeira com superfície
áspera (lixa), eixos de material metálico e rodas rígidas de poliuretano - pode se tornar
o elemento causador de um trauma ou lesão.
Os pontos colocados na elaboração do problema - o skate como causador de lesões
articulares, a falta de profissionais qualificados para acompanhar o treinamento e a
falta de uso de equipamentos de proteção corporal - parecem óbvios, porém vêm com
a intenção de iniciar a conscientização dos atletas e praticantes quanto ao grau de
complexidade que uma lesão pode vir a atingir.

Atletas que praticam modalidades esportivas individuais precisam saber as


estratégias de auto socorro

NOTÍCIAS DO ASSUNTO
Idoso tem parada cardíaca e é socorrido por funcionários de academia em
Copacabana. Publicado em 18/08/2014. Disponível em: https://www.confef.org.
br/confef/comunicacao/clipping/774
Quando viu um pequeno tumulto do outro lado da rua da academia onde dava aula,
na Rua Dias da Rocha, em Copacabana, Zona Sul do Rio, o educador físico [o termo
correto é Profissional de Educação Física]Ramon Marques [CREF 019699-G/RJ], de 33
anos, não hesitou. Correu para o meio da confusão e se deparou com o idoso Arnaldo
Assis, de 78 anos, caído no chão, em parada cardíaca. Imediatamente, ele e o colega
Amauri Marcello [CREF 000113-G/RJ] iniciaram os primeiros socorros, como mostra
o vídeo recebido pelo WhatsApp do Extra.

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— Ele já estava em parada cardíaca, com os sinais vitais fraquíssimos. Estava roxo.
Começamos a fazer a massagem cardíaca e a respiração (boca a boca) nos revezando,
porque é extremamente cansativo — conta Marques, funcionário da academia Bodytech.
— Ele reagiu muito bem e a gente conseguiu recuperar os sinais vitais todos. Quando
a ambulância chegou, já tínhamos colocado ele na posição de segurança (deitado de
lado) e ele já respirava normalmente.
O idoso, que não é aluno da academia, estava com a mulher e a filha na rua quando
passou mal. Depois de ser socorrido pelos educadores físicos [o termo correto é
Profissional de Educação Física], Assis foi levado pelos bombeiros à Coordenação de
Emergência Regional do Leblon. Ele teve uma suspeita de AVC e foi transferido para
uma unidade particular.
Marques trabalha com idosos há 15 anos, mas só tinha feito um resgate deste tipo,
há alguns anos, quando socorreu um banhista na praia. Na ocasião, ele também teve
pouca infraestrutura para auxiliar a vítima, mas conseguiu reanimá-la. Questionado
se a experiência lhe deixou emocionado, Marques admitiu:
— Eu sou meio frio. Não tenho religião, mas cheguei em casa e agradeci a Deus.
Meu pai também é cardíaco, já teve dois infartos e tem cinco stents. Pedi que sempre
tenha alguém com o mesmo preparo que eu perto dele, se precisar um dia. Fonte: Extra

As histórias dos acidentes do passado servem de lição para prevenir os acidentes


do futuro.

ASSISTA OS VÍDEOS NA ÍNTEGRA

Em 2026 a Revista SuperInteressante publicou os 16 grandes acidentes do


esporte. Não são apenas os torcedores que sofrem nas competições esportivas.
Tem muito atleta que dá o sangue, os ossos e outras partes do corpo em busca
da vitória. Por Diogo Antônio Rodrigues. Leia mais em: https://super.abril.com.br/
mundo-estranho/16-grandes-acidentes-do-esporte/

CABEÇA DURA: Após ficar revoltado com a marcação de uma falta, em um jogo
do campeonato grego de basquete de 1993, o sérvio Boban Jankovic descontou sua
raiva dando uma cabeçada no suporte da tabela.

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VÃO-SE OS DEDOS: Em uma partida da liga de futebol americano dos EUA, em


1985, a mão esquerda do defensor Ronnie Lott,do San Francisco 49ers, ficou presa
entre seu capacete e o de um rival. O impacto ...

MEGATOMBO: Jake Brown estava arrepiando na competição da megarrampa dos


XGames, em 2007. Na hora de voltar pro half-pipe e finalizar a volta, o australiano
perdeu o skate e sofreu uma queda livre.

MORTE NA NEVE: Em janeiro de 2013, Caleb Moore competia na etapa de Aspen


dos XGames saltando com snowmobile. Ao dar um mortal, o veículo de cerca de 200
kg não completou a volta no ar e caiu.

PERNAS PRA QUE TE QUERO: No Brasileirão de 2008, Maikon Leite, jogando pelo
Santos, dividiu uma bola com o então goleiro do Flamengo, Bruno e se feriu gravemente.

DO PÉ VIRADO: Em 2008, Martin Taylor, futebolista do Birmingham, da liga inglesa,


rachou muito mais do que a bola numa disputa com o brasileiro naturalizado croata
Eduardo da Silva.

BARRA PESADA: Um dos acidentes mais chocantes das Olimpíadas de 2008, em


Pequim, foi o do levantador de peso húngaro Janos Baranyai. Ao tentar levantar 148
kg, o ombro direito saiu do lugar.

FAMA DE ASSASSINO: A canhota do tetracampeão mundial Branco disparou para


vários gols e deu origem a dois mitos: o de que matou um jogador da Escócia na
Copa de 1990.

ONDA MALDITA: As ondas de Mavericks, na Califórnia, estão entre as maiores do


mundo, com até 25 m. Ali, o big rider (surfista de ondas gigantes) Sion Milosky caiu
da prancha em 2011 e uma sequência assustadora de ondas quebraram sobre ele.

PISANDO EM FALSO: Em um jogo de basquete entre o Los Angeles Clippers e o


Charlotte Bobcats, em 2007, Shaun Livingston roubou a bola e partiu para a cesta,
fintando o marcador com um salto.

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DOS PÉS À CABEÇA: Chelsea e Arsenal jogavam em 2008 e os “blues” cobraram


um escanteio: com a bola pipocando na área, o capitão John Terry cabeceou o pé do
rival Abou Diaby. Terry caiu no chão, inconsciente.

NÃO DESISTE NUNCA: Em 2000, o título do Pride, extinto torneio de MMA, foi
decidido entre o japonês Kazushi Sakuraba e o brasileiro Renzo Gracie. No 2º round,
Sakuraba encaixou uma chave de braço causando lesão no adversário.

Qual o limite do corpo humano em lidar com a biomecânica do corpo e a natureza?

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Morrem por hipotermia 21 corredores de uma ultramaratona de montanha na China.


Os 172 participantes da prova, que ocorreu perto da cidade de Baiyin, na província
de Gansu, foram surpreendidos por granizo, chuva congelante e ventos fortes

Equipes de resgate trabalham em Baiyin (China) para ajudar os participantes da ultramaratona.

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Vinte e um corredores de uma ultramaratona de 100 quilômetros na China morreram


de hipotermia neste domingo após serem surpreendidos por granizo, chuva congelante
e ventos fortes, de acordo com a mídia estatal. Os outros 151 participantes da corrida
de montanha estão sãos e salvos, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua,
segundo a qual 172 pessoas participavam da corrida.
A última vítima foi encontrada às 9h30, horário local, mas “já havia perdido a vida”,
relatou a emissora de televisão CCTV, citando o centro de primeiros socorros local.
“Isso implica que o incidente causou um total de 21 mortes”, acrescentou a CCTV.
Entre os mortos na tragédia estão dois veteranos da maratona nacional, Liang Jing e
Huang Guanjun, informa a imprensa local, citando o treinador do primeiro, Wei Pulong,
e um amigo deste último, que afirmou que a morte foi confirmada pelos organizadores
da prova. Liang ganhou várias maratonas na China nos últimos anos. Huang, que era
surdo e mudo, venceu a maratona masculina para deficientes auditivos nos Jogos
Paralímpicos Nacionais de 2019, em Tianjin.
A ultramaratona foi disputada no parque florestal de pedras do Rio Amarelo, próximo
à cidade de Baiyin, na província de Gansu. Oito dos participantes foram tratados
no hospital por ferimentos leves, relatou o prefeito de Baiyin, Zhang Xuchen. “Por
volta do meio-dia, a seção de alta altitude da corrida, entre os quilômetros 20 e 31,
foi repentinamente afetada por condições climáticas desastrosas. Em pouco tempo,
granizo e chuva congelante caíram repentinamente sobre a área, e houve fortes ventos.
A temperatura caiu drasticamente“, explicou Zhang Xuchen. Pouco depois de receber
ligações de alguns participantes pedindo ajuda, os organizadores da maratona enviaram
uma equipe de resgate que conseguiu salvar 18 corredores, acrescentou.
“Este é um incidente de segurança pública causado por mudanças repentinas
no clima em uma região local”, disse o prefeito, acrescentando que as autoridades
provinciais investigariam minuciosamente as causas. Mais de 700 equipes de resgate
se mobilizaram para procurar os desaparecidos. Imagens da mídia local mostraram
equipes de resgate com faróis escalando o terreno rochoso à noite. Os corredores da
ultramaratona foram embrulhados em cobertores de emergência. “Todo o meu corpo
ficou encharcado, incluindo os sapatos e as meias. Não conseguia ficar de pé por
causa do vento, tinha muito medo de que me levasse embora. O frio estava ficando
cada vez mais insuportável “, declarou um sobrevivente à imprensa local.
A temperatura continuou a cair à noite, tornando os esforços de resgate e a busca
de desaparecidos ainda mais difíceis, segundo a Xinhua. Gansu, uma das regiões mais

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pobres da China, faz fronteira com a Mongólia ao norte e com Xinjiang a oeste. No
passado, esta província foi atormentada por inundações e deslizamentos de terra. Os
deslizamentos causaram mais de 1.000 mortes em uma cidade da região em 2010.
O local também é suscetível a terremotos. A floresta de pedras do Rio Amarelo é
conhecida por sua paisagem montanhosa acidentada, marcada por estalagmites e
pilares de pedra, e costuma ser o cenário de muitos programas de televisão e filmes
chineses, de acordo com o China Daily. Maratonas e esportes radicais se tornaram
populares entre a classe média chinesa nos últimos anos.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Atleta morre em prova de maratona aquática em Salvador Empresário morreu


em prova de maratona aquática Imagem: Reprodução/Facebook Luiza Oliveira Do
UOL, em São Paulo 17/02/2019 15h49 O empresário Walter José Stamford Júnior
morreu durante uma prova de natação, em Salvador-BA, neste domingo. Veja mais
em https://www.uol.com.br/esporte/natacao/ultimas-noticias/2019/02/17/atleta-
morre-em-prova-de-maratona-aquatica-em-salvador.htm?cmpid=copiaecola

Ele disputava a primeira etapa do Campeonato Baiano de maratonas aquáticas


na praia do Museu de Arte Moderna (MAM). As causas da morte ainda não foram
divulgadas, mas o presidente da Federação Baiana de Desportos Aquáticos, Diego
Albuquerque, afirma que tudo indica que o atleta teve um mal súbito durante a prova.
O empresário Walter José Stamford Júnior morreu durante uma prova de natação,
em Salvador-BA, neste domingo. Ele disputava a primeira etapa do Campeonato Baiano
de maratonas aquáticas na praia do Museu de Arte Moderna (MAM). As causas da
morte ainda não foram divulgadas, mas o presidente da Federação Baiana de Desportos
Aquáticos, Diego Albuquerque, afirma que tudo indica que o atleta teve um mal súbito
durante a prova. -
“O que foi falado pela equipe médica é que ele deve ter sofrido algum mal súbito
e perdeu a consciência. A orientação da prova é que os atletas levantem os braços
como sinal de socorro quando têm algum tipo de problema, mas ele não fez isso.
Tem vários barcos de socorro na travessia”. Segundo ele, Walter passou mal quando
estava no fim da primeira volta da travessia que tinha 3 km no total. Diego afirma que
o resgate foi muito rápido e que a prova tem ampla estrutura de resgate. “O Salvamar

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chegou muito rápido. Na prancha de salvamento, fizeram as primeiras manobras de


reanimação. Logo depois, colocaram no barco, continuaram as manobras na areia.
Ele foi para a ambulância UTI.
É com pesar que a Federação Bahiana de Desportos Aquáticos (FBDA) informa
que o atleta Walter Stamford Jr, 51, faleceu durante a realização da prova Principal na
primeira etapa do Campeonato Baiano de Maratonas Aquáticas, neste domingo (17),
na praia do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), em Salvador. Ao que tudo indica,
ele teve um mal súbito, mas não podemos confirmar. Antes, recebeu os primeiros
atendimentos pela equipe do Salvamar, que agiu rapidamente, com massagem cardíaca
de ressuscitação. Em seguida, foi levado a uma ambulância de UTI avançada da
Federação. Depois, equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e
do Corpo de Bombeiros também prestaram socorro.

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CAPÍTULO 5
CAUSAS DOS ACIDENTES
DURANTE AS PRÁTICAS DE
ATIVIDADES FÍSICAS.

5.1 Análise dos possíveis agentes causadores de acidentes;

5.2 Orientações sobre a utilização dos espaços e equipamentos;

5.3 Sinalização de agentes de risco para acidentes;

O ano foi 2022, a família reunida em um clube da cidade de Marília-SP para um


final de semana. Como de costume as atividades físicas são sempre a opção mais
aceita por todos nós. E a prática esportiva da vez foi o patins. Na pista, uma grande
quantidade de praticantes: crianças, adultos e idosos. Me arrisquei em tentar patinar.
Com o apoio de uma barra fixa, fui dando os primeiros movimentos. Logo tomei
coragem de soltar as mãos da barra e fazer um pequeno deslocamento até a parede.
No meio do caminho me desequilibrei e tomei um baita capote. Estava usando luvas,
joelheira e capacete, mas o maior impacto foi a bunda. Lesionei o cóccix e fiquei dois
trinta dias sem fazer atividade física.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Domingo de atividade esportiva no clube: o capote do patins.

Analisando a situação relatada acima, o que podemos dizer sobre as causas dos
acidentes durante as práticas esportivas?
Flegel (2015) destaca que as principais causas de acidentes na educação física
e nos esportes são: inabilidade do principiante, desigualdade corporal e/ou técnica,

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idade, desprezo ao perigo, causas imprevisíveis e supertreinamento (overtraining). A


seguir analisaremos uma por uma.
A Inabilidade do principiante. Um dos princípios básicos da educação física é o ensino
das atividades de maneira progressiva, ou seja, inicia-se com exercícios simples e a
medida que as aulas vão se desenvolvendo novos elementos motores são adicionados
aos exercícios tornando-os mais complexos. Neste contexto o cuidado com o aluno ou
atleta principiante deve ser redobrado, pois devido a sua inexperiência e incapacidade
técnica ele tende a executar os movimentos de maneira incorreta, podendo, em muitos
casos, ser fonte originária de lesões em si mesmo e nos alunos que o rodeiam. Por
isso mesmo sempre o supervisione de perto, não permitindo que pratique atividades
com um alto grau de complexidade ou potencialmente perigosas.
A desigualdade corporal e/ou técnica. Ao planejar uma atividade, equilibrar as
condições dos alunos e atletas. Sempre se faz recomendável dividi-los segundo o
tamanho, maturidade física, habilidade técnica e experiência de cada um. Hoje em
dia, por exemplo, acidentes acontecem no futebol porque garotos de 7 e 8 anos já
competem com garotos de 14 e 15 anos em alguns torneios estudantis, e no contato
corpo a corpo as lesões podem ser geradas. Esta é uma causa fácil de ser eliminada
mas que ainda é muito observada nos acidentes durante treinamentos e aulas nas
escolas.
A idade. Esta talvez seja a causa com a qual os educadores físicos e técnicos
esportivos tenham que tomar os maiores cuidados. Sempre deve-se observar a idade
do indivíduo praticante para saber se ele possui um desenvolvimento psicológico e
principalmente fisiológico capaz de suportar determinada carga de atividades a ser
aplicada durante a aula e durante os treinamentos. Por exemplo: dependendo da idade
de uma pessoa o seu desenvolvimento ósseo pode não estar completo ou então
pode estar em estado degenerativo. Portanto, um trabalho com cargas acima do
limite ósseo de um jovem pode facilmente originar fraturas e artrites. Já em idosos,
luxações e fraturas também são muito observadas; isto sem contar com as rupturas
musculares, muito comuns em virtude da maior fragilidade e menor elasticidade dos
músculos quando uma pessoa atinge esta faixa etária.
O desprezo ao perigo. Em muitos acidentes na ginástica as barras assimétricas
acabam por quebrar justamente quando a atleta está realizando a sua rotina de
exercícios. O motivo mais alegado para o rompimento das barras é que elas não foram
vistoriadas antes dos exercícios. Este é um exemplo de acidente causado pelo desprezo

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ao perigo. Tanto nas aulas de educação física quanto nos treinamentos esportivos é
de fundamental importância que você, professor ou técnico, assegure-se de que os
atletas estão usando equipamentos seguros e de boa qualidade, assim como também
se faz necessária uma vistoria completa do equipamento a ser utilizado antes de cada
atividade. Os alunos também devem saber utilizar os materiais da forma correta para
não sofrer algum acidente durante a realização dos exercícios.
As causas imprevisíveis. São circunstâncias em que não há como se proteger. Um
exemplo é o de um corredor de 100 metros livres que no meio da corrida é obrigado
a parar subitamente porque algum desavisado entrou no meio da pista. A parada
súbita pode provocar lesões. Outro exemplo é o de um nadador que em uma prova de
resistência sente cãibras no meio da piscina. Não há como se precaver. Esta é uma
causa que nunca pode ser totalmente eliminada.
O supertreinamento ou overtraining. Neste caso o que pode-se dizer é que todos
os tecidos do organismo humano tem um determinado limite funcional. Toda vez que
os tecidos são requisitados de forma exagerada é instalado o estado de fadiga, na
qual o tecido não responde mais a um estímulo recebido. A fadiga não só representa
um mal próprio como também é a causa que predispõe o organismo aos acidentes
desportivos. Portanto, você que é técnico esportivo deve realizar um treinamento a
base de exercícios que aumentem progressivamente a capacidade física do desportista,
levando-o a adquirir um estado de equilíbrio fisiológico que lhe permite realizar todas
as suas atividades com o melhor rendimento possível. Neste contexto nunca permita
que seu atleta treine ou participe de competições se não estiver apto a realizar tais
atividades sem dor ou sem perda de função

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Os responsáveis por promover os grandes eventos esportivos precisam ter um olhar


atento para as causas dos acidentes.

A partir da análise das causas de acidente apontadas por Flegel (2015) leia as
notícias a seguir e tente identificar as possíveis causas dos acidentes.

Notícia 1 - 24/09/2006 - 14h08m - Atualizado em 24/09/2006 - 18h54m


DARDO FURA O PÉ DE ÁRBITRA EM PROVA DE ATLETISMO

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Árbitra teve o pé esquerdo perfurado no Troféu Brasil de Atletismo.

A árbitra Lia Mara Lourenço teve o pé esquerdo perfurado por um dardo durante
prova no Troféu Brasil de Atletismo, competição disputada no Ibirapuera, na Zona Sul
de São Paulo. O impacto do dardo atingiu o quinto metatarso, causando uma fratura
externa do osso. Após ser atingida, a árbitra foi levada ao Hospital do Servidor Público,
onde foi operada na tarde deste domingo (24). Lia Mara Lourenço chegou ao hospital
com parte o dardo fincado em seu pé. O objeto foi serrado no caminho para facilitar
o trabalho dos médicos.
O acidente aconteceu pouco antes do meio-dia. A árbitra atingida estava na área
de lançamento quando o dardo caiu em seu pé. Consciente após a cirurgia, ela pediu
para ser transferida para um hospital de seu plano de saúde. Ainda não há previsão
de quanto tempo ela terá que ficar internada.

Notícia 2 publicada em 13/07/07 - 18h17 - Atualizado em 13/07/07 - 22h48: Atleta


francês é ferido por dardo na Itália. Salim Sdiri foi ferido nas costas durante o Golden
Gala, em Roma. O dardo foi lançado na direção errada pelo finlandês Tero Pitkamaki.

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O atleta francês Salim Sdiri foi ferido acidentalmente por um dardo nesta sexta-feira
(13), durante a liga de atletismo do Golden Gala, em Roma.

O francês Salim Sdiri, no momento em que foi atingido pelo dardo


Foto:Reprodução/”Gazzetta dello Sport”

Sdiri foi ferido nas costas pelo dardo lançado pelo finlandês Tero Pitkamaki, do outro
lado da arena montada no Estádio Olímpico. Ele foi socorrido no local antes de ser
levado ao hospital. “Ele foi ferido do lado direito. Ele está consciente, mas ainda não
sabemos a profundidade nem a gravidade do ferimento”, disse Giuseppe Fischetto,
médico da Federação Italiana de Atletismo.
Pitkamaki havia perdido o equilíbrio na hora de fazer o lançamento, o que fez com que
o dardo desviasse sua rota e caísse no saltador francês. O finlandês ficou em choque
quando viu o que havia acontecido. Sdiri estava em quarto lugar na competição de
salto em distância no momento em que o acidente aconteceu. Ele havia saltado 7,88
metros em sua primeira tentativa. As competições de salto em distância e lançamento
de dardo aconteciam simultaneamente.

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O atleta francês Salim Sdiri foi socorrido dentro do estádio antes de ser levado ao hospital
Foto: Alessandro Bianchi/Reuters

Notícia 3: Atleta cubana morre ao ser atingida por martelo de competição Alegna
Mayari morreu após ser atingida por equipamento em treino Imagem: Reprodução/
Redes sociais Do UOL, em São Paulo 29/07/2021 15H02 Promessa para os Jogos
Olímpicos de Paris 2024, a atleta cubana Alegna Osorio Mayari morreu após ser atingida
na cabeça por um martelo usado em competições de arremesso de peso. O acidente
aconteceu em abril e ela passou três meses em coma antes de morrer. A atleta de
19 anos participava de um treino de atletismo em Cuba quando foi atingida pelo
equipamento. Alegna era uma das promessas da delegação de Cuba para as Olimpíadas
de Paris em 2024.... - Veja mais em https://www.uol.com.br/esporte/olimpiadas/ultimas-
noticias/2021/07/29/atleta-cubana-morre-ao-ser-atingida-por-martelo-de-competicao.
htm?cmpid=copiaecola

Notícia 4: Corredor empalado por dardo deu a volta por cima e chegou aos Jogos
Olímpicos
Jogos de Tóquio: https://esportes.yahoo.com/noticias/corredor-empalado-
por-dardo-deu-a-volta-por-cima-e-chegou-aos-jogos-olimpicos-074306997.

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1 de agosto de 2021·2 min de leitura
Neste artigo: Elija Godwin é uma daquelas pessoas que pode falar que “nasceu de
novo”. O corredor americano sofreu uma lesão assustadora em 2019 que, por muito
pouco, não o levou a óbito. Elija estava realizando um treino de corrida de costas
e não percebeu que havia um dardo na pista e angulado para cima. O americano
acabou caindo em cima do dardo, que atravessou suas costas, seu ombro e perfurou
seu pulmão esquerdo. Por milímetros o dardo não atingiu o coração do Elija. Godwin
revelou que sentiu apenas um pequeno soco nas costas e que, a princípio, não achou
que era algo grave. Ele só percebeu que era algo sério quando olhou para trás e viu
o dardo atravessando o seu ombro. A preocupação logo se transformou em pânico
quando ele começou a cuspir sangue. “Eu assisto muitos filmes, e sei o que acontece
quando sangue começa a sair da sua boca.”, afirmou Godwin. “Eu comecei a pensar.
Está tão ruim assim? Agora é hora de começar a rezar”.
O americano afirmou em entrevista após o acidente que acreditou, naquele momento,
que ia falecer. Seu pulmão esquerdo colapsou e ele teve que passar por uma demorada
e delicada cirurgia para retirar o dardo. Apesar da lesão assustadora, Godwin revelou
que menos de um mês depois de sair do hospital ele já estava correndo novamente,
contrariando todas as recomendações médicas. Em entrevista para o Yahoo Sports,
o americano afirmou: “Toda vez que eu estava sozinho em casa eu aproveitava para
sair e correr o máximo que conseguisse. Na primeira vez, eu só consegui correr até
o fim do primeiro quarteirão, mas eu sabia que era um processo. Eu estava confiante
que, caso eu continuasse, iria valer a pena no final.” A recuperação foi longa e dolorosa,
mas valeu a pena.
Dois anos após o terrível acidente que quase o matou, Elija competiu nos Jogos
Olímpicos de Tóquio e conseguiu levar uma medalha para casa. O americano foi
medalhista de bronze no revezamento 4x400m misto, coroando sua incrível recuperação.
Elija também disputou a final dos 400m rasos individual e terminou a prova na 6°
colocação. A participação do americano nos Jogos ainda não acabou. Ele ainda
disputará a final do revezamento 4x400m, que será disputada no dia 07 de agosto.

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ANOTE ISSO

A prevenção é a melhor maneira de atuar nas diferentes causas dos acidentes.

Segundo Flegel (2015) Acidentes são lesões e alterações secundárias produzidas,


acidental e instantaneamente, sobre os tecidos pela ação de forças que, divulgadas a
um agente específico, atingem estes tecidos com intensidade igual ou superior ao limite
de resistência destes. Estudos recentes demonstram que taxas de lesões relativamente
altas entre alunos do ensino médio vem sendo observadas frequentemente. As aulas
de educação física e esportes são as que apresentam maior índice de lesões. Visto
isso, o educador físico ou técnico esportivo deve estar ciente de que é o principal
responsável pela saúde e bem-estar de seus respectivos alunos e atletas durante suas
aulas, já que a presença de um médico ou massagista no local do acidente quase
nunca é observada.
Uma situação prática esportiva aconteceu com o ginasta Kim Evans durante um
treinamento. O atleta caiu das barras assimétricas e chocou-se violentamente contra
o solo. Ao cair ficou deitada de bruços e parecia inconsciente. A sua técnica, Sue
Calhoun, virou-a para verificar se ela estava respirando. Kim tinha sofrido uma fratura
nas costas e perdeu a função das duas pernas. A técnica foi processada pelos pais de
Kim e condenada por negligência, em virtude de não ter prestado assistência médica
adequada. Desta situação prática percebe-se a grande importância que professores
de educação física e técnicos esportivos tem durante a realização de suas aulas.

ANOTE ISSO

Quanto maior as variáveis no ambiente que se pratica o esporte, maior a chance de


acidentes.

Após analisar as seis causas de acidentes durante as práticas esportivas e que


também podem surgir nas diferentes situações de aula da Educação Física, podemos
estabelecer conclusões preliminares: a primeira é de que algumas das causas
apontadas podem ser diretamente alteradas a partir de ações preventivas. Como por
exemplo, não colocar atletas com uma diferença de idade muito grande para praticar
esporte de contato e invasão. Outro exemplo, é a utilização de materiais esportivos

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de segurança, a evolução dos equipamentos esportivos, por meio de pesquisas e


investigação, melhoram a eficiência dos materiais e também seu grau de proteção.
Por outro lado, as causas imprevisíveis não são passíveis de eliminação durante as
aulas ou treinamentos esportivos.
De qualquer forma, o professor de Educação Física é o responsável por pensar
em alternativas que reduzam as causa de acidentes no seu ambiente de trabalho. A
mensagem que podemos deixar para todos os professores é que busquem formação
sobre assunto e realizem estudos mais aprofundado a respeito do tema em questão,
pois para se atender as expectativas de pais, atletas e autoridades legais é preciso estar
pronto a prestar uma assistência emergencial adequada, sempre, é claro, utilizando
somente os conhecimentos que você está qualificado a aplicar.

ANOTE ISSO

Se capacitar constantemente em primeiros socorros é estar sempre preparado para


o imprevisível.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Professora de Educação Física salva morador de rua. Publicado em: 27/09/2019,


Disponível em: https://cref1.org.br/aesbv/professora-de-educacao-fisica-salva-
morador-de-rua

Conhecimento técnico e agilidade para atuar em situações de risco foram as


habilidades utilizadas pela carioca Jaqueline Sampaio de Oliveira, 29, moradora de
Botafogo, para fazer a diferença. Formada em Educação Física desde 2012, a professora
usou os conhecimentos adquiridos na capacitação em Suporte Básico de Vida para
salvar a vida de um morador de rua.
O caso ocorreu na última quinta-feira (26) quando esperava o ônibus após a jornada
de trabalho no salão de Musculação. Pouco tempo depois de chegar ao ponto de
ônibus, ela percebeu que um morador de rua estava convulsionando e se prontificou
a ajudá-lo.
“Eu como profissional de Educação Física, tendo realizado o curso de SBV, não
pensei duas vezes em socorrer aquele morador de rua e prestar os primeiros socorros.

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Pedi para ligarem para o SAMU e o corpo de bombeiros, enquanto eu virava ele de
lado para que não se engasgasse”, relembra.
A professora se manteve em atendimento até a chegada da ambulância. Para
Jaqueline, o seu maior medo foi o de não conseguir salvar a vítima. Ela já tinha atuado
em outras situações que exigiram seus conhecimentos de primeiros socorros. “Essa
é a importância do CREF1: oferecer o curso para que possamos fazer o bem sem
olhar a quem”, reflete. A experiência e a formação técnica fizeram a diferença na hora
de prestar o socorro.

O Suporte Básico de Vida é fundamental e disponibilizado gratuitamente à todos


os profissionais de Educação Física registrados no CREF1. Assim como Jaqueline,
outros professores evitaram que o pior acontecesse por conta dos conhecimentos
adquiridos durante a capacitação.
De acordo com a Lei estadual 7696/2017, as academias, clubes, associações,
escolinhas esportivas e demais organizações que oferecem serviços de atividades físicas,
esportivas e similares, devem apresentar profissionais de educação física capacitados
para o atendimento de emergência durante todo seu período de funcionamento.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Profissional usa técnicas de SBV em ocorrência no RioShopping, Publicado em


22 de agosto de 2018, Disponível em: https://cref1.org.br/aesbv/profissional-usa-
tecnicas-de-sbv-em-ocorrencia-no-rioshopping/

Estar capacitado em Suporte Básico de Vida vai para além da obrigatoriedade,


é a oportunidade de salvar uma vida. Esse fato foi comprovado mais uma vez esta
semana quando um profissional de Educação Física utilizou as técnicas assimiladas
na capacitação para socorrer um vendedor de balas dentro do estacionamento do
RioShopping, na tarde da última segunda-feira (20).
Prof. Fernando Alberto Rezende, ao identificar o ataque epiléptico do vendedor
Roni, prontamente utilizou os procedimentos adequados para prestar os primeiros
socorros com a ajuda de algumas pessoas que estavam em volta. “Não foi necessário
ambulância, pois o mesmo não teve traumas na cabeça e recuperou a respiração assim
que passou as tremedeiras e gorfou. Com a situação estabilizada, e sem ter como
alguém da família acompanhá-lo, o mesmo se sentiu melhor pra voltar para casa”,
disse o profissional que participou da capacitação no dia 21 de julho, na Academia
Personnalité, local onde trabalha.

Equipe da academia: Fernando, proprietário é coordenadores durante capacitação

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O vendedor de balas informou que estava tentando vender balas para comprar um
remédio manipulado para tratar a epilepsia, por que estava sem o medicamento há 5
dias. Depois do episódio, os seguranças do shopping deram água para Roni e cada
um dos curiosos que circundava o vendedor arrecadou R$220,00 para a compra do
remédio.
“Estou muito feliz de ter conseguido ajudar e de poder colocar em prática com
eficiência o que aprendi. Escolhi essa profissão justamente para salvar vidas e promover
a saúde”, concluiu Prof. Fernando.

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CAPÍTULO 6
ANÁLISE DO AMBIENTE
NAS PRÁTICAS DE
ATIVIDADES FÍSICAS

6.1 Avaliar se há risco de vida para o prestador de socorro;

6.2 Ouvir os relatos de outras pessoas que viram o acidente;

6.3 Orientar outras pessoas a auxiliar nos procedimentos de primeiros socorros.

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ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Os esportes de aventura na natureza e os riscos com a fauna e a flora.

Praticando esportes de aventura na escola. O ano foi 2021, o recomeço de muitas


atividades práticas nas aulas de Educação Física escolar. A modalidade de vez foi a
prática da tirolesa. Em um gramado com muitas árvores, conectamos o cabo de aço
nas duas maiores. O cabo fica a uma altura de aproximadamente 1,80 metros do
chão. Utilizamos um carrinho que desliza sobre o cabo. Os alunos seguram no suporte
do carrinho e descem ladeira abaixo fazendo a frenagem com os pés. Tudo muito
seguro e divertido para uma aula de Educação Física escolar. A questão é que durante
a prática da descida da tirolesa, 06 alunos foram picados por abelhas, na seguinte
cena: o primeiro estava andando pelo gramado e foi picado. O segundo e o terceiro,
reconstituindo os passos do amigo, também foram picados. Outros três sairam na
captura do enxame que havia picado os primeiros alunos e também foram picados.
Por fim, descobrimos que no local onde praticamos a tirolesa havia uma espécie de
abelha que constrói sua colméia no chão. Pisamos na casa das pobres abelhas.

ANOTE ISSO

É preciso avaliar a cena do acidente para não se tornar mais uma vítima.

A história que contamos do acidente com as abelhas na descida de tirolesa na


escola é um claro caso de falta de avaliação de cenário. E com isso os acidentados se
multiplicaram, passando de um, para seis. De acordo com Santos (2014), os primeiros
minutos que se sucedem a todo acidente, principalmente nos casos mais graves, são
importantíssimos para a garantia de vida da vítima, principalmente se forem bem
aproveitados pelo Socorrista.As chances de sobrevivência diminuem drasticamente
para as vítimas de trauma que não recebem cuidados médicos especiais dentro de
uma hora após o acidente.
Se o acidentado tiver a sorte de ter um Socorrista por perto, que possa prestar-
lhe os Primeiros Socorros, aumentam as suas chances de recuperação. Da parte
de quem presta o auxílio, há uma verdadeira corrida contra o tempo, onde os seus
conhecimentos técnicos (de primeiros socorros) têm de ser praticados com rapidez e

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eficiência. O autocontrole é fundamental pois, sem ele, atitudes irresponsáveis podem


por em risco a vida do paciente e a sua própria. Dentre tantas providências que se
fazem necessárias nesses casos, o prestador de socorro deve ter bem clara em sua
mente, aquelas realmente produtivas.
Ainda Santos (2014) coloca que sequência lógica a ser seguida pelo prestador de
socorro, na maioria das situações de acidentes, pode ser resumida nas cinco etapas
seguintes: avaliação da cena, entrevista com a vítima ou transeuntes, sinais vitais,
exame da cabeça-aos-pés e transporte ou deslocamento do acidentado, conforme a
situação do acidente.
Para Flegel (2015), os esportes são comuns por suas características: fraturas são
associadas a quedas e colisões; queimaduras são frequentes em esportes ao ar livre;
perfurações dos tecidos moles do corpo, costumam ser provocadas por ferimentos
de materiais esportivos ou socos; e assim por diante. Assim, as lesões decorrem, em
geral, de colisão de bicicletas, quedas, afogamentos e acidentes de skate, picadas e
mordidas de animais, e outras causas.Acontece que, muitas vezes, o acidente ocorre
quando a vítima, no caso do atleta, está sozinha e, chegando auxílio, o prestador de
socorro depara-se com aquela pessoa inconsciente e não sabe, de imediato, a causa
da lesão e/ou da gravidade da mesma.
O fato é que tudo se inicia na avaliação da cena, seja em uma situação clínica,
causada por condições fisiológicas da vítima, como um mal-estar, um ataque cardíaco,
desmaios, intoxicações, seja por situações de trauma, gerada por mecanismos de troca
de energia, como colisões automobilísticas, quedas, queimaduras choques em geral.
De qualquer forma, a primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os
riscos que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se
houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado.
Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente, o número de vítimas e
a gravidade das mesmas e todas as outras informações que possam ser úteis para
a notificação do acidente.
A avaliação prévia da cena do ocorrido é de fundamental importância uma vez que
através dessa medida é possível dimensionar os riscos existentes na cena, evitando-se
até que a própria pessoa que presta o socorro acabe por se tornar mais uma vítima.
De acordo com o SIATE, Manual do Atendimento pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros
do Paraná (2013), deve-se seguir 4 etapas na fase de avaliação da cena, a fim de se
isolar os riscos e poder promover um socorro efetivo até a chegada de profissionais:

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Segurança: É necessário verificar se a cena é segura para poder ser abordada, e


assim procurar tornar o ambiente adequado para o atendimento prévio. Por exemplo,
no caso de acidentes de trânsito, deve-se procurar improvisar um espaço de maneira
a desviar o fluxo de veículos, sinalizando aos carros que vêm no sentido do problema
ocorrido.
Cinemática: Verificar como se deu o acidente ou mal sofrido pela vítima, perguntando
a ela, se estiver plenamente consciente, ou a pessoas próximas que testemunharam
o ocorrido.
Bioproteção: Deve-se procurar maneiras de evitar possíveis infecções através do
contato direto com o sangue das vítimas, usando luvas cirúrgicas se possível, em
situações adversas não deve-se abortar os procedimentos por falta de instrumentos.
Apoio: Deve-se procurar auxílio de pessoas próximas da cena, no sentido de ajudar
a dar o espaço necessário para o atendimento prévio, chamar imediatamente o socorro
especializado, desviar o trânsito de veículos, procurar manter a ordem e a calma entre
as outras pessoas. No caso de não haver pessoas por perto isso deve ser feito com o
máximo de agilidade e tranquilidade, pela própria pessoa que presta o socorro inicial.
O Manual do Atendimento pré-hospitalar do Corpo de Bombeiros do Paraná, o
SIATE (2013) ainda coloca que depois de avaliar o cenário, o prestador de socorro
deve continuar percebendo se: a vítima está em posição confortável, a existência de
hemorragia, parada respiratória, ferimentos, queimaduras e fraturas. Não agravar o
estado da vítima, chamar o socorro médico ou transportar a vítima, se necessário. E
o importante, saber fornecer informações sobre local, horário e condições em que a
vítima foi encontrada, o que já foi realizado de primeiros socorros

ANOTE ISSO

A análise do ambiente requer conhecimentos técnicos e a capacidade de


previsibilidade.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Edson Bindilatti revela medo de perder Olimpíadas após acidente e 25 pontos


Piloto da equipe brasileira de bobsled sofreu corte no rosto durante os últimos
treinos antes dos Jogos de Pequim 2022. Por Flavio Dilascio e Winne Fernandes —

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Pequim, China. 30/01/2022 14h26 https://ge.globo.com/olimpiadas-de-inverno/noticia/


edson-bindilatti-revela-medo-de-perder-olimpiadas-apos-acidente-e-25-pontos.ghtml

Um forte acidente num dos últimos treinos antes do embarque para Pequim por muito
pouco não tirou Édson Bindilatti da sua última Olimpíada de Inverno. Já instalado na
vila olímpica chinesa, o piloto da seleção brasileira de bobsled revelou neste domingo
que sofreu um corte profundo na cabeça. Ele levou 25 pontos, mas pôde embarcar
para a China.
Quando eu sofri o acidente passou um filme na cabeça, foi muito próximo da viagem
para os Jogos. Eu vi que estava sangrando e que o corte tinha sido grande. Passei pelo
médico, fiz tomografia, fiz raio-x, e ele me tranquilizou. É uma região que a cicatrização
realmente acontece rápido, já consegui até tirar os pontos. Mas deu muito medo, já
imaginou perder os Jogos por um acidente bobo, que poderia ser evitado?! Foi um
pouco ‘medonho’, mas deu tudo certo - revelou Edson.
Segundo explicou Edson, o acidente ocorreu na Alemanha, no dia 20 de janeiro,
quando estava fazendo um treino de aquecimento na pista de largada, utilizada para
trabalhar a sincronia do time.
- Fui fazer só um aquecimento com o ‘trenózinho’. Eu nem estava na barra de piloto,
estava no ‘break’ mesmo e acabei não colocando o capacete porque achei que seria
tranquilo e na verdade não foi. Na subida o trenó parou num cabo de aço que estava
no caminho. Ele acabou parando bruscamente e eu fui para a frente, bati a testa e
acabei tomando 25 pontos - explicou.
Importante lembrar que apesar das provas de bobsled serem de dois ou quatro
atletas, a equipe é sempre formada por cinco integrantes, com a figura justamente de
um reserva, que pode ser utilizado nessas situações. Representam o Brasil em Pequim
além de Edson Bindilatti, Edson Martins, Erick Vianna, Rafael Souza e Jefferson Sabino.
Edson Bindilatti já anunciou que fará sua aposentadoria como atleta após os Jogos
de Pequim. Aos 42 anos, ele é considerado um embaixador da modalidade. Ele participou
de todas as Olimpíadas que o Brasil esteve presente com o bobsled: Salt Lake City
2002, Turim 2006, Sochi 2014 e Pyeongchang 2018. Junto com Jaqueline Mourão,
ele será o atleta na história que mais vezes participou de Jogos de Inverno. Cinco,
contando as Olimpíadas de Pequim.

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Edson Bindilatti
Foto: Divulgação

A equipe de bobsled brasileira estreia nos Jogos no dia 14 pela prova de dois
homens, o two-man. E com o time completo, com os quatro homens, o four-man,
no dia 19, um dia antes do fim do encerramento. Vale lembrar que as Olimpíadas de
Pequim começam oficialmente no próximo dia 4 de fevereiro, com cobertura “in loco”
do Esporte da Globo.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

IMAGENS FORTES: atleta racha a cabeça em luta de MMA amador


Hunter Boone bateu cabeça contra suporte do cage em evento nos EUA e precisou
de 17 pontos para fechar a lesão no couro cabeludo
Por Combate.com — Rio de Janeiro. 15/02/2022 11h03
https://ge.globo.com/combate/noticia/imagens-fortes-atleta-racha-a-cabeca-em-
luta-de-mma-amador.ghtml

O lutador americano Hunter Boone sofreu um acidente bizarro numa luta de MMA
amador no último sábado, em Shawnee, Oklahoma (EUA). O combate contra Jordan
Brown pelo evento Martial Combat League só durou 17 segundos e acabou quando um
choque com um suporte do cage resultou num corte gigantesco na cabeça de Boone.

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Hunter Boone (esq.) posa com o treinador Jason Greer (dir.) após deixar o hospital
Foto: Reprodução/Facebook

Jason Greer, treinador de Boone na academia 10th Planet Jiu-Jitsu Altus, descreveu
o acidente em sua página no Facebook: “Alguns segundos depois do soar do gongo,
Hunter e seu adversário giraram em direção ao cage. Seu adversário tinha uma pegada
no pescoço e, quando eles acertaram a grade, a cabeça do Hunter se chocou com o
portal, que resultou em Hunter sofrendo um corte de 20 centímetros através da frente
da sua linha capilar da esquerda para a direita, caindo pela direita e em direção à nuca,
basicamente o escalpelando. Ele ficou inconsciente imediatamente, mas recobrou a
consciência antes de cair no chão”.
Boone postou em suas redes sociais imagens da mutilação sofrida no topo da
cabeça. Foram necessários 17 pontos para fechar o corte. Em entrevista ao site
“MMA Junkie”, o lutador americano disse que está bem, mas ainda precisa de tempo
para processar tudo o que aconteceu e dar sua versão dos fatos. Em post nas redes
sociais, porém, Boone disse que o cage era “defeituoso” e que o acolchoamento e
inspeção do cage foram “impróprios”.
Um companheiro de equipe e amigo de Boone, Jesse Dalton, também criticou as
condições do espaço de luta e ainda reclamou de a comissão atlética ter marcado

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o resultado como uma derrota de seu colega por nocaute técnico. “O lutador Hunter
Boone assina (contrato), treina, bate o peso, vai lutar e é derrubado nos primeiros 10
segundos, apenas para ser atingido por um suporte de metal exposto no cage e sofrer
uma lesão que vai mudá-lo para sempre... e a organização age como se não fosse
problema deles??? Também anuncia vitória para seu oponente...”, escreveu Dalton
nas redes sociais.
O evento Martial Combat League emitiu um comunicado oficial nesta segunda-
feira, no qual se exime de culpa pelo acidente e garante que deu o apoio necessário
ao lutador.
“Ficamos tão chocados quanto todos quando isso aconteceu. Montamos nosso cage
da mesma forma que em todos os nossos eventos anteriores. É nosso entendimento
que a comissão reguladora inspecionou o cage antes do evento. Nenhum problema
com o cage foi trazido à nossa atenção pela comissão. (...) Como a lesão ocorreu
ainda está indeterminado e não houve um sinal claro de por que esta lesão aconteceu.
Depois de o cage ser limpo do incidente, nosso cage foi totalmente inspecionado por
múltiplos indivíduos da comissão reguladora e foi aprovada para continuar o evento”,
diz o comunicado.
“Não sabemos como ou por que preocupações surgiram sobre não termos cuidado
do atleta lesionado, certamente não é o caso. Nós tomamos as ações requeridas e
asseguramos cobertura apropriada para que certas lesões sejam cobertas antes de
todos os eventos que promovemos”, continua o texto oficial.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Jornal: Velejadora olímpica morre aos 16 anos após acidente devido ao vento A
velejadora olímpica tunisiana Eya Guezguez, de apenas 16 anos Imagem: Reprodução/
Instagram Do UOL, em São Paulo 11/04/2022 09h41 A velejadora tunisiana Eya
Guezguez, de apenas 16 anos, faleceu ontem (10) após sua embarcação virar no mar
por conta de ventos fortes. O acidente envolvendo a atleta olímpica, que participou
dos Jogos de Tóquio 2020, aconteceu durante um treino da seleção da Tunísia, de
acordo com o portal local ‘Ettachkila’. A irmã gêmea de Eya, Sarra Guezguez, que
também estava no barco, sobreviveu à tragédia. As duas irmãs participaram da última
edição das Olimpíadas como as atletas mais... - Veja mais em https://www.uol.com.
br/esporte/ultimas-noticias/2022/04/11/jornal-velejadora-olimpica-morre-aos-16-anos-
apos-acidente-devido-ao-vento.htm?cmpid=copiaecola

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2021/08/04/professor-de-educacao-fisica-
tem-mal-subito-e-morre-durante-treino-em-academia-de-macapa.ghtml
Professor de educação física tem mal súbito e morre durante treino em academia
de Macapá
Alexandre Evangelista, de 44 anos, também era jornalista e diretor da Liga
Independente das Escolas de Samba do Amapá.
Por G1 AP — Macapá. 04/08/2021 21h55

Alexandre Evangelista morreu aos 44 anos


Foto: Arquivo Pessoal

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O professor de educação física e diretor da Liga Independente das Escolas de


Samba do Amapá, Alexandre Evangelista da Silva, de 44 anos, morreu na tarde desta
quarta-feira (4) durante treino em uma academia de crossfit no Centro de Macapá.
Ele teve um mal súbito.
O relato do Centro Integrado de Operações em Defesa Social (Ciodes) detalha
que Alexandre passou mal, desmaiou e foi atendido inicialmente por uma equipe do
Corpo de Bombeiros, que, por falta de desfibrilador, pediu apoio do Serviço Móvel de
Atendimento de Urgência (Samu).
As tentativas de reanimação não surtiram efeito. Alexandre também era jornalista e
por muitos anos atuou na cena cultural do Amapá, seja no carnaval e como também
na quadra junina.
A Liesap se manifestou em nota, sobre a perda: Foi com profunda tristeza que
recebemos na tarde desta quarta-feira, 04 de agosto a notícia do falecimento do nosso
amigo e Diretor de Carnaval, Alexandre Evangelista.
Sua trajetória de vida trás uma vasta atuação nos segmentos culturais do Estado,
como quadra junina, Carnaval e grupos de toadas. Foi vice-presidente da Liga
Independente das Escolas de Samba (Liesap). Era jornalista, mestre em ciências da
Educação, licenciado e pós-graduado em educação física.
Hoje, sem dúvida, o céu está mais alegre em recebê-lo, pois em vida espalhava
alegria por onde passava. Ele deixará saudades a todos os amigos, familiares e colegas
de trabalho. A Liesap se solidariza com a dor da família e da comunidade enlutada
diante de inestimável perda. A todos, os nossos sinceros sentimentos.
Lizete Jardim - Presidente da Diretoria Executiva da Liesap

PESANDO SOBRE

Leia essa matéria da Folha Online, publicada em 16/09/2004 - 09h33. Veja as lesões
mais comuns e como evitar acidentes nos esportes radicais
PUBLICIDADE da Folha de S.Paulo.
https://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3753.shtml

Confira a seguir quais são os acidentes mais comuns durante a prática de alguns
esportes radicais e conheça dicas de como evitá-los.

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Rafting -- Entorse de tornozelo; luxações em membros superiores e ombros;


escoriações de pele; queimaduras solares; hipotermia (principalmente em atividades
noturnas).

Mountain bike -- Luxações no ombro e fraturas de clavícula decorrentes de quedas;


fratura de punho; hipotermia (em atividades noturnas).

Rapel -- Fadiga dos membros superiores devido ao uso da força para auxiliar na
descida; escoriações de pele.

Escaladas/montanhismo -- Lesões nos pés (bolhas, cortes, luxações); fadiga de


membros inferiores.

Trilhas/caminhadas/trekking -- Lesões musculares por fadiga em membros inferiores;


insolação; perda excessiva de líquidos; picada de insetos.

Para evitar acidentes

Montanhismo -- Fortes mudanças climáticas e avalanches são os principais riscos


da atividade. É preciso estar atento ao estado de conservação dos equipamentos, às
condições meteorológicas e, principalmente, à experiência dos condutores e guias.

Arvorismo -- Se toda a montagem for feita de maneira adequada e o equipamento


de proteção for colocado da maneira correta, o risco de acontecer um acidente é
bastante remoto. Mas é fundamental verificar a saúde da árvore, seu entorno e sua
estrutura. Nunca praticar a atividade em dia de chuva com raios.

Ciclismo -- O maior risco na trilha é uma queda por excesso de velocidade ou por
falta de habilidade. Muitos acidentes também ocorrem pelo mau estado de conservação
da bicicleta.

Mergulho -- Os riscos no mergulho de lazer podem chegar perto de zero se o


praticante estiver com todos os equipamentos necessários em dia e acumular no
mínimo 30 horas de curso preparatório.

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Rafting e canoagem -- Os acidentes estão geralmente relacionados a afogamentos,


fraturas e pequenas escoriações. É indispensável contar com a assessoria de
profissionais habilitados. Além de saber nadar, merecem atenção especial os locais
que tenham enfrentado fortes chuvas, já que as condições dos rios ficam bastante
alteradas.

Vôo livre -- Condições climáticas desfavoráveis podem provocar sérios acidentes.


Uma dica é consultar a previsão meteorológica e ser criterioso para escolher o melhor
dia, local e horário para a prática do esporte. O desconhecimento da área sobrevoada
e o despreparo técnico também aumentam os riscos.

Trekking -- Não é indicado para pessoas sedentárias ou sem condicionamento


físico. É fundamental conhecer o mapa do local a ser explorado.

ANOTE ISSO

As características dos ambientes utilizados nas modalidades esportivas são bons


indicativos para avaliar os cenários dos possíveis acidentes.

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CAPÍTULO 7
ANÁLISE DE SINTOMAS
NAS PRÁTICAS DE
ATIVIDADES FÍSICAS

7.1 Ver quais os sintomas as pessoas envolvidas no acidente apresentam;

7.2 Ouvir os relatos das vítimas e das pessoas próximas na hora do acidente;

7.3 Sentir possíveis alterações orgânicas e funcionais do corpo das vítimas;

Em 2016, trabalhava como professor de Educação Física em um clube da cidade


de Marília-SP e ministrava aulas de hidroginástica para pessoas acima de 14 anos. A
grande maioria dos alunos estavam na faixa etária acima dos 60 anos. As aulas eram
realizadas no período da manhã, entre sete e oito horas, ocorrendo o ano todo, porque
a piscina tinha sistema de aquecimento. Recebi os alunos na entrada do balneário
para a realização das orientações e também a chamada. Nessa primeira abordagem,
percebi que um dos alunos, um idoso de aproximadamente 70 anos, apresentava
uma vermelhidão no rosto. Ao ser questionado se estava bem, o aluno disse que
se sentia quente. Perguntei se estava sentindo mais algum sintoma em seu corpo.
O aluno relatou que um dos seus olhos parecia estar pulsando e que os dedos das
mãos estavam formigando. A partir dos sintomas, tomei a decisão de não autorizar
o aluno a entrar na água para realizar a aula de hidro e solicitei que o guarda vidas
do clube avaliasse o aluno.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Avaliar o aluno a partir dos sintomas facilita a tomada de decisão no cotidiano do


professor de Educação Física.

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Na história que contamos, a percepção dos sintomas presentes no aluno de


hidroginástica foram imprescindíveis para a tomada de decisão do professor de
Educação Física. Na condição de prestador de socorro, o professor deve apurar a partir
dos seus sentidos, de modo a poder ver, ouvir e sentir os diferentes sinais e sintomas
que possam surgir no corpo dos seus alunos. O vômito por exemplo é indicativo
de algumas situações como hipoglicemia, queda de pressão, AVC ou convulsão. De
qualquer maneira, investigar uma situação de vômito antes, durante ou depois da
aula é uma necessidade, principalmente por que o vômito pode ser um sinalizador
de alguma alteração dos sinais vitais.
Mas afinal, o que entendemos por sinais vitais?
Flegel (2015) destaca que os sinais vitais são aqueles que indicam a existência de
vida. São reflexos ou indícios que permitem concluir sobre o estado geral de uma pessoa.
Os sinais sobre o funcionamento do corpo humano que devem ser compreendidos e
conhecidos são: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial.
É fundamental que saibamos os valores de referência de cada um dos sinais vitais,
para deduzir se está alterado.

ANOTE ISSO

Os parâmetros de normalidade dos sinais vitais são indicativos de intervenção do


professor de Educação Física.

O manual de Manual de Primeiros Socorros da Fundação Oswaldo Cruz (2003)


estabelece como parâmetro para temperatura, pulso, pressão arterial e frequência
respiratória as seguintes referências:
Temperatura: nosso corpo tem uma temperatura média normal que varia de 35,9
a 37,2ºC. A avaliação da temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de
uma pessoa, pois em algumas emergências a temperatura muda muito
Pulso: o pulso pode ser apresentado variando de acordo com sua frequência,
regularidade, tensão e volume.

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Fonte: Manual de Primeiros Socorros da Fundação Oswaldo Cruz (2003) http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/


manualdeprimeirossocorros.pdf

Frequência Respiratória: a frequência da respiração é contada pela quantidade de


vezes que uma pessoa realiza os movimentos combinados de inspiração e expiração
em um minuto. Para se verificar a frequência da respiração, conta-se o número de vezes
que uma pessoa realiza os movimentos respiratórios: 01 inspiração + 01 expiração =
01 movimento respiratório. A contagem pode ser feita observando-se a elevação do
tórax se o acidentado for mulher ou do abdome se for homem ou criança. Pode ser
feita ainda contando-se as saídas de ar quente pelas narinas. A frequência média por
minuto dos movimentos respiratórios varia com a idade se levarmos em consideração
uma pessoa em estado normal de saúde. Por exemplo: um adulto possui um valor
médio respiratório de 14 - 20 respirações por minuto (no homem), 16 - 22 respirações
por minuto (na mulher), enquanto uma criança nos primeiros meses de vida 40 - 50
respirações por minuto.

Pressão Arterial: a pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de


contração do coração, do grau de distensibilidade do sistema arterial, da quantidade
de sangue e sua viscosidade. Embora não seja recomendável a instrução a leigos
da medição da pressão arterial com o aparelho, para não induzir a diagnósticos não
autorizados após a leitura, julgamos necessário descrever de maneira sucinta as
características da pressão arterial e a sua verificação. No adulto normal a pressão
arterial varia da seguinte forma: · Pressão arterial máxima ou sistólica - de 100 a 140
mm Hg (milímetros de mercúrio). · Pressão arterial mínima ou diastólica - de 60 a 90

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mm Hg. A pressão varia com a idade, por exemplo: uma pessoa com a idade entre 17
a 40 anos apresenta a pressão de 140 x 90, já entre 41 a 60 anos apresenta pressão,
de 150 x 90 mm de Hg.

ANOTE ISSO

Os parâmetros dos sinais vitais indicam a gravidade e brevidade do atendimento.

Para Santos (2014), a partir dos valores de referência dos sinais vitais, é possível então
saber se eles estão ou não alterados. Ainda, quando os sinais vitais estão alterados,
quais sintomas surgem. De qualquer maneira, depois de averiguar os quatro sinais vitais,
o próximo passo é aplicar o procedimento de primeiros socorros: Exame da Cabeça-aos-
pés. è um exame envolve a averiguação dos sinais vitais onde o prestador de socorro
deve proceder a um exame minucioso do acidentado, literalmente da cabeça aos pés.
Partindo do ato de olhar, verifique possíveis descolorações da pele, deformidades,
penetrações, ferimentos, aberturas no pescoço e qualquer movimento anormal do
tórax. O segundo passo é ouvir mudanças no ritmo da respiração, sons estranhos ao
respirar e ruídos de ossos quebrados. Terceiro passo é o cheiro, reconhecendo odores
estranhos vindos do corpo do paciente, hálito e roupas. Por fim, o quarto passo, sentir
por meio do tato, as deformações, flacidez, pulsações, endurecimento.

ANOTE ISSO

O prestador de socorro deve estar sempre atento aos pequenos detalhes na vítima.

Outra questão bastante importante a ser considerada e que é apontada no Manual


de Primeiros Socorros da Fiocruz (2003), é a modificação do quadro clínico da vítima
em decorrência do tempo. A questão é que outros sintomas ou sinais podem surgir
no corpo da vítima. São os sinais de apoio; sinais que o corpo emite em função do
estado de funcionamento dos órgãos vitais. Os sinais de apoio podem ser alterados
em casos de hemorragia, parada cardíaca ou uma forte batida na cabeça, por exemplo.
Os sinais de apoio tornam-se cada vez mais evidentes com o agravamento do estado

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do acidentado. Os principais sinais de apoio são: dilatação e reatividade das pupilas,


cor e umidade da pele, estado de consciência, motilidade e sensibilidade do corpo.
A dilatação e reatividade das pupilas: a pupila é uma abertura no centro da íris - a
parte colorida do olho - e sua função principal é controlar a entrada de luz no olho
para a formação das imagens que vemos. A pupila exposta à luz se contrai. Quando
há pouca ou quase nenhuma luz a pupila se dilata, fica aberta. Quando a pupila está
totalmente dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio.
Cor e umidade da pele: a cor e a umidade da pele são também sinais de apoio
muito úteis no reconhecimento do estado geral de um acidentado. Uma pessoa pode
apresentar a pele pálida, cianosada ou hiperemiada (avermelhada e quente). A cor e
a umidade da pele devem ser observadas na face e nas extremidades dos membros,
onde as alterações se manifestam primeiro.
Estado de consciência: este é outro sinal de apoio importante. A consciência plena
é o estado em que uma pessoa mantém o nível de lucidez que lhe permite perceber
normalmente o ambiente que a cerca, com todos os sentidos saudáveis respondendo
aos estímulos sensoriais.
Motilidade e sensibilidade do corpo: qualquer pessoa consciente que apresente
dificuldade ou incapacidade de sentir ou movimentar determinadas partes do corpo,
está obviamente fora de seu estado normal de saúde. A capacidade de mover e sentir
partes do corpo são um sinal que pode nos dar muitas informações.

LEITURA COMPLEMENTAR

Veja que interessante o artigo de Glenda Silva de Siqueira, com a orientação da


professora Leililene Antunes Soares e do professor Rodrigo Ataíde dos Santos, cujo
título é: Atuação do professor de educação física diante de situações de primeiros
socorros (SIQUEIRA, SOARES, SANTOS. 2011).

Na introdução do trabalho os autores destacam que a resolução do Conselho


Nacional de Educação, por intermédio da Câmara de Educação Superior, na Resolução
nº 7, de 31 de março de 2004, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para
os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena,
dispõe em seu artigo 3º:

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Art. 3º A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção acadêmico-


profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o movimento humano, com
foco nas diferentes formas e modalidades do exercício físico, da ginástica, do jogo, do
esporte, da luta/arte marcial, da dança, nas perspectivas da prevenção de problemas de
agravo da saúde, promoção, proteção e reabilitação da saúde, da formação cultural, da
educação e da reeducação motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer, da gestão
de empreendimentos relacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas, além
de outros campos que oportunizem ou venham a oportunizar a prática de atividades
físicas, recreativas e esportivas.
Sabendo que a Educação Física, na sua intervenção profissional, trabalha com
diversas práticas corporais e suas manifestações, pode-se afirmar que o professor
dessa disciplina está suscetível a vivenciar, durante as suas aulas, situações em que
os alunos necessitem de atendimento de emergência, em virtude de lesões causadas
pelo movimento do corpo. Como provavelmente, em algumas situações, o professor
não terá de imediato esse atendimento proporcionado por socorristas, há de se supor
que, por ser a pessoa mais próxima da vítima, naquele momento, o professor acaba
sendo o responsável pela prestação de primeiros socorros.
Os primeiros socorros são definidos como uma série de procedimentos simples que
têm como objetivo resolver situações de emergência, feitas por pessoas detentoras
desses conhecimentos, até a chegada de atendimento médico especializado. Os
primeiros socorros são habitualmente mencionados em situações graves de emergência,
embora sejam igualmente relevantes em casos como escoriações, lesões, hemorragias.
A negligência é o aspecto que mais aparece nos processos que envolvem o
atendimento pré-hospitalar. O termo frequentemente é empregado para indicar que
o socorrista deixou de fazer algo esperado ou que agiu descuidadamente. Do ponto
de vista legal, o conceito de negligência é mais complexo. Negligência significa falha
nos padrões de assistência, tendo como consequência agravos adicionais. O não
cumprimento do atendimento poderá ser interpretado como negligência, nos casos
em que os padrões de assistência não foram obedecidos e o indivíduo tiver sequelas
por um atendimento inadequado.
De acordo com o artigo 135 do Código Penal Brasileiro, deixar de prestar assistência,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir o socorro da autoridade pública é crime.
A penalidade pode ser pagamento de multa ou detenção. Esta varia de um a seis

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meses, podendo ser aumentada em metade caso haja omissão e esta resulte em
lesão corporal grave; e triplicada, se resultar morte.
O profissional pode ser acusado de negligente se o indivíduo lesionado sofrer um
agravo na sua condição, motivado indiretamente por uma ação indevida no atendimento
e a abrangência do dano que pode ser de ordem física, emocional ou psicológica.
Considerando que podem ocorrer acidentes nas aulas de Educação Física,
promovendo risco de vida ou levando à situações desastrosas, com consequentes
seqüelas e até invalidez permanente, devemos ter atenção especial em relação aos
primeiros socorros. Há uma constante preocupação dos especialistas da área da saúde
com o alto índice de lesões sofridas por alunos nas escolas, já que uma demora ou
um atendimento inadequado pode vir a causar maiores danos que venham interferir
na recuperação do aluno ou mesmo no tempo de recuperação do mesmo.
Segundo o Conselho Federal de Educação Física - CONFEF (2008):
As responsabilidades com os alunos e beneficiários das atividades físicas perpassam
os direitos constitucionais, civis, penais e, sobretudo, a ética profissional. Sendo assim,
é de suma importância que os Profissionais de Educação Física estejam treinados,
atualizados e preparados para os acidentes e fatalidades que venham a acontecer em
seu trabalho e criem uma rotina de atendimento de socorros de urgência que envolva
toda a equipe de trabalho.
Como conclusão, os autores aconselham que os profissionais de Educação Física
participem, periodicamente, de treinamentos de primeiros socorros, para se capacitarem
adequadamente, no sentido de melhorar sua atuação psicológica, emocional e tecnicamente.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O professor de Educação Física deve ter a oportunidade de adquirir e vivenciar as


técnicas e procedimentos de primeiros socorros na sua formação.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

ATLETA PASSA MAL E MORRE DURANTE COMPETIÇÃO: O mountain bike brasileiro


está de luto mais uma vez
Redação Pedal Guiné. 14 NOV, 2004.
https://www.pedal.com.br/atleta-passa-mal-e-morre-durante-competicao_
texto379.html
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Morreu na madrugada desse domingo a ciclista Dayane Rita de Moura, quanto era
transferida de São Raimundo Nonato (PI) para um hospital em Teresina. Ela estava
sendo transportada de ambulância, já que não havia aviões disponíveis no local. A
atleta participava do Bike Race Across.
Dayane foi encontrada por uma equipe de reportagem, deitada nos braços do atleta
Paulo Robert, inconsciente e respirando com bastante dificuldade. O resgate foi logo
acionado e a atleta levada para o Hospital Regional Senador Candido Ferraz onde
prontamente foi atendida.
Segundo o Dr. Flávio Ernane, que atendeu Dayane, quando ela foi transferida para
Teresina, estava em coma profundo e com fortes suspeitas de meningite. De acordo
com familiares, ela não vinha passando muito bem nos últimos dias, já que ela vinha
apresentando febre e dor na garganta. A hipótese de desidratação foi descartada,
já que mesmo após o atendimento e devidamente hidratada a biker não retomou a
consciência. De acordo com a organização do evento, a atleta omitiu em sua ficha
de inscrição que estivesse sofrendo qualquer coisa.
Os atletas e organização entraram em consenso e decidiram cancelar a última etapa
do Bike Race Across. Os atletas, participantes e organização fizeram um circulo de
mãos dadas em torno da Pedra Furada e depois, todos juntos, deram uma volta em
um determinado trecho da prova. A avaliação do organizador geral da prova, Zenardo
Maia, foi que Dayane passou muito dos seus limites físicos e além disto omitiu da
organização seu atual quadro de saúde, e que nesse estado não poderia de forma
alguma participar da prova.
“Nós sentimos muito por essa perda para o esporte, principalmente, pois ela tinha
muito potencial e poderia se destacar no mountain bike. Mas que fique a lição de que
o atleta deve conhecer e respeitar os seus limites. O Bike Race Across é uma prova de
longa distância, onde uma estratégia de corrida bem elaborada é fundamental para o
sucesso do atleta.”, disse emocionado Zenardo Maia.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Jogador de 18 anos passa mal e deixa jogo em ambulância. Atleta que disputava
jogo da Copa São Paulo de Futebol Júnior foi levado para o hospital, mas já foi liberado.
Paulo Moura - 06/01/2022 07h46 | atualizado em 06/01/2022 09h31. https://
piauihoje.com/noticias/geral/atleta-de-17-anos-passa-mal-e-morre-durante-treino-no-
parentao-na-zona-sul-de-teresina-388114.html

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Jogador saiu de campo na ambulância em jogo da Copinha Foto: Reprodução/


Eleven Sports
O meia Lucas Santana, de 18 anos, integrante do elenco da equipe do São Bento
(SP), que está disputando a Copa São Paulo de Futebol Júnior, a Copinha, saiu de
ambulância do estádio Baetão, em São Bernardo do Campo (SP), após passar mal
durante o confronto com a equipe do EC São Bernardo, no fim da tarde desta quarta-
feira (5), válido pela primeira rodada do torneio.
Aos 17 minutos do segundo tempo, Lucas desabou em campo após aparentemente
ter sofrido um mal-estar. O árbitro da partida foi até o jogador e solicitou atendimento
médico. Após receber alguns cuidados em campo, a ambulância entrou no gramado
e fez a remoção do meia para uma unidade de pronto atendimento.
Depois de realizar exames na cabeça e na coluna, Lucas foi liberado pelos médicos
e está com a delegação do São Bento. Entretanto, o atleta terá de ficar 24 horas sem
fazer qualquer atividade física por recomendação médica.
Em razão do atendimento e pelo fato de o estádio Baetão contar com apenas uma
UTI móvel, o jogo precisou ficar paralisado por 27 minutos até a chegada de uma
nova equipe médica
Atleta de 17 anos passa mal e morre durante treino no Parentão, na zona Sul de
Teresina
A vítima estava correndo com amigos quando sofreu um mal súbito

Adolescente de 17 anos passa mal e morre no Parentão


Foto: Reprodução/Redes Sociais

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Um atleta de 17 anos identificado apenas como João morreu na tarde dessa segunda-
feira (10), enquanto treinava no Complexo Esportivo Parentão, no Lourival Parente, na
zona Sul de Teresina. A vítima fazia parte de uma escolinha de futebol da zona Sul
de Teresina.
O adolescente estava com um grupo de amigos correndo ao redor do campo do
Parentão e depois de duas voltas ele caiu desacordado. O Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e os socorristas realizaram manobras de
ressuscitação cardiopulmonar, mas sem sucesso. O adolescente morreu no local.
A Guarda Municipal foi a primeira a chegar ao local e atendeu a ocorrência, isolando
a área e realizando os primeiros socorros até a chegada do Samu, que se deslocou
rapidamente.
A equipe do Samu constatou que o adolescente sofreu um mal súbito, mas não
repassou maiores informações porque tem autorização para informar detalhes somente
à família.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Atleta passa mal no Mundial, e rival esquece a maratona para socorrê-la


Beata Naigambo, da Namíbia, não suporta o calor em Moscou e cai no início da
prova. Sul-africana é a única a parar para prestar solidariedade
Por GLOBOESPORTE.COM, Moscou, Rússia. http://ge.globo.com/atletismo/
noticia/2013/08/atleta-passa-mal-no-mundial-e-rival-esquece-maratona-para-socorre-
la.html
Uma cena preocupou o público durante o início da maratona feminina do Mundial de
Atletismo, disputada na manhã deste sábado, em Moscou, na Rússia. Diante de um forte
calor, com uma temperatura de 29ºC e sensação térmica de 45ºC, Beata Naigambo,
da Namíbia, passou mal e caiu no meio do pelotão com apenas 16 minutos de prova
e cerca de 5km percorridos. E um momento bonito e de completa solidariedade, a
sul-africana Tanith Maxwell abandonou momentaneamente a maratona para prestar
socorro à companheira. No fim, Maxwell perdeu tempo e ficou em 42º lugar na prova.
A competidora só voltou a correr quando uma equipe médica chegou para prestar
socorro. Beata Naigambo foi hidratada e levada para um centro médico.

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- Está muito quente. O atleta que não estiver adaptado ao calor a partir do quilômetro
três começa a sentir hipertermia, que é o aumento da temperatura do corpo - disse
o comentarista do SporTV, Lauter Nogueira.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Eu posso morrer’, diz tenista russo sobre calor em Tóquio durante as Olimpíadas
Especialistas já alertavam sobre as altas temperaturas na capital do Japão nesta
época do ano. Entenda o que faz Tóquio ter um verão tão quente e como isso vem
afetando os Jogos Olímpicos. Por G1. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/07/28/
eu-posso-morrer-diz-tenista-russo-sobre-calor-em-toquio-durante-as-olimpiadas.ghtml
28/07/2021 02h49

Daniil Medvedev, atleta russo, pausa durante partida de tênis dos Jogos Olímpicos de
Tóquio ocorrida sob forte calor nesta quarta (28) — Foto: Patrick Semansky/AP Photo
O tenista Daniil Medvedev, que compete pelo Comitê Olímpico da Rússia, reclamou
do forte calor que fazia em Tóquio nesta quarta-feira (28) durante uma partida de tênis
válida pelos Jogos Olímpicos.
Durante o jogo, o árbitro Carlos Ramos percebeu que Medvedev não estava bem e
perguntou se o atleta queria continuar a partida contra o italiano Fabio Fognini. Fazia
31°C na capital do Japão, mas a sensação térmica era de 37°C.
“Eu posso terminar o jogo, mas posso morrer. Se eu morrer, você se responsabiliza?”,
ironizou o tenista russo, segundo a Associated Press.

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Medvedev continuou o jogo e, no fim, acabou vencendo o italiano por 2 sets a 1.


Mas as questões sobre o calor em Tóquio — uma edição dos Jogos Olímpicos já
marcada pelas condições climáticas muitas vezes adversas — ainda geram questões.
Calor interferiu na programação.

Triatlo foi disputado no início da manhã em Tóquio por causa do forte calor — Foto:
REUTERS/Hannah Mckay
Decididos a levar adiante as Olimpíadas no período do verão japonês, os organizadores
decidiram mexer em algumas provas para evitar problemas aos atletas.
Competições como o triatlo, por exemplo, foram marcadas para as 6h30 (horário
local) para que a prova ocorresse em um momento mais ameno.
O que gerou mais dificuldade foi a marcação das provas de rua do atletismo. Em
2019, o forte calor foi um empecilho para os atletas no Mundial da modalidade no
Catar — país com temperaturas extremas no verão, mesmo durante a noite.
No início, a ideia era que a maratona e as marchas atléticas ocorressem na madrugada
de Tóquio. No entanto, pressionado por atletas, o comitê organizador topou levar as
provas para Sapporo — a 800 km da capital japonesa.
A cidade, ao norte, tem temperaturas amenas, mas mesmo assim está sujeita a
ondas de calor — como um recorde atingido uma semana antes da abertura. Por isso,

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as maratonas e as competições de marcha atlética ocorrerão no início da manhã


japonesa, em alguns casos com largada às 5h30 (horário do Japão).

ANOTE ISSO

Os sinais vitais podem ser alterados por doenças, esforço físico e/ou condições
ambientais. Fique sempre atento.

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CAPÍTULO 8
FORMAS DE PRESTAR OS
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NAS LUXAÇÕES, FRATURAS,
CONTUSÕES E ENTORSES

• Identificação das lesões


• Imobilizações articulares
• Atendimento de primeiros socorros

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

A contusão provocada pelo choque com o fundo da piscina.

Sempre fui apaixonado pelos esportes. Como passei grande parte da minha infância
em uma cidade pequena no interior do estado de São Paulo, próximo a divisa com
Mato Grosso do Sul, praticar esportes aquáticos era sempre uma ótima opção.
Como aprendiz de natação, participei dos fundamentos dessa modalidade esportiva
em uma piscina com pouca profundidade e um dos nossos maiores anseios era
realizar os saltos de fora para dentro da água. Em uma das aulas, ao realizar o salto
de entrada na água eu me choquei com o fundo da piscina. Bati o cotovelo e o
joelho no fundo. O professor me ajudou a sair da piscina e fez os primeiros socorros
colocando gelo. Formou um baita inchaço com a coloração rocha. Não pude mais
participar da aula e tive que ir embora.
A situação relatada foi um acidente que ficou na minha história de vida como
praticante de esportes. Mas afinal, que tipo de lesão eu sofri quando me choquei
com o fundo da piscina?

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ANOTE ISSO

Durante as práticas esportivas ou de atividade física, o atleta pode sofrer


acidentes e desencadear lesões no corpo.

As lesões mais comuns no mundo do esporte e que podem ocorrer de forma


inesperada, são os entorses, luxações, contusões e fraturas.
A luxação acontece quando os ossos que formam uma articulação ficam
deslocados da sua posição natural, devido a uma pancada forte, por exemplo,
causando dor intensa no local, inchaço e dificuldade para mexer a articulação.
Quando isso acontece é recomendado que: não force o membro afetado, nem
tente movimentá-lo. Faça uma tipoia para impedir a articulação de mexer, utilizando
tecido, uma faixa ou um cinto, por exemplo.
Aplique uma compressa gelada na articulação afetada. Chame uma ambulância,
ligando para o 192, ou vá no pronto-socorro. As luxações são muito frequentes nas
crianças e podem acontecer em qualquer local, especialmente no ombro, cotovelo,
dedo, joelho, tornozelo e pé. Quando uma articulação se encontra deslocada nunca
se deve tentar colocá-la de volta no lugar, pois se o procedimento for mal realizado
pode causar lesões graves no sistema nervoso periférico, causando ainda mais dor
e incapacidade.
Como identificar uma luxação? A luxação pode ser confirmada quando existem
estes 4 sinais: dor muito forte na articulação, dificuldade para movimentar o
membro afetado, inchaço ou manchas roxas na articulação, deformação do
membro afetado.

O acidente pode desencadear vários tipos de lesões em uma mesma parte do corpo

Dependendo do tipo da pancada e da intensidade, a luxação também pode surgir


com uma fratura do osso. Nesse caso, também se deve evitar corrigir a fratura, sendo
aconselhado ir rapidamente para o pronto-socorro.

Contusão muscular
A contusão muscular geralmente é causada por um trauma direto que provoca
dor, inchaço e rigidez na região, sendo a coxa o local mais afetado. Esse tipo de
lesão é muito comum em atletas, principalmente em jogadores de futebol, mas pode
acontecer em todos que praticam atividade física. A contusão muscular pode ser
classificada em leve, moderada ou severa dependendo da gravidade da pancada e
do tempo necessário para sua recuperação.

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Sintomas de contusão muscular: a contusão muscular pode ser percebida através


de sinais que podem ser sentidos logo após o trauma local, sendo os principais: dor
no local, inchaço, rigidez, dificuldade para mexer o membro afetado, diminuição da
força e da mobilidade articular e hematoma, em alguns casos.
As contusões acontecem normalmente em atletas, sendo mais frequente em
esportes de contato e acontecem com mais frequência na coxa e na panturrilha.
Apesar dos sinais e sintomas de contusão poderem durar poucos dias, há maior risco
de complicações no caso de haver novamente trauma direto na região.
Torção ou entorse nas articulações: A torção, também conhecida por entorse, ocorre
devido ao alongamento excessivo dos ligamentos da articulação que em alguns casos
acabam por se romper, causando dor intensa e inchaço.Isto pode acontecer durante
a prática de alguns desportos, devido à execução de movimentos bruscos ou devido
a uma lesão provocada pelo impacto de algum objeto. Em alguns casos pode-se
ouvir um barulho no momento da lesão, e em algumas situações, pode ocorrer uma
pequena hemorragia dentro da articulação, ficando a região roxa ou azulada.

LEITURA OBRIGATÓRIA
SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos
esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

Em caso de suspeita de fratura, que é quando o osso se parte provocando dor,


incapacidade de movimentos, inchaço e, algumas vezes, deformidade, é muito importante
manter a calma, observar se há outros ferimentos mais graves, como sangramentos,
e chamar o serviço de emergência móvel. Em seguida, é possível realizar os primeiros
socorros à vítima, que devem seguir as seguintes etapas: Manter o membro afetado
em repouso, numa posição natural e confortável. Imobilizar as articulações que ficam
acima e abaixo da lesão, com o uso de talas, como mostra as imagens. Não havendo
talas disponíveis, é possível improvisar com pedaços de papelão, revistas ou jornais
dobrados ou pedaços de madeira, que devem ser acolchoadas com panos limpos e
amarrados ao redor da articulação. Nunca tentar endireitar uma fratura ou colocar o
osso no lugar. Em caso de fratura exposta, deve-se cobrir o ferimento, de preferência
com gaze esterilizada ou um pano limpo. Se houver um sangramento muito intenso,
é necessário fazer compressão acima da região fraturada para tentar impedir a saída

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do sangue. Aguardar o auxílio médico. Caso não seja possível, recomenda-se levar a
vítima para o pronto-socorro mais próximo.
A fratura ocorre quando o osso se quebra devido a algum impacto maior do que o
osso pode suportar. Com o envelhecimento e com determinadas doenças ósseas, como
a osteoporose, o risco de fraturas aumenta, podendo surgir mesmo com movimentos
ou impactos menores, sendo necessário um maior cuidado para evitar acidentes.
Como imobilizar o membro afetado? A imobilização do membro fraturado é muito
importante para tentar evitar agravamento da fratura e garantir que os tecidos continuam
sendo corretamente perfundidos com sangue. Assim, para fazer a imobilização deve-se:
Na fratura fechada: A fratura fechada é aquela em que o osso quebrou, mas a pele
está fechada, não permitindo observar o osso. Nestes casos, deve-se colocar uma tala
de cada lado da fratura e passar uma ligadura desde o início até o fim das talas, como
mostra a imagem. Idealmente, as talas devem passar acima e abaixo das articulações
próximas ao local. Na fratura exposta: Na fratura exposta o osso está à mostra e, por
isso, não se deve cobrir o local com a ligadura no momento de fazer a imobilização, já
que além de poder piorar a dor também favorece a entrada de microrganismos para
a ferida. Nestes casos, deve-se passar uma tala por trás do local afetado e depois,
com uma ligadura, atar acima e em baixo da fratura, deixando-a exposta.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Nesta semana, eu atendi um atleta que faz saltos e manobras radicais com
bicicleta. Disponível em: https://ge.globo.com/programas/verao-espetacular/noticia/
leandro-overall-sofre-queda-feia-no-bmx-do-verao-espetacular.ghtml
O atleta se apresentou com uma fratura (luxação após uma queda de 5m de altura)
e me questionou sobre essas diferenças. Se você já experimentou uma ou todas essas
situações médicas, você já deve saber seus significados. No entanto, muitas vezes
pode ser difícil determinar se um osso está quebrado ou se você sofreu uma contusão.
Ossos quebrados, luxações e entorses/estiramentos podem ter sintomas semelhantes,
tais como dor, inchaço e incapacidade de funcionar como você normalmente faria
com a parte não afetada do corpo. Porém, estas são lesões completamente diferentes
que requerem cuidados urgentes e atenção específica.

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Luxação, fratura, contusão... Médica explica as diferenças


Foto: Getty Images

Fratura: quando um osso está quebrado ou partido


Quer seja chamado de quebra ou fratura, ocorre quando há uma perda da continuidade
óssea. No entanto, não é assim tão simples. Ao mesmo tempo que os ossos permitem
alguma flexibilidade, eles ainda são rígidos. Quando dobrado ou afetado além da sua
capacidade elástica, o osso vai quebrar. Existem diferentes tipos de fratura e a gravidade
geralmente depende do tipo de impacto que o osso suportou.
Diferentes tipos de fraturas incluem:
• Fratura estável: um osso que está quebrado e as pontas quebradas ainda estão
alinhadas. Fratura instável é o oposto.
• Aberta, fratura exposta: quando o osso quebrado perfura a pele e pode ou não
ser visível na ferida. Fratura fechada não tem contato com o meio externo
• Fratura incompleta: um osso quebrado que não terminou de romper a cortical
oposta. Fratura completa é quando o traço vai de uma cortical para a outra.

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• Fratura por estresse: um osso que sofreu microtraumas de repetição e rompeu


parte de seu trabeculado.
• Fratura cominuta: um osso quebrado que se quebrou em três ou mais partes
ao longo da fratura.
Seus ossos existem para dar estrutura corporal - eles te mantêm ereto, ajudam você
a se deslocar e à proteger seus órgãos. Não é de admirar que eles sejam incrivelmente
fortes. Estima-se um fêmur médio pode levar cerca de 900kg de força. Embora essas
sejam estimativas sólidas, a quantidade de força que seus ossos podem suportar
antes de quebrar depende de vários fatores, tais como: o tipo e gravidade do trauma
que sofreu (energia e altura).
Se você tem uma condição pré-existente que enfraquece os ossos, como osteoporose
ou uso excessivo, muitas vezes levando a fraturas por sobrecarga. Quando você quebra
um osso por qualquer motivo, pode experimentar sintomas como inchaço, hematomas
ou deformidades. Para uma fratura ser diagnosticada é necessário fazer raio-X. Fraturas
mais graves ou difíceis de ver na radiografia podem exigir exames complementares.
O tratamento para um osso quebrado varia de acordo com a gravidade e a localização
do corpo. Muitas quebras ou fraturas requerem uma imobilização - seja em gesso,
ortese ou fibra de vidro - que irá segurar as peças quebradas e permitir que os novos
ossos “consolidem” as extremidades separadas.
Em casos graves, os ossos quebrados precisarão ser consertados através do uso
de placas de metal e parafusos aplicados internamente ou externamente. Pode levar
de várias semanas a meses para os ossos cicatrizarem. Para ajudar a evitá-los, é uma
boa ideia melhorar sua dieta e aumentar seu exercício. Ao construir músculos, você
está aumentando a força dos seus ossos, ajudando assim a evitar pausas adicionais
ou mais graves no futuro.

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Luxação é muito comum em tornozelo, diz ortopedista


Foto: iStock Getty Images

Luxação: perda da congruência articular


Enquanto as quebras podem acontecer no começo, final de um osso, em uma
articulação ou em algum outro lugar, as luxações podem ocorrer apenas nas articulações.
Uma luxação é uma lesão que faz com que as extremidades dos seus ossos não se
posicionem dentro de uma articulação. As luxações comuns incluem tornozelos, joelhos,
ombros, quadris, cotovelos, dedos e até mesmo sua mandíbula.
Não hesite quando se trata de ossos deslocados. Não é só uma luxação (como
se diz por aí) geralmente elas são muito dolorosas, e também pode causar danos
adicionais aos nervos ou tendões se não for reduzidas imediatamente (colocadas no
lugar). Os sintomas de um osso deslocado podem incluir inchaço, hematomas e dor.
Quando ocorre uma luxação, muitas vezes você poderá ver o osso “fora de lugar”.
O tratamento de deslocamento pode incluir o reposicionamento do osso na articulação,
uma receita para analgésicos ou antiinflamatórios, uma tipoia, órtese ou uma tala e
possível tratamento de reabilitação. Se a sua luxação for grave, pode demorar mais do
que as duas ou três semanas habituais para retornar ao movimento completo. Depois
de ”deslocar” um osso, no entanto, tenha cuidado, pois esse osso é mais propenso a

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deslocamentos no futuro. Muitos atletas que deslocam joelhos ou tornozelos podem


usar suportes especiais ou faixas elásticas no futuro para evitar recidivas.

Estiramento é o alongamento de ligamentos ou tendões


Foto: Istock Getty Images

O que é entorse e estiramento? Uma fratura é um osso quebrado. Uma luxação é


quando um osso se move para fora de sua articulação, e um entorse/estiramento é
o alongamento de ligamentos ou tendões. Enquanto eles podem ser parecidos, são
duas lesões diferentes.
• Entorse envolve os ligamentos, também conhecidos como os tecidos fibrosos
que conectam dois ossos juntos em suas articulações.
• Estiramento é o alongamento ou lesão parcial dos tendões, também conhecido
como os tecidos fibrosos que conectam seus músculos aos seus ossos. Tanto
uma estiramento como uma entorse são geralmente lesões menos graves que
fraturas ou luxações. Mas se for suficientemente grave, a cirurgia pode ser
necessária para reparar ligamentos ou tendões extremamente danificados ou
com rupturas totais.

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O tratamento usual depois de ter avaliado é o P.R.I.C.E. (proteção, repouso, gelo,


compressão e elevação). Com cuidado e diagnóstico adequados, o processo inflamatório
deve se dissipar em algumas semanas, deixando-o bom para voltar ao esporte.
Contusão é quando você sofre um trauma direto e não lesiona nenhuma estrutura
motora, apenas partes moles que podem simular qualquer lesão acima com calor,
rubor, edema e dor, mas sem gravidade. Ou seja, assim que estiver cicatrizada e a dor
passar é possível retornar rapidamente às atividades.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O professor de Educação Física precisa estar ciente de que os esporte e atividades


físicas exigem o movimento corporal. É nesse sentido que sinalizamos para um
estado de alerta constante.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Quem acompanhava os Jogos Olímpicos neste domingo (25) acabou se assustando


com a lesão sofrida pela ginasta brasileira Flávia Saraiva. https://ge.globo.com/eu-
atleta/saude/post/2021/07/27/entorse-de-tornozelo-entenda-a-lesao-de-flavia-saraiva.
ghtm. 27/07/2021 16h29 Atualizado há 9 meses

Quem acompanhava os Jogos Olímpicos neste domingo (25) acabou se assustando


com a lesão sofrida pela ginasta brasileira Flávia Saraiva. Durante a apresentação, a
atleta acabou torcendo o tornozelo, que já havia sofrido durante a preparação para a
Olimpíada de 2020. Antes da competição, Flávia estava bem, mas, na apresentação
no solo, sentiu o tornozelo “mole”.

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Flávia Saraiva, ginasta brasileira, chora após se lesionar nas Olimpíadas 2020 — Foto: REUTERS/Lindsey Wasson

Entorse de tornozelo: por que acontece?


A lesão ligamentar de tornozelo é comum na prática esportiva e ocorre, geralmente,
em atividades que envolvem giro, corte, drible e desaceleração brusca, como, por
exemplo, o futebol, vôlei, basquete, tênis e algumas lutas.
A lesão pode resultar tanto em fraturas acometendo, principalmente a fíbula e a
base do 5º metatarso, lesões ligamentares e de tendões. A estrutura envolvida e o
grau da lesão dependerão da posição do pé e do tornozelo, além da energia cinética
envolvida.
O diagnóstico
Pelo quadro clínico, é possível suspeitar da lesão ligamentar do tornozelo e de sua
gravidade. Em geral, grandes inchaços, hematomas extensos e incapacidade fazem
pensar não só em rupturas ligamentares graves, mas também em lesões associadas,
como a luxação (deslocamento) de tendões, lesão cartilaginosa e ruptura da cápsula
(membrana) articular. O exame considerado padrão para avaliação nesse caso é a

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Ressonância Nuclear Magnética. Se bem feita, mostra o ligamento lesado e o grau


de ruptura.
O ligamento denominado talofibular anterior é o mais acometido. Em seguida,
costumam aparecem o calcaneofibular e o talofibular posterior. Também é importante
avaliar o grau de ruptura. Denomina-se grau I quando ocorre lesão apenas na matriz
celular, com perda e desorganização das fibras colágenas. O grau II é caracterizado por
ruptura parcial: as fibras alongam-se, mas não se rompem. No grau III, ocorre ruptura
de todo o ligamento e, geralmente, há lesão de outras estruturas, pois é causada por
entorses de alta energia cinética.
Na parte interna do tornozelo, o ligamento denominado deltóide é o mais comum.
Essa estrutura possui duas porções: uma mais superficial e outra profunda. Esta
última, quando acometida, evolui com instabilidade.
Casos crônicos, em geral na população feminina, são associados à dor, entorses de
repetição e falta de confiança no tornozelo durante caminhada, corrida e até subida
de escadas. De maneira geral, nesses casos, há desequilíbrio entre a musculatura
inversora, eversora, flexores e extensores do tornozelo. Nessas situações, é necessária
avaliação isocinética.
Afinal, entorse de tornozelo é grave?
Independentemente do grau da lesão ligamentar, há enfraquecimento da musculatura
do tornozelo, em especial dos extensores e eversores, responsáveis pela extensão e
rotação lateral do tornozelo. Esse movimento é denominado pronação. Em caso de
perda da força muscular, haverá também desequilíbrio, facilitando que o indivíduo
tenha novos entorses.
Embora os ligamentos do tornozelo tenham excelente potencial de cicatrização, a
persistência da dor é um fator limitante, em especial em mulheres habituadas a usar
salto alto. É comum haver crises intermitentes, muitas vezes obrigando o indivíduo a
restringir atividades da vida diária.
Outro problema comum nos entorses é a perda do tato profundo, com
comprometimento da coordenação motora, também chamada propriocepção. Talvez
por isso, a atleta brasileira tivesse relatado a sensação do “tornozelo mole”. Em outras
palavras: existe dificuldade dos receptores tendíneos e capsulares informarem o centro
de coordenação motora do sistema nervoso central. Isso pode não afetar atividades
da vida diárias, mas, para esportes de drible, giro e desaceleração, tende a haver

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comprometimento da performance, com perda da confiança do atleta em seu tornozelo


e com a possibilidade de novos entorses.
Além disso, a entorse e a instabilidade do tornozelo podem trazer é a lesão da
cartilagem, geralmente no encaixe do tornozelo, em uma área conhecida como domus
do osso Talus. A lesão pode, em alguns casos, necessitar de tratamento cirúrgico.
O tratamento
A grande maioria das lesões ligamentares, se corretamente diagnosticadas e
tratadas, evolui bem. A regra é tratar a dor e a inflamação, em seguida restabelecer
propriocepção, força e equilíbrios musculares. E, por fim, realizar treino de pliometria
(explosão muscular), que pode ser feito por treinadores experientes com amplo
conhecimento da lesão. Essa última orientação é crucial para quem pratica atividades
de mudança brusca de direção, como a capoeira, futebol, vôlei e basquete. Casos
crônicos costumam se beneficiar com o fortalecimento isocinético.
Fissura no 5º metatarso do pé direito: especialista explica lesão de Neymar
Ortopedista fala sobre o problema que deve deixar o jogador afastado dos gramados
por dois meses: como acontece, quais os sintomas e em que casos a cirurgia é
necessária

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Também é papel do professor de Educação Física, aparar e apoiar o atleta nas


situações adversas de acidentes nos esportes.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Neymar vai operar e só volta aos campos em maio. Por Ana Paula Simões — São
Paulo. 28/02/2018 11h29 Atualizado há 4 anos

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Torcer o tornozelo durante a prática esportiva é muito comum. Geralmente durante


numa entorse ocorre o estiramento dos ligamentos ao redor do tornozelo, o que pode
ser muito doloroso, podendo até chegar a ruptura dos mesmos. No caso do atacante
Neymar - que fissurou o quinto metatarso do pé direito durante a vitória do Paris
Saint-Germain sobre o Olympique de Marselha por 3 a 0, no domingo - todos acharam
que a princípio seria um entorse simples, principalmente porque os exames iniciais
não mostraram nada ligamentar. Mas devido à dor exacerbada, evidenciou-se que a
energia da torção passou pelos ligamentos e foi tracionado o osso por um tendão,
levando à fratura.
O jogador brasileiro passará por cirurgia para colocação de um pino no pé. O tempo
previsto para a recuperação é de dois meses, o que o possibilita voltar aos gramados
apenas em maio, um mês antes da Copa do Mundo - a estreia do Brasil é no dia 17
de junho.

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Neymar chora após se machucar no último domingo


Foto: REUTERS/Stephane Mahe

Como acontece o mecanismo de lesão


Embora seja comumente associada aos jogadores de futebol que atuam na grama,
a lesão também afeta atletas de outros esportes, basta o pé ficar fixo e o corpo girar.
Esta condição pode surgir ao prender pé através do calçado como nas chuteiras com
travas, ou mesmo com o tênis numa quadra onde o corpo gira pra mudar de direção
ou fazer uma mudança de rota e acaba causando a torção.
Essa lesão ocorre ao redor geralmente do tornozelo, que funciona principalmente
como uma dobradiça para permitir movimentos para cima e para baixo no pé e em
menor amplitude, para dentro e para fora. O que acontece nas exceções é a energia
ser tão grande que os ligamentos conseguem se esticar sem romper, mas o tendão
não. Aí ele puxa literalmente o osso que está iserido no tendão.
A lesão também poderá ocorrer dependendo da energia colocada com pés, correndo
de forma repetitiva ao longo do tempo ou da força súbita por um trauma direto (exemplo:
um pisão do adversário). Normalmente, quando o dedo do pé fica preso, a lesão é
súbita. Ela é mais comumente vista em atletas que jogam em superfícies artificiais,
que são mais difíceis de escorregar do que as superfícies de grama, onde grampos
ou travas de chuteiras são mais propensos a prender. Também pode acontecer em
superfícies rígidas, especialmente se o tênis usado não fornecer suporte adequado
para o pé.

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Raio-x de um caso parecido de paciente atentido pela doutora Ana Paula Simões
Foto: caso Dra ana Paula Simoes

Quais são os sintomas?


Os sintomas mais comuns incluem dor, inchaço e movimento articular limitado na
base do quinto metatarso do pé. Os sintomas desenvolvem-se lenta e gradualmente,
piorando com o tempo se a lesão for repetitiva. Se for causado por um movimento
forte e súbito, a lesão pode ser dolorosa imediatamente e piorar em 24 horas. Às vezes,
quando ocorre a lesão, um estalo pode ser sentido. Normalmente, todo o conjunto é
envolvido, e o movimento do dedo do pé é limitado. Pode cursar com roxidão e edema
(inchaço) imediato ou crescente nas 24h seguintes.
Qual é o quinto metatarsal?
Os ossos metatarsianos são os ossos longos no meio do pé. Cada osso metatarsiano
tem uma base, um eixo, um pescoço e uma cabeça. O quinto metatarsiano é o último
osso no exterior do pé, e a maioria das quebras do quinto metatarsiano ocorrem na
base.
Quais sinais indicam que a cirurgia pode ser necessária?
A base do quinto metatarsiano é dividida em três zonas de fratura. As fraturas da
zona 1 são fraturas de avulsão ou tração, que ocorrem na ponta da base do quinto
metatarsiano. Essas fraturas são normalmente tratadas sem cirurgia usando uma
ortese, bota ou sapato de sola dura. Essas fraturas tendem a curar dentro de seis a
oito semanas.

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As fraturas da zona 2 são tipicamente conhecidas como fraturas de Jones. Elas


ocorrem na interseção entre a base e o eixo do quinto metatarsal . Essas fraturas
são conhecidas por terem maior chance de não cicatrizar (não união). Eles também
estão em risco de refratura mesmo após a cura. O tratamento cirúrgico é comumente
realizado para essas fraturas.
As fraturas da zona 3 ocorrem ao longo do eixo do quinto metatarsiano. Estas são
tipicamente fraturas de estresse em atletas. Longos tempos de cicatrização e risco
de refratura podem ser razões para o reparo cirúrgico.
No caso de Neymar, muito provavelmente a decisão de operar nos faz pensar que
estamos falando de uma zona 2 ou 3, e num jogador de milhões não podemos correr
o risco de não consolidação.

— Foto: infoesporte

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Qual é o objetivo da cirurgia de fratura do quinto metatarso?


A maioria das cinco fraturas dos metatarsos são tratadas sem cirurgia. No entanto,
certas situações podem exigir cirurgia:
- Fratura das zonas 2 e 3 na base do quinto metatarsal: indicação de cirurgia pode
ser realizada para ajudar o osso a consolidar numa posição correta, e o atleta retornar
para a função completa. A cirurgia pode reduzir o tempo necessário de imobilização e
melhorar as chances de cura em comparação com o tratamento não cirúrgico. Além
de começar a fisioterapia precocemente.
Quando se deve evitar a cirurgia?
A cirurgia não é indicada em uma fratura onde existe uma infecção ou tecido mole
gravemente danificado. Ou quando o paciente decide tentar o tratamento conservador
e até mesmo não tem indicação de cirurgia imediata, como diabéticos, idosos, por
exemplo. Às vezes, a base do metatarso fratura em muitas partes. Quando isso
acontece, seu cirurgião pode optar por fixar a fratura com uma placa em vez de um
parafuso. Seu cirurgião também pode optar por remover parte do osso quebrado, em
vez de tentar reconstrui-lo.
Detalhes gerais do procedimento
Existem várias opções e técnicas cirúrgicas para tratar fraturas do metatarso. Uma
técnica comum na base do quinto metatarso é uma cirurgia percutânea (fechada), em
que um parafuso é inserido no quinto metatarso (fixação do parafuso intramedular).
As fraturas do eixo do metatarsal são tipicamente fixadas com uma placa e parafusos.
Esses procedimentos podem ser realizados como um procedimento eletivo sob
anestesia geral ou anestesia regional.
Técnicas específicas
A incisão cirúrgica para um parafuso intramedular é tipicamente de um ponto (1
cm) base do quinto metatarsiano. Através do raio-X usamos um guia para a colocação
do parafuso. As roscas do parafuso cruzam o local da fratura e permitem que as
extremidades sejam comprimidas. Se for necessário enxerto ósseo, como em uma
fratura crônica que falhou no tratamento não-operatório, pode ser necessária uma
incisão separada sobre a fratura para inserir o enxerto ósseo ou o substituto do
enxerto ósseo.

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Nem sempre a cirurgia é o tratamento mais indicado


Foto: Getty Images

Em quanto tempo é possível retornar ao esporte?


Nos primeiros sete a 14 dias após a cirurgia, você pode dar carga apenas no
calcanhar, mas alguns cirurgiões não permitem que você pise até retirar os pontos,
ou até terem segurança da consolidação. É utilizado uma bota (órtese) removível para
iniciar a fisioterapia analgésica imediatamente. Os pacientes podem esperar retornar
à atividade completa entre dois a três meses após uma fratura típica, mas varia muito
de cada caso, pois o primeiro passo é a consolidação que ocorre de quatro a seis
semanas, e depois disso o atleta deve voltar ao seu condicionamento físico para o
esporte. Algumas fraturas podem requerer enxerto ósseo e têm recuperações mais
longas. O parafuso não é geralmente removido, a menos que cause desconforto.
Existem complicações relacionadas à cirurgia em geral. Elas incluem os riscos
associados à anestesia, infecção, danos aos nervos e vasos sanguíneos e hemorragias
ou coágulos sanguíneos. Mas obviamente são casos raros e de exceção. Algumas
complicações podem resultar na necessidade de reabordagem ou revisão cirúrgica. A

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fratura metatarsiana pode não consolidar e se tornar uma não união. Outra complicação
rara, mas séria é uma refratura após a fixação. Alguns pacientes podem estar em
maior risco de cicatrização ou refratura devido à forma do pé. Um pé de alto arco
(cavo) ou um calcanhar varo pode colocar pressão extra no quinto metatarsiano e
afetar a cicatrização.

LEITURA COMPLEMENTAR

HENRIQUE DE QUADRA DAL-BÓ AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS


PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM POSSÍVEIS SITUAÇÕES EMERGENCIAIS
DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO Florianópolis, SC 2013.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103743/
TCC_HENRIQUE%20DE%20QUADRA%20DAL-B%c3%93.pdf?sequence=1&isAllowed=y

A entorse é definida como a separação momentânea das superfícies ósseas ao


nível da articulação, se limitando apenas ao comprometimento dos ligamentos. Este
tipo de lesão, pelo comprometimento de estruturas articulares, pode demorar muito
tempo para curar. Por isso, sempre que possível, deve-se proteger as articulações
mais sujeitas a movimentos bruscos com bandagens ou material sintético durante
o exercício, a fim de prevenir esse tipo de acidente. Outra forma de prevenção é a
musculação com o objetivo de fortalecimento muscular, pois músculos mais fortes
e desenvolvidos poderão ajudar a proteger a articulação. A entorse se manifesta
com dor intensa durante a movimentação, edema e perda de mobilidade no local e
deformidade da articulação pelo inchaço. O procedimento específico, portanto, seria
aplicar compressas geladas por um tempo máximo de vinte minutos e imobilizar as
duas articulações próximas a lesão com ataduras ou talas.
A fratura é uma lesão óssea de origem traumática, produzida por trauma direto ou
indireto. Em esportes de muito contato, é comum presenciar no decorrer da prática
uma fratura, por isso a importância do profissional de Educação Física com os
conhecimentos necessários para minimizar esse acidente. A vítima poderá apresentar
dor, aumento do volume devido ao sangramento no local, deformidade no membro
fraturado e impotência funcional que dificulta seus movimentos. A exposição do foco
da fratura pode estar ou não em contato com o meio externo, caracterizando-as abertas
e fechadas. No caso de fraturas abertas, além de não movimentar a vítima antes

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de imobilizar o membro aferido, deve-se controlar o sangramento e protegê-lo com


curativos e bandagens. Deste modo, o profissional de educação física, ao se deparar
com esse tipo de acidente, deve primeiramente, imobilizar o membro atingido junto
com a articulação proximal e distal à lesão com talas e envolvendo-as com faixas.
O principal objetivo de um atendimento rápido e eficaz logo depois do acidente é
não agravar a lesão preexistente, reduzindo a dor e o sangramento até o transporte
especializado chegar. Deve-se ter um cuidado especial com fraturas na região cervical,
pois uma movimentação inadequada pode causar danos irreparáveis na medula
espinhal. Sabendo disso, qualquer suspeita de lesão na região cervical deve ser tratada
de forma prioritária, imobilizando a área com um colar cervical, papelão, chinelo ou
boné.

ANOTE ISSO

Tenha sempre em mãos o kit de primeiro socorros, você professor de Educação


Física pode precisar a qualquer instante.

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CAPÍTULO 9
FORMAS DE PRESTAR OS
PRIMEIROS SOCORROS NOS
CORTES, SANGRAMENTOS
NASAIS E ESFOLAMENTO

• Pressão local;
• Higienização local;
• Alteração gravitacional;

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O sangramento nasal pode ser provocado por fatores ambientais.

Durante os 17 anos utilizando os conhecimentos adquiridos durante minha


formação nos diferentes ramos esportivos e nas várias práticas de atividade
física como professor de Educação Física, posso relatar diversas experiências
profissionais que exigiam conhecimentos de primeiros socorros. Um exemplo que
gostaria de destacar era o aumento de casos de sangramento nasal que ocorriam
nas aulas realizadas em ambiente externo. Principalmente nos períodos de inverno,
onde há uma redução da umidade relativa do ar e uma diminuição da temperatura
nos horários das manhãs. A questão é: como agir no caso do aluno apresentar esse
tipo de sangramento?

LEITURA OBRIGATÓRIA

SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos


esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

O que fazer em caso de sangramento do nariz: Para parar o sangramento do nariz


deve-se fazer compressão na narina com um lenço ou aplicar gelo, respirar pela boca

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e manter a cabeça na posição neutra ou ligeiramente inclinada para frente. No entanto,


caso o sangramento não seja resolvido ao final de 30 minutos pode ser necessário
ir no pronto socorro para que o médico realize algum procedimento que controle a
saída de sangue, como uma cauterização da veia, por exemplo.
O sangramento do nariz, cientificamente chamado de epistaxe, é a saída de sangue
pelo nariz e, na maioria dos casos, não é uma situação grave, podendo ocorrer ao
cutucar o nariz, ao assoar o nariz com muita força ou após uma pancada no rosto,
por exemplo.
No entanto, quando o sangramento não para, acontece várias vezes durante o mês
ou é intenso, é importante que o médico seja consultado, pois pode ser indicativo
de problemas mais graves, como alterações na coagulação do sangue e doenças
autoimunes.
Como parar o sangramento do nariz? Para parar o sangramento nasal, deve-
se começar por manter a calma e pegar em um lenço, devendo: sentar e inclinar
ligeiramente a cabeça para a frente. Apertar a narina que está sangrando durante pelo
menos 10 minutos: pode-se empurrar com o dedo indicador a narina contra o septo
ou apertar o nariz com o polegar e indicador. Aliviar a pressão e verificar se parou de
sangrar ao final de 10 minutos.
Limpar o nariz e, se necessário a boca, com uma compressa ou pano molhado.
Durante a limpeza do nariz não deve fazer força, podendo enrolar um lenço e limpar
apenas a entrada da narina.
Além disso, se após a compressão continuar sangrando pelo nariz, deve-se aplicar gelo
na narina que está a sangrar, embrulhando-o num pano ou compressa. A aplicação de
gelo ajuda a parar o sangramento, pois o frio leva os vasos sanguíneos a comprimirem,
diminuindo a quantidade de sangue e, fazendo parar a hemorragia.

NOTÍCIA DO ASSUNTO
A associação de jogadores pede substituições temporárias por concussão após
lesão de Koch.
21 de fevereiro de 2022·1 min de leitura. Disponível em: https://esportes.yahoo.
com/noticias/associa%C3%A7%C3%A3o-jogadores-pede-substitui%C3%A7%C3%B5es-
tempor%C3%A1rias-142637503.html

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Robin Koch, do Leeds United, é substituído após se lesionar durante partida contra
o Manchester United pelo Campeonato Inglês (Reuters) - A Associação de Futebolistas
Profissionais (PFA, na sigla em inglês) defendeu a introdução de substituições
temporárias por concussão após uma lesão na cabeça sofrida por Robin Koch, do Leeds
United, na derrota de domingo por 4 x 2 para o Manchester United pelo Campeonato
Inglês.
O zagueiro Koch ficou ensanguentado após uma disputa de cabeça com Scott
McTominay no início da partida e continuou jogando com uma bandagem pesada
antes de ser substituído aos 31 minutos.
A entidade dos jogadores disse que os protocolos de concussão existentes não
estão priorizando a segurança dos atletas.
“O protocolo ‘em caso de dúvida, fique de fora’ não está sendo aplicado de forma
consistente dentro do ambiente de pressão do futebol competitivo de elite”, tuitou a
PFA nesta segunda-feira.
“Vemos incidentes frequentes de jogadores que voltam a jogar com uma possível
lesão cerebral, apenas para serem retirados logo depois, quando os sintomas pioram
visivelmente.”
O Leeds disse que Koch passou em todos os testes de triagem de concussão em
campo que fazem parte dos protocolos da liga inglesa.
“A equipe médica do Leeds United sempre foi a favor de substituições temporárias
para lesões na cabeça, pois daria mais tempo à equipe para avaliar uma lesão e
permitiria um período para que os sintomas se desenvolvessem”, disse um comunicado
do clube.
(Reportagem de Shrivathsa Sridhar e Manasi Pathak em Bengaluru e Martyn Herman
em Londres)

NOTÍCIAS DO ASSUNTO
Atleta é atacado por pitbulls, leva mais de 50 mordidas e sofre dilacerações em
membros

29 MAR 2022 - 17H23 ATUALIZADO 29 MAR 2022 - 17H43. Disponível em: https://
g1.globo.com/sp/sao-carlos-regiao/noticia/2022/03/29/triatleta-e-atacado-por-pitbulls-
e-leva-mais-de-50-mordidas-durante-treino-de-corrida-em-leme.ghtml

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Crédito: Arquivo Pessoal

No último domingo, 27, um triatleta de 41 anos foi atacado por vários cães da raça
pitbull e levou mais de 50 mordidas durante um treino de corrida, em São Paulo. Tiago
Ferranti Belloube sofreu diversos ferimentos e foi socorrido para a Santa Casa, onde
permanece internado nesta terça-feira, 29.
De acordo com a esposa do atleta, Vivian Ramos Carvalho dos Santos, o marido
saiu para correr pela Estrada Municipal Luiz Fernando Marchi e, por volta das 9h30,
entre seis e sete cães saíram de um canavial e atacaram o triatleta, perto do Jardim
Nova Leme.
“Ele contou que estava exausto, não aguentava mais o tanto que teve que lutar para
conter os animais. Ele falou que enfiava os dedos na boca e nos olhos dos cães, não
tinha o que fazer os cachorros pararem”, disse a esposa.
O home contou a ela que caiu duas vezes sem forças. Um carro que passava pelo
local no momento do ataque parou, mas o motorista não conseguiu sair do veículo
para ajudar devido à agressividade dos cães.

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Outro motorista que dirigia uma Saveiro parou, e o triatleta conseguiu pular dentro
da caçamba. Dali ele foi levado direto para o hospital.
O homem sofreu dilacerações nos membros inferiores e superiores. A maioria das
mordidas foi no tornozelo e panturrilha da perna direita, no braço direito, cotovelo
e nas costas. Parte do tendão do pé direito foi rompido, segundo informações do
boletim de ocorrência.
“Os médicos falaram que já seria difícil sobreviver ao ataque de um cão. Com sete,
foi por Deus ele ter sobrevivido”, disse a mulher.
O triatleta, que no domingo precisou de morfina para trocar os curativos, se recupera
bem e continua internado para realizar uma bateria de exames. O objetivo é evitar
uma infecção.
Os animais ficam em uma propriedade próxima à estrada. Vivian disse que vai
acionar o advogado para entrar com uma ação.
A esposa do atleta disse que além dos danos psicológicos e do trauma, Tiago é
educador físico, tem grupos, e não vai poder aulas. “Estamos longe da nossa cidade,
estamos sem trabalhar. Vamos ver o que pode ser feito”, disse.
A estrada faz parte da rota de grupos de ciclistas e de pessoas que saem para
caminhar. “A propriedade tem que manter os animais presos. Como o proprietário
deixa sete cães ferozes soltos perto de uma estrada municipal? Vai esperar matar uma
pessoa, uma criança para acontecer alguma coisa?”, questionou a esposa do triatleta.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Campeã olímpica corta acidentalmente o rosto de árbitra no hóquei.

Na vitória do Canadá sobre os EUA, americana Amanda Kessel fere sem querer
Cianna Liefers com o taco; a juíza deixou o rinque sangrando, mas voltou para o jogo.
Disponível em: https://ge.globo.com/olimpiadas-de-inverno/noticia/campea-olimpica-
corta-acidentalmente-o-rosto-de-arbitra-no-hoquei.ghtm
Por Redação do ge — Pequim 08/02/2022 09h22 Atualizado há 3 meses
O clássico entre EUA e Canadá pela rodada preliminar do hóquei no gelo feminino
foi quente na madrugada desta terça pelas Olimpíadas de Inverno. Troca de lideranças
no placar e, no fim, vitória canadense por 4 a 2. Mas o que chamou a atenção mesmo
foi um acidente envolvendo a campeã olímpica Amanda Kessel e a árbitra Cianna

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Liefers. A americana atingiu sem querer o rosto da “zebra”, que deixou o rinque do
jogo sangrando.

Americana corta o rosto de árbitra com o taco em partida de hóquei feminino entre
EUA e Canadá

Cianna Lieffers árbitra machucada hóquei Canadá x EUA — Foto: REUTERS/Brian Snyder

O lance inusitado aconteceu no início do segundo período. Kessel balançou o taco


atrás da rede canadense e acabou acertando a árbitra no rosto. Sangrando, Lieffers
foi para o vestiário receber atendimento médico, mas voltou ao jogo com um curativo
no local da ferida. Ela levou dois pontos no rosto.

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Cianna Lieffers árbitra machucada hóquei Canadá x EUA


Foto: REUTERS/Brian Snyder

Amanda Kessel, de 30 anos, tem duas medalhas olímpicas. Depois de ser prata nos
Jogos de Sochi em 2014, ela ajudou a equipe americana a conquistar o ouro quatro
anos depois em PyeongChang. Ela também é tricampeã mundial.

Amanda Kessel hóquei EUA x Canadá


Foto: REUTERS/David W Cerny

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO
Jogadoras de vôlei turcas têm choque grave.

Meliha Ismailoglu e Cansu Ozbay tentavam salvar bola em jogo com o Comitê
Olímpico Russo, mas acabaram se chocando cabeça com cabeça, provocando cortes
nas bocas das jogadoras. Por Redação do ge — Tóquio, Japão. https://ge.globo.com/
olimpiadas/noticia/em-jogo-de-volei-nas-olimpiadas-jogadoras-turcas-tem-choque-
grave-assista.ghtml.
02/08/2021 05h17 Atualizado há 9 meses

Após choque com companheira, turca perde dente e fica com a boca sangrando
A Turquia bateu o Comitê Olímpico Russo por 3 sets a 2 na última rodada da primeira
fase do torneio feminino de vôlei, na madrugada dessa segunda-feira, mas a cena que
marcou o jogo foi um choque de cabeças entre as turcas Meliha Ismailoglu e Cansu Ozbay.
Já no tie-break, numa tentativa de defesa, as duas jogadoras foram na bola e as bocas
delas bateram uma na outra, e imediatamente Ozbay começou a sangrar. Ainda não há
a confirmação se a jogadora perdeu um dos dentes. Confira o lance no vídeo acima.

Cansu Ozbay sangra após se chocar de cabeça com companheira no vôlei feminino
Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

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Ozbay, camisa 3 e levantadora da seleção turca, ainda foi atendida e voltou para o
jogo, mas logo precisou sair por conta do sangramento. Naquele momento da partida,
a Turquia vencia o tie-break por 10 a 7, e mesmo com o ocorrido conseguiu fechar a
parcial e o jogo em 15 a 10.

Jogadoras da Turquia se chocam de cabeça em quadra


Foto: REUTERS/Valentyn Ogirenko

Com a vitória, a seleção turca terminou a primeira fase em terceiro lugar no Grupo
B, à frente do ROC em quarto. A tendência é que as russas sejam as adversárias do
Brasil nas quartas de final. Para isso, porém, a seleção precisa confirmar o favoritismo
frente ao Quênia e garantir a liderança do Grupo A, em partida que acontece nesta
segunda-feira, às 9h45 (de Brasília).

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ANOTE ISSO

O sangramento nasal pode ser provocado por vários fatores, inclusive pelas
contusões.

Em postagem no site https://www.iaapa.org/pt/: o revestimento do nariz contém


vasos sanguíneos minúsculos que ficam perto da superfície e que, por isso, podem ser
facilmente danificados, causando sangramento. Por esse motivo, a hemorragia nasal é
mais comum após cutucar o nariz ou devido a alterações na qualidade do ar, que, caso
esteja seco, pode deixar as membranas nasais mais suscetíveis. Porém, além destes
fatores, existem outras causas e doenças que podem estar na origem do sangramento
nasal e se corretamente diagnosticadas, podem ser facilmente tratadas, corrigindo o
problema da hemorragia.
Caso ocorra uma lesão no nariz, como uma pancada muito forte ou mesmo se o
nariz quebrar, isso geralmente causa sangramento. A fratura acontece quando há
a quebra do osso ou cartilagens do nariz e geralmente, para além do sangramento,
podem também ocorrer outros sintomas como dor e inchaço no nariz, aparecimento
de manchas roxas em volta dos olhos, sensibilidade ao toque, deformidade do nariz e
dificuldade para respirar pelo nariz.
Pessoas que têm as plaquetas baixas, têm uma maior tendência a sofrer
sangramentos, porque apresentam maior dificuldade em fazer a coagulação do sangue
e, por isso, podem apresentar sintomas como manchas roxas e avermelhadas na pele,
sangramento das gengivas e do nariz, presença de sangue na urina, sangramento nas
fezes, menstruação volumosa ou feridas com sangramento de difícil controle. O desvio
do septo nasal pode ocorrer devido a traumatismos no nariz, inflamações locais ou
ser apenas um defeito de nascença, e provoca diminuição do tamanho de uma das
narinas, podendo causar dificuldade em respirar, sinusite, cansaço, sangramento nasal,
dificuldade para dormir e ronco.
A hemofilia é uma doença genética e hereditária, que causa alterações na coagulação
do sangue, podendo causar sintomas como manchas roxas na pele, inchaço e dor nas
articulações, sangramentos espontâneos na gengiva ou nariz, hemorragias difíceis de
parar após um simples corte ou cirurgia e menstruação excessiva e prolongada.
O que fazer: embora não tenha cura, a hemofilia pode ser tratada com a reposição dos
fatores de coagulação que estão em falta, como o fator VIII, no caso da hemofilia tipo A,
e o fator IX, no caso da hemofilia tipo B.
A sinusite é uma inflamação dos seios nasais que pode causar sintomas como
sangramento nasal, dor de cabeça, corrimento nasal e sensação de peso no rosto,
especialmente na testa e nas maçãs do rosto. Geralmente, a sinusite é provocada pelo
vírus Influenza, sendo muito comum durante crises de gripe, mas também pode ser
causada pelo desenvolvimento de bactérias nas secreções nasais, que ficam presas
no interior dos seios nasais. O uso frequente de alguns tipos de medicamentos, como
sprays nasais para alergias, anticoagulantes ou aspirina podem dificultar a coagulação
do sangue e, por isso, causar hemorragias mais facilmente, como por exemplo no nariz.

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ANOTE ISSO

Só para lembrar: o professor de Educação Física não pode se tornar mais uma
vítima durante a prestação de socorro à vítima.

LEITURA COMPLEMENTAR
Qual é a finalidade da luva de procedimento?
O folheto sobre EPI e proteção individual dá dicas e mostra a necessiade de
utilização em várias situações que haja possibilidade de contaminação pelo contato.
Veja na íntegra: https://proqualis.net/sites/proqualis.net/files/Uso_de_Luvas_Folheto_
Informativo.pdf

Um item indispensável, que oferece segurança tanto para o profissional de saúde


quanto para o paciente é a luva. De forma geral, há uma recomendação para que o
item seja descartável por dois principais motivos:
• para diminuir os riscos de disseminação de germes e bactérias
• para diminuir os riscos de contaminação por meio de fluidos.

Luva de látex
Certamente, essa é uma das luvas mais conhecidas e usadas. Feitas com borracha,
suas principais vantagens são o conforto e também o preço acessível. Resistente
e com excelente capacidade de vedação, elas podem ser encontradas tanto com
revestimento interno feito com pó de amido ou sem.
O amido facilita a colocação da luva e também serve para absorver a transpiração,
fazendo com que a luva não escorregue. Esse modelo de EPI (equipamento de proteção
individual) é elástico e maleável, além de ser encontrado em formato ambidestro e
com punho alongado, aumentando a proteção.

ANOTE ISSO

Agir de forma segura é a melhor forma de prestar socorro à vítima de acidentes


durante as práticas esportivas ou atividades físicas.

A IAAPA, também dá dicas sobre a necessidade do eso do EPI no atendimento de


primeiros socorro. https://www.iaapa.org/pt/not%C3%ADcia/atualiza-as-melhores-
pr%C3%A1ticas-de-primeiros-socorros

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A segurança é a prioridade número 1 do setor de atrações e é essencial para criar


experiências seguras para os hóspedes e membros da equipe. Aqui estão algumas dicas
sobre como prestar assistência de primeiros socorros de maneira segura e eficaz, pois
o COVID-19 continua a ser uma preocupação. EPI para pessoal de primeiros socorros
Como prestadores de assistência médica de primeira linha, os prestadores de
primeiros socorros nas atrações precisam receber o equipamento de proteção individual
(EPI) correto.
“Devido à alta taxa de transmissão do COVID-19, o PPE é fundamental para fornecer
uma interação segura entre o socorrista e o [indivíduo ferido]”, disse Shawn McLaren,
diretor de aprendizagem da organização St. John Ambulance Saint-Jean Canadá . “O
socorrista deve aplicar o máximo de EPI possível, o que pode incluir luvas, protetor
facial, avental e máscara. Da mesma forma, ao realizar a RCP, um dispositivo de barreira
unidirecional deve ser aplicado. A maioria deles irá cobrir a boca e o nariz do [sujeito]. ”
Uma regra a se ter em mente ao tratar pacientes durante a pandemia, “sempre
siga o protocolo de patógenos transmitidos pelo sangue”, diz Kenneth R. Martin, um
analista de segurança de passeios de diversão e consultor da KRM Consulting em
Richmond, Virgínia, referindo-se à Segurança Ocupacional e Bloodborne Pathogens
Standard da Health Administration (OSHA) (29 CFR 1910.1030) sobre a exposição
ocupacional a sangue ou outros materiais potencialmente infecciosos. “Isso inclui o
uso de EPI adequado”, que deve estar disponível nos postos de primeiros socorros e
salas de tratamento, com providências para o distanciamento social.

Kenneth Martin (crédito: Kenneth Martin)

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA


Ter o EPI para a realização dos procedimentos de primeiros socorros, garante sua
segurança e a segurança da vítima.

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CAPÍTULO 10
FORMAS DE PRESTAR OS
PRIMEIROS SOCORROS NA
HIPOGLICEMIA, PRESSÃO ALTA
OU BAIXA E TONTURAS

• Teste de glicemia;
• Aferência da pressão arterial.

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Os médicos orientam que as pessoas hipertensas procurem uma atividade física


para praticar.

Veja essa a notícia de Alexandre Raith, em colaboração para o VivaBem


20/01/2020 04h00. https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/01/20/
a-hipertensao-e-silenciosa-e-mata-conheca-mitos-e-verdades-sobre-a-doenca.htm.

A hipertensão está relacionada a hábitos de vida, como alimentação e prática


de atividade física, ao perfil do biotipo e ao histórico familiar, ou seja, predisposição
genética.
Se os pais têm pressão alta, é maior a probabilidade de os filhos serem hipertensos.
Em qual idade? Dependerá de fatores comportamentais. Alimentação de má qualidade,
consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo, por exemplo, aumentam o
risco.
A pressão arterial considerada normal é a que marca 12/8 e a alta, igual ou acima
de 14/9, e requer acompanhamento e tratamento. Para a medição, o paciente deve
ficar em repouso entre 10 e 15 minutos, com as pernas descruzadas, e não pode ter
ingerido bebida alcoólica, chá, chocolate e café, e estar com a bexiga vazia.

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Existe uma ressalva para quem já sofreu um evento cardiovascular, como derrame
e infarto. Neste caso, o valor deve estar abaixo de 13/8,5. Pessoas com histórico de
diabetes, doença vascular, aterosclerose ou entupimento nas artérias também devem
ficar atentos ao controle da pressão arterial, com a frequente medição e a ingestão
diária dos medicamentos prescritos.
Segundo a SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), o tratamento da hipertensão
pode reduzir as doenças cardiovasculares em até 80%, se associado ao controle do
colesterol, à alimentação saudável e à prática de exercícios.
Diminuir o consumo de sal é regra básica, e não somente o usado para temperar os
alimentos. Molhos industrializados de soja e de salada, além de carnes processadas,
embutidos, pratos prontos congelados e refrigerantes também contêm sódio.
Um estudo publicado este ano na Revista Brasileira de Epidemiologia mostrou que
o consumo médio de sal da população brasileira é, aproximadamente, o dobro da
recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 5g/dia. A pesquisa
foi realizada através da dosagem urinária de 8.083 indivíduos.
O perigo aumenta ainda mais pelo fato de a hipertensão ser considerada uma
doença silenciosa (assintomática). De acordo com a SBC, nas últimas três décadas,
houve uma diminuição da incidência de 36% para 31% da população adulta (a partir
dos 20 anos). Porém, a estimativa é a de que ocorram 400 mil mortes por ano por
doença cardiovascular. Destas, mais de 60% têm como fator de risco a pressão alta.
Por isso, é importante saber diferenciar o que é mito e o que é verdade em relação
à doença. Vamos a eles:

Mitos
A hipertensão tem cura. Não, é possível apenas controlá-la. Por isso, a importância
da prática de exercícios físicos, da alimentação saudável e do uso contínuo e diário
de medicação.
Pessoas com pressão normal não correm o risco de ter doenças cardiovasculares.
Vale ressaltar que cerca de 30% da população brasileira tem hipertensão. O que não
significa que a outra parte não terá no futuro, dependendo dos hábitos de vida. Neste
caso, é importante fazer a medição a cada seis meses.
Magros não correm o risco de ser hipertensos: a pressão alta é mais comum em
obesos e diabéticos. Pessoas magras também têm hipertensão, caso seja sedentária,
se alimente de forma incorreta e tenha predisposição genética.

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Hipertenso deve beber mais água que indivíduos que têm níveis normais. Na verdade,
a quantidade ingerida deve ser individualizada e não está relacionada ao aumento da
pressão. Recomenda-se tomar, diariamente, de 35 ml a 45 ml por quilo de peso.
Tabagismo aumenta a pressão arterial. O fumo especificamente não tem relação
com a hipertensão, mas com a aterosclerose, que se caracteriza pela formação de
placas de gordura na parede das artérias do coração.
Se não tenho pressão alta, posso consumir bebida alcoólica sem restrição. Ingerir
álcool cronicamente —além de duas latas de cerveja, 300 ml de vinho ou 40 ml de
destilado, por dia— aumenta a chance de ter elevação do nível.
Hipertenso não deve fazer exercício físico de alto impacto. É permitido se a pressão
estiver controlada, para evitar um pico muito elevado, o que pode ser perigoso.
Vegetarianos e veganos têm menos chance de se tornar hipertensos. Não
necessariamente a alimentação de quem não come carne é mais saudável. O importante
é controlar a quantidade de sal. Nada adianta comer verduras e legumes com molho
de soja industrializado, que contêm alto índice de sódio na composição.
O consumo de canela, pimenta e café é prejudicial. Pelo contrário, canela e pimenta
estão relacionadas à liberação de óxido nítrico, que dilata os vasos sanguíneos e aumenta
o fluxo sanguíneo para os músculos, ou seja, tem uma característica vasodilatadora.
Portanto, o consumo adequado é benéfico. Já o café, em excesso, pode ser prejudicial
a indivíduos predispostos à hipertensão. Recomendação: três xícaras ao dia.

Verdades
É mais recorrente em pessoas com mais de 60 anos. A prevalência é maior em
indivíduos desta faixa etária. Cerca de 30% da população adulta têm hipertensão. Em
idosos, a estimativa dobra. Mas atenção, os jovens também podem ter pressão alta,
dependendo dos fatores hereditários e da qualidade de vida.
Homem tem mais tendência a ser hipertenso. Realmente, a condição é mais
comum naqueles entre 40 e 50 anos, pois são, geralmente, mais estressados, obesos
e sedentários. Ou seja, as causas são mais comportamentais do que fisiológicas.
A gestante pode se tornar hipertensa durante a gravidez. A grávida, devido a alterações
hormonais e imunológicas, pode desenvolver hipertensão, o que é conhecido por Doença
Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG). Casos extremos podem levar à eclampsia.
Na maior parte dos casos, o nível volta à normalidade uma vez terminada a gestação.

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A pressão arterial aumenta na menopausa. A prevalência de mulheres hipertensas


se eleva devido à perda da proteção do hormônio estrógeno, que é um protetor e
aliado do coração, por estimular a dilatação dos vasos e facilitar o fluxo sanguíneo.
Sofrer de distúrbio do sono é perigoso: a apneia é uma das principais causas de
pressão alta, se não considerada a genética. O distúrbio, que significa parada de
respiração, provoca a retenção de mais sal e o aumento da atividade do sistema
nervoso simpático, que causa a constrição dos vasos sanguíneos.
Fazer sexo eleva a pressão arterial. Durante a relação sexual, a pressão sobe na
proporção do esforço, o que é considerado uma resposta normal do organismo. No
entanto, precisa ser controlada com medicamento, para evitar picos de alta.
Ansiedade e estresse ajudam a aumentar o nível de pressão: o estado de irritabilidade
tem componentes relacionados à descarga de adrenalina, que desencadeia a elevação
da pressão arterial.
O açúcar não interfere na regulação da pressão arterial: porém, a restrição do consumo
é importante para evitar a obesidade e o sobrepeso, que são fatores causadores de
hipertensão.
Chá verde, vegetais de folhas escuras e chocolate auxiliam no controle da pressão:
berinjela, hortaliças e vegetais verdes são ricos em potássio. O aumento do consumo
do mineral na dieta está associado ao melhor controle da hipertensão e à prevenção
de doenças cardíacas.

ANOTE ISSO
Prescrever exercícios físicos e saber lidar com as especificidades dos alunos é uma
obrigação do professor de educação física.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Notícia Olímpica disponível em: https://www.espn.com.br/artigo/_/id/9001426/


olimpiadas-ana-patricia-revela-desmaio-e-diz-que-quase-desistiu-de-jogar-quartas-do-
volei-de-praia
Não é figura de linguagem dizer que Ana Patrícia e Rebecca ultrapassaram seus
limites para chegarem até as quartas de final das Olimpíadas de Tóquio. O jogo que

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terminou com a vitória das suíças Vergel-Depre e Heidrich, inclusive, correu o risco
de não acontecer.
No dia que antecedeu a partida decisiva, Ana Patrícia chegou a desmaiar no colo de
Rebecca após sentir um mal-estar - acredita que tenha sido uma crise de hipoglicemia
- e pensou em desistir, mas teve o suporte da companheira.
“Tenho certeza que não faltou luta. Esses últimos dias foram incrivelmente difíceis.
Ontem desmaiei no colo da Rebecca, acho que tive uma crise de hipoglicemia. Em
muitos momentos ali pensei em desistir porque não aguentava mais, mas ela me deu
forças”, revelou a atleta brasileira ao Sportv.
Apesar de ter deixado a partida esgotada e ter sentido a questão física no tie-break,
Ana Patrícia não quer usar o que aconteceu como desculpa pela derrota.

LEITURA OBRIGATÓRIA

SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos


esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

A diabetes não é uma condição fácil; ela é caracterizada pela falta de produção
natural de insulina ou pelo não aproveitamento correto da insulina que produz. A
doença é crônica, o que significa que ainda não existe uma cura. Mas, quando tratada
da maneira adequada, é possível levar uma vida de qualidade.
O problema é quando as complicações da diabetes falam mais alto, já que os
primeiros socorros devem ser operados com cuidado. O primeiro passo é saber: é
hipoglicemia ou hiperglicemia? Ambas as situações podem ocorrer e são as principais
consequências de um tratamento ineficiente contra essa doença.
É importante sempre ter o aparelho adequado para medir a quantidade de açúcar
no sangue e, assim, verificar se os índices de glicemia estão acima (hiperglicemia) ou
abaixo (hipoglicemia) do indicado.
Quando ocorre uma crise diabética, não se pode brincar com a sorte. Por isso
preparamos este artigo para você. Continue lendo e saiba mais sobre os sintomas de
hipoglicemia e hiperglicemia, assim como outras emergências diabéticas, e descubra
quais são os primeiros socorros corretos para cada situação.
Hipoglicemia: A hipoglicemia é caracterizada pelo baixo nível de glicose no sangue.
Se você fizer o teste com o aparelho, ele mostrará um valor inferior a 70 mg/dL. Mas

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se você não tiver um aparelho em mãos durante a crise, fique atento para os seguintes
sintomas e sinais de hipoglicemia:
• Tremores;
• Pele fria;
• Sensação de desmaio;
• Desmaio.
Nestes casos, os primeiros socorros incluem tentar elevar o açúcar no sangue:
1. Procure por alimentos açucarados; uma boa dica é comer 1 colher de sopa de
açúcar com um pão.
2. Caso o mal estar permaneça após 30 minutos, coloque o açúcar puro e diretamente
no interior da bochecha ou debaixo da língua;
3. Se ainda assim o nível de açúcar no sangue não aumentar e os sintomas
predominarem, é preciso chamar ajuda médica ligando para o 192;
4. Se a pessoa já estiver inconsciente antes mesmo de receber os primeiros
socorros, coloque-a em posição lateral para segurança e espere a ajuda médica.
Em casos mais graves, é possível que a pessoa entre em parada cardíaca. Por isso,
caso ela esteja inconsciente, fique atento para a respiração dela. Caso ela não esteja
respirando, deve-se iniciar imediatamente e repetidamente a massagem cardíaca,
enquanto espera pela ajuda médica.
Hiperglicemia: Em casos de índices altos de açúcar no sangue, o quadro é de
hiperglicemia. No aparelho, é caracterizado por valores acima de 180 mg/dL (em
jejum) ou acima de 250 mg/dL (a qualquer hora do dia). No corpo, a hiperglicemia se
caracteriza com os seguintes sintomas:
• Confusão mental;
• Sede excessiva;
• Boca seca;
• Cansaço;
• Dor de cabeça;
• Hálito alterado.
Como primeiros socorros, coloque a vítima em uma posição confortável, converse
com ela para obter informações importantes e acione 192 ou 193.

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ANOTE ISSO
O professor de Educação Física precisa orientar o aluno ou atleta diabético a
sempre estar com seu equipamento de aferência da glicemia.

O que fazer quando a pressão está baixa: A pressão baixa, também chamada de
hipotensão, geralmente não é um problema, especialmente quando a pessoa sempre
teve pressão baixa. No entanto, caso a pressão baixe muito rapidamente pode causar
o surgimento de sintomas como fraqueza, cansaço e tonturas ou, até, desmaio.
Assim, numa pessoa que tem pressão normal ou alta, mas que sofreu uma crise
de pressão baixa deve-se: Deitar a pessoa, de preferência num local fresco e arejado.
Afrouxar as roupas, especialmente em volta do pescoço. Levantar as pernas acima
do nível do coração.
Levantar as pernas permite que o sangue flua em direção ao coração e ao cérebro
mais facilmente, aumentando a pressão. A pessoa deve permanecer nesta posição
por alguns minutos até que os sintomas de pressão baixa diminuam. Alguns sintomas
que podem indicar que a pressão baixa é grave incluem confusão, pele muito pálida,
respiração rápida, frequência cardíaca muito elevada ou perda da consciência.
Em pessoas completamente saudáveis que sempre tiveram uma pressão arterial inferior
ao normal, o valor de pressão baixa não é um sinal de alarme, no entanto, caso surja
de forma repentina em pessoas que têm pressão normalmente alta pode ser em efeito
colateral do remédio para a pressão alta ou ser resultado de um problema de saúde como
desidratação, reação alérgica, perda de sangue ou problemas cardíacos, por exemplo.
Praticar atividade física regular para fortalecer os músculos dos braços e das pernas,
pois ajuda o sangue a chegar mais facilmente ao coração e ao cérebro. Normalmente,
a pressão baixa é benigna e não traz graves consequências, mas a pessoa corre o
risco de desmaiar e com a queda fraturar algum osso ou bater a cabeça, por exemplo,
o que pode ser potencialmente grave. Por isso, caso se note alguma frequência nas
quedas da pressão ou caso surjam outros sintomas como palpitações cardíacas
recorrentes, aconselha-se uma consulta médica.

ANOTE ISSO
O professor de Educação Física deve identificar na anamnese se o aluno possui
alguma orientação médica de hipertensão.

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O que fazer quando a pressão está alta: ​Quando a pressão está alta, acima de 14
por 9, é acompanhada de outros sintomas como dor de cabeça muito forte, enjoo,
visão embaçada, tonturas e se tem o diagnóstico de pressão alta, deve-se:
Tomar o remédio indicado pelo cardiologista para situações de SOS;
Ir ao pronto-socorro se não melhorar em 1 hora, porque pode ser uma situação de
emergência médica.
No entanto, quando não se é hipertenso e a pressão está alta, sem nenhum outro
sintoma é aconselhado: Tentar relaxar um pouco e esperar 1 hora para medir a
pressão novamente. Se depois disso, a pressão continuar alta deve-se marcar uma
consulta com um cardiologista o quanto antes, porque isso pode indicar um quadro
de hipertensão que pode necessitar de tratamento com medicamentos para regular
a pressão, indicados pelo cardiologista.
Porque a pressão fica alta: A pressão alta é mais comum em pessoas com hipertensão,
que surge quando o sangue tem maior dificuldade para passar pelas artérias, o que
normalmente acontece devido ao acúmulo de placas de gordura em seu interior. No
entanto, ter pressão alta por um curto período de tempo é algo que pode acontecer
com qualquer pessoa, e em qualquer idade.
Dessa forma, ter um pico de pressão alta ocasionalmente não é preocupante e,
geralmente, é facilmente controlável, especialmente quando a pessoa é aparentemente
saudável. Porém, se a pressão alta for muito constante é importante consultar um
clínico geral para avaliar as chances de se ter hipertensão. Pessoas que sofrem com
hipertensão devem ainda aferir a pressão arterial periodicamente na farmácia, além
de tomar os medicamentos receitados pelo médico e manter os hábitos saudáveis,
como fazer uma alimentação pobre em sal e em gordura, e praticar regularmente
exercício físico leves a moderado.

ANOTE ISSO

Durante a prática de atividade física ou esportiva, o aluno pode ter alterações da


pressão. Tenha sempre em mão o esfigmomanômetro e o estetoscópio para aferir
a pressão arterial.

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NOTÍCIA DO ASSUNTO

Diabetes: grandes atletas olímpicos que têm a doença


A doença, se controlada, não impede que o esportista tenha alta performance.
Atividade física pode ser aliada do diabético para quem busca vida saudável
Por Rebeca Letieri, para o Eu Atleta. 26/07/2021 08h00 Atualizado há 9 meses.
Disponível em: https://ge.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/diabetes-grandes-atletas-
olimpicos-que-tem-a-doenca.ghtml

Sabia que é possível ter diabetes e ser atleta? Na verdade, a atividade física não só
pode ser uma grande aliada do diabético no combate à doença, como também não
impede que o esportista alcance uma alta performance e até participe de grandes
competições, como as Olimpíadas. Os jogadores Washington “Coração Valente” e
Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, além da lenda do Boxe Smokin’ Joe são alguns
exemplos de atletas de alto desempenho que convivem ou conviveram com a doença.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio tiveram sua abertura na sexta-feira (23), após um ano
de adiamento por conta da pandemia de Covid-19.

Diabéticos precisam manter a dieta controlada para alta performance


Foto: Pixabay

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A glicose é o principal combustível energético para nosso organismo, e a doença


diabetes mellitus se caracteriza por um distúrbio no metabolismo relacionado a esse
tipo de carboidrato. O endocrinologista e do médico esporte Ricardo de Andrade Oliveira
afirma que níveis sanguíneos de glicose acima ou abaixo da faixa de normalidade podem
prejudicar o desempenho esportivo por alterar a capacidade de utilização dessa fonte
de energia. Entretanto, para o endócrino, indivíduos com diabetes, independentemente
do tipo, podem estar envolvidos em atividade de alta performance. Para isso, um bom
controle glicêmico é fundamental.
A gente viu uma mudança muito grande nos últimos anos. O atleta que já está
acostumado a ter suas rotinas de treino vai precisar de alguns hábitos adicionais
por conta da diabetes. O controle de consumo de carboidratos, principalmente no
que diz respeito à dieta antes, durante e pós-treino. O importante é evitar aumentos
grandes de glicemia e quedas abruptas do açúcar no sangue, que é o que chamamos
de hipoglicemia – explica.
Hall é uma estadunidense especializada em salto em distância e arrancada.
Diagnosticada com a doença aos 10 anos, ela é diabética tipo 1. O salto em distância
recorde de Hall ultrapassou o padrão mínimo dos Jogos Olímpicos do Rio de 2016
estabelecido pela Federação Internacional de Atletismo (IAAF). Além disso, ela
conquistou a 6ª posição no ranking de salto longo feminino americano em 2015, a
16ª posição mundial em 2016 e a 6ª posição no ranking americano de salto longo -
18ª posição no mundo em 2017.

Kate Hall
Foto: Getty

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2. Leônidas da Silva, o Diamante Negro – Jogador de Futebol


O “Diamante Negro” foi um jogador de futebol brasileiro. Considerado entre os mais
importantes da primeira metade do século XX, Leônidas é frequentemente lembrado
pela jogada que se tornou sua assinatura, o “gol de bicicleta”. Ainda no final da década
de 1930, foi o maior destaque da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1938. Na
competição, foi artilheiro e se consagrou como melhor jogador, com oito gols.

Leônidas da Silva foi criado do “gol de bicicleta”


Foto: Revista Tricolor / A Gazeta Esportiva

3. Washington Stecanela Cerqueira – Jogador de Futebol


Washington “Coração Valente” é treinador e ex-futebolista brasileiro, que atuava
como centroavante. Foi o sétimo maior goleador da história do Campeonato Brasileiro.
Estreou na Seleção com 26 anos, em 2001, nas Eliminatórias da Copa do Mundo de
2002. Foi ainda titular na Copa das Confederações também em 2001.

Washington “Coração Valente”


Foto: Divulgação

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4. Gary Hall Jr – Nadador, campeão olímpico


Hall é um ex-nadador norte-americano, com cinco medalhas de ouros em Jogos
Olímpicos. Considerado um dos grandes velocistas da história da natação, possui uma
história familiar de atletas olímpicos. Seu pai, Gary Hall, também competiu em três
Olimpíadas como nadador (1968, 1972 e 1976). Seu tio materno, Charles Keating III
nadou nas Olimpíadas de 1976, e seu avô materno, Charles Keating Jr., foi campeão
nacional de natação na década de 1940.
Nos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000, ganhou a medalha de ouro nos 50m
livres, empatado com seu colega americano Anthony Ervin, e ganhou o ouro e prata
nos revezamentos, fora o bronze dos 100m. Na Olimpíada em Atenas de 2004, ganhou
novamente o ouro nos 50m livres. Aos 29 anos, se tornou o mais velho nadador
olímpico masculino americano desde 1924, quando Duke Kahanamoku competiu.
Além disso, seu nome esteve envolvido com polêmicas. Em 1998, Hall foi suspenso
pela Federação Internacional de Natação por uso de maconha.

Anthony Ervin e Gary Hall Jr em Sidney, em 2000


Foto: Getty Images

5. Chris Dudley – Jogador de basquete


Christen Guilford Dudley é um ex-jogador profissional de basquete nos EUA. Dudley
jogou 886 jogos em 16 temporadas na NBA. Era conhecido pela sua habilidade defensiva,
como rebote e bloqueador de chutes. Em sua segunda temporada com os Knicks,
jogou nas finais da NBA de 1999.

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Chris Dudley
Foto: Getty

6. Arthur Ashe – Tenista vencedor de Wimbledon


Arthur Robert Ashe Jr. foi um tenista norte-americano. Encerrou a carreira em
1980. Oito anos depois, descobriu que havia contraído o vírus da AIDS, durante uma
das transfusões de sangue que precisou fazer em decorrência de duas cirurgias no
coração. Em seguida, dedicou o restante de sua vida a orientar as pessoas sobre o HIV
e a fomentar pesquisas em busca da cura. O principal estádio de torneios do Aberto
dos Estados Unidos é denominado Estádio de Arthur Ashe em sua homenagem.

Arthur Ashe Wimbledon


Foto: AP Imagens

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7. Joe Frazier – Boxeador campeão do mundo


Conhecido como Smokin’ Joe (1944), Joe Frazier foi campeão mundial de boxe na
categoria de pesos-pesados. O norte-americano conquistou o ouro nos Jogos Olímpicos
de Tóquio de 1964. Sua carreira estendeu-se pelas décadas de 1960 e 1970, e sua
fama veio com os combates que disputou com Muhammad Ali e George Foreman.

Joe Frazier boxe 2009


Foto: Al Bello / Getty Images / AFP

8. Sean Busby – Campeão de snowboard


Sean Busby é campeão de snowboard. Com diabetes tipo 1, o norte-americano
fundou a Riding On Insulin, organização sem fins lucrativos que homenagea todas as
crianças que o inspiraram a continuar vivendo. Em fevereiro de 2014, Sean se tornou a
primeira pessoa com diabetes tipo 1 (T1D) a praticar snowboard em regiões remotas
em todos os sete continentes aos 29 anos.

9. Adam Morrison – Jogador de basquete


Adam John Morrison é um ex-jogador de basquetebol profissional norte-americano
que jogou pelo Charlotte Bobcats e Los Angeles Lakers na NBA. Em duas temporadas
pelos Lakers, ele participou de 39 jogos. Foi lá que conquistou seu primeiro título da
NBA em 2009, e o segundo em 2010.

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Adam Morrison
Foto: Por Bobik em Wikipédia

10. Steve Redgrave – Campeão olímpico de canoagem


Steve é um ex-remador e campeão olímpico britânico que conquistou cinco medalhas
de ouro em cinco edições consecutivas dos Jogos Olímpicos, de Los Angeles 1984 a
Sydney 2000. É um dos quatro atletas olímpicos que conquistaram medalhas olímpicas
em cinco edições consecutivas dos Jogos, classificando-o como maior atleta olímpico
do Reino Unido.

Steve Redgrave, remador


Foto: Reprodução/SporTV

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11. Ham Richardson - tenista


Hamilton Farrar Richardson foi um jogador de tênis norte-americano, ativo nas
décadas de 1950 e 1960. Ganhou dois títulos de duplas, em 1950 com George Richards,
e em 1953 com Trabert. Jogou em sete times da Copa Davis dos EUA, incluindo os
times vencedores da Copa de 1954 e 1958. Teve 20 vitórias e duas derrotas. Morreu
em 2006 por complicações relacionadas à diabetes.

Ham Richardson
Foto: By Harry Pot

Diabéticos podem praticar atividade física?

A angiologista Adriana Rodrigues Vasconcelos, vice-diretora de eventos da Sociedade


Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular do Rio (SBACV-RJ), reforça que o exercício
físico pode, inclusive, ser benéfico para pessoas que possuem diabetes.
– A diabetes tipo 2, que corresponde a maioria dos diabéticos, está associada à
resistência periférica a insulina. Nesse caso, o indivíduo tem um nível adequado de
hormônio, mas não consegue utilizá-lo. A atividade física melhora esse controle e
baixa os índices glicêmicos. Ela fica, então, mais disponível – afirma.
Segundo a especialista, é comum crianças diabéticas começarem a fazer exercício
como forma de tratamento e acabarem seguindo carreira como atletas. A atividade

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física é importante porque, de acordo com a médica, vai conseguir controlar os níveis
glicêmicos, especialmente quando a dieta desse indivíduo for inadequada.
Por outro lado, o endócrino destaca que existem situações excepcionais, como
pacientes com doença da retina avançada ou neuropatia diabética avançada, bem
como aqueles que fazem uso de medicamentos capazes de aumentar o risco de
hipoglicemia. É o caso de quem precisa aplicar insulina.
– Portanto, os pacientes com diabetes que fazem uso de insulina, como quem tem
diabetes tipo um, também podem e devem fazer esportes, desde que tenham uma
orientação um pouco mais especializada em termos do que comer antes, durante e
depois, visando se prevenir em relação à hipoglicemia – esclarece.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Atletas diabéticos: cuidados e recomendações


Disponível em: https://www.terra.com.br/esportes/atletas-diabeticos-cuidados-e-re
comendacoes,09cec596c0b2f3182ab5c2ef2880fabdbmicpoca.html
A recomendação da Sociedade Brasileira de Diabetes é de que adultos portadores
da doença realizem, pelo menos, 150 minutos de exercícios físicos semanalmente

Indivíduos com diabetes podem e devem praticar esportes. A prática auxilia na


diminuição da glicemia, além de oferecer vários benefícios à saúde, a exemplo do
controle de peso, da pressão arterial, do colesterol, ajuda na prevenção de doenças
cardiovasculares e complicações do diabetes tipo 1. Outro ganho da prática regular de
atividade física é a melhora do aproveitamento da glicose pelos grupos musculares, ou
seja, melhora a sensibilidade à insulina, o que faz com que a entrada de glicose nas
células seja facilitada, processo fundamental para quem convive com diabetes tipo 2.

A prática de exercícios físicos deve ser considerada parte do tratamento do diabetes (Imagem de Christel Oerum por Pixabay)
Foto: Lance!

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A prática de exercícios físicos deve ser considerada parte do tratamento do diabetes,


associada a uma alimentação adequada e ao uso de medicamentos que contribuem
para manter a glicemia sob controle, quando necessário. A recomendação da Sociedade
Brasileira de Diabetes é de que adultos portadores da doença realizem, pelo menos,
150 minutos de exercícios físicos semanalmente, e o ideal é que sejam aeróbicos
como a corrida, caminhada, ciclismo e natação, já que esses exercícios movimentam
grandes musculaturas e o aproveitamento da glicose corporal é maior, auxiliando na
redução de gordura visceral.
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Mas atenção, de acordo com a nutricionista Mariana Sampaio Andreo, para que a
prática seja realmente benéfica é preciso ter acompanhamento médico e individualizado.
É necessário entender qual o tipo de diabetes, idade do indivíduo, condição médica,
composição muscular e qual modalidade será praticada.
“É fundamental fazer avaliações e exames específicos, verificar glicemia no momento
de iniciar o esporte, contar com suporte de um profissional de educação física para
considerar a atividade a ser realizada, duração, gasto energético e intensidade. Os
atletas devem tomar muito cuidado com atividades mais intensas, pois podem gerar um
aumento de estresse no corpo e consequentemente aumentar os níveis glicêmicos, sem
contar que horas depois do treino, o músculo continua consumindo glicose, o que pode
gerar um quadro de hipoglicemia. Por isso, a importância de um acompanhamento com
nutricionista para orientações e alimentação adequada conforme o esporte praticado”,
alerta a nutricionista na Flormel, empresa brasileira de doces saudáveis.
Pré-treino
Como pré-treino, a profissional sugere escolher uma preparação com consistência leve
para evitar desconfortos, líquida para manter a hidratação e adequação na quantidade
de carboidratos para manter a glicemia, e maximizar os estoques de glicogênio.
“É de extrema importância também que a refeição faça parte do hábito alimentar
do atleta. Deve-se evitar antes do treino, carboidratos de alto índice glicêmico que são
aqueles que se transformam em açúcar no organismo rapidamente e, em consequência
disso, acabam sendo estocados na forma de gordura como massas, arroz branco,
açúcar, biscoitos doces recheados, entre outros. Esses carboidratos devem ser então,
de médio a baixo índice glicêmico, como uma banana com aveia, batata doce e frango,
mandioca e carne moída, salada de fruta com granola sem açúcar. Os produtos que

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desenvolvemos na Flormel certificados pela Associação Nacional de Atenção ao


Diabético (Anad), também são uma boa alternativa, como a cocada, bananada cremosa,
goiabada, paçoca que são sem adição de açúcares, em porções individuais, práticos
e versáteis”, ressalta.
Pós-treino
Já para o pós-treino, Mariana lembra que o objetivo do atleta é melhorar a recuperação
e preparação dos músculos, e o ideal é associar o consumo de carboidrato, proteína,
vitaminas e minerais.
“Arroz integral, feijão, carnes magras, crepiocas recheado com atum, ou até mesmo
uma omelete com vegetais são ótimas opções. Lembrando que é recomendado
sempre consultar o médico ou nutricionista para a orientação mais adequada para as
necessidades do paciente. Também é de extrema importância focar na regularidade,
incluir uma sequência de exercícios no dia a dia e manter uma comunicação entre
médico, treinador e nutricionista para um melhor monitoramento, elaboração de
estratégias e promoção da saúde aos atletas diabéticos”, finaliza a nutricionista.

Hipoglicemia: caso de maratonista queniano alerta para seus perigos

Disponível em: http://ge.globo.com/eu-atleta/saude/noticia/2014/05/hipoglicemia-


caso-de-maratonista-queniano-alerta-para-seus-perigos.html
Caindo e levantando para completar prova, Eliud Magut vive calvário ao dar sinais
de exaustão pelo esgotamento das reservas de carboidratos.
Por Turibio Barros, São Paulo

Eliud Magut cai no chão na maratona de Pádua com sinais de hipoglicemia


(Foto: Reprodução / SporTV)

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Na maratona da cidade de Pádua no final do mês de abril, o queniano Eliud Magut


protagonizou mais uma daquelas cenas dramáticas que o esporte proporciona. No
trecho final da prova, o atleta mostrava sinais cada vez mais evidentes de falência
funcional, caindo e levantando sucessivamente num esforço desumano para terminar
o percurso.
Acompanhando seu sofrimento, seu técnico estimulava o atleta a levantar cada vez
que ele caia, incentivando-o a fazer de tudo para terminar a prova. A equipe médica
limitava-se a acompanhar seu verdadeiro calvário, e só atendeu o atleta retirando-o da
prova e finalmente proporcionando o atendimento médico e a hospitalização quando
ele se mostrou totalmente incapaz de ficar em pé.
Estas cenas causam grande comoção e são sempre associadas com atos de
heroísmo e superação. Entretanto, por trás da dramaticidade, existe o enorme risco
de vida que corre um atleta numa situação como essa. A equipe médica teria obrigação
de intervir antes, obrigando o atleta a abandonar a prova, e reprimindo duramente a
atitude irresponsável do treinador.

Magut em condições normais: atleta correu risco de vida em Pádua, disse fisiologista
Foto: Getty Images)

Quando um atleta mostra os sinais de exaustão extrema e falência funcional no


final de uma prova longa como uma maratona, vários perigos estão pondo em risco
sua saúde. Certamente uma séria condição de desidratação deve estar presente, pior
ainda, associada à temida hiponatremia, que é uma diminuição perigosa do nível de

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sódio no sangue, capaz de trazer os sintomas de prejuízo de coordenação motora


como os observados no corredor queniano, quadro que tende a evoluir para uma
lesão neurológica.
Além da desidratação e da hiponatremia, a exaustão é sempre também associada
à hipoglicemia, que caracteriza a falência da produção de energia por esgotamento
das reservas de carboidratos, levando à redução do nível de açúcar do sangue e
ameaçando perigosamente a integridade do sistema nervoso.
Saiba mais
• Aprenda o que comer antes, durante e depois de treinos com alta intensidade
• Hiponatremia: exercício no calor e o cuidado com a reposição de sódio
• O ciclo perigoso de eventos da exaustão extrema se fecha com a tendência do
atleta aumentar sua temperatura corporal, pois a desidratação torna cada vez
mais difícil perder o calor produzido pelo exercício.
A combinação simultânea destes eventos pode ser fatal. O que aumenta muito o
risco é a enorme tolerância que o atleta adquire ao desconforto, suportando níveis
de sofrimento muito extremos. Entretanto, apesar de ter toda esta tolerância física,
suas células nervosas possuem a mesma vulnerabilidade que um indivíduo comum,
pois não se tornam “blindadas” pelo efeito do treinamento.
Permitir que um atleta sofra o que o queniano sofreu é uma atitude que deveria ser
duramente criticada e os responsáveis severamente punidos. Existe um limite muito
tênue para um herói se tornar um mártir nestas circunstancias!

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Mesmo com todas as precauções e cuidados, o atleta poderá ter acidentes por
alteração da glicemia ou pressão arterial. Esteja sempre pronto para agir.

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CAPÍTULO 11
FORMAS DE PRESTAR OS
PRIMEIROS SOCORROS NAS
QUEIMADURAS, INSOLAÇÃO
E SINTOMAS DE FEBRE

• Abordagem da vítima;
• Procedimentos para redução da temperatura corporal;
• acompanhamento da evolução dos sintomas;

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

As altas temperaturas nos ambientes utilizados para as práticas esportivas é


sempre uma preocupação necessária.

Isso aconteceu na prática em 2021, durante a realização dos jogos Olímpicos do


Japão.

Olimpíadas 2021: Tenista espanhola tem insolação e deixa quadra em cadeira


de rodas.

Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/esporte/olimpiadas-tenista-espanhola-


tem-insolacao-e-deixa-quadra-em-cadeira-de-rodas/

Paula Badosa disputava partida das quartas de final das Olimpíadas quando passou
mal; competidores já reclamaram publicamente do forte sol enfrentado nos Jogos
A espanhola Paula Badosa, que disputava nesta quarta-feira (28) jogo de quartas
de final do torneio individual de tênis nas Olimpíadas de 2020, passou mal por causa
do calor e desistiu de continuar na competição.

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A atleta sofreu uma insolação após perder o primeiro set e deixou a quadra em
uma cadeira de rodas. Badosa também abriu mão de jogar a partida de duplas mistas.
O calor tem sido apontado por atletas como um grande problema durante as
competições dos Jogos de Tóquio.
Os dois melhores tenistas do mundo, Novak Djokovic e Daniil Medvedev já fizeram
reclamações públicas sobre o forte sol enfrentado pelos competidores.

LEITURA OBRIGATÓRIA

SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos


esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

Na maioria das queimaduras, o passo mais importante é esfriar rapidamente a pele


para que as camadas mais profundas não continuem queimando e provocando lesões.
Além disso podem ser utilizadas pomadas, de acordo com a orientação médica, para
aliviar a dor e auxiliar o processo de cicatrização. No entanto, dependendo do grau
da queimadura, os cuidados podem ser diferentes, especialmente nas de 3º grau que
devem ser avaliadas o mais rápido possível por um médico, no hospital, para evitar
complicações graves como destruição de nervos ou músculos.
Em todos os casos de queimadura, não é indicado passar pó de café ou pasta de
dente, por exemplo, na queimadura, pois pode causar ainda mais irritação, aumentar
o risco de infecção e dificultar o processo de cicatrização. O que fazer na queimadura
de 1º grau: A queimadura de primeiro grau afeta apenas a camada superficial da pele
causando sinais como dor e vermelhidão na região. Nestes casos é recomendado:
Colocar a região queimada debaixo de água fria por, pelo menos, 15 minutos. Manter
um pano limpo e umedecido em água fria na região durante as primeiras 24 horas,
trocando sempre que a água aquecer. Não aplicar qualquer produto, como óleo ou
manteiga, na queimadura.
Este tipo de queimadura é mais comum quando se fica muito tempo ao sol ou
quando se toca num objeto muito quente. Geralmente a dor desaparece ao fim de 2
ou 3 dias, mas a queimadura pode demorar até 2 semanas para cicatrizar, mesmo
com o uso de pomadas. Geralmente, a queimadura de 1º grau não deixa qualquer
tipo de cicatriz na pele e raramente apresenta complicações.

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O que fazer na queimadura de 2º grau: A queimadura de 2º grau afeta as camadas


intermédias da pele e, por isso, além da vermelhidão e da dor, podem surgir outros
sintomas como bolhas ou inchaço do local. Neste tipo de queimadura é aconselhado:
Colocar o local afetado debaixo de água corrente fria por, pelo menos, 15 minutos.
Lavar cuidadosamente a queimadura com água fria e sabão de pH neutro, evitando
esfregar com muita força. Cobrir a região com uma gaze molhada ou com bastante
vaselina, e prender com uma ligadura, durante as primeiras 48 horas, trocando sempre
que necessário. Não furar as bolhas e não aplicar qualquer produto no local, para
evitar o risco de infecção;
Esta queimadura é mais frequente quando o calor está mais tempo em contato com
a pele, como acontece quando se derrama água quente sobre a roupa ou se segura
em algo quente por muito tempo, por exemplo. Na maioria dos casos, a dor melhora
ao fim de 3 dias, mas a queimadura pode demorar até 3 semanas para desaparecer.
Embora as queimaduras de 2º grau raramente deixem cicatrizes, a pele pode ficar
mais clara no local.
O que fazer na queimadura de 3º grau: A queimadura de 3º grau é uma situação
grave que pode colocar a vida em risco, uma vez que as camadas mais profundas da
pele estão sendo afetadas, incluindo os nervos, vasos sanguíneos e músculo. Por isso,
neste caso é recomendado: Chamar imediatamente uma ambulância, ligando para
o 192 ou leve a pessoa rapidamente para o hospital. Esfriar a região queimada com
soro fisiológico, ou na sua falta, água da torneira, por cerca de 10 minutos. Colocar
cuidadosamente uma gaze esterilizada umedecida em soro fisiológico ou um pano
limpo sobre a região afetada, até a chegada da ajuda médica. Caso a região queimada
seja muito grande, pode-se enrolar um lençol limpo umedecido em soro fisiológico e
que não largue pelos. Não colocar nenhum tipo de produto na região afetada.
Em alguns casos, a queimadura de 3º grau pode ser tão grave que provoca falha
em vários órgãos. Nestes casos, caso a vítima desmaie e deixe de respirar deve-se
iniciar a massagem cardíaca. Uma vez que todas as camadas de pele estão afetadas,
os nervos, glândulas, músculos e até órgãos internos podem sofrer lesões graves.
Neste tipo de queimadura pode não se sentir dor devido à destruição dos nervos, mas
é necessária ajuda médica imediata para evitar complicações graves, assim como
infecções.
A maioria das queimaduras podem ser tratadas em casa, no entanto, é aconselhado
ir ao hospital quando a queimadura é maior que o palmo da mão, surgem muitas

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bolhas ou é uma queimadura de terceiro grau, que afeta as camadas mais profundas
da pele. Além disso, se a queimadura também acontecer em regiões sensíveis como
mãos, pés, genitais ou rosto, também se deve ir ao hospital.

LEITURA COMPLEMENTAR

Brasil, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Vice Presidência


de Serviços de Referência e Ambiente. Núcleo de Biossegurança. NUBio Manual de
Primeiros Socorros. Rio de Janeiro.Fundação Oswaldo Cruz, 2003.

O manual da FIOCRUZ traz abordagens importantes sobre o que não fazer diante
das queimaduras.
A seguir estão indicadas as principais dúvidas sobre o que fazer em caso de
queimadura:
Passar pasta de dente ou pó de café melhora a queimadura?
Pasta de dente, pó de café, manteiga, clara de ovo, cebola cortada ou vinagre não
possuem efeitos sobre a cicatriz, podendo inclusive atrasar o processo de cicatrização
e aumentar as chances de infecção bacteriana. Por isso, a melhor forma de tratar a
queimadura é colocar a área queimada debaixo de água fria até arrefecer a pele.
Depois, podem ser aplicadas pomadas próprias para queimadura com propriedades
calmantes, cicatrizantes e antibacterianas.
Posso estourar a bolhinha?
A bolhinha é uma forma do corpo proteger a região afetada contra infecções, por
isso não deve ser estourada. Se por acaso estourar, deve-se lavar bem a área com
água e sabão neutro.
Além disso, se a pele estiver colada ou colar após a bola estourada, não se deve
mexer. A pele só pode ser retirada no hospital por um profissional capacitado, pois
pode causar outros danos à pele.
Posso tirar o tecido que está colado na queimadura?
Caso a roupa ou algum objeto esteja colado na queimadura, não é recomendado
retirar, pois isso pode causar uma lesão maior, aumentar o risco de infecção e atrasar
a cicatrização. Nesses casos, é importante ir ao hospital ou pronto-socorro mais
próximo para que o tecido ou o objeto possam ser retirados em segurança.
Passar gelo na cicatriz alivia os sintomas?

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Apesar de ser frio, o gelo não deve ser utilizado, pois o frio excessivo pode prejudicar
a pele e causar novas queimaduras e lesões. Além do gelo, é importante evitar passar
algodão sobre a região queimada, pois pode colar na pele e interferir no processo de
cicatrização.
O que pode aliviar as dores da queimadura?
As dores da queimadura podem ser aliviadas apenas com água fria na região
queimada. No entanto, existem pomadas caseiras que podem aliviar os sintomas da
queimadura e auxiliar na cicatrização.
Gel de babosa ajuda no processo de cicatrização da queimadura?
A babosa é uma planta medicinal que possui propriedades anestésicas, anti-
inflamatórias, cicatrizantes e hidratantes, assim, pode ser utilizada para ajudar no
processo de cicatrização da cicatriz, desde que não exista uma ferida no local.
Compressa de leite frio ajuda na cicatrização?
A compressa de leite frio pode ser utilizada para tratar das queimaduras de sol,
pois reduz a ardência e o inchaço da pele além de hidratá-la

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

Colocar placas de orientação para os praticantes de esporte ou atividade física ao ar


livre e com exposição ao sol: Cuidado e se proteja do sol.

HENRIQUE DE QUADRA DAL-BÓ AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS


PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM POSSÍVEIS SITUAÇÕES EMERGENCIAIS
DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO Florianópolis, SC 2013.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103743/
TCC_HENRIQUE%20DE%20QUADRA%20DAL-B%c3%93.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Insolação: o que é, causas, perigos e como prevenir
A insolação é uma situação caracterizada por vermelhidão da pele, dor de cabeça,
febre e, em alguns casos, alteração no nível de consciência, que acontece devido ao
aumento rápido da temperatura corporal, como acontece em situações de exposição
muito prolongada ao sol, estar em ambientes muito quentes ou quando se pratica
atividade física de forma muito intensa.
Devido ao aumento rápido da temperatura do corpo, surgem alguns sinais e sintomas
indicativos de insolação, como dor de cabeça, enjoo e sensação de mal estar geral,

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além de sintomas mais graves que podem representar risco para a saúde, como
desidratação, desmaio e convulsões, por exemplo.
Por isso, para evitar a insolação, é importante ter alguns cuidados antes de se expor
ao sol, evitando horas de maior calor, que é entre as 12h e as 16h, usar protetor solar,
chapéus ou bonés e roupas largas e que permitam a transpiração.
A principal causa de insolação é a exposição prolongada ao sol sem uso de protetor
solar ou chapéu, por exemplo, o que faz com que a temperatura do corpo aumente
rapidamente, resultando nos sintomas de insolação.
Além da exposição excessiva o sol, a insolação pode acontecer devido a qualquer
situação que aumente rapidamente a temperatura do corpo, como por exemplo a
prática excessiva de atividade física, uso de muitas roupas e ambiente com muito calor.
Perigos da insolação para a saúde
A insolação acontece quando a pessoa fica exposta por longos períodos ao sol e
ao calor ou como consequência do aumento rápido da temperatura corporal, levando
ao aparecimento de alguns sinais e sintomas indicativos de insolação, como dor de
cabeça, tontura e mal-estar.
Apesar desses sintomas parecerem leves e passarem ao longo do tempo, a insolação
pode ter vários riscos para a saúde, sendo os principais: vômitos e diarreia, o que
também pode levar à desidratação. Alterações nervosas, como convulsões, danos
cerebrais e coma.
Os perigos existem devido ao fato de haver falha no mecanismo de transpiração,
o que faz com que a temperatura do corpo não consiga ser regulada, permanecendo
elevada mesmo depois que a pessoa deixa de estar no sol. Além disso, por causa
do aumento rápido da temperatura do corpo, a pessoa acaba perdendo também de
forma rápida água, vitaminas e sais minerais, que são fundamentais para o bom
funcionamento do organismo.
O que fazer em caso de insolação: Em caso de insolação, é importante que a
pessoa permaneça em um local arejado e sem sol e beba bastante líquidos para
evitar desidratação. Além disso, é importante passar creme hidratante ou loção pós-
sol sobre o corpo e tomar banho com água fria, pois ajuda a regular a temperatura
do corpo e diminuir os riscos relacionados com a insolação.
Nos casos em que os sintomas não melhoram e a pessoa continua a sentir tonturas,
dor de cabeça ou vômitos, por exemplo, é importante ir imediatamente ao hospital
para que seja feita uma avaliação e possa ser feito o tratamento adequado.

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Como prevenir a insolação: Para prevenir a insolação, existem alguns cuidados e


dicas que são fundamentais, como: passar protetor solar adequado para o tipo de
pele, pelo menos 15 minutos antes de ficar debaixo do sol. Beber muitos líquidos ao
longo do dia, especialmente em dias muito quentes. Evitar ficar debaixo do sol nas
horas de maior calor, entre 12 h e as 16 horas, tentando abrigar-se em locais com
sombra, frescos e arejados. Se a pessoa estiver na praia ou se for constantemente
à água, deve passar protetor solar de 2 em 2 horas, para garantir o máximo efeito.
Além disso, é recomendado usar chapéus ou bonés para proteger a cabeça dos raios
do sol e roupas largas e frescas para que a transpiração seja possível e para evitar
queimaduras.

ANOTE ISSO

A prevenção é sempre a melhor opção quando se trata de evitar acidentes, durante


as atividades físicas e esportivas com exposição ao sol.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Calor e ar úmido são os maiores perigos nas Olimpíadas de Tóquio

Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/esporte/olimpiada-pode-enfrentar-


altas-temperaturas-e-deixar-atletas-em-zona-d
Ondas de calor durante o verão no Japão estão ficando mais frequentes por causa
da mudança climática. 14 jul202103h57. | atualizado às 04h27
Algumas condições meteorológicas podem ser bastante prejudiciais para o ser
humano. Para os organizadores das Olimpíadas de Tóquio, que vão ocorrer durante o
verão do Japão, a maior preocupação é o calor. Embora outras olimpíadas já tenham
ocorrido em locais quentes e úmidos, como Atenas, a combinação de umidade alta
com calor continua sendo perigosa. Os Jogos Olímpicos de Tóquio vão ocorrer entre
os dias 23 de julho e 8 de agosto de 2021.
Tóquio é famosa por seu verão muito quente há anos. A última vez que sediou os
jogos olímpicos, em 1964, o evento foi transferido para outubro para contornar os
problemas com o calor.

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Nas Olimpíadas de Tóquio 2021, com regras comportamentais por causa da


pandemia de Covid-19, os espectadores e voluntários poderão tirar as máscaras se
se sentirem desconfortáveis, apenas mantendo distância das multidões.
O plano é que as pessoas permaneçam refrescadas e hidratadas, em meio ao calor
no verão de Tóquio.
Medidas anti-calor
Em eventos de teste no verão de 2019, os organizadores implementaram uma
variedade de medidas anti-calor: 1.360 toneladas de gelo para resfriar os atletas,
tendas para sombra, sorvete para voluntários e ventiladores de névoa e neve artificial
para os espectadores.
Mesmo assim, várias pessoas foram tratadas por suspeita de insolação em um
evento de vôlei de praia e 10 pessoas, incluindo atletas, adoeceram em um evento
de teste de remo.

Foto: Climatempo
Climatologia de Tóquio: Calor e alta umidade são riscos nas Olimpíadas de Tóquio 2021.

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O calor intenso e alta umidade podem representar um sério risco para os atletas
nos jogos Olímpicos de Tóquio deste ano.
O relatório publicado em 7/7/2021, pela Associação Britânica para o Esporte
Sustentável, detalha as preocupações sobre os impactos do aumento das temperaturas
na saúde das pessoas e atletas no Japão. O estudo detalha como eventos como o
triatlo, a maratona, o tênis e o remo podem ser afetados pelo calor.
A temperatura média anual em Tóquio aumentou 2,86 °C desde 1900, mais de três
vezes mais rápido do que a média mundial.
Também aconselha os atletas sobre como enfrentar a competição no calor, além
de alertar sobre como a crise climática pode inviabilizar eventos esportivos no futuro.
As Olimpíadas estão programadas para ocorrer de 23 de julho e 8 de agosto de
2021, um período em que o Japão geralmente experimenta suas temperaturas anuais
mais altas, que aumentam ainda mais devido à mudança climática.
Em um contexto esportivo, um ambiente quente e/ou úmido pode representar um
risco para o desempenho e a saúde de espectadores, oficiais e atletas.
De queimaduras solares, passando por comprometimento cognitivo, exaustão pelo
calor ou colapso por insolação, todas as facetas de um evento esportivo - e todos os
envolvidos - podem ser adversamente afetados.
As medidas para mitigar os efeitos das altas temperaturas, incluem alterar os horários
de início de algumas provas - como a corrida de longa distância, rúgbi, triatlo e ciclismo
- e equipar as provas com sombra, jatos de água e acesso a fontes de água.

Foto: Climatempo
Estação do Estádio Nacional do Japão (Foto: iStock)

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Fugindo do calor úmido nas maratonas


Alguns eventos dos próximos Jogos Olímpicos não serão realizados em Tóquio, a
sede oficial, em meio a preocupações com o calor. É o caso da maratona, que será
feita cerca de 805 km ao norte da capital do Japão, onde as temperaturas devem ser
muito mais baixas.
Os organizadores das maratonas mudaram as competições para Sapporo, na ilha
de Hokkaido, a região mais ao norte do Japão, para evitar temperaturas que podem
chegar aos 37°C e níveis de umidade no ar acima de 80%.
Mesmo com essa alteração, os atletas ainda podem sofrer por terem pouco tempo
para fazer a adaptação ao clima local. Ainda há riscos elevados de insolação em
eventos como corridas, triatlos e vôlei de praia.
Ondas de calor mais frequentes. Nos últimos anos, o Japão tem tido temperaturas
recordes durante os meses de verão, à medida que as ondas de calor se tornaram
cada vez mais comuns. A onda de calor de 2018 resultou em mais de 1.000 mortes,
de acordo com o governo japonês.
Embora a temperatura máxima média em Tóquio durante as Olimpíadas (final de
julho a início de agosto) seja de 30°C a 31°C, a capital japonesa experimentou altas
temperaturas nos últimos anos que se aproximaram de 40°C.
A combinação desse calor com umidade muito alta resultou em várias ondas de
calor mortais no verão no Japão nos últimos anos. Essas condições, sem dúvida,
colocarão extrema pressão nos atletas em locais ao ar livre durante as Olimpíadas
de 2021.

Foto: Climatempo
Ginásio Nacional de Yoyogi projetado par a olimpíadas por Kenzo Tange no Parque Yoyogi (Foto: iStock)

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Ondas de calor e a mudança climática. As recentes ondas de calor do verão que


afetaram muitas áreas do Leste Asiático (e do globo) podem ser atribuídas, em parte,
à mudança climática e ao aquecimento global. À medida que o planeta aquece, devido
ao aumento das emissões de gases de efeito estufa, a mudança do clima é percebida
de muitas formas.
Uma dessas maneiras é o aumento das ondas de calor que têm tido maior duração,
estão mais intensas e ocorrendo com maior frequência. Estudos científicos recentes
atribuíram ondas de calor mais extremas no Japão às mudanças climáticas e observaram
que elas estão se tornando cada vez mais frequentes conforme o planeta aquece.
Quando Tóquio sediou as Olimpíadas pela última vez, em 1964, foi no mês mais frio
de outubro.
No Campeonato Mundial de Atletismo de 2019 em Doha, Catar, os corredores de
maratona trabalharam com calor de 32°C e umidade acima de 70%, mesmo depois
que os horários de início foram movidos para meia-noite . Na prova feminina, 28 das
68 corredoras que largaram, não conseguiram finalizar a prova e algumas tiveram
que ser retiradas do percurso.
Enquanto isso, no Aberto da Austrália de tênis, as temperaturas recentes
ultrapassaram os 40 °C fazendo com que os jogadores desmaiassem na quadra.
Alguns exemplos recentes de extremos de calor. Xangai, Tóquio e Moscou estão
entre as 25 megacidades que, juntas, foram responsáveis por 52% do total de gases de
efeito estufa (GEE) emitidos entre 2005 e 2016. A conclusão é de um estudo publicado
no periódico científico Frontiers in Sustainable Cities, em 12 de julho de 2021, que
avaliou dados de 167 cidades de 53 países, incluindo o Brasil.
Em agosto de 2020 fez 41,1°C Celsius na cidade central de Hamamatsu, na prefeitura
de Shizuoka, de acordo com a Agência Meteorológica do Japão, igualando a temperatura
mais alta já registrada no país, que foi observada em Kumagaya, cidade perto de
Tóquio, em julho de 2018. Em agosto de 2020, o Japão enfrentou uma forte onda de
calor, com temperaturas em torno dos 40°C.
Para comparação, a temperatura média diurna em agosto para Hamamatsu, entre
1898 e 2010, foi de 31,3 °C.
Em 2019, as temperaturas médias no Japão atingiram o nível mais alto desde que
os registros começaram, em 1898, e foram quase 1°C mais quentes do que em um
ano normal.

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Isso ocorreu devido a bloqueios atmosféricos que impediram a chegada de frentes


frias e formando uma redoma ou cúpula de calor. Essa camada de ar quente age como
uma tampa na atmosfera e prende o ar quente na região por mais tempo, causando
recordes de temperatura.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Atletas só devem ingerir líquidos quando tiverem sede Redação do Diário da Saúde
Disponível em: a m i g o h t t p s : // w w w. d i a r i o d a s a u d e . c o m . b r / n e w s .
php?article=hiponatremia-associada-a-exercicios&id=10703

As autoridades de saúde estabelecem que as bebidas isotônicas devem ser exclusivas


para atletas - mas sem exagero.
Pelo menos 14 mortes recentes de atletas foram atribuídas a uma condição chamada
hiponatremia associada à atividade física, que resulta de beber muita água ou isotônicos,
as chamadas “bebidas esportivas”.
Mas há uma maneira fácil de prevenir a hiponatremia, de acordo com novas diretrizes
elaboradas por um painel internacional de especialistas: basta beber somente quando
você está com sede.
“Usar o mecanismo inato da sede para orientar o consumo de líquidos é uma
estratégia que deve limitar a ingestão de líquidos em excesso e o desenvolvimento da
hiponatremia, proporcionando água suficiente para prevenir a desidratação excessiva,”

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afirmam as orientações, publicadas no Clinical Journal of Sport Medicine por um painel


de 17 especialistas em medicina esportiva.
Hiponatremia Associada a Exercícios. A hiponatremia associada a exercícios (HAE)
ocorre quando a ingestão excessiva de líquidos supera a capacidade dos rins de excretar
o excesso de água. O sódio no organismo torna-se diluído, levando ao inchamento
das células, o que pode se tornar uma condição fatal.
Os sintomas da HAE Leve incluem tontura, vertigem, náusea, inchaço e ganho de
peso durante um evento esportivo. Os sintomas da HAE Grave incluem vômitos, dor de
cabeça, estado mental alterado (confusão, agitação, delírio etc.), convulsões e coma.
A HAE já foi registrada durante as mais diversas competições, como maratonas,
triatlos, futebol, canoagem e natação, além de exercícios militares, caminhadas e até
mesmo ioga e boliche.
É comum que os atletas sejam erroneamente aconselhados a “empurrar fluidos” ou
beber mais do que sua sede determina - por exemplo, beber até que sua urina fique
clara ou beber seguindo horários preestabelecidos.
Mas a ingestão excessiva de líquidos não previne a fadiga, as cãibras musculares
ou a insolação.
“As cãibras musculares e a insolação não estão relacionadas à desidratação,”
esclarece o Dr. James Winger, da Universidade de Loyola (EUA) e um dos membros
do painel. “Você tem insolação porque você está produzindo muito calor.”
As orientações estabelecem que a hiponatremia associada a exercícios pode ser
tratada administrando uma solução salina concentrada com 3% de sódio - cerca de
três vezes mais elevada do que a concentração de uma solução salina normal.

LEITURA COMPLEMENTAR
Veja ainda - A insolação: sintomas e tratamento
Disponível em: https://saude.ccm.net/faq/6222-insolacao-sintomas-e-tratamento
Última modificação: 12 de abril de 2017 às 09:06 por Pedro Muxfeldt .

A exposição a elevadas temperaturas é uma agressão ao corpo. Corre-se o risco de


desidratação, agravamento de doença crônica ou insolação. Esta ocorre quando o corpo
é incapaz de controlar a sua temperatura, que aumenta muito rapidamente. Atletas,
trabalhadores manuais expostos ao calor, crianças, idosos, pessoas com deficiência
ou doença crônica são particularmente sensíveis.

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Insolação é o conjunto de sintomas que ocorrem durante uma exposição muito


longa à luz solar. O corpo tem um mecanismo para controlar sua temperatura e
mantê-la fixa em torno de 37°C, ponto de equilíbrio térmico do corpo. Isto é em parte
possibilitado pelo hipotálamo, glândula que regula fenômenos compensatórios como
suor e sede. Em caso de esforço muscular exagerado ou exposição a calor excessivo,
estes mecanismos de compensação podem ficar sobrecarregados. Surge então um
aumento na temperatura do corpo, chamado hipertermia, que pode resultar em sintomas
como os da insolação. Há também casos extremos, de hipertermia maligna. Idosos
são mais sensíveis à insolação. Neles, o envelhecimento de determinadas funções
reduz a capacidade de adaptação.
A insolação se manifesta por aumento da temperatura corporal (que pode
aumentar para além de 40°C), vermelhidão, especialmente na face, transpiração
excessiva, dor de cabeça, dor generalizada, palidez com sensação de mal-estar,
cãibras musculares, tontura, náuseas e vômitos. Ela também pode levar a um
aumento da frequência cardíaca e respiratória e, por vezes, confusão ou desmaio.
Em casos graves, podem aparecer sinais neurológicos: este é um precursor para a
hipertermia maligna. O diagnóstico de insolação é bastante fácil de ser realizado.
Basta observar sinais físicos, sintomas que são confirmados por um contexto
específico, ou seja, a exposição solar prolongada.
A insolação não deve ser negligenciada, dada a sua progressão potencial para
distúrbios graves. Ela exige uma imediata redução da temperatura corporal. Para
fazer isso, deve-se primeiro realizar ações simples, como fazer a pessoa se deitar em
local fresco e sombreado, beber muita água, molhar seus membros e cabeça. Uma
vez que a temperatura baixe novamente, o indivíduo está fora de perigo. Em casos
particularmente graves, é necessária a internação do paciente.

ANOTE ISSO

A prevenção da insolação é feita com a proteção contra a luz solar. Devemos


evitar a exposição à luz solar usando chapéu, molhando o corpo constantemente e
bebendo muita água. A desidratação pode ser fatal em pacientes com insolação.

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HENRIQUE DE QUADRA DAL-BÓ AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS


PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM POSSÍVEIS SITUAÇÕES EMERGENCIAIS
DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO Florianópolis, SC 2013.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103743/
TCC_HENRIQUE%20DE%20QUADRA%20DAL-B%c3%93.pdf?sequence=1&isAllowed=y

DESIDRATAÇÃO: A desidratação ocorre devido a perda exagerada de líquidos


orgânicos e sais minerais. É associada principalmente com a prática de exercícios
físicos intensos em horários onde a temperatura ambiental é muito alta, sem que
haja reposição adequada de água e sais minerais. Para sua prevenção, portanto, é
necessário o uso de roupas leves, para que ocorra uma boa troca de calor entre o
corpo e o meio ambiente, assim como a hidratação constante durante a atividade
física. A vítima de desidratação pode apresentar febre, língua e mucosas ficam secas,
náuseas, vômitos, diarreia e em casos mais graves perda da consciência. Diante
de um quadro de desidratação, os procedimentos específicos seriam, ao primeiro
momento, colocar a vítima em um lugar arejado removendo o máximo de suas roupas
e oferecer em doses pequenas uma solução hidratante. Na maioria dos casos esses
procedimentos são suficientes para impedir a piora do caso clínico, porém, em fases
mais adiantadas onde ocorrem vômitos constantes e prostração intensa, a internação
torna-se extremamente necessária.

ACONTECE NA PRÁTICA

O professor de Educação Física precisa ficar atento a desidratação dos alunos, que
geralmente estão associadas às práticas esportivas intensa e em horários onde a
temperatura ambiental é mais alta.

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CAPÍTULO 12
FORMAS DE PRESTAR OS
PRIMEIROS SOCORROS NAS
PICADAS DE INSETOS, ANIMAIS
PEÇONHENTOS E ALERGIAS

• Crioterapia;
• Retiradas de ferrão;
• Procedimentos para choque anafilático.

ACONTECE NA PRÁTICA

O dia em que o Campeonato Piauiense teve que ser interrompido por conta das
abelhas.

Veja a notícia: Abelhas atacam time, param jogo por cinco minutos, e extintor de
incêndio salva goleiro.

Disponível em: https://ge.globo.com/pi/futebol/campeonato-piauiense/noticia/


abelhas-atacam-time-param-jogo-por-cinco-minutos-e-extintor-de-incendio-salva-
goleiro-veja.ghtml
Sufoco vivido pelos jogadores de Altos e Parnahyba no Campeonato Piauiense termina
com funcionário do estádio como herói no meio da partida. Pessoa na arquibancada
brinca: “Olha o Ibama”. Assista!
Por Redação do ge — Teresina
10/05/2021 10h40 Atualizado há 10 meses
O goleiro Mondragon, do Altos, viveu maus bocados. No meio do jogo da sua equipe
pelo Campeonato Piauiense, o camisa 1 do Jacaré precisou abandonar a trave onde
estava para se proteger de um enxame que o atacou no estádio Lindolfo Monteiro, em
Teresina, durante a vitória por 3 a 1 sobre o Parnahyba na 12ª rodada do Campeonato

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Piauiense. No meio do sufoco, um extintor de incêndio foi utilizado por um funcionário


do estádio para afastar as abelhas. Veja acima. Apesar do susto e dos cinco minutos
de paralisação do confronto, ninguém se machucou.O ataque das abelhas ocorreu
por volta dos 37 minutos do primeiro tempo quando o jogo ainda estava empatado
em 0 a 0. Na cobrança de um tiro de meta, Mondragon e o zagueiro Reinaldo Lobo se
jogaram no chão para fugirem dos insetos. A partida foi paralisada por cinco minutos
e só foi retomada graças ao uso providencial de um extintor de incêndios.
Delegado do jogo, Anderson Sousa informou que as abelhas pousaram na trave
no meio do jogo e que, após o uso do extintor, foi aplicado inseticida na trave para
evitar o retorno do enxame.

LEITURA OBRIGATÓRIA

SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos


esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

Nos acidentes com animais peçonhentos e venenosos, é importante que se façam


alguns esclarecimentos sobre os animais peçonhentos e os venenosos. peçonhentos
são os que injetam toxinas nas suas vítimas por meio das presas ou ferrões. Venenosos
são aqueles provocam envenenamento por ingestão ou contato, como as lagartas ou
taturanas, os sapos e peixes, como o baiacu, por exemplo.
Como já dito acima, tanto animais peçonhentos quanto venenosos utilizam
substâncias que provocam efeitos fisiológicos danosos ao sistema nervoso mesmo
que em pequenas quantidades, normalmente para se defenderem
Estes acidentes, acontecem especialmente em casas com quintais e que ficam
próximos às áreas rurais ou cidades onde há muita mata. Particularmente nas
residências, a falta de corte da vegetação inservível, de grama ou eliminação de
concentração de entulhos podem favorecer o aparecimento destes indesejáveis répteis.
Por isso, você certamente vai querer saber quais são as melhores dicas para evitar
a presença desses animais tão indesejáveis, certo? Vamos direto ao que interessa. É
importante que se façam alguns esclarecimentos sobre os animais peçonhentos e os
venenosos. peçonhentos são os que injetam toxinas nas suas vítimas por meio das
presas ou ferrões. Venenosos são aqueles provocam envenenamento por ingestão ou
contato, como as lagartas ou taturanas, os sapos e peixes, como o baiacu, por exemplo.

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ACONTECE NA PRÁTICA

As atividades físicas de aventura realizadas na natureza estão próximas da flora


e da fauna presentes no ambiente. Os acidentes com agentes venenosos e
peçonhentos são muito comuns nessas práticas esportivas.

Brasil, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Vice Presidência


de Serviços de Referência e Ambiente. Núcleo de Biossegurança. NUBio Manual de
Primeiros Socorros. Rio de Janeiro.Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
O manual da FIOCRUZ destaca que os animais peçonhentos e os venenosos utilizam
substâncias que provocam efeitos fisiológicos danosos ao sistema nervoso mesmo
que em pequenas quantidades, normalmente como ação de defesa. É bem possível
que estes animais ao atacar o faça por estarem tão assustados quanto sua vítima e
age desta forma por puro instinto.
Mas como você deve se proteger?
• Use sapatos e roupas resistentes que cubram as pernas.
• Sempre verifique suas roupas antes de colocá-las em lugares alheios à sua casa.
• Nunca coloque as mãos atrás de armários, debaixo de camas, em cantos escuros
ou vasos profundos sem inspeção visual.
• Use sapatos altos e resistentes ao caminhar na grama alta.
• Fique firme. As cobras, na maioria dos casos, fogem, mesmo antes de você as
descobrir. Certamente a cobra estará tão assustada quanto você.
• Se você se deparar com o animal, mantenha a calma. Não se aproxime e afaste-
se calmamente.
• Se você for mordido, cumpra as regras vitais de primeiros socorros.
Os primeiros socorros nos casos de acidentes com animais peçonhentos
Nem toda mordida leva a sintomas de envenenamento. Nas chamadas “mordidas
de defesa”, o animal muitas vezes não secreta veneno no tecido. No entanto, você
deve primeiro considerar cada mordida como um envenenamento com riscos de
complicações.
A ação mais importante: leve a vítima ou dirija-se ao hospital mais próximo o mais
rápido possível após uma picada de cobra. Para não economizar tempo, limite as
medidas de primeiros socorros ao mínimo necessário.
• O mais rápido possível, acione o socorro médico, 192 ou 193 ou leva a vítima
o mais rápido possível para o hospital mais próximo

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• Acalme a vítima. Saiba que se a vítima estiver agitada e movimentar-se muito,


as contrações musculares fazem com que o veneno se espalhe mais rápido no
corpo. Por exemplo, coloque um braço em uma tipoia ou eleve a perna quando
ela for afetada.
• Nunca corte, chupe ou aperte o local da mordida. Você não deve resfriá-los
intensivamente ou esfregá-los com desinfetantes ou qualquer outra substância.
• Retire anéis, pulseiras e similares pois pode haver inchaço caso a mordida tenha
sido nos membros superiores.
• Se necessário, acalme a vítima com sedativos leves.
• Transporte a pessoa em repouso, deitada.
• Mantenha a vítima o mais imóvel possível com o membro afetado mais elevada
que o restante do corpo e retire qualquer adereço ou acessório que possa impedir
ou dificultar a circulação.
• Se possível, coloque compressas de água fria ou bolsa térmica. Isso ajudará
no alívio da dor.
• Se ocorrerem sintomas como choque ou paralisia, coloque a parte superior do
corpo da vítima no chão e coloque as pernas para cima.
• Se a assistência médica não estiver disponível de imediato, pode dar água à
vítima.
• Certifique-se de que a cobra venenosa possa ser identificada para que a vítima
possa receber um soro apropriado. Se necessário, tire uma foto para que você
possa mostrá-la ao médico em caso de dúvida.
• JAMAIS: sugar a área da picada, fazer torniquete, corte ou perfuração ao redor
do ferimento e também não aplicar nada sobre o mesmo para não agravar o
estado geral da vítima.
Escorpiões
Os escorpiões são noturnos e durante o dia eles se escondem debaixo de pedras,
folhas ou na areia. A picada de escorpião é semelhante a uma picada de abelha,
porém mais severa, podendo causar problemas cardiovasculares, sintomas nervosos,
convulsão e delírio.
Em caso de picadas, mediatamente procurar auxílio médico 192 ou 193 e se possível
informar previamente ao hospital que você chegará com uma vítima de mordida de
escorpião. Não subestime a picada por ser de um animal pequeno. O que fazer:
• Proteja o local da ferroada com um pano limpo

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• Aplique compressa de gelo ou bolsa térmica fria para aliviar a dor


• Se a vítima apresentar dor intensa, o que é comum nestes casos, poderá ser
fornecido um analgésico comum como paracetamol ou dipirona.
Picadas de cobras
A cobra mordida de uma cobra mortal se providências não forem tomadas de
imediato. Caso ocorra siga o que é indicado abaixo:
• Entre em contato com os serviços de emergência imediatamente, mesmo se
houver for apenas “suspeita” de uma picada.
• Acomode a vítima e especialmente garanta que a mesma se movimente o menos
possível.
• Buscar atendimento médico, 192 ou 193, imediatamente.
• Algumas precauções a serem tomadas:
• Evitar andar em grama alta
• Usar roupas com tecidos mais grossos como calça jeans, por exemplo.
• Usar calçados de canos altos
• Não deixar lixo ou entulhos acumulados nas proximidades da sua casa
• Evitar deixar alimentos que atraiam roedores.
Picadas de insetos
Picadas de insetos (vespa, abelha, etc.) são mais dolorosas que perigosas. No
entanto, eles podem causar uma reação alérgica séria podendo ser fatal.
• Raspar cuidadosamente com um cartão de banco ou uma faca de manteiga
a área da ferroada. Não use pinças ou qualquer outro objeto que possa piorar
a situação.
• Desinfetar a ferida lavando com água fria e sabão.
• Aplicar gelo protegendo a pele com papel de cozinha para reduzir o inchaço e
aliviar a dor.
• Entrar em contato com os serviços de emergência, 192 ou 193, em caso de reação
alérgica como por exemplo dor severa, dificuldade para respirar, taquicardia,
inchaço, sensação de desconforto, etc.
Se a pessoa afetada for você, chame a pessoa mais próxima e relate o que houve
e procure manter a calma e fazer poucos movimentos até a chegada da ajuda.
Em caso de dúvida, você deve sempre procurar aconselhamento preventivo com
um médico, enfermeiro ou bombeiro por exemplo, para saber como evitar estes tipos
de acidentes. Caso você esteja em viagem ou em visitação fora de sua região, saiba

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que hotéis, operadores turísticos e postos de saúde tem listas de médicos e locais
confiáveis.
Fique atento para evitar acidentes com animais peçonhentos ou venenosos, pois
sabemos que muitas vezes o inevitável acontece e pense que sua saúde deve estar
acima de tudo e somente a prevenção evitará que o pior ocorra

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Picada de escorpião pode levar a insuficiência respiratória

Disponível em: https://jmonline.com.br/novo/?noticias,7,SA%C3%9ADE,223865


11/03/2022 18h28 Atualizado há um mês.

O tempo quente e úmido, tipo desta época do ano, é considerado o ambiente


perfeito para a proliferação dos escorpiões. O aracnídeo, comum na região e com
fácil adaptabilidade, se abriga em áreas com baixa luminosidade natural e pode se
desenvolver em grande quantidade no ambiente doméstico, principalmente em locais
com pouca manutenção, como quintais com restos de construção civil, além de frestas
de parede.
Com hábitos noturnos, o escorpião oferece risco à saúde humana principalmente
para crianças e idosos, que são mais propensos à evolução de sintomas graves que
podem levar à morte.
O infectologista do sistema Hapvida/RN Saúde, Lucas Marques, aponta os principais
sintomas da ação do veneno no organismo. “Os mais comuns são náuseas e vômitos
em grande quantidade, suor intenso, agitação, tremor, arritmia, cansaço acentuado
ou dificuldade para respirar”, explica o especialista, acrescentando que o veneno pode
causar a liberação de substâncias que afetam órgãos vitais.
“Em alguns casos, o coração pode ser acometido de tal forma que se torna fraco,
acumulando água no pulmão e causando insuficiência respiratória”.
Já no caso de adultos, Marques esclarece que em grande parte dos casos, há
regressão completa dos sintomas. E para evitar acidentes, algumas medidas simples
podem ser adotadas em casa. Organizar o quintal, mantê-lo limpo, fechar frestas de
paredes e colocar telas em ralos e janelas, são algumas das opções. Alterar alguns
hábitos domésticos também pode evitar a presença do aracnídeo, como por exemplo,

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não deixar expostos resíduos orgânicos que atraiam baratas, um dos alimentos do
escorpião.

Entre os sintomas do veneno do escorpião, estão náuseas e vômitos, suor intenso, agitação, tremor, arritmia, cansaço acentuado ou dificuldade para
respirar.
Foto: Freepik

Mesmo com estas precauções, se houver algum caso de picada, Lucas Marques
recomenda a busca imediata de ajuda médica.
“É fundamental procurar um serviço de saúde. Mesmo que ainda não tenha
apresentado algum sintoma importante, é necessária uma avaliação médica, pois nesse
tipo de caso, o mais importante é o diagnóstico precoce. E vale uma dica importante:
se possível, leve uma foto do escorpião para identificação”, finaliza.
Sobre o Sistema Hapvida
O Hapvida é o maior sistema de saúde e planos odontológicos do Brasil em número
de beneficiários, com mais de 15 milhões de clientes, de pessoas físicas a grandes
empresas, em todo o país. Em 2022, após a combinação de negócios do Sistema
Hapvida com o Grupo NotreDame Intermédica, foi criada uma das maiores operadoras
verticalizadas do mundo.
Fundada em 1979, a companhia possui mais de 66 mil funcionários e cerca de 60
mil prestadores médicos e dentistas. Com a missão de garantir o acesso à saúde de
qualidade a um custo eficiente, a empresa conta com uma rede assistencial própria

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composta por 85 hospitais, 74 prontos atendimentos, 290 clínicas médicas e 260


centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial. Em 2020, a companhia
registrou receita líquida de R$ 8,6 bilhões.

NOTÍCIA DO ASSUNTO
Mortes em rapel alertam para necessidade de técnica e segurança para prática de
esportes radicais.
Disponível em: 18h57minhttps://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2015/01/
mortes-em-rapel-alertam-para-necessidade-de-tecnica-e-seguranca-para-pratica-de-
esportes-radicais-4688278.html

Mapeamento do local da expedição e equipamentos de proteção individual estão


entre os requisitos para a prática de canionismo.
26/01/2015 - Atualizada em 26/01/2015 - 18h57min
DÉBORA ELY

Corpos dos mortos após ataque de abelhas foram removidos nesta segunda-feira, em Maquiné
Bruno Alencastro / Agencia RBS

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Cento e vinte e sete horas se passaram entre uma rocha agarrar o braço de Aron
Ralston e o alpinista norte-americano à beira da morte receber socorro em um cânion
de Utah, nos Estados Unidos.

Emblemático pela demonstração de ânsia de sobreviver - Aron teve de amputar o


braço com um estilete -, o caso virou filme hollywoodiano e chamou a atenção para os
riscos enfrentados pelos aventureiros do canionismo. Era o mesmo esporte praticado
pelo grupo de sete pessoas atacado por abelhas no último fim de semana em Maquiné.

Confira todas as últimas notícias sobre o acidente em Maquiné


A combinação de arranha-céus rochosos, vegetação densa e cascatas faz do interior
do município litorâneo uma região propícia para a prática do esporte - porém, pouco
explorada, segundo o presidente do Grupo Brasileiro de Canionismo, Luiz Lo Sardo. Ele
esteve em Maquiné em 2010, mas, ao vivenciar um dos acidentes mais conhecidos
no Estado, nunca mais voltou. Em fevereiro daquele ano, uma rocha rolou sobre um
empresário de São Miguel do Oeste (SC) durante uma incursão em um cânion. Com
hemorragia e fratura na bacia, Juliano Romancini, hoje com 43 anos, esperou 18 horas
até que o resgate chegasse para socorrê-lo. A história não ganhou roteiro de cinema,
mas foi reconstituída em documentário do canal Discovery Channel.
- Não é um esporte perigoso, desde que você pratique dentro da técnica apropriada.
Fatalidades em qualquer esporte acontecem - resume Romancini que, três anos após
o acidente, voltou a praticar a modalidade.A incursão em ambientes inóspitos faz do
canionismo um esporte metódico: não há brechas para falhas. Existe uma série de
procedimentos de segurança a serem adotados antes de uma expedição.
O primeiro deles é o mapeamento do local a ser desbravado, com a identificação
da altura de cachoeiras, de locais de natação e de pontos de saída. Na sequência, os
equipamentos individuais e coletivos precisam ser checados pela equipe. Entre eles,
são indispensáveis itens como cadeira suspensa, freio, capacete, roupa de neoprene,
itens de primeiros socorros, kit de perfuração e cordas.
- A orientação geral é de que se leve pelo menos três vezes o tamanho de cordas
da maior cachoeira - explica o praticante Guilherme Rocha, do grupo Bandeirantes
da Serra, de Santa Maria.
Entre atletas da modalidade, é conhecido o risco de insetos, principalmente abelhas
e vespas, nos trajetos. Por isso, antialérgicos integram a bagagem dos aventureiros.

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E o conselho é que o esporte nunca seja praticado por um grupo inferior a quatro
pessoas - para que, em casos de acidente, uma acompanhe a vítima e as demais
saíam em busca de socorro.
- Em qualquer caso de acidente, você tem de manter a calma. Acho que foi o que
faltou para eles (vítimas do acidente deste fim de semana), porque não parece que
foi falta de técnica - aponta Lo Sardo.
Os praticantes de canionismo seguem um curso de água atravessando os obstáculos
naturais como cascatas, paredões de rocha e vegetação. Quanto maior o desnível
do terreno, melhor para os esportistas, que utilizam a técnica do rapel em alguns
momentos. A travessia é feita com roupa similar à de surfistas, capacetes, cordas e
outros equipamentos de proteção individual.
Segundo o presidente do Grupo Brasileiro de Canionismo, Luiz Lo Sardo, a incursão
da equipe Schuster Adventures - que se acidentou no último fim de semana em
Maquiné - pode se enquadrar como cachoeirismo se o grupo se propôs a descer
apenas uma cascata. Para se configurar como canionismo, todas as quedas d’água
do cânion precisariam ser vencidas. Zero Hora tentou contato com os sobreviventes
nesta segunda-feira, mas eles decidiram não se pronunciar mais sobre o acidente.
O acidente aconteceu quando o grupo descia uma cascata de 130 metros de altura
e as abelhas atacaram, por volta das 15h deste sábado. Na tentativa de fugir do
enxame, um deles teria cortado a corda do equipamento e o outro fez uma descida
brusca e não acionou os freios. Os demais conseguiram descer, mas também ficaram
feridos. Morreram Jean Carlos Machado Lopes, 41 anos, e Ronei Marcelino Pinto, 48.
Dentre os cinco sobreviventes, Maicon Silva da Silva, 31 anos, e Luciano de Souza
caminharam por 15 horas no mato para pedir resgate. Os outros três sobreviventes,
identificados como Flavio Rodrigo da Rosa Lopes, 37 anos, João Batista Moreira Dias,
42, e Roberto Schuster, médico de 73 anos que liderava o grupo, ficaram no local
aguardando o resgate, que chegou por volta do meio-dia de domingo. Até as 6h30min
desta segunda apenas Schuster permanecia internado no Hospital de Tramandaí.

LEITURA COMPLEMENTAR

HENRIQUE DE QUADRA DAL-BÓ AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS


PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM POSSÍVEIS SITUAÇÕES EMERGENCIAIS
DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO Florianópolis, SC 2013.

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Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103743/


TCC_HENRIQUE%20DE%20QUADRA%20DAL-B%c3%93.pdf?sequence=1&isAllowed=y

CONDUTA E ÉTICA DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA: Toda pessoa é dotada


de uma consciência moral que a faz distinguir do certo e errado, capacitando-a a
avaliar suas ações diante do que lhe é solicitado em seu ambiente de trabalho. A ética
é uma norma que obriga a conduta de uma determinada pessoa sob pena de sanção
específica. Para um atendimento de urgência satisfatório o profissional da saúde deve
possuir, além do equilíbrio emocional e da habilidade técnica, uma competência ética,
fundamental para a humanização do serviço. Sabe-se que a prática de exercícios
físicos, se bem orientada, é a que menos conduz acidente, no entanto, nem por isso
deixa de ser imensa a responsabilidade dos que atuam nessa área.
O artigo 135 do Código Penal Brasileiro, por exemplo, deixa clara a obrigação do
profissional de Educação Física em caso de emergências sob a sua supervisão, veja-
se: Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal,
à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo
ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade
pública: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único - A
pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave,
e triplicada, se resulta a morte. De acordo com o artigo 135 do Código Penal Brasileiro,
o dever do profissional de Educação Física, caso o atleta vir a sofrer qualquer tipo
de lesão e o mesmo estiver sob sua supervisão, é fornecer cuidados de primeiros
socorros e estar totalmente capacitado para isso.

ANOTE ISSO

O Código de Ética do Profissional de Educação Física coloca que é de inteira


responsabilidade dos profissionais de Educação Física preservar e zelar pela saúde
dos alunos. Esteja sempre preparado para utilizar os conhecimentos de primeiros
socorros.

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CAPÍTULO 13
FORMAS DE PRESTAR OS
PRIMEIROS SOCORROS NAS
PARADAS RESPIRATÓRIAS
POR ENGASGAMENTO E
CONVULSÕES

• Engasgamentos;
• Desobstruções;
• Convulsões;

ISSO ACONTECE NA PRÁTICA

O caso Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, mobilizou as redes sociais em busca de


soluções.

Lei Lucas: escolas são recomendadas a capacitar profissionais em primeiros


socorros

Depois que o estudante Lucas Begalli Zamora, de 10 anos, faleceu após se engasgar
durante um passeio promovido pela instituição de ensino em que estudava, em 2017,
a lei nº 13.722/2018 foi criada.
Conhecida como Lei Lucas, a medida obriga escolas públicas e privadas da educação
básica a capacitar seu quadro de professores e funcionários para prestar primeiros
socorros em seus alunos.
A advogada Alessandra Zamora, mãe de Lucas, comemora a vigência da lei, mas
lamenta que poucas pessoas saibam da existência dela. “O desafio agora é fazer a
lei pegar, pois se as pessoas não sabem da existência da lei, não tem como cobrar
ou fiscalizar”, defende.

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Ao longo dos anos, o número de acidentes com crianças vem diminuindo. Mas na
contra mão dos dados, os acidentes por sufocamento estão aumentando. Segundo
a ONG Criança Segura em 2015, 810 crianças morreram por sufocação, seja por
enforcamento, engasgo ou obstrução das vias aéreas.
Já em 2016, o número cresceu: 826 crianças tiveram morte por sufocação.
#Vai Lucas
Na página do Facebook “Vai Lucas” Alessandra recebe relatos diários de mães que
passaram a mesma situação que ela. “Todos os dias alguma mãe me procura e relata
seu sofrimento.
Mas algumas histórias têm finais felizes pois, no momento, tinham pessoas
preparadas que conseguiram desengasgar e reanimar a criança”, comenta.
A luta da pessoa que passa por sufocamento começa nos primeiros minutos do
incidente. A pessoa desenvolve uma parada cardíaca e, a partir dela, uma parada
respiratória devido à falta de oxigenação no cérebro.
Se não houver socorro, a cada minuto que passa, novas lesões são desenvolvidas.
Dez minutos é tempo suficiente para a pessoa vir a óbito. “Mas, quando é feita uma
reanimação cardiopulmonar de forma correta, as chances da pessoa vir a óbito caem
de 10% para 3%”, compara.
A sociedade precisa estar preparada para qualquer situação que precise prestar
atendimento. Por conta disso, Alessandra apresentou ao Ministério da Educação, em
março de 2018, um projeto de lei que torne o primeiros socorros matéria na grade
curricular dos estudantes.
“Primeiros socorros seria uma matéria em Ciências, no Ensino Fundamental e, em
Biologia, no Ensino Médio. Estamos aguardando uma posição, pois é uma outra causa
para continuarmos lutando”, conclui a advogada.
Rigidez com higiene
No retorno, as entradas e saídas dos alunos deverão ser organizadas para evitar
aglomeração e fora de horário de pico principalmente do transporte público. As
atividades devem ser realizadas ao ar livre e o recreio, em revezamento de turmas. A
educação física também deverá manter o distanciamento e cuidado com a higienização
dos equipamentos.
Todos deverão usar máscaras, tanto estudantes como funcionários. A Secretaria
de Educação informa que máscaras deverão ser distribuídas no retorno. Cada aluno

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e cada profissional deve ter uma caneca para tomar água, já que os bebedouros
coletivos serão vetados.

Veja como funciona a Lei Lucas

A lei, que foi sancionada em outubro de 2018, prevê punições desde notificação, multa
e cassação do alvará ou responsabilidade social para instituições que descumprirem
as regras.
As normas estabelecidas também são válidas para os espaços de recreação
infantil. O curso deve ser ofertado anualmente. Deve capacitar parte dos professores
e funcionários da instituição de ensino e recreação, sem cobrança.
A quantidade de profissionais capacitados em cada estabelecimento deve ser
definida em regulamento, baseado na quantidade de funcionários ou com o fluxo de
atendimento de crianças e adolescentes.
Em relação à responsabilidade pela capacitação dos professores e funcionários
dos estabelecimentos públicos, caberá aos respectivos sistemas ou redes de ensino.
Os cursos devem apresentar conteúdos condizentes com a natureza e faixa etária do
público atendido pela instituição de ensino ou estabelecimento de recreação. Também
é responsabilidade das instituições dispor de kits de primeiros socorros, conforme
orientação

ANOTE ISSO

Quanto mais pessoas dominarem as técnicas e procedimentos de primeiros


socorros, menos vítimas fatais nas práticas esportivas. Compartilhe seus
conhecimentos.

A Secretaria da Saúde do estado do Paraná disponibilizou no site: um https://


www.saude.pr.gov.br/Pagina/Manobras-de-Desengasgo as técnicas para realização
do desengasgamento.

Manobras de Desengasgo
O engasgo é uma manifestação do organismo para expelir alimento ou objeto
que toma um “caminho errado”, durante a deglutição (ato de engolir). O engasgo é

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considerado uma emergência, e em casos graves, pode levar a pessoa à morte por
asfixia ou deixá-la inconsciente por um tempo. Sendo assim, agir rapidamente evita
complicações. Como agir em caso de engasgo em bebês.
Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões entre
as escápulas (no meio das costas). Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e
efetue mais cinco compressões sobre o esterno (osso que divide o peito ao meio), na
altura dos mamilos. Tente visualizar o corpo estranho e retirá-lo da boca delicadamente.
Se não conseguir, repita as compressões até a chegada a um serviço de emergência
(pronto socorro ou hospital). Esses procedimentos são válidos somente se a criança
ou o adulto engasgado estiverem conscientes. Vítimas inconscientes precisam de
atendimento hospitalar rapidamente. Os primeiros socorros para asfixia ou engasgo
devem ser tomados até que seja possível o atendimento especializado.

Como agir em caso de engasgo por corpo estranho: Manobra de Heimlich

Posicione-se por trás e enlace a vítima com os braços ao redor do abdome (se
for uma criança, ajoelhe-se primeiro), caso ela esteja consciente. Uma das mãos
permanece fechada sobre a chamada “boca do estômago” (região epigástrica). A outra
mão comprime a primeira, ao mesmo tempo em que empurra a “boca do estômago”
para dentro e para cima, como se quisesse levantar a vítima do chão. Faça movimentos
de compressão para dentro e para cima (como uma letra “J”), até que a vítima elimine
o corpo estranho.

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LEITURA OBRIGATÓRIA
SANTOS, Ednei Fernando. Manual de primeiros socorros da educação física aos
esportes. Rio de Janeiro: Galenus, 2014. [Biblioteca Virtual Universitária]

O engasgamento mais grave, como o que acontece ao comer alimentos moles como
carne ou pão, deve-se iniciar imediatamente a Manobra de Heimlich, que consiste em:
Ficar de pé atrás da vítima, que também deve estar de pé, como mostra a imagem 1.
Passar os braços à volta do tronco da pessoa. Cerrar o punho da mão que tem mais
força e colocá-la, com o nó do polegar, sobre a boca do estômago da vítima, que fica
entre as costelas, como na imagem 2. Colocar a outra mão sobre a mão que tem
o punho cerrado. Fazer pressão com as mãos contra o estômago da pessoa, para
dentro e para cima, como se fosse desenhar uma vírgula, como mostra a imagem 3.
A pressão criada por esta manobra no estômago ajuda a deslocar o objeto pela
garganta acima, liberando as vias aéreas, mas não deve ser feita em crianças com
menos de 2 anos ou grávidas. Após este procedimento é normal que a pessoa comece
a tossir, por isso, é importante deixá-la tossir, pois é a melhor maneira de evitar o
sufocamento.

ANOTE ISSO
Dominar a Manobra Heimlich significa estar pronto para desengasgar qualquer
pessoa a qualquer momento.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Equipe da USP orienta como desengasgar bebês e crianças


Grupo especializado realiza treinamentos em Unidades Básicas de Saúde e orienta
profissionais da educação; vídeo e cartilha podem auxiliar os pais
Post category: https://jornal.usp.br/universidade/equipe-da-usp-orienta-como-
desengasgar-bebes-e-criancas/
Ações para comunidade / Campus Ribeirão Preto / Universidade
https://jornal.usp.br/?p=323107
27/05/2020 - Publicado há 2 anos
Por Níkolas Guerrero

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Cartilha e vídeo ensinam técnicas em caso de engasgo de bebês e crianças


Foto: Reprodução/YouTube EERP

No Brasil, segundo a ONG Criança Segura, morrem cerca de 700 crianças por ano
por sufocamento ou engasgo, por isso é importante saber como agir nesses casos. O
projeto O Que Fazer Quando Seu Bebê Engasgar?, da Escola de Enfermagem de Ribeirão
Preto (EERP) da USP, faz exatamente isso, leva técnicas para desengasgar bebês e
crianças até um ano a profissionais da saúde, da educação, gestantes e familiares.
Já passaram pelo treinamento, com instruções sobre as manobras de desengasgo,
cerca de 560 pessoas do público-alvo, que também receberam uma cartilha utilizada
como ferramenta em atividades propostas pelo grupo. O material também está
disponível em vídeo.
Capa da cartilha O que fazer quando seu bebê engasgar? [Clique aqui para baixar]
Desenvolvido pelas professoras da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP)
da USP Fernanda dos Santos Nogueira de Góes e Maria Cândida de Carvalho Furtado
e pelas bolsistas Gabrielle Ribeiro Martho, Jaqueline Vitorini da Silva, Laura Guindalini
Bueno e Mariane Leandro Pedroso, o projeto teve início com a elaboração da cartilha
no trabalho de conclusão de curso de bacharelado e licenciatura da acadêmica Sabrina
Bonetti. A partir da cartilha, que recebeu apoio de uma empresa privada para impressão
de 5 mil cópias, foi lançado o projeto de extensão que leva o mesmo nome, com o
apoio da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto. No ano de 2018, o projeto
foi contemplado com recursos do Programa Aprender na Comunidade da Pró-Reitoria
de Graduação da USP para impressão de mais 5 mil cartilhas e a contratação de duas
bolsistas de graduação. A cartilha também é fonte na Biblioteca Virtual do Ministério
da Saúde.

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Já foram treinados profissionais das Unidades Básicas de Saúde, da rede municipal


de ensino, parte deles em parceria com os coordenadores do projeto de extensão sobre
Suporte Básico à Vida (SBV), também da EERP, e das Unidades Básicas de Saúde, alunos
do curso técnico de Enfermagem do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial
(Senac), todos de Ribeirão Preto, e, ainda, educadores da cidade de Tambaú, interior
de São Paulo. Segundo as coordenadoras, nos próximos dois anos as atividades com
educadores do município de Ribeirão Preto serão mantidas para levar capacitação a todos
os envolvidos diretamente no cuidado de bebês e crianças. Para a professora Fernanda,
o projeto faz com que “a sociedade se aproxime da universidade e a compreenda
para além apenas de um espaço para a formação de profissionais das mais diversas
áreas”. Já para as alunas, diz a professora, “permite espaços de formação para além
daquela proporcionada pelos cursos de graduação e favorece o desenvolvimento da
competência de comunicação, uma habilidade muito importante para a atuação do
enfermeiro com vistas à integralidade do cuidado”.

ANOTE ISSO

As instituições de ensino superior voltadas à saúde e educação preparam seus


alunos para atuar nos primeiros socorros. Formar profissionais e disseminar bons
conhecimentos.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Tragédia! Fisiculturista é encontrado morto após engasgar com comida.


Disponível em: https://odia.ig.com.br/esporte/2017-08-23/tragedia-fisiculturista-e-
encontrado-morto-apos-engasgar-com-comida.html
Dallas McCarver, de 26 anos de idade, era considerado um dos atletas mais famosos
do mundo do fisiculturismo. Por jessyca.damaso. Publicado 23/08/2017 13:09 |
Atualizado 23/08/2017 13:32
Estados Unidos - Considerado um dos fisiculturistas mais famosos do mundo, Dallas
McCarver foi encontrado morto em sua residência, na Florida. Josh Lenartowicz, um
amigo do atleta foi quem o achou inconsciente no chão da cozinha, de bruços, e o
levou para o hospital. As investigações dão conta de que McCarver morreu engasgado.
Os médicos tentaram reanimar McCarver, mas ele não resistiu. O atleta de 26 anos
foi declarado morto algumas horas depois de dar entrada no centro médico.

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A princípio, as suspeitas eram de suicídio ou de ataque cardíaco, mas segundo


as investigações, a polícia local concluiu que Dallas McCarver “se engasgou com a
comida e morreu asfixiado”.
Lenartowicz, que socorreu o atleta, relatou para as autoridades que quando virou
o amigo de barriga para cima, percebeu comida na sua boca. Dana Brooke também
explicou que conversou com o namorado por telefone horas antes de sua morte e
que ele estava se preparando para jantar.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Atleta de 19 anos morre em campo ao se engasgar com a língua na Jordânia

Tragédia ocorreu neste domingo. Al-Faisaly, clube do jogador, lamenta a demora.


Disponível em http://ge.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2013/11/
atleta-de-19-anos-morre-em-campo-ao-se-engasgar-com-lingua-na-jordania.html
Um jogador da equipe sub-20 do Al-Faisaly, da Jordânia, faleceu em campo durante
um jogo contra o Al-Jazeera, em Amã. O iraniano Qusai Emad al-Khawalda, de 19 anos,
faleceu subitamente por falta de oxigênio após se engasgar com a própria língua.
Qusai Emad al-Khawalda recebeu atendimento médico no gramado, mas não resistiu
e morreu ainda no campo de jogo. Antes da chegada da ambulância, os próprios
colegas e o trio de arbitragem tentaram reanimar o jovem, mas sem sucesso. A partida
ainda estava no primeiro tempo.

Jovem recebeu atendimento médico no gramado, mas não resistiu


Foto: AFP

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O diretor do Al Faisaly, Ihab al-Khalili, reclamou da demora no atendimento médico


e disse que o clube vai investigar o motivo da demora. Demoraram muito a chegar –
lamentou o dirigente. Essa não é a primeira tragédia recente que atinge o Al-Faisaly .
Há dois anos, o goleiro Zbin Al-Khawalda morreu em um acidente de carro.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Samu realiza ações da Semana Municipal de Conscientização sobre a Manobra


de Heimlich

Disponível em: https://noticias.sorocaba.sp.gov.br/samu-realiza-acoes-da-semana-


municipal-de-conscientizacao-sobre-a-manobra/#:~:text=A%20Secretaria%20da%20
Sa%C3%BAde%20(SES,de%20Conscientiza%C3%A7%C3%A3o%20referente%20ao%20
tema
6 de maio de 2022 16:23. Por: Bruno Rodrigues

A Secretaria da Saúde (SES) de Sorocaba, por meio do Serviço de Atendimento


Médico de Urgência (Samu), está realizando uma série de ações para divulgar e orientar

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sobre técnicas de primeiro socorros, em especial, a Manobra de Heimlich, em virtude


da Semana Municipal de Conscientização referente ao tema.
Presentes no programa “Câmara Saúde”, da Rádio Câmara, de segunda-feira (2), a
coordenadora médica regional do Samu, Dra. Thassia Puertas, e o enfermeiro do Núcleo
de Educação Permanente, Leonardo Silva, falaram sobre o trabalho realizado pelo
serviço de urgência em Sorocaba, ao lado do vereador Fábio Simoa, que é presidente
da Comissão de Saúde do Legislativo e também autor da Lei 12.487, de 7 de janeiro
de 2022, que institui, no calendário oficial do município, o Dia (8 de maio) e a Semana
Municipal de Conscientização sobre a Manobra de Heimlich, a ser realizada anualmente
nas duas primeiras semanas de maio.
Com palestras e orientações, a campanha tem como objetivo conscientizar a
população sobre como proceder para evitar engasgamentos. Na manobra, utilizam-
se as mãos para fazer pressão na região entre o umbigo e o diafragma da pessoa
engasgada, o que provoca uma tosse forçada e faz com que o objeto seja expelido
dos pulmões. “A manobra é simples, sem recursos tecnológicos, apenas com as mãos
e a vontade de salvar uma pessoa”, destaca o enfermeiro Silva.
Durante o programa de rádio, o vereador contou que a iniciativa da lei partiu da
lembrança de um amigo que faleceu aos 15 anos em função de um engasgamento.
Na ocasião ainda, o enfermeiro Leonardo Silva simulou um salvamento, utilizando a
Manobra de Heimlich para mostrar de que forma a técnica deve ser utilizada.
Ainda cumprindo a agenda da campanha de conscientização sobre o tema, a equipe
do Samu realizará, na terça-feira, dia 10 de maio, às 9h, uma palestra no CEI-13 “Aluisio
de Almeida”, no bairro de Brigadeiro Tobias, para os profissionais da unidade escolar.
Primeiros socorros
O Samu Sorocaba também vem realizando diversas ações para difundir orientações
sobre primeiros socorros, que, além da Manobra de Heimlich, também abordam a
reanimação cardiorrespiratória (RCP). Como é o caso do “EducaSamu”, programa em
que mais de 500 profissionais da educação da Rede Municipal de Ensino já receberam
capacitação.
A ação, que tem como objetivo abranger toda a comunidade escolar, segue a
implementação da Lei Lucas nº 13.722/2018, que torna obrigatória a capacitação em
noções básicas de primeiros socorros de professores e funcionários de estabelecimentos
de ensino públicos e privados de Educação Básica e de estabelecimentos de recreação
infantil.

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“É muito importante que cada vez mais pessoas conheçam as noções sobre primeiros
socorros e saibam como executá-las. Portanto, o Samu está à disposição para orientar e
divulgar para muitas pessoas essas atividades”, conclui a médica Dra. Thassia Puertas.
A origem da Manobra de Heimlich
A criação da Manobra de Heimlich é atribuída ao médico cirurgião torácico Henry
Jay Heimlich (1920-2016). Em 1957, ele realizou a primeira operação invertida do tubo
gástrico nos Estados Unidos e, uma década depois, inventou a válvula de drenagem
torácica, que também leva seu nome e ajudou a salvar a vida de soldados durante
a Guerra do Vietnã, sendo utilizada, ainda hoje, em pacientes submetidos à cirurgia
torácica.
Professora usa manobra de Heimlich em criança engasgada; veja como fazer Criança
engasgou com tampa de garrafa em escola nos EUA Imagem: Reprodução/ABC News
De VivaBem, em São Paulo* 13/04/2022 09h39 Uma professora de Nova Jersey, nos
Estados Unidos, conseguiu salvar a vida de um aluno que estava engasgado. De acordo
com as imagens de um vídeo publicado pela ABC News, o aluno aparece tentando
beber água de uma garrafa, mas com a tampa fechada. Ao pressionar, o objeto vai
direto para a garganta do menino, que se levanta ao engasgar e vai em direção à
professora. Rapidamente, ela inicia a manobra de Heimlich, que é uma técnica de
primeiros socorros utilizada em casos de emergência.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Com manobra de Heimlich, professora salva aluno engasgado em sala de aula

Disponível em: https://capitalnews.com.br/cotidiano/cursos-de-primeiros-socorros-


e-ministrado-pelo-samu/362177

Incidente que foi registrado em vídeo mostra como é importante que todos saibam
aplicar a manobra de Heimlich e outros procedimentos que salvam vidas. Caso de
aluno de 9 anos engasgado com tampinha em sala de aula se soma a outros que
acontecem diariamente no Brasil e no mundo
O caso de um aluno de 9 anos que engasgou com uma tampinha de garrafa enquanto
bebia água dentro da sala de aula repercutiu mundialmente nesta semana. O episódio,

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que aconteceu em Nova Jersey (EUA), foi registrado em vídeo e a criança acabou
salva pela professora JaNeice Jenkins.
A educadora trabalha na rede pública e agiu rapidamente ao aplicar a manobra
de Heimlich. “Eu vi que ele precisava de ajuda e simplesmente entrei em ação para
ajudá-lo. Ele não conseguia respirar, seu rosto estava bem pálido, e ele tinha um olhar
de desespero”, disse Jenkins à TV local.
A diretora da escola de ensino fundamental, Tracey Watkins, comentou a atitude
da professora e disse que, se não fosse sua rapidez, a situação poderia ter tido um
desfecho trágico. “Somos muito gratas e orgulhosas da professora Jenkins”, disse
Watkins.
Manobra de Heimlich e contraindicações. A manobra de Heimlich foi inventada
em 1974 pelo médico de mesmo sobrenome, Henry Heimlich, também nos Estados
Unidos. A prática médica consiste em se colocar atrás da vítima de um sufocamento
e provocar a expulsão do que está obstruindo a via aérea com uma forte pressão com
as mãos na boca do estômago. O “abraço”, ou compressão abdominal, é repetido
algumas vezes até que o objeto que impede a passagem de ar seja expelido.
Deve-se usar a manobra de Heimlich somente quando a obstrução das vias
respiratórias é grave e potencialmente fatal. Se a pessoa em asfixia puder falar, tossir
vigorosamente ou respirar apropriadamente, não é necessária a intervenção.
Crianças com menos de 1 ano devem receber apenas compressões de pressão
moderada e percussão nas costas, ao invés da manobra. Pacientes obesos e mulheres
no final da gravidez devem receber trações torácicas em vez de trações abdominais.
Salvamento em engasgos. Engasgos são comuns, principalmente em crianças, mas
podem ser fatais. Saber realizar os primeiros-socorros adequados é fundamental para
impedir que a criança sufoque.
O engasgo ocorre quando um alimento ou objeto toma um “caminho errado” durante
a deglutição. De acordo com a médica Fernanda Dias, coordenadora de pediatria da
BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, os primeiros sinais que alertam para
um engasgo são agitação, face vermelhada ou arroxeada, feição assustada e ausência
de som. Se o socorro demorar, pode haver perda de consciência.
No vídeo da professora nos EUA, é possível ver a criança correndo agitada, de um
lado para o outro, antes de pedir ajuda para a professora. Logo que ela percebe o
ocorrido, ela realiza a manobra de Heimlich, indicada para esse tipo de situação, em
crianças a partir de um ou dois anos, adolescentes e adultos.

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“Em primeiro lugar, o adulto precisa manter a calma para entender o que está
acontecendo. Se a criança estiver engasgada, o socorro adequado varia de acordo
com a idade. Se for um bebê, a recomendação é virá-lo de bruços e dar tapas no meio
das costas, de maneira vigorosa. Para crianças mais velhas ou adultos, utilizamos
a manobra de Heimlich, que é a compressão do diafragma. Em hipótese alguma se
deve enfiar o dedo na boca da criança porque existe o risco de empurrar ainda mais
o objeto”, explica a médica Fernanda Dias.

Curso de primeiros socorros


Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ministrou aulas de capacitação
de primeiros socorros para professores da educação infantil do Ceim Professora
Zeli, no Jardim Monte Carlo, em Dourados. Os cursos foram ministrados na última
semana de agosto, pelos socorristas Vandercleia Gonzaga, João Luiz e coordenador
da Enfermagem Edilson Maciel. O Samu dará continuidade aos cursos em outras
unidades. “Lidamos diariamente com vidas e é preciso o máximo de conhecimento

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para que no momento do atendimento seja feito o possível para salvar essas vidas”,
destacou o coordenador da enfermagem, Edilson Maciel.

O projeto faz parte da educação continuada do NEU (Núcleo de Educação de


Urgência), e visa ensinar na teoria e na prática manobras para garantir o socorro
até a chegada dos socorristas. De acordo com a Prefeitura, entre as orientações
realizadas estão as manobras de desengasgo (manobra de Heimlich) e Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP), que visam o menor dano possível ao socorrido enquanto
aguardam o atendimento especializado.

ANOTE ISSO

Os engasgos são muito comuns. Saber realizar os primeiros-socorros adequados é


fundamental para evitar que a vítima venha a óbito.

LEITURA COMPLEMENTAR

HENRIQUE DE QUADRA DAL-BÓ AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS


PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM POSSÍVEIS SITUAÇÕES EMERGENCIAIS
DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO Florianópolis, SC 2013.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103743/
TCC_HENRIQUE%20DE%20QUADRA%20DAL-B%c3%93.pdf?sequence=1&isAllowed=y

A definição para convulsão seria um episódio de atividade elétrica anormal no


cérebro, que pode levar a mudanças repentinas no estado de alerta, comportamento
e controle muscular de um atleta. As principais causas citadas nesta literatura são
a epilepsia, traumas na cabeça, tumores no cérebro, uso contínuo de drogas, parada
respiratória, febre alta e infecções. Com a ocorrência de inúmeros espasmos musculares
durante uma crise convulsiva, o primeiro procedimento seria afastar objetos perigosos
que possam ocasionar ferimentos à vítima. Não se deve conter os movimentos do
indivíduo com o uso da força, apenas introduzir com cuidado um pedaço de pano
dobrado entre os dentes, para evitar lesões na língua. Na maior parte dos casos
apresentados de vítimas de convulsões, a mesma recobra a consciência após alguns
minutos, momento em que deverá ser transportada para um hospital, principalmente
quando a crise convulsiva se prolongar por um tempo excessivo.

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CAPÍTULO 14
FORMAS DE PRESTAR OS
PRIMEIROS SOCORROS
NAS ARRITMIAS E
PARADAS CARDÍACAS

• Massagem cardíaca;

ACONTECE NA PRÁTICA

A Prefeitura de Araras, por meio da parceria entre as Secretarias Municipais da


Saúde e Educação, desenvolve o Projeto “Crianças Salvam Vidas.

Prefeitura apresenta Projeto “Crianças Salvam Vidas” a gestores de escolas do


município
IN PREFEITURA DE ARARAS
ON 17/02/2022
Disponível em: https://noticiasdeararas.com.br/2022/02/prefeitura-apresenta-
projeto-criancas-salvam-vidas-a-gestores-de-escolas-do-municipio
A Prefeitura de Araras, por meio da parceria entre as Secretarias Municipais da
Saúde e Educação, apresentou o Projeto “Crianças Salvam Vidas” a gestores de escolas
da cidade.
Realizada no Unar (Centro Universitário de Araras – Dr. Edmundo Ulson) nesta
quarta-feira (16), a iniciativa consiste em treinar professores com técnicas de RCP
(Reanimação Cardiopulmonar), os quais serão repassados aos estudantes a partir dos
12 anos (Ensino Fundamental II). “Além do aprendizado das técnicas de ressuscitação,
serão trabalhados nas salas de aula diversos temas relacionados à saúde, por meio de
professores de Ciências, Educação Física e Artes, que irão orientar os nossos alunos
sobre uma vida mais saudável”, comentou a secretária de Educação, Heleine Cristina
Villas Bôas Francisco.

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O Projeto “Crianças Salvam Vidas” será colocado em prática em Araras, assim que
o Projeto de Lei for aprovado pela Câmara Municipal. “Essa Lei será muito importante
para que as crianças reconheçam sintomas de uma parada cardíaca, AVC, infarto e
também efetuar técnicas de desengasgo”, acrescentou o secretário da Saúde, Agnaldo
Piscopo.
O Projeto de Lei também prevê orientações sobre alimentação saudável, prática
esportiva regular, combate a obesidade, combate ao tabaco e realização de exames
preventivos. “As crianças menores de 12 anos também estarão inseridas no Projeto,
por meio de atividades lúdicas”, completou Piscopo.
Outras informações sobre o Projeto “Crianças Salvam Vidas” podem ser obtidas
pelos telefones 3543-1522 (Saúde) ou 3543-8200/3543-8201 (Educação).

ANOTE ISSO

A educação precisa inserir nos currículos escolares as técnicas e procedimentos


necessários para a prestação de socorro.

Melinda Flegel, no livro Primeiros socorros no esporte publicado em 2015, coloca que
a parada cardiorrespiratória é a interrupção súbita da ação ejetora do coração, afetando
consequentemente o aparelho respiratório e o sistema nervoso central. A parada
cardiorrespiratória é a emergência que requer o mais rápido e perfeito atendimento.
Por isso o profissional de educação física deve estar sempre preparado e atualizado
para realizar as manobras adequadamente. Têm-se como as principais causas desta
patologia as asfixias, intoxicações, traumatismos, afogamentos, choque elétrico e
acidentes vasculares cerebrais.
O diagnóstico clínico apresenta perda da consciência, ausência de movimentos
respiratórios, ausência de pulso, cianose das extremidades e pupilas dilatadas. Em
caso de tratar-se de um adulto, os procedimentos específicos que devem seguir os
seguintes passos: colocar a vítima em decúbito dorsal sobre uma superfície dura;
realizar a hiperextensão do pescoço, a fim de abrir as via aéreas e facilitar a respiração da
vítima; se as vias aéreas estiverem desobstruídas, aplicar duas insuflações pelo método
boca-a-boca; caso a vítima estiver sem pulso aparente deve-se iniciar a compressão
cardíaca externa, posicionando as duas mãos sobre o externo.

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Deve-se intercalar duas insuflações a cada trinta compressões torácicas. O número


de compressões torácicas consiste entre 80 a 100 por minuto. Esse procedimento
necessita ser efetuado até a chegada do socorro especializado ou a exaustão do
socorrista. afirma, que se os primeiros socorros não forem iniciados em até seis
minutos após o começo da parada cardíaca, haverá danos cerebrais permanentes,
podendo o atleta vir a óbito.

ANOTE ISSO

Ver, ouvir e sentir. O princípio básico para detectar uma parada cardíaca.

A Revista Educação Física: Socorros de Urgência em Atividades Físicas


Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/revistaedf/3730

As fatalidades e acidentes acontecem das mais simples e corriqueiras contusões,


câimbras, escoriações e entorses, até as urgentes hemorragias abundantes, traumatismo
crânio encefálico ou raquimedular (TCE e TRM) e mesmo as paradas respiratórias e
cardiorrespiratórias. Solicitar o socorro especializado, como o Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (SAMU), pelo telefone 192; o Corpo de Bombeiros Militar, pelo 193;
e se esquivar do atendimento não é o suficiente. Esta é apenas a primeira iniciativa
que faz parte dos protocolos internacionais de Primeiros Socorros.
Vários estudos apontam que a chance de reanimar um paciente com parada
cardiorrespiratória diminui de 7 a 10% por minuto, portanto, sem o devido atendimento,
a vítima pode falecer em poucos minutos. As responsabilidades com os alunos e
beneficiários das atividades físicas perpassam os direitos constitucionais, civis,
penais e, sobretudo, a ética profissional. Sendo assim, é de suma importância que os
Profissionais de Educação Física estejam treinados, atualizados e preparados para os
acidentes e fatalidades que venham a acontecer em seu trabalho e criem uma rotina
de atendimento de socorros de urgência que envolva toda a equipe de trabalho.
Para Alexandre Fachetti Vaillant Moulin (CREF 00008-G/DF), Presidente do CREF7,
Professor da SEE-DF, Mestrando em Educação Física, pela UCB, Socorrista da Cruz
Vermelha Brasileira-DF e Professor de Socorros de Urgência em cursos de Graduação e
Pós-graduação. Os Profissionais de Educação Física, hoje reconhecidos pelo Conselho
Nacional de Saúde como profissionais de saúde de nível superior, devem observar

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em sua atuação o que prescreve o artigo 135 do Código Penal Brasileiro: Deixar de
prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal (...), para evitar incorrer
em omissão de socorro e principalmente para pautar sua atuação sobre amparo do
Código de Ética Profssional.
Ele diz que ao realizar o atendimento pré-hospitalar (APH), mais conhecido como
primeiros socorros, o Profissional de Educação Física deve, antes de tudo, atentar
para a sua própria segurança. Os equipamentos de proteção individuais: Luvas de
procedimento, válvula de RCP, óculos de proteção e outros, são indispensáveis. O
impulso de ajudar a outras pessoas não justifica a tomada de atitudes inconseqüentes,
que acabem transformando-o em mais uma vítima. É necessário, na academia, clube
ou escola, um kit de Primeiros Socorros com materiais necessários aos atendimentos
de acordo com as modalidades praticadas e os riscos de lesões. Tais como: ataduras,
cobertor térmico, colar cervical, esfignomanômetro, esparadrapo, estetoscópio, gaze
esterilizada, lenço triangular, luva de procedimentos, máscaras, maca rígida, óculos de
proteção, pinças hemostáticas, respirador Ambu, sacos de gelo (duas partes de água
e uma parte de álcool de uso doméstico para gelo floculado), talas variadas, tesoura,
soro fisiológico, válvula para RCP, entre outros, recomenda.
O Desfibrilador Externo Automático (DEA) é muito eficiente em certos tipos de
paradas cardiorrespiratórias (PCR). Algumas academias e centros de reabilitação
cardíaca já possuem o DEA o que garante um atendimento mais seguro. Contudo, o
custo do DEA, ainda é muito alto, em média dez mil reais. A Válvula para ressuscitação
cardiopulmonar (RCP) tem um custo reduzido de quinze reais e pode ser utilizada pelos
Profissionais de Educação Física em todos os casos de paradas cardiorrespiratórias,
pois a RCP (Respiração boca-máscara associada a compressões cardíacas externas)
preconiza o uso do desfibrilador, garantindo um suporte vital de circulação sangüínea
ao cérebro e órgãos vitais, até a chegada do socorro especializado.
Mas, segundo Alexandre Fachetti, o material mais importante em primeiros socorros
é o humano, sendo ele a vítima ou o Profissional de Educação Física. Na falta de
recursos, deve-se improvisar os materiais necessários ao atendimento, como talas,
macas para o transporte, curativos protetores, dentre outros, ou até em casos de
extrema urgência como as obstruções de vias aéreas por corpos estranhos, em que
a realização da manobra de Heimlich garantirá um eficiente atendimento, afirma.
Deve-se ainda enfatizar que existem limites para o atendimento dos Profissionais
de Educação Física em primeiros socorros. As técnicas invasivas e a prescrição/uso

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de medicamentos são exclusivas dos profissionais médicos, mas com a utilização da


força da gravidade, das compressas quentes e frias, da compressão e das imobilizações
é possível se prestar um atendimento eficaz e seguro.
No ano passado, o CREF7/DF-GO-TO, ofereceu gratuitamente sete cursos de
Socorros de Urgência em Atividades Físicas, atualizados com as últimas alterações
dos protocolos internacionais como os da American Heart Association (AHA). Além
do incentivo e participação em duas campanhas de doação de sangue do Sistema
CONFEF/CREFs em parceria com o Ministério da Saúde e o Hemocentro. i
No site www.cref7.org.br, encontra-se disponível o E-BOOK (com registro no ISBN)
do PIPEF, uma publicação atualizada de Socorros de Urgência em atividades Físicas
com amplo conteúdo.

NOTÌCIA DO ASSUNTO

O que fazer diante de uma parada cardíaca? Disponível em: https://jornaldaparaiba.


com.br/saude/saude-alerta/2022/04/21/o-que-fazer-diante-de-uma-parada-cardiaca

Globoplay
O que fazer diante de uma parada cardíaca? Muitos já se depararam com uma
situação dessas , mas poucos sabem 0 que fazer para ajudar à vítima.

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A morte do advogado trabalhista José Silveira morreu em uma sessão especial,


ao vivo, da Câmara Municipal de João Pessoa, nesta quarta-feira (20), chamou nossa
atenção sobre morte súbita.
O termo é definido pela OMS como uma morte inesperada de alguém que estava
bem nas últimas 24 horas e de repente, morreu.
Doença coronariana é a principal causa
Segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias cardíacas, todos mais de 260 mil
brasileiros terão morte súbita, que no coração significa um colapso instantâneo que
leve o coração a parar. A doença coronariana é a principal causa desse problema.
Um estudo divulgado há algum tempo nos Estados Unidos sobre as causas de
morte súbita mostra que 56% das mortes súbitas foram causadas por arritmias em
pacientes que já tinham problemas cardíacos e 40% por causas não cardíacas.
Interessante perceber, que metade desses pacientes que tinham cardiopatia, não
tinham diagnóstico ainda e nunca sentiram nada, ou seja, o primeiro sintoma da
doença já foi fatal.
Outras causas de morte súbita incluem overdose (34%), cardiomiopatia (18%),
sendo as mais comuns a dilatada idiopática e a alcoólica e a hipertrófica (causa
comum de morte súbita em jovens atletas). Doenças neurológicas como AVC isquêmico,
hemorragia cerebral e epilepsia estão entre outras causas de morte súbita.
Diante de uma vítima de parada cardíaca, o que fazer?
Em um cenário no qual as mortes súbitas somam mais de 260 mil por ano, somente
no Brasil, é preciso treinar toda população para iniciar ressuscitação cardiopulmonar
antes mesmo da chegada de profissionais treinados para isso.
Uma vítima, em que as manobras de ressuscitação são iniciadas antes da chegada
dos socorristas, aumenta em 3 vezes a chance dela sobreviver. Raramente alguém
sobrevive sem sequelas quando tem uma parada cardíaca e fica mais de dez minutos
esperando as manobras de ressuscitação.
Enquanto nos Estados Unidos, onde há treinamento em massa da população sobre
ressuscitação, até 70% das vítimas são salvas em algumas cidades americanas. Aqui,
com uma média de 720 mortes súbitas por dia, menos de 2% saem vivos do hospital.
O que fazer em casos de parada cardiorrespiratória?
Ao se deparar com uma pessoa caída ou desacordada, siga os passos:
– 1º: Verificar se o local está seguro, ou seja, se não há nenhum tipo de risco para
que ocorra um novo trauma ou acidente.

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– 2º: Verifique a existência de uma parada cardiorrespiratória: primeiro verifica-se a


inconsciência da vítima (chama-se a pessoa pelo nome ou pronomes como “senhor” ou
“senhora”, mantendo contato com ombro ou tórax da pessoa para estimulo mecânico);
após isso é indicado observar se a pessoa está respirando; caso perceba movimentos
ausentes tórax/”peito”, ergue-se o queixo da vítima para deixar passagem livre para
o ar. Pode-se aproximar o ouvido da boca e do nariz da vítima em busca de algum
movimento respiratório.
Ao se constatar a parada cardiorrespiratória:
– 3º: Chamar o SAMU, ligar 192. Se estiver em ambientes públicos, solicitar o DEA.
– 4º: Primeiramente coloca-se vítima em superfície plana e rígida. A Reanimação
Cardiopulmonar (RCP) é feita de joelhos ao lado da vítima, posicionando-se as mãos
(colocar uma mão em cima da outra e entrelaçar os dedos), sobre o osso no centro
do peito (esterno) e no meio da linha que interliga os mamilos. Uma outra maneira
de identificação do local correto de aplicação da força é mensurar 2 dedos acima
da “boca do estômago”. Durante as compressões os braços devem permanecer-se
estendidos e usa-se o peso corporal, num ritmo de 100-120 compressões por minuto.
Nas compressões indicadas, o peito deve afundar 5 cm e retornar à posição original.
É importante manter as mãos em contato constante com o peito da vítima para evitar
“socos”. A manobra deverá ser feita até o SAMU chegar.
N0 Bom dia Paraíba de Hoje (21/04) eu conversei com Danilo Alves sobre isso.
Falei das causas de morte súbita e como proceder ao se deparar com alguém que
pode estar tendo uma parada cardíaca.

NOTÍCIA DO ASSUNTO

O meio-campista Christian Eriksen, camisa 10 da Dinamarca, sofreu um desmaio


durante a partida contra a Finlândia neste sábado, na primeira rodada da Eurocopa.
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/11/26/
por-que-atletas-bem-preparados-morrem-de-mal-subito-durante-competicoes.
htm?cmpid=copiaecola

O jogador foi atendido no gramado e recebeu massagem cardíaca dos médicos após
desmaiar. Ele foi transferido para um hospital e, segundo a Federação Dinamarquesa,
está acordado em estado estável, realizando exames. O que aconteceu O incidente

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com Eriksen aconteceu aos 43 minutos do primeiro tempo. Após uma cobrança de
lateral, ao dominar a bola, o meia caiu sozinho no gramado. No mesmo instante
a equipe médica já foi acionada. Ele ficou mais de 15 minutos sendo atendido no
gramado, com a ajuda até de um desfibrilador. Eriksen deixou o campo de ambulância,
respirando com a ajuda de um balão de oxigênio. https://www.uol.com.br/esporte/
futebol/ultimas-noticias/2021/06/12/eurocopa-eriksen-recebe-massagem-cardiaca-
apos-convulsao-em-campo.htm?cmpid=copiaecola
Dois atletas morreram após sofrerem um mal súbito no mar, no domingo (24). Um
era Leo Neves, 40, surfista e bicampeão brasileiro, enquanto disputava uma prova na
praia de Itaúna, em Saquerema, no Rio de Janeiro. O outro era Paulo Pereira, 42, triatleta
e empresário pernambucano, que passou mal logo após entrar na primeira fase de um
Ironman, a natação, que estava sendo realizada nas Ilhas Cozumel, em Cancún, no
México. Ambos eram atletas bem preparados e já haviam realizado diversas provas
semelhantes anteriormente. Mas porque um mal súbito (parada cardíaca que pode
ter diferentes causas) agora? PUBLICIDADE Relacionadas Mal súbito provoca dor no
peito e falta de ar; socorro rápido ... - Veja mais em
De repente, uma pessoa que está ao seu lado desmaia. Os sinais indicam que
seu coração parou e que ela não está respirando, ou seja, está tendo uma parada
cardiorrespiratória (PCR). Diante desse quadro é preciso agir rápido para salvar sua
vida, mas você sabe exatamente o que fazer?

ACONTECE NA PRÁTICA

A situação que apresentamos aqui pode acometer com qualquer pessoa,


independentemente de haver alguma doença cardíaca prévia ou não.

Brasil, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. FIOCRUZ. Vice Presidência


de Serviços de Referência e Ambiente. Núcleo de Biossegurança. NUBio Manual de
Primeiros Socorros. Rio de Janeiro.Fundação Oswaldo Cruz, 2003.
Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/biosseguranca/
manualdeprimeirossocorros.pdf
O que é a parada cardiorrespiratória? O manual da FIOCRUZ aponta que a parada
cardiorrespiratória é uma situação na qual o coração pára de fazer a sua função
normal, que é a de bombear sangue e levar oxigênio para os demais órgãos, vindo

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a comprometer também a respiração. A falta de fluxo sanguíneo e de oxigenação


compromete seriamente o funcionamento do organismo, levando a alguns quadros
irreversíveis. O cérebro, por exemplo, é o órgão mais sensível à falta de oxigênio,
suportando apenas 4 minutos. Após esse tempo, as sequelas são irreparáveis e podem
levar a vítima à morte cerebral. Assim, saber como agir, quais técnicas aplicar e quais
equipamentos utilizar em casos de parada cardiorrespiratória é essencial para salvar
a vida de uma pessoa nessa condição.
O que fazer frente a uma parada cardiorrespiratória
Uma parada cardiorrespiratória pode acontecer em qualquer lugar e vitimar inclusive
pessoas consideradas saudáveis. Passeios em família, festas, locais públicos ou de
trabalho, qualquer ambiente pode ser palco dessa situação.
Para se ter uma ideia, de acordo com a SOBRAC, Sociedade Brasileira de Arritmias
Cardíacas, das PCRs que acontecem fora dos hospitais, 86% delas ocorrem em casa
e 14% em lugares públicos ou corporativos. E esses casos representam 200 mil das
300 mil mortes por PCR que ocorrem todos os anos no Brasil.
Esses números indicam que a grande maioria das pessoas não está em ambiente
hospitalar quando apresentam o problema, o que pode refletir diretamente no seu
socorro.
Aqui, é fundamental lembrar também que após 10 minutos do início da PCR, as
chances de reversão são mínimas devido ao comprometimento dos órgãos, conforme
explicado acima. Por tudo isso, é essencial saber como agir nesses casos, os quais
podem acontecer com pessoas próximas a você, a qualquer momento ou hora do dia.
Identifique a PCR:
Nem toda pessoa que está desmaiada está em parada cardiorrespiratória. Esse
é um erro de identificação muito comum cometido por pessoas leigas, ou seja, por
aquelas que não são profissionais da área de saúde.
Infelizmente, não é raro vermos prestações de socorro nos quais a vítima está
desacordada e, uma pessoa na intenção de ajudar, inicia as manobras de reanimação
sem constatar se esse procedimento é realmente necessário.
Assim, o primeiro passo é identificar se a pessoa está mesmo em PCR. Para isso,
comece chamando-a e verificando se ela consegue lhe responder. Verifique também
se a vítima está respirando.
Chame a emergência

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Confirmando que a vítima realmente está desacordada e sem respirar, antes de


iniciar a manobra de reanimação é preciso entrar em contato com a emergência,
ligando para o SAMU no telefone 192, especialmente se não houver outras pessoas
com você.
Caso tenha alguém próximo, determine que realize a ligação. Além disso, é
fundamental solicitar que tragam o Desfibrilador Externo Automático (DEA) o quanto
antes, enquanto você inicia os próximos passos.
Inicie a reanimação cardiopulmonar
Confirme se você e a vítima da parada cardiorrespiratória estão em um local seguro,
a fim de evitar outros acidentes. Verificado isso, inicie a reanimação cardiopulmonar
(RCP).
A RCP é o procedimento utilizado para reverter quadros de parada cardiorrespiratória.
Consiste em um conjunto de manobras que visam manter a circulação sanguínea até
que o funcionamento do coração se normalize.
Uma vez iniciada, só pode ser interrompida em 3 momentos: para que o desfibrilador
faça sua análise, quando o atendimento médico especializado chegar ou o paciente
retomar a consciência.
De acordo com a American Heart Association (AHA), responsável pelas diretrizes
desse procedimento, a indicação atual da reanimação cardiopulmonar é:
Para leigos:
• 100 a 120 compressões por minuto;
• 2 polegadas (5 cm) de profundidade, pelo menos.
• Se necessário, revezar as pessoas nas compressões para não interromper por
mais de 10 segundos.
• Veja abaixo as instruções para realizar a RCP corretamente:
• coloque a pessoa deitada com barriga para cima em uma superfície firme;
• ajoelhe-se ao seu lado, de frente para o seu tronco e localize o centro do tórax,
especificamente a linha entre os mamilos;
• você deve estender seus braços, sobrepor as mãos e entrelaçar os dedos;
• coloque-as sobre o ponto localizado anteriormente e, usando seus joelhos como
apoio, inicie as compressões, jogando o peso do seu corpo sobre o tórax da
vítima.

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• mantenha os braços retos durante todo o procedimento e comprima


constantemente o peito da vítima, dando total atenção ao ritmo, profundidade
e velocidade.
Utilize o desfibrilador
O DEA é um equipamento criado para ajudar a reverter quadros de PCRs. Assim
que esse estiver no local, inicie seu uso ligando-o e conectando os eletrodos no peito
da vítima. Ao disparar choques controlados no peito da vítima, o aparelho é capaz
de reiniciar os batimentos cardíacos para que o coração volte a bater de maneira
normal. De tão importante, ele se tornou obrigatório em locais com grande circulação
de pessoas, como aeroportos, rodoviárias, ferroviária, shows, jogos etc. No entanto,
nada impede — sendo até aconselhável — ter um DEA em academias, condomínios,
empresas e escolas, por exemplo. De fácil manuseio e contando com orientação visual
e de voz, o Desfibrilador Externo Automático foi projetado para ser utilizado justamente
por pessoas que não são da área de saúde, visto que seu diagnóstico e análise é feito
de forma automática e que o equipamento envia instruções para o operador.
Basicamente, sua utilização consiste em posicionar os eletrodos no peito da vítima,
conectá-los ao DEA e aguardar a leitura cardíaca. O equipamento indicará a necessidade,
ou não, de choque. Quando esse processo é indicado, basta acionar o botão para que
o choque seja disparado, lembrando de se afastar neste momento. A RCP deve ser
retomada após esse primeiro ciclo, seguindo o beep emitido pelo aparelho

NOTÍCIA DO ASSUNTO

Atleta de 31 anos morre após infartar durante corrida em Santos

Diego Silvestre Perestrelo Correia tinha 31 anos e teve um infarto agudo do miocárdio.
Ele recebeu atendimento médico imediato, mas acabou não resistindo após ser levado
para a Santa Casa.
Por g1 Santos. 06/12/2021 13h17 Atualizado há 5 meses

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Diego tirou um foto antes da largada da prova e postou nas redes sociais
Foto: Arquivo Pessoal

Um atleta amador passou mal durante uma corrida de 10 KM e morreu após receber
atendimento médico, no último domingo (5), em Santos, no litoral de São Paulo. Diego
Silvestre Perestrelo Correia tinha 31 anos e teve um infarto agudo do miocárdio. Minutos
antes do incidente, Correia usou suas redes sociais para comemorar a participação
no evento.
Segundo apurado pelo G1, durante a corrida, Diego começou a sentir uma forte
dor no peito, que irradiava para os membros superiores. No momento do incidente,
ele estava próximo à base Barão de Paranapiacaba do Samu, na avenida Ana Costa,
e foi procurar ajuda na unidade.
Segundo informações do Samu de Santos, o rapaz foi atendido dentro de uma
ambulância de suporte avançado de vida, onde foi realizado um eletrocardiograma.

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Durante a realização do procedimento, ele evoluiu para uma taquicardia, seguida por
parada cardiorrespiratória.
Ainda de acordo com o Samu, foram realizadas as manobras de reanimação previstas
no protocolo de parada cardiorrespiratória e a situação foi revertida. Ele foi encaminhado
para a Santa Casa de Misericórdia de Santos, hospital onde tem convênio médico, e
morreu no local após receber atendimento médico durante aproximadamente três horas.
O Samu de Santos informou , também, que executou todo o protocolo preconizado
para o atendimento a casos de infarto agudo do miocárdio no caso do paciente. O
velório acontece no Cemitério Memorial de Santos, das 8h às 14h desta segunda-feira,
seguido de sepultamento.
Posicionamento
O Grupo Tribuna, responsável pela organização do evento, emitiu uma nota lamentando
profundamente a morte de Diego. A prova, considerada a mais tradicional na distância
disputada no País, foi realizada seguindo todos os protocolos sanitários e de segurança
exigidos pelo Governo do Estado e, também, como acontece tradicionalmente, contou
com todo o aparato de segurança para casos de emergência.
O Grupo completa afirmando que, nas regras gerais do evento, os organizadores
recomendam uma rigorosa avaliação médica prévia e a realização de teste ergométrico
a todos os participantes, tanto da corrida quanto da caminhada. Ao se inscrever, o
atleta assume que está apto para a prática de corrida e/ou caminhada.

ANOTE ISSO

É responsabilidade do professor de Educação Física saber das condições de saúde


do seu aluno. Oriente sobre a importância de realizar avaliação médica prévia.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Personal trainer tem morte súbita durante treino na orla de Cruz das Almas, Maceió
Formado em Educação Física, Filipe Brandão também era atleta. Ele sofreu uma
parada cardíaca.
Por Erik Maia, g1 AL. 12/02/2022 11h59 Atualizado há 2 meses
dISPONÍVEL EM: https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2022/02/12/professor-
morre-apos-sofrer-mal-subito-durante-treinamento-na-orla-de-cruz-das-almas.ghtml

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Personal trainer tem morte súbita em Cruz das Almas, Maceió


O personal trainer Filipe Brandão Borges teve morte súbita enquanto treinava na
orla de Cruz das Almas, em Maceió, na manhã deste sábado (12). Os procedimentos
de ressuscitação foram realizados, mas a vítima não resistiu.
Profissional da Educação Física, Filipe Brandão era personal trainer, ultramaratonista,
triatleta e treinador de triatlo e corrida.
Segundo o Corpo de Bombeiros, guarda-vidas do Posto da Jatiúca foram acionados
para uma ocorrência de vítima de mal súbito. Ao chegarem ao local, constataram que
a vítima estava em parada respiratória.
Os militares realizaram manobra de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) até a
chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito
da vítima ainda no local.
O Conselho Regional de Educação Física de Alagoas (CREF19AL) e a Formafit,
empresa em que o profissional atuava, emitiram nota de pesar.

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Nota de pesar do Conselho Regional de Educação Física de Alagoas pela morte do personal trainer Filipe Brandão, que sofreu mal súbito
Foto: Reprodução/Instagram

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ANOTE ISSO

Qualquer pessoa está sujeita a ter um mal súbito. O professor de Educação Física
precisa estar pronto para prestar socorro a outros profissionais que trabalham no
mesmo ambiente.

LEITURA COMPLEMENTAR
Clubes deverão manter um guarda-vidas para cada 1.250 m² de espelho d’água
Estabelecimentos também ficam obrigados a contar com um desfibrilador cardíaco
portátil em suas dependências
h t t p s : // w w w . c m b h . m g . g o v . b r / c o m u n i c a % C 3 % A 7 % C 3 % A 3 o /
not%C3%ADcias/2018/03/clubes-dever%C3%A3o-manter-um-guarda-vidas-para-cada-
1250-m%C2%B2-de-espelho-d
Sexta-Feira, 23 Março, 2018 - 16:45

Belo Horizonte, que conta com diversos clubes com piscina voltados à recreação
e à prática desportiva, tem mais um instrumento para garantir a segurança dos
frequentadores. No dia 21 deste mês foi publicada no Diário Oficial do Município a
Lei 11.110/18, de autoria do vereador Jorge Santos (PRB), que obriga os clubes a
manterem um guarda-vidas para cada 1.250m² de espelho d’água.

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A área definida pode envolver uma ou mais piscinas, desde que a distância entre
elas não seja superior a 15 metros, e que haja campo visual livre para todo o espelho
d’água, sem obstáculos. Além disso, a disponibilidade de guarda-vidas deverá se dar
em tempo integral de funcionamento das piscinas do clube.
Desfibrilador
Os clubes devem manter em suas dependências o mínimo de um equipamento
desfibrilador cardíaco portátil, além de máscaras de respiração artificial, colar cervical
nos tamanhos pequeno, médio e grande, e prancha longa. Eles também ficam
obrigados a treinar funcionários para a utilização adequada do desfibrilador e dos
demais equipamentos de segurança. Placas contendo aviso de que o clube possui
aparelho de desfibrilação e equipamentos de segurança, bem como que mantém
funcionários treinados para sua utilização devem ser afixadas em locais de fácil acesso
e visualização.
O descumprimento da lei sujeita o infrator a sanções administrativas que vão da
advertência escrita até a suspensão do funcionamento da piscina até que a situação
seja regularizada. O Executivo tem prazo de 90 dias após a publicação da lei para
regulamentá-la.
Segurança
De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), em 2015,
164 pessoas (51% delas de 1 a 9 anos de idade) morreram afogadas em piscinas e
banheiras no Brasil, o que significa uma morte a cada 2 dias e meio. “Nenhuma lei
irá trazer de volta a vida das vítimas. Também não é possível minorar sofrimento das
famílias, mas ela pode prevenir que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento”,
afirmou o autor do projeto de lei sancionado pelo prefeito Alexandre Kalil (PHS).
Tramitação
Antes de tornar-se lei, o projeto de Jorge Santos tramitou por pouco mais de um
ano na Câmara Municipal, tendo sido analisado, em 1º turno, por quatro comissões:
Legislação e Justiça; Saúde e Saneamento; Meio Ambiente e Política Urbana; e
Administração Pública. Já no Plenário, o projeto recebeu 33 votos favoráveis, dois
contrários e uma abstenção. Em seguida, foi a vez de as mesmas comissões analisarem
as cinco emendas apresentadas ao projeto. Após análise pelos colegiados temáticos,
em 2º turno, os parlamentares voltaram a reunir-se em Plenário para decidir sobre
o projeto e as emendas a ele apresentadas. Foram aprovadas três emendas cujos
autores são a Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana e os vereadores Eduardo

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da Ambulância e Jorge Santos, bem como o projeto na parte não emendada. Foram
favoráveis à aprovação do projeto 27 vereadores, enquanto três se manifestaram
contrários à proposição. Foram obtidos seis votos a mais que o mínimo necessário
para o encaminhamento do projeto à apreciação do prefeito.

LEITURA OBRIGATÓRIA

Melinda Flegel, no livro Primeiros socorros no esporte publicado em 2015, aponta


que é de suma importância levar em conta a prevenção de acidentes no ambiente
esportivo. Primeiramente antes de iniciar qualquer prática de atividade física, o indivíduo
deve se submeter a um exame médico com teste de esforço físico, para que uma
possível patologia já existente venha a tona. O teste de esforço físico, onde o sistema
cardiovascular e respiratório é levado ao extremo, se torna essencial para indivíduos
com histórico de doenças coronarianas e metabólicas na família.
As instalações e os equipamentos envolvidos na prática esportiva devem estar
adequados para a atividade. Em academias de musculação e ginástica o piso deve ser
revestido com material antiderrapante para evitar quedas e possivelmente lesões. Os
maquinários com o objetivo de treinamento de força necessitam estar a uma distância
apropriada de paredes e colunas que estejam muito próximos.
Todos os ambientes devem ser providos de uma boa ventilação, para evitar distúrbios
relacionados com o equilíbrio térmico do praticante. O calçado adequado para a prática
de exercícios de musculação e ginástica precisa ser confortável, com solado aderente e
com algum sistema de amortecimento para absorção de impactos. Há que se frisar, que
o vestuário correto deve ser construído a partir de tecidos que permitem a evaporação
e que liberem o calor produzido pelo organismo. Negligenciar essas recomendações
poderá provocar situações possivelmente perigosas.
A autora ainda coloca alguns tópicos que o profissional deve seguir a fim de
minimizar riscos de lesões em atletas: - Planejar adequadamente a atividade - Fornecer
instruções corretas - Alertar sobre riscos inerentes - Fornecer um ambiente físico
seguro - Fornecer equipamento correto e adequado - Supervisionar atentamente as
atividades - Fornecer atendimento de emergência apropriado Ressalta-se que no tópico
“Supervisionar atentamente as atividades”, a prescrição de exercícios deve respeitar
os princípios do treinamento esportivo, principalmente a individualidade biológica e

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a sobrecarga, levando em conta a intensidade, frequência e o aumento progressivo


da atividade física.

ANOTE ISSO

O Kit PRIMEIROS SOCORROS do professor de Educação Física deve ter: Algodão -


Ataduras - Atadura elástica - Cobertor térmico - Colar Cervical - Compressas Limpas
- Curativos protetores - Cânulas de Guedel - Esfigmomanômetro - Esparadrapo
- Estetoscópio - Gaze Esterilizada - Lenço Triangular - Luva de procedimentos -
Máscara - Maca rígida - Óculos de proteção - Papel e caneta - Pinças hemostáticas
- Ambu - Soro fisiológico - Talas variadas - Tesoura

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CAPÍTULO 15
FORMAS DE PRESTAR OS
PRIMEIROS SOCORROS
NOS AFOGAMENTOS

• Entrada na água;
• Nado de resgate;
• Retirada da vítima da água;
• Procedimentos de ressuscitação;
• Orientação no ambiente aquática;

ACONTECE NA PRÁTICA

Unir forças entre diferentes instituições, evita acidentes na água e salva vidas.

SOBRASA oferece curso online de prevenção de afogamento


Disponível em: https://www.confef.org.br/confef/comunicacao/revistaedf/4429

O CURSO GRATUITO EINTEIRAMENTE ONLINE É VOLTADO PARA PROFISSIONAIS


DA ÁREA DA SAÚDE, SURFISTAS E ESPORTISTAS DO MEIO AQUÁTICO
Com a chegada do verão e o aumento da temperatura, crescem também os números
de afogamento devido a falta de prevenção e cuidado. As vítimas são, em sua grande
maioria, crianças em seus momentos de lazer. A fim de contribuir com a mudança desse
paradigma e reduzir o número de afogamentos, a Sociedade Brasileira de Salvamento
Aquático (Sobrasa) oferece cursos gratuitos que ensinam a crianças e adultos em
diferentes níveis, desde o amador até o profissional, formas de como não se afogar
ou, caso seja necessário, salvar alguém em apuros.
São vários os cursos e formações oferecidos, mas para o Diretor Médico da Sobrasa,
Dr. David Szpilman, o curso de prevenção de afogamento é o mais importante para o
Profissional de Educação Física que atua no ambiente aquático. “Nós gostaríamos que

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os Profissionais de Educação Física fizessem pelo menos esse curso para que eles
pudessem ter uma visão preventiva dos riscos que existem nos ambientes aquáticos”,
conta Szpilman.
O curso tem como objetivo contribuir na redução do número de incidentes aquáticos
nos diversos cenários onde ocorrem os afogamentos (praias, piscinas, rios, represas e
outros), bem como proporcionar aos profissionais de Saúde, entre eles o Profissional
de Educação Física, surfistas e esportistas do meio aquático, um treinamento técnico
em emergências aquáticas e primeiros socorros na água e em seu entorno.
Para participar é muito simples. Basta realizar o cadastro no site www.so-brasa.org,
preencher o login e senha e acessar a página da formação que é gratuita e totalmente
online. O curso fornece conhecimento e testa através de várias perguntas interativas o
aprendizado do aluno. Ele pode ser realizado a qualquer período do ano, feito e refeito
quantas vezes for necessário.
Desta forma, o aluno se informa e se atualiza em casa e sem custos, contribuindo
com a disseminação de informações de medidas de prevenção, segurança na água
e em seu entorno e de primeiros socorros.

ANOTE ISSO

O professor de Educação Física na condição de prestador de socorro não pode se


tornar mais uma vítima. Somente aja se estiver preparado.

HENRIQUE DE QUADRA DAL-BÓ AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO DOS


PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM POSSÍVEIS SITUAÇÕES EMERGENCIAIS
DURANTE O EXERCÍCIO FÍSICO Florianópolis, SC 2013.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103743/
TCC_HENRIQUE%20DE%20QUADRA%20DAL-B%c3%93.pdf?sequence=1&isAllowed=y

A definição de afogamento é a insuficiência respiratória causada pela aspiração de


água, ocasionando ao organismo do indivíduo alterações bioquímicas devido a penetração
de uma solução hipertônica ou hipotônica, quando ocorridas, respectivamente, em
água salgada ou doce. Segundo o Manual de Atendimento Pré-Hospitalar do Corpo
de Bombeiros do Paraná (2006), no que tange às vítimas de afogamento em nosso

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país, anualmente, 7,5 mil pessoas morrem, aproximadamente 600 vítimas não são
encontradas, 1,3 milhões são salvas e 260 mil são hospitalizadas.
Percebe-se, portanto, a importância da preparação do profissional de Educação Física
em saber realizar os procedimentos corretos em caso de um acidente no meio líquido,
pois esse ambiente pode fazer parte do seu dia a dia. Frisa-se, que o procedimento
inicial em casos leves, onde o quadro clínico é composto de tremores, náuseas, palidez
e a consciência é mantida, deve ser feito de modo que se aqueça o corpo da vítima,
de preferência com cobertores, de forma que se possa tranquiliza-la e mantê-la em
repouso por pelo menos uma hora.
Nos casos mais graves, quando a vítima apresentar secreção nasal e oral, taquipnéia
e consciência parcial deve-se abrir as vias aéreas inclinando a cabeça para trás e logo
após isso lateralizá-la para expelir a secreção.
A vítima deve ser conduzida ao hospital imediatamente. Por fim, nos casos
considerados gravíssimos, ou seja, aqueles que apresentam cianose intensa com
ausência de pulso e respiração, perda total da consciência e midríase paralítica, deve-
se imediatamente iniciar o procedimento de reanimação cardiorrespiratória que será
detalhado em um tópico no fim da revisão.

ANOTE ISSO

Vale lembrar, que o profissional de Educação Física, só deve iniciar o salvamento


na piscina ou mar, se o mesmo apresentar grande habilidade no meio aquático e
possuir o devido conhecimento das técnicas necessárias para o salvamento.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Salva-vidas em provas da natação viram piada na web.

Lei estadual prevê profissional em todas as piscinas com mais de 6 x 6 metros. O


Globo. 08/08/2016 - 11:38 / Atualizado em 08/08/2016 - 11:50.
Disponível em: https://oglobo.globo.com/esportes/salva-vidas-em-provas-da-
natacao-viram-piada-na-web-19876827

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Salva-vida aparece entediada durante competição da natação


Foto: Reprodução/Twitter

RIO - A cena é no mínimo curiosa, mas os melhores do mundo da natação -


incluindo o maior atleta da história dos Jogos Olímpicos, Michael Phelps - têm, a sua
disposição, salva-vidas durante as competições. O posto, bastante incomum, foi criado
para atender a uma lei estadual de 2001 que diz que este profissional deve estar
presente em todas as piscinas com mais de 6 x 6 metros. O fato curioso provocou
uma avalanche de piadas nas redes na madrugada desta segunda, quando Phelps
estreou nos Jogos Rio-2016.
“Existe profissão mais inútil do que salva-vidas pra piscina olímpica?”, foi uma das
questões mais levantadas por quem acompanhava a competição no Twitter.
Além de não ter lá muito o que fazer, já que a chance de um nadador de alto
rendimento se afogar é quase nula, o salva-vidas tem uma das melhores vista das
competições. Na madrugada desta segunda, por exemplo, eles assistiram de camarote
a vitória de Phelps, que levou ouro e quebrou o próprio recorde. De dar inveja mesmo.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Hexacampeão morre afogado

Disponível em: https://www.nadador-salvador.com/hexacampeao-morre-afogado/


. Carlos de Sousa Leal Estudos de Caso Setembro 16, 2018 .
Francis Crippen foi um marco da natação. A sua morte, além de chocar a comunidade,
alterou profundamente as regras da natação em água abertas.
Francis Crippen morreu aos 26 anos numa prova de águas abertas em Fujairah
(Emirados Estados Unidos), em 2010. Foi seis vezes campeão dos Estados Unidos,
ganhando dois títulos nos 800m livres, dois títulos nos 5 km de águas abertas e mais
dois títulos nos 10 km de águas abertas. (Só para contextualizar quem não está por
dentro do mundo da natação, as provas de 10 km em águas abertas são o equivalente
em tempo e esforço a uma maratona de corrida).
Quando um nadador de topo morro afogado, presume-se que algo corre mal. É
certo e lógico. Contudo, nunca esqueçamos que ninguém é à prova de afogamento.
NINGUÉM! Como tal, uma simples queda de tensão pode afogar qualquer nadador
olímpico. Por melhor que alguém nade, se ficar inconsciente na água vai morrer afogado.
O caso do Crippen tem algumas curiosidades que valem a pena ser exploradas:
• No ano da sua morte foi diagnosticada asma induzida pelo exercício. Segundo
a FINA, não é algo incomum em nadadores de elite mas não compromete a
sua segurança se devidamente tratada.
• Após a sua morte, tentaram aceder aos electrocardiogramas de Crippen mas o
último foi feito quando o atleta tinha 13 anos (é aqui que me sinto um privilegiado
por fazer um todos os anos).
• O coração dele tinha 400 g, o que corresponde perfeitamente ao coração de um
atleta como pode também representar uma ligeira hipertrofia (cardiomiopatia).
• O segundo relatório de autópsia refere que a temperatura da água estava acima
dos 26º C e a do ar estava acima dos 37º C (há notícias que referem que a água
estava a 33º C nalguns pontos).
A FINA aponta três razões para que Crippen ficasse inconsciente e se afogasse:
Exaustão e fadiga, Hipertermia, Desidratação.

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Durante o afogamento a função respiratória fica prejudicada devido à entrada de


água pelo nariz e boca. Se não houver resgate rapidamente, pode acontecer acúmulo de
água nos pulmões, o que impede a passagem de oxigênio, colocando a vida em risco.
Algumas medidas podem ser feitas para salvar uma pessoa que esteja se afogando,
sendo que é necessário, primeiramente, garantir a própria segurança e verificar se o local
não oferece riscos. Depois deve-se: Pedir ajuda para outra pessoa que esteja próxima
ao local, para que ambas possam seguir com o socorro. Ligar imediatamente para a
ambulância dos bombeiros no 193, caso não seja possível, deve-se ligar para o SAMU
no 192. Fornecer algum material flutuante para a pessoa que está se afogando, como
garrafas de plástico vazias, pranchas de surf ou materiais de isopor ou de espumas.
Tentar realizar o socorro sem entrar na água. Caso a pessoa se encontre a menos de
4 metros de distância, é possível estender um galho ou cabo de vassoura, entretanto,
se a vítima estiver a mais de 4 metros de distância, pode-se jogar uma boia com uma
corda, segurando na extremidade oposta. Quando a vítima está próxima, é importante
oferecer sempre o pé ao invés da mão, pois com o nervosismo, a vítima pode puxar
o socorrista para dentro da água.
Entrar na água somente se souber nadar. Caso a pessoa seja retirada da água, é
importante verificar a respiração, durante 10 segundos, observando os movimentos
do tórax e escutando o ar sair pelo nariz. Se estiver respirando, é importante deixar a
pessoa deitada de lado até que os profissionais cheguem no local.
Se a pessoa estiver consciente, sem sintomas, somente com tosse seca ou com
a presença de espuma na boca, é recomendado observar a respiração, pedindo a
pessoa para deitar de lado, mantendo-a aquecida, relaxada e calma até a chegada
dos bombeiros ou SAMU;
Se estiver inconsciente e não estiver respirando, é recomendado iniciar a massagem
cardíaca na vítima. Para confirmar que a pessoa não está respirando deve-se aproximar
o ouvido do nariz e da boca da vítima e realizar o método “VOS”: Ver se existem
movimentos do tórax, Ouvir se existe barulho de respiração e Sentir se há ar saindo
da boca ou nariz.
O que fazer se a pessoa não estiver respirando
Se a pessoa estiver inconsciente e não estiver respirando, antes da equipe de socorro
chegar no local, é preciso iniciar a massagem cardíaca: Ligar para os bombeiros, no
193, ou para o SAMU, no 192. Deitar a pessoa em uma superfície firme, com a barriga
para cima. Posicionar as mãos sobre o peito da vítima, entrelaçando os dedos e

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mantendo os braços esticados, como mostra a figura abaixo. Empurrar as mãos com
força contra o peito, entre os mamilos, utilizando o peso do próprio corpo, e fazendo 2
compressões por segundo até que a vítima se recupere ou até a chegada do socorro. É
importante deixar que o tórax da pessoa volte à posição normal entre cada empurrão.
No caso de crianças, deve-se utilizar apenas uma as mãos para fazer a massagem
cardíaca, posicionando sobre o peito da criança, apenas a palma de uma mão, com
os dedos levantados, fazendo 2 compressões por segundo.
Já em bebês de até 1 ano, é recomendado posicionar somente 2 dedos no meio
do peito, fazendo de 100 a 120 compressões por minuto.
Cuidados ao tentar salvar alguém dentro de água: Depois de auxiliar a vítima de
afogamento com apoio de materiais flutuantes pode-se tentar retirá-la da água, no
entanto, isso só deve ser feito se o socorrista souber nadar e tiver segurança em
relação ao local. Outros cuidados precisam ser considerados em caso de salvamento
na água, como: Avisar outras pessoas que será feita a tentativa de salvamento. Retirar
roupas e sapatos que possam pesar na água. Levar um material de flutuação como
prancha ou boia. Não chegar muito próximo à vítima, pois a pessoa pode agarrar e
puxar para o fundo da água. Somente retirar a pessoa se houver força e experiência.
Manter a calma, chamando sempre por ajuda.
Estes cuidados são importantes para que o socorrista também não se afogue e é
sempre necessário manter alguém do lado de fora apontando as direções e chamando
em voz alta.
O que fazer se você estiver se afogando. Se você estiver se afogando, é importante
manter a calma, pois lutar contra a correnteza ou se debater causa desgaste muscular,
fraqueza e cãibras. Também é importante tentar flutuar, acenar por socorro e só gritar
quando alguém puder ouvir, para evitar entrar água pela boca.
Se o afogamento for no mar, pode-se deixar levar para o alto mar, fora do alcance
da arrebentação e evitar nadar contra a correnteza. Já se o afogamento acontecer em
rios ou enchentes, é importante ficar com os braços abertos, tentar flutuar e buscar
alcançar a margem nadando a favor da correnteza.
Como evitar o afogamento: Algumas medidas simples podem evitar o afogamento,
como nadar ou tomar banho em locais que conheça a profundidade, que não tenham
correnteza e que sejam vigiados por bombeiros ou salva-vidas.
Também é importante evitar nadar logo após comer, consumir bebidas alcoólicas
e drogas, ou após ficar muito tempo exposto ao sol, especialmente se estiver com o

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corpo quente e a temperatura da água estiver muito fria, pois isso pode causar cãibras,
dificultando a movimentação dentro da água.
Além disso, é necessário respeitar as sinalizações em rios e mares, assim como
é importante usar colete salva-vidas em passeios de barco ou jet ski e evitar ficar
próximo a bombas de piscinas, pois elas podem sugar o cabelo ou o corpo.
As crianças e bebês estão mais susceptíveis ao afogamento e, por isso, são
necessários alguns cuidados adicionais, como não deixá-los sozinhos perto ou dentro
de banheiras, baldes cheios de águas, piscinas, rios ou mar, assim como, evitar o
acesso ao banheiro, colocando fechaduras nas portas.
As crianças menores devem estar sempre com boias quando estão na piscina, rio
ou mar e, quando possível, é indicado instalar cercas de proteção em volta da piscina
e inscrevê-las em aulas de natação.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Homem que morreu afogado no Lago Paranoá disputava campeonato de canoagem

Identificado como Gilmar Dietrich, 66 anos, estava em uma competição de canoagem


quando o caiaque virou e ele foi para o fundo do lago. A vítima representava Curitiba
(PR) no torneio. Disponível em: Marrahttps://www.correiobraziliense.com.br/cidades-
df/2021/10/4957752-competidor-de-caiaque-morre-no-lago-paranoa.html . postado
em 24/10/2021 13:21 / atualizado em 24/10/2021 16:05

(crédito: Reprodução/Redes sociais)

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O homem que morreu afogado no Lago Paranoá, na manhã deste domingo (24/10),
identificado como Gilmar Dietrich, 66 anos, estava em uma competição de canoagem
quando o caiaque virou e ele foi para o fundo da água. A vítima representava Curitiba
(PR) durante o torneio.
A Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa), que autorizou o evento, deve emitir
um comunicado sobre o assunto, mas confirmou que a vítima competia por Curitiba
(PR). A assessoria de imprensa não vai dar mais detalhes sobre o competidor, mas
informou que “tudo indica que foi um mal súbito”. A família de Gilmar foi informada
da morte dele.
A Federação Brasiliense de Canoagem (Febracan) publicou uma nota lamentando
a morte de Gilmar, que disputava a prova do caiaque no XXIX Campeonato Brasileiro
de maratona.
“Gilmar, atleta experiente do Curitiba Regatas Curitiba, veio a falecer a cerca de 50
metros do píer do Clube Cota Mil. Ele recebeu todo o atendimento médico e de resgate
disponível no evento. A família está recebendo todo o apoio necessário e ajuda para
os trâmites legais. Em virtude do ocorrido as provas previstas para este domingo
foram canceladas”, informou o comunicado.
A Polícia Civil foi acionada para as investigações.
O caso
Um homem que remava no Lago Paranoá morreu afogado, na manhã deste domingo
(24/10), perto do Cota Mil Iate Clube, no Setor de Clubes Esportivos Sul (SCES). Segundo
o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), populares afirmaram que
a vítima estava perto do cais quando virou o pequeno barco ao contrário.
Após 40 minutos de esforços das equipes, o médico do resgate aéreo decretou a
morte no local. Em um primeiro momento, as pessoas não viram o homem voltar para
a superfície da água. Em seguida, os mergulhadores do CBMDF utilizaram a técnica
de arrastro, com uso de corda, para fazer varredura no fundo do lago.
De acordo com o tenente Renato Augusto, oficial de informação pública da
corporação, cerca de 10 minutos após a chegada do Corpo de Bombeiros, uma dupla
(de populares) localizou um senhor de mais ou menos 50 anos. “Imediatamente, (a
vítima) foi transportada para o cais do Cota Mil, e iniciaram o protocolo de ressuscitação
cardiopulmonar. Ele foi localizado a uma profundidade de 14 metros”, esclarece.

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NOTÍCIAS DO ASSUNTO

GTA resgata atleta amador em alto-mar após equipamento de caiaque quebrar

Disponível em: 07h14https://www.f5news.com.br/cotidiano/gta-resgata-atleta-


amador-em-alto-mar-apos-equipamento-de-caiaque-quebrar.html - Cotidiano04/10/2021

Vítima conseguiu ligar para o Ciosp e relatou princípio de afogamento. Um atleta


amador de caiaque, de 42 anos, foi resgatado já no final da tarde do sábado (02) por
uma equipe do Grupamento Tático Aéreo da Secretaria da Segurança Pública (GTA/
SSP), na Grande Aracaju. O equipamento foi danificado e ele não conseguia retonar
para a praia e estava em região de alto-mar em princípio de afogamento.
A vítima ainda conseguiu ligar para o Centro Integrado de Operações em Segurança
Pública (Ciosp) pedindo ajuda. Segundo o major Couto, diretor do Ciosp, a vítima narrou
que estava engolindo água e não conseguia retornar. A primeira ligação aconteceu
exatamente às 16h12 e o homem dizia estar no encontro do Rio Sergipe com o mar,
na região da Coroa do Meio e Barra dos Coqueiros.

reprodução SSP-SE

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Então, 10 minutos depois, o GTA/SSP já se deslocava do aeroporto de Aracaju para


o local indicado pelo Ciosp. A equipe do Falcão 01 fez o sobrevoo na área e localizou
a vítima, depois das 17h. Um integrante do Corpo de Bombeiros, pertencente ao GTA,
fez o mergulho na área e resgatou o homem.
O resgate foi feito com a técnica conhecida como mcguire, que consiste no
lançamento de tripulantes através de cordas, aliado à técnica do rapel para a descida
(infiltração). Depois, através do içamento, tripulantes e socorridos são deslocados pela
aeronave com as cordas.
O tenente-coronel Fernando Goes, diretor do GTA, acredita que o homem socorrido
contou com o resgate importante do GTA, mas também com a sorte. “Ele conseguiu
usar o celular e ligar para nosso Ciosp. Já era final de tarde e se demorasse mais um
pouco o resgate noturno seria muito difícil de executar”, comentou.

NOTÍCIAS DO ASSUNTO

Corpo de Bombeiros realiza mais uma turma do Surf Salva no Titanzinho

Disponível em: https://www.bombeiros.ce.gov.br/2022/01/27/corpo-de-bombeiros-


realiza-mais-uma-turma-do-surf-salva-no-titanzinho/ - 27 DE JANEIRO DE 2022 - 10:05
#1ª Companhia De Busca E Salvamento Do Batalhão De Busca E Salvamento (1ªCSMar/
BBS) #Corpo De Bombeiros Realiza Mais Uma Turma Do Surf Salva No Titanzinho
Ascom CBMCE | 1ª Companhia de Salvamento Marítimo do Batalhão de Busca e
Salvamento (1ªCia/BBS)

GUARDA-VIDAS DO CORPO DE BOMBEIROS REALIZAM MAIS UMA TURMA DO SURF SALVA NO TITANZINHO

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O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) por meio da 1ª Companhia


de Salvamento Marítimo do Batalhão de Busca e Salvamento (1ªCSMar/BBS) realiza
mais uma turma do Curso de Surf Salva para jovens do Titanzinho, em Fortaleza, na
Área Integrada de Segurança 1 (AIS 1). O curso se realiza em quatro dias com carga
horária de 16 horas / aula, sendo coordenado pelo coronel Claudio Barreto e conta
como instrutores, os seguintes Bombeiros Militares, major Chailon, subtenente Amaro,
sargento Jairo e soldado Batista.
De acordo com o coronel Claudio Barreto, “o curso iniciou nesta segunda-feira, 24
de janeiro, na Praia do Titanzinho no Bairro Serviluz. São 22 surfistas que em 4 dias
terão 16 horas aulas de treinamentos sobre: Como utilizar sua prancha para resgatar
afogados e como aplicar os primeiros socorros. Lembrando que os surfistas são
exímios conhecedores do mar e parceiros do CBMCE nas Prevenções de Afogamentos,
são mais de 6 mil surfistas formados ao longo da existência deste projeto”, informou
o coordenador do Curso Surf Salva.
O Conteúdo e Objetivos do Curso
O conteúdo programático aborda o treinamento em salvamento aquático, utilizando
a própria prancha de surf, atendimento pré-hospitalar para afogado, onde este surfista
que é um atleta e conhece o mar é treinado para abordar e retirar a vítima do mar,
podendo utilizar a sua prancha, além dos primeiros socorros.

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Prevenção
A nossa preocupação é reduzir o número de afogamentos. O Surf Salva é uma das
mais poderosas formas de contribuir. O curso tem conteúdo teórico e prático de quem
conhece e está na praia todos os dias prevenindo, salvando e aplicando os primeiros
socorros. É realizado em linguagem simples e fácil de ser transmitida. Nosso objetivo
é ensinar aos surfistas, que estão todos os dias nas praias de nosso litoral junto com
os guarda-vidas, as formas de ajudar a prevenir, salvar e a aplicar o suporte básico de
vida, sem que para isto se torne uma vítima da situação. Desta forma podemos passar
este aprendizado a outros, multiplicando o conhecimento, resultando em milhares de
vidas salvas em nosso país.

Breve Histórico
Em meados de 1995 se iniciou no âmbito do Corpo de Bombeiros do Ceará implantado
pelo então Capitão Ronald Aguiar que em sua gestão formou 100 surfistas. Em 1998,
na época, o 2º tenente Claudio Barreto ativa de modo permanente esta iniciativa com
o objetivo de ampliar a cobertura de Guarda-vidas na orla marítima do Ceará. A partir
de 2003 o projeto para a ser nominado de Surf Salva e por conta de seus resultados
alcançados se torna referencia para alguns estados brasileiros.
“A cada nova turma, nós vemos uma ampliação da capacidade do Corpo de Bombeiros
de atuar na prevenção ao afogamento no mar. É uma rede de colaboradores que temos

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formado há mais de 20 anos e que já se revelou ser muito útil para prevenir acidentes
e salvar vidas”, relata o coronel José Claudio BARRETO de Sousa.
Desde 1998, considerando mulheres e homens, formaram-se no projeto, quase
6.000 jovens que contribuem na prevenção e resgate no mar.

ANOTE ISSO

Atuar com a formação de novos prestadores de socorro é a arma mais poderosa na


redução de mortes na água.

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NOTÍCIA DO ASSUNTO

Surfista de 38 anos morre ao cair desacordado da prancha, em Florianópolis


Disponível em: https://amazonasatual.com.br/surfista-de-38-anos-morre-ao-cair-
desacordado-da-prancha-em-florianopolis/ - 23 de julho de 2021.
Marcelo Tonon era surfista, professor de surf e designer, ele faleceu nesta quinta-
feira (Foto: Reprodução/Instagram). Por Abinoan Santiago, da Folhapress
SÃO PAULO- O surfista de ondas gigantes, Marcelo Tonon, o “Bujica”, morreu na
quinta-feira (22), aos 38 anos, enquanto praticava o esporte na praia da Joaquina, no
leste da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis. Ele estava em pé na prancha e caiu
ao mar desacordado, relatam amigos e o Corpo de Bombeiros. A suspeita é de que
Tonon tenha sido acometido por um mal súbito, o que teria gerado o afogamento.
Os pulmões do atleta estavam cheios de água no momento do atendimento pelos
bombeiros, que fizeram os primeiros socorros, com guarda-vidas e, em seguida, uma
equipe multiprofissional do helicóptero Arcanjo 01. “Ficamos lá por mais de uma hora,
mas não conseguimos reanimá-lo. Ele morreu ainda na praia. Houve um afogamento
possivelmente resultante de um mal súbito”, confirmou ao UOL o tenente-coronel
Sandro Fonseca, do Corpo de Bombeiros.
Tonon não tinha esposa nem filhos. A cerimônia de cremação aconteceu no fim
da manhã de hoje, em São José, na Grande Florianópolis, com a presença de amigos
próximos e familiares. O presidente da Associação de Surf de Joaquina, Cristiano Melo,
comentou que a praia era o destino preferido de Tonon em razão da força e altura
das ondas. Além de atleta, a vítima ainda era professor de surf, designer e fabricador
de pranchas.
“A gente o via todo dia na praia, participando de tudo na associação, sempre com
sorriso, sendo muito carismático, tanto que todo mundo ficou muito estarrecido com
esse fato. Era um cara que cuidava muito do corpo. É uma pessoa que vai sentir falta
por bastante tempo”, comentou.
Melo afirmou que Tonon não relatou aos amigos próximos qualquer problema de
saúde. “Isso é o que deixa a gente até mais assustado porque treinava muito e víamos
que alimentação dele era bem saudável”, frisou. A Federação Catarinense de Surf
também lamentou a morte do atleta.

LEITURA COMPLEMENTAR

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PRIMEIROS SOCORROS NO ESPORTE Rodrigo Diniz Denis e Bueno da Silva


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais
https://portalidea.com.br/cursos/primeiros-socorros-no-esporte-apostila01.pdf

Nas considerações finais do trabalho publicado por Rodrigo Diniz e Denis Bueno
da Silva, eles Verificaram que a maioria dos sujeitos participantes dessa pesquisa
possui curso superior em Educação Física e também tiveram a disciplina de Primeiros
Socorros na grade curricular acadêmica em sua formação, mas não realizaram curso de
reciclagem sobre socorros de urgência após sua formação, nota-se a falta de interesse
e especialização por parte destes mesmos professores. Nota-se também que dentro
do universo pesquisado, alguns professores atuam na área sem terem formação e a
maioria dos estabelecimentos e locais para a realização das atividades não possuem
estrutura física e materiais adequados para atendimento em caso de acidente.
A grande maioria dos professores e dos estabelecimentos não dão atenção
necessária em relação ao pedido de atestado médico para o aluno. Isso se torna um
fator marcante no interesse do professor em se atualizar ou aprender mais sobre a
prática dos primeiros socorros.
Como sugestão, colocam que esse estudo mostra a relevância da disciplina de
socorros de urgência e a reciclagem da mesma por meio de cursos, palestras, seminários,
etc. para que assim o professor esteja sempre preparado para qualquer eventualidade,
pois nunca é demais que profissionais das mais distintas áreas e principalmente
na área em que se lida diretamente com o público, procurem ter conhecimento de
técnicas de primeiros socorros.
Isso contribuirá não apenas para um melhor atendimento primário em caso de
acidentes, mas também permitirá o desenvolvimento de atitudes preventivas, que
diminuirão a frequência de acidentes, proporcionando aos alunos uma maior segurança
no desenvolvimento das práticas aplicadas pelo profissional.
Isso contribuirá não apenas para um melhor atendimento primário em caso de
acidentes, mas também permitirá o desenvolvimento de atitudes preventivas, que
diminuirão a frequência de acidentes, proporcionando aos alunos uma maior segurança
no desenvolvimento das práticas aplicadas pelo profissional.

ANOTE ISSO

Seja um multiplicador dos conhecimentos de primeiros socorros. Sua atitude pode


salvar vidas.

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