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Método Socrático
Método Socrático
Sócrates (470-399 a.C.) é o grande marco da filosofia ocidental. Mesmo não sendo o primeiro filósofo ele é
conhecido como o "pai da filosofia". Muito disso se deve à sua busca incansável pelo conhecimento e o
desenvolvimento de um método para essa busca, o método socrático.
Nele, a dialética socrática tinha como objetivo questionar as crenças habituais de seu interlocutor para
posteriormente, assumir sua ignorância e buscar um conhecimento verdadeiro. O método socrático busca afastar
a doxa (opinião) e alcançar a episteme (conhecimento).
Para Sócrates, somente após a falsidade ser afastada é que a verdade pode emergir.
Sendo assim, seu método de investigação é composto por dois momentos: ironia e maiêutica.
Jacques-Louis David, A Morte de Sócrates, retrata o momento após o julgamento em que o filósofo recebe o cálice com cicuta
O Método Socrático e o Mito da Caverna de Platão
O principal discípulo de Sócrates, Platão (c. 428-347 a.C.), em sua célebre Alegoria da Caverna (ou Mito da Caverna),
conta a história de um prisioneiro que nasceu acorrentado no fundo de uma caverna como muitos outros.
Inconformado com sua condição, esse prisioneiro consegue se libertar, sai da caverna e contempla o mundo
exterior.
Não satisfeito e sentindo compaixão em relação aos outros prisioneiros no interior da caverna, o prisioneiro decide
voltar ao interior hostil da caverna para tentar resgatar outros prisioneiros.
Entretanto, em seu regresso, os outros prisioneiros, desacreditaram-no, riram dele e, por fim, mataram-no.
Através dessa metáfora, Platão narra a trajetória de Sócrates na Grécia antiga e o que ele compreende como sendo
o papel da filosofia.
Para ele, o questionamento proposto pela filosofia socrática é a atitude que faz o indivíduo perceber-se prisioneiro a
um mundo de aparências e preso a seus preconceitos e opiniões.
Essa inquietação é o que faz o indivíduo buscar o conhecimento verdadeiro, a saída da caverna. Ao compreender a
verdade iluminada pelo Sol (verdade), torna-se livre.
Platão fala do papel do filósofo. O filósofo é aquele que sente compaixão pelos outros, que não está satisfeito em ter
o conhecimento para si e precisa tentar libertar as pessoas da escuridão da ignorância.
O trágico desfecho imaginado por Platão, faz referência ao julgamento e condenação de seu mestre, Sócrates.
O método socrático, sobretudo a ironia, acabava incomodando os poderosos de Atenas que muitas vezes eram
ridicularizados pelo filósofo. A exposição da ignorância dos poderosos políticos gregos condenaram Sócrates à
morte.
Sócrates foi acusado por atentar contra os deuses gregos e desvirtuar a juventude. Foi julgado culpado e condenado
a tomar um cálice de cicuta (veneno que causa paralisia e a morte).
Sócrates surpreendeu a seu seguidores e amigos ao se recusar a fugir e aceitar a condenação. Dentre esses
seguidores estava Platão.