Curso 213376 Aula 07 Dd96 Simplificado

Aula 07
Senado Federal (Analista Legislativo -

Processo Legislativo) Regimento Interno
do Senado Federal - 2022 (Pós-Edital)
Autor:
Luiz Claudio Santos, Miguel
Gerônimo Netto
26 de Setembro de 2022
04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Luiz Claudio Santos, Miguel Gerônimo Netto
Aula 07
Sumário – AULA 7
PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
APRESENTAÇÃO DA AULA ...........................................................................................................2
DAS PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS ..........................................................3
1 - Da Proposta de Emenda à Constituição .................................................................................3
2 - Dos Projetos de Código ........................................................................................................14
3 - Dos Projetos com tramitação urgente estabelecida pela Constituição ..................................19
4 - Dos Projetos referentes a Atos Internacionais ......................................................................22
DA ALTERAÇÃO OU REFORMA DO REGIMENTO INTERNO .......................................................28
DOS DOCUMENTOS RECEBIDOS................................................................................................32
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO LEGISLATIVO ............................................................33
QUESTÕES COMENTADAS .........................................................................................................38
LISTA DE QUESTÕES...................................................................................................................45
GABARITO....................................................................................................................................48
Senado Federal (Analista Legislativo - Processo Legislativo) Regimento Interno do Senado Federal - 2022 (Pós-Edital)
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Aula 07
Olá! Eu sou o Professor Miguel Gerônimo. Já me apresentei em aula anterior.
Além da plataforma deste Curso, especialmente do Fórum, onde estaremos para tirar as
suas dúvidas, também disponibilizo, abaixo, os meus contatos para que possamos nos manter
conectados durante e após esse importante treinamento. Terei o prazer em orientá-los da melhor
forma possível nesta caminhada que estamos empreendendo.
e-mail: miguelgeronimonetto@gmail.com
Instagram: https://www.instagram.com/professormiguelgeronimo
Facebook: Miguel Gerônimo
Destaco que além desta Aula simplificada, está disponível na plataforma do Curso a Aula 7
completa.
Lembro que, juntamente com o Professor Luiz Claudio Santos, em aulas intercaladas,
estamos ministrando este Curso de Regimento Interno do Senado Federal.
APRESENTAÇÃO DA AULA 7
Nesta aula, versaremos sobre os Títulos IX, XII, XIV e XV do Regimento Interno do Senado
Federal (RISF) que trata de diversos assuntos, quais sejam:
- TÍTULO IX - DAS PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

1 - Da Proposta de Emenda à Constituição
2 - Dos Projetos de Código
3 - Dos Projetos com tramitação urgente estabelecida pela Constituição
4 - Dos Projetos referentes a Atos Internacionais
- TÍTULO XII - DA ALTERAÇÃO OU REFORMA DO REGIMENTO INTERNO
- TÍTULO XIV - DOS DOCUMENTOS RECEBIDOS
- TÍTULO XV - DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO LEGISLATIVO
São temas bastante importantes e interessantes, sobre os quais os candidatos devem estar
atentos sobre possíveis questões que podem ser exploradas pelo examinador do certame (FGV), a
exemplo das propostas de emenda à Constituição (PECs) e dos projetos de código, proposições
relevantes no âmbito do processo legislativo.
Vejamos, a seguir, o Quadro 1 com os temas e respectivos dispositivos correspondentes a

eles que trataremos nesta Aula, conforme dispõe o Regimento Interno do Senado Federal.

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Quadro 1 - Assuntos e dispositivos do Regimento Interno da AULA 7
Assuntos Dispositivos do
Regimento Interno
DAS PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS Arts. 354 a 376
Da Proposta de Emenda à Constituição Arts. 354 a 373
Dos Projetos de Código Art. 374
Dos Projetos com tramitação urgente estabelecida pela Constituição Art. 375
Dos Projetos referentes a Atos Internacionais Art. 376
DA ALTERAÇÃO OU REFORMA DO REGIMENTO INTERNO Arts. 401 e 402
DOS DOCUMENTOS RECEBIDOS Arts. 409 a 411
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO LEGISLATIVO Arts. 412 e 413
DAS PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS
O Regimento Interno do Senado Federal achou por bem selecionar quatro temas
(proposições) para tratar de forma especial relativamente os seus procedimentos legislativos, dada
a importância das matérias. Nesse sentido, prazos, quóruns, comissões etc são tratados de forma
específica e peculiar. A título de exemplo, a PEC não possui tramitação terminativa, ou seja, além
de tramitar na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC), a matéria é submetida ao
Plenário. Além disso, não está sujeita à urgência constitucional (§§ 1º a 3º do art. 64 da
Constituição Federal).
São as seguintes as proposições com tramitação especial:
1) Proposta de Emenda à Constituição

2) Projetos de Código
3) Projetos com tramitação urgente estabelecida pela Constituição
4) Projetos referentes a Atos Internacionais
A seguir, trataremos separadamente sobre cada proposição, a começar, na ordem, pela

Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
DA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Na AULA 5, quando tratamos do Título VIII (das proposições e suas espécies),

apresentamos diversos fundamentos sobre as propostas de Emenda à Constituição. O diferencial
para esta Aula 7 é que detalharemos as disposições regimentais dos arts. 354 a 376, que dispõem
sobre os procedimentos a serem observados na tramitação das PECs.
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é uma proposição que visa alterar o

ordenamento jurídico maior do Estado, ou seja, a Constituição Federal. Trata-se de uma matéria
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que se submete a disposições especiais pelas suas características próprias de maior rigidez de
alteração da Constituição Federal, considerando se tratar do topo da pirâmide do ordenamento
jurídico nacional.
Evidentemente que o aprofundamento das teorias sobre Constituição é objeto do estudo

da disciplina Direito Constitucional, o que está fora do escopo de nossa análise sobre o RISF. De
toda forma, antes de analisarmos os procedimentos específicos presentes no RISF referentes à
alteração da Constituição (arts. 354 a 373), trazemos algumas informações básicas e resumidas
sobre o ordenamento jurídico, já mencionadas na AULA 5.
Dentre outras classificações, a Constituição Federal brasileira é qualificada como rígida, o

que significa a observância de procedimentos mais rigorosos para a sua alteração quando
comparado a outras normas. Exemplo disso é a quantidade de turnos de discussão e votação (dois)
e do quórum de aprovação (3/5 dos membros de cada Casa do Congresso Nacional).
Iniciativa para propor uma PEC: 1/3 dos Senadores pode propor alteração no texto da
Carta Magna, o que significa a quantidade de 27 Senadores (81/3 = 27). Em nível de Senado
Federal, trata-se de uma proposição de iniciativa coletiva, diferentemente da autoria dos projetos
de lei ordinária ou complementar. Independentemente de qual sigla partidária pertença o
parlamentar, somente com essa quantidade mínima de apoio, que pode ser de representações
partidárias distintas, a PEC pode ser proposta para tramitar perante o Senado Federal.
Por sua vez, o chefe do Poder Executivo federal, o Presidente da República e os Deputados
Federais também podem iniciar o processo legislativo por meio da apresentação de uma PEC, mas
nesse caso a tramitação é iniciada na Câmara Deputados. A Carta Magna também pode ser
emendada por proposta de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
federação (inclui-se também a Câmara Legislativa do Distrito Federal - CLDF), manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria simples ou relativa de seus membros.
Diferentemente dos projetos de lei, os cidadãos NÃO são legitimados para subscreverem e
apresentarem uma PEC junto ao Poder Legislativo federal. No caso de projetos de lei, trata-se de
iniciativa popular para a matéria (CF, art. 61, § 2º), não havendo previsão dessa forma de
participação da sociedade para PEC.

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A seguir, em forma de figura, para uma melhor visualização, apresenta-se os autores de

PEC que iniciam o processo de tramitação no âmbito do Senado Federal:
PECs
Um terço, no mínimo, do Senadores = 27 ==> 81/3
(início da
tramitação
no Senado
Federal) Mais da metade das Assembleias Legislativas das Unidades da
Federação = 14
Art. 212)
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros
Vejamos o teor do art. 60 da Constituição Federal que dispõe sobre os fundamentos das
alterações na Carta Magna:
Constituição Federal
SUBSEÇÃO II
DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos
votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

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Note que logo no inciso I do Art. 60 do texto é prevista a alteração da Constituição por 1/3
dos Senadores, confirmado no inciso I do art. 212 do RISF. Também cumpre salientar a
sistematização dos incisos III do art. 60 da Constituição Federal com o inciso II do art. 212 do RISF,
que prevê proposta de alteração do texto constitucional por iniciativa das Assembleias
Legislativas. Neste caso, necessário se faz reunir a maioria absoluta da quantidade das
Assembleias Legislativa, incluindo a Câmara Legislativa do Distrito Federal (27/2 = 13,5 ==> 14),
deliberando cada uma delas por maioria relativa ou simples de seus membros.
Turnos e quórum para aprovação: é de se destacar que a proposta de emenda à

Constituição federal é submetida a dois turnos de discussão e votação, considerando-se
aprovada quando obtiver, em ambas as votações, o voto favorável de 3/5 (três quintos) dos
membros do Senado Federal.
A seguir, analisaremos os dispositivos regimentais referentes aos arts. 354 a 373, sobre a
tramitação das propostas de Emenda à Constituição Federal.
Para começar, vejamos o que dispõe o art. 354, considerando que o dispositivo reproduz
parte do art. 60 da Constituição Federal.
Art. 354. A proposta de emenda à Constituição apresentada ao Senado será

discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos membros da Casa (Const., art. 60, § 2º);
§ 1º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir
(Const., art. 60, § 4º):
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 2º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal,
de estado de defesa ou de estado de sítio (Const., art. 60, § 1º).
Primeiramente necessário se faz destacar que PEC não é projeto e sim proposta. Assim, a
sua nomenclatura é Proposta de emenda à Constituição e não Projeto de emenda à Constituição.
Conforme já vimos nesta Aula, a proposta é submetida a dois turnos de discussão e

votação, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambas as votações, o voto favorável de
3/5 (três quintos) dos membros do Senado Federal (81 X3/5 = 48,6 -> 49 Senadores).
O § 1º do art. 354 trata daquelas matérias que não podem tender a serem eliminadas,
conhecidas como cláusulas Pétreas (cláusulas de pedras). No entanto, de certa forma, elas podem
ser modificadas, desde que não haja uma tendência à sua extinção. Exemplo dessa possível
modificação é não permitir que os analfabetos exerçam, de forma facultativa, o voto direto,
secreto, universal e periódico, levando-os à obrigatoriedade de votar nas eleições. Nesse sentido, o
direito de votar não estaria eliminado, mas apenas mitigado, modificado, já que atualmente os que
não sabem ler e escrever tem a facultatividade de votar, podendo ou não exercer esse direito (CF,
art 14, § 1º, II, "a"). Também as 27 unidades da federação poderiam se tornar apenas dez, sem que
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a forma federativa do Estado fosse abolida, sendo, nesse caso, apenas modificada. Por outro lado,
os Poderes da República não poderiam se fundir, a despeito de violar a independência entre eles e,
aí sim, estaria tendendo a abolir a separação dos Poderes, o que não é permitido. A violação às
cláusulas pétreas implica nulidade do ato por inconstitucionalidade material dos dispositivos da
proposta incompatíveis com as disposições das cláusulas pétreas..
Na Aula 5 já discorremos sobre as limitações circunstanciais do poder reformador, presente

no § 2º do art. 354 (a Carta não pode ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio). Já detalhamos essas limitações circunstanciais. Por isso,
sugerimos que os alunos acessem a Aula 5 Completa para reverem as características dessas
limitações.
Vejamos, a seguir, o teor do art. 355, assunto que vai ao encontro do Princípio da
Publicidade.
Art. 355. A proposta será lida no Período do Expediente e publicada no Diário do

Senado Federal e em avulso eletrônico, para distribuição aos Senadores.
Cumpre destacar o disposto no art. 355 se coaduna com dois princípios que devem ser
observados no âmbito da Administração Pública: da Transparência e da Publicidade. Tanto a PEC
com iniciação no Senado Federal, quanto a proposta recebida da Câmara dos Deputados cumprem
essa determinação para que os Senadores e a sociedade em geral tomem conhecimento das
iniciativas que visam alteração da Constituição Federal. Para isso, antes de publicada no
instrumento de divulgação da Casa, o Diário do Senado Federal, a matéria é lida em Plenário
perante os Senadores. Com essa acolhida oficial, a PEC fica pronta para tramitar no âmbito da
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), quanto no Plenário.
A seguir, para a devida análise, vejamos o teor do art. 356, que introduz a importante
participação da CCJ no âmbito da tramitação da PEC no Senado Federal.
Art. 356. A proposta será despachada à Comissão de Constituição, Justiça e

Cidadania, que terá prazo de até trinta dias, contado da data do despacho da
Presidência, para emitir parecer.
Parágrafo único. O parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania que

concluir pela apresentação de emenda deverá conter assinaturas de Senadores
que, complementando as dos membros da Comissão, compreendam, no mínimo,
um terço dos membros do Senado.
No Caso do Senado Federal, objeto de nosso estudo, a CCJ acumula duas funções, ou seja,
emite parecer sobre duas análises: admissibilidade e mérito. Nesse sentido, a PEC tramita
somente em dois importantes âmbitos, na CCJ e no Plenário, sendo que é no Pleno o local onde a
matéria deve ser discutida e votada em dois turnos, precisando para ser aprovada por 3/5 dos votos
da totalidade dos Senadores, quórum extremamente qualificado. Nesse contexto, as deliberações
da CCJ ocorrem por maioria simples ou relativa (maioria de votos, desde que presente a maioria

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dos membros do colegiado), enquanto que no Plenário é exigido pelo menos 3/5 de votos
favoráveis para a aprovação da matéria, em dois turnos de discussão e votação.
A CCJ deve observar o prazo de trinta dias para emitir o seu parecer, que é uma proposição
escrita pelo relator, onde consta uma análise da matéria com o posicionamento do relator, com os
argumentos a favor ou contra à aprovação da matéria, peça legislativa esta que é deliberada pelos
membros do colegiado.
O art. 357 dispõe sobre o encaminhamento da matéria ao Plenário, conforme o seu teor a
seguir:
Art. 357. Cinco dias após a publicação do parecer no Diário do Senado Federal e
em avulso eletrônico, a matéria poderá ser incluída em Ordem do Dia.
O art. 357 estabelece o interstício de cinco dias, após a publicação do parecer no Diário do
Senado Federal e em avulso eletrônico, para que a matéria seja incluída na pauta da Ordem do Dia
do Plenário para discussão e votação dos parlamentares.
O art. 358 trata da responsabilidade da CCJ quanto à emissão do parecer, assim como as
consequências pela sua não apresentação. Vejamos, a seguir, o teor do dispositivo:
Art. 358. Decorrido o prazo de que trata o art. 356 sem que a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania haja proferido parecer, a proposta de emenda à
Constituição será incluída em Ordem do Dia, para discussão, em primeiro turno,
durante cinco sessões deliberativas ordinárias consecutivas.
§ 1º O parecer será proferido oralmente, em plenário, por relator designado pelo

Presidente.
§ 2º Durante a discussão poderão ser oferecidas emendas assinadas por, no

mínimo, um terço dos membros do Senado, desde que guardem relação direta e
imediata com a matéria tratada na proposta.
Uma vez não cumprido o prazo de trinta dias para emissão do parecer pela CCJ, a matéria é
encaminhada ao Plenário para ser incluída na Ordem do Dia para que os Senadores possam
discuti-la em primeiro turno, durante cinco sessões deliberativas ordinárias consecutivas.
Nota-se que o teor do dispositivo em análise não admite prorrogação do prazo de trinta
dias para a CCJ emitir o seu parecer, mesmo que, por exemplo, haja troca do relator da matéria.
Uma vez incluída a matéria na Ordem do Dia por causa do atraso da CCJ na emissão de seu
parecer, o parecer em Plenário é proferido oralmente por relator designado pelo Presidente da
Casa, podendo essa relatoria ad hoc recair para qualquer Senador, inclusive para aquele que não
seja membro da CCJ.

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Durante a discussão da matéria em Plenário podem ser apresentadas emendas com pelo
menos um terço das assinaturas dos membros da Casa 81/3 = 27 assinaturas). É a oportunidade
para que qualquer Senador apresente sua contribuição por meio de emenda, uma proposição
acessória que visa alterar a proposição principal, no caso, a PEC. Essas emendas podem ser de
mérito ou apenas de redação.
Uma vez apresentada emenda em Plenário, a matéria é remetida à CCJC, conforme

prescreve o art. 359, o qual transcrevemos a seguir:
Art. 359. Para exame e parecer das emendas, é assegurado à Comissão de

Constituição, Justiça e Cidadania o mesmo prazo estabelecido no art. 356.
Nesse estágio de tramitação da matéria, a CCJC tem novo prazo de trinta dias para análise
e emissão de parecer sobre as emendas. Nessa situação, cabe ao colegiado avaliar tanto a
constitucionalidade das emendas, quanto o mérito delas. Trata-se de um procedimento da mais
alta importância, pois as modificações propostas devem manter pertinência temática com o texto
original.
Vejamos o que dispõem os arts. 360 e 361:
Art. 360. Lido o parecer no Período do Expediente, publicado no Diário do

Senado Federal e em avulso eletrônico com a proposta e as emendas, a matéria
poderá ser incluída em Ordem do Dia.
Art. 361. Esgotado o prazo da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,

proceder-se-á na forma do disposto no caput do art. 358 e em seu § 1º.
§ 1º Na sessão deliberativa ordinária que se seguir à emissão do parecer, a

proposta será incluída em Ordem do Dia para votação em primeiro turno.
§ 2º Somente serão admitidos requerimentos que objetivem a votação em

separado de partes da proposta ou de emendas.
§ 3º A deliberação sobre a proposta, as emendas e as disposições destacadas para

votação em separado será feita pelo processo nominal.
Uma vez cumpridas as formalidades (leitura do parecer no Período do Expediente e

publicação no Diário do Senado Federal e em avulso eletrônico com a proposta e as emendas), a
matéria pode ser incluída em primeiro turno no Plenário, na Ordem do Dia, para discussão e
votação.
Caso a CCJ não cumpra o prazo de trinta dias para emitir parecer sobre as emendas, a
proposta de emenda à Constituição será incluída em Ordem do Dia, para discussão, em primeiro
turno, durante cinco sessões deliberativas ordinárias consecutivas, podendo o parecer sobre as
emendas ser proferido oralmente, em Plenário, por relator ad hoc designado pelo Presidente.

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Incluída a matéria na Ordem do Dia, a ordenação de preferência para discussão e

deliberação da PEC iniciada no Senado Federal é a que consta no art. 163, § 3º, inciso III, alíneas "b"
a "d".
Evidentemente que uma PEC em segundo turno tem preferência sobre outra em primeiro
turno de discussão e votação porque aquela se encontra em estágio mais avançado para a
finalização de sua tramitação no Senado Federal.
O § 3º do art. 361 destaca a importância do processo de votação da PEC. Como se trata da

deliberação da Casa por quórum qualificado ou especial (3/5 dos membros), a votação deve ser
realizada pelo processo nominal, quando cada parlamentar registra eletrônica, individual, pública e
nominalmente o seu voto, o qual é divulgado no painel eletrônico do Plenário da Casa.
Sobre o interstício entre os turnos, dispõe o art. 362:
Art. 362. O interstício entre o primeiro e o segundo turno será de, no mínimo,
cinco dias úteis.
Considerando que o interstício não é uma exigência constitucional, o RISF prevê que ele
seja mitigado, desde que cumpridas as determinações do art. 281. Vejamos:
Art. 281. A dispensa de interstício e prévia publicação de avulso eletrônico, para

inclusão de matéria em Ordem do Dia, poderá ser concedida por deliberação do
Plenário, a requerimento de qualquer Senador, desde que a proposição esteja há
mais de cinco dias em tramitação no Senado.
O objetivo da dispensa da observância do interstício é acelerar a discussão e votação da

proposta. Para isso, a redação do vencido (redação do primeiro) turno deve ser desde logo definida
para que seja iniciada a discussão em segundo turno.
Pelo menos em tese, essa dispensa de interstício não valeria para as PECs, uma vez que
estas apresentam prescrição específica para a observância de cinco dias úteis entre os turnos (art.
362). Entretanto, há inúmeros casos práticos em que houve a mitigação do interstício também
para as propostas de emenda à Constituição.
Por sua vez, por se tratar de prescrição presente na Constituição Federal, não é possível
diminuir a quantidade de turnos de uma PEC (dois), nem tampouco flexibilizar o quórum para a
aprovação da matéria (3/5 dos membros do Senado).
O art. 363 dispõe sobre a inclusão da proposta em segundo turno do Plenário. Vejamos o
teor e a implicação do dispositivo:
Art. 363. Incluída a proposta em Ordem do Dia, para o segundo turno, será aberto
o prazo de três sessões deliberativas ordinárias para discussão, quando poderão
ser oferecidas emendas que não envolvam o mérito.
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Aula 07
Uma vez incluída a matéria em segundo turno, a proposta se submete à discussão durante
três sessões, quando os Senadores podem apresentar os seus argumentos a favor ou contra à sua
aprovação. É de se destacar que nesta fase dos trabalhos podem ser apresentadas emendas, mas
somente de redação, as quais não interferem no mérito da proposta. A razão dessa pertinente
restrição tem por base a existência de dois turnos, já que não tendo sido objeto de análise e
deliberação em primeiro turno, não se pode oferecer matéria nova nessa fase da tramitação.
Sendo o caso de apresentação de emendas de redação, o art. 364 dispõe sobre a sequência dos
procedimentos, a saber:
Art. 364. Encerrada a discussão, em segundo turno, com apresentação de

emendas, a matéria voltará à Comissão, para parecer em cinco dias
improrrogáveis, após o que será incluída em Ordem do Dia, em fase de votação.
Antes da votação em segundo turno, tendo sido apresentada emenda de redação durante a
discussão nesse turno em Plenário, a matéria é enviada à CCJC para proferir parecer em cinco dias
improrrogáveis. Após esses procedimentos, a proposta retorna ao Plenário para ser incluída na
fase de votação em segundo turno.
Caso a proposta iniciada no Senado não receba emendas, a PEC é enviada à Câmara dos
Deputados para a devida tramitação, após o envio da matéria à CCJ para oferecer a redação final
no prazo de três dias, a qual é apresentada à Mesa e votada com qualquer quantidade de
Senadores, e independe de publicação. É o que estabelecem os arts. 365 e 366:
Art. 365. Aprovada, sem emendas, a proposta será remetida à Câmara dos
Deputados; emendada, será encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, que terá o prazo de três dias para oferecer a redação final.
Art. 366. A redação final, apresentada à Mesa, será votada, com qualquer
número, independentemente de publicação.
Considerando que substitutivo é a emenda substitutiva que altera a proposta original de

forma ampla, o RISF considera como proposta nova o substitutivo da Câmara dos Deputados à
PEC de iniciativa do Senado Federal enviada a outra Casa legislativa. Nesse caso, a tramitação no
Senado ao substitutivo da Câmara volta a ocorrer de forma completa, desde a fase inicial até a
final. Quando o Senado Federal atuar como Casa revisora da proposta iniciada na Câmara dos
Deputados é aplicado todo o procedimento utilizado para as PEC de iniciativa do Senado Federal.
Aprovada definitivamente no Senado Federal uma PEC, o fato é comunicado à Câmara dos
Deputados para efeito de promulgação da emenda constitucional, sendo promulgada pelas Mesas
da Câmara dos Deputados em sessão solene do Congresso Nacional. É o que prescrevem os arts.
367 a 369 do RISF e art. 85 do Regimento Comum. Vejamos:
RISF
Art. 367. Considera-se proposta nova o substitutivo da Câmara a proposta de

iniciativa do Senado.
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Aula 07
Art. 368. Na revisão do Senado à proposta da Câmara aplicar-se-ão as normas

estabelecidas neste Título.
Art. 369. Quando a aprovação da proposta for ultimada no Senado, será o fato
comunicado à Câmara dos Deputados e convocada sessão para promulgação da
emenda.
Regimento Comum
Art. 85. Aprovada a proposta em segundo turno, as Mesas da Câmara dos

Deputados e do Senado Federal, em sessão conjunta, solene, promulgarão a
emenda à Constituição com o respectivo número de ordem.
==56ccb==
Como não poderia deixar de ser e conforme dispõe o art. 371 do RISF, "É vedada a
apresentação de proposta que objetive alterar dispositivos sem correlação direta entre si." Isso
significa que uma PEC sobre a Reforma da Previdência somente pode tratar de matérias
previdenciárias ou correlatas. Por sua vez, uma proposta de emenda à Constituição que objetive
modificar o sistema tributário não pode contemplar em seu texto a adoção de medida educacional
sem correlação com tributos.
Cumpre ressaltar que o Capítulo I do Título IX do RISF dispõe sobre as proposições sujeitas a
disposições especiais, onde se situa as Propostas de Emenda à Constituição as quais se submetem
a turnos, quórum e outros procedimentos diferenciados. Contudo, segundo o art. 372 "Aplicam-se
à tramitação da proposta, no que couber, as normas estabelecidas neste Regimento para as
demais proposições." Assim, ficam preservadas as disposições especiais para a matéria, além de
outras previstas no RISF que não se colidirem com aquelas.
O art. 373 do RISF vai ao encontro do § 5º do art. 60 da Constituição Federal. Trata-se do

Princípio da Irrepetibilidade das normas jurídicas. Aplica-se não somente às PEC sem ressalvas,
mas também aos projetos de leis e até às medidas provisórias.
Art. 60. (...)
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
A seguir, apresentamos uma questão da FGV que caiu no último certame do Senado
Federal, mais precisamente em 2012.
12

Aula 07
QUESTÃO 1 - FGV - Técnico Legislativo (SEN)/Polícia Legislativa/Policial Legislativo

Federal/2012 (PEC)
O Regimento Interno do Senado Federal, seguindo o comando constitucional próprio, regula o
procedimento de Emenda à Constituição, adotando um critério rígido. Quanto a esse
procedimento, é INCORRETO afirmar que
a) a proposta será discutida e votada em dois turnos.
b) a proposta será aprovada se obtiver, em um dos turnos, 3/5 dos votos dos membros da Casa.
c) não será objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir a separação dos Poderes.
d) não poderá a Constituição ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de
defesa ou de estado de sítio.
e) a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania deverá emitir parecer no prazo de 30 dias.
Observação: trata-se de uma questão que em grande parte pode ser utilizado o Regimento Interno
do Senado e a Constituição Federal (art. 60), podendo, a depender do conhecimento do candidato,
ser respondida apenas com o conhecimento da Constituição para as alternativas "a" a "d". Observe
que o comando da questão pede o conhecimento do RISF, sobre o qual utilizaremos para
justificarmos o gabarito.
Comentários:
Gabarito - Letra “b”.
"A proposta será aprovada se obtiver, em um dos turnos, 3/5 dos votos dos membros da Casa."
São dois os turnos de discussão e votação. Vejamos o que dispõe o art. 354 do RISF:
Art. 354. A proposta de emenda à Constituição apresentada ao Senado será discutida e votada
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
membros da Casa (Const., art. 60, § 2º).
ACERTO DA LETRA “a”: a proposta será discutida e votada em dois turnos.

Vejamos o que dispõe o caput do art. 354 do RISF:
13

Aula 07
ACERTO DA LETRA “c”: não será objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir a
separação dos Poderes (Cláusulas Petreas).
Vejamos o que dispõe o inciso III do § 1º do art. 354 do RISF:
Art. 354, § 1º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir (Const., art.
60, § 4º ):
(...)
III – a separação dos Poderes;
Trata-se das cláusulas pétreas, previstas no § 4º do art. 60 da Constituição Federal, em que não é
objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir, dentre outras cláusulas, a separação
dos Poderes.
ACERTO DA LETRA “d”: não poderá a Constituição ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
É o que dispõem o § 1º do art. 60 da Constituição Federal e o inciso III do § 1º do art. 354 do RISF.
São as limitações circunstanciais impostas pela legislação. Vejamos o teor do dispositivo
regimental.
Art. 354, § 2º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio (Const., art. 60, § 1º).
ACERTO DA LETRA “e”: a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania deverá emitir parecer no
prazo de 30 dias.
Art. 356. A proposta será despachada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que terá
prazo de até trinta dias, contado da data do despacho da Presidência, para emitir parecer.
DOS PROJETOS DE CÓDIGO
O que é projeto de Código? Trata-se de uma proposição da espécie projeto de lei ordinária
com o objetivo de normatizar de maneira ampla um campo do conhecimento jurídico. Exemplos
dessas normas codificadas são o Código de Trânsito, o Código Civil, o Código de Processo Civil, o
Código Penal, o Código de Processo Penal, o Código de Defesa do Consumidor etc.
14

Aula 07
Sua tramitação se submete a um regime especial tanto na Câmara dos Deputados, quanto
no Senado Federal. Neste caso, requer um tratamento diferenciado quando comparado a outras
proposições, como a contagem de prazo, a criação de comissão temporária interna, a nomeação
de relatores parciais, a exclusividade de inclusão do projeto na Ordem do Dia do Plenário, dentre
outras especificidades. Ressalta-se que o projeto de código não possui poder terminativo das
comissões, ou seja, após tramitar em comissão temporária interna, a matéria é necessariamente
discutida e votada em Plenário. Independentemente disso, a votação da matéria ocorre por
maioria simples ou relativa e, em regra, pelo processo simbólico.
A seguir, transcrevemos as disposições do art. 374, referentes aos projetos de códigos,

dispositivo que analisaremos e apresentaremos comentários. Vejamos:
DOS PROJETOS DE CÓDIGO

Art. 374. Na sessão em que for lido o projeto de código, a Presidência designará
uma comissão temporária para seu estudo, composta de onze membros, e fixará
o calendário de sua tramitação, obedecidos os seguintes prazos e normas:
I - a comissão se reunirá até o dia útil seguinte à sua constituição, para eleger o
Presidente e o Vice-Presidente, sendo, em seguida, designados um relator geral e
tantos relatores parciais quantos necessários;
II - ao projeto serão anexadas as proposições em curso ou as sobrestadas, que
envolvam matéria com ele relacionada;
III - perante a comissão, poderão ser oferecidas emendas, no prazo de vinte dias
úteis, a contar da publicação do projeto no Diário do Senado Federal;
IV - encerrado o prazo para a apresentação de emendas, os relatores parciais
encaminharão, dentro de dez dias úteis, ao relator geral, as conclusões de seus
trabalhos;
V - o relator geral terá o prazo de cinco dias úteis para apresentar, à comissão, o
parecer que será publicado em avulso eletrônico, juntamente com o estudo dos
relatores parciais e as emendas;
VI - a comissão terá cinco dias úteis para concluir o seu estudo e encaminhar à
Mesa o parecer final sobre o projeto e as emendas;
VII - na comissão, a discussão da matéria obedecerá à divisão adotada para a
designação dos relatores parciais, podendo cada membro usar da palavra uma
vez, por dez minutos, o relator parcial, duas vezes, por igual prazo, e o relator
geral, duas vezes, pelo prazo de quinze minutos;
VIII - as emendas e subemendas serão votadas, sem encaminhamento, em
grupos, segundo o sentido dos pareceres, ressalvados os destaques requeridos
pelo autor, com apoiamento de, pelo menos, cinco membros da comissão ou por
líder;
IX - publicado o parecer da comissão e publicado o avulso eletrônico, será o
projeto incluído, com exclusividade, em Ordem do Dia, obedecido o interstício
regimental;
X - a discussão, em plenário, far-se-á sobre o projeto e as emendas, em um único
turno, podendo o relator geral usar da palavra sempre que for necessário, ou
delegá-la ao relator parcial;
15

Aula 07
XI - a discussão poderá ser encerrada mediante autorização do Plenário, a

requerimento de líder, depois de debatida a matéria em três sessões deliberativas
consecutivas;
XII - encerrada a discussão, passar-se-á à votação, sendo que os destaques só
poderão ser requeridos por líder, pelo relator geral ou por vinte Senadores;
XIII - aprovado com ou sem emendas, o projeto voltará à comissão para a redação
final, que deverá ser apresentada no prazo de cinco dias úteis;
XIV - publicada em avulso eletrônico, a redação final será incluída em Ordem do
Dia, obedecido o interstício regimental;
XV - não se fará tramitação simultânea de projetos de código;
XVI - os prazos previstos neste artigo poderão ser aumentados até o quádruplo,
por deliberação do Plenário, a requerimento da comissão.
Parágrafo único. As disposições deste artigo serão aplicáveis exclusivamente aos
projetos de código elaborados por juristas, comissão de juristas, comissão ou
subcomissão especialmente criada com essa finalidade, e que tenham sido antes
amplamente divulgados.
Segundo o caput do art. 374, na sessão em que for lido o projeto de código apresentado ao
Senado Federal, a Presidência da Casa designa uma comissão temporária, a qual será uma
comissão interna prevista no art. 74, I. A composição do colegiado é formada por onze Senadores.
Com a finalidade de dar seguimento à tramitação do projeto de código, a comissão interna

criada reúne-se até o dia útil seguinte para eleger a direção do colegiado, ou seja, os seus
Presidente e Vice-Presidente. Ato contínuo, o Presidente designa um relator geral e relatores
parciais na quantidade necessária ao desenvolvimento dos trabalhos, de acordo com a divisão
interna do projeto. O motivo da escolha dos relatores parciais tem relação com a extensão e
complexidade da matéria. Caso essa dinâmica de procedimentos não seja observada, o acúmulo
de trabalho para o relator pode ensejar em procrastinação dos trabalhos a serem empreendidos.
Havendo outras proposições em tramitação relacionadas com o conteúdo do projeto de

código, elas são apensadas, anexadas ao projeto principal, que é o projeto de código. Trata-se da
tramitação conjunta, tendo o projeto de código preferência sobre os demais. Essa disposição
especial é exceção à regra de anexação das matérias a um mesmo processo.
Emendas podem ser oferecidas ao projeto de código no âmbito da comissão interna. O

prazo para isso é de vinte dias úteis a contar da publicação da proposição no Diário do Senado
Federal. Note que o prazo de emendas é aberto antes da criação da comissão interna, e, por
conseguinte, antes da escolha dos relatores (geral e parciais), ressaltando-se que as emendas
podem ser apresentadas por qualquer Senador e não apenas por membro do colegiado.
Terminado o prazo para a apresentação de emendas perante a comissão interna, os

relatores parciais recolhem o material recebido (projeto e emendas) de acordo com a divisão
interna dos trabalhos e preparam os relatórios parciais a serem encaminhados ao relator geral no
prazo de dez dias úteis para que este possa elaborar o seu parecer geral contemplando ou não,
todas as contribuições dos relatores parciais. É de se ressaltar que o relator geral não é obrigado a
16

Aula 07
acatar os estudos realizados pelos relatores parciais, podendo divergir de forma ampla ou
pontualmente.
De posse do projeto de código e de todos os relatórios dos relatores parciais, o relator geral,
no prazo de cinco dias, apresenta à comissão interna o seu parecer, sendo essa peça processual
publicada em avulso eletrônico (no Portal do Senado - www.senado.leg.br), juntamente com os
estudos dos relatores parciais, assim como todas as emendas apresentadas.
A discussão da matéria no âmbito da comissão interna obedece aos seguintes tempos e

procedimentos, limitando-se esse debate aos membros da comissão, não tendo esse direito os
demais Senadores:
a) é considerada a divisão adotada para a designação dos relatores parciais;
b) cada membro da comissão interna pode usar da palavra uma vez, por dez
minutos;
c) o relator parcial pode ser pronunciar duas vezes, também por dez minutos;
d) o relator geral pode fazer uso da palavra duas vezes, por quinze minutos.
Por sua vez, a comissão tem o prazo de cinco dias úteis para concluir os seus trabalhos e
apresentar à Mesa o parecer final sobre o projeto de código e as emendas recebidas.
Cumpre destacar que após a publicação do parecer da comissão, o projeto é incluído com
exclusividade na pauta da Ordem do Dia, após o interstício de três dias úteis (art. 280).
Ainda que o projeto de código seja submetido a disposições especiais, em Plenário o

projeto é submetido a turno único. Assim, a discussão em Plenário ocorre sobre o projeto e as
emendas apresentadas na comissão interna. Para elucidar questões relacionadas à matéria, o
relator geral pode usar da palavra ou delegá-la a relator parcial, já que é o relator geral quem
representa a comissão em plenário, tendo os relatores parciais apenas participação nas discussões
para otimizar os trabalhos, quando autorizados pelo relator geral.
A rigor, não há limite de quantidade de oradores para debater o projeto de código em

Plenário, mas para imprimir celeridade aos trabalhos, após decorridas três sessões deliberativas
consecutivas, qualquer líder pode apresentar requerimento, a ser deferido pelo Plenário por
maioria simples, com o objetivo de encerrar a discussão.
Encerrada a discussão, passa-se a votação da matéria, podendo os líderes, o relator geral

ou vinte Senadores requerer votação destacada, o que significa que partes do projeto ou as
emendas podem ser votadas separadamente. Caso seja aprovado substitutivo integral em Plenário
a projeto de lei, a matéria é submetida a turno suplementar (art. 282).
Após a aprovação da matéria em Plenário, o processo retorna à comissão interna para a

elaboração da redação final no prazo de cinco dias. Após a devida publicação e observado o
17

Aula 07
interstício regimental de três dias úteis (art. 280), a matéria retorna ao Plenário para votação da
redação final na Ordem do Dia.
Considerando-se a complexidade do mérito e da tramitação dessa espécie de proposição,

apenas um projeto de código pode tramitar por vez no Senado Federal, limitação a ser aplicada
tanto aos projetos dessa natureza de iniciativa do Senado Federal como em revisão de projetos de
código com início na Câmara dos Deputados.
Por decisão do Plenário, os prazos referentes à tramitação dos projetos de código podem
ser aumentados até o quádruplo, desde que requerido pela comissão interna.
Cumpre salientar que as disposições previstas no art. 374 são aplicáveis exclusivamente aos
projetos de código elaborados por juristas, comissão de juristas, comissão ou subcomissão
especialmente criada com essa finalidade, e que tenham sido antes amplamente divulgados. Cabe
destacar que juristas não possuem a prerrogativa oficial para apresentação de proposição perante
o Senado Federal, mas não há impedimentos, no caso de projetos de código, para que eles
elaborem o texto da matéria a ser oferecida e aproveitada, discutida e deliberada por comissão
interna e pelo Plenário da Casa legislativa.
A seguir, apresentamos questões no formato de Certo ou Errado de elaboração própria.
Relativamente aos projetos de código, julgue as afirmativas a seguir conforme sejam certas ou
erradas.
2. ( ) Na sessão em que for lido o projeto de código, a Presidência designará uma comissão
permanente para seu estudo, composta de onze membros, e fixará o calendário de sua
tramitação.
E - Art. 374, caput . A Presidência designará uma comissão temporária.
3. ( ) A direção da comissão parlamentar designada pelo Presidente para analisar projeto de
código é composta por um Presidente e um Vice-Presidente.
C - Art. 374, inciso I.
4. ( ) Não há previsão para a apresentação de emendas perante comissão no caso de projeto
de código.
18

Aula 07
E - Art. 374, inciso III. É possível sim apresentar emenda em comissão. "Perante a comissão,
poderão ser oferecidas emendas, no prazo de vinte dias úteis, a contar da publicação do projeto no
Diário do Senado Federal."
5. ( ) Para facilitar e agilizar os trabalhos da comissão relativamente aos projetos de código,
são designados um relator geral e no máximo cinco relatores parciais.
E - Art. 374, inciso I. São designados um relator geral e tantos relatores parciais quantos
necessários.
6. ( ) O relator geral tem o prazo de cinco sessões para apresentar o seu parecer perante
comissão.
E - Art. 374, inciso V. O prazo é de cinco dias úteis e não cinco sessões.
DOS PROJETOS COM TRAMITAÇÃO URGENTE ESTABELECIDA PELA

CONSTITUIÇÃO
Primeiramente, cabe destacar que a urgência no âmbito do processo legislativo se situa em

dois planos: 1º) a constitucional e 2º) a regimental. Essencialmente a urgência regimental está
disciplinada no Título VIII (Das Proposições), mais precisamente no Capitulo XX, arts. 366 a 353.
Por sua vez, os fundamentos da urgência constitucional, solicitada pelo Presidente da República,
encontra-se lastreada no art. 64 da Constituição Federal, mais especificamente em seus parágrafos
1º ao 4º, regulamentada no âmbito do Senado Federal no art. 375 do RISF. Nesses termos,
reproduzimos, a seguir, o citado texto da Carta Magna:
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da

República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início
na Câmara dos Deputados.
§ 1º - O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de
projetos de sua iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se
manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e
cinco dias, sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da
respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo constitucional determinado,
até que se ultime a votação.
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados
far-se-á no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo
anterior.
§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso
Nacional, nem se aplicam aos projetos de código.
19

Aula 07
Também se faz pertinente a transcrição do texto do art. 375 do RISF, referente à matéria a
ser analisada, ou seja, "Dos projetos com tramitação urgente estabelecida pela Constituição".
Vejamos:
Art. 375. Nos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República,

quando sujeitos à tramitação urgente (Const., art. 64, § 1º) e nos casos de
apreciação de atos de outorga ou renovação de concessão, permissão ou
autorização para serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens (Const., art.
223, § 1º), proceder-se-á da seguinte forma:
I - o projeto será lido no Período do Expediente e distribuído às comissões
competentes, somente podendo receber emendas na primeira comissão
constante do despacho, pelo prazo de cinco dias;
II - o projeto será apreciado, simultaneamente, pelas comissões, sendo
feitas tantas autuações quantas forem necessárias;
III - as comissões deverão apresentar os pareceres até o vigésimo quinto dia
contado do recebimento do projeto no Senado;
IV - publicado o parecer em avulso eletrônico, decorrido o interstício
regimental, o projeto será incluído em Ordem do Dia;
V - não sendo emitidos os pareceres no prazo fixado no inciso III, aplicar-se
á o disposto no art. 172, II, d;
VI - o adiamento de discussão ou de votação não poderá ser aceito por
prazo superior a vinte e quatro horas;
VII - a redação final das emendas deverá ser apresentada em plenário no
prazo máximo de quarenta e oito horas após a votação da matéria;
VIII - esgotado o prazo de quarenta e cinco dias contado do recebimento do
projeto sem que se tenha concluída a votação, deverá ele ser incluído em Ordem
do Dia, sobrestando-se a deliberação sobre as demais matérias, até que se ultime
a sua votação (Const., art. 64, § 2º).
Segundo o caput do art. 375 do RISF, há duas situações que se submetem aos
procedimentos céleres, conforme estabelecido nos §§ 1º ao 4º do art. 64 da Constituição Federal,
na forma dos incisos do art. 375 do RISF:
1ª) os projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, quando sujeitos à

tramitação urgente, de forma facultativa, pois somente se submetem a esse regime de tramitação
quando solicitados pelo Presidente da República. Essa solicitação do chefe do Poder Executivo
pode ocorrer tanto no momento do encaminhamento da matéria ao Congresso Nacional, como ao
longo de sua tramitação no Senado Federal.
2ª) de maneira obrigatória, nos casos de apreciação de atos de outorga ou

renovação de concessão, permissão ou autorização para serviço de radiodifusão sonora e de sons e
imagens, previstos nos §§ 1º ao 5º do art. 223 da Constituição Federal.
Por sua vez, para as duas situações citadas, inciso I do art. 375 dispõe sobre:
a) a leitura do projeto no Período do Expediente da sessão plenária;

20

Aula 07
b) a distribuição da matéria pelo Presidente da Casa às comissões;
c) o recebimento de emendas.
A matéria é distribuída às comissões pertinentes ao mérito do projeto, sendo aberto o

prazo de cinco sessões apenas na primeira comissão constante do despacho para que qualquer
Senador possa apresentar a sua sugestão de texto por meio de apresentação de emendas, não
sendo admitidas emendas na fase de Plenário. As demais comissões devem manifestar-se sobre o
projeto e as emendas apresentadas perante a primeira comissão.
Por se tratar de uma matéria em regime de urgência, a sua análise pelas comissões é
realizada simultaneamente e não em carácter sequencial. Nesses termos, as reuniões das
comissões realizam-se em dias e horários coincidentes com o objetivo de dar celeridade à
tramitação do projeto.
Segundo o inciso III do art. 375 do RISF, as comissões devem apresentar os pareceres até o
vigésimo quinto dia contado do recebimento da matéria no Senado, o que é considerado um
prazo factível, considerando-se que a partir do quadragésimo sexto dia sem deliberação definitiva
do Senado Federal a matéria sobresta, bloqueia, ou seja, suspende todas as demais deliberações
legislativas do Senado Federal, até que se ultime, conclua a votação, com exceção das matérias
que tenham prazo constitucional determinado (art. 64, § 2º da Constituição Federal). Notem que a
contagem do prazo para a apresentação dos pareceres pelas comissões ocorre desde o
recebimento do projeto pelo Senado e não a partir do recebimento da proposição pelas comissões.
Após a publicação do parecer em avulso eletrônico e observado o interstício de três dias

úteis, a proposição é incluída na Ordem do Dia da sessão plenária. Caso os pareceres não sejam
apresentados até o vigésimo quinto dia (inciso III do art. 375), a inclusão da matéria na Ordem do
Dia é autorizada por ato do Presidente da Casa, conforme estabelece o art. 172, II, d, do RISF.
Assim, faltando vinte dias para o término do prazo constitucional a matéria é incluída na pauta.
Dado o caráter de celeridade da matéria, com prazo constitucional definido de no máximo

cem dias (não se considerando o recesso parlamentar) o RISF não admite o adiamento de
discussão ou de votação por prazo superior a vinte e quatro horas. Nesse contexto, após a votação
da matéria, a redação final das emendas deve ser apresentada em plenário no prazo máximo de
quarenta e oito horas.
21

Aula 07
Relativamente aos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, quando sujeitos à

tramitação urgente e nos casos de apreciação de atos de outorga ou renovação de concessão,
permissão ou autorização para serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, julgue a
afirmativas a seguir conforme sejam certas ou erradas.
7. ( ) Os projetos do enunciado da questão somente podem receber emendas na primeira
comissão constante do despacho, pelo prazo de cinco dias.
C - Art. 375, caput e inciso I.
8. ( ) Considerando as características dos projetos, eles tramitaram de forma sequencial
perante as comissões.
E - Art. 375, inciso II. "o projeto será apreciado, simultaneamente, pelas comissões, sendo feitas
tantas autuações quantas forem necessárias." (grifo meu)
9. ( ) Dada a celeridade da matéria, não há previsão regimental para o adiamento de
discussão dos projetos com tramitação urgente estabelecida na Constituição Federal.
E - Art. 375, inciso VI. Há previsão regimental sim.
10. ( ) A redação final das emendas deve ser apresentada em plenário no prazo máximo de
quarenta e oito horas após a votação da matéria.
C - Art. 375, inciso VII.
11. ( ) Esgotado o prazo de quarenta e seis dias contado do recebimento do projeto sem que
se tenha concluída a votação, deverá ele ser incluído em Ordem do Dia, sobrestando-se a
deliberação sobre as demais matérias, até que se ultime a sua votação.
E - Art. 375, inciso VIII. 45 e não 46 dias.
DOS PROJETOS REFERENTES A ATOS INTERNACIONAIS
Dispõe o inciso I do art. 49 da Constituição Federal:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
22

Aula 07
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais

que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;
O que são tratados, acordos ou atos internacionais? Trata-se de um contrato ou

documento equivalente que estabelece regras para a realização de parcerias em áreas específicas
realizadas entre países, firmados em regra pelos chefes de Estado de nações soberanas. Diante
desse entendimento, as nações acumulam direitos e obrigações a serem efetivados em
conformidade com os ajustes estabelecidos.
Por se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional, os tratados, acordos ou atos

internacionais são ratificados por meio de decreto legislativo em procedimento ordinário.
Excepcionalmente, em conformidade com o § 3º do art. 5º, promulgado pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004, a sua concretização ocorre por processo especial, equivalendo-se às
emendas constitucionais. Vejamos:
Art. 5º (...).
(...)
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas
constitucionais.
Em 2008 foi promulgado o Decreto Legislativo nº 186, que dispôs sobre a Convenção sobre
Direitos da Pessoa com Deficiência. Para se equivaler hierarquicamente à Constituição, a matéria
foi aprovada nas duas Casas legislativas, em dois turnos de discussão e votação, e por três quintos
dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Para efeito de consulta,
disponibilizamos o link do referido Decreto Legislativo sobre direitos humanos:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/CONGRESSO/DLG/DLG-186-2008.htm.
Assim, sendo o decreto legislativo sobre direitos humanos internalizado por procedimento
especial, terá status e nível hierárquico de emenda constitucional. Caso regule qualquer matéria
em processo ordinário de tramitação, equivalerá, na hierarquia das normas jurídicas, a uma lei
ordinária, nos termos do que dispõe os incisos do art. 59 do texto constitucional.
De acordo com o STF, quando o tratado ou acordo internacional é sobre Direitos Humanos,
há duas possibilidades:
1) ser aprovado, em dois turnos, por três quintos dos votos, para ser
considerado norma constitucional, equiparada a emendas à Constituição;
2) ser aprovado por maioria simples e ser considerado norma supralegal, ou

seja, norma que ficará em posição hierárquica abaixo da Constituição e acima das leis.
23

Aula 07
Em geral, os tratados internacionais são aprovados por maioria simples e equivalem a

norma ordinária (lei ordinária). Ex. Tratado internacional sobre educação ou saúde.
Para efeito de conhecimento e análise da tramitação dessas modalidades de decretos

legislativos no Senado Federal, transcrevemos, a seguir, o teor do art. 376 do RISF, destacando-se
que a tramitação da matéria se inicia na Câmara dos Deputados:
Art. 376. O projeto de decreto legislativo referente a atos internacionais

terá a seguinte tramitação:
I - só terá iniciado o seu curso se estiver acompanhado de cópia autenticada
do texto, em português, do ato internacional respectivo, bem como da
mensagem de encaminhamento e da exposição de motivos;
II - lido no Período do Expediente, será o projeto publicado e distribuído em
avulso eletrônico, acompanhado dos textos referidos no inciso I e despachado à
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional;
III - perante a Comissão, nos cinco dias úteis subsequentes à publicação de
avulso eletrônico, poderão ser oferecidas emendas; a Comissão terá, para opinar
sobre o projeto, e emendas, o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por igual
período;
IV - publicados o parecer e as emendas e o avulso eletrônico, decorrido o
interstício regimental, a matéria será incluída em Ordem do Dia;
V - não sendo emitido o parecer, conforme estabelece o inciso III, aplicar-
se-á o disposto no art. 172, II, c.
Para que o projeto de decreto legislativo inicie a sua tramitação no Senado Federal, o
Presidente da República encaminha ao Congresso Nacional:
a) cópia autenticada do texto, em português, do ato internacional respectivo;
b) a mensagem de encaminhamento e da exposição de motivos.
Após a leitura da matéria em Plenário, o projeto é publicado e distribuído em avulso

eletrônico, acompanhado dos respectivos textos, sendo enviado à Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional para as providências cabíveis.
Emendas podem ser apresentadas à referida Comissão nos cinco dias úteis subsequentes à
publicação de avulso eletrônico, tendo o colegiado o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por
igual período, para opinar sobre o projeto e emendas oferecidas.
Cumpre ressaltar que as emendas somente podem incidir sobre o projeto de decreto
legislativo, não recaindo sobre o tratado internacional propriamente dito, uma vez que este é
decidido bilateral ou multilateralmente pelos chefes de Estado.
Publicados o parecer, as emendas e o avulso eletrônico, decorrido o interstício regimental

de três dias úteis, a matéria é incluída em Ordem do Dia para discussão e votação, sendo
deliberado por maioria simples ou relativa (maioria de votos - CF, art. 47).
24

Aula 07
A seguir, apresentamos mais uma questão da FGV que foi explorada no último concurso do
Senado Federal em 2012, com assertivas sobre as proposições sujeitas a disposições especiais.
QUESTÃO 12 FGV - Analista Legislativo (SEN)/Apoio Técnico ao Processo Legislativo/Processo

Legislativo/2012.
Algumas proposições legislativas estão sujeitas a disposições especiais estabelecidas, quer no
Regimento Interno, quer na Constituição. A propósito da matéria, assinale a alternativa
correta.
a) No Senado Federal, tratados ou acordos internacionais jamais poderão ser apreciados pelas
comissões em caráter terminativo.
b) Os projetos em regime de urgência constitucional são apreciados simultaneamente pelas
comissões pertinentes.
c) Os casos de apreciação de atos de outorga ou renovação de concessão, permissão ou
autorização para serviço de radiodifusão sonora e sons e imagens não se submetem a disposições
especiais.
d) Os Códigos necessariamente são apreciados por comissões permanentes.
e) De acordo com o Regimento Interno do Senado Federal, apenas dois projetos de códigos
elaborados por juristas podem tramitar simultaneamente no Senado Federal.
Comentários:
Gabarito: Letra “b”
ACERTO DA LETRA “b”.
Os projetos em regime de urgência constitucional se referem aos §§ 1º a 4º art. 64 da
Constituição Federal, aqueles em que o Presidente da República pode solicitar urgência nos
projetos de sua iniciativa. Vejamos o dispositivo constitucional:
Art. 64 (...)
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua
iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as
demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo
25

Aula 07
constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Parágrafo com redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo
de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
De fato, em conformidade com a questão, segundo o inciso II do art. 375, “o projeto será
apreciado, simultaneamente, pelas comissões, sendo feitas tantas autuações quantas forem
necessárias;”
Art. 375. (...)
(...)
II - o projeto será apreciado, simultaneamente, pelas comissões, sendo feitas tantas autuações
quantas forem necessárias;
Esse entendimento é para dar celeridade à tramitação da matéria, já que se trata de uma projeto
em regime de urgência.
ERRO DA LETRA “a”.

O caráter terminativo das comissões está assinalado no inciso I do § 2º do art. 58 da Constituição
Federal. Vejamos:
Art. 58. (...)
(...)
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
Por sua vez, o art. 91 do RISF disciplina a matéria no Senado Federal. Em seu § 1º, possibilita que
tratados ou acordos internacionais sejam legislados em caráter terminativo, ou seja, o Presidente
do SF pode conferir às comissões competência para apreciar, terminativamente, as matérias de
tratados ou acordos internacionais. Vejamos o dispositivo citado:
Art. 91. Às comissões, no âmbito de suas atribuições, cabe, dispensada a competência do Plenário,
nos termos do art. 58, § 2º, I, da Constituição, discutir e votar:
(...)
§ 1º O Presidente do Senado, ouvidas as lideranças, poderá conferir às comissões competência
para apreciar, terminativamente, as seguintes matérias:
I – tratados ou acordos internacionais (Const., art. 49, I);
ERRO DA LETRA “c”.

Os casos citados na questão se submetem SIM a disposições especiais. O Título IX do RISF (arts.
354 a 376) tratam das matérias que se submetem a disposições especiais.
Veja o que dispõe o caput do art. 375:
26

Aula 07
Art. 375. Nos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, quando sujeitos à tramitação
urgente (Const., art. 64, § 1º) e nos casos de apreciação de atos de outorga ou renovação de
concessão, permissão ou autorização para serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens
(Const., art. 223, § 1º), proceder-se-á da seguinte forma: (...)
A título de conhecimento, cabe à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática opinar sobre proposições pertinentes de atos de outorga ou renovação de concessão,
permissão ou autorização para serviço de radiodifusão (art. 104-C, inciso VII).
ERRO DA LETRA “d”.

Compete às comissões temporárias apreciarem projeto de código. Veja o que dispõe o caput do
art. 374 e o inciso III do art. 318:
Art. 374. Na sessão em que for lido o projeto de código, a Presidência designará uma comissão
temporária para seu estudo, composta de onze membros, e fixará o calendário de sua tramitação,
obedecidos os seguintes prazos e normas:
Art. 318. É privativo da comissão específica para o estudo da matéria elaborar a redação para o
turno suplementar e a redação final nos casos de:
(...);
III – projeto de código ou sua reforma.
ERRO DA LETRA “e”.

Segundo o RISF, não se fará tramitação simultânea de projetos de código. Vejamos o que dispõe o
inciso XV do art. 374 do RISF:
[...]
XV – não se fará tramitação simultânea de projetos de código;
Parágrafo único: As disposições deste artigo serão aplicáveis exclusivamente aos projetos de
código elaborados por juristas, comissão de juristas, comissão ou subcomissão especialmente
criada com essa finalidade, e que tenham sido antes amplamente divulgados.
27

Aula 07
DA ALTERAÇÃO OU REFORMA DO REGIMENTO
Cumpre salientar inicialmente algumas informações sobre o Regimento Interno do Senado

Federal, quais sejam:
1ª) trata-se da Resolução nº 93, de 1970, com inúmeras alterações realizadas ao

longo do tempo. Portanto, quando se deseja alterar ou reformar a norma, necessário se faz a
apresentação e tramitação de um projeto de resolução que, sendo aprovado e promulgado, torna-
se uma resolução;
2ª) o RISF pode ser alterado pontualmente ou de forma ampla. No primeiro caso, a
modificação é restrita a um ou a poucos dispositivos. No caso de mudança ampla, considera-se que
houve uma reforma em grande escala;
3ª) segundo o inciso VII do art. 59 da Constituição Federal, resolução é uma das
normas que compõe o ordenamento jurídico nacional, com eficácia de lei ordinária (Regimento
Interno da Câmara dos Deputados, art. 109, inciso III).
4ª) segundo o inciso XII do art. 52 da Constituição Federal, é competência privativa

do Senado Federal elaborar o seu Regimento Interno.
A seguir, reproduzimos o teor dos art. 401 e 402 do RISF para efeito de conhecimento e
análise de seus dispositivos:
Art. 401. O Regimento Interno poderá ser modificado ou reformado por

projeto de resolução de iniciativa de qualquer Senador, da Comissão Diretora ou
de comissão temporária para esse fim criada, em virtude de deliberação do
Senado, e da qual deverá fazer parte um membro da Comissão Diretora.
§ 1º Em qualquer caso, o projeto, após publicado em avulso eletrônico,
ficará sobre a mesa durante cinco dias úteis a fim de receber emendas.
§ 2º Decorrido o prazo previsto no § 1º, o projeto será enviado:
I - à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, em qualquer caso;
II - à comissão que o houver elaborado, para exame das emendas, se as
houver recebido;
III - à Comissão Diretora, se de autoria individual de Senador.
§ 3º Os pareceres das comissões serão emitidos no prazo de dez dias úteis,
quando o projeto for de simples modificação, e no de vinte dias úteis, quando se
tratar de reforma.
§ 4º Aplicam-se à tramitação do projeto de alteração ou reforma do
Regimento as normas estabelecidas para os demais projetos de resolução.
§ 5º A redação final do projeto de reforma do Regimento Interno compete à
comissão que o houver elaborado e o de autoria individual de Senador, à
Comissão Diretora.
Art. 402. A Mesa fará, ao fim de cada legislatura, consolidação das
modificações feitas no Regimento.
28

Aula 07
Parágrafo único. Na consolidação, a Mesa poderá, sem modificação de

mérito, alterar a ordenação das matérias e fazer as correções de redação que se
tornarem necessárias.
Vejamos, a partir da figura esquematizada abaixo apresentada quem (incluindo órgãos)

pode apresentar projeto de resolução com a finalidade de alterar ou reformar o Regimento Interno
do Senado Federal.
Qualquer Senador, individualmente
Alteração ou reforma do RISF

Comissão Diretora
Projeto de Resolução
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
(Iniciativa) relativa de seus membros
Comissão temporária interna para esse fim criada

relativa de seus membros
No caso de iniciativa da Comissão Diretora, a projeto deve ser subscrito pela maioria
absoluta de seus membros, ou seja, por pelo menos quatro Senadores (7/2 = 3,5 --> 4 Senadores).
De forma geral, a criação de comissão temporária interna presta-se mais a uma reforma
geral do RISF do que uma modificação pontual. Este tipo de alteração específica e pontual pode
ser apresentada por Senador sem a necessidade de criação do referido colegiado. Destaca-se que
um membro da Comissão Diretora necessariamente deve fazer parte da comissão temporária
interna e que a sua criação depende de aprovação do Senado Federal por maioria simples.
Emendas: com vistas a aperfeiçoar a matéria, o projeto, após publicado em avulso

eletrônico, fica sobre a mesa durante cinco dias úteis a fim de receber emendas de qualquer
Senador.
29

Aula 07
Após o prazo para o recebimento de emendas, a matéria é encaminhada às seguintes

comissões, conforme o caso. Veja, a seguir, uma figura que mostra essa distribuição:
À Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,

em qualquer caso
Distribuição do Projeto de
Resolução À comissão que o houver elaborado, para exame
das emendas, se as houver recebido
relativa de seus membros
À Comissão Diretora, se de autoria individual de

Senador
Em todos os casos, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania emite parecer sobre o

projeto e as emendas.
As emendas e o projeto apresentados individualmente por Senador é avaliado também

pela Comissão Diretora.
A comissão temporária interna e a Comissão Diretora, autoras dos projetos, recebem as

emendas para emitir parecer sobre elas.
30

Aula 07
Considerando-se a amplitude de modificação do RISF, os prazos para emissão dos

pareceres pelas comissões são diferenciados, a saber:
- 10 dias úteis, quando o projeto for de simples

modificação
Pareceres
(Prazos das comissões)

- 20 dias úteis, quando se tratar de reforma
No que couber, aplicam-se à tramitação do projeto de alteração ou reforma do Regimento

as normas estabelecidas para os demais projetos de resolução.
Como exceção à regra estabelecida no art. 98, em que a redação final das proposições cabe
à Comissão Diretora, no caso de projeto de resolução para alterar ou reformar o RISF, compete:
1) à comissão que o houver elaborado (comissão temporária interna ou Comissão

Diretora);
2) o de autoria individual de Senador, à Comissão Diretora.
Com vistas à melhor organização e sistematização do RISF, ao final de cada legislatura

(período de quatro anos, com início em 1º de fevereiro do primeiro não e término no dia 31 de
janeiro do quarto ano) a Mesa realiza a consolidação das modificações realizadas no Regimento.
Diante dessa importante consolidação, a Mesa pode, sem comprometer ou mudar o mérito do que
foi aprovado, alterar a ordenação dos dispositivos e fazer as correções de redação que se tornarem
necessárias. Para isso, os membros da Mesa podem lançar mão das disposições da Lei
Complementar nº 95, de 1998, que mostra como sistematizar com efetividade as normas jurídicas.
Relativamente às alterações e reformas do Regimento Interno, julgue a afirmativas a seguir

conforme sejam certas ou erradas.
13. ( ) O Regimento Interno pode ser modificado ou reformado por projeto de resolução de
iniciativa de qualquer Senador, da Comissão Diretora ou de comissão temporária para esse fim
criada.
C - Art. 401, caput.
14. ( ) Quando houver proposta de modificação ou reforma do Regimento Interno de
iniciativa de comissão temporária para esse fim criada, deverá fazer parte deste colegiado
necessariamente um membro da Comissão Diretora.
31

Aula 07

15. ( ) Não há previsão regimental de recebimento de emendas nos projetos de modificação
ou reforma do Regimento Interno.
E - Art. 401, § 1º. "Em qualquer caso, o projeto, após publicado em avulso eletrônico, ficará sobre a
mesa durante cinco dias úteis a fim de receber emendas." (grifo meu)
16. ( ) Quando o projeto de modificação ou reforma do Regimento Interno for de autoria de
Senador, a matéria é enviada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e à Comissão
Diretora para emissão de pareceres.
C - Art. 401, § 2º, incisos I e III.
(...)
17. ( ) A depender se o projeto for de simples modificação ou de reforma do Regimento
Interno, os pareceres das comissões serão emitidos no prazo de dez dias úteis ou em vinte dias
úteis, respectivamente.
C - Art. 401, § 3º.
DOS DOCUMENTOS RECEBIDOS
Para efeito de estudo e análise sobre as disposições do RISF sobre os documentos

recebidos, transcrevemos, a seguir, os arts. 409 a 411, a saber:
Art. 409. As petições, memoriais, representações ou outros documentos

enviados ao Senado serão recebidos pelo Serviço de Protocolo e, segundo a sua
natureza, despachados às comissões competentes ou arquivados, depois de lidos
em plenário, quando o merecerem, a juízo da Presidência.
Art. 410. Não serão recebidas petições e representações sem data e
assinaturas ou em termos desrespeitosos, podendo as assinaturas, a juízo da
Presidência, ser reconhecidas.
Art. 411. O Senado não encaminhará à Câmara ou a outro órgão do poder
público documento compreendido no art. 409.
Com vistas a manter interação com segmentos da sociedade, a documentação enviada ao

Senado Federal é recepcionada pelo Serviço de Protocolo. Conforme o conteúdo dos documentos,
eles são despachados às comissões competentes ou arquivados, podendo ser lidos em Plenário, a
juízo do Presidente do Senado Federal. Esse despacho do Presidente cumpre o que estabelece o
32

Aula 07
art. 48, inciso X, do RISF, que dispõe que compete ao Presidente "determinar o destino do
expediente lido e distribuir as matérias às comissões."
Em nível das comissões, a matéria é recebida, sendo designado relator para a análise da
documentação podendo esta ser uma petição, um memorial, uma representação etc. Após a
apresentação do relatório, a peça é submetida à apreciação da comissão, podendo o colegiado
decidir pelo arquivamento (art. 133, I e § 1º), pela apresentação de proposição ou outra medida
para dar seguimento à matéria (art. 133, V).
Segundo o art. 410 do RISF, não serão recebidas petições e representações que:
a) não contenham data e assinaturas, podendo as subscrições, a juízo da

Presidência, ser reconhecidas;
b) incluam termos desrespeitosos.
Em cumprimento ao art. 411, o Senado Federal não encaminha à Câmara dos Deputados
petições, memoriais, representações ou outros documentos. De forma similar, conforme dispõe o
art. 143, § 3º, "A comissão não poderá encaminhar à Câmara dos Deputados ou a outro órgão do
Poder Público qualquer documento que lhe tenha sido enviado." (grifo meu)
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO LEGISLATIVO
Considerado um ramo importante do Direito Parlamentar, o Processo Legislativo é

formado por preceitos que orientam as funções de representar o povo, de fiscalizar a aplicação dos
recursos públicos e de elaborar as normas jurídicas. Nesse sentido, necessário se faz conhecer os
princípios norteadores das atividades do Poder Legislativo, mediante a análise da doutrina e da
legislação em vigor.
Para destacar a importância do tema, é interessante observar preliminarmente o

significado do vocábulo “princípio”. Conforme dispõe o dicionário eletrônico Aurélio, de 2021, o
verbete denota: “Causa primária; elemento predominante na constituição de um corpo orgânico;
preceito, regra, lei; fonte ou causa de uma ação.” Assim, é com base em regras bem definidas que
o Processo Legislativo se consolida como uma ferramenta democrática e transparente, na busca
da convergência dos interesses do País e de sua população, pois as ações dos representantes do
povo devem ocorrer em conformidade com as aspirações dos cidadãos baseada em princípios.
Ainda, para facilitar a visualização e ampliar a compreensão do propósito deste estudo, faz-
se necessário demarcar a extensão do Processo Legislativo. Em sentido amplo, esse conjunto de
regras alcança todas as funções do Poder Legislativo já descritas. Em um enfoque mais específico
(stritu sensu), restringe-se à função de legislar, que se refere a todas as fases de elaboração da
norma jurídica, desde sua iniciativa até a promulgação. Assim, os princípios devem estar presentes
em todo e qualquer ato do Legislativo, para respaldar as ações daqueles que a praticam.
33

Aula 07
Em pesquisa doutrinária sobre o tema, segundo o Professor José Afonso da Silva (SILVA.
José Afonso da. Processo de Constitucionalidade de Formação das Leis, 2. Ed. São Paulo,
Malheiros Editores, 2006, p. 50 a 52), são os seguintes os princípios pertinentes ao Processo
Legislativo moderno:
1) publicidade;
2) oralidade;
3) separação da discussão e votação;
4) unidade da legislatura;
5) exame prévio dos projetos por comissões parlamentares.
Mesmo considerando-se que o estudo da doutrina contribui para o melhor entendimento

do assunto, nos limitaremos a comentar os fundamentos assinalados tão somente nos arts. 412 e
413 do RISF, uma vez que esses são objetos de cobrança do examinador do certame. Nesse
sentido, com a finalidade de normatizar os princípios inerentes ao Processo Legislativo, o
Regimento Interno do Senado Federal reservou dois artigos (412 e 413) para tratar do assunto, os
quais reproduzimos a seguir:
Art. 412. A legitimidade na elaboração de norma legal é assegurada pela

observância rigorosa das disposições regimentais, mediante os seguintes
princípios básicos:
I - a participação plena e igualitária dos Senadores em todas as atividades
legislativas, respeitados os limites regimentais;
II - modificação da norma regimental apenas por norma legislativa
competente, cumpridos rigorosamente os procedimentos regimentais;
III - impossibilidade de prevalência sobre norma regimental de acordo de
lideranças ou decisão de Plenário, exceto quando tomada por unanimidade
mediante voto nominal, resguardado o quórum mínimo de três quintos dos votos
dos membros da Casa;
IV - nulidade de qualquer decisão que contrarie norma regimental;
V - prevalência de norma especial sobre a geral;
VI - decisão dos casos omissos de acordo com a analogia e os princípios
gerais de Direito;
VII - preservação dos direitos das minorias;
VIII - definição normativa, a ser observada pela Mesa em questão de ordem
decidida pela Presidência;
IX - decisão colegiada, ressalvadas as competências específicas
estabelecidas neste Regimento;
X - impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do quorum
regimental estabelecido;
XI - pauta de decisões feita com antecedência tal que possibilite a todos os
Senadores seu devido conhecimento;
XII - publicidade das decisões tomadas, exceção feita aos casos específicos
previstos neste Regimento;
XIII - possibilidade de ampla negociação política somente por meio de
procedimentos regimentais previstos.
34

Aula 07
Art. 413. A transgressão a qualquer desses princípios poderá ser

denunciada, mediante questão de ordem, nos termos do disposto no art. 404.
Parágrafo único. Levantada a questão de ordem referida neste artigo, a
Presidência determinará a apuração imediata da denúncia, verificando os fatos
pertinentes, mediante consulta aos registros da Casa, notas taquigráficas, fitas
magnéticas ou outros meios cabíveis.
Dentre outros incisos do art. 412, citamos o que se refere à preservação do direito da
Minoria. Nesse contexto e a título de exemplo, é assegurado a um terço (minoria qualificada) dos
membros do Senado Federal criar comissão parlamentar de inquérito (CPI). Outro exemplo típico
referente aos direitos das minorias se refere ao recurso de um décimo dos membros da Casa para
questionarem o poder terminativo das comissões (art. 91, §§ 3º e 4º), em que, no prazo de cinco
dias úteis, pode ser interposto recurso para apreciação da matéria pelo Plenário do Senado. Assim,
muitas vezes é exatamente com a intervenção das minorias que se busca alcançar o equilíbrio das
forças políticas existentes no âmbito do Poder Legislativo, visto que diversas correntes da
sociedade brasileira são ali representadas.
Destaca-se também o inciso X do art. 412, que ressalta a necessidade da observância do

quórum estabelecido na norma regimental, muitas vezes derivada das disposições constitucionais.
A regra exige a presença da maioria absoluta dos membros da respectiva Casa Legislativa para dar
início à votação, prescrita pelo art. 47 da Constituição Federal, assim:
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de

cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a
maioria absoluta de seus membros.
O referido dispositivo garante que o processo de votação seja respaldado por um quórum
mínimo, dando legitimidade às decisões. Em alguns casos, o quórum deliberativo deve ser ainda
maior, o dito qualificado, exigido, por exemplo, para a manifestação sobre as propostas de
Emenda à Constituição, com pelo menos três quintos dos membros de cada Casa Legislativa. O
julgamento perante o Senado Federal do processo por crime de responsabilidade cometido pelo
Chefe do Poder Executivo (impeachment) são necessários votos favoráveis de pelo menos dois
terços dos deputados.
Não menos importantes é o princípio referentes às negociações políticas (inciso XIII). Diante
de dificuldades inerentes ao processo político, muitas vezes o instituto do acordo se faz muito mais
eficaz do que a simples disputa por meio do voto.
O Princípio da Publicidade (inciso XII) não é um mandamento a ser adotado apenas pelo
Senado Federal, mas por toda a Administração Pública, uma vez que o art. 37 da Constituição
Federal o relaciona entre os princípios que devem ser considerados pelo Poder Público. Vejamos o
seu teor:
35

Aula 07
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes

da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...
(grifo meu).
No âmbito do processo legislativo, a publicidade pode ocorrer de diversas maneiras, tais

como a participação da sociedade civil organizada em audiência pública ou com a simples
assistência do público aos debates e deliberações das Casas Legislativas. Também o registro e a
divulgação das atas das sessões e das reuniões dos órgãos legislativos e o significativo papel
desempenhado pela imprensa na cobertura das atividades parlamentares colaboram com a
observância do princípio da publicidade. É importante ressaltar que há exceções na aplicação desse
preceito, já que a própria Constituição Federal e os Regimentos Internos das Casas Legislativas
admitem situações em que ocorram sessões, reuniões e votações secretas.
Atualmente, o portal eletrônico do Senado Federal (www.senado.leg.br) em muito

contribui para a consagração do princípio da publicidade, pois nele são divulgadas inúmeras
informações de interesse da população, como o perfil parlamentar, as iniciativas de cada senador,
as pautas diárias de cada reunião de comissão ou sessão plenária, o resultado de cada votação, a
tramitação das matérias, a divulgação dos informativos legislativos, dentre outras informações
relevantes.
Outro princípio muito importante não mencionado especificamente no art. 412 do RISF,
mas citado ao longo do Regimento é o que explica a proporcionalidade partidária, presente
também na Constituição Federal. Traduz o tamanho das bancadas (partidos e blocos
parlamentares), relativamente à participação dos Senadores nas instâncias políticas do Senado
Federal. É o que ocorre com a composição das Mesas Diretoras e das comissões. Vejamos o que
dispõe o § 1º do art. 58 da CF sobre Princípio da Proporcionalidade Partidária (PPP):
Art. 58. (...)
§ 1º Na constituição das Mesas e de cada comissão, é assegurada, tanto

quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participam de respectiva Casa.” (grifo nosso)
Com a observância dos princípios que regem o Processo Legislativo, o Parlamento

brasileiro pode desempenhar o seu importante papel institucional de forma mais transparente e
democrática. O Parlamento se torna mais fortalecido, mantém-se em bases sólidas para viabilizar
os anseios da população brasileira. Imbuir-se desse dever é prioridade do bom parlamentar, que
representa a sociedade em diversas dimensões. Seguir fundamentos justos robustece essas
estruturas democráticas, favorecendo o aperfeiçoamento das vertentes social, política, histórica,
cultural do Brasil.
36

Aula 07
Relativamente aos princípios gerais do processo legislativo, julgue a afirmativas a seguir

18. ( ) O Regimento Interno do Senado Federal considera princípio do processo legislativo a
participação plena e igualitária dos Senadores em todas as atividades legislativas,
independentemente de ressalvas regimentais.
E - Art. 412, inciso I. Deve-se respeitar os limites regimentais.
19. ( ) Considera-se princípio do processo legislativo a possibilidade de ampla negociação
política somente por meio de procedimentos regimentais previstos.
C - Art. 412, inciso XIII.
20. ( ) A alteração da norma regimental deve ocorrer apenas por norma legislativa
competente, cumpridos rigorosamente os procedimentos regimentais. Essa assertiva é
considerada princípio do processo legislativo previsto no Regimento Interno do Senado
Federal.
C - Art. 412, inciso II.
37

Aula 07
QUESTÕES COMENTADAS
A seguir, apresentamos questões devidamente comentadas sobre os Títulos IX, XII, XIV e
XV do RISF, algumas repetidas da Aula 5, referindo-se a questões que já foram cobradas em provas
anteriores do Senado Federal (FGV 2008 e 2012) e a questões de elaboração própria.

Federal/2012 (PEC)
Observação: trata-se de uma questão que em grande parte pode ser utilizado o Regimento Interno
do Senado e a Constituição Federal (art. 60), podendo, a depender do conhecimento do candidato,
ser respondida apenas com o conhecimento da Constituição para as alternativas "a" a "d". Observe
que o comando da questão pede o conhecimento do RISF, sobre o qual utilizaremos para
justificarmos o gabarito.
Comentários:
Gabarito - Letra “b”.
"A proposta será aprovada se obtiver, em um dos turnos, 3/5 dos votos dos membros da Casa."
São dois os turnos de discussão e votação. Vejamos o que dispõe o art. 354 do RISF:
ACERTO DA LETRA “a”: a proposta será discutida e votada em dois turnos.

38

Aula 07
ACERTO DA LETRA “c”: não será objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir a
separação dos Poderes (Cláusulas Petreas).
Vejamos o que dispõe o inciso III do § 1º do art. 354 do RISF:
Art. 354, § 1º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir (Const., art.
60, § 4º ):
(...)
III – a separação dos Poderes;
Trata-se das cláusulas pétreas, previstas no § 4º do art. 60 da Constituição Federal, em que não é
objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir, dentre outras cláusulas, a separação
dos Poderes.
ACERTO DA LETRA “d”: não poderá a Constituição ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
É o que dispõem o § 1º do art. 60 da Constituição Federal e o inciso III do § 1º do art. 354 do RISF.
São as limitações circunstanciais impostas pela legislação. Vejamos o teor do dispositivo
regimental.
Art. 354, § 2º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de
estado de defesa ou de estado de sítio (Const., art. 60, § 1º).
ACERTO DA LETRA “e”: a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania deverá emitir parecer no
prazo de 30 dias.
Art. 356. A proposta será despachada à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que terá
prazo de até trinta dias, contado da data do despacho da Presidência, para emitir parecer.
erradas.
tramitação.
E - Art. 374, caput . A Presidência designará uma comissão temporária.
C - Art. 374, inciso I.
de código.
39

Aula 07
E - Art. 374, inciso III. É possível sim apresentar emenda em comissão. "Perante a comissão,
poderão ser oferecidas emendas, no prazo de vinte dias úteis, a contar da publicação do projeto no
Diário do Senado Federal."
E - Art. 374, inciso I. São designados um relator geral e tantos relatores parciais quantos
necessários.
comissão.
E - Art. 374, inciso V. O prazo é de cinco dias úteis e não cinco sessões.

C - Art. 375, caput e inciso I.
E - Art. 375, inciso II. "o projeto será apreciado, simultaneamente, pelas comissões, sendo feitas
tantas autuações quantas forem necessárias." (grifo meu)
E - Art. 375, inciso VI. Há previsão regimental sim.
C - Art. 375, inciso VII.
E - Art. 375, inciso VIII. 45 e não 46 dias.

Legislativo/2012.
correta.
40

Aula 07
especiais.
Comentários:
Gabarito: Letra “b”
ACERTO DA LETRA “b”.
Os projetos em regime de urgência constitucional se referem aos §§ 1º a 4º art. 64 da
Constituição Federal, aqueles em que o Presidente da República pode solicitar urgência nos
projetos de sua iniciativa. Vejamos o dispositivo constitucional:
Art. 64 (...)
§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua
iniciativa.
§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se manifestarem sobre a
proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias, sobrestar-se-ão todas as
demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das que tenham prazo
constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Parágrafo com redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á no prazo
de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.
De fato, em conformidade com a questão, segundo o inciso II do art. 375, “o projeto será
apreciado, simultaneamente, pelas comissões, sendo feitas tantas autuações quantas forem
necessárias;”
Art. 375. (...)
(...)
II - o projeto será apreciado, simultaneamente, pelas comissões, sendo feitas tantas autuações
quantas forem necessárias;
Esse entendimento é para dar celeridade à tramitação da matéria, já que se trata de uma projeto
em regime de urgência.
ERRO DA LETRA “a”.

41

Aula 07
O caráter terminativo das comissões está assinalado no inciso I do § 2º do art. 58 da Constituição

Federal. Vejamos:
Art. 58. (...)
(...)
§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do
plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;
Por sua vez, o art. 91 do RISF disciplina a matéria no Senado Federal. Em seu § 1º, possibilita que
tratados ou acordos internacionais sejam legislados em caráter terminativo, ou seja, o Presidente
do SF pode conferir às comissões competência para apreciar, terminativamente, as matérias de
tratados ou acordos internacionais. Vejamos o dispositivo citado:
Art. 91. Às comissões, no âmbito de suas atribuições, cabe, dispensada a competência do Plenário,
nos termos do art. 58, § 2º, I, da Constituição, discutir e votar:
(...)
§ 1º O Presidente do Senado, ouvidas as lideranças, poderá conferir às comissões competência
para apreciar, terminativamente, as seguintes matérias:
I – tratados ou acordos internacionais (Const., art. 49, I);
ERRO DA LETRA “c”.

Os casos citados na questão se submetem SIM a disposições especiais. O Título IX do RISF (arts.
354 a 376) tratam das matérias que se submetem a disposições especiais.
Veja o que dispõe o caput do art. 375:
Art. 375. Nos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, quando sujeitos à tramitação
urgente (Const., art. 64, § 1º) e nos casos de apreciação de atos de outorga ou renovação de
concessão, permissão ou autorização para serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens
(Const., art. 223, § 1º), proceder-se-á da seguinte forma: (...)
A título de conhecimento, cabe à Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e
Informática opinar sobre proposições pertinentes de atos de outorga ou renovação de concessão,
permissão ou autorização para serviço de radiodifusão (art. 104-C, inciso VII).
ERRO DA LETRA “d”.

Compete às comissões temporárias apreciarem projeto de código. Veja o que dispõe o caput do
art. 374 e o inciso III do art. 318:
Art. 318. É privativo da comissão específica para o estudo da matéria elaborar a redação para o
turno suplementar e a redação final nos casos de:
42

Aula 07
(...);
III – projeto de código ou sua reforma.
ERRO DA LETRA “e”.

Segundo o RISF, não se fará tramitação simultânea de projetos de código. Vejamos o que dispõe o
inciso XV do art. 374 do RISF:
[...]
XV – não se fará tramitação simultânea de projetos de código;
Parágrafo único: As disposições deste artigo serão aplicáveis exclusivamente aos projetos de
código elaborados por juristas, comissão de juristas, comissão ou subcomissão especialmente
criada com essa finalidade, e que tenham sido antes amplamente divulgados.

criada.
E - Art. 401, § 1º. "Em qualquer caso, o projeto, após publicado em avulso eletrônico, ficará sobre a
mesa durante cinco dias úteis a fim de receber emendas." (grifo meu)
C - Art. 401, § 2º, incisos I e III.
(...)
43

Aula 07

C - Art. 401, § 3º.

E - Art. 412, inciso I. Deve-se respeitar os limites regimentais.
C - Art. 412, inciso XIII.
Federal.
C - Art. 412, inciso II.
44

Aula 07
LISTAS DE QUESTÕES

Federal/2012 (PEC)
erradas.
tramitação.
de código.
comissão.

45

Aula 07


Legislativo/2012.
correta.
especiais.

criada.
46

Aula 07


Federal.
47

Aula 07
GABARITO
QUESTÃO RESPOSTA
1 LETRA B
2 Errada
3 Certa
4 Errada
5 Errada
6 Errada
7 Certa
8 Errada
9 Errada
10 Certa
11 Errada
12 LETRA B
13 Certa
14 Certa
15 Errada
16 Certa
17 Certa
18 Errada
19 Certa
20 Certa
48

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Aula 07

Senado Federal (Analista Legislativo -

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

APRESENTAÇÃO DA AULA ...........................................................................................................2

DAS PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS ..........................................................3

1 - Da Proposta de Emenda à Constituição .................................................................................3

2 - Dos Projetos de Código ........................................................................................................14

3 - Dos Projetos com tramitação urgente estabelecida pela Constituição ..................................19

4 - Dos Projetos referentes a Atos Internacionais ......................................................................22

DA ALTERAÇÃO OU REFORMA DO REGIMENTO INTERNO .......................................................28

DOS DOCUMENTOS RECEBIDOS................................................................................................32

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO LEGISLATIVO ............................................................33

QUESTÕES COMENTADAS .........................................................................................................38

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Olá! Eu sou o Professor Miguel Gerônimo. Já me apresentei em aula anterior.

Facebook: Miguel Gerônimo

- TÍTULO IX - DAS PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Vejamos, a seguir, o Quadro 1 com os temas e respectivos dispositivos correspondentes a

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Quadro 1 - Assuntos e dispositivos do Regimento Interno da AULA 7

DAS PROPOSIÇÕES SUJEITAS A DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

São as seguintes as proposições com tramitação especial:

1) Proposta de Emenda à Constituição

A seguir, trataremos separadamente sobre cada proposição, a começar, na ordem, pela

DA PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Na AULA 5, quando tratamos do Título VIII (das proposições e suas espécies),

Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é uma proposição que visa alterar o

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Evidentemente que o aprofundamento das teorias sobre Constituição é objeto do estudo

Dentre outras classificações, a Constituição Federal brasileira é qualificada como rígida, o

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

A seguir, em forma de figura, para uma melhor visualização, apresenta-se os autores de

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Turnos e quórum para aprovação: é de se destacar que a proposta de emenda à

Art. 354. A proposta de emenda à Constituição apresentada ao Senado será

Conforme já vimos nesta Aula, a proposta é submetida a dois turnos de discussão e

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Na Aula 5 já discorremos sobre as limitações circunstanciais do poder reformador, presente

Art. 355. A proposta será lida no Período do Expediente e publicada no Diário do

Art. 356. A proposta será despachada à Comissão de Constituição, Justiça e

Parágrafo único. O parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania que

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

§ 1º O parecer será proferido oralmente, em plenário, por relator designado pelo

§ 2º Durante a discussão poderão ser oferecidas emendas assinadas por, no

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Uma vez apresentada emenda em Plenário, a matéria é remetida à CCJC, conforme

Art. 359. Para exame e parecer das emendas, é assegurado à Comissão de

Vejamos o que dispõem os arts. 360 e 361:

Art. 360. Lido o parecer no Período do Expediente, publicado no Diário do

Art. 361. Esgotado o prazo da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania,

§ 1º Na sessão deliberativa ordinária que se seguir à emissão do parecer, a

§ 2º Somente serão admitidos requerimentos que objetivem a votação em

§ 3º A deliberação sobre a proposta, as emendas e as disposições destacadas para

Uma vez cumpridas as formalidades (leitura do parecer no Período do Expediente e

04630691103 - Igor Kiyoshi Nunes Motizuki

Incluída a matéria na Ordem do Dia, a ordenação de preferência para discussão e

O § 3º do art. 361 destaca a importância do processo de votação da PEC. Como se trata da

Sobre o interstício entre os turnos, dispõe o art. 362:

Art. 281. A dispensa de interstício e prévia publicação de avulso eletrônico, para

O objetivo da dispensa da observância do interstício é acelerar a discussão e votação da

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Art. 364. Encerrada a discussão, em segundo turno, com apresentação de

Considerando que substitutivo é a emenda substitutiva que altera a proposta original de