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Programa tentativo
de atendi mento
pelo novo hospital
Com base nas necessidades físicas defmidas parao Também destas continuará participando a equipe
hospital naestimativa de custo dos equipamentos, a equi- técnico-hospitalar porque o desenvolvimento dos traba-
pe poderá desenvolver uma estimativa dos investimentos lhos dos administradores, economistas, arquitetos, proje-
necessários, em termos de projetos, obras e equipamentos, tistas e engenheiros deverá sempre ser acompanhado por
compreendendo sua aquisição e instalação. Estes dados ela.
serão naturalmente submetidos à alta administração, de Cabe aqui uma referência a um tópico sempre dis-
cujo assentimento dependerá o desenvolvimento de todas cutido e nunca defmido: a constituição dessa equipe
as tarefas seguintes. técnico-hospitalar. Deve ela ser integrada só por médicos?
Figura 2
1
hospital como um operacionais do
conjunto operacional complexo hospita lar
Predi mensionamento
do equipamento
Anteprojeto do novo
<c
•...-----
~---'
complexo hospitalar
Definição de prazos
e investimentos
/
Pré-aprovação pelos
poderes públ icos
Planejamento hospitalllr
Deve ser multíprofíssíonal? A quem deve caber sua lide- comprimido até condicionamento de ar, tubulações espe-
rança ou coordenação? A experiência indica que as tarefas ciais para gases e sistemas sofisticados de comunicações
correspondentes só podem ser desempenhadas por elemen- e transportes.
tos que disponham da necessária capacitação acadêmica e Em princípio, deverá o arquiteto lembrar-se de que
profissional; essa capacitação revela-se mais importante do seu projeto deverá ser o mais compacto possível, para
que a categoria profíssíonal a que possa um técnico per- reduzir custos de construção e encurtar distâncias a serem
tencer. O ideal será compor uma equipe multiprofissional, percorridas durante a operação. Por outro lado, o projeto
com a coordenação de um médico, desde que ele atenda deverá permitir facilmente a ampliação de sua capacidade
aos referidos requisitos de capacitação. ou a construção de áreas complementares. Para tanto, ele
A equipe administrativo-financeira será encarregada deverá explorar eficientemente condições de terreno e dis-
de desenvolver, de início, uma tarefa absolutamente deci- ponibilidade de áreas. Limitando seu crescimento horizon-
siva: definir se a proposição apresentada pela alta adminis- tal, restará apenas a possibilidade de ampliação em sentido
tração tem viabilidade econõmíco-fínanceíra. Para tanto, é vertical, o que será viável apenas se o projeto tiver colo-
indispensável que a equipe obtenha os dados índíspensá- cado as áreas de atividade básica do hospital no subsolo e
.veis, manipulando-os no sentido de avaliar adequadamente no térreo, deixando os andares superiores para as unidades
o vulto dos investimentos necessários, o melhor esquema de internação. Inexistindo maiores restrições de terreno, o
de captação dos recursos correspondentes, as receitas projeto deverá ter caráter modular, permitindo a amplia-
operacionais ou diversas, as exigências de retomo ou de ção da capacidade de atendimento pelo acréscimo de
amortização; tudo isso deve ser pesado a fim de que seja novos módulos, seja em termos de unidades de internação,
possível definir para a alta administração o grau de viabili- seja de áreas reservadas a novos setores de diagnóstico e de
dade da iniciativa e o nível de sacrifícios ou restrições que tratamento.
a implantação do mesmo irá exigir. Por sua formação especializada, não cabe discutir a
Esta equipe administrativa deverá em seguida desen- composição desta equipe, mas apenas valorizar a experiên-
volver todo o modelo estrutural da organização, detalhan- cia does) arquiteto(s) que a compõe(m), ao lado da neces-
do os respectivos sistemas operacionais. Deverá também sária capacidade para trabalho em equipe.
liderar o processo de desenvolvimento das rotinas de fun- A área de engenharia compreende uma gama apreciá-
cionamento, chegando até o nível de pormenores que a vel de atividades, ~ue inclui fundações, alvenaria, acaba-:
alta administração do hospital desejar. Está visto que, mento, instalações elétricas e hidráulicas e instalações
nesta tarefa, haverá áreas técnicas específicas, para as especiais. Freqüentemente sua tarefa começa antes dos
quais a preparação de normas e rotinas de trabalho exigi- projetos específicos de construção, porque deve abordar a
rão a participação de profíssionaís especializados, de pre- preparação do terreno para receber o hospital, o que pode
ferência integrantes da equipe técnico-hospitalar. compreender movimento de terra, estaqueamento, urba-
Modernamente o desenvolvimento dos esquemas de nização, etc.
controle fínanceíro tem se revelado tão importante que se As tarefas seguintes corresponderão a defíníções rela-
chega hoje a desmembrar, dentro da estrutura administra- tivas a: fundações - tipo, características técnicas, esque-
tiva geral do hospital, a área de administração financeira. mas de preparação; estrutura geral - tipo, características
Essa é a razão pela qual a equipe que aborda os problemas de alvenaria (paredes, vergas, tacos, etc.), cobertura e
desta área tem sido referida como admínistratívo-fínan- impermeabilização, revestimentos comuns e especiais,
ceira. Para garantia de seu funcionamento eficiente, deverá pavimentação geral, esquadrias, vidros e ferragens, pintura;
34 ela ser integrada por elementos com formação e experiên- instalações elétricas - subestação, energia de emergência,
cia nos campos administrativo e financeiro, aplicadas à distribuição, aparelhos de iluminação; instalações hidráu-
área hospitalar, com suas peculiaridades e exigências. licas - redes de água e esgotos, sistema de proteção contra
A equipe de arquitetura deve conviver intimamente incêndio, aparelhos sanitários (tipos comuns e hospitala-
com a equipe técnico-hospitalar, a partir do momento em res); sistemas de transporte vertical - elevadores, escadas
que essa preparou o Plano Básico de Atendimento. Essa rolantes, montacargas; sistemas de comunicação - tele-
convivência permitirá ao(s) arquiteto(s) absorver uma série fones, sinalização e alarme, correio pneumático; instala-
de informações, nem sempre explicitadas ou possíveis de ções especiais - ar condicionado, vácuo, vapor, gases,
ser transpostas para relatórios, mas nem por isso de menor substâncias radioativas, etc.
importância para o desenvolvimento de um projeto arqui- É fácil imaginar que todas as tarefas descritas, envol-
.tetônico adequado. Está visto que a criatividade e a imagi- vendo atividades complexas e bastante especializadas,
nação do arquiteto são fatores de relevo em sua tarefa de exigirão a participação de técnicos e proflssíonaís capacita-
criação; contudo, ele deverá reconhecer que não pode pro- dos nas respectivas áreas de engenharia. Novamente aqui se
jetar um hospital exatamente como faz com um prédio de exigirão, além da capacitação técnica, as condições de rela-
apartamentos. Embora teoricamente possa fazê-lo, deverá cionamento indispensáveis a um trabalho em equipe (4).
ele reconhecer a complexidade de uma estrutura, misto de Por último, resta a área de construção, que deve fícar
hotel, lavanderia, farmácia, escola e até centro de assistên- igualmente a cargo de quem tenha experiência em seu
cia médica, que exige instalações e equipamentos espe- próprio terreno de atividades. Qualquer improvisação aqui
ciais, desde geração de vapor, produção de vácuo, ar poderá pôr em risco o sucesso da iniciativa e sacrífícar a
Planejamento hospitalar
zado, são todos concentrados na Unidade de Terapia
Intensiva. O mesmo princípio deve presidir à instalação
dos diversos setores ou serviços do hospital - laboratórios,
ao organizar uma antologia
arquivos, setores de radiodiagnóstico ou de esterilização,
sobre liberdade de expressão
centro cirúrgico - os quais não podem, de maneira algu-
Nicholas Capaldireuniu autores
ma, constituir-se em pequenos reinados, com multiplica-
que jamais se cumprimentariam
ção de instalações e de equipamentos. Capaldi acha
Por último, a capacidade e personalidade dos consul- que ninguém pode ser imparcial
tores envolvidos no processo todo deve ser capaz de per- sem permitir a liberdade de.explorar,
mitir um trabalho sucinto, compreensível e apropriado, sistematizar e divulgar cada opinião.
incluindo conclusões, recomendações e sugestões para a para ele, sem liberdade de expressão
ação. Muitas vezes, o relatório fínal não corresponde a não pode haver discussão racional
toda a complexa tarefa desenvolvida: esta pode ter envol- sobre ela própria
vido até centenas de horas-homens de trabalho de consul- lá o for.
toria, mas a preparação final inadequada pode pôr tudo a
perder. Esta deve, em conseqüência, merecer o mesmo
cuidado que recebeu o restante dos trabalhos desenvolvi-
dos. Apenas dessa maneira estará ela em condições de
corresponder às expectativas de quem aguarda definições
técnicas adequadas mas, sobretudo, de quem está pagando
por um produto que nem sempre tem condição plena para
julgar, mas que terá crescente difículdade de avaliação se
ele deixar de ser cuidadosamente preparado e apresentado.
Trata-se, pois, de mais uma exigência a que devem
estar atentos os consultores que trabalham na área de pla-
nejamento hospitalar: a necessidade de expressarem seus
pontos de vista de maneira acessível, vestindo-os de uma
roupagem que, respeitando critérios técnicos, não seja her-
mética nem demasiadamente especializada. •
da Uberdade de expressão
de Nicholas Capaldi
reúne textos de
Hitler,
Marcuse,
.Robespierre
Robert Welch
36 fundador da John Birch Society
StuartMill
entre outros.
REFEIrnNCIAS BIBLIOGRÁFICAS à venda nas livrarias
Pedidos para editora da FGV -
1. Churchman, C. W. Introdução à teoria dos sistemas. praia de botafogo, 188-
trad. bras. Petrópolis, Editora Vozes, 1971. cp 9052 - zc - 02
2. Sigmond, R. M. Health planning, The Milbank Me- livrarias da FGV:
morial Fund Quartely, 1968. praia de botafoqo, 188
avograça aranha, 26 -lojas c e h -
3. Denny Jr., R. P. & Bloom, S. S. Systems approach to Rio de Janeiro
health care delivery. Ind. Engin., n. 6, p. 12-8, 1974. avonove de julho, 2029 - são paulo
4. Staib, W. C. & Suhm, R. T. The growth of manage- superquadra sul 104bloco a,
ment engineering in hospitaIs. Ind. Engin., n. 6, p. 44-8, loja 11- Brasília
1974.
Editora da FGV -
5. Ríchter, H. B. Planejamento da construção hospitalar. Uvros para o desenvolvimento
Vida Hosp., n. 6, [s.p.], 1972.