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RGSA – Revista de Gestão Social e Ambiental

ISSN: 1981-982X
Data de submissão: 13/11/2023
Data de aceite: 12/01/2024
DOI: https://doi.org/10.24857/rgsa.v18n1-064
Organização: Comitê Científico Interinstitucional
Editora Chefe: Christian Luiz da Silva
Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS

GOVERNANÇA EM ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS: INSIGHTS NO


CAMINHO DE UMA MORFOLOGIA DO TRABALHO COLABORATIVO DA
GESTÃO SOCIAL

Welber Fernando Alves da Silva1


Fabiana Pinto de Almeida Bizarria2
Flávia Lorenne Sampaio Barbosa3
João Pedro Lopes Pacheco4
RESUMO

Objetivo: A pesquisa analisa a governança no contexto de Arranjos Produtivos Locais do Estado do Piauí, na
pesquisa da gestão social.

Referencial teórico: Em sequência, deriva-se exercício teórico sobre a ‘Morfologia do Trabalho Colaborativo da
Gestão Social’.

Método: Para tanto, foram realizadas 5 entrevistas com representantes e membros de centrais de cooperativas,
após aprovação do comitê de ética e pesquisa parecer n.º 4.955.191. Com suporte em Análise Temática Reflexiva
(ATR), com auxílio do software Atlas Ti, versão 23, foram analisados 13 temas que, por um lado, situam a cultura
de compartilhamento e, por outro, ressaltam a participação.

Resultado: Após discussão do conjunto temático, propõe-se que dentre os princípios da gestão social, em reflexão
sobre governança em ALs, a ação humana colaborativa pode mobilizar uma Morfologia do Trabalho Colaborativo
da Gestão Social.

Conclusões: Tal discussão não encerra outros caminhos de análise, como os loci de enunciação dramatizam o
exercício consensual em variadas frentes, como a subalternidade e a interseccionalidade.

Implicações da pesquisa: Análises sobre o discurso como prática social que institucionaliza o fazer coletivo como
princípio, centrado em interesses consensuais, que fortalecem a organização dos processos e fluxos de trabalho
(planejamento, coordenação e controle coletivos).

Originalidade/valor: Apresentação de um insight teórico no caminho de uma Morfologia do Trabalho


Colaborativo da Gestão Social.

Palavras-chave: Ação Humana Colaborativa, Cooperativa, Consenso, Subalternidade, Interseccionalidade.

1
Universidade Federal do Piauí – UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: welberfernando@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4531-4703
2
Universidade Federal do Piauí – PPGP/ UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: bianapsq@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8365-8593
3
Universidade Federal do Piauí – UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: flsbarbosa@ufpi.edu.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4804-9538
4
Universidade federal do Piauí – UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: joaopedropchc@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0009-0004-2333-8714

Rev. Gest. Soc. Ambient. | Miami | v.18.n.1| p.1-20 | e04760 | 2024.

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Governança em Arranjos Produtivos Locais: Insights no Caminho De Uma Morfologia do Trabalho
Colaborativo da Gestão Social
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GOVERNANCE IN LOCAL PRODUCTIVE ARRANGEMENTS: INSIGHTS ON THE ROAD TO A


MORPHOLOGY OF COLLABORATIVE WORK IN SOCIAL MANAGEMENT

ABSTRACT

Objective: The research analyzes governance in the context of Local Productive Arrangements in the state of
Piauí, in the context of social management research.

Theoretical framework: A theoretical exercise on the ‘Morphology of Collaborative Work in Social


Management’ is derived.

Method: To this end, 5 interviews were conducted with representatives and members of central cooperatives, after
approval by the research ethics committee, under opinion n.º 4.955.191. With the support of Reflective Thematic
Analysis (RTA), using Atlas Ti software, version 23, 13 themes were analyzed which, on the one hand, situate the
culture of sharing and, on the other, highlight participation.

Results: After discussing the thematic set, it is proposed that among the principles of social management, in
reflection on governance in LAs, collaborative human action can mobilize a Morphology of Collaborative Work
in Social Management.

Conclusions: This discussion does not close off other avenues of analysis, as the loci of enunciation dramatize
consensual exercise on various fronts, such as subalternity and intersectionality.

Research implications: Analyzes of discourse as a social practice that institutionalizes collective doing as a
principle, centered on consensual interests, which strengthen the organization of processes and workflows
(collective planning, coordination and control).

Originality/value: Presentation of a theoretical insight on the road to a Morphology of Collaborative Work in


Social Management.

Keywords: Collaborative Human Action, Cooperative, Consensus, Subalternity, Intersectionality.

RGSA adota a Licença de Atribuição CC BY do Creative Commons (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

1 INTRODUÇÃO

Os Arranjos Produtivos Locais (APLs), ou aglomerações produtivas territoriais de


agentes econômicos, políticos e sociais, são sistemas complexos inter-relacionamentos que
contribuem para o desenvolvimento local e regional (Cassiolato & Lastres, 2003; Ferreira et al.,
2011; Dias, 2011; Schlemper, Marini & Bernartt, 2016; Fuini, 2013; Costa, 2017; Oliveira,
2021), que incluem a participação e a interação de empresas, em seus diversos portes e tipos,
além de instituições públicas e privadas (Albagli & Brito, 2003).
Em números representativos, Costa (2017) afirma que no Brasil os APLs aumentaram
de 499 em 2002 para 785 em 2015, distribuídos em 59 setores produtivos, situados em 2.175
municípios brasileiros. Pode-se verificar que o Nordeste é a região com maior número de APLs
(328), seguido pela região Sudeste (204), em terceiro, a região Norte (122) e, em quarto, a
região Centro-Oeste (104), e, em último, a região Sul, com 80 APLs (Siqueira et al., 2021).
Ademais, Lima, Deponti e Karnopp (2017), informam que a partir da Rede de Pesquisa sobre
Sistemas Locais de Inovação (RedeSist) foram identificados no Piauí 30 arranjos produtivos, 8
deles localizados em municípios sertanejos.

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Ao longo do tempo, estudos sobre APLs enfatizam o desenvolvimento local e o


desenvolvimento regional (Ferreira et al., 2011; Fuini, 2013; Schlemper, Marini & Bernartt,
2016), a aprendizagem (Pessoa Neto et al., 2018; Lastres & Cassiolato, 2003), a modelagem
de relacionamentos (Antero et al., 2017; Baiardi, 2008; Castro & Gonçalves, 2014), a inovação
(De Freitas et al., 2017), as políticas públicas (Barroso & Soares, 2009; Jacometti et al., 2016;
Malagolli & Paulillo, 2013; Paschoalotto, 2020; Tizziotti, Truzzi & Barbosa, 2019),
sustentabilidade (Alvarenga et al., 2013; Iizuka, Goncalves-Dias & Aguerre, 2012) e a
governança (Farina, 2017).
A governança, por exemplo, tem um papel relevante nesse contexto, pois permite que o
aglomerado produtivo tenha mecanismos de coordenação e participação em processos
decisórios e entre os diferentes atores envolvidos, haja vista estar associado à construção de
identidades e vínculos territoriais, a partir de uma base social, cultural e econômica comum
(Teixeira et al., 2006), alicerçado pela relação de proximidade geográfica potencializando
ganhos e resultados (Cassiolato & Szapiro, 2003).
Neumann et al. (2011) e Patias (2017) destacam que os APLs devem ter práticas
democráticas locais por meio de intervenção e participaçãode diferentes categorias de atores
(Estado, em seus diferentes níveis, empresas privadas locais, cidadãos e trabalhadores,
organizações não governamentais, etc.) nos processos de decisão das diversas atividades que
envolvem a organização dos processos produtivos e de disseminação de conhecimentos
(Albagli & Brito, 2003). Para tanto, a complexidade de uma estrutura de governança de APL é
justificada por demandar grandes interações, negociações nas áreas produtivas, tecnológicas e
comerciais, visando gerir assuntos de interesse da coletividade envolvida no aglomerado,
expressa na tomada de decisões de forma participativa e compartilhada (Patias,2017).
Villela e Pinto (2009) entendem governança como um processo de coordenação de
atores, de grupos sociais, de instituições ou de redes empresariais para alcançar objetivos
discutidos e definidos coletivamente. Nessa direção, Villela e Pinto (2009) afirmam que APLs
devem, teoricamente, elaborar uma governança capaz de conciliar interesses, nem sempre
convergentes, dos diferentes atores; planejar conjuntamente e executar ações cooperadas que
promovam o desenvolvimento de suas atividades empresariais e do local no qual se radicou.
Nota-se que envolve um processo de discussão e diálogo com o poder público, mercado e
sociedade civil, sugerindo resposta plausível às fragilidades da ação do Estado na transformação
de uma realidade social eivada de necessidades prementes.
Dito isso, governança de um APL, de acordo com Lastres e Cassiolato (2005),
possibilita sustentabilidade aos pequenos negócios, por meio de interação, cooperação e
articulação, com ênfase em uma perspectiva comportamental (Patias et al., 2017) e
organizacional eficiente de gerenciamento (ERBER, 2008), voltadas à viabilização de
interesses em comum (Fuini, 2013), contribuindo com os níveis de confiança e credibilidade
entre os atores locais e regionais, com ação integrada entre os atores e sistemas cooperativos
(Neumann et. al.,2011) buscando um consenso entre um conjunto de metas organizacionais e
uma visão comum de futuro (Patias et al., 2017).
Para sistematizar a governança, considerando a diversidade de objetivos, interesses e
recursos envolvidos nos APLs, é necessário haver transparência (divulgação de regras e
procedimentos a serem seguidos), patrimônio (partilha coletiva dos benefícios e custos),
inclusão (envolvimento de todos os atores), eficiência (simplificação dos procedimentos, menos
burocracia, melhor delimitação de responsabilidades) e consenso (capacidade de mediação dos
interesses) (Neto & Serrano, 2011). Portanto, representa uma forma de organização política e
institucional do território, como condutora de processos de articulação, diálogo, negociação e
pactuação entre atores dos diferentes níveis.

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Contudo, Tenório (2008) enfatiza o papel dos cidadãos (individuais ou organizados em


formas associativas) no que tange à identificação de problemas, e, também, na formulação,
elaboração e avaliação dos resultados, por meio da participação efetiva dos diferentes grupos
de interesse nas decisões. No mesmo caminho, Villela e Pinto (2009) afirmam que a governança
é uma gestão compartilhada de processos decisórios que conduz, a partir do consenso, as
deliberações de uma dada rede, objetivando articular e facilitar ações do projeto de
desenvolvimento traçado pelos próprios participantes, devido ao engajamento participativo dos
envolvidos (representantes do Estado, da sociedade civil e/ou das empresas) em prol do
desenvolvimento territorial, orientado pela gestão social (Tenório, 2008).
Nessa perspectiva, Villela e Pinto (2009) sustentam que as APLs, viabilizam práticas
comunitárias transformadoras e dialógicas, possibilitando aproximação conceitual da gestão
social, que referencia a tomada de decisão coletiva, sem coerção, baseada na inteligibilidade da
linguagem, na dialogicidade e no entendimento esclarecido como processo, na transparência
como pressuposto e na emancipação, enquanto fim último (Cançado, Tenório & Pereira, 2011).
Assim, a pesquisa visa analisar o processo de governança no contexto de APLs do Estado do
Piauí, na pesquisa da gestão social. Em sequência, busca-se teoricamente apresentar exercício
propositivo sobre a ‘Morfologia do Trabalho Colaborativo da Gestão Social’.
Para tanto, segue-se o caminho de Antunes (2014, p. 14), que, ao estudar o mundo do
trabalho, apresenta uma “nova morfologia do trabalho pautada pela precarização e pela
superexploração do trabalho dentro da agroindustrial”. Assim, considerando a Gestão Social e
a Governança em contexto laboral alternativo às concepções de base mercadológica,
compreende-se que o insight proposto suscita reflexões sobre outras possibilidades de análise
sobre o mundo do trabalho.

2 GESTÃO SOCIAL EM AGLOMERAÇÕES PRODUTIVAS

Arranjo Produtivo Local (APL) relaciona-se à dimensão territorial, bem como a


cooperação entre empresas e atores, constituindo as aglomerações produtivas (Cassiolato,
Palhano & Machado, 2002; Lastres & Cassiolato, 2005). Nos últimos anos, a dimensão espacial
é enfatizada por pesquisadores, no sentido de compreender osurgimento de aglomerações que
favorecem o desenvolvimento regional (Dias, 2011).
Lira et al. (2013) destacam que por meio dos APLs organizações têm a possibilidade de
ter acesso a recursos, conhecimento, qualificação e demais fatores que não conseguiriam obter
facilmente sozinhas. Para o Sebrae (2015), a definição de APL abrange aglomerações de
empresas localizadas em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva e
mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem com outros atores locais
tais, como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.
Querino (2018) lembra que na literatura estrangeira não se encontra a nomenclatura
APL, sendo exclusivamente utilizada por pesquisadores brasileiros, com contribuições da Rede
de Pesquisa sobre Sistemas Locais de Inovação (RedeSist), que, desde os anos 1990,
desenvolvem pesquisas sobre meios inovadores e sistemas nacionais e locais de inovação.
Nesse contexto, instituições de apoio e fomento como Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),
com consultorias especializadas, lançaram as próprias definições voltados para interesses
específicos (Fuini, 2013).
Nesse sentido, Castanhar (2006) afirma que nessas aglomerações, as micro, pequenas e
médias empresas exercem um papel central. Além disso, as políticas públicas voltadas tanto
para o apoio ao desenvolvimento regional quanto para o desenvolvimento de ciência e
tecnologia, como a própria política industrial, cada vez mais utilizam essas aglomerações

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empresariais como objeto (e instrumento), complementando e, eventualmente, substituindo


abordagens baseada em setores ou empresas individuais.
Em 2004, houve sua oficialização pelo Governo Federal de políticas públicas voltadas
para os APLs (Fuini, 2013), voltada ao desenvolvimento econômico e estímulo à
competitividade de micro e pequenas empresas. Nesse contexto, os APLs foram incorporados
aos planos plurianuais do Governo Federal (2004-2007/2008-2011) e, se encontra, dependente
de articulações subnacionais estaduais para sua efetivação. Nesse contexto, APLs são entendido
como: um grupo de agentes “orquestrados” por um grau de institucionalização explícito ou
implícito ao aglomerado que buscam como finalidade, harmonia, interação e cooperação
(Costa, 2010, p. 127).
Amaral (2011) que define os laços das empresas com agentes institucionais locais como
característica importante, necessários à produção social e à estabilidade da aglomeração e ao
suporte financeiro de agências e organismos públicos. Os APLs se caracterizam por apresentar
fatores relacionados a coletividade, confiança, solidariedade entre outros. Assim, o
fortalecimento da confiança como fator social (Lastres et al., 2003), é essencial para o
atendimento de interesses coletivos, sendo a governança um dos mecanismos que ajuda no
controle e comando da rede, incluindo práticas democráticas de intervenção e participação de
diferentes atores (Villela & Pinto, 2009, Querino, 2018; Antero et al., 2016).
O cooperativismo, nesse contexto, na forma da Lei de n.º 5764/1971, com natureza
jurídica própria e civil, não sujeita a falência, representa um grupo de pessoas que se unem por
razões diversificadas, mas com um único propósito criada prestação de serviço aos seus
associados que são sócios igualitários (Santos; Roquete, 2013; Martin et al., 2019; Webering,
2020). Nesse contexto, além de surgir como uma ferramenta de coalização de interesses e
unificação de propósitos, é observado como foco de estudos relacionados aos APLs (Sampaio,
Marini & Lavarda, 2021).
O objetivo das cooperativas não é centrado no lucro, mas melhorar as condições de vida
de seus membros, com ênfase em valores como: democracia, ajuda mútua, igualdade,
autonomia, solidariedade, responsabilidade e equidade (Schmidt & Perius, 2003; Sapovicis &
Souza (2004). Dessa forma, diferindo das empresas comerciais, os cooperados são, ao mesmo
tempo, beneficiários e prestatários dos serviços, corresponsáveis pela criação, desenvolvimento
e sobrevivência e gestão da organização (Araújo, 1982, Junqueira & Trez, 2005). Assim, a
gestão social, pode ser reconhecida no campo das cooperativas a partir da definição de objetivos
em comum, que, na perspectiva de Pereira e Cançado (2018) envolvem sete princípios: livre
adesão, gestão democrática, educação dos membros, retorno pro rata das operações, juros
limitados ao capital, vendas a dinheiro e cooperativização global.
Cassiolato e Lastres (2005) destacam que em APLs a governança refere-se aos
diferentes modos de coordenação, incluindo organização dos fluxos de produção e
comercialização, participação e intervenção nos processos de decisão de diferentes atores,
envolvendo, também, o processo de geração, disseminação e uso de conhecimentos (Sacomano
Neto & Paulillo (2012), em prol do desenvolvimento (Villela & Pinto, 2009). Mecanismos de
governança, contribuem com o desenvolvimento da localidade, pois auxiliam no gerenciamento
de possíveis conflitos oportunistas, nas relações entre os agentes e na cooperação entre eles
(Chen, 2011).
Mas, como ressaltam Patias et al. (2017), Tahim e Araújo, (2014), Bocquet e Mothe
(2015) a construção de uma estrutura de governança em um APL pode ser considerada
complexa, pois demanda intensas interações e negociações entre os atores envolvidos,
demandando suporte dialógico que permita interações e relações entre os membros envolvidos.
Nesse sentido, Torre (2006) e Yaqub (2010) Fuini (2013) demonstram que a governança
pautada na ação coletiva, nas relações contratuais bem estruturadas e na confiança

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organizacional tende a trazer eficiência ao APL, também influenciada por características


específicas a cada realidade territorial local.
A confiança também relaciona-se à capacidade de comando e coordenação que certos
agentes exercem sobre as inter-relações (produtivas, comerciais e tecnológicas) que influencia
o desenvolvimento do arranjo e incentiva a legitimidade da tomada de decisões de forma
participativa e compartilhada, engajamento de todos os atores presentes no APL em
deliberações conjuntas (Villela & Pinto, 2009). Gussoni, Weise e Medeiros (2015) afirmam que
a participação dos atores os tornam conhecedores da realidade do APL e das possibilidades de
melhorias a serem feitas (Dias & Paiva, 2015).
Defende-se, portanto, uma governança com gestão social, em observância ao interesse
coletivo, viabilizando a governança democrática entre os distintos atores pertencentes ao
território em prol da dinamização econômico-produtiva das localidades (Kronemberger, Villela
& Zani, 2012). Tenório (2008) aborda que no exercício da gestão social, existem os caminhos
para a viabilizar o aspecto de governança democrática territorial. A gestão social enfatiza a
participação de atores e caracteriza o APL como uma de suas modalidades, sendo visto como
um espaço em que os atores têm condições de participar das deliberações, em prol do bem
comum (Villela & Pinto, 2009). A gestão social é prioritariamente abordada em referência às
políticas sociais com ênfase na gestão democrática participativa (Tenório, 2008), com ênfase
em quatro pilares: Estado-sociedade, capital-trabalho, gestão estratégica e gestão social, bem
como de cidadania deliberativa, categoria que pode intermediar a relação entre estes pares de
palavras (Teixeira, Araújo & Pimentel, 2010).
Tenório (2008) afirma que no campo das relações trabalho-capital, o processo de gestão
será dialógico a partir do momento em que a decisão for submetida à coordenação intersubjetiva
de saberes (tácitos ou não) entre os diversos sujeitos sociais envolvidos em questão. Na relação
sociedade-Estado, entende-se que a gestão social se efetiva quando governos e
institucionalizam modos de elaboração de políticas públicas que não se refiram ao cidadão
como “alvo”, “meta”, “cliente” de suas ações ou, quando muito, avaliador de resultados, mas
sim como participante ativo no processo de elaboração dessas políticas.
Teixeira, Araújo e Pimentel (2010) destacam que inverter os termos Estado-sociedade
e capital-trabalho, para sociedade-Estado e trabalho-capital promove uma alteração
fundamental, sinalizando que a sociedade e o trabalho devem ser os protagonistas dessa relação,
quando historicamente o inverso tem prevalecido. Nesse caminho, a gestão estratégica
representa aquela atua determinada pelo mercado, guiada pela competição, onde o outro deve
ser eliminado e o lucro é seu motivo. Em oposição, a gestão social deve ser determinada pela
solidariedade, guiada pela concordância, na qual o outro deve ser incluído e a solidariedade o
seu motivo.
Tenório (2008) infere a relação da racionalidade comunicativa, proposta por Habermas,
como uma perspectiva próxima da gestão social, pois nesse contexto de racionalidade faz-se
presente elementos como dialogicidade, intersubjetividade e o entendimento. A racionalidade
utilitária carrega um agir racional orientado para os fins, enquanto o agir comunicativo enfoca
o diálogo.
Verifica-se, portanto, diferenças entre a gestão social e gestão estratégica com base em
dimensões estabelecidas por Cançado, Villela e Sausen (2016). Com ênfase na ação
comunicativa, visa o acordo negociado de forma dialógica, sem imposição ou intimidação
(Zani, 2012), a legitimidade das decisões políticas deve ter origem nos processos de discussão,
orientados por princípios como pluralismo, inclusão, igualdade participativa e autonomia do
bem comum (Tenório, 2008). O princípio da inclusão significa considerar, no processo
deliberativo, os interesses coletivos do conjunto ampliado da sociedade, sobretudo daqueles
atores tradicionalmente excluídos dos diversos sistemas de deliberação. O pluralismo, por sua

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vez, diz respeito à “multiplicidade de atores (poder público, mercado e sociedade civil) que, a
partir de seus diferentes pontos de vista, estão envolvidos no processo de tomada de decisão
nas políticas públicas” (Tenório et al., 2008, p. 11).
A gestão social valoriza a concordância, em que o outro deve ser incluído e a
solidariedade é a sua motivação, a partir de processos sociais, relações de poder, conflitos e
aprendizagem, sustentabilidade e solidariedade (França Filho, 2008; Cançado, Pereira &
Tenório, 2015). A solidariedade está ligada à interdependência e a mutualidade de interesses e
deveres, ao compromisso com o outro, à coesão social do grupo, a responsabilidade
compartilhada pelo coletivo, um diálogo intersubjetivo (Cançado, Pereira & Tenório, 2015).
O desenvolvimento da gestão social ocorre na esfera pública, potencialidades da
democracia deliberativa com o protagonismo da cidadania, na qual se sobressaem as
organizações públicas não estatais e o interesse público da sociedade, além de proporcionar
condições de emancipação dos indivíduos, formação de uma consciência crítica dos seres
humanos dotados de razão (Subirats, 2007). Nesse caminho, o bem-estar coletivo é pré-
condição para o bem-Estar individual (Tocqueville, 1998), ocasiões onde os indivíduos
percebem “[...] que dependem uns dos outros, afastando aquele sentimento egocêntrico e de
independência que os induz a confundir liberdade com autosuficiência privada” (Barbacena,
2009, p. 23).
São, portanto, categorias teóricas fundamentais da gestão social, segundo Cançado,
Pereira; Tenório (2015): democracia deliberativa, dialogicidade, emancipação, esfera pública,
interesse bem-compreendido, intersubjetividade, racionalidade, solidariedade e
sustentabilidade. A categorização sugere que a relação das práticas de gestão social exercidas
por diversos atores sociais, podem repercutir em ambiente fértil para o desenvolvimento
territorial, em especial o processo dialógico para a dinamização das relações sociais nas
localidades, onde ocorre o exercício efetivo das práticas de gestão social.
Em suma, tem-se a gestão social como processo gerencial dialógico no qual a autoridade
decisória é compartilhada entre os participantes da ação em qualquer sistema social (Tenório,
2008). O adjetivo social, qualificando o substantivo gestão, pode ser observado como o espaço
privilegiado de relações sociais no qual todos têm direito à fala, sem nenhum tipo de coação.
Assim, a prática da gestão social pode constituir o caminho para a viabilização da governança
democrática entre atores distintos e pertencentes ao território, tais como: poder público,
sociedade civil e empresariado (Kronemberger, Vellela & Zani, 2012).

3 METODOLOGIA

No sentido de alcançar os objetivos propostos, a pesquisa, de natureza qualitativa,


conforme Flick (2008) busca entender “como” e “por que” um determinado fenômeno acontece.
Especificamente os APLs do segmento de cajucultura, a partir de análise das práticas realizadas
na Central de Cooperativas de Cajucultores do Estado do Piauí (COCAJUPI) e na Central de
Cooperativas Apícolas do Semi-Árido Brasileiro (CASA APIS), situados na região sul do
estado do Piauí, região de Picos, região Centro/Sul do estado do Piauí, distanciando-se a 320
km da capital, Teresina.
A pesquisa foi conduzida seguindo as Resoluções do Conselho Nacional de Saúde n.º
466/2012 e 510/2016, com aprovação do comitê de ética e pesquisa parecer n.º 4.955.191.
Foram realizadas entrevistas semiestruturadas mediante apresentação prévia de Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, com duração média de 60 minutos. Participaram 1 (um)
representante de cooperativa (Entrevistado C) singular e 2 (dois) produtores cooperados
(Entrevistado D; Entrevistado E) para que participassem do estudo, totalizando 5 entrevistados,
sendo 4 (quatro) da central de cooperativas COCAJUPI e 1 (um) da Central de Cooperativas

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CASA APIS. Foram entrevistados: presidente, Diretor, representante de cooperativa singular e


associados.
No que tange à análise dos dados, o nome dos participantes foram subtraídos para
preservar a sua identidade. Empreendeu-se Análise Temática Reflexiva (Braun & Clarke,
2019), considerando maior ênfase na centralidade da subjetividade e da reflexividade do
investigador, que, em referência ao processo de codificação recursivo para o desenvolvimento
de temas. Para Braun & Clarke (2019), os temas não emergem passivamente dos dados ou da
codificação, são histórias criativas e interpretativas sobre os dados, produzidas na intersecção
dos pressupostos teóricos do pesquisador, de seus recursos e habilidades analíticas e dos
próprios dados.
Para realizar a AT, o Atlas (Archiv fuer Technik Lebenswelt und Alltagssprache) TI
(Text Interprataion) facilitou a formação das categorias para o exame, haja vista que os
relatórios produzidos pelos softwares favorecem a análise circular dos dados, ensejando
insights durante toda a pesquisa (Bandeira-De-Melo, 2006). Além da rede semântica, também
foi utilizado o diagramas Sankey, para apresentar fluxos de dados e conexões entre os temas.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Considerando o processo de codificação realizado com suporte no Atlas Ti, versão 23,
no sentido de temas reflexivos relacionados ao objetivo da pesquisa, a rede temática evidencia
códigos definidos com nucleares para algumas discussões teóricas relacionadas à pesquisa. A
partir da rede temática, amplia-se compreensão sobre os temas a partir do quadro x, em que são
apresentados segmentos de textos relacionados aos subtemas, ampliando a compreensão sobre
temas e as reflexões derivadas.

Figura 1 – Rede Temática


Fonte: dados da pesquisa. Output do software Atlas Ti.

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Em relação aos Temas de Análise, foram definidos os seguintes códigos pelo Atlas Ti
para análise reflexiva: (i) Cooperativismo, incluindo ‘participação ativa’, ‘colaboração’,
‘inclusão’, ‘benefícios’ e ‘sustentabilidade rural’; (ii) Desenvolvimento, incluindo ‘negócio
próprio’, ‘preço’, ‘geração de emprego’, ‘autonomia’, ‘direitos e deveres’, ‘desenvolvimento
pessoal’, ‘educação’; (iii) Comunicação, considerando os códigos ‘comunicação eficiente’,
‘liberdade de expressão’, ‘confiança’, ‘acesso à informação’, ‘relações interpessoais’; (iv)
Opiniões, com reflexão sobre ‘valorização’ e ‘compartilhamento’; (v) Trabalho em equipe, a
partir dos subtemas ‘organização da reunião’, ‘facilitação de reuniões’ e ‘divisão de tarefas’;
(vi) Motivação, com análise sobre ‘desestimulo’ e ‘fortalecimento’; (vii) Coletividade, com os
códigos ‘tomada de decisão coletiva’ e ‘preocupação com o bem-estar coletivo; (viii)
Organização, que inclui análise sobre ‘logística’, ‘organização da produção’, ‘estrutura
organizacional’, ‘reuniões’; (xix) Cultura de compartilhamento, com análise sobre ‘barganha’,
‘cultura organizacional’, ‘crescimento conjunto’, ‘curso de cooperativismo’, ‘divulgação’,
‘sentimento de pertencer’, ‘propósito compartilhado’, ‘relacionamento de confiança’; e, x)
Feedback e (xi) Participação, como códigos únicos.
A quadro 3 apresenta segmentos de texto associados aos temas e subtemas definidos por
processo de codificação no Atlas ti.

Quadro 3 Segmentos das entrevistas derivado do processo de codificação temática


Desenvolvimento
Negócio A cocajupi iniciou por conta que uma grande necessidade que tinha de agregar valor ao produto,
próprio né? A gente era muito vulnerável ao atravessador (...) dependente totalmente do atravessador. (...)
a gente melhorou essa logística, né? (...) a gente vende por um preço melhor. (...) você pode
barganhar preço.
Preço Eu tenho dito até, que comprar Castanha e vender é fácil, agora comprar castanha para processar e
vender a amêndoa aí é muito difícil, porém vale a pena porque você tá agregando valor. [...] Então
foi muito nisso na questão de geração de organizar a produção.
Geração de Hoje a gente tem aí aproximadamente 150 cooperados. Esses cooperados ativos, que colocam a
emprego sua produção...
Autonomia Tá, a estrutura em se tratando de diretoria, tem as cooperativas singulares, em que cada uma delas
tem suas diretoria, sua autonomia, e de lá, elege-se os representantes. Só que pra isso, como eu
vou me fortalecer? Eu tenho que participar de todas as políticas da cooperativa.
Direitos e Nós mostramos que existem direitos e deveres, nós não queremos um cooperado que venha como:
deveres “ah eu vou porque fulano me chamou, porque eu vou pra ajudar ele” Não, não se trata disso. Eu
vou pra pra crescer junto, eu vou pra fortalecer e me fortalecer junto.
Desenvolvimen Só que pra isso, como eu vou me fortalecer? Eu tenho que participar de todas as políticas da
to pessoal cooperativa.
Educação A gente detalha ponto a ponto aquilo que a gente pretende fazer, nem sempre a gente atinge os
100%. Mas.. Sim, Educação. Insistir, insistir e persistir. Olha, quando a gente tiver uma base
consciente, da força que é o cooperativismo tem, ninguém segura a gente.
Cooperativismo
Participação São reuniões feitas lá na sede da COMAM, lá no município. Ele sempre divulga. A gente tem um
ativa grupo de WhatsApp, a gente é convocado. “Hoje tem reunião lá UDS (?) e tal... Quem puder
participar, não deixe de participar”. E é bem participativo... Mas é debatido realmente o assunto
que ele traz para ser [...] Sim, pro bem coletivo. Tem os que dão alguma ideia, dão a sua opinião.
Tem outros que como eu falei ali anteriormente, tem outros que ficam tímidos e não fala, mas
quando uma boa parte do pessoal sai e vai e dá a opinião dele. Ele fala a língua do agricultor pra
que possa entender da melhor forma. É necessário.
Colaboração Tem o senhor lá, que é leigo, que não sabe usar o WhatsApp, mas tem o filho, todos eles ajudam.
Tenho, tenho. Conheço. Sim. Olha, a gente tem uma cobertura muito boa da cooperativa. A gente
se beneficia fornecendo o caju, a castanha.
Inclusão Ele avisa ao grupo da cooperativa que vai haver reunião, a pauta é essa e tal... E assim todos ficam
sabendo. A via mais rápida que a gente tem hoje é esse grupo de WhatsApp com relação a
cooperativa. Facilitou demais.
Benefícios Olha, a gente tem uma cobertura muito boa da cooperativa. A gente se beneficia fornecendo o

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caju, a castanha.
Sustentabilida Principalmente em um ano, como esse ano, que de poucos frutos, pouca chuva... Aí a demanda
de rural diminui... A demanda da amêndoa, da castanha, do caju diminui. E eles ainda terminam tirando aí,
tirando uma porcentagem, não todos, alguns, tirando para o atravessador porque tá pagando mais
caro.
Cultura de compartilhamento
Barganha E isso, com a constituição da Cocajupi, a gente melhorou essa logística, né? aonde mesmo que a
gente venda para um corredor, mas o excedente, por causa do que a gente não processa toda
Castanha, mas a gente vendo pelo um preço melhor. A gente faz um volume com esse volume,
você pode para barganhar preço.
Cultura Porque é assim, você deixa de trabalhar na sua roça, pra assumir uma diretoria e aí as vezes ela
organizacional não pode ainda lhe pagar um pró-labore que compense, né? Então isso, a gente nota que tem
desestimulado um pouco, essa participação mais efetiva. Mais é questão cultural, que a gente vai
quebrando barreiras, encontrando a pessoa certa como em um quebra-cabeça, é assim.. é uma luta.
Crescimento Nós mostramos que existem direitos e deveres, nós não queremos um cooperado que venha como:
conjunto “ah eu vou porque fulano me chamou, porque eu vou pra ajudar ele” Não, não se trata disso. Eu
vou pra pra crescer junto, eu vou pra fortalecer e me fortalecer junto.
Curso de Precisa primeiro, participar de um curso de cooperativismo, onde a gente aborda dentre outras
cooperativismo coisas, a questão dos direitos e deveres. A partir de curso, se você não desistir, aí tá apto a
participar. Sim, sim. Sempre. Educação em primeiro lugar.
Divulgação E as vezes na mídia, a gente tem lá na região um espaço bem aberto na mídia, tanto rádio como
TV. Então hoje é que mais temos é isso mesmo... O feedback dos cooperados ainda falta. Sim,
sim. Criar cultura né. Porque as vezes você recebe algo, e você ler acha interessante mas fica ali.
De repente, aquela notícia é importante não só pra você, mas importante para o grupo. E aí a
pessoa pega e não transmite, né?. Não serviu de nada ela receber. Sim, sim. Enfrentamos.
Sentimento de A gente quer, que esse sentimento de pertencimento, ele possa ser mais presente, né ? quando eu
pertencer lhe digo que tem alguém que quer essa ação ou outra da cooperativa, mas essa outra não é tão
importante para ele.. é porque ele não está se sentindo dono da coisa. Ou então, ele só quer ser
dono de uma certa parte e não existe isso, a cooperativa é um todo. Isso é um aspecto que a gente
precisa trabalhar muito ainda.
Propósito É feito a prestação de contas anualmente com base na lei. E a gente sempre tem reunião, interage
compartilhado muito bem em relação a isso. Não (risos) sinceramente não. É mas a gente, sabendo do nosso
papel que nós propomos a fazer.
Relacionament E nós precisamos que eles sejam fortalecidos. Então para mim hoje. Sinceramente, não é o
o de confiança principal, não é o valor econômico que gera nessa parceria, e sim esse outro valor que é difícil
mensurar os ganhos que nós vamos ter.
Comunicação
Comunicação Aí ele faz a explanação pra gente, mesmo a gente tendo perdido a reunião. Assim, a medida do
eficiente que a cooperativa precisa, esses encontros são bem satisfatórios. Da forma que ele faz satisfaz a
cooperativa. Acho que não tem necessidade de estar... Até porque, quando aparece alguma coisa
ele logo já entra em contato com os sócios para fazer essa reunião.
Liberdade de O grupo tem aquelas pessoas que são tímidas, não gostam de falar em público, mas sempre dá a
expressão sua opinião. Vê as pessoas que quer falar e fica ali cômoda, por conta da... As vezes
envergonhado... Sim e ele diz: “Eu vou passar a palavra para o sócio e quem quiser se manifestar,
dar sua opinião... O que é que vocês acham com relação a isso e isso”. E todos têm a liberdade de
expor suas ideias e falar.
Confiança Falar de uma forma bem abrangente e que todos entendam o que ele quer passar. Eu tenho, tenho
acesso [aos registros]. Lá tem, no inicio das reuniões, tem a folha de frequência, tem pra gente
assinar. Se a gente quiser ver alguma ata... Não é só eu, é qualquer sócio. Qualquer sócio tem toda
liberdade de ver e ele é muito esclarecedor enquanto a isso também. Não muitos, não muitos. Sim,
já existe essa confiança. [...] ele, transparece, transmite essa segurança pra todos os sócios.
Acesso à Eu tenho, tenho acesso [aos registros]. Lá tem, no inicio das reuniões, tem a folha de frequência,
informação tem pra gente assinar. Se a gente quiser ver alguma ata... Não é só eu, é qualquer sócio. Qualquer
sócio tem toda liberdade de ver e ele é muito esclarecedor enquanto a isso também.
Relações [...] já teve esse embate de alguns... Porque sempre tem, né, aquelas pessoas mais espertas e já
interpessoais teve o embate desses cooperados. Fica, como se diz... Traindo a cooperativa, tirando seu produto
porque aquele atravessador botou um pouquinho a mais no seu produto, na sua castanha, no seu
caju, aí ele acha que tá vendendo ali escondido, sem a cooperativa saber e termina sabendo e isso

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é chamado atenção[...]...Aí falam: “Ah, isso aí só é bom pra ele, só se dá bem ele...”. E não deixa
de não ter essa certa ignorância dentro dos grupos de associações.... mas a medida que ele entra,
ele é informado de tudo da cooperativa.
Organização
Logística Então a cocajupi, ela surgiu com um grande desafio, que foi desde a organização da produção a
organização enquanto empresa, enquanto empresa cooperativista e partindo para um
processamento [...] A cocajupi não é só um elo da cadeia, foi mais que isso, organizar a produção,
aumentar inclusive, fazer essa logística de comercialização da matéria-prima e da Amêndoa
processada.
Organização Por exemplo, você tirava 200 toneladas de Castanha daqui que hoje a gente beneficia 200..300
da produção toneladas o que ficava aqui era apenas o valor da castanha e com o valor baixo. Hoje fica, a gente
vende a amêndoa, transforma a amêndoa e fica o valor da amêndoa e fica a mão de obra, né?
Então foi muito nisso na questão de geração de organizar a produção.
Estrutura Tá, a estrutura em se tratando de diretoria, tem as cooperativas singulares, em que cada uma delas
organizacional tem suas diretoria, sua autonomia, e de lá, elege-se os representantes da cocajupi [...] Então hoje a
cocajupi é composta de sua diretoria e seu conselho fiscal, que vem das cooperativas que fazem
parte da cocajupi. Hoje a diretoria é composta com cinco membros.
Reuniões A Diretoria já tem suas reuniões periódicas e a assembleia da cocajupi ela é composta hoje por
três membros da diretoria, três do conselho fiscal e um da base de cada cooperativa é composta
por 21 membros. A gente não tem dificuldade de se reunir não, pelo menos pra assembleias, em
diretoria, não.
Coletividade
Tomada de Com certeza, tudo que a gente confronta as opiniões e vê as dele e cada cooperado vê a do outro e
decisão termina chegando em um consenso. ... E é bem participativo. Com certeza, até porque, sem o
coletiva grupo não ter o entendimento fica difícil.
Preocupação Eu vejo ele com um olhar clínico assim pra não fazer nada que possa prejudicar o grupo. Ele deixa
com bem-estar tudo bem claro mesmo em relação a isso. Com certeza e isso chama atenção, porque... Eu acho
coletivo que isso é geral né, tem sócios que as vezes quer só pegar os benefícios, não quer se doar a nada.
Motivação
Desestímulo Nas cooperativas singulares, isso. Deixa muito a desejar, muito muito mesmo. Porque é assim,
você deixa de trabalhar na sua roça, pra assumir uma diretoria e aí as vezes ela não pode ainda lhe
pagar um pró-labore que compense, né? Então isso, a gente nota que tem desestimulado um
pouco, essa participação mais efetiva.
Fortalecimento “ah eu vou porque fulano me chamou, porque eu vou pra ajudar ele” Nâo, não se trata disso. Eu
vou pra pra crescer junto, eu vou pra fortalecer e me fortalecer junto.
Trabalho em equipe
Organização Mas é debatido realmente o assunto que ele traz para ser... Ele não toma nenhuma decisão, a não
de reuniões ser antes ouvido pelos sócios. Tem, quase todo mês tem reunião, mas tem também as reuniões que
ele antecipa... Reuniões extras que ele vai precisar da gente. Aí ele convoca a gente nessas
reuniões. Tem também a reunião quase todo mês, a gente se reúne.
Facilitação de Ele avisa ao grupo da cooperativa que vai haver reunião, a pauta é essa e tal... E assim todos ficam
reuniões sabendo. A via mais rápida que a gente tem hoje é esse grupo de WhatsApp com relação a
cooperativa. Facilitou demais.
Divisão de E só precisa a gente levar o conhecimento de que tá precisando pra fazer todo o serviço ...Mesmo
tarefas ele estando ausente, ele se faz presente por conta do WhatsApp. E resolve ou tenta resolver de
onde ele estiver.
Opiniões
Valorização Eu vou passar a palavra para o sócio e quem quiser se manifestar, dar sua opinião. O que é que
das opiniões vocês acham com relação a isso e isso. E todos têm a liberdade de expor suas ideias e falar.
Compartilha Sim, pro bem coletivo. Tem os que dão alguma ideia, dão a sua opinião. [...] tem outros que ficam
mento de tímidos e não fala, mas quando uma boa parte do pessoal sai e vai e dá a opinião dele. Ele fala a
Opiniões língua do agricultor pra que possa entender da melhor forma.
Participação
Só que pra isso, como eu vou me fortalecer? Eu tenho que participar de todas as políticas da cooperativa...Eu não
posso entrar na cooperativa por exemplo, pensando:“ Eu tô na cooperativa, mas eu só quero participar do projeto...
Enfim.. Precisa primeiro, participar de um curso de cooperativismo [...]
Feedback
Porque as vezes você recebe algo, e você ler acha interessante mas fica ali. De repente, aquela notícia é importante

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não só pra você, mas importante para o grupo. E aí a pessoa pega e não transmite, né?. Não serviu de nada ela
receber. Sim, sim. Enfrentamos.
Fonte: dados da pesquisa

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para iniciar discussão dos resultados, optou-se pela apresentação do diagrama Sankey,
recurso ilustrativo associado ao Atlas TI que habilita leitura sobre a coocorrência de códigos,
de maneira a visualizar as relações entre os dados, contribuindo com o debate sobre os
cruzamentos de sentidos entre os temas e subtemas definidos no processo de análise da
pesquisa.

Figura 2 – Diagrama Sankey


Fonte: dados da pesquisa. Output do software Atlas Ti.

Considerando o diagrama Sankey, são observadas coocorrências entre os temas cultura


de compartilhamento, desenvolvimento e feedback. Nesse sentido, observa-se que a cooperativa
possibilita sustentabilidade aos pequenos negócios, por meio de interação, cooperação e
articulação, com ênfase em uma perspectiva comportamental (Patias et al., 2017) e
organizacional eficiente de gerenciamento (Erber, 2008), voltadas à viabilização de interesses
em comum (Fuini, 2013), contribuindo com os níveis de confiança e credibilidade entre os
atores locais e regionais, com ação integrada entre os atores e sistemas cooperativos (Neumann
et. al., 2011) buscando um consenso entre um conjunto de metas organizacionais e uma visão
comum de futuro (Patias et al., 2017).
A solidariedade está ligada à interdependência e a mutualidade de interesses e deveres,
ao compromisso com o outro, à coesão social do grupo, a responsabilidade compartilhada pelo
coletivo, um diálogo intersubjetivo (Cançado, 2015, 2016). Para Santos (1997), a governança é
fundamental para o desenvolvimento sustentável, incorporado ao desenvolvimento econômico
a igualdade ética e social. Os atores participantes das aglomerações produtivas, como observado
nas narrativas, visam a alcançar sucesso profissional e, portanto, querem uma arquitetura

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política consistente, ou seja, uma governança inteligente, eficaz e eficiente, principalmente em


épocas de grandes desafios (Santos, 1997).
Para Lastres e Cassiolato (2003) a governança pode ser entendida como os meios pelos
quais as pessoas, instituições e empresas administram seus problemas, resolvem seus conflitos
e cooperam, podendo recorrer aos sistemas formais ou informais de coordenação. Em seus
princípios, verificou-se junto à COCAJUPI a busca pelo desenvolvimento sustentável e
solidário a partir de práticas dotadas de responsabilidade ambiental e social, na perspectiva de
contribuir para melhorias de condições econômicas e sociais às populações trabalhadoras do
segmento de cajucultura. E, assim, centrados nos princípios da economia solidária, colaboração
recíproca, confiança, ação coletiva, no desenvolvimento sustentável, alinhados com a visão dos
APLs (Cassiolato & Lastres, 2003; Torre; 2006; Yaqub, 2010; Villela & Pinto, 2009), formada
em sua grande maioria por famílias em situação de vulnerabilidade social, que encontraram na
apicultura sua principal fonte de sustento
Por sua vez, observa-se fluxo de narrativas em torno do trabalho em equipe, opções,
comunicação, coletividade e cooperativismo. Nesse caminho, tem-se atenção para o princípio
da inclusão, que significa considerar, no processo deliberativo, os interesses coletivos do
conjunto ampliado da sociedade, sobretudo daqueles atores tradicionalmente excluídos dos
diversos sistemas de deliberação. O pluralismo, por sua vez, diz respeito à “multiplicidade de
atores (poder público, mercado e sociedade civil) que, a partir de seus diferentes pontos de vista,
estão envolvidos no processo de tomada de decisão nas políticas públicas” (Tenório et al., 2008,
p. 11).
Segundo Pereira e Cançado (2018) o aspecto participativo é um dos maiores problemas
que afetam a organização interna das cooperativas brasileiras, em função de baixa presença dos
associados em assembleias e a falta de participação em todas as instâncias de decisão das
cooperativas. Assim, para que a participação consciente dos associados ocorra, é necessária a
utilização de metodologias de intervenção que os conduzam a uma reflexão crítica sobre o seu
papel na organização e o seu papel da organização na sociedade local, regional e global. Essa
tema ganha maior centralidade representando importante fluxo de narrativas.
Ao passo que a governança representa um processo de coordenação de atores, grupos
sociais e de instituições com vistas a realizar objetivos definidos e discutidos previamente
(Bonnal & Maluf, 2009), observa-se que a central de cooperativa apresenta em seu estatuto e
estrutura, princípios do cooperativismo, tais como: reciprocidade, confiança mútua,
participação, dialogicidade, entre outros. Por tratar-se de uma central de cooperativas, os
mecanismos clássicos da governança da COCAJUPI direcionam, especialmente, para estrutura,
fatores cooperativos, participação e outros, incluindo princípios como autogestão democrática,
transparente, colaborativa, cooperativa e participativa, sobretudo dos representantes das
cooperativas singulares.
No contexto do entendimento de Sachs et al. (2012) verifica-se que a governança, sendo
a assembleia-geral órgão máximo deliberativo, contempla os interesses da coletividade através
de mecanismos de coordenação, ação coletiva, cooperação, estrutura, interação, intervenção em
processos e, sobretudo, garantindo o caráter participativo das cooperativas singulares, o que
converge com as diretrizes apresentadas por Cassiolato e Lastres (2003); Torre (2006); Yaqub
(2010); Fuini (2013); Villela e Pinto (2009); Lastres e Cassiolato (2005); Patias et al. (2017);
Justen et al. (2015); Bocquet e Mothe (2015); Cassiolato e Lastres (2005); Sacomano Neto e
Paulillo (2012).
Teixeira, Araújo e Pimentel (2010) destacam que inverter os termos Estado-sociedade
e capital-trabalho, para sociedade-Estado e trabalho-capital promove uma alteração
fundamental, sinalizando que a sociedade e o trabalho devem ser os protagonistas dessa relação,
quando historicamente o inverso tem prevalecido. A gestão social deve ser determinada pela

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solidariedade, guiada pela concordância, na qual o outro deve ser incluído e a solidariedade o
seu motivo.
No que se refere à gestão social, por sua vez, observa-se referência à igualdade, à
publicidade, à reciprocidade, à autonomia, à ausência de coerção, respeito mútuo e outros.
Pereira e Cançado (2018) consideram que a maior convergência entre gestão social e princípios
cooperativistas está relacionada à busca da emancipação social, fim último da gestão social e
motivação principal das cooperativas no sentido de libertar trabalhadores da subordinação
capitalista. Governança com práticas de gestão social, são enfatizadas ao referir espaços
participativos em processos decisórios, bem como atenção à qualificação para o processo
decisório coletivo. Nesse sentido, o fator educacional permite a difusão do cooperativismo em
sua essência, favorecendo a formação de um espírito de cooperativismo entre os associados.
Compreende-se, com suporte em Tenório (2008), que a gestão social se exercita quando
os presentes têm espaço de voz e decisão, que no caso da cooperativa, pode ser relacionada com
o entendimento do voto exercido pela representação da cooperativa singular. Assim, a gestão
social e a governança, sustentam tomadas ao fim de um processo dialógico com as
representações de grupo envolvidas, segundo apontado no estatuto analisado. objetiva perseguir
o desenvolvimento sustentável e solidário, com responsabilidade ambiental e social,
proporcionando melhorias de condições de vida às populações do segmento de cajucultura da
região que atua. Nesse sentido, os cooperação, solidariedade, convergem com as definições do
APL, como citam Cassiolato e Lastres (2003); Torre (2006); Yaqub (2010) e Villela e Pinto
(2009).

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No caminho de analisar o processo de governança no contexto de APLs do Estado do


Piauí, na pesquisa da gestão social, depreende-se insight no caminho de uma ‘Morfologia do
Trabalho Colaborativo da Gestão Social’, em contraposição à definição de Antunes (2014),
sobre a morfologia do trabalho pautada pela precarização e pela superexploração do trabalho.
Para tanto, resgatam-se as diferenciações apresentadas por Teixeira, Araújo e Pimentel (2010)
e Cançado, Villela e Sausen (2016) em relação à gestão estratégica e à gestão social, no sentido
de compreender que o movimento dos arranjos produtivos locais, em função do cooperativismo,
organiza-se por princípios solidários que animam a dinâmica da colaboração. Nesses termos, a
gestão social confere compreensões sobre processos de trabalhos em que a colaboração
institucionaliza-se pelo cooperativismo, quando os valores do grupo se configuram na
perspectiva do bem coletivo.
Com isso, argumenta-se que a Morfologia do Trabalho Colaborativo da Gestão Social
compreende a institucionalização da colaboração, centrada na participação, mas que referencia
o fazer com. Assim, diferindo da competição, o movimento coletivo resulta em benefícios para
o grupo, também instituídos pela formação cooperativa. Nesses termos, além das definições
relacionadas à gestão social, em que o princípio dialógico da ação comunicativa, compreende-
se necessário avançar para o discurso como prática social que institucionaliza o fazer coletivo
como princípio, centrado em interesses consensuais. O trabalho que emerge da colaboração,
nos termos da gestão social, em atenção às experiências em Arranjos Produtivos Locais,
conferem dinâmicas laborais que fundam princípios em ações, que dinamizam a ação humana
colaborativa que, por vez, fortalecem a organização dos processos e fluxos de trabalho
(planejamento, coordenação e controle coletivos).
Busca-se, em considerações finais, situar debate para maior aprofundamento teórico-
metodológico no caminho da gestão social, ao passo que a governança cooperativa pode
contribuir para ampliar conceitualmente a centralidade da ação humana colaborativa como

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princípio institucional que guia a gestão social na perspectiva da morfologia do trabalho. Assim,
pesquisas poderiam guiar reflexões sobre caminhos para que essa ação colaborativa, mediada
pela ação comunicativa, mobilize discursos organizativos que extrapolem os contornos dos
APLs, sugerindo avanços teóricos habilitadores para organizações em variadas configurações,
com ênfase na colaboração como resultado de decisões consensuais coletivamente assumidas.
Tal discussão não encerra outros caminhos de análise, como, por exemplo, as
assimetrias de poder que desafiam a ação colaborativa face às hierarquias. Os loci de
enunciação dramatizam o exercício consensual em variadas frentes, como a subalternidade e a
interseccionalidade. Um dos trechos refere-se ao cooperado do interior como ‘ignorante’ e,
nessa representação, se compreende os desafios adicionais à gestão social, e, ainda, à
Morfologia do Trabalho Colaborativo da Gestão Social, centrado em ação colaborativa.

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