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EM NEGÓCIOS
Introdução
O desenvolvimento sustentável consiste em suprir as necessidades da
geração atual sem comprometer a capacidade de atender às necessidades
das futuras gerações. Ou seja, é o desenvolvimento que não esgota os
recursos para o futuro.
Esse conceito se propagou em vários segmentos da sociedade, sendo
debatido em reuniões, palestras e aulas, a partir da década de 1970. Com
isso, surgiu a necessidade de ultrapassar os limites do discurso e adentrar
a prática. No mundo dos negócios, a definição de sustentabilidade em-
presarial está atrelada às ações adotadas pelas empresas com o objetivo
de atuar de maneira consciente, aliando sempre o respeito ao ambiente
e à sociedade em que estão inseridas.
2 Diagnóstico, monitoramento e reporte da sustentabilidade corporativa
Indicadores de desempenho de
sustentabilidade
Os indicadores de desenvolvimento sustentável são instrumentos essenciais
para guiar a ação e subsidiar o acompanhamento e a avaliação do progresso
alcançado rumo ao desenvolvimento sustentável. Eles podem facilitar a cria-
ção de um sistema de produção mais ecoeficiente e responsável socialmente,
conforme Caiado, Quelhas e Lima (2015).
Visando a auxiliar nesse progresso, existem várias linhas de pesquisa
que buscam criar índices para mensurar o desempenho da sustentabilidade
empresarial, conforme apresentado no Quadro 1. A maioria das ferramentas
se baseiam no tripé de questões sociais, ambientais e econômicas.
4 Diagnóstico, monitoramento e reporte da sustentabilidade corporativa
(Continua)
Diagnóstico, monitoramento e reporte da sustentabilidade corporativa 5
(Continuação)
O DJSI foi lançado em 1999 pela Dow Jones Indexes, em conjunto com
a Sustainable Asset Management. O índice mede o desempenho financeiro
e fatores econômicos, além do envolvimento social, cultural e ambiental das
empresas. Ele tem o objetivo de orientar a alocação de recursos pelos gestores
globais, estimulando a responsabilidade ética corporativa e a preocupação
ambiental.
O modelo GRI foi criado pela Global Reporting Initiative, organização
internacional com sede em Amsterdã, que tem como missão desenvolver e
disseminar globalmente diretrizes e incorporar indicadores de sustentabili-
dade para a elaboração de relatórios (sustainability reporting guidelines). Ele
determina princípios e estrutura para o relatório, o que permite às organiza-
ções a apresentação geral de seu desempenho econômico, social e ambiental,
permitindo a comparação com o mercado. Essa comparação é possível porque
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ambientais;
sociais;
econômico-financeiros;
gerais (posição da empresa perante acordos globais e publicação de
balanços sociais);
de natureza do produto (como os possíveis danos e riscos à saúde dos
consumidores acarretados pelo consumo/uso dos produtos da empresa);
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de governança corporativa; e
de mudanças climáticas.
https://qrgo.page.link/ffueB
Sistema B
O Sistema B é um movimento global que busca criar um ecossistema de
empresas B, que são empresas que buscam encontrar soluções para questões
ambientais e sociais. O número de empresas que buscam ser transparentes,
medindo seus impactos sociais e ambientais, é cada vez maior. As Empresas
B medem seu impacto socioambiental e se comprometem de forma pessoal,
institucional e legal a tomar decisões considerando as consequências de suas
ações na comunidade e no meio ambiente, no longo prazo. Esse novo tipo
de empresa aumenta o dever fiduciário de seus acionistas e gestores em seus
estatutos, incorporando interesses não financeiros de longo prazo e cumprindo
o compromisso de melhorar seus impactos socioambientais de forma contínua,
operando com altos padrões de desempenho e transparência.
As dimensões avaliadas nesse sistema são governança, trabalhadores, meio
ambiente, clientes e comunidade, considerando um modelo de negócios em
prol de um objetivo (Figura 1).
Diagnóstico, monitoramento e reporte da sustentabilidade corporativa 9
Relatórios de sustentabilidade
A divulgação de informações em formato de relatórios no Brasil ganhou ênfase
entre 1997 e 1998, quando foi lançado o Modelo Ibase para Relatório Social,
do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), fundado pelo
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sociólogo Herbert de Souza, em 1981. Esse modelo apresentou boa adesão por
parte das empresas, sendo que foi o único modelo de referência na forma de
relatar as atividades empresariais, além dos relatórios financeiros, até o final
do século XX, conforme Botelho et al. (2015).
Já no século XXI, cada vez mais as pessoas e empresas reconhecem a
importância do desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, o sucesso das
organizações depende de uma nova forma de atuar, atrelando os resultados
econômicos com os impactos socioambientais. No entanto, para que essa forma
de atuar não fique restrita à gestão e às decisões internas, deve-se publicar o
relatório de sustentabilidade. Essa publicação é uma forma de prestar contas
à sociedade e ao mercado a respeito de sua atuação e de suas práticas para a
sustentabilidade.
Assim, um relatório é um importante instrumento de comunicação e ges-
tão. Um bom relatório de sustentabilidade é um diferencial importante para
a análise da posição da empresa em seu mercado de atuação, além de ser um
fator de valorização de suas ações. Investidores e consumidores (individuais
ou institucionais) gostam de saber que a empresa destina recursos e esforços
a projetos com baixo risco ambiental, alto valor social e lucratividade justa.
Para saber mais sobre o tema, acesse o link a seguir e veja um exemplo de relatório
de sustentabilidade.
https://qrgo.page.link/1Rkvt
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https://bimpactassessment.net/pt-pt/passo-2-compare-seu-impacto. Acesso em: 6
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