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A construção do nacionalismo
em São Tomé e Príncipe
Renato Pignatari Pereira
renato_pignatari@klepsidra.net
Bacharel em História pela USP
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O presente trabalho tem por objetivo compreender as questões nacional e colonial em São
Tomé, mais precisamente, entender a falta de um sentimento nacional anterior à
independência. Para tanto, foi basicamente utilizada a bibliografia final.
Num segundo momento, aspectos dessa história serão analisados. Não serão trabalhadas
as relações entre grupos políticos, no caso o MLSTP (Movimento de Libertação de São
Tomé e Príncipe) e a questão nacional.
Vários grupos humanos uniramse para formar a população do arquipélago: europeus (em
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sua maior parte degredados), filhos de judeus e escravos originários da costa africana; São
Tomé foi importantíssimo entreposto comercial.
Entretanto, a derrota do rei Amador não caracterizaria o fim das resistências, as quais
teriam continuidade por todos os séculos seguintes. Vale ressaltar que o incidente do rei
Amador também foi utilizado na posterior construção de uma pretensa nacionalidade.
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Após a anterior exposição dos fatos e de aspectos da questão colonial, passamos agora à
análise que buscará mostrar que, mesmo em face de um passado colonial comum, não foi
possível o surgimento de um sentimento nacional sãotomense responsável pela
independência. Apesar de uma certa identidade, principalmente racial, não se pode falar em
nacionalidade.
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a independência, em vez da repartição das terras, a estrutura das roças foi mantida,
traçando desse modo a estrutura da distribuição do poder no período pósindependência.
Sem dúvida, o arquipélago de São Tomé e Príncipe assemelhase mais a uma sociedade
colonial, ou seja, uma sociedade que se arregimenta ao redor dos valores e do poderio da
metrópole, no caso Portugal. Se a semelhança fosse com uma sociedade crioula, onde
ocorre maior interaçãointegração entre os diversos grupos, raciais e de outros matizes, ao
redor de valores locais, provavelmente haveria maior crescimento relativo à idéia e
sentimento de nação.
Por fim, outro aspecto que merece ser levantado é o que chamaremos aqui de
“mestiçagem”, o qual foi muito bem trabalhado por Roland Corbisier em seu prefácio ao livro
Retrato do Colonizado Precedido Pelo Retrato do Colonizador (op. cit.), de Albert Memi. De
acordo com Corbisier, o colonizado, só existe em função do colonizador, fazendo sua
imagem a oposta da dele. Entretanto, tanto colonizador como colonizado são influenciados
um pelo outro, num processo constante de mestiçagem cultural. Ao negar totalmente a raça
branca, forjando sua identidade num projeto racista de oposição e total rejeição ao branco,
o povo sãotomense perde a oportunidade de se compreender melhor em comparação ao
outro, além de, conforme dito anteriormente, encobrir uma série de diferenças sociais. Deixa
de compreender seu caráter mestiço, o qual, infelizmente, ocorreu por imposição. Daí
claramente se justifica o projeto de oposição racial, pois após anos de exploração, passase
a se odiar aquele que explorou.
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Bibliografia:
UNITAR.
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