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AVALIAÇÃO BioFOCO 12

DOSSIÊ DO PROFESSOR

TESTE DE AVALIAÇÃO 3

Grupo I

Os telómeros são complexos de nucleoproteínas presentes nas extremidades dos cromossomas eucarióticos, consistindo
em sequências de DNA não codificante TTAGGG repetidos em tandem (isto é, quando um padrão de um ou mais
nucleotídeos é repetido e as repetições são diretamente adjacentes umas às outras), apresentando como função a
preservação da integridade do genoma. Ao fim de cada ciclo celular estes são encurtados até atingir um limite de
incompatibilidade com a vida da célula, o que nos permite relacionar o seu comprimento com o envelhecimento celular.
A telomerase é a enzima responsável pela regularização do tamanho dos telómeros, repondo-os de forma constante. A
telomerase é responsável pela reposição da perda de DNA telomérico. Na ausência desta enzima, outras vias de
recombinação de DNA também atuam na reposição telomérica, mantendo o tamanho dos telómeros. A telomerase é uma
enzima codificada pelo gene TERT, localizado no cromossoma 5.
A análise da reativação da telomerase associada à análise do comprimento dos telómeros poderá constituir um novo tipo
de biomarcador permitindo o estabelecimento da idade biológica individual.
A variabilidade genética característica de cada indivíduo é consequência de um perfil específico e individual de
polimorfismos genéticos. Estes podem ser definidos como diferenças na sequência do DNA, cuja variante menos frequente
está presente em pelo menos 1% da população. Os polimorfismos mais frequentes no genoma são os Single Nucleotide
Polymorphisms (SNP) e caracterizam-se pela alteração de um único nucleótido em loci específicos do DNA. Estes
polimorfismos podem ocorrer em qualquer região do genoma (figura 1).

Figura 1 – A ocorrência de SNP na região promotora pode resultar num aumento ou numa diminuição da expressão,
ou nem causar qualquer alteração na expressão do gene. Um dos polimorfismos descritos na literatura é o
TERT1327T/C, presente na região promotora do gene, que consiste numa substituição de uma timina (T) por uma
citosina (C) a montante do local de início da transcrição.

1. A totalidade do material genético de um organismo eucarionte denomina-se


(A) genoma, sendo constituído por uma molécula circular de DNA.
(B) genoma, sendo constituído por diversos cromossomas.
(C) gene, sendo constituído por diversos cromossomas.
(D) gene, sendo constituído por uma molécula circular de DNA.

2. Os telómeros são extremidades dos cromossomas e


(A) são formados por sequências de DNA com um só tipo de nucleótido.
(B) são formados por sequências de DNA repetitivas.
(C) são formados por sequências de RNA com um só tipo de nucleótido.
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(D) são formados por sequências de RNA repetitivas.

3. As SNP podem afetar o fenótipo e, ao afetarem

(A) a sequência de DNA, são traduzidas para o mRNA correspondente.


(B) a sequência de RNA, são transcritas para as telomerases.
(C) a sequência de DNA, são transcritas para o mRNA correspondente.
(D) a sequência de RNA, são traduzidas na sequência de aminoácidos.

4. Devido à redundância do código genético, as mutações que não provocam alteração nos aminoácidos sintetizados
designam-se

(A) mutações silenciosas.

(B) mutações com alteração de sentido.


(C) mutações sem sentido.
(D) mutações cromossómicas.

5. Considere as afirmações seguintes referentes à integridade dos telómeros.

I. O encurtamento dos telómeros promove a divisão celular.


II. A existência de SNP promove sempre um aumento ou uma diminuição de expressão genética.
III. O tamanho dos telómeros é regularizado por uma proteína codificada pelo gene TERT.

(A) I é verdadeira; II e III são falsas.


(B) I e II são verdadeiras; III é falsa.
(C) II é verdadeira; I e III são falsas.
(D) III é verdadeira; I e II são falsas.

6. Faça corresponder cada um processos relacionados com as mutações cromossómicas, expressos na coluna I, à
respetiva designação, que consta na coluna II.

Coluna I Coluna II

(1) Deleção
(a) Remoção de um fragmento do cromossoma com perda do
(2) Duplicação
material genético.
(3) Mutação silenciosa
(b) Existência de duas cópias de uma dada região cromossómica.
(4) Mutação com alteração de sentido
(c) Transferência de um segmento de DNA de um cromossoma (5) Translocação
para outro cromossoma não homólogo.

7. Relacione a ação de agentes mutagénicos com a ocorrência de mutações.

Grupo II

A síndrome de Klinefelter é a anomalia cromossómica sexual mais comum e a principal causa de hipogonadismo primário,
situação onde os testículos não produzem quantidade suficiente de testosterona.

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Esta síndrome surge como resultado da presença de cromossomas X extranumerários, sendo que o cariótipo (47, XXY) é
a forma mais prevalente.

A anormalidade genética resulta numa fibrose progressiva e na destruição dos túbulos seminíferos e das células de
Leydig, levando a uma diminuição na produção de espermatozoides e testosterona.

A maioria dos indivíduos com síndrome de Klinefelter são azoospérmicos (ausência completa de espermatozoides no
esperma); contudo, através dos meios de reprodução medicamente assistida, é possível, em alguns casos, obter
espermatozoides.
Adaptado de Bojesen, A., Gravholt, C. Klinefelter syndrome in clinical practice.
Nat Rev Urol 4, 192–204 (2007). https://doi.org/10.1038/ncpuro0775

1. A presença do cromossoma X extra deve-se ao facto de não ocorrer _______ do cromossoma X durante a meiose, no
processo de gametogénese, que pode ser de proveniência _______.
(A) crossing-over … materna ou paterna
(B) disjunção … apenas materna
(C) crossing-over … apenas paterna
(D) disjunção …. materna ou paterna

2. As células de Leydig e os espermatídeos são


(A) diploides e haploides, respetivamente. (B) ambos diploides.
(C) ambos haploides. (D) haploides e diploides, respetivamente.

3. A mutação que está na origem da síndrome de Klinefelter é


(A) aneuploidia que envolve autossoma.
(B) mutação estrutural no cromossoma sexual.
(C) aneuploidia que envolve cromossomas sexuais.
(D) mutação estrutural que envolve cromossoma autossómico.

4. Faça corresponder cada um processos relacionados com as mutações cromossómicas, expressas na coluna I, à
respetiva designação, que consta na coluna II.

Coluna I Coluna II

(a) Mutação cromossómica numérica caracterizada pela ausência de um par de (1) Trissomia
cromossomas homólogos. (2) Tetrassomia
(b) Ausência de um dos cromossomas homólogos num dado par. (3) Génica
(c) Ocorrência de um cromossoma extra num dado par de cromossomas (4) Nulissomia
homólogos. (5) Monossomia

5. Selecione, de entre as afirmações relacionadas com as mutações, as afirmações corretas.


I. As alterações numéricas tendem a gerar fenótipos com graves anomalias.
II. A aneuploidia corresponde a mutações numéricas em cromossomas isolados, enquanto a nulissomia diz respeito
a alterações numéricas em todo o conjunto cromossómico.
III. A síndrome de Klinefelter é caracterizada pela presença de um cromossoma X a mais (cariótipo XXY) e pode
dever-se a erros que ocorrem na metafase, durante a espermatogénese.
IV. A não-disjunção dos cromossomas homólogos na meiose é a principal responsável pela maioria das aneuploidias.

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6. Ordene as expressões identificadas pelas letras de A a E, de modo a reconstituir a sequência correta de


acontecimentos que conduz à formação um feto, através do recurso de técnicas de reprodução medicamente
assistida.
A – Diferenciação celular originando diferentes tecidos e órgãos.
B – Microextração de espermatozoides do testículo de um indivíduo com síndrome de Klinefelter.
C – Divisão mitótica do zigoto.
D – Implantação do embrião após análise de um blastómero.
E – Fecundação in vitro por microinjeção, permitindo a injeção de um espermatozoide no oócito.

7. A análise de indivíduos que apresentam síndrome de Klinefelter identificou a ocorrência de reduzido número de células
de Leydig apenas em indivíduos com caracteres sexuais masculinos pouco desenvolvidos e com alguns traços
femininos. Explique este facto, relacionando-o com a regulação hormonal masculina.

Grupo III

Um cientista em Portugal e outro em França desvendaram parte de um mecanismo molecular em que as células tumorais
eliminam as células saudáveis. Estes dois cientistas perceberam que, quando células saudáveis são comprimidas por células
cancerosas, o sinal de uma via celular interna diminui nas células saudáveis e elas acabam por morrer. Há assim uma
“vitória” das células cancerosas. Na fase inicial da progressão tumoral, vão surgindo células anormais até à formação de uma
massa tumoral, clinicamente detetável. Certas mutações genéticas podem dar uma vantagem competitiva a um pequeno
grupo de células, o que lhes possibilita matar e substituir células vizinhas, originando assim um tumor. São mutações em
genes promotores de cancro chamados oncogenes. Estes genes transformam as células normais em células cancerosas e
dão-lhes uma vantagem competitiva. As células cancerosas conseguem assim matar as suas vizinhas e destruir os tecidos,
impedindo que cresçam e se expandam. O objetivo desta investigação era compreender o mecanismo por detrás desta
competição celular. Esta competição acontece quando demasiadas células tentam sobreviver, crescer e proliferar num
espaço reduzido. Isto aumenta a densidade celular e leva à compressão das células, que, quando é demasiado elevada,
origina a morte das células saudáveis comprimidas pelo cancro. Nesta investigação, utilizou-se o epitélio da mosca-da-fruta
(Drosophila melanogaster). Cerca de 90% dos tumores acontece neste tipo de tecido.

Observou-se que a via celular interna EGFR/ERK (conhecida por regular a sobrevivência celular) estava envolvida na tal
competência mecânica. Ou seja, é usada como uma arma na disputa territorial entre as células tumorais e as saudáveis.
Quando as células saudáveis são comprimidas por células tumorais, o sinal dessa via diminui nas células saudáveis. Desta
forma, são derrotadas e acabam por morrer. As células tumorais conquistam, assim, território. Quando essa via é ativada
artificialmente em células saudáveis comprimidas, impede-se a sua morte e a expansão de células tumorais abranda.

O que este estudo sugere é que prevenir a eliminação das células saudáveis à volta dos tumores, impedindo assim que a
ativação dessa via diminua, poderá ser uma nova estratégia terapêutica para deter o crescimento do tumor e reduzir a
mortalidade associada ao cancro.”
https://www.publico.pt, 14 de dezembro de 2018 (adaptado)

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1. Selecione, de entre as afirmações relativas a um tumor maligno, as três afirmações corretas.


I. A exposição a agentes mutagénicos também influencia o processo de desenvolvimento de tumores.
II. Os processos que levam à formação de oncogenes podem resultar da interação entre o genoma e o ambiente.
III. As mutações resultantes de alterações do DNA são todas hereditárias.
IV. Os proto-oncogenes apresentam a capacidade de estimular a divisão celular de forma controlada.
V. A ativação errada de proto-oncogenes vai fazer com que estes se transformem em metástases.

2. O cancro é uma grande massa de células neoformadas que se distinguem das que lhe deram origem por
(A) formação de oncogenes que inibem os fatores de crescimento.
(B) ativação de genes inibidores da divisão celular.
(C) formação de oncogenes que estimulam de forma desregulada os fatores de crescimento.
(D) ativação de genes inibidores da síntese proteica.

3. O tumor maligno resulta de uma proliferação _______ das células, que pode estar relacionada com a _______ da
apoptose celular.
(A) descontrolada … diminuição
(C) controlada … diminuição
(B) descontrolada … aumento
(D) controlada … aumento

4. As células estaminais pluripotentes


(A) apresentam a capacidade de se diferenciarem numa elevada quantidade de tecidos especializados.
(B) são células indiferenciadas onde não ocorre mitose.
(C) são células que apresentam um elevado grau de especialização.
(D) podem ser obtidas a partir de um embrião ou de um indivíduo adulto.

5. No caso das células humanas estudadas, o processo de tradução ocorre


(A) no núcleo da célula.
(B) no retículo endoplasmático rugoso da célula.
(C) em nenhum local específico, dado que a célula é procariótica.
(D) nos dictiossomas da célula.

6. Com base nos dados do documento, apresente uma possível via que possa vir a ser uma estratégia terapêutica para
deter o crescimento destes tumores.

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Grupo IV

As doenças oncológicas são uma das principais causas de morbilidade e mortalidade no mundo, constituindo, atualmente,
o obstáculo mais significativo ao aumento da esperança de vida.

O cancro da mama hereditário representa cerca de 5% a 10% de todas as neoplasias. Está relacionado com a existência
de suscetibilidade herdada, ou seja, envolve diversas mutações germinativas em determinados genes, levando a um
aumento significativo do risco de desenvolvimento de cancro em relação ao da população que não possua uma mutação no
gene de suscetibilidade para o cancro. A grande maioria dos casos deve-se a uma mutação num dos genes altamente
penetrantes (apresentam um risco elevado), como sucede no caso do BRCA1 (figura 2). Este gene tem ação supressora de
tumor, auxiliando na regulação da divisão celular e na manutenção da estabilidade genómica, pois está envolvido na
sinalização de danos no DNA e também na sua reparação. Quando existe uma mutação nestes genes, estes tornam-se
inativos, levando ao crescimento descontrolado de células, o que poderá resultar em cancro da mama.

Figura 2 – Localização do gene BRCA1 no cromossoma 17.

A mastectomia (retirada cirúrgica de toda a mama) redutora de risco é a estratégia mais eficaz para reduzir o risco de
desenvolvimento de cancro da mama em portadoras de mutação BRCA1, reduzindo o risco em cerca de 90%, dependendo
da técnica cirúrgica utilizada.

Conhecer o risco genético de cancro é extremamente importante, para aplicar medidas específicas de prevenção.
Adaptado de https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/43358/1/MICF_Ines_Sofia_Feliz.pd

1. Uma mutação no gene BRCA1 é uma


(A) alteração temporária do RNA mensageiro que afeta a expressão do gene.
(B) alteração temporária do material genético que afeta apenas a tradução do gene.
(C) alteração permanente do material genético que afeta a expressão do gene.
(D) alteração permanente dos ribonucleótidos e não afeta a sequência de aminoácidos.

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2. A mutação no gene BRCA1 ocorre


(A) apenas em células somáticas e tem efeito no fenótipo.
(B) em células somáticas e germinativas e tem efeito no genótipo.
(C) apenas em células germinativas e tem efeito no fenótipo.
(D) em células somáticas e germinativas, sem efeito no genótipo.

3. Ordene as expressões identificadas pelas letras A a E, de modo a reconstruir a sequência correta de acontecimentos
relacionados com a metastização.
A – Proliferação celular com diminuição da apoptose.
B – Perda do mecanismo de regulação celular.
C – Mau funcionamento de um ou mais órgãos.
D – Invasão de vasos sanguíneos e sua proliferação.
E – Multiplicação de células cancerosas e invasão de células vizinhas.

4. As células de um tumor podem espalhar-se pelo organismo


(A) formando células totipotentes.
(B) dando origem a células bem diferenciadas.
(C) formando metástases.
(D) dando origem a células onde ocorre apoptose.

5. Durante o aleitamento, a mulher produz prolactina, resultando na inibição de GnRH do hipotálamo. Justifique a ausência
de período menstrual durante os primeiros meses após o parto.

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