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DOCUMENTAÇÃO
JURÍDICA
(INFODOC)
2022/2023 – 2.º semestre
Turma B
Prof. Doutor Lúcio T. Feteira
29 março 2023 – Sumário
1) Apresentação e introdução da UC
2) Pesquisa, seleção e tratamento de informação e
documentação jurídica: considerações gerais
3) Pesquisa de informação e documentação jurídica:
3.1 Fontes de direito: noção, classificação e
relevância no âmbito da disciplina
3.2 A Lei: publicação e vigência
2. PESQUISA, SELEÇÃO E TRATAMENTO
DE INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO
JURÍDICA
Considerações gerais
Pesquisa, seleção e tratamento de informação e
documentação jurídica: considerações gerais (1)
Artigo 7.º
(Cessação da vigência da lei)
1. Quando se não destine a ter vigência temporária, a lei só deixa de vigorar se for revogada por
outra lei.
2. A revogação pode resultar de declaração expressa, da incompatibilidade entre as novas disposições
e as regras precedentes ou da circunstância de a nova lei regular toda a matéria da lei anterior.
3. A lei geral não revoga a lei especial, excepto se outra for a intenção inequívoca do legislador.
4. A revogação da lei revogatória não importa o renascimento da lei que esta revogara.
Enquadramento legal: CC
Além dos casos de cessação da lei expressamente admitidos no
art. 7.º/1 do CC (caducidade e revogação (expressa ou tácita)),
importa ainda incluir:
a) declaração de inconstitucionalidade ou de ilegalidade com
força obrigatória geral pelo TC (art. 281.º e 282.º da CRP
b) declaração de ilegalidade com força obrigatória geral de
regulamentos administrativos pelo STA (arts. 72.º e 76.º do
CPTA)
c) formação de costume contra legem
Enquadramento legal: Lei Formulária
■ Análise de alguns pontos da Lei n.º 74/98, de 11 de novembro
(Lei Formulária):
a) Publicação e registo da distribuição (art. 1.º): valor jurídico;
data do diploma; versão que faz fé
b) Vigência / vacatio legis e contagem de prazos (art. 2.º): início
da vigência; prazo subsidiário. Ver art. 279.º (“Cômputo do
termo”) do CC quanto à contagem dos prazos
c) Publicação e séries do DR (art. 3.º); ver também o
Regulamento da publicação de atos em DR
Enquadramento legal: Lei Formulária
d) Retificações (art. 5.º): admissibilidade; procedimento; prazo; e vigência
e) Alterações e republicação (art. 6.º): identificação das alterações anteriores; casos
em que é obrigatória a republicação do diploma
f) Identificação (art. 7.º)
g) Numeração e apresentação (art. 8.º)
h) Leis consolidantes (art. 11.º-A) – distinguir da versão consolidada de um
diploma
i) Formulário dos diplomas – disposições gerais (art. 9.º); ver também, para os
diferentes diplomas, os arts. 10.º, 11.º, 12.º a 16.º
Ver também o Regulamento de publicação de atos em DR em especial os arts. 7.º
(organização da 2.ª série do DR), 9.º (tipologia dos atos publicados na 2.ª série) e
15.º (admissibilidade de suplementos)
3.2 DIREITO INTERNO
3.2.2. A Lei: a competência legislativa e o processo legislativo; outras
competências da AR
Processo legislativo comum (1)
A iniciativa legislativa cabe aos Deputados ou aos Grupos Parlamentares (projetos de lei) e
também ao Governo ou às Assembleias Legislativas Regionais (propostas de lei). Também
grupos de cidadãos eleitores podem exercer o direito de iniciativa legislativa junto da
Assembleia da República, bem como participar no procedimento legislativo a que derem
origem, nos termos do artigo 167.º da Constituição e da Lei n.º 17/2003 de 4 de junho (os
projetos de lei assim apresentados devem ser subscritos por um mínimo de 20.000 cidadãos
eleitores).
Depois de ser admitida pelo Presidente da Assembleia, a iniciativa é objeto de um parecer da
comissão especializada permanente a quem foi distribuída em função da respetiva matéria,
seguindo-se o seu debate na generalidade, sempre feito em reunião Plenária, que termina com
a votação na generalidade (sobre as linhas gerais da iniciativa). Segue-se um debate e votação
na especialidade (artigo por artigo), que pode ser feito em Plenário ou em Comissão.
Há matérias cujo debate e votação na especialidade é obrigatório em Plenário (eleições para
os titulares dos órgãos de soberania, referendo, partidos políticos, criação ou modificação
territorial das autarquias locais, etc.).
Processo legislativo comum (2)
O texto final é submetido a uma votação final global sempre feita em Plenário. A iniciativa,
uma vez aprovada, passa a designar-se Decreto da Assembleia da República. O Decreto,
assinado pelo Presidente da Assembleia da República, é enviado ao Presidente da República
para promulgação.
Após a promulgação, o decreto assume a designação de Lei, é enviado ao Governo para
referenda (assinatura do Primeiro-Ministro) e depois remetido à Imprensa Nacional para
publicação na 1.ª série do Diário da República.
O Presidente da República pode exercer o seu direito de veto, ou por considerar que o diploma
aprovado pela Assembleia da República contem normas que contrariam a Constituição
(requerendo então o parecer do Tribunal Constitucional), ou por razões políticas que deverão
constar de mensagem fundamentada. No caso de haver normas consideradas inconstitucionais,
a Assembleia pode aprovar alterações ao diploma, enviando-o, de novo, para promulgação.
No entanto, qualquer que seja a razão do veto, a Assembleia pode sempre confirmar por
maioria absoluta dos Deputados em funções (ou maioria de dois terços para certas matérias) o
texto do diploma anteriormente aprovado. Se assim for, o Presidente da República tem,
obrigatoriamente, de promulgar o diploma, no prazo de 8 dias.
Outras competências da AR (1)
Competências de fiscalização
- Apreciação de DL do Governo: a apreciação de decretos-lei visa a sua alteração ou
cessação de vigência e constitui um instrumento de fiscalização da atividade legislativa do
Governo, permitindo à Assembleia da República corrigir eventuais deficiências detetadas
em diplomas do Executivo, bem como obrigar ao debate em torno da matéria do decreto-lei
em apreciação. O requerimento de apreciação deve ser subscrito por, pelo menos, dez
Deputados, e entregue, por escrito, na Mesa da Assembleia da República, nos 30 dias
subsequentes à publicação do decreto-lei no Diário da República.
- Inquéritos parlamentares (ver o regime jurídico dos inquéritos parlamentares – Lei n.º
5/93, de 01.03, alterada pela última vez pela Lei n.º 29/2019, de 23.04); as comissões de
inquérito constituem um subtipo das comissões parlamentares eventuais (ver aqui)
Competências relativamente a outros órgãos
Aprovação do programa do Governo, votação de moções de censura e de confiança,
aprovação dos estatutos político-administrativos das RAs, eleição de juízes para o TC, …
Outras competências da AR (2)
■ Regimento da Assembleia da República:
https://www.parlamento.pt/Legislacao/Documents/Legislacao_
Anotada/RegimentoAR_Simples.pdf