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DISCIPLINA
Desenvolvimento Psicomotor
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Sumário
Sumário
Sumário ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 2
1 Construindo a Imagem do Corpo ---------------------------------------------------------------- 5
2 A Imagem do Corpo --------------------------------------------------------------------------------- 6
3 A Importância do Movimento no Desenvolvimento do Ser Humano ----------------- 7
4 Padrões de Movimento ---------------------------------------------------------------------------- 9
5 A Relação Entre Psicomotricidade e Desenvolvimento Motor ------------------------- 12
6 Psicomotricidade e Movimento: as Relações Entre Cognição, Afetividade e
Socialização ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 13
7 Psicomotricidade E Movimento: Fatores Que Interferem No Desenvolvimento
Motor 14
8 A Psicomotricidade na História ----------------------------------------------------------------- 14
9 Psicomotricidade: Conceitos e Significados ------------------------------------------------- 17
10 Objetivos da Psicomotricidade--------------------------------------------------------------- 20
11 As Áreas da Psicomotricidade ---------------------------------------------------------------- 20
11.1 Comunicação e Expressão ------------------------------------------------------------------------------------ 20
11.2 Percepção --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
11.3 Coordenação ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
11.4 Orientação -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 21
12 Habilidades Conceituais ----------------------------------------------------------------------- 22
13 Habilidades Psicomotoras e Processo de Alfabetização ------------------------------ 22
14 Psicomotricidade e Movimento: Fatores que Interferem no Desenvolvimento
Motor 23
15 Elementos Constituintes da Psicomotricidade ------------------------------------------- 23
16 Esquema Corporal ------------------------------------------------------------------------------- 24
16.1 Domínio Corporal ----------------------------------------------------------------------------------------------- 25
16.2 Conhecimento Corporal --------------------------------------------------------------------------------------- 26
16.3 Passagem para a Ação ----------------------------------------------------------------------------------------- 26
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Sumário
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Sumário
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Portanto, abordar questões que tratam do corpo significa tratar dos paradigmas
do desenvolvimento humano, uma vez que um está amarrado ao outro, o que significa
dizer que corpo é movimento e vice-versa
Esse entendimento nos leva a realizar algumas reflexões, como por exemplo, será
que podemos conceber o movimento dissociado do corpo? Ou será que podemos,
em algum momento, pensar no agir do corpo sem que haja algum movimento
envolvido no contexto?
Kephart (1960) vai além e afirma que, para entender a relação corpo e
movimento, faz-se necessário entender a distinção entre o que ele chama de motor e
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A Imagem do Corpo
O movimento humano pode, nesse sentido, ser classificado como não locomotor
e locomotor. O primeiro refere-se a uma resposta observável executada pelo corpo
em uma posição estacionário, como por exemplo, bater palma. Já no segundo, as
respostas do corpo são observáveis por meio do movimento do corpo no espaço, de
um ponto a outro, por exemplo, dominar o andar ou o saltar (HARROW, 1983).
2 A Imagem do Corpo
A criança desde a mais tenra idade prende-se a tarefas que lhes são instigantes,
desafiadoras. A noção de satisfação e autorrealização provocada pela execução e
finalização de uma tarefa sempre lhe surpreende. Seu sorriso de contemplação em
fração de segundos inunda o espaço que ocupa, e logo dissipasse. Por exemplo,
concentra-se ao máximo e interessa-se exageradamente, dedicando-se com grande
entusiasmo para montar um quebra-cabeça que lhe foi dado. No entanto, ao findar a
tarefa, admira-o por alguns instantes e o abandona rapidamente. Isso ocorre porque,
a criança está em constante movimento e necessita, constantemente, de
possibilidades que a permitam despertarem para suas potencialidades.
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Essa relação existente entre corpo e movimento vem, portanto, sendo alvo de
interesses e pesquisas em várias áreas do conhecimento, desde as biológicas até as
ciências humanas (DAMASCENO, 1996).
A imagem que a criança tem de seu corpo se constitui a partir do outro, que pode
ser a mãe, a babá, ou a educadora, que coloca sua própria experiência para que a
criança construa seu próprio eu corporal.
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Nesse sentido, entendemos que, por meio dos movimentos, o ser humano
aprende sobre o meio (social/afetivo/ motor) em que vive.
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Padrões de Movimento
4 Padrões de Movimento
Para uma melhor compreensão e entendimento acerca dos padrões de
movimento humano, podemos dizer que está associado ao comportamento humano
e esse, por sua vez, pode ser classificado como sendo pertencente a um dos três
domínios, ou seja, pode pertencer ao campo cognitivo, afetivo-social e motor.
As experiências que a criança tem durante este período determinarão, por grande
extensão, que tipo de adulto a pessoa se tornará (HOTTINGER apud GO TANI et al.,
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Padrões de Movimento
1988).
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Padrões de Movimento
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Bee (1997) vai além e afirma que o desenvolvimento refere-se às mudanças, que
ocorrem como continuidade ao longo de toda variação de idade, da concepção até a
morte.
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8 A Psicomotricidade na História
Historicamente, o termo "psicomotricidade" aparece a partir do discurso médico,
mais precisamente neurológico, quando foi necessário, no início do século XIX,
nomear as zonas do córtex cerebral situadas além das regiões motoras. No entanto,
para Levin (2007), a história da psicomotricidade é solidária a história do corpo, o que
significa dizer que, para o autor, a psicomotricidade tem seu início desde que o
homem é humano. Consequentemente, se observarmos da antiguidade até os dias
atuais veremos que o significado do corpo sofreu inúmeras transformações ao longo
do tempo. Segundo Fonseca (1995), desde Aristóteles o corpo foi negligenciado em
função do espírito. Apenas no século XIX o corpo foi estudado por neurologistas e,
posteriormente, por psiquiatras com o intuito de compreender as estruturas cerebrais
e esclarecer fatores patológicos.
Numa análise da história vamos encontrar nos estudos de Enerst Dupré, em 1909,
que a psicomotricidade teve seu início, por meios dos estudos clínicos por ele
realizado em seus pacientes clínicos, definiu a síndrome da debilidade motora
caracterizada pela presença de sincinesias, paratonias e inabilidades, rompendo a
correlação entre a perturbação motora e a síndrome. Dessa forma, este
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A Psicomotricidade na História
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A Psicomotricidade na História
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atenção mais específica para o corpo em sua relação com o meio. Para ele, a evolução
da criança está na conscientização do seu corpo. "O corpo é uma totalidade e uma
estrutura interna fundamental para o desenvolvimento mental, afetivo e motor da
criança. São experiências e vivências corporais que organizam a personalidade da
criança. A vivência corporal não é senão o fator gerador das respostas adquiridas, em
que se inscrevem todas as tensões e as emoções que caracterizam a evolução
psicoafetiva da criança" (FONSECA, 1994).
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Essa perspectiva se firma na fala de Le Boulch (1969), uma vez que o autor
defende que a Psicomotricidade “se dá por meio de ações educativas de movimentos
espontâneos e atitudes corporais da criança”. Esse conjunto de ações proporciona a
criança uma imagem de seu próprio corpo, bem como seus limites e potencialidades.
Os inatos são aqueles que nascem conosco e são representados pelos reflexos,
que são respostas caracterizadas pela invariabilidade qualitativa de sua produção e
execução. Estes reflexos podem ser agonistas, antagonistas ou reflexos (alternantes),
que são mais hierarquizados que os reflexos puros, permitindo certo grau de
variabilidade, conforme a adaptabilidade individual. Refere-se às necessidades
orgânicas. Influindo, nestas respostas, temos os instintos, responsáveis pela
autoconservação individual. No Homem, eles são misturados com o afeto, produzindo
tendências ou inclinações.
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Objetivos da Psicomotricidade
10 Objetivos da Psicomotricidade
Na infância, a psicomotricidade tem como finalidade otimizar e maximizar o
potencial de aprendizagem e a adaptabilidade psicossocial da criança. Por meio de
experiências concretas, a psicomotricidade permite transformar o cérebro num órgão
com maior capacidade para captar, integrar, armazenar, elaborar e expressar
informação.
11 As Áreas da Psicomotricidade
Didaticamente falando, a psicomotricidade, por meio das práticas psicomotoras,
estimula as áreas de conhecimento da criança, especialmente, a comunicação e
expressão, percepção e a coordenação.
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As Áreas da Psicomotricidade
11.2 Percepção
Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A
percepção está ligada à atenção, à consciência e à memória (FONSECA, 2008). Os
estímulos que chegam até nós provocam uma sensação que possibilita a percepção e
a discriminação. Primeiramente sentimos, por meio dos sentidos (tato, visão, audição,
olfato e degustação). Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação entre o
sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos, ou seja, reconhecemos as diferenças e
semelhanças entre estímulos e percepções. A discriminação é que nos permite saber,
por exemplo, o que é verde e o que é azul e a diferença entre o 1 e o 7.
11.3 Coordenação
A coordenação motora está ligada ao desenvolvimento físico, pode ser entendida
como a união harmoniosa de movimentos. Supõe, ainda, a integridade e maturação
do sistema nervoso.
11.4 Orientação
A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de
adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado,
ocupa, necessariamente, um espaço em um dado momento.
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Habilidades Conceituais
12 Habilidades Conceituais
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pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda para a direita,
manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de espaço entre
as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção visual, orientação
espacial, lateralidade, habilidades conceituais);
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Esquema Corporal
e qualquer emoção tem sua origem no domínio postural, por exemplo, como para
uma criança de 6 anos receber um grito de um adulto, fará com que ocorra um
aumento da tensão, por conseguinte desencadeará reações emocionais que são
traduzidas como mal-estar ou como sentir-se meio mole, sem coordenação nas
pernas.
15 Esquema Corporal
Conhecer as partes do corpo, suas funções e interações com ele mesmo e com o
meio que o cerca é de fundamental importância na construção do esquema corporal
e no desenvolvimento normal no âmbito motor, social e afetivo da criança para que
suas ações futuras sejam orientadas com sucesso.
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Esquema Corporal
Fica nítido para o professor diagnosticar a criança que se encontra com seu
esquema corporal mal constituído, ela não coordena bem os movimentos, sua grafia
é “feia”, na leitura não demonstra harmonia, o que significa dizer que não segue o
ritmo da leitura ou então, simplesmente, para no meio de uma palavra.
Segundo De Meur (1989), uma criança que domina o seu corpo sente-se à
vontade em explorar seu potencial, pois demonstra desenvoltura e eficácia para
realizar as tarefas que lhes são ofertadas, o que lhe proporciona bem-estar, tornando
fáceis e equilibrados seus contatos com os outros. Fazendo
com que os desafios não sejam vistos apenas como dificuldades, mas como uma
forma de demonstrar suas habilidades e potencialidades.
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Dominância Lateral
17 Dominância Lateral
A dominância lateral é uma característica que buscamos perceber desde a mais
tenra idade, mas essa se refere muito mais do que escolher a mão (direita ou esquerda)
para escrever ou comer, refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o
capacita a utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em
atividades que requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional.
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Dominância Lateral
Quem nunca ouviu histórias de pais e mães, ou até mesmo de professores que
forçavam a criança a segurar o lápis ou o copo com a mão direita. Isso porque,
achavam errado, talvez por fatores culturais, escrever com a mão esquerda. Forçavam
a criança a utilizar a mão direita para tal ação, isso sim é errado, os pais devem
favorecer a escolha feita pelas crianças. Isto porque hoje sabemos que não existe certo
ou errado, e que a própria criança tem sua preferência, sua dominância lateral,
portanto, temos apenas que possibilitar a criança a desenvolver suas habilidades, mas
as escolhas devem ser feitas por ela.
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Equilíbrio
18 Equilíbrio
Referimo-nos aqui a função em que os indivíduos mantêm sua estabilidade
corporal durante os movimentos e quando em estado de imobilidade.
Fonseca (2009) e Rosa Neto (2002) mencionam que obter um bom equilíbrio é
essencial para a conquista da locomoção e a independência dos membros superiores.
19 A Organização Latero-Espacial
Durante o crescimento, naturalmente, se define uma dominância lateral na
criança, resultando na tendência de ter maiores destrezas e habilidades de um lado
de seu corpo (poderá ser mais forte, mais ágil do lado direito ou do lado esquerdo)
em relação ao outro, isso ocorre porque mesmo a lateralidade correspondendo a
dados neurológicos, também é influenciada por certos hábitos sociais.
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A Organização Latero-Espacial
Por essa razão não basta amarrar um lacinho ou fitinha na mão da criança e dizer-
lhe que essa é a mão direita se essa não for realmente trabalhada, estimulada, ela
precisa conhecer a terminologia como também dominar e distinguir direita de
esquerda.
Lembramos que por volta dos 6 anos, a criança tem conhecimento do lado direito
e esquerdo do seu corpo. Aos 7 anos reconhece a posição relativa entre dois objetos.
Com 8 anos reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa. Quando chega aos
9 anos consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com o mesmo lado
do corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é, transpõe o lado da pessoa para
o seu. Aos 10 anos reproduz movimentos de figuras esquematizadas e com 11 anos
consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos (FONSECA, 2008).
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A Coordenação Dinâmica
20 A Coordenação Dinâmica
A coordenação dinâmica geral da criança, um bom domínio do corpo suprindo a
ansiedade habitual, diminui as tensões trazendo um controle satisfatório e a confiança
com relação ao próprio corpo.
Com relação à coordenação dinâmica das mãos, Le Boulch (1982) diz que a
habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da coordenação global.
Reveste muita importância nas praxias, no grafismo, ao qual se deve dar uma atenção
em particular.
São eles:
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Exercícios Psicomotores
22 Exercícios Psicomotores
No ambiente escolar os exercícios psicomotores devem ser uma constante, pois
colaboram para a efetivação da prática pedagógica tornar-se uma prática significativa
resultante em um aprendizado significativo para a criança.
23 Exercícios de Pré-escrita
Domínio do gesto, estruturação espacial e orientação temporal são os
fundamentos básicos para a aquisição com destreza da escrita. Uma vez que para
apresentarmos uma escrita legível e habilidosa, não basta fazer “caligrafia”, faz-se
necessário que tenhamos nossa coordenação motora fina, e demais domínios
psicomotores para que a performance seja realizada a contento. Assim, para a que a
escrita saia do plano da abstração e vá para o concreto, precisamos que às habilidades
abaixo descritas seja, desenvolvidas.
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No olhar de Fonseca (2008, p. 126) sustentado por Morin, o ser humano é o único
animal que se pode considerar psicomotor, por ser auto e eco-organizado no corpo e
no cérebro, por ser criado em uma dimensão cultural, na qual a comunicação não
verbal é um componente básico.
De acordo com Wallon (1962), a criança ao nascer se expressa por meio dos
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Piaget entende que a criança, até o primeiro mês de vida, possui ações instintivas
e reflexas. Não apresenta nenhuma noção entre sujeito e objeto. A partir de reflexos
neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar o
meio. A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo, por exemplo, são
construídos pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação
ou pensamento. O pensar e agir estão estritamente ligados entre si. Os objetos só
podem ser reconhecidos na medida em que o indivíduo pode lidar com eles, agindo.
Para Wallon (1962) dos 2 aos 3 anos, a criança passa a apresentar como
características as informações provenientes de dados proprioceptivos, expressa
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Para Piaget (1964), nessa fase, a partir dos 2 anos, a criança torna-se pré-
operacional, o que significa dizer que ela tem já uma coordenação perceptivo-motora,
e interessa-se demasiadamente pelas operações concretas.
Le Boulch vai além e afirma que a criança apresenta fases distintas para seu
desenvolvimento, o autor considera que esse só ocorre a partir de etapas provenientes
do desenvolvimento do esquema corporal, são elas: corpo submisso (0 a 2 meses);
corpo vivido (2 meses a 3 anos); corpo descoberto ou percebido (3 a 6 anos) e corpo
representado (6 a 12 anos).
Na primeira etapa, a criança começa desenvolver sua imagem do corpo, que tem
seu início por um lado com conteúdos fantasmáticos e do outro com uma imagem
figurativa, sendo ainda imprecisa, e vai amadurecendo com o tempo, por meio da
confrontação com o real. Logo em seguida, aparece a etapa da imagem do corpo e
da estruturação espaço-temporal, na qual começa a acontecer a descentralização da
criança e o início das representações mentais dos eixos, aqui a criança começa a ter
noções de esquerda e direita, de acima e abaixo e de diante e atrás. E de
reconhecimento de figuras geométricas, ocorrendo por meio da exploração dos
objetos pelo estudo dos movimentos visuais. Na última etapa, que é do ajustamento
global ao ajustamento com representação mental, a criança está enriquecendo o seu
esquema corporal e, por isso, começa a ter condições de modificar os elementos de
um movimento em automatismos bem estabilizados, tornando-se capaz de tomar
certa distância em relação ao objeto prático do movimento para voltar sua atenção
perceptiva sobre as modalidades da ação, desenvolvendo, dessa maneira, sua
percepção sinestésica.
Le Boulch, (2001, p.88) afirma ainda que a criança de três anos, que tem se
beneficiado de um ambiente humano afetivo, tende a se confrontar com o mundo dos
objetos com sucesso.
A criança quando chega aos três anos apresenta características bastante distintas,
se seu desenvolvimento ocorreu de forma significativa, a tendência é que ela tenha
um deslocamento autônomo/seguro, um equilíbrio assegurado. E seus braços e
pernas já devem apresentar uma coordenação habilidosa, bem como suas habilidades
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Suas mudanças são observáveis, já bebe a água no copo, sem derrubar, consegue
segurar o talher entre o polegar e o indicador, começa a se vestir sozinho e começa a
se prontificar para ajudar nas tarefas, pois desperta para a necessidade de explorar
ainda mais suas potencialidades.
Portanto, vale lembrar que até por volta dos 3 anos, os interesses da criança estão
centrados no mundo exterior, principalmente, no aspecto prático do movimento, pois
nesse momento não há mudanças significativas, o aprendizado por insight é
dominante. A evolução dos seus gestos incide no ajustamento de sua postura,
beneficiando-se de uma regulação tônica muito
Por exemplo, a criança descobre que toda vez que ela chora a mãe lhe tira do
berço e a coloca no colo.
Nesse momento, temos, então, a utilização dos reflexos primitivos, que são os
agrupadores de informações, os mecanismos de sobrevivência e os reflexos posturais,
que podem ser entendidos como os equipamentos de testes neuromotores para
mecanismos estabilizadores, locomotores e manipulativos.
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eu social. O outro começa a existir para ela, e a emoção, nesse contexto, torna-se
papel essencial, faz parte do seu desenvolvimento.
A partir dos três aos seis anos de idade, a criança ainda está num período
transitório, tanto na estruturação espaço temporal quanto na estruturação do
esquema corporal.
Aos 4 anos, a criança está consciente de suas atitudes, entra na fase da comédia,
ou seja, multiplica sua expressão, interage com o outro de forma constante.
A partir desse momento, a criança já começa a pensar em coisas para além dos
espaços espaciais e temporais do movimento, começa a apresentar as noções de
passado e futuro, e suas regulações tendem a ser representativas.
O fim deste período será mostrado pela possibilidade de uma relação coerente
entre as estruturas perceptivas, graças à representação mental.
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Portanto, o grafismo pode ser considerado como um ato impulsivo, que, a partir
dos dois anos e meio, o controle visual vai exercer mais precisamente o progresso do
grafismo, na medida em que as coordenações motoras se desenvolvem
paralelamente. É aí que o controle distal se torna proximal e permite a miniteirização
de traçados.
Vale lembrar que para que esse processo ocorra de forma significativa faz-se
necessário que se estejam já desenvolvidos a dominância lateral, a lateralidade
espontânea inata e a organização da prevalência e atividade prática.
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Esquema Corporal
28 Esquema Corporal
Conhecimento intuitivo imediato que a criança tem do próprio corpo,
conhecimento capaz de gerar as possibilidades de atuação da criança sobre as partes
do seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os objetos que a cercam.
O profissional diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga,
braços, pernas, pés, explorando uma parte por vez. A criança mostra em si mesma a
parte mencionada pelo profissional, respeitando o nome que designa. Primeiramente,
o trabalho deverá ser realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados.
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Esquema Corporal
A criança deverá dizer de que lado está à porta, a janela, a mesa da sala de aula
etc. em relação a si mesma. Durante a realização do exercício, não deixar a criança
cruzar os braços, pois isso dificulta sua orientação espacial.
A criança joga a bola para o alto com as duas mãos, apanhando-a com as duas
mãos também. Em seguida, joga a bola para o alto com uma só mão, apanhando-a
com uma só mão também. Variar o uso das mãos. Ora com a direita, ora com a
esquerda.
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círculo.
Andando de cabeça erguida, a criança anda com um objeto sobre a cabeça (um
livro de capa dura ou outro objeto de fácil equilíbrio). Dominada esta etapa, a criança
para, levanta uma perna formando um angulo de noventa graus e coloca-se
lentamente no chão. O mesmo trabalho deverá ser feito com a outra perna.
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A primeira vertente foi influenciada pela neuropsiquiatria, cujo foco era o aspecto
motor, e aqui o corpo é visto como instrumento. Notamos, nesse momento, a tentativa
de superação do dualismo cartesiano (mente e corpo). De acordo com Levin (p.30,
2007), o corpo era a ferramenta de trabalho para o reeducador que se propõe a
concertá-lo.
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desenvolver o equilíbrio;
técnicas específicas;
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ONTOGÊNESE
RETROGÊNESE
Mudança e adaptabilidade.
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Fonte: https://neurosaber.com.br/reabilitacao-de-disturbios-psicomotores/
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A criança, muitas vezes, traz para a escola suas dificuldades traduzidas na forma
de agressividade, agitação, inibição, passividade, dependência, o que possivelmente
influenciará no processo de aprendizagem.
O jogo tem algumas premissas básicas, quais sejam: um espaço adequado, com
condições necessárias para movimentos amplos, preservando as seguintes
características:
espontaneidade;
de contenção;
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inquietação e agitação;
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a) Instabilidade psicomotora
Imagine se você conhece uma criança que nunca se contenta em ficar em uma
brincadeira, ela nunca para, e finaliza uma atividade ou brincadeira. Possivelmente, ela
nunca consegue começar e levar a brincadeira até o fim, e isso ela faz com todas as
suas outras produções corporais. Possivelmente, ela apresenta o que chamamos de
uma instabilidade psicomotora, que de acordo com Fonseca (2008) é uma dificuldade
em inibir seus movimentos, provocando ações explosivas e agressivas.
estado tensional.
estado de deiscência.
b) Inibição psicomotora
Neste transtorno, a criança não usa seu corpo para relacionar-se com o mundo
ou com os outros. É o oposto da instabilidade, pois também há uma falta de limite,
mas esta falta barra o agir da criança. Ela mostra-se, então, sempre cansada,
demonstrando pouca expressão facial e corporal. Seu aspecto é de extrema fragilidade
e debilidade e é nele que se reconhece e é reconhecida. São crianças “quietinhas
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c) Debilidade
d) Dispraxia
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Referências
36 Referências
AJURIAGUERRA, J. Manual de Psiquiatria Infantil, Masson, S. P., 1986.
Aparecida Carlini - Jardim Sabiá - Município de São Paulo. São Paulo [tese]. São Paulo:
Universidade Federal de São Paulo; 1991.
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Referências
CONNOLLY K. Desenvolvimento motor: passado, presente e futuro. Rev. Paul Educ. Fís.
2000; 14(S3):6-15.
Manole, 1989.
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Referências
KEPHART, T. E. The slow learner in the classroom. Columbus, Ohio, Charles E., Merrill,
1960.
LEVIN, E. Infância em Cena, A: Constituição do Sujeito Ed. Vozes, 2001. LEVIN, Esteban.
A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. 7ª edição, Petrópolis: Vozes, 2007.
Vozes, 1995.
PICK, L., VAYER, P. Educação psicomotora e retardo mental. 4 ed. São Paulo:
Manole, 1985.
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Referências
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