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ISSN: 1981-982X
Data de submissão: 13/11/2023
Data de aceite: 12/01/2024
DOI: https://doi.org/10.24857/rgsa.v18n1-064
Organização: Comitê Científico Interinstitucional
Editora Chefe: Christian Luiz da Silva
Avaliação: Double Blind Review pelo SEER/OJS
Objetivo: A pesquisa analisa a governança no contexto de Arranjos Produtivos Locais do Estado do Piauí, na
pesquisa da gestão social.
Referencial teórico: Em sequência, deriva-se exercício teórico sobre a ‘Morfologia do Trabalho Colaborativo da
Gestão Social’.
Método: Para tanto, foram realizadas 5 entrevistas com representantes e membros de centrais de cooperativas,
após aprovação do comitê de ética e pesquisa parecer n.º 4.955.191. Com suporte em Análise Temática Reflexiva
(ATR), com auxílio do software Atlas Ti, versão 23, foram analisados 13 temas que, por um lado, situam a cultura
de compartilhamento e, por outro, ressaltam a participação.
Resultado: Após discussão do conjunto temático, propõe-se que dentre os princípios da gestão social, em reflexão
sobre governança em ALs, a ação humana colaborativa pode mobilizar uma Morfologia do Trabalho Colaborativo
da Gestão Social.
Conclusões: Tal discussão não encerra outros caminhos de análise, como os loci de enunciação dramatizam o
exercício consensual em variadas frentes, como a subalternidade e a interseccionalidade.
Implicações da pesquisa: Análises sobre o discurso como prática social que institucionaliza o fazer coletivo como
princípio, centrado em interesses consensuais, que fortalecem a organização dos processos e fluxos de trabalho
(planejamento, coordenação e controle coletivos).
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Universidade Federal do Piauí – UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: welberfernando@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4531-4703
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Universidade Federal do Piauí – PPGP/ UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: bianapsq@hotmail.com
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-8365-8593
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Universidade Federal do Piauí – UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: flsbarbosa@ufpi.edu.br
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4804-9538
4
Universidade federal do Piauí – UFPI, Piauí, Brasil. E-mail: joaopedropchc@gmail.com
Orcid: https://orcid.org/0009-0004-2333-8714
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Governança em Arranjos Produtivos Locais: Insights no Caminho De Uma Morfologia do Trabalho
Colaborativo da Gestão Social
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ABSTRACT
Objective: The research analyzes governance in the context of Local Productive Arrangements in the state of
Piauí, in the context of social management research.
Method: To this end, 5 interviews were conducted with representatives and members of central cooperatives, after
approval by the research ethics committee, under opinion n.º 4.955.191. With the support of Reflective Thematic
Analysis (RTA), using Atlas Ti software, version 23, 13 themes were analyzed which, on the one hand, situate the
culture of sharing and, on the other, highlight participation.
Results: After discussing the thematic set, it is proposed that among the principles of social management, in
reflection on governance in LAs, collaborative human action can mobilize a Morphology of Collaborative Work
in Social Management.
Conclusions: This discussion does not close off other avenues of analysis, as the loci of enunciation dramatize
consensual exercise on various fronts, such as subalternity and intersectionality.
Research implications: Analyzes of discourse as a social practice that institutionalizes collective doing as a
principle, centered on consensual interests, which strengthen the organization of processes and workflows
(collective planning, coordination and control).
1 INTRODUÇÃO
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vez, diz respeito à “multiplicidade de atores (poder público, mercado e sociedade civil) que, a
partir de seus diferentes pontos de vista, estão envolvidos no processo de tomada de decisão
nas políticas públicas” (Tenório et al., 2008, p. 11).
A gestão social valoriza a concordância, em que o outro deve ser incluído e a
solidariedade é a sua motivação, a partir de processos sociais, relações de poder, conflitos e
aprendizagem, sustentabilidade e solidariedade (França Filho, 2008; Cançado, Pereira &
Tenório, 2015). A solidariedade está ligada à interdependência e a mutualidade de interesses e
deveres, ao compromisso com o outro, à coesão social do grupo, a responsabilidade
compartilhada pelo coletivo, um diálogo intersubjetivo (Cançado, Pereira & Tenório, 2015).
O desenvolvimento da gestão social ocorre na esfera pública, potencialidades da
democracia deliberativa com o protagonismo da cidadania, na qual se sobressaem as
organizações públicas não estatais e o interesse público da sociedade, além de proporcionar
condições de emancipação dos indivíduos, formação de uma consciência crítica dos seres
humanos dotados de razão (Subirats, 2007). Nesse caminho, o bem-estar coletivo é pré-
condição para o bem-Estar individual (Tocqueville, 1998), ocasiões onde os indivíduos
percebem “[...] que dependem uns dos outros, afastando aquele sentimento egocêntrico e de
independência que os induz a confundir liberdade com autosuficiência privada” (Barbacena,
2009, p. 23).
São, portanto, categorias teóricas fundamentais da gestão social, segundo Cançado,
Pereira; Tenório (2015): democracia deliberativa, dialogicidade, emancipação, esfera pública,
interesse bem-compreendido, intersubjetividade, racionalidade, solidariedade e
sustentabilidade. A categorização sugere que a relação das práticas de gestão social exercidas
por diversos atores sociais, podem repercutir em ambiente fértil para o desenvolvimento
territorial, em especial o processo dialógico para a dinamização das relações sociais nas
localidades, onde ocorre o exercício efetivo das práticas de gestão social.
Em suma, tem-se a gestão social como processo gerencial dialógico no qual a autoridade
decisória é compartilhada entre os participantes da ação em qualquer sistema social (Tenório,
2008). O adjetivo social, qualificando o substantivo gestão, pode ser observado como o espaço
privilegiado de relações sociais no qual todos têm direito à fala, sem nenhum tipo de coação.
Assim, a prática da gestão social pode constituir o caminho para a viabilização da governança
democrática entre atores distintos e pertencentes ao território, tais como: poder público,
sociedade civil e empresariado (Kronemberger, Vellela & Zani, 2012).
3 METODOLOGIA
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Considerando o processo de codificação realizado com suporte no Atlas Ti, versão 23,
no sentido de temas reflexivos relacionados ao objetivo da pesquisa, a rede temática evidencia
códigos definidos com nucleares para algumas discussões teóricas relacionadas à pesquisa. A
partir da rede temática, amplia-se compreensão sobre os temas a partir do quadro x, em que são
apresentados segmentos de textos relacionados aos subtemas, ampliando a compreensão sobre
temas e as reflexões derivadas.
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Em relação aos Temas de Análise, foram definidos os seguintes códigos pelo Atlas Ti
para análise reflexiva: (i) Cooperativismo, incluindo ‘participação ativa’, ‘colaboração’,
‘inclusão’, ‘benefícios’ e ‘sustentabilidade rural’; (ii) Desenvolvimento, incluindo ‘negócio
próprio’, ‘preço’, ‘geração de emprego’, ‘autonomia’, ‘direitos e deveres’, ‘desenvolvimento
pessoal’, ‘educação’; (iii) Comunicação, considerando os códigos ‘comunicação eficiente’,
‘liberdade de expressão’, ‘confiança’, ‘acesso à informação’, ‘relações interpessoais’; (iv)
Opiniões, com reflexão sobre ‘valorização’ e ‘compartilhamento’; (v) Trabalho em equipe, a
partir dos subtemas ‘organização da reunião’, ‘facilitação de reuniões’ e ‘divisão de tarefas’;
(vi) Motivação, com análise sobre ‘desestimulo’ e ‘fortalecimento’; (vii) Coletividade, com os
códigos ‘tomada de decisão coletiva’ e ‘preocupação com o bem-estar coletivo; (viii)
Organização, que inclui análise sobre ‘logística’, ‘organização da produção’, ‘estrutura
organizacional’, ‘reuniões’; (xix) Cultura de compartilhamento, com análise sobre ‘barganha’,
‘cultura organizacional’, ‘crescimento conjunto’, ‘curso de cooperativismo’, ‘divulgação’,
‘sentimento de pertencer’, ‘propósito compartilhado’, ‘relacionamento de confiança’; e, x)
Feedback e (xi) Participação, como códigos únicos.
A quadro 3 apresenta segmentos de texto associados aos temas e subtemas definidos por
processo de codificação no Atlas ti.
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caju, a castanha.
Sustentabilida Principalmente em um ano, como esse ano, que de poucos frutos, pouca chuva... Aí a demanda
de rural diminui... A demanda da amêndoa, da castanha, do caju diminui. E eles ainda terminam tirando aí,
tirando uma porcentagem, não todos, alguns, tirando para o atravessador porque tá pagando mais
caro.
Cultura de compartilhamento
Barganha E isso, com a constituição da Cocajupi, a gente melhorou essa logística, né? aonde mesmo que a
gente venda para um corredor, mas o excedente, por causa do que a gente não processa toda
Castanha, mas a gente vendo pelo um preço melhor. A gente faz um volume com esse volume,
você pode para barganhar preço.
Cultura Porque é assim, você deixa de trabalhar na sua roça, pra assumir uma diretoria e aí as vezes ela
organizacional não pode ainda lhe pagar um pró-labore que compense, né? Então isso, a gente nota que tem
desestimulado um pouco, essa participação mais efetiva. Mais é questão cultural, que a gente vai
quebrando barreiras, encontrando a pessoa certa como em um quebra-cabeça, é assim.. é uma luta.
Crescimento Nós mostramos que existem direitos e deveres, nós não queremos um cooperado que venha como:
conjunto “ah eu vou porque fulano me chamou, porque eu vou pra ajudar ele” Não, não se trata disso. Eu
vou pra pra crescer junto, eu vou pra fortalecer e me fortalecer junto.
Curso de Precisa primeiro, participar de um curso de cooperativismo, onde a gente aborda dentre outras
cooperativismo coisas, a questão dos direitos e deveres. A partir de curso, se você não desistir, aí tá apto a
participar. Sim, sim. Sempre. Educação em primeiro lugar.
Divulgação E as vezes na mídia, a gente tem lá na região um espaço bem aberto na mídia, tanto rádio como
TV. Então hoje é que mais temos é isso mesmo... O feedback dos cooperados ainda falta. Sim,
sim. Criar cultura né. Porque as vezes você recebe algo, e você ler acha interessante mas fica ali.
De repente, aquela notícia é importante não só pra você, mas importante para o grupo. E aí a
pessoa pega e não transmite, né?. Não serviu de nada ela receber. Sim, sim. Enfrentamos.
Sentimento de A gente quer, que esse sentimento de pertencimento, ele possa ser mais presente, né ? quando eu
pertencer lhe digo que tem alguém que quer essa ação ou outra da cooperativa, mas essa outra não é tão
importante para ele.. é porque ele não está se sentindo dono da coisa. Ou então, ele só quer ser
dono de uma certa parte e não existe isso, a cooperativa é um todo. Isso é um aspecto que a gente
precisa trabalhar muito ainda.
Propósito É feito a prestação de contas anualmente com base na lei. E a gente sempre tem reunião, interage
compartilhado muito bem em relação a isso. Não (risos) sinceramente não. É mas a gente, sabendo do nosso
papel que nós propomos a fazer.
Relacionament E nós precisamos que eles sejam fortalecidos. Então para mim hoje. Sinceramente, não é o
o de confiança principal, não é o valor econômico que gera nessa parceria, e sim esse outro valor que é difícil
mensurar os ganhos que nós vamos ter.
Comunicação
Comunicação Aí ele faz a explanação pra gente, mesmo a gente tendo perdido a reunião. Assim, a medida do
eficiente que a cooperativa precisa, esses encontros são bem satisfatórios. Da forma que ele faz satisfaz a
cooperativa. Acho que não tem necessidade de estar... Até porque, quando aparece alguma coisa
ele logo já entra em contato com os sócios para fazer essa reunião.
Liberdade de O grupo tem aquelas pessoas que são tímidas, não gostam de falar em público, mas sempre dá a
expressão sua opinião. Vê as pessoas que quer falar e fica ali cômoda, por conta da... As vezes
envergonhado... Sim e ele diz: “Eu vou passar a palavra para o sócio e quem quiser se manifestar,
dar sua opinião... O que é que vocês acham com relação a isso e isso”. E todos têm a liberdade de
expor suas ideias e falar.
Confiança Falar de uma forma bem abrangente e que todos entendam o que ele quer passar. Eu tenho, tenho
acesso [aos registros]. Lá tem, no inicio das reuniões, tem a folha de frequência, tem pra gente
assinar. Se a gente quiser ver alguma ata... Não é só eu, é qualquer sócio. Qualquer sócio tem toda
liberdade de ver e ele é muito esclarecedor enquanto a isso também. Não muitos, não muitos. Sim,
já existe essa confiança. [...] ele, transparece, transmite essa segurança pra todos os sócios.
Acesso à Eu tenho, tenho acesso [aos registros]. Lá tem, no inicio das reuniões, tem a folha de frequência,
informação tem pra gente assinar. Se a gente quiser ver alguma ata... Não é só eu, é qualquer sócio. Qualquer
sócio tem toda liberdade de ver e ele é muito esclarecedor enquanto a isso também.
Relações [...] já teve esse embate de alguns... Porque sempre tem, né, aquelas pessoas mais espertas e já
interpessoais teve o embate desses cooperados. Fica, como se diz... Traindo a cooperativa, tirando seu produto
porque aquele atravessador botou um pouquinho a mais no seu produto, na sua castanha, no seu
caju, aí ele acha que tá vendendo ali escondido, sem a cooperativa saber e termina sabendo e isso
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é chamado atenção[...]...Aí falam: “Ah, isso aí só é bom pra ele, só se dá bem ele...”. E não deixa
de não ter essa certa ignorância dentro dos grupos de associações.... mas a medida que ele entra,
ele é informado de tudo da cooperativa.
Organização
Logística Então a cocajupi, ela surgiu com um grande desafio, que foi desde a organização da produção a
organização enquanto empresa, enquanto empresa cooperativista e partindo para um
processamento [...] A cocajupi não é só um elo da cadeia, foi mais que isso, organizar a produção,
aumentar inclusive, fazer essa logística de comercialização da matéria-prima e da Amêndoa
processada.
Organização Por exemplo, você tirava 200 toneladas de Castanha daqui que hoje a gente beneficia 200..300
da produção toneladas o que ficava aqui era apenas o valor da castanha e com o valor baixo. Hoje fica, a gente
vende a amêndoa, transforma a amêndoa e fica o valor da amêndoa e fica a mão de obra, né?
Então foi muito nisso na questão de geração de organizar a produção.
Estrutura Tá, a estrutura em se tratando de diretoria, tem as cooperativas singulares, em que cada uma delas
organizacional tem suas diretoria, sua autonomia, e de lá, elege-se os representantes da cocajupi [...] Então hoje a
cocajupi é composta de sua diretoria e seu conselho fiscal, que vem das cooperativas que fazem
parte da cocajupi. Hoje a diretoria é composta com cinco membros.
Reuniões A Diretoria já tem suas reuniões periódicas e a assembleia da cocajupi ela é composta hoje por
três membros da diretoria, três do conselho fiscal e um da base de cada cooperativa é composta
por 21 membros. A gente não tem dificuldade de se reunir não, pelo menos pra assembleias, em
diretoria, não.
Coletividade
Tomada de Com certeza, tudo que a gente confronta as opiniões e vê as dele e cada cooperado vê a do outro e
decisão termina chegando em um consenso. ... E é bem participativo. Com certeza, até porque, sem o
coletiva grupo não ter o entendimento fica difícil.
Preocupação Eu vejo ele com um olhar clínico assim pra não fazer nada que possa prejudicar o grupo. Ele deixa
com bem-estar tudo bem claro mesmo em relação a isso. Com certeza e isso chama atenção, porque... Eu acho
coletivo que isso é geral né, tem sócios que as vezes quer só pegar os benefícios, não quer se doar a nada.
Motivação
Desestímulo Nas cooperativas singulares, isso. Deixa muito a desejar, muito muito mesmo. Porque é assim,
você deixa de trabalhar na sua roça, pra assumir uma diretoria e aí as vezes ela não pode ainda lhe
pagar um pró-labore que compense, né? Então isso, a gente nota que tem desestimulado um
pouco, essa participação mais efetiva.
Fortalecimento “ah eu vou porque fulano me chamou, porque eu vou pra ajudar ele” Nâo, não se trata disso. Eu
vou pra pra crescer junto, eu vou pra fortalecer e me fortalecer junto.
Trabalho em equipe
Organização Mas é debatido realmente o assunto que ele traz para ser... Ele não toma nenhuma decisão, a não
de reuniões ser antes ouvido pelos sócios. Tem, quase todo mês tem reunião, mas tem também as reuniões que
ele antecipa... Reuniões extras que ele vai precisar da gente. Aí ele convoca a gente nessas
reuniões. Tem também a reunião quase todo mês, a gente se reúne.
Facilitação de Ele avisa ao grupo da cooperativa que vai haver reunião, a pauta é essa e tal... E assim todos ficam
reuniões sabendo. A via mais rápida que a gente tem hoje é esse grupo de WhatsApp com relação a
cooperativa. Facilitou demais.
Divisão de E só precisa a gente levar o conhecimento de que tá precisando pra fazer todo o serviço ...Mesmo
tarefas ele estando ausente, ele se faz presente por conta do WhatsApp. E resolve ou tenta resolver de
onde ele estiver.
Opiniões
Valorização Eu vou passar a palavra para o sócio e quem quiser se manifestar, dar sua opinião. O que é que
das opiniões vocês acham com relação a isso e isso. E todos têm a liberdade de expor suas ideias e falar.
Compartilha Sim, pro bem coletivo. Tem os que dão alguma ideia, dão a sua opinião. [...] tem outros que ficam
mento de tímidos e não fala, mas quando uma boa parte do pessoal sai e vai e dá a opinião dele. Ele fala a
Opiniões língua do agricultor pra que possa entender da melhor forma.
Participação
Só que pra isso, como eu vou me fortalecer? Eu tenho que participar de todas as políticas da cooperativa...Eu não
posso entrar na cooperativa por exemplo, pensando:“ Eu tô na cooperativa, mas eu só quero participar do projeto...
Enfim.. Precisa primeiro, participar de um curso de cooperativismo [...]
Feedback
Porque as vezes você recebe algo, e você ler acha interessante mas fica ali. De repente, aquela notícia é importante
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não só pra você, mas importante para o grupo. E aí a pessoa pega e não transmite, né?. Não serviu de nada ela
receber. Sim, sim. Enfrentamos.
Fonte: dados da pesquisa
Para iniciar discussão dos resultados, optou-se pela apresentação do diagrama Sankey,
recurso ilustrativo associado ao Atlas TI que habilita leitura sobre a coocorrência de códigos,
de maneira a visualizar as relações entre os dados, contribuindo com o debate sobre os
cruzamentos de sentidos entre os temas e subtemas definidos no processo de análise da
pesquisa.
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solidariedade, guiada pela concordância, na qual o outro deve ser incluído e a solidariedade o
seu motivo.
No que se refere à gestão social, por sua vez, observa-se referência à igualdade, à
publicidade, à reciprocidade, à autonomia, à ausência de coerção, respeito mútuo e outros.
Pereira e Cançado (2018) consideram que a maior convergência entre gestão social e princípios
cooperativistas está relacionada à busca da emancipação social, fim último da gestão social e
motivação principal das cooperativas no sentido de libertar trabalhadores da subordinação
capitalista. Governança com práticas de gestão social, são enfatizadas ao referir espaços
participativos em processos decisórios, bem como atenção à qualificação para o processo
decisório coletivo. Nesse sentido, o fator educacional permite a difusão do cooperativismo em
sua essência, favorecendo a formação de um espírito de cooperativismo entre os associados.
Compreende-se, com suporte em Tenório (2008), que a gestão social se exercita quando
os presentes têm espaço de voz e decisão, que no caso da cooperativa, pode ser relacionada com
o entendimento do voto exercido pela representação da cooperativa singular. Assim, a gestão
social e a governança, sustentam tomadas ao fim de um processo dialógico com as
representações de grupo envolvidas, segundo apontado no estatuto analisado. objetiva perseguir
o desenvolvimento sustentável e solidário, com responsabilidade ambiental e social,
proporcionando melhorias de condições de vida às populações do segmento de cajucultura da
região que atua. Nesse sentido, os cooperação, solidariedade, convergem com as definições do
APL, como citam Cassiolato e Lastres (2003); Torre (2006); Yaqub (2010) e Villela e Pinto
(2009).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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princípio institucional que guia a gestão social na perspectiva da morfologia do trabalho. Assim,
pesquisas poderiam guiar reflexões sobre caminhos para que essa ação colaborativa, mediada
pela ação comunicativa, mobilize discursos organizativos que extrapolem os contornos dos
APLs, sugerindo avanços teóricos habilitadores para organizações em variadas configurações,
com ênfase na colaboração como resultado de decisões consensuais coletivamente assumidas.
Tal discussão não encerra outros caminhos de análise, como, por exemplo, as
assimetrias de poder que desafiam a ação colaborativa face às hierarquias. Os loci de
enunciação dramatizam o exercício consensual em variadas frentes, como a subalternidade e a
interseccionalidade. Um dos trechos refere-se ao cooperado do interior como ‘ignorante’ e,
nessa representação, se compreende os desafios adicionais à gestão social, e, ainda, à
Morfologia do Trabalho Colaborativo da Gestão Social, centrado em ação colaborativa.
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