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UFCD 10759
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Índice
Parte 1 - Introdução________________________________________________________________ 4
Teletrabalho _____________________________________________________________ 10
Enquadramento legal e conceitos ...................................................................... 10
Ferramentas _____________________________________________________________ 21
O mundo virtual ao serviço do teletrabalho ......................................................... 21
Ergonomia ______________________________________________________________ 22
Ergonomia em teletrabalho ............................................................................. 22
Conclusão _______________________________________________________________ 27
Bibliografia ______________________________________________________________ 28
Nota ____________________________________________________________________ 28
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PARTE 1
Introdução
Parte 1 - Introdução
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Enquadramento do curso
O curso Teletrabalho visa o enquadramento global desta forma de trabalho, cada vez mais comum,
percorrendo o caminho desde os conceitos legais, aos diferentes contextos em que ocorre, à adaptação
individual e organizacional ao mesmo. Visa também fornecer ferramentas que facilitem a autogestão e a
conciliação com a vida familiar.
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Objetivos Pedagógicos
Objetivos Gerais
O curso de Teletrabalho tem como objetivos gerais dotar os formandos de conhecimentos e aptidões
necessárias ao exercício do teletrabalho, preparando-os para o melhor planeamento e gestão do mesmo,
Objetivos Específicos
Em termos de competências específicas a adquirir, pretende-se que no final do curso os formandos sejam
capazes de:
- reconhecer o enquadramento legal, as modalidades de teletrabalho e o seu impacto para a
organização e trabalhadores/as;
- identificar o perfil e papel do/a teletrabalhador/a no contexto dos novos desafios laborais e
ocupacionais e das políticas organizacionais;
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Estrutura Programática
A estrutura programática do curso de formação foi desenvolvida tendo por base as características do
profissional.
- Teletrabalho
Gestão da confiança
boas práticas
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- Motivação e feedback
trabalho
- Pausas programadas
- Acidentes de trabalho
Gestão do isolamento
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PARTE 2
Desenvolvimento
Parte 2 – Desenvolvimento
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Teletrabalho
O “Código do Trabalho” define o teletrabalho como “a prestação laboral realizada com subordinação
jurídica, habitualmente fora da empresa do empregador, e através do recurso a tecnologias de informação
possa passar ao regime de teletrabalho, desde que haja um acordo entre ambas as partes e a mudança de
regime fique inscrita em contrato. É o chamado ‘teletrabalho interno’, através do qual “um trabalhador
acorda com a sua empresa passar a regime de teletrabalho. Contrapõe-se ao ‘teletrabalho externo’, no qual
O regime de teletrabalho assenta sempre num acordo escrito – contrato – entre as partes. A decisão
unilateral não está prevista na lei. No entanto, a situação atual pandémica é um exemplo claro da
preferência pelo regime de teletrabalho, sugerida por entidades estatais. Assim, as exceções existem, como
Com a pandemia COVID 19 o governo português através estabeleceu que, durante um determinado
período, os trabalhadores pudessem prestar trabalho em regime de teletrabalho, mesmo sem
acordo com o empregador, desde que as suas funções se mostrem compatíveis com este regime.
Numa fase posterior, em virtude do agravamento do surto epidemiológico o teletrabalho passou a
ser obrigatório desde que as suas funções permitissem.
1
(Código do Trabalho, última revisão), Artº 165 e seguintes
2
Idem
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Relativamente aos instrumentos de trabalho, presume-se que os instrumentos de trabalho respeitantes a
tecnologias de informação e de comunicação utilizados pelo trabalhador pertencem ao empregador, que
deve assegurar as respetivas instalação e manutenção e o pagamento das inerentes despesas. Sendo que
o trabalhador não poderá fazer uso pessoal dos mesmos, salvo acordo em contrário.
No que se refere aos direitos e deveres do trabalhador, entenda-se que os mesmos se mantêm exatamente
na mesma forma, nomeadamente no que diz respeito à formação profissional, à promoção ou gestão de
carreiras, aos limites de horário, segurança, saúde e higiene ou acidentes de trabalho. O empregador tem
ainda como dever promover o não isolamento do trabalhador, através de contactos regulares entre as
Competências do teletrabalhador
Ponto de partida: o teletrabalho é excelente para algumas pessoas e não é tão apreciado por outras! O
nosso foco deste capítulo em diante é refletir sobre como pode o teletrabalho ser uma experiência positiva
socialização a distância
compromisso
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Nenhuma outra época na nossa história pessoal nos exigiu tamanha adaptação à mudança, como a que
vivemos agora. Mais ainda, a adaptação à mudança que todos experienciámos não foi voluntária, foi sim
imposta de forma urgente, repentina e não preparada. Acresce ainda que, esta adaptação surgiu
acompanhada de uma dose significativa de medo do desconhecido.
Ora, na teoria das organizações, todas as condições estariam reunidas para que corresse mal. Mas não foi
isto que aconteceu: embora ainda estejamos no processo, a verdade é que a generalidade dos
trabalhadores em teletrabalho, conseguiram manter os seus níveis de concentração e produtividade,
Esta é a prova mais clara de que, mesmo as pessoas tendencialmente mais adversas à mudança, quando
confrontadas com situações extremas, conseguem resultados brilhantes e esta é a beleza do ser humano:
a sua capacidade de adaptação!
A literatura sobre a motivação é muito vasta, da psicologia à sociologia, várias ciências sociais se dedicam
ao estudo da motivação.
A base de toda a teoria da motivação está na “A hierarquia de necessidades”, a partir da qual se construíram,
por oposição ou por semelhança, diversos outros trabalhos e investigações.
- necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou
fazer parte de um clube;
- necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades
pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que
desempenhamos;
- necessidades de autorrealização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser.
Atualmente, ultrapassada a fase de discussão em torno das grandes teorias da motivação, é aceite que as
necessidades individuais são tão distintas que uma teoria da motivação não tem aplicação prática.
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Ou seja, em contexto organizacional, os líderes devem possuir a competência de identificar quais são as
fontes de motivação dos seus colaboradores e devem ser suficientemente flexíveis, para que possam
atender a todos, seja pela remuneração, pelo lado mais social, pelo conforto, por uma palavra... é infindável
a lista de eventuais necessidades a serem satisfeitas.
Em contexto individual, a automotivação, ganha relevo no teletrabalho. Isto é, se em contexto
organizacional, vários fatores podem contribuir para a automotivação, em contexto de teletrabalho, estes
mesmos fatores são reduzidos e estão mais dependentes das estratégias de cada um. Antes mesmo de
listarmos algumas dessas estratégias, importante compreender que a motivação tem duas grandes origens:
Partindo desta base, então, vejamos que fatores podem contribuir de forma positiva para a automotivação.
o Planear com definição de objetivos, metas e datas de finalização das tarefas – contribuindo de
energia
o Gerir as emoções menos positivas como o medo, através da autoconsciência e autocontrolo
A autodisciplina remete não só para a capacidade de organizar, planear, cumprir o plano, como também
para a capacidade de dizer não. Esta é uma competência de extrema importância, também no teletrabalho:
ao aceitar tudo o que nos é proposto, caminhamos rapidamente para um excesso que não conseguiremos
controlar. Assim, autodisciplinar-se obriga a uma vigilância sobre si próprio e a um compromisso com o
O compromisso deve ser estabelecido não só consigo próprio mas também com a organização, a equipa,
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a empresa, o grupo. Mais uma vez, cruzando com a dimensão da socialização a distância. Trabalhar
remotamente não significa de forma alguma trabalhar isolado. Pelo contrário, sabemos que o trabalho
isolado exige momentos de socialização que contribuem de forma extremamente positiva para a
produtividade.
Competências técnicas
A verdade é que no dia a dia não é esta perceção de tempo que a maioria das pessoas tem, o que obriga
a uma reflexão sólida: o que é o que faço com o meu tempo? Onde consumo tempo de forma
desnecessária?
Vejamos quais os principais e mais comuns “desperdiçadores” de tempo.
Fatores pessoais
o Desorganização
o Empreender mais do que se pode
o Procrastinação
o Indecisão e dúvidas
o Perfeccionismo
Fatores organizacionais
o Falta de objetivos, prioridades e planeamento
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o Excesso de reuniões, reuniões mal preparadas
Fatores ambientais
o Interrupções (presenciais ou pelo telefone)
o Visitantes inesperados
o Ruído, distrações visuais, espaço físico não adequado
A melhor gestão de tempo está facilitada pelas diversas ferramentas digitais que hoje se encontram no
mercado, grande parte delas de utilização livre. A verdade é que a utilização das mesmas pressupõe uma
atualização constante e um esforço de aprendizagem também ele permanente. Boa notícia: a informação /
Teletrabalho
confiança, sobretudo através da garantia de que os valores culturais são reconhecidos e apropriados pelos
colaboradores. É igualmente claro que se isto não acontecia em situação de trabalho dito “normal” mais
Como se pode promover a confiança? Através do acompanhamento permanente e reforço dos canais de
atempada de sinais de alerta e gestão dos riscos psicossociais. Os departamentos de gestão de recursos
humanos e de saúde, segurança, higiene no trabalho, assumem um papel muito relevante nesta
identificação.
CONFIANÇA NA EQUIPA
Começaremos, então, pela base de toda a relação, a confiança! O gestor deve confiar nas pessoas que
fazem parte da organização. Ser controlador, tentar vigiar cada passo que o colaborador possa dar significa
que irá ter de despender muita energia (e tempo), além de poder gerar conflitos e reduzir a produtividade.
Não é isso que se pretende, pois não? O gestor deve construir uma relação de confiança com os membros da
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equipa, se isso já acontecia antes de todos irem trabalhar a partir de casa, ótimo! Só tem que manter essa
relação, no entanto, se não acontecia, é melhor começar a pensar em estratégias que possibilitem a
construção dessa relação.3
o riscos cognitivos – associados à vertente mais racional, no sentido de ser possível a ocorrência de
maior número de pensamentos negativos, dificuldade de concentração, insónia.
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https://www.alento.pt/noticias/5-dicas-para-gerir-equipas-em-teletrabalho, consultado a 17/09/2020
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Ponto ótimo
Burnout
Os muitos fatores de risco psicossocial no trabalho, a que geralmente associamos a palavra stress,
relacionam-se com situações que provocam fadiga mental, medo, depressão, insatisfação, queixas
O stress pode ocorrer em qualquer pessoa e, quando este se refere especificamente à ocupação
desempenhada, é designado por stress ocupacional ou profissional. Este fenómeno ocorre quando os
colaboradores percecionam os seus recursos como diminutos para enfrentar as exigências desencadeadas
pela atividade laboral. Desta forma, o stress ocupacional é a interação das condições do trabalho com as
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Pode ainda ser definido como o conjunto de processos e respostas fisiológicas, emocionais e
comportamentais perante situações que são percebidas e interpretadas pelo indivíduo como ameaça ou
perigo, quer seja para a sua integridade biológica ou psicológica.
As estratégias usadas pra lidar com o stress, habitualmente designadas como estratégias de “coping” são
diversas e dependem das características pessoais de cada um.
O processo de coping pode ser entendido como o conjunto dos esforços assumidos pelos indivíduos perante
situações que são avaliadas como ameaçadoras e passíveis de gerar mal-estar. A este nível, existem
indicações acerca da possibilidade de determinados estilos de confronto poderem produzir efeitos negativos
Assim, estilos de coping centrados no evitamento das situações têm sido referidos como podendo levar a
problemas de saúde mental. Neste caso, algumas estratégias de confronto como, por exemplo, a negação,
psicossomáticos e conflitos na relação família e trabalho. Pelo contrário, estilos de confronto mais ativos
(coping proativo), centrados na resolução do problema, representam habitualmente formas mais ajustadas
e saudáveis do trabalhador se adaptar às exigências laborais, principalmente nos casos em que este tem
efetivamente possibilidade de alterar a situação em que se encontra, podendo exercer controlo sobre as
O que podem as organizações fazer para promover uma melhor gestão de stress nos seus
colaboradores, em contexto de teletrabalho?
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Manual De Gestão do Stress Profissional em Saúde, Patrícia Ervilha
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o Melhoria das relações entre trabalhadores e gestores, forçando a que a relação síncrona se
mantenha;
o Criação de grupos de apoio, por exemplo, entre colaboradores de departamentos diferentes, que
se reúnam de forma síncrona uma vez por semana para partilharem desafios e boas práticas;
o Clarificação das questões relacionadas com as funções e as expetativas de ambas as partes; esta
clarificação deve ser feita com alguma frequência e está sempre em aberto;
o Formação específica na área, por exemplo, uma ação de formação que permita melhorar a
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Conciliação do trabalho com a vida pessoal
A conciliação entre a vida profissional e a vida familiar consiste num estado de equilíbrio satisfatório entre a
vida profissional e a vida privada de um indivíduo. Proporcionar aos trabalhadores uma maior conciliação
entre a vida profissional e a vida familiar durante o seu ciclo de vida tem sido, desde há muitos anos, um
dos objetivos das políticas da UE, uma vez que se trata de um elemento fundamental para garantir a
prepara a pausa, o almoço, a escola dos miúdos. É exigente mas pode ser uma experiência muito positiva.
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https://www.eurofound.europa.eu/pt/topic/work-life-balance
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Deve ser concedida especial atenção às medidas gerais para a melhorar as condições de trabalho e a
qualidade de vida no trabalho, incluindo medidas destinadas a (...) reduzir progressivamente a duração da
jornada de trabalho e reduzir as horas extras6.
Ferramentas
dos projetos e criem fluxos de trabalho. Ferramenta gratuita para funcionalidades relevantes.
Skype: na sua versão gratuita permite fazer videoconferências com até 50 pessoas. Além disso, também
permite gravá-las e compartilhar monitor com os demais usuários.
Quip: um editor de textos que permite criar, editar e compartilhar documentos online. Também inclui um
Zoom, Forms, Docs, etc etc, a panóplia é enorme. Para não cair em excessos que conduzem a dispersão,
o ideal é centrar no uso de duas ou três. A formação relativa à utilização das ferramentas também está
Para desenvolvimento neste tema sugiro consulta da WebOlto (Centro de Recursos para Projetos WEB) em
https://www.webolto.com/pt/blog/teletrabalho-melhores-ferramentas-digitais-trabalhar/.
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Recomendação sobre trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares, Parágrafo 18, 1981
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Ergonomia
Ergonomia em teletrabalho
É importante em casa ter um local próprio para trabalhar, isso dá-nos estrutura e responsabilidade e separa
o espaço de trabalho do espaço familiar. Se for possível, ótimo! O local deve estar adaptado ao trabalhador
- O computador deve estar posicionado ao lado da janela, evitando reflexos na superfície de trabalho
https://youtu.be/f3V_NYUTbAg
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Proteção de Dados
RGPD em Teletrabalho
Neste capítulo, optámos pela transcrição das orientações da Comissão para a Regulamentação e
Proteção de Dados.
Na sequência da pandemia decorrente do novo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença Covid-19 e das medidas
de confinamento e isolamento social, o recurso ao teletrabalho generalizou-se. É neste âmbito que têm
chegado à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) várias questões relacionadas com o controlo,
quer dos tempos de trabalho, quer da atividade laboral prestada em regime de teletrabalho a partir do
domicílio do trabalhador.
De entre as medidas excecionais e temporárias relativas à situação epidemiológica, o Decreto-Lei n.º 10-
A/2020, de 13 de março, veio alargar, durante a sua vigência, o regime de prestação subordinada de
teletrabalho.
Neste contexto, e no exercício das suas atribuições e competências, a CNPD define, de forma sucinta,
orientações de modo a garantir a conformidade dos tratamentos de dados pessoais dos trabalhadores com o
regime jurídico de proteção de dados e minimizar o impacto sobre a privacidade em regime de teletrabalho.
os trabalhadores devem observar as regras de utilização e funcionamento dos instrumentos de trabalho que
lhe forem disponibilizados, só podendo, salvo acordo em contrário, utilizá-los para a prestação de trabalho.
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No entanto, neste regime não existe qualquer disposição legal que regule o controlo à distância, pelo que a
regra geral de proibição de utilização de meios de vigilância à distância, com a finalidade de controlar o
desempenho profissional do trabalhador, é plenamente aplicável à realidade de teletrabalho. Aliás, à mesma
conclusão sempre se chegaria pela aplicação dos princípios da proporcionalidade e da minimização dos dados
pessoais, uma vez que a utilização de tais meios implica uma restrição desnecessária e seguramente excessiva
admitidas. São disso exemplo os softwares que, para além do rastreamento do tempo de trabalho e de
inatividade, registam as páginas de Internet visitadas, a localização do terminal em tempo real, as utilizações
dos dispositivos periféricos (ratos e teclados), fazem captura de imagem do ambiente de trabalho, observam
e registam quando se inicia o acesso a uma aplicação, controlam o documento em que se está a trabalhar e
registam o respetivo tempo gasto em cada tarefa. Ferramentas deste tipo recolhem manifestamente em
excesso dados pessoais dos trabalhadores, promovendo o controlo do trabalho num grau muito mais
detalhado do que aquele que pode ser legitimamente realizado no contexto da sua prestação nas instalações
da entidade empregadora. E a circunstância de o trabalho estar a ser prestado a partir do domicílio não
justifica uma maior restrição da esfera jurídica dos trabalhadores. Nessa medida, a recolha e o subsequente
Do mesmo modo, não é admissível impor ao trabalhador que mantenha a câmara de vídeo permanentemente
ligada, nem, em princípio, será de admitir a possibilidade de gravação de teleconferências entre o empregador
(ou dirigentes) e os trabalhadores. Apesar da inadmissibilidade da utilização de tais ferramentas, reafirma-se
que o empregador mantém o poder de controlar a atividade do trabalhador, o que poderá fazer,
soluções tecnológicas específicas neste regime de teletrabalho. Tais soluções devem limitar-se a reproduzir o
registo efetuado quando o trabalho é prestado nas instalações da entidade empregadora (i.e., registar o início
e fim da atividade laboral e pausa para almoço). Portanto, estas ferramentas devem estar
desenhadas de acordo com os princípios da privacidade desde a conceção e por defeito, não recolhendo mais
informação do que a necessária para a prossecução daquela finalidade. Não dispondo de tais ferramentas,
excecionalmente é legitimo ao empregador fixar a obrigação de envio de email, SMS ou qualquer outro modo
similar que lhe permita, para além de controlar a disponibilidade do trabalhador e os tempos de trabalho,
demonstrar que não foram ultrapassados os tempos máximos de trabalho permitidos por lei. Do mesmo modo,
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nada impede que este controlo da disponibilidade do trabalhador e do cumprimento dos tempos de trabalho
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PARTE 3
Conclusão
Parte 3 - Conclusão
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Conclusão
O presente manual tem como objetivo estruturar teoricamente a UFCD 10579 Teletrabalho, com recurso a
diversas fontes, nomeadamente fontes oficiais, no estabelecimento daquelas que são as principais
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Bibliografia
Alento. (17 de 09 de 2020). Obtido de https://www.alento.pt/noticias/5-dicas-para-gerir-equipas-
em-teletrabalho
Carvalho, B. (2020). A Criatividade na Solução de Problemas Complexos. Obtido de
Criatividade: https://criativ.pro.br/
Código do Trabalho. (última revisão).
Cunha, M. P. (2006). Organizações Positivas. Dom Quixote.
Ervilha, P. (2017). Manual De Gestão do Stress Profissional em Saúde.
Eurofound. (2020). Obtido de Eurofound: https://www.eurofound.europa.eu/pt/topic/work-life-
balance
Goleman, D. (1997). An EI-Based Theory of Performance. Obtido de EI Consortium:
eiconsortium.org
International Labour Organisation. (s.d.). Obtido de ILO: https://www.ilo.org/Search5/search.do
Webolto. (2020). Obtido de Centro de Recursos Digitais:
https://www.webolto.com/pt/blog/teletrabalho-melhores-ferramentas-digitais-trabalhar/
Nota
Os conteúdos deste manual de formação são da exclusiva responsabilidade da formadora Patrícia Ervilha.
Os direitos são cedidos pelo autor à Bestcenter para efeitos de reprodução e disponibilização aos
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