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Abatimento e Desânimo Alcançam o Cristão?

Sl. 42

Objetivo: Conduzir o cristão a se apoiar tão somente no


Senhor nos momentos de tribulações.

Introdução: Um evangelho de magia e misticismo tem sido


oferecido hoje em nossas Igrejas evangélicas onde os
problemas e dificuldades se diluem ao pronunciar uma
palavra de ordem. Já lhe deram alguma receita mágica?

Contexto: Este Salmo é um maskil, ou seja, um Salmo


didático, escrito não apenas com a intenção de ser um
cântico, mas de ser um texto voltado para o ensino. É um
Salmo da família dos coreítas, uma família que se revoltou
contra a liderança de Moisés no deserto. Muitos foram
mortos, mas os que sobreviveram demonstraram ao longo da
história serem de fato tementes a Deus.

Trnsição: Não se sabe ao certo o que acontecera com o


autor; mas depreende-se do texto que ele estava vivendo um
momento de intensa aflição. Hoje a pregação que ronda a
maioria dos púlpitos não é uma mensagem que admite
problemas na vida do cristão, mas que a rejeita. Ensina-se
em nossas Igrejas evangélicas em geral que o cristão
verdadeiro não tem problemas, e se algum problema surgir,
basta uma palavra de ordem e tudo se resolve. O Evangelho
de Jesus não oferece essa magia toda; antes, nos ensina que
por vezes repetidas Deus nos matricula na escola do
sofrimento, para que através das aulas da aflição tenhamos
nosso caráter moldado, nosso espírito quebrantado e
contrito. A questão que levantamos nesta ocasião, à luz deste
Salmo 42, é: Abatimento e Desânimo Alcançam o
Cristão? Diante da certeza de uma resposta positiva a
Bíblia nos ensina que:

I – Podemos Ter Experiências de Lágrimas.

a – O salmista.

1. Quem eram os coreítas?


1.1 – Coré era bisneto de Levi (I Cr. 6.38) e, junto com
Datã e Abirão se rebelou contra a liderança de
Moisés, e como castigo a terra abriu uma vala
debaixo de seus pés, tragando vivo os culpados.
1.2 – Os filhos de Coré, porém, levaram a sério as
advertências de Moisés e se retiraram a tempo da
tenda de seus pais, salvando assim suas vidas.
a) Nm. 26.9-11 ‘9Os filhos de Eliabe: Nemuel,
Datã e Abirão; estes, Datã e Abirão, são os que
foram eleitos pela congregação, os quais
moveram a contenda contra Moisés e contra
Arão, no grupo de Corá, quando moveram a
contenda contra o Senhor; 10quando a terra
abriu a boca e os tragou com Corá, morrendo
aquele grupo; quando o fogo consumiu duzentos
e cinquenta homens, e isso serviu de advertência.
11Mas os filhos de Corá não morreram’.

2. Os coreítas nos dias de Davi.


2.1 – Quando o rei Davi estabeleceu regulamentos para
a organização do culto do Templo, deu à família de
Coré o encargo de conduzir a adoração.
a) I Cr. 6.31 ‘São estes os que Davi constituiu
para dirigir o canto na Casa do Senhor, depois
que a arca teve repouso’.
b) II Cr. 20.19 ‘Dispuseram-se os levitas, dos
filhos dos coatitas e dos coreítas, para louvarem
o Senhor, Deus de Israel, em voz alta,
sobremaneira’.
2.2 – Por ser uma família de músicos, não apenas
cantavam e tocavam, mas também compunham.
a) Temos doze (12) composições registradas nas
Escrituras.
b) São os salmos 42-49, 84, 85, 87, 88.
c) O autor deste Salmo descende desta família.

b – Sua experiência de aflição.

1. Algo de intensa aflição se passava na vida deste coreíta,


pois o mesmo diz que as lágrimas estavam sendo o seu
alimento dia e noite.

2. Normalmente o homem não chora a ponto de


derramar lágrimas com muita facilidade.
2.1 – Se este era o caso algo de muita dor e aflição estava
se passando com o salmista.

3. O que se passava?
3.1 – Ele não nos revela, até mesmo para que fique
contido em sua didática que qualquer que seja a
experiência amarga e aflitiva por que um cristão possa
passar, os padrões de verdade contidos neste maskil
podem ser utilizados.
3.2 – Um maskil, é um Salmo didático, escrito não
apenas com a intenção de ser um cântico, mas de ser
um texto voltado para o ensino.

4. Situações possíveis:
4.1 – Estaria ele exilado?
4.2 – Estaria ele como prisioneiro?
4.3 – Teria sido assaltado em uma de suas viagens?
4.4 – Teria sido acometido de uma enfermidade grave?
4.5 – Quaisquer que tenham sido a circunstância que
cercou a vida deste salmista, o que se depreende é que
estava longe de Jerusalém e vivendo um isolamento
social que o privava de estar na casa de Deus.
a) Sl. 42.2 ‘A minha alma tem sede de Deus, do
Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de
Deus?’.
b) Sl. 42.4 ‘Lembro-me destas coisas, e dentro de
mim se me derrama a alma, de como passava eu
com a multidão de povo e os guiava em procissão à
Casa de Deus, entre gritos de alegria e louvor,
multidão em festa’.

5. É fácil viver em isolamento social?


5.1 – Você tem se alimentado de lágrimas em alguma
área de sua vida?
5.2 – Momentos de sede e sequidão espiritual já foram
ou tem sido realidades para você?

6. Lembre-se de que situações aflitivas, mesmo que


ainda não esteja experimentando, pode chegar a ocorrer;
pois nenhum de nós está livre da aflição.
6.1 – Jo. 14.27 ‘Neste mundo vocês terão aflições;
contudo, tenham ânimo’.

II – Podemos Experimentar a Solidão.

a – Estava longe do conforto e amparo próprios da


comunhão.
1. Certamente o salmista estava longe de Jerusalém, longe
do Templo e com saudades da Casa do Senhor.
1.1 – ‘Estando nas terras do Jordão e no Monte
Hermon, junto ao outeiro de Mizar...’
1.2 – O ponto geográfico em que se encontrava o nosso
levita poeta é nas regiões montanhosas da tribo de Dã,
alguns quilômetros ao norte do Mar da Galileia.
1.3 – Nosso levita se achava muito longe da Casa de
Deus e tinha saudades dos momentos de preciosa
comunhão e adoração comunitária de que já
desfrutara em tempos passados.
1.4 – Sl. 42.4 ‘Lembro-me destas coisas, e dentro de
mim se me derrama a alma, de como passava eu com
a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa
de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em
festa’.

2. Ali, nos cumes do Hermon, cai a maior quantidade


de chuva, e na primavera a água e a neve derretida,
desce em corredeiras criando volumosas cachoeiras.
2.1 – O poeta vê nestas cachoeiras uma imagem
semelhante das provas que tem sobrevindo a ele.
a) Sl. 42.6-7 ‘O meu coração está profundamente
abatido, e por isso eu penso em Deus. Assim como
o mar agitado ruge, e assim como as águas das
cachoeiras descem dos montes Hermom e Mizar e
correm com violência até o rio Jordão, assim são
as ondas de tristeza que o SENHOR Deus mandou
sobre mim’.
2.2 – A situação por que passava era associada ao cair
das águas em cachoeiras.
a) Assim que passava um turbilhão de águas, em
seguida chegava outro.
3. Pode estar sendo esta também a sua experiência.
3.1 – Um turbilhão de problemas ou situações
angustiosas pode estar se passando em sua vida nestes
dias, amado, mas lembre-se da receita do salmista em
sua experiência:
a) Sl. 42.6 ‘O meu coração está profundamente
abatido, e por isso eu penso em Deus’.

4. É nestas horas de problemas, quando passamos


nossos maus bocados, que necessitamos mais de perto
do companheirismo e amparo dos irmãos; mas nem
sempre esta é a realidade que nos acolhe.
4.1 – Quantas vezes, em vales de lágrimas, estamos
sozinhos!
4.2 – A solidão é companheira inseparável no caminho
da maturidade.

5. ‘Sinto abatida dentro em mim a minha alma’ pode


ser a sua afirmação neste momento, mas lembre-se,
mesmo diante de situações de abatimento, uma nota de
esperança ainda deve predominar no fundo de nossa
alma.

III – Podemos Renovar a Esperança e a Fé.

a – O salmista, conhecia o Deus em quem repousava sua fé.

1. Logo nos dois primeiros versos de sua peça poética, já


apresenta a saudosa intimidade e comunhão que nutria
com o seu Deus o Deus vivo.
1.1 – Sl. 42.1-2 ‘Como suspira a corça pelas correntes
das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha
alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo;
quando irei e me verei perante a face de Deus?’
2. Deus não era um nome distante na experiência do
salmista, mas nutria ele a esperança de estar, de novo,
com a ‘multidão em festa’, caminhando nas procissões
litúrgicas de celebração e adoração a Deus.
2.1 – Sl. 42.4 ‘Lembro-me destas coisas e dentro de
mim se me derrama a alma, de como passava eu com
a multidão de povo e os guiava em procissão à Casa
de Deus, entre gritos de alegria e louvor, multidão em
festa’.

b – O salmista refaz a esperança em seu Deus com confiança.

1. E nesse compasso ele refaz dentro de si a nota de


esperança que lhe daria força nesta hora.
1.1 – O salmista repete o refrão: ‘Espera em Deus, pois
ainda o louvarei...’ (Vs. 5,11).
a) Sl. 42.5 ‘Por que estás abatida, ó minha alma?
Por que te perturbas dentro de mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e
Deus meu’.
b) Sl. 42.11 ‘Por que estás abatida, ó minha alma?
Por que te perturbas dentro de mim? Espera em
Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e
Deus meu’.

2. Você diz isso a você mesmo nas situações de


abatimento e desânimo?
2.1 – Não importa qual tenha sido sua situação.
2.2 – Não importa quão desesperadora ela possa se
apresentar.
2.3 – Creia no Deus Todo-poderoso e soberano que
criou os céus e a terra.
2.4 – Para Ele não há nada demasiadamente difícil,
nada que lhe seja impossível.
a) Rm. 8.31-32 ‘Que diremos, pois, à vista destas
coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes,
por todos nós o entregou, porventura, não nos
dará graciosamente com ele todas as coisas?’

Conclusão:

Está sendo hora de dor na sua vida?


Está sendo hora de solidão e sensação de abandono?
Está sendo hora de lágrimas?

É hora de dizer como Jó:


‘Meus amigos, tenham pena de mim, pois foi a mão de Deus
que me feriu. Por que vocês me perseguem como Deus me
persegue? Por que não param de me atormentar? Como
gostaria que as minhas palavras fossem escritas, que
fossem escritas num livro! Ou que com uma ponteira de
ferro elas fossem gravadas para sempre no chumbo ou na
pedra! Pois eu sei que o meu defensor vive; no fim, ele virá
me defender aqui na terra. Mesmo que a minha pele seja
toda comida pela doença, ainda neste corpo eu verei a
Deus. Eu o verei com os meus olhos; os meus olhos o verão,
e ele não será um estranho para mim. E desejo tanto que
isso aconteça!’ (Jó 19.21-26).

É hora de dizer como Paulo:


‘Portanto, não se envergonhe de dar o seu testemunho a
favor do nosso Senhor, nem se envergonhe de mim, que
estou na cadeia porque sou servo dele. Pelo contrário, com
a força que vem de Deus, esteja pronto para sofrer comigo
por amor ao evangelho. É por isso que sofro essas coisas.
Mas eu ainda tenho muita confiança, pois sei em quem
tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para
guardar, até aquele dia, aquilo que ele me confiou’ (I Tm.
1.8-12).

É hora de olhar para Deus.


É hora de refazer a esperança e a fé.
Roteiro aos Pré-adolescentes.

Sl. 42

1. Quem foi Coré?


( ) Neto de Davi.
( ) Bisneto de Abraão.
( ) Bisneto de Levi.

2. Qual foi a experiência dos filhos de Coré:


( ) Morreram todos na rebelião de Datã, Abirão e Coré.
( ) Morreram todos, menos este salmista que escapou.
( ) Não morreram nesta rebelião.

3. Onde ficava a região que o salmista se encontrava?


( ) Região do deserto ao sul de Judá.
( ) Região norte da tribo de Dã, próximo ao Mar da Galileia.
( ) No Egito, próximo às pirâmides de Gisé.

4. O salmista estava vivendo um período de isolamento social.


( ) Devido o Covid01.
( ) Devido a um possível exílio.
( ) Fugindo de guerras da Europa..

5. Que lição você leva para sua vida com esta mensagem?
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