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Sociologia e os Aspectos da Segurança Pública |

Sociologia Aplicada

DISCIPLINA
SOCIOLOGIA E OS ASPECTOS DA
SEGURANÇA PÚBLICA

CONTEÚDO

História da Instituição Prisional


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Sociologia e os Aspectos da Segurança Pública |

Sociologia Aplicada

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Sociologia Aplicada

Sumário
Sumário------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
1 Sociologia Aplicada --------------------------------------------------------------------------------------- 4
2 História da Instituição Penal --------------------------------------------------------------------------- 6
3 Sistemas Prisionais --------------------------------------------------------------------------------------- 12
3.1 Sistema Pensilvânico, Filadélfico ou Celular -------------------------------------------------------------------- 13
3.2 Sistema Auburniano-------------------------------------------------------------------------------------------------- 13
3.3 Sistemas Progressivas ------------------------------------------------------------------------------------------------ 14
3.3.1 Sistema Progressivo Inglês ------------------------------------------------------------------------------------------------------ 14
3.3.2 Sistema Progressivo Irlandês --------------------------------------------------------------------------------------------------- 15
3.4 Sistema de Correção – Sistema de Elmira ----------------------------------------------------------------------- 15
3.5 Sistema de Montesinos ---------------------------------------------------------------------------------------------- 16
3.6 Sistema Borstal --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 16
4 Sistemas Prisionais no Brasil -------------------------------------------------------------------------- 17
4.1 Penitenciárias ----------------------------------------------------------------------------------------------------------- 18
4.2 Colônias agrícolas, industriais e similares ----------------------------------------------------------------------- 19
4.3 Casa do Albergado ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
4.4 Cadeia Pública ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 20
5 Conclusão --------------------------------------------------------------------------------------------------- 20
6 Referências ------------------------------------------------------------------------------------------------- 20

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Sociologia Aplicada

1 Sociologia Aplicada
A Sociologia é uma ciência que surgiu em meados do século XIX, no decurso de
intenso processo de urbanização do Mundo Moderno, buscando desvendar e explicar
as estruturas e os processos sociais, bem como os dilemas fundamentais e a
complexidade que decorriam da nova realidade que permeava as forças produtivas e
as relações sociais. Tem, assim, como objeto de análise todo aspecto que constitui a
sociedade, tais como a economia, política, cultura, recursos, e as relações entre os
sujeitos e os objetivos que buscam alcançar e os resultados que advém desses
processos.

Alguns teóricos que podem ser citados e que marcaram esse período são,
inicialmente, os filósofos Herbert Spencer e Auguste Comte, com o pensamento
positivista, os quais entendiam os fenômenos sociais não como resultado da interação
do homem na sociedade, mas sim por leis naturais que independem da intervenção
das pessoas. Na outra base encontramos filósofos, historiadores e cientistas sociai,
com o pensamento dialético, como Max Weber, Karl Marx, Friedrich Engels, entre
outros, compreendendo os fatos sociais como produtos ou resultados das ações das
pessoas de diferentes grupos, classes ou segmentos sociais.

Contudo, foi Émile Durkheim (1858 – 1917), em fins do século XIX e início do século
XX, que contribuiu significativamente para a instauração da sociologia como disciplina
científica no meio acadêmico, por isso é considerado um dos pais da sociologia
aplicada. Durkheim defendeu a existência de um objeto exclusivamente sociológico,
distinto das demais áreas, chamando- o de “fato social”. Segundo Celso Castro,
Durkheim defende que os fatos sociais “existem “fora” das consciências individuais,
sendo-lhes exteriores e antecedendo-as. Seu substrato é a sociedade, ou partes dela.
Além disso, essa espécie de consciência pública ou coletiva exerce um poder de
coerção que se impõe, de maneira mais ou menos perceptível, aos indivíduos”
(CASTRO, 2014, p. 27).

Ele acreditava que este objeto demandava um método específico para seu tratamento
e uma disciplina autônoma para compreender o seu funcionamento, propondo que
fossem estudados em suas especificidades e diversidades e delimitados para melhor
situá-los no campo do conhecimento. Neste sentido, a sociologia é também

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Sociologia Aplicada

compreendida como uma área da ciência humana, pois estuda os fatos sociais pelo
viés da ciência, aplicando-se métodos científicos, como os métodos quantitativos ou
qualitativos na sua análise.

Castro explica que embora a expressão “fato social” seja usada corriqueiramente para
se referir a quaisquer fenômenos que ocorrem no âmbito social, o objeto da sociologia
não se confunde com os da biologia ou psicologia, por exemplo, pois não abarca
todas as funções exercidas pelo homem cujo exercício interessa à sociedade, tais como
comer, dormir, raciocinar. O que há, segundo ele, é um grupo de fenômenos com
características bem distintas daquelas estudadas pelas outras ciências em toda
sociedade. Para explicar o fato social, na obra intitulada “As regras do método
sociológico” (1895) Durkheim relata:

Quando desempenho meu papel de irmão, esposo ou cidadão, ou assumo os compromissos


que firmei, cumpro deveres definidos, fora de mim e de meus atos, no direito e nos costumes.
Mesmo quando estes coincidem com meus sentimentos e sinto intimamente sua realidade,
esta não deixa de ser objetiva; pois não fui eu quem os estipulei, tendo-os recebido por
intermédio da educação. [...] Da mesma forma, o fiel já encontra as crenças e práticas de sua
vida religiosa todas prontas ao nascer; se existiam antes dele, é porque existem fora dele. O
sistema de signos de que me sirvo para exprimir meu pensamento, o sistema de moedas que
emprego para pagar minhas dívidas, os instrumentos de crédito a que recorro em minhas
relações comerciais, as práticas adotadas na profissão etc. etc. funcionam independentemente
do uso que faço deles. [...] Eis então maneiras de agir, pensar e sentir que apresentam a notável
propriedade de existir fora das consciências individuais. Não só esses tipos de comportamento
ou de pensamento são exteriores ao indivíduo, como dotados de um poder imperativo e
coercitivo graças ao qual, queira ele ou não, se lhe impõem (DURKHEIM, 1895 apud CASTRO,
2014, p. 28-29).

Neste sentido, a sociologia aplicada propôs-se a explicar processos sociais que exigem
um tratamento específico, debruçando-se sobre o estudo da significação, história e
tendências regulares de determinadas organizações socioculturais. Assim, a sociologia
aplicada ao tema da segurança pública tem o atributo de conduzir uma reflexão acerca
da história da instituição penal e dos sistemas prisionais, buscando responder, dentre
outros, questionamentos que tangenciam a função da prisão, o motivo de sua
existência, o público a que é destinada e sua função finalista, ou seja, o objetivo
pretende atingir.

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História da Instituição Penal

O tema da questão carcerária no Brasil suscita muitos debates, é um problema


complexo que merece soluções complexas, pois não há como compreender ou
resolver um problema histórico com soluções muito básicas e imediatas ou com base
em exemplos personalistas ou fatos subjetivos; por isso, ao estudar a segurança
pública e o sistema prisional brasileiro é importante lembrar-se que, neste âmbito,
existem muitos problemas de ordem estrutural, logo as soluções devem ser pensadas
no médio e longo prazo.

Dessa forma, iniciaremos este módulo falando sobre a história da instituição prisional.
Abordaremos nomes de grande destaque nesta esfera, tal como o filósofo Michel
Foucault, que escreveu em 1975 uma de suas obras mais conhecida, intitulada “Vigiar
e punir”, na qual faz uma análise do sistema prisional e da finalidade das instituições
prisionais, e que é, ainda hoje, constantemente usada como referência quando o
assunto é políticas voltadas para a questão prisional social. Além de Foucault,
apresentaremos ideias pensadas por outros estudiosos que tentaram compreender o
sistema prisional como um todo.

2 História da Instituição Penal


Primeiramente, é importante frisar que quando falamos sobre a história da instituição
prisional, não estamos falando sobre história de cadeia ou história da prisão, fosse
esse o tema, nós teríamos que voltar a um passado remoto, às primeiras sociedades,
às primeiras organizações sociais da antiga Mesopotâmia, passando pelo Egito, pelos
persas, pelos gregos, pelos romanos, e então pela idade média. Mas falar da história
da instituição prisional, é falar sobre a origem do sistema penitenciário.

A sociedade vive dentro de uma ordem social estabelecida. Existe o delito, que é uma
infração de uma norma penal vigente, esse delito é cometido por alguém guiado por
algum motivo e, a partir desse delito cometido tem-se a instauração de inquérito que
visa apurar a autoria da materialidade e restabelecer a ordem social. Assim, em relação
à pessoa que cometeu o delito, associa-se a ideia de penitência, a ideia de que, de
alguma forma, essa pessoa precisa reaver à sociedade pelo ato cometido.

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História da Instituição Penal

Muitas vezes, a opinião geral da sociedade é de que esse pagamento deve ser feito
“olho por olho, dente por dente”. Mas nós passamos por uma evolução de direitos.

Se adentrarmos na ceara do Direito Penal, até o século XVIII falava-se basicamente em


penas cruéis e desumanas, a privação de liberdade em cárcere não existia como forma
de pena, mas sim como uma forma de custódia, para garantir que o acusado não
fugisse enquanto aguardava o julgamento e pena subsequente e que dele fossem
obtidas provas mediante a tortura, que era uma forma legítima para atingir esse fim.
Ou seja, o encarceramento era um meio e não o fim da punição.

Assim, o século XVIII é um século marcante para a história da evolução do pensamento


e da concepção social, porque somente então a partir de então a pena privativa de
liberdade passa a fazer parte do rol de punições. É somente no século XVIII, no decurso
do pensamento do pensamento iluminista, da Revolução Industrial, da revolução
Francesa, que se teve uma alteração na interpretação do próprio Direito Penal e, com
o passar do tempo, o banimento das penas desumanas e cruéis, e nesse contexto a
prisão passa a exercer um papel de punição de fato e as penas se tornam mais
humanas.

Neste período, passa a ocorrer um gradual banimento das pernas consideradas


desumanas em virtude da sociedade e do pensamento social estar passando por
diversas transformações, incluindo o entendimento relacionado a essa questão.

Em decorrência, as reformas passam a ocorrer como consequência dessa mudança na


estrutura da sociedade, a partir do momento que nós temos o antigo regime, a
monarquia absolutista derrubada por revolucionários de origem burguesa, a punição

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História da Instituição Penal

deixa de ser um espetáculo público feito para agradar a população, para que o
soberano reafirmasse o seu poder sobre a sociedade, e passa a acontecer em locais
específicos, em locais fechados, em cárceres, com o objetivo de fazer um indivíduo
refletir a respeito de sua conduta. Assim, no fim do século XVIII começam a surgir os
primeiros projetos do que viriam a ser as penas posteriormente.

Juntamente com as mudanças políticas da época, com a queda do antigo regime e a


ascensão da burguesia, emerge a ideia de punição fechada, com regras rígidas,
obliterando a ideia de punição como um espetáculo público. Conforme relata
Foucault,

A atenuação da severidade penal durante os últimos séculos é um fenómeno bem conhecido


dos historiadores do direito. Mas, durante muito tempo, foi vista de uma forma global como
um fenómeno quantitativo: “menos crueldade, menos sofrimento, mais brandura, mais
respeito, mais humanidade”. De facto, estas modificações são acompanhadas de um
deslocamento no próprio objeto da operação punitiva. Diminuição de intensidade? Talvez.
Mudança de objetivo, certamente.

Se já não é sobre o corpo que incide a penalidade nas suas formas mais severas, sobre o que
é que exerce então a sua força? A resposta dos teóricos – dos que, por volta de 1760, deram
início a um novo período que ainda não terminou – é simples, quase evidente. Parece estar
inscrita na própria pergunta. Como já não é o corpo, é a alma. À expiação infligida no corpo
deve suceder um castigo que atue profundamente sobre o coração, o pensamento, a vontade,
as disposições. Mably formulou definitivamente o princípio: “Que o castigo, se assim posso
dizer, atinja mais a alma que o corpo.” (FOUCALT, 2013).

Essa mudança, segundo o autor, é um modo de acabar com as punições imprevisíveis


e ineficientes do soberano sobre o condenado, conclui-se que o poder de julgar e
punir deve ser mais bem distribuído, deve haver proporcionalidade entre o crime e a
punição já que o poder do Estado é tipo de Poder Público.

Neste sentido, o projeto de instituição prisional (penitenciárias) só começa a surgir no


final do século XVIII. Neste contexto, um importante pensador foi John Howard (1725
– 1790), crítico da realidade prisional de então, após ser nomeado xerife de
Bedfordshire, Inglaterra, começou a avaliar e realidade e os problemas penitenciários,
conhecendo outras prisões, além daquela em que atuava. Nisso, começa a perceber

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História da Instituição Penal

que existe uma inadequação que permeia essa esfera, e então escreve uma obra sobre
as condições das prisões na Inglaterra, na qual propõe uma série de mudanças, com
a ideia de criar estabelecimentos específicos. Conforme explica Bitencourt (2020):

Foi Howard quem inspirou uma corrente penitenciarista preocupada em construir


estabelecimentos apropriados para o cumprimento da pena privativa de liberdade. Suas ideias
tiveram uma importância extraordinária, considerando-se o conceito predominantemente
vindicativo e retributivo que se tinha, em seu tempo, sobre a pena e seu fundamento. Howard
teve especial importância no longo processo de humanização e racionalização das penas
(BITENCOURT, 2020).

A partir dessa nova visão que se tem sobre o cárcere, para a nova concepção
carcerária, com o objetivo de criar um ambiente em que realmente só a detenção
aconteça, e que não abarque outras finalidades. Ocorreu uma transferência na
finalidade. Antes o cárcere era um meio para a condenação, agora passa a ser a
finalidade, a própria punição.

Quando John Howard começa a pensar diferente, ele percebe que as instituições
prisionais não tinham mais condições de abrigar essa visão em relação a prisão, e
assim mudanças começam a acontecer. Apesar de não atingir mudanças significativas
na realidade penitenciária do seu país, suas ideias contribuíram muito para as teorias
posteriores.

O próximo pensador que viria a contribuir imensamente para o sistema prisional é


Jeremy Bentham (1748-4832), fundador da doutrina do utilitarismo, cujo pensamento
central consistia na ideai de que as condutadas adotadas pelos homens devem
promover a felicidade. Nesse sentido, sua finalidade era a busca da felicidade maior
por meio de uma organização pragmática da sociedade. Bitencourt (2020) explica:

Um ato possui utilidade se visa a produzir benefício, vantagem, prazer, bem-estar, e se serve
para prevenir a dor. Bentham considera que o homem sempre busca o prazer e foge da dor.
Sobre esse princípio fundamentou a sua teoria da pena. Uma das limitações que se pode
atribuir à teoria utilitária é que muitas vezes aquilo que proporciona alegria à maioria pode
não proporcioná-la à minoria. É muito difícil igualar os conceitos sobre o prazer (BITENCOURT,
2020).

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História da Instituição Penal

Assim, Bentham era adepto a uma punição proporcional, que fosse severa, que
incluísse “alimentação grosseira e vestimenta humilhante” no intuito de trazer
mudanças no caráter e nos hábitos dos delinquentes, pois considerava que a
finalidade primária da punição era prevenir delitos semelhantes no futuro. Além disso,
mostrou a importância da arquitetura penitenciária ao elaborar suas ideias sobre o
“Panóptico” (1787). Neste modelo de penitenciária, a prisão seria uma estrutura
circular com as células em sua borda e no meio vazio se encontraria a Torre de Vigia,
sempre “onipresente”.

Figura 1 - Plan of the Jeremy Bentham's panopticon prison.


Fonte: Blue Ākāśha, CC BY-SA 4.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0>, via Wikimedia Commons

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História da Instituição Penal

O panóptico, de acordo com Jeremy Bentham, é a prisão circular, cujo centro vazio
comporta somente a torre de observação em 360 graus. Todos são vigiados pelo vigia
presente nessa torre. O regime prisional é severo e rigoroso, ou seja, a disciplina
dentro dos presídios deve ser severa, a alimentação deve ser grosseira, a vestimenta
deve ser humilhante. E a concepção de Jeremy Bentham, embora rigorosa e severa
era, na verdade, um avanço dentro das instituições, tendo em vista que era melhor se
ter vestimentas humilhantes, uma alimentação grosseira e um regime severo, do que
ir para a guilhotina. Desse modo, na visão social da época, isso já representava um
avanço dentro da perspectiva da instituição prisional.

Foucault refere-se ao panóptico em sua obra “Vigiar e Punir” como uma “figura
arquitetônica” da composição de um conjunto de técnicas e instituições que
“assumem a tarefa de avaliar, controlar e corrigir os anormais” que faz com que
aqueles dispositivos disciplinares originados pelo medo da peste funcionem também
em diversas outras instâncias como mecanismos do poder.

No fundo dos esquemas disciplinares, a imagem da peste vale para todas as confusões e
desordens; do mesmo modo, a imagem da lepra, do contacto a cortar, está no fundo dos
esquemas de exclusão.

Esquemas diferentes, portanto, mas não incompatíveis. Lentamente, vemo-los aproximarem-


se; no século XIX, aplicou-se ao espaço de exclusão do qual o leproso era o habitante simbólico
(e os mendigos, os vagabundos, os loucos, os violentos formavam a população real) a técnica
de poder específica da repartição disciplinar. Tratar os “leprosos” como “pestilentos”, projetar
as divisões rigorosas da disciplina no espaço confuso do internamento, trabalhá-lo com os
métodos de repartição analítica do poder, individualizar os excluídos, mas usar processos de
individualização para marcar exclusões – isto foi operado regularmente pelo poder disciplinar
desde inícios do século XIX: o asilo psiquiátrico, a penitenciária, a casa de correção, o
estabelecimento de educação vigiada e, de certo modo, os hospitais. E, em geral, todas as
instâncias de controlo individual funcionam num modo duplo: o da divisão binária e da
marcação (louco-não louco, perigoso-inofensivo; normal-anormal); e o da determinação
coerciva, da divisão diferencial (quem é; onde deve estar; como caracterizá-lo, como
reconhecê-lo; como exercer sobre ele, de maneira individual, uma vigilância constante etc.)
(FOUCAULT, 2013).

Segundo o autor, não só as prisões que evoluíram conforme esse modelo, mas todas
as estruturas hierárquicas, nesse sentido Foucault enfatiza a questão da vigilância, de
sermos constantemente vigiados, constantemente observados para sermos punidos.

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Sistemas Prisionais

Essa visão é muito interessante, pois remete à ideia da evolução, mostrando que a
sociedade se regula por causa da vigilância.

SOCIOLOGIA APLICADA A HISTÓRIA DA INSTITUIÇÃO PRISIONAL

• Michel Foucault – Vigiar e Punir (1975)

Séc. XVIII
✓ Penas desumanas
✓ Penas Privativas de Liberdade

• John Howard – Crítica à Realidade Prisional

• Jeremy Bentham – Panóptico


Figura 2 - pensadores que contribuem para a alteração da instituição prisional.
Fonte: Núcleo Editorial Focus.

3 Sistemas Prisionais
Neste capítulo veremos alguns exemplos de sistemas carcerários na evolução histórica
da instituição prisional, que remonta ao final do século XVIII e início do século IX,
momento no qual surgiram, na cidade de Filadélfia, Pensilvânia, os primeiros presídios
caracterizados pelo sistema celular, também chamado de sistema pensilvânico ou
filadélfico. Trata-se de um sistema de reclusão total, no qual o preso ficava isolado do
mundo externo e dos outros presos em sua cela, que servia como local de repouso,
trabalho e lazer.

Em 1828 surge outro sistema, conhecido como o sistema de Auburn ou Sistema de


Nova York, que apresentava certa similaridade com o sistema da Pensilvânia no que
diz respeito à reclusão e ao isolamento absoluto, contudo, nesse novo sistema a
reclusão ocorria apenas durante à noite; durante o dia, as refeições e o trabalho eram
coletivos. A despeito disso, impunha-se regras de silêncio severas, de modo que os
presos não podiam nem se comunicar nem trocar olhares e a vigilância era absoluta.

Observe que desde as teorias de John Howard e Jeremy Bentham, que introduziam a
evolução dos sistemas, impera a preocupação com a disciplina, com as regras e com
as estruturas formais e engessadas dentro de um rigoroso processo de vigilância. A

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Sistemas Prisionais

partir da transição do século XVIII para o século IX surgiram alguns outros sistemas. A
seguir, veremos uma breve descrição desses sistemas.

3.1 Sistema Pensilvânico, Filadélfico ou Celular

O sistema pensilvânico, também chamado de sistema celular ou filadélfico era


baseado no isolamento celular absoluto, ou seja, um isolamento em menor unidade.
Neste sistema, o preso era recolhido na sua cela, ficando isolado dos demais, sem
direito a trabalhar ou a receber visita. Além disso, estimulava-se a leitura da Bíblia no
intuito de levar o preso à reflexão e ao arrependimento. Na época, dominava nos
Estados Unidos o pensamento protestante que via na leitura da Bíblia uma forma de
recondução do indivíduo a sua plenitude.

Aqui já temos o início da preocupação com o restabelecimento da ordem e com


ressocialização, embora esse termo específico não fosse utilizado. Isto é, a própria
conversão do indivíduo, que passava a ver o crime como uma coisa mal, era uma
forma de recondução.

3.2 Sistema Auburniano

O sistema auburniano é o sistema que adota a regra do silêncio absoluto, por isso
também é conhecido como Silent System. Os detendo eram proibidos de conversar
entre si, só lhes era permitido trocar algumas palavras em voz baixa com os guarda,
desde que tivessem autorização prévia. No entanto, essa rigidez de silêncio acarretou
na criação de um sistema de comunicação entre os detentos, por meio de sinais com
as mãos ou de batidas nas paredes ou nos canos de água.

O trabalho era considerado um dos pilares do sistema auburniano. Neste sentido, não
bastava mais só a leitura da Bíblia para o condenado voltar para a sociedade, o
trabalho também passou a ser visto como um elemento essencial.

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Sistemas Prisionais

3.3 Sistemas Progressivas

O sistema progressivo coincide com a imposição definitiva da pena privativa de


liberdade, que até hoje, explica Bitencourt (2020) “continua sendo a espinha dorsal do
sistema penal atual”. A adoção do regime progressivo se dá juntamente com o
abandono dos regimes pensilvânico e auburiano.

Segundo Bitencourt, a natureza desse regime consiste em ampliar o os privilégios do


recluso de acordo com sua boa conduta e do aproveitamento do tratamento voltado
para a recondução. Para tanto, distribuía-se o tempo de condenação em períodos,
com isso surgia a possibilidade de o recluso voltar a viver em sociedade antes do
término da sua condenação. Neste sentido, o regime progressivo representou
significativo avanço penitenciário.

3.3.1 Sistema Progressivo Inglês

No sistema progressivo inglês, também conhecido como Mark System ou sistema de


vales, os detentos recebiam, diariamente, um número de marcas ou vales referentes a
trabalho e boa conduta (as más condutas geravam multas). Da soma dessas marcas
creditadas ao recluso, debitava-se a quantia de marcas referentes a alimentos e
suplementos, e o que sobrava, o excedente das marcas, representava a duração da
pena a ser cumprida. Nesse sistema, o condenado precisava receber uma quantidade
de vales proporcional à gravidade do delito antes que pudesse ser liberado.

Segundo explica Bitencourt, esse sistema dividia-se em três períodos:

1. “Isolamento celular diurno e noturno”: momento que o condenado tirava


para refletir sobre o seu delito, ou seja, era submetido a trabalho duro e regime
de alimentação escassa.
2. “Trabalho comum sob a regra do silencio”: neste período, durante o dia o
apenado era submetido ao trabalho em regime comum, com regra de silêncio
absoluto e durante à noite permaneciam segregados. Conforme a soma de
marcas ia aumentando, o detendo subia de classe, até alcançar a primeira classe
“onde obtinha o ticket of leave, passando para o terceiro período, o de liberdade
condicional”.

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Sistemas Prisionais

3. “Liberdade condicional”: a liberdade obtida neste período era limitada,


devendo o apenado obedecer a certas restrições por um período determinado.
Após esse período, ele podia obter sua liberdade de forma definitiva, desde que
não fosse determinada revogação por alguma conduta inapropriada
(BITENCOURT, 2020).

3.3.2 Sistema Progressivo Irlandês

O sistema progressivo irlandês foi introduzido nas prisões da Irlanda pelo diretor
Walter Crofton, como uma forma aperfeiçoada do sistema progressivo inglês, com a
ideia de “prisões intermediárias”, um quarto período que o detendo deveria cumprir
antes de conquistar a liberdade condicional, caracterizado como um período em que
se testaria a aptidão do apenado para o regresso à sociedade.

Neste sistema, o período de reclusão celular diurna e noturna, assim como o de


reclusão noturna e trabalho diurno, ocorriam nos mesmos termos do sistema
progressivo inglês; contudo, antes do período de liberdade condicional, o apenado
passava pelo período intermediário, ocorria em prisões especiais, alternando entre
liberdade condicional e trabalhos no exterior do estabelecimento, “preferencialmente
agrícolas”.

Nesse período — que foi a novidade criada por Crofton — a disciplina era mais suave, e era
cumprido “em prisões sem muro nem ferrolhos, mais parecidas com um asilo de beneficência
do que com uma prisão”. Muitas vezes os apenados viviam em barracas desmontáveis, como
trabalhadores livres dedicando-se ao cultivo ou à indústria (BITENCOURT, 2020).

3.4 Sistema de Correção – Sistema de Elmira

O reformatório de Elmira surgiu na cidade de Nova York, em 1869, baseado no sistema


progressivo irlandês. O grande diferencial desse sistema é a prática diária de exercícios
físicos que foi implementada no intuito de recuperar os reclusos. O sistema a que eram
submetidos os presos era muito próximo dos sistemas progressivos, porém, além do
direito ao livramento condicional, eles também recebiam uma quantia de dinheiro
para garantir a sobrevivência nos primeiros dias de livramento, e tinham a obrigação
de exercer um ofício e manter a disciplina.

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Sistemas Prisionais

Embora o reformatório admitisse apenas pessoas com idade entre 16 e 30 anos, que
cometiam crimes pela primeira vez e o sistema de seleção para admissão fosse muito
rigoroso, a superlotação chegou a três vezes mais que sua capacidade original,
atingindo, no ano de 1899, 1.500 reclusos para 500 celas. Assim, em 1915, o sistema
entra em decadência juntamente com outros sistemas existentes nos Estados Unidos.
Este é um dos primeiros registros de superlotação nos sistemas penitenciários.

3.5 Sistema de Montesinos

O Sistema Montesinos foi criado pelo Coronel Manoel Montesino de Molina que
passou três anos preso em um estabelecimento prisional militar na França, após ser
capturado durante a Guerra da Independência (1800).

Ao assumir a diretoria do presídio de Valência, no ano de 1834, constatou que mesmo


diante das evoluções trazidas pelas reformas do século XVIII as penas privativas de
liberdade ainda não garantiam a preservação da dignidade das pessoas. Assim,
implementou diversas mudanças como um sistema de trabalho remunerado, a
abolição do sistema circular e do castigo corporal, e com isso conseguiu reduzir o
índice de reincidência, que girava em torno de 30 a 35%, para 1%.

3.6 Sistema Borstal

O Sistema Borstal, originado na Inglaterra, semelhantemente ao Sistema de Elmira,


destinava-se a jovens entre 16 e 21 anos de idade que cometiam delitos. Esse sistema
foi inaugurado quando, em 1902, um grupo de jovens presos na prisão Borstal, que
ficava localizada no Condado de Kent, se deslocaram para a cidade de
Nottinghamshire e construíram lá uma espécie de moradia para eles e para os jovens
que viessem a ser presos no futuro. Neste ambiente a vigilância era reduzida e os

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Sistemas Prisionais no Brasil

detentos podiam ter maior contato com pessoas de fora. Por esse motivo, esse sistema
é considerado o embrião do regime penitenciário aberto. Não só os presos concebiam
aqueles espaço de moradia como uma prisão, como a ideia foi muito bem acolhida
pela comunidade, de modo que posteriormente, o Governo apoiou a implementação
de outras unidades com o mesmo perfil para jovens delinquentes.

Assim temos a evolução dos sistemas que acabaram contribuindo para nossa
concepção atual, contemporânea, dentro da história da instituição prisional. O Brasil
também passa por uma evolução dentro desse sistema nas nossas prisões que vinham
desde o período colonial, passando pelo século IX, chegando ao século XX, e à
situação contemporânea.

4 Sistemas Prisionais no Brasil


Wagner Engbruch e Bruno Morais di Santis (2012) explicam que no Brasil, o sistema
punitivo só começou a ser reajustado em 1824, com o advento da Constituição Política
do Império do Brasil, quando foram banidas algumas penas mais cruéis, como a de
açoite e tortura e determinado que as prisões fossem mantidas em melhores
condições, limpas e seguras, e separação dos réus acontecesse de acordo com a
natureza dos seus crimes. Com a publicação do Código Criminal do Império, em 1930,
a pena de prisão passa a ocorrer de duas formas: simples ou com trabalho (que pode
ser perpétua). Até esse momento, não havia implementação de nenhum sistema
penitenciário específico.

Os debates quanto à aplicação de sistemas estrangeiros no Brasil inicia por volta do


ano de 1850 e 1852, concomitantemente à inauguração da Casa de Correção do Rio
de Janeiro e de São Paulo, diante dos diversos relatórios elaborados pela comissão
encarregada de fazer visitas nas prisões, instituídas por Lei Imperial, que criticava a
precariedade dos estabelecimentos prisionais. O principal sistema que influenciou
essas prisões foram o Sistema Pensilvânico e Auburniano, com o modelo panóptico.
Embora representasse uma grande evolução no sistema penitenciário Brasileiro, esse
modelo não influenciou, contudo, as demais prisões no país, que mantiveram as
condições precárias e o tratamento violento.

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Sistemas Prisionais no Brasil

Na sequência, em 1980, sob a influência de doutrinas norte-americanas e europeias e


com a publicação do Código Penal, o país implantou o sistema progressivo irlandês,
abolindo algumas penas, tais como as penas de morte e penas perpétuas. Nesse
momento, foram adotados quatro tipos de prisões:

▪ Prisão celular (ou em cárcere);


▪ Prisão em estabelecimentos militares;
▪ Prisão cumprida em penitenciárias agrícolas;
▪ Prisão cumprida em estabelecimentos industriais.

Hoje, existem quatro tipos de unidades prisionais no Brasil, as penitenciárias que


abrigam os condenados em regime fechado; as colônias agrícolas, industriais ou
similares; a casa do albergado e a cadeia pública.

4.1 Penitenciárias

As penitenciárias são locais destinados a abrigar os condenados em regime fechado,


segundo disposição da Lei de execução penal – LEP, as celas das penitenciárias devem
ser salubres, com área mínima de seis metros quadrados e dormitório e banheiros
individuais; deve ser localizadas em pontos distantes das áreas urbanas, mas propiciar
condições para que os presos recebem visitas.

Ainda, de acordo com o art. 87 da LEP, a União e os Estados poderão construir


penitenciárias destinadas exclusivamente “aos presos provisórios e condenados que
estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado”, que é o
regime mais rígido existente na legislação, aplicados apenas a indivíduos de alto risco.

Hoje existem cinco estabelecimentos prisionais Federais de segurança máxima, que


abrigam preso de alta periculosidade ou que têm participação com o crime
organizado, são elas:

▪ Penitenciária Federal de Brasília – Distrito Federal


▪ Penitenciária Federal de Catanduva – Paraná;
▪ Penitenciária Federal de Campo Grande – Mato Grosso do Sul,
▪ Penitenciária Federal de Porto Velho – Rondônia;

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Sistemas Prisionais no Brasil

▪ Penitenciária Federal de Mossoró – Rio Grande do Norte.

4.2 Colônias agrícolas, industriais e similares

Além das penitenciárias, existem ainda as colônias agrícolas, industriais e similares,


que são instalações voltadas para abrigar condenados no regime semiaberto. As
disposições da LEP em relação a esses estabelecimentos consistem nas seguintes:

Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os


requisitos da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.

Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:

a) a seleção adequada dos presos;

b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.

Conforme explica Bitencourt, “no regime semiaberto, o trabalho externo é admissível,


desde o início de seu cumprimento, inclusive na iniciativa privada, ao contrário do que
ocorre no regime fechado” (2020), podendo, inclusive, frequentar curso
profissionalizante ou superior, enquanto cumpre pena. Tanto o trabalho quanto o
estudo contribuem para a “remissão da pena” e “progressão de regimes”.

4.3 Casa do Albergado

Um terceiro tipo de estabelecimento prisional previsto na LEP é a casa do albergado,


que abrigam os condenados que cumprem o regime aberto ou condenados com pena
de limitação de fim de semana. Conforme prevê o Código Penal (art. 36) “o regime
aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado. O
condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, frequentar
curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
período noturno e nos dias de folga”.

Contudo, “o condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido

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Conclusão

como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo não pagar a multa
cumulativamente aplicada”.

A casa do albergado caracteriza-se também por não apresentar obstáculos físicos


contra a fuga do condenado, porém, frequentam a casa presos com boa conduta e
que oferecem pouco risco a sociedade.

4.4 Cadeia Pública

A cadeia pública é uma unidade específica destinadas ao preso em regime provisório,


ou seja, que estão aguardando a sentença. Esses estabelecimentos devem ficar
localizados próximos aos centros urbanos para que o preso não fique muito distante
do seu meio social e familiar.

5 Conclusão
Neste módulo vimos um panorama geral da evolução dos sistemas prisionais no
ocidente e no Brasil e pudemos observar que a Sociologia aplicada ao sistema
carcerário ou ao entendimento das questões de segurança na sociedade procura
estudar hipóteses e soluções que possam ajudar na ressocialização do indivíduo e na
criação de um ambiente em que a ordem social possa ser reestabelecida.

6 Referências
BITENCOURT, C. R. Tratado de Direito Penal. – 26. ed. – São Paulo: Saraiva Educação,
2020.

CASTRO, C. Textos básicos de Sociologia: de Karl Marx a Zygmunt Bauman. Rio de


Janeiro: Zahar, 2014.

ENGBRUCH W.; DI SANTIS, B. M. A evolução histórica do sistema prisional e a


Penitenciária do Estado de São Paulo. In: Revista Liberdades, n. 11, 2012.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Lisboa: Edições 70, 2013.

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