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ORÇAMENTO EMPRESARIAL

Aula 1: A natureza do processo de planejamento e controle


A visão orçamentária não é uma ferramenta isolada na gestão da organização, ela se integra a
um escopo maior da gestão. Pensar em orçamentação na concepção atual de gestão nos
remete a integrá-la à visão de planejamento estratégico. Não existe muito sentido em pensar
no detalhamento contábil orçamentário, se este não for um desdobramento de um
pensamento estratégico maior.

Da mesma forma, distinguir o planejamento tradicional do estratégico, bem como perceber a


orçamentação com um subsistema da organização que contribui para o atingimento
estratégico, é requisito para uma boa modelagem, execução e controle orçamentário.

Falar de uma abordagem sistêmica, ou simplesmente de sistemas, envolve uma maneira de


ordenar o processo de pensar a respeito de coisas existentes, especialmente se forem
entidades complexas, a exemplo das organizações.

Conhecer esta abordagem tem por finalidade representar, de forma compreensiva e objetiva,
a inserção do orçamento em seu meio de existência, explicitando a construção conceitual que
efetua a ancoragem da tomada de decisões. Perceber fluxos e dinâmicas relacionais temporais
que permeiam a orçamentação possibilita uma descrição concreta e objetiva do sistema,
dentro do qual a decisão será tomada.

Para iniciar esta percepção, devemos compreender os princípios Gerais da Abordagem


Sistêmica, explicitados a seguir:

•Expansionismo: é o princípio que sustenta que todo o fenômeno é parte de um fenômeno


maior. O desempenho de um sistema depende de como ele se relaciona com o todo maior,
que o envolve e do qual faz parte;

•Pensamento Sintético: o fenômeno é visto como parte de um sistema maior e é explicado em


termos do papel que desempenha nesse sistema;

•Teleologia: é o princípio segundo o qual a causa é uma condição necessária, mas nem sempre
suficiente para que surja o efeito. Em outras palavras, causa e efeito é uma relação
probabilística.
PARÂMETROS DOS SISTEMAS
Podemos caracterizar um sistema como um conjunto determinado de parâmetros. Conceitua-
se os parâmetros como constantes arbitrárias que caracterizam, por suas propriedades, o valor
e a descrição dimensional de um sistema específico ou de um componente do sistema.

Os parâmetros dos sistemas são:

•Entrada ou insumo ou impulso: (input) é a força de arranque ou de partida do sistema que


fornece o material ou energia para a operação do sistema;

•Saída ou produto ou resultado: (output) é a finalidade para a qual se reuniram elementos e


relações do sistema;

•Processamento ou processador ou transformador: (throughput) é o fenômeno que produz


mudanças, é o mecanismo de conversão das entradas em saídas;

•Retroação, retroalimentação ou retroinformação: (feedback) é a função do sistema que visa


comparar a saída com um critério ou padrão previamente estabelecido. A retroação tem por
objetivo o controle;

•Ambiente: é o meio que envolve externamente o sistema. O sistema aberto recebe entradas
do ambiente, processa-as e efetua saídas novamente ao ambiente, de tal forma que existe
entre ambos - sistema e ambiente - uma constante interação.

O SISTEMA ABERTO

Um sistema ao se relacionar intensamente com o ambiente, produzindo múltiplas relações e


gerando processos de flexibilização e adaptação, é conhecido como Sistema Aberto.

Espera-se que o Sistema atuando como Aberto mantenha um intercâmbio de transações com
o ambiente e busque conservar-se dinamicamente no mesmo estado (autorregulação), apesar
da matéria e energia que o integram se renovarem constantemente (equilíbrio dinâmico ou
homeostase). Um sistema aberto é influenciado pelo meio ambiente e influi sobre ele,
tentando alcançar um estado de equilíbrio dinâmico nesse meio.

Nessa percepção conceitual, o modelo orçamentário deve buscar ser um facilitador nos
processos de flexibilização e adaptabilidade, a fim de contribuir com a visão de planejamento e
possibilitar a reação da organização frente às pressões e impactos ambientais.

O modelo de Sistema Aberto em si é sempre um complexo de elementos em interação e em


intercâmbio contínuo com o ambiente.
Desenvolver a visão estratégica e a missão do negócio

Através da visão é possível identificar quais são as expectativas e os desejos de quem controla
a organização, tendo em vista que esses aspectos proporcionam o grande delineamento do
planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado.

Deve ser definido: “quem são”, “o que fazem” e “para onde estão direcionados”,
estabelecendo um curso para a organização.

A visão pode ser considerada como o limite que os principais responsáveis pela empresa
conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais
ampla. Ela deve ser resultante do consenso e do bom-senso de um grupo de líderes e não da
vontade de uma pessoa.

A missão é a razão de ser da empresa. Neste ponto, procura-se determinar qual o negócio da
empresa, por que ela existe, ou ainda em que tipos de atividades a empresa deverá
concentrar-se no futuro. Aqui se procura responder à pergunta básica: “Onde se quer chegar
com a empresa?”

Na realidade, a missão representa um horizonte no qual a empresa decide atuar e vai


realmente entrar em cada um de seus negócios, desde que seja viável sobre os vários aspectos
considerados.

Esses negócios identificados no horizonte, uma vez considerados viáveis e interessantes para a
empresa, passam a ser denominados propósitos da empresa.

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