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Resolução das atividades adicionais

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Filosofia Antiga (II)

1. c Sócrates ajuda as mentes de seus discípulos a “parir” ideias. Por meio do diálogo, ele não ensi-
na o saber, mas o meio para alcançá-lo. Esse procedimento ficou conhecido como maiêutica.
2. e Na filosofia socrática, conhecer é saber definir, ou seja, é saber por conceitos (universais).
Para ajudar seus interlocutores a alcançá-los, Sócrates vale-se de dois procedimentos: a
ironia e a maiêutica. Como dito no texto, a ironia visa desconstruir os falsos saberes levan-
do o interlocutor à contradição, pois este, só após confessar sua própria ignorância, procu-
raria conhecer. A maiêutica, por sua vez, visa guiar o interlocutor para que encontre dentro
de si, com o auxílio da razão, a verdade (universal) que busca.
3. e Depois da primeira fase da investigação socrática – quando o interlocutor é levado à apo-
ria e se vê obrigado a confessar sua ignorância, e surgem nele inquietações e o desejo de
conhecer –, Sócrates continuava a interrogá-lo de modo a fazê-lo descobrir a verdade, isto
é, o conceito verdadeiro do objeto em torno do qual a discussão gira. Esse procedimento é
chamado maiêutica, ou “arte da parteira”, uma vez que, assim como as parteiras – que não
são capazes de fazer com que uma mulher engravide e dê à luz uma criança, mas somente
de ajudá-la no parto para que ele seja mais fácil –, o filósofo não é capaz de tornar um ho-
mem “prenhe” de ideias e de fazê-lo “pari-las”, mas somente de ajudá-lo nesse processo.
4. c A ironia socrática, manifestada sempre que Sócrates afirma desconhecer aquilo que in-
quire de seus interlocutores, tem uma porção de verdade, visto que o filósofo, de fato, é
o único a ter consciência do desconhecimento dos homens sobre o fundamento último
das questões por ele colocadas. Por outro lado, tem também uma porção de fingimento,
pois Sócrates sabe que seus interlocutores também desconhecem as respostas, o que
denota que, ao inquiri-los, o filósofo não tem a intenção de aprender com eles, mas de
conscientizá-los de que eles também não sabem o que imaginam saber.
5. a Os dois recursos metodológicos empregados por Sócrates são: ironia e maiêutica. A saber,
inicialmente, o filósofo, assumindo a condição de ignorante, convida seus interlocutores
a definir o objeto em torno do qual a discussão gira. Estes, por se considerarem sábios,
isto é, conhecedores do assunto tratado, respondem através de exemplos particulares (por
exemplo, em vez de responderem o que é a coragem, dão exemplos de atos corajosos),
sem apresentar uma definição. Sócrates, então, demonstra a falsidade da resposta dada,
levando os interlocutores à contradição, até que eles confessem sua ignorância. Esse recur-
so é conhecido como “ironia socrática”. Depois, Sócrates busca fazer com que o interlocu-
tor encontre a verdade fazendo-lhe perguntas que servem como guia ao raciocínio. Essa
fase é chamada de maiêutica.

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6. b Sempre que inquirido por seus interlocutores, Sócrates apresentava-se como um desco-
nhecedor do assunto tratado. No entanto, ao longo dos diálogos, questionava com destre-
za as respostas dadas pelos interlocutores, fazendo-os cair em contradição. A habilidade
com que as refutações eram feitas levava a crer que Sócrates sabia mais do que eles sobre
o assunto discutido. Nisso consiste a ironia socrática. Sua sabedoria, no entanto, consistia
em conhecer que o elenco de qualidades de um objeto ou um rol de exemplos particula-
res sobre dada questão não é capaz de indicar com segurança o que algo é, porque trata
de coisas particulares, ainda vinculadas ao mundo sensível.
7. A maiêutica socrática é a arte de “parir” ideias. Sócrates nega que é sábio ou que ensina al-
guma coisa, mas, como uma parteira, ajuda as pessoas a “parirem” – no caso, as ideias que
têm. Sem apresentar ou ensinar qualquer conhecimento, Sócrates questiona seus interlo-
cutores, levando-os a chegar por si mesmos às ideias. Assim, ele ajuda as ideias a virem à
luz, do mesmo modo que as parteiras ajudam as crianças a virem ao mundo, sem, todavia,
ser o pai dessas ideias.
8. a) A ironia socrática consiste em fingir-se ignorante sobre os mais variados assuntos e, a
partir daí, mostrar a ignorância do interlocutor.
b) As interrogações de Sócrates provocam na maioria dos interlocutores desconforto, irri-
tação ou constrangimento.
9. a) Ao questionar seus interlocutores, Sócrates pretende fazer com que eles percebam e
reconheçam a ignorância que desconhecem de si mesmos.
b) Sócrates, ao fazer questionamentos, como “O que é a coragem?”, procura saber o concei-
to de coragem na sua verdade, universal e necessariamente válido, e não apenas aspectos
prováveis ou parciais da resposta.
10. e A alegoria da caverna, ao descrever o processo de libertação dos homens da condição
de ignorância, simbolizada pela prisão e contemplação das sombras, chama atenção para
a tarefa, por assim dizer, epistemológica, que o filósofo precisa cumprir quando de seu
acesso ao conhecimento verdadeiro, representado pelo mundo exterior à caverna. Dotado
agora do verdadeiro acesso das coisas, o filósofo deve, portanto, conduzir, pelo conheci-
mento, ex-companheiros de infortúnio à nova condição de sabedoria.
11. a O processo de conhecimento, explica Platão, é a saída da escuridão e das sombras do inte-
rior da caverna em direção à luz da verdade, fora da caverna. Por isso, o interior da caverna
e sua escuridão representam as opiniões adquiridas pelos sentidos, sendo, portanto, falsas
e ilusórias.
12. c As sombras dentro da caverna representam o mundo sensível e das opiniões no qual não
há verdade. A saída da caverna é o processo de educação do filósofo que alcança o conhe-
cimento verdadeiro e a contemplação da ideia de Bem, fora da caverna.
13. b O mito da caverna apresenta a distinção entre o interior da caverna, mundo sensível das
aparências e opiniões, e o exterior da caverna, mundo inteligível das ideias. Apenas pode-se
conhecer as coisas fora da caverna abandonando os preconceitos e as opiniões provindos
dos sentidos.

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14. d O ex-prisioneiro, que volta à caverna, representa o filósofo, que tem o dever, depois de
contemplar a ideia de Bem, de mostrar para os ex-companheiros que há outra realidade,
diferente das sombras ilusórias da caverna.
15. a Os prisioneiros assemelham-se aos homens em geral (“não filósofos”), aqueles que não
perceberam que o conhecimento das coisas particulares depende do conhecimento das
essências (universais), ou seja, que estão presos ao mundo sensível, pois não conseguiram
desenvolver o pensamento abstrato, o único capaz de levar os homens ao conhecimento
verdadeiro.
Platão, por meio do personagem Sócrates, pretende mostrar que o conhecimento verda-
deiro é sempre o conhecimento do universal. Por exemplo, não se pode pretender conhe-
cer as coisas belas, como faziam os discípulos de Sócrates, sem que se saiba o que é que
lhes confere o estatuto de serem belas, ou melhor, o critério com base no qual as julgamos
belas. Por outras palavras, sem que se saiba o que é o belo, o conceito universal ou a essên-
cia da beleza não será possível discernir com segurança as coisas belas das feias, correndo-se
o risco de se julgar de maneira errada.
16. Na alegoria da caverna de Platão, a figura típica à qual correspondem os seres humanos
aprisionados é a do senso comum. Representados à época por todos aqueles que se con-
sideravam detentores de um suposto saber, como os poetas, os sofistas, os técnicos, entre
outros, permaneciam, na verdade, presos a uma forma de compreensão aparente do real,
o que, para Platão, constituía sinal de ignorância, já que sustentavam seus conhecimentos
por meio de meras opiniões. Já o prisioneiro que se liberta das algemas simboliza, para
Platão, o filósofo. Uma vez que se despojou das opiniões e dos preconceitos advindos de
uma realidade aparente, o filósofo atinge uma condição intelectual capaz de contemplar a
verdadeira realidade por meio do conhecimento das ideias, como a justiça, o Bem e o belo,
que constituem sua essência.
17. Segundo Platão, as projeções, as imagens no interior da caverna, representariam o mundo
sensível, aparente. Para os homens que não conhecem a luz (que simboliza o conhecimen-
to ou o Bem), porque nunca a viram, as sombras dos objetos reais seriam algo em si mes-
mo, a “verdade”. No entanto, aqueles que já viram a luz, isto é, que conseguiram se libertar
dos grilhões que aprisionam os homens na escuridão (no reino da doxa, ou da opinião),
saberiam que as sombras dos objetos são uma verdade aparente e que é preciso transcen-
dê-las para caminhar em direção à essência das coisas e da aparência, cópias imperfeitas
do mundo das ideias ou mundo real. Em suma, Platão vale-se da alegoria da caverna para
tentar explicar o que é o Bem verdadeiro, que, para ele, é o conhecimento verdadeiro, já
que a ignorância seria a causa de todo o mal.
18. A alegoria da caverna, de Platão, vale-se de uma metáfora para ilustrar a contraposição
que há entre o mundo das aparências, da escuridão, e o mundo inteligível, das ideias. Na
visão das sombras (no interior da caverna), vê-se apenas os vultos, realidades apreendidas
pelos (falhos) sentidos. Na visão da luz (no exterior), seria encontrada a verdade apreendi-
da pela razão.
A luz do Sol corresponde à realidade, à verdade das coisas inteligíveis. O mundo sensível, por
sua vez, não passa de aparências. Do ponto de vista filosófico, essa distinção entre o mundo
das sombras (aparências) e o mundo real (ideias) constitui-se no fundamento do chamado
idealismo platônico.

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19. b Platão, filósofo grego antigo, concebia o mundo como dividido em dois planos distintos:
de um lado, o mundo sensível, e de outro, o mundo inteligível. Na imagem apresentada
pela questão, Platão aparece apontando para o alto como a mostrar que o conhecimento
reside no mundo inteligível, alcançado pelo método dialético, responsável pelo afasta-
mento definitivo da alma em relação ao mundo sensível e por sua elevação ao mundo
inteligível, onde residem as verdades eternas.
20. d Para Platão, as ideias são a realidade das coisas. As coisas que percebemos pelos sentidos
são cópias imperfeitas das ideias; por isso, a ideia de mesa é a própria mesa ou a mesa em
si, sendo a mesa real e verdadeira, enquanto as mesas de madeira, metal, etc. são versões
imperfeitas da ideia de mesa.
21. a O mundo das ideias é o das essências imutáveis e eternas, de que as opiniões, no mundo
sensível, são meras cópias imperfeitas.
22. b A passagem apresenta a divisão que Platão faz da realidade em dois mundos, um, percebi-
do pelos sentidos, e o outro, apreendido apenas pelo uso do pensamento.
23. d Platão, seguindo o que já havia sido apontado por Parmênides, afirma que o verdadeiro
conhecimento só pode ser alcançado pela razão. Segundo o autor, o mundo sensível é
o mundo das aparências, da doxa. A verdade, alétheia, só seria vislumbrada por meio da
apreciação racional da experiência, o que transporia o homem do mundo das imagens ao
mundo das formas ou das ideias, no qual o mundo sensível se espelha.
24. c Segundo a teoria das ideias de Platão, existem ideias ou formas eternas e imutáveis. Os
objetos conhecidos pelos sentidos são mutáveis e meras imitações das ideias. Por isso,
as coisas do mundo sensível participam e dependem das ideias a que correspondem no
mundo inteligível, ou mundo das ideias.
25. Para Platão, a verdade do conhecimento e do saber deve espelhar e ser orientada pela
ideia do Bem, hierarquicamente superior àquela. De fato, as coisas do mundo sensível não
passam de cópias e reflexos deformados das ideias do mundo inteligível.
26. a) Para Parmênides, o ser é e o não ser não é. O movimento é o processo entre o ser e o
não ser, mas como o ser é, todo o restante é não ser. Desse modo, o movimento é ilusório,
pois não é. Heráclito, por outro lado, propõe que o mundo é movimento e que tudo está
no fluxo do vir a ser, de modo que tudo está em constante transformação.
b) Platão concilia as duas posições ao propor uma separação entre o mundo sensível e o
mundo inteligível. O mundo sensível, aquele que percebemos pelos sentidos, é falso e de
ilusões, e é por isso que percebemos as coisas em movimento e no processo do vir a ser. O
mundo inteligível, por sua vez, é o mundo das ideias perfeitas, eternas e imutáveis, onde
não há movimento.
27. a) O “belo aqui” se refere ao belo sensível e aparente percebido nos corpos particulares. O
“belo em si” se refere à ideia de belo, aquilo que é sempre belo.
b) A ciência que conhece as ideias universais, como a ideia de Belo e de justiça, é a dialética.

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28. c Para Platão, a realização plena e ideal de uma cidade-estado (pólis) se dá quando a justiça
(virtude máxima e que abrange todas as outras) prevalece na vida política e social. Con-
tudo, para que uma cidade seja justa, é necessária uma condução política da cidade com
base no conhecimento sobre a justiça. Conforme aponta o texto, uma tal ciência política
está restrita a alguns poucos cidadãos que, uma vez dotados dessa ciência, serão capazes
de assumir o governo da cidade. Há, com isso, uma relação íntima entre cidadão e cidade.
29. d Para Platão, a democracia, apesar de nela prevalecerem a liberdade e muitos dos benefí-
cios que decorrem desta, é uma forma de governo que tende a se degenerar em tirania,
pois, na medida em que ocorre a livre participação dos cidadãos na decisão política da ci-
dade, abre-se espaço para manobras e estratégias escusas de ascensão ao poder de tiranos.
30. a Para Platão, o governo da cidade, a qual se espera que seja justa, deve ser de responsabili-
dade daqueles cidadãos capazes de alcançar a ideia mesma de justiça, que não se reduz a
qualquer bem material, posição social ou condição econômica. Assim, dado que o filósofo
pertence àquela classe de indivíduos cujo pensamento é inteiramente voltado à verdade
das coisas e, portanto, à ideia de justiça que concerne à cidade ideal, cabe-lhe o único di-
reito de governar, com base nessa ideia, para bem conduzir a sociedade.
31. e Na república, ao pensar um Estado ideal, Platão estabelece uma relação estreita entre ci-
dadão e cidade (Estado). Assim, a estrutura política desse Estado deve refletir essa corres-
pondência entre funções da alma e papéis sociais. Essa divisão se daria entre as classes dos
governantes, dos guardiões e dos trabalhadores, baseada na disposição anímica própria a
cada atividade: a racional para o governo, a da coragem para a defesa militar e a da tempe-
rança (moderação) dos desejos para os artesãos.
32. d A justiça, segundo Platão, ocorre quando cada um ocupa a função que corresponde às
suas disposições. Isso, porém, significa que os homens são desiguais e que cada um deve
fazer o que lhe compete. Assim, a justiça é uma virtude da cidade e da alma e independe
das situações e circunstâncias.
33. c Na alegoria da caverna, Platão busca descrever a necessidade dos homens de se libertar
de uma concepção do real baseada na vivência do mundo sensível. A chave para a cons-
ciência dos estados de prisão e de ilusão produzidos por esse mundo ocorre quando se
contempla plenamente a ideia do Bem (ilustrada pela figura do Sol), fora da caverna. As-
sim, para que uma cidade consiga se guiar pelo princípio da justiça, é necessário o governo
daqueles que, libertos da prisão, acessam a ideia do Bem. Daí o porquê de o processo de
libertação dos prisioneiros ser uma tarefa política do filósofo.
34. O debate em torno do conceito de justiça ocupa papel de destaque na filosofia política
grega. No livro A República, Platão, por meio do personagem Sócrates, busca confrontar as
concepções de justiça de seus interlocutores. Para isso, sente a necessidade de tomar a ci-
dade ideal como ponto de partida de uma reflexão mais profunda sobre a essência mesma
de justiça. Segue, com isso, um modelo que se afasta das experiências históricas vigentes à
época. A sociedade justa seria, portanto, aquela cuja estrutura essencial estivesse alinhada
à estrutura natural da alma humana (a concupiscente ou desejante; a irascível ou colérica;
e a racional ou intelectual). Esse modelo se materializa, então, na tripartição harmônica
da comunidade política (governantes, guardiões e artesãos), conforme as competências
anímicas de cada um.

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35. Para Platão, o governo de uma sociedade justa e boa depende de que ela seja guiada pela
ideia mesma de Bem e justiça. Para tanto, ela confia a administração da cidade para o filó-
sofo, único dotado de conhecimento sobre as ideias de Bem e justiça. Ocorre que, tendo
ele sido educado pela cidade, deve, desse modo, conduzi-la e a todos os seus cidadãos na
direção de uma comunidade justa e boa.
36. Enquanto um regime político capaz de resolver os conflitos sociais centrados no debate
público livre e igual, a democracia se apresentava ao povo grego como uma saída impor-
tante de participação geral no processo de decisão política da comunidade. No entanto,
Platão identifica nessa forma de governo uma fragilidade que tende a dissolver os próprios
princípios de isonomia e isegoria. Tendo em vista que na democracia a palavra se torna
um instrumento político significativo nos processos decisórios, aqueles que possuem ha-
bilidades e domínios sobre ela adquirem um poder particular e desigual em relação aos
outros, na medida em que são capazes de fazer valer seus pontos de vista simplesmente
pela capacidade de influência oratória (persuasão). Com isso, Platão vê o risco de ascensão
de um poder no qual o interesse pela essência da justiça e do Bem é marginalizado em
detrimento de interesses particulares acionados por habilidades discursivas.
37. e Segundo o texto, Platão e Aristóteles tiveram um importante papel no pensamento oci-
dental, uma vez que eles mostraram a necessidade de se justificar por argumentos racio-
nais qualquer coisa que se pretenda como verdadeira.
38. d Segundo Aristóteles, os princípios não precisam ser demonstrados, porque são evidentes
por si mesmos, sendo conhecidos por intuição. Intui-se, por exemplo, que o todo é maior
que a parte, sem necessidade de uma demonstração disso, pois compreende-se tal prin-
cípio ao pensar nele. Assim, os princípios intuídos são mais conhecidos do que o conheci-
mento científico, posto que o último requer argumentos e demonstrações.
39. c Aristóteles não considera a dialética um procedimento seguro, visto que o embate entre
duas opiniões não garante a verdade do conhecimento. Defende, então, sua substituição
pela lógica. Em outras palavras, se em Platão a dialética era o método filosófico por exce-
lência, o único instrumento capaz de levar os homens ao conhecimento da verdade, em
Aristóteles esse método é substituído pela lógica. Consistindo na análise da linguagem, a
lógica buscará livrar o conhecimento da ambiguidade natural da linguagem, depurando-a
para que ela expresse de forma cada vez mais clara e objetiva a realidade.
40. b Aristóteles, com base em um estudo sobre a estrutura da linguagem, fundará a lógica –
instrumento que permite distinguir a verdade da opinião e é capaz, segundo ele, de levar
a um saber rigoroso e objetivo, que reflete corretamente a realidade.
41. c De acordo com o texto, o enigma é uma contradição que designa algo real, ou seja, é algo
que se refere ao real e ao impossível ao mesmo tempo.
42. c O silogismo é uma forma de argumentação lógica na qual as premissas levam necessaria-
mente à conclusão.
43. A principal diferença entre a filosofia de Platão e a de Aristóteles está no modo como eles
se posicionam diante do problema do devir, ou seja, diante da questão de como é possível
conhecer um mundo que está em constante mudança. Platão resolve o problema através
do dualismo platônico, defendendo que o conhecimento verdadeiro está no mundo in-
teligível, já que seria impossível conhecer o mundo sensível, onde tudo muda constante-
mente. Criticando a saída platônica, Aristóteles não recusa o mundo sensível; ao contrário,
busca conhecê-lo.

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44. Para Aristóteles, a lógica é o método ou o instrumento capaz de levar os homens ao co-
nhecimento da verdade; é o procedimento que nos habilita a distinguir as verdades das
opiniões, depurando a linguagem e organizando as ideias para que expressem de forma
cada vez mais clara e objetiva o real. Desse modo, a lógica fundamenta os argumentos
científicos e produz um saber rigoroso e seguro.
45. Sim, pois ele obedece às regras da inferência correta e suas premissas são verdadeiras. O
termo médio “cobra” liga o termo extremo maior “pecilotérmico” ao termo extremo menor
“cascavel”, fazendo com que as duas premissas tornem necessária a conclusão. Como elas
são verdadeiras, a conclusão é também necessariamente verdadeira.

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