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ÍNDICE

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO

Funções Administrativas: planejamento, estrutura organizacional, racionalização do trabalho; indicadores de exce-


lência........................................................................................................................................................................................................................... 01
Comunicação Interpessoal: barreiras, uso construtivo, comunicação formal e informal........................................................... 23
Gestão de Pessoas: conceitos, avaliação de desempenho, trabalho em equipe, motivação, liderança e gerenciamen-
WRGHFRQÁLWRV......................................................................................................................................................................................................... 31
Gestão por Competências: conceitos, política e diretrizes para o desenvolvimento de pessoal da Administração
Pública Federal (Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, e suas alterações)..................................................................... 49
Administração de Materiais e Patrimônio: importância, organização da área de materiais, logística de armazena-
gem, transporte e distribuição.......................................................................................................................................................................... 62
Administração Pública: Disposições Gerais (Constituição Federal de 1988, Título III, Capítulo VII)...................................... 79
Agente Público: conceito, função pública, atendimento ao cidadão................................................................................................. 84
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais (Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e suas alterações)........ 98
Ética na Administração Pública Federal (Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994)................................................................ 102
Processo Administrativo: normas básicas no âmbito da Administração Federal (Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de
1999, e suas alterações)....................................................................................................................................................................................... 113
(ODERUDomRGH7HUPRGH5HIHUrQFLD/LFLWDomRFRQFHLWRÀQDOLGDGHVSULQFtSLRVHREMHWRREULJDWRULHGDGHGLVSHQVD
inexigibilidade e vedação; modalidades e tipos, revogação e anulação; sanções e contratos (Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, e alterações)............................................................................................................................................................................. 123
Controle Interno e Controle Externo na Administração Pública: conceito e abrangência........................................................ 130
Noções de Arquivologia: métodos de arquivamento.............................................................................................................................. 131
FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS: PLANEJAMENTO, ESTRUTURA ORGANIZACIONAL,
RACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO; INDICADORES DE EXCELÊNCIA.

Organizações são instituições, sejam elas de personalidade jurídica ou física, privada ou pública, onde, pessoas que
compartilham de objetivos em comum, conseguem, através da execução de diversos procedimentos, embasados em
processos decisórios, atingir um resultado dentro da proposta que originou a criação dessa organização.
São vários os modelos de organização, porém, independente do modelo que possua, todas elas possuem três dife-
UHQWHVQtYHLVGHJHVWmRFRQIRUPHYHUHPRVQDÀJXUDDVHJXLUFRQIRUPHQRVHQVLQD,GDOEHUWR&KLDYHQDWR

1.Habilidades gerenciais

Como já sabemos, a organização existe em função de um objetivo e, para que esse objetivo seja desenvolvido de fato,
precisamos nos ater à questão dos níveis de hierarquia e às competências e habilidades gerencias, de que forma isso é
UHSUHVHQWDGRQDWHRULDQDSUiWLFDHQRFRPSRUWDPHQWRLQGLYLGXDOGHFDGDSURÀVVLRQDOHQYROYLGRQDDGPLQLVWUDomR

Para compreender a habilidade ideal para cada situação a dividimos em três classes:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.1. Níveis Hierárquicos

&RQIRUPHDÀJXUDDFLPDQRVPRVWUDH[LVWHPEDVLFDPHQWHWUrVQtYHLVKLHUiUTXLFRVGHQWURGHXPDRUJDQL]DomRTXH
são divididos em:

1
(VVDGLYLVmRSUHFLVDVHURPDLVFODUDHGHÀQLGDSRVVtYHOGHQWURGDRUJDQL]DomRGHIRUPDTXHFDGDXPWHQKDSOHQR
FRQKHFLPHQWRGRVHXSDSHOHUHVSRQVDELOLGDGHGHVHQYROYHQGRVXDVFRPSHWrQFLDVGHIRUPDHÀFD]HDOLQKDGD

Com base nos três níveis acima citados, veremos a seguir um quadro demonstrativo descritivo e relacional desses
níveis.

NÍVEIS
CARACTERÍSTICAS
ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL
 Unidade,
Abrangência  Instituição  Setor, Equipe
Departamento
 Presidência,  Diretoria,  Coordenação, Líder
Área
Alto Comitê Gerência Técnico
 Experiência,
3HUÀO  Visão, Liderança  Técnica, Iniciativa
(ÀFiFLD
Horizonte  Longo Prazo  Médio Prazo  Curto Prazo
Foco  Destino  Caminho  Passos
 Planos de ação,
Diretrizes  Visão, Objetivo  Processos, atividades
projetos
 Abrangente,  Amplo, mas
Conteúdo  (VSHFtÀFR$QDOtWLFR
Genérico sintético
 Determinar,  Projetar,  Executar, manter,
Ações
'HÀQLURULHQWDU Gerenciar Controlar, analisar
 Painel de
Software  Planilha  $SOLFDo}HVHVSHFtÀFDV
Controle
Fonte: Marcio D’Ávila

1.1.1. As Principais Habilidades Gerenciais são:

• Planejamento e Organização: O Gerente deverá possuir a capacidade de planejar e organizar suas próprias ativi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

GDGHVHDVGRVHXJUXSRHVWDEHOHFHQGRPHWDVPHQVXUiYHLVHFXPSULQGRDVFRPHÀFiFLD
• Julgamento: O Gerente deverá ter a capacidade de chegar a conclusões lógicas com base nas evidências dispo-
níveis.
• Comunicação Oral: Um Gerente deve saber se expressar verbalmente com bons resultados em situações indivi-
duais e grupais, apresentando suas ideias e fatos de forma clara e convincente.
• Comunicação Escrita: É a capacidade gerencial de saber expressar suas ideias clara e objetivamente por escrito.
• Persuasão: O Gerente deve possuir a capacidade de organizar e apresentar suas ideias de modo a induzir seus
ouvintes a aceitá-las.
• Percepção Auditiva: O Gerente deve ser capaz de captar informações relevantes, a partir das comunicações orais
de seus colaboradores e superiores.
• Motivação: Importância do trabalho na satisfação pessoal e desejo de realização no trabalho.

2
• Impacto: É a capacidade de o Gerente criar boa Habilidades (Saber como Fazer)
impressão, captar atenção e respeito, adquirir con- Quando utilizamos o conhecimento da melhor for-
ÀDQoDHFRQVHJXLUUHFRQKHFLPHQWRSHVVRDO ma, ele se torna uma habilidade. O conceito de habi-
• Energia: É a capacidade gerencial de atingir um lidade é variado. De acordo com alguns autores, para
alto nível de atividade (Garra). que um administrador possa conquistar uma posição de
• Liderança: É a capacidade do Gerente em levar o GHVWDTXHEHPFRPRVDEHUDGPLQLVWUDUGHÀQLVHDH[LV-
grupo a aceitar ideias e a trabalhar atingindo um tência das seguintes habilidades:
REMHWLYRHVSHFtÀFR » Técnicas - funções especializadas e ligadas ao traba-
lho operacional;
Para alguns autores, podemos resumir as habilidades » Conceituais - compreender a totalidade, ou seja, ter
QHFHVViULDVSDUDRGHVHQYROYLPHQWRHÀFLHQWHHHÀFD]QD visão da empresa como um todo;
administração em: » Humanas - cultivar bons relacionamentos, sendo
XPOtGHUHÀFD]HHÀFLHQWH
1. Conhecimento – Estar a par das informações ne-
FHVViULDVSDUDSRGHUGHVHPSHQKDUFRPHÀFiFLDDV 1.2 Estrutura organizacional
suas funções.
Falar em estrutura organizacional é falar da forma
2. Habilidade – Estas podem ser divididas em: como as atividades e os recursos (de todos os tipos) se-
rão organizados para atingir o objetivo da organização,
• Técnicas (Funções especializadas) RXVHMDDIRUPDFRPRVHUmRDORFDGRVRVUHFXUVRVÀQDQ-
• Administrativas (compreender os objetivos organi- ceiros, materiais, humanos e todos os demais, dentro da
zacionais) divisão de tarefas, departamentos e cargos.
• Conceituais (compreender a totalidade) De acordo com Chiavenato a estrutura garante a to-
• Humanas (Relações Humanas), Políticas (Negocia- talidade de um sistema e permite sua integridade, assim
ção). são as organizações, diversos órgãos agrupados hierar-
quicamente, os sistemas de responsabilidade, sistemas
de autoridade e os sistemas de comunicações são com-
3. Atitude e Comportamento – Sair do imaginário
ponentes estruturais.
e colocar em prática, fazer acontecer. Maneira de
agir, ponto de referência para a compreensão da
Existem vários modelos de organização e, essas, vá-
realidade.
ULRVQtYHLVGHLQÁXrQFLDSRGHQGRHVVHVQtYHLVVHUHVWUD-
tégicos ou táticos, sendo ambos deveramente importan-
1.2. As três dimensões da competência
tes para a manutenção do controle organizacional.
As Organizações formais possuem uma estrutura
As competências são formadas por três dimensões: hierárquica com suas regras e seus padrões, onde, atra-
atitude, conhecimento e habilidade. Cada dimensão é vés de seus organogramas, apresentam uma estrutura
LQGHSHQGHQWHPDVDPEDVHVWmRLQWHUOLJDGDV(OHDÀUPD GHÀQLGDHGLPHQVLRQDGDIDFLOLWDQGRDDXWRQRPLDLQWHU-
ainda que o desenvolvimento das competências está na na, agilizando o processo de desenvolvimento de pro-
aprendizagem individual e coletiva. (Tommas Durand) dutos e serviços. Elas apresentam cinco características
básicas, a saber: divisão do trabalho, especialização,
Atitude (Querer Fazer) hierarquia, amplitude administrativa e racionalismo
Ter atitude e ações é fazer acontecer. São competên- da organização formal. Para atender a essas caracterís-
cias que permitem as pessoas interpretarem e julgarem a ticas que mudam de acordo com as organizações, a or-
realidade e a si próprias. Na área gerencial veja algumas ganização formal pode ser estruturada por meio de três
atitudes que se destacam: WLSRV OLQHDU IXQFLRQDO H OLQKDVWDර GH DFRUGR FRP RV
• » Saber ouvir; autores clássicos e neoclássicos”.
• » Auto motivação; As organizações fazem uso do organograma que me-
• » Auto controle; lhor representa sua realidade e, dentro de qualquer or-
• » Dar e receber feedback; ganograma, considerar as diversidades de informações é
• » Resolução de problemas; muito importante, é preciso estar atento para sua relevân-
• » Determinação; cia na tomada de decisões. É necessário avaliar a qualidade
• » Proatividade; da informação e saber aplicar em momentos oportunos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• » Honestidade e ética nos negócios, etc.


Para o desenvolvimento de sistemas de informação, há
Conhecimento (Saber Fazer) TXHVHGHÀQLUTXDOLQIRUPDomRHFRPRHODYDLVHUPDQWLGD
O conhecimento é essencial para a realização dos no sistema, deve haver um estudo no organograma da em-
processos da organização. De acordo com o nível de SUHVDYHULÀFDQGRDVVLPTXDLVRVGDGRVHTXDLVRVFDPSRV
conhecimento de um gerente, existe o essencial, aque- vão ser necessários para essa implantação. Cada empresa
OH TXH WRGR SURÀVVLRQDO GHYH VDEHU FRPR GRPLQDU RV tem suas características e suas necessidades, e o sistema de
procedimentos, conceitos, informações necessários ao informação se adéqua a organização e aos seus propósitos.
IXQFLRQDPHQWR GD HPSUHVD ( DTXHOH PDLV HVSHFtÀFR Outro aspecto relevante na estrutura organizacional
em que é necessário analisar os indivíduos e o contexto são as pessoas, tanto que, ao analisar a teoria das ne-
de trabalho. cessidades de Maslow, observamos que as pessoas são

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sujeitos presentes em todos os níveis; conforme demonstrado na teoria, em primeiro na base da pirâmide vem às
QHFHVVLGDGHVÀVLROyJLFDVFRPRIRPHVHGHVRQRVH[RGHSRLVHOHQRPHLDVHJXUDQoDFRPRRVHJXQGRLWHPPDLVLP-
portante, estabilidade no trabalho, por exemplo, logo depois necessidades afetivo sociais, como pertencer a um grupo,
ter amigos, família; necessidades de status e estima, aqui podemos dar como exemplo a necessidade das pessoas em
ter reconhecimento, por seu trabalho por seu empenho, no topo Maslow colocou as necessidades de auto-realização,
em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades.
O raciocínio de Viktor Frankl “vontade de sentido” também é coerente, ele nos atenta para o fato de que nem sempre a
pirâmide de Maslow ocorre em todas as escalas de uma forma sequencial, de acordo com ele, o que nos move é aquilo que
faz com que nossa vida tenha sentido, nossas necessidades aparecem de forma aleatória, são nossas motivações que nos
levam a agir. Os colaboradores são estimulados, fazendo o que gostam, as pessoas alocam mais tempo nas atividades em
que estão motivados. Sendo assim um funcionário trabalhando em uma determinada tarefa, pode sentir autorrealização
sem necessariamente ter passado por todas as escalas da piramide. Mas o que é realização para um, não é realização para
todas as pessoas. O ser humano é insaciável, quando realiza algo que desejou intensamente, logo cobiçara outras coisas.
Posto isto, concluímos que o comportamento das pessoas nas organizações afetam diretamente na imagem, no
VXFHVVRRXLQVXFHVVRGDPHVPDRFRPSRUWDPHQWRGRVFRODERUDGRUHVUHÁHWHPVHXGHVHPSHQKR
Outro elemento presente na estrutura organizacional é o líder.
Esses são importantes no processo de sobrevivência no mercado, Lacombe descreveu que o líder tem condição de
exercer, função, tarefa ou responsabilidade quando é responsável pelo grupo.
Um líder precisa ser motivado, competente, conseguir conquistar e conhecer as pessoas, ter habilidades e intercalar
objetivos pessoais e organizacionais.
$GHÀQLomRGHFRPRVHUiDUHODomRHQWUHDVOLQKDVGLUHWLYDVHDHTXLSHSRGHFDXVDULPSDFWRVQRVUHVXOWDGRVREWLGRV
pela organização, por exemplo, no processo de centralização a tomada de decisões é unilateral, deixando os colabora-
dores travados, sem poder de opinião, enquanto no processo de descentralização existe maior estimulo por parte dos
funcionários, podendo opinar eles se sentem parte ativa da empresa.
Como vimos, a estrutura organizacional é uma composição de vários elementos e aspectos que, ao serem colocados
em prática, pode proporcionar um processo mais adequado de administração, através de resultados como vemos abaixo:
&ODUH]DQDLGHQWLÀFDomRGHWDUHIDV
- Melhor gestão do tempo e de recursos
- Alinhamento entre objetivos e desempenho
- Melhor clima organizacional

Benefícios de uma estrutura adequada.


- ,GHQWLÀFDomRGDVWDUHIDVQHFHVViULDV
- Organização das funções e responsabilidades;
- Informações, recursos, e feedback aos empregados;
- Medidas de desempenho compatíveis com os objetivos;
- Condições motivadoras.

1.3 Estrutura formal e informal

Toda empresa possui dois tipos de estrutura: Formal e informal.


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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1.3.1. Elaboração da estrutura organizacional
- Não é estática.
eUHSUHVHQWDGDJUDÀFDPHQWHSHORRUJDQRJUDPD
- É dinâmica.
- Deve ser delineada de forma a alcançar os objetivos institucionais.
- (Delinear = Criar, aprimorar).
- Deve ser planejada.

O Planejamento deve estar voltado para os seguintes objetivos:


- ,GHQWLÀFDUDVWDUHIDVItVLFDVHPHQWDLVTXHSUHFLVDPVHUGHVHPSHQKDGDV
- Agrupar as tarefas em funções que possam ser bem desempenhadas e atribuir sua responsabilidade a pessoas ou
grupos.
- Proporcionar aos empregados de todos os níveis:
- Informação.
- Recursos para o trabalho
- Medidas de desempenho compatíveis com objetivos e metas
- Motivação

1.3.2. Desenvolvimento, implantação e avaliação de estrutura organizacional.

1.3.3. Componentes da estrutura organizacional

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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1.3.4. Condicionantes da estrutura organizacional

Destacamos ainda, sobre a implantação da estrutura organizacional, que três aspectos devem ser considerados,
quais sejam:
- A mudança na estrutura organizacional.
- O processo de implantação; e
- As resistências que podem ocorrer.

Para atender as características do mundo moderno, as tendências organizacionais atuais se caracterizam por:
- Cadeias de comando mais curtas (enxugar níveis hierárquicos).
- Menos unidade de comando (a subordinação ao chefe está sendo substituída pelo relacionamento horizontal em
direção ao cliente).
- Maior responsabilidade e autonomia às pessoas.
- Ênfase nas equipes de trabalho.
2UJDQL]Do}HVHVWUXWXUDGDVVREUHXQLGDGHVDXW{QRPDVHDXWRVVXÀFLHQWHVFRPPHWDVHUHVXOWDGRVDDOFDQoDU
- Info-estrutura (permite uma organização integrada sem necessariamente estar concentrada em um único local).
- Preocupação maior com o alcance dos objetivos e metas do que com o comportamento variado das pessoas.
- Foco no negócio básico e essencial (enxugamento e terceirização visando reorientar a organização para aquilo
que ela foi criada).
- As pessoas deixam de ser fornecedoras de mão de obra para serem fornecedoras de conhecimentos capazes de
agregar valor ao negócio.

1.4 Tipos de organização

3RGHPRVFODVVLÀFDURUJDQL]Dções em tradicionais e contemporâneas e veremos abaixo os principais modelos.


Dentre as Estruturas TradicionaisWHPRVDV2UJDQL]Do}HV/LQHDU)XQFLRQDOH/LQKD6WDරFRQIRUPHYHUHPRVDEDL[R

ORGANIZAÇÃO LINEAR: A denominação “linear” indica que entre o superior e os subordinados existem linhas
diretas e únicas de autoridade e de responsabilidade
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL: nesse tipo de organização aplica-se o princípio funcional ou princípio da especiali-
zação das funções para cada tarefa.
3ULQFtSLRIXQFLRQDOVHSDUDGLVWLQJXHHHVSHFLDOL]DpRJHUPHGRVWDර

ORGANIZAÇÃO LINHA-STAFF: resulta da combinação dos tipos linear e funcional, objetivando equilibrar o melhor
dos dois e corrigir desvantagens apresentadas por eles.
É hoje o tipo organizacional mais adotado.
1DRUJDQL]DomROLQKDVWDරWHPRVGRLVyUJmRVGLVWLQWRVyUJmRGHH[HFXomR OLQKD HyUJmRGHDSRLR VWDර 

3ULQFLSDLV)XQo}HVGR6WD෇
- Serviços: atividades especializadas como: compras, pessoal, pesquisa, informática, propaganda, contabilidade, etc.
- Consultoria e assessoria: assistência jurídica, organização e métodos etc.
- Monitoramento: acompanhar e avaliar determinada atividade ou processo.
- Planejamento e controle: planejamento e controle orçamentário, controle de qualidade etc.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Já no conceito de Estruturas Contemporâneas temos as estruturas matriciais e as estruturas com base em projetos.

ESTRUTURA COM BASE EM PROJETOS - advém de desenvolvimento de projeto com um grupo de atividades com
WHPSRGHGXUDomRSUpGHÀQLGRHSURÀVVLRQDOFRQWUDWDGRVHVSHFLÀFDPHQWHSDUDFDGDSURMHWR
Utilizado quando:
- Existem muitas pessoas/organizações interdependentes;
- Planos sujeitos a mudanças;
'LÀFXOGDGHGHSURJQyVWLFRV

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- Exigência do cliente e
- Estrutura organizacional rígida.
- Para montar uma estrutura com base em projetos, a empresa precisa:
'HÀQLUDVIXQo}HVGRSURMHWR
- Montar a estrutura organizacional (organograma do projeto);
'HÀQLUDVDWULEXLo}HVGDVIXQo}HV UHVSRQVDELOLGDGHVHDXWRULGDGHV H
- Alocar pessoal.

ORGANIZAÇÃO MATRICIAL: tipo de estrutura mista, indicada para organizações que desenvolvem projetos mas
TXHWDPEpPDGRWDPDVHVWUXWXUDVGLYLVLRQDOIXQFLRQDOVWDරHQWUHRXWUDVID]HQGRXVRGHGLYHUVDVWHFQRORJLDV
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

1.5 Tipos de departamentalização

Departamentalização: Trata-se da divisão do trabalho por especialização dentro da estrutura organizacional da


empresa.
eRDJUXSDPHQWRGHDFRUGRFRPXPFULWpULRHVSHFtÀFRGHKRPRJHQHLGDGHGDVDWLYLGDGHVHFRUUHVSRQGHQWHUHFXU-
VRV KXPDQRVÀQDQFHLURVPDWHULDLVHHTXLSDPHQWRV HPXQLGDGHVRUJDQL]DFLRQDLV

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$IRUPDGHGHSDUWDPHQWDOL]DUGHYHFRUUHVSRQGHUjFRQÀJXUDomRTXHDRUJDQL]DomRSUHWHQGHWUDEDOKDUSRGHQGR
esta adotar mais de uma forma de departamentalização.

1.5.1. Departamentalização por funções

1.5.2. Departamentalização por produto

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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1.5.3. Departamentalização territorial

Tal grupamento permite a uma divisão focalizar as necessidades singulares de sua área, mas exige coordenação e
controle da administração de cúpula em cada região.

1.5.4. Departamentalização por cliente


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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1.5.5. Departamentalização por processo ou equipamento

1.5.6. Departamentalização por projeto

1.5.7. Departamentalização de matriz

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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1.5.8. Departamentalização mista Veremos agora como se dá a organização adminis-
trativa no âmbito da União e, na sequencia, as formas de
É o tipo mais frequente, cada parte da empresa deve realizar a função administrativa.
ter a estrutura que mais se adapte à sua realidade orga-
nizacional. ADM DIRETA: composta de órgãos públicos desper-
sonalizados
A melhor forma de departamentalizar ADM INDIRETA: composta de entidades jurídicas
dotadas de personalidade jurídica própria.
Para evitar problemas na hora de decidir como depar-
tamentalizar, pode-se seguir certos princípios: a) Administração Direta
- Princípio do maior uso – o departamento que faz A Administração Pública, não é propriamente cons-
maior uso de uma atividade deve tê-la sob sua ju- tituída de serviços, mas, sim, de órgãos a serviço
risdição. GR(VWDGRQDJHVWmRGHEHQVHLQWHUHVVHVTXDOLÀ-
- Principio do maior interesse – o departamento que cados da comunidade, o que nos permite concluir
tem maior interesse pela atividade deve supervi- que no âmbito federal, a Administração direta é
siona-la. o conjunto dos órgãos integrados na estrutura
- Principio da separação e do controle – As atividades administrativa da União.
do controle devem estar separadas das atividades
controladas. Administração Direta possui poderes políticos e
- Principio da supressão da concorrência – Eliminar a administrativos, eis que é responsável pela formula-
concorrência entre departamentos, agrupando ati- ção de políticas públicas.
vidades correlatas no mesmo departamento. a.1) Órgãos Públicos.
Órgãos Públicos são centros de competência instituí-
Outro critério básico para departamentalização está dos para o desempenho de funções estatais atra-
baseado na diferenciação e na integração, são: vés de seus agentes, cuja atuação é imputada à
pessoa jurídica a que pertencem.
Diferenciação, cujo princípio estabelece que as ati- Características dos Órgãos:
YLGDGHVGLIHUHQWHVGHYHPÀFDUHPGHSDUWDPHQWRVVHSD- • não tem personalidade jurídica;
rados. • expressa a vontade da entidade a que pertence
A diferenciação ocorre quando: (União, Estado, Município);
• é meio instrumento de ação destas pessoas ju-
O fator humano é diferente rídicas;
A tecnologia e a natureza das atividades são dife-
• dotado de competência, que é distribuída por seus
rentes
cargos.
Os ambientes externos são diferentes,
Os objetivos e as estratégias são diferentes.
a.2) Administração Direta Federal
A Administração direta Federal é dirigida por um ór-
Integração – Quanto mais atividades trabalham integra-
gão independente, supremo e unipessoal, que é a
GDVPDLRUUD]mRSDUDÀFDUHPQRPHVPRGHSDUWDPHQWR
Presidência da República, e por órgãos autônomos
O Fator de integração é: Necessidade de coordenação.
também, unipessoais, que são os Ministérios, aos
1.6 - Organização administrativa: quais se subordinam ou se vinculam os demais ór-
gãos e entidades descentralizadas.
A compreensão da administração pública se faz em
dois aspectos: a.3) Administração Direta Estadual
A Administração direta Estadual acha-se estruturada
Sentido subjetivo: inclui as atividades destinadas à em simetria com a Administração Federal, atenta
satisfação do interesse público (exceto as legislativas e ao mandamento constitucional de observância aos
judiciais): serviços públicos, poder de polícia, fomento e princípios estabelecidos na mesma, pelos Estados-
intervenção direta na economia -membros, e às normas complementares, relativa-
Sentido Objetivo: conjunto de unidades administra- mente ao atendimento dos princípios fundamen-
tivas, dotadas ou não de personalidade jurídica que têm tais adotados pela Reforma Administrativa.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

SRUÀQDOLGDGHH[HFXWDUDVDWLYLGDGHVDFLPDUHIHULGDV
a.4) Administração Direta Municipal
O Estado, para realizar a sua função administrati- A administração direta municipal é dirigida pelo
va, pode organizar-se administrativamente da forma e Prefeito, que, unipessoalmente, comanda,
modo que melhor lhe aprouver, sujeito apenas às limita- supervisiona e coordena os serviços de peculiar
ções e princípios constitucionais. interesse do Município, auxiliado por Secretários
municipais, sendo permitida, ainda, a criação
No Brasil, a organização administrativa se dá através de autarquias e entidades estatais visando à
da Administração Direta e da Administração Indireta, po- descentralização administrativa.
dendo realizar sua função de forma centralizada, descen-
tralizada, concentrada ou desconcentrada.

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a.5) Administração Direta do Distrito Federal. b.1.1) Autarquias
Ao Distrito Federal são atribuídas as competências Entidades autárquicas são pessoas jurídicas de Direi-
legislativas reservadas aos Estados e Municípios; to Público, de natureza meramente administrati-
entretanto, não é nenhum nem outro, constituindo YDFULDGDVSRUOHLHVSHFtÀFDSDUDDUHDOL]DomRGH
uma entidade estatal anômala, ainda que, se as- atividades, obras ou serviços descentralizados da
semelhe mais ao Estado, pois tem Poderes Legis- entidade estatal que as criou (desempenham ati-
lativo, Judiciário e Executivo próprios. Pode ainda, vidade típica da entidade estatal que a criou).
organizar seu sistema de ensino, instituir o regime As autarquias são criadas para desempenharem ativi-
jurídico único e planos de carreira de seus servido- dades típicas da administração pública e não ativi-
res, arrecadar seus tributos e realizar os serviços dades econômicas. O nosso direito positivo limitou
públicos de sua competência. o seu desempenho desde o Decreto-Lei 200.
Funcionam e operam na forma estabelecida na lei
b) Administração Indireta instituidora e nos termos de seu regulamento. As
A Administração indireta é o conjunto de entes autarquias podem desempenhar atividades eco-
(personalizados) que, vinculados a um Ministério, nômicas, educacionais, previdenciárias e quaisquer
prestam serviços públicos ou de interesse público. outras outorgadas pela entidade estatal-matriz,
A Administração Indireta, via de regra, possui, so- mas sem subordinação hierárquica, sujeitas apenas
mente, poderes administrativos, eis que não lhe cabe, em DR FRQWUROH ÀQDOtVWLFR GH VXD DGPLQLVWUDomR H GD
tese, formular políticas públicas. O Banco Central é uma conduta de seus dirigentes.
exceção a essa regra.
b.1.2) Fundações Públicas
FIQUE ATENTO! São pessoas jurídicas de direito público, com caracte-
rísticas patrimoniais, criadas mediante autorização
A expressão “Administração Indireta”, que legal para desenvolver atividades que não sejam,
doutrinariamente deveria coincidir com obrigatoriamente, típicas do Estado.
“Administração Descentralizada”, dela se
DIDVWDSDUFLDOPHQWH3RULVWRÀFDUDPIRUDGD Características:
categorização como Administração indireta - Equiparam-se às autarquias;
os casos em que a atividade administrativa - Têm persona lida de jurídica de direito público;
é prestada por particulares, “concessioná- - Base patrimonial.
rios de serviços públicos”, ou por “delega-
dos de função ou ofício público”. O posicionamento das Fundações Públicas sempre
foi variado. Hoje, com o advento da CF/88, foi encerrada
Em síntese, a administração federal compreende: essa dubiedade de posicionamento quando determina
I – a administração direta, que se constitui dos servi- que a Fundação Pública é submetida ao regime da ad-
ços integrados na estrutura administrativa da Pre- ministração indireta.
sidência da República e dos Ministérios; As Fundações Públicas foram equiparadas às Autar-
II – a administração indireta, que compreende as se- quias. Possuem personalidade jurídica de direito público.
guintes categorias de entidades, dotadas de per- +RMH QmR PDLV H[LVWH MXVWLÀFDWLYD SDUD VH PDQWHU D
sonalidade jurídica própria: diferença entre as Fundações e as Autarquias.
a) autarquias;
b) fundações públicas; b.1.3) Agências Reguladoras
c) agências reguladoras; São autarquias especiais, assim consideradas por se-
d) agências executivas; UHP GHVWLQDGDV D UHDOL]DU UHJXODomR H ÀVFDOL]DomR
e) empresas públicas; e sobre as atividades das concessionárias de serviços
f) sociedades de economia mista. públicos. Ex: ANATEL, ANEEL, ANA, etc.

Todas as entidades da administração indireta estão b.1.4) Agências Executivas


sujeitas: São pessoas jurídicas de direito público, galgadas a
- à necessidade da lei, para a sua criação; HVVDTXDOLÀFDomRSRUDSUHVHQWDUHPXPSODQHMDPHQ-
aos princípios da administração pública; to estratégico para melhora na prestação de serviços
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- à exigência de concurso público para admissão do públicos e no emprego de recursos públicos.


seu pessoal; e
- à licitação para suas contratações. Firmam com o Estado um contrato de gestão, pelo qual
- A autarquia se comprometem a atingir metas pré-estabelecidas. Caso
- As Empresas Públicas, as Sociedades de economia QmRDVDWLQMDSRGHPYLUDSHUGHUDTXDOLÀFDomRFRQVHJXLGD
mista e as Fundações As Agências Executivas são autarquias que vão de-
- Subsidiárias das referidas entidades sempenhar atividades de execução na administração
pública, desfrutando de autonomia decorrente de con-
São todas criadas através de Lei. trato de gestão. É necessário um decreto do Presidente
da República, reconhecendo a autarquia como Agência
b.1) Pessoas Jurídicas de Direito Público Executiva. Ex.: INMETRO.

13
b.2) Pessoas Jurídicas de direito privado criadas pelo Estado
b.2.1) Empresas Públicas
(PSUHVDVS~EOLFDVVmRSHVVRDVMXUtGLFDVGH'LUHLWR3ULYDGRFULDGDVSRUOHLHVSHFtÀFDFRPFDSLWDOH[FOXVLYDPHQWH
público, para realizar atividades de interesse da Administração instituidora nos moldes da iniciativa particular,
podendo revestir qualquer forma e organização empresarial. Ex: ECT, CEF, CAESB, etc.

O que caracteriza a empresa pública é seu capital exclusivamente público, de uma só ou de várias entidades, mas sem-
pre capital público. Sua personalidade é de Direito Privado e suas atividades se regem pelos preceitos comerciais. É uma
empresa, mas uma empresa estatal por excelência, constituída, organizada e controlada pelo Poder Público.
Difere da autarquia e da fundação pública por ser de personalidade privada e não ostentar qualquer parcela de
poder público; distingue-se da sociedade de economia mista por não admitir a participação do capital particular.
4XDOTXHUGDVHQWLGDGHVSROtWLFDVSRGHFULDUHPSUHVDS~EOLFDGHVGHTXHRIDoDSRUOHLHVSHFtÀFD &)DUW,; DHPSUHVDS~EOLFD
pode ter forma societária econômica convencional ou especial; tanto é apta para realizar atividade econômica como qualquer outra
da competência da entidade estatal instituidora; quando explorar atividade econômica, deverá operar sob as normas aplicáveis às
empresas privadas, sem privilégios estatais; em qualquer hipótese, o regime de seu pessoal é o da legislação do trabalho.
O patrimônio da empresa pública, embora público por origem, pode ser utilizado, onerado ou alienado na forma re-
gulamentar ou estatutária, independentemente de autorização legislativa especial, porque tal autorização está implícita
na lei instituidora da entidade. Daí decorre que todo o seu patrimônio bens e rendas - serve para garantir empréstimos
e obrigações resultantes de suas atividades, sujeitando-se a execução pelos débitos da empresa, no mesmo plano dos
negócios da iniciativa privada, pois, sem essa igualdade obrigacional e executiva, seus contratos e títulos de crédito
não teriam aceitação e liquidez na área empresarial, nem cumpririam o preceito igualizador do § 1º do art. 173 da CF.

b.2.1) Sociedades de Economia Mista


As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de Direito Privado, com participação do Poder Público e
de particulares no seu capital e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou serviço de
LQWHUHVVHFROHWLYRRXWRUJDGRRXGHOHJDGRSHOR(VWDGR(;%%3(752%5É6HWF
O objeto da sociedade de economia mista tanto pode ser um serviço público ou de utilidade pública como uma
atividade econômica empresarial.
A forma usual de sociedade de economia mista tem sido a anônima, obrigatória para a União mas não para as de-
mais entidades estatais.
Na extinção da sociedade, seu patrimônio, por ser público, reincorpora-se no da entidade estatal que a instituíra.
A sociedade de economia mista não está sujeita a falência, mas seus bens são penhoráveis e executáveis e a enti-
dade pública que a instituiu responde, subsidiariamente, pelas suas obrigações.

b.2.2) Fundações de Direito Privado criadas pelo Estado


6mRSHVVRDVMXUtGLFDVJRYHUQDPHQWDLVGHGLUHLWRSULYDGRVHPÀQVOXFUDWLYRVFRPFDUDFWHUtVWLFDVSDWULPRQLDLVGHV-
tinadas, não obrigatoriamente a desenvolver atividades ti picas do Estado. Ex: Fundação Getúlio Vargas; IBGE.

Vejamos agora as formas de realização da função administrativa: “descentralização”, “centralização”, “concentração”


e “desconcentração
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

14
Analisemos: Ambas representam formas de distribuição de competências, porém, com aspectos distintos:

Processo administrativo

Como vimos acima, a Administração é o ato de administrar ou gerenciar negócios, pessoas ou recursos, com o
REMHWLYRGHDOFDQoDUPHWDVGHÀQLGDV
A gestão de uma empresa ou organização se faz de forma que as atividades sejam administradas com planejamen-
to, organização, direção, e controle.
Segundo alguns autores (Montana e Charnov) o ato de administrar é trabalhar com e por intermédio de outras
pessoas na busca de realizar objetivos da organização bem como de seus membros.
O processo administrativo apresenta-se como uma sucessão de atos, juridicamente ordenados, destinados todos à
REWHQomRGHXPUHVXOWDGRÀQDO2SURFHGLPHQWRpSRLVFRPSRVWRGHXPFRQMXQWRGHDWRVLQWHUOLJDGRVHSURJUHVVLYD-
mente ordenados em vista da produção desse resultado.
O devido processo legal simboliza a obediência às normas processuais estipuladas em lei; é uma garantia constitu-
cional concedida a todos os administrados, assegurando um julgamento justo e igualitário, assegurando a expedição
de atos administrativos devidamente motivados bem como a aplicação de sanções em que se tenha oferecido a diale-
ticidade necessária para caracterização da justiça. Decisões proferidas pelos tribunais já tem demonstrado essa posição
no sistema brasileiro, qual seja, de defesa das garantias constitucionais processuais no sentido de conceder ao cidadão
a efetividade de seus direitos.

6HULDLQVXÀFLHQWHVHD&RQVWLWXLomRJDUDQWLVVHDRVFLGDGmRVLQ~PHURVGLUHLWRVVHQmRJDUDQWLVVHDHÀFiFLDGHVWHV
Nesse desiderato, o princípio do devido processo legal ou, também, princípio do processo justo, garante a regularidade
do processo, a forma pela qual o processo deverá tramitar, a forma pela qual deverão ser praticados os atos processuais
e administrativos.
Cabe ressaltar que o princípio do devido processo legal resguarda as partes de atos arbitrários das autoridades
jurisdicionais e executivas.
O processo é composto de fases e atos processuais rigorosamente seguidos, viabilizando as partes a efetividade do
processo, não somente em seu aspecto jurídico-procedimental, mas também em seu escopo social, ético e econômico,
assegurando o cumprimento dos princípios constitucionais processuais, somente aí, ter-se-á a efetivação de um Estado
Democrático de Direito.
Toda atuação do Estado há de ser exercida em prol do público, mediante processo justo, e mediante a segurança
dos trâmites legais do processo.

Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle

A administração assim como suas funções sofreram constantes mudanças, muito visíveis no último século. Com a
FKHJDGDGHQRYDVWHFQRORJLDVQRYDVIRUPDVGHSURGXomRYHQGDVORJtVWLFDHPXGDQoDVQDSDUWHFRQWiELOHÀQDQFHLUD
as teorias assim como a prática precisaram adaptar-se a uma nova realidade administrativa.

Das funções da administração de Henri Fayol (precursor dessa teoria), podemos encontrar as seguintes que são
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

demonstradas como PO3C: A primeira delas é:


PlanejarLVVRVLJQLÀFDTXHYRFrWHUiTXHFULDUSODQRVSDUDRIXWXURGHVXDRUJDQL]DomR1HVVHPRPHQWRFRPHoD-
mos a programar o que estava no planejamento com o objetivo, claro, de colocar em prática o que está no papel, e é
durante esse passo da programação que vemos a estrutura organizacional, a situação da empresa e das pessoas que
compõe ela.
A segunda função da administração é Organizar$ÀQDOTXDORVHQWLGRGHVHUXPDSHVVRDRUJDQL]DGD"pDTXHOD
TXHVDEHRQGHÀVLFDPHQWHVHHQFRQWUDRTXHpQHFHVViULRQRPRPHQWRFHUWRTXHWUDQVIRUPDRDPELHQWHORFDOGH
WUDEDOKRGHODHPXPDPELHQWHGHIiFLOHQWHQGLPHQWRSDUDTXDOTXHUXPHQFRQWUDURTXHSUHFLVD"7DPEpPPDVQR
VHQWLGRTXH)D\ROGHÀQHpTXHDVHPSUHVDVVmRIHLWDVGHSHVVRDVHHVWUXWXUDItVLFDHVVDIXQomRDGPLQLVWUDWLYDXWLOL]D
da parte material e social da empresa.

15
A terceira função é Comandar. Essa função serve para orientar a organização, dirigir também. Se a empresa está
rumo a um caminho e encontra obstáculos, caberá ao administrador dirigir, se for preciso, ou orientar a organização
para traçar o objetivo, às vezes é preciso intervir e tomar as rédeas da organização e orientá-la e dirigi-la.
A quarta função é Coordenar. Sem dúvidas, essa é uma função primordial para motivar as pessoas que estão em um
ambiente de trabalho, tanto para aprender cada vez mais quanto ao que tem relação em se esforçarem com o objetivo
de cumprirem metas e, de forma coletiva, alcançar objetivos traçados pelo administrador da empresa.
E por último, a quinta função administrativa é Controlar. Uma organização sem normas e regras, certamente, terá
menos desempenho que uma. Segundo Fayol, essas cinco funções administrativas conduzem a uma administração
HÀFD]GDVDWLYLGDGHVGDRUJDQL]DomR0DVFRPRSDVVDUGRWHPSRDVIXQo}HV&RPDQGRH&RRUGHQDomRIRUPDUDP
uma só função, a de Direção. Então as funções de POCCC passaram para PODC (Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar).
Em síntese, dentro do modelo atual temos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Fonte e texto adaptado de: www.al.sp.gov.br/www.escoladegoverno.pr.gov.br/Fernando Coelho/ Carlos Alberto


Bonezzi/Luci Léia De Oliveira Pedraça/ Paulo Roberto Motta/Carlos Ramos

1. Planejamento Estratégico

O conceito de estratégia é realmente amplo, e seu uso corrente permite associá-lo desde a um curso de ação bas-
tante preciso até ao posicionamento organizacional, em última análise, a toda razão de ser da empresa.

16
A estratégia pode ser considerada um instrumento: o Um bom planejamento estratégico deve, em seu iní-
planejamento estratégico. Essa parte do planejamento es- FLR LQFOXLU D GHÀQLomR GR UHIHUHQFLDO HVWUDWpJLFR GD RU-
tratégico corresponderia aos caminhos selecionados para ganização. Este referencial é o grande guia das organi-
VHUHPWULOKDGRVSULPHLURSHODLGHQWLÀFDomRGRVSRQWRVIRU- zações, são as diretrizes que norteiam a sua atuação e o
tes e fracos da organização, e das empresas e oportunidades seu posicionamento frente ao mercado. Representam o
diagnosticadas em seu ambiente de atuação. Da porta para planejamento estratégico no seu nível mais amplo e são
fora, o planejamento cumpriria a função de orientar as ações as bases para que a organização possua uma estratégia
da organização para que ela possa buscar oportunidades e a sólida e sustentável.
própria sobrevivência.
Assim, a estratégia é fruto de processos racionais de Esse referencial inclui o negócio, a missão, a visão de
UHÁH[mRDSUHQGL]DJHPHODERUDomRSHQVDPHQWRHLQWHU- futuro e os valores organizacionais.
venção, além de processos não racionais e simbólicos,
construídos a partir da “vivência” cotidiana da organiza- - Missão: pode ser entendida como o papel que a
ção em seus embates internos e com o ambiente. HPSUHVDWHUiSHUDQWHDVRFLHGDGHHQÀPTXDLVVmR
os benefícios que a sua atividade produtiva - seja
2. Planejamento Estratégico - Conceitos, métodos ela industrial, comercial ou prestação de serviços -
e técnicas trará para a coletividade ou, pelo menos, aos seus
clientes. Missão é, portanto, a função social da ati-
2 SODQHMDPHQWR HVWUDWpJLFR SRGHULD VHU GHÀQLGR vidade da empresa dentro de um contexto global.
como um processo de gestão que apresenta, de maneira Vejamos quatro exemplos de missão organizacional:
integrada, o aspecto futuro das decisões institucionais, Receita Federal do Brasil: “Exercer a administração
D SDUWLU GD IRUPXODomR GD ÀORVRÀD GD LQVWLWXLomR VXD WULEXWiULDHRFRQWUROHDGXDQHLURFRPMXVWLoDÀVFDOHUHV-
missão, sua orientação, seus objetivos, suas metas, seus peito ao cidadão, em benefício da sociedade”.
programas e as estratégias a serem utilizadas para as-
VHJXUDUVXDLPSOHPHQWDomReDLGHQWLÀFDomRGHIDWRUHV MPOG – “Promover o planejamento participativo e a
competitivos de mercado e potencial interno, para atin- melhoria da gestão pública para o desenvolvimento sus-
gir metas e planos de ação que resultem em vantagem tentável e socialmente includente do País”.
competitiva, com base na análise sistemática de mudan- TCU – “Assegurar a efetiva e regular gestão dos recur-
ças ambientais previstas para um determinado período. sos públicos, em benefício da sociedade”.
Portanto, o planejamento estratégico não deve ser con- Petrobrás – “Atuar de forma segura e rentável nas ati-
VLGHUDGRDSHQDVFRPRXPDDÀUPDomRGDVDVSLUDo}HVGH vidades de indústria de óleo, gás e energia, nos mercados
uma empresa, pois inclui também o que deve ser feito nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços
para transformar essas aspirações em realidade. Quan- de qualidade, respeitando o meio ambiente, consideran-
do se considera a metodologia para o desenvolvimento do os interesses dos seus acionistas e contribuindo para
do planejamento estratégico nas empresas, têm-se duas o desenvolvimento do país”.
SRVVLELOLGDGHVTXHVHGHÀQHP
• em termos da empresa como um todo, “aonde se - Negócio: É o ramo de atuação da organização, de-
quer chegar e depois se estabelece “como a em- limita o campo em que ela estará desenvolvendo
presa está para se chegar à situação desejada”; ou suas atividades. Está muito ligado ao tipo de pro-
• em termos da empresa como um todo “como se duto ou serviço que a organização oferece e nem
está” e depois se estabelece “aonde se quer che- sempre é tão óbvio. Por exemplo, o negócio da Co-
gar”. Pode-se considerar uma terceira possibilidade SHQKDJHQQmRpFKRFRODWHVHVLPSUHVHQWHVÀQRV
TXH p GHÀQLU ´DRQGH VH TXHU FKHJDUµ MXQWDPHQWH 3DUDH[HPSOLÀFDUFRPXPDRUJDQL]DomRS~EOLFDR
com “como se está para chegar lá”. Cada uma des- negócio do TCU é o “controle externo da adminis-
sas possibilidades tem a sua principal vantagem. tração pública e da gestão dos recursos públicos
No primeiro caso, é a possibilidade de maior criati- federais”.
vidade no processo pela não existência de grandes
restrições. A segunda possibilidade apresenta a - Visão de futuro: É considerada como os limites
grande vantagem de colocar o executivo com o pé que os principais responsáveis pela empresa conseguem
no chão quando inicia o processo de planejamento enxergar dentro de um período de tempo mais longo e
estratégico. uma abordagem mais ampla. Representa o que a empre-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sa quer ser em um futuro próximo ou distante


O planejamento estratégico é o processo por meio do
qual a estratégia organizacional será explicitada. A visão deve ser:
3RGHPRVLGHQWLÀFDUFRPRFDUDFWHUtVWLFDVGRSODQHMD- • Compartilhada e apoiada por todos na organiza-
mento estratégico: ção
- É responsabilidade da cúpula da organização; • Abrangente e detalhada
- Envolve a organização como um todo; • Positiva e inovadora
- Planejamento de longo prazo; • 'HVDÀDGRUDPDVYLiYHO
- Outros níveis do planejamento (tático e operacional) • Transmitir uma promessa de novos tempos
serão desdobrados dele. • Agregar um aspecto emocional

17
Exemplos de visão: (VVHV QHJyFLRV LGHQWLÀFDGRV QR KRUL]RQWH XPD YH]
Receita Federal: “Ser uma instituição de excelência em considerados viáveis e interessantes para a empresa,
administração tributária e aduaneira, referência nacional passam a ser denominados propósitos da empresa.
e internacional”.
TCU: “Ser instituição de excelência no controle e con- Os objetivos correspondem à explicitação dos seto-
tribuir para o aperfeiçoamento da administração pública”. res de atuação dentro da missão que a empresa já atua
ou está analisando a possibilidade de entrada no setor,
- Valores: Representam o conjunto dos princípios, ainda que esteja numa situação de possibilidade reduzi-
crenças e questões éticas fundamentais de uma da. As empresas precisam de objetivos estratégicos e ob-
empresa, bem como fornecem sustentação a todas MHWLYRVÀQDQFHLURV2VREMHWLYRVHVWUDWpJLFRVUHIHUHPVH
as suas principais decisões. à competitividade da empresa e as perspectivas de longo
,QÁXHQFLDQDTXDOLGDGHGRGHVHQYROYLPHQWRHRSHUD- SUD]RGRQHJyFLR2VREMHWLYRVÀQDQFHLURVUHODFLRQDPVH
cionalização do planejamento estratégico. com medidas como o crescimento das receitas, retorno
Os valores da empresa devem ter forte interação com VREUHRLQYHVWLPHQWRSRGHUGHHPSUpVWLPRÁX[RGHFDL-
as questões éticas e morais da empresa xa e retorno dos acionistas.

2.2. Elaborar uma estratégia para atingir os obje-


#FicaDica tivos.
Por mais simples que pareçam estes concei- (VWDEHOHFHUHVWUDWpJLDVLJQLÀFDGHÀQLUGHTXHPDQHLUD
tos, comumente são cobrados de forma que pode se atingir os objetivos de desempenho da empre-
gerem dúvidas, portanto, é muito importan- sa. A estratégia é concebida como uma combinação de
WH TXH FRQVLJD LGHQWLÀFDU QmR Vy R FRQFHL- ações planejadas e reações adaptáveis para a indústria
to, mas como diferenciá-lo em uma situação em desenvolvimento e eventos competitivos. Raramente
prática. a estratégia da empresa resiste ao tempo sem ser alte-
A empresa bem-sucedida tem uma visão do rada. Há necessidade de adaptação de acordo com as
que pretende, e esta visão trabalhada em variáveis do mercado, necessidades e preferências do
consonância com seus valores, tendo como consumidor, manobras estratégias de empresas concor-
base em seu modelo de gestão a missão que rentes.
fornece à empresa o seu impulso e sua di-
reção. 2.3. Analisar fatores externos da empresa

• considerações políticas, legais de cidadania da co-


2.1. Desenvolver a visão estratégica e a missão do munidade;
negócio. • atratividade da indústria, mudanças da indústria e
condições competitivas;
$WUDYpVGDYLVmRpSRVVtYHOLGHQWLÀFDUTXDLVVmRDV • oportunidades e ameaças da empresa. A tarefa de
expectativas e os desejos dos acionistas, conselhei- fazer com que a estratégia de uma empresa seja
ros e elementos da alta administração da empresa, VRFLDOPHQWH UHVSRQViYHO VLJQLÀFD FRQGX]LU DV
tendo em vista que esses aspectos proporcionam atividades organizacionais eticamente e no inte-
o grande delineamento do planejamento estraté- resse público geral, responder positivamente às
gico a ser desenvolvido e implementado. A gerên- prioridades e expectativas sociais emergentes, de-
FLDGHYHGHÀQLU´TXHPVmRµ´RTXHID]HPµH´SDUD monstrar boa vontade de executar as ações antes
onde estão direcionados”, estabelecendo um curso que ocorra um confronto legal, equilibrar os in-
para a organização. teresses dos acionistas com os interesses da so-
A visão pode ser considerada como os limites que os ciedade como um todo e comportar-se como um
principais responsáveis pela empresa conseguem enxer- bom cidadão na comunidade. A estratégia de uma
gar dentro de um período de tempo mais longo e uma empresa deve fazer uma combinação perfeita da
abordagem mais ampla. Ela deve ser resultante do con- indústria com as condições competitivas e ainda
senso e do bom senso de um grupo de líderes e não da precisa ser direcionada para conquistar oportuni-
vontade de uma pessoa. dades de crescimento. Do mesmo modo a estra-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A missão é a razão de ser da empresa. Neste ponto tégia deve ser equipada para proporcionar defesa
procura-se determinar qual o negócio da empresa, por do bem-estar da empresa e do seu desempenho
que ela existe, ou ainda em que tipos de atividades a futuro contra ameaças externas.
empresa deverá concentrar-se no futuro. Aqui se procura
responder à pergunta básica: “Aonde se quer chegar com 2.4. Analisar fatores internos da empresa
DHPSUHVD"µ´1DUHDOLGDGHDPLVVmRGDHPSUHVDUHSUH-
senta um horizonte no qual a empresa decide atuar e • pontos fortes e pontos fracos da empresa e capaci-
vai realmente entrar em cada um dos negócios que apa- dades competitivas;
recem neste horizonte, desde que seja viável sobre os ‡DPELo}HVSHVVRDLVÀORVRÀDGHQHJyFLRHSULQFtSLRV
vários aspectos considerados”. éticos dos executivos;

18
• valores compartilhados e cultura da empresa. A es- a) Diagnóstico estratégicoDEUDQJHDGHÀQLomRGDYL-
tratégia deve ser muito bem combinada com os são, a análise externa, análise interna e análise dos
pontos fortes, os pontos fracos e com as capaci- concorrentes;
dades competitivas da empresa, ou seja, deve ser b) 'HÀQLomRGDPLVVmRHVWDQyVMiYLPRVpDGHÀQL-
baseada naquilo que ela faz bem e deve evitar ção da razão de ser da empresa e as consequências
aquilo que ela não faz bem. Os pontos fortes bá- GHWDOGHÀQLomR
sicos de uma organização constituem uma impor- c) 'HÀQLomRGRVLQVWUXPHQWRVSUHVFULWLYRVHTXDQWLWDWL-
tante consideração estratégia pelas habilidades e vos: instrumentos prescritivos são aqueles que irão
capacidades que fornecem para aproveitar deter- dizer como a organização deve atuar para alcançar
minada oportunidade, aonde podem proporcionar RVREMHWLYRVGHÀQLGRV,QVWUXPHQWRVTXDQWLWDWLYRV
vantagem competitiva para a empresa no merca- basicamente, são aqueles ligados ao planejamento
do e potencialidade que tem para se tornar a base orçamentário;
GD HVWUDWpJLD $V DPELo}HV YDORUHV ÀORVRÀDV GH d) Controle e avaliação VmR YHULÀFDo}HV HWDSDV HP
negócio, atitudes perante o risco e crenças éticas que se avalia se o que está sendo feito correspon-
GRVJHUHQWHVWrPLQÁXrQFLDVLPSRUWDQWHVVREUHD de ao que foi planejado
estratégia e são impregnadas nas estratégias que .
eles elaboram. Os valores gerenciais também mo- 0RGHORRXPDWUL]GH$QVR෇
delam a qualidade ética da estratégia de uma em-
presa, quando os gerentes têm fortes convicções
éticas, exigem que sua empresa observe um estrito
código de ética em todos os aspectos do negócio,
como por exemplo, falar mal dos produtos rivais.
$VSROtWLFDVSUiWLFDVWUDGLo}HVHFUHQoDVÀORVyÀFDV
da organização são combinadas para estabelecer
uma cultura distinta. Em alguns casos as crenças e
cultura da empresa chegam a dominar a escolha
das mudanças estratégicas.

O planejamento estratégico deve estar alinhado a


este referencial.

Etapas do Planejamento Estratégico: vamos abaixo


analisar alguns dos apontamentos sobre essas etapas
conforme seus autores. Temos dois componentes principais no modelo: Mer-
FDGRV H 3URGXWRV &DGD XP GHOHV SRGH VHU FODVVLÀFDGR
Segundo Maximiano, o planejamento estratégico com- quando a existentes e novos, gerando quatro estratégias
preende quatro etapas principais: empresariais possíveis:
Penetração no mercado: Esta estratégia consiste em ex-
A) Análise da situação estratégica presente. Esta eta- plorar produtos tradicionais em um mercado tradicional.
pa busca compreender a situação atual da empre- Desenvolvimento de mercado: “É a estratégia de ex-
sa, e as decisões que foram tomadas e levaram a plorar um mercado novo com produtos tradicionais. Por
tal posição. Deve considerar o referencial estraté- exemplo: uma operadora de cartões de crédito que lança
gico, os produtos e mercados atuais ou potenciais RSURGXWRSDUDXPS~EOLFRHVSHFtÀFRFRPRRVWRUFHGR-
da organização, as vantagens competitivas (ele- res de um time”.
mentos capazes de diferenciar a organização de Desenvolvimento de produto: consiste em oferecer
outras no mercado), o desempenho atual e o uso produtos novos a mercados tradicionais.
de recursos. 'LYHUVLÀFDomR: É uma estratégia mais arrojada, que
% $QiOLVHGRDPELHQWH1DFODVVLÀFDomRGR0D[LPLD- consiste em explorar novos produtos em novos merca-
no, esta etapa abrange apenas o ambiente externo. dos. Por exemplo, uma empresa de produção de alimen-
C) Análise interna. É a análise do ambiente interno. tos que lança um refrigerante está adotando uma estra-
D) Elaboração do plano estratégico. WpJLDGHGLYHUVLÀFDomR
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

A análise de ambiente corresponde à avaliação de 6HJXQGRFODVVLÀFDomRGH3RUWHUWHPRVQR3ODQHMDPHQ-


variáveis do ambiente interno (pontos fortes e pontos to estratégico, 3 grupos:
fracos) e variáveis do ambiente externo (oportunidades
e ameaças) relevantes para a organização. As variáveis - Diferenciação: Consiste em “procurar projetar uma
do ambiente interno normalmente são controláveis, en- forte identidade própria para o serviço ou produto,
quanto as variáveis do ambiente externo estão fora da que o torne nitidamente distinto dos produtos e
governabilidade da organização. VHUYLoRV GRV FRQFRUUHQWHV ,VVR VLJQLÀFD HQIDWL]DU
uma ou mais vantagens competitivas, como qua-
Segundo Djalma de Oliveira o Planejamento Estratégi- lidade, serviço, prestígio para o consumidor, estilo
co apresenta estas etapas: do produto ou aspecto das instalações.

19
- Liderança de custo: consiste em oferecer produtos 5. Planejamento Tático
ou serviços mais baratos do que os concorrentes.
- Estratégias de foco: concentração ou nicho: Consiste Planejamento é a primeira das funções administrati-
em escolher um segmento do mercado e concen- vas, e está relacionada com tudo aquilo que a organiza-
trar-se nele. Por exemplo, produtores de alimentos ção pretende fazer, executar, alcançar.
orgânicos oferecem um alimento mais caro, mas Podemos considerar o planejamento como “o ato de
FRQFHQWUDGRHPXPQLFKRHVSHFtÀFRGHFOLHQWHV determinar as metas da organização e os meios para al-
cançá-las”.
4. Planejamento Estratégico Situacional (PES)
Na prática temos três tipos de planejamentos:
O PES foi sintetizado pelo economista chileno Car-
los Matus, para pensar a arte de governar. Este méto-
do “pressupõe constante adaptação do planejamento a
cada situação concreta onde é aplicado”. Além disso, o
PES leva em consideração, em suas formulações teóricas,
as interferências dos campos político, econômico e social
nos planos de governo.
'HÀQLomRGHSODQHMDPHQWRVHJXQGR0DWXV´3ODQHMDU
VLJQLÀFD SHQVDU DQWHV GH DJLU SHQVDU VLVWHPDWLFDPHQ-
te, com método; explicar cada uma das possibilidades e
analisar suas respectivas vantagens e desvantagens; pro-
por-se objetivos”.
Outro ponto importante deste conteúdo são os mo-
mentos do PES:
• Momento explicativo: compreende-se a realidade,
LGHQWLÀFDQGRVHRVSUREOHPDVTXHRVDWRUHVVRFLDLV
declaram. Abandona o conceito de setor, utilizado no
planejamento tradicional, e passa a trabalhar com o
conceito de problemas. “Na explicação da realidade
temos que admitir e processar informação relativa a
outras explicações de outros atores sobre os mesmos Planejamento Tático – relaciona-se a objetivos de mé-
problemas, isto é, a abordagem deve ser sempre si- dio prazo, e com maneiras e ações que, geralmente, afe-
tuacional, posicionada no contexto”. tam somente uma parte da empresa.
• Momento normativo: como se formula o plano. Tem como eixo central otimizar determinadas áreas
Produzir as respostas de ação em um contexto de de resultados, e não a empresa como um todo. Portanto,
LQFHUWH]D'HÀQLUDVLWXDomRLGHDO´2FHQWUDOQHVWH trabalha com decomposição dos objetivos e políticas es-
PRGHOR GH SODQHMDPHQWR p GLVFXWLU D HÀFiFLD GH tabelecidas no planejamento estratégico.
cada ação e qual a situação objetivo que sua re- O planejamento tático é desenvolvido em níveis or-
alização objetiva, cada projeto e isso só pode ser ganizacionais inferiores, ou seja, é realizado no nível ge-
feito relacionando os resultados desejados com os UHQFLDORXGHSDUWDPHQWDOWHQGRFRPRSULQFLSDOÀQDOLGD-
recursos necessários e os produtos de cada ação” GHDXWLOL]DomRHÀFLHQWHGRVUHFXUVRVGLVSRQtYHLVSDUDD
• Momento estratégico: examinar a viabilidade po- FRQVHFXomR GH REMHWLYRV SUHYLDPHQWH À[DGRV VHJXQGR
lítica do plano e do processo de construção de uma estratégia predeterminada, bem como as políticas
viabilidade política das operações não viáveis na orientadoras para o processo decisório organizacional.
situação inicial. Adequa o “deve ser” ao “pode ser”. Características Principais:
Busca desenhar as melhores estratégias para viabi- - Processo permanente e contínuo;
OL]DUDPi[LPDHÀFiFLDGRSODQR - Aproxima o estratégico do operacional;
• Momento tático-operacional: o momento do fazer. - Aproxima os aspectos incertos da realidade;
“Neste momento é importante debater o sistema - É executado pelos níveis intermediários da organi-
de gestão da organização e até que ponto ele está zação;
pronto para sustentar o plano e executar as estra- - Pode ser considerado uma forma de alocação de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tégias propostas”. recursos;


- Tem alcance mais limitado do que o planejamento
Os principais pressupostos teóricos do método PES estratégico, ou seja, é de médio prazo;
são resumidos em quatro perguntas, segundo Matus, - Produz planos mais bem direcionados às atividades
que apontam as diferenças entre o PES e os demais mé- organizacionais.
todos de planejamento estratégico:
 FRPRH[SOLFDUDUHDOLGDGH"
 FRPRFRQFHEHUXPSODQR"
 FRPRWRUQDUYLiYHORSODQRQHFHVViULR"
 FRPRDJLUDFDGDGLDGHIRUPDSODQHMDGD"

20
Questões essenciais:
- 2TXrID]HU"
'iSDUDID]HU"
9DOHDSHQDID]HU"
4XHPID]"
&RPRID]HUEHP"
)XQFLRQD"
4XDQGRID]HU"

6. Desenvolvimento de planejamentos táticos

6.1. Planejamento Operacional

Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escrito das metodologias de
desenvolvimento e implantações estabelecidas.
Portanto, nesta situação, tem-se basicamente os planos de ação, ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático, e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

devem conter com detalhes: os recursos necessários a seu desenvolvimento e implantação; os procedimentos básicos
D VHUHP DGRWDGRV RV SURGXWRV RX UHVXOWDGRV ÀQDLV HVSHUDGRV RV SUD]RV HVWDEHOHFLGRV H RV UHVSRQViYHLV SHOD VXD
execução e implantação.

21
2. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características
das organizações formais modernas; tipos de estrutura
RUJDQL]DFLRQDOQDWXUH]DÀQDOLGDGHVHFULWpULRVGHGHSDU-
tamentalização, julgue o próximo item.
$HVWUXWXUDRUJDQL]DFLRQDOpDFRQÀJXUDomRYHUWLFDOHKR-
rizontal de tarefas, autoridade e cargos, e sua representa-
ção é feita por meio da departamentalização.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Errado” As Organizações formais possuem


uma estrutura hierárquica com suas regras e seus pa-
drões, onde, através de seus ORGANOGRAMAS, apre-
VHQWDPXPDHVWUXWXUDGHÀQLGDHGLPHQVLRQDGD
A departamentalização não é representação e sim um
aspecto da estrutura horizontal.
Ciclo básico dos três tipos de planejamento
3. (STJ – 2018 - CESPE) Com relação a características
das organizações formais modernas; tipos de estrutura
RUJDQL]DFLRQDOQDWXUH]DÀQDOLGDGHVHFULWpULRVGHGHSDU-
#FicaDica tamentalização, julgue o próximo item.
O planejamento estratégico é o ponto de A estrutura matricial prejudica a coordenação porque di-
partida da organização e tem como fun- ÀFXOWDDFRPXQLFDomRHGLPLQXLDÁH[LELOLGDGH
ção antecipar o que a organização de-
verá fazer e quais objetivos deverão ser ( ) CERTO ( ) ERRADO
atingidos, enquanto quem formaliza as
metodologias de desenvolvimento é o Resposta: “Errado” Como vimos em nosso conteúdo,
planejamento tático e quem executa é o a estrutura matricial apresenta como vantagem : “De-
operacional. senvolvimentos de um forte e coeso trabalho de equipe
e metas de projetos”, o que só é possível se existir um
FDQDOGHFRPXQLFDomRSRVLWLYRHHÀFLHQWH
Fonte e textos adaptados de: www periodicos.unifor-
mg.edu.b/Jussara Maria Silva Rodrigues Oliveira/Denise 4. (TRT/7ª Região/ CE – 2017 - CESPE) Ao transferir,
Grzybovski/Ricardo de Souza Sette/Jaime Crozatti/Carlos por contrato, a execução de atividade administrativa para
Xavier uma pessoa jurídica de direito privado, a União se utiliza
do instituto da

a) desconcentração.
EXERCÍCIOS COMENTADOS b) outorga.
c) descentralização.
1. (TCE/PB – 2018 - CESPE) Entre as características das d) concentração.
organizações formais modernas destacam-se a
Resposta: “Letra C” Alternativa A – ERRADO – a des-
a) resistência às mudanças, o individualismo e a relação concentração ocorre âmbito interno de cada entidade
de antagonismo. (política ou administrativa), porém por mais de um ór-
E ÁH[LELOLGDGHQDVDWULEXLo}HVHUHVSRQVDELOLGDGHVRUD- gão público, que divide competências.
cionalismo e a amplitude administrativa. Alternativa B – ERRADO – a outorga transfere titulari-
c) relação de coesão, a especialização e a colaboração dade, porem, o exercício se refere à transferência de
espontânea. execução da atividade apenas.
d) divisão do trabalho, a especialização e as regras im- Alternativa C – CORRETO
plícitas. Alternativa D – ERRADO – na concentração a função
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

e) hierarquia, o racionalismo e a especialização. administrativa é exercida no âmbito interno de cada


entidade (política ou administrativa), por apenas um
Resposta: “Letra E” Como visto em nosso conteúdo, órgão público, sem qualquer divisão.
as organizações formais (organizações clássicas ou ne-
oclássicas), apresentam cinco características básicas,
quais sejam: divisão do trabalho, especialização, hierar-
quia, amplitude administrativa e racionalismo.

22
2. Situação
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL: BARREI-
RAS, USO CONSTRUTIVO, COMUNICAÇÃO A situação pode ser considerada a circunstância na
FORMAL E INFORMAL. qual as mensagens são passadas do emissor ao receptor.
“Todos os processos de Comunicação acontecem em de-
terminada situação, seja ela favorável ou desfavorável. A
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL situação real que deve ser considerada, no processo de
Comunicação, é aquela percebida e sentida pelo recep-
&RQGX]LU HÀFLHQWHPHQWH SURFHVVRV GH FRPXQLFDomR tor e não aquela vivida ou sentida pelo emissor”. Para
interpessoal e trocar feedback de forma motivadora têm TXH D WUDQVPLVVmR GD PHQVDJHP VHMD FRQVLGHUDGD HÀ-
VLGRXPJUDQGHGHVDÀRQDOLGHUDQoDGHHTXLSHVHJUXSRV caz, deve-se procurar a situação mais favorável, pois, se
de trabalho em geral. o emissor procurar comunicar-se em uma situação des-
6HQGRDVVLPRSURÀVVLRQDOSUHFLVDDSUHQGHUDDGPL- favorável, poderá acontecer que o receptor não lhe dará
nistrar: a atenção devida e, consequentemente, não entenderá a
Ł $FRUUHWDXWLOL]DomRGDFRPXQLFDomRYHUEDOHQmR mensagem que lhe foi transmitida.
verbal;
Ł $ FRPXQLFDomR FRPR HOHPHQWR GH LQWHJUDomR H 3. Objetivos
motivação na empresa;
Ł &RPSHWrQFLDVWpFQLFDVHKXPDQDV Podem ser caracterizados como os estímulos que le-
Ł &RPRRRXYLQWHSHUFHEHDVXDFRPXQLFDomR vam o emissor a transmitir a mensagem. Como a Comu-
Ł *HUHQFLDPHQWRGHUHODo}HV nicação é um processo de interação, na qual as pessoas
Ł 5HVROXomRGHFRQÁLWRV integram-se umas com as outras, os objetivos podem ser
Ł &RPRRXYLUPHOKRUDDUWHGHHVFODUHFHUHFRQÀU- considerados como “os interesses” que levaram o emis-
mar; sor a interagir com o receptor. Alguns exemplos de ob-
Ł &RPRHVSHFLÀFDUPpULWRVHVXJHULUPXGDQoDV jetivos: ouvir opiniões a respeito de algo ou dar um aviso
Ł $ LPSRUWkQFLD GH DUJXPHQWDU SDUD RV YDORUHV GR VREUHRFKXUUDVFRGRÀQDOGHVHPDQD
outro. Além dos objetivos serem um interesse que o emissor
tem em relação ao receptor, alguns autores lançam uma
1. Processo comunicacional UHÁH[mR LQWUtQVHFD GH TXH RV REMHWLYRV WDPEpP GHYHP
chamar a atenção de quem recebe a mensagem, por-
O processo comunicacional tem como maior objeti- que senão o receptor não se sentirá atraído e também
vo a interação humana, buscando o estabelecimento das não verá utilidade alguma na mensagem. Desta forma,
relações e o entendimento entre os indivíduos. para que o receptor perceba a utilidade da mensagem,
Desde os tempos antigos, Aristóteles já dizia que: o emissor deve conhecer as necessidades, os gostos,
(...) devemos olhar para três ingredientes na comunica- ações, pensamentos, crenças e valores de quem vai rece-
ção: quem fala, o discurso e a audiência. Ele quis dizer que ber a mensagem, pois só assim a Comunicação valerá a
cada um destes elementos é necessário à Comunicação e pena. É imprescindível a clareza dos objetivos, pois sem
que podemos organizar nosso estudo do processo sob estes LVVRRSURFHVVRQmRRFRUUHHÀFD]PHQWH
três títulos: 1) a pessoa que fala; 2) o discurso que faz; 3) a
pessoa que ouve. 4. Emissor

É interessante notar que praticamente todos os mo- É o agente do processo de Comunicação, ou seja, é
delos atuais de processos comunicacionais são parecidos a pessoa que tem uma mensagem para comunicar. Ele é
com o de Aristóteles, sendo que o que mudou foi a com- a fonte ou a origem do processo de Comunicação. Além
plexidade com que eles estão sendo abordados. disso, é quem vai tomar a iniciativa de se comunicar e
As primeiras abordagens da Comunicação defendiam EXVFDUDLQWHUDomRFRPDVRXWUDVSHVVRDVDÀPGHDOFDQ-
um processo comunicacional constituído por apenas çar o seu objetivo.
quatro elementos fundamentais: emissor, receptor, men- 3DUD DOFDQoDU D HÀFiFLD GD &RPXQLFDomR R HPLVVRU
sagem e meio. Já as abordagens mais recentes da Comu- tem que ter como requisitos fundamentais:
nicação, defendem que o processo é desencadeado por Ł +DELOLGDGHVSDUDTXHSRVVDIDODUOHURXYLUHUDFLR-
oito elementos, são eles: objetivos, emissor, mensagem, cinar.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

PHLRUHFHSWRUVLJQLÀFDGRUHVSRVWDHVLWXDomR Ł $WLWXGHV SRU LQÁXHQFLDU R FRPSRUWDPHQWR H SRU


Todos os elementos do processo são interdependen- estarem relacionadas a ideias pré-concebidas,
tes e devem seguir uma ordem para que haja uma inte- quanto a vários assuntos, as comunicações são
gração lógica entre esses elementos e o próprio proces- LQÁXHQFLDGDV SRU GHWHUPLQDGRV WLSRV GH DWLWXGHV
so comunicacional. que as pessoas tomam.
A seguir, os componentes do processo serão especi- Ł &RQKHFLPHQWRDH[WHQVmRHSURIXQGLGDGHGRFR-
ÀFDGRVXPDXP nhecimento das pessoas sobre um assunto pode
restringir (se o assunto não é de conhecimento do
emissor) ou ampliar (quando o receptor não com-
preende a mensagem que está sendo transmitida)
o campo comunicacional.

23
Ł 6LVWHPDVRFLRFXOWXUDODVLWXDomRFXOWXUDOHPTXHR que ele não provoque ruído” nas mensagens, pois o ruído
emissor se situa, com suas crenças, valores e atitu- é uma interferência que prejudica a transmissão da men-
GHVLQÁXHQFLDRWHPSRWRGRDVXDIXQomRGHFR- sagem, comprometendo a recepção da mesma, ou seja,
municador. D GHFRGLÀFDomR GD PHQVDJHP SHOR UHFHSWRU 3DUD TXH
KDMD XP PHOKRU HQWHQGLPHQWR GR VLJQLÀFDGR GH UXtGR
8P UHTXLVLWR VLJQLÀFDWLYR QR FRQWH[WR RUJDQL]DFLR- YDOHDSHQDH[HPSOLÀFDUXPDOLQKDFUX]DGDGRWHOHIRQH
nal é a representatividade do emissor, ou seja, a posição um documento sujo ou borrado, alguém que fale muito
hierárquica exercida pelo emissor, que é de fundamental baixo, um ambiente de trabalho desconfortável etc.
importância para a credibilidade da mensagem a ser co-
municada. 7. Receptor

5. Mensagem É quem recebe a Comunicação, ou seja, é o foco da


comunicação. É ele quem vai reagir ao estímulo promo-
É o que vai ser comunicado pelo emissor. Deve estar vido pelo emissor.
adequada ao nível cultural, técnico e hierárquico do re- Sem o receptor, não há Comunicação, pois, se o re-
ceptor. É composta por conteúdo e forma. ceptor não faz parte do processo, o emissor não tem para
O conteúdo representa o que será transmitido e de- quem comunicar a sua mensagem e, consequentemente,
pende dos objetivos do processo comunicacional. Não não terá uma resposta.
GHYH VHU LQVXÀFLHQWH RX H[FHVVLYR GHYH FRPXQLFDU R Sendo assim, pode-se dizer que todo o processo de
essencial, frente aos objetivos a serem alcançados pelo Comunicação deve ser direcionado de acordo com as ca-
emissor. O conteúdo também “deve ter uma sequencia racterísticas do receptor. A seguir algumas características
OyJLFDRXVHMDXPLQtFLR REMHWLYRV XPPHLRHXPÀP que, assim como o emissor, o receptor necessita ter, para
(conclusões)”. A forma é a maneira pela qual a mensa- TXHD&RPXQLFDomRVHMDHÀFD]
gem é transmitida. As formas básicas são as verbais e as (...) assim como o emissor foi limitado por suas ha-
não verbais. As verbais podem ser orais e escritas (pala- bilidades, atitudes, conhecimento e sistema sociocultural, o
vras, letras, símbolos). Já as não verbais, podem ser ges- receptor é restringido da mesma maneira. Assim como o
tuais (mímicas, movimentos corporais), vocais (timbre de emissor deve ter habilidades de escrever ou falar, oreceptor
voz e entonação) e espaciais (local físico e layout). deve ser hábil em ler ou ouvir, e ambos devem ser capazes
(...) não há uma forma melhor do que a outra. A es- de raciocinar. O conhecimento, atitudes e formação cultural
colha da forma depende de um conjunto de fatores, den- GHDOJXpPLQÁXHQFLDPDVXDFDSDFLGDGHGHUHFHEHUDVVLP
tre os quais os mais relevantes são: rapidez requerida (na como o fazem com a capacidade de enviar mensagens.
transmissão da mensagem, na obtenção das respostas);
TXDQWLGDGH GH UHFHSWRUHV ORFDOL]DomR JHRJUiÀFD GRV UH- 6LJQLÀFDGR
ceptores; necessidade de formalizar a mensagem; neces-
sidade de consultas posteriores sobre a mensagem; com- É a compreensão da mensagem, no seu sentido cor-
plexidade do assunto tratado; facilidade de retenção da reto. É o “entendimento comum” da mensagem entre o
mensagem (lembrança) emissor e o receptor. Isso ocorre quando o emissor e o
Além disso, também se destaca que um único proces- receptor entendem da mesma forma a mensagem.
so pode utilizar mais de uma forma de Comunicação. Um Portanto, quando o receptor interpreta a mensagem
exemplo de conteúdo e formas diferentes de se transmi- da mesma forma que o emissor quis transmiti-la, pode-se
tir a mensagem pode ser: demissão de um colaborador GL]HUTXHRUHFHSWRUFDSWRXRVLJQLÀFDGRGDPHQVDJHP
da Organização (conteúdo) – comunicada por e-mail a Quando a mensagem é transmitida pelo emissor, ela
todos os outros colaboradores (forma não verbal) ou na p FRGLÀFDGD H TXDQGR p UHFHELGD SHOR UHFHSWRU HOD p
reunião pelo gerente (forma verbal). GHFRGLÀFDGD$VFRGLÀFDo}HVHGHFRGLÀFDo}HVVmRFRP-
postas por um conjunto de signos, utilizados pelas pes-
6. Meio soas para representar seus pensamentos, a realidade em
que vivem etc.
Pode ser chamado, também, de canal ou veículo de Os signos devem expressar a mesma coisa para o
transmissão. Como a própria denominação já diz, o meio HPLVVRU H SDUD R UHFHSWRU RX VHMD R VLJQLÀFDGR TXH R
é o recurso utilizado pelo emissor para transmitir a men- objeto porta para o emissor deve ser o mesmo que o
sagem. O meio “é determinado pelos requisitos de for- do receptor. Caso isso não ocorra, a mensagem não será
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ma da mensagem a ser transmitida e da resposta a ser WUDQVPLWLGDHÀFD]PHQWHMiTXHDLQWHUSUHWDomRGRUHFHS-


obtida.” Ou seja, o meio de Comunicação está associado tor não é a correta ou a esperada pelo emissor.
à forma verbal ou não verbal de transmissão da men- 0DV PHVPR TXH R VLJQLÀFDGR VHMD R PHVPR SDUD
sagem, isso quer dizer que, dependendo das situações o emissor e para o receptor, não se pode dizer que as
HVSHFtÀFDVGHFDGDPHQVDJHPRPHLRSRGHVHUFDUDFWH- questões referentes ao processo de comunicação foram
rizado de várias formas, desde a voz humana à televisão resolvidas, pois, “a compreensão, através da comunhão
e até pelo fax ou pelo e-mail. GRVLJQLÀFDGRQmRTXHUGL]HUQHFHVVDULDPHQWHDFRUGR
Vale ressaltar que não existe um meio ou uma forma Posso compreender uma ideia, sem concordar com ela.”
melhor que o outro, existe, sim, um mais adequado, de 3RUWDQWR QmR p DSHQDV R HQWHQGLPHQWR GR VLJQLÀFDGR
acordo com as características da mensagem a ser trans- SRUDPEDVDVSDUWHVTXHDVVHJXUDDHÀFiFLDGDFRPXQL-
mitida. “O requisito fundamental na escolha do meio é cação. Em relação a isso, podemos dizer que “ainda que

24
RVLJQLÀFDGRFRPXPQmRDVVHJXUHVR]LQKRDHÀFiFLDGR assunto, não gostam ou se incomodam em con-
processo de comunicação como um todo, é um requisito versar com alguém que não tem o mesmo domínio
fundamental para promover o entendimento.” do assunto e vice-versa.
2. Aparência: a forma de se vestir e se cuidar pode
9. Resposta determinar o jeito com que as pessoas se comu-
nicarão umas com as outras. Dias (2001) coloca
Pode ser chamada, também, de feedback ou compor- que, tanto as expectativas provocadas, como as
tamento esperado, pois é a reação do receptor à mensa- primeiras impressões, são determinantes para um
gem recebida. É o último objetivo do processo, pois é o SURFHVVRFRPXQLFDFLRQDOHÀFD]3RUH[HPSORXP
desejado pelo emissor ao emitir uma mensagem. homem de terno e gravata tem muito mais faci-
A resposta pode ser considerada como a efetivação lidade de receber atenção do que um homem de
do recebimento da mensagem, determinando, ou não, bermuda e tênis.
o sucesso da mesma. Por meio da comunicação oral, as 3. Postura corporal: deve ser estabelecida de acordo
SHVVRDVFRQVHJXHPSHUVRQLÀFDUVHXVHU com o que se quer comunicar. Alguns teóricos da
Comunicação é tornar algo comum, compartilhar, di- Sociologia dizem que a postura também deve ser
vidir, trocar. adequada de acordo com o grupo com o qual se
(QÀPpRSURFHVVRGHWUDQVPLWLUXPDLQIRUPDomRD está comunicando.
outra pessoa, no entanto, o que caracteriza a comuni- 4. Movimento corporal: certos movimentos podem
cação é a compreensão e não simplesmente o informar. VHU IDYRUiYHLV RX QmR SDUD XP SURFHVVR HÀFD]
Daí a diferença de comunicação (que é a informação Podemos citar o livro “O corpo fala”, que aborda
sendo transmitida) e comunicabilidade (que é o ato co- a questão de que o corpo também se comunica,
municativo otimizado). as expressões corporais manifestam a ansiedade, a
atração, o nervosismo, a tristeza etc.
%DUUHLUDV j FRPXQLFDomR HÀFD] ² DOJXQV HOHPHQWRV 5. Contato visual: a forma como as pessoas se olham
prejudicam a transmissão e a compreensão da comuni- demonstra como uma está se sentindo em relação
cação, entre eles podemos citar: à outra, além de informar o grau de atenção que
Ł5XtGRV está sendo dirigida à pessoa que está falando. “O
Ł6REUHFDUJDGHLQIRUPDo}HV direcionamento, o tempo, o contexto, a oportuni-
Ł7LSRVGHLQIRUPDo}HV dade, a intensidade, o status de quem olha ou de
Ł)RQWHGHLQIRUPDo}HV quem é olhado impõem um quadro interpretativo
Ł/RFDOL]DomR)tVLFD que cada cultura se encarrega de transmitir aos
Ł'HIHQVLGDGH seus membros pelo processo de socialização.”
6. Expressão facial: é determinante, pois é uma forma
Além desses, as barreiras são um conjunto de fatores de demonstrar o interesse das pessoas pela men-
TXH LPSHGHP RX GLÀFXOWDP D UHFHSomR GD PHQVDJHP sagem que está sendo transmitida.
no processo comunicacional. 7. Fluência: a articulação das palavras, a modulação
A seguir, serão abordadas as teorias da Sociologia e (intensidade dos sons), o ritmo e o timbre da voz
GD $GPLQLVWUDomR HP UHODomR jV EDUUHLUDV HVSHFLÀFDQ- fazem diferença em termos da maneira como são
do-as: XWLOL]DGRVSDUDDHÀFiFLDGDWUDQVPLVVmRGDPHQ-
sagem.
10. Abordagem sociológica
10.2 Barreiras sociais
As barreiras podem ser divididas em seis grupos:
• Barreiras pessoais; 1. Educação: os princípios e valores adquiridos pelos
• Barreiras sociais; indivíduos também fazem parte do processo co-
‡%DUUHLUDVÀVLROyJLFDV municacional.
• Barreiras da personalidade; 2. Cultura: a comunicação, como já foi visto, muda de cultu-
• Barreiras da linguagem; ra para cultura. Por conseguinte, se as pessoas têm cul-
• Barreiras psicológicas. WXUDVPXLWRGLVWLQWDVDFRPXQLFDomRÀFDUiSUHMXGLFDGD
3. Crenças, normas sociais e dogmas religiosos: assim
10.1 Barreiras pessoais como em relação à cultura, se as pessoas que estão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

se comunicando divergem com muita intensidade


1. Nível de conhecimento: está ligado à profundidade nessas questões, os processos comunicacionais se-
de conhecimento que as pessoas têm e revelam no rão prejudicados ou a mensagem não será trans-
decorrer do processo comunicacional. Pode tam- mitida adequadamente.
bém ser atribuído pelas outras pessoas que fazem
parte do processo, por perceberem o conhecimen- %DUUHLUDVÀVLROyJLFDV
to e o reconhecerem. “Este aspecto pode conduzir
à maior ou menor credibilidade ao emissor e tra- $V GHÀFLrQFLDV GR DSDUHOKR IRQRDXGLROyJLFR H GR
zer-lhe um estatuto que pode marcar o desempe- DSDUHOKRYLVXDOFULDPGLÀFXOGDGHVQD&RPXQLFDomR
nho do seu papel enquanto comunicador.” Algu-
mas pessoas, por conhecerem profundamente um

25
10.4 Barreiras da personalidade coisas e acontecimentos simples, o tempo todo,
até mesmo quando se trata de sistematização e
$XWRVVXÀFLrQFLDRFRUUHTXDQGRDSHVVRDDFKDTXH pensamento lógico.
sabe tudo, ou seja, a pessoa acha que o que ela
VDEHHFRQKHFHpRVXÀFLHQWH(VWDEDUUHLUDRFRUUH 10.5 Barreiras da linguagem
de duas maneiras: “julgamento do todo pela parte”
– acontece quando a pessoa julga outras pessoas 1. Confusões entre:
e/o coisas pelo que ela conhece; e intolerância, a D )DWRV;2SLQL}HV$VSHVVRDVHVWmRRWHPSRWRGR
qual acontece quando a pessoa não aceita o ponto se referindo a fatos, como se estivessem emitin-
de vista das outras pessoas, pois julga que o único do opiniões e vice-versa. “Fato é acontecimento;
ponto de vista correto é o seu próprio. é coisa ou ação feita. Opinião é modo de ver, é
2. Congelamento das avaliações: acontece quando conjectura”. Pode-se dizer que uma das coisas
a pessoa acredita que as pessoas e as coisas não mais ameaçadoras do processo comunicacional é
mudam, ou seja, quando a pessoa supõe que as a transformação de uma opinião em fato, pois, a
circunstâncias sempre serão as mesmas, indepen- partir do momento em que a pessoa se conven-
dente das mudanças que surgirem com as pessoas ce de que sua suposição realmente aconteceu, ela
e coisas. Fazem parte dessas avaliações os precon- perde a noção dos verdadeiros acontecimentos e
ceitos e a insegurança que as pessoas têm frente a divulga para outras pessoas as suas opiniões sobre
algumas situações e frente às outras pessoas os fatos, como sendo os próprios acontecimentos,
3. Comportamento Humano: aspectos objetivos e FDXVDQGR GLVWRUo}HV QD UHDOLGDGH ([HPSOLÀFDQ-
VXEMHWLYRVHVWiQRFRQÁLWRSHUVRQDOLGDGHVXEMHWLYD do: o gerente de departamento chegou duas ho-
LQWHULRUGHFDGDSHVVRDRXDVRSLQL}HVSUySULDV ; ras atrasado no trabalho (fato). Patrícia diz que foi
personalidade objetiva (o que é exteriorizado para porque ele acordou atrasado; já Fabíola diz que foi
as outras pessoas ou a realidade concreta). Quan- por razão de algum problema pessoal (opiniões).
do se diz personalidade, toma-se como princípio E  ,QIHUrQFLDV ; 2EVHUYDo}HV WUDWDVH GH FRQVLGH-
a caracterização da personalidade por processos rar as inferências como observações e vice-ver-
comportamentais, que são estabelecidos pela in- sa. Inferir é deduzir e observar é prestar atenção,
teração das reações individuais com o meio social. olhar algo que está acontecendo. “As inferências
“A Comunicação Humana baseia-se na concepção são menos prováveis do que as observações; (...)
da personalidade projetiva, na evidência de que, as inferências nos oferecem certezas relativas; as
na sociedade humana, o homem precisa ‘vender’ a observações nos oferecem certezas absolutas.” O
sua personalidade.” Para tanto, ele precisa torná-la tempo todo as pessoas fazem inferências. Quando
VRFLDOPHQWH DFHLWiYHO H Dt HVWi R FRQÁLWR SRLV D leem um jornal, por exemplo, inferem o que real-
pessoa tem que estar o tempo todo tornando a mente ocorreu. O problema desta barreira está no
sua personalidade vendível, para que o outro pos- fato das pessoas tomarem sempre como lei as in-
VD DFHLWDU VH FRPXQLFDU FRP HOD ([HPSOLÀFDQGR ferências e não se utilizarem mais de observações.
ocorre quando alguém tem uma determinada opi-
nião negativa sobre o aborto, mas, ao conversar 2. Descuidos nas palavras abstratas:
com alguém que acabou de conhecer e que é a “Atrás de uma palavra nem sempre está uma coisa.
favor do aborto, deixa de expressar a sua opinião e Palavras não são coisas; são representações de coi-
conversa com a outra pessoa como se não tivesse VDV TXDVH VHPSUH HVSHFtÀFDV H SRU LVVR GLItFHLV
uma opinião bem formada a respeito do assunto. GH VHUHP WUDQVPLWLGDV FRP ÀGHOLGDGH GH XPD
 *HRJUDÀWH HVWi UHODFLRQDGD FRP DV DWLWXGHV GDV cabeça para outra.” E como as palavras abstratas
pessoas que se comovem mais com os “mapas” ID]HPSDUWHGRUHSHUWyULRHVSHFtÀFRGHFDGDXP
do que com os “territórios”. Mapas são os senti- ÀFD GLItFLO XP SURFHVVR FRPXQLFDWLYR HÀFD] VHP
mentos, imaginações, palpites, hipóteses, pres- XPDSUHGHÀQLomRGHVVDVSDODYUDVMiTXHHODVSRV-
sentimentos, preconceitos, inferências etc. Já os sibilitam muitos equívocos.
territórios são os objetos, as pessoas, as coisas, os
acontecimentos etc. Isso é relevado devido ao fato 3. Desencontros:
de que, atualmente, as pessoas têm se envolvido, Esta barreira pode ser caracterizada como a diferença
constantemente, com quaisquer tipos de sugestio- de percepção de cada indivíduo, ou seja, a sub-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nabilidades, tornando-se exageradamente crédu- jetividade de cada um. Uma determinada palavra,
las; ou pela forma como as pessoas vêm distorcen- SDUD XP LQGLYtGXR WHP XP VLJQLÀFDGR $ Mi SDUD
do a realidade, como por exemplo, por meio dos RXWURLQGLYtGXRXPVLJQLÀFDGR%HLVVRRFRUUHUi
horóscopos, das coisas sobrenaturais, das profe- com todos os indivíduos, pois ninguém percebe as
cias etc. Essas questões ocasionam uma certa falta coisas da mesma forma, cada um tem a sua for-
de civilização, ou seja, falta de equilíbrio racional PDGHSHUFHEHUHVLJQLÀFDUDVFRLVDVSDODYUDVHWF
para lidar com os acontecimentos e com as coisas Caso não aconteça um consenso e/ou esclareci-
e pessoas. mento das questões a serem comunicadas, o pro-
5. Tendência à complicação: essa é uma das barreiras FHVVR ÀFDUi FRPSURPHWLGR H FKHLR GH HTXtYRFRV
mais comuns, pois está concebida no fato de que de compreensão.
as pessoas têm o hábito de restringir e complicar

26
4. Indiscriminação: Ł )DOWDGHFRPXQLFDomR´pXPGRVSUREOHPDVPDLV
Ocorre quando há uma rotulação das coisas, pessoas frequentes nas empresas e que gera as consequên-
e acontecimentos, quando a percepção está fo- cias mais graves.” Pode ser causada por: interpre-
cada, apenas, nas semelhanças ou em alguns pa- tações distorcidas dos fatos; falta de adesão a uma
drões (ou clichês) criados por cada indivíduo, não decisão e às mudanças; desmotivação das pessoas
havendo um discernimento entre as diferenças. Em pela não participação e pelo desconhecimento do
relação à indiscriminação, a Comunicação Humana TXHVHSDVVDQD2UJDQL]DomRFRQÁLWRVHQWUHSHV-
é prejudicada por alguns fatores, são eles: abuso soas e departamentos etc.
dos ditados populares e a crença de que “a voz do Ł )DOWD GH FODUH]D GH REMHWLYRV RFRUUH TXDQGR D
povo é a voz de Deus”. PHQVDJHPQmRWHPFRQWH~GRHIRUPDEHPGHÀQL-
dos. Exemplo: uma reunião em que ninguém con-
5. Polarização: segue entender o porquê de estar acontecendo.
“Há polarização quando tratamos os contrários como Ł 7H[WR IRUD GR FRQWH[WR TXDQGR D FRPXQLFDomR p
se fossem contraditórios. Polarização é a tendência feita, apenas, sobre um determinado acontecimen-
a reconhecer apenas os extremos, negligenciando to, sem dizer o contexto no qual ele está inserido.
as posições intermediárias.” O processo comunica- Acontece quando uma decisão é simplesmente
FLRQDOÀFDEDVWDQWHSUHMXGLFDGRTXDQGRRVSRQWRV comunicada, sem que se expliquem os porquês e
GHYLVWDVVmRH[WUHPLVWDVSRLVGLÀFLOPHQWHHQFRQ- motivos em questão.
tra-se um meio termo, sem causar grandes discus- Ł )LOWUDJHP RFRUUH TXDQGR R HPLVVRU PDQLSXOD D
sões ou fugir aos objetivos do processo. mensagem, de acordo com os seus objetivos e in-
teresses, de forma que a mensagem favoreça o seu
ponto de vista ou o que ele deseja que o receptor
6. Falsa identidade baseada em palavras: GHFRGLÀTXH
Acontece quando uma pessoa percebe coisas em co- Ł 3HUFHSomR VHOHWLYD R HPLVVRU Yr H RXYH DSHQDV
mum entre duas ou mais coisas e conclui que essas ou mais acuradamente, aquilo que lhe interessa,
coisas são idênticas. Um exemplo claro disso é: os ou seja, faz uma seleção das mensagens relaciona-
FDULRFDVVmRÁDPHQJXLVWDV&DPLODpÁDPHQJXLVWD das com suas necessidades, motivações, referên-
Por conseguinte, Camila é carioca. A palavra tem cias etc. As pessoas “não veem a realidade; em vez
XPDIRUoDIRUDGRFRPXPSRGHQGREHQHÀFLDURX disso, interpretam o que veem e chamam de reali-
prejudicar alguém por meio dessas conclusões das dade.” Pode ser prejudicial, à medida que a pessoa
semelhanças entre as coisas. tende a perceber só aquilo que lhe convém e isso
não permite uma percepção neutra dos aconteci-
7. Polissemia: mentos, coisas e pessoas.
É a reunião de vários sentidos em apenas uma pa- Ł 'HIHQVLYD ´4XDQGR DV SHVVRDV VH VHQWHP DPHD-
lavra. Cada um tem um repertório de palavras e çadas, geralmente respondem de forma que atra-
VLJQLÀFDGRVHXPDPHVPDSDODYUDSRGHWHUYiULRV palha a Comunicação.” A partir do momento em
VLJQLÀFDGRV SDUD XP PHVPR LQGLYtGXR (QWmR Mi que a pessoa se sente ameaçada, ela não consegue
que o processo comunicacional precisa de no mí- GHFRGLÀFDU H QHP WUDQVPLWLU DV PHQVDJHQV FRP
nimo duas pessoas para acontecer, pode-se ima- HÀFiFLD
ginar o quão complexo é a Comunicação entre Ł 8VR LQDGHTXDGR GRV PHLRV FRPR Mi IRL IDODGR
diversas pessoas. anteriormente, não existe um meio mais adequa-
“A palavra é a maneira de traduzir ideias ou pensa- do para ser utilizado na transmissão de diferentes
mentos.” Portanto, cada indivíduo tende a trans- tipos de mensagem, sendo que o que vai deter-
mitir as mensagens “carregadas” de palavras com minar se o meio é o mais adequado, ou não, é a
suas percepções das coisas. Essa barreira está VLWXDomRHVSHFtÀFDGHFDGDPHQVDJHPŁ$&RPX-
lado a lado com a barreira de desencontros, pois QLFDomR2UDOWHPDWHQGrQFLDGHDXPHQWDUDHÀFi-
as duas abordam as diferenças de percepções de cia da Comunicação, quando bem utilizada, pois
cada indivíduo. proporciona uma resposta imediata, além de esti-
Tem uma palavra que serve de exemplo desta barreira, mular o pensamento do receptor, no momento em
qual seja: abacaxi pode ser uma fruta ou um proble- que a mensagem está sendo transmitida e por dar
ma que dá muito trabalho para ser resolvido. um toque mais pessoal à mensagem e ao processo
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

como um todo. Deve ser mais usada quando se


7. Barreiras verbais: quer comunicar mensagens mais complexas e difí-
São aquelas provocadas por palavras e expressões ceis de serem transmitidas. Já a comunicação escri-
causadoras de antagonismos, ou seja, são as cau- ta, tem a tendência de ser mal-entendida, porque
sadoras de oposições de ideias. TXHPHVFUHYHXSRGHQmRWHUVLGRVXÀFLHQWHPHQWH
claro ou não ter expressado o que queria correta-
11. Abordagem da Administração mente.
Ł /LQJXDJHPSRGHVHUFRQVLGHUDGDXPDGDVEDUUHL-
As barreiras mais destacadas neste campo de estudos ras mais comuns, pois ocorre o tempo todo, no dia
são: a dia das pessoas em uma Organização. Como as
SHVVRDVWHQGHPDDFKDUTXHRVVLJQLÀFDGRVTXHDV

27
SDODYUDVWrPSDUDHODVVmRRVPHVPRVVLJQLÀFDGRV Ł-RUQDO
que outras pessoas atribuem, uma barreira acaba Ł%ROHWLP
surgindo no processo. Ł4XDGURGHDYLVR
Ł (IHLWRVWDWXV$KLHUDUTXLDGHQWURGDVRUJDQL]Do}HV
pode criar barreiras nas comunicações. Esta bar- Com o desenvolvimento dos meios de comunicação,
UHLUDHVWiOLJDGDDRXWUDEDUUHLUDDÀOWUDJHPTXH ÀJXUDPQRYRVPpWRGRVHIHWLYRVSDUDGHVHQYROYrODWDLV
já foi citada anteriormente. Quando os colabora- como:
dores têm que comunicar algo aos gerentes das Ł,QWUDQHW
2UJDQL]Do}HV HOHV WHQGHP D ÀOWUDU D PHQVDJHP Ł&RUUHLRHOHWU{QLFR
GHIRUPDTXHHODVHMDWUDQVPLWLGDHGHFRGLÀFDGD Ł&RPXQLFDomRIDFHDIDFH
no intuito de agradar os gerentes. Ł7HOmR
Ł ,PSHUWLQrQFLD GD PHQVDJHP TXDQGR DV PHQVD-
gens são transmitidas em momentos inoportunos (POLQKDVJHUDLVWRUQDVHQHFHVViULRTXHRSURÀVVLR-
e desagradáveis, o processo se prejudica pela ina- nal exercite tanto a linguagem verbal como a linguagem
dequação da situação escolhida. não verbal, que forçam o tempo todo as habilidades de
comunicação.
12. Como melhorar a comunicação interpessoal Alguns itens são vitais na linguagem não verbal e de-
vem ser compreendidos para a sua melhor utilização:
Ł+DELOLGDGHVGHWUDQVPLVVmR Ł*HVWRV
Ł/LQJXDJHPDSURSULDGD Ł3RVWXUD
Ł,QIRUPDo}HVFODUDV Ł0RYLPHQWRVGRFRUSR
Ł&DQDLVP~OWLSORV Ł7RPGDYR]HYHORFLGDGHGDIDOD
Ł&RPXQLFDomRIDFHDIDFHVHPSUHTXHSRVVtYHO Ł0RYLPHQWDomRHQWUHUHFHSWRUHPLVVRU
É notório que problemas de comunicação são de di- A linguagem não verbal é considerada vital para o
fícil intervenção e por isso demandam do emissor um processo de comunicação, tendo em vista que esta não
enorme cuidado ao transmitir a mensagem necessária de ocorre apenas por meio de palavras, sendo um processo
forma clara e objetiva. muito mais complexo do que se imagina.
No momento da comunicação, é necessário decodi-
Existem três fontes de sinais de comunicação e cada ÀFDU DV PHQVDJHQV QmR YHUEDLV SRLV TXDQGR LVVR QmR
uma representa um percentual deste processo: RFRUUH HVWLPDVH TXH Ki XPD SHUGD GH  GR TXH p
Ł &RPXQLFDomRYHUEDOSDODYUDVH[SUHVVDV comunicado.
Ł &RPXQLFDomRYRFDOHQWRQDomRRWRPHWLPEUHGH 1RPRPHQWRHPTXHRSURÀVVLRQDOGRPLQDDVPHQ-
YR] sagens não verbais, ele passa a conduzir o processo de
Ł ([SUHVVmRIDFLDOHFRUSRUDO FRPXQLFDomRGHIRUPDHÀFD]HFRQVHJXHDWLQJLURVRE-
jetivos propostos.
A falta de comunicação adequada pode gerar pro- (P VXPD p QHFHVViULR SDUD R SURÀVVLRQDO DSUHQGHU
blemas de diversos tipos e com consequências variadas, a utilizar sinais não verbais no processo de comunica-
entre as quais podemos citar: ção, bem como dominar a linguagem verbal. Na ausência
Ł &RQIXVmRHQWUHRVHQYROYLGRV GHVWDV KDELOLGDGHV H[LVWLUi XP GHVQtYHO VLJQLÀFDWLYR QR
Ł 3HUGDQDSUHVWDomRGRVHUYLoRRXQDFRQIHFomRGR processo de comunicação entre emissor /receptor.
produto;
Ł &RPSURPHWHUDLPDJHPGDHPSUHVD (ÀFiFLDQDFRPXQLFDomR
Ł 'HVPRWLYDomR
Ł 5HWUDEDOKR &RPXQLFDUVH HÀFD]PHQWH p SURSRUFLRQDU WUDQVIRU-
Ł )DOWDGHSURFHGLPHQWRVHRUGHQVFODUDV mação e mudança na atitude das pessoas. Se a comuni-
Ł ,QVDWLVIDomRGHXPDIRUPDJHUDO cação apenas muda as ideias das pessoas, mas não muda
suas atitudes, então a comunicação não atingiu seu re-
Um princípio fundamental para a boa comunicação é VXOWDGR(ODQmRIRLHÀFD]
a disposição e a sabedoria em ouvir. A clareza e a certeza de que se foi entendido repre-
7RGDDHÀFiFLDGRSURFHVVRGHSHQGHHVVHQFLDOPHQWH sentam um dos pilares de um projeto bem sucedido e
de saber ouvir e entender a mensagem que foi transmi- essa sempre foi uma das principais preocupações de to-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tida inicialmente, para então começar um processo de das as empresas. Várias são as vezes que apenas infor-
comunicação. mamos e não formamos a ideia do que queremos que a
outra parte faça.
13. Formas de comunicação Existem algumas ferramentas e regras que ajudam na
conscientização sobre o próprio nível de comunicação.
A comunicação vem sofrendo evoluções ao longo do Abaixo, o “Modelo de Quatro Elementos”, comprova-
WHPSRDVVLPFRPRWRGRRSURFHVVRTXHVRIUHLQÁXrQFLD do e aplicado por Philip Walser, como uma das ferramen-
do mundo globalizado. As formas mais tradicionais de tas das quais podemos dispor.
comunicação englobam: Os quatro elementos são: “Framing” – “Advocating” –
Ł0DQXDO “Inquiring” –“Illustrating”:
Ł5HYLVWD

28
Ł )UDPLQJpGHÀQLURWHPDDVHUDERUGDGRGXUDQWH a) A importância da autoimagem
uma conversa logo no começo. Pode ser necessá- A autoimagem de alguém é quem ele é. É o centro do
ULRUHGHÀQLURWHPDGXUDQWHRDQGDPHQWR ´5HIUD- seu universo, seu quadro referencial, sua realidade pes-
ming”), mas deve-se evitar que a conversa vá para soal, o seu ponto de vista particular. É um visor através
lugares distantes que não têm nada a ver com o do qual ele percebe, ouve, avalia a compreende todas as
assunto. FRLVDVeRVHXÀOWURLQGLYLGXDOGRPXQGRTXHRFHUFD
Ł $GYRFDWLQJpH[SOLFDURVHXSUySULRSRQWRGHYLVWD A autoimagem de uma pessoa afeta sua maneira de
de forma clara e objetiva, não deixando de lado os se comunicar com os outros. Um autoconceito forte, po-
porquês desse ponto de vista, ou seja, não engolir sitivo, é necessário para haver interações hígidas e satis-
sapos, mas mencionar os valores que são a base fatórias. Por outro lado, uma autoimagem fraca, inferior,
deste seu ponto de vista. frequentemente distorce a percepção do indivíduo relati-
Ł ,QTXLULQJDWpPDLVLPSRUWDQWHGRTXHHVFODUHFHUR vamente a como os outros o veem, o que gera sentimen-
seu, é importante entender o ponto de vista do ou- tos de insegurança no seu relacionamento interpessoal.
tro. Isto se faz através de perguntas benevolentes Alguém que tenha a seu próprio respeito uma impressão
que não tem o objetivo de interrogar. QHJDWLYD SRGHUi HQFRQWUDU GLÀFXOGDGHV HP FRQYHUVDU
Ł ,OOXVWUDWLQJ p UHVXPLU RV GLYHUVRV SRQWRV GH YLV- com outros, em admitir que esteja errado, em expressar
ta, procurar pontos em comum, colocar assuntos seus sentimentos, em aceitar críticas construtivas que lhe
polêmicos na mesa, visando a uma solução sendo forem feitas ou em apresentar ideias diferentes das dos
ÁH[tYHO H FRQWDQGR FRP D ÁH[LELOLGDGH GR RXWUR outros. Sua insegurança o leva a temer que os outros dei-
diminuir complexidade para focar o que realmente xem de apreciá-lo se discordar deles.
está no centro da conversa. Pelo fato de sentir-se desvalorizado, inadequado e
LQIHULRU HOH QmR WHP FRQÀDQoD H SHQVD TXH VXDV LGHLDV
Observar, ouvir e dar importância para o outro é de- não interessam aos outros e que não vale a pena comu-
WHUPLQDQWHSDUDDHÀFiFLDGDFRPXQLFDomR nicá-las. Ele pode tornar-se arredio e defensivo em sua
De qualquer forma, a comunicação começa pelos comunicação, renegando suas próprias ideias.
sentidos (visão, audição, tato, olfação e gustação). Uma
PDQHLUDSUiWLFDGHLGHQWLÀFDUDIRUPDFRPRXPDSHVVRD b) Formação da autoimagem
está pensando é prestar atenção às palavras que ela uti- Da mesma forma que o autoconceito de alguém afe-
liza, pois nossa linguagem está repleta de sinais, gestos, ta sua capacidade de se comunicar, a comunicação que
posturas e palavras baseados nos sentidos. Observar, ou- trava com outros modela também sua autoimagem. Uma
vir e dar importância para o outro é determinante para a vez que o homem é, antes de tudo, um animal social, ele
HÀFiFLDGDFRPXQLFDomR forma os mais relevantes conceitos acerca do seu pró-
É preciso abandonar a ilusão de que há solução fácil ou prio eu a partir de suas experiências com outros seres
improvisada na construção de métricas que avaliem nosso humanos.
trabalho. Não se deve supor que a outra parte entendeu, Os indivíduos aprendem a se reconhecer pela manei-
ou julgar que já deveria entender a mensagem. O que deve ra como são tratados pelas pessoas importantes de sua
ser feito para que a comunicação seja adequada é investi- vida pessoas estas às vezes denominadas os outros sig-
gar se a outra parte compreendeu a mensagem. QLÀFDWLYRV0HGLDQWHDFRPXQLFDomRYHUEDOHQmRYHUEDO
FRP HVVHV RXWURV VLJQLÀFDWLYRV FDGD XP SDVVD D UHFR-
 &RPXQLFDomR LQWHUSHVVRDO HÀFD] FLQFR HOH- nhecer se é apreciado ou não, se é aceito ou rejeitado,
mentos críticos se é merecedor de respeito ou desdém, se é um sucesso
ou um fracasso.
Há cinco componentes que distinguem claramente Para que um indivíduo venha a ter uma sólida au-
os bons dos maus comunicadores. Tais componentes são toimagem, ele precisa de amor, respeito e aceitação dos
Autoimagem, Saber Ouvir, Clareza de Expressão, Capaci- RXWURVVLJQLÀFDWLYRVGHVXDYLGD
dade para lidar com sentimentos de contrariedade (irri- O autoconceito, portanto, constitui um fator crítico
tação) e autoabertura. SDUD TXH DOJXpP VHMD XP FRPXQLFDGRU HÀFD] (P HV-
sência, a autoimagem de um indivíduo é delineada por
14.1 Autoimagem (ou autoconceito) aqueles que o tiverem amado ou pelos que não o tive-
rem amado.
O fator isolado mais importante que afeta a comu-
nicação entre pessoas é a sua autoimagem: a imagem 14.2 Saber ouvir
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

que têm de si mesmas e das situações que vivenciam.


Enquanto as situações podem variar em função do mo- Toda a aprendizagem relativa à comunicação tem fo-
mento ou do lugar, as crenças que as pessoas possuem calizado as habilidades de expressão oral e de persua-
acerca de si próprias estão sempre determinando seus são; até há bem pouco tempo dava-se pouca atenção à
comportamentos na comunicação. O “eu” é a estrela em capacidade de ouvir. Esta ênfase exagerada dirigida para
todo ato de comunicação. a habilidade de expressão levou a maioria das pessoas a
Cada um tem, literalmente, milhares de conceitos a subestimarem a importância da capacidade de ouvir em
UHVSHLWRGHVLPHVPRTXHPpRTXHVLJQLÀFDRQGHH[LV- suas atividades diárias de comunicação.
te, o que faz e não faz, o que valoriza, no que acredita. O ouvir, naturalmente, é algo muito mais intrincado
Estas autopercepções variam em clareza, precisão e im- e complicado do que o processo físico da audição, ou
portância de pessoa para pessoa. de escutar. A audição se dá através do ouvido, enquan-

29
to que o ouvir implica num processo intelectual e emo- fato, comunicando. Por sua vez, o ouvinte age de
cional que integra dados (inputs) físicos, emocionais e acordo com suas adivinhações. O resultado óbvio
LQWHOHFWXDLVQDEXVFDGHVLJQLÀFDGRVHGHFRPSUHHQVmR disto é um mal-entendido recíproco.
2RXYLUHÀFD]RFRUUHTXDQGRR´GHVWLQDWiULRµpFDSD]GH Para se chegar a resultados objetivos planejados
GLVFHUQLUHFRPSUHHQGHURVLJQLÀFDGRGDPHQVDJHPGR – desde a execução da rotina diária de trabalho,
remetente. O objetivo da comunicação só assim é atin- até a comunhão mais profunda com alguém – as
gido. pessoas precisam ter um meio de se comunicarem
O “Terceiro Ouvido”: Reik refere-se ao processo de satisfatoriamente.
RXYLU HÀFD]PHQWH FRPR VHQGR ´RXYLU FRP R WHUFHLUR
RXYLGRµ2RXYLQWHHÀFD]HVFXWDQmRVyDVSDODYUDVHP b) Capacidade para lidar com sentimentos de con-
VLFRPRWDPEpPVHXVVLJQLÀFDGRVVXEMDFHQWHV6HXWHU- trariedade (irritação)
ceiro ouvido, diz Reik, ouve aquilo que é dito entre as A incapacidade de alguém para lidar com manifesta-
sentenças e sem palavras, aquilo que se expressa silen- ções de irritação e contrariedade resulta, com fre-
ciosamente, o que o emissor fala e pensa. quência, em curtos-circuitos na comunicação.
/RJLFDPHQWHRRXYLUFRPHÀFiFLDQmRpXPSURFHV- Expressão. A exteriorização das emoções é impor-
so passivo. Ele desempenha um papel ativo na comuni- tante para construir bons relacionamentos com os
FDomR 2 RXYLQWH HÀFD] LQWHUDJH FRP R LQWHUORFXWRU QR outros. As pessoas precisam expressar seus senti-
VHQWLGRGHGHVHQYROYHURVVLJQLÀFDGRVHFKHJDUjFRP- PHQWRVGHWDOPRGRTXHHODVLQÁXHQFLHPUHPRGH-
preensão. OHPHPRGLÀTXHPDVLSUySULDVHDRVRXWURV(ODV
Diversos princípios podem servir de auxílio para o precisam aprender a expressar sentimentos de ira
aprimoramento das habilidades essenciais para saber de forma construtiva e não destrutivamente. As se-
ouvir: guintes orientações podem ser úteis:
1. O ouvinte deve ter uma razão ou propósito de ou- 1. Esteja alerta para suas emoções;
vir; 2. Admita suas emoções. Não as ignore ou renegue;
3. Seja dono de suas emoções. Assuma responsabili-
2. O ouvinte deve suspender julgamentos;
GDGHSRUDTXLORTXHÀ]HU
3. O ouvinte deve resistir a distrações – barulhos, pes-
4. Investigue suas emoções. Não procure “vencer”
soas, olhares – e focalizar o interlocutor;
uma discussão na base do revide, ou de “dar o tro-
4. O ouvinte deve esperar antes de responder ao seu
co”;
LQWHUORFXWRU$VUHVSRVWDVLPHGLDWDVUHGX]HPDHÀ-
5. Relate suas emoções. A comunicação congruente
cácia do ouvir;
VLJQLÀFDXPDFRPELQDomRVDWLVIDWyULDHQWUHRTXH
5. O ouvinte deve repetir palavra por palavra aquilo
você está dizendo e aquilo que está vivenciando;
que o interlocutor está dizendo; 6. Integre suas emoções, o seu intelecto e a sua von-
6. O ouvinte deve recolocar em suas próprias palavras tade. Dê uma oportunidade a você mesmo de
o conteúdo e o sentimento daquilo que o outro aprender e crescer como pessoa. As emoções não
HVWiGL]HQGRSDUDTXHRLQWHUORFXWRUFRQÀUPHVHD SRGHP VHU UHSULPLGDV (ODV GHYHP VHU LGHQWLÀFD-
mensagem que transmitiu foi realmente recebida; das, observadas, relatadas e integradas. Aí então
7. O ouvinte deve buscar os temas, os pontos centrais as pessoas podem fazer instintivamente os ajusta-
daquilo que o interlocutor está dizendo, ouvindo mentos necessários, à luz de seus próprios concei-
“através” das palavras para atingir sua real signi- tos de crescimento. Eles podem acompanhar a vida
ÀFDomR e mudar com ela.
8. O ouvinte deve utilizar o tempo diferencial entre a
velocidade do pensamento (400 a 500 palavras por 14.3 Autoabertura
PLQXWR SDUD´UHÁHWLUµVREUHRFRQWH~GRH´EXVFDUµ
RVHXVLJQLÀFDGR A capacidade de falar total e francamente a respeito
9. O ouvinte deve estar pronto para reagir aos co- GHVLPHVPR²pQHFHVViULDjFRPXQLFDomRHÀFD]2LQ-
mentários do interlocutor. divíduo não pode se comunicar com outro ou chegar a
conhecê-lo a menos que se esforce pela autoabertura.
a) Clareza de expressão A capacidade de alguém para se autorrevelar é um
2XYLUHÀFD]PHQWHpXPDKDELOLGDGHQHFHVViULDHQH- sintoma de personalidade sadia.
gligenciada na comunicação, porém muitas pes- Pode-se dizer que um indivíduo compreenderá tanto
soas consideram igualmente difícil dizer aquilo que a respeito de si próprio quanto ele estiver disposto a co-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

querem dizer ou expressar aquilo que sentem. É municar a outra pessoa.


que com frequência elas presumem simplesmente Obstáculos à autorrevelação: para que se conheçam
que o outro compreende a sua mensagem, mes- a si próprias e para que consigam relações interpessoais
mo que sejam descuidadas ou confusas em sua satisfatórias, as pessoas precisam revelar-se aos outros.
fala. Parecem achar que as pessoas deveriam ser Ainda assim, a autorrevelação é obstruída por muitos.
capazes de ler as mentes uns dos outros: “Se está $FRPXQLFDomRHÀFD]HQWmRWHPSRUEDVHHVWHVFLQ-
claro para mim, deve estar claro para você tam- co componentes: uma autoimagem adequada; capaci-
bém”. Essa suposição é uma das maiores barreiras dade de ser bom ouvinte; habilidade de expressar clara-
ao êxito da comunicação humana. O comunicador mente os próprios pensamentos e ideias; capacidade de
GHÀFLHQWHGHL[DTXHRRXYLQWHDGLYLQKHRTXHHOH lidar com emoções, tais como a ira, de maneira funcional
quer dizer, partindo da premissa de que está, de e a disposição para se expor, para se revelar aos outros.

30
GESTÃO DE PESSOAS: CONCEITOS, AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO, TRABALHO EM EQUIPE,
MOTIVAÇÃO, LIDERANÇA E GERENCIAMENTO DE CONFLITOS.

GESTÃO DE PESSOAS

Quando nos deparamos com um cenário globalizado e com competição cada vez mais acirrada, a Gestão de Pes-
soas torna-se fundamentalmente um instrumento diferenciado para as organizações alcançarem sucesso.
Segundo (CHIAVENATO, 2005, p. 9):
Gestão de pessoas´pRFRQMXQWRGHGHFLV}HVLQWHJUDGDVVREUHDVUHODo}HVGHHPSUHJRTXHLQÁXHQFLDPDHÀFiFLDGRV
funcionários e das organizações. Assim, todos os gerentes são, em certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos
eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento”
([DWDPHQWHSRUVHUHVVHGLIHUHQFLDOHVVDiUHDWHPSDVVDGRSRUPXGDQoDVHWUDQVIRUPDo}HVDÀPGHDFRPSDQKDU
a evolução natural das coisas e permitir que o patrimônio intelectual e humano das organizações esteja sempre em
desenvolvimento, não apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos, mas, principalmente, nos aspectos conceituais
e intangíveis.
A área de Gestão de Pessoas é uma área muito sensível aos aspectos contingenciais e situacionais da organização,
considerando fatores como cultura e estrutura organizacional adotada, clima e ambiente, negócio da organização,
tecnologia utilizada dos processos internos, entre vários outros fatores.
2SDSHOGD$GPLQLVWUDomRSDUDD*HVWmRGH3HVVRDVWHPFRPRGHÀQLomRRDWRGHWUDEDOKDUFRPHSRUPHLRGH
pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros.
Alguns aspectos estão envolvidos na gestão de pessoas, conforme descritos abaixo:

• Comportamento;
• Processo de decisão;
• Ação e execução;
• Relacionamento interpessoal;
• Comprometimento interpessoal e organizacional;
• Perspectiva de futuro;
• Envolvimento com processos;
• Desenvolvimento de habilidades;
‡,GHQWLÀFDomRGHFDSDFLGDGHVLQWHOHFWXDLV²&RQVWUXLQGRXPSDWULP{QLRLQWHOHFWXDO

Essa evolução natural percebida pelas organizações trouxe mudanças também na denominação e na forma como
se enxerga essa área.
Enquanto por muito tempo as organizações consideravam as pessoas como um dos recursos necessários para a
existência da organização, hoje essa compreensão envolve um conceito diferenciado, no qual as pessoas não são vistas
como um recurso e, sim, como parceiro e colaborador na busca pelos resultados desejados.
Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social, e há na organização também o subsistema técnico. A intera-
ção da gestão de pessoas com outros subsistemas, especialmente o técnico, envolve alinhar objetivos organizacionais
e individuais.

A seguir, temos três aspectos que dão sustentação a essa colocação do papel das pessoas hoje nas organizações:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

31
Como vimos acima, a Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem-sucedidas e
pelo aporte de capital intelectual, que simboliza, mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da
Informação e do Conhecimento.
Como pudemos perceber, existe um processo evolutivo na forma como se trata as pessoas dentro da organização,
saindo de um conceito no qual pessoas eram consideradas recursos até chegar no conceito de pessoas como parceiros,
sendo que, nessa transição, as mudanças práticas são bem claras, conforme vemos a seguir:

Pessoas como Recursos Pessoas como Parceiros


Horário rigidamente estabelecido Colaboradores agrupados em equipes
Preocupação com normas e regras Metas negociadas e compartilhadas
Subordinação ao chefe Preocupação com resultados
Fidelidade à organização Satisfação do cliente
'HSHQGrQFLDGDFKHÀD Vinculação à missão e à visão
Alienação em relação à organização Interdependência entre colegas
Ênfase na especialização Participação e comprometimento
Executoras de tarefas Ênfase na ética e responsabilidade
Ênfase nas destrezas manuais Fornecedores de atividade
Valorização da mão de obra Ênfase no conhecimento
Inteligência e talento
Valorização do intelecto

Uma característica essencial das organizações é que elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas, sendo que,
nesse contexto, a Gestão de Pessoas atua na área do subsistema social.
Dentre os demais sistemas organizacionais, destacamos o subsistema técnico, e é essa interação entre Gestão de
pessoas e outros subsistemas, especialmente o técnico, que trabalho para o alinhamento entre os objetivos organiza-
cionais e os objetivos individuais.
Essa teoria surgiu dos apontamentos feitos sobre motivação, mais especialmente sobre as análises de comportamento
que produzem a cooperação por parte dos indivíduos.
Essa teoria resume a relação entre pessoas e organização como sendo um sistema no qual a organização recebe
cooperação dos colaboradores sob a forma de dedicação ou de trabalho e em troca oferece vantagens e incentivos,
GHQWUHRVTXDLVSRGHPRVFLWDURVVDOiULRVSUrPLRVGHSURGXomRJUDWLÀFDo}HVHORJLRVRSRUWXQLGDGHVHWF
Essa troca mútua cria uma harmonia no ambiente organizacional, permitindo assim que se alcance o equilíbrio
organizacional.

CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES

A Gestão de Pessoas é caracterizada por: participação, capacitação, envolvimento e desenvolvimento do capital


humano da organização, que é formado pelas pessoas que a compõem.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Cabe à área de gestão de pessoas a função de humanizar as empresas.


Atualmente, nas relações de trabalho, vem ocorrendo mudanças conforme as exigências que o mercado impõe ou
na forma de gerir pessoas.
Analisemos agora as características e funções dessa área:

32
ATRIBUIÇÕES E OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS

Como objetivos, destacamos alguns aspectos bem claros da área de gestão de pessoas:

• Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão;


• Proporcionar competitividade à organização;
• Proporcionar à organização talentos bem treinados e motivados;
• Aumentar a autoatualização e a satisfação das pessoas no trabalho;
• Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho;
• Administrar a mudança;
• Manter política ética e comportamento socialmente responsável.

$VVLPFRPRWDPEpPFRPSHWHjiUHDGHJHVWmRGHSHVVRDVOLGDUFRPDOJXQVGHVDÀRVHDWULEXLo}HVEHPUHOHYDQWHV
como vemos a seguir.

• Retenção de talentos²DQWHVGHPDLVQDGDpQHFHVViULRTXHDRUJDQL]DomRFRQVLJDLGHQWLÀFDURVSRWHQFLDLV
existentes ali dentro e, a partir daí, criar condições de reter esse talento. Para que essa retenção seja possível, a
RUJDQL]DomRSUHFLVDFULDUXPDFRQWUDSDUWLGDSDUDRFRODERUDGRUFRQVLGHUDQGRDTXLQmRDSHQDVRDVSHFWRÀ-
nanceiro, mas os demais aspectos que a geração atual anseia conquistar, como liberdade de tempo, valorização
e reconhecimento, oportunidade de crescimento, espaço para participar de forma mais ativa, entre outros.
• Choque de gerações – Dentro de uma organização, costumeiramente nos deparamos com várias gerações tra-
balhando juntas e, nesse cenário, temos diversidade de características, experiências, expectativas e competências,
FDEHQGRjiUHDGHJHVWmRGHSHVVRDVLGHQWLÀFDUHHTXLOLEUDUHVVDVGLIHUHQoDVHYLWDQGRDVVLPTXHXPFKRTXHGH
gerações impeça que talentos possam ser descobertos e que trabalhem em conjunto, contribuindo e potenciali-
zando o patrimônio intelectual da organização.
‡ $PELHQWH²&RPRIDODPRVDFLPDRVDQVHLRVGDJHUDomRDWXDOYmRPXLWRDOpPGRDVSHFWRÀQDQFHLURSDVVDQGR
pelo ambiente em que estão inseridos, portanto, cabe à área de gestão de pessoas, dentro do possível, estimular
a criação de ambientes mais próximos desses anseios, propiciando mais liberdade, criatividade e estímulos ou-
tros que impulsionem esses jovens no processo produtivo.
• Papel do Gestor de Pessoas – A área de gestão de pessoas precisa sair do operacional para assumir uma cadeira
QDVGHFLV}HVHVWUDWpJLFDV'HYHSDUWLFLSDURSLQDQGRHPRVWUDQGRDOWHUQDWLYDVGHSUHSDUDomRGRVSURÀVVLRQDLV
Antes disso, é preciso estar mais próximo dos clientes internos para acompanhar mudanças, expectativas e iden-
WLÀFDUTXHPSRGHID]HUSDUWHGHXPSODQRGHFDUUHLUDHGHGHVHQYROYLPHQWR(VVHJHVWRUGHYHVHUDWXDOYHUViWLO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

HÁH[tYHOSDUDDWHQGHUjVQHFHVVLGDGHVLQWHUQDVHjVGHPHUFDGR2GHVDÀRGDVHPSUHVDVpDHVWUXWXUDomRGHXP
processo de carreira, tanto horizontal quanto vertical. As pessoas devem começar a ser valorizadas pelas entregas,
inovações e projetos que fazem e não mais só pela posição que ocupam.

Já há algum tempo, a sociedade tem vivido uma transição denominada “Era da Informação e Conhecimento”, no
qual as pessoas precisam ser consideradas parte essencial desse processo para que as organizações obtenham êxito
em suas operações. No âmbito empresarial, são fundamentais que todos os colaboradores engajados nos processos
assimilem a missão e os objetivos da organização, como elementos norteadores na formulação e planejamento de
estratégias. Por outro lado, os gerentes devem desenvolver uma atuação que possibilite a ênfase nos focos de apren-
dizagem da organização.

33
Nesta 3ª fase da globalização em que vivemos, é viá- Como resultado de suas experiências dentro das próprias
vel que as organizações que almejam crescimento e me- HPSUHVDVYHULÀFRXTXHDFRODERUDomRQDVRFLHGDGHLQ-
OKRULDFRQWtQXDLQYLVWDPHPWUHLQDPHQWRHTXDOLÀFDomRH dustrializada não pode ser entregue ao acaso, enquanto
UHTXDOLÀFDomRGHVHXSHVVRDOJHUDQGRDVVLPXPDVLJQLÀ- se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos
cativa vantagem competitiva num mercado no qual as ino- do progresso humano.
vações tecnológicas chegam já com data prevista de saída A tarefa básica da Administração é formar uma elite
para novos critérios. Todavia, as empresas que entenderem capaz de compreender e de comunicar, dotada de chefes
essa interdependência alcançarão gradualmente soluções democráticos, persuasivos e simpáticos a todo pessoal:
compensatórias em seus trâmites e processos. ao invés de se tentar fazer os empregados compreende-
&RQGX]LUSHVVRDVQXPDRUJDQL]DomRVLJQLÀFDGLVSR- rem a lógica da administração da empresa, a nova elite
nibilizar o capital (materiais, equipamentos, fatores de de administradores deve compreender as limitações des-
produção, treinamento) para que todos os envolvidos no sa lógica e ser capaz de entender a lógica dos trabalha-
processo (funcionários e parceiros) sintam sua importân- dores.
cia para a organização e se renovem dia após dia no al- A pessoa humana é motivada essencialmente pela
FDQFHGHVXDVFRPSHWrQFLDVSURÀVVLRQDLVHSHVVRDLVHP necessidade de “estar junto”, de “ser reconhecida”, de re-
EXVFDGHVXDVHÀFLrQFLDVHHÀFiFLDV FHEHUDGHTXDGDFRPXQLFDomR0D\RVHRSXQKDjDÀUPD-
O desempenho das pessoas no processo de tomada ção de Taylor de que a motivação básica do empregado
de decisão nas instituições, quando entendido o que é era meramente salarial (homo economicus). Para Mayo, o
HÀFLrQFLD GHIHLWR ]HUR H TXDOLGDGH WRWDO  H HÀFiFLD DO- FRQÁLWRVRFLDOGHYHVHUHYLWDGRDWRGRFXVWRSRUPHLRGH
cance das metas empresariais), faz com que as empresas uma administração humanizada que faça um tratamento
entrem no eixo da maturidade mercadológica (posição SUHYHQWLYRHSURÀOiWLFR$VUHODo}HVKXPDQDVHDFRRSH-
na qual o produto ou serviço da empresa já é conhecido UDomRFRQVWLWXHPDFKDYHSDUDHYLWDURFRQÁLWRVRFLDOR
pelos clientes, mas que pode trazer eventuais problemas qual é o germe da destruição da própria sociedade. “O
FDVRQmRVHLGHQWLÀTXHDQHFHVVLGDGHGHFRQVWDQWHVPH- FRQÁLWRpXPDFKDJDVRFLDODFRRSHUDomRpREHPHVWDU
social.”
lhorias nos processos que serão sentidos pela clientela).
Esse processo todo, que veio acompanhando o cená-
Isso tudo traz a área de gestão de pessoas, junto com
ULR RUJDQL]DFLRQDO MXVWLÀFD D LPSRUWkQFLD GD JHVWmR GH
todos os demais setores organizacionais, para um impor-
pessoas, a espinha dorsal, a viga, a estrutura desse todo.
tante papel estratégico, tanto para despertar e desenvol-
Segundo Davel e Vergara (2001, p.31),
ver talentos organizacionais, quanto para potencializar a
As pessoas não fazem somente parte da vida produti-
elaboração e a execução de planos estratégicos que a
va das organizações. Elas constituem o princípio essencial
organização adote para alcançar seus objetivos.
de sua dinâmica, conferem vitalidade às atividades e pro-
Ao longo da história, tivemos muitas teorias pertinen- cessos, inovam, criam, recriam contextos e situações que
tes à Administração, podemos citar: podem levar a organização a posicionarem-se de maneira
Frederick Taylor, que trouxe os princípios da adminis- competitiva, cooperativa e diferenciada com os clientes,
WUDomR FLHQWtÀFD FRQWULEXLQGR SDUD D UDFLRQDOL]DomR GR outras organizações e no ambiente de negócios em geral.
trabalho industrial e para a divisão de autoridade e su-
pervisão ao nível de linha (autoridade vertical). Conforme Barçante e Castro (1995, p. 20),
Temos também Henry Fayol, que nos apresentou uma Ao ouvir a voz do cliente interno, ou seja, dos funcioná-
teoria mais global da ação administrativa, ao contrário de rios, a empresa estará tratando-o como um aliado e não
Taylor, que se dedicou mais as questões relativas à linha só como um mero cumpridor de ordens, estará vendo que
de produção. dele dependem os seus resultados.
Mas para obter bons resultados, a organização preci-
Citamos ainda Henry Ford, que se ocupou do sistema sa abrir mão de alguns paradigmas e criar um cenário em
de produção empresarial como um todo, visando a sua que o colaborador possa pôr em prática toda uma expe-
PDLRU HÀFLrQFLD LQWURGX]LQGR FRQFHLWRV PRGHUQRV GH ULrQFLDSURÀVVLRQDOMiYLYHQFLDGDRXSUDWLFDGDHPRXWUDV
produção em série e de linhas de montagem, conceben- ocasiões. Nesse momento, o gestor de pessoas (lideran-
do um ritmo de trabalho em cadeia, para poupar tempo ça), precisa atuar no sentido de capacitar, estimular e
e custos. principalmente motivar as pessoas a adquirirem cada vez
Até que chegamos àquela que começa a trabalhar a mais habilidades e atitudes vencedoras para que toda a
visão diferente em relação ao indivíduo. Alton Mayo, que proposta de negócios atinja grandes resultados, de for-
nos apresentou uma teoria que tratava exatamente das PDTXHWXGRTXHÀFRXGHWHUPLQDGRSHODVRUJDQL]Do}HV
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

relações humanas. A Teoria das Relações Humanas preo- seja cumprido.


cupou-se intensamente com o esmagamento do homem A Gestão Estratégica de Pessoas nas organizações é
pelo desenfreado desenvolvimento da civilização indus- um elo entre metas organizacionais e individuais per-
WULDOL]DGDVDOLHQWDQGRTXHHQTXDQWRDHÀFLrQFLDPDWHULDO PLWLQGRDFRODERUDomRHSDUWLFLSDomRHÀFD]GHWRGDVDV
aumentou poderosamente nos últimos duzentos anos, a pessoas envolvidas. Para isso as etapas Planejar, Organi-
capacidade humana para o trabalho coletivo não mante- zar, Dirigir e Controlar deve ser bem trabalhado pelas li-
ve o mesmo ritmo de desenvolvimento. deranças e gerencias da empresa conduzindo todos num
0D\R DÀUPD TXH R SUREOHPD GD FRRSHUDomR QmR único objetivo.
pode ser resolvido apenas por meio do retorno às for- Nessa abordagem, faz-se necessário a compreensão
mas tradicionais de organização. O que deve haver é e o entendimento sobre Planejamento Estratégico e con-
uma nova concepção das relações humanas no trabalho. seguintemente o papel potencial das pessoas.

34
É primordial as organizações estabelecerem alguns critérios para que a gestão de pessoas tenha importância sig-
QLÀFDWLYDWDLVFRPR

– Motivar e reconhecer os esforços de todos os envolvidos;


² 7UDQVPLWLUVXDVLGHLDVHVDEHUH[HUFHUVXDVLQÁXrQFLDV
– Transformar Grupos em Equipes;
– Pensar, agir e solucionar problemas;
– Gerar ambiente sinérgico;
² 7HUQRVFRQÁLWRVJHUDGRVXPDRSRUWXQLGDGHGHIRQWHGHDSUHQGL]DJHP
– Saber gerenciar o estresse;
– Saber delegar;
– Desenvolver culturas;
– Preparar as pessoas para a avaliação de desempenho;
– Elaborar planos individuais de capacitação por competências;
– Fornecer opinião sobre as competências individuais;
² ,GHQWLÀFDUVHJXQGRRSHUÀOWUDoDGRSHODHPSUHVDDVSHVVRDVTXHHVWmRDFLPDQDPpGLDRX²DTXpPGDVH[SHFWDWLYDV
– Agregar pessoas (valorizar o capital intelectual);
– Desenvolver pessoas (integrar e motivar os colaboradores);
– Adotar administração horizontal (faz com que as lideranças estejam em maior proximidade dos liderados, privi-
legiando o acesso à informação e reduzindo os níveis organizacionais);
– Aplicar benchmarking para obtenção de vantagem competitiva;
– Desenvolver políticas de parcerias;
– Manter e recompensar pessoas;
– Monitorar as atividades realizadas diariamente;
– Criar um Canal de Reclamações e Sugestões visando a, por meio de críticas construtivas, agregar valores à orga-
nização;
– Divulgar na Intranet da empresa ou divulgar internamente o desempenho mensal das equipes de trabalho em
comparação à evolução alcançada com relação às metas estipuladas pela organização.

PROCESSO DE GESTÃO DE PESSOAS

Podemos compilar esses e outros critérios dentro de um processo atual de gestão de pessoas, que comporta seis
aspectos básicos, como veremos agora:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

7RGRVHVVHVSURFHVVRVHVWmRLQWLPDPHQWHUHODFLRQDGRVHQWUHVLGHWDOPDQHLUDTXHVHLQWHUSHQHWUDPHVHLQÁXHQ-
ciam reciprocamente. Cada processo tende a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizados. Um
processo de agregar pessoas malfeito passa a exigir um processo de desenvolver pessoas mais intenso para compen-

35
sar as suas falhas. Se o processo de recompensar pes- Como cada pessoa é responsável por uma parte da
soas é falho, ele exige um processo de manter pessoas tarefa, o trabalho em equipe oferece também maior agi-
mais intenso. Além do mais, todos esses processos são lidade e dinamismo.
GHVHQKDGRVGHDFRUGRFRPDVH[LJrQFLDVGDVLQÁXrQFLDV Para que o trabalho em equipe funcione bem, é es-
DPELHQWDLVH[WHUQDVHGDVLQÁXrQFLDVRUJDQL]DFLRQDLVLQ- sencial que o grupo possua metas ou objetivos compar-
ternas para obter a melhor compatibilização entre si. Tra- tilhados. Também é necessário que haja comunicação
ta-se, pois, de um modelo de diagnóstico de RH. HÀFLHQWHHFODUH]DQDGHOHJDomRGHFDGDWDUHID
Uma das ferramentas utilizadas pela área de gestão de pes- A diferença de pensamento e visão entre pessoas dis-
soas para facilitar a administração das informações pertinentes tintas é fundamental para uma resolução de problemas
às pessoas envolvidas nos processos organizacionais é o Siste- HÀFLHQWH4XDQWRPDLVSHUVSHFWLYDVXPDHTXLSHWLYHUVR-
ma de Informação Gerencial, no qual, por meio de um banco de bre um único problema, mais fácil é encontrar a melhor
dados, é possível fazer o registro de informações que possam solução possível.
auxiliar o gestor e os lideres nos processos decisórios.
Os aspectos administrados por meio do SIG podem 1. Diferença entre Grupo e Equipe
ser analisados numa visão geral ou focada. Na visão ge-
ral, o sistema permite uma análise de todos os processos Grupo e equipe não são a mesma coisa. Grupo é de-
organizacionais, já os de visão focada, fornecem dados ÀQLGRFRPRGRLVRXPDLVLQGLYtGXRVHPLQWHUDomRHLQ-
setorizados, referentes aos departamentos que se dese- terdependência, que se juntam para atingir um objetivo.
MDDQDOLVDUHPHVSHFLÀFRVHQGRTXHHPDPERVFRQVWDP Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamen-
informações como objetivos, estratégias e políticas da te para compartilhar informações e tomar decisões para
empresa, fatores ambientais da empresa, qualidade dos ajudar cada membro em seu desempenho na sua área de
SURÀVVLRQDLV GDV LQIRUPDo}HV H GRV SURFHVVRV WHFQR- responsabilidade.
logia da empresa, relação dos custos versus benefícios, Os grupos de trabalho não têm necessidade nem
bem como os riscos envolvidos e aceitos, entre outros. oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo
No entanto, dados coletados por si só não contribuem que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempe-
para esse processo, portanto, faz-se necessário que haja nho é apenas a somatória das contribuições individuais
XPD DQiOLVH H FODVVLÀFDomR GHVVHV GDGRV UHODFLRQDQGR de seus membros. Não existe uma sinergia positiva que
entre si as informações e suas possíveis aplicabilidades.
possa criar um nível geral de desempenho maior do que
No subsistema gestão de pessoas, para facilitar essa
a soma das contribuições individuais.
FODVVLÀFDomRHLQWHUDomRGHGDGRVRVLVWHPDGHYHUHJLV-
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva
trar dados diversos sobre o colaborador e sua relação
por meio do esforço coordenado. Os esforços individuais
com a organização, tais como:
resultam em um nível de desempenho maior do que a
• Dados pessoais;
soma daquelas contribuições individuais. Veja a seguir as
• Dados sobre cargos e os encarregados dessas fun-
diferenças entre grupos de trabalho e equipes de traba-
ções;
• Dados sobre os setores e departamentos existentes lho.
na organização;
‡'DGRVVREUHUHPXQHUDomRHEHQHÀFLRV #FicaDica
• Dados sobre processos de treinamento e capacita-
ção desenvolvidos e/ou necessários; Distinguir equipe e grupo é um aspecto
• Dados sobre aspectos relacionados à saúde ocupa- muito importante para soluções de exer-
cional, entre outros. cícios que tratem de trabalho em equipe.
O ponto principal é o objetivo em comum
Cabe à administração decidir, diante do investimento existente quando as pessoas compõem
envolvido, qual o melhor e mais indicado sistema a ser uma equipe.
implantado, considerando os processos envolvidos e as
expectativas da organização, lembrando também que o
VLVWHPDVyVHUiHÀFD]VHDVLQIRUPDo}HVSRUHOHIRUQHFL- 2. Comparação entre Grupos de Trabalho e Equi-
das forem constantemente atualizadas e revistas, confor- pes de Trabalho
me o desenvolvimento dos processos em andamento na
organização. 2.1 Transformando indivíduos em membros de
equipe
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

TRABALHO EM EQUIPE
Ł 3DUWLOKDPVXDVLGHLDVSDUDDPHOKRULDGRTXHID]HP
Trabalho em equipe SRGH VHU GHÀQLGR FRPR RV HV- e de todos os processos do grupo;
forços conjuntos de um grupo ou sociedade visando à Ł 5HVSHLWDPDVLQGLYLGXDOLGDGHVHVDEHPRXYLU
solução de um problema. Ou seja, um grupo ou conjunto Ł &RPXQLFDPVHDWLYDPHQWH
de pessoas que se dedicam a realizar determinada tarefa Ł 'HVHQYROYHP UHVSRVWDV FRRUGHQDGDV HP EHQHIt-
estão trabalhando em equipe. FLRVGRVSURSyVLWRVGHÀQLGRV
Essa denominação se origina da época logo após Ł &RQVWURHPUHVSHLWRFRQÀDQoDP~WXDHDIHWLYLGDGH
a Primeira Guerra Mundial. O trabalho em equipe, por nas relações;
meio da ação conjunta, possibilita a troca de conheci- Ł 3DUWLFLSDP GR HVWDEHOHFLPHQWR GH REMHWLYRV FR-
mentos entre especialistas de diversas áreas. muns;

36
Ł 'HVHQYROYHPDFRRSHUDomRHDLQWHJUDomRHQWUHRV Ł (TXLSH GH VROXomR GH SUREOHPDV QHVWH WLSR GH
membros. equipe, os membros trocam ideias ou oferecem
sugestões sobre os processos e métodos de tra-
2.2 Fatores que interferem no trabalho em equipe balho que podem ser melhorados. Raramente, en-
tretanto, estas equipes têm autoridade para imple-
Ł(VWUHOLVPR mentar unilateralmente suas sugestões.
Ł$XVrQFLDGHFRPXQLFDomRHGHOLGHUDQoD Ł (TXLSHVGHWUDEDOKRDXWRJHUHQFLDGDVVmRHTXLSHV
Ł3RVWXUDVDXWRULWiULDV autônomas, que podem não apenas solucionar os
Ł,QFDSDFLGDGHGHRXYLU problemas, mas também implementar as soluções
Ł)DOWDGHWUHLQDPHQWRHGHREMHWLYRV e assumir total responsabilidade pelos resultados.
Ł1mRVDEHU´TXHPpTXHPµQDHTXLSH São grupos de funcionários que realizam trabalhos
muito relacionados ou interdependentes e assuem
6mRFDUDFWHUtVWLFDVGDVHTXLSHVHÀFD]HV muitas das responsabilidades que antes eram de
seus antigos supervisores.
Ł &RPSURPHWLPHQWRGRVPHPEURVFRPXPSURSy- Ł 1RUPDOPHQWHLVVRLQFOXLRSODQHMDPHQWRHRFUR-
VLWRFRPXPHVLJQLÀFDWLYR nograma de trabalho, a delegação de tarefas aos
Ł 2 HVWDEHOHFLPHQWR GH PHWDV HVSHFtÀFDV SDUD D membros, o controle coletivo sobre o ritmo de
equipe que conduzam os indivíduos a um melhor trabalho, a tomada de decisões operacionais e a
desempenho e também energizem as equipes. implementação de ações para solucionar proble-
0HWDVHVSHFtÀFDVDMXGDPDWRUQDUDFRPXQLFDomR mas. As equipes de trabalho totalmente autoge-
mais clara, além de manter a equipe focada na ob- renciadas até escolhem seus membros e avaliam o
tenção de resultados; desempenho uns dos outros.
Ł 2VPHPEURVGHIHQGHPVXDVLGHLDVVHPUDGLFDOLVPR Ł &RQVHTXHQWHPHQWH DV SRVLo}HV GH VXSHUYLVmR
Ł *UDQGHKDELOLGDGHSDUDRXYLU perdem a sua importância e até podem ser elimi-
Ł /LGHUDQoD p VLWXDFLRQDO RX VHMD R OtGHU DJH GH nadas.
acordo com o grau de maturidade da equipe; de Ł (TXLSHVPXOWLIXQFLRQDLV6mRHTXLSHVIRUPDGDVSRU
acordo com a contingência; funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de
Ł 4XHVW}HVFRPSRUWDPHQWDLVVmRGLVFXWLGDVDEHUWD- diferentes setores da empresa, que se juntam para
mente, principalmente as que podem comprome- cumprir uma tarefa. As equipes desempenham vá-
ter a imagem da equipe ou organização rias funções (multifunções), ao mesmo tempo, ou
Ł 2QtYHOGHFRQÀDQoDHQWUHRVPHPEURVpHOHYDGR VHMD QmR Ki HVSHFLÀFDomR SDUD FDGD PHPEUR 2
Ł 'HPRQVWUDPFRQÀDQoDHPVHXVOtGHUHVWRUQDQGR sentido de equipe é exatamente esse, os membros
a equipe disposta a aceitar e a se comprometer compensam entre si as competências e as carên-
com as metas e as decisões do líder;
cias, num aprendizado contínuo.
Ł )OH[LELOLGDGHSHUPLWLQGRTXHRVPHPEURVGDHTXL-
Ł $VHTXLSHVPXOWLIXQFLRQDLVUHSUHVHQWDPXPDIRU-
pe possam completar as tarefas uns dos outros.
PD HÀFD] GH SHUPLWLU TXH SHVVRDV GH GLIHUHQWHV
Isso deixa a equipe menos dependente de um úni-
áreas de uma empresa (ou até de diferentes em-
co membro;
presas) possam trocar informações, desenvolver
Ł &RQÁLWRVVmRDQDOLVDGRVHUHVROYLGRV
novas ideias e solucionar problemas, bem como
coordenar projetos complexos. Evidentemente,
Há uma preocupação / ação contínua em busca do
autodesenvolvimento. não é fácil administrar essas equipes. Seus pri-
meiros estágios de desenvolvimento, enquanto as
O desempenho de uma equipe não é apenas a soma- pessoas aprendem a lidar com a diversidade e a
tória das capacidades individuais de seus membros. complexidade, costumam ser muito trabalhosos e
Contudo, essas capacidades determinam parâmetros demorados. Demora algum tempo até que se de-
GRTXHRVPHPEURVSRGHPID]HUHGHTXmRHÀFLHQWHVHOHV VHQYROYDDFRQÀDQoDHRHVStULWRGHHTXLSHHVSH-
VHUmR GHQWUR GD HTXLSH 3DUD IXQFLRQDU HÀFD]PHQWH XPD cialmente entre pessoas com diferentes históricos,
equipe precisa de três tipos diferentes de capacidades. Pri- experiências e perspectivas.
meiro, ela precisa de pessoas com conhecimentos técni- Ł (TXLSHV 9LUWXDLV 2V WLSRV GH HTXLSHV DQDOLVDGRV
cos. Segundo, pessoas com habilidades para solução de até agora realizam seu trabalho face a face. As
problemas e tomada de decisões que sejam capazes de equipes virtuais usam a tecnologia da informática
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

LGHQWLÀFDU SUREOHPDV JHUDU DOWHUQDWLYDV DYDOLDODV H ID]HU SDUDUHXQLUVHXVPHPEURVÀVLFDPHQWHGLVSHUVRVH


escolhas competentes. Finalmente, as equipes precisam de permitir que eles atinjam um objetivo comum. Elas
pessoas que saibam ouvir, deem feedback, solucionem permitem que as pessoas colaborem on-line utili-
FRQÁLWRVHSRVVXDPRXWUDVKDELOLGDGHVLQWHUSHVVRDLV zando meios de comunicação como redes internas
e externas, videoconferências ou correio eletrônico
3. Tipos de Equipe – quando estão separadas apenas por uma parede
ou em outro continente. São criadas para durar al-
As equipes podem realizar uma grande variedade de guns dias para a solução de um problema ou mes-
coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, ne- mo alguns meses para conclusão de um projeto.
gociar acordos, coordenar projetos, oferecer aconselha- Não são muito adequadas para tarefas rotineiras e
mentos ou tomar decisões. cíclicas.

37
Em todo processo em que haja interação entre as $FRQYLFomRGHTXH´GLVFULPLQDUpHUUDGRµpXPDDÀU-
pessoas vamos desenvolver relações interpessoais. mativa avaliadora. Essa opinião é o componente cogni-
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as ati- tivo de uma atitude. Ela estabelece a base para a parte
vidades são predeterminadas, alguns comportamentos mais crítica de uma atitude: o seu componente afetivo. O
VmRSUHFLVDPVHUDOLQKDGRVDRXWURVHLVVRVRIUHLQÁXrQ- afeto é o segmento da atitude que se refere ao sentimen-
cia do aspecto emocional de cada envolvido, tais como: WRHjVHPRo}HVHVHWUDGX]QDDÀUPDomR´1mRJRVWRGH
comunicação, cooperação, respeito, amizade. À medida João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sen-
que as atividades e interações prosseguem, os senti- timento pode provocar resultados no comportamento. O
mentos despertados podem ser diferentes dos indicados componente comportamental de uma atitude se refere
inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos à intenção de se comportar de determinada maneira em
LQÁXHQFLDUmRDVLQWHUDo}HVHDVSUySULDVDWLYLGDGHV$V- relação a alguém ou alguma coisa. Então, para continuar
sim, sentimentos positivos de simpatia e atração provo- no exemplo, posso decidir evitar a presença de João por
carão aumento de interação e cooperação, repercutindo causa dos meus sentimentos em relação a ele.
favoravelmente nas atividades e ensejando maior produ- Encarar a atitude como composta por três compo-
tividade. Por outro lado, sentimentos negativos de an- nentes – cognição, afeto e comportamento – é algo mui-
tipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, to útil para compreender sua complexidade e as relações
ao afastamento nas atividades, com provável queda de potenciais entre atitudes e comportamento. Ao contrário
produtividade. dos valores, as atitudes são menos estáveis.
Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se
relaciona diretamente com a competência técnica de COMPETÊNCIA INTERPESSOAL
FDGDSHVVRD3URÀVVLRQDLVFRPSHWHQWHVLQGLYLGXDOPHQWH
podem render muito abaixo de sua capacidade por in- $FRPSHWrQFLDLQWHUSHVVRDOpKDELOLGDGHGHOLGDUHÀ-
ÁXrQFLDGRJUXSRHGDVLWXDomRGHWUDEDOKR cazmente com relações interpessoais, de lidar com ou-
Quando uma pessoa começa a participar de um gru- tras pessoas de forma adequada à necessidade de cada
po, há uma base interna de diferenças que englobam uma delas e às exigências da situação. Segundo C. Ar-
valores, atitudes, conhecimentos, informações, precon- J\ULV  pDKDELOLGDGHGHOLGDUHÀFD]PHQWHFRPUH-
ceitos, experiência anterior, gostos, crenças e estilo com- lações interpessoais de acordo com três critérios:
portamental, o que traz inevitáveis diferenças de percep- Ł 3HUFHSomR DFXUDGD GD VLWXDomR LQWHUSHVVRDO GH
ções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação suas variáveis relevantes e respectiva inter-relação;
compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um Ł +DELOLGDGHGHUHVROYHUUHDOPHQWHRVSUREOHPDVGH
repertório novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como tal modo que não haja regressões;
essas diferenças são encaradas e tratadas determina a Ł 6ROXo}HV DOFDQoDGDV GH WDO IRUPD TXH DV SHVVRDV
modalidade de relacionamento entre membros do gru- HQYROYLGDV FRQWLQXHP WUDEDOKDQGR MXQWDV WmR HÀ-
po, colegas de trabalho, superiores e subordinados. Por cientemente, pelo menos, como quando começa-
exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do outro, ram a resolver seus problemas.
se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se
uma modalidade de relacionamento diferente daquela Dois componentes da competência interpessoal as-
em que não há respeito pela opinião do outro, quan- sumem importância capital: a percepção e a habilidade
do ideias e sentimentos não são ouvidos, ou ignorados, propriamente dita. O processo da percepção precisa ser
quando não há troca de informações. A maneira de lidar treinado para uma visão acurada da situação interpes-
com diferenças individuais cria certo clima entre as pes- soal.
VRDVHWHPIRUWHLQÁXrQFLDVREUHWRGDDYLGDHPJUXSR Ł 3HUFHSomRVHOHWLYDpXPSURFHVVRTXHDSDUHFHQD
principalmente nos processos de comunicação, no rela- comunicação, pois os receptores vêm e ouvem se-
cionamento interpessoal, no comportamento organiza- letivamente com base em suas necessidades, expe-
cional e na produtividade. riências, formação, interesses, valores etc.
Valores: Representa convicções básicas de que um Ł 3HUFHSomR VRFLDO p R PHLR SHOR TXDO D SHVVRD
PRGRHVSHFtÀFRGHFRQGXWDRXGHFRQGLomRGHH[LVWrQ- forma impressões de uma outra na esperança de
cia é individualmente ou socialmente preferível ao modo compreendê-la.
contrário ou oposto de conduta ou de existência. Eles
contêm um elemento de julgamento, baseado naquilo Novas competências começam a ser exigidas pelas
que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. organizações, que reinventam sua dinâmica produtiva,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Os valores costumam ser relativamente estáveis e dura- desenvolvendo novas formas de trabalho e de resolução
douros. GHFRQÁLWRV6XUJHPQRYRVSDUDGLJPDVGHUHODo}HVGDV
organizações com fornecedores, clientes e colaborado-
Atitudes: $VDWLWXGHVVmRDÀUPDo}HVDYDOLDGRUDV²ID- res. Nesse contexto, as relações humanas no ambiente
voráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pes- de trabalho têm sido foco da atenção dos gestores, para
VRDVRXHYHQWRV5HÁHWHPFRPRXPLQGLYtGXRVHVHQWH que sejam desenvolvidas habilidades e atitudes neces-
em relação a alguma coisa. Quando digo “gosto do meu sárias ao manejo inteligente das relações interpessoais.
trabalho” estou expressando minha atitude em relação
ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo-
res, mas ambos estão inter-relacionados e envolvem três
componentes: cognitivo, afetivo e comportamental.

38
'HÀQLomRGHFRPSHWrQFLD 4. Autoconhecimento

Chamamos de competência a integração e a coorde- De acordo com estudos psicológicos, autoconheci-


nação de um conjunto de conhecimentos, habilidades e PHQWRVLJQLÀFDRFRQKHFLPHQWRTXHDSHVVRDWHPGHVL
atitudes (C.H.A.) que na sua manifestação produzem uma próprio. Ao nos conhecermos, temos condições de domi-
atuação diferenciada. nar nossas emoções, controlar nossos impulsos, estimu-
C – Conhecimento – SABER lar nossas potencialidades, controlar nossas fraquezas,
H – Habilidade – SABER FAZER impedir que sentimentos negativos e destrutivos, como
A – Atitude – QUERER FAZER ansiedade, baixa autoestima, instabilidade emocional
entre outras sensações negativas nos afete, resultando
A competência técnica: envolve o C.H.A em áreas téc- em falta de produtividade e um desenvolvimento pessoal
QLFDVHVSHFtÀFDV prejudicado.
A competência interpessoal: envolve o C.H.A nas rela-
ções interpessoais. A busca pelo equilíbrio depende de sabermos quais
são nossas necessidades e nossos interesses, por isso a
2. Inteligência emocional importância que se deve dar às experiências que pas-
samos e ao que elas nos agrega, mostrando-nos as si-
Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil. tuações em que somos mais positivos, produtivos e nos
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, sentimos com mais potencial e também aquelas nas
na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa não quais nos abatemos ou nos sentimos mais fragilizados
é fácil. ou impotentes, além da busca pelo processo de melhora
Aristóteles
interno, em que, como indivíduos, conseguimos atingir
um nível de evolução satisfatório.
&RPRWUDEDOKDUEHPFRPRVRXWURV"&RPRHQWHQGHU
5. Diferenças individuais
RVRXWURVHID]HUVHHQWHQGHU"
A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida
O processo de autoconhecimento acima comentado
emocional. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se
é fundamental para lidarmos com as diferenças existen-
nos recifes das paixões e dos impulsos desenfreados,
tes entre as pessoas. Saber como sou, porque sou assim
pessoas com alto nível de QI podem ser pilotos incom-
e me aceitar dessa forma facilita a compreensão e a acei-
petentes de sua vida particular.
tação do próximo tal qual ele é.
A aptidão emocional é uma capacidade que determi-
Essas diferenças existem em decorrência de nossas
na até onde podemos usar bem quaisquer outras apti- características, sendo que essas podem ser inatas ou ad-
dões que tenhamos, incluindo o intelecto bruto. quiridas.
Inteligência emocional: p D KDELOLGDGH GH OLGDU HÀ- Entende-se por características inatas tudo aquilo que
cazmente com relações interpessoais, de lidar com ou- trazemos conosco desde nosso nascimento, isto é, nossa
tras pessoas de forma adequada às necessidades de cada carga hereditária.
uma e às exigências da situação, observando as emoções Já as características adquiridas são todas aquelas que
e reações evidenciadas no comportamento do outro e no vamos agregando no nosso processo de crescimento,
seu próprio comportamento. amadurecimento, são as experiências pelas quais passa-
Inteligência intrapessoal: é a habilidade de lidar mos e que nos deixam marcas, nos dão forma.
com o seu próprio comportamento. Exige autoconheci- A junção dessas duas características é responsável
mento, controle emocional, automotivação e reconheci- pela formação de nossa personalidade, ou seja, fatores
mento dos sentimentos quando eles ocorrem. internos e externos vão se moldando em nossa vivência e
Inteligência interpessoal:pDKDELOLGDGHGHOLGDUHÀ- nos tornando seres únicos e extremamente interessantes
cazmente com outras pessoas de forma adequada. no contexto do que podemos fazer com o que acumu-
lamos de informação e experiência ao longo do tempo.
3. Elementos básicos da inteligência emocional No campo organizacional isso é muito válido, porque
se tem uma rica rede de características que, somadas,
Ł $XWRFRQKHFLPHQWR FRQKHFHU D VL SUySULR JHUDU podem atingir resultados incríveis para essas organiza-
DXWRFRQÀDQoDFRQKHFHUSRQWRVSRVLWLYRVHQHJD- ções, visto que a presença de algumas características em
tivos. algumas pessoas supre a ausência delas em outras e vi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ł &RQWUROH (PRFLRQDO FDSDFLGDGH GH JHUHQFLDU DV ce-versa, tornando essa rede mais valiosa, na qual as di-
próprias emoções e impulsos. ferenças se encaixam e se completam formando um qua-
Ł $XWRPRWLYDomR FDSDFLGDGH GH JHUHQFLDU DV SUy- dro de talentos e potencialidades administráveis quando
prias emoções com vistas a uma meta a ser alcan- esses indivíduos, por se conhecerem, são capazes de ad-
oDGD3HUVLVWLUGLDQWHGHIUDFDVVRVHGLÀFXOGDGHV PLQLVWUDUVXDVTXDOLGDGHVHGHÀFLrQFLDVSURSRUFLRQDQGR
Ł 5HFRQKHFHUHPRo}HVQRVRXWURVHPSDWLD crescimento coletivo.
Ł +DELOLGDGHHPUHODFLRQDPHQWRVLQWHUSHVVRDLVDS-
tidão social. 6. Personalidade

Ao estudar a personalidade, compreendemos o com-


portamento e a atitude das pessoas.

39
Como vimos acima, a personalidade é a resultante de sos e assim leva à tolerância e à aceitação das diferenças.
um conjunto de características que integradas, estabe- A empatia é um ato de compreensão tão seguro quanto
lece a forma única como ele se comporta ou reage ao à apreensão do sentido das palavras contidas numa pá-
meio. A personalidade demonstra a essência da pessoa. gina impressa.
Temos também a persona (latim) que, em alguns mo- A empatia é o primeiro inibidor da crueldade huma-
mentos, é como se adotássemos algum personagem, ou na: reprimir a inclinação natural de sentir com o outro
seja, é como se fosse uma máscara que cada um de nós nos faz tratar o outro como um objeto.
usa conforme a circunstância ou as conveniências e, por O ser humano é capaz de encobrir intencionalmente
meio dessas facetas, causamos impressões aos outros. a empatia, é capaz de fechar os olhos e os ouvidos aos
Anteriormente falamos sobre as características inatas apelos dos outros. Suprimir essa inclinação natural de
e as adquiridas, vejamos alguns desses exemplos. sentir com outro desencadeia a crueldade.
Empatia implica certo grau de compartilhamento
6.1 Inatas emocional – um pré-requisito para realmente compreen-
der o mundo interior do outro.
Ł $JHQpWLFDGHWHUPLQDDDSDUrQFLDH[WHUQDGDSHV-
soa; 8. A empatia nas empresas
Ł $ JHQpWLFD GHWHUPLQD D HVWUXWXUD GD HVSpFLH FR-
mum a todos os indivíduos; QUAL A RELAÇÃO ENTRE EMPATIA E PRODUTI-
Ł $ JHQpWLFD GHWHUPLQD WUDoRV LQGLYLGXDLV H ~QLFRV VIDADE?
de cada indivíduo particular. O conceito de empatia está relacionado à capacidade
de ouvir o outro de tal forma a compreender o mundo a
6.2 Adquiridas partir de seu ponto de vista. Não pressupõe concordância
ou discordância, mas o entendimento da forma de pen-
Ł $PELHQWHItVLFRQXWULomRWHPSHUDWXUDDOWLWXGH sar, sentir e agir do interlocutor. No momento em que isso
Ł $PELHQWHVRFLDOFXOWXUDUHODo}HVLQWHUSHVVRDLV ocorre de forma coletiva, a organização dialoga e conhece
Ł $VH[SHULrQFLDVGDYLGDGHXPDSHVVRDVmRGHWHU- saltos de produtividade e de satisfação das pessoas. (Silvia
minantes para a constituição de sua personalidade; Dias – Diretora de RH da Alcoa)
Ł 'HQWUHRVDVSHFWRVLPSRUWDQWHVGDSHUVRQDOLGDGH A empatia é primordial para o desenvolvimento de
citamos o temperamento e o caráter. lideranças e o aperfeiçoamento da gestão de pessoas, pois
pressupõe o respeito ao outro; em uma dinâmica que fa-
O temperamento é uma característica inata, que re-
vorece o aumento da produtividade. (Olga Lofredi – Presi-
cebemos em nossa carga genética, determinando nossas
dente da Landmark )
reações, principalmente quando se envolve emoção, por
exemplo, tolerância, otimismo, paciência, agressividade,
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou
HQÀPpDIRUPDFRPRYDPRVOLGDUFRPWRGDVDVHPR-
seja, um tipo de relacionamento em que as partes com-
o}HVTXHSRGHPDÁRUDUTXDQGRHVWDPRVHPXPDGHWHU-
SUHHQGHPEHPRVYDORUHVGHÀFLrQFLDVHYLUWXGHVGRRX-
minada situação.
WUR1RFRQWH[WRGDVUHODo}HVKXPDQDVSRGHVHDÀUPDU
Já o caráter é o resultado moral do que agregamos de
princípios e valores ao longo de nosso desenvolvimento. que o sucesso dos relacionamentos interpessoais depen-
A base sobre a qual agimos e decidimos. de do grau de compreensão entre os indivíduos. Quando
No campo organizacional, o estudo da personalidade há compreensão mútua, as pessoas comunicam-se me-
permite compreender o conjunto que se tem, as caracte- OKRUHFRQVHJXHPUHVROYHUFRQÁLWRVGHPRGRVDXGiYHO
rísticas presentes na equipe, o que permite o gestor apro-
veitar todas as potencialidades e estimular o desenvolvi- MOTIVAÇÃO
mento das competências e a melhoria do desempenho.
9LVWRTXHJUDQGHSDUWHGRVFRQÁLWRVQDVRUJDQL]Do}HV Trata-se de processos psíquicos que a pessoa tem
ocorre por diferenças e discordâncias entre as caracterís- TXH D LPSXOVLRQDP j DomR ([LVWH XPD LQÁXrQFLD WDQWR
ticas e os interesses entre colaboradores e também en- individual como pelo contexto em que essa pessoa se
tre estes e os objetivos da organização, as políticas de encontre. Indivíduos motivados tendem a ter um melhor
*HVWmRGH3HVVRDVSUHFLVDPVHUÁH[tYHLVHDGDSWiYHLVj desempenho, o que faz com que a organização invista
realidade e à necessidade de cada indivíduo para assim em estímulos para promover essa motivação.
conseguir tirar o máximo de proveito do conjunto exis- A ideia de hierarquizar os motivos humanos foi, sem
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tente no corpo de colaboradores focando nos objetivos dúvida, a solução inovadora para que se pudesse com-
organizacionais e no desenvolvimento individual de cada preender melhor o comportamento humano na sua va-
colaborador. riedade. Um mesmo indivíduo ora persegue objetivos
que atendem a uma necessidade, ora busca satisfazer
7. Empatia outras. Tudo depende da sua carência naquele momento.
Duas pessoas não perseguem necessariamente o mesmo
Colocar-se no lugar do outro, mediante sentimentos objetivo ao mesmo tempo. O problema das diferenças
e situações vivenciadas. individuais assume importância preponderante quando
“Sentir com o outro é envolver-se”. A empatia leva ao falamos de motivação.
envolvimento, ao altruísmo e a piedade. Ver as coisas da 1. Razões da Motivação
perspectiva dos outros quebra estereótipos tendencio- 1.1 Razões empresariais

40
• Concorrência;
• Produtos e preços;
• Fidelização.

1.2 Razões Pessoais


• Empregabilidade;
• Motivos para servir:
• (ordem material = cliente =lucro)
• (ordem intelectual = interação / troca / oportunidade)
• (ordem espiritual = crescimento pessoal)

O indivíduo precisa suprir suas necessidades para motivar-se e alcançar seus objetivos.
3RGHPRVLGHQWLÀFDURVVHJXLQWHVtipos de motivação:

O ideal seria o alinhamento de todos esses tipos de motivação; pessoas automotivadas atuando em grupos coesos,
com orientação clara, sólida e coerente.
$ÀQDORTXHpPRWLYDomR"eVHUIHOL]"eHQ[HUJDURPXQGRFRPRXWURVROKRV"eFRQTXLVWDUUHVXOWDGRVpVXSHUDU
REVWiFXORVpVHUSHUVLVWHQWHpDFUHGLWDUQRVVHXVVRQKRVpRTXr"
Motivação, segundo o dicionário, é o ato de motivar; exposição de motivos ou causas; conjunto de fatores psicoló-
JLFRVFRQVFLHQWHVRXQmRGHRUGHPÀVLROyJLFDLQWHOHFWXDORXDIHWLYDTXHGHWHUPLQDPXPFHUWRWLSRGHFRQGXWDHP
alguém. Sendo assim, motivação está intimamente ligada aos motivos que, segundo o dicionário, é fato que leva uma
pessoa a algum estado ou atividade.
Motivação vem de motivos que estão ligados simplesmente ao que você quer da vida, e seus motivos são pessoais,
LQWUDQVIHUtYHLVHHVWmRGHQWURGDVXDFDEHoD HGRFRUDomR /RJRVHXVPRWLYRVVmRDEVWUDWRVHVyWrPVLJQLÀFDGRSUD
você, por isso motivação é algo tão pessoal, porque vem de dentro.
$PRWLYDomRpXPDIRUoDLQWHULRUTXHVHPRGLÀFDDFDGDPRPHQWRGXUDQWHWRGDDYLGDDTXDOGLUHFLRQDHLQWHQVLÀFD
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, quando dizemos que a motivação é algo interior, ou seja, que está dentro
de cada pessoa de forma particular, erramos em dizer que alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém é capaz de
fazê-lo. Existem pessoas que pregam a automotivação, mas tal termo é erroneamente empregado, já que a motivação
pXPDIRUoDLQWUtQVHFDRXVHMDLQWHULRUHRHPSUHJRGHVVHSUHÀ[RGHYHVHUGHVFDUWDGR

41
Segundo Abraham Maslow, o homem se motiva quando suas necessidades são todas supridas de forma hierárqui-
ca. Maslow organiza tais necessidades da seguinte forma:
• Autorrealização;
• Autoestima;
• Sociais;
• Segurança;
• Fisiológicas.

Tais necessidades devem ser supridas primeiramente no alicerce das necessidades escritas, ou seja, as necessidades
ÀVLROyJLFDVVmRDVLQLFLDQWHVGRSURFHVVRPRWLYDFLRQDOSRUpPFDGDLQGLYtGXRSRGHVHQWLUQHFHVVLGDGHVDFLPDRXDEDL-
[RGDVTXHHVWiH[HFXWDQGRRTXHTXHUGL]HUTXHRSURFHVVRQmRpHQJHVVDGRHVLPÁH[tYHO
Teoria dos Dois Fatores – Para Frederick Herzberg, a motivação é alcançada por meio de dois fatores:
• Fatores higiênicos, que são estímulos externos que melhoram o desempenho e a ação de indivíduos, mas que não
conseguem motivá-los.
• Fatores motivacionais, que são internos, ou seja, são sentimentos gerados dentro de cada indivíduo a partir do
reconhecimento e da autorrealização gerada por meio de seus atos.

3RURXWURODGR'DYLG0F&OHOODQGLGHQWLÀFRXWUrVQHFHVVLGDGHVTXHVHULDPSRQWRVFKDYHSDUDDPRWLYDomRSRGHU
DÀOLDomRHUHDOL]DomR
Para McClelland, tais necessidades são “secundárias”, são adquiridas ao longo da vida, mas que trazem prestígio,
status e outras sensações que o ser humano gosta de sentir.
Em relação às teorias, podemos ainda citar as linhas teóricas, que se dividem em Teorias de Conteúdo e Teorias de
3URFHVVRQDVTXDLVHPFDGDXPDGHODVLGHQWLÀFDPRVDVFRUUHQWHVSHUWHQFHQWHV
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Disponível em: <gpparaconcursos.blogspot.com.br>.

42
Existem algumas teorias mais clássicas sobre motivação que veremos abaixo:

Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow:


2UJDQL]D DV QHFHVVLGDGHV KXPDQDV HP FLQFR FDWHJRULDV KLHUiUTXLFDV QHFHVVLGDGHV ÀVLROyJLFDV QHFHVVLGDGHV GH
segurança, necessidades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de autorrealização.

Teoria ERC de Alderfer:


Tentou aperfeiçoar a hierarquia das necessidades de Maslow, criando três categorias: Existência QHFHVVLGDGHVÀVLR-
lógicas e de segurança), Relacionamento (dividiu a estima em duas partes: o componente externo da estima (social) e o
componente interno da estima (autoestima), incluindo nessa categoria as necessidades sociais e o componente externo
da estima) e Crescimento (incluindo aqui autoestima e a necessidade de autorrealização).

Teoria dos dois fatores de Herzberg:


Herzberg descobriu que há dois grandes blocos de necessidade humanas: os fatores de higiene (extrínsecos) e os fatores
motivacionais (intrínsecos). Os fatores de Higiene são fatores extrínsecos ou exteriores ao trabalho. Para Herzberg, eles podem
causar a insatisfação e desmotivação se não atendidos, mas, se atendidos, não necessariamente causarão a motivação. Exem-
plos: segurança, status, relações de poder, vida pessoal, salário, condições de trabalho, supervisão, política e administração da
empresa. Os fatores motivadores são os fatores intrínsecos, internos ao trabalho. Estes fatores podem causar a satisfação e a
motivação. Exemplos: crescimento, progresso, responsabilidade, o próprio trabalho, o reconhecimento e a realização.

Teoria da determinação de metas:


&RQVLGHUDTXHDGHWHUPLQDomRGHPHWDVPRWLYDRVWUDEDOKDGRUHV$HTXLSHGHYHSDUWLFLSDUQDGHÀQLomRGDVPHWDV
FRQVWUXomRFRQMXQWD TXHGHYHPVHUFODUDVGHVDÀDGRUDVPDVDOFDQoiYHLV

Teoria da equidade:
7DPEpPFRQKHFLGDFRPRWHRULDGDFRPSDUDomRVRFLDO$PRWLYDomRVHULDLQÁXHQFLDGDIRUWHPHQWHSHODSHUFHSomR
GHLJXDOGDGHHMXVWLoDH[LVWHQWHQRDPELHQWHSURÀVVLRQDO

Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom:


Construída em função da relação entre três variáveis: Valência, força (instrumentalidade) e expectativa, referentes
a um determinado objetivo. Valência, ou valor, é a orientação afetiva em direção a resultados particulares. Pode-se
traduzi-la como a preferência em direção, ou não, a determinados objetivos. Valência positiva atrai o comportamento
em sua direção, valência zero é indiferente e valência negativa é algo que o indivíduo prefere não buscar. Força, ou
instrumentalidade, por sua vez, é o grau de energia que o indivíduo irá ter que gastar em sua ação para alcançar o
objetivo. Expectativa é o grau de probabilidade que o indivíduo atribui a determinado evento, em função da relação
entre o esforço que vai ser despendido no evento e o resultado que se busca alcançar.

Teorias X e Y:
0F*UHJRUDÀUPDYDTXHKDYLDGXDVDERUGDJHQVSULQFLSDLVGHPRWLYDomRHOLGHUDQoDDVWHRULDV;H<$WHRULD;
apresentava uma visão negativa da natureza humana: pressupunha que os indivíduos são naturalmente preguiçosos,
não gostam de trabalhar, precisam ser guiados, orientados e controlados para realizarem a contento os trabalhos. A
WHRULD<pRRSRVWRGL]TXHRVLQGLYtGXRVVmRDXWRPRWLYDGRVJRVWDPGHDVVXPLUGHVDÀRVHUHVSRQVDELOLGDGHVHLUmR
FRQWULEXLUFULDWLYDPHQWHSDUDRSURFHVVRVHWLYHUHPVXÀFLHQWHVRSRUWXQLGDGHVGHSDUWLFLSDomR

Dentre as teorias citadas, a mais difundida é a da Hierarquia das Necessidades, abaixo mais detalhes sobre ela:
7HRULDGD+LHUDUTXLDGDV1HFHVVLGDGHVGH0DVORZQHFHVVLGDGHVÀVLROyJLFDVQHFHVVLGDGHVGHVHJXUDQoDQHFHVVL-
dades sociais, necessidades de autoestima e necessidades de auto realização.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

43
2. Quanto às implicações dessas teorias
Implicações aos Administradores:
As implicações para os administradores estão relacionadas quanto à forma de motivar os subordinados:

• Determinar recompensas que são valorizadas por cada subordinado. Ao serem motivadoras, devem ser adequadas
aos indivíduos, observando suas reações em diferentes situações e perguntando que tipos de recompensas desejam;
• Determinar o desempenho que você deseja e qual o nível de desempenho que os subordinados têm que ter para
serem recompensados;
• Fazer com que o nível de desempenho seja alcançável – a motivação poderá ser baixa se os subordinados acha-
rem que o que foi determinado é difícil ou impossível;
• Ligar as recompensas ao desempenho;
‡ &HUWLÀFDUVHDUHFRPSHQVDHDGHTXDGDUHFRPSHQVDVSHTXHQDVVLJQLÀFDPPRWLYDo}HVIUDFDV
Implicações para a Organização:

A expectativa da motivação também traz várias implicações para a organização:


• Geralmente, as organizações recebem o equivalente a recompensa e não o que desejam – o sistema de recom-
pensas deve ser projetado para motivar os comportamentos desejados; ex.: segurança e aumento de produção.
• O trabalho em si pode tornar-se intrinsicamente recompensador – se forem projetados para atender as necessidades
mais elevadas dos empregados, como ex.: independência, criatividade e o trabalho pode ser motivador por si mesmo.
• Portanto, a tarefa mais importante para os administradores e organizações é garantir que os subordinados te-
nham os recursos necessários para dar o melhor de si em prol do planejamento da organização.
• Ainda sobre motivação, precisamos entender o processo que leva o indivíduo a tomar uma ação em busca de um
objetivo, conforme mostra o Ciclo Motivacional.

3. O Ciclo Motivacional

O ciclo motivacional percorre as seguintes etapas:


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

44
• Uma necessidade rompe o estado de equilíbrio PDQHLUDVGHVHGHÀQLUVD~GHPHQWDOpGHVFUHYHUDVFD-
do organismo; racterísticas de pessoas mentalmente sadias. As caracte-
• Causando um estado de tensão, insatisfação, des- rísticas básicas de saúde mental são:
conforto e desequilíbrio; • As pessoas sentem-se bem consigo mesmas;
• Esse estado de tensão leva o indivíduo a um com- • As pessoas sentem-se bem em relação às outras pessoas;
portamento ou ação capaz de descarregar a ten- • As pessoas são capazes de enfrentar por si as de-
são ou livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio. mandas da vida.

6HRFRPSRUWDPHQWRIRUHÀFD]RLQGLYtGXRHQFRQWUD- Diante disso tudo, importante é a postura da área de


rá a satisfação da necessidade e, satisfeita essa necessi- gestão de pessoas frente a esses aspectos, devendo estar
dade, o organismo volta ao estado de equilíbrio anterior sempre atenta, oferecendo ferramentas que proporcio-
e à sua forma de ajustamento ao ambiente. nem a motivação constante dos colaboradores e equipes
As necessidades ou motivos não são estáticos, pelo no dia a dia de trabalho.
contrário, são forças dinâmicas e persistentes que provo-
cam comportamentos. LIDERANÇA
Com a aprendizagem e a repetição (reforço positivo),
RVFRPSRUWDPHQWRVWRUQDPVHJUDGDWLYDPHQWHPDLVHÀ- Uma característica essencial das organizações é que
cazes na satisfação de certas necessidades. Quando uma elas são sistemas sociais, com divisão de tarefas. É aí que
necessidade é satisfeita, ela não é mais motivadora de entra o conceito de Gestão de Pessoas! Gestão de Pes-
comportamento já que não causa tensão ou desconforto. soas é um modelo geral de como as organizações se re-
O ciclo motivacional pode alcançar vários níveis de re- lacionam com as pessoas.
solução da tensão: uma necessidade pode ser satisfeita, 3URÀVVLRQDLVFDSD]HVGHOLGHUDUGHH[HUFHUSRGHUHLQ-
frustrada (quando a satisfação é impedida ou bloqueada) ÁXrQFLD VREUH DV SHVVRDV ID]HP D GLIHUHQoD SDUD PXLWDV
ou compensada (a satisfação é transferida para objeto). organizações. É uma atividade que, se bem feita, mantém a
saúde das relações entre os indivíduos. Por isso, é muito im-
Muitas vezes a tensão provocada pelo surgimento da
portante essa atenção dada aos fundamentos da psicologia.
necessidade encontra uma barreira ou obstáculo para a
sua liberação. Não encontrando a saída normal, a tensão
Segundo Chiavenato,
represada no organismo procura um meio indireto de
LiderançapXPDLQÁXrQFLDLQWHUSHVVRDOH[HUFLGDHP
saída, seja por via psicológica (agressividade, desconten-
uma dada situação e dirigida por meio do processo de
tamento, tensão emocional, apatia, indiferença etc.) seja
comunicação humana para a consecução de um ou mais
SRUYLDÀVLROyJLFD WHQVmRQHUYRVDLQV{QLDUHSHUFXVV}HV
REMHWLYRVHVSHFtÀFRV2VHOHPHQWRVTXHFDUDFWHUL]DPVmR
cardíacas ou digestivas etc.). Outras vezes, a necessidade SRUWDQWR TXDWUR D LQÁXrQFLD D VLWXDomR R SURFHVVR GH
não é satisfeita nem frustrada, mas é transferida ou com- comunicação e os objetivos a alcançar.
pensada. Isto se dá quando a satisfação de outra necessi-
dade reduz ou aplaca a intensidade de uma necessidade A liderança não deve ser confundida com direção nem
que não pode ser satisfeita. com gerência. Um bom administrador deve ser necessaria-
A satisfação de alguma necessidade é temporal e mente um bom líder. Por outro lado, nem sempre um líder é
passageira, ou seja, a motivação humana é cíclica e orien- um administrador. Na verdade, os líderes devem estar pre-
tada pelas diferentes necessidades. O comportamento é sentes no nível institucional, intermediário e operacional das
quase um processo de resolução de problemas, de satis- organizações. Todas as organizações precisam de líderes em
fação de necessidade, à medida que elas vão surgindo. todos os seus níveis e em todas as suas áreas de atuação.
$OLGHUDQoDHQYROYHRXVRGDLQÁXrQFLDHWRGDVDVUH-
O conceito de motivação – ao nível individual – con- lações interpessoais podem envolver liderança. Todas as
duz ao de clima organizacional – ao nível da organiza- relações dentro de uma organização envolvem líderes e
ção. Os seres humanos estão continuamente engajados liderados: as comissões, os grupos de trabalho, as rela-
no ajustamento a uma variedade de situações, no sen- ções entre linha e assessoria, supervisores e subordina-
tido de satisfazer suas necessidades e manter um equi- dos etc. Outro elemento importante no conceito de lide-
OtEULRHPRFLRQDO,VWRSRGHVHUGHÀQLGRFRPXPHVWDGR rança é a comunicação. A clareza e a exatidão da comu-
de ajustamento. Tal ajustamento não se refere somente à nicação afetam o comportamento e o desempenho dos
satisfação das necessidades de pertencer a um grupo so- OLGHUDGRV$GLÀFXOGDGHGHFRPXQLFDUpXPDGHÀFLrQFLD
cial de estima e de autorrealização. É a frustração dessas que prejudica a liderança. O terceiro elemento é a con-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

necessidades que causa muitos dos problemas de ajus- VHFXomRGHPHWDV2OtGHUHÀFD]WHUiGHOLGDUFRPLQGL-


tamento. Como a satisfação dessas necessidades supe- YtGXRVJUXSRVHPHWDV$HÀFiFLDGROtGHUpJHUDOPHQWH
riores depende muito de outras pessoas, particularmente considerada em termos de grau de realização de uma
daquelas que estão em posições de autoridade, torna-se meta ou combinação de metas. Mas, por outro lado, os
importante para a administração compreender a natu- LQGLYtGXRVSRGHPFRQVLGHUDUROtGHUFRPRHÀFD]RXLQH-
reza do ajustamento e do desajustamento das pessoas. ÀFD]HPWHUPRVGHVDWLVIDomRGHFRUUHQWHGDH[SHULrQFLD
O ajustamento – assim como a inteligência ou as apti- total do trabalho. De fato, a aceitação das diretrizes e co-
dões – varia de uma pessoa para outra e dentro do mes- mandos de um líder apoia-se muito nas expectativas dos
mo indivíduo de um momento para outro. Varia dentro liderados de que suas respostas favoráveis os levarão a
de um continuumHSRGHVHUGHÀQLGRHPYiULRVJUDXV bons resultados. Nesse caso, o líder serve ao grupo como
Um bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das um instrumento para ajudar a alcançar objetivos.

45
1. Papel do líder

$OFDQoDUHÀFLrQFLDFRQFUHWDHFRQVWDQWHSDUDDRUJDQL]DomRSRUPHLRGHPpWRGRVDYDOLDWLYRVFRQWUROHHPHQVXUD-
ção dos resultados.

2. Estilo de Liderança

3. Teorias sobre Liderança


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

46
É claro que a teoria e o estilo de liderança têm sua &ODVVLÀFDomRGD*HVWmRGH&RQÁLWRVQDV2UJD-
importância no contexto, mas o que vale mesmo é que nizações
DV RUJDQL]Do}HV FRPSUHHQGDP GHÀQLWLYDPHQWH R SDSHO
do líder, a relevância que esse elemento tem na gestão ([LVWHPEDVLFDPHQWHGRLVWLSRVGHFRQÁLWRV
organizacional, instigando a equipe a ser melhor a cada
dia. &RQÁLWR5DFLRQDOH2EMHWLYR
Compete à organização dar o suporte que esse agen-
te motivador precisa para potencializar o desenvolvimen- &RPR ,GHQWLÀFDU 7UDWDVH GH XPD GLYHUJrQFLD UHOD-
WRKXPDQRSRUPHLRGRVGHVDÀRVFRORFDGRVjHTXLSH cionada exclusivamente ao projeto, que vai gerar impac-
provocando alto desempenho, estimulando-os a assumir WRVQDHQWUHJDÀQDO
cada vez mais o compromisso de atingirem um nível de Exemplo: O escopo original previa 50 horas de tra-
competência de excelência. balho, mas a equipe envolvida vai demorar o dobro do
Ao líder compete compreender como fazer isso tudo, tempo. O cliente precisa da solução dentro do prazo ori-
por meio de críticas construtivas que visam a melhorar ginalmente combinado.
o desempenho, por meio de decisões que resolvam os
FRQÁLWRVH[LVWHQWHVHSRUPHLRGHXPROKDUDWHQWRSDUD &RQÁLWRHPRFLRQDOHREMHWLYR
descobrir talentos, aos quais deve dar feedback e dos
quais deve receber, estando disposto a aprender, assim &RPR,GHQWLÀFDU'L]UHVSHLWRDSUREOHPDVSHVVRDLVH
como ensinar. de relacionamento entre os membros da equipe. Envolve
2SDSHOGROtGHUpRGHFULDUYtQFXORVGHFRQÀDQoDD desentendimentos, episódios anteriores mal entendidos,
partir de relações éticas, de postura comprometida com etc.
os liderados em harmonia com os objetivos da organi- ([HPSOR1RSDVVDGRGRLVSURÀVVLRQDLVPXLWRERQV
zação. em suas áreas foram colocados para trabalhar juntos e a
Quando esse papel é notado dentro das organiza- péssima comunicação entre eles atrapalhou o andamen-
ções, a pessoas nelas envolvidas se sentem respeitadas e to da iniciativa. Em uma nova oportunidade, os dois são
valorizadas, o clima organizacional é de harmonia e siner- colocados juntos novamente e, como possuem esse his-
gia e, com isso, as organizações atingem não apenas um WyULFRLVVRSRGHLPSDFWDUQRUHVXOWDGRÀQDO
nível de competitividade no mercado, mas conseguem &RPLVVRHPPHQWHLGHQWLÀFDUTXHH[LVWHXPFRQÁLWR
ÀUPDUVHXGLIHUHQFLDOGHPDWXULGDGHRUJDQL]DFLRQDO é algo bem simples. No caso dos racionais, é possível
perceber que uma divergência parece “atravancar” um
&RQÁLWRV processo que deveria ser simples. Por exemplo, o orça-
PHQWRÀFRXHP5PLOHRFOLHQWHVyDFHLWDSDJDU5
*HVWmRGHFRQÁLWRVVmRDo}HVHÀFLHQWHVHDVVHUWLYDV 8 mil. As negociações não saem do lugar e o projeto não
para solucionar as divergências de opiniões entre pes- FRPHoD(VWDPRVGLDQWHGHXPFRQÁLWRRUoDPHQWiULRUD-
soas ou equipes, buscando sempre soluções de ganha- cional, que precisa ser resolvido.
-ganha. -iQRFDVRGHXPFRQÁLWRHPRFLRQDOHOHQRUPDOPHQ-
&RQÁLWRpXPDGLYHUJrQFLDGHRSLQLmRTXHVHHVWDEH- te é percebido pela má vontade de um dos membros
lece quando duas ou mais pessoas tem concepções dife- da equipe em trabalhar no projeto ou em se relacionar
rentes sobre como resolver quaisquer tipos de problemas. com as pessoas envolvidas nele. Isso se manifesta por
2VXUJLPHQWRGHVVHVFRQÁLWRVSRGHWHULPSDFWRQHJDWLYR atrasos, erros, falta de feedback e de diálogo. Também
sobre o cronograma de entregas das equipes, a satisfação é importante resolver, porque terá impacto no resultado
do cliente e a relação com as partes interessadas. esperado.
4XDQGRDJHQWHRXYHDSDODYUD´FRQÁLWRµORJRYHP &RQÁLWRV SRGHP VHU HYLWDGRV FRP XP ERP SODQH-
a ideia de um problema complexo ou de algo difícil de jamento e a atuação assertiva do líder da equipe. Uma
UHVROYHURTXHQHPVHPSUHpYHUGDGH&RQÁLWRVQDVFHP das maneiras de se conseguir isso é deixar bem claras
de divergências de interesses entre duas ou mais pessoas, as diretrizes do trabalho, prazos, orçamento, tecnologias
com relação a determinado tema, fato, contexto ou ativi- a serem utilizadas, etc. Uma outra maneira, mais volta-
dade a ser desenvolvida. No mundo corporativo, sua exis- da para as questões de relacionamento, é escolher de
tência pode atrasar uma entrega, deteriorar o clima orga- maneira adequada as pessoas, evitar repetir equipes que
nizacional, gerar impacto no relacionamento com o cliente não funcionaram no passado, manter canais claros de
e até mesmo levar a erros difíceis de serem corrigidos. comunicação e estar sempre aberto para o diálogo.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

4XDQGR VH XWLOL]DP WpFQLFDV GH *HVWmR GH &RQÁLWRV


adequadas, as divergências que atravancam os projetos 5HDo}HVHPVLWXDo}HVGHFRQÁLWR
VmRIDFLOPHQWHLGHQWLÀFiYHLV$OJXPDVYH]HVSRGHPVHU
até previsíveis e evitáveis. Isso vai depender da forma Pessoas podem apresentar reações diferentes dian-
como os enxergam determinadas situações, de sua capa- WH GH GLYHUJrQFLD GH RSLQL}HV QR XQLYHUVR SURÀVVLRQDO
cidade para promover o diálogo e se relacionar com as 4XDQGR VH IDOD HP JHVWmR GH FRQÁLWRV H[LVWHP TXDWUR
pessoas envolvidas, sempre com boa capacidade de ne- tipos mais comuns. Conhecê-los nos ajuda a iniciar a
gociação, respeito e assertividade. O objetivo dever ser o busca de uma solução.
de buscar negociações onde todos ganham, em que haja
um equilíbrio entre a necessidade de ceder em alguns
pontos para avançar em outros.

47
Reação Divergente tem voz, querem ser ouvidos e não se prendem muito
a relações hierárquicas. Deve prevalecer um sentimento
&RPR ,GHQWLÀFDU +i R GHVHQFRQWUR GH LQWHUHVVHV H de co-responsabilização pelos resultados, em que cada
uma pessoa quer vencer a outra, fazendo prevalecer sua pessoa é dona do processo e comprometida com as en-
opinião. tregas da área.
Exemplo: O líder do projeto discute com o desenvol-
vedor sobre a melhor ferramenta a ser usada. Os dois &RPRHYLWDURVFRQÁLWRVQDVRUJDQL]Do}HV
divergem e um tenta fazer sua opinião valer mais, sem
ouvir ou considerar a opinião do outro. Não se chega a 1DPDLRULDGDVHPSUHVDVROtGHULPHGLDWRpRSURÀV-
uma conclusão e isso pode gerar atrasos e perdas. sional que mais domina determinado assunto ou o que
consegue conciliar as pessoas em torno de um objetivo.
5HDomR&RQÁLWDQWH Para esse papel, existem algumas habilidades importan-
tes, que todos podem desenvolver, independente de sua
&RPR ,GHQWLÀFDU 'LDQWH GD GLYHUJrQFLD R OtGHU GR área de formação:
projeto tenta impor seu ponto de vista por meio da rela- Capacidade de negociação: Os líderes são a ponte
ção de poder ou hierarquia existente. que conecta a equipe, o cliente, fornecedores e todas as
Exemplo: Há uma imposição quanto à ferramenta a partes envolvidas. Devem buscar o diálogo, ouvir com
ser utilizada, feita a partir do ponto de vista do gestor atenção e ponderar sobre tudo o que for dito, antes de
da equipe, sem considerar pontos de vista contrário. O tomar decisões. Também precisam evitar negociações
projeto vai seguir seu curso, mas haverá um nível de in- demoradas, que nunca chegam a lugar algum. Isso pode
satisfação da equipe. JHUDUQRYRVFRQÁLWRVHGHVUHVSHLWRSHORSDSHOGROtGHU
,GHQWLÀFDU DV GLYHUJrQFLDV H DJLU DWUDVRV HUURV IUH-
Reação Concorrente quentes, falta de motivação e clima organizacional ruim
VmRDOJXQVVLQDLVGHTXHSRGHKDYHUXPFRQÁLWRQDHTXL-
pe. O líder deve ter a capacidade de enxergar essas mu-
&RPR ,GHQWLÀFDU $FRQWHFH TXDQGR R OtGHU LPS}H
danças e agir rapidamente, sem deixar que um problema
sua opinião e o membro da equipe aceita, acreditando
pequeno se torne maior.
que tem que obedecer e se submeter à determinação do
/HLWXUDGHFHQiULRVGHSRLVGHLGHQWLÀFDGRRFRQÁLWR
“chefe”. Vai se estabelecer uma relação de disputa, um
é importante entender sua origem, quais as reações exis-
pensamento de “vingança” para situações futuras.
WHQWHVRSHUÀOGDVSHVVRDVVXDVPRWLYDo}HVHLQWHUHVVHV
Exemplo: O membro da equipe faz as coisas de acor-
A busca de informações ajuda no processo de negociação.
do com o que o líder determinou, mas pensa interna-
Boa comunicação: saber ouvir é uma arte. Falar na
mente sobre as possibilidades de prejudicá-lo no futuro, hora certa, usando as palavras mais adequadas, também.
de alguma maneira. Uma reação nociva e difícil de iden- 3DUDJHUHQFLDUFRQÁLWRVRGLiORJRpIXQGDPHQWDOHSUH-
WLÀFDURXFRQWRUQDU cisa ser estruturado com cuidado, para evitar as reações
negativas. O líder deve sempre buscar o ganha-ganha e
Reação Convergente isso só é possível quando se conhecem as expectativas
envolvidas.
&RPR ,GHQWLÀFDU $FRQWHFH TXDQGR RV PHPEURV GH
uma equipe, diante de uma divergência, tentam enten- &HUWRHHUUDGRQDJHVWmRGHFRQÁLWRV
der a opinião uns dos outros, buscando o melhor para
o projeto. Cada divergência vai exigir uma solução diferencia-
Exemplo: O líder, embora tenha uma opinião sobre GD1DGLVFLSOLQDGHJHVWmRGHFRQÁLWRVH[LVWHPDOJXPDV
a ferramenta a ser utilizada, ouve os argumentos do de- orientações sobre o que fazer e o que não fazer para se
senvolvedor a favor de outra forma de trabalhar. E vice- resolver problemas.
YHUVD2VGRLVFKHJDPDXPFRQVHQVRTXHYDLEHQHÀFLDU
a entrega a ser feita. Errado

Como aplicar essa nova forma de gestão de con- (YLWDU R FRQÁLWR DFRQWHFH TXDQGR R OtGHU LGHQWLÀFD
ÁLWRV RSUREOHPDVDEHTXHH[LVWLUiLPSDFWRQDHQWUHJDÀQDO
mas não age imediatamente. Evita cobrar a equipe para
2JHUHQFLDPHQWRGHFRQÁLWRVSRGHVHUXWLOL]DGRHP ser mais ágil e efetiva, não informa o cliente sobre pos-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

qualquer campo das organizações, mas tem sido mui- síveis atrasos e deixa que as coisas sigam seu curso, sem
to adotado nos novos formatos de trabalho usados nas exercer sua liderança para que as entregas aconteçam.
áreas de TI, em que se combinam pessoas jovens, multi- $FRPRGDUVH FRP R FRQÁLWR R OtGHU LGHQWLÀFD D GL-
GLVFLSOLQDUHVDSURÀVVLRQDLVPDLVHVSHFLDOL]DGRVHH[SH- vergência interna, sabe dos impactos e avisa ao cliente
rientes, de diferentes áreas. As metodologias ágeis, que que existe uma possibilidade de atraso. Internamente,
envolvem a necessidade de auto-gestão das equipes, no entanto, não faz nada para atuar sobre a causa do
WDPEpP VH EHQHÀFLDP GHVVH JHUHQFLDPHQWR QmR GHL- FRQÁLWR1mRKiQHJRFLDomRFRPRFOLHQWHHOHpDSHQDV
[DQGRTXHRFRQÁLWRVHDUUDVWHSRUWHPSRGHPDLV informado sobre o atraso. Não há cobrança da equipe,
Antigamente, nas organizações, prevalecia a conheci- no sentido de resolver o motivo real do não cumprimen-
da frase: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. to do cronograma. Todos se acomodam à situação e o
Isso não tem mais valor. Nas empresas modernas, todos FOLHQWHÀFDUiLQVDWLVIHLWR

48
)RUoDUGLDQWHGRFRQÁLWRROtGHUGDHTXLSHWRPDDVGHFLV}HVHDVLPS}HDWRGRV,VVRYDLJHUDUXPDUHDomRQHJDWLYDSRU
parte da equipe. O resultado vai sair, mas com grande grau de insatisfação. O oposto também pode acontecer. A equipe pode
forçar para que sua maneira de trabalhar prevaleça em relação às diretrizes dadas pela liderança. Isso vai enfraquecer o líder.

Certo

Comprometimento e colaboração: o líder busca o apoio da equipe e do cliente para resolver a divergência e não
FRPSURPHWHURVSUD]RVDFRUGDGRV2FRQÁLWRpLGHQWLÀFDGRFRPDVVHUWLYLGDGHHWRGRVFRQYHUVDPSDUDEXVFDUDVPH-
lhores alternativas para solução. O foco não está em buscar culpados ou fazer prevalecer uma opinião sobre a outra.
Todos querem que a entrega aconteça com qualidade e efetividade. As melhores soluções surgem quanto há um alto
grau de colaboração e de assertividade entre os membros da equipe e do cliente.

GESTÃO POR COMPETÊNCIAS: CONCEITOS, POLÍTICA E DIRETRIZES PARA O


DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL (DECRETO Nº
5.707, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2006, E SUAS ALTERAÇÕES).

GESTÃO POR COMPETÊNCIA

A lógica da Gestão por Competências tem como base a obtenção das competências organizacionais, das áreas e das
pessoas, necessárias para que a organização atinja seus objetivos estratégicos.
Os subprocessos (recrutamento e seleção, o planejamento e a alocação da força de trabalho e a capacitação de
pessoal) de gestão de recursos humanos, assim como o plano de carreira e de Remuneração serão balizados pelas
necessidades de suprimento dessas competências.

1. Por que mapear as competências?

O Sistema de Gestão por Competências, no bojo da Gestão Estratégica Organizacional e de Pessoas, permite geren-
ciar as competências e propicia a inovação, a aprendizagem e o desenvolvimento individual e de grupo.
3RUPHLRGRPDSHDPHQWRGDVFRPSHWrQFLDVDRUJDQL]DomRFRQVHJXHLGHQWLÀFDUDODFXQDHQWUHDVFRPSHWrQFLDV
existentes e as necessárias. Com base nesse mapeamento, ela planeja as formas de preencher essas lacunas por meio
de contratação, capacitação, treinamento e realocação.

2. Principais etapas do processo de gestão por competências

$RUJDQL]DomRGHÀQHVXDVQHFHVVLGDGHVHPWHUPRVGHSHUÀVGHFRPSHWrQFLDVSRUPHLRGDIRUPXODomRGD(VWUD-
tégia Organizacional e do Mapeamento de Competências. Este último, realizado não só por levantamentos, mas por
meio de instrumentos como a Avaliação de Desempenho.
4XDQWRDRVSHUÀVSURÀVVLRQDLVDVQHFHVVLGDGHVGDRUJDQL]DomRSRGHUmRVHUVDWLVIHLWDVSRUDo}HVGH
• Captação – incluindo recrutamento, seleção, contratação e realocação.
• Desenvolvimento – incluindo capacitação e treinamento.

Esses processos devem ser avaliados permanentemente e serão os realimentadores da formulação da estratégia
organizacional e do mapeamento de competências.
3RUÀPRVUHVXOWDGRVGDDSOLFDomRGHVVHVPHFDQLVPRVGHYHUmRVHUWUDGX]LGRVHPUHWULEXLomRDRVVHUYLGRUHVSRU
meio do reconhecimento e da premiação pelo desempenho ou até pela remuneração por competências.
Vejamos a dinâmica desses elementos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

49
%5$1'®2+XJR3HQD%$+5<&DUOD3DWULFLD*HVWmRSRUFRPSHWrQFLDVPpWRGRVHWpFQLFDVSDUDPDSHDPHQWRGH
competências. Revista do Serviço Público. Brasília 56 (2): pp.179-194. Abr./Jun. 2005.

Num mundo onde as decisões, os processos e as atitudes devem ser rápidas e agressivas, o diferencial de uma or-
ganização são as pessoas que lá trabalham com seus talentos e ideias. Não importa o ramo da organização, se quiser
prosperar, ela precisará de pessoas bem formadas, empreendedoras, visionárias, inovadoras e entusiasmadas. Pessoas
TXHSRVVDPUHVROYHUSUREOHPDVFRPPXLWRWDOHQWRHDOWRSRGHUGHUHDOL]DomRÁH[tYHLVHFDSD]HVGHHQIUHQWDUQRYRV
GHVDÀRV6mRHODVTXHDMXGDUmRQRYRVQHJyFLRVDDWUDYHVVDURVREVWiFXORVGDQRYDHFRQRPLD
Para atrair e reter talentos em uma organização é fundamental, também, que a organização mantenha um clima de
trabalho sadio, amistoso, motivador, voltado ao progresso. A gestão por competências, ao viabilizar o contínuo desen-
volvimento das pessoas, pode contribuir para o alcance desse objetivo.
A gestão por competências deve ser um processo contínuo e estar alinhada com as estratégias organizacionais. Sua
adoção implica em redirecionamento das ações tradicionais da área de gestão de pessoas, tais como: recrutamento
e seleção, treinamento, gestão de carreira e avaliação de desempenho. Também implica na formalização de alianças
estratégicas para capacitação e desenvolvimento das competências necessárias ao alcance de seus objetivos.
As competências técnicas são sempre mais fáceis de serem gerenciadas, uma vez que são avaliadas de forma mais
REMHWLYD([HPSORVGHFRPSHWrQFLDWpFQLFDÁXrQFLDHPLQJOrVKDELOLGDGHFRPR([FHOWpFQLFDVGHUHGDomRPDWHPi-
WLFDÀQDQFHLUDHWFeSRVVtYHO´PHGLUµRTXDQWRRFRODERUDGRUSRVVXLGHVVDVFRPSHWrQFLDVQRGLDDGLDHDFDSDFLWDomR
técnica acaba sendo sempre uma tarefa mais fácil de ser administrada pelo RH das empresas, uma vez que o mercado
GHWUHLQDPHQWRHVWiUHSOHWRGHERDVVROXo}HVSDUDHVVHÀP
Competência técnica é pré-requisito de qualquer colaborador. Ele simplesmente precisa conhecer o seu negócio.
Para o exercício da sua função, ele deve carregar consigo essa capacitação e estar constantemente atualizado sobre
novas técnicas que o mercado demanda.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Então por que colaboradores altamente capacitados tecnicamente podem não apresentar bons indicadores de per-
IRUPDQFH"3RUTXHRGLIHUHQFLDOHVWiQDDWLWXGHQmRQDWpFQLFD$JHVWmRGDVDo}HVHVWiFRQWHPSODGDQDVFRPSHWrQFLDV
comportamentais. Mais difícil de ser avaliada por ser um tanto quanto subjetiva, uma boa competência comportamen-
tal deve ser elaborada de tal forma que traga alto grau de objetividade. Assim, são criadas as evidências de comporta-
mento para cada competência, que nos dizem como ela deve ser avaliada e desenvolvida.

Exemplo de competência comportamental:


Desenvolvimento de pessoas e da organização.
0DVFRPRPHGLUVHRFRODERUDGRUHQWUHJDRXQmRHVVHFRPSRUWDPHQWR"3RUPHLRGDVHYLGrQFLDVTXHVmRHVSHUD-
das para essa competência. Por exemplo:

50
‡ %XVFDIHHGEDFNVFRQVWDQWHPHQWH" ‡ ,GHQWLÀFDomR GDV FRPSHWrQFLDV DSyV D GHÀQLomR
• Desenvolve planos de ação para seus pontos de do rumo que delineamos para a nossa empresa,
PHOKRULD" devemos então analisar quais as competências
‡ $X[LOLDRJHVWRUDLGHQWLÀFDUSRWHQFLDLVWDOHQWRVQD existentes. Antes de qualquer ação dentro da em-
HTXLSH" presa, devemos analisar o que já existe para saber-
• Assume responsabilidade pelo autodesenvolvi- mos de que ponto partimos.
PHQWR" • Reavaliação dos cargos: Após analisarmos quais
as competências existentes e necessárias para ob-
=DULÀDQ GHÀQH D FRPSHWrQFLD FRPR VHQGR D LQWHOL- termos o sucesso pretendido, devemos procurar
gência prática aplicada na solução dos problemas que formação para atender às necessidades. Essa for-
surgem. Essa inteligência precisa apoiar-se nos conhe- mação poderá ser de caráter comportamental ou
cimentos adquiridos, procurando constantemente revê- técnico, tendo sempre como objetivo permitir que
ORV H DWXDOL]iORV GH PRGR D DGDSWiORV DRV GHVDÀRV os colaboradores da empresa alcancem as compe-
cotidianos. tências pretendidas.
8PDGDVPDLVFRQKHFLGDVGHÀQLo}HVpDTXHGL]VHU • No entanto, é bem provável que não se consiga
competência um conjunto de conhecimentos, habilida- obter todas as competências necessárias por meio
des e atitudes que credenciam um indivíduo a exercer da formação, assim sendo, devemos procurar pes-
uma determinada função, que podemos resumir pela si- soas com as competências necessárias, ou seja,
gla: CHA. Veja a imagem a seguir. implementar processos de recrutamento e seleção
por competências.
• Treinamento: torna-se necessário implantar e rea-
lizar ações de capacitação e de desenvolvimento
FRQIRUPHDVQHFHVVLGDGHVLGHQWLÀFDGDV
‡ $YDOLDo}HVGHTXDOLÀFDo}HVYHULÀFDUDHÀFiFLDGDV
ações de capacitação e de desenvolvimento que
foram implantadas.
‡ $YDOLDo}HVGHGHVHPSHQKRYHULÀFDUVHDVODFXQDVGH
competências e de desempenho foram superadas.

Segundo Maria Odete Rabaglio, Gestão por Compe-


tências é um conjunto de ferramentas práticas, consistentes
e objetivas que torna possível para as empresas instrumen-
talizar RH e Gestores para fazer Gestão e Desenvolvimen-
to de pessoas com foco, critério e clareza. Isso por meio
de ferramentas mensuráveis, personalizadas e construídas
com base nas atribuições dos cargos e funções.
A Gestão por Competências é composta por alguns
subsistemas, como:
• Mapeamento e Mensuração por Competências;
Agora vamos analisar as etapas que envolvem a ges- • Avaliação por Competências (Avaliação de Desem-
WmRSRUFRPSHWrQFLDVFRQIRUPHÀJXUDDEDL[R penho);
• Plano de Desenvolvimento por Competências;
• Seleção por Competências;
• Remuneração por Competências.

2.1 Mapeamento e Mensuração por Competências

O Mapeamento e Mensuração por Competências é


a base de toda a Gestão por Competências. A partir da
Descrição de Cargo, isto é, das atividades que o cargo
executa no dia a dia, é realizado o mapeamento das
competências técnicas e comportamentais (CHA) para
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cada uma das atividades. Depois disso, é feita a men-


suração do grau ideal para o cargo, isto é, o quanto o
cargo precisa de cada uma das competências para atingir
os objetivos da empresa. O resultado do Mapeamento e
• Sensibilização: Devemos integrar e informar toda a 0HQVXUDomRpDLGHQWLÀFDomRGRSHUÀOFRPSRUWDPHQWDOH
empresa de uma forma clara e inequívoca, estan- técnico ideal para cada cargo ou função.
do os responsáveis sempre abertos a questões ou Deve-se tomar muito CUIDADO com as metodolo-
sugestões. Somente com toda a empresa focada gias subjetivas existentes no mercado, baseadas no acho
neste tipo de gestão e reconhecendo a importân- e não acho, gosto e não gosto, pode e não pode, o ideal
cia da mesma se consegue alcançar os objetivos seria etc. Essas metodologias promovem grandes equí-
pretendidos. YRFRVQDREWHQomRGRSHUÀOLGHDOGRFDUJR

51
2.2 Avaliação por Competências • Planejamento de carreira do servidor vinculado às
demandas organizacionais;
A partir da Avaliação por Competências, também cha- • Melhor aproveitamento dos talentos existentes na
PDGDGH$YDOLDomRGH'HVHPSHQKRVHUiLGHQWLÀFDGRVH instituição;
RSHUÀOFRPSRUWDPHQWDOHWpFQLFRGRVFRODERUDGRUHVGH • Abertura de espaço para a negociação entre os ge-
XPD FRUSRUDomR HVWmR DOLQKDGRV DR SHUÀO LGHDO H[LJLGR rentes e seus subordinados.
pelos cargos.
A Avaliação por Competências é uma maneira de es- GESTÃO DE DESEMPENHO
timar o aproveitamento do potencial individual de cada
colaborador dentro das organizações. $PDQHLUDPDLVHÀFD]GRJHVWRUGHPRQVWUDUTXHHVWiD
2 UHVXOWDGR GD $YDOLDomR VHUi D LGHQWLÀFDomR GDV par dos resultados apresentados por seus colaborado-
competências comportamentais e técnicas que precisam res é acompanhando de perto as atividades que esses
ser aperfeiçoadas. UHDOL]DP ( R PpWRGR PDLV HÀFD] GH GHPRQVWUDU HVVH
acompanhamento é por meio da Avaliação de Desempe-
2.3 Plano de Desenvolvimento por Competências nho do colaborador. A avaliação de desempenho é uma
ferramenta da gestão de pessoas que visa a analisar o
Baseado no resultado da Avaliação por Competên- desempenho individual ou de um grupo de funcionários
cias, será criado um Plano de Desenvolvimento para os em uma determinada empresa. É um processo de identi-
colaboradores, cujo objetivo será aperfeiçoar e potencia- ÀFDomRGLDJQyVWLFRHDQiOLVHGRFRPSRUWDPHQWRGHXP
OL]DURSHUÀOLQGLYLGXDOGHFDGDFRODERUDGRU colaborador durante um intervalo de tempo, analisando
VXDSRVWXUDSURÀVVLRQDOVHXFRQKHFLPHQWRWpFQLFRVXD
• O uso de software na Gestão por Competências relação com os parceiros de trabalho etc.
• Um projeto de implantação de gestão por compe- Esse método tem por objetivo analisar as melhores
tências em uma empresa demanda grande traba- práticas dos funcionários, proporcionando um cresci-
lho e dedicação da área de Recursos Humanos e PHQWRSURÀVVLRQDOHSHVVRDOYLVDQGRDXPPHOKRUGH-
gestores. sempenho de suas funções no ambiente de trabalho.
• A utilização de um sistema informatizado desde o Além disso, é uma importante ferramenta de auxílio à
início do processo facilita grandemente o geren- administração de recursos humanos da empresa, alimen-
ciamento e as chances de sucesso do projeto. tando-a com informações que auxiliam a tomada de de-
• Alguns benefícios da Gestão por Competências FLVmRVREUHSUiWLFDVGHERQLÀFDomRDXPHQWRGHVDOiULRV
• Melhora o desempenho dos colaboradores; demissões, necessidades de treinamento etc.
‡ ,GHQWLÀFDDVQHFHVVLGDGHVGHWUHLQDPHQWRV
Segundo Wagner Siqueira, o processo de avaliação
• Alinha os objetivos e metas da organização e da
de desempenho de um colaborador inclui, dentre outras,
equipe;
as expectativas desejadas e os resultados reais, sendo di-
• Reduz a subjetividade na Seleção e Avaliação de
vidida em algumas etapas:
pessoas;
• Apreciação diária do comportamento do colaborador,
• Analisa o desenvolvimento dos colaboradores;
seus progressos e limitações, êxitos e insucessos, com
‡ (QULTXHFH R SHUÀO GRV FRODERUDGRUHV SRWHQFLDOL-
oferecimento permanente de feedback instantâneo;
zando seus resultados;
• Melhora o relacionamento entre gestores e lidera- ‡ ,GHQWLÀFDomRHHTXDFLRQDPHQWRLPHGLDWRGRVSUR-
dos; blemas emergentes, procurando manter continua-
• Mantém a motivação e o compromisso; mente um alto padrão de motivação e de obten-
• Extrai o máximo de produtividade de cada colabo- ção de resultados;
rador. • Entrevistas formais periódicas de avaliação de de-
sempenho, em que avaliador e avaliado analisam
2.4 Vantagens na adoção do sistema de gestão por os resultados obtidos no período considerado e
competências UHGHÀQHPQRYDVRULHQWDo}HVFRPSURPLVVRVUHFt-
procos e ações corretivas, se for o caso.
A adoção do sistema de gestão por competências
apresenta diversas vantagens, entre as quais se desta- Neste processo, o gestor precisa avaliar as fraquezas e
cam: OLPLWDo}HVGRVIXQFLRQiULRVEXVFDQGRLGHQWLÀFDUSRQWRV
de melhoria, necessidade de treinamento, ou até mes-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Clara visualização das disponibilidades e necessi- mo remanejamento do indivíduo para outras funções em
dades em termos de competências; que poderia render melhor.
‡ 0DLRUÁH[LELOLGDGHSDUDDORFDUDVSHVVRDVFRQIRU- Assim, o papel principal da avaliação de desempenho
me as competências necessárias; pLGHQWLÀFDUHWUDEDOKDUGHIRUPDVLVWrPLFDDVGLIHUHQoDV
• Desenvolvimento de competências para a agre- de desempenho entre os muitos funcionários da organi-
gação de valor à organização e ao indivíduo, com zação. Tendo sempre como base a interação constante
foco em resultados; entre avaliador e avaliado.
• Sistematização do plano de desenvolvimento dos
servidores a partir das necessidades reais; Disponível em: <http://www.sobreadministracao.
• Atendimento às demandas organizacionais com a com/avaliacao-de-desempenho-o-que-e-e-como-fun-
utilização das competências adequadas; ciona/>. Acesso em: 14 jul. 2018.

52
1. Formas de avaliação de desempenho GLÀFXOGDGHGHVHFRPELQDURXFRPSDUDUDVFODVVLÀ-
cações atribuídas e por isso exige a suplementação
Listamos abaixo os métodos mais tradicionais de ava- de um outro método, mais formal.
liação: • Avaliação por resultados: é um método de avalia-
ção baseado na comparação entre os resultados
‡ (VFDODVJUiÀFDVGHFODVVLÀFDomRpRPpWRGRPDLV previstos e realizados. É um método prático, mas
utilizado nas empresas. Avalia o desempenho por que depende somente do ponto de vista do super-
PHLRGHLQGLFDGRUHVGHÀQLGRVJUDGXDGRVDWUDYpV visor a respeito do desempenho avaliado.
da descrição de desempenho numa variação de • Avaliação por objetivos: baseia-se numa avaliação
ruim a excepcional. Para cada graduação pode ha- GR DOFDQFH GH REMHWLYRV HVSHFtÀFRV PHQVXUiYHLV
ver exemplos de comportamentos esperados para alinhados aos objetivos organizacionais e nego-
facilitar a observação da existência ou não do indi- ciados previamente entre cada colaborador e seu
FDGRU3HUPLWHDHODERUDomRGHJUiÀFRVTXHIDFLOL- superior. É importante ressaltar que, durante a
tarão a avaliação e o acompanhamento do desem- avaliação, não devem ser levados em consideração
penho histórico do avaliado. aspectos que não estavam previstos nos objetivos,
• Escolha e distribuição forçada: consiste na avalia- ou não tinham sido comunicados ao colaborador.
ção dos indivíduos através de frases descritivas de E ainda, deve-se permitir ao colaborador sua au-
determinado tipo de desempenho em relação às toavaliação para discussão com seu gestor.
tarefas que lhe foram atribuídas, entre as quais o • Padrões de desempenho: também chamado de
avaliador é forçado a escolher a mais adequada padrões de trabalho, é quando há estabelecimento
para descrever os comportamentos do avaliado. de metas somente por parte da organização, mas
Este método busca minimizar a subjetividade do que devem ser comunicadas às pessoas que serão
processo de avaliação de desempenho. avaliadas.
• Pesquisa de campo: tem base na realização de • Frases descritivas: trata-se de uma avaliação atra-
reuniões entre um especialista em avaliação de vés de comportamentos descritos como ideais
desempenho da área de Recursos Humanos e ou negativos. Assim, assinala-se “sim” quando o
cada líder, para avaliação do desempenho de cada comportamento do colaborador corresponde ao
um dos subordinados, levantando-se os motivos comportamento descrito, e “não” quando não
de tal desempenho por meio de análise de fatos corresponde. É diferente do método da Escolha e
e situações. Este método permite um diagnóstico distribuição forçada no sentido da não obrigato-
padronizado do desempenho, minimizando a sub- riedade na escolha das frases.
jetividade da avaliação. Ainda possibilita o planeja- • Avaliação 360 graus: neste método, o avaliado
mento, conjuntamente com o líder, do desenvolvi- recebe feedbacks (retornos) de todas as pessoas
PHQWRSURÀVVLRQDOGHFDGDXP com quem ele tem relação, também chamados
• Incidentes críticos: enfoca as atitudes que repre- de stakeholders, como pares, superior imediato,
sentam desempenhos altamente positivos (suces- subordinados, clientes, entre outros.
so), que devem ser realçados e estimulados, ou ‡ $YDOLDomRGHFRPSHWrQFLDVWUDWDVHGDLGHQWLÀFD-
altamente negativos (fracassos), que devem ser cor- ção de competências conceituais (conhecimento
rigidos através de orientação constante. O método teórico), técnicas (habilidades) e interpessoais (ati-
não se preocupa em avaliar as situações normais. tudes) necessárias para que determinado desem-
No entanto, para haver sucesso na utilização desse penho seja obtido.
método, é necessário o registro constante dos fatos • Avaliação de competências e resultados: é a con-
para que estes não passem despercebidos. jugação das avaliações de competências e resulta-
• Comparação de pares: também conhecida como GRV RX VHMD p D YHULÀFDomR GD H[LVWrQFLD RX QmR
comparação binária, faz uma comparação entre das competências necessárias de acordo com o
o desempenho de dois colaboradores ou entre o desempenho apresentado.
desempenho de um colaborador e sua equipe, po- • Avaliação de potencial: com ênfase no desempe-
dendo fazer o uso de fatores para isso. É um pro- QKR IXWXUR LGHQWLÀFD DV SRWHQFLDOLGDGHV GR DYD-
FHVVRPXLWRVLPSOHVHSRXFRHÀFLHQWHPDVTXHVH liado que facilitarão o desenvolvimento de tarefas
torna muito difícil de ser realizado quanto maior e atividades que lhe serão atribuídas. Possibilita a
for o número de pessoas avaliadas. LGHQWLÀFDomRGHWDOHQWRVTXHHVWHMDPWUDEDOKDQGR
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Auto avaliação: é a avaliação feita pelo próprio aquém de suas capacidades, fornecendo base para
avaliado com relação a sua performance. O ideal a recolocação dessas pessoas.
é que esse sistema seja utilizado conjuntamente a • Balanced Scorecard: sistema desenvolvido por Ro-
outros sistemas para minimizar o forte viés e a falta bert S. Kaplan e David P. Norton na década de 90,
de sinceridade que podem ocorrer. DYDOLD R GHVHPSHQKR VRE TXDWUR SHUVSHFWLYDV À-
• Relatório de performance: também chamada de nanceira, do cliente, dos processos internos e do
avaliação por escrito ou avaliação da experiência, DSUHQGL]DGR H FUHVFLPHQWR 6mR GHÀQLGRV REMHWL-
trata-se de uma descrição mais livre acerca das ca- vos estratégicos para cada uma das perspectivas e
racterísticas do avaliado, seus pontos fortes, fracos, tarefas para o atendimento da meta em cada obje-
potencialidades e dimensões de comportamento, tivo estratégico.
entre outros aspectos. Sua desvantagem está na

53
2. Vantagens da Avaliação de desempenho 4. Indicadores de Desempenho
O que não é medido não é gerenciado....
Por meio da avaliação de desempenho é possível Robert Kaplan
LGHQWLÀFDUQRYRVWDOHQWRVGHQWURGDSUySULDRUJDQL]DomR
mediante análise do comportamento e das qualidades Se você não mede algo, você não pode entender o pro-
de cada indivíduo, gerando, assim, novas possibilidades cesso.
para remanejamento interno de colaboradores. Além Se você não entende o processo, você não consegue
GLVVRSRGHRIHUHFHUERQLÀFDo}HVHSUHPLDo}HVDRVIXQ- aperfeiçoá-lo.
cionários que mais se destacarem na avaliação. Peter Druker
Outra vantagem é a possibilidade de gerar um fee-
dback mais fácil aos funcionários analisados e gestores, A utilização de indicadores de desempenho para afe-
uma vez que tem como resultado informações relevan- rir os resultados alcançados pelos administradores é uma
WHVVyOLGDVHWDQJtYHLVSDUDXPUHVXOWDGRHÀFLHQWH(VVH metodologia que está relacionada ao conceito de geren-
feedback faz com que os avaliados queiram investir ain- ciamento voltado para resultados (result oriented manage-
da mais em seu desenvolvimento, melhorando seu de- ment – ROM). Esse conceito tem sido adotado nas adminis-
sempenho e trazendo vantagens para a empresa. trações públicas de diversos países, especialmente nos de
Este método é importante, também, para eliminar cultura anglo-saxônica (EUA, Austrália, Reino Unido).
“achismos” e palpites quanto à avaliação de um funcio- Para alguns estudiosos/autores da literatura especia-
nário. É um meio de obter informações reais e avaliar de lizada, o conceito de indicador de desempenho pode ser
perto as implicações de uma possível mudança na gestão GHÀQLGRFRPRXPLQVWUXPHQWRGHPHQVXUDomRTXDQWL-
de recursos humanos da empresa. tativa ou qualitativa de aspectos do desempenho. Neste
PDWHULDOYDPRVDGRWDUDVHJXLQWHGHÀQLomR
Por isso, manter esse tipo de avaliação pode trazer Um indicador de desempenho é um número, percen-
muitos benefícios e mudanças positivas na gestão de tagem ou razão que mede um aspecto do desempenho,
com o objetivo de comparar esta medida com metas
pessoas de uma organização, seja qual for o seu tama-
pré-estabelecidas.
nho. Com ela, o gestor pode avaliar melhor seus subor-
dinados, melhorar o clima de trabalho, investir no treina-
5. Medição de desempenho e indicador de de-
mento de seus pares, melhorar a produtividade, desen-
sempenho
volver os métodos de remuneração, fazê-los trabalhar
GHIRUPDPDLVHÀFLHQWHHWF7RGRVJDQKDPTXDQGRXPD
A expressão indicador de desempenho é também
equipe é avaliada de forma satisfatória pelos gerentes.
normalmente utilizada no sentido de medição de de-
sempenho. Entretanto, é possível estabelecer-se uma
3. Aplicações distinção entre ambas. Medições de desempenho são
efetuadas quando os aspectos do desempenho podem
A avaliação de desempenho presta-se ao exercício de VHUPHQVXUDGRVGLUHWDPHQWHHTXDQWLÀFDGRVFRPIDFLOL-
diferentes funções administrativas, motivacionais e de dade. Exemplos: quilometragem de estradas conserva-
comunicação, como citadas a seguir: das; número de alunos matriculados no 1º grau.
Indicadores de desempenho são utilizados quando
‡ ,GHQWLÀFDomRGHSRQWRVIRUWHVHIUDFRVGRVFRODER- não é possível efetuar tais mensurações de forma direta.
radores e, consequentemente, da organização; Atuam como uma alternativa para a medição do desem-
‡ ,GHQWLÀFDomRGHGLIHUHQoDVLQGLYLGXDLV penho, embora não forneçam uma mensuração direta dos
• Estímulo à comunicação interpessoal; resultados. Exemplo: a utilização do índice de repetência
• Desenvolvimento do conceito “equipe de dois”, na 1ª série do 1º grau, como um dos fatores a serem con-
formada por chefe e subordinado; siderados na formação de um indicador de desempenho
• Informação ao colaborador de como o seu desem- para medir a efetividade do ensino de 1º grau.
penho é percebido; O que se deseja ressaltar com essa diferenciação é
• Estímulo ao desenvolvimento individual do avalia- que os indicadores de desempenho podem fornecer
dor e do avaliado; uma boa visão acerca do resultado que se deseja medir,
• Indicações de promoções e de aumentos salariais mas são apenas aproximações do que realmente está
por mérito; ocorrendo, necessitando, sempre, de interpretação no
• Indicações de necessidade de treinamento; contexto em que estão inseridos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• Gestão de crises nas equipes e nos processos ope-


racionais (sistemas técnicos e sociais); 6. Natureza comparativa dos indicadores de de-
‡ $X[tOLRQDYHULÀFDomRGHDSUHQGL]DJHQV sempenho
‡ ,GHQWLÀFDomRGHSUREOHPDVGHWUDEDOKRHPJHUDO
no relacionamento individual, intraequipe ou inte- Informações sobre desempenho são essencialmente
requipes; comparativas. Um conjunto de dados isolado mostrando os
• Registro histórico suplementar para ações admi- resultados atingidos por uma instituição não diz nada a res-
nistrativas de gestão; peito do desempenho da mesma, a menos que seja confron-
• Apoio às pesquisas de clima organizacional. tado com metas ou padrões preestabelecidos, ou realizada
uma comparação com os resultados atingidos em períodos
anteriores, obtendo-se assim uma série histórica para análise.

54
7. Variáveis empregadas na construção de indicadores

Os indicadores quase sempre são compostos por variáveis provenientes de um dos seguintes grupos: custo, tempo,
quantidade e qualidade.

8. Principais usos de indicadores de desempenho

A utilização de indicadores de desempenho pela instituição:

• Possibilita a avaliação qualitativa e quantitativa do desempenho global da instituição, por meio da avaliação de
seus principais programas e/ou departamentos;
• Permite o acompanhamento e a avaliação do desempenho ao longo do tempo e ainda a comparação entre:
• Desempenho anterior x desempenho corrente;
• Desempenho corrente x padrão de comparação;
• Desempenho planejado x desempenho real;
• Possibilita enfocar as áreas relevantes do desempenho e expressá-las de forma clara, induzindo um processo de
transformações estruturais e funcionais que permite eliminar inconsistências entre a missão da instituição, sua
estrutura e seus objetivos prioritários;
• Ajuda o processo de desenvolvimento organizacional e de formulação de políticas a médio e longo prazos;
• Melhora o processo de coordenação organizacional, a partir da discussão fundamentada dos resultados e o es-
tabelecimento de compromissos entre os diversos setores da instituição;
• Possibilita a incorporação de sistemas de reconhecimento pelo bom desempenho, tanto institucionais quanto
individuais.

9. Qualidades desejáveis em um indicador de desempenho

7DQWRQDDQiOLVHGHLQGLFDGRUHVGHGHVHPSHQKRMiH[LVWHQWHVTXDQWRQDHODERUDomRGHQRYRVGHYHVHYHULÀFDUDV
seguintes características:

I. Representatividade: o indicador deve ser a expressão dos produtos essenciais de uma atividade ou função; o en-
IRTXHGHYHVHUQRSURGXWRPHGLUDTXLORTXHpSURGX]LGRLGHQWLÀFDQGRSURGXWRVLQWHUPHGLiULRVHÀQDLVDOpPGRV
impactos desses produtos (outcomes). Este atributo merece certa atenção, pois indicadores muito representativos
tendem a ser mais difíceis de ser obtidos.
II. Homogeneidade: na construção de indicadores devem ser consideradas apenas variáveis homogêneas. Por
H[HPSORDRHVWDEHOHFHURFXVWRPpGLRSRUDXGLWRULDGHYHPVHLGHQWLÀFDURVGLYHUVRVWLSRVGHDXGLWRULDMiTXH
para cada tipo tem-se uma composição de custo diversa.
III. Praticidade: garantia de que o indicador realmente funciona na prática e permite a tomada de decisões geren-
FLDLV3DUDWDQWRGHYHVHUWHVWDGRPRGLÀFDGRRXH[FOXtGRTXDQGRQmRDWHQGHUDHVVDFRQGLomR
,99DOLGDGHRLQGLFDGRUGHYHUHÁHWLURIHQ{PHQRDVHUPRQLWRUDGR
V. Independência: o indicador deve medir os resultados atribuíveis às ações que se quer monitorar, devendo ser
HYLWDGRVLQGLFDGRUHVTXHSRVVDPVHULQÁXHQFLDGRVSRUIDWRUHVH[WHUQRV
9,&RQÀDELOLGDGHDIRQWHGHGDGRVXWLOL]DGDSDUDRFiOFXORGRLQGLFDGRUGHYHVHUFRQÀiYHOGHWDOIRUPDTXHGLIH-
rentes avaliadores possam chegar aos mesmos resultados.
VII. Seletividade: deve-se estabelecer um número equilibrado de indicadores que enfoquem os aspectos essenciais
do que se quer monitorar.
9,,,6LPSOLFLGDGHRLQGLFDGRUGHYHVHUGHIiFLOFRPSUHHQVmRHQmRHQYROYHUGLÀFXOGDGHVGHFiOFXORRXGHXVR
,;&REHUWXUDRVLQGLFDGRUHVGHYHPUHSUHVHQWDUDGHTXDGDPHQWHDDPSOLWXGHHDGLYHUVLGDGHGHFDUDFWHUtVWLFDVGR
fenômeno monitorado, resguardado o princípio da seletividade e da simplicidade.
; (FRQRPLFLGDGH DV LQIRUPDo}HV QHFHVViULDV DR FiOFXOR GR LQGLFDGRU GHYHP VHU FROHWDGDV H DWXDOL]DGDV D XP
custo razoável, em outras palavras, a manutenção da base de dados não pode ser dispendiosa.
;,$FHVVLELOLGDGHGHYHKDYHUIDFLOLGDGHGHDFHVVRjVLQIRUPDo}HVSULPiULDVEHPFRPRGHUHJLVWURHPDQXWHQomR
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

para o cálculo dos indicadores.


;,,(VWDELOLGDGHDHVWDELOLGDGHFRQFHLWXDOGDVYDULiYHLVFRPSRQHQWHVHGRSUySULRLQGLFDGRUEHPFRPRDHVWDEL-
lidade dos procedimentos para sua elaboração são condições necessárias ao emprego de indicadores para avaliar
o desempenho ao longo do tempo.

10. Aspectos do desempenho medidos pelos indicadores

O desempenho na obtenção de um determinado resultado pode ser medido segundo as seguintes dimensões de
DQiOLVH HFRQRPLFLGDGH HÀFLrQFLD HÀFiFLD H HIHWLYLGDGH 3DUD FDGD GLPHQVmR GH DQiOLVH SRGHP H[LVWLU XP RX PDLV
indicadores.

55
11. Tipos de indicadores

12. Requisitos dos indicadores

• Disponibilidade – Facilidade de acesso para coleta, estando disponível a tempo;


• Simplicidade – Facilidade de ser compreendido;
• Baixo custo de obtenção;
• Adaptabilidade – Capacidade de resposta às mudanças;
• Estabilidade – Permanência no tempo, permitindo a formação de série histórica;
‡5DVWUHDELOLGDGH²)DFLOLGDGHGHLGHQWLÀFDomRGDRULJHPGRVGDGRVVHXUHJLVWURHPDQXWHQomR
• Representatividade – Atender às etapas críticas dos processos, estes sendo importantes e abrangentes.

13. Exemplo de Indicadores de Desempenho

PROCESSOS MÉTRICAS
Estratégia Corporativa Ł$SRVLomRFRPSHWLWLYDQDLQG~VWULD
Ł&XVWRWHPSRGHGHVHQYROYLPHQWRWHPSRGHHQWUHJDTXDQWLGDGHSUHoRHFDQDLVGRV
produtos oferecidos
Ł4XDQWLGDGHFRPSOH[LGDGHHWDPDQKRGRVFRQFRUUHQWHVFOLHQWHVSDUFHLURVHIRUQH-
cedores
Ł9DORUGRVUHFXUVRVGLVSRQtYHLV
Estrutura Corporativa Ł1~PHURGHXQLGDGHVHVWUDWpJLFDVGHQHJyFLR 8(1
Ł'LYHUVLGDGHJHRJUiÀFDGHSURGXomRHYHQGDV
Ł1tYHOGHFDSDFLWDomRSDUDFDGD 8(1 HJHUHQWHV
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Sistemas Corporativos ŁÌQGLFHGHUHWHQomRGHFOLHQWHVHIXQFLRQiULRV


Ł3URGXWRVHtQGLFHVGHTXDOLGDGHGHSURFHVVRV
Ł,QYHVWLPHQWRQDIRUPDomRGHHTXLSHV
Recursos Ł5HFXUVRVÀQDQFHLURVGLVSRQtYHLVSDUDLQYHVWLPHQWRQRQHJyFLR
Ł$YDOLDomRGHFRPSHWrQFLDVGRVIXQFLRQiULRVH[LVWHQWHV
Ł$YDOLDomRGDTXDOLGDGHGDWHFQRORJLDDWXDOHGRVSURFHVVRV
Ambiente externo Ł$YDOLDomRGRVLQYHVWLPHQWRVGRVFRQFRUUHQWHV
Ł$YDOLDomRGDVQHFHVVLGDGHVGRFOLHQWH
ŁGDVQHFHVVLGDGHVGHIRUQHFHGRUHVHUHFXUVRV

56
Liderança Ł7HPSRGHGLFDGRDRQHJyFLR
Ł2UoDPHQWRSRUFHQWRDWULEXtGRjVLQLFLDWLYDVQRVHJPHQWR
Ł3RUFHQWDJHPGHGHVHPSHQKRYLQFXODGRVDRVXFHVVRGRQHJyFLRQRPHUFDGR
Ł2EMHWLYRVGRQHJyFLRFODUDPHQWHFRPXQLFDGRVDRVDGPLQLVWUDGRUHVHIXQFLRQiULRV
Ł3HUFHQWDJHPGHJHUHQWHVSUHSDUDGRVSDUDRQHJyFLR
Criar e executar estraté- Ł1~PHURSUHoRGHFXVWRHDSHUFHSomRGRVSURGXWRVHVHUYLoRVRIHUHFLGRVSHODHP-
gias adequadas para o presa
negócio Disponibilidade e planejamento de recursos de segurança do segmento
Ł3HUFHSomRGDPDUFD
Ł4XDQWLGDGHHTXDOLGDGHGDVLQIRUPDo}HVGLVSRQtYHLVVREUHDHPSUHVD
Ł2VQtYHLVGHTXDOLGDGHRSo}HVGHHQWUHJDWD[DVGHFXPSULPHQWRHVDWLVIDomRGRFOLHQ-
te de encomendas personalizadas
Ł5HQWDELOLGDGHGDVRSHUDo}HVSDUDRVHJPHQWR
Suporte e estrutura exter- Ł4XDQWLGDGHGHSURGXWRVWHUFHLUL]DGRV
na ao negócio Ł4XDOLGDGHGDVSDUFHULDVHVWUDWpJLFDVIRUPDGDV
Ł9DULDomRGRFXVWRHGDTXDOLGDGHGHFRQWUDWRVGHIRUQHFHGRUHV
Ł,QWHJUDomRDQWHXQLGDGHVIRUQHFHGRUDVHIXQo}HVLQWHUQDV
Ł1~PHURGHSURGXWRVFDQDLVHVHUYLoRVHVSHFtÀFRV
Desenvolver e implemen- Ł4XDQWLGDGHTXDOLGDGHKDELOLGDGHVHFRQKHFLPHQWRVGRVIXQFLRQiULRVGDHPSUHVD
tar sistemas apropriados Ł4XDQWLGDGHHTXDOLGDGHGHWUHLQDPHQWRVHVSHFtÀFRV
ao negócio Ł3RUFHQWDJHPGHPHGLGDVGHGHVHPSHQKRHUHFRPSHQVDVDOLQKDGRVHOLJDGRVjDWL-
vidade do negócio
Ł4XDQWLGDGHHTXDOLGDGHGRVGDGRVGRVFOLHQWHVDWUDYpVGHVLVWHPDVSURPRFLRQDLV
Ł7HPSRQHFHVViULRSDUDDWHQGHUDRVSHGLGRVGRFOLHQWHHVROLFLWDo}HVGHVHUYLoRVIHLWDV
pessoalmente ou por outros meios
Ł1tYHOGHLQWHJUDomRLQWHUGHSDUWDPHQWDOSRUYLDHOHWU{QLFD
Ł4XDOLGDGHGHYHQGDVHSHUIRUPDQFHGHHQWUHJD
Otimização de canal Ł9DORUHVHP5GDVDWLYLGDGHVUHDOL]DGDVSHORVHJPHQWRFRQFRUUHQWH
Ł1~PHURGHFOLHQWHVDWHQGLGRVSHODFRQFRUUrQFLD
Ł7HPSRGHLQDWLYLGDGHPpGLRSRUXQLGDGH
Ł1tYHOGHVDWLVIDomRFRPDFDGHLDGHIRUQHFHGRUHV
Ł0HOKRULDGHYHQGDVMXQWRVDRVFOLHQWHVMiH[LVWHQWHV
Redução de custos Ł5HFRQRPL]DGRVHPGHVSHVDVFRPSHVVRDODTXLVLomRGHSURGXWRVHPDWHULDLVDU-
mazenamento etc.
Ł5HFRQRPL]DGRVQRGHVHQYROYLPHQWRGHQRYRVSURGXWRVHDLQWURGXomRQRPHUFDGR
Ł2VFXVWRVWUDEDOKLVWDVSRUXQLGDGHYHQGLGD
Aquisição de novos clien- Ł1RYRVFOLHQWHVDGTXLULGRVDWUDYpVGHSURPRo}HV
tes Ł3HUFHQWDJHPGHFOLHQWHVSRUQRYRSURGXWR
Ł3HUFHQWDJHPGHQRYRVFOLHQWHVHVSHFtÀFRV
Ł1~PHURGHQRYRVFOLHQWHVSRUPHLRGHRXWURVFDQDLV
Ł1RYRVFOLHQWHVTXHVHFRQYHUWHPHPFOLHQWHVÀGHOL]DGRV WD[DGHFRQYHUVmR
Fidelização e retenção de Ł)UHTXrQFLDGHYLVLWDVHUHWRUQRGHFOLHQWH
cliente Ł9HQGDVPpGLDVDQXDOSRUFOLHQWH
Ł$VDWLVIDomRGRFOLHQWHFRPRDWHQGLPHQWR
Ł&RPSUDVGRFOLHQWHYHUVXVDWD[DGHGHVLVWrQFLD
Ł3HUFHQWDJHPGHDWULWRVFRPFOLHQWHV
Ł5HODomRGHQRYRVFOLHQWHVYHUVXVRVFRVWXPHLURV
Geração de valor Ł&XVWRHSUHoRGRVSURGXWRVHVHUYLoRVRIHUHFLGRVDRVFOLHQWHV
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ł0pGLDGRVSUHoRVSDJRVSHORVFRQVXPLGRUHV
Ł1~PHURGHQRYRVSURGXWRVHOLQKDVGHVHUYLoRVLQWURGX]LGRV
Ł5HQWDELOLGDGHGDVRSHUDo}HVGRQHJyFLR
Ł$VUHFHLWDVJHUDGDVDWUDYpVGDLQLFLDWLYD UHFHLWDWRWDOUHFHLWDSRUFOLHQWH
Ł5HQWDELOLGDGHSRUFOLHQWH
Rentabilidade da empresa Ł3UHoRGRHVWRTXH
a longo prazo Ł(YROXomRGRFDSLWDO
Ł2FUHVFLPHQWRGDVYHQGDV

Vale reforçar que, mesmo adotando-se todos os cuidados na elaboração de indicadores de desempenho, o aperfei-
çoamento sempre será possível, à medida em que forem sendo colocados em prática.

57
Criar um canal para críticas e sugestões dos usuários 2. Comparação entre Grupos de Trabalho e Equi-
dos serviços públicos, organizações governamentais, en- pes de Trabalho
WLGDGHVGHFODVVHHQWLGDGHVJRYHUQDPHQWDLVÀVFDOL]DGR-
UDVHQÀPGHWRGRVRVTXHGHFHUWDIRUPDHVWmRLQWHUHV- 2.1 Transformando indivíduos em membros de
sados no desempenho do serviço da entidade pública é equipe
outra forma de aperfeiçoar o uso de indicadores, buscan-
do sempre um processo de melhoria que traga o serviço Ł 3DUWLOKDPVXDVLGHLDVSDUDDPHOKRULDGRTXHID]HP
o mais próximo possível do desejado e necessário. e de todos os processos do grupo;
Ł 5HVSHLWDPDVLQGLYLGXDOLGDGHVHVDEHPRXYLU
TRABALHO EM EQUIPE Ł &RPXQLFDPVHDWLYDPHQWH
Ł 'HVHQYROYHP UHVSRVWDV FRRUGHQDGDV HP EHQHIt-
Trabalho em equipe SRGH VHU GHÀQLGR FRPR RV HV- FLRVGRVSURSyVLWRVGHÀQLGRV
forços conjuntos de um grupo ou sociedade visando à Ł &RQVWURHPUHVSHLWRFRQÀDQoDP~WXDHDIHWLYLGDGH
solução de um problema. Ou seja, um grupo ou conjunto nas relações;
de pessoas que se dedicam a realizar determinada tarefa Ł 3DUWLFLSDP GR HVWDEHOHFLPHQWR GH REMHWLYRV FR-
estão trabalhando em equipe. muns;
Essa denominação se origina da época logo após Ł 'HVHQYROYHPDFRRSHUDomRHDLQWHJUDomRHQWUHRV
a Primeira Guerra Mundial. O trabalho em equipe, por membros.
meio da ação conjunta, possibilita a troca de conheci-
mentos entre especialistas de diversas áreas. 2.2 Fatores que interferem no trabalho em equipe
Como cada pessoa é responsável por uma parte da
tarefa, o trabalho em equipe oferece também maior agi- Ł(VWUHOLVPR
lidade e dinamismo. Ł$XVrQFLDGHFRPXQLFDomRHGHOLGHUDQoD
Para que o trabalho em equipe funcione bem, é es- Ł3RVWXUDVDXWRULWiULDV
sencial que o grupo possua metas ou objetivos compar-
Ł,QFDSDFLGDGHGHRXYLU
tilhados. Também é necessário que haja comunicação
Ł)DOWDGHWUHLQDPHQWRHGHREMHWLYRV
HÀFLHQWHHFODUH]DQDGHOHJDomRGHFDGDWDUHID
Ł1mRVDEHU´TXHPpTXHPµQDHTXLSH
A diferença de pensamento e visão entre pessoas distin-
WDVpIXQGDPHQWDOSDUDXPDUHVROXomRGHSUREOHPDVHÀFLHQWH
6mRFDUDFWHUtVWLFDVGDVHTXLSHVHÀFD]HV
Quanto mais perspectivas uma equipe tiver sobre um único
problema, mais fácil é encontrar a melhor solução possível.
Ł &RPSURPHWLPHQWRGRVPHPEURVFRPXPSURSy-
1. Diferença entre Grupo e Equipe VLWRFRPXPHVLJQLÀFDWLYR
Ł 2 HVWDEHOHFLPHQWR GH PHWDV HVSHFtÀFDV SDUD D
Grupo e equipe não são a mesma coisa. Grupo é de- equipe que conduzam os indivíduos a um melhor
ÀQLGRFRPRGRLVRXPDLVLQGLYtGXRVHPLQWHUDomRHLQ- desempenho e também energizem as equipes.
terdependência, que se juntam para atingir um objetivo. 0HWDVHVSHFtÀFDVDMXGDPDWRUQDUDFRPXQLFDomR
Um grupo de trabalho é aquele que interage basicamen- mais clara, além de manter a equipe focada na ob-
te para compartilhar informações e tomar decisões para tenção de resultados;
ajudar cada membro em seu desempenho na sua área de Ł 2VPHPEURVGHIHQGHPVXDVLGHLDVVHPUDGLFDOLV-
responsabilidade. mo;
Os grupos de trabalho não têm necessidade nem Ł *UDQGHKDELOLGDGHSDUDRXYLU
oportunidade de se engajar em um trabalho coletivo Ł /LGHUDQoD p VLWXDFLRQDO RX VHMD R OtGHU DJH GH
que requeira esforço conjunto. Assim, seu desempe- acordo com o grau de maturidade da equipe; de
nho é apenas a somatória das contribuições individuais acordo com a contingência;
de seus membros. Não existe uma sinergia positiva que Ł 4XHVW}HVFRPSRUWDPHQWDLVVmRGLVFXWLGDVDEHUWD-
possa criar um nível geral de desempenho maior do que mente, principalmente as que podem comprome-
a soma das contribuições individuais. ter a imagem da equipe ou organização
Uma equipe de trabalho gera uma sinergia positiva por Ł 2QtYHOGHFRQÀDQoDHQWUHRVPHPEURVpHOHYDGR
meio do esforço coordenado. Os esforços individuais re- Ł 'HPRQVWUDPFRQÀDQoDHPVHXVOtGHUHVWRUQDQGR
sultam em um nível de desempenho maior do que a soma a equipe disposta a aceitar e a se comprometer
daquelas contribuições individuais. Veja a seguir as dife- com as metas e as decisões do líder;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

renças entre grupos de trabalho e equipes de trabalho. Ł )OH[LELOLGDGHSHUPLWLQGRTXHRVPHPEURVGDHTXL-


pe possam completar as tarefas uns dos outros.
Isso deixa a equipe menos dependente de um úni-
#FicaDica co membro;
Ł &RQÁLWRVVmRDQDOLVDGRVHUHVROYLGRV
Distinguir equipe e grupo é um aspecto
muito importante para soluções de exer-
Há uma preocupação / ação contínua em busca do
cícios que tratem de trabalho em equipe.
autodesenvolvimento.
O ponto principal é o objetivo em comum
existente quando as pessoas compõem uma
O desempenho de uma equipe não é apenas a soma-
equipe.
tória das capacidades individuais de seus membros.

58
Contudo, essas capacidades determinam parâmetros pessoas aprendem a lidar com a diversidade e a
GR TXH RV PHPEURV SRGHP ID]HU H GH TXmR HÀFLHQWHV complexidade, costumam ser muito trabalhosos e
HOHVVHUmRGHQWURGDHTXLSH3DUDIXQFLRQDUHÀFD]PHQWH demorados. Demora algum tempo até que se de-
uma equipe precisa de três tipos diferentes de capacida- VHQYROYDDFRQÀDQoDHRHVStULWRGHHTXLSHHVSH-
des. Primeiro, ela precisa de pessoas com conhecimen- cialmente entre pessoas com diferentes históricos,
tos técnicos. Segundo, pessoas com habilidades para experiências e perspectivas.
solução de problemas e tomada de decisões que se- Ł (TXLSHV 9LUWXDLV 2V WLSRV GH HTXLSHV DQDOLVDGRV
MDPFDSD]HVGHLGHQWLÀFDUSUREOHPDVJHUDUDOWHUQDWLYDV até agora realizam seu trabalho face a face. As
avalia-las e fazer escolhas competentes. Finalmente, as equipes virtuais usam a tecnologia da informática
equipes precisam de pessoas que saibam ouvir, deem SDUDUHXQLUVHXVPHPEURVÀVLFDPHQWHGLVSHUVRVH
IHHGEDFNVROXFLRQHPFRQÁLWRVHSRVVXDPRXWUDVKD- permitir que eles atinjam um objetivo comum. Elas
bilidades interpessoais. permitem que as pessoas colaborem on-line utili-
zando meios de comunicação como redes internas
3. Tipos de Equipe e externas, videoconferências ou correio eletrônico
– quando estão separadas apenas por uma parede
As equipes podem realizar uma grande variedade de ou em outro continente. São criadas para durar al-
coisas. Elas podem fazer produtos, prestar serviços, ne- guns dias para a solução de um problema ou mes-
gociar acordos, coordenar projetos, oferecer aconselha- mo alguns meses para conclusão de um projeto.
mentos ou tomar decisões. Não são muito adequadas para tarefas rotineiras e
cíclicas.
Ł (TXLSH GH VROXomR GH SUREOHPDV QHVWH WLSR GH
equipe, os membros trocam ideias ou oferecem Em todo processo em que haja interação entre as
sugestões sobre os processos e métodos de tra- pessoas vamos desenvolver relações interpessoais.
balho que podem ser melhorados. Raramente, en- Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as ati-
tretanto, estas equipes têm autoridade para imple- vidades são predeterminadas, alguns comportamentos
mentar unilateralmente suas sugestões. VmRSUHFLVDPVHUDOLQKDGRVDRXWURVHLVVRVRIUHLQÁXrQ-
Ł (TXLSHVGHWUDEDOKRDXWRJHUHQFLDGDVVmRHTXLSHV cia do aspecto emocional de cada envolvido, tais como:
autônomas, que podem não apenas solucionar os comunicação, cooperação, respeito, amizade. À medida
problemas, mas também implementar as soluções que as atividades e interações prosseguem, os senti-
e assumir total responsabilidade pelos resultados. mentos despertados podem ser diferentes dos indicados
São grupos de funcionários que realizam trabalhos inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos
muito relacionados ou interdependentes e assuem LQÁXHQFLDUmRDVLQWHUDo}HVHDVSUySULDVDWLYLGDGHV$V-
muitas das responsabilidades que antes eram de sim, sentimentos positivos de simpatia e atração provo-
seus antigos supervisores. carão aumento de interação e cooperação, repercutindo
Ł 1RUPDOPHQWHLVVRLQFOXLRSODQHMDPHQWRHRFUR- favoravelmente nas atividades e ensejando maior produ-
nograma de trabalho, a delegação de tarefas aos tividade. Por outro lado, sentimentos negativos de an-
membros, o controle coletivo sobre o ritmo de tipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações,
trabalho, a tomada de decisões operacionais e a ao afastamento nas atividades, com provável queda de
implementação de ações para solucionar proble- produtividade.
mas. As equipes de trabalho totalmente autoge- Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se
renciadas até escolhem seus membros e avaliam o relaciona diretamente com a competência técnica de
desempenho uns dos outros. FDGDSHVVRD3URÀVVLRQDLVFRPSHWHQWHVLQGLYLGXDOPHQWH
Ł &RQVHTXHQWHPHQWH DV SRVLo}HV GH VXSHUYLVmR podem render muito abaixo de sua capacidade por in-
perdem a sua importância e até podem ser elimi- ÁXrQFLDGRJUXSRHGDVLWXDomRGHWUDEDOKR
nadas. Quando uma pessoa começa a participar de um gru-
Ł (TXLSHVPXOWLIXQFLRQDLV6mRHTXLSHVIRUPDGDVSRU po, há uma base interna de diferenças que englobam
funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de valores, atitudes, conhecimentos, informações, precon-
diferentes setores da empresa, que se juntam para ceitos, experiência anterior, gostos, crenças e estilo com-
cumprir uma tarefa. As equipes desempenham vá- portamental, o que traz inevitáveis diferenças de percep-
rias funções (multifunções), ao mesmo tempo, ou ções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
VHMD QmR Ki HVSHFLÀFDomR SDUD FDGD PHPEUR 2 compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sentido de equipe é exatamente esse, os membros repertório novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como
compensam entre si as competências e as carên- essas diferenças são encaradas e tratadas determina a
cias, num aprendizado contínuo. modalidade de relacionamento entre membros do gru-
Ł $VHTXLSHVPXOWLIXQFLRQDLVUHSUHVHQWDPXPDIRU- po, colegas de trabalho, superiores e subordinados. Por
PD HÀFD] GH SHUPLWLU TXH SHVVRDV GH GLIHUHQWHV exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do outro,
áreas de uma empresa (ou até de diferentes em- se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se
presas) possam trocar informações, desenvolver uma modalidade de relacionamento diferente daquela
novas ideias e solucionar problemas, bem como em que não há respeito pela opinião do outro, quan-
coordenar projetos complexos. Evidentemente, do ideias e sentimentos não são ouvidos, ou ignorados,
não é fácil administrar essas equipes. Seus pri- quando não há troca de informações. A maneira de lidar
meiros estágios de desenvolvimento, enquanto as com diferenças individuais cria certo clima entre as pes-

59
VRDVHWHPIRUWHLQÁXrQFLDVREUHWRGDDYLGDHPJUXSR ,PHOKRULDGDHÀFLrQFLDHÀFiFLDHTXDOLGDGHGRVVHU-
principalmente nos processos de comunicação, no rela- viços públicos prestados ao cidadão;
cionamento interpessoal, no comportamento organiza- II - desenvolvimento permanente do servidor público;
cional e na produtividade. III - adequação das competências requeridas dos ser-
Valores: Representa convicções básicas de que um vidores aos objetivos das instituições, tendo como re-
PRGRHVSHFtÀFRGHFRQGXWDRXGHFRQGLomRGHH[LVWrQ- ferência o plano plurianual;
cia é individualmente ou socialmente preferível ao modo IV - divulgação e gerenciamento das ações de capa-
contrário ou oposto de conduta ou de existência. Eles citação; e
contêm um elemento de julgamento, baseado naquilo V - racionalização e efetividade dos gastos com ca-
que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável. pacitação.
Os valores costumam ser relativamente estáveis e dura- Art. 2o3DUDRVÀQVGHVWH'HFUHWRHQWHQGHVHSRU
douros. I - capacitação: processo permanente e deliberado de
aprendizagem, com o propósito de contribuir para o
Atitudes: $VDWLWXGHVVmRDÀUPDo}HVDYDOLDGRUDV²ID- desenvolvimento de competências institucionais por
voráveis ou desfavoráveis – em relação a objetos, pes- meio do desenvolvimento de competências individu-
VRDVRXHYHQWRV5HÁHWHPFRPRXPLQGLYtGXRVHVHQWH ais;
em relação a alguma coisa. Quando digo “gosto do meu II - gestão por competência: gestão da capacitação
trabalho” estou expressando minha atitude em relação orientada para o desenvolvimento do conjunto de
ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que os valo- conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao
res, mas ambos estão inter-relacionados e envolvem três desempenho das funções dos servidores, visando ao
componentes: cognitivo, afetivo e comportamental. alcance dos objetivos da instituição; e
$FRQYLFomRGHTXH´GLVFULPLQDUpHUUDGRµpXPDDÀU- III - eventos de capacitação: cursos presenciais e à dis-
mativa avaliadora. Essa opinião é o componente cogni- tância, aprendizagem em serviço, grupos formais de
tivo de uma atitude. Ela estabelece a base para a parte estudos, intercâmbios, estágios, seminários e congres-
sos, que contribuam para o desenvolvimento do ser-
mais crítica de uma atitude: o seu componente afetivo. O
vidor e que atendam aos interesses da administração
afeto é o segmento da atitude que se refere ao sentimen-
pública federal direta, autárquica e fundacional.
WRHjVHPRo}HVHVHWUDGX]QDDÀUPDomR´1mRJRVWRGH
João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sen-
Diretrizes
timento pode provocar resultados no comportamento. O
Art. 3o São diretrizes da Política Nacional de Desen-
componente comportamental de uma atitude se refere
volvimento de Pessoal:
à intenção de se comportar de determinada maneira em
I - incentivar e apoiar o servidor público em suas ini-
relação a alguém ou alguma coisa. Então, para continuar ciativas de capacitação voltadas para o desenvolvi-
no exemplo, posso decidir evitar a presença de João por mento das competências institucionais e individuais;
causa dos meus sentimentos em relação a ele. II - assegurar o acesso dos servidores a eventos de
Encarar a atitude como composta por três compo- capacitação interna ou externamente ao seu local de
nentes – cognição, afeto e comportamento – é algo mui- trabalho;
to útil para compreender sua complexidade e as relações III - promover a capacitação gerencial do servidor e
potenciais entre atitudes e comportamento. Ao contrário VXDTXDOLÀFDomRSDUDRH[HUFtFLRGHDWLYLGDGHVGHGL-
dos valores, as atitudes são menos estáveis. reção e assessoramento;
IV - incentivar e apoiar as iniciativas de capacitação
DECRETO Nº 5.707, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2006. promovidas pelas próprias instituições, mediante o
aproveitamento de habilidades e conhecimentos de
Institui a Política e as Diretrizes para o Desenvolvi- servidores de seu próprio quadro de pessoal;
mento de Pessoal da administração pública federal dire- V - estimular a participação do servidor em ações de
ta, autárquica e fundacional, e regulamenta dispositivos educação continuada, entendida como a oferta regu-
da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990. ODU GH FXUVRV SDUD R DSULPRUDPHQWR SURÀVVLRQDO DR
longo de sua vida funcional;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições VI - incentivar a inclusão das atividades de capacita-
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da ção como requisito para a promoção funcional do ser-
Constituição, e tendo em vista o disposto nos arts. 87 e vidor nas carreiras da administração pública federal
102, incisos IV e VII, da Lei no 8.112, de 11 de dezembro direta, autárquica e fundacional, e assegurar a ele a
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de 1990, participação nessas atividades;


VII - considerar o resultado das ações de capacitação
DECRETA: e a mensuração do desempenho do servidor comple-
mentares entre si;
Objeto e Âmbito de Aplicação 9,,,  RIHUHFHU RSRUWXQLGDGHV GH UHTXDOLÀFDomR DRV
Art. 1o Fica instituída a Política Nacional de Desenvol- servidores redistribuídos;
vimento de Pessoal, a ser implementada pelos órgãos IX - oferecer e garantir cursos introdutórios ou de for-
e entidades da administração pública federal direta, PDomR UHVSHLWDGDV DV QRUPDV HVSHFtÀFDV DSOLFiYHLV
DXWiUTXLFD H IXQGDFLRQDO FRP DV VHJXLQWHV ÀQDOLGD- a cada carreira ou cargo, aos servidores que ingres-
des: sarem no setor público, inclusive àqueles sem vínculo
efetivo com a administração pública;

60
X - avaliar permanentemente os resultados das ações I - avaliar os relatórios anuais dos órgãos e entidades,
de capacitação; YHULÀFDQGRVHIRUDPREVHUYDGDVDVGLUHWUL]HVGD3ROtWL-
XI - elaborar o plano anual de capacitação da insti- ca Nacional de Desenvolvimento de Pessoal;
WXLomR FRPSUHHQGHQGR DV GHÀQLo}HV GRV WHPDV H DV II - orientar os órgãos e entidades da administração
metodologias de capacitação a serem implementadas; pública federal direta, autárquica e fundacional na
XII - promover entre os servidores ampla divulgação GHÀQLomR VREUH D DORFDomR GH UHFXUVRV SDUD ÀQV GH
das oportunidades de capacitação; e capacitação de seus servidores;
XIII - priorizar, no caso de eventos externos de apren- III - promover a disseminação da Política Nacional de
dizagem, os cursos ofertados pelas escolas de governo, Desenvolvimento de Pessoal entre os dirigentes dos
favorecendo a articulação entre elas e visando à cons- órgãos e das entidades, os titulares das unidades de
trução de sistema de escolas de governo da União, a recursos humanos, os responsáveis pela capacitação,
ser coordenado pela Escola Nacional de Administra- os servidores públicos federais e suas entidades repre-
ção Pública - ENAP. sentativas; e
Parágrafo único. As instituições federais de ensino
IV - zelar pela observância do disposto neste Decreto.
poderão ofertar cursos de capacitação, previstos neste
Parágrafo único. No exercício de suas competências,
Decreto, mediante convênio com escolas de governo
o Comitê Gestor deverá observar as orientações e di-
ou desde que reconhecidas, para tanto, em ato con-
retrizes para implementação da Política Nacional de
junto dos Ministros de Estado do Planejamento, Orça-
'HVHQYROYLPHQWRGH3HVVRDOÀ[DGDVSHOD&kPDUDGH
mento e Gestão e da Educação.
Políticas de Gestão Pública, de que trata o Decreto
Escolas de Governo no 5.383, de 3 de março de 2005.
Art. 4o  3DUD RV ÀQV GHVWH 'HFUHWR VmR FRQVLGHUDGDV Art. 8o O Comitê Gestor da Política Nacional de De-
escolas de governo as instituições destinadas, precipu- senvolvimento de Pessoal será composto por represen-
amente, à formação e ao desenvolvimento de servido- tantes dos seguintes órgãos e entidade do Ministério
res públicos, incluídas na estrutura da administração do Planejamento, Orçamento e Gestão, designados
pública federal direta, autárquica e fundacional. pelo Ministro de Estado:
Parágrafo único. As escolas de governo contribuirão I - Secretaria de Recursos Humanos, que o coorde-
SDUDDLGHQWLÀFDomRGDVQHFHVVLGDGHVGHFDSDFLWDomR nará;
dos órgãos e das entidades, que deverão ser conside- II - Secretaria de Gestão; e
radas na programação de suas atividades. III - ENAP.
Instrumentos Parágrafo único. Compete à Secretaria de Recursos
Art. 5o São instrumentos da Política Nacional de De- Humanos do Ministério do Planejamento, Orçamento
senvolvimento de Pessoal: e Gestão:
I - plano anual de capacitação; I - desenvolver mecanismos de incentivo à atuação de
II - relatório de execução do plano anual de capaci- servidores dos órgãos e das entidades como facilita-
tação; e dores, instrutores e multiplicadores em ações de ca-
III - sistema de gestão por competência. pacitação; e
§ 1o Caberá à Secretaria de Gestão do Ministério do II - prestar apoio técnico e administrativo e os meios
Planejamento, Orçamento e Gestão desenvolver e im- necessários à execução dos trabalhos do Comitê Ges-
plementar o sistema de gestão por competência. tor.
§ 2o Compete ao Ministro de Estado do Planejamen-
to, Orçamento e Gestão disciplinar os instrumentos da Treinamento Regularmente Instituído
Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal. Art. 9o Considera-se treinamento regularmente insti-
Art. 6o Os órgãos e entidades da administração pú- tuído qualquer ação de capacitação contemplada no
blica federal direta, autárquica e fundacional deverão art. 2o, inciso III, deste Decreto.
incluir em seus planos de capacitação ações voltadas Parágrafo único. Somente serão autorizados os afas-
à habilitação de seus servidores para o exercício de tamentos para treinamento regularmente instituído
cargos de direção e assessoramento superiores, as quando o horário do evento de capacitação inviabi-
quais terão, na forma do art. 9o da Lei no 7.834, de lizar o cumprimento da jornada semanal de trabalho
6 de outubro de 1989, prioridade nos programas de do servidor, observados os seguintes prazos:
desenvolvimento de recursos humanos. I - até vinte e quatro meses, para mestrado;
Parágrafo único. Caberá à ENAP promover, elaborar e II - até quarenta e oito meses, para doutorado;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

H[HFXWDUDo}HVGHFDSDFLWDomRSDUDRVÀQVGRGLVSRVWR III - até doze meses, para pós-doutorado ou especia-


no caput, bem assim a coordenação e supervisão dos lização; e
programas de capacitação gerencial de pessoal civil IV - até seis meses, para estágio.
executados pelas demais escolas de governo da ad-
ministração pública federal direta, autárquica e fun- Licença para Capacitação
dacional. Art. 10. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o
servidor poderá solicitar ao dirigente máximo do ór-
Comitê Gestor gão ou da entidade onde se encontrar em exercício li-
Art. 7o Fica criado o Comitê Gestor da Política Nacio- cença remunerada, por até três meses, para participar
nal de Desenvolvimento de Pessoal, com as seguintes de ação de capacitação.
competências:

61
§ 1º  $ FRQFHVVmR GD OLFHQoD SDUD FDSDFLWDomR ÀFD
condicionada ao planejamento interno da unidade ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
organizacional, à oportunidade do afastamento e à E PATRIMÔNIO: IMPORTÂNCIA,
relevância do curso ou da atividade para a institui- ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE MATERIAIS,
ção. (Incluído pelo Decreto nº 9.149, de 2017) LOGÍSTICA DE ARMAZENAGEM,
§ 2o A licença para capacitação poderá ser parcelada, TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO.
não podendo a menor parcela ser inferior a trinta dias.
§ 3o O órgão ou a entidade poderá custear a inscrição
do servidor em ações de capacitação durante a licença
a que se refere o caput deste artigo. A Administração de Materiais consiste em ter os ma-
§ 4o A licença para capacitação poderá ser utiliza- teriais necessários na quantidade certa, no local certo e
da integralmente para a elaboração de dissertação no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem
de mestrado ou tese de doutorado, cujo objeto seja o processo produtivo da empresa” (CHIAVENATO, 2005,
compatível com o plano anual de capacitação da ins- p. 36 - 37).
tituição. A administração de materiais tem como foco atuar no
§ 5º A licença para capacitação poderá ser utilizada controle e planejamento de materiais e na relação entre
integral ou parcialmente para a realização de ativida- as necessidades de suprimentos de uma organização e
de voluntária em entidade que preste serviços dessa RVUHFXUVRVÀQDQFHLURVHRSHUDFLRQDLVGDPHVPDJHUDQ-
natureza tanto no País quanto no exterior, na forma do dessa forma condições cada vez mais favoráveis para
do regulamento do órgão ou entidade de exercício do seu desenvolvimento.
servidor” (Incluído pelo Decreto nº 9.149, de 2017) “A Administração de Materiais envolve a totalidade
GRVÁX[RVGHPDWHULDLVGDHPSUHVDGHVGHDSURJUDPD-
Reserva de Recursos ção de materiais, compras, recepção, armazenamento
Art. 11. Do total de recursos orçamentários aprovados no almoxarifado, movimentação de materiais, transporte
e destinados à capacitação, os órgãos e as entidades interno e armazenamento no depósito de produtos aca-
GHYHPUHVHUYDURSHUFHQWXDOÀ[DGRDFDGDELrQLRSHOR bados” (CHIAVENATO, 2005, p. 38).
Comitê Gestor para atendimento aos públicos-alvo e
DFRQWH~GRVSULRULWiULRVÀFDQGRRUHVWDQWHSDUDDWHQ- SUBSISTEMAS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATE-
GLPHQWRGDVQHFHVVLGDGHVHVSHFtÀFDV RIAIS

Disposição Transitória 1. Subsistemas típicos


Art. 12. Os órgãos e entidades deverão priorizar, nos
dois primeiros anos de vigência deste Decreto, a quali- Controle de Estoque: esse subsistema é responsável
ÀFDomRGDVXQLGDGHVGHUHFXUVRVKXPDQRVQRLQWXLWR pela gestão do estoque, logo cabe a ele o planejamento
de instrumentalizá-las para a execução das ações de e a programação de material por meio de análise, previ-
capacitação. são, controle e ressuprimento.
Aquisição / Compra de Material: esse subsistema é
Vigência responsável pela aquisição dos materiais, logo, suas prin-
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua cipais ações são a gestão, negociação e contratação de
publicação. compras de material. Tal subsistema deve assegurar que os
materiais adquiridos estejam na quantidade certa, na qua-
Revogação lidade requerida e a entrega seja realizada no prazo esta-
Art. 14. Fica revogado o Decreto no 2.794, de 1o de belecido. Além disso, deve preocupar-se com o preço dos
outubro de 1998. materiais adquiridos negociando-o com o fornecedor.
Inspeção de Recebimento: subsistema que tem por
Brasília, 23 de fevereiro de 2006; 185o da Independên- UHVSRQVDELOLGDGHUHDOL]DUDYHULÀFDomRItVLFDHGRFXPHQ-
cia e 118o da República. tal do recebimento de material, ou seja, deve inspecionar
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA se o material recebido está de acordo com as normas
Paulo Bernardo Silva e exigências solicitadas e estabelecidas quando da sua
Este texto não substitui o publicado no DOU aquisição.
de 24.2.2006 &ODVVLÀFDomRGH0DWHULDOFDEHDHVVHVLVWHPDLGHQWL-
ÀFDU HVSHFLÀFDU FODVVLÀFDUFRGLÀFDUFDGDVWUDUHFDWDOR-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

gar os materiais.
REFERÊNCIA Armazenagem/Almoxarifado: tem por objetivo en-
< https://www.sankhya.com.br/blog/gestao-de-con- carregar-se pela gestão física dos estoques. Dentre suas
ÁLWRVQDVRUJDQL]DFRHV! atividades estão: recepção de material, expedição de ma-
terial, guarda, preservação, embalagem.
Controle e Distribuição de Materiais: esse subsiste-
ma controla os materiais e sua distribuição aos diversos
VHWRUHVGDHPSUHVDRXVHMDDSyVFODVVLÀFDGRVRVPDWH-
riais devem seguir para as áreas que os solicitaram.

62
Movimentação de Material: controla e normaliza pela movimentação interna e seu transporte. Além do
as movimentações dos materiais: recebimento, forneci- controle qualitativo, exerce o controle quantitativo que
mento, devoluções, transferências entre outras ações de dentre suas ações estão: conferência, contagem, registro
movimentação dos materiais. e documentação.
Cadastro: cabe a esse subsistema o cadastramento
de fornecedores, pesquisa de mercado e compras.

6XEVLVWHPDV(VSHFtÀFRV EXERCÍCIO COMENTADO

Segundo Razzonili Filho (2012) os materiais podem 1. (JUCEPAR-PR – ADMINISTRADOR – SUPERIOR –


VHU FODVVLÀFDGRV QRV VHJXLQWHV VXEVLVWHPDV 1RUPDOL]D- FAU – 2016) As funções da Administração de Materiais
ção, Controle, Aquisição e Armazenamento. VmR(;&(72
Subsistema Normalização: tem como função selecio-
QDUSDGURQL]DUHHVSHFLÀFDURVPDWHULDLV&ODVVLÀFDHFRGL- a) Compras.
ÀFDRVPDWHULDLVJDUDQWLQGRDXQLIRUPLGDGHGRVPDWHULDLV b) Vendas.
que entram no processo produtivo para que o produto c) Transporte.
ÀQDODWHQGDjVHVSHFLÀFDo}HVGDSURGXomRHDTXDOLGDGH d) Armazenagem.
exigida. e) Manuseio.
“Entende-se por normalização a forma como são or-
JDQL]DGDV DV DWLYLGDGHV FRPR GHÀQHP DV QRUPDV H D Resposta: Letra B. A função de vendas compete a
utilização de regras; bem como a elaboração, publicação Área de Vendas, não sendo função de responsabilida-
e disseminação do uso das normas e regras, como o ob- de da Administração de Materiais. Segundo Chiavenato
MHWLYR GH VHOHFLRQDU DYDOLDU H FHUWLÀFDU RV IRUQHFHGRUHV (2005, p. 36-37) “A Administração de Materiais consiste
da organização” (RAZZOLINI FILHO, 2012, p. 32). em ter os materiais necessários na quantidade certa, no
As principais atividades do Subsistema Normalização: local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos
1RUPDOL]DomRHSDGURQL]DomRGHPDWHULDLV&ODVVLÀFDomR que compõem o processo produtivo da empresa”, logo,
de materiais. dentre suas funções podem ser consideradas compras
Subsistema Controle: responsável pela gestão e va- (aquisição), transporte (movimentação), armazenagem
loração dos estoques da organização, ou seja, determina e manuseio.
quando e como comprar, busca garantir que os materiais
estejam em quantidade necessária, no tempo preciso, com a
qualidade requerida e tenham sido adquiridos pelo melhor ESTOQUE
preço.
INTRODUÇÃO
#FicaDica
O estoque representa papel importante na operacio-
Valoração pode ser conceituado como a de- nalização da empresa, pois ao passo que deve ser bem
terminação de qualidade ou valor a algo. GHÀQLGRDFRUUHVSRQGHUjVQHFHVVLGDGHVGHSURGXomRGD
empresa, não pode ser um gerador de custos desnortea-
dos e de desperdícios.
Subsistema Aquisição: responsável pela realização
de compras dos materiais de acordo com as informações CONCEITO DE ESTOQUE
H HVSHFLÀFDo}HV DSRQWDGDV SHOR 6XEVLVWHPD &RQWUROH
(por meio de requisições), para que as compras realiza- 2(VWRTXHSRGHVHUGHÀQLGRFRPRDTXDQWLGDGHGH
das respondam às necessidades da organização, evitan- PDWHULDLVTXHpDUPD]HQDGDSDUDGHWHUPLQDGRÀP7DLV
do-se assim desperdícios por aquisição de materiais fora materiais podem ser matérias-primas, materiais em pro-
do padrão exigido ou em quantidades desnecessárias. cessamento, materiais semiacabados, materiais acaba-
O Subsistema aquisição “também é responsável pela dos, produtos acabados.
venda (alienação) dos materiais inutilizáveis ou inservíveis, e Esses materiais são estocados e em determinado mo-
mesmo do patrimônio da organização que esteja obsoleto mento serão requisitados para processamento. Ou seja,
ou já completamente depreciado” (RAZZOLINI FILHO, 2012, o estoque possui um sortimento de materiais que em al-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

p. 33 e 34). gum momento será utilizado seja no processo produtivo.


Também atua em sintonia com o Subsistema Norma- 6HJXQGR9LDQD S HVWRTXHSRGHVHUGHÀ-
lização na busca de fornecedores aprovados pela norma- nido como
OL]DomRHR6XEVLVWHPDGH$UPD]HQDPHQWRQDYHULÀFDomR
da estocagem dos materiais. Materiais, mercadorias ou produtos acumulados para
Subsistema Armazenamento: recepciona os mate- utilização posterior, de modo a permitir o atendimen-
riais, armazena e os distribuem para os departamentos. to regular das necessidades dos usuários para a con-
Além disso, inspeciona e controla a qualidade dos mate- tinuidade das atividades da empresa, sendo o estoque
riais, especialmente a qualidade da guarda e movimen- gerado, consequentemente, pela impossibilidade de
tação dos materiais, para que entrem nos processos pro- prever-se a demanda com exatidão.
dutivos com qualidade garantida. Também é responsável

63
FUNÇÕES DO ESTOQUE

As principais funções do estoque são: EXERCÍCIOS COMENTADOS


Garantir que a empresa seja abastecida com materiais
sempre que necessário, neutralizando ou minimizando 1. (COREN-SP – AGENTE DE ALMOXARIFADO – MÉ-
os efeitos gerados por problemas no fornecimento de DIO – VUNESP – 2013) Os estoques de matérias-primas
materiais, tais como demoras, atrasos, sazonalidade dos (MPs) são constituídos por:
VXSULPHQWRVHGHPDLVGLÀFXOGDGHV
Proporcionar economias de escala por meio da com- a) insumos e materiais básicos para a produção dos pro-
SUDRXSURGXomRGHORWHVHFRQ{PLFRVSHODÁH[LELOLGDGH dutos ou serviços da empresa.
GRSURFHVVRSURGXWLYRSHODUDSLGH]HHÀFLrQFLDQRDWHQ- b) produtos já prontos e acabados, cujo processamento
dimento às necessidades (CHIAVENATO, 2005, p. 68). foi completado inteiramente.
c) componentes já acabados e prontos para serem ane-
CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES xados ao produto.
d) materiais semiacabados, em estágio intermediário de
2VHVWRTXHVVmRFODVVLÀFDGRVHP acabamento.
Estoques de matérias-primas (MPs): São os insumos e e) materiais que estão em fase de processamento e pro-
materiais básicos necessários para o processo de produ- GXWRVMiÀQDOL]DGRVRXVHPLDFDEDGRV
ção. São os elementos iniciais e principais para a produ-
ção da empresa, seja de produtos ou serviços. Resposta: Letra A. Os estoques de matérias-primas
(MPs) são compostos por insumos e materiais básicos
para produção dos produtos ou serviços da empresa,
#FicaDica ou seja, são os elementos iniciais e primordiais neces-
sários para o processamento de produtos ou serviços.
Insumos são os elementos diretamente ne-
cessários para a produção de produtos ou 2. (DCTA – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLO-
serviços, como matéria-prima, equipamen- GIA AEROESPACIAL – ASSISTENTE EM C&T ASSISTEN-
tos e outros. TE 1 (ALMOXARIFADO) – MÉDIO – VUNESP – 2013)
Pode-se considerar estoque como a (o):
Ł(VWRTXHVGHPDWHULDLVHPSURFHVVDPHQWR RX a) capacidade produtiva total em relação à disponibilida-
em vias) de de matéria-prima no mercado.
b) conjunto de materiais que está disponível para ser re-
É composto por materiais que estão em fase de pro- quisitado e utilizado no processo produtivo.
cessamento nas diversas seções do processo produtivo, c) crescimento e evolução das variações decorrentes do
ou seja, são os materiais que estão em processo de pro- cálculo do giro de estoque e ponto de pedido.
dução ou em vias de serem processados. d) planejamento de utilização dos materiais de consumo
e produtos de acordo com o recebimento dos pedi-
Ł(VWRTXHVGHPDWHULDLVVHPLDFDEDGRV dos.
e) posicionamento da quantidade de materiais em trânsi-
São materiais parcialmente acabados, seu processo to e em produção vinculado a transações de compras.
produtivo está em estágio intermediário de acabamen-
to. Estão quase acabados, dessa forma encontram-se em Resposta: Letra B.2(VWRTXHSRGHVHUGHÀQLGRFRPR
estágio mais avançado do que os materiais em proces- a quantidade de materiais que é armazenada para ser
samento. utilizada no processo produtivo quando requisitado. De
acordo com Chiavenato (2005, p.67) “o estoque consti-
Ł(VWRTXHVGHPDWHULDLVDFDEDGRV RXFRPSRQHQ- tui todo o sortimento de materiais que a empresa pos-
tes) sui e utiliza no processo de produção de seus produtos/
serviços”.
Este estoque é composto por materiais ou componen-
tes acabados que serão anexados ao produto acabado.
PREVISÃO DE CONSUMO PARA OS ESTOQUES
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ł(VWRTXHVGHSURGXWRVDFDEDGRV 3$V
Dentre as técnicas de previsão de estoque, três se
E composto pelos produtos prontos (acabados), ou destacam:
VHMDRSURFHVVRSURGXWLYRIRLFRPSOHWDPHQWHÀQDOL]DGR Projeção: utiliza dados passados (mês ou meses an-
e o produto já está pronto para o fornecimento. teriores) para previsão de demanda futura (quantida-
de adequada a ser adquirida). Essa técnica é de caráter
quantitativo (referem-se a quantidades).
Explicação: assim como a projeção, essa técnica tam-
bém é de caráter quantitativo. A explicação relaciona ati-
vidades produtivas ou comerciais passadas com outras
variáveis.

64
Predileção: baseada na opinião de especialistas (fun- 4. Método da Média Móvel Ponderada
FLRQiULRV H[SHULHQWHV FRQKHFHGRUHV GH IDWRUHV LQÁXHQ-
tes em vendas e mercado) os quais estabelecem a evolu- Nesse método os valores por período recebem pesos,
ção das vendas futuras. para tanto, os valores de períodos mais recentes rece-
bem pesos maiores do que os de períodos mais antigos.
1. Evolução do consumo
Exemplo:
Modelo de evolução horizontal de consumo: também Cálculo da previsão de consumo para o mês de Junho
conhecido como consumo médio horizontal, nesse mo- pelo Método da Média Móvel Ponderada:
delo há evolução do consumo de maneira horizontal e
sua tendência é quase invariável ou constante.
Consumo Uni-
Modelo de evolução de consumo sujeito a tendência: Período Peso
dade
a possibilidade de consumo médio aumenta ou diminui
no decorrer do tempo e das situações do mercado. Fevereiro 120 1
Modelo de evolução sazonal de consumo: nesse mo- Março 150 2
delo há previsões de oscilações regulares (positivas ou
negativas) de consumo, ou seja, o consumo é sazonal. Abril 160 3
Maio 110 4
2. Método do consumo do último período
Média Móvel Ponderada:
Tal método visa a previsão de consumo do próximo pe- (120 x 1) + (150 x 2) + (160 x 3) + (110 x 4)
ríodo baseado no consumo ou demanda do período ante- 10
rior. Caso o consumo seja crescente de um período ao outro, Média Móvel Ponderada: 1340 = 134
é possível acrescentar uma certa quantidade a cada período. 10
Exemplo: Previsão de consumo para mês de Junho: 134 unida-
des.
Consumo do último pe- Previsão de Consumo
ríodo do próximo período #FicaDica
Mês de Fevereiro: Mês de Março:
Para o cálculo do Método da Média Móvel
150 unidades 150 unidades
Ponderada deve-se multiplicar os valores
pelo peso dado a cada um deles, após, so-
3. Método da Média Móvel
ma-se os resultados dos valores multiplica-
Nesse método a previsão de consumo para o próxi- dos e dividindo pela soma dos pesos.
mo período baseia-se nas médias de consumo dos pe-
ríodos anteriores. 5. Método da Média com Ponderação Exponen-
Exemplo: Cálculo da previsão de consumo para o mês cial
de junho pelo Método da Média Móvel:
Esse método é semelhante ao Método de Média Móvel
Ponderada, porém há um acréscimo de parcela do erro an-
Período Consumo Unidade
terior de previsão. Nesse método consideram-se algumas
Fevereiro 120 variáveis como tendência e sazonalidade ocorridas no tem-
Março 150 po.

Abril 160
Maio 110 EXERCÍCIOS COMENTADOS
Média Móvel: 120 + 150 + 160 + 110
4 3. (TSE – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA
Média Móvel: 540 = 135 – SUPERIOR – CESPE – 2007) Considere o seguinte con-
4 sumo de determinado material.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Previsão de consumo para mês de Junho: 135 unidades.


60 unidades em março
70 unidades em abril
#FicaDica 85 unidades em maio
88 unidades em junho
Para o cálculo do Método da Média Móvel
94 unidades em julho
utiliza-se a fórmula para cálculo de Média 98 unidades em agosto
Simples, que se baseia na soma das unida- 98 unidades em setembro
des dividida pela soma da quantidade de 102 unidades em outubro
períodos. 105 unidades em novembro
111 unidades em dezembro

65
Com base nos dados acima e considerando que os estu- Os custos podem ser agrupados em modalidades
dos acerca de estoques dependem da previsão do con- como: Custo com pessoal: salários dos recursos huma-
sumo de material, assinale a opção incorreta. nos, encargos sociais. Custo de capital: juros e deprecia-
omR&XVWRFRPHGLÀFDomRDOXJXHOiJXDOX]LPSRVWRV
a) Com base no método da média com ponderação exponen- Custo de manutenção: obsolescência, deterioração, con-
cial, apenas o consumo do mês de dezembro será utilizado servação de equipamentos.
na fórmula de cálculo da previsão do consumo para o mês
de janeiro. 1. Custos de Armazenagem
E 3DUDUHGX]LUDLQÁXrQFLDGREDL[RFRQVXPRQRVPHVHV
de março e abril na previsão de consumo para janeiro, Os Custos de Armazenagem se referem aos custos
é correto utilizar o método da média móvel ponderada, gerados pelo acondicionamento e movimentação dos
caracterizado pela aplicação de pesos maiores aos da- materiais, tais como mão de obra, aluguel do armazém,
dos de consumo mais novos e pesos menores aos dados salários do pessoal do armazém, quantidade de material,
mais antigos. tempo de permanência do material, seguros, deprecia-
c) Com base no método da média móvel para 3 períodos, a ção de máquinas e equipamentos entre outros.
previsão de consumo para janeiro é superior a 111 unida- Os custos podem ser variáveis, como quantidade de
des por causa da tendência crescente de consumo. PDWHULDOHWHPSRGHSHUPDQrQFLD2XÀ[RVFRPRDOXJXHO
d) Com base no método do último período, a previsão de do armazém, salários do pessoal do armazém, seguros
consumo para janeiro é de 111 unidades. entre outros.
Cálculo do Custo de Armazenagem
Resposta: Letra C. Com base no método da média CA = Q/2 · T · P · I
móvel para 3 períodos, a previsão de consumo para Onde:
janeiro será de 106 unidades, conforme cálculo: Q: Quantidade de material em estoque no período
Média Móvel: 102 + 105 + 111 = 318 = 106 considerado
3 3 T: Tempo de armazenamento
P: Preço unitário do material
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou I: Taxa de armazenamento expressa em porcentagem
Errado. do preço unitário
Para cálculo da fórmula do Custo de Armazenagem
4. (TJ-DF – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINIS- &$ pSUHFLVRXWLOL]DUPDLVXPDIyUPXODDÀPGHFDOFXODU
TRATIVA – MÉDIO – CESPE – 2008) Considere o consu- a Taxa de Armazenamento (I).
mo de determinado material apresentado a seguir. A Taxa de Armazenamento é expressa pela soma das
Taxas de armazenamento físico, Taxa de retorno do ca-
pital empatado em estoque, Taxa de seguro do material
mês unidades estocado, Taxa de transporte, manuseio e distribuição do
janeiro 250 material, Taxa de obsolescência do material, Outras taxas,
FRPRPmRGHREUDiJXDOX]HWF$VTXDLVVHUmRFODVVLÀ-
fevereiro 280
cadas em Ta, Tb, Tc, Td, Te e Tf.
março 320 Ta: Taxa de armazenamento físico
abril 290 Ta= 100 · A · Ca
C·P
maio 300 Onde:
junho 310 A: Área ocupada pelo estoque
Ca: Custo anual do metro quadrado de armazena-
Nessa situação, a previsão de consumo para julho será mento
superior a 310 unidades, se for empregado o método do C: Consumo anual do material
último período para previsão do consumo. P: Preço unitário do material

Resposta: Errado. O método do último período visa Tb: Taxa de retorno do capital empatado em estoque
a previsão de consumo do próximo período baseado Tb = lucro
no consumo ou demanda do período anterior. Logo, a Q·P
previsão de consumo para julho será de 310 unidades. Onde:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Q · P = Valor dos produtos estocados


Tc: Taxa de seguro do material estocado
CUSTOS DOS ESTOQUES Tc = 100 · Custo anual do seguro
Q·P
Custos de estoques ou custos de estocagem referem- Td: Taxa de transporte, manuseio e distribuição do
-se aos custos que todo material gera ao ser estocado. material
Duas variáveis impactam no custo de estoque, que Td = 100 · Depreciação anual do equipamento
são a quantidade de material em estoque e o tempo de Q·P
permanência desse material em estoque. Ou seja, quanto Te: Taxa de obsolescência do material
PDLRUDTXDQWLGDGHHRWHPSRTXHRPDWHULDOÀFDUiHP Te = 100 · Perdas anuais por obsolescência
estoque, maior será o custo de estoque. Q·P

66
Tf: Outras taxas, como mão-de-obra, água, luz etc. Resposta: Letra E. Os custos podem ser agrupados em
Tf = 100 · Despesas anuais modalidades como: Custo com pessoal: salários dos re-
Q·P cursos humanos, encargos sociais. Custo de capital: ju-
Logo, a Taxa de Armazenamento (I) será a soma de URVHGHSUHFLDomR&XVWRFRPHGLÀFDomRDOXJXHOiJXD
todas essas taxas: luz, impostos. Custo de manutenção: obsolescência,
I = Ta + Tb + Tc + Td + Te + Tf deterioração, conservação de equipamentos.

2. Custo de Pedido (CP) Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou


Errado.
Segundo Chiavenato, 2005, p. 95, “o Custo do Pedido
(CP) é o valor em moeda corrente dos custos incorridos 6. (ANS – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CES-
no processamento de cada pedido de compra”. Ou seja, PE – 2005) Os custos de armazenagem aumentam em
o custo do pedido se refere ao valor que a empresa gas- função da quantidade em estoque e do tempo de per-
tou para realizar o pedido do material para o fornecedor. manência em estoque, mas não chegam a zero se o es-
Fórmula para cálculo do Custo de Pedido: toque for zero.
CP = CAP
N Resposta: Certo. Duas variáveis impactam no custo
Onde: de estoque, que são a quantidade de material em
CAP: Custo anual dos pedidos estoque e o tempo de permanência desse material
N: Número de pedidos no ano em estoque. Ou seja, quanto maior a quantidade e o
WHPSR TXH R PDWHULDO ÀFDUi HP HVWRTXH PDLRU VHUi
o custo de estoque. Mesmo tendo um estoque zero
#FicaDica de materiais, ainda há custos de estoque, visto que há
variáveis que ainda geram gastos, como aluguel do ar-
O Custo de Estoque (CE) refere-se a soma
mazém, depreciação de equipamentos, entre outros.
dos Custos de Armazenagem e o Custo do
Pedido.
CE = CA + CP NÍVEIS DE ESTOQUE

1. Curva dente de serra


3. Custo de falta de estoque
$&XUYD'HQWHGH6HUUDpGHPRQVWUDGDJUDÀFDPHQWH
Esses custos ocorrem quando a demanda deixa de ser por linhas que formam uma imagem parecida com um
atendida por haver itens em falta no estoque da empresa. serrote, por isso o nome Dente de Serra.
3RGHP VHU FODVVLÀFDGRV HP &XVWRV GH 9HQGDV 3HUGLGDV (ODDSUHVHQWDDVÁXWXDo}HVGHHVWRTXHV JHRPHWULFD-
ou seja, houve perda da venda por indisponibilidade do mente apresenta o comportamento dos estoques ao lon-
produto; Custo de Atraso: gastos gerados pelo atraso da JRGRWHPSR SRUPHLRGDLGHQWLÀFDomRGRWHPSRGHUH-
entrega do produto ao cliente.Os custos de falta de esto- posição e nível de ressuprimento. Dessa forma, a empresa
ques não podem ser calculados, visto que o resultado qua- poderá tomar decisões necessárias para o conhecimento e
litativo se sobressai ao quantitativo, ou seja, a insatisfação controle das atividades de reposição dos estoques.
do cliente gera impacto qualitativo à empresa (o que não Por exemplo, com a utilização da Curva Dente de
VHSRGHTXDQWLÀFDU HODQmRVySHUGHXDTXHODYHQGDPDV 6HUUD D HPSUHVD FRQVHJXLUi YLVXDOL]DU JUDÀFDPHQWH D
pode perder vendas futuras não só a esse cliente, mas a movimentação (entrada e saída) de um material do es-
outros os quais ele poderá efetuar propagandas negativas, toque, visualizando melhor os pontos de estoque míni-
ou seja, esse custo vai além da receita que a empresa dei- mo e estoque máximo.
xou de realizar ao não vender o produto ao cliente. O eixo x (horizontal) representa o tempo decorrido,
enquanto o eixo y (vertical) representa a quantidade do
material em estoque.
EXERCÍCIOS COMENTADOS

5. (SEE-RJ – PROFESSOR DOCENTE – ADMINISTRA-


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ÇÃO – SUPERIOR – CEPE-RJ – 2007) Todo e qualquer


armazenamento de material gera determinados custos,
que podem ser agrupados em custos de capital, com
SHVVRDOFRPHGLÀFDomRHGHPDQXWHQomR8PH[HPSOR
de custo de capital é:

a) impostos
b) deterioração
c) aluguel
d) salário
Disponível em: <http://universidadeestoque.com.br/blog/index.
e) depreciação
SKSJUDÀFRGHQWHGHVHUUD!

67
2. Tempo de Reposição ou de Ressuprimento Emáx = Em + Lote Econômico de Compra
Onde:
O Tempo de Reposição ou de Ressuprimento (Tr) refe- Em: Estoque Mínimo
re-se ao tempo gasto para reposição do estoque, desde
D YHULÀFDomR GDV QHFHVVLGDGHV SDUD UHSRVLomR GR HVWR- 6. Ruptura de estoque
que até a chegada dos materiais no almoxarifado.
• Três partes do Tempo de Reposição ou de Ressu- Ponto em que o estoque encontra-se em nível zero,
primento: ou seja, o estoque torna-se nulo, entretanto ainda existe
• Emissão do pedido: emissão do pedido do departa- demanda do material. A demanda existe, porém a em-
mento de compras ao fornecedor. presa não pode atender visto que o estoque está nulo.
• Preparação do pedido: tempo em que o fornecedor
recebeu o pedido de compra, preparação dos pro- 7. Giro de estoque
dutos do pedido pelo fornecedor até o momento
em que estão prontos para o transporte à empresa 2*LURGHHVWRTXHGHÀQHDURWDWLYLGDGHGHHVWRTXH
compradora. em determinado período de tempo.
Cálculo do Giro de Estoque:
Transporte: saída dos produtos do fornecedor até o Giro de Estoque = Consumo Médio Anual
recebimento dos mesmos pela empresa compradora. Estoque Médio
De acordo com Viana (2006, p. 156) o tempo de res-
suprimento é composto por tempos internos da empre-
sa, como também por externo: #FicaDica
a) TPC - Tempo de Preparação da Compra
b) TAF - Tempo de Atendimento do Fornecedor O índice do Giro de Estoque demonstra a
c) IT - Tempo de Transporte saída das mercadorias da empresa, ou seja,
d) TRR - Tempo de Recebimento e Regularização as vendas. Logo, quanto maior o índice de
Onde: TR = TPC + TAF + TT + TRR Giro de Estoque, melhores resultados da
empresa.
3. Ponto de Pedido

O Ponto de Pedido (PP) indica o ponto (ou nível de


estoque) em que há necessidade de reposição (ressupri- EXERCÍCIOS COMENTADOS
mento) do estoque.
Cálculo do Ponto de Pedido:
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou Er-
PP = Em + (C × Tr)
rado.
Onde:
PP: Ponto de Pedido
7. (ANCINE – ANALISTA ADMINISTRATIVO – SUPERIOR
Tr: Tempo de Reposição
– CESPE – 2006) O conceito de estoque máximo diz res-
C: Consumo Médio Mensal
peito ao número máximo de unidades de um determinado
Em: Estoque Mínimo
LWHPGHHVWRTXHHpGHÀQLGRGDVHJXLQWHIRUPDHVWRTXH
máximo = estoque mínimo - lote de compra.
#FicaDica
Ponto de Pedido também conhecido como ( ) CERTO ( ) ERRADO
Ponto de Reposição (PR) ou Ponto de Enco-
Resposta: Errado.2(VWRTXH0i[LPRGHÀQHDTXDQWL-
menda (PE).
dade máxima de estoque permitida para determinado
material. É determinado pela soma do estoque míni-
4. Intervalo de Ressuprimento mo com o lote de compra (e não a subtração).

O Intervalo de Ressuprimento (IR) determina o tempo 8. (TRE-PB – ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI-


existente entre uma reposição e outra, entre dois pontos VA – SUPERIOR – FCC – 2007) Um material é consumido
de pedido, ou seja, o tempo equivalente entre dois res- a uma razão de 3.000 unidades por mês, e seu tempo de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

suprimentos consecutivos. reposição é de dois meses. O ponto de pedido, uma vez


que o estoque mínimo deve ser de um mês de consumo
5. Estoque Máximo é igual a:

2 (VWRTXH 0i[LPR GHÀQH D TXDQWLGDGH Pi[LPD GH a) 3.000 unidades.


estoque permitida para determinado material, ou seja, b) 6.000 unidades.
é a quantidade máxima do material a ser mantida em c) 9.000 unidades.
estoque. d) 12.000 unidades.
2FiOFXORGRHVWRTXHPi[LPRpGHÀQLGRSHODVRPD e) 15.000 unidades.
do Estoque mínimo com o Lote Econômico de Compra
(quantidade ideal a ser comprada).

68
Resposta: Letra C. O cálculo do Ponto de Pedido é determinado pela seguinte fórmula.
PP = Em + (C · Tr). Onde: PP: Ponto de Pedido, Tr: Tempo de Reposição, C: Consumo Médio Mensal, Em: Estoque
Mínimo.
De acordo com a questão, o Tr equivale a 2 meses, C equivale a 3.000 unidades, assim como o Estoque Mínimo
equivale a 3.000 (um mês de consumo). Portanto:
PP = Em + (C · Tr)
PP = 3.000 + (3.000 · 2) = 3.000 + 6.000 = 9.000 unidades

CLASSIFICAÇÃO ABC

'HDFRUGRFRP&+,$9(1$72 S ´D&ODVVLÀFDomR$%&EDVHLDVHQRSULQFtSLRGHTXHDPDLRUSDUWHGRLQYHVWLPHQWRHP


materiais está concentrada em um pequeno número de itens”.
2XVHMDD&ODVVLÀFDomR$%&RUGHQDRVLWHQVFRQVXPLGRVFRQIRUPHXPYDORUÀQDQFHLUR2VLWHQVTXDQGRRUGHQDGRV
são divididos em três classes A, B e C:
&ODVVH$SRXFRVLWHQVSRUpPFRPSHVRQRLQYHVWLPHQWRHPHVWRTXHEHPHOHYDGR$WpRXGRVLWHQVHP
HVWRTXHFRPYDORUGHDSUR[LPDGDPHQWH3RXFRVLWHQVSRUpPGHHOHYDGDLPSRUWkQFLD
&ODVVH%TXDQWLGDGHPpGLDGHLWHQV D TXHSRVVXLYDORUGHFRQVXPRGHDSUR[LPDGDPHQWH,WHQVGH
importância relativa.
&ODVVH&JUDQGHTXDQWLGDGHGHLWHQV D FRPYDORUGHFRQVXPRDFXPXODGREDL[R D GRVHVWR-
ques. A classe C compõe os itens mais numerosos, porém menos importantes.

#FicaDica
$V SRUFHQWDJHQV GH FODVVLÀFDomR QmR VmR À[DV VHQGR YDORUHV GH SRUFHQWDJHQV DSUR[LPDGRV SRGHQGR
variar para mais ou para menos.

&RPDFODVVLÀFDomR$%&DDWHQomRGDGDDFDGDLWHPpUHODWLYDDLPSRUWkQFLDGRPHVPR$RVLWHQVGD&ODVVH$Ki
uma maior concentração de atenção, embora sejam poucos itens, são os de maiores valores monetários. Aos itens da
classe B a atenção é menor, e aos itens da classe C a atenção aos itens é ainda mais reduzida, muitas vezes tratados por
processos mais automáticos ou semiautomáticos que não exigem muitos esforços e tempo de decisão.

7DEHODFRPDFXPXODomRGRVHVWRTXHVSDUDFRPSRVLomRGDFODVVLÀFDomR$%&

Código do Valor do estoque Porcentagem Valor do estoque Porcentagem


&ODVVLÀFDomR
item do item do item acumulado acumulada (%)
1 012 360.000 36,0 360.000 36,0
2 025 280.000 28,0 640.000 64,0
3 011 100.000 10,0 740.000 74,0
4 015 70.000 7,0 810.000 81,0
5 009 55.000 5,5 865.000 86,5
6 014 28.000 2,8 893.000 89,3
7 016 22.000 2,2 915.000 91,5
8 005 20.000 2,0 935.000 93,5
9 017 15.000 1,5 950.000 95,0
10 018 10.000 1,0 960.000 96,0
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Demais itens 40.000 4,0 1.000.000 100,0


CHIAVENATO, 2005. p. 80.
Por meio dessa tabela é possível realizar a divisão dos itens nas classes A, B e C.
3HUFHEHVHTXHRVLWHQVDUHSUHVHQWDPDFXPXODGDPHQWHGRYDORUPRQHWiULRGRHVWRTXHORJRSHUWHQFHPD&ODVVH$
2VLWHQVGHDUHSUHVHQWDPDFXPXODGDPHQWHGRYDORUPRQHWiULRGRHVWRTXHORJRSHUWHQFHPD&ODVVH%
-iRVGHPDLVLWHQVUHSUHVHQWDPGRYDORUPRQHWiULRGRHVWRTXHHSHUWHQFHPD&ODVVH&
$&ODVVLÀFDomR$%&SRGHVHUWUDQVIRUPDGDQDFXUYD$%&RX&XUYDGH3DUHWR

69
Fórmula para o cálculo do LEC:

Onde:
C: Consumo ou demanda
CP: Custo do Pedido
CA: Custo da armazenagem unitário ou custo de ma-
nutenção unitário

EXERCÍCIOS COMENTADOS

Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou


EXERCÍCIOS COMENTADOS Errado.

Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou 11. (ANP – ANALISTA ADMINISTRATIVO – SUPERIOR
Errado. – CESPE – 2013) No modelo de lote econômico, a quan-
tidade ótima de estoques que deve compor cada pedido
9. (SERPRO – TÉCNICO – SUPORTE ADMINISTRATIVO de compra é aquela em que os valores dos custos dos
– MÉDIO – CESPE – 2013)2JHUHQWHTXHDGRWDDFODVVLÀ- pedidos são iguais aos dos custos de manutenção dos
cação ABC para controle do seu estoque possui uma pe- estoques.
quena quantidade de produtos na denominada classe C.
( ) CERTO ( ) ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO
Resposta: Certo. O modelo de lote econômico busca
Resposta: Errada.'HDFRUGRFRPDFODVVLÀFDomR$%& o equilíbrio entre o custo de manutenção de estoque
a classe C é composta por grande quantidade de pro- e o curso de aquisição do pedido, logo, quando há
dutos com valor de consumo acumulado baixo. XPDLJXDOGDGHHQWUHHVVHVGRLVLWHQVSRGHVHGHÀQLU
que houve uma quantidade ótima de estoques.
Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou
Errado. 12. (BNDES – PROFISSIONAL BÁSICO – FORMAÇÃO
EM ENGENHARIA – SUPERIOR – CESGRANRIO – 2013)
10. (TJ-AJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – MÉDIO – CESPE Uma empresa utiliza o Lote Econômico de Compra (LEC)
– 2012)$RVHFODVVLÀFDUXPDOPR[DULIDGRFRPEDVHQD para repor o estoque de uma das suas peças cuja deman-
FODVVLÀFDomR $%& RV LWHQV PDLV YROXPRVRV H TXH DJUH- da anual é de 90.000 unidades. Se o custo de colocação
gam pouco resultado para a organização devem ser in- GHXPSHGLGRpGH5HRFXVWRGHPDQXWHQomR
cluídos na(s) classe(s): GHHVWRTXHVpGH5SRUSHoDSRUDQRTXDOpR/(&
XWLOL]DGR"
a) A e C.
b) B e C. a) 30
c) A. b) 60
d) B. c) 4.243
e) C. d) 6.000
e) 12.000
Resposta: Letra E.'HDFRUGRFRPDFODVVLÀFDomR$%&
a classe C é composta por grande quantidade de pro- Resposta: Letra D. Para cálculo do Lote Econômico de
dutos (itens mais volumosos) com valor de consumo Compra (LEC) utiliza-se a seguinte fórmula
acumulado baixo (agregam pouco resultado para a
organização).
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Onde: C: Consumo ou demanda, CP: Custo do Pedido,


LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS CA: Custo da armazenagem unitário ou custo de ma-
nutenção unitário.
O Lote Econômico de Compra (LEC) baseia-se na de- Logo, em resposta a questão, aplica-se a fórmula:
ÀQLomRGHUHDEDVWHFLPHQWRGRHVWRTXHSHORPHQRUFXVWR
possível, ou seja, decide a quantidade de itens a ser re-
posta (comprada) pelo menor custo possível em busca
de um equilíbrio econômico entre custo de manutenção
de estoque e o custo de aquisição do pedido.

70
JUST IN TIME

O Just in Time (JIT), método surgido no Japão, visa a produção dos itens exatamente no momento em que são ne-
cessários, dessa forma, busca a redução de desperdícios por meio da redução de estoques, minimização de defeitos
e retrabalho. O Justi in Time visa à produção na quantidade necessária, no momento certo para atender a demanda
com mínimo de estoque ou estoque zero, seja estoque em produtos acabados, estoque de produtos semiacabados ou
estoque de matéria-prima. Está pautado na melhoria contínua da produtividade.
O Just in Time é conhecido como o sistema que “puxa” a produção, visto que a produção só acontece conforme a
necessidade sinalizada pelo comprador. Ao contrário dos sistemas tradicionais que “empurram” a produção, ou seja,
produzem mesmo que não haja a demanda, depois da produção, “empurram” o produto para a possível demanda.

1. Kanban

.DQEDQpFRQVLGHUDGDXPDGDVWpFQLFDVGR-XVWLQ7LPH$SDODYUDMDSRQHVD.DQEDQVLJQLÀFDFDUWmRRXVLQDO(VVDWpFQLFD
controla a retirada dos materiais e a transferência para outro estágio da operação. Além disso, serve para informar a quanti-
dade a ser produzida no processo em que se encontra.
6ODFNHWDO S GHÀQHDOJXQVWLSRVGH.DQEDQ
“Kanban de transporte: usado para avisar o estágio anterior que o material pode ser retirado do estoque e transferi-
GRSDUDXPDGHVWLQDomRHVSHFtÀFD>@.DQEDQGHSURGXomRVLQDOSDUDXPSURFHVVRSURGXWLYRGHTXHHOHSRGHFRPHoDU
DSURGX]LUXPLWHPSDUDTXHVHMDFRORFDGRHPHVWRTXH>@.DQEDQGRIRUQHFHGRUXVDGRSDUDDYLVDUDRIRUQHFHGRUTXH
é necessário enviar material ou componentes para um estágio da produção.”

EXERCÍCIOS COMENTADOS

Instruções: Julgue a questão a seguir como Certo ou Errado.

13. (EBSERH – ANALISTA ADMINISTRATIVO – ESPECIALIDADE GESTÃO HOSPITALAR – SUPERIOR – CESPE –


2018) Na administração dos estoques just in time, se mantém um estoque de segurança para que, na necessidade do
produto, o material já esteja disponível.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: Errado. O Just in time visa à produção na quantidade necessária, no momento certo para atender a de-
manda com mínimo de estoque ou estoque zero. Portanto, não prevê estoque de segurança.

14. (IF-RS – PROFESSOR – GESTÃO, PRODUÇÃO E LOGÍSTICA – SUPERIOR – 2010) O _________ é usado para avisar o
HVWiJLRDQWHULRUTXHRPDWHULDOSRGHVHUUHWLUDGRGRHVWRTXHHWUDQVIHULGRSDUDXPDGHVWLQDomRHVSHFtÀFD$DOWHUQDWLYDTXH
completa corretamente o sentido desse conceito é:

a) Kanban;
b) Kanban de produção;
c) Kanban do fornecedor;
d) Kanban do cliente interno;
e) Kanban de transporte.

Resposta: Letra E. Segundo Slack et. al (2006, p. 368) Kanban de transporte é usado para avisar o estágio anterior
TXHRPDWHULDOSRGHVHUUHWLUDGRGRHVWRTXHHWUDQVIHULGRSDUDXPDGHVWLQDomRHVSHFtÀFD
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES

´$$YDOLDomRGRVHVWRTXHVpROHYDQWDPHQWRGRYDORUÀQDQFHLURGRVPDWHULDLVGHVGHDVPDWpULDVSULPDVLQLFLDLV
os materiais em processamento, semi-acabados ou acabados, até os produtos acabados – tomando por base o preço
de curso ou o preço de mercado” (CHIAVENATO, 2005, p. 88). A avaliação de estoque é composta por alguns métodos:
Avaliação do Custo Médio, Avaliação pelo Método PEPS (FIFO), Avaliação pelo Método UEPS (LIFO) e Avaliação pelo
Custo de Reposição.

71
1. Custo Médio

Nesse método os custos médios são aplicados no lugar dos custos efetivos. Ou seja, os materiais ao saírem do esto-
que são calculados pelo custo médio de sua aquisição. Esse método visa ao longo prazo, aproximar pelo custo médio
aos custos reais dos materiais comprados. Esse é considerado o método mais utilizado.

Quadro: Cálculo pelo Custo Médio

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Data NF Qtide. Preço 7RWDO Qtde. Preço 7RWDO Qtde. Preço 7RWDO
unit. unit. unit.
02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00
06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 4,50 225,00 250 4,30 1075,00
23/04 50 4,50 225,00 200 4,25 850,00
03/05 325 50 4,00 200,00 250 4,20 1050,00

2. Método PEPS (FIFO)

3(36 3ULPHLURTXH(QWUD3ULPHLURTXH6DL RX),)2 )LUVW,Q)LUVW2XW HVVHPpWRGRGHÀQHTXHDVSULPHLUDVXQLGD-


des compradas e estocadas serão as primeiras unidades a serem utilizadas no processo produtivo ou a serem vendidas.
Ou seja, as unidades que foram adquiridas primeiro e estão a mais tempo no estoque serão as primeiras a saírem.
Dessa forma, existe maior probabilidade do valor do estoque estar sempre atualizado ao valor do mercado, visto que
ele será composto pelas últimas unidades que entram, uma vez que as unidades que estão a mais tempo no estoque sairão
primeiro.

Quadro: Cálculo pelo Método PEPS

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Preço Preço Preço
Data NF Qtide. 7RWDO Qtde. 7RWDO Qtde. 7RWDO
unit. unit. unit.

02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00


06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00
15/04 50 5,00 250,00 250 4,20 1050,00
23/04 50 5,00 250,00 200 4,00 800,00
03/05 150 4,00 600,00 50 4,00 200,00

3. Método UEPS (LIFO)

UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) ou LIFO (Last In - First Out) determina que as unidades armazenadas mais
recentemente no estoque (ou seja, as unidades que entraram por último) são as primeiras unidades a serem destinadas
à produção e/ou à venda.
3RUPHLRGHVVHPpWRGRHQWHQGHVHTXHRVFXVWRVGRVLWHQVTXHVDtUDPSULPHLURUHÁHWHPRVFXVWRVGRVLWHQVUH-
centemente comprados ou produzidos.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quadro: Cálculo pelo Método UEPS

2017 Entradas Saídas Saldo em estoque


Data NF Qtide. Preço 7RWDO Qtde. Preço 7RWDO Qtde. Preço 7RWDO
unit. unit. unit.
02/04 233 100 5,00 500,00 100 5,00 500,00
06/04 278 200 4,00 800,00 300 4,33 1300,00

72
15/04 50 4,00 200,00 250 4,40 1100,00
23/04 50 4,00 200,00 200 4,50 900,00
03/05 100 4,00 400,00 100 5,00 500,00
12/05 50 5,00 250,00 50 5,00 250,00

4. Custo de Reposição

'HDFRUGRFRP&+,$9(1$72 S ´pRFXVWRGHUHSRVLomRGHHVWRTXHTXHDMXVWDDDYDOLDomRÀQDQFHLUDGRV


estoques. Assim o valor dos estoques é sempre atualizado em função dos preços de mercado”.
*HUDOPHQWHpXWLOL]DGRRVHJXLQWHFiOFXORSDUDGHÀQLomRGR&XVWRGH5HSRVLomR
CR = PU + ACR
Onde:
CR: Custo de Reposição
PU: Preço Unitário do material
$&5$FUpVFLPRGR&XVWRGH5HSRVLomRHPSRUFHQWDJHP 

EXERCÍCIOS COMENTADOS

15. (GÁS BRASILIANO – CONTADOR JUNIOR – SUPERIOR – IESES – 2017) Com base no controle de estoques de um
GHWHUPLQDGRSURGXWRSHOR3(36WHPRV(VWRTXH,QLFLDOHP;FRPSRVWRSRUXQLGDGHVDGTXLULGDVQRYDORUGH
5FDGD1RGLD;FRPSUDGHXQLGDGHVQRYDORUGH5FDGD1RGLD;YHQGDGH
XQLGDGHVSRU5FDGD1RGLD;YHQGDGHXQLGDGHVSRU5FDGD4XDORVDOGRWRWDOHP
5QRHVWRTXH"

D 5
E 5
F 5
G 5

Resposta: Letra B. Pelo método PEPS, os primeiros produtos a entrarem no estoque serão os primeiros produtos a
VDtUHP/RJRGHDFRUGRFRPDTXHVWmRDSUHVHQWDGDVDtUDPSURGXWRVDRFXVWRGH5HSURGXWRVDR
FXVWRGHWRWDOL]DQGRDVDtGDGH52HVWRTXHFRQWLQKD5HPSHoDV 5GR
HVWRTXHLQLFLDO5DGTXLULGDVQRGLD; 3RUWDQWRUHVWDUDP5HPFXVWRGHSHoDVHP
HVWRTXH 5²5 FRQIRUPHGHPRQVWUDGRQRTXDGURDEDL[R

Entradas Saídas Saldo em estoque


Data Qtde. Preço 7RWDO Qtde. Preço 7RWDO Qtde. Preço 7RWDO
unit. unit. unit.
01/03/ 40 2.000 80.000
;
06/03/ 20 3.000 60.000 60 2.333 140.000
;
10/03/ 20 2.000 40.000 40 2.500 100.000
;
20/03/ 20 2.000 40.000 20 3.000 60.000
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

;
10 3.000 30.000 10 3.000 30.000

16. (CFR-PI – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – MÉDIO – CRESCER – 2016) Com relação à gestão de um estoque, qual
FULWpULRXWLOL]DGRGiGHVWDTXHjRUGHPFURQROyJLFDGDVHQWUDGDVGRVSURGXWRVQRHVWRTXH"

a) UEPS.
b) LIFO.
c) PEPS.
d) MPM.

73
Resposta. Letra C. PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro 2. Atributos para clDVVLÀFDomRGHPDWHULDLV
que Sai) ou FIFO (First In - First Out), esse método de-
ÀQHTXHDVSULPHLUDVXQLGDGHVFRPSUDGDVHHVWRFDGDV • Abrangência: D FODVVLÀFDomR GHYH DEUDQJHU XP
serão as primeiras unidades a serem utilizadas no pro- número elevado de características do material;
cesso produtivo ou a serem vendidas. Ou seja, utiliza • Flexibilidade: permite interfaces entre os diversos
como critério a ordem cronológica das entradas dos WLSRVGHFODVVLÀFDomRGHIRUPDDREWHUYLVmRDPSOD
produtos no estoque. do gerenciamento de estoques.
• Praticidade:RSURFHVVRGHFODVVLÀFDomRGHYHVHU
prático, ou seja, direto e simples.
ALMOXARIFADO

INTRODUÇÃO CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS POR TIPO DE


DEMANDA
O almoxarifado é o espaço destinado à armazenagem $ &ODVVLÀFDomR GH 0DWHULDLV SRU 7LSR GH 'HPDQGD
dos materiais iniciais, em sua maioria as matérias-primas, divide-se em Materiais de Estoque e Materiais Não de
mas também podem ser compostos por materiais secun- Estoque.
dários e demais materiais necessários ao processo produ-
tivo. 1. Materiais de estoque
Diferente de depósito, este é o espaço destinado à
armazenagem de produtos acabados. Os Materiais de Estoque devem existir em estoque
Os materiais necessários ao processo produtivo são para utilização futura. Para esses materiais são determi-
adquiridos dos fornecedores externos pelo departamen- nados critérios e parâmetros de ressuprimento automá-
to de compras. tico para que eles nunca faltem em estoque. Tais critérios
O departamento de compras, após aprovação dos e parâmetros são baseados na previsão da demanda e na
materiais pelo órgão de Controle de Qualidade, libera importância para a empresa.
os materiais comprados para entrada ao almoxarifado. &ODVVLÀFDomRGRV0DWHULDLVGH(VWRTXH
Os materiais ao chegarem ao almoxarifado são ar-
a) Quanto à aplicação:
mazenados e passam a seguir ao processo produtivo
• Materiais produtivos: materiais ligados direta-
somente quando requisitados pelas diversas seções por
mente e indiretamente ao processo produtivo.
meio da Requisição de Materiais.
• Matérias-primas: materiais básicos e insumos que
formam os itens iniciais e integram o processo
&ODVVLÀFDomRGHPDWHULDLV produtivo da empresa.
• Produtos em fabricação: materiais em processa-
$FODVVLÀFDomRGHPDWHULDLVpRSURFHVVRTXHWHPSRU mento, materiais que estão sendo processados.
objetivo agrupar os materiais por características comuns. Por estarem em processamento, não se encon-
$FODVVLÀFDomRGHPDWHULDLVpUHVSRQViYHOSHODLGHQWL- WUDPQRDOPR[DULIDGRHQHPQRHVWRTXHÀQDO
ÀFDomRVLPSOLÀFDomRFRGLÀFDomRQRUPDOL]DomRSDGUR- • Produtos acabados: produtos pertencentes ao
nização e catalogação dos materiais. HVWiJLRÀQDOGRSURFHVVRSURGXWLYRSURGXWRVÀ-
nalizados.
D ,GHQWLÀFDomR primeira etapa responsável por • Materiais de manutenção: materiais aplicados em
FODVVLÀFDURVPDWHULDLV$QDOLVDHUHJLVWUDDVFDUDF- manutenção, sua utilização é repetitiva.
terísticas físico/químicas e aplicações do material. • Materiais improdutivos: materiais que não consti-
E 6LPSOLÀFDomR redução da grande diversidade de tuem o produto no processo produtivo (materiais
LWHQV GHVWLQDGRV D XPD PHVPD ÀQDOLGDGH QHVVH de limpeza, materiais de escritório).
caso havendo dois ou mais materiais destinados • Materiais de consumo geral: materiais de consu-
DXPDPHVPDÀQDOLGDGHpUHFRPHQGiYHOHVFROKD mo, utilizados em diversas áreas da empresa, de
pelo uso de apenas uma delas. maneira repetitiva, porém não são utilizados para
F &RGLÀFDomR DSyV D FODVVLÀFDomR VmR DWULEXtGRV ÀQVGHPDQXWHQomR
códigos representativos aos materiais para que se-
MDPLGHQWLÀFDGRV b) Quanto ao valor do consumo anual: para obtenção
d) Normalização: GHÀQHP DV QRUPDV RX VHMD DV de resultados positivos no processo de gerencia-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

prescrições relativas ao uso do material. mento de estoques, se faz necessário e importante


e) Padronização: responsável por estabelecer padrões DVHSDUDomRGRVPDWHULDLVGHÀQLQGRRTXHpLP-
relacionados a peso, medidas e formatos aos mate- portante quanto ao valor de consumo e o que não
riais, de maneira a evitar muitas variações entre os é tão importante, ou seja, o que é essencial, do que
materiais. é secundário. Para essa separação utiliza-se a Cur-
f) Catalogação: ordena os dados do material de for- va ABC. De acordo com Chiavenato (2005, p. 79)
ma lógica para que suas informações sejam facil- ´D&ODVVLÀFDomR$%&EDVHLDVHQRSULQFtSLRGHTXH
PHQWHLGHQWLÀFDGDV a maior parte do investimento em materiais está
concentrada em um pequeno número de itens”.
• Materiais A: poucos itens, porém com peso no
investimento em estoque bem elevado.

74
• Materiais B: quantidade média de itens que pos- Por problemas
VXLYDORUGHFRQVXPRGHDSUR[LPDGDPHQWH Material importado
de Obtenção
Itens de importância relativa.
• Materiais C: grande quantidade de itens com va- Por problemas de arma-
Material perecível
ORUGHFRQVXPRDFXPXODGREDL[R D GRV zenagem e transporte
estoques. A classe C compõe os itens mais nume- Material de alta periculo-
rosos, porém menos importantes. sidade
F  4XDQWR j LPSRUWkQFLD RSHUDFLRQDO GHÀQH D LP- Material de elevado peso
portância operacional dos materiais no processo Material de grandes di-
produtivo para não prejudicar a continuidade de mensões
produção operacional.
 ‡0DWHULDLV;PDWHULDLVGHDSOLFDomRQmRLPSRUWDQ- Por problemas de pre- Material com utilização de
te, podendo haver similares na empresa; visão difícil previsão
 ‡0DWHULDLV<PDWHULDLVGHDSOLFDomRGHPpGLDLP- Material de reposição de
Por razões de segurança
portância, podendo haver similar ou não; alto custo
• Materiais Z: materiais de aplicação muito impor-
Material para equipamento
tante, não há similar. Sua falta acarreta a paraliza-
vital da produção
ção da produção.
Material de reposição de
2. Materiais de não estoque alto custo
VIANA, 2006, p.56.
Materiais comprados para utilização imediata. Não
são estocados, ou podem ser estocados temporariamen- MATERIAIS OBSOLETOS E INSERVÍVEIS
te no almoxarifado. Isso, pois, no processo produtivo
podem existir necessidades de materiais de demanda (VVD FODVVLÀFDomR FRPS}HP RV PDWHULDLV VmR REVR-
imprevisível, ou seja, materiais em que não há regula- letos (antigos, ultrapassados) ou inservíveis (inúteis) por
ULGDGHGHFRQVXPRQmRKDYHQGRGHÀQLomRGHSDUkPH- isso devem ser eliminados, pois compõem um estoque
tros para ressuprimento automático. A aquisição desses morto.
existe por solicitação direta do usuário de acordo com a
constatação da necessidade.

MATERIAIS CRÍTICOS EXERCÍCIOS COMENTADOS

De acordo com Viana (2006, p.56) Materiais Críticos 1. (CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR – ANALIS-
´VmR PDWHULDLV GH UHSRVLomR HVSHFtÀFD GH XP HTXLSD- TA LEGISLATIVO MUNICIPAL – ÁREA DE LICITAÇÃO,
mento ou de um grupo de equipamentos iguais, cuja CONTRATOS E CONVÊNIOS – FGV – 2018) $FODVVLÀFD-
demanda não é previsível e cuja decisão de estocar é ção de materiais busca uma organização que permita a
tomada com base na análise de risco que a empresa cor- melhor gestão dos materiais em um dado processo. Um
re, caso esses materiais não estejam disponíveis quando ERPVLVWHPDGHFODVVLÀFDomRGHYHSRVVXLURVVHJXLQWHV
necessário”. atributos:

Razões para existência de Materiais críticos a) simplicidade, precisão e abrangência;


E DEUDQJrQFLDÁH[LELOLGDGHHSUDWLFLGDGH
c) praticidade, durabilidade e precisão;
Por problemas
Material importado d) durabilidade, simplicidade e precisão;
de Obtenção
e) precisão, praticidade e maneabilidade.
Existência de um único
fornecedor Resposta: Letra B. 2V DWULEXWRV SDUD FODVVLÀFDomR
Escassez no mercado GH PDWHULDLV VmR $EUDQJrQFLD D FODVVLÀFDomR GHYH
abranger um número elevado de características do
Material estratégico material; Flexibilidade: permite interfaces entre os di-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

De difícil fabricação ou YHUVRV WLSRV GH FODVVLÀFDomR GH IRUPD D REWHU YLVmR
obtenção ampla do gerenciamento de estoques; Praticidade: o
SURFHVVRGHFODVVLÀFDomRGHYHVHUSUiWLFRRXVHMDGL-
Por razões econômicas Material de elevado valor
reto e simples.
Material com elevado cus-
to de armazenagem
Material com elevado cus-
to de transporte

75
2. (CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR – ANALIS- b) Inventário Programado: programado em sistema
TA LEGISLATIVO MUNICIPAL – ÁREA DE LICITAÇÃO, em períodos estabelecidos e por amostragem de
CONTRATOS E CONVÊNIOS – FGV – 2018) Um sistema itens.
GHFODVVLÀFDomRHÀFD]GHYHDERUGDUDVVHJXLQWHVHWDSDV c) Inventário a Pedido: realizado quando solicitado
em sistema seja pela administração de materiais
D LGHQWLÀFDomR²VLPSOLÀFDomR²FRGLÀFDomR²QRUPDOL]D- ou controladoria. Podem ser solicitados devido fa-
ção – padronização – catalogação; lhas de processamento, solicitações do almoxarife,
E FDWDORJDomR²VLPSOLÀFDomR²HVSHFLÀFDomR²QRUPDWL- da gestão da auditoria ou por outros motivos.
]DomR²DJOXWLQDomR²FRGLÀFDomR
F FDWDORJDomR²FRPSOHPHQWDomR²LGHQWLÀFDomR²QRU- Quadro comparativo entre opções de inventário:
PDWL]DomR²SDGURQL]DomR²FRGLÀFDomR
G VLQWHWL]DomR²VLPSOLÀFDomR²QRUPDWL]DomR²SDGURQL- Inventário Anual Inventário Rotativo
]DomR²FRGLÀFDomR²LGHQWLÀFDomR
H FDWDORJDomR²VLPSOLÀFDomR²ÁH[LELOL]DomR²QRUPDOL- Esforço concentrado, pro- Sem grandes esforços,
]DomR²SDGURQL]DomR²FRGLÀFDomR duzindo pico de custo. com custos distribuídos.
Resposta: Letra A. $FODVVLÀFDomRGHPDWHULDLVpRSUR- Gera impacto nas ativi- É possível a continuidade
cesso que tem por objetivo agrupar os materiais por dades da empresa, com de atendimento com o
FDUDFWHUtVWLFDV FRPXQV $ FODVVLÀFDomR GH PDWHULDLV p almoxarifado de portas almoxarifado de portas
UHVSRQViYHO SHOD LGHQWLÀFDomR VLPSOLÀFDomR FRGLÀ- fechadas. abertas.
cação, normalização, padronização e catalogação dos
materiais. Incremento da produ-
Produtividade da mão-
tividade, com ações
-de-obra decrescente
preventivas, que, sem
ocorrendo falhas durante
INVENTÁRIO consequência, reduzem
o processo.
as falhas.
O inventário refere-se a contagem dos materiais Almoxarifes tornam-se
existentes na empresa, ocorridas periodicamente, com Almoxarifes “reaprendem”
especialistas no processo
o objetivo de comparar com os estoques registrados e ano após ano.
e no ajuste.
contabilizados em controle da empresa. Dessa forma é
possível comprovar a existência dos materiais e a exa- O feedback imediato ele-
tidão dos mesmos. Ou seja, os inventários confrontam va a qualidade, havendo
a realidade física dos estoques em relação aos registros As causas divergências motivação e participação
contábeis. QmRVmRLGHQWLÀFDGDV geral; assim, as causas das
Por essa razão, o inventário pode ser considerado um divergências são rapida-
instrumento de gerenciamento de grande relevância e PHQWHLGHQWLÀFDGDV
importância. &RQÀDELOLGDGHQmRPH- Aprimoramento contínuo
lhora. GDFRQÀDELOLGDGH
1. Inventários anuais VIANA, 2006, p. 384.

O Inventário anual é realizado em época de balanço. MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS


Para efetuá-lo exige-se a paralisação das atividades para
contagem dos materiais. Portanto impraticáveis em em- 0RYLPHQWDomR GH 0DWHULDLV UHIHUHVH D WRGR R ÁX-
presas de grande porte, pela inviabilidade de paralização xo de materiais ocorrido dentro da empresa. Em todo e
das atividades. qualquer sistema de produção existe a movimentação de
materiais.
2. Inventários rotativos A movimentação de materiais tem por objetivo ga-
rantir o abastecimento das seções de produção e a sequên-
O inventário rotativo é um processo de recontagem cia do processo entre as várias seções que o envolvem.
física de todo o estoque e ocorre de maneira contínua, Esta pode ser horizontal (em um espaço plano e em
em frequência pré-determinada, seja esta diária, sema- um mesmo nível) ou vertical (em prédios que contém an-
nal, mensal. O Inventário Rotativo pode utilizar os recur- dares ou níveis de altura).
sos de informática para inventariar os materiais. O Inven- De acordo com Chiavenato (2005, p. 145) as princi-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

tário Rotativo pode ser: SDLVÀQDOLGDGHVGDPRYLPHQWDomRGHPDWHULDLVVmR

a) Inventário Automático: realizado quando surge 1. Aumentar a capacidade produtiva da empresa


ocorrência de eventos que indicam possível diver-
JrQFLDRXSDUDJDUDQWLUFRQÀDELOLGDGHGHHVWRTXH $ HÀFLrQFLD QD PRYLPHQWDomR GH PDWHULDLV SHUPLWH
em relação a materiais vitais. Os eventos podem utilizar a capacidade produtiva da empresa de maneira
ser: saldo zero no sistema de controle, requisição plena, e às vezes, até aumentá-la. Tal aumento pode ocor-
de material atendida parcialmente, requisição de rer devido:
material não atendida, material crítico requisitado, Redução do tempo de fabricação;
material crítico recebido e transferência de locali- Incremento da produção por meio do abastecimento
zação. GHPDWHULDLVLQWHQVLÀFDGR

76
Utilização racional da capacidade de armazenagem. ADMINISTRAÇÃO DE COMPRAS

2. Melhorar as condições de trabalho INTRODUÇÃO

Contribuindo para que as pessoas tenham melhores &RPSUDVLJQLÀFDEDVLFDPHQWHDSURFXUDHSURYLGrQFLD


condições de trabalho, vez que deve proporcionar maior de entrega de materiais necessários à empresa de acordo
segurança e redução de acidentes, redução das fadigas, FRPDVHVSHFLÀFDo}HVH[DWDVTXDOLGDGHHTXDQWLGDGHUH-
aumento da produtividade da mão-de-obra. querida, no prazo estabelecido, a um preço adequado e
3. Reduzir os custos de produção por meio da justo.
redução da mão de obra braçal 1. Atividades do departamento de compras

Vez que são utilizados equipamentos de manuseio e Preparação do Processo de Compras: recebimento de
transporte, redução dos custos de materiais visto que são documentos e elaboração do processo de compra;
acondicionados e transportados de maneira a evitar per- 3ODQHMDPHQWRGD&RPSUDQHVVDHWDSDYHULÀFDDLQGL-
GDVHGDQLÀFDo}HVDRVPDWHULDLVHUHGXomRGHFXVWRVHP cação de fornecedores e elabora condições gerais e es-
despesas por meio de despesas menores de transporte e SHFtÀFDVUHODFLRQDGDVjFRPSUD
níveis de estoque de materiais reduzidos. Seleção de Fornecedores: seleciona os fornecedores
com enfoque na abertura de concorrência, analisa o de-
Instrução: Em algumas questões a seguir, preencha nos sempenho dos fornecedores, analisa suas capacidades
campos a seguir o campo designado com o código C, em atender as necessidades da empresa;
caso julgue o item CERTO; ou o campo designado com o Concorrência: nessa etapa surge a negociação com os
código E, caso julgue o tem ERRADO. IRUQHFHGRUHVDÀPGHYHULÀFDUTXDLVDWHQGHPDQHFHVVL-
dade de compra. Nessa etapa há expedição de consulta,
abertura, análise e avaliação de propostas;
&RQWUDWDomR GHÀQLomR GHQWUH DV SURSRVWDV GD FRQ-
EXERCÍCIOS COMENTADOS corrência pelo fornecedor ideal para a aquisição dos ma-
WHULDLVDGHÀQLomRRFRUUHSHODHTXDOL]DomRGDVSURSRV-
3. (FBN – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO I, II E III – tas. Nessa fase há a realização do pedido;
MÉDIO – 2013 – FGV) O inventário físico é um impor- Controle de entrega: acompanhamento com o forne-
tante instrumento de controle de estoques. A respeito da cedor desde o pedido até a fase de entrega, recebimento
VXDREULJDWRULHGDGHpFRUUHWRDÀUPDUTXH do material, análise de quantidade e qualidade de acor-
do com as exigências contratadas, e encerramento do
D  HOH LGHQWLÀFD HYHQWXDO GLVFUHSkQFLD HQWUH D DSXUDomR processo.
do estoque físico e do estoque contábil.
b) ele permite a reanálise da arrumação física do estoque ESTRATÉGIAS DE AQUISIÇÃO DE RECURSOS
frente aos registros contábeis. MATERIAIS
F HOHH[LJHDYHULÀFDomRGRWDPDQKRGDVHPEDODJHQVH
do volume a ser estocado. 1. Verticalização
d) ele obriga a redução dos custos de recebimento frente
aos registros contábeis. A Verticalização prevê que a empresa tentará produzir
internamente tudo o que puder para suprir a produção
Resposta: Letra A. O inventário tem o objetivo de DWpRSURGXWRÀQDO6HQHFHVViULRFRPSUDUiGHWHUFHLURV
comparar os estoques físicos aos estoques registrados as menores quantidades possíveis.
e contabilizados em controle da empresa. Ou seja, os Vantagens: a empresa possui independência em re-
inventários confrontam a realidade física dos estoques lação à terceirização, maior lucratividade, visto que ab-
em relação aos registros contábeis. sorve os lucros que repassaria aos fornecedores, maior
autonomia, domínio em relação a tecnologias próprias.
4. (AGU – ADMINISTRADOR – SUPERIOR – CESPE – 'HVYDQWDJHQVDOWRLQYHVWLPHQWRPHQRUÁH[LELOLGDGH
2010) Com relação à administração de materiais, julgue estrutura da empresa deve ser ampla (estrutura física, hu-
os itens a seguir. Os inventários rotativos são efetuados mana e material).
QRÀQDOGHFDGDH[HUFtFLRÀVFDOGDHPSUHVDHLQFOXHPD
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

totalidade dos itens de estoque de uma só vez. 2. Horizontalização

CERTO ( ) ERRADO ( ) A Horizontalização prevê que a empresa comprará de


terceiros o máximo dos itens necessários para composi-
Resposta: Errado. O inventário rotativo é um proces- omRGRSURGXWRÀQDO
so de recontagem física do estoque e ocorre de ma-
neira contínua, em frequência pré-determinada, seja 9DQWDJHQV FXVWRV UHGX]LGRV ÁH[LELOLGDGH QD GHÀQL-
esta diária, semanal, mensal. ção dos volumes de produção (sendo esses menores,
visto que itens serão adquiridos de terceiros), engenharia
simultânea (empresa e fornecedor), esforços concentra-
dos apenas no produto principal da empresa.

77
Desvantagens: controle tecnológico reduzido, depen- dos (depende de análise caso a caso pela organização). A
dência elevada de terceiros, lucros menores, menor do- decisão sobre produzir ou adquirir um item de material no
mínio tecnológico. mercado é tomada pela cúpula da organização, conside-
rando os custos e a estrutura envolvida. Nesse contexto,
há duas estratégias possíveis: a verticalização e a horizon-
talização. Podem ser apontadas como desvantagens da
EXERCÍCIOS COMENTADOS verticalização:

1. (ITAIPU BINACIONAL – PROFISSIONAL NÍVEL UNI- ,SHUGDGHÁH[LELOLGDGH


VERSITÁRIO JR – ADMINISTRAÇÃO – SUPERIOR – II. maior investimento (custos maiores);
UFPR – 2017) A empresa ALFA, presente há 15 anos no III. dependência de terceiros.
mercado, abrirá uma nova fábrica e com isso precisará
de novos insumos para sua operação. A equipe de com- 3RGHVHDÀUPDUTXH
pras precisará estruturar o processo para adquirir esses
novos insumos visando atender essa nova necessidade. a) somente I está correta.
Assinale a alternativa que representa a sequência ideal b) somente II está correta.
do processo de compras a ser estabelecido. c) somente III está correta.
G KiDSHQDVGXDVDÀUPDWLYDVFRUUHWDV
a) Preparação do processo, planejamento da compra, e) todas estão corretas.
seleção de fornecedores, concorrência, contratação e
controle da entrega. Resposta: Letra D. As desvantagens da verticalização
b) Planejamento da compra, preparação do processo, LQFOXHP SHUGD GH ÁH[LELOLGDGH H PDLRU LQYHVWLPHQWR
seleção de fornecedores, concorrência, contratação e Porém não há dependência de terceiros, uma vez que a
controle da entrega. empresa prioriza por produzir todos ou a maior quan-
c) Preparação do processo, planejamento da compra, WLGDGH GH LWHQV SDUD D SURGXomR GR SURGXWR ÀQDO $
concorrência, seleção de fornecedores, contratação e dependência de terceiros ocorre estratégia de horizon-
controle da entrega. talização.
d) Planejamento da compra, preparação do processo,
concorrência, seleção de fornecedores, contratação e
controle da entrega. GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMEN-
e) Preparação do processo, planejamento da compra, TOS OU SUPPLY CHAIN MANAGEMENT
concorrência, contratação, seleção de fornecedores e
controle da entrega. De acordo com Slack et. al (2006, p. 305) a expressão
rede de suprimentos é utilizada para “designar todas as
Resposta: Letra A. A sequência ideal do processo de unidades produtivas que estavam ligadas para prover o
compras são Preparação do Processo de Compras (fase suprimento de bens e serviços para uma empresa e para
de elaboração do processo de compra), Planejamen- gerar a demanda por esses bens e serviços até os clientes
to da Compra (indicação de fornecedores e elabora ÀQDLVµ
FRQGLo}HVJHUDLVHHVSHFtÀFDVUHODFLRQDGDVjFRPSUD  A rede de suprimentos é formada pela cadeia de su-
Seleção de Fornecedores (seleciona os fornecedores primentos que gerencia todas as tarefas, atividades e
com enfoque na abertura de concorrência, analisa o XQLGDGHV SURGXWLYDV TXH OLJDGDV ÁXHP EHQV H VHUYLoRV
desempenho dos fornecedores e sua capacidade de para dentro e para fora da empresa, na busca de agregar
suprimento), Concorrência (negociação com os for- valor a todos os envolvidos na cadeia.
necedores: expedição de consulta, abertura, análise e
DYDOLDomR GH SURSRVWDV  &RQWUDWDomR GHÀQLomR SHOR A Gestão da Cadeia de Suprimentos ou Supply Chain
fornecedor ideal e realização do pedido), Controle de Management (SCM) refere-se a um processo integrado
entrega (acompanhamento com o fornecedor desde o que envolve fornecedores, produtor, distribuidores e
pedido até a fase de entrega, recebimento do material clientes no compartilhamento de informações e planeja-
e encerramento do processo). PHQWRVTXHYLVDPRFDQDOPDLVHÀFLHQWHHPDLVFRPSHWL-
tivo para prover suprimentos.
2. (CRQ 18ª – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – MÉDIO A Cadeia de Suprimentos visa otimizar os processos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

– QUADRIX – 2016) Vários são os tipos ou critérios de objetivando a satisfação do cliente e a criação de vanta-
FODVVLÀFDomRGHPDWHULDLVGHWHUPLQDGRVHPIXQomRGDVLQ- gem competitiva.
formações gerenciais desejadas pelo gestor de materiais. Segundo Chiavenato (2005, p. 112)
A possibilidade de fazer ou comprar é um desses critérios O SCM permite visualizar todo o processo de gera-
e tem por objetivo prover a informação de quais materiais ção continuada de valor desde a chegada da ma-
poderão ser produzidos internamente pela organização e téria-prima até a entrega do produto acabado ao
quais deverão ser adquiridos no mercado. As categorias FOLHQWH ÀQDO GH PDQHLUD LQWHJUDGD H VLVWrPLFD (VVH
GHFODVVLÀFDomRSRGHPVHUDVVLPOLVWDGDV‡PDWHULDLVDVH- é o ciclo integral que vai da matéria-prima entregue
rem produzidos internamente; • materiais a serem adqui- pelo fornecedor até a chegada do produto acabado
ridos; • materiais a serem recondicionados (recuperados) DRFRQVXPLGRUÀQDO
internamente; • materiais a serem produzidos ou adquiri-

78
Para haver as ações integradas entre os diversos par- III - o prazo de validade do concurso público será de
ticipantes da Cadeia de Suprimentos, há necessidade de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
uso avançado de tecnologia da informação, por meio de IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital
sistemas de gerenciamento de informações e pesquisas de convocação, aquele aprovado em concurso público
operacionais modernos e avançados. de provas ou de provas e títulos será convocado com
prioridade sobre novos concursados para assumir car-
go ou emprego, na carreira;
9DVIXQo}HVGHFRQÀDQoDH[HUFLGDVH[FOXVLYDPHQWH
EXERCÍCIOS COMENTADOS por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de
1. (COBRA TECNOLOGIA S.A. – TÉCNICO ADMINIS- carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
TRATIVO – MÉDIO – ESPP – 2012) __________ é a inte- previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
gração dos processos do negócio, desde os fornecedores GLUHomRFKHÀDHDVVHVVRUDPHQWR
DWpRFRQVXPLGRUÀQDOTXHDVVHJXUHRVVXSULPHQWRVGH VI - é garantido ao servidor público civil o direito à
produtos, serviços e informações, de tal forma que acres- livre associação sindical;
cente valor ao cliente. VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
OLPLWHVGHÀQLGRVHPOHLHVSHFtÀFD
a) Administração de Materiais. VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
b) Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. S~EOLFRV SDUD DV SHVVRDV SRUWDGRUDV GH GHÀFLrQFLD H
c) Gestão do Estoque. GHÀQLUiRVFULWpULRVGHVXDDGPLVVmR
d) Compras. IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por
tempo determinado para atender a necessidade tem-
Resposta. Letra B. A Gestão da Cadeia de Suprimen- porária de excepcional interesse público;
tos ou Supply Chain Management (SCM) refere-se a X - a remuneração dos servidores públicos e o sub-
um processo integrado que envolve fornecedores, sídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão
produtor, distribuidores e clientes no compartilha- VHUÀ[DGRVRXDOWHUDGRVSRUOHLHVSHFtÀFDREVHUYDGDD
mento de informações e planejamentos que visam o iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
FDQDO PDLV HÀFLHQWH H PDLV FRPSHWLWLYR SDUD SURYHU geral anual, sempre na mesma data e sem distinção
suprimentos. Busca otimizar os processos objetivando de índices;
a satisfação do cliente e a criação de vantagem com- XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de
petitiva. cargos, funções e empregos públicos da administra-
ção direta, autárquica e fundacional, dos membros
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: DISPOSIÇÕES mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
GERAIS (CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
TÍTULO III, CAPÍTULO VII). percebidos cumulativamente ou não, incluídas as van-
tagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não
poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Título III Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
Capítulo VII como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e
Da administração pública nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do
Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio
Seção I dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Po-
Disposições gerais der Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
Art. 37. A administração pública direta e indireta de e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- aos membros do Ministério Público, aos Procuradores
GHHHÀFLrQFLDHWDPEpPDRVHJXLQWH e aos Defensores Públicos;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

I - os cargos, empregos e funções públicas são aces- XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
síveis aos brasileiros que preencham os requisitos es- e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
tabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na pagos pelo Poder Executivo;
forma da lei; XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quais-
II - a investidura em cargo ou emprego público de- quer espécies remuneratórias para o efeito de remu-
pende de aprovação prévia em concurso público de neração de pessoal do serviço público;
provas ou de provas e títulos, de acordo com a nature- XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servi-
za e a complexidade do cargo ou emprego, na forma dor público não serão computados nem acumulados
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo SDUDÀQVGHFRQFHVVmRGHDFUpVFLPRVXOWHULRUHV
em comissão declarado em lei de livre nomeação e XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de
exoneração; cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalva-

79
do o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos - o acesso dos usuários a registros administrativos e a
arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; informações sobre atos de governo, observado o dis-
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos posto no art. 5º, X e XXXIII;
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de III - a disciplina da representação contra o exercício
horários, observado em qualquer caso o disposto no negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função
inciso XI: na administração pública.
a) a de dois cargos de professor; § 4º Os atos de improbidade administrativa impor-
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
FLHQWtÀFR função pública, a indisponibilidade dos bens e o res-
F DGHGRLVFDUJRVRXHPSUHJRVSULYDWLYRVGHSURÀV- sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
VLRQDLVGHVD~GHFRPSURÀVV}HVUHJXODPHQWDGDV em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos § 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para
e funções e abrange autarquias, fundações, empresas ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
públicas, sociedades de economia mista, suas subsi- não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as
diárias, e sociedades controladas, direta ou indireta- respectivas ações de ressarcimento.
mente, pelo poder público; § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de di-
XVIII - a administração fazendária e seus servidores reito privado prestadoras de serviços públicos respon-
ÀVFDLV WHUmR GHQWUR GH VXDV iUHDV GH FRPSHWrQFLD H derão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
jurisdição, precedência sobre os demais setores admi- causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
nistrativos, na forma da lei; contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
;,;²VRPHQWHSRUOHLHVSHFtÀFDSRGHUiVHUFULDGDDX- § 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições
tarquia e autorizada a instituição de empresa pública, ao ocupante de cargo ou emprego da administração
de sociedade de economia mista e de fundação, ca- direta e indireta que possibilite o acesso a informações
EHQGR j OHLFRPSOHPHQWDU QHVWH ~OWLPR FDVR GHÀQLU privilegiadas.
as áreas de sua atuação; †ž$DXWRQRPLDJHUHQFLDORUoDPHQWiULDHÀQDQFHLUD
XX - depende de autorização legislativa, em cada dos órgãos e entidades da administração direta e in-
caso, a criação de subsidiárias das entidades mencio- direta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser
nadas no inciso anterior, assim como a participação ÀUPDGRHQWUHVHXVDGPLQLVWUDGRUHVHRSRGHUS~EOLFR
de qualquer delas em empresa privada; TXHWHQKDSRUREMHWRDÀ[DomRGHPHWDVGHGHVHPSH-
;;,UHVVDOYDGRVRVFDVRVHVSHFLÀFDGRVQDOHJLVODomR nho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor
as obras, serviços, compras e alienações serão con- sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
tratados mediante processo de licitação pública que 1998)
assegure igualdade de condições a todos os concor- I - o prazo de duração do contrato;
rentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de II - os controles e critérios de avaliação de desempe-
pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- nho, direitos, obrigações e responsabilidade dos diri-
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as gentes;
H[LJrQFLDVGHTXDOLÀFDomRWpFQLFDHHFRQ{PLFDLQGLV- III - a remuneração do pessoal.”
pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas pú-
XXII - as administrações tributárias da União, dos Es- blicas e às sociedades de economia mista, e suas subsi-
tados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades diárias, que receberem recursos da União, dos Estados,
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
VHUYLGRUHVGHFDUUHLUDVHVSHFtÀFDVWHUmRUHFXUVRVSULR- de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
ritários para a realização de suas atividades e atuarão § 10. É vedada a percepção simultânea de proventos
de forma integrada, inclusive com o compartilhamen- de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
WRGHFDGDVWURVHGHLQIRUPDo}HVÀVFDLVQDIRUPDGD 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou
lei ou convênio. função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços forma desta Constituição, os cargos eletivos e os car-
e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter gos em comissão declarados em lei de livre nomeação
educativo, informativo ou de orientação social, dela e exoneração.
não podendo constar nomes, símbolos ou imagens § 11. Não serão computadas, para efeito dos limites
que caracterizem promoção pessoal de autoridades remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ou servidores públicos. artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas


§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III em lei.
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade †3DUDRVÀQVGRGLVSRVWRQRLQFLVR;,GRFDSXW
responsável, nos termos da lei. GHVWH DUWLJR ÀFD IDFXOWDGR DRV (VWDGRV H DR 'LVWULWR
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do )HGHUDO À[DU HP VHX kPELWR PHGLDQWH HPHQGD jV
usuário na administração pública direta e indireta, re- respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite
gulando especialmente: único, o subsídio mensal dos Desembargadores do res-
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços pectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros
públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser- e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio men-
viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió- sal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não
dica, externa e interna, da qualidade dos serviços; (II se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios

80
dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. belecer requisitos diferenciados de admissão quando
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela Emenda
autárquica e fundacional, no exercício de mandato Constitucional nº 19, de 1998)
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato ele-
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual tivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais
RXGLVWULWDOÀFDUiDIDVWDGRGHVHXFDUJRHPSUHJRRX e Municipais serão remunerados exclusivamente por
função; VXEVtGLRÀ[DGRHPSDUFHOD~QLFDYHGDGRRDFUpVFLPR
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do GH TXDOTXHU JUDWLÀFDomR DGLFLRQDO DERQR SUrPLR
cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar verba de representação ou outra espécie remunera-
pela sua remuneração; tória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art.
III - investido no mandato de Vereador, havendo com- 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19,
patibilidade de horários, perceberá as vantagens de de 1998)
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remu- § 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
neração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili- dos Municípios poderá estabelecer a relação entre a
dade, será aplicada a norma do inciso anterior; maior e a menor remuneração dos servidores públicos,
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
será contado para todos os efeitos legais, exceto para § 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário pu-
blicarão anualmente os valores do subsídio e da re-
promoção por merecimento;
muneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído
V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
afastamento, os valores serão determinados como se
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e
no exercício estivesse.
dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos or-
çamentários provenientes da economia com despesas
Seção II correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para
DOS SERVIDORES PÚBLICOS aplicação no desenvolvimento de programas de quali-
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, dade e produtividade, treinamento e desenvolvimento,
de 1998) modernização, reaparelhamento e racionalização do
serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- prêmio de produtividade. (Incluído pela Emenda Consti-
nicípios instituirão, no âmbito de sua competência, re- tucional nº 19, de 1998)
gime jurídico único e planos de carreira para os servi- § 8º A remuneração dos servidores públicos organiza-
dores da administração pública direta, das autarquias GRVHPFDUUHLUDSRGHUiVHUÀ[DGDQRVWHUPRVGR†ž
e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4) (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da
Municípios instituirão conselho de política de adminis- União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
tração e remuneração de pessoal, integrado por ser- cípios, incluídas suas autarquias e fundações, é asse-
vidores designados pelos respectivos Poderes. (Reda- gurado regime de previdência de caráter contributivo
ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
(Vide ADIN nº 2.135-4) público, dos servidores ativos e inativos e dos pen-
†ž$À[DomRGRVSDGU}HVGHYHQFLPHQWRHGRVGH- sionistas, observados critérios que preservem o equi-
mais componentes do sistema remuneratório obser- OtEULR ÀQDQFHLUR H DWXDULDO H R GLVSRVWR QHVWH DUWLJR
vará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19, de 1998) 19.12.2003)
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a com- § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previ-
plexidade dos cargos componentes de cada carreira; dência de que trata este artigo serão aposentados, cal-
FXODGRVRVVHXVSURYHQWRVDSDUWLUGRVYDORUHVÀ[DGRV
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
na forma dos §§ 3º e 17: (Redação dada pela Emenda
II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela
Constitucional nº 41, 19.12.2003)
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - por invalidez permanente, sendo os proventos pro-
III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emen-
porcionais ao tempo de contribuição, exceto se decor-
da Constitucional nº 19, de 1998) UHQWHGHDFLGHQWHHPVHUYLoRPROpVWLDSURÀVVLRQDORX
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal mante- doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da
rão escolas de governo para a formação e o aperfei- lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
çoamento dos servidores públicos, constituindo-se a 19.12.2003)
participação nos cursos um dos requisitos para a pro- II - compulsoriamente, com proventos proporcionais
moção na carreira, facultada, para isso, a celebração ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de
de convênios ou contratos entre os entes federados. idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade,
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de na forma de lei complementar; (Redação dada pela
1998) Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo pú- III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mí-
blico o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, nimo de dez anos de efetivo exercício no serviço pú-
XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei esta- blico e cinco anos no cargo efetivo em que se dará

81
a aposentadoria, observadas as seguintes condições: II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o
15/12/98) limite máximo estabelecido para os benefícios do regi-
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribui- me geral de previdência social de que trata o art. 201,
ção, se homem, e cinqüenta e cinco anos de idade e acrescido de setenta por cento da parcela excedente
trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela a este limite, caso em atividade na data do óbito. (In-
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) cluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessen- § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios
ta anos de idade, se mulher, com proventos proporcio- para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor
nais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, § 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou
por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a municipal será contado para efeito de aposentadoria
remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo e o tempo de serviço correspondente para efeito de
em que se deu a aposentadoria ou que serviu de re- disponibilidade. (Incluído pela Emenda Constitucional
ferência para a concessão da pensão. (Redação dada nº 20, de 15/12/98)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, FRQWDJHPGHWHPSRGHFRQWULEXLomRÀFWtFLR ,QFOXtGR
por ocasião da sua concessão, serão consideradas pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
as remunerações utilizadas como base para as con- †$SOLFDVHROLPLWHÀ[DGRQRDUW;,jVRPD
tribuições do servidor aos regimes de previdência de total dos proventos de inatividade, inclusive quando
que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. decorrentes da acumulação de cargos ou empregos
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, públicos, bem como de outras atividades sujeitas a
19.12.2003) contribuição para o regime geral de previdência so-
cial, e ao montante resultante da adição de proventos
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios di-
de inatividade com remuneração de cargo acumulável
ferenciados para a concessão de aposentadoria aos
na forma desta Constituição, cargo em comissão de-
abrangidos pelo regime de que trata este artigo, res-
clarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de
VDOYDGRVQRVWHUPRVGHÀQLGRVHPOHLVFRPSOHPHQWD-
cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
res, os casos de servidores: (Redação dada pela Emen-
20, de 15/12/98)
da Constitucional nº 47, de 2005)
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de
, SRUWDGRUHV GH GHÀFLrQFLD ,QFOXtGR SHOD (PHQGD
previdência dos servidores públicos titulares de car-
Constitucional nº 47, de 2005) go efetivo observará, no que couber, os requisitos e
II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela FULWpULRV À[DGRV SDUD R UHJLPH JHUDO GH SUHYLGrQFLD
Emenda Constitucional nº 47, de 2005) social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
III cujas atividades sejam exercidas sob condições es- 15/12/98)
peciais que prejudiquem a saúde ou a integridade fí- § 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo
sica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de em comissão declarado em lei de livre nomeação e
2005) exoneração bem como de outro cargo temporário ou
§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribui- de emprego público, aplica-se o regime geral de pre-
ção serão reduzidos em cinco anos, em relação ao dis- vidência social. (Incluído pela Emenda Constitucional
posto no § 1º, III, “a”, para o professor que comprove nº 20, de 15/12/98)
exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções § 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
de magistério na educação infantil e no ensino funda- nicípios, desde que instituam regime de previdência
mental e médio. (Redação dada pela Emenda Consti- complementar para os seus respectivos servidores ti-
tucional nº 20, de 15/12/98) WXODUHV GH FDUJR HIHWLYR SRGHUmR À[DU SDUD R YDORU
§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é regime de que trata este artigo, o limite máximo es-
vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à tabelecido para os benefícios do regime geral de pre-
conta do regime de previdência previsto neste artigo. vidência social de que trata o art. 201. (Incluído pela
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
15/12/98) § 15. O regime de previdência complementar de que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do res-
pensão por morte, que será igual: (Redação dada pela pectivo Poder Executivo, observado o disposto no art.
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio
I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor de entidades fechadas de previdência complementar,
falecido, até o limite máximo estabelecido para os be- de natureza pública, que oferecerão aos respectivos
nefícios do regime geral de previdência social de que participantes planos de benefícios somente na moda-
trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par- OLGDGH GH FRQWULEXLomR GHÀQLGD 5HGDomR GDGD SHOD
cela excedente a este limite, caso aposentado à data Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
do óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº § 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção,
41, 19.12.2003) o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servi-
dor que tiver ingressado no serviço público até a data

82
da publicação do ato de instituição do correspondente § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessida-
regime de previdência complementar. (Incluído pela GH R VHUYLGRU HVWiYHO ÀFDUi HP GLVSRQLELOLGDGH FRP
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98) remuneração proporcional ao tempo de serviço, até
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Reda-
para o cálculo do benefício previsto no § 3° serão de- ção dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
vidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de apo- FRPLVVmRLQVWLWXtGDSDUDHVVDÀQDOLGDGH ,QFOXtGRSHOD
sentadorias e pensões concedidas pelo regime de que Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
trata este artigo que superem o limite máximo esta-
belecido para os benefícios do regime geral de previ- Seção III
dência social de que trata o art. 201, com percentual DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FE-
igual ao estabelecido para os servidores titulares de DERAL E DOS TERRITÓRIOS
cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18,
nº 41, 19.12.2003) de 1998)
§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha
completado as exigências para aposentadoria volun- Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos
tária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por per- de Bombeiros Militares, instituições organizadas com
manecer em atividade fará jus a um abono de per- base na hierarquia e disciplina, são militares dos Es-
manência equivalente ao valor da sua contribuição tados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação
previdenciária até completar as exigências para apo- dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
sentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) )HGHUDOHGRV7HUULWyULRVDOpPGRTXHYLHUDVHUÀ[DGR
§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º;
próprio de previdência social para os servidores titu- e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual espe-
lares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade FtÀFDGLVSRUVREUHDVPDWpULDVGRDUW†žLQFLVR
gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ;VHQGRDVSDWHQWHVGRVRÀFLDLVFRQIHULGDVSHORVUHV-
ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pectivos governadores. (Redação dada pela Emenda
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) Constitucional nº 20, de 15/12/98)
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo in- § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Dis-
cidirá apenas sobre as parcelas de proventos de apo- WULWR)HGHUDOHGRV7HUULWyULRVDSOLFDVHRTXHIRUÀ[DGR
sentadoria e de pensão que superem o dobro do limite HPOHLHVSHFtÀFDGRUHVSHFWLYRHQWHHVWDWDO 5HGDomR
máximo estabelecido para os benefícios do regime ge- dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
ral de previdência social de que trata o art. 201 desta
&RQVWLWXLomRTXDQGRREHQHÀFLiULRQDIRUPDGDOHL Seção IV
for portador de doença incapacitante. (Incluído pela DAS REGIÕES
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercí- Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá
cio os servidores nomeados para cargo de provimento articular sua ação em um mesmo complexo geoeco-
efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada nômico e social, visando a seu desenvolvimento e à
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) redução das desigualdades regionais.
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: § 1º - Lei complementar disporá sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de I - as condições para integração de regiões em desen-
1998) volvimento;
I - em virtude de sentença judicial transitada em jul- II - a composição dos organismos regionais que exe-
gado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de cutarão, na forma da lei, os planos regionais, integran-
1998) tes dos planos nacionais de desenvolvimento econô-
II - mediante processo administrativo em que lhe mico e social, aprovados juntamente com estes.
seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda § 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de
Constitucional nº 19, de 1998) outros, na forma da lei:
III - mediante procedimento de avaliação periódica de I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

desempenho, na forma de lei complementar, assegu- custos e preços de responsabilidade do Poder Público;
rada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitu- ,,MXURVIDYRUHFLGRVSDUDÀQDQFLDPHQWRGHDWLYLGDGHV
cional nº 19, de 1998) prioritárias;
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do III - isenções, reduções ou diferimento temporário de
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurí-
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo dicas;
de origem, sem direito a indenização, aproveitado em IV - prioridade para o aproveitamento econômico e
outro cargo ou posto em disponibilidade com remu- social dos rios e das massas de água represadas ou
neração proporcional ao tempo de serviço. (Redação represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) periódicas.

83
§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União in- da ao próprio Estado. São todas essas pessoas físicas que
centivará a recuperação de terras áridas e cooperará constituem os agentes públicos”1.
com os pequenos e médios proprietários rurais para o Neste sentido, o artigo 2º da Lei nº 8.429/92 (Lei de
estabelecimento, em suas glebas, de fontes de água e Improbidade Administrativa):
de pequena irrigação. Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei,
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura
EXERCÍCIO COMENTADO ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas enti-
dades mencionadas no artigo anterior.
1. (PC-PI – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – NUCEPE – Quanto às entidades as quais o agente pode estar
2018) vinculado, tem-se o artigo 1º da Lei nº 8.429/92:
A administração pública direta e indireta de qualquer Os atos de improbidade praticados por qualquer agen-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal te público, servidor ou não, contra a administração dire-
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalida- ta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes
GHLPSHVVRDOLGDGHPRUDOLGDGHSXEOLFLGDGHHHÀFLrQFLD da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Muni-
Aponte a alternativa incorreta. cípios, de Território, de empresa incorporada ao pa-
trimônio público ou de entidade para cuja criação ou
a) A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais
indeterminado para atender a necessidade temporária GHFLQTXHQWDSRUFHQWRGRSDWULP{QLRRXGDUHFHLWDDQXDO
de excepcional interesse público. serão punidos na forma desta lei.
E $VIXQo}HVGHFRQÀDQoDH[HUFLGDVH[FOXVLYDPHQWHSRU Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos desta lei os atos de improbidade praticados contra o pa-
em comissão, a serem preenchidos por servidores de WULP{QLRGHHQWLGDGHTXHUHFHEDVXEYHQomREHQHItFLRRX
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos LQFHQWLYRÀVFDORXFUHGLWtFLRGHyUJmRS~EOLFREHPFRPR
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja con-
GLUHomRFKHÀDHDVVHVVRUDPHQWR corrido ou concorra com menos de cinquenta por cento
c) É garantido ao servidor público civil o direito à livre GR SDWULP{QLR RX GD UHFHLWD DQXDO OLPLWDQGRVH QHVWHV
associação sindical. casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre
d) O direito de greve será exercido nos termos e nos limi- a contribuição dos cofres públicos.
WHVGHÀQLGRVHPOHLHVSHFtÀFD
e) A lei reservará percentual dos cargos e empregos pú- Espécies; cargo, emprego e função
EOLFRV SDUD DV SHVVRDV FRP GHÀFLrQFLD H GHÀQLUi RV
critérios de sua admissão. Os agentes públicos subdividem-se em:
a) agentes políticos – “são os titulares dos cargos
Resposta: Letra A. O erro encontra-se na palavra “in- HVWUXWXUDLV j RUJDQL]DomR SROtWLFD GR 3DtV >@
determinado”: se a necessidade excepcional é tempo- Presidente da República, Governadores, Prefeitos
rária, então o correto seria dizer que a contratação é e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos
por tempo determinado. O candidato deve estar bas- chefes de Executivo, isto é, Ministros e Secretários
tante atento e fazer uma leitura minuciosa de cada das diversas pastas, bem como os Senadores,
alternativa para não cair nesse tipo de “pegadinha” Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores”2.
muito comum em questões de múltipla escolha. O agente político é aquele detentor de cargo eleti-
vo, eleito por mandatos transitórios.
b) servidores públicos, que se dividem em funcioná-
rio público, empregado público e contratados em
AGENTE PÚBLICO: CONCEITO, FUNÇÃO caráter temporário. Os servidores públicos formam
PÚBLICA, ATENDIMENTO AO CIDADÃO. a grande massa dos agentes do Estado, desenvol-
vendo variadas funções. O funcionário público é o
tipo de servidor público que é titular de um cargo,
Agente público é expressão que engloba todas as se sujeitando a regime estatutário (previsto em es-
pessoas lotadas na Administração, isto é, trata-se daque- tatuto próprio, não na CLT). O empregado público
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

les que servem ao Poder Público. “A expressão agente é o tipo de servidor público que é titular de um
S~EOLFRWHPVHQWLGRDPSORVLJQLÀFDRFRQMXQWRGHSHV- emprego, sujeitando-se ao regime celetista (CLT).
soas que, a qualquer título, exercem uma função públi- Tanto o funcionário público quanto o emprega-
ca como prepostos do Estado. Essa função, é mister que do público somente se vinculam à Administração
VHGLJDSRGHVHUUHPXQHUDGDRXJUDWXLWDGHÀQLWLYDRX mediante concurso público, sendo nomeados em
transitória, política ou jurídica. O que é certo é que, quan- caráter efetivo. Contratados em caráter tempo-
do atuam no mundo jurídico, tais agentes estão de algu- rário são servidores contratados por um período
ma forma vinculados ao Poder Público. Como se sabe, o
Estado só se faz presente através das pessoas físicas que 1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
em seu nome manifestam determinada vontade, e é por ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
2 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Admi-
isso que essa manifestação volitiva acaba por ser imputa-
nistrativo. 32. ed. São Paulo: Malheiros, 2015.

84
certo e determinado, por força de uma situação Essa ilegalidade gera efeitos na competência do ato
de excepcional interesse público, não sendo administrativo, mas não pode ser confundida com o cri-
nomeados em caráter efetivo, ocupando uma fun- me de usurpação de função (art. 328, CP), no qual o su-
ção pública. jeito exerce uma atribuição de cargo, emprego ou função
c) particulares em colaboração com o Estado – são pública, sem ocorrer nenhuma forma de investidura. No
agentes que, embora sejam particulares, executam caso do agente de fato, há investidura, mas ela se deu
IXQo}HVS~EOLFDVHVSHFLDLVTXHSRGHPVHUTXDOLÀ- sem os devidos requisitos.
cadas como públicas. Ex.: mesário, jurado, recruta- Quanto aos atos praticados pelo agente de fato, a
dos para serviço militar. doutrina majoritária considera-os válidos, por causa da
aparência de conformidade com a lei e em preservação
da boa-fé dos administrados. Entretanto, será necessá-
#FicaDica rio ponderar no caso concreto, utilizando como vetores
Os agentes públicos podem ser agentes po- a segurança jurídica e a boa-fé da população, bem como
líticos, particulares em colaboração com o observando se a falta de competência não poderia ser
Estado e servidores públicos. Logo, o servi- facilmente detectada.
dor público é uma espécie do gênero agen-
te público. Com efeito, funcionário público Exigência de concurso público para investidura
é uma espécie do gênero servidor público, em cargo ou emprego público
abrangendo apenas os servidores que se su-
Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego
jeitam a regime estatutário.
público depende de aprovação prévia em concurso pú-
blico de provas ou de provas e títulos, de acordo com a
Natureza jurídica da relação de emprego público natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
cargo em comissão declarado em lei de livre nomea-
O servidor público de sociedade de economia mista e
ção e exoneração.
de empresa pública não se sujeita a Estatuto, mas sim à
Neste sentido, preconiza o artigo 10 da Lei nº
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. Em suma, não
8.112/1990:
são estatutários e sim celetistas. Logo, a natureza jurídica
Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de
da relação de emprego público é contratual, embora o vín-
carreira ou cargo isolado de provimento efetivo de-
FXOR WHQKD QDWXUH]D S~EOLFD ,QFOXVLYH HYHQWXDLV FRQÁLWRV
pende de prévia habilitação em concurso público de
trabalhistas são resolvidos perante a justiça do trabalho.
provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
Apesar disso, são contratados mediante concurso pú- FODVVLÀFDomRHRSUD]RGHVXDYDOLGDGH
blico de provas ou provas e títulos, pois mesmo as em- Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso
presas públicas e as sociedades de economia mista são e o desenvolvimento do servidor na carreira, median-
obrigadas a respeitar um núcleo obrigatório mínimo, que WHSURPRomRVHUmRHVWDEHOHFLGRVSHODOHLTXHÀ[DUDV
envolve o dever de contratar apenas por concurso. diretrizes do sistema de carreira na Administração Pú-
blica Federal e seus regulamentos.
No concurso de provas o candidato é avaliado ape-
#FicaDica
nas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos
Empregado público é celetista – Sujeita-se à concursos de provas e títulos o seu currículo em toda sua
CLT – Relação contratual DWLYLGDGHSURÀVVLRQDOWDPEpPpFRQVLGHUDGR
Servidor público é estatutário – Sujeita-se à &DUJRHPFRPLVVmRpRFDUJRGHFRQÀDQoDTXHQmR
respectiva lei especial – Relação estatutária exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
Em todas outras situações, a administração direta e
indireta é obrigada a prover seus cargos, empregos e
Ausência de competência: agente de fato funções por meio de concursos públicos. Inclusive, por
mais que empresas públicas e sociedades de economia
O agente precisa estar legitimamente investido num mista sejam pessoas jurídicas de direito privado, devem
cargo para praticar um ato administrativo, isto é, deve respeitar o núcleo míni.
ter competência para tanto. Contudo, existe a situação
do agente de fato, que é aquele em relação ao qual a Servidor ocupante de cargo em comissão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

investidura está maculada de um defeito.


Di Pietro3H[HPSOLÀFDWDOVLWXDomR´IDOWDGHUHTXLVLWR Os cargos em comissão são de nomeação livre, dis-
OHJDOSDUDLQYHVWLGXUDFRPRFHUWLÀFDGRGHVDQLGDGHYHQ- pensando concurso público.
cido; inexistência de formação universitária para função O ocupante de cargo em comissão não precisa ser
que a exige, idade inferior ao mínimo legal; o mesmo titular de cargo efetivo.
ocorre quando o servidor está suspenso do cargo, ou 6HUYHSDUDFDUJRVGHFKHÀDVDVVHVVRUDPHQWRHGLUH-
exerce funções depois de vencido o prazo de sua contra- omRQRWDGDPHQWHFDUJRVGHFRQÀDQoD
tação, ou continua em exercício após a idade-limite para Os servidores que ocupam cargo em comissão po-
aposentadoria compulsória”. dem ser exonerados a qualquer tempo, pois não adqui-
rem estabilidade e nem as garantias que dela decorrem
3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 23. (exonerado “ad nutum”).
ed. São Paulo: Atlas editora, 2010.

85
Se sujeita ao regime geral da previdência social.
Um fator importantíssimo a favor dos agentes vi-
Quanto ao regime de trabalho, será o mesmo dos de- talícios é que eles somente podem perder o cargo em
mais servidores do órgão em que ocupa o cargo – se for decorrência de decisão judicial transitada em julgado.
estatutário, seguirá o mesmo estatuto e fará jus aos direi- Então, as várias hipóteses de perda de cargo previstas
tos ali previstos, exceto os de natureza previdenciária; se para servidores estáveis não se aplicam aos servidores
for celetista, seguirá as normas da CLT e terá os mesmos vitalícios.
direitos ali assegurados, inclusive FGTS.

#FicaDica
#FicaDica Apenas o servidor público efetivo pode se
Servidor que ocupe cargo em comissão ja- tornar estável.
mais adquire estabilidade. A estabilidade depende de aprovação no es-
Pode ser exonerado a qualquer tempo. tágio probatório, cujo período é de 3 anos.
Não se sujeita a regime estatutário – contri-
bui pelo INSS e se sujeita à CLT.
Estágio probatório

Servidor efetivo e vitalício: garantias Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a
ser lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
O servidor público efetivo, aquele que foi provido Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo
em cargo mediante nomeação seguida da aprovação em exercício os servidores nomeados para cargo de provi-
concurso público, está apto a adquirir estabilidade, nos mento efetivo em virtude de concurso público.
moldes do artigo 41, CF, após três anos de efetivo exer- § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
cício. I - em virtude de sentença judicial transitada em jul-
Os primeiros 3 anos de serviço correspondem ao es- gado;
tágio probatório, período em que o servidor deverá ser II - mediante processo administrativo em que lhe seja
submetido a uma avaliação especial de desempenho.
assegurada ampla defesa;
Nos moldes do artigo 41, §1º, CF, o servidor apenas
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
perderá o cargo em virtude de sentença judicial transi-
desempenho, na forma de lei complementar, assegu-
tada em julgado, mediante processo administrativo em
rada ampla defesa.
que lhe seja assegurada ampla defesa ou mediante pro-
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do
cedimento de avaliação periódica de desempenho, na
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual
forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo
Logo, é possível a perda do cargo mesmo após adquirir a
estabilidade, mas há garantias quanto à forma como isso de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
pode ocorrer. outro cargo ou posto em disponibilidade com remune-
Além das hipóteses citadas, existe mais uma possibi- ração proporcional ao tempo de serviço.
lidade de perda de cargo (sem caráter punitivo), mesmo § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade,
que o seu detentor seja estável no serviço público. Tra- R VHUYLGRU HVWiYHO ÀFDUi HP disponibilidade, com re-
ta-se da perda de cargo para adequação dos gastos do muneração proporcional ao tempo de serviço, até seu
Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. adequado aproveitamento em outro cargo.
A Constituição Federal inicialmente impõe que os en- § 4º Como condição para a aquisição da estabilidade,
tes federativos, no caso de extrapolação dos limites de é obrigatória a avaliação especial de desempenho por
gastos previstos na LRF, reduzam as despesas com servi- FRPLVVmRLQVWLWXtGDSDUDHVVDÀQDOLGDGH
dores públicos comissionados e não estáveis, conforme Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o
art. 169, § 3º, CF. Mas se as medidas previstas no § 3º do servidor nomeado para cargo de provimento efetivo
DUWQmRIRUHPVXÀFLHQWHVSDUDDGHTXDUHFRQWURODU ÀFDUiVXMHLWRDHVWiJLRSUREDWyULRSRUSHUtRGRGH24
as despesas públicas, a CF/88 prevê, em seu § 4º, a perda (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e
do cargo até mesmo na hipótese em que o seu ocupante capacidade serão objeto de avaliação para o desem-
detenha estabilidade no serviço público. Se ocorrer esta penho do cargo, observados os seguinte fatores:
hipótese, o servidor estável que perder o cargo terá di- I - assiduidade;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

reito a indenização correspondente a 1 mês de remune- II - disciplina;


ração por ano de serviço público. III - capacidade de iniciativa;
Existem alguns servidores públicos efetivos que não IV - produtividade;
possuem apenas estabilidade, mas sim vitaliciedade. São V - responsabilidade.
eles os membros do Poder Judiciário e do Ministério Pú- †ž TXDWUR  PHVHV DQWHV GH ÀQGR R SHUtRGR GR
blico (artigo 95, I, CF; artigo 128, § 5º, I, “a”, CF). estágio probatório, será submetida à homologação da
O prazo para a aquisição da vitaliciedade é diferente autoridade competente a avaliação do desempenho
do prazo para aquisição da estabilidade, sendo adquiri- do servidor, realizada por comissão constituída para
da após 2 anos de serviço público. Durante esse perío- HVVD ÀQDOLGDGH GH DFRUGR FRP R TXH GLVSXVHU D OHL
do, também é submetido o servidor a “estágio probató- ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,
rio”, chamado de processo de vitaliciamento. sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores

86
enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. A única forma de provimento originário é a nomea-
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório ção, que pode ser em caráter efetivo (mediante aprova-
será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo ção em concurso) ou em comissão (tratando-se de cargo
anteriormente ocupado, observado o disposto no GHFRQÀDQoD 
parágrafo único do art. 29. De forma derivada, o provimento pressupõe que exis-
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer ta uma relação jurídica anterior entre servidor público e
quaisquer cargos de provimento em comissão ou Administração.
IXQo}HVGHGLUHomRFKHÀDRXDVVHVVRUDPHQWRQRyUJmR Pode se dar de diversas formas: promoção, readap-
ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido tação, reversão, aproveitamento, reintegração e recon-
a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de dução.
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão Promoção é a elevação de um servidor de uma classe
do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, para outra dentro de uma mesma carreira.
de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. Readaptação é a passagem do servidor para outro
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente FDUJRFRPSDWtYHOFRPDGHÀFLrQFLDItVLFDTXHHOHYHQKD
poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos a apresentar.
previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, Reversão é o retorno ao serviço ativo do servidor
bem assim afastamento para participar de curso de aposentado por invalidez quando insubsistentes os mo-
formação decorrente de aprovação em concurso para tivos da aposentadoria.
outro cargo na Administração Pública Federal. Aproveitamento é o retorno ao serviço ativo do ser-
†ž2HVWiJLRSUREDWyULRÀFDUiVXVSHQVRGXUDQWHDV vidor que se encontrava em disponibilidade e foi apro-
licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, veitado em cargo semelhante àquele anteriormente ocu-
§ 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação pado.
em curso de formação, e será retomado a partir do Reintegração é o retorno ao serviço ativo do servi-
término do impedimento. dor que fora demitido, quando a demissão for anulada
2HVWiJLRSUREDWyULRSRGHVHUGHÀQLGRFRPRXPODS- administrativamente ou judicialmente, voltando para o
so de tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor mesmo cargo que ocupava anteriormente.
serão avaliadas de acordo com critérios de assiduidade, Recondução é o retorno ao cargo anteriormente ocu-
disciplina, capacidade de iniciativa, produtividade e res- pado, do servidor que não logrou êxito no estágio pro-
ponsabilidade. O servidor não aprovado no estágio pro- batório de outro cargo para o qual foi nomeado decor-
batório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao rente de outro concurso.
cargo anteriormente ocupado. Não existe vedação para Obs.: São consideradas formas inconstitucionais de
um servidor em estágio probatório exercer quaisquer provimento a transferência, que era a passagem de um
cargos de provimento em comissão ou funções de di- servidor de um quadro para outro dentro de um mesmo
UHomR FKHÀD RX DVVHVVRUDPHQWR QR yUJmR RX HQWLGDGH SRGHUHDDVFHQVmRTXHVLJQLÀFDYDDSDVVDJHPGHXPD
de lotação. carreira para outra.
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a dis- Em relação às formas de vacância, que ocorre quando
ciplina do estágio probatório mudou, notadamente au- R FDUJR S~ELFR DQWHULRUPHQWH RFXSDGR ÀFD OLYUH FROR-
mentando o prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista cam-se: falecimento, aposentadoria, promoção, demis-
que a norma constitucional prevalece sobre a lei federal, são, exoneração, readaptação, posse em outro cargo cuja
mesmo que ela não tenha sido atualizada, deve-se seguir acumulação seja vedada.
o disposto no artigo 41 da Constituição Federal.
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probató-
rio, o servidor público somente poderá ser exonerado #FicaDica
nos casos do § 1º do artigo 40 da Constituição Federal, Vacância = liberação do cargo que antes se
notadamente: em virtude de sentença judicial transitada encontrava ocupado/provido.
em julgado; mediante processo administrativo em que Provimento = preenchimento do cargo vago,
lhe seja assegurada ampla defesa; ou mediante procedi- podendo ser originário ou derivado.
mento de avaliação periódica de desempenho, na forma
de lei complementar, assegurada ampla defesa (sendo
esta lei complementar ainda inexistente no âmbito fe- Direitos, deveres e responsabilidades dos servido-
deral). res públicos civis
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Formas de provimento e vacância dos cargos pú- No âmbito federal, são objeto da Lei nº 8.112/1990,
blicos que institui o regime jurídico dos servidores públicos ci-
vis federais.
Provimento é o preenchimento do cargo público; ao
passo que vacância é a sua desocupação. ATENDIMENTO AO PÚBLICO
O provimento pode se dar de forma originária ou de-
rivada. A qualidade do atendimento ao público apresenta-
De forma originária, o provimento pressupõe que não VHFRPRXPGHVDÀRLQVWLWXFLRQDOHGHYHWHUFRPRPHWD
exista uma relação jurídica anterior entre servidor público aprimorar e uniformizar o serviço oferecido tanto ao pú-
e Administração. blico externo como ao público interno.

87
Vale ressaltar que o agente responsável por realizar da cultura da empresa/ instituição e conforme os
o atendimento, ao fazê-lo, não o faz por si mesmo, mas interesses institucionais, mas, ainda sim, atingindo
pela instituição, ou seja, ele representa a organização o resultado desejado de atender com excelência o
naquele momento, é a imagem da organização que se cliente, resolvendo sua necessidade ou atendendo
DSUHVHQWDQDÀJXUDGHVVHDJHQWH seu desejo.
Quando falamos em atendimento de qualidade, pen- Ł 2EMHWLYLGDGH FODUH]D H FRQFLVmR VHU GLUHWR REMH-
samos em excelência na forma com que nossos clientes tivo e claro em suas respostas para o cliente e se
(internos ou externos) são tratados. Lidar com pessoas, ater ao foco do que está sendo perguntado, forne-
como ocorre em um atendimento, exige uma postura cendo informações precisas e sucintas com aten-
comportamental comprometida com o outro, com suas ção e clareza.
necessidades, seus anseios, mas também com a organi-
zação, suas regras, ou seja, exige responsabilidade, co- 1. Postura de atendimento
nhecimento de funções, uso adequado de ferramentas
para se enquadrar ao sistema de funcionamento da or- $TXLIDODPRVHPIDWRUHVSHVVRDLVTXHLQÁXHQFLDPR
JDQL]DomRDJLOLGDGHFRUGLDOLGDGHHÀFLrQFLDHSULQFLSDO- atendimento: apresentação pessoal, cortesia (persona-
mente, empatia para realizar um atendimento de exce- lizar o atendimento), atenção, tolerância (grau de acei-
lência junto ao público. tação de diferente modo de pensar), discrição, conduta,
Atendimento corresponde ao ato de atender, ou seja, objetividade.
ao ato de prestar atenção às pessoas com as quais man- A postura pode ser entendida como a junção de to-
temos contato. dos esses aspectos relacionados com a nossa expressão
A qualidade do atendimento prestado depende da corporal na sua totalidade e nossa condição emocional.
capacidade de se comunicar com o público e da mensa- Podemos destacar 3 pontos necessários para falar-
gem transmitida. mos de postura. São eles:

O edital cita características que são imprescindíveis Ł 7HU XPD SRVWXUD GH DEHUWXUD FDUDFWHUL]DVH SRU
quando se almeja alcançar um nível de excelência em um posicionamento de humildade, mostrando-se
qualidade no atendimento. Vejamos: sempre disponível para atender e interagir pron-
Ł $WHQomRRFOLHQWHSUHFLVDVHURIRFRGHVXDVDo}HV tamente com o cliente. Esta postura de abertura
É necessário fazer com que ele se sinta realmente do atendente suscita alguns sentimentos positivos
o elemento de maior importância nessa relação, nos clientes, como por exemplo:
e isso será possível quando o atende dispender a Ł 3RVWXUDGRDWHQGHQWHGHPDQWHURVRPEURVDEHU-
atenção necessária nesse contato, criando empa- tos e o peito aberto, passa ao cliente um sentimen-
WLDSDUDLGHQWLÀFDUGHIDWRTXDODPHOKRUIRUPDGH to de receptividade e acolhimento;
atender esse cliente. Ł $FDEHoDPHLRFXUYDHRFRUSROLJHLUDPHQWHLQFOLQD-
Ł &RUWHVLDVHUFRUWrVVLJQLÀFDXVDUGHJHQWLOH]DHGX- do transmitem ao cliente a humildade do atendente;
cação, lidar as pessoas com amabilidade, generosi- Ł 2ROKDUQRVROKRVHRDSHUWRGHPmRÀUPHWUDGX-
dade e delicadeza no trato. zem respeito e segurança;
Ł ,QWHUHVVHFRPRGLVVHPRVDFLPDGHVHQYROYHUHP- Ł $ ÀVLRQRPLD DPLVWRVD DOHQWD XP VHQWLPHQWR GH
patia, ou seja, quando se coloca no lugar da pessoa afetividade e calorosidade.
e demonstra interesse naquilo que é importante Ł 7HUsintonia entre fala e expressão corporal: ca-
para ela, consequentemente, realiza-se um traba- racteriza-se pela existência de uma unidade entre
lho melhor. o que dizemos e o que expressamos no nosso
Ł 3UHVWH]D HVWi UHODFLRQDGR FRP D ERD YRQWDGH H corpo. Quando fazemos isso, nos sentimos mais
pré-disposição em servir. KDUP{QLFRVHFRQIRUWiYHLV1mRSUHFLVDPRVÀQJLU
Ł (ÀFLrQFLD HÀFLrQFLD p D FDSDFLGDGH GH ´ID]HU DV mentir ou encobrir os nossos sentimentos e eles
coisas direito”, um administrador é considerado ÁXHPOLYUHPHQWH'HVVDIRUPDQRVVHQWLPRVPDLV
HÀFLHQWH TXDQGR PLQLPL]D R FXVWR GRV UHFXUVRV livres do stress, das doenças, dos medos.
XVDGRVSDUDDWLQJLUGHWHUPLQDGRÀP Ł $VH[SUHVV}HVIDFLDLVSRGHPRVH[WUDLUGRLVDVSHF-
Ł 7ROHUkQFLD UHSUHVHQWD D FDSDFLGDGH GH XPD SHV- tos: o expressivo, ligado aos estados emocionais
soa ou grupo de aceitar, em outra pessoa ou grupo TXHHODVWUDGX]HPHDLGHQWLÀFDomRGHVVHVHVWDGRV
uma atitude diferente das que são a norma de seu pelas pessoas; e a sua função social, que diz em
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

grupo. que condições ocorreu a expressão, seus efeitos


Ł 'LVFULomRHQYROYH]HORUHVSHLWRSUXGrQFLDGLVFHU- sobre o observador e quem a expressa.
nimento e sensatez quando fornece uma informa-
ção ao cliente. É necessário manter-se reservado Podemos concluir, entendendo que qualquer com-
sobre o que o cliente lhe diz. Assim, estará trans- portamento inclui posturas e é sempre fruto da interação
PLWLQGRFRQÀDELOLGDGHHVHULHGDGHQRWUDEDOKRGH- complexa entre o organismo e o seu meio ambiente.
senvolvido. Observando essas condições principais que causam a
Ł &RQGXWD HVSHUDVH TXH R DWHQGHQWH FRQKHoD H vinculação ou o afastamento do cliente da empresa, po-
UHVSHLWHDVQRUPDVLQWHUQDVDÀQDOHOHpXPFDQDO demos separar a estrutura de uma empresa de serviços
de transmissão da imagem da organização e, como em dois itens:
WDO GHYH PDQWHU SRVWXUD SURÀVVLRQDO DJLU GHQWUR

88
2. Os serviços e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chegada
do cliente. O primeiro passo de cada dia é iniciar o tra-
O serviço assume uma dimensão macro nas organi- balho com a consciência de que o seu principal papel é o
zações e, como tal, está diretamente relacionado ao pró- de ajudar os clientes a solucionarem suas necessidades.
prio negócio. A postura é de realizar serviços para o cliente.
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas
GHVHUYLoRVDVXDSUySULDGHÀQLomRHÀORVRÀD$TXLWDP- 5. A fuga dos clientes
bém são tratados os aspectos gerais da organização que
dão peso ao negócio, como: o ambiente físico, as cores $VSHVTXLVDVUHYHODPTXHGRVFOLHQWHVGDVHP-
(pintura), os jardins. Este item, portanto, depende mais presas fogem delas por problemas relacionados à postu-
diretamente da empresa e está mais relacionado com as ra de atendimento.
condições sistêmicas. Numa escala decrescente de importância, podemos
observar os seguintes percentuais:
3. Pontos e políticas do atendimento Ł GRVFOLHQWHVIRJHPGDVHPSUHVDVSRUSUREOH-
mas de postura no atendimento;
É o tratamento dispensado às pessoas, está mais rela- Ł IRJHPSRUQmRWHUHPVXDVUHFODPDo}HVDWHQ-
cionado com o funcionário em si, com as suas atitudes e didas;
o seu modo de agir com os clientes. Portanto, está ligado Ł IRJHPSHORSUHoR
às condições individuais. Ł IRJHPSRUFRPSHWLomRPXGDQoDGHHQGHUHoR
É necessário unir esses dois pontos e estabelecer nas morte.
SROtWLFDV GDV HPSUHVDV R WUHLQDPHQWR H D GHÀQLomR GH
XP SDGUmR GH DWHQGLPHQWR H GH XP SHUÀO EiVLFR SDUD A origem dos problemas está nos sistemas implan-
R SURÀVVLRQDO GH DWHQGLPHQWR FRPR IRUPD GH DYDQoDU tados nas organizações, muitas vezes obsoletos. Esses
no próprio negócio. Dessa maneira, esses dois itens se VLVWHPDVQmRGHÀQHPXPDSROtWLFDFODUDGHVHUYLoRVQmR
tornam complementares e inter-relacionados, com de- GHÀQHPRTXHpRSUySULRVHUYLoRHTXDOpRVHXSURGXWR
pendência recíproca para terem peso. 6HP LVVR H[LVWH PXLWD GLÀFXOGDGH HP VDWLVID]HU SOHQD-
mente o cliente.
2SURÀVVLRQDOGRDWHQGLPHQWR (VVDV HPSUHVDV TXH SHUGHP  GRV VHXV FOLHQWHV
QmR FRQWUDWDP SURÀVVLRQDLV FRP FDUDFWHUtVWLFDV EiVLFDV
Para conhecermos melhor a postura de atendimen- SDUD DWHQGHU R S~EOLFR QmR WUHLQDP HVVHV SURÀVVLRQDLV
WRID]VHQHFHVViULRIDODUGRYHUGDGHLURSURÀVVLRQDOGR na postura adequada, não criam um padrão de atendi-
atendimento. mento e este passa a ser realizado de acordo com as ca-
2VWUrVSDVVRVGRYHUGDGHLURSURÀVVLRQDOGHDWHQGL- racterísticas individuais e o bom senso de cada um.
mento: A falta de noção clara da causa primária da perda de
clientes faz com que as empresas demitem os funcio-
4.1 Entender o seu verdadeiro papel: que é o de nários “porque eles não sabem nem atender o cliente”.
compreender e atender as necessidades dos clientes, fa- Parece até que o atendimento é a tarefa mais simples da
zer com que ele seja bem recebido, ajudá-lo a se sentir empresa e que menos merece preocupação. Ao contrá-
importante e proporcioná-lo um ambiente agradável. rio, é a mais complexa e recheada de nuances que per-
(VWHSURÀVVLRQDOpYROWDGRFRPSOHWDPHQWHSDUDDLQWHUD- passam pela condição individual e por condições sistê-
ção com o cliente, estando sempre com as suas antenas micas.
ligadas neste, para perceber constantemente as suas ne-
FHVVLGDGHV3DUDRSURÀVVLRQDOQmREDVWDDSHQDVFRQKH- Essas condições sistêmicas estão relacionadas a:
cer o produto ou serviço, o mais importante é demons- 1. Falta de uma política clara de serviços;
trar interesse em relação às necessidades dos clientes e ,QGHÀQLomRGRFRQFHLWRGHVHUYLoRV
atendê-las. )DOWDGHXPSHUÀODGHTXDGRSDUDRSURÀVVLRQDOGH
atendimento;
4.2 Entender o lado humano: conhecendo as neces- 4. Falta de um padrão de atendimento;
sidades dos clientes, aguçando a capacidade de perce- 5. Inexistência do follow up;
ber o cliente. Para entender o lado humano, é necessário )DOWDGHWUHLQDPHQWRHTXDOLÀFDomRGHSHVVRDO
TXHHVWHSURÀVVLRQDOWHQKDXPDIRUPDomRYROWDGDSDUD
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

as pessoas e goste de lidar com gente. Espera-se que ele Nas condições individuais, podemos encontrar a contra-
ÀTXHIHOL]HPID]HURRXWURIHOL]SRLVSDUDHVWHSURÀVVLR- tação de pessoas com características opostas ao necessário
nal, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo ins- para atender ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
tante em que ela cessa a busca de sua própria felicidade
para buscar a felicidade do outro. 2VUHTXLVLWRVSDUDFRQWUDWDomRGHVWHSURÀVVLR-
nal
4.3 Entender a necessidade de manter um estado Para trabalhar com atendimento ao público, alguns
de espírito positivo: cultiva-se pensamentos e senti- requisitos são essenciais ao atendente. São eles:
mentos positivos para ter atitudes adequadas no mo- Ł*RVWDUGHVHUYLUGHID]HURRXWURIHOL]
mento do atendimento. Ele sabe que é fundamental se- Ł*RVWDUGHOLGDUFRPJHQWH
parar os problemas particulares do dia a dia do trabalho Ł6HUH[WURYHUWLGR

89
Ł7HUKXPLOGDGH Essa interação pode se caracterizar por um cumpri-
Ł&XOWLYDUXPHVWDGRGHHVStULWRSRVLWLYR mento verbal, uma saudação, um aceno de cabeça ou
Ł6DWLVID]HUDVQHFHVVLGDGHVGRFOLHQWH apenas por um aceno de mão. O objetivo com isso é
Ł&XLGDUGDDSDUrQFLD fazer o cliente sentir-se acolhido e certo de estar rece-
bendo toda a atenção necessária para satisfazer os seus
&RPHVVHVUHTXLVLWRVRVLQDOÀFDYHUGHSDUDRDWHQ- anseios.
dimento. Alguns exemplos são:
1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o
7. Outros fatores importantes no atendimento carrinho de limpeza e o hóspede sai do seu apartamen-
to. Ela prontamente olha para ele e diz com um sorriso:
7.1 O olhar “bom dia!”
2. O caixa de uma loja cumprimenta o cliente no mo-
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através mento do pagamento;
do olhar, podemos passar para as pessoas os nossos senti- 3. O frentista do posto de gasolina aproxima-se ao
PHQWRVPDLVSURIXQGRVSRLVHOHUHÁHWHRQRVVRHVWDGRGH ver o carro entrando no posto e faz uma sudação.
espírito.
7.3 A invasão
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos
SUHQGHUVRPHQWHDHOHPDVjÀVLRQRPLDFRPRXPWRGR Porém, interagir no raio de ação não tem nada a ver
para entendermos o real sentido dos olhos. com invasão de território.
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de Vamos entender melhor isso.
acolhimento, de interesse no atendimento das suas ne- 7RGR VHU KXPDQR VHQWH QHFHVVLGDGH GH GHÀQLU XP
cessidades, de vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar território, que é um certo espaço entre si e os estranhos.
apático, traduz fraqueza e desinteresse, dando ao cliente, (VVH WHUULWyULR QmR VH FRQÀJXUD DSHQDV HP XP HVSDoR
a impressão de desgosto e dissabor pelo atendimento. físico demarcado, mas principalmente num espaço pes-
Mas, você deve estar se perguntando: a que causa soal e social, o que podemos traduzir como a necessida-
HVWHEULOKRQRVQRVVRVROKRV"$UHVSRVWDpVLPSOHV*RV- de de privacidade, de respeito, de manter uma distância
tar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
de ajudar ao próximo. Quando esses territórios são invadidos, ocorrem cor-
Para atender ao público, é preciso que haja interesse tes na privacidade, o que normalmente traz consequên-
e gosto, pois só assim conseguimos repassar uma sensa- FLDVQHJDWLYDV3RGHPRVH[HPSOLÀFDUHVVDVLQYDV}HVFRP
ção agradável para o cliente. Gostar de atender o público algumas situações corriqueiras: uma piada muito picante
VLJQLÀFDJRVWDUGHDWHQGHUDVQHFHVVLGDGHVGRVFOLHQWHV contada na presença de pessoas estranhas a um grupo
querer ver o cliente feliz e satisfeito. VRFLDOÀFDUPXLWRSUy[LPRGRRXWURTXDVHVHHQFRVWDQ-
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode do nele; dar um tapinha nas costas etc.
transmitir: Nas situações de atendimento, são bastante comuns
a). Interesse quando: as invasões de território pelos atendentes. Estas, na sua
Ł%ULOKD maioria, causam mal-estar aos clientes, pois são traduzi-
Ł7HPDWHQomR das por eles como atitudes grosseiras e pouco sensíveis.
Ł9HPDFRPSDQKDGRGHDFHQRGHFDEHoD Alguns são os exemplos destas atitudes e situações mais
comuns:
b) Desinteresse quando: Ł ,QVLVWrQFLDSDUDRFOLHQWHOHYDUXPLWHPRXDGTXLULU
ŁeDSiWLFR um bem;
ŁeLPyYHOUtJLGR Ł 6HJXLURFOLHQWHSRUWRGDDORMD
Ł1mRWHPH[SUHVVmR Ł 2 PRWRULVWD GH WD[L TXH QmR SDUD GH IDODU FRP R
passageiro;
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o Ł 2JDUoRPTXHÀFDGHSpDRODGRGDPHVDVXJHULQ-
gelo. O olhar nos olhos dá credibilidade e não há como do pratos sem ser solicitado;
dissimular com o olhar. Ł 2IXQFLRQiULRTXHFXPSULPHQWDRFOLHQWHFRPGRLV
beijinhos e tapinhas nas costas;
7.2 A aproximação – raio de ação Ł 2IXQFLRQiULRTXHWUDQVIHUHDOLJDomRRXGHVOLJDR
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

telefone sem avisar.


A aproximação do cliente está relacionada ao concei-
WRGHUDLRGHDomRTXHVLJQLÀFDLQWHUDJLUFRPRS~EOLFR Essas situações não cabem na postura do verdadeiro
independentemente deste ser cliente ou não. SURÀVVLRQDOGRDWHQGLPHQWR
Essa interação ocorre dentro de um espaço físico de 3
metros de distância do público e de um tempo imediato, 7.4 O sorriso
ou seja, prontamente.
Além do mais, deve ocorrer independentemente de o O sorriso abre portas e é considerado uma linguagem
funcionário estar ou não na sua área de trabalho. Esses universal.
UHTXLVLWRVSDUDDLQWHUDomRWRUQDPQDPDLVHÀFD]

90
Imagine que você tem um exame de saúde muito im- 7.7 Apresentação pessoal
portante para receber e está apreensivo com o resultado.
Você chega à clínica e é recebido por uma recepcionis- Que imagem você acha que transmitimos ao cliente
ta que apresenta um sorriso caloroso. Com certeza você quando o atendemos com unhas sujas, os cabelos des-
VHVHQWLUiPDLVVHJXURHPDLVFRQÀDQWHGLPLQXLQGRXP SHQWHDGRVDVURXSDVPDOFXLGDGDV"
pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi interpre- O atendente está na linha de frente e é responsável
tado como um ato de apaziguamento. pelo contato, além de representar a empresa neste mo-
O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de es- PHQWR 3DUD WUDQVPLWLU FRQÀDELOLGDGH VHJXUDQoD ERQV
pírito das pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas serviços e cuidado, faz-se necessário, também, ter uma
sorridentes são avaliadas mais favoravelmente do que as boa apresentação pessoal.
não sorridentes. Alguns cuidados são essenciais para tornar este item
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de mais completo. São eles:
comunicação não-verbal. Como tal, expressa as emoções a) Tomar um banho antes do trabalho diário: além da
e geralmente informa mais do que a linguagem falada e a função higiênica, também é revigorante e espanta
escrita. Dessa forma, podemos passar vários tipos de sen- a preguiça;
timentos e acarretar as mais diversas emoções no outro. b) Cuidar sempre da higiene pessoal: unhas limpas,
cabelos cortados e penteados, dentes cuidados,
7.5 Ir ao encontro do cliente hálito agradável, axilas asseadas, barba feita;
c) Roupas limpas e conservadas;
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de com- d) Sapatos limpos;
promisso no atendimento por parte do atendente. Este e) Usar o FUDFKi GH LGHQWLÀFDomR em local visível
item traduz a importância dada ao cliente no momen- pelo cliente.
to de atendimento, no qual o atendente faz tudo o que
é possível para atender as suas necessidades, pois ele Quando esses cuidados básicos não são tomados, o
cliente se questiona: puxa, se ele não cuida nem dele,
compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao
da sua aparência pessoal, como é que vai cuidar de me
encontro do cliente, o atendente demonstra o seu inte-
SUHVWDUXPERPVHUYLoR"
resse para com ele.
A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto
importante para criar uma relação de proximidade e con-
7.6 A primeira impressão
ÀDQoDHQWUHRFOLHQWHHRDWHQGHQWH
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase:
7.8 Cumprimento caloroso
DSULPHLUDLPSUHVVmRpDTXHÀFD
9RFrFRQFRUGDFRPHOD" O que você sente quando alguém aperta a sua mão
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil VHPÀUPH]D"
a empresa ter uma segunda chance para tentar mudar a Às vezes ouvimos as pessoas comentando que é
LPSUHVVmR LQLFLDO VH HOD IRL QHJDWLYD SRLV GLÀFLOPHQWH R possível conhecer alguém, a sua integridade moral, pela
cliente irá voltar. qualidade do seu aperto de mão.
É muito mais difícil e também mais caro trazer de O aperto de mão “frouxo” transmite apatia, passivida-
volta o cliente perdido, aquele que foi mal atendido ou de, baixa energia, desinteresse, pouca interação, falta de
que não teve os seus desejos satisfeitos. Estes clientes compromisso com o contato.
SHUGHPDFRQÀDQoDQDHPSUHVDHQRUPDOPHQWHRVFXV- Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo
tos para resgatá-los são altos. Alguns mecanismos que que machuca a mão, ao invés de trazer uma mensagem
as empresas adotam são os contatos via telemarketing, positiva, causa um mal-estar, traduzindo hiperatividade,
PDODGLUHWDYLVLWDVPDVQHPVHPSUHVmRHÀFD]HV agressividade, invasão e desrespeito. O ideal é ter um
FXPSULPHQWRÀUPHTXHSUHQGDWRGDDPmRPDVTXHD
A maioria das empresas não tem noção da quanti- deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demonstra
dade de clientes perdidos durante a sua existência, pois LQWHUHVVHSHORRXWURÀUPH]DERPQtYHOGHHQHUJLDDWLYL-
HODVQmRDGRWDPPHFDQLVPRVGHLGHQWLÀFDomRGHUHFOD- dade e compromisso com o contato.
mações e/ou insatisfações de clientes. Assim, elas deixam É importante lembrar que o cumprimento deve estar
escapar as armas que teriam para reforçar os seus pro- associado ao olhar nos olhos, à cabeça erguida, aos om-
cessos internos e o seu sistema de trabalho. bros e ao peito abertos, totalizando uma sintonia entre
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Quando as organizações atentam para essa impor- fala e expressão corporal.


tância, elas passam a aplicar instrumentos de medição, Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequa-
porém, esses coletores de dados nem sempre traduzem da de cumprimentar, esta jamais deverá ser mecânica e
a realidade, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, automática.
subjetivas ou pedem a opinião aberta sobre o assunto.
'HVVDIRUPDÀFDGLItFLOPHQVXUDUHDFDEDVHSRUQmR 7.9 Tom de voz
colher as informações reais.
A saída seria criar medidores que traduzissem com A voz é carregada de magnetismo e, como tal, traz
fatos e dados, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o uma onda de intensa vibração. O tom de voz e a maneira
serviço e o produto adquiridos da empresa. como dizemos as palavras são mais importantes do que
as próprias palavras.

91
Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair A agilidade no atendimento transmite ao cliente a
hoje do conserto, mas, por falta de uma peça, ela só esta- ideia de respeito. Sendo ágil, o atendente reconhece a
rá pronta na próxima semana”. De acordo com a maneira necessidade do cliente em relação à utilização adequada
que dizemos e de acordo com o tom de voz que usamos, do seu tempo.
vamos perceber reações diferentes do cliente. Quando há agilidade, podemos destacar:
Se dissermos isso com simpatia, naturalmente nos Ł2DWHQGLPHQWRSHUVRQDOL]DGR
desculpando pela falha e assumindo uma postura de Ł$DWHQomRDRDVVXQWR
humildade, falando com calma e num tom amistoso e Ł2VDEHUHVFXWDURFOLHQWH
agradável, percebemos que a reação do cliente será de Ł2FXLGDUGDVVROLFLWDo}HVHRDFRPSDQKDURFOLHQWH
compreensão. durante todo o seu percurso na empresa.
Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma me-
FkQLFDHVWXGDGDDUWLÀFLDOUtVSLGDIULDHFRPDUURJkQFLD 7.12 O calor no atendimento
poderemos ter um cliente reagindo com raiva, procuran-
do o gerente, gritando etc. O atendimento caloroso evita dissabores e situações
$V SDODYUDV VmR VtPERORV FRP VLJQLÀFDGRV SUySULRV constrangedoras, além de ser a comunhão de todos os
A forma como elas são utilizadas também traz o seu sig- pontos estudados sobre postura.
QLÀFDGRHFRPLVVRFDGDSDODYUDWHPDVXDYLEUDomRHV- O atendente escolhe a condição de atender o clien-
pecial. te e, para isso, é preciso sempre lembrar que o cliente
deseja se sentir importante e respeitado. Na situação de
7.10 Saber escutar atendimento, o cliente busca ser reconhecido e, transmi-
tindo calorosidade nas atitudes, o atendente satisfaz as
9RFrDFKDTXHH[LVWHGLIHUHQoDHQWUHRXYLUHHVFXWDU" necessidades do cliente de estima e consideração.
Se você respondeu que não, você errou. Ao contrário, o atendimento áspero transmite ao
Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o cliente a sensação de desagrado, descaso e desrespeito,
verdadeiro sentido, compreendendo e interpretando a além de retornar ao atendente como um bumerangue.
essência, o conteúdo da comunicação. O efeito bumerangue é bastante comum em situações
O ato de escutar está diretamente relacionado com a GHDWHQGLPHQWRSRLVHOHUHÁHWHRQtYHOGHVDWLVIDomRRX
nossa capacidade de perceber o outro. E, para perceber- não, do cliente em relação ao atendente. Com esse efeito,
mos o outro, o cliente que está diante de nós, precisamos as atitudes batem e voltam, ou seja, se você atende bem,
nos despojar das barreiras que atrapalham e empobre- o cliente se sente bem e trata o atendente com respeito.
cem o processo de comunicação. São elas: Se este atende mal, o cliente reage de forma negativa e
Ł2VSUHFRQFHLWRV hostil. O cliente não está na esteira da linha de produção,
Ł$VGLVWUDo}HV merecendo ser tratado com diferenciação e apreço.
Ł2VMXOJDPHQWRVSUpYLRV Precisamos ter em atendimento pessoas descontraí-
Ł$VDQWLSDWLDV das, que façam do ato de atender o seu verdadeiro sen-
tido de vida, que é servir ao próximo.
Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, pre- Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostili-
cisamos compreender o todo, captando os estímulos que dade retratam bem a falta de calor do atendente. Com
vêm do outro, fazendo uma leitura completa da situação. essas atitudes, o atendente parece estar pedindo ao
cliente que este se afaste, vá embora, desapareça da sua
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura frente, pois ele não é bem-vindo. Assim, o atendente es-
GHUHFHSWLYLGDGHHVLPSDWLDDÀQDOQyVWHPRVGRLVRXYL- quece que a sua missão é servir e fazer o cliente feliz.
dos e uma boca, o que nos sugere que é preciso escutar
mais do que falar. 8. As gafes no atendimento
Quando não sabemos escutar o cliente – interrom-
pendo-o, falando mais que ele, dividindo a atenção com Depois de conhecermos a postura correta de atendi-
outras situações – tiramos dele a oportunidade de ex- mento, também é importante sabermos quais são as formas
pressar os seus verdadeiros anseios e necessidades e erradas, para jamais praticá-las. Quem as pratica com certeza
corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos conse- QmRpXPYHUGDGHLURSURÀVVLRQDOGHDWHQGLPHQWR$VHJXLU
guir atendê-los. alguns pontos que são considerados postura inadequada:
A mais poderosa forma de escutar é a empatia (que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

vamos conhecer mais na frente). Ela nos permite escutar, 8.1 Postura inadequada
de fato, os sentimentos por trás do que está sendo dito,
mas, para isso, é preciso que o atendente esteja sintoniza- A postura inadequada é abrangente, indo desde a
do emocionalmente com o cliente. Essa sintonia se dá por postura física ao mais sutil comentário negativo sobre a
meio do despojamento das barreiras que já falamos antes. empresa na presença do cliente.
Em relação à postura física, podemos destacar como
7.11 Agilidade inadequado o atendente:
Ł (VFRUDUVH QDV SDUHGHV GD ORMD RX GHEUXoDU D FD-
$WHQGHUFRPDJLOLGDGHVLJQLÀFDWHUUDSLGH]VHPSHU- beça no seu birô por não estar com o cliente (esta
der a qualidade do serviço prestado. atitude impede que ele interaja no raio de ação);
Ł 0DVFDUFKLFOHWHVGXUDQWHRDWHQGLPHQWR

92
Ł &XVSLUS{URGHGRQRQDUL]RXQRRXYLGRTXDQGRHVWLYHUIDODQGRSHVVRDOPHQWHFRPRFOLHQWH2DVVHDPHQWR
deve ser feito apenas no banheiro;
Ł &RPHUHQTXDQWRDWHQGHRFOLHQWH FRPXPQDVHPSUHVDVTXHRIHUHFHPODQFKHVRXWrPFDQWLQD 
Ł 9RFLIHUDUXPSHGLGRDDOJXpPGDHPSUHVD3HGLUFRPJHQWLOH]DVHULDRFRUUHWRSRUTXHRJULWRDOpPGHVHUDOJR
deselegante é uma forma de agressão;
Ł &RoDUVHQDIUHQWHGRFOLHQWH
Ł %RFHMDU2DWHQGHQWHWHPGHFRQWHURERFHMRTXHpXPVLQDOGHFDQVDoR2FOLHQWHSRGHHQWHQGHUTXHVXDSUH-
sença é desinteressante.

Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:


Ł $FKDUVHtQWLPRGRFOLHQWHDSRQWRGHOKHSHGLUFDURQDSRUH[HPSOR
Ł 5HFHEHUSUHVHQWHVGRFOLHQWHHPWURFDGHXPERPVHUYLoR
Ł )D]HUFUtWLFDVDRXWURVVHWRUHVSHVVRDVSURGXWRVRXVHUYLoRVQDIUHQWHGRFOLHQWH
Ł 'HVPHUHFHURXFULWLFDURIDEULFDQWHGRSURGXWRTXHYHQGHRSDUFHLURGDHPSUHVDGHQHJULQGRDVXDLPDJHP
para o cliente;
Ł )DODUPDOGHSHVVRDVDXVHQWHVQDSUHVHQoDGRFOLHQWH
Ł 8VDURFOLHQWHFRPRGHVDEDIRGRVSUREOHPDVSHVVRDLV
Ł /DPHQWDU
Ł &RORFDUSUREOHPDVVDODULDLV
Ł 5HFODPDUGHRXWUHPRXGDSUySULDYLGDQDIUHQWHGRFOLHQWH
Ł /HPEUHVHDpWLFDGRWUDEDOKRpVHUYLUDRVRXWURVHQmRVHVHUYLUGRVRXWURV

8.2 Usar chavões

2PDXSURÀVVLRQDOXWLOL]DVHGHDOJXQVFKDY}HVFRPRIRUPDGHIXJLUjVXDUHVSRQVDELOLGDGHQRDWHQGLPHQWRDR
cliente. Citamos aqui os mais comuns:
3DUHHUHÁLWDYRFrJRVWDULDGHVHUFRPSDUDGRDHVWHDWHQGHQWH"
Ł 2VHQKRUFRPRFOLHQWHWHPTXHHQWHQGHU
Ł 2VHQKRUGHYHULDDJUDGHFHURTXHDHPSUHVDID]SHORVHQKRU
Ł 2FOLHQWHpXPFKDWRTXHVHPSUHTXHUPDLV
Ł $tYHPHOHGHQRYR

(VVDVIUDVHVJHUDPXPEORTXHLRPHQWDOGLÀFXOWDQGRDOLEHUDomRGRODGRERPGDSHVVRDTXHDWHQGHRFOLHQWH
Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo vicioso na postura inadequada, pois o atendente usa
os chavões (pensa dessa forma em relação ao cliente e à situação de atendimento), o cliente se aborrece e descarrega
no atendente ou simplesmente não volta mais.
Para quebrar esse ciclo, é preciso haver uma mudança radical no pensamento e postura do atendente.

,PSUHVV}HVÀQDLVGRFOLHQWH

Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e,
consequentemente, sobre a empresa.
'XDVVmRDVIRUPDVGHLPSUHVV}HVÀQDLVPDLVFRPXQVGRFOLHQWH
a) Momento da verdade: por meio do contato direto (pessoal) e/ou telefônico com o atendente;
b) Teleimagem: por meio do contato telefônico. (Vamos conhecê-la com mais detalhes.)

8.4 Momentos da verdade

Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer
aspecto da organização e obtém uma impressão da qualidade do seu serviço.
2IXQFLRQiULRWHPSRXFRVPLQXWRVSDUDÀ[DUQDPHQWHGRFOLHQWHDLPDJHPGDHPSUHVDHGRSUySULRVHUYLoRSUHV-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

WDGR(VWHpRPRPHQWRTXHVHSDUDRJUDQGHSURÀVVLRQDOGRVGHPDLV

93
(VWHYHUGDGHLURSURÀVVLRQDOWUDEDOKDHPFDGDPRPHQWRGDYHUGDGHFRQVLGHUDQGRR~QLFRHIXQGDPHQWDOSDUDGH-
ÀQLUDVDWLVIDomRGRFOLHQWH(OHVHIXQGDPHQWDQDFKDPDGDTríade Do Atendimento ou Triângulo Do Atendimento, que
é composto de elementos básicos do processo de interação, que são:

a) A pessoa
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. Então, podemos entender que a pessoa mais importante
é o cliente que está na frente e precisa de atenção.
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamente com o cliente, tentando atender a todas as suas
necessidades. Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e, portanto, a pessoa fundamental
neste momento é o cliente.

b) A hora
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, pois somente nele podemos atuar.
2SDVVDGRÀFRXSDUDDWUiVQmRSRGHQGRVHUPXGDGRHRIXWXURQmRFDEHDQyVFRQKHFHU(QWmRVyQRVUHVWDR
presente como fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora são os únicos momentos nos
quais podemos interagir e precisamos fazer isto da melhor forma.
c) A tarefa
3DUDÀQDOL]DUIDODPRVGDWDUHID$QRVVDWDUHIDPDLVLPSRUWDQWHGLDQWHGDSHVVRDPDLVLPSRUWDQWHSDUDQyVQDKRUD
mais importante, que é o aqui e o agora, é fazer o cliente feliz, atendendo as suas necessidades.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

(VVDWUtDGHVHFRQÀJXUDQRIXQGDPHQWRGRV0RPHQWRVGD9HUGDGHHSDUDTXHHVWHVVHMDPSOHQRVpQHFHVViULRTXH
os funcionários de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham poder de decisão. É necessário que
os chefes concedam autonomia aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos da Verdade.

8.5 Teleimagem

Pelo telefone, o atendente transmite a teleimagem da empresa e dele mesmo.


Teleimagem, então, é a imagem que o cliente forma na sua mente (imagem mental) sobre quem o está atendendo
e, consequentemente, sobre a empresa ( que é representada pelo atendente).

94
Quando a teleimagem é positiva, a facilidade do clien- amarrada na cintura por um barbante. Ele entrou na sala
te encaminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe do gerente, que imediatamente se levantou pedindo
que a empresa é comprometida com o cliente. No entan- para ele se retirar, pois não era permitido “pedir esmolas
to, se a imagem é negativa, vemos normalmente o clien- ali “. O senhor, com muita paciência, retirou, de um saco
te fugindo da empresa. Como exemplo, no atendimento plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e disse:
telefônico, o único meio de interação com o cliente é por “eu quero comprar aquele carro ali”.
meio da palavra e, sendo a palavra o instrumento, faz-se Esse exemplo, apesar de extremo, é real e retrata
necessário usá-la de forma adequada para satisfazer as claramente o que podemos fazer com o outro quando
H[LJrQFLDVGRFOLHQWH'HVVDIRUPDFODVVLÀFDPRVLWHQV pré-julgamos as situações.
básicos ligados à palavra e às atitudes como fundamen-
tais na formação da teleimagem. Precisamos ver o todo, não só as partes, pois o todo é
São eles: muito mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que
Ł 2WRPGHYR]pDWUDYpVGHOHTXHWUDQVPLWLPRVLQ- é e não é harmônico e com ele percebemos a essência
teresse e atenção ao cliente. Ao usarmos um tom dos fatos e situações.
frio e distante, passamos ao cliente a ideia de de- Ainda falando em percepção, devemos ter cuidado
satenção e desinteresse. Ao contrário, se falamos com a percepção seletiva, que é uma distorção de per-
com entusiasmo, de forma decidida e atenciosa- cepção, na qual vemos, escutamos e sentimos apenas
mente, satisfazemos as necessidades do cliente de DTXLORTXHQRVLQWHUHVVD(VVDVHOHomRDJHFRPRXPÀO-
sentir-se assistido, valorizado, respeitado, impor- WURTXHGHL[DSDVVDUDSHQDVRTXHFRQYpP(VVDÀOWUD-
tante. gem está diretamente relacionada com a nossa condição
Ł 2 XVR GH SDODYUDV DGHTXDGDV SRLV FRP HODV R ItVLFDSVtTXLFDHPRFLRQDO&RPRpLVVR"9DPRVHQWHQGHU
atendente passa a ideia de respeito pelo cliente. a) Se estou com medo de passar em rua deserta e
$TXLÀFDH[SUHVVDPHQWHSURLELGRRXVRGHWHUPRV escura, a sombra do galho de uma árvore pode me
como: amor, bem, benzinho, chuchu, mulherzinha, assustar, pois eu posso percebê-lo como um braço
queridinha, colega etc. com uma faca para me apunhalar;
Ł $VDWLWXGHVFRUUHWDVGDUDRFOLHQWHDLPSUHVVmRGH b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de
educação e respeito. São incorretas as atitudes de um cheiro agradável de comida;
transferir a ligação antes do cliente concluir o que F 6HÀ]DOJRHUUDGRHVRXUHSUHHQGLGDSRVVRRXYLUD
iniciou a falar; passar a ligação para a pessoa ou parte mais amena da repreensão e reprimir a mais
ramal errado (demostrando, assim, que não ou- severa.
viu o que ele disse), desligar sem cumprimento ou
saudação, dividir a atenção com outras conversas, Em alguns casos, a percepção seletiva age como me-
deixar o telefone tocar muitas vezes sem atender, canismo de defesa.
dar risadas no telefone etc.
9.3 O estado interior
9. Aspectos psicológicos do atendente
O estado interior, como o próprio nome sugere, é a
Nós falamos sobre a importância da postura de aten- condição interna, o estado de espírito diante das situações.
dimento. Porém, a base dela está nos aspectos psicoló- A atitude de quem atende o público está diretamente
gicos do atendimento. Vamos a eles. relacionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atenden-
te mantém um equilíbrio interno, sem tensões ou preo-
9.1 Empatia cupações excessivas, as suas atitudes serão mais positi-
vas frente ao cliente.
Capacidade humana de se colocar no lugar do outro. Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensa-
Como esse é um assunto cobrado no tópico seguinte, mentos e sentimentos cultivados pelo atendente. E estes,
vamos abordá-lo mais detalhadamente a seguir. dão suporte às atitudes frente ao cliente.
Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensa-
9.2 Percepção mentos negativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e
vaidade, as atitudes advindas deste estado sofrerão as
Percepção é a capacidade que temos de compreen- VXDVLQÁXrQFLDVHVHUmR
der e captar as situações, o que exige sintonia e é fun- Ł$WLWXGHVSUHFRQFHLWXRVDV
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

damental no processo de atendimento ao público. Para Ł$WLWXGHVGHH[FOXVmRHUHSXOVD


percebermos melhor, precisamos passar pela “escra- Ł$WLWXGHVGHIHFKDPHQWR
YLGmRµ GH QyV PHVPRV ÀFDQGR DVVLP PDLV SUy[LPRV Ł$WLWXGHVGHUHMHLomR
GRRXWUR0DVFRPRpLVVR"9DPRVÀFDUYD]LRV"eLVVR
PHVPR9DPRVÀFDUYD]LRVGRVQRVVRVSUHFRQFHLWRVGDV É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabi-
nossas antipatias, dos nossos medos, dos nossos blo- lidade, para que o atendente consiga manter uma atitu-
queios, vamos observar as situações na sua totalidade, de positiva com os clientes e as situações.
para entendermos melhor o que o cliente deseja. Vamos
ilustrar com um exemplo real: certa vez, em uma loja de
carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos,
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça

95
9.4 O envolvimento Ł 2V FOLHQWHV H XVXiULRV GDV RUJDQL]Do}HV S~EOLFDV
e privadas também se mostram mais exigentes na
A demonstração de interesse, prestando atenção ao escolha de serviços e produtos de melhor qualida-
cliente e voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é de. Assim, a relação com os clientes e usuários pas-
o caminho para o verdadeiro sentido de atender. sa ser um novo foco de preocupação e demanda
Na área de serviços, o produto é o próprio serviço esforços para sua melhoria.
prestado, que se traduz na interação do funcionário com
o cliente. Um serviço é, então, um resultado psicológi- 9.6 Qualidade
co e pessoal que depende de fatores relacionados com
a interação com o outro. Quando o atendente tem um O conceito de qualidade é amplo e suscita várias
envolvimento baixo com o cliente, este percebe com cla- interpretações. As mais expressivas se referem, por um
reza a sua falta de compromisso. As preocupações ex- ODGRjGHÀQLomRGHTXDOLGDGHFRPREXVFDGDVDWLVIDomR
cessivas, o trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a do cliente, e, por outro, à busca da excelência para todas
falta de liderança e o nível de burocracia são fatores que as atividades de um processo.
contribuem para uma interação fraca com o cliente. Essa Na mesma vertente, a qualidade é também consi-
fraqueza de envolvimento não permite captar a essência derada como fator de transformação no modo como a
dos desejos do cliente, o que se traduz em insatisfação. organização se relaciona com seus clientes, agregando
Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por valor aos serviços a ele destinados.
parte do atendente. Quando este divide a atenção no  (P IDFH GHVVD GLYHUVLGDGH GH VLJQLÀFDGRV FDEH jV
atendimento entre o cliente e os colegas ou outras situa- RUJDQL]Do}HV LGHQWLÀFDU RV DWULEXWRV RX LQGLFDGRUHV GH
ções, o cliente sente-se desrespeitado, diminuído e res- qualidade dos seus produtos e serviços do ponto de vista
sentido. A sua impressão sobre a empresa é de fraqueza dos seus usuários. Entre eles, podem ser destacados a
e o momento da verdade é pobre. HÀFLrQFLD D HÀFiFLD D pWLFD SURÀVVLRQDO D DJLOLGDGH QR
Essa ação traz consequências negativas como: impos- atendimento, entre outros.
sibilidade de escutar o cliente, falta de empatia, desres- No Brasil, a questão da qualidade na área pública
peito com o seu tempo, pouca agilidade e baixo compro- vem sendo abordada pelo Programa de Qualidade no
misso com o atendimento. Serviço Público que tem por objetivo elevar o padrão dos
Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutu- serviços prestados e tornar o cidadão mais exigente em
ra adequada para o atendimento ao público, obrigando o relação a esses serviços. Para tanto, o Programa visa à
atendente a dividir o seu trabalho entre atendimento pes- transformação das organizações e entidades públicas no
VRDOHWHOHI{QLFRTXDQGRQRUPDOPHQWHKiXPÁX[RJUDQGH sentido de valorizar a qualidade na prestação de serviços
de ambos no setor. Neste caso, o ideal seria separar os dois ao público, retirando o foco dos processos burocráticos.
tipos de atendimento, evitando problemas desta espécie. O programa estabelece o cidadão como principal
Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são: IRFRGHDWHQomRGHTXDOTXHUyUJmRS~EOLFRIHGHUDOGHÀ-
Ł $WHQGHUSHVVRDOPHQWHHLQWHUURPSHUFRPRWHOHIRQH ne padrões de qualidade do atendimento e prevê a ava-
Ł $WHQGHU R WHOHIRQH H LQWHUURPSHU FRP R FRQWDWR liação de satisfação do usuário por todos os órgãos e
direto; entidades da Administração Pública Federal direta, indi-
Ł 6DLUSDUDWRPDUFDIpRXODQFKDU reta e fundacional que atendem diretamente ao cidadão.
Ł &RQYHUVDUFRPRFROHJDGRODGRVREUHRÀQDOGH Nesse sentido, considera-se que o serviço público
semana, férias, namorado, tudo isso no momento deve ter as seguintes características:
de atendimento ao cliente. Ł $GHTXDGRUHDOL]DGRQDIRUPDSUHYLVWDHPOHLGH-
vendo atender ao interesse público.
Esses exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como Ł (ÀFLHQWH DOFDQoD R PHOKRU UHVXOWDGR FRP PHQRU
um exibicionismo funcional, o que não agrega valor ao consumo de recursos.
trabalho. O cliente deve ser poupado dele. Ł 6HJXURQmRFRORFDHPULVFRDYLGDDVD~GHDVH-
gurança, o patrimônio ou os direitos materiais e
9.5 Atendimento e qualidade imateriais do cidadão-usuário.
Ł &RQWtQXRRIHUHFLGRVHPULVFRGHLQWHUUXSomRVHQ-
$JOREDOL]DomRRVGHVDÀRVGRGHVHQYROYLPHQWRWHF- do obrigatório o planejamento e a adoção de me-
nológico e cultural e a competição entre as organizações didas de prevenção para evitar a descontinuidade.
trazem como consequência o interesse pela qualidade de
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

seus produtos e serviços. 9.7 Usuários/Clientes


Esse interesse não se restringe às empresas privadas
e se estende, também, ao setor público. Existem dois tipos de usuários ou clientes de uma or-
Assim, vemos que: ganização:
Ł 2V HPSUHViULRV EXVFDP DSHUIHLoRDU R GHVHPSH- Ł ([WHUQRV ² UHFHEHP VHUYLoRV RX SURGXWRV QD VXD
nho em suas áreas de atuação (produtos ou servi- YHUVmRÀQDO
ços) e o relacionamento com os seus clientes. Ł ,QWHUQRV²ID]HPSDUWHGDRUJDQL]DomRGHVHXVVH-
Ł 2VHWRUS~EOLFRHQIUHQWDRVGHVDÀRVGHPHOKRUDU tores, grupos e atividades.
(1) a qualidade de seus serviços, (2) aumentar a sa-
tisfação dos usuários e (3) instituir um atendimento 3DUDLGHQWLÀFDUHVVHVWLSRVGHXVXiULRVDVSHVVRDVGD
de excelência ao público. organização devem responder o seguinte:

96
Ł  &RP TXH SHVVRDV PDQWHQKR FRQWDWR HQTXDQWR No conjunto dessas ações, deve ainda ser ressaltada a
WUDEDOKR" empatia como um fator crucial para a excelência no aten-
Ł 4XHPUHFHEHRUHVXOWDGRGRPHXWUDEDOKR" dimento ao público. A utilização adequada dessa ferra-
Ł 4XDO R QtYHO GH VDWLVIDomR GDV SHVVRDV TXH GH- menta no momento em que as pessoas estão interagin-
pendem do resultado dos serviços executados por do é fundamental. No bom atendimento, é importante a
PLP" utilização de frases como “Bom dia”, “Boa tarde”, “Sente-
-se por favor”, ou “Aguarde um instante, por favor”, que,
9.8 Princípios para o bom atendimento na gestão ditas com suavidade e cordialidade, podem levar o usuá-
da qualidade rio a perceber o tratamento diferenciado que algumas
organizações já conseguem oferecer ao seu público-alvo.
Foco no cliente. Nas empresas privadas, a importân-
cia dada a esse princípio se deve principalmente ao fato Fonte e texto adaptado de: Mônica Larissa Pereira,
GH TXH R VXFHVVR GD YHQGD OXFUR ÀQDQFHLUR  GHSHQGH Camila Lopes Ramos, Andreia Ribas, Marcelo Rodrigues,
da satisfação do cliente com a qualidade do produto e Gustavo Periard,Wagner Siqueira, Marcos Thadeu Ro-
também com o tratamento recebido e com o resultado drigues, Daniel Martins, Luis Araújos, Ana França, Vera
da própria negociação. 6RX]D ,QDFLR  6WRරHO ,GDOEHUWR &LDYHQDWR :DJQHU $S
No setor público, este princípio se relaciona sobretu- Ramos de Oliveira, Roseane de Queiroz Santos. Dispo-
do aos conceitos de cidadania, participação, transparên- nível em: <www.portal.tcu.gov.br/www.sbcoaching.com.
cia e controle social. br>/<www.paulorodrigues.pro.br>/<www.administrado-
Para cumprir este princípio, é necessário ter atenção res.com.br>/<www.gestaodepessoasmba.com.br>
com dois aspectos:
Ł 9HULÀFDUVHRTXHpHVWDEHOHFLGRFRPRTXDOLGDGH
atende a todos os usuários, inclusive aos mais exi-
gentes; EXERCÍCIOS COMENTADOS
Ł )D]HUEHPIHLWRRVHUYLoRHGHSRLVFKHFDURVSDV-
sos necessários para a sua execução. 1. (EBSERH – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – CES-
PE – 2018) Acerca do regime jurídico dos servidores pú-
Deve-se lembrar que tais atitudes levam em conta blicos federais, julgue o item a seguir.
tanto o atendimento do usuário quanto as atividades e A promoção não constitui forma de provimento em car-
rotinas que envolvem o serviço. go público.
O serviço ou produto deve atender a uma real ne- ( ) CERTO ( ) ERRADO
cessidade do usuário. Este princípio se relaciona à di-
mensão da validade, isto é, o serviço ou produto deve ser Resposta: Errado. A promoção é uma forma deriva-
exatamente como o usuário espera, deseja ou necessita da de provimento do cargo público, acessível àqueles
que ele seja. que estão na carreira e vão galgar novo degrau em
Manutenção da qualidade. O padrão de qualidade cargo de nível superior ao ocupado no momento.
mantido ao longo do tempo é que leva à conquista da
FRQÀDELOLGDGH 2. (STJ – TÉCNICO JUDICIÁRIO – CESPE – 2018) Jul-
gue o seguinte item de acordo com as disposições cons-
A atuação com base nesses princípios deve ser orien- titucionais e legais acerca dos agentes públicos.
tada por algumas ações que imprimem qualidade ao A investidura em cargo, emprego ou função pública exi-
atendimento, tais como: ge a prévia aprovação em concurso público de provas ou
Ł,GHQWLÀFDUDVQHFHVVLGDGHVGRVXVXiULRV de provas e títulos, na forma prevista em lei.
Ł&XLGDUGDFRPXQLFDomR YHUEDOHHVFULWD 
Ł(YLWDULQIRUPDo}HVFRQÁLWDQWHV ( ) CERTO ( ) ERRADO
Ł$WHQXDUDEXURFUDFLD
Ł&XPSULUSUD]RVHKRUiULRV Resposta: Errado. A função pública é exercida por
Ł'HVHQYROYHUSURGXWRVHRXVHUYLoRVGHTXDOLGDGH servidores contratados temporariamente com base
Ł'LYXOJDURVGLIHUHQFLDLVGDRUJDQL]DomR QR DUWLJR  ,; &) QmR GHSHQGHQGR GH FRQFXUVR
Ł,PSULPLUTXDOLGDGHjUHODomRDWHQGHQWHXVXiULR Destaca-se que o artigo 37, II, CF, prevê: “a investidura
Ł)D]HUXVRGDHPSDWLD em cargo ou emprego público depende de aprovação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Ł$QDOLVDUDVUHFODPDo}HV prévia em concurso público de provas ou de provas e


Ł$FDWDUDVERDVVXJHVW}HV títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressal-
Essas ações estão relacionadas a indicadores que po- vadas as nomeações para cargo em comissão declara-
dem ser percebidos e avaliados de forma positiva pelos do em lei de livre nomeação e exoneração”.
usuários, entre eles: competência, presteza, cortesia, pa-
ciência, respeito.
Por outro lado, arrogância, desonestidade, impaciên-
cia, desrespeito, imposição de normas ou exibição de
poder tornam o atendente intolerável, na percepção dos
usuários.

97
3. (STM – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATI- Entrando em exercício de sua função, o servido público
VA – CESPE – 2018) Acerca do direito administrativo, ÀFDUiHPHVWiJLRSUREDWyULRSHORSHUtRGRGHPHVHV3DUD
dos atos administrativos e dos agentes públicos, julgue poder averiguar sua aptidão e capacidade, serão observa-
o item a seguir. dos a assiduidade, a disciplina, a capacidade de iniciativa, a
Em que pese ocuparem cargos eletivos, as pessoas físi- produtividade e a responsabilidade do servidor.
cas que compõem o Poder Legislativo são consideradas Durante o estágio probatório, o servidor poderá:
agentes públicos. 1) poderá exercer quaisquer cargos de provimento
( ) CERTO ( ) ERRADO HPFRPLVVmRRXIXQo}HVGHGLUHomRFKHÀDRXDV-
sessoramento no órgão ou entidade de lotação, e
Resposta: Certo. Existem três espécies de agentes pú- somente poderá ser cedido a outro órgão ou en-
blicos: agentes políticos, agentes administrativos (en- tidade para ocupar cargos de Natureza Especial,
tram aqui os servidores e empregados públicos) e par- cargos de provimento em comissão do Grupo-
ticulares em colaboração com o Estado. Aqueles que -Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de
ocupam cargo eletivo, exercendo assim mandato, são níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes.
agentes políticos, espécie do gênero agente público. 2) somente poderão ser concedidas as licenças e os
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV,
94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar
de curso de formação decorrente de aprovação em
REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES concurso para outro cargo na Administração Públi-
PÚBLICOS FEDERAIS (LEI Nº 8.112, DE 11 DE ca Federal.
DEZEMBRO DE 1990, E SUAS ALTERAÇÕES).
Caso o servidor não for aprovado durante este es-
tágio, o mesmo será exonerado, ou então, em caso de
Prezado candidato, a seguir preparamos a lei re- servidor estável, deverá retornar ao seu antigo cargo.
4XDWURPHVHVDQWHVGHÀQGDURHVWiJLRSUREDWyULRR
ferida comentada em seus principais tópicos para
servidor irá ser submetido à homologação da autorida-
auxilia-lo no estudo. Visto a extensão da lei, não dei-
de competente a avaliação do desempenho do servidor.
[HGHFRQIHULURPDWHULDOQDtQWHJUDQRVLWHRÀFLDOGR
Durante este tempo de avaliação, o serviço não será sus-
Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
penso nem interrompido.
L8112compilado.htm.
Após 3 anos de efetivo serviço o servidor ganhará es-
tabilidade no emprego, bem como, apenas poderá ser
O regime jurídico dos servidores públicos civis da
mandado embora em caso de sentença judicial transita-
União, das autarquias e das fundações públicas federais da em julgado ou de processo administrativo disciplinar
no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
LEI Nº 8.112/1990

1. Direitos e deveres do servidor público FIQUE ATENTO!


Caso o servidor, durante seu serviço e esta-
Para que o cidadão se torne servidor público, o mes-
bilidade, sofrer dano a sua capacidade física
mo deverá realizar e passar na prova ou na prova de títu-
ou mental, o mesmo poderá ser readapta-
los, conforme o edital dispor.
do a uma outra função que seja adequada
a sua limitação.
Passando no concurso, o indivíduo deverá apresentar
declaração de bens e valores que estiverem em seu nome, Dos Direitos e Vantagens do Servidor
UHDOL]DULQVSHomRPpGLFDRÀFLDO FRPSURYDQGRDSWLGmRItVL-
ca) para que então, possa tomar posse de seu cargo com A título de informação, importante esclarecer que o
a respectiva assinatura do termo, onde constara a função, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de
carga horaria, direitos, deveres, dentre outros. FDUJRS~EOLFRFRPYDORUÀ[DGRHPOHL-iDremuneração
O servidor público terá o prazo de 15 dias para entrar é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta-
em exercício de sua função, ou então, em caso de car- gens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
JRGHFRQÀDQoDRPHVPRSRGHUiVHUH[RQHUDGRGHVHX Todo servido público investido em função ou cargo
cargo (conforme a legislação e edital estiver prevendo). em comissão, receberá uma remuneração de acordo com
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

$MRUQDGDGHWUDEDOKRGRVVHUYLGRUHVVHUiÀ[DGDHP o art. 62:


razão das atribuições pertinentes aos cargos, respeita- Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo inves-
da a duração máxima do trabalho semanal de quarenta WLGRHPIXQomRGHGLUHomRFKHÀDRXDVVHVVRUDPHQWR
horas e observados os limites mínimo e máximo de seis cargo de provimento em comissão ou de Natureza Es-
horas e oito horas diárias, respectivamente. Em caso de pecial é devida retribuição pelo seu exercício.
FDUJRGHFRQÀDQoDRXFDUJRGHFRPLVVmRRPHVPRVHUi 3DUiJUDIR ~QLFR /HL HVSHFtÀFD HVWDEHOHFHUi D UHPX-
submetido a regime de integral dedicação ao serviço, neração dos cargos em comissão de que trata o inciso
observado o disposto no art. 120, podendo ser convoca- II do art. 9o.
do sempre que houver interesse da Administração. Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal
1RPLQDOPHQWH,GHQWLÀFDGD931,DLQFRUSRUDomRGD
UHWULEXLomRSHORH[HUFtFLRGHIXQomRGHGLUHomRFKHÀD

98
ou assessoramento, cargo de provimento em comis- A ajuda de custo será calculada sobre a remuneração
são ou de Natureza Especial a que se referem os arts. do servidor, não podendo exceder a importância corres-
3º e 10 da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. pondente a 3 (três) meses.
3o da Lei no 9.624, de 2 de abril de 1998. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de manda-
artigo somente estará sujeita às revisões gerais de re- to eletivo. Ainda assim, caso o servidor não aparecer na
muneração dos servidores públicos federais. nova sede no prazo de 30 dias, o mesmo deverá restituir
a ajuda de custo.

FIQUE ATENTO! II – Diárias: As diárias são concedidas por dia de afas-


Nenhum servidor receberá remuneração tamento (eventual ou temporário) a qual consiste
inferior ao salário mínimo, bem como, não em deslocamento do servidor e as diárias servem
poderá perceber, mensalmente, a título de parar custear pousada, locomoção, alimentação,
remuneração, importância superior à soma dentre outras. As diárias são devidas pela metade
dos valores percebidos como remunera- quando o deslocamento não exigir pernoite fora
ção, em espécie, a qualquer título, no âm- da sede, ou quando a União custear, por meio di-
bito dos respectivos Poderes, pelos Minis- verso, as despesas extraordinárias cobertas por di-
tros de Estado, por membros do Congresso árias.
Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Caso o servidor receber a diária e não se deslocar,
Federal. o mesmo terá que devolver em 5 dias o valor pago, ou,
caso ele se deslocar, porém, pela metade do tempo, de-
verá devolver o valor excedente.
&DVRRVHUYLGRUIDOWDURVHUYLoRHQmRMXVWLÀFDURPHV- Não fará jus a diárias o servidor que se deslocar per-
mo perderá a remuneração do dia, ou, em caso de atra- manentemente, bem como, o que se deslocar dentro da
sos, saídas antecipadas do trabalho e etc, o servidor per- mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou
derá parte da remuneração diária. microrregião, constituídas por municípios limítrofes e
regularmente instituídas, ou em áreas de controle inte-
grado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e
#FicaDica competência dos órgãos, entidades e servidores brasi-
leiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite
Mediante autorização do servidor, poderá fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão
haver consignação em folha de pagamento VHPSUHDVÀ[DGDVSDUDRVDIDVWDPHQWRVGHQWURGRWHUUL-
em favor de terceiros, a critério da adminis- tório nacional.
tração e com reposição de custos, e não po- III – Auxilio Moradia: consiste no ressarcimento das
GHUiH[FHGHUD WULQWDHFLQFRSRUFHQ- despesas comprovadamente realizadas pelo servi-
WR GDUHPXQHUDomRPHQVDOVHQGRTXH dor com aluguel de moradia ou com meio de hos-
ÀFDUiUHVHUYDGRSDUDSDJDPHQWRGHGHVSH- pedagem administrado por empresa hoteleira, no
sas contraídas através do cartão de crédito prazo de um mês após a comprovação da despesa
e saque por meio de cartão de crédito. pelo servidor.

Será concedido esta indenização nos casos:


Ressalta-se que a remuneração e o provento do ser- a) não exista imóvel funcional disponível para uso
vidor não poderão ser objeto de arresto, sequestro ou pelo servidor;
penhora, exceto em caso de pensão alimentícia. b) o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe
imóvel funcional;
VANTAGENS c) nenhuma outra pessoa que resida com o servidor
receba auxílio-moradia;
Além dos vencimentos, o servidor poderá receber d) o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha re-
ainda indenizações (não incorporam aos vencimentos e sidido no Município, nos últimos doze meses, aonde
proventos), JUDWLÀFDo}HVHDGLFLRQDLVLQFRUSRUDP aos for exercer o cargo em comissão ou função de con-
vencimentos e proventos. ÀDQoDGHVFRQVLGHUDQGRVHSUD]RLQIHULRUDVHVVHQWD
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

a) Indenizações dias dentro desse período, DENTRE OUTROS.


Como exemplo de indenizações temos:
I – Ajuda de custo: seria as compensações de despe- 2YDORUPHQVDOGRDX[tOLRPRUDGLDpOLPLWDGRD
sas de instalação do servidor em um novo domici- (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão,
lio, pois ele começa a exercer suas atividades em função comissionada ou cargo de Ministro de Estado
outra sede. As despesas de transporte (passagem, ocupado.
bagagens e bens) do servidor e de sua família cor- Em caso de falecimento, exoneração, colocação de
rem por conta da administração, devido a altera- imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição
ção de seu domicilio. de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago por
um mês.

99
,9²*UDWLÀFDo}HV$GLFLRQDLVAlém do vencimento e atuar como instrutor em curso, participar de ban-
das vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos cas, participar de aplicação de provas e exames,
DRVVHUYLGRUHVDVVHJXLQWHVUHWULEXLo}HVJUDWLÀFD- dentre outros, porém, sem prejuízo das atribuições
ções e adicionais: do cargo de que o servidor for titular, devendo ser
a) retribuição pelo exercício de função de direção, objeto de compensação de carga horária quando
FKHÀDHDVVHVVRUDPHQWRDRVHUYLGRURFXSDQWHGH desempenhadas durante a jornada de trabalho.
cargo efetivo investido em função de direção, che-
ÀD RX DVVHVVRUDPHQWR FDUJR GH SURYLPHQWR HP
comissão ou de Natureza Especial é devida retri- FIQUE ATENTO!
buição pelo seu exercício Será concedido licença para o funcionário
E JUDWLÀFDomRQDWDOLQDDJUDWLÀFDomRQDWDOLQDFRUUHV- público para serviço militar, para serviço
ponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a de política, por motivo de doença em pes-
TXHRVHUYLGRUÀ]HUMXVQRPrVGHGH]HPEURSRU soa da família, afastamento do cônjuge ou
mês de exercício no respectivo ano.A fração igual companheiro, para capacitação e para tra-
ou superior a 15 (quinze) dias será considerada tar de interesses pessoais.
como mês integral.

$JUDWLÀFDomRVHUiSDJDDWpRGLD YLQWH GRPrVGH São deveres dos servidores:


dezembro de cada ano. O servidor exonerado perceberá I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do car-
VXD JUDWLÀFDomRQDWDOLQDSURSRUFLRQDOPHQWH DRV PHVHV go;
de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da II - ser leal às instituições a que servir;
exoneração. III - observar as normas legais e regulamentares;
$JUDWLÀFDomRQDWDOLQDQmRVHUiFRQVLGHUDGDSDUDFiO- IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando ma-
culo de qualquer vantagem pecuniária. nifestamente ilegais;
c) adicional de atividades insalubres, perigosas ou V - atender com presteza:
penosas: os servidores que laborarem com habi- a) ao público em geral, prestando as informações re-
tualidade em ambientes em locais insalubres ou queridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
em contato permanente com substâncias tóxicas, b) à expedição de certidões requeridas para defesa
radioativas ou com risco de vida, fazem jus aos adi- de direito ou esclarecimento de situações de interesse
cionais de insalubridade e de periculosidade, de- pessoal;
vendo optar por um deles, caso labore em todos c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
esses ambientes.
O direito ao adicional de insalubridade ou periculosi- VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em
dade cessa com a eliminação das condições ou dos riscos razão do cargo ao conhecimento da autoridade supe-
que deram causa a sua concessão. rior ou, quando houver suspeita de envolvimento des-
Os servidores a que se refere este artigo serão sub- ta, ao conhecimento de outra autoridade competente
metidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. para apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conservação
d) adicional pela prestação de serviço extraordiná- GRSDWULP{QLRS~EOLFR
rio: o serviço extraordinário será remunerado VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
FRPDFUpVFLPRGH FLQTXHQWDSRUFHQWR HP IX - manter conduta compatível com a moralidade ad-
relação à hora normal de trabalho. Somente será ministrativa;
permitido serviço extraordinário para atender a si- X - ser assíduo e pontual ao serviço;
tuações excepcionais e temporárias, respeitado o XI - tratar com urbanidade as pessoas;
limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.
e) adicional noturno: o serviço noturno, prestado em XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
horário compreendido entre 22 (vinte e duas) ho- de poder.
ras de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, terá Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
R YDORUKRUD DFUHVFLGR GH  YLQWH H FLQFR SRU XII será encaminhada pela via hierárquica e aprecia-
cento), computando-se cada hora como cinquenta da pela autoridade superior àquela contra a qual é
e dois minutos e trinta segundos. formulada, assegurando-se ao representando ampla
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

f) adicional de férias: Independentemente de solicita- defesa.


ção, será pago ao servidor, por ocasião das férias,
um adicional correspondente a 1/3 (um terço) da É proibido aos servidores:
remuneração do período das férias. No caso de o
VHUYLGRU H[HUFHU IXQomR GH GLUHomR FKHÀD RX DV- I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem
sessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a prévia autorização do chefe imediato;
respectiva vantagem será considerada no cálculo II - retirar, sem prévia anuência da autoridade com-
do adicional. petente, qualquer documento ou objeto da repartição;
J JUDWLÀFDomRSRUHQFDUJRGHFXUVRRXFRQFXUVR$ III - recusar fé a documentos públicos;
*UDWLÀFDomRSRU(QFDUJRGH&XUVRRX&RQFXUVRVR- ,9  RSRU UHVLVWrQFLD LQMXVWLÀFDGD DR DQGDPHQWR GH
mente será paga se exercer as seguintes atividades: documento e processo ou execução de serviço;

100
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no
recinto da repartição; FIQUE ATENTO!
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos Se o agente não conseguir fazer a pericia,
casos previstos em lei, o desempenho de atribuição avaliação ou a inspeção médica conforme
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordi- o mencionado á cima, será contratado uma
nado; prestação de serviço de pessoa jurídica, a
9,,FRDJLURXDOLFLDUVXERUGLQDGRVQRVHQWLGRGHÀ- TXDO FRQVWLWXLUi MXQWD PpGLFD HVSHFLÀFD-
OLDUHPVH D DVVRFLDomR SURÀVVLRQDO RX VLQGLFDO RX D PHQWHSDUDHVVHVÀQV
partido político;
9,,,  PDQWHU VRE VXD FKHÀD LPHGLDWD HP FDUJR RX Ainda assim, a União e suas entidades autárquicas e
IXQomRGHFRQÀDQoDF{QMXJHFRPSDQKHLURRXSDUHQ- IXQGDFLRQDLVÀFDPDXWRUL]DGDVDFHOHEUDUFRQYrQLRVH[-
te até o segundo grau civil; clusivamente para a prestação de serviços de assistên-
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou cia à saúde para os seus servidores ou empregados ativos,
de outrem, em detrimento da dignidade da função pú- aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos
blica; JUXSRVIDPLOLDUHVGHÀQLGRVFRPHQWLGDGHVGHDXWRJHVWmR
X - participar de gerência ou administração de so- Os grupos familiares deverão patrocinar por meio de
FLHGDGH SULYDGD SHUVRQLÀFDGD RX QmR SHUVRQLÀFDGD instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e publi-
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cados até o dia 12/02/2006 e devem possuir autorização
cotista ou comanditário; de funcionamento do órgão regulador.
XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a Os convênios celebrados depois da data (12/02/2006)
repartições públicas, salvo quando se tratar de benefí- somente poderão sê-lo na forma da regulamentação es-
cios previdenciários ou assistenciais de parentes até o SHFtÀFDVREUHSDWURFtQLRGHDXWRJHVW}HVDVHUSXEOLFDGD
VHJXQGRJUDXHGHF{QMXJHRXFRPSDQKHLUR pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e
XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem oitenta) dias da vigência da presente Lei.
de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; $8QLmRDLQGDÀFDDXWRUL]DGDHPFRQWUDWDUPHGLDQ-
XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado te licitação, operadoras de planos e seguros privados de
estrangeiro; assistência à saúde que possuam autorização de funcio-
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; namento do órgão regulador, e o valor do ressarcimento
XV - proceder de forma desidiosa; ÀFDOLPLWDGRDRWRWDOGHVSHQGLGRSHORVHUYLGRURXSHQ-
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti- sionista civil com plano ou seguro privado de assistência
ção em serviços ou atividades particulares; à saúde.
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas Ainda assim, caso a família pessoal do servidor precise
ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergên- de tratamento de saúde por mais de 30 dias no período
cia e transitórias; de 12 meses, serão considerados como efetivo exercício
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom- esse afastamento.
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o 2DJHQWHVHPSUHSUHFLVDUiSDVVDUSRUSHUtFLDRÀFLDO
horário de trabalho, DENTRE OUTROS. exceto quando a licença para tratamento de saúde for
inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 1 (um) ano.
Saúde e qualidade de vida no serviço público

O servidor público que estiver ativo ou inativo, bem


como sua família, terá direito a assistência médica, hos- EXERCÍCIO COMENTADO
pitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, os
quais serão prestados pelo Sistema Único de Saúde – 1. (TRE-PE – CONHECIMENTOS GERAIS – CESPE –
SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual estiver 2017) No que se refere ao Regime Jurídico dos Servido-
vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, res Públicos Civis da União, assinale a opção correta.
ou ainda na forma de auxílio, mediante ressarcimento
parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inati- a) A Lei n.º 8.112/1990 reúne as normas aplicáveis aos
vo, e seus dependentes ou pensionistas com planos ou servidores públicos civis da União, das autarquias e
seguros privados de assistência à saúde. das empresas públicas federais.
Caso seja exigida perícia, avaliação ou inspeção mé- b) Tanto os servidores estatutários quanto os celetis-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

GLFDQDDXVrQFLDGHPpGLFRRXMXQWDPpGLFDRÀFLDOVHUi tas submetem-se ao regime jurídico único da Lei n.º


realizado um convênio com unidades de atendimento do 8.112/1990.
VLVWHPDS~EOLFRGHVD~GHHQWLGDGHVVHPÀQVOXFUDWLYRV c) Os cargos públicos dos órgãos dos Poderes Legislativo
declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Na- e Judiciário são criados por lei, e os dos órgãos do Po-
cional do Seguro Social. der Executivo, por decreto de iniciativa do presidente
da República.
d) O regime estatutário é o regime jurídico próprio das
pessoas jurídicas de direito público e dos respectivos
órgãos públicos.
e) Consideram-se cargos públicos apenas aqueles para
os quais se prevê provimento em caráter efetivo.

101
Resposta: Letra D. a) A Lei n.º 8.112/1990 reúne to de estabelecer linhas ideais éticas, já é uma aplicação
as normas aplicáveis aos servidores públicos civis da desta ciência que se consubstancia em uma peça magna,
União, das autarquias e das empresas públicas federais. como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupa-
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servido- mentos sociais. Uma espécie de contrato de classe gera
res Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as R&yGLJRGHeWLFD3URÀVVLRQDOHRVyUJmRVGHÀVFDOL]DomR
em regime especial, e das fundações públicas federais. do exercício passam a controlar a execução de tal peça
b)Tanto os servidores estatutários quanto os celetis- magna. Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um
tas submetem-se ao regime jurídico único da Lei n.º indivíduo perante seu grupo e o todo social. O interesse
8.112/1990. no cumprimento do aludido código passa, entretanto, a
Art. 1o Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servido- ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória tor-
res Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as QDVHH[LJtYHOGHFDGDSURÀVVLRQDO>@PDVFRPSURYHLWR
em regime especial, e das fundações públicas federais. geral. Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética
c) Os cargos públicos dos órgãos dos Poderes Legis- e de uma educação pertinente que conduza à vontade
lativo e Judiciário são criados por lei, e os dos órgãos de agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina
do Poder Executivo, por decreto de iniciativa do presi- da atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas
dente da República. mais remotas, e é uma tendência natural na vida das co-
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a to- munidades. É inequívoco que o ser tenha sua individuali-
dos os brasileiros, são criados por lei, com denomina- dade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o
ção própria e vencimento pago pelos cofres públicos, é que uma norma comportamental deva reger a prática
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. SURÀVVLRQDOQRTXHFRQFHUQHDVXDFRQGXWDHPUHODomR
d) O regime estatutário é o regime jurídico pró- a seus semelhantes” 4. Logo, embora se reconheça que o
prio das pessoas jurídicas de direito público e indivíduo tem particularidades no desempenho de suas
dos respectivos órgãos públicos. funções, isto é, que emprega algo de sua personalida-
e) Consideram-se cargos públicos apenas aqueles de no exercício delas, cabe o estabelecimento de um rol
para os quais se prevê provimento em caráter efetivo. de condutas padronizadas genericamente, as quais cor-
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a to- UHVSRQGHP DR PHOKRU GHVHPSHQKR SURÀVVLRQDO TXH VH
dos os brasileiros, são criados por lei, com denomina- pode ter, um desempenho ético.
ção própria e vencimento pago pelos cofres públicos, ´3DUDTXHXP&yGLJRGHeWLFD3URÀVVLRQDOVHMDRUJDQL-
para provimento em caráter efetivo ou em comissão. zado, é preciso, preliminarmente, que se trace a sua base
ÀORVyÀFD7DOEDVHGHYHHVWULEDUVHQDVYLUWXGHVH[LJtYHLV
DVHUHPUHVSHLWDGDVQRH[HUFtFLRGDSURÀVVmRHHPJHUDO
abrange as relações com os utentes dos serviços, os co-
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
legas, a classe e a nação. As virtudes básicas são comuns
FEDERAL (DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE DWRGRVRVFyGLJRV$VYLUWXGHVHVSHFtÀFDVGHFDGDSUR-
JUNHO DE 1994). ÀVVmRUHSUHVHQWDPDVYDULDo}HVHQWUHRVGLYHUVRVHVWDWX-
tos éticos. O zelo, por exemplo, é exigível em qualquer
SURÀVVmRSRLVUHSUHVHQWDXPDTXDOLGDGHLPSUHVFLQGtYHO
DECRETO N° 1.171 DE 22 DE JUNHO DE 1994 a qualquer execução de trabalho, em qualquer lugar. O
VLJLORWRGDYLDGHL[DGHVHUQHFHVViULRHPSURÀVV}HVTXH
$SURYDR&yGLJRGHeWLFD3URÀVVLRQDOGR6HUYLGRU3~- QmR OLGDP FRP FRQÀGrQFLDV H UHVJXDUGRV GH GLUHLWRVµ 5.
blico Civil do Poder Executivo Federal. Por exemplo, o servidor público tem o dever de zelo, ge-
QpULFRHRGHYHUGHVLJLORHVSHFtÀFRMiTXHWHPDFHVVRD
Consolidando um padrão de comportamento ético, informações privilegiadas no exercício do cargo.
merece destaque o Decreto nº 1.171/1994 (Código de Tomadas estas premissas, vale lembrar que o Código
eWLFD3URÀVVLRQDOGR6HUYLGRU3~EOLFR&LYLOGR3RGHU([H- de Ética foi expedido pelo Presidente da República, con-
cutivo Federal), o qual será estudado a partir deste ponto. siderada a atribuição da Constituição Federal para dispor
Considerados os princípios administrativos basilares sobre a organização e o funcionamento da administração
do art. 37 da CF, destaca-se a existência de um diploma pública federal, conforme art. 84, IV e VI da Constituição
HVSHFtÀFRTXHHVWDEHOHFHDDomRpWLFDHVSHUDGDGRVVHU- Federal: “IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis,
vidores públicos, qual seja o Decreto n° 1.171/94. Trata- bem como expedir decretos e regulamentos para sua
-se do chamado Código de Ética do Servidor Público, o ÀHOH[HFXomR>@9,GLVSRUPHGLDQWHGHFUHWRVREUHD 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

qual disciplina normas éticas aplicáveis a esta categoria organização e funcionamento da administração federal,
GH SURÀVVLRQDLV DVVHPHOKDQGRVH QR IRUPDWR DRV &y- quando não implicar aumento de despesa nem criação
digos de Ética que costumam ser adotados para varia- ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou
GDVFDWHJRULDVSURÀVVLRQDLV PpGLFRVFRQWDGRUHV PDV cargos públicos, quando vagos”. Exatamente por causa
diferenciando-se destes por possuir o caráter jurídico, desta atribuição que o Código de Ética em estudo adota
logo, coativo. a forma de decreto e não de lei, já que as leis são elabora-
A respeito dos motivos que ensejam a criação de um das pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional).
Código de Ética, tem-se que “as relações de valor que
existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos 4 6É $QW{QLR /RSHV GH eWLFD SURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
da conduta humana podem ser reunidas em um instru- 2010.
5 6É $QW{QLR /RSHV GH eWLFD SURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
mento regulador. Tal conjunto racional, com o propósi-
2010.

102
O Decreto n° 1.171/94 é um exemplo do chamado obrigatórias: o servidor público federal que desobede-
exercício de poder regulamentar inerente ao Executivo, cê-las estará sujeito à apuração de sua conduta perante
que se perfaz em decretos regulamentares. Embora sejam a respectiva Comissão de Ética, que enviará informações
factíveis decretos autônomos6, não é o caso do decreto ao processo administrativo disciplinar, podendo gerar
em estudo, o qual encontra conexão com diplomas como até mesmo a perda do cargo, ou aplicará a pena de cen-
as Leis n° 8.112/90 (regime jurídico dos servidores públi- sura nos casos menos graves. Não obstante, o respeito
cos federais) e Lei n° 8.429/92 (lei de improbidade admi- DR&yGLJRJHUDUHFRQKHFLPHQWRHpYHULÀFDGRSDUDÀQV
nistrativa), além da Constituição Federal. Assim, o Decreto de promoção. Isso sem falar na total efetividade das re-
nº 1.171/94 não é autônomo! gras determinantes da instituição de Comissões de Ética.
Ainda assim, inegável que o decreto impõe normas de
conduta, o que gera controvérsias sobre o nível de obri-
gatoriedade dele. Autores como Azevedo7 se posicionam
#FicaDica
pela inconstitucionalidade do Decreto: “O Decreto 1171 O Decreto nº 1.171/1994 não é autônomo e
é inconstitucional, na medida em que impõe regras de se vincula às disciplinas da Lei nº 8.112/1990
condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima diz, – Regime Jurídico dos Servidores Públicos Ci-
no seu art. 5º, diz que ‘ninguém será obrigado a fazer vis Federais e da Lei nº 8.429/1992 – Lei de
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei’ Improbidade Administrativa.
HTXH¶QmRKiFULPHVHPOHLDQWHULRUTXHRGHÀQDQHP
pena sem prévia cominação legal’. Esta lei citada pelo art.
5º é a norma primária, não podendo ser confundida com O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições
a possibilidade de ser imposta normas de conduta pela que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo
norma secundária. Assim, não poderia ser imposta ne- em vista o disposto no art. 37 da Constituição, bem como
nhuma norma de conduta a alguém via Decreto, que é nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de
uma norma secundária, porque só a norma primária tem 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° 8.429, de 2 de junho
de 1992,
esta capacidade constitucional. Atualmente, com a nova
redação do art. 84, inciso VI, dada pela Emenda Consti-
DECRETA:
tucional nº 32, de 11 de setembro de 2001, é possível
falar em Decreto Autônomo. Isto é: é possível falar em
Art. 1° Fica aprovado R &yGLJR GH eWLFD 3URÀVVLRQDO
'HFUHWRFRPRQRUPDSULPiULDSDUDÀQVGHGLVSRUVREUH
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal, que
organização e funcionamento da Administração Pública
com este baixa.
Federal, quando não houver aumento de despesa nem
criação ou extinção de órgãos públicos, e também para Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública
extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos. So- Federal direta e indireta implementarão, em sessenta
mente uma grande força de interpretação, que chegaria dias, as providências necessárias à plena vigência do
a ultrapassar os limites constitucionais do art. 84, VI, da Código de Ética, inclusive mediante a Constituição da
CF/88, poderia aceitar que a criação de normas de con- respectiva Comissão de Ética, integrada por três ser-
duta para servidores públicos estaria inserta na organiza- vidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou
ção e funcionamento da Administração Pública Federal. emprego permanente.
Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só apare- Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética
ceu verdadeiramente no ordenamento jurídico nacional será comunicada à Secretaria da Administração Fede-
em 11 de setembro de 2001, e o Decreto nº 1.171 é de ral da Presidência da República, com a indicação dos
22 de junho de 1994, quando não havia no ordenamen- respectivos membros titulares e suplentes.
to jurídico o Decreto como norma primária. Por isso, o
Decreto nº 1.171 não impõe coerção quanto às normas Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua pu-
materiais nele indicadas; impõe tão somente em relação blicação.
às normas processuais, como a obrigação de criação de
Comissão de Ética por todas as entidades e órgãos pú- Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência
blicos federais”. e 106° da República.
Não se corrobora, em parte, o entendimento. O fato ITAMAR FRANCO
dos decretos autônomos terem surgido após o Decreto Romildo Canhim
nº 1.171/94 não o transforma em norma primária, real-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mente. Contudo, trata-se de uma norma secundária que Os principais elementos que podem ser extraídos do
encontra bases em normas primárias, quais sejam a Lei preâmbulo do Código de Ética são:
nº 8.112/90 e a Lei nº 8.429/92: na prática, todas as di- Trata-se de um diploma expedido pelo Presidente
retrizes estabelecidas no Código de Ética são repetidas da República à época e, como tal, permanece válido até
em leis federais e decorrem diretamente do texto cons- que seja revogado, isto é, até sobrevir outro de conteú-
titucional. Assim, a adoção da forma de decreto não sig- do incompatível (revogação tácita) ou até outro decre-
QLÀFD GH IRUPD DOJXPD TXH VXDV GLUHWUL]HV QmR VHMDP to ser expedido para substituí-lo (revogação expressa).
6 LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 15. ed. O decreto aceita, ainda, reformas e revogações parciais:
São Paulo: Saraiva, 2011. no caso, destaca-se o Decreto n° 6.029/07, que revogou
7 AZEVEDO, Márcio. Ética no serviço público federal. Disponível alguns incisos do Código e que será estudado oportu-
em: <http://portal.damasio.com.br/Arquivos/Material/AulasOnli- namente.
ne_MarcioAzevedo1.pdf>. Acesso em: 12 ago. 2013.

103
Parâmetros para o conteúdo do decreto: os incisos do sociedade e a deontologia dele decorre posto que trata
artigo 84, já citados anteriormente, remetem ao poder GHGLUHLWRVHGHYHUHVGRVSURÀVVLRQDLVTXHHVWHMDPVXMHL-
regulamentar o Executivo; os artigos da Lei n° 8.112/90 WRVDHVSHFLÀFLGDGHGHVWDVQRUPDV
referem-se aos deveres e proibições do servidor público O Código de Ética cria regras deontológicas de ética,
federal; os artigos da Lei n° 8.429/92 tratam dos atos de isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos da
improbidade administrativa. moral, daí porque não se preocupa com a previsão de
A partir da aprovação do Código de Ética, ele se tor- punição e processo disciplinar contra o servidor antiéti-
nou obrigatório a todas as esferas da atividade pública. co, apesar de, na maioria das vezes, haver coincidência
Daí a obrigação de instituir o aparato próprio ao seu entre a conduta antiética e a necessidade de punição ad-
cumprimento, inclusive mediante criação das Comissões ministrativa. A verdadeira intenção do Código de Ética
de Ética, as quais não podem ser compostas por servido- foi estimular os órgãos e entidades públicas federais a
res temporários. promoverem o debate sobre a ética, para que ela, e as
O decreto conferiu um prazo para cada uma das en- discussões que dela se extrai, permeie amiúde as reparti-
tidades da administração pública federal direta ou in- ções, até com naturalidade.
direta para constituir em seu âmbito uma Comissão de ´0XLWDVVmRDVYLUWXGHVTXHXPSURÀVVLRQDOSUHFLVDWHU
Ética que irá apurar as infrações ao Código de Ética. Com SDUDTXHGHVHQYROYDFRPHÀFiFLDVHXWUDEDOKR(PYHU-
efeito, não há nenhuma facultatividade quanto ao dever dade, múltiplas exigências existem, mas entre elas, des-
de respeito ao Código de Ética, pois ele se aplica tanto tacam-se algumas, básicas, sem as quais se impossibilita
na administração direta quanto na indireta. A Comissão a consecução do êxito moral. Quase sempre, na maioria
de Ética será composta por: três servidores ou empre- GRV FDVRV R VXFHVVR SURÀVVLRQDO VH D] DFRPSDQKDU GH
gados titulares de cargo efetivo ou emprego permanen- condutas fundamentais corretas. Tais virtudes básicas são
te. A constituição (quando foi criada) e a composição FRPXQVDTXDVHWRGDVDVSURÀVV}HV>@9LUWXGHVEiVLFDV
(quem a compõe) da Comissão deverão ser informadas SURÀVVLRQDLV VmR DTXHODV LQGLVSHQViYHLV VHP DV TXDLV
à Secretaria da Administração Federal da Presidência da não se consegue a realização de um exercício ético com-
República. petente, seja qual for a natureza do serviço prestado. Tais
virtudes devem formar a consciência ética estrutural, os
ANEXO DOLFHUFHVGRFDUiWHUHHPFRQMXQWRKDELOLWDUHPRSURÀV-
sional ao êxito em seu desempenho” 9.
&yGLJR GH eWLFD 3URÀVVLRQDO GR 6HUYLGRU 3~EOLFR Para bem compreender o conteúdo dos incisos que
Civil do Poder Executivo Federal se seguem, é importante pensar: se eu fosse a pessoa
buscando atendimento no órgão público em questão,
CAPÍTULO I FRPRHXJRVWDULDGHVHUWUDWDGR"4XDORWLSRGHIXQFLR-
Seção I nário que eu gostaria que fosse responsável pela solução
Das Regras Deontológicas GRPHXSUREOHPD"(QÀPEDVWDOHPEUDUGDUHJUDGHRXUR
da moralidade, pela qual eu somente devo fazer algo se
O Direito como valor do justo é estudado pela Filoso- racionalmente desejar que todas as pessoas ajam da
ÀDGR'LUHLWRQDSDUWHGHQRPLQDGD'HRQWRORJLD-XUtGLFD mesma forma - inclusive em relação a mim, ou seja, “age
ou, no plano empírico e pragmático, pela Política do Di- de tal modo que a máxima de tua vontade possa valer-te
reito8. Deontologia é uma das teorias normativas se- sempre como princípio de uma legislação universal”10.
gundo as quais as escolhas são moralmente necessá-
rias, proibidas ou permitidas. Portanto inclui-se entre ,$GLJQLGDGHRGHFRURR]HORDHÀFiFLDHDFRQVFL-
as teorias morais que orientam nossas escolhas sobre ência dos princípios morais são primados maiores que
o que deve ser feito, considerada a moral vigente. Por devem nortear o servidor público, seja no exercício do
sua vez, a deontologia jurídica é a ciência que cuida dos FDUJRRXIXQomRRXIRUDGHOHMiTXHUHÁHWLUiRH[HU-
deveres e dos direitos dos operadores do Direito, bem cício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos,
como de seus fundamentos éticos e legais, consolidan- comportamentos e atitudes serão direcionados para
do o valor do justo. Por isso, os incisos que se seguem a preservação da honra e da tradição dos serviços pú-
traduzem o comportamento moral esperado do servidor blicos.
público não só enquanto desempenha suas funções, mas Primeiramente, vale compreender o sentido de algu-
também em sua vida social. mas palavras do inciso: por dignidade, deve-se entender
Deontologia é, assim, a teoria do dever no que diz autoridade moral; por decoro, compostura e decência;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

respeito à moral; conjunto de deveres que impõe a cer- por zelo, cuidadoHDWHQomRSRUHÀFiFLDDSURGXomRGR
WRVSURÀVVLRQDLVRFXPSULPHQWRGDVXDIXQomR3RGHVH efeito esperado.
dizer ainda que a deontologia consiste no conjunto de Na verdade, tudo isto abrange o que o inciso chama
UHJUDVHSULQFtSLRVTXHUHJHPDFRQGXWDGHXPSURÀV- de consciência dos princípios morais: sei que devo agir
sional, uma ciência que estuda os deveres de uma de- de modo que inspire os demais que me rodeiam, isto
WHUPLQDGDSURÀVVmR2SURÀVVLRQDOEUDVLOHLURHVWiVXMHLWR é, exatamente como o melhor cidadão de bem; no de-
a uma deontologia própria a regular o exercício de sua sempenho das minhas funções, devo me manter sério e
SURÀVVmR FRQIRUPH R &yGLJR GH eWLFD GH VXD FODVVH 2
Direito é o mínimo de moral para que o homem viva em 9 6É $QW{QLR /RSHV GH eWLFD SURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
8 REALE, Miguel. )LORVRÀD GR 'LUHLWR. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 10 KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução Paulo Bar-
2002. rera. São Paulo: Ícone, 2005, p. 32.

104
comprometido, desempenhando cada uma das atribui- sarcimento ao erário, na forma e gradação previstas
ções recebidas com o maior cuidado e atenção possível, em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
evitando erros, de modo que o serviço que eu preste seja
o melhor que eu puder prestar. Nota-se que o inciso faz referência ao §4°, que traz as
Não basta que o funcionário aja desta forma no exer- consequências dos atos de improbidade administra-
cício de suas funções, porque ele participa da sociedade tiva, que poderão variar conforme o grau de gravidade
HÀFDFRQKHFLGRQHOD2GHVHPSHQKRGHFDUJRS~EOLFR (uma das sanções possíveis é a de obrigar o servidor a
por sua vez, faz com que ele seja visto de outra forma devolver o dinheiro aos cofres públicos, o que se enten-
pela sociedade, que espera dele uma conduta ilibada, de por ressarcir o erário).
ou seja, livre de vícios e compulsões. Discrição é a pa- III - A moralidade da Administração Pública não se
lavra-chave para a vida particular do servidor público, limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser
preservando a instituição da qual faz parte. Por exemplo, DFUHVFLGDGDLGHLDGHTXHRÀPpVHPSUHREHPFR-
quem se sentiria bem em ser atendido por um funcioná- PXP 2 HTXLOtEULR HQWUH D OHJDOLGDGH H D ÀQDOLGDGH
rio que é sempre visto embriagado em bares ou provo- na conduta do servidor público, é que poderá consoli-
cando confusões familiares, por mais que os serviços por dar a moralidade do ato administrativo.
HOHGHVHPSHQKDGRVVHMDPGHTXDOLGDGH" Bem e mal são conceitos que transcendem a esfera
O comportamento ético do servidor público na sua particular. O servidor público não deve pensar por uma
vida particular só é exigível se, pela natureza do cargo, pessoa, mas por toda a sociedade. Assim, não se deve
houver uma razoável exigência do servidor se comportar DJLUGHXPDIRUPDSDUDEHQHÀFLDUXPSDUWLFXODUDLQGD
moralmente, como invariavelmente ocorre nas carreiras que isso possa ser um bem para ele, é injusto para com
típicas de Estado. O que dizer então do Decreto nº 1.171, a sociedade que uma pessoa seja tratada melhor que a
de 1994, que impõe o comportamento ético e moral de RXWUD2ÀPGDDWLWXGHGRVHUYLGRUpRbem comum, ou
todo e qualquer servidor, na sua vida particular, inde- seja, o bem da coletividade. O coletivo sempre deve pre-
SHQGHQWHPHQWH GD QDWXUH]D GR VHX FDUJR" 4XDQGR WDO valecer sobre o particular.
Código estabelece, logo no Capítulo I do Anexo, algu- Por isso, o servidor deve equilibrar a legalidade, que
mas “Regras Deontológicas”, quer dizer que o servidor pRUHVSHLWRDRTXHDOHLGHWHUPLQDHDÀQDOLGDGHTXH
público está envolto em um sistema onde a moral tem pDEXVFDGRÀPGDSUHVHUYDomRGREHPFRPXP$VVLP
IRUWHLQÁXrQFLDQRGHVHQYROYLPHQWRGDVXDFDUUHLUDS~- o respeito à lei é fundamental, mas a atitude do servidor
blica. Assim, quem passa pelo serviço público sabe ou não pode cair numa burocratização sem sentido, ou seja,
GHYHULDVDEHUTXHDSURPRomRSURÀVVLRQDOHRDGHTXDGR o respeito às minúcias da lei não pode prejudicar o bem
cumprimento das atribuições do cargo estão condicio- comum, sob pena de violar a moralidade.
nados também pela ética e, assim, pelo comportamento
particular do servidor. IV - A remuneração do servidor público é custeada pe-
los tributos pagos direta ou indiretamente por todos,
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o até por ele próprio, e por isso se exige, como contra-
elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que partida, que a moralidade administrativa se integre no
decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o Direito, como elemento indissociável de sua aplicação
injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno HGHVXDÀQDOLGDGHHULJLQGRVHFRPRFRQVHTXrQFLD
e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e em fator de legalidade.
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, O servidor público deve colocar de lado seus inte-
caput, e § 4°, da Constituição Federal. resses egoísticos e buscar a aplicação da moralidade no
Este inciso traz alguns binômios abrangidos pelo con- Direito, lembrando que quem paga pelos seus serviços
ceito de ética que se contrapõem. Com efeito, o servi- é a sociedade como um todo. “Parece ser uma tendên-
dor deve sempre escolher o conveniente, o oportuno, cia do ser humano, como tem sido objeto de referência
o justo e o honesto. No caso, parte-se das escolhas de de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar,
menor relevância para aquelas fundamentais, que envol- seus interesses próprios, quando, entretanto, esses são
vem a opção pelo justo e honesto. Estes são os principais de natureza pouco recomendável, ocorrem seriíssimos
valores morais exigidos pelo inciso. Quando se fala que é problemas. Quando o trabalho é executado só para au-
preciso escolher acima de tudo entre honesto e desones- ferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro
to, evidencia-se que o Código busca mais do que o res- lado, nos serviços realizados com amor, visando ao be-
peito à lei, e sim a efetiva ação conforme a moralidade. nefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, com
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Vale destacar o artigo 37 da Constituição Federal, ao consciência do bem comum, passa a existir a expressão
qual o inciso em estudo faz remissão. social do mesmo. O valor ético do esforço é, pois, variá-
vel de acordo com seu alcance em face da comunidade.
Art. 37. A administração pública direta e indireta de Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente,
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- tende a ter menor consciência de grupo. Fascinado pela
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocor-
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicida- re com a sua comunidade e muito menos com a socieda-
GHHHÀFLrQFLDHWDPEpPDRVHJXLQWH>@ GH>@2HJRtVPRGHVHQIUHDGRSRGHDWLQJLUXPQ~PHUR
§ 4º Os atos de improbidade administrativa impor- H[SUHVVLYRGHSHVVRDVHDWpDWUDYpVGHODVLQÁXHQFLDUR
tarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da destino de nações, partindo da ausência de conduta vir-
função pública, a indisponibilidade dos bens e o res- tuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas com

105
VHXVOXFURV>@6DEHPRVTXHDFRQGXWDGRVHUKXPDQR Como visto, a publicidade é um princípio basilar da
tende ao egoísmo, repetimos, mas, para os interesses administração pública, ao lado da moralidade. Como tal,
de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se caminha lado a lado com ela. Não cabe ao servidor pú-
acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas blico negar o acesso à informação por parte do cidadão,
em princípios de virtude. Como só a atitude virtuosa tem salvo em situações especiais. Nota-se que “quando be-
condições de garantir o bem comum, a Ética tem sido o QHItFLRVPRUDLVVHID]HPH[LJtYHLVHVSHFLÀFDPHQWHSDUD
caminho justo, adequado, para o benefício geral” 11. um desempenho de labor, forçoso é cumpri-los; só po-
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público pe- GHPRVMXVWLÀFDURQmRFXPSULPHQWRTXDQGRIDWRUHVGH
rante a comunidade deve ser entendido como acrés- ordem muito superior o possam impedir, pois o descum-
cimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, primento será sempre uma lesão à consciência ética” 12.
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode
VHUFRQVLGHUDGRFRPRVHXPDLRUSDWULP{QLR
O cidadão paga impostos e demais tributos apenas FIQUE ATENTO!
para que o Estado garanta a ele a prestação do melhor O dispositivo autoriza que os atos adminis-
serviço público possível, isto é, a manutenção de uma so- trativos não sejam públicos em situações ex-
ciedade justa e bem estruturada. O mesmo dinheiro que cepcionais, quais sejam segurança nacional,
sai dos bolsos do cidadão, inclusive do próprio servidor investigações policiais e interesse superior
público, é o que remunera os serviços por ele prestados. do Estado e da Administração Pública.
Por isso, agir contra a moral é insultante, mais que um
aproveitamento da máquina estatal, é um desrespeito
ao cidadão honesto que paga parte do que recebe ao VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor
Estado. não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária
Assim, para bem aplicar o Direito é preciso agir con- aos interesses da própria pessoa interessada ou da Ad-
forme a moralidade administrativa, sob pena de mais que ministração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou
violar a lei, também desrespeitar o bem comum e preju- estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do
dicar a sociedade como um todo - inclusive a si próprio. erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniqui-
No mais, chama-se atenção à vedação de que o ser- lam até mesmo a dignidade humana quanto mais a
vidor receba do particular qualquer verba extra: sua
de uma Nação.
remuneração já é paga pelo particular, por meio dos im-
Mentir é uma atitude contrária à moralidade espe-
postos, não devendo pretender mais do que aquilo. Isto
rada do servidor público, ainda mais se tal mentira se
QmRVLJQLÀFDTXHRSDWULP{QLRGRVHUYLGRUVHMDDSHQDVR
referir à função desempenhada, por exemplo, negando
seu salário - há um patrimônio inerente à boa prestação
a prática de um ato ou informando erroneamente um ci-
do serviço, proporcionando a melhoria da sociedade em
dadão. Não existe uma hipótese em que mentir é aceito:
que vive.
não importa se dizer a verdade implicará em prejuízo
VI - A função pública deve ser tida como exercício à Administração Pública.
SURÀVVLRQDOHSRUWDQWRVHLQWHJUDQDYLGDSDUWLFXODU Se o Estado errar, e isso pode acontecer, não deverá
de cada servidor público. Assim, os fatos e atos veri- se eximir de seu erro com base em uma mentira, pois isto
ÀFDGRVQDFRQGXWDGRGLDDGLDHPVXDYLGDSULYDGD ofende a integridade dos cidadãos e da própria Nação.
poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na Para ser um bom país, não é preciso se fundar em erros
vida funcional. ou mentiras, mas sim se esforçar ao máximo para evitá-
Reiterando o que foi dito no inciso I, o Código de Éti- -los e corrigi-los.
ca lembra que um funcionário público carrega consigo a
imagem da administração pública, ou seja, não é servi- IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo
dor público apenas quando está desempenhando suas dedicados ao serviço público caracterizam o esforço
funções, mas o tempo todo. Por isso, não importa ser o pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus
melhor funcionário público da repartição se a vida parti- WULEXWRV GLUHWD RX LQGLUHWDPHQWH VLJQLÀFD FDXVDUOKH
cular estiver devassada, isto é, se não agir com discrição, dano moral. Da mesma forma, causar dano a qual-
coerência, compostura e moralidade também na vida TXHUEHPSHUWHQFHQWHDRSDWULP{QLRS~EOLFRGHWHULR-
particular. Isso implica em ser um bom pai/mãe, uma rando-o, por descuido ou má vontade, não constitui
pessoa livre de vícios, um cidadão reservado e cumpridor apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações
de seus deveres sociais. ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas espe-


VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves- ranças e seus esforços para construí-los.
tigações policiais ou interesse superior do Estado e Quem nunca chegou a uma repartição pública ou
da Administração Pública, a serem preservados em cartório e recebeu um tratamento ruim por parte de um
processo previamente declarado sigiloso, nos termos IXQFLRQiULR",QIHOL]PHQWHHVWDpXPDDWLWXGHFRPXPQR
da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo serviço público. Contudo, o esperado do servidor é que
FRQVWLWXLUHTXLVLWRGHHÀFiFLDHPRUDOLGDGHHQVHMDQGR ele atenda aos cidadãos com atenção e boa vontade,
sua omissão comprometimento ético contra o bem co- fazendo tudo o possível para ajudá-lo, despendendo o
mum, imputável a quem a negar. tempo necessário e tomando as devidas cautelas.
116É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas, 126É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 2010.

106
O instituto da responsabilidade civil é parte inte- Mais do que incômodo, maltratar um cidadão que
grante do direito obrigacional, uma vez que a principal busca atendimento pode caracterizar dano moral, isto
consequência da prática de um ato ilícito é a obrigação é, gerar tamanho abalo emocional e psicológico que im-
que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante o plique num dano. Apesar deste dano não ser econômico,
pagamento de indenização que se refere às perdas e da- isto é, de a dor causada não ter meio de compensação
QRV$ÀQDOTXHPSUDWLFDXPDWRRXLQFRUUHHPRPLVVmR ÀQDQFHLURTXHDUHSDUHRMXL]HVWDEHOHFHUiXPYDORUTXH
que gere dano deve suportar as consequências jurídicas a compense razoavelmente.
decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.13 Por sua vez, deteriorar o patrimônio público caracteri-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, za dano material1RFDVRKiXPFRUUHVSRQGHQWHÀQDQ-
podendo recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até ceiro direto, de modo que a condenação será no sentido
RVOLPLWHVGDKHUDQoDHPERUDH[LVWDPUHÁH[RVQDDomR de pagar ao Estado o equivalente ao bem destruído ou
que apure a responsabilidade civil conforme o resultado deteriorado.
na esfera penal (por exemplo, uma absolvição por nega-
tiva de autoria impede a condenação na esfera cível, ao X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à es-
passo que uma absolvição por falta de provas não o faz). pera de solução que compete ao setor em que exerça
Genericamente, os elementos da responsabilidade ci- VXDVIXQo}HVSHUPLWLQGRDIRUPDomRGHORQJDVÀODV
vil se encontram no art. 186 do Código Civil: “aquele que, ou qualquer outra espécie de atraso na prestação do
por ação ou omissão voluntária, negligência ou impru- serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética
dência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que ou ato de desumanidade, mas principalmente grave
exclusivamente moral, comete ato ilícito”. Este é o artigo dano moral aos usuários dos serviços públicos.
central do instituto da responsabilidade civil, que tem Este inciso é um desdobramento do inciso anterior,
como elementos: ação ou omissão voluntária (agir como GHVFUHYHQGRXPWLSRHVSHFtÀFRGHFRQGXWDLPRUDOFRPUH-
não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa ou lação ao usuário do serviço público, qual seja a de deixá-lo
dolo do agente (dolo é a vontade de cometer uma viola- esperando por atendimento que seja de sua competência.
ção de direito e culpa é a falta de diligência), nexo causal Claro, a espera é algo natural, notadamente quando o aten-
(relação de causa e efeito entre a ação/omissão e o dano dimento estiver sobrecarregado. O que o inciso pretende
causado) e dano (dano é o prejuízo sofrido pelo agente, YHWDUpTXHDVÀODVVHDORQJXHPTXDQGRRVHUYLGRUHQUROD
que pode ser individual ou coletivo, moral ou material, QRDWHQGLPHQWRHQÀPDJHFRPSUHJXLoDHGHVkQLPR
econômico e não econômico).
Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: “As XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
pessoas jurídicas de direito público e as de direito priva- ordens legais de seus superiores, velando atentamen-
do prestadoras de serviços públicos responderão pelos te por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a negligente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o res- de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
ponsável nos casos de dolo ou culpa”. Este artigo deixa caracterizam até mesmo imprudência no desempenho
clara a formação de uma relação jurídica autônoma en- da função pública.
tre o Estado e o agente público que causou o dano no Dentro do serviço público há uma hierarquia, que
desempenho de suas funções. Nesta relação, a respon- deve ser obedecida para a boa execução das atividades.
sabilidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado Seria uma desordem se todos mandassem e se cada qual
provar a culpa do agente pelo dano causado, ao qual foi decidisse que função iria desempenhar. Por isso, cabe
anteriormente condenado a reparar. Direito de regresso o respeito ao que o superior determina, executando as
é justamente o direito de acionar o causador direto do funções da melhor forma possível.
dano para obter de volta aquilo que pagou à vítima, con- “A razão pela qual se exige uma disciplina do homem
siderada a existência de uma relação obrigacional que se em seu grupo repousa no fato de que as associações
forma entre a vítima e a instituição que o agente compõe. possuem, por suas naturezas, uma necessidade de equi-
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agen- líbrio que só se encontra quando a autonomia dos seres
te causar aos membros da sociedade, mas se este agente VHFRRUGHQDQDÀQDOLGDGHGRWRGReDOHLGRVVLVWHPDV
agiu com dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que foi que se torna imperiosa, do átomo às galáxias, de cada in-
pago à vítima. O agente causará danos ao praticar condutas GLYtGXRDWpVXDVRFLHGDGH>@&DGDVHUDVVLPFRPRDVR-
incompatíveis com o comportamento ético dele esperado.14 PDWyULDGHOHVHPFODVVHSURÀVVLRQDOWHPVHXFRPSRUWD-
A responsabilidade civil do servidor exige prévio pro- PHQWRHVSHFtÀFRJXLDGRSHODFDUDFWHUtVWLFDGRWUDEDOKR
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

cesso administrativo disciplinar no qual seja assegurado H[HFXWDGR &DGD FRQMXQWR GH SURÀVVLRQDLV GHYH VHJXLU
contraditório e ampla defesa. uma ordem que permita a evolução harmônica do traba-
Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou com lho de todos, a partir da conduta de cada um, através de
culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor uma tutela no trabalho que conduza a regularização do
que gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro individualismo perante o coletivo” 15.
(administrado), o servidor terá o dever de indenizar. Negligência é a omissão no agir como se deve, isto é,
é deixar de fazer aquilo que lhe foi atribuído. As condutas
negligentes devem ser evitadas, de modo que os erros
13 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. ed. São sejam minimizados, a atenção seja uma marca do serviço
Paulo: Saraiva, 2005.
1463,7=&296.<&HOVRDireito Administrativo. 13. ed. São Paulo: 156É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
Método, 2011. 2010.

107
e a retidão algo sempre presente. Imprudência, por sua nho. Logo, um complexo de deveres envolve a vida pro-
vez, é o agir sem cuidado, sem zelo, causando prejuízo ÀVVLRQDOVRERVkQJXORVGDFRQGXWDDVHUVHJXLGDSDUDD
ao serviço público. execução de um trabalho” 17.
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
;,,7RGDDXVrQFLDLQMXVWLÀFDGDGRVHUYLGRUGHVHXOR- função ou emprego público de que seja titular;
cal de trabalho é fator de desmoralização do serviço Cabe ao servidor público desempenhar todas as atri-
público, o que quase sempre conduz à desordem nas buições inerentes à posição de que seja titular.
relações humanas. b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e
O servidor público tem obrigação de comparecer reli- UHQGLPHQWRSRQGRÀPRXSURFXUDQGRSULRULWDULD-
giosamente em seu local de trabalho no horário determi- mente resolver situações procrastinatórias, prin-
nado. Todas as ausências devem ser evitadas e, quando FLSDOPHQWH GLDQWH GH ÀODV RX GH TXDOTXHU RXWUD
LQHYLWiYHLVGHYHPVHUMXVWLÀFDGDV espécie de atraso na prestação dos serviços pelo
2V GHPDLV IXQFLRQiULRV H D VRFLHGDGH VHPSUH À- VHWRUHPTXHH[HUoDVXDVDWULEXLo}HVFRPRÀPGH
cam atentos às atitudes do servidor público e qualquer evitar dano moral ao usuário;
percepção de relaxo no desempenho das funções será O desempenho de funções deve se dar de forma
observada, notadamente no que tange a ausências fre- HÀFLHQWH 6LWXDo}HV SURFUDVWLQDWyULDV VmR DTXHODV TXH
quentes. adiam a prestação do serviço público. Procrastinar signi-
ÀFDHQURODUDGLDUIXJLUDRGHYHUGHSUHVWDURVHUYLoROHU-
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a dear. Cabe ao servidor público não deixar para amanhã o
estrutura organizacional, respeitando seus colegas e que pode fazer no dia e agilizar ainda mais o seu serviço
cada concidadão, colabora e de todos pode receber TXDQGRKRXYHUDF~PXORGHWUDEDOKRRXGHÀODVLQFOXVLYH
colaboração, pois sua atividade pública é a grande para evitar dano moral ao cidadão.
oportunidade para o crescimento e o engrandecimen- c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a
to da Nação. integridade do seu caráter, escolhendo sempre,
O bom desempenho das funções ao agir conforme o quando estiver diante de duas opções, a melhor e
esperado pela sociedade implica numa boa imagem do a mais vantajosa para o bem comum;
servidor público, o que permite que ele receba apoio dos Honestidade, retidão, lealdade e justiça são valores
demais quando realmente precisar. PRUDLV FRQVROLGDGRV QD VRFLHGDGH UHÁHWLQGR R FDUiWHU
´e LQHTXtYRFR TXH R WUDEDOKR LQGLYLGXDO LQÁXHQFLD da pessoa. O servidor público deve erigir tais valores,
H UHFHEH LQÁXrQFLDV GR PHLR RQGH p SUDWLFDGR 1mR p sempre fazendo a melhor escolha para a coletividade.
SRLV VRPHQWH HP VHX JUXSR TXH R SURÀVVLRQDO Gi VXD d) jamais retardar qualquer prestação de contas, con-
contribuição ou a sonega. Quando adquire a consciência dição essencial da gestão dos bens, direitos e ser-
do valor social de sua ação, da vontade volvida ao geral, viços da coletividade a seu cargo;
pode realizar importantes feitos que alcançam repercus- Prestar contas é uma atitude obrigatória por parte de
são ampla” 16. todos aqueles que cuidam de algo que não lhe perten-
ce. No caso, o servidor público cuida do patrimônio do
Estado. Por isso, sempre deverá prestar contas a respeito
#FicaDica deste patrimônio, relatando a sua situação e garantindo
As regras deontológicas do Código de Ética que ele seja preservado.
trazem uma concepção abrangente de de- e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços
veres comportamentais do servidor público, aperfeiçoando o processo de comunicação e con-
que adiante são aprofundadas de forma tato com o público;
PDLVHVSHFtÀFDQRLQFLVR;,9 A atitude ética esperada do servidor público consis-
te em exercer suas funções de forma adequada, sempre
atendendo da melhor forma possível os usuários.
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por
Seção II princípios éticos que se materializam na adequada
Dos Principais Deveres do Servidor Público prestação dos serviços públicos;
Os funcionários públicos nunca podem perder de vis-
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: ta o dever ético que eles possuem com relação à socie-
Embora se trate de outra seção do Código de Ética, há dade como um todo, que é o de respeito à moralidade
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

continuidade no tratamento do agir moral esperado insculpida no texto constitucional. “A consciência ética
do servidor público. No caso, são elencados alguns de- busca ser cidadã e, por isso, faz da honestidade pessoal
veres essenciais que devem ser obedecidos. um caminho certo para a ética pública. Vivendo numa
“Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para República, estamos tratando da ‘coisa pública’, do que é
R GHVHPSHQKR HÀFD] GD SURÀVVmR VmR GHYHUHV pWLFRV de todos; isso requer vida administrativa e política trans-
6HQGRRSURSyVLWRGRH[HUFtFLRSURÀVVLRQDODSUHVWDomR parente, numa disposição a colocar-se a serviço de toda
de uma utilidade a terceiros, todas as qualidades perti- a coletividade”18.
nentes à satisfação da necessidade, de quem requer a
tarefa, passam a ser uma obrigação perante o desempe- 176É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
166É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas, 18 AGOSTINI, Frei Nilo. Ética: diálogo e compromisso. São Paulo:
2010. FTD, 2010.

108
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e aten- o) participar dos movimentos e estudos que se rela-
ção, respeitando a capacidade e as limitações in- cionem com a melhoria do exercício de suas fun-
dividuais de todos os usuários do serviço público, ções, tendo por escopo a realização do bem co-
sem qualquer espécie de preconceito ou distinção mum;
de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, Frequentemente, são promovidos cursos de aperfei-
cunho político e posição social, abstendo-se, dessa çoamento pela própria instituição, sem contar aqueles
forma, de causar-lhes dano moral; disponibilizados por faculdades e cursos técnicos. Cabe
Para bem atender os usuários, é preciso tratá-los com DRVHUYLGRUS~EOLFRSDUWLFLSDUVHPSUHTXHIRUEHQpÀFRj
igualdade, sem preconceitos de qualquer natureza. Vale melhoria de suas funções.
lembrar que o tratamento preconceituoso e mal-educa- ´2YDORUGRH[HUFtFLRSURÀVVLRQDOWHQGHDDXPHQWDUj
do caracteriza dano moral, cabendo reparação. PHGLGDTXHRSURÀVVLRQDOWDPEpPDXPHQWDUVXDFXOWX-
ra, especialmente em ramos do saber aplicáveis a todos
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum te- RVGHPDLVFRPRVmRRVUHODWLYRVjVFXOWXUDVÀORVyÀFDV
mor de representar contra qualquer comprometi- matemáticas e históricas. Uma classe que se sustenta em
mento indevido da estrutura em que se funda o elites cultas te garantida sua posição social, porque se
Poder Estatal; habilita às lideranças e aos postos de comando no po-
i) resistir a todas as pressões de superiores hierár- der. A especialização tem sua utilidade, seu valor, sendo
quicos, de contratantes, interessados e outros que LPSRVVtYHOQHJDUWDOHYLGrQFLD>@µ19.
visem obter quaisquer favores, benesses ou vanta- p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas ade-
gens indevidas em decorrência de ações imorais, quadas ao exercício da função;
ilegais ou aéticas e denunciá-las; $URXSDYHVWLGDSHORVHUYLGRUS~EOLFRWDPEpPUHÁH-
O respeito à hierarquia é algo necessário ao setor pú- te sua autoridade moral no exercício das funções. Por
blico, pois se ele não existisse as atividades seriam de- exemplo, é absurdo chegar ao local de trabalho utilizan-
VHPSHQKDGDVGHIRUPDGHVRUJDQL]DGDORJRLQHÀFLHQWH GREHUPXGDHFKLQHORUHÁHWLQGRXPD LPDJHP GHGHV-
,VVRQmRVLJQLÀFDFRQWXGRTXHRVHUYLGRUGHYDREHGH- caso do serviço público. As roupas devem ser sóbrias,
cer a todas as ordens sem questioná-las, notadamente compatíveis com a seriedade esperada da Administração
quando perceber que a atitude de seu superior contraria Pública e de seus funcionários.
os interesses do bem comum, nem que deva ter medo q) manter-se atualizado com as instruções, as nor-
de denunciar atitudes antiéticas de seus superiores ou mas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão
colegas. onde exerce suas funções;
São atitudes que não podem ser aceitas por parte dos A regulamentação das funções exercidas pelos ór-
superiores ou de pessoas que contratem ou busquem gãos administrativos está sempre mudando, cabendo ao
serviços do poder público: obtenção de favores, benefí- servidor público se manter atualizado.
cios ou vantagens indevidas, imorais, ilegais ou antiéticas. r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as
Ao se deparar com estas atitudes, deverá denunciá-las. instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função,
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigên- tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez,
FLDVHVSHFtÀFDVGDGHIHVDGDYLGDHGDVHJXUDQoD mantendo tudo sempre em boa ordem.
coletiva; $DOtQHDUHÁHWHXPDVtQWHVHGRDJLUPRUDOHVSHUDGR
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores GR VHUYLGRU S~EOLFR UHÁHWLQGR D SUHVWDomR GR VHUYLoR
públicos possuem o direito de greve, devendo se aten- FRP HÀFLrQFLD H UHVSHLWR j OHL DWHQGHQGR DR EHP FR-
tar pela preservação da sociedade quando exercê-lo. En- mum.
TXDQWRQmRIRUHODERUDGDXPDOHJLVODomRHVSHFtÀFDSDUD V IDFLOLWDUDÀVFDOL]DomRGHWRGRVDWRVRXVHUYLoRVSRU
os funcionários públicos, deverá ser obedecida a lei geral quem de direito;
de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° $V DWLYLGDGHV GH ÀVFDOL]DomR VmR XVXDLV QR VHUYLoR
7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20). S~EOLFR H SRU LVVR RV ÀFDLV GHYHP VHU EHP DWHQGLGRV
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que cabendo ao servidor demonstrar que as atividades atri-
sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado, buídas estão sendo prestadas conforme a lei determina.
UHÁHWLQGRQHJDWLYDPHQWHHPWRGRRVLVWHPD t) exercer com estrita moderação as prerrogativas
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se
qualquer ato ou fato contrário ao interesse público, de fazê-lo contrariamente aos legítimos interesses
exigindo as providências cabíveis; dos usuários do serviço público e dos jurisdiciona-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- dos administrativos;


balho, seguindo os métodos mais adequados à sua Prerrogativas funcionais são garantias atribuídas pela
organização e distribuição; lei ao servidor público para que ele possa bem desempe-
Os três incisos acima reiteram deveres constantemen- nhar suas funções. Não cabe exercê-las a torto e direito,
te enumerados pelo Código de Ética como o de com- é preciso ter razoabilidade, moderação. Assim, quando
parecimento assíduo e pontual no local de trabalho, o invocá-las, o servidor público será levado a sério.
de comunicação de atos contrários ao interesse públi- u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fun-
co (inclusive os praticados por seus superiores) e o de omRSRGHURXDXWRULGDGHFRPÀQDOLGDGHHVWUDQKD
preservação do local de trabalho (mantendo-o limpo e ao interesse público, mesmo que observando as
organizado).
196É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
2010.

109
formalidades legais e não cometendo qualquer G  XVDU GH DUWLItFLRV SDUD SURFUDVWLQDU RX GLÀFXOWDU R
violação expressa à lei; exercício regular de direito por qualquer pessoa,
O servidor público deve agir conforme a lei determi- causando-lhe dano moral ou material;
na, observando-a estritamente, preservando assim os in- O trabalho não deve ser adiado, mas sim prestado de
teresses da sociedade. IRUPDUiSLGDHHÀFD]VRESHQDGHFDXVDUGDQRPRUDORX
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua material aos usuários e ao Estado.
classe sobre a existência deste Código de Ética, es-
timulando o seu integral cumprimento. Na esfera penal, pode incidir no crime de prevarica-
ção (art. 319, CP):
O Código de Ética é o principal instrumento jurídico
que trata das atitudes do servidor público esperadas e Prevaricação
vedadas. É preciso obedecer suas diretrizes e aconselhar Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamen-
a sua leitura àqueles que o desconheçam. te, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição ex-
pressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento
Seção III pessoal:
Das Vedações ao Servidor Público Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

XV - É vedado ao servidor público; H GHL[DUGHXWLOL]DURVDYDQoRVWpFQLFRVHFLHQWtÀFRV


Nesta seção, são descritas algumas atitudes que con- ao seu alcance ou do seu conhecimento para aten-
trariam as diretrizes do Código de Ética. Trata-se de um rol dimento do seu mister;
H[HPSOLÀFDWLYRRXVHMDTXHSRGHVHUDPSOLDGRSRUXPMXt]R A incorporação da tecnologia aos serviços públicos,
de interpretação das regras éticas até então estudadas. aproximando-o da sociedade, é chamada de governança
eletrônica. Cabe ao servidor público saber lidar bem com
#FicaDica tais tecnologias, pois elas melhoram a qualidade do ser-
viço prestado.
Não será necessário gravar todas estas regras f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias,
se o candidato se atentar ao fato de que elas caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
se contrapõem às atitudes corretas até en- LQWHUÀUDPQRWUDWRFRPRS~EOLFRFRPRVMXULVGL-
tão estudadas. Por óbvio, não agir da forma cionados administrativos ou com colegas hierar-
estabelecida caracteriza violação dos deveres quicamente superiores ou inferiores;
éticos, o que é proibido. O funcionário público deve agir com impessoalidade
na prestação do serviço, tratando todas as pessoas igual-
mente, tanto os usuários quanto os colegas de trabalho.
a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qual-
WHPSRSRVLomRHLQÁXrQFLDVSDUDREWHUTXDOTXHU
TXHUWLSRGHDMXGDÀQDQFHLUDJUDWLÀFDomRSUrPLR
favorecimento, para si ou para outrem;
comissão, doação ou vantagem de qualquer es-
O cargo público é para a sociedade, não para o indi-
pécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para
YtGXR 3RU LVVR HOH QmR SRGH VH EHQHÀFLDU GHOH LQGHYL-
RFXPSULPHQWRGDVXDPLVVmRRXSDUDLQÁXHQFLDU
damente. A esta descrição corresponde o tipo criminal
da corrupção passiva, prescrito no Código Penal em seu RXWURVHUYLGRUSDUDRPHVPRÀP
artigo 317 nos seguintes termos: A remuneração do servidor público já é paga pelo
Estado, fomentada pelos tributos do contribuinte. Não
Corrupção passiva cabe ao servidor buscar bônus indevidos pela prestação
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, de seus serviços, seja solicitando (caso que caracteriza
direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou crime de corrupção - art. 317, CP), seja exigindo (restan-
antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in- do presente o crime de concussão - art. 316, CP). Caso o
devida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena - faça, se sujeitará às penas cíveis, penais e administrativas.
reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva
encaminhar para providências;
b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros Caso o faça, além das sanções cíveis e administrativas,
servidores ou de cidadãos que deles dependam; incorre na prática do crime de alterar ou deturpar (mo-
Causar intrigas no trabalho, fazer fofocas e se negar a GLÀFDUDOWHUDUSDUDSLRUGHVÀJXUDUFRUURPSHUDGXOWHUDU 
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

ajudar os demais cidadãos que busquem atendimento é GDGRVGHGRFXPHQWRVSRGHFRQÀJXUDURFULPHSUHYLVWR


uma clara violação ao dever ético. no artigo 313-A, do Código Penal:
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
conivente com erro ou infração a este Código de Inserção de dados falsos em sistema de informações
eWLFDRXDR&yGLJRGHeWLFDGHVXDSURÀVVmR Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autoriza-
Como visto, é dever do servidor público denunciar do, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir in-
aqueles que desrespeitem o Código de Ética, bem como devidamente dados corretos nos sistemas informati-
obedecê-lo estritamente. Não deve pensar que cobrir zados ou bancos de dados da Administração Pública
o erro do outro é algo solidário, porque todos os erros FRPRÀPGHREWHUYDQWDJHPLQGHYLGDSDUDVLRXSDUD
cometidos numa função pública são prejudiciais à socie- outrem ou para causar dano: Pena - reclusão, de 2
dade. (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

110
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite
do atendimento em serviços públicos; n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora de-
Como visto, o funcionário público deve atender com lehabitualmente;
HÀFLrQFLDRXVXiULRGRVHUYLoRSUHVWDQGRWRGDVDVLQIRU- Trata-se de ato típico de falta de decoro e retidão,
mações da maneira mais correta e verdadeira possível, valores morais inerentes à boa prestação do serviço pú-
sem mentiras ou ilusões. blico.
j) desviar servidor público para atendimento a inte- o) dar o seu concurso a qualquer instituição que aten-
resse particular; te contra a moral, a honestidade ou a dignidade da
pessoa humana;
Todos os servidores públicos são contratados pelo Es- S H[HUFHUDWLYLGDGHSURÀVVLRQDODpWLFDRXOLJDURVHX
tado, devendo prestar serviços que atendam ao seu inte- nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
resse. Por isso, um servidor não pode pedir ao seu subor- O servidor público, seja na vida privada, seja no exer-
dinado que lhe preste serviços particulares, por exemplo, FtFLR GDV IXQo}HV QmR GHYH VH ÀOLDU D LQVWLWXLo}HV TXH
pagar uma conta pessoal em agência bancária, telefonar contrariem a moral, por exemplo, que incitem o precon-
para consultórios para agendar consultas, fazer compras FHLWRHDGHVRUGHPS~EOLFD$ÀQDORVHUYLGRUS~EOLFRp
num supermercado. XPHVSHOKRSDUDDVRFLHGDGHGHYHQGRUHÁHWLUVHXVYDOR-
l) retirar da repartição pública, sem estar legalmen- res tradicionais.
te autorizado, qualquer documento, livro ou bem
pertencente ao patrimônio público; CAPÍTULO II
Os bens que se encontram no local de trabalho per- DAS COMISSÕES DE ÉTICA
tencem à máquina estatal e devem ser utilizados exclu-
sivamente para a prestação do serviço público, não po- XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-
GHQGRRIXQFLRQiULRUHWLUiORVGHOi6HRÀ]HUUHVSRQGH tração Pública Federal direta, indireta autárquica e
civil e administrativamente, bem como criminalmente fundacional, ou em qualquer órgão ou entidade que
por peculato (art. 312, CP). exerça atribuições delegadas pelo poder público, de-
verá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada
Peculato GHRULHQWDUHDFRQVHOKDUVREUHDpWLFDSURÀVVLRQDOGR
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de di- servidor, no tratamento com as pessoas e com o pa-
nheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou WULP{QLRS~EOLFRFRPSHWLQGROKHFRQKHFHUFRQFUHWD-
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou mente de imputação ou de procedimento suscetível de
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: censura.
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. “Estabelecido um código de ética, para uma classe,
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário pú- cada indivíduo a ele passa a subordinar-se, sob pena de
blico, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou incorrer em transgressão, punível pelo órgão competen-
bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, WHLQFXPELGRGHÀVFDOL]DURH[HUFtFLRSURÀVVLRQDO>@$
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facili- ÀVFDOL]DomR GR H[HUFtFLR GD SURÀVVmR SHORV yUJmRV GH
dade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. classe compreende as fases preventiva (ou educacional)
H H[HFXWLYD RX GH GLUHWD YHULÀFDomR GD TXDOLGDGH GDV
Peculato caracteriza-se pela subtração ou desvio, por práticas). Grande parte dos erros cometidos derivam-se
DEXVRGHFRQÀDQoDGHGLQKHLURRXGHFRLVDPyYHODSUH- em parte do pouco conhecimento sobre a conduta, ou
ciável economicamente, para proveito próprio ou alheio, VHMDGDHGXFDomRLQVXÀFLHQWHHRXWUDSDUWHEHPPHQRU
por servidor público que o administra ou guarda. deriva-se de atos propositadamente praticados. Os ór-
JmRVGHÀVFDOL]DomRDVVXPHPSRUFRQVHJXLQWHXPSD-
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no pel relevante de garantia sobre a qualidade dos serviços
âmbito interno de seu serviço, em benefício pró- SUHVWDGRVHGDFRQGXWDKXPDQDGRVSURÀVVLRQDLVµ 20.
prio, de parentes, de amigos ou de terceiros; Com efeito, as Comissões de Ética possuem função
As informações que são acessadas pelo funcionário de orientação e aconselhamento, devendo se fazer
público somente devem ser aproveitadas para o bom presentes em todo órgão ou entidade da administração
desempenho das funções. Não cabe fazer fofocas, ainda direta ou indireta.
que sem nenhum interesse de obter privilégio econômi-
$ &RPLVVmR GH eWLFD QmR WHP SRU ÀQDOLGDGH DSOLFDU
co, ou seja, apenas para aparentar importância por mera
sanções disciplinares contra os servidores Civis. Muito
vaidade pessoal. É possível que caracterize crime de vio-
pelo contrário: a sua atuação tem por princípio evitar
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

lação de sigilo funcional, pois utilizar-se de informações


a instauração desses processos, mediante trabalho de
obtidas no âmbito interno da administração, nos casos
RULHQWDomRHDFRQVHOKDPHQWR$ÀQDOLGDGHGRFyGLJRGH
em que deva ser guardado sigilo pode caracterizar crime,
ética consiste em produzir na pessoa do servidor público
previsto no artigo 325, do Código Penal:
D FRQVFLrQFLD GH VXD DGHVmR jV QRUPDV pWLFRSURÀVVLR-
Violação de sigilo funcional nais preexistentes à luz de um espírito crítico, para efeito
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do de facilitar a prática do cumprimento dos deveres legais
cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar- por parte de cada um e, em consequência, o resgate do
-lhe a revelação: respeito ao serviço público e à dignidade social de cada
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, servidor. O objetivo deste código é a divulgação ampla
206É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
se o fato não constitui crime mais grave.
2010.

111
dos deveres e das vedações previstas, através de um tra- Este último inciso do Código de Ética é de fundamen-
balho de cunho educativo com os servidores públicos WDOLPSRUWkQFLDSDUDÀQVGHFRQFXUVRS~EOLFRSRLVGHÀQH
federais. quem é o servidor público que se sujeita a ele.

XVII - Revogado pelo Decreto n° 6.029/07 (art. 25). ´8PDFODVVHSURÀVVLRQDOFDUDFWHUL]DVHSHODKRPRJH-


XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos or- neidade do trabalho executado, pela natureza do conhe-
ganismos encarregados da execução do quadro de cimento exigido preferencialmente para tal execução e
carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta pela identidade de habilitação para o exercício da mes-
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo- PD $ FODVVH SURÀVVLRQDO p SRLV XP JUXSR GHQWUR GD
ções e para todos os demais procedimentos próprios VRFLHGDGHHVSHFtÀFRGHÀQLGRSRUVXDHVSHFLDOLGDGHGH
da carreira do servidor público. desempenho de tarefa” 21.
Além de orientar e aconselhar, a Comissão de Ética Elementos do conceito de servidor público:
fornecerá as informações sobre os funcionários a ela a) Instrumento de vinculação: por força de lei (por
submetidos, tanto para instruir promoções, quanto para exemplo, prestação de serviços como jurado ou
alimentar processo administrativo disciplinar. mesário), contrato (contratação direta, sem con-
curso público, para atender a uma urgência ou
XIX a XXI - Revogados pelo Decreto n° 6.029/07 (art. emergência) ou qualquer outro ato jurídico (é o
25). caso da nomeação por aprovação em concurso
S~EOLFR   HQÀP QmR LPSRUWD R LQVWUXPHQWR GD
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Co- vinculação à administração pública, desde que es-
missão de Ética é a de censura e sua fundamentação teja realmente vinculado;
constará do respectivo parecer, assinado por todos os b) Serviço prestado: permanente, temporário ou ex-
seus integrantes, com ciência do faltoso. cepcional - isto é, ainda que preste o serviço só
A única sanção que pode ser aplicada diretamente por um dia, como no caso do mesário de eleição, é
pela Comissão de Ética é a de censura, que é a pena servidor público, da mesma forma que aquele que
mais branda pela prática de uma conduta inadequada foi aprovado em concurso público e tomou posse;
que seja praticada no exercício das funções. Nos demais FRPRXVHPUHWULEXLomRÀQDQFHLUD - por exem-
casos, caberá sindicância ou processo administrativo dis- plo, o jurado não recebe por seus serviços, mas
ciplinar, sendo que a Comissão de Ética fornecerá ele- não deixa de ser servidor público;
mentos para instrução. c) Instituição ou órgão de prestação: ligado à admi-
Censura é o poder do Estado de interditar ou restrin- nistração direta ou indireta, isto é, a qualquer órgão
gir a livre manifestação de pensamento, oral ou escrito, que tenha algum vínculo com o poder estatal. O
quando se considera que tal pode ameaçar a ordem pú- conceito é o mais amplo possível, abrangendo autar-
blica vigente. quias, fundações públicas, empresas públicas, socie-
GDGHVGHHFRQRPLDPLVWDHQÀPTXDOTXHUHQWLGDGH
ou setor que vise atender o interesse do Estado.
#FicaDica
- Todas as entidades da administração públi-
ca federal direta ou indireta devem constituir EXERCÍCIOS COMENTADOS
em seu âmbito uma Comissão de Ética que
irá apurar as infrações ao Código de Ética. 1. (EBSERH - Analista Administrativo - Administração
- A Comissão será composta por três servi- - CESPE/2018) Julgue o item seguinte, relativo ao regime
dores ou empregados titulares de cargo efe- dos servidores públicos federais e à ética no serviço público.
tivo ou emprego permanente. Comissões de ética são obrigatórias para todos os ór-
- A constituição (quando foi criada) e a gãos da administração pública federal direta, sendo fa-
composição (quem a compõe) da Comissão cultativas para entidades da administração indireta.
deverão ser informadas à Secretaria da Ad-
ministração Federal da Presidência da Repú- ( ) CERTO ( ) ERRADO
blica.
Resposta: Errado. A previsão de obrigatoriedade está
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

;;,9  3DUD ÀQV GH DSXUDomR GR FRPSURPHWLPHQWR H[SUHVVDQR'HFUHWRQžHPVHXLQFLVR;9,


ético, entende-se por servidor público todo aquele “Em todos os órgãos e entidades da Administração
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
jurídico, preste serviços de natureza permanente, cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
temporária ou excepcional, ainda que sem retribui- atribuições delegadas pelo poder público, deverá ser
omRÀQDQFHLUDGHVGHTXHOLJDGRGLUHWDRXLQGLUH- FULDGDXPD&RPLVVmRGHeWLFD>@µ
tamente a qualquer órgão do poder estatal, como
as autarquias, as fundações públicas, as entidades
paraestatais, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, ou em qualquer setor onde
216É$QW{QLR/RSHVGHeWLFDSURÀVVLRQDO. 9. ed. São Paulo: Atlas,
prevaleça o interesse do Estado.
2010.

112
2. (STJ - Conhecimentos Básicos - Cargos: 10 e 12 - de formalidades que deve ser observado para a prática
CESPE/2018) Considerando os conceitos, princípios e de determinados atos, e é realizado no interior do pro-
valores da ética e da moral, bem como o disposto na Lei cesso, para viabilizá-lo.
nº 8.429/1992, julgue o item a seguir. A Lei n° 9.784/99 estabelece as regras para o processo
A consciência moral deve nortear o comportamento do administrativo e institui um sistema normativo que fornece
servidor público, que deve sempre apresentar conduta uniformidade aos diversos procedimentos administrativos
ética, ainda que receba ordem hierárquica superior que em trâmite.
lhe imponha conduta imoral e antiética. § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União,
( ) CERTO ( ) ERRADO quando no desempenho de função administrativa.
Resposta: Certo. O funcionário está subordinado em Vale para as três esferas de poder.
sua conduta às leis e ao Código de Ética e não pode § 2o3DUDRVÀQVGHVWD/HLFRQVLGHUDPVH
desobedecê-los mesmo diante de ordens superiores. A I - órgão - a unidade de atuação integrante da estru-
previsão decorre ainda do dever previsto no Decreto nº tura da Administração direta e da estrutura da Admi-
1.171/1994 em seu inciso XIV, “i”: “resistir a todas as nistração indireta;
pressões de superiores hierárquicos, de contratantes, II - entidade - a unidade de atuação dotada de perso-
interessados e outros que visem obter quaisquer favo- nalidade jurídica;
res, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de III - autoridade - o servidor ou agente público dotado
ações imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las”. de poder de decisão.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre
RXWURVDRVSULQFtSLRVGDOHJDOLGDGHÀQDOLGDGHPRWL-
vação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
PROCESSO ADMINISTRATIVO: NORMAS ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, inte-
BÁSICAS NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO UHVVHS~EOLFRHHÀFLrQFLD
FEDERAL (LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE
1999, E SUAS ALTERAÇÕES). /HJDOLGDGH p R UHVSHLWR HVWULWR GD OHL ÀQDOLGDGH p D
SUiWLFDGHWRGRHTXDOTXHUDWRYLVDQGRXP~QLFRÀPR
interesse público; motivação é a necessidade de funda-
LEI Nº 9.784/1999 mentação de todas as decisões; razoabilidade é a toma-
da de decisões racionais e corretas; proporcionalidade é
A Lei nº 9.784/1999 regula as regras gerais do pro- o equilíbrio que deve se fazer presente na tomada de de-
cesso administrativo, concentrando-se na esfera federal. cisões; moralidade é o conhecimento das leis éticas que
A partir dela, é possível compreender linhas gerais sobre repousam no seio social; ampla defesa é a necessidade
o funcionamento dos processos administrativos nas de- de se garantir meios para a pessoa responder acusações
mais esferas, inclusive a estadual: e buscar as reformas previstas em lei para decisões que
a prejudiquem; contraditório é a oitiva da outra pessoa
CAPÍTULO I sempre que a que se encontra no outro polo da rela-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS ção se manifestar; segurança jurídica é a garantia social
de que as leis serão respeitadas e cobrirão o mais vasto
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o rol de relações socialmente relevantes possível; interesse
processo administrativo no âmbito da Administração S~EOLFRpRLQWHUHVVHGHWRGDDFROHWLYLGDGHHÀFLrQFLDp
Federal direta e indireta, visando, em especial, à prote- a junção da economicidade com a produtividade, alian-
ção dos direitos dos administrados e ao melhor cum- do gastos sem que se perca em qualidade da atividade
SULPHQWRGRVÀQVGD$GPLQLVWUDomR desempenhada.
Há, ainda, princípios implícitos no decorrer da lei: pu-
Processo é “a relação jurídica integrada por algumas EOLFLGDGHRÀFLDOLGDGHLQIRUPDOLVPRRXIRUPDOLVPRPR-
derado; gratuidade (a atuação na esfera administrativa é
pessoas, que nela exercem várias atividades direcionadas
gratuita); pluralidade de instâncias; economia processual;
SDUDGHWHUPLQDGRÀPµ7UDWDQGRVHGHXPDUHODomRDGPL-
participação popular.
nistrativa, a relação jurídica traduzirá um processo adminis-
trativo. Logo, processo administrativo é “o instrumento que
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

formaliza a sequência ordenada de atos e de atividades do


observados, entre outros, os critérios de:
(VWDGRHGRVSDUWLFXODUHVDÀPGHVHUSURGX]LGDXPDYRQWD-
I - atuação conforme a lei e o Direito;
GHÀQDOGD$GPLQLVWUDomRµ22.
,,  DWHQGLPHQWR D ÀQV GH LQWHUHVVH JHUDO YHGDGD D
Processo administrativo não se confunde com proce-
renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
dimento administrativo. O primeiro pressupõe a suces- salvo autorização em lei;
são ordenada de atos concatenados visando à edição de O interesse coletivo deve sempre predominar.
XP DWR ÀQDO RX VHMD p R FRQMXQWR GH DWRV TXH YLVD j III - objetividade no atendimento do interesse público,
obtenção de decisão sobre uma controvérsia no âmbito vedada a promoção pessoal de agentes ou autorida-
administrativo; o segundo corresponde ao rito, conjunto des;
22 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, de-
trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. coro e boa-fé;

113
9GLYXOJDomRRÀFLDOGRVDWRVDGPLQLVWUDWLYRVUHVVDO- I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
vadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição; dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos
e o cumprimento de suas obrigações;
1HVWHVHQWLGRRDUWƒ;;;,,,&)´WRGRVWrPGLUHLWR II - ter ciência da tramitação dos processos adminis-
a receber dos órgãos públicos informações de seu inte- trativos em que tenha a condição de interessado, ter
resse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que vista dos autos, obter cópias de documentos neles con-
serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabi- tidos e conhecer as decisões proferidas;
lidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível III - formular alegações e apresentar documentos an-
à segurança da sociedade e do Estado”. tes da decisão, os quais serão objeto de consideração
pelo órgão competente;
9,DGHTXDomRHQWUHPHLRVHÀQVYHGDGDDLPSRVLomR IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
de obrigações, restrições e sanções em medida supe- salvo quando obrigatória a representação, por força de
rior àquelas estritamente necessárias ao atendimento lei.
do interesse público;
A única razão para o Estado interferir é em razão do Quando for parte num processo administrativo a pes-
interesse da coletividade. soa tem direito a ser tratada com respeito, a obter in-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito formações sobre o trâmite, a nele se manifestar e juntar
que determinarem a decisão; documentos e, apenas se quiser, ser assistida por advo-
Não basta que a decisão indique os fundamentos jurí- gado. Logo, é opcional a presença de advogado.
dicos, devendo também associá-los aos fatos apurados.
VIII - observância das formalidades essenciais à ga-
rantia dos direitos dos administrados; #FicaDica
,;DGRomRGHIRUPDVVLPSOHVVXÀFLHQWHVSDUDSURSL-
ciar adequado grau de certeza, segurança e respeito Direitos do administrado:
aos direitos dos administrados; - Ser tratado com respeito;
5HVSHLWRjVIRUPDOLGDGHVQmRVLJQLÀFDH[FHVVRGHIRU- - Ciência da tramitação dos processos – vista
malismo. dos autos; conhecer as decisões proferidas;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresen- - Assistência facultativa do advogado (salvo
WDomR GH DOHJDo}HV ÀQDLV j SURGXomR GH SURYDV H j quando a lei obriga).
interposição de recursos, nos processos de que possam
resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, CAPÍTULO III
ressalvadas as previstas em lei; DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo,
sem prejuízo da atuação dos interessados; Art. 4o São deveres do administrado perante a Ad-
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que ministração, sem prejuízo de outros previstos em ato
PHOKRUJDUDQWDRDWHQGLPHQWRGRÀPS~EOLFRDTXHVHGLUL- normativo:
ge, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. I - expor os fatos conforme a verdade;
Se o entendimento mudar, não atinge casos passados. II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
#FicaDica IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Princípios da Lei nº 9.784/99: O administrado não pode tentar se aproveitar da Ad-
- Segurança jurídica ministração, trazendo fatos irreais, tumultuando e con-
(ÀFLrQFLD fundindo o processo. Deve sempre proceder para escla-
- Razoabilidade recer os fatos de maneira verdadeira.
- Finalidade
- Ampla defesa
#FicaDica
- Contraditório
- Interesse público Deveres do administrado:
- Legalidade - Expor a verdade dos fatos;
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

- Proporcionalidade - Lealdade, urbanidade e boa-fé;


- Moralidade - Ser prudente – não temerário;
- Motivação - Prestar informações;
- Colaborar para esclarecimento.

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos pe-
rante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe A partir deste ponto, são visíveis as fases do proces-
sejam assegurados: so administrativo:

114
a) instauração, com apresentação escrita dos fatos e no decorrer da execução, ou, ainda, por interesse
indicação do direito que ensejam o processo, ou S~EOLFR VXSHUYHQLHQWH TXH MXVWLÀTXH D UHYRJDomR
seja, é preciso descrever os fatos e delimitar o ob- da outorga com a devida indenização, que pode
jeto da controvérsias, sem o que não há plenitude chegar ao caso de prévia desapropriação.
de defesa; c) Processo de controle: todo aquele em que a Ad-
b) instrução, fase de elucidação dos fatos, na qual PLQLVWUDomRUHDOL]DYHULÀFDo}HVHGHFODUDVLWXDo}HV
são produzidas as provas, com a participação do direitos ou condutas do administrado ou de ser-
interessado; vidor, com caráter vinculante para as partes. Tais
c) defesa, que deve ser ampla; processos, normalmente, têm rito próprio e, quan-
d) relatório, que é elaborado pelo presidente do pro- do neles se deparam irregularidades puníveis, exi-
cesso, sendo uma peça opinativa, que não vincula gem oportunidade de defesa ao interessado, antes
a autoridade competente; do seu encerramento, sob pena de invalidade do
e) julgamento, quando a decisão é proferida pela au- resultado da apuração. O processo de controle,
toridade ou órgão competente sobre o objeto do também chamado de determinação ou de decla-
processo. ração, não se confunde com o processo punitivo,
porque, enquanto neste se apura a falta e se apli-
No entendimento de Hely Lopes Meirelles23, os pro- FDDSHQDOLGDGHFDEtYHOQDTXHOHDSHQDVVHYHULÀFD
cessos administrativos são divididos em quatro modali- a situação ou a conduta do agente e se proclama
dades, da seguinte maneira: o resultado para efeitos futuros. São exemplos de
a) Processo de expediente: denominação imprópria processos administrativos de controle os de pres-
conferida a toda autuação que tramita pelas repar- tação de contas perante órgãos públicos, os de ve-
tições públicas por provocação do interessado ou ULÀFDomRGHDWLYLGDGHVVXMHLWDVjÀVFDOL]DomRRGH
por determinação interna da Administração, para ODQoDPHQWRWULEXWiULRHRGHFRQVXOWDÀVFDO1HVVHV
receber solução conveniente. Não tem procedi- SURFHVVRVDGHFLVmRÀQDOpYLQFXODQWHSDUDD$GPL-
mento próprio ou rito sacramental, seguindo pe- nistração e para o interessado, embora nem sem-
los canais rotineiros para informações, pareceres, pre seja auto executável, dependendo da instau-
GHVSDFKRÀQDOGDFKHÀDFRPSHWHQWHHVXEVHTXHQ- ração de outro processo administrativo, de caráter
te arquivamento. Tais expedientes, que a rotina punitivo ou disciplinar, ou, mesmo, de ação civil ou
chama indevidamente de “processo”, não geram, criminal, ou, ainda, do pronunciamento executório
nem alteram, nem suprimem direitos dos admi- de outro Poder.
nistrados, da Administração ou de seus servido- d) Processo punitivo: todo aquele promovido pela
res, apenas encerram papéis, registram situações Administração para imposição de penalidade por
administrativas, recebem pareceres e despachos infração à lei, regulamento ou contrato. Esses pro-
de tramitação ou meramente enunciativos de si- cessos devem ser necessariamente contraditórios,
tuações pré-existentes, a exemplo dos pedidos de com oportunidade de defesa e estrita observância
certidões, das apresentações de documentos para do devido processo legal, sob pena de nulidade da
certos registros internos e outros da rotina buro- sanção imposta. A sua instauração deve ser baseada
crática. em auto de infração, representação ou peça equi-
b) Processo de outorga: todo aquele em que se plei- valente, iniciando-se com a exposição minuciosa
teia algum direito ou situação individual perante dos atos ou fatos ilegais ou administrativamente
a Administração. Em regra, tem rito especial, mas ilícitos, atribuídos ao indiciado e indicação da nor-
não contraditório, a não ser quando há oposição ma ou convenção infringida. O processo punitivo
de terceiros ou impugnação da própria Adminis- poderá ser realizado por um só representante da
tração. Nestes casos, é preciso dar oportunidade Administração ou por comissão. O essencial é que
de defesa ao interessado, sob pena de nulidade se desenvolva com regularidade formal em todas
GDGHFLVmRÀQDO6mRH[HPSORVGHVVHWLSRRVSUR- DVVXDVIDVHVSDUDOHJLWLPDUDVDQomRLPSRVWDDÀ-
FHVVRV GH OLFHQFLDPHQWR GH HGLÀFDo}HV GH OLFHQ- nal. Nesses procedimentos são adotáveis, subsidia-
ça de habite-se, de alvará de funcionamento, de riamente, os preceitos do processo penal comum,
isenção tributária e outros que consubstanciam TXDQGRQmRFRQÁLWDQWHVFRPDVQRUPDVDGPLQLVWUD-
pretensões de natureza negocial entre o particular tivas pertinentes. Embora a graduação das sanções
e a Administração ou envolvam atividades sujeitas administrativas – demissão, multa, embargo de obra,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

jÀVFDOL]DomRGR3RGHU3~EOLFR$VGHFLV}HVÀQDLV destruição de coisas, interdição de atividade e outras


proferidas nesses processos tornam-se vinculantes – seja discricionária, não é arbitrária e, por isso, deve
e irretratáveis pela Administração porque, geral- guardar correspondência e proporcionalidade com
PHQWHJHUDPGLUHLWRVXEMHWLYRSDUDREHQHÀFLiULR a infração apurada no respectivo processo, além de
salvo quando aos atos precários, que, por sua na- estar expressamente prevista em norma administra-
WXUH]DDGPLWDPPRGLÀFDomRRXVXSUHVVmRVXPi- tiva, pois não é dado à Administração aplicar pena-
ria a qualquer tempo. Nos demais casos a decisão lidade não estabelecida em lei, decreto ou contrato,
pGHÀQLWLYDHVyPRGLÀFiYHOTXDQGRHLYDGDGHQX- como não o é sem o devido processo legal, que se
lidade originária, ou por infração das normas legais erige em garantia individual de nível constitucional.
23 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro.
São Paulo: Malheiros, 1993.

115
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de Interesses coletivos são os que pertencem a um gru-
ofício ou a pedido de interessado. po que não se sabe o número total, mas cujo numero
A autoridade responsável pelo processamento pode WRWDOpSRVVtYHOVHUGHÀQLGRSRLVRVFULWpULRVSDUDGHÀQLU
iniciar o processo administrativo, mas um interessado quem faz parte dele são claros, sendo necessário que o
também pode pedir que o faça. número de atingidos seja relevante (sob pena de se ca-
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo racterizar apenas interesse individual homogêneo). O in-
casos em que for admitida solicitação oral, deve ser teresse coletivo se difere do interesse difuso porque no
formulado por escrito e conter os seguintes dados: interesse difuso não é possível estabelecer com clareza
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; quem faz parte do grupo e quem não faz.
,,LGHQWLÀFDomRGRLQWHUHVVDGRRXGHTXHPRUHSUH-
sente; CAPÍTULO VI
III - domicílio do requerente ou local para recebimento DA COMPETÊNCIA
de comunicações; Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pe-
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e los órgãos administrativos a que foi atribuída como
de seus fundamentos; própria, salvo os casos de delegação e avocação legal-
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante. mente admitidos.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa Se a um órgão administrativo foi atribuído o dever de
imotivada de recebimento de documentos, devendo o apurar determinadas matérias por processo administrativo,
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento ele não pode se omitir.
de eventuais falhas.
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular pode-
elaborar modelos ou formulários padronizados para rão, se não houver impedimento legal, delegar parte
assuntos que importem pretensões equivalentes. da sua competência a outros órgãos ou titulares, ain-
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de in- da que estes não lhe sejam hierarquicamente subordi-
teressados tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, nados, quando for conveniente, em razão de circuns-
poderão ser formulados em um único requerimento, WkQFLDV GH tQGROH WpFQLFD VRFLDO HFRQ{PLFD MXUtGLFD
salvo preceito legal em contrário. ou territorial.
As regras a respeito do início do processo administra-
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo
tivo mostram que a Administração tem interesse de que
aplica-se à delegação de competência dos órgãos co-
o administrado tenha acesso à via decisória administra-
legiados aos respectivos presidentes.
tiva. Por isso, embora exija formalidades, se coloca numa
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
posição de esclarecedora de falhas e de responsável por
I - a edição de atos de caráter normativo;
direcionamentos quanto ao conteúdo dos requerimen-
II - a decisão de recursos administrativos;
tos. Não obstante, aceita requerimento coletivo se o con-
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou
teúdo e o fundamento dele for idêntico.
autoridade.
CAPÍTULO V Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão
DOS INTERESSADOS VHUSXEOLFDGRVQRPHLRRÀFLDO
§ 1o2DWRGHGHOHJDomRHVSHFLÀFDUiDVPDWpULDVHSR-
Art. 9o São legitimados como interessados no processo deres transferidos, os limites da atuação do delegado, a
administrativo: duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível,
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu- podendo conter ressalva de exercício da atribuição de-
lares de direitos ou interesses individuais ou no exercí- legada.
cio do direito de representação; § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm pela autoridade delegante.
direitos ou interesses que possam ser afetados pela § 3o As decisões adotadas por delegação devem men-
decisão a ser adotada; cionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-
III - as organizações e associações representativas, no -ão editadas pelo delegado.
tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constitu- Delegação é a transferência da competência para de-
ídas quanto a direitos ou interesses difusos. cidir, não havendo lei que a proíba. O ato de delegação
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

$UW6mRFDSD]HVSDUDÀQVGHSURFHVVRDGPLQLVWUD- não pode ser genérico, devendo delimitar qual a abran-


tivo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão gência da transferência (matérias e poderes). Tal delega-
especial em ato normativo próprio. ção pode ser cancelada a qualquer tempo.
“Além das pessoas físicas ou jurídicas titulares de di- Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por
reitos e interesses diretos, podem ser interessadas pes- PRWLYRV UHOHYDQWHV GHYLGDPHQWH MXVWLÀFDGRV D DYR-
soas que possam ter direitos ameaçados em decorrência cação temporária de competência atribuída a órgão
da decisão do processo; também as organizações e asso- hierarquicamente inferior.
ciações representativas podem defender interesses cole- Avocar é trazer de volta para si aquilo que delegou
tivos e as pessoas ou associações legítimas podem invocar a outrem, o que poderá ocorrer por um período de
a tutela de interesses difusos”24. tempo.
24 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito adminis- trativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

116
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divul-
garão publicamente os locais das respectivas sedes e, #FicaDica
quando conveniente, a unidade fundacional compe-
Impedimento
tente em matéria de interesse especial.
- Interesse direto ou indireto;
$UW  ,QH[LVWLQGR FRPSHWrQFLD OHJDO HVSHFtÀFD R
- Perito, testemunha, representante (cônjuge,
processo administrativo deverá ser iniciado perante
companheiro ou parente 3o);
a autoridade de menor grau hierárquico para decidir.
- Litigando judicial ou administrativamente
(cônjuge ou companheiro).
#FicaDica Suspeição
- Amizade ou inimizade (cônjuge, compa-
Delegação – possível nheiro ou parente 3o);
Não se delegam: - Presunção relativa de incapacidade.
- atos de caráter normativo;
- decisão de recursos administrativos; CAPÍTULO VIII
- competência exclusiva. DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PRO-
CESSO
CAPÍTULO VII Art. 22. Os atos do processo administrativo não de-
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO pendem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.
Art. 18. É impedido de atuar em processo administra- § 1o Os atos do processo devem ser produzidos por
tivo o servidor ou autoridade que: escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua rea-
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria; lização e a assinatura da autoridade responsável.
II - tenha participado ou venha a participar como pe- § 2o6DOYRLPSRVLomROHJDORUHFRQKHFLPHQWRGHÀUPD
rito, testemunha ou representante, ou se tais situações somente será exigido quando houver dúvida de au-
RFRUUHPTXDQWRDRF{QMXJHFRPSDQKHLURRXSDUHQWH tenticidade.
HDÀQVDWpRWHUFHLURJUDX § 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia
III - esteja litigando judicial ou administrativamente poderá ser feita pelo órgão administrativo.
FRP R LQWHUHVVDGR RX UHVSHFWLYR F{QMXJH RX FRPSD- § 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas
nheiro. sequencialmente e rubricadas.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em im- Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias
pedimento deve comunicar o fato à autoridade com- úteis, no horário normal de funcionamento da repar-
petente, abstendo-se de atuar. tição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o
impedimento constitui falta grave, para efeitos disci- Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário
plinares. normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudi-
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade que o curso regular do procedimento ou cause dano
ou servidor que tenha amizade íntima ou inimizade ao interessado ou à Administração.
notória com algum dos interessados ou com os res- $UW  ,QH[LVWLQGR GLVSRVLomR HVSHFtÀFD RV DWRV GR
SHFWLYRVF{QMXJHVFRPSDQKHLURVSDUHQWHVHDÀQVDWp órgão ou autoridade responsável pelo processo e dos
o terceiro grau. administrados que dele participem devem ser prati-
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição po- cados no prazo de cinco dias, salvo motivo de força
derá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo. maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode
No impedimento é vedada a participação porque in- ser dilatado até o dobro, mediante comprovada jus-
tensa a possibilidade de que não se permaneça isento WLÀFDomR
na condução do processo, na suspeição o risco é menor, Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se pre-
mas - ainda assim - o afastamento é conveniente25 (por IHUHQFLDOPHQWH QD VHGH GR yUJmR FLHQWLÀFDQGRVH R
isso o processo continua em andamento se a alegação interessado se outro for o local de realização.
de suspeição for afastada e dela se recorrer).
Não existem muitas formalidades que cercam os atos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

do processo administrativo, mas é preciso que eles sejam


escritos em vocabulário adequado com data, local e as-
sinatura. Diante da dispensa de formalidades, não seria
razoável sempre exigir reconhecimento da assinatura. Os
atos são praticados em dias úteis (segunda a sábado), no
horário regular de funcionamento da repartição. O prazo
para a prática dos atos é de cinco dias, prorrogáveis para
PHGLDQWHMXVWLÀFDomR QDSUiWLFDQmRpRTXHDFRQ-
tece porque a Administração é sobrecarregada de pro-
cessos e não há sanção pelo descumprimento do prazo).
25 GONÇALVES, Marcus Vinícius Rios. Novo curso de direito pro-
cessual civil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. v. 1.

117
CAPÍTULO IX do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS direito dos interessados de propor atuações probató-
rias.
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o § 1o O órgão competente para a instrução fará constar
processo administrativo determinará a intimação do dos autos os dados necessários à decisão do processo.
interessado para ciência de decisão ou a efetivação de § 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos inte-
diligências. ressados devem realizar-se do modo menos oneroso para
§ 1o A intimação deverá conter: estes.
,LGHQWLÀFDomRGRLQWLPDGRHQRPHGRyUJmRRXHQ-
tidade administrativa; Atividades de instrução são as atividades de produ-
,,ÀQDOLGDGHGDLQWLPDomR ção de provas no processo. Sob o aspecto objeto, prova
III - data, hora e local em que deve comparecer; é “o conjunto de meios produtores da certeza jurídica ou
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou o conjunto de meios utilizados para demonstrar a exis-
fazer-se representar; tência de fatos relevantes para o processo”; sob o aspec-
V - informação da continuidade do processo indepen- to subjetivo, prova “é a própria convicção que se forma
dentemente do seu comparecimento; no espírito do julgador a respeito da existência ou inexis-
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais perti- tência de fatos alegados no processo”26.
nentes. Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo
§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de as provas obtidas por meios ilícitos.
três dias úteis quanto à data de comparecimento. Art. 31. Quando a matéria do processo envolver as-
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no pro- sunto de interesse geral, o órgão competente poderá,
cesso, por via postal com aviso de recebimento, por mediante despacho motivado, abrir período de con-
telegrama ou outro meio que assegure a certeza da sulta pública para manifestação de terceiros, antes da
ciência do interessado. decisão do pedido, se não houver prejuízo para a parte
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desco- interessada.
QKHFLGRV RX FRP GRPLFtOLR LQGHÀQLGR D LQWLPDomR § 1o A abertura da consulta pública será objeto de di-
GHYHVHUHIHWXDGDSRUPHLRGHSXEOLFDomRRÀFLDO YXOJDomRSHORVPHLRVRÀFLDLVDÀPGHTXHSHVVRDVItVL-
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem FDVRXMXUtGLFDVSRVVDPH[DPLQDURVDXWRVÀ[DQGRVH
observância das prescrições legais, mas o compare- prazo para oferecimento de alegações escritas.
cimento do administrado supre sua falta ou irregu- § 2o O comparecimento à consulta pública não confe-
laridade. re, por si, a condição de interessado do processo, mas
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa confere o direito de obter da Administração resposta
o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renún- fundamentada, que poderá ser comum a todas as ale-
cia a direito pelo administrado. gações substancialmente iguais.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será
garantido direito de ampla defesa ao interessado. Consulta Pública é um sistema criado com o objetivo
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do pro- de auxiliar na elaboração e coleta de opiniões da socie-
cesso que resultem para o interessado em imposição de dade sobre temas de importância. Esse sistema permite
GHYHUHV{QXVVDQo}HVRXUHVWULomRDRH[HUFtFLRGHGLUHLWRV LQWHQVLÀFDU D DUWLFXODomR HQWUH D UHSUHVHQWDWLYLGDGH H D
e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. sociedade, permitindo que a sociedade participe da for-
PXODomRHGHÀQLomRGHSROtWLFDVS~EOLFDV2,%$0$FRV-
Intimação é o ato pelo qual se dá ciência ao interes- tuma utilizar deste recurso na tomada de suas decisões27.
sado de alguma decisão ou do dever de comparecer para Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da au-
SUHVWDULQIRUPDo}HV(ODSRVVXLXPFRQWH~GRHVSHFtÀFR toridade, diante da relevância da questão, poderá ser
e deve ser feita pessoalmente, a não ser quando o inte- realizada audiência pública para debates sobre a ma-
ressado for indeterminado, desconhecido ou com domi- téria do processo.
cílio desconhecido, caso em que se aceitará intimação
por edital. Não obedecidas as formalidades, a intimação “Audiência pública é um instrumento que leva a uma
é nula, de forma que é como se os atos do processo que decisão política ou legal com legitimidade e transparên-
GHYHULDPVHUFLHQWLÀFDGRVQmRRWLYHVVHPVLGRID]HQGR cia. Cuida-se de uma instância no processo de tomada
com que ele volte ao estágio em que a pessoa deveria ter da decisão administrativa ou legislativa, através da qual
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

sido intimada. O desatendimento de uma intimação não a autoridade competente abre espaço para que todas as
faz com que se presuma que o intimado estava errado. SHVVRDVTXHSRVVDPVRIUHURVUHÁH[RVGHVVDGHFLVmRWH-
Destaque para o art. 28, que delimita as espécies de si- nham oportunidade de se manifestar antes do desfecho
tuações em que cabe intimação. do processo. É através dela que o responsável pela de-
cisão tem acesso, simultaneamente e em condições de
CAPÍTULO X igualdade, às mais variadas opiniões sobre a matéria de-
DA INSTRUÇÃO batida, em contato direto com os interessados”28.
26 LOPES, João Batista. A prova no Direito Processual Civil. 3. ed.
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averi- São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
guar e comprovar os dados necessários à tomada de 27 http://www.ibama.gov.br/servicos/consulta-publica
28 SOARES, Evanna. A audiência pública no processo administrativo.
decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão
Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 58, 1 ago. 2002 . Disponível em:

118
Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em O interessado deve ser intimado quando for neces-
matéria relevante, poderão estabelecer outros meios sária a apresentação de informações ou provas e, não
de participação de administrados, diretamente ou por comparecendo perante a Administração, embora não se
meio de organizações e associações legalmente reco- presuma que ela esteja correta, será feito o arquivamen-
nhecidas. to do processo. Diante disso, o interessado poderá, no
Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública futuro, abri-lo novamente.
e de outros meios de participação de administrados
deverão ser apresentados com a indicação do proce- Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou
dimento adotado. diligência ordenada, com antecedência mínima de
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de
audiência de outros órgãos ou entidades administra- realização.
tivas poderá ser realizada em reunião conjunta, com Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um
a participação de titulares ou representantes dos ór- órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no pra-
gãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a ser zo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou
juntada aos autos. comprovada necessidade de maior prazo.
Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que § 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de
tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao VHUHPLWLGRQRSUD]RÀ[DGRRSURFHVVRQmRWHUiVHJXL-
órgão competente para a instrução e do disposto no mento até a respectiva apresentação, responsabilizan-
art. 37 desta Lei. do-se quem der causa ao atraso.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e § 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante dei-
dados estão registrados em documentos existentes na [DUGHVHUHPLWLGRQRSUD]RÀ[DGRRSURFHVVRSRGHUi
própria Administração responsável pelo processo ou ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa,
em outro órgão administrativo, o órgão competente sem prejuízo da responsabilidade de quem se omitiu
para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos no atendimento.
documentos ou das respectivas cópias.
As situações são diferentes conforme o parecer obri-
gue que a decisão seja tomada num determinado senti-
O interessado deve provar o que alegou, salvo quan-
do (vinculante) ou não.
do a prova estiver em documento que esteja em poder
da Administração, caso em que ela deverá de ofício pro-
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo de-
vê-los (ou cópias).
vam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos
administrativos e estes não cumprirem o encargo no
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e an- prazo assinalado, o órgão responsável pela instrução
tes da tomada da decisão, juntar documentos e pare- deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado
ceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir GHTXDOLÀFDomRHFDSDFLGDGHWpFQLFDHTXLYDOHQWHV
alegações referentes à matéria objeto do processo. Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o di-
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considera- reito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
dos na motivação do relatório e da decisão. VDOYRVHRXWURSUD]RIRUOHJDOPHQWHÀ[DGR
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
fundamentada, as provas propostas pelos interessados Produzidas as provas, antes da decisão, o interessado
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias poderá se manifestar.
ou protelatórias. Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração
Pública poderá motivadamente adotar providências
O interessado tem direito à prova, juntando docu- acauteladoras sem a prévia manifestação do interes-
mentos e requerendo diligências e perícias, mas não sado.
pode abusar deste direito, requerendo provas não auto-
rizadas pelo direito, que não tenham a ver com o caso ou Providências acautelatórias são aquelas que deveriam
que apenas visem prorrogar o processo. ser tomadas num determinado momento do processo,
Art. 39. Quando for necessária a prestação de infor- mas, para evitar que ela se torne impossível posterior-
mações ou a apresentação de provas pelos interessa- mente, ela é antecipada. Por exemplo, oitiva de uma tes-
dos ou terceiros, serão expedidas intimações para esse temunha que está no leito de morte.
ÀP PHQFLRQDQGRVH GDWD SUD]R IRUPD H FRQGLo}HV
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

de atendimento. Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo


Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, HDREWHUFHUWLG}HVRXFySLDVUHSURJUiÀFDVGRVGDGRV
poderá o órgão competente, se entender relevante a e documentos que o integram, ressalvados os dados e
matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo documentos de terceiros protegidos por sigilo ou pelo
de proferir a decisão. direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos soli- Art. 47. O órgão de instrução que não for competente
citados ao interessado forem necessários à apreciação SDUDHPLWLUDGHFLVmRÀQDOHODERUDUiUHODWyULRLQGLFDQ-
GHSHGLGRIRUPXODGRRQmRDWHQGLPHQWRQRSUD]RÀ- do o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedi-
xado pela Administração para a respectiva apresenta- mento e formulará proposta de decisão, objetivamen-
ção implicará arquivamento do processo. WHMXVWLÀFDGDHQFDPLQKDQGRRSURFHVVR à autoridade
competente.
<http://jus.com.br/revista/texto/3145>. Acesso em: 26 mar. 2013.

119
CAPÍTULO XI CAPÍTULO XIII
DO DEVER DE DECIDIR DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO
DO PROCESSO
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamen-
te emitir decisão nos processos administrativos e sobre Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação
solicitações ou reclamações, em matéria de sua com- escrita, desistir total ou parcialmente do pedido for-
petência. mulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administra- § 1o Havendo vários interessados, a desistência ou re-
tivo, a Administração tem o prazo de até trinta dias núncia atinge somente quem a tenha formulado.
para decidir, salvo prorrogação por igual período ex- § 2o A desistência ou renúncia do interessado, confor-
pressamente motivada. me o caso, não prejudica o prosseguimento do pro-
A autoridade competente não pode se eximir de de- cesso, se a Administração considerar que o interesse
FLGLUSRVVXLQGRXPSUD]RGHGLDVDSyVRÀPGRSUR- público assim o exige.
cesso administrativo para tanto. Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o
SURFHVVRTXDQGRH[DXULGDVXDÀQDOLGDGHRXRREMHWR
CAPÍTULO XII da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado
DA MOTIVAÇÃO por fato superveniente.
Caso o interessado não queira prosseguir com o pro-
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motiva- cesso poderá desistir dele por completo ou de parte dele,
dos, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurí- mas se o interesse público for maior a Administração po-
dicos, quando: derá continuar (por exemplo, indícios de que o interessa-
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; do praticou um ilícito contra a Administração). Se existir
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san- mais de um interessado, a desistência só atinge o que
ções; desistiu.
III - decidam processos administrativos de concurso ou Extinção é o término do processo, que se dará quan-
seleção pública; GRVXDÀQDOLGDGHWLYHUDFDEDGRRXTXDQGRVHXREMHWRVH
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro- tornar impossível inútil ou prejudicado.
cesso licitatório;
V - decidam recursos administrativos; CAPÍTULO XIV
VI - decorram de reexame de ofício; DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
9,,GHL[HPGHDSOLFDUMXULVSUXGrQFLDÀUPDGDVREUHD
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas Art. 53. A Administração deve anular seus próprios
HUHODWyULRVRÀFLDLV atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou revogá-los por motivo de conveniência ou oportuni-
convalidação de ato administrativo. dade, respeitados os direitos adquiridos.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruen- Art. 54. O direito da Administração de anular os atos
te, podendo consistir em declaração de concordância administrativos de que decorram efeitos favoráveis
com fundamentos de anteriores pareceres, informa- para os destinatários decai em cinco anos, contados
ções, decisões ou propostas, que, neste caso, serão da data em que foram praticados, salvo comprovada
parte integrante do ato. má-fé.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma nature- § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo
za, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza de decadência contar-se-á da percepção do primeiro
os fundamentos das decisões, desde que não prejudi- pagamento.
que direito ou garantia dos interessados. § 2o Considera-se exercício do direito de anular qual-
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e quer medida de autoridade administrativa que impor-
comissões ou de decisões orais constará da respectiva te impugnação à validade do ato.
ata ou de termo escrito. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acar-
retarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
A Administração não pode impor arbitrariamente suas terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
GHFLV}HVGHYHQGRMXVWLÀFiODV4XDQGRGDGHFLVmRGHXP poderão ser convalidados pela própria Administração.
processo administrativo deverá explicar em que normas ju-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

rídicas se baseou e como elas se interligam aos fatos apu- Os atos viciados, ou seja, que tenham sido praticados
rados. É possível fazer remissões a pareceres, informações, contrários às formalidades legais, deverão ser anulados.
decisões ou propostas, mas é preciso fazê-lo de forma ex- Poderão também ser anulados atos não viciados no exer-
plícita, clara e congruente. O uso de tecnologias otimiza cício da discricionariedade administrativa, mas para tanto
os serviços, mas é preciso atenção a cada caso, não preju- é preciso respeitar os direitos adquiridos dos interessados.
dicando direito ou garantia do interessado. Toda decisão
deverá ser transcrita, caso seja proferida oralmente. CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO

Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em


face de razões de legalidade e de mérito.

120
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu
a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de
cinco dias, o encaminhará à autoridade superior. difícil ou incerta reparação decorrente da execução,
a autoridade recorrida ou a imediatamente superior
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito suspensivo
administrativo independe de caução. ao recurso.
§ 3o Se o recorrente alegar que a decisão administra-
tiva contraria enunciado da súmula vinculante, cabe- 6LJQLÀFDTXHDGHFLVmRUHFRUULGDVHUiFXPSULGDLQGH-
rá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se pendentemente de haver recurso pendente. No entanto,
não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o tal efeito suspensivo pode ser concedido, conforme a ex-
recurso à autoridade superior, as razões da aplicabili- ceção do parágrafo único.
dade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para
O recurso poderá questionar se houve correta apli- dele conhecer deverá intimar os demais interessados
cação da lei ou se houve correta interpretação dos fatos. para que, no prazo de cinco dias úteis, apresentem ale-
Ele será interposto para a autoridade que proferiu a de- gações.
cisão, que poderá reconsiderar em 5 dias e, caso não o Antes de decidir se irá apreciar o recurso, ou seja, dar
faça, encaminhará à autoridade superior. início ao seu processamento, as partes devem ser ouvi-
Súmula vinculante é uma espécie de orientação pro- das no prazo de 5 dias.
ferida pelo Supremo Tribunal Federal de observância Art. 63. O recurso não será conhecido quando inter-
obrigatória em todas instâncias de julgamento, judiciais posto:
ou administrativas. I - fora do prazo;
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máxi- II - perante órgão incompetente;
mo por três instâncias administrativas, salvo disposi- III - por quem não seja legitimado;
ção legal diversa. IV - após exaurida a esfera administrativa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso admi- § 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recor-
nistrativo: rente a autoridade competente, sendo-lhe devolvido o
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte prazo para recurso.
no processo; § 2o O não conhecimento do recurso não impede a
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta- Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde
mente afetados pela decisão recorrida; que não ocorrida preclusão administrativa.
III - as organizações e associações representativas, no
tocante a direitos e interesses coletivos; Por não conhecimento entende-se a não apreciação
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou do mérito do recurso porque ele não preencheu alguma
interesses difusos. das formalidades legais.

Para recorrer a parte tem que ter interesse, de forma Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso po-
que algum direito ou garantia que ela estava defenden- GHUi FRQÀUPDU PRGLÀFDU DQXODU RX UHYRJDU WRWDO RX
do no processo tenha obtido uma decisão contrária. parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria for de
$UW6DOYRGLVSRVLomROHJDOHVSHFtÀFDpGHGH]GLDV sua competência.
o prazo para interposição de recurso administrativo, Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste ar-
FRQWDGR D SDUWLU GD FLrQFLD RX GLYXOJDomR RÀFLDO GD tigo puder decorrer gravame à situação do recorrente,
decisão recorrida. HVWHGHYHUiVHUFLHQWLÀFDGRSDUDTXHIRUPXOHVXDVDOH-
§ 1o4XDQGRDOHLQmRÀ[DUSUD]RGLIHUHQWHRUHFXUVR gações antes da decisão.
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo
de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo Se a situação do recorrente puder piorar, deverá ele
órgão competente. VHUFLHQWLÀFDGRSDUDVHPDQLIHVWDU
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior pode- Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enun-
UiVHUSURUURJDGRSRULJXDOSHUtRGRDQWHMXVWLÀFDWLYD ciado da súmula vinculante, o órgão competente para
explícita. decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilida-
de ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Se a lei não dispuser de modo diverso, a parte tem Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal
até 10 dias para recorrer e, do recebimento dos autos, a a reclamação fundada em violação de enunciado
autoridade tem até 30 dias para julgar, os quais podem da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade
ser prorrogados por mais 30. prolatora e ao órgão competente para o julgamento
do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimen- administrativas em casos semelhantes, sob pena de
to no qual o recorrente deverá expor os fundamentos responsabilização pessoal nas esferas cível, adminis-
do pedido de reexame, podendo juntar os documentos trativa e penal.
que julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso
não tem efeito suspensivo.

121
Ao julgar procedente a reclamação, o STF anulará o Somente se suspende um prazo por motivo de força
ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugna- maior.
da, determinando que outra seja proferida com ou sem
aplicação da súmula, conforme o caso. Também se dará #FicaDica
ciência à autoridade prolatora para que passe a decidir
conforme a Súmula VInculante violada. - 3 dias úteis – intimação da comunicação dos
Art. 65. Os processos administrativos de que resul- atos ou da instrução;
tem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo, - 5 dias – caso geral; recurso (reconsideração
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos pela autoridade que proferiu; apresentação
RXFLUFXQVWkQFLDVUHOHYDQWHVVXVFHWtYHLVGHMXVWLÀFDUD de alegações);
inadequação da sanção aplicada. - 10 dias – direito de manifestação do interes-
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá sado; interposição de recurso;
resultar agravamento da sanção. - 15 dias – parecer de órgão consultivo;
- 30 dias – decisão (prorrogável) – decisão do
Se surgirem novos fatos ou circunstâncias um pro- processo e decisão do recurso;
cesso já encerrado pode ser revisto, mas eventual sanção - 5 anos – anular ato com efeito favorável
aplicada não poderá ser agravada. para destinatário

#FicaDica CAPÍTULO XVII


DAS SANÇÕES
Fases do processo administrativo:
- Requerimento – de ofício ou a pedido Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade
- Comunicação competente, terão natureza pecuniária ou consistirão
- Instrução em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado
Fase processual; sempre o direito de defesa.
Consulta pública – manifestação de terceiros;
DVVXQWR GH LQWHUHVVH JHUDO À[DPVH SUD]RV As sanções aplicadas serão: pagamento de quantia
para as alegações escritas; certa, ou seja, de valor em dinheiro; ou então obrigação
Audiência pública – antes da decisão; matéria de fazer ou não fazer algo.
de importância relevante.
- Decisão CAPÍTULO XVIII
- Recurso DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
$UW2VSURFHVVRVDGPLQLVWUDWLYRVHVSHFtÀFRVFRQ-
tinuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes
CAPÍTULO XVI apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
DOS PRAZOS Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qual-
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data quer órgão ou instância, os procedimentos adminis-
GD FLHQWLÀFDomR RÀFLDO H[FOXLQGRVH GD FRQWDJHP R WUDWLYRVHPTXHÀJXUHFRPRSDUWHRXLQWHUHVVDGR
dia do começo e incluindo-se o do vencimento. I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro anos;
dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que ,,SHVVRDSRUWDGRUDGHGHÀFLrQFLDItVLFDRXPHQWDO
não houver expediente ou este for encerrado antes da III - (VETADO)
hora normal. IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia ir-
contínuo. reversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença
§ 3o2VSUD]RVÀ[DGRVHPPHVHVRXDQRVFRQWDPVH de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefro-
de data a data. Se no mês do vencimento não houver patia grave, hepatopatia grave, estados avançados da
o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se doença de Paget (osteíte deformante), contaminação
como termo o último dia do mês. SRU UDGLDomR VtQGURPH GH LPXQRGHÀFLrQFLD DGTXLUL-
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente da, ou outra doença grave, com base em conclusão da
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

comprovado, os prazos processuais não se suspendem. medicina especializada, mesmo que a doença tenha
sido contraída após o início do processo.
3XEOLFDGRV RÀFLDOPHQWH RV DWRV R SUD]R FRPHoD D § 1o A pessoa interessada na obtenção do benefício,
correr, excluído o dia da publicação e incluído o dia do juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à
vencimento. Ex: prazo de 10 dias - decisão proferida dia autoridade administrativa competente, que determi-
1º, começa a contar do dia 2º, indo até o dia 11, dia do nará as providências a serem cumpridas.
vencimento, que é incluído. Se dia 2º não fosse dia útil, § 2o Deferida a prioridade, os autos receberão identi-
começaria a se contar do 1º dia útil que o seguisse, assim ÀFDomRSUySULDTXHHYLGHQFLHRUHJLPHGHWUDPLWDomR
como se dia 11 não o fosse somente haveria vencimento prioritária.
no 1º dia útil que o seguisse. § 3o (VETADO)
§ 4o (VETADO)

122
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica-
ção. ELABORAÇÃO DE TERMO DE REFERÊNCIA;
LICITAÇÃO: CONCEITO, FINALIDADES,
A Lei nº 9.784/99 é apenas subsidiária às demais leis PRINCÍPIOS E OBJETO; OBRIGATORIEDADE,
que de alguma forma abordem os procedimentos admi- DISPENSA, INEXIGIBILIDADE E VEDAÇÃO;
nistrativos. Ou seja, será usada quando não houver regu-
MODALIDADES E TIPOS, REVOGAÇÃO
ODPHQWDomRHVSHFtÀFD
E ANULAÇÃO; SANÇÕES E CONTRATOS
Brasília 29 de janeiro de 1999; 178o da Independência (LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993, E
e 111o da República. ALTERAÇÕES).

EXERCÍCIO COMENTADO O Termo de Referência é uma das peças principais


das licitações processadas sob a modalidade pregão.
1. (PC-PI – DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – NUCEPE – Ferramenta essencial de planejamento para uma correta
2018) São legitimados como interessados no processo condução dos certames e gestão dos futuros contratos,
administrativo: o termo de referência deve ser objeto de atenção extre-
ma dos gestores públicos. Tatiana Camarão, professora e
a) pessoas que têm interesse direto ou indireto na maté- uma das autoras do livro “Termo de Referência – O im-
ria; SDFWR GD HVSHFLÀFDomR GR REMHWR QD HÀFiFLD GDV OLFLWD-
b) pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titula- ções e contratos”, publicada pela Editora Fórum, explica
res de direitos ou interesses individuais ou no exercí- a importância do tema.
cio do direito de representação;
c) tenha participado ou venha a participar como peri- 1) Qual a importância do termo de referência
to, testemunha ou representante, ou se tais situações para o correto processamento das licitações?
ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente O termo de referência contempla as principais infor-
HDÀQVDWpRWHUFHLURJUDX mações para construção do edital. Assim, para o correto
d) esteja litigando judicial ou administrativamente com o processamento das licitações é fundamental que tenha-
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro; mos o termo de referência bem produzido. Um termo de
e) a autoridade que houver feito a nomeação. referência mal elaborado pode levar a contratações dire-
cionadas ou que não atendem a necessidade do órgão.
Resposta: Letra B. Em “a”: são impedidas nos termos
do artigo 18, I, Lei nº 9.784/1999. 2) Quais são os erros mais comuns na elaboração?
Em “b”: disciplina o artigo 9°, I, Lei nº 9.784/1999: “São É comum encontrarmos termos de referência que
legitimados coo interessados no processo adminis- não se preocupam com as questões técnicas ou com re-
trativo: I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem sultados. Os erros mais frequentes são diagnosticados na
como titulares de direitos ou interesses individuais ou descrição do objeto: descrições imprecisas, desnecessá-
QRH[HUFtFLRGRGLUHLWRGHUHSUHVHQWDomR>@µ rias, irrelevantes, excessivas, que acabam por contaminar
Em “c”: é impedida nos termos do artigo 18, II, Lei nº toda a contratação.
9.784/1999.
Em “d”: é impedida nos termos do artigo 18, III, Lei nº 3) Existem recomendações gerais que podem ser
9.784/1999. aplicadas à elaboração dos termos de referência para
Em “e”: não está entre os legitimados do artigo 9o, Lei permitir que atinjam o seu objetivo?
nº 9.784/1999. Sim. É importante descrever o objeto de forma pre-
FLVDVXÀFLHQWHHFODUDSDUDFRUUHVSRQGHUDQHFHVVLGDGH
real do órgão. Não é possível indicar marca, salvo quan-
GR GHYLGDPHQWH MXVWLÀFDGR H DFRPSDQKDGD GD H[SUHV-
são “equivalente” ou “de melhor qualidade”. No planeja-
mento da contratação deve ser observado o princípio da
SDGURQL]DomR3DUDYHULÀFDomRGDTXDOLGDGHGRPDWHULDO
é possível requerer amostras, mas há que se ter o devi-
do cuidado de prever no edital os critérios objetivos que
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

serão avaliados.

REFERÊNCIAS
http://www.editoraforum.com.br/noticias/tatiana-
-camarao-explica-importacncia-termo-de-referancia-
-de-seu-correto-processamento/>

Prezado candidato, você pode encontrar mais


informações em: http://www.tcu.gov.br/arquivosr-
ca/001.003.011.htm

123
LICITAÇÃO Sabemos que há várias diferenças entre o processo
de compra no sistema privado e no sistema público, mas
Nota-se nos dias atuais a necessidade extrema e destacamos como principal:
constante da aquisição de bens e serviços para a ma- • Compras na Administração Pública – FORMALIDA-
nutenção tanto das necessidades essenciais, quanto das DE
VXSpUÁXDV 'HQWUR GHVVD UHDOLGDGH GH FRQVXPR DERU- • Compras na Administração Privada – INFORMALI-
dar-se-á neste trabalho as formas disponíveis para que DADE
a gestão pública aplique de maneira consciente o orça-
mento disponível para manutenção de bens e serviços. De acordo com o Art. 14 da Lei da Licitação, dois prin-
Nesse contexto, os gastos de verbas públicas devem cípios preliminares devem ser seguidos:
seguir uma série de trâmites e regras para que sejam • $GHÀQLomRSUHFLVDGRVHXREMHWR
aplicados da forma mais vantajosa, com o menor gasto • A existência de recursos orçamentários que garan-
e a melhor qualidade. Trata-se de uma tarefa complexa, tam o pagamento resultante.
GHYLGRjVLQÁXrQFLDVTXHSRGHPSURYRFDUGRSRQWRGH A seguir, as condições necessárias para validar o pro-
vista econômico, social e político no município ou região cesso de compras públicas:
de atuação, devendo, portanto, ser realizada com aten- • Avaliar a necessidade (planejamento);
ção e cuidado, de forma a satisfazer os direitos e garan- • 'HÀQLURTXDQWRDGTXLULU
tias do cidadão e cuidar para que não haja desperdício. • 9HULÀFDUDVFRQGLo}HVGHJXDUGDHDUPD]HQDPHQ-
O legislador brasileiro elaborou uma série de nor- to;
mas a serem seguidas com o intuito de padronizar as • Buscar atender o princípio da padronização;
aquisições e alienações. Dentre elas, destacam-se a • Obter as informações técnicas quando necessárias;
/HL Qž  TXH UHJXODPHQWD R DUW  ;;, GD • Proceder a pesquisas de mercado;
Constituição Federal, instituindo normas para licitações • 'HÀQLU D PRGDOLGDGH H WLSR GH OLFLWDomR RX D VXD
e contratos da Administração Pública e, ainda, a Lei nº dispensa / inexigibilidade;
10.520/2002 (Lei do Pregão). • Indicar (empenho) os recursos orçamentários.
A licitação é obrigatória para toda Administração Pú-
blica e deve seguir vários princípios, conforme preconi- 2 SULQFLSDO HOHPHQWR TXH MXVWLÀFD R SURFHVVR OLFLWD-
]DGRQRDUWFDSXW;;,GD&RQVWLWXLomR)HGHUDO tório para realização de compras no setor público é a
TRANSPARÊNCIA que este representa.
Art. 37 – A administração pública direta e indireta de Portanto, conceituando temos que:
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis- Licitação é o procedimento administrativo pelo qual
trito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adqui-
de legalidade, impessoalidade, moralidade, publici- rir ou locar bens, realizar obras ou serviços, segundo con-
GDGHHHÀFLrQFLDHWDPEpPDRVHJXLQWH>@ dições por ela estipuladas previamente, convoca interes-
;;²5HVVDOYDGRVRVFDVRVHVSHFtÀFRVQDOHJLVODomRDV VDGRVQDDSUHVHQWDomRGHSURSRVWDVDÀPGHVHOHFLRQDU
obras, serviços, compras e alienações serão contrata- a que se revele mais conveniente em função de parâme-
dos mediante processo de licitação pública que asse- tros antecipadamente estabelecidos e divulgados. Este
gure igualdade de condições a todos os concorrentes, procedimento visa a garantir duplo objetivo: de um lado,
com cláusulas que estabeleçam obrigações de paga- proporcionar às entidades governamentais possibilidade
mento, mantidas as condições efetivas da proposta, de realizarem o negócio mais vantajoso; de outro, asse-
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigên- gurar aos administrados ensejo de disputarem entre si a
FLDV GH TXDOLÀFDomR WpFQLFD H HFRQ{PLFD LQGLVSHQ- participação nos negócios que as pessoas administrati-
sáveis à garantia do cumprimento das obrigações. vas entendam de realizar com os particulares.

COMPRAS NO SETOR PÚBLICO DISPENSA E INEXIBILIDADE

O Setor de Compras ocupa papel de destaque na Ca- Quem está obrigado a licitar: União, Estados, Mu-
deia de Suprimentos das organizações. nicípios, Distrito Federal, Territórios e autarquias estão
Segundo Martins et al. (2006, p. 81): obrigados a licitar, em obediência às pertinentes leis de
licitação, o que é ponto incontroverso.
A função de compras assume papel verdadeiramente Inexigibilidade de Licitação: A obrigatoriedade so-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

estratégico nos negócios de hoje em face do volume de mente não se aplica em determinados casos descritos a
UHFXUVRVSULQFLSDOPHQWHÀQDQFHLURVHQYROYLGRVGHL[DQGR seguir, conforme art. 25, da Lei 8.666/1993:
cada vez mais a visão preconceituosa de que era uma
atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e I – nos casos de haver um fornecedor exclusivo de de-
não um centro de lucros. terminado material, equipamento ou gênero, vedada
Nas empresas estatais e autárquicas, como também a preferência de marca, devendo haver a compro-
no serviço público em geral, o processo de compras vação de exclusividade por meio de atestado fornecido
obedece uma série de requisitos, conforme estabelece a por órgão competente;
Lei nº 8.666, de 21/6/1993, alterada pela Lei nº 8.883, de II – para a contratação de serviços técnicos, dentro do
8/6/1994, motivo pelo qual se tornam totalmente trans- conceito de serviços técnicos previsto pela própria Lei
parentes. 8666/93 em seu artigo 13 e

124
,,, ² SDUD D FRQWUDWDomR GH SURÀVVLRQDO GH TXDOTXHU O Princípio da Isonomia ou Igualdade
setor artístico, desde que consagrad
o pela crítica especializada ou pela opinião pública. Consiste na ideia de que todos devem receber trata-
mento paritário, em situações uniformes, não sendo ad-
Dispensa da licitação só ocorrerá nos casos previs- mitidos privilégios ou discriminações arbitrárias.
tos no artigo 24 da Lei 8.666/1993, que seguem descritos
a seguir: Princípio da igualdade

É dispensável a licitação: Nos casos de guerra, grave Além de consistir na obrigação de tratar isonomi-
perturbação da ordem ou calamidade pública; Quando FDPHQWHWRGRVRVOLFLWDQWHVWDPEpPVLJQLÀFDHQVHMDUD
sua realização comprometer a segurança nacional, a qualquer interessado que atender às condições indispen-
juízo do Presidente da República; Quando não acudirem sáveis de garantia, a oportunidade de disputar o certame.
interessados à licitação anterior, mantidas, neste caso, as
condições preestabelecidas; Na aquisição de materiais, eq- Princípio da Impessoalidade
uipamentos ou gêneros que só podem ser fornecidos por
produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, Para evitar a preferência por alguma empresa especi-
EHP FRPR QD FRQWUDWDomR GH VHUYLoRV FRP SURÀVVLRQDLV ÀFDPHQWHFXMDQmRREVHUYDomRLPSOLFDULDSUHMXt]RSDUD
RXÀUPDVGHQRWyULDHVSHFLDOL]DomR1DDTXLVLomRGHREUDV a lisura do processo licitatório, e como consequência a
de arte e objetos históricos; Quando a operação envolver decretação da nulidade do processo, ou seja, estabele-
concessionário de serviço público ou, exclusivamente, pes- ce que “a atividade administrativa deve ser destinada a
soas de direito público interno ou entidades sujeitas ao seu todos os administrados, dirigida aos cidadãos em geral,
controle majoritário; Na aquisição ou arrendamento de im- sem determinação de pessoa ou discriminação de qual-
óveis destinados ao Serviço Público; Nos casos de emergên- quer natureza”.
cia, caracterizada a urgência de atendimento de situação
que possa ocasionar prejuízos ou comprometer a segurança Princípio da Moralidade
de pessoas, obras, bens ou equipamentos; Nas compras ou
execução de obras e serviços de pequeno vulto, entendidos 2 3ULQFtSLR GD 0RUDOLGDGH VLJQLÀFD TXH D $GPLQLV-
como tal os que envolverem importância inferior a cinco tração Pública, além de obedecer à Lei, deve respeitar a
vezes, no caso de compras e serviços, e a cinquenta vezes, moral, adotar condutas honestas.
no caso de obras, o valor do maior salário mínimo mensal. Destaca-se como diz Marcio Cammarosano, o prin-
cípio da moralidade não é a moral comum, mas sim a
Diferença entre inexigibilidade e dispensa, segundo moralidade juridicizada.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “a diferença básica entre
as duas hipóteses está no fato de que, na dispensa, há Princípio da Publicidade
SRVVLELOLGDGHGHFRPSHWLomRTXHMXVWLÀTXHDOLFLWDomRGH
PRGR TXH D OHL IDFXOWD D GLVSHQVD TXH ÀFD LQVHULGD QD Visa a tornar a futura licitação conhecida dos inte-
competência discricionária da Administração. Nos casos
ressados e dar conhecimento aos licitantes bem como à
de inexigibilidade, não há possibilidade de competição,
sociedade em geral, sobre seus atos. Outra função desse
porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda
princípio é garantir aos cidadãos o acesso à documenta-
às necessidades da Administração; a licitação é, portanto,
ção referente à licitação, bem como sua participação em
inviável”.
audiências públicas
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
Princípio da Probidade Administrativa
O processo de licitatório também se baseia em prin-
cípios, como vemos a seguir: Atos de improbidade (são aqueles que apresentam
O art. 3º, da Lei nº 8.666/1993, prevê a observância LPRUDOLGDGH DGPLQLVWUDWLYD HVSHFLDOPHQWH TXDOLÀFDGD
dos princípios da isonomia, legalidade, impessoalidade, por atuar de forma desonesta, corrupta, dolosa). Além de
moralidade, igualdade, publicidade, probidade adminis- serem inválidos, ensejam a aplicação de sanções severas
trativa, vinculação ao instrumento convocatório, julga- a seus autores.
mento objetivo e demais correlatos.
3ULQFtSLRGD(ÀFLrQFLD
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

O Princípio da Legalidade
Consiste no dever da Administração realizar a função
Vincula o administrador a fazer apenas o que a lei administrativa com rapidez, perfeição e rendimento.
autoriza, sendo que, na licitação, o procedimento deverá Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade
desenvolver-se não apenas com observância estrita às le- Pela Razoabilidade, as decisões administrativas de-
gislações a ele aplicáveis, mas também ao regulamento, YHPVHUDPSDUDGDVHSDXWDGDVHPMXVWLÀFDWLYDVUDFLRQDLV
caderno de obrigações e ao próprio edital ou convite, com fulcro no bom senso
segundo Hely Lopes Meirelles.
A não observação desse princípio impregnará o pro-
cesso licitatório de vício, trazendo nulidade como con-
sequência.

125
Princípio da Competitividade dendo-se automaticamente aos demais cadastrados da
mesma categoria, desde que manifestem seu interesse até
Competitividade garante a livre participação a todos, vinte e quatro horas antes da apresentação das propostas;
porém, essa liberdade de participação é relativa, não sig- Concurso – é a modalidade de licitação destinada à
QLÀFDQGR TXH TXDOTXHU HPSUHVD VHUi DGPLWLGD QR SUR- escolha de trabalho técnico ou artístico predominante-
cesso licitatório. Por exemplo, não faz sentido uma em- mente de criação intelectual. Normalmente, há atribuição
presa fabricante de automóveis tencionar participar de GHSUrPLRDRVFODVVLÀFDGRVPDVDOHLDGPLWHWDPEpPD
um processo de licitação, quando o objeto do certame oferta de remuneração;
seja compra de alimentos. Leilão – é espécie de licitação utilizável na venda de
É pelo Princípio da Competitividade que o edital não bens móveis e semoventes e, em casos especiais, tam-
pode conter exigências descabidas, cláusulas ou condi- bém de imóveis.
ções que restrinjam indevidamente o possível universo Pregão – é a modalidade de licitação destinada à con-
de licitantes para aquele certame. tratação de bens e serviços comuns, independentemente
de seu valor, estando disciplinada na Lei nº 10.520/2002.
Princípio da Vinculação Consideram-se bens e serviços comuns aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-
Administração e licitantes vinculam-se ao estabeleci- WLYDPHQWHGHÀQLGRVSHORHGLWDOVHPJUDQGHQHFHVVLGDGH
do no edital ou carta-convite. de avaliações detalhadas, visto que a relação dos bens
ou serviços comuns encontra-se disposta em anexo do
Princípio do Julgamento Objetivo Decreto Federal nº 3.555/2000, posteriormente alterado
pelo Decreto Federal nº 7.174/2010.
A Administração está obrigada a efetuar o julgamen-
WRGDVSURSRVWDVFRPEDVHQRVFULWpULRVMiGHÀQLGRVQR FIQUE ATENTO!
instrumento convocatório. Não confundir modalidades de licitação
com tipos de licitação.
Princípio da Motivação Por modalidade, compreendemos o proce-
dimento por meio do qual o agente público
Todas as decisões administrativas devem ser sempre selecionará a melhor proposta para a Admi-
MXVWLÀFDGDVSRUHVFULWRQRSURFHVVRGDOLFLWDomRPRWLYD- nistração Pública.
das, ou seja, o agente responsável pela tomada da deci- Já tipo de licitação, é o que determina os
são deve enunciar expressamente os motivos de fato e critérios para a escolha da melhor proposta.
GHGLUHLWRTXHMXVWLÀFDPGHWHUPLQDGDGHFLVmR

MODALIDADES DE LICITAÇÃO Existem três tipos básicos de licitação:


Menor preço – neste caso, o que vale é o menor pre-
A licitação, como espécie de processo administrativo, ço. Teoricamente, esse menor preço pode chegar a zero
é dividida em seis modalidades distintas: (ou até mesmo preço negativo). Muitas empresas aca-
Concorrência – é a modalidade de licitação própria bam aceitando preços menores que o viável economi-
para contratos de grande valor, em que se admite a par- camente porque interessa a elas outros fatores como a
ticipação de quaisquer interessados, cadastrados ou não, vinculação da imagem a determinado projeto ou a con-
que satisfaçam as condições do edital, convocados com a quista de um novo cliente;
antecedência mínima prevista na lei, com ampla publici- Melhor técnica – em alguns casos, principalmente
GDGHSHORyUJmRRÀFLDOHSHODLPSUHQVDSDUWLFXODU quando o trabalho é complexo, o órgão público pode ba-
Tomada de preços – é a licitação realizada entre inte- sear-se nos parâmetros técnicos para determinar o vencedor;
ressados previamente registrados, observada a necessá- Menor preço e melhor técnica – neste caso, os dois
ria habilitação, convocados com a antecedência mínima parâmetros são importantes. Assim, no próprio edital de
SUHYLVWDQDOHLSRUDYLVRSXEOLFDGRQDLPSUHQVDRÀFLDOH licitação deve estar claro o peso que cada um dos parâ-
em jornal particular, contendo as informações essenciais metros (preço e qualidade técnica) deve ter para que se
da licitação e o local onde pode ser obtido o edital. A possa fazer uma média ponderada.
nova lei aproximou a tomada de preços da concorrência,
exigindo a publicação do aviso e permitindo o cadastra- (QÀPDRSDVVRTXHRVWLSRVGHOLFLWDomRHVWmRUHOD-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

mento até o terceiro dia anterior à data do recebimento cionados à recepção de propostas, as modalidades estão
das propostas. relacionadas aos demais procedimentos administrativos
Convite – é a modalidade de licitação mais simples, adotados na gestão do processo licitatório.
destinada às contratações de pequeno valor, consistin-
do na solicitação escrita a pelo menos três interessados EDITAL DE LICITAÇÃO
do ramo, registrados ou não, para que apresentem suas
propostas no prazo mínimo de cinco dias úteis. O convite É o instrumento pelo qual a Administração leva ao
não exige publicação, porque é feito diretamente aos es- conhecimento público a abertura de concorrência, de to-
colhidos pela Administração por meio de carta-convite. PDGDGHSUHoRVGHFRQFXUVRHGHOHLOmRÀ[DDVFRQGLo}HV
A lei nova, porém, determina que cópia do instrumento de sua realização e convoca os interessados para a apre-
FRQYRFDWyULR VHMD DÀ[DGD HP ORFDO DSURSULDGR HVWHQ- sentação de suas propostas.

126
Como lei interna, vincula a Administração e os parti- 1.1 Fase de Abertura
cipantes.
Funções do edital: Assim sendo, o procedimento de licitação é iniciado
• Dá publicidade à licitação; com a abertura de processo administrativo, devidamen-
• ,GHQWLÀFD R REMHWR OLFLWDGR H GHOLPLWD R XQLYHUVR te autuado, protocolado e numerado, contendo a au-
das propostas; torização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto
• Circunscreve o universo dos proponentes; e do recurso para a despesa, e ao qual serão juntados
• Estabelece os critérios para análise e avaliação dos oportunamente: o edital ou convite e respectivos anexos;
proponentes e das propostas; comprovante das publicações do edital ou da entrega
• Regula atos e termos processuais do procedimen- do convite; ato de designação da comissão de licitação,
to; GROHLORHLURDGPLQLVWUDWLYRRXRÀFLDORXGRUHVSRQViYHO
• Fixa cláusulas do futuro contrato. pelo convite; original das propostas e dos documentos
que as instruem; atas, relatórios e deliberações da Comis-
Quanto à sua habilitação, por vezes denominada são de Licitação; pareceres técnicos ou jurídicos emitidos
´TXDOLÀFDomRµpDIDVHGRSURFHGLPHQWRHPTXHVHDQD- sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade; atos de ad-
lisa a aptidão dos licitantes. judicação do objeto da licitação e da sua homologação;
Detalhe Importante: recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e
• $SWLGmR ² TXDOLÀFDomR LQGLVSHQViYHO SDUD TXH D respectivas manifestações e decisões; despacho de anu-
proposta possa ser objeto de consideração. lação ou de revogação da licitação, quando for o caso,
• Sem aptidão – o órgão competente não habilita. fundamentado circunstancialmente; termo de contrato
• ou instrumento equivalente; outros comprovantes de
Observa-se: modalidade de licitação, chamada “con- publicações e demais documentos relativos à licitação.
vite”, inexiste a fase de habilitação – aqui a aptidão é
presumida; é feita a priori pelo próprio órgão licitante 2. Fase externa
que escolhe e convoca aqueles que julgam capacitados a
participar do certame, admitindo, também, eventual inte- 2.1 Fase de Habilitação
ressado, não convidado, mas cadastrado.
&ODVVLÀFDomR²PRPHQWRHPTXHDVSURSRVWDVDGPL- Após a publicação do edital, tem início a fase externa
tidas são ordenadas em função das vantagens que ofe- da licitação, que é caracterizada pela habilitação e pela
recem, na conformidade dos critérios de avaliação esta- seleção do melhor licitante, dentre os habilitados. Para a
belecidos no edital. habilitação nas licitações, será exigido dos interessados:
$FODVVLÀFDomRpGLYLGLGDHPGXDVIDVHV GRFXPHQWDomRUHODWLYDjKDELOLWDomRMXUtGLFDTXDOLÀFDomR
• Abertura de envelopes “proposta” – a abertura é WpFQLFDTXDOLÀFDomRHFRQ{PLFRÀQDQFHLUDUHJXODULGDGH
feita em ato público, previamente designado, la- ÀVFDO H SURYD GH TXH R LQWHUHVVDGR QmR HPSUHJXH HP
YUDQGRVHDWDFLUFXQVWDQFLDGDDRÀQDO trabalho noturno, perigoso ou insalubre menores de de-
• Julgamento das propostas – objetivo e conforme zoito anos, bem como não empregue em qualquer tra-
os tipos de licitação. balho menores de dezesseis anos, salvo na condição de
aprendiz, a partir de quatorze anos. A inabilitação do lici-
As propostas que estiverem de acordo com o edital tante importa preclusão do seu direito de participar das
serão FODVVLÀFDGDV na ordem de preferência, na escolha fases subsequentes do processo licitatório.
conforme o tipo de licitação. Aquelas que não se apre-
sentarem em conformidade com o instrumento convoca- )DVHGH&ODVVLÀFDomRH-XOJDPHQWR
WyULRVHUmRGHVFODVVLÀFDGDV1mRVHSRGHDFHLWDUSURSRV-
ta que apresente preços unitários simbólicos, irrisórios O julgamento das propostas será objetivo, devendo
ou de valor zero, ainda que o instrumento convocatório a Comissão de Licitação ou o responsável pelo convite
não tenha estabelecido limites mínimos (Art. 44, § 3º, da realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação e
Lei 8.666/1993). os critérios previamente estabelecidos no ato convoca-
tório. No caso de empate entre duas ou mais propostas,
FASES DO PROCESSO DE LICITAÇÃO deverá ser observado o disposto no artigo 3º, § 2º, da Lei
de Licitações.
O processo de licitação é dividido em duas fases: fase Nota-se nesta fase que, com o advento da Lei Comple-
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

interna e fase externa, as quais, por sua vez, subdividem- mentar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que estabe-
VHHPIDVHVHVSHFtÀFDV leceu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empre-
sa de Pequeno Porte, ocorreu a adoção de novas regras
1. Fase interna de licitações públicas, dando tratamento diferenciado e
favorecido às microempresas e empresas de pequeno
Fase preliminar da licitação que compreende os se- porte no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do
JXLQWHVDWRVGHÀQLomRGRREMHWRDVHUFRQWUDWDGRHVWL- Distrito Federal e dos Municípios, com relação à prefe-
mativa do custo do contrato, reserva da receita orçamen- rência nas aquisições de bens e serviços pelos Poderes
tária, elaboração do instrumento convocatório, exame do Públicos. Na prática, os direitos são: deverão apresentar
edital ou carta-convite pela assessoria jurídica, autoriza- toda a documentação exigida para efeito de comprova-
ção para licitar e publicação do edital. ção de UHJXODULGDGHÀVFDO, mesmo que com restrições.

127
Porém, havendo alguma restrição, será assegurado o Contrato administrativo é um acordo de vontades
prazo de dois dias úteis, prorrogáveis por igual período, celebrado entre a Administração Pública e o particular ou
cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o outro ente administrativo (órgão ou pessoa jurídica de di-
proponente for declarado o vencedor do certame, para reito público ou privado) para a realização de objetivos de
a regularização da documentação. Outro privilégio é o interesse público, nas condições estabelecidas pela própria
direito de preferência nas situações de empate, ou seja, Administração Pública, sendo disciplinado preferencial-
quando as propostas apresentadas pelas microempresas mente pela Lei de Licitações.
HHPSUHVDVGHSHTXHQRSRUWHVHMDPLJXDLVRXDWp
VXSHULRUHVjSURSRVWDPDLVEHPFODVVLÀFDGD1RFDVRGR 1. Principais características
pregão, aplica-se às propostas que não sejam superiores
D  GD SURSRVWD FRP R PHQRU YDORU 'HVVD IRUPD D Os contratos administrativos devem estabelecer com
microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem clareza e precisão as condições para a sua execução, ex-
FODVVLÀFDGDSRGHUiDSUHVHQWDUSURSRVWDGHSUHoRLQIHULRU SUHVVDVHPFOiXVXODVTXHGHÀQDPRVGLUHLWRVREULJDo}HV
àquela considerada vencedora do certame, situação em e responsabilidades das partes, em conformidade com
que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Por os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
ÀPROHJLVODGRUDLQGDSHUPLWLXDSURPRomRGHOLFLWDomR Sendo assim, conforme o disposto no art. 55 da Lei nº
pública, desde que os valores envolvidos não superem 8.666/1993, são consideradas cláusulas necessárias em
5 RLWHQWDPLOUHDLV UHVWULWDjVPLFURHPSUHVDV todo contrato administrativo:
e empresas de pequeno porte.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
2.3 Fase de Homologação e Adjudicação que estabeleçam:
I – o objeto e seus elementos característicos;
8PDYH]FRQFOXtGDDIDVHGHFODVVLÀFDomRHMXOJDPHQ- II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
to, a autoridade superior à Comissão de Licitação, com III – o preço e as condições de pagamento, os crité-
fundamento no poder-dever que lhe é atribuído, pode- rios, data-base e periodicidade do reajustamento de
rá, alternativamente: homologar os atos administrativos preços, os critérios de atualização monetária entre a
SUDWLFDGRVFRQÀUPDQGRRUHVXOWDGRGDOLFLWDomRUHYRJDU data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
os atos administrativos praticados ou mesmo a licitação pagamento;
toda, motivada por razões de interesse público, que decor- IV – os prazos de início de etapas de execução, de con-
ram de fato superveniente devidamente comprovado, per- clusão, de entrega, de observação e de recebimento
WLQHQWHHKiELOSDUDMXVWLÀFDUWDOFRQGXWDRXDQXODURVDWRV GHÀQLWLYRFRQIRUPHRFDVR
administrativos praticados ou mesmo a licitação toda, mo-
V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a in-
tivada por ilegalidade relacionada ao processo licitatório,
GLFDomRGDFODVVLÀFDomRIXQFLRQDOSURJUDPiWLFDHGD
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
FDWHJRULDHFRQ{PLFD
Com o resultado homologado, o licitante cuja pro-
VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena
posta tiver sido selecionada terá o direito à adjudicação
execução, quando exigidas;
do objeto da licitação. A adjudicação consiste na atribui-
VI – os direitos e as responsabilidades das partes, as
ção do objeto da licitação àquele cuja proposta tenha
penalidades cabíveis e os valores das multas;
sido selecionada, para imediata execução do contrato.
VIII – os casos de rescisão;
2.4 Inversão de fases no procedimento licitatório IX – o reconhecimento dos direitos da Administração,
em caso de rescisão administrativa prevista no art. 77
Convém ressaltar uma exceção trazida pela Lei nº desta Lei;
11.196/2005 e pela Lei nº 10.520/2002, prevendo que X – as condições de importação, a data e a taxa de
o edital de licitação estabelecerá a inversão da ordem câmbio para conversão, quando for o caso;
das fases de habilitação e julgamento nas modalidades XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo
de pregão e concorrência para outorga de concessões que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta
e permissões de serviços públicos. Nesses casos, uma do licitante vencedor;
YH]HQFHUUDGDDIDVHGHFODVVLÀFDomRGDVSURSRVWDVVHUi XII – a legislação aplicável à execução do contrato e
aberto o envelope com os documentos de habilitação especialmente aos casos omissos;
GR OLFLWDQWH PDLV EHP FODVVLÀFDGR 8PD YH] FRQVWDWDGR XIII – a obrigação do contratado de manter, durante
o atendimento às exigências editalícias, o licitante será toda a execução do contrato, em compatibilidade com
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

declarado vencedor. Por outro lado, caso o licitante me- as obrigações por ele assumidas, todas as condições
OKRUFODVVLÀFDGRVHMDLQDELOLWDGRVHUmRDQDOLVDGRVRVGR- GHKDELOLWDomRHTXDOLÀFDomRH[LJLGDVQDOLFLWDomR
FXPHQWRV GR OLFLWDQWH FODVVLÀFDGR HP VHJXQGR OXJDU H
assim sucessivamente. Além das cláusulas necessárias, os contratos adminis-
trativos possuem determinadas características especiais
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS que os diferenciam dos contratos submetidos a outros
regimes jurídicos. São elas:
Contrato Administrativo é o contrato celebrado pela
Administração Pública, com o propósito de satisfazer as
necessidades de interesse público. De acordo com Bel-
lote Gomes:

128
1.1 Formalidade 1.6 Publicidade

A formalidade caracteriza, em regra, os contratos ad- Depois de celebrado o contrato, este é publicado na im-
ministrativos. Assim, é nulo e de nenhum efeito o con- SUHQVDRÀFLDODWpRTXLQWRGLD~WLOGRPrVVHJXLQWHDRGHVXD
trato verbal com a Administração Pública, exceto o que DVVLQDWXUDFRPRFRQGLomRGHVXDHÀFiFLDXPDYH]TXHD/HL
tenha por objeto pequenas compras de pronto paga- GH/LFLWDo}HVGHÀQHDLPSUHQVDRÀFLDOFRPRRYHtFXORRÀFLDO
mento, assim entendidas aquelas de valor não superior de divulgação da Administração Pública, sendo para a União
D5 TXDWURPLOUHDLV  R'LiULR2ÀFLDOGD8QLmRHSDUDRV(VWDGRVR'LVWULWR)HGHUDO
Todo contrato administrativo deve trazer o nome das HRV0XQLFtSLRVRTXHIRUGHÀQLGRQDVUHVSHFWLYDVOHLV
SDUWHV H RV GH VHXV UHSUHVHQWDQWHV D ÀQDOLGDGH R DWR
que autoriza a sua lavratura, o número do processo de li- 1.7 Hipóteses de alteração dos contratos admi-
citação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos nistrativos
contratantes às normas previstas na Lei de Licitações e às
cláusulas contratuais. Os contratos administrativos podem ser alterados,
desde que haja motivação legal, de forma unilateral pela
1.2 Licitação Prévia Administração Púbica ou por acordo entre as partes.

Ressalvadas as hipóteses legais de dispensa e inexi- 1.8 Responsabilidade contratual


gibilidade de licitação, a celebração dos contratos ad-
ministrativos deve ser precedida de licitação, sob pena O contratado é responsável pelos danos causados dire-
de nulidade, devendo ainda a minuta do futuro contrato tamente à Administração Pública ou a terceiros, decorren-
administrativo constar do edital ou do ato convocatório tes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, sendo
da licitação. de sua responsabilidade, ainda, os encargos trabalhistas,
SUHYLGHQFLiULRV ÀVFDLV H FRPHUFLDLV UHVXOWDQWHV GD H[HFX-
ção do contrato. A inadimplência de sua parte com relação
1.3 Cláusulas Exorbitantes
a tais obrigações não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o
São cláusulas existentes apenas nos contratos admi-
objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das
nistrativos e que conferem determinadas prerrogativas à
REUDVHHGLÀFDo}HVLQFOXVLYHSHUDQWHRUHJLVWURGHLPyYHLV
Administração Pública, colocando-a em posição de supe-
rioridade em relação aos contratados. Estão previstas no
2. Principais modalidades de contratos adminis-
art. 58 da Lei de Licitações.
trativos
1.4 Prazo Determinado Os contratos administrativos são usualmente classi-
ÀFDGRVQDVVHJXLQWHVPRGDOLGDGHVFRQIRUPHVHXREMH-
Como regra, os contratos administrativos devem ter to: contratos de obra, contratos de serviço, contratos de
início e término predeterminados, sendo vedados os compra, contratos de alienação, parcerias público-priva-
contratos administrativos com prazo indeterminado. das, contratos de gestão, contratos de concessão de uso
de bem público, contratos de concessão de serviço pú-
1.5 Prestação de Garantias blico precedida da execução de obra pública, contratos
de empréstimo público, consórcios e convênios.
A critério da autoridade competente, em cada caso,
e desde que prevista no instrumento convocatório, po- 3. Hipóteses de extinção dos contratos adminis-
derá ser exigida prestação de garantia nas contratações trativos
GHREUDVVHUYLoRVHFRPSUDVQmRH[FHGHQGRGRYD-
lor do contrato, podendo o contratado optar por uma Os contratos administrativos podem ser extintos pela
das seguintes modalidades de garantia: seguro-garantia, conclusão do objeto, pelo término do prazo ou por res-
ÀDQoDEDQFiULDRXFDXomRHPGLQKHLURRXHPWtWXORVGD cisão contratual.
dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a for- Nota-se, de forma clara e precisa, a importância da
ma escritural, mediante registro em sistema centralizado Administração Pública, como responsável pela gestão
de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Cen- do dinheiro público. Assim, diante da necessidade de re-
tral do Brasil, e avaliados pelos seus valores econômicos, gulamentar e padronizar os procedimentos, o legislador
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FRQIRUPHGHÀQLGRSHOR0LQLVWpULRGD)D]HQGD pátrio instituiu a Lei n° 8.666/1993, para controlar de for-


Ressalta-se que, para obras, serviços e fornecimentos ma mais estrita as atividades do administrador público,
de grande vulto, envolvendo alta complexidade técnica e relacionados à contratação de obras, serviços, inclusive
ULVFRVÀQDQFHLURVFRQVLGHUiYHLVGHPRQVWUDGRVSRUPHLR publicidade, compras, alienações e locações no âmbito
de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade com- da Administração Pública, aperfeiçoando as regras conti-
SHWHQWHROLPLWHGHJDUDQWLDGHSRGHUiVHUHOHYDGR das em normas já existentes.
SDUDDWpGRYDORUGRFRQWUDWR O controle imposto pela Lei de Licitações visa a pro-
A garantia prestada pelo contratado será liberada ou porcionar que o administrador atue em harmonia com
restituída após a execução do contrato, e, quando em os princípios que norteiam a sua atividade e busque, na
dinheiro, atualizada monetariamente. contratação de bens de serviços, a proposta mais vanta-
josa, de modo a evidenciar o interesse público.

129
Ademais, pode-se concluir que a licitação é a regra 3. (EBSERH – 2018 – CESPE) Julgue o próximo item, re-
imposta pela Constituição da República e pode ser de- lativo às modalidades de licitação.
ÀQLGD FRPR R FRQMXQWR GH UHJUDV GHVWLQDGDV j VHOHomR Convite é a modalidade de licitação entre interessados
da melhor proposta, dentre as apresentadas por aqueles devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as
que desejam controlar com a Administração Pública. condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia
3RUÀPFDEHjVRFLHGDGHHDRVDGPLQLVWUDGRUHVH[HU- anterior à data do recebimento das propostas, observada
FHUXPDÀVFDOL]DomRKDELWXDOFDSD]GHSURSRUFLRQDUDO- DQHFHVViULDTXDOLÀFDomR
terações no quadro de gestão do dinheiro público, de
forma a impulsionar os administradores a utilizarem a ( ) CERTO ( ) ERRADO
licitação de forma contida na legislação.
Resposta Errado. O item se refere à tomada de preço
– conforme § 2º do artigo 22 da Lei nº 8.666 – Tomada
de preços é a modalidade de licitação entre interes-
EXERCÍCIOS COMENTADOS sados devidamente cadastrados ou que atenderem a
todas as condições exigidas para cadastramento até o
1. (TER-PE – 2017 – CESPE) O edital de licitação terá de terceiro dia anterior à data do recebimento das pro-
conter, obrigatoriamente, SRVWDVREVHUYDGDDQHFHVViULDTXDOLÀFDomR

a) indicação das sanções para o caso de inadimplemento.


b) a descrição técnica detalhada, minuciosa e exauriente CONTROLE INTERNO E CONTROLE EXTERNO
do objeto da licitação. NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITO E
c) a indicação de que os critérios para julgamento serão ABRANGÊNCIA.
informados após a fase de habilitação.
d) condições de pagamento que estabeleçam preferên-
cia para empresas brasileiras.
O controle externo e o controle interno
e) a previsão de irrecorribilidade das decisões da comis-
são de licitação.
Para uma descrição sumária do sistema de contro-
le da Administração Pública no Brasil, basta dizer que a
Resposta: Letra A.
Administração se submete tanto a um controle interno,
Alternativa A – Certo – Conforme art. 40, III.
quanto a um controle externo.
Alternativa B – Errado – A descrição deve ser sucinta
e clara. Compreende-se por controle interno ou poder de
Alternativa C – Errado – Os critérios para julgamento autocontrole o dever de a Administração Pública anular
deverão constar no edital. seus próprios atos, quando praticados em desconformi-
Alternativa D – Errado – O edital estabelecerá condi- dade com o direito. Cabem nessa categoria os instru-
ções de pagamento para empresas brasileiras e es- mentos de controle da Administração centralizada sobre
trangeiras. autarquias, fundações e empresas estatais.
Alternativa E – Errado – O edital não preverá esse tipo
de previsão. O controle externo, por seu turno, corresponde tanto
ao controle do Poder Legislativo sobre a Administração,
Instrução: Na(s) questão(ões) a seguir, preencha o campo como ao controle jurisdicional, observando-se que no
designado com o código C, caso julgue o item CERTO; ou Brasil não se adota o sistema de jurisdição administrativa,
o campo designado com o código E, caso julgue o item mas, sim, a unicidade de jurisdição, inspirada na Constitui-
ERRADO. omRQRUWHDPHULFDQD6HJXQGRRDUWž;;;9GD&RQVWL-
tuição Federal Brasileira: “a lei não excluirá da apreciação
2. (STJ – 2018 – CESPE) Em relação aos princípios apli- do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
cáveis à administração pública, julgue o próximo item.
A indicação dos fundamentos jurídicos que determina- Os principais mecanismos de controle interno são o
ram a decisão administrativa de realizar contratação por recurso administrativo; a supervisão ministerial; a repre-
GLVSHQVDGHOLFLWDomRpVXÀFLHQWHSDUDVDWLVID]HURSULQFt- sentação a órgãos internos de correição e os processos
pio da motivação. decisórios.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

( ) CERTO ( ) ERRADO O recurso administrativo é a concretização do direito


constitucional de petição, por meio do recurso, no cur-
Resposta Errado. Os atos administrativos que dispen- so de um processo administrativo ou não, o interessado
sem ou declarem a inexigibilidade de processo licita- pede a revisão do ato praticado pela administração, a re-
tório deverão ser motivados com indicação dos fatos visão da decisão administrativa.
e dos fundamentos jurídicos.
Chama-se supervisão ministerial o controle de ofício
realizado pelos ministérios sobre entidades da adminis-
tração descentralizada: autarquias, fundações governa-
mentais e empresas estatais.

130
Nos últimos anos, proliferou a criação de órgãos de correição interna, geralmente chamados controladorias. As
controladorias realizam auditorias e controles de ofício, mas também recebem e processam representações feitas por
qualquer interessado contra funcionários e autoridades públicas.

Como meio de controle prévio e interno da atividade administrativa, a Lei nº 9.784/1999 estabeleceu regras de
processo administrativo. Por essa lei, tanto atos administrativos que afetam o interesse de indivíduos, como atos que
afetam interesses coletivos ou difusos – os atos normativos, por exemplo – devem ser precedidos de processo decisó-
rio. As regras da Lei nº 9.784/1999 estabelecem hipóteses em que mecanismos como audiências e consultas públicas
podem ser realizados. Os processos decisórios voltam-se a melhorar o modo de produção das decisões administrativas,
tornando-as mais razoáveis, mais motivadas e, por conseguinte, mais estáveis.

O controle externo realizado pelo Legislativo, por sua vez, tem como principais instrumentos: (1) as autorizações
prévias (como no caso da autorização para a produção de energia por meio de centrais nucleares); (2) a sustação de
regulamentos editados pela Administração (inclusive por agências reguladoras) por exorbitarem os poderes que lhes
foram delegados por lei; (3) a possibilidade de o Legislativo convocar ministros para prestar esclarecimentos; (4) as co-
missões parlamentares de inquérito, as quais detêm poderes de investigação equiparados aos das autoridades judiciais;
(5) o impeachment, processo por meio do qual se visa condenar o presidente da república, governadores e prefeitos
por crime de responsabilidade (expediente típico dos países em que vigora o sistema presidencialista de governo); e,
HQÀP  RFRQWUROHRUoDPHQWiULRHÀQDQFHLURTXHpUHDOL]DGRSHOR/HJLVODWLYRFRPRDX[tOLRGHRXWURLPSRUWDQWHyU-
gão de controle externo da Administração: o Tribunal de Contas.

Finalmente, temos o amplo controle jurisdicional. O controle se dá, nesse caso, por meio do ajuizamento de ações
perante os distintos órgãos judiciários por aqueles que a legislação vai considerar legitimados para tanto.

A Constituição Federal regula em termos genéricos boa parte dessas ações, as quais chamamos de remédios cons-
titucionais, a saber: o mandado de segurança, voltado a amparar direito líquido e certo da pessoa diretamente preju-
dicada contra o excesso ou o desvio de poder das autoridades administrativas; a ação popular, que pode ser ajuizada
por qualquer cidadão contra ato lesivo ao patrimônio público e que atente contra a legalidade, a moralidade, o meio
ambiente ou o patrimônio histórico, cultural ou artístico; a ação direta de inconstitucionalidade e a arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental, ações distintas que realizam o controle concentrado de constitucionalidade e
podem ser ajuizadas pelo Presidente da República; pela Mesa do Senado Federal; pela Mesa da Câmara dos Deputa-
dos; pela Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; pelo Governador de Estado ou
do Distrito Federal; pelo Procurador-Geral da República; pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
partido político com representação no Congresso Nacional ou confederação sindical ou entidade de classe de âmbito
nacional; o habeas data volta-se a proteger a esfera íntima dos indivíduos contra: a) usos abusivos de registros de
dados pessoais coletados por meios fraudulentos, desleais ou ilícitos; b) introdução nesses registros de dados sensíveis
DVVLPFKDPDGRVRVGHRULJHPUDFLDORSLQLmRSROtWLFDÀORVyÀFDRXUHOLJLRVDÀOLDomRSDUWLGiULDHVLQGLFDORULHQWDomR
VH[XDOHWF F FRQVHUYDomRGHGDGRVIDOVRVRXFRPÀQVGLYHUVRVGRVDXWRUL]DGRVHPOHLRPDQGDGRGHLQMXQomRSRGH
ser utilizado sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitu-
FLRQDLVHGDVSUHUURJDWLYDVLQHUHQWHVjQDFLRQDOLGDGHjVREHUDQLDHjFLGDGDQLDHSRUÀPRUHPpGLRDWXDOPHQWHPDLV
comum, a ação civil pública de improbidade, voltada a combater atos administrativos praticados em desconformidade
com o direito, inclusive com os princípios gerais de direito administrativo e que levem ao enriquecimento ilícito de
agentes públicos ou causem lesão ao erário. A ação é geralmente titulada pelo Ministério Público.

Fonte:
http://www.editoraforum.com.br/noticias/controle-da-administracao-publica-no-brasil-um-breve-resumo-do-te-
ma/

NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA: MÉTODOS DE ARQUIVAMENTO.


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ARQUIVOLOGIA

Para iniciar nosso estudo, vamos, primeiramente, fazer uma distinção entre três conceitos que frequentemente se
confundem.

131
1.Arquivística: princípios e conceitos

A arquivística é uma ciência que estuda as funções do arquivo, e também os princípios e técnicas a serem observados
durante a atuação de um arquivista sobre os arquivos e, tem por objetivo, gerenciar todas as informações que possam
ser registradas em documentos de arquivos.

A Lei nº 8.159/91 (dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e entidades privadas e dá outras providências)
nos dá sobre arquivo:
´&RQVLGHUDPVHDUTXLYRVSDUDRVÀQVGHVWDOHLRVFRQMXQWRVGHGRFXPHQWRVSURGX]LGRVHUHFHELGRVSRUyUJmRVS~EOLFRV
LQVWLWXLo}HVGHFDUiWHUS~EOLFRHHQWLGDGHVSULYDGDVHPGHFRUUrQFLDGRH[HUFtFLRGHDWLYLGDGHVHVSHFtÀFDVEHPFRPRSRU
pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos.”
ÉWtWXORGHFRQKHFLPHQWRVHJXHDOJXPDVRXWUDVGHÀQLo}HVGHDUTXLYR
“Designação genérica de um conjunto de documentos produzidos e recebidos por uma pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, caracterizado pela natureza orgânica de sua acumulação e conservado por essas pessoas ou por seus
VXFHVVRUHVSDUDÀQVGHSURYDRXLQIRUPDomRµ&21$54

´eRFRQMXQWRGHGRFXPHQWRVRÀFLDOPHQWHSURGX]LGRVHUHFHELGRVSRUXPJRYHUQRRUJDQL]DomRRXÀUPDQRGHFRUUHU
de suas atividades, arquivados e conservados por si e seus sucessores para efeitos futuros”, Solon Buck (Souza, 1950)
(citado por PAES, Marilena Leite, 1986).

“É a acumulação ordenada dos documentos, em sua maioria textuais, criados por uma instituição ou pessoa, no curso
de sua atividade, e preservados para a consecução dos seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro.”
(PAES, Marilena Leite, 1986).
De acordo com uma das acepções existentes para arquivos, esse também pode designar local físico designado para
conservar o acervo.
A arquivística está embasada em princípios que a diferencia de outras ciências documentais existentes. Vejamos:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

132
O princípio de proveniência nos remete a um conceito muito importante aos arquivistas: o Fundo de Arquivo,
que se caracteriza como um conjunto de documentos de qualquer natureza – isto é, independentemente da sua idade,
suporte, modo de produção, utilização e conteúdo– reunidos automática e organicamente –ou seja, acumulados por
um processo natural que decorre da própria atividade da instituição–, criados e/ou acumulados e utilizados por uma
pessoa física, jurídica ou por uma família no exercício das suas atividades ou das suas funções.
(VVH)XQGRGH$UTXLYRSRVVXLGXDVFODVVLÀFDo}HVDVHGHVWDFDU
Fundo Fechado – quando a instituição foi extinta e não produz mais documentos estamos.
Fundo Aberto - quando a instituição continua a produzir documentos que se vão reunindo no seu arquivo.

7HPRVDLQGDRXWURVDVSHFWRVUHOHYDQWHVDRDUTXLYRTXHSRUDOJXQVDXWRUHVSRGHPVHUFODVVLÀFDGRVFRPRSULQFtSLRV
HSRURXWURVFRPRTXDOLGDGHVRXDVSHFWRVVLPSOHVPHQWHPDVTXHLQGHSHQGHQWHGDFODVVLÀFDomRFRQFHLWXDODGRWDGD
são relevantes no estudo da arquivologia. São eles:
- TerritorialidadeDUTXLYRVGHYHPVHUFRQVHUYDGRVRPDLVSUy[LPRSRVVtYHOGRORFDOTXHRJHURXRXTXHLQÁXHQ-
ciou sua produção.
- Imparcialidade: Os documentos administrativos são meios de ação e relativos a determinadas funções. Sua im-
parcialidade explica-se pelo fato de que são relativos a determinadas funções; caso contrário, os procedimentos
aos quais os documentos se referem não funcionarão, não terão validade. Os documentos arquivísticos retratam
FRPÀGHOLGDGHRVIDWRVHDWRVTXHDWHVWDP
- Autenticidade: Um documento autêntico é aquele que se mantém da mesma forma como foi produzido e, por-
WDQWRDSUHVHQWDRPHVPRJUDXGHFRQÀDELOLGDGHTXHWLQKDQRPRPHQWRGHVXDSURGXomR

3RUÀQDOLGDGHDDUTXLYtVWLFDYLVDVHUYLUGHIRQWHGHFRQVXOWDWRUQDQGRSRVVtYHODFLUFXODomRGHLQIRUPDomRUHJLVWUDGD
guardada e preservada sob cuidados da Administração, garantida sua veracidade.

Costumeiramente ocorre uma confusão entre Arquivo e outros dois conceitos relacionados à Ciência da Informação,
que são a Biblioteca e o Museu, talvez pelo fato desses também manterem ali conteúdo guardados e conservados,
porém, frisa-se que trata-se de conceitos distintos.
O quadro abaixo demonstra bem essas distinções:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

2. Arquivos Públicos

Segundo a Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, art.7º, Capítulo II:


“Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades,
por órgãos públicos de âmbito federal, estadual, do distrito federal e municipal, em decorrência de suas funções
administrativas, legislativas e judiciárias”.
Igualmente importante, os dois parágrafos do mesmo artigo diz:
“§ 1º São também públicos os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por instituições de caráter público,
por entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos no exercício de suas atividades.

133
§ 2º A cessação de atividades de instituições públicas que encontra suporte na Tecnologia da Gestão de
e de caráter público implica o recolhimento de sua Documentos, importante ferramenta que auxilia na
documentação à instituição arquivística pública ou a sua gestão e no processo decisório.
transferência à instituição sucessora.”
Todos os documentos produzidos e/ou recebidos A gestão de documentos representa um
por órgãos públicos ou entidades privadas (revestidas conjunto de procedimentos e operações técnicas
de caráter público – mediante delegação de serviços referentes à sua produção, tramitação, uso, avaliação e
públicos) são considerados arquivos públicos, arquivamento em fase corrente e intermediária, visando
independentemente da esfera de governo. a sua eliminação ou recolhimento para a guarda
permanente.
3. Arquivos Privados
$WUDYpVGD*HVWmR'RFXPHQWDOpSRVVtYHOGHÀQLUTXDOD
De acordo com a mesma Lei citada acima: politica arquivistica adotada, através da qual, se constitui
“Consideram-se arquivos privados os conjuntos o patrimônio arquivistico. Outro aspecto importante
de documentos produzidos ou recebidos por GD JHVWmR GRFXPHQWDO p GHÀQLU RV UHVSRQViYHLV SHOR
pessoas físicas ou jurídicas, em decorrência de suas processo arquivistico.
atividades.” A Gestão de Documentos é ainda responsável pela
3DUD HOXFLGDU SRVVtYHLV G~YLGDV QD GHÀQLomR GR implantação do programa de gestão, que envolve ações
referido artigo, a pessoa jurídica a qual o enunciado se como as de acesso, preservação, conservação de arquivo,
refere diz respeito à pessoa jurídica de direito privado, entre outras atividades.
não se confundindo, portanto, com pessoa jurídica Por assegurar que a informação produzida terá
de direito público, pois os órgãos que compõe a JHVWmRDGHTXDGDVXDFRQÀGHQFLDOLGDGHJDUDQWLGDHFRP
administração indireta da União, Estados, Distrito Federal possibilidade de ser rastreada, a Gestão de Documentos
e Municípios, são também pessoas jurídicas, destituídas IDYRUHFH R SURFHVVR GH $FUHGLWDomR H &HUWLÀFDomR ,62
de poder político e dotadas de personalidade jurídica processos esses que para determinadas organizações
própria, porém, de direito público. são de extrema importância ser adquirido.
Exemplos: Outras vantagens de se adotar a gestão de
• Institucional: Igrejas, clubes, associações, etc. documentos é a racionalização de espaço para guarda
• Pessoais: fotos de família, cartas, originais de de documentos e o controle deste a produção até
trabalhos, etc. DUTXLYDPHQWRÀQDOGHVVDVLQIRUPDo}HV
• Comercial: companhias, empresas, etc.
A implantação da Gestão de Documentos associada
DR XVR DGHTXDGR GD PLFURÀOPDJHP H GDV WHFQRORJLDV
A arquivística é desenvolvida pelo arquivista,
do Gerenciamento Eletrônico de Documentos deve ser
SURÀVVLRQDO FRP IRUPDomR HP DUTXLYRORJLD RX
efetiva visando à garantia no processo de atualização da
experiência reconhecida pelo Estado. Ele pode
documentação, interrupção no processo de deterioração
trabalhar em instituições públicas ou privadas, centros
dos documentos e na eliminação do risco de perda do
de documentação, arquivos privados ou públicos,
acervo, através de backup ou pela utilização de sistemas
instituições culturais etc.
Ao arquivista compete gerenciar a informação, cuidar que permitam acesso à informação pela internet e
da gestão documental, conservação, preservação e intranet.
disseminação da informação contida nos documentos, A Gestão de Documentos no âmbito da administração
assim como pela preservação do patrimônio documental S~EOLFDDWXDQDHODERUDomRGRVSODQRVGHFODVVLÀFDomRGRV
de um pessoa (física ou jurídica), institução e, em última documentos, TTD (Tabela Temporalidade Documental)
instância, da sociedade como um todo. e comissão permanente de avaliação. Desta forma é
Também é função do arquivista recuperar informações assegurado o acesso rápido à informação e preservação
ou elaborar instrumentos de pesquisas arquivisticas. dos documentos.

4. Gestão da informação e documentos 5. Diagnóstico

Um documento (do latim documentum, derivado de Como diagnóstico entendemos a análise das
docere “ensinar, demonstrar”) é qualquer meio, sobretudo informações básicas (quantidade, localização, estado
JUiÀFRTXHFRPSURYHDH[LVWrQFLDGHXPIDWRDH[DWLGmR físico, condições de armazenamento, grau de crescimento,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

RX D YHUGDGH GH XPD DÀUPDomR HWF 1R PHLR MXUtGLFR frequência de consulta e outros) sobre os arquivos, a
documentos são frequentemente sinônimos de atos, ÀP GH LPSODQWDU VLVWHPDV H HVWDEHOHFHU SURJUDPDV GH
cartas ou escritos que carregam um valor probatório. WUDQVIHUrQFLD UHFROKLPHQWR PLFURÀOPDJHP FRQVHUYDomR
Documento arquivístico: Informação registrada, e demais atividades”.
independente da forma ou do suporte, produzida ou É uma etapa que antecede a aplicação de um
recebida no decorrer da atividade de uma instituição programa de gestão de documentos, representando
ou pessoa e que possui conteúdo, contexto e estrutura uma ferramenta que é capaz de retratar determinado
VXÀFLHQWHVSDUDVHUYLUGHSURYDGHVVDDWLYLGDGH contexto da situação em que se encontra um conjunto
Administrar, organizar e gerenciar a informação é uma de documentos, considerando volume, gênero, natureza
tarefa de considerável importância para as organizações dos documentos, suporte, espécie, tipologia, nível de
atuais, sejam essas privadas ou públicas, tarefa essa conservação e período cronológico.

134
É preciso ter critérios que ajudem a selecionar 5.1. Diagnóstico Estratégico
o método mais apropriado à realidade pretendida,
reconhecer o melhor momento para sua aplicação, Também denominado de análise do ambiente, tem
HQÀPpSUHFLVRHVWXGDURVGLIHUHQWHVPpWRGRVDSRQWR por objetivo mapear o maior número possível de variáveis
de sentir-se seguro para fazer a escolha, pois “o talento que de alguma forma afetam direta ou indiretamente
do pesquisador consiste em adequar os métodos às uma organização.
necessidades dos objetos” (LOPES, 1997, p. 45). De acordo com Chiavenato e Sapiro (2004)
o diagnóstico estratégico se subdivide em duas
É o instrumento norteador da implantação da política modalidades:
arquivística institucional a) diagnóstico estratégico interno: situação frente ás
dinâmicas ambientais, relacionando as suas forças
O diagnóstico nos permite dois tipos de levantamento, e fraquezas, criando as condições para a formu-
sendo o institucional e o documental. lação de estratégias que representam o melhor
ajustamento do elemento no ambiente em que se
Institucional situa;
b) Diagnóstico estratégico externo: procura antecipar
- Tempo histórico de existência oportunidades e ameaças para a concretização da
- Tamanho e diversidade dos acervos acumulados visão, da missão e dos objetivos.
- Variação e abrangência das atividades presentes e
passadas 5.2. Diagnótico Físico Ambiental
- Número de pessoas vinculadas e as características
estruturais Deve ser feito com base no relatório do estado de
- Uso de tecnologia da informação variadas, de redes conservação e no mapeamento de danos no ambiente,
GH FRPSXWDGRUHV GLJLWDOL]DomR PLFURÀOPDJHP EXVFDQGR LGHQWLÀFDU DV FDXVDV GD GHJUDGDomR QHOHV
etc. registrados.

Documental 5.3. Diagnóstico Organizacional

- Quantidades dos documentos, expressas de acordo É voltado para conhecer os Recursos humanos, físicos
com regras aceitas universalmente (metragem li- e materiais do arquivo, sem aprofundar em questões
near, em unidades ou bits) físico-ambiental de conservação, nem apegar-se as
- Características diplomáticas – tipologias documen- TXHVW}HVGHÁX[R
tais – que os individualizam
- Conteúdos informacionais genéricos, expressos de O diagnóstico se apresenta, portanto, como uma
modo sintético e hierárquico necessária ferramenta para a gestão documental, pois,
- Unidades físicas de arquivamento, isto é, a movela- fornece informações estruturadas para o provimento
ria e embalagens utilizadas das ações no decorrer do processo de gerenciamento
0RGRRULJLQDOGHDUTXLYDPHQWR²FODVVLÀFDomRDYD- arquivístico, tendo como principais dados a serem
liação e descrição – mesmo que empírico e basea- coletados a estrutura, as funções, as atividades e, por
do no senso comum FRQVHJXLQWH DR ÁX[R GH LQIRUPDo}HV TXH SHUPHLDP
- Existência e modo de uso de tecnologias da infor- a organização, absorvendo assim, a complexidade e a
mação diversidade de documentos e de informações existentes
- Características das instalações e situação dos acer- dentro destas.
vos no que se refere à preservação
6. Arquivos correntes, intermediários e
Para realizar o diagnóstico respeita-se cinco ETAPAS permanentes
essenciais:
1. Pesquisa da legislação e histórico do órgão; 2 DUTXLYR WDPEpP SRGH VHU FODVVLÀFDGR TXDQWR j
2. Elaboração de roteiros de entrevistas/questionários; sua evolução ou frequência de uso, onde temos aqui
3. Visitas para aplicação de entrevistas/questionários; três tipos arquivisticos que correspondem cada um a
4. Análise dos dados coletados; uma fase/idade do arquivo, conforme a Teoria das Três
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

5. Elaboração de diretrizes. Idades:

De uma forma geral, realizar um diagnóstico de arquivo Arquivo Corrente - Valor Primário - Representa Fase
VLJQLÀFDID]HUXVRGHLQIRUPDo}HVJHUDLVVREUHTXHPR Obrigatória
produziu, informações essas que são conseguidas por Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda
meio de questionários, entrevistas e relatos fornecidos destino
pelo arquivista. Arquivo Permanente - Valor Secundário –
3UHVHUYDomRGHÀQLWLYD
O Diagnóstico pode ser de três tipos, como veremos
a seguir. Vejamos:

135
7. Protocolo

Composto por: recebimento, registro, distribuição, tramitação e expedição de documentos.


Esse processo acima descrito de gestão de informação e documentos segue um tramite para que possa ser aplicado
GHIRUPDHÀFD]pRTXHFKDPDPRVGHSURWRFROR
O protocolo é desenvolvido pelos encarregados das funções pertinentes aos documentos, como, recebimento,
registro, distribuição e movimentação dos documentos em curso.
$ÀQDOLGDGHSULQFLSDOGRSURWRFRORpSHUPLWLUTXHDVLQIRUPDo}HVHGRFXPHQWRVVHMDPDGPLQLVWUDGDVHFRRUGHQDGDV
de forma concisa, otimizada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de forma que mesmo havendo um aumento
de produção de documentos sua gestão seja feita com agilidade, rapidez e organização.
3DUD DWHQGHU HVVD ÀQDOLGDGH DV RUJDQL]Do}HV DGRWDP XP VLVWHPD GH EDVH GH GDGRV RQGH RV GRFXPHQWRV VmR
registrados assim que chegam à organização.
A partir do momento que a informação ou documento chega é adotado uma rotina lógica, evitando o descontrole
ou problemas decorrentes por falta de zelo com esses, como podemos perceber:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Após cumprirem suas respectivas funções, os documentos devem ter seu destino decidido, seja este a sua eliminação
ou recolhimento.

136
8. Avaliação de documentos deve analisar o contexto de produção documental em
que atua, partindo da premissa de conseguir adequar o
$VIXQo}HVGHFODVVLÀFDomRHDYDOLDomRVmRHVVHQFLDLV instrumento no ambiente organizacional, como elemento
para a gestão dos documentos, pois permitem que associado às atividades administrativas, como acrescenta
as informações sejam organizadas racionalmente – Gonçalves (1998, p. 23), “a elaboração do plano não pode
facilitando a sua recuperação – e, quando não investidas estar desconectada da preocupação com sua aplicação”.
de valor administrativo, histórico ou cultural, sejam Enquanto isso, a tabela de temporalidade de
adequadamente eliminadas. GRFXPHQWRV p GHÀQLGD SRU %HUQDUGHV H 'HODWRUUH
'HDFRUGRFRP/RSHV  DFODVVLÀFDomRSRGHVHU (1998) como um instrumento aprovado por autoridade
descrita como a sequência de operações que, de acordo FRPSHWHQWH TXH UHJXOD D GHVWLQDomR ÀQDO GRV
com as estruturas organizacionais, funções e atividades GRFXPHQWRV GHÀQLQGR SUD]RV SDUD D JXDUGD GRV
de uma organização, visam a distribuir os documentos documentos em função de seus valores administrativos,
em classes e subclasses. Bernandes e Delatorre (2008) OHJDLV H ÀVFDLV GHWHUPLQDQGR RV SUD]RV SDUD VXD
descreve que entre os objetivos e benefícios da transferência, recolhimento ou eliminação. A tabela
FODVVLÀFDomR GHVWDFDPVH D UHFXSHUDomR GR FRQWH[WR de temporalidade pode ser considerada o principal
original de produção de documentos, visibilidade instrumento do processo de avaliação de documentos,
às funções, subfunções e atividades do organismo proporcionando, como resultados práticos, a inexistência
produtor, controle de trâmites, atribuição de códigos de massas documentais acumuladas e o descarte de
numéricos, além de fornecer subsídios para a avaliação LQIRUPDo}HVVXSpUÁXDV
dos documentos. Por ser um processo que requer procedimentos
A avaliação de documentos, fase posterior à OHJDLV LQFOXVLYH DWHQGHQGR SUD]RV GHÀQLGRV HP OHL
FODVVLÀFDomR FXPSUH D IXQomR GH GHVFDUWDU R TXH QmR para execução de determinadas tarefas do processo),
seja de interesse para as atividades das organizações, a avaliação de documentos requer atenção redobrada
como, também, para a sociedade em geral, que busca pelos arquivistas, para que sua efetivação não seja
comprometida.
informações para conhecer seu meio, seu passado e
Os instrumentos que servem de referência são o
constituir uma identidade. Frente a isso, os critérios
&yGLJRGH&ODVVLÀFDomR7HPSRUDOLGDGHH'HVWLQDomRGH
de avaliação devem ser pautados na visão crítica dos
Documentos de Arquivo Relativos às Atividades-Meio
possíveis usos da informação arquivística. Bernardes e
da Administração Pública e a Tabela de Temporalidade
Delatorre (2008) explicam que existem documentos que
e Destinação de Documentos de Arquivo Relativos
jamais podem ser eliminados, pois comprovam fatos e
às Atividades-Fim das Instituições Federais de Ensino
atos fundamentais para nossa existência civil e para nossa
Superior (IFES).
vida pessoal. Ao mesmo tempo, não é possível e nem Segundo o Arquivo Nacional (2001), a adoção desses
desejável que todos os documentos sejam preservados, instrumentos, além de possibilitar o controle e a rápida
DÀQDOGRFXPHQWRVTXHFXPSUHPXPDIXQomRLPSRUWDQWH recuperação de informações, orienta as atividades
durante determinado tempo, posteriormente, perdem GH UDFLRQDOL]DomR GD SURGXomR H ÁX[R GRFXPHQWDLV
o seu valor original, devendo ser eliminados, para que avaliação e destinação dos documentos, aumentando
QmRGLÀFXOWHPRDFHVVRDRXWURVGRFXPHQWRVFRPYDORU D HÀFiFLD GRV VHUYLoRV DUTXLYtVWLFRV GD DGPLQLVWUDomR
informativo e probatório relevantes. pública em todas as esferas.
Os principais instrumentos que possibilitam Portanto, o desenvolvimento da gestão de
D FODVVLÀFDomR H DYDOLDomR GH GRFXPHQWRV VmR documentos e informações interfere na qualidade das
UHVSHFWLYDPHQWH R SODQR GH FODVVLÀFDomR H D WDEHOD informações utilizadas pelas organizações e, para atingir
de temporalidade. Ambos devem ser constituídos com esse objetivo, as adoções de instrumentos voltados à
referência aos preceitos arquivísticos (de organicidade, FODVVLÀFDomRHDYDOLDomRWRUQDPVHLQGLVSHQViYHLV
coerência, adaptabilidade, etc.), adequando-se ao
contexto de produção informacional. A construção de Resumidamente, a avaliação documental, que tem
XP SODQR GH FODVVLÀFDomR p REVHUYDGD SRU *RQoDOYHV base na teoria das Três Idades, é uma atividade essencial
(1998), na qual: do ciclo de vida documental arquivístico, na medida
'HÀQLUDWLYLGDGHVÀPHDWLYLGDGHVPHLRHUHODFLRQiODV HP TXH GHÀQH TXDLV GRFXPHQWRV VHUmR SUHVHUYDGRV
DIXQo}HVPDLVDEUDQJHQWHVMiVLJQLÀFDUHXQLUHOHPHQWRV SDUD ÀQV DGPLQLVWUDWLYRV RX GH SHVTXLVD H HP TXH
SDUDDFODVVLÀFDomRGRVGRFXPHQWRV$UHXQLmROyJLFDGH momento poderão ser eliminados ou destinados aos
funções e atividades, com a percepção de sua maior ou arquivos intermediário e permanente, segundo o valor e
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

menor autonomia ou subordinação interna, permitirá a o potencial de uso que apresentam para a administração
HODERUDomR GR SODQR GH FODVVLÀFDomR *21d$/9(6  que os gerou e para a sociedade.
p. 22).
O estabelecimento das classes e subclasses de Suas principais vantagens são:
XP SODQR GH FODVVLÀFDomR SRGH VHU SRU WUrV FULWpULRV - Redução da massa documental.
funcional, no qual as classes correspondem à função - Agilidade na recuperação de documentos e infor-
dos documentos; estrutural, de acordo com a estrutura mações.
organizacional de determinada instituição; e, por assunto, - A conservação dos documentos de guarda perma-
referente aos conteúdos registrados nos documentos. nente.
$ GHÀQLomR GH TXDO PpWRGR p R PDLV DGHTXDGR SRU $UDFLRQDOL]DomRGDSURGXomRHGRÁX[RGRV docu-
FRQVHQVR WRUQDVH XPD GHÀQLomR GR DUTXLYLVWD TXH mentos de arquivo.

137
- A eliminação dos documentos desprovidos de valor, De acordo com o estágio de evolução (considera-se
gerando ganho de espaço físico. o tempo de vida de um arquivo)
- A otimização dos gastos com recursos humanos, • ARQUIVO DE PRIMEIRA IDADE OU CORRENTE
PDWHULDLVHÀQDQFHLURV - guarda a documentação mais atual e
- Incremento à pesquisa. frequentemente consultada. Pode ser mantido em
- Garantia da constituição do patrimônio arquivístico. local de fácil acesso para facilitar a consulta.
• ARQUIVO DE SEGUNDA IDADE OU INTERMEDIÁRIO
 6LVWHPDV GH FODVVLÀFDomR GH GRFXPHQWRV GH - inclui documentos que vieram do arquivo corrente,
arquivo porque deixaram de ser usados com frequência.
Mas eles ainda podem ser consultados pelos órgãos
2 FRQFHLWR GH FODVVLÀFDomR H R UHVSHFWLYR sistema que os produziram e os receberam, se surgir uma
FODVVLÀFDWLYR a ser adotado, são de uma importância situação idêntica àquela que os gerou.
GHFLVLYDQDHODERUDomRGHXPSODQRGHFODVVLÀFDomRTXH • ARQUIVO DE TERCEIRA IDADE OU PERMANENTE
permita um bom funcionamento do arquivo. - nele se encontram os documentos que perderam
8P ERP SODQR GH FODVVLÀFDomR GHYH SRVVXLU DV o valor administrativo e cujo uso deixou de ser
seguintes características: frequente, é esporádico. Eles são conservados
- Satisfazer as necessidades práticas do serviço, ado- somente por causa de seu valor histórico, informativo
tando critérios que potenciem a resolução dos SDUDFRPSURYDUDOJRSDUDÀQVGHSHVTXLVDHPJHUDO
problemas. Quanto mais simples forem as regras permitindo que se conheça como os fatos evoluíram.
GHFODVVLÀFDomRDGRWDGDVWDQWRPHOKRUVHHIHWXDUi
a ordenação da documentação; De acordo com a extensão da atenção
- A sua construção deve estar de acordo com as atri- Os arquivos se dividem em:
buições do organismo (divisão de competências) • ARQUIVO SETORIAL - localizado junto aos órgãos
ou em última análise, focando a estrutura das enti- operacionais, cumprindo as funções de um arquivo
dades de onde provém a correspondência; corrente.
- Deverá ter em conta a evolução futura das atribui- • ARQUIVO CENTRAL OU GERAL - destina-se a
ções do serviço deixando espaço livre para novas receber os documentos correntes provenientes dos
inclusões; diversos órgãos que integram a estrutura de uma
- Ser revista periodicamente, corrigindo os erros ou instituição.
FODVVLÀFDo}HVPDOHIHWXDGDVHSURPRYHUDVXDDWX-
alização sempre que se entender conveniente. De acordo com a natureza de seus documentos
• ARQUIVO ESPECIAL - guarda documentos de
$ FODVVLÀFDomR SRU DVVXQWRV p XWLOL]DGD FRP R YDULDGDVIRUPDVItVLFDVFRPRGLVFRVÀWDVGLVTXHWHV
objetivo de agrupar os documentos sob um mesmo IRWRJUDÀDV PLFURIRUPDV ÀFKDV PLFURÀOPDGDV 
tema, como forma de agilizar sua recuperação e facilitar VOLGHVÀOPHVHQWUHRXWURV(OHVPHUHFHPWUDWDPHQWR
as tarefas arquivísticas relacionadas com a avaliação, adequado não apenas quanto ao armazenamento
seleção, eliminação, transferência, recolhimento e acesso das peças, mas também quanto ao registro,
a esses documentos, uma vez que o trabalho arquivístico acondicionamento, controle e conservação.
é realizado com base no conteúdo do documento, • ARQUIVO ESPECIALIZADO – também conhecido
R TXDO UHÁHWH D DWLYLGDGH TXH R JHURX H GHWHUPLQD como arquivo técnico, é responsável pela guarda os
R XVR GD LQIRUPDomR QHOH FRQWLGD $ FODVVLÀFDomR documentos de um determinado assunto ou setor/
GHÀQH SRUWDQWR D RUJDQL]DomR ItVLFD GRV GRFXPHQWRV GHSDUWDPHQWRHVSHFtÀFR
arquivados, constituindo-se em referencial básico para
sua recuperação. De acordo com a natureza do assunto
1D FODVVLÀFDomR DV IXQo}HV DWLYLGDGHV HVSpFLHV H • OSTENSIVO: aqueles que ao serem divulgados não
tipos documentais distribuídos de acordo com as funções prejudicam a administração
e atividades desempenhadas pelo órgão. • SIGILOSO: em decorrência do assunto, o acesso é
$ FODVVLÀFDomR GHYH VHU UHDOL]DGD GH DFRUGR FRP DV limitado, com divulgação restrita
seguintes características:
De acordo com a espécie
De acordo com a entidade criadora • ADMINISTRATIVO: Referente às atividades
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

• PÚBLICO – arquivo de instituições públicas de puramente administrativas;


âmbito federal ou estadual ou municipal. • JUDICIAL: Referente às ações judiciais e extrajudiciais;
• INSTITUCIONAL – arquivos pertencentes ou • CONSULTIVO: Referente ao assessoramento e
relacionados à instituições educacionais, igrejas, orientação jurídica. Busca dirimir dúvidas entre
corporações não-lucrativas, sociedades e pareceres, busca alternativas para evitar a esfera
associações. judicial.
• COMERCIAL- arquivo de empresas, corporações e
companhias. De acordo com o grau de sigilo
• FAMILIAR ou PESSOAL- arquivo organizado por • RESERVADO: Dados ou informações cuja revelação
grupos familiares ou pessoas individualmente. não-autorizada possa comprometer planos,
. operações ou objetivos neles previstos;

138
• SECRETO: Dados ou informações referentes a sistemas, instalações, projetos, planos ou operações de interesse
nacional, a assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes, programas ou instalações estratégicos,
cujo conhecimento não autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do Estado;
• ULTRASSECRETO: Dados ou informações referentes à soberania e à integridade territorial nacionais, a plano ou ope-
UDo}HVPLOLWDUHVjVUHODo}HVLQWHUQDFLRQDLVGR3DtVDSURMHWRVGHSHVTXLVDHGHVHQYROYLPHQWRFLHQWtÀFRHWHFQROyJLFR
GHLQWHUHVVHGDGHIHVDQDFLRQDOHDSURJUDPDVHFRQ{PLFRVFXMRFRQKHFLPHQWRQmRDXWRUL]DGRSRVVDDFDUUHWDUGDQR
excepcionalmente grave à segurança da sociedade e do Estado.

8.2 Arquivamento e ordenação de documentos

O arquivamento é o conjunto de técnicas e procedimentos que visa ao acondicionamento e armazenamento dos


documentos no arquivo.
8PDYH]UHJLVWUDGRFODVVLÀFDGRHWUDPLWDGRQDVXQLGDGHVFRPSHWHQWHVRGRFXPHQWRGHYHUiVHUHQFDPLQKDGRDR
VHXGHVWLQRSDUDDUTXLYDPHQWRDSyVUHFHEHUGHVSDFKRÀQDO
2DUTXLYDPHQWRpDJXDUGDGRVGRFXPHQWRVQRORFDOHVWDEHOHFLGRGHDFRUGRFRPDFODVVLÀFDomRGDGD1HVWDHWDSD
WRGD D DWHQomR p QHFHVViULD SRLV XP GRFXPHQWR DUTXLYDGR HUURQHDPHQWH SRGHUi ÀFDU SHUGLGR TXDQGR VROLFLWDGR
posteriormente.
2GRFXPHQWRÀFDUiDUTXLYDGRQDXQLGDGHDWpTXHFXPSUDRSUD]RSDUDWUDQVIHUrQFLDDR$UTXLYR&HQWUDORXVXD
eliminação.
As operações para arquivamento são:

1) 9HULÀFDUVHRGRFXPHQWRGHVWLQDVHDRDUTXLYDPHQWR
2) &KHFDUDFODVVLÀFDomRGRGRFXPHQWRFDVRQmRKDMDDWULEXLUXPFyGLJRFRQIRUPHRDVVXQWR
3) Ordenar os documentos na ordem sequencial;
4) $RDUTXLYDURGRFXPHQWRQDSDVWDYHULÀFDUDH[LVWrQFLDGHDQWHFHGHQWHVQDPHVPDSDVWDHDJUXSDUDTXHOHVTXH
tratam do mesmo assunto, por consequência, o mesmo código;
5) Arquivar as pastas na sequência dos códigos atribuídos – usar uma pasta para cada códigoHYLWDQGRDFODVVLÀFDomR
“diversos”;
6) Ordenar os documentos que não possuem antecedentes de acordo com a ordem estabelecida – cronológica,
DOIDEpWLFDJHRJUiÀFDYHULÀFDQGRDH[LVWrQFLDGHFySLDVHHOLPLQDQGRDV&DVRQmRH[LVWDRRULJLQDOPDQWHUXPD
única cópia;
7) $UTXLYDURDQH[RGRGRFXPHQWRTXDQGRYROXPRVRHPFDL[DRXSDVWDDSURSULDGDLGHQWLÀFDQGRH[WHUQDPHQWH
o seu conteúdo e registrando a sua localização no documento que o encaminhou.
8) Endereçamento - o endereço aponta para o local onde os documentos/processos estão armazenados.

Devemos considerar duas formas de arquivamento: A horizontal e a vertical.


$UTXLYDPHQWR+RUL]RQWDORVGRFXPHQWRVVmRGLVSRVWRVXQVVREUHRVRXWURVȵGHLWDGRVGHQWURGRPRELOLiULR
É indicado para arquivos permanentes e para documentos de grandes dimensões, pois evitam marcas e dobras
nos mesmos.
- Arquivamento Vertical: os documentos são dispostos uns atrás dos outros dentro do mobiliário. É indicado para
arquivos correntes, pois facilita a busca pela mobilidade na disposição dos documentos.

Para o arquivamento e ordenação dos documentos no arquivo, devemos considerar tantos os métodos quanto os
sistemas.
Os Sistemas de Arquivamento nada mais são do que a possibilidade ou não de recuperação da informação sem o
uso de instrumentos.
Tudo o que isso quer dizer é apenas se precisa ou não de uma ferramenta (índice, tabela ou qualquer outro
semelhante) para localizar um documento em um arquivo.

Quando NÃO HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema direto de busca e/ou recuperação, como por
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

H[HPSORRVPpWRGRVDOIDEpWLFRHJHRJUiÀFR
Quando HÁ essa necessidade, dizemos que é um sistema indireto de busca e/ou recuperação, como são os métodos
numéricos.

$25'(1$d®2pDUHXQLmRGRVGRFXPHQWRVTXHIRUDPFODVVLÀFDGRVGHQWUHGHXPPHVPRDVVXQWR
6XD ÀQDOLGDGH p DJLOL]DU R DUTXLYDPHQWR GH IRUPD RUJDQL]DGD H FDWHJRUL]DGD SUHYLDPHQWH SDUD SRVWHULRU
arquivamento.

3DUDGHÀQLUDIRUPDGDRUGHQDomRpFRQVLGHUDGDDQDWXUH]DGRVGRFXPHQWRVSRGHQGRVHU

139
9. Tabela de temporalidade

Instrumento de destinação, que determina prazos e condições de guarda tendo em vista a transferência,
UHFROKLPHQWRGHVFDUWHGHGRFXPHQWRVFRPDÀQDOLGDGHGHJDUDQWLURDFHVVRjLQIRUPDomRDTXDQWRVGHODQHFHVVLWHP
eXPLQVWUXPHQWRUHVXOWDQWHGDDWLYLGDGHGHDYDOLDomRGHGRFXPHQWRVTXHFRQVLVWHHPLGHQWLÀFDUVHXVYDORUHV
SULPiULRDGPLQLVWUDWLYRRXVHFXQGiULRKLVWyULFR HGHÀQLUSUD]RVGHJXDUGDUHJLVWUDQGRGHVVDIRUPDRUHJLVWUDRFLFOR
de vida dos documentos.
Para que a tabela tenha validade precisa ser aprovada por autoridade competente e divulgada entre os funcionários
na instituição.
Sua estrutura básica deve necessariamente contemplar os conjuntos documentais produzidos e recebidos por uma
LQVWLWXLomRQRH[HUFtFLRGHVXDVDWLYLGDGHVRVSUD]RVGHJXDUGDQDVIDVHVFRUUHQWHHLQWHUPHGLiULDDGHVWLQDomRÀQDO²
eliminação ou guarda permanente, além de um campo para observações necessárias à sua compreensão e aplicação.

Apresentam-se a seguir diretrizes para a correta utilização do instrumento:

1. Assunto: Apresenta-se aqui os conjuntos documentais produzidos e recebidos, hierarquicamente distribuídos de


acordo com as funções e atividades desempenhadas pela instituição.
Como instrumento auxiliar, pode ser utilizado o índice, que contém os conjuntos documentais ordenados
alfabeticamente para agilizar a sua localização na tabela.

2. Prazos de guarda: Trata-se do tempo necessário para arquivamento dos documentos nas fases corrente e
intermediária, visando atender exclusivamente às necessidades da administração que os gerou.
'HYH VHU REMHWLYR H GLUHWR QD GHÀQLomR GD DomR ² H[HPSORV DWp DSURYDomR GDV FRQWDV DWp KRPRORJDomR GD
aposentadoria; e até quitação da dívida.

Os prazos são preferencialmente em ANOS


Os prazos são determinados pelas:
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Normas
Precaução
Informações recaptulativas
Frequência de uso

140
'HVWLQDomRÀQDO: Registra-se a destinação estabelecida que pode ser:

4. Observações1HVWHFDPSRVmRUHJLVWUDGDVLQIRUPDo}HVFRPSOHPHQWDUHVHMXVWLÀFDWLYDVQHFHVViULDVjFRUUHWD
aplicação da tabela. Incluem-se, ainda, orientações quanto à alteração do suporte da informação e aspectos elucidativos
quanto à destinação dos documentos, segundo a particularidade dos conjuntos documentais avaliados.
$GHÀQLomRGRVSUD]RVGHJXDUGDGHYHPVHUGHÀQLGRVFRPEDVHQDOHJLVODomRYLJHQWHHQDVQHFHVVLGDGHVDGPLQLVWUDWLYDV

10. Acondicionamento e armazenamento de documentos de arquivos

Nos processos de produção, tramitação, organização e acesso aos documentos, deverão ser observados
SURFHGLPHQWRVHVSHFtÀFRVGHDFRUGRFRPRVGLIHUHQWHVJrQHURVGRFXPHQWDLVFRPYLVWDVDDVVHJXUDUVXDSUHVHUYDomR
durante o prazo de guarda estabelecido na tabela de temporalidade e destinação.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

FIQUE ATENTO!
Não podemos nos esquecer dos documentos eletrônicos, que hoje em dia está cada vez mais presente.
As alternativas são diversas, como dispositivos externos de gravação, porém, o mais indicado hoje, é
armazenar os dados em nuvem, que oferece além da segurança, a facilidade de acesso.

141
Armazenamento - utilizar preferencialmente soluções de baixo custo
direcionadas à obtenção de níveis de temperatura
1. Áreas de armazenamento e umidade relativa estabilizados na média, evitan-
do variações súbitas;
1.1. Áreas Externas - reavaliar a utilidade de condicionadores mecânicos
quando os equipamentos de climatização não pude-
A localização de um depósito de arquivo deve prever rem ser mantidos em funcionamento sem interrupção;
facilidades de acesso e de segurança contra perigos - proteger os documentos e suas embalagens da inci-
iminentes, evitando-se, por exemplo: GrQFLDGLUHWDGHOX]VRODUSRUPHLRGHÀOWURVSHU-
- áreas de risco de vendavais e outras intempéries, e sianas ou cortinas;
de inundações, como margens de rios e subsolos; - monitorar os níveis de luminosidade, em especial
- áreas de risco de incêndios, próximas a postos de das radiações ultravioleta;
combustíveis, depósitos e distribuidoras de gases, - reduzir ao máximo a radiação UV emitida por lâm-
e construções irregulares; SDGDV ÁXRUHVFHQWHV DSOLFDQGR ÀOWURV EORTXHDGR-
- áreas próximas a indústrias pesadas com altos ín- res aos tubos ou às luminárias;
GLFHVGHSROXLomRDWPRVIpULFDFRPRUHÀQDULDVGH - promover regularmente a limpeza e o controle de
petróleo; insetos rasteiros nas áreas de armazenamento;
- áreas próximas a instalações estratégicas, como in- - manter um programa integrado de higienização do
dústrias e depósitos de munições, de material bé- acervo e de prevenção de insetos;
lico e aeroportos. - monitorar as condições do ar quanto à presença de
poeira e poluentes, procurando reduzir ao máximo
1.2. Áreas Internas RVFRQWDPLQDQWHVXWLOL]DQGRFRUWLQDVÀOWURVEHP
como realizando o fechamento e a abertura con-
As áreas de trabalho e de circulação de público deverão trolada de janelas;
atender às necessidades de funcionalidade e conforto, DUPD]HQDURVDFHUYRVGHIRWRJUDÀDVÀOPHVPHLRV
enquanto as de armazenamento de documentos devem magnéticos e ópticos em condições climáticas es-
ser totalmente independentes das demais. peciais, de baixa temperatura e umidade relativa,
obtidas por meio de equipamentos mecânicos
2. Condições Ambientais bem dimensionados, sobretudo para a manuten-
ção da estabilidade dessas condições, a saber: fo-
Quanto às condições climáticas, as áreas de pesquisa WRJUDÀDV HP SUHWR H EUDQFR 7 ž& ” ž& H 85
e de trabalho devem receber tratamento diferenciado ”IRWRJUDÀDVHPFRU7ž&”ž&H85
das áreas dos depósitos, as quais, por sua vez, também ”ÀOPHVHUHJLVWURVPDJQpWLFRV7ž&”ž&H
devem se diferenciar entre si, considerando-se as 85”
QHFHVVLGDGHVHVSHFtÀFDVGHSUHVHUYDomRSDUDFDGDWLSR
de suporte. 2.1. Acondicionamento
A deterioração natural dos suportes dos documentos,
ao longo do tempo, ocorre por reações químicas, que Os documentos devem ser acondicionados em
VmRDFHOHUDGDVSRUÁXWXDo}HVHH[WUHPRVGHWHPSHUDWXUD mobiliário e invólucros apropriados, que assegurem sua
e umidade relativa do ar e pela exposição aos poluentes preservação.
atmosféricos e às radiações luminosas, especialmente A escolha deverá ser feita observando-se as
dos raios ultravioleta. características físicas e a natureza de cada suporte. A
A adoção dos parâmetros recomendados por confecção e a disposição do mobiliário deverão acatar as
diferentes autores (de temperatura entre 15° e 22° C e normas existentes sobre qualidade e resistência e sobre
GHXPLGDGHUHODWLYDHQWUHH H[LJHQRVFOLPDV segurança no trabalho.
quentes e úmidos, o emprego de meios mecânicos O mobiliário facilita o acesso seguro aos documentos,
VRÀVWLFDGRVUHVXOWDQGRHPDOWRVFXVWRVGHLQYHVWLPHQWR promove a proteção contra danos físicos, químicos e
em equipamentos, manutenção e energia. mecânicos. Os documentos devem ser guardados em
Os índices muito elevados de temperatura e umidade arquivos, estantes, armários ou prateleiras, apropriados
relativa do ar, as variações bruscas e a falta de ventilação a cada suporte e formato.
promovem a ocorrência de infestações de insetos e o Os documentos de valor permanente que apresentam
desenvolvimento de microorganismos, que aumentam grandes formatos, como mapas, plantas e cartazes,
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

as proporções dos danos. devem ser armazenados horizontalmente, em mapotecas


adequadas às suas medidas, ou enrolados sobre tubos
Com base nessas constatações, recomenda-se: confeccionados em cartão alcalino e acondicionados
- armazenar todos os documentos em condições am- em armários ou gavetas. Nenhum documento deve ser
bientais que assegurem sua preservação, pelo pra- armazenado diretamente sobre o chão.
zo de guarda estabelecido, isto é, em temperatura $VPtGLDVPDJQpWLFDVFRPRÀWDVGHYtGHRiXGLRHGH
e umidade relativa do ar adequadas a cada suporte computador, devem ser armazenadas longe de campos
documental; magnéticos que possam causar a distorção ou a perda
- monitorar as condições de temperatura e umidade de dados. O armazenamento será preferencialmente em
relativa do ar, utilizando pessoal treinado, a partir mobiliário de aço tratado com pintura sintética, de efeito
GHPHWRGRORJLDSUHYLDPHQWHGHÀQLGD antiestático.

142
As embalagens protegem os documentos contra a poeira e danos acidentais, minimizam as variações externas de
temperatura e umidade relativa e reduzem os riscos de danos por água e fogo em casos de desastre.
As caixas de arquivo devem ser resistentes ao manuseio, ao peso dos documentos e à pressão, caso tenham de ser
empilhadas. Precisam ser mantidas em boas condições de conservação e limpeza, de forma a proteger os documentos.
As medidas de caixas, envelopes ou pastas devem respeitar formatos padronizados, e devem ser sempre iguais
às dos documentos que irão abrigar, ou, caso haja espaço, esses devem ser preenchidos para proteger o documento.
Todos os materiais usados para o armazenamento de documentos permanentes devem manter-se quimicamente
estáveis ao longo do tempo, não podendo provocar quaisquer reações que afetem a preservação dos documentos.
Os papéis e cartões empregados na produção de caixas e invólucros devem ser alcalinos e corresponder às
expectativas de preservação dos documentos.
No caso de caixas não confeccionados em cartão alcalino, recomenda-se o uso de invólucros internos de papel
alcalino, para evitar o contato direto de documentos com materiais instáveis.

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE DOCUMENTOS DE ARQUIVO

A manutenção dos documentos pelo prazo determinado na tabela de temporalidade dependem de três aspectos:

FATORES DE DETERIORAÇÃO EM ACERVOS DE ARQUIVOS

Conhecendo-se a natureza dos materiais componentes dos acervos e seu comportamento diante dos fatores
aos quais estão expostos, torna-se bastante fácil detectar elementos nocivos e traçar políticas de conservação para
minimizá-los.
A grande maioria dos arquivos é constituída de documentos impressos, e o papel é basicamente composto por
ÀEUDVGHFHOXORVHSRUWDQWRLGHQWLÀFDURVSULQFLSDLVDJHQWHVQRFLYRVGDFHOXORVHHGHVFREULUVROXo}HVSDUDHYLWDORVp
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

um grande passo na preservação e na conservação documental.


Essa degradação à qual os acervos estão sujeitos não se limita a um único fator, pelo contrário, são várias as formas
dessa degradação ocorrer, como veremos a seguir:

1. Fatores ambientais

São os agentes encontrados no ambiente físico do acervo, como por exemplo, Temperatura, Umidade Relativa do
Ar, Radiação da Luz, Qualidade do Ar.

143
-Temperatura e umidade relativa - instruir o usuário e os funcionários com relação ao
2 FDORU H D XPLGDGH FRQWULEXHP VLJQLÀFDWLYDPHQWH manuseio dos documentos e regras de higiene do
para a destruição dos documentos, principalmente local;
quando em suporte-papel. O desequilíbrio de um - manter vigilância constante dos documentos contra
interfere no equilíbrio do outro. O calor acelera acidentes com água, secando-os imediatamente
a deterioração. A velocidade de muitas reações caso ocorram.
químicas, é dobrada a cada aumento de 10°C. - Roedores
A alteração da umidade relativa proporciona as A presença de roedores em recintos de bibliotecas
condições necessárias para desencadear intensas e arquivos ocorre pelos mesmos motivos citados
reações químicas nos materiais. acima. Tentar obstruir as possíveis entradas para
A circulação do ar ambiente representa um fator os ambientes dos acervos é um começo. As iscas
bastante importante para amenizar os efeitos da são válidas, mas para que surtam efeito devem ser
temperatura e umidade relativa elevada. GHÀQLGDVSRUHVSHFLDOLVWDVHP]RRQRVH2SURGXWR
GHYH VHU HÀFLHQWH GHVGH TXH QmR SURYRTXH D
- Radiação da luz PRUWHGRVURHGRUHVQRUHFLQWR$SURÀOD[LDVHID]
Toda fonte de luz, emite radiação nociva aos materiais nos mesmos moldes citados acima: temperatura
de acervos, provocando consideráveis danos e umidade relativa controladas, além de higiene
através da oxidação. periódica.
Algumas medidas podem ser tomadas para proteção
dos acervos: - Ataques de insetos
- As janelas devem ser protegidas por cortinas ou Baratas – Esses insetos atacam tanto papel quanto
persianas que bloqueiem totalmente o sol; revestimentos, provocam perdas de superfície e
 )LOWURV IHLWRV GH ÀOPHV HVSHFLDLV WDPEpP DMXGDP manchas de excrementos. As baratas se reproduzem
no controle da radiação UV, tanto nos vidros de no próprio local e se tornam infestação muito
MDQHODVTXDQWRHPOkPSDGDVÁXRUHVFHQWHV rapidamente, caso não sejam combatidas.
Brocas (Anobídios) – São insetos que causam danos
- Qualidades do ar imensos em acervos, principalmente em livros. A
O controle da qualidade é muito importante porque fase de ataque ao acervo é a de larva. Esse inseto
os gases e as partículas sólidas contribuem muito se reproduz por acasalamento, que ocorre no
para a deterioração de materiais de bibliotecas e próprio acervo. Uma vez instalado, ataca não só o
arquivos, destacando que esses poluentes podem papel e seus derivados, como também a madeira
tanto vir do ambiente externo como podem ser do mobiliário, portas, pisos e todos os materiais à
gerando no próprio ambiente. base de celulose.
O ataque causa perda de suporte. A larva digere os
2. Agentes biológicos materiais para chegar à fase adulta. Na fase adulta,
acasala e põe ovos. Os ovos eclodem e o ciclo se
Os agentes biológicos de deterioração de acervos repete.
são, entre outros, os insetos (baratas, brocas, cupins), os Cupins (Térmitas) – Os cupins representam risco não
roedores e os fungos, cuja presença depende quase que só para as coleções como para o prédio em si.
exclusivamente das condições ambientais reinantes nas Os cupins percorrem áreas internas de alvenaria,
dependências onde se encontram os documentos. tubulações, conduítes de instalações elétricas,
rodapés, batentes de portas e janelas etc., muitas
- Fungos vezes fora do alcance dos nossos olhos.
Como qualquer outro ser vivo, necessitam de Chegam aos acervos em ataques massivos, através de
alimento e umidade para sobreviver e proliferar. estantes coladas às paredes, caixas de interruptores
O alimento provém dos papéis, amidos (colas), de luz, assoalhos etc.
couros, pigmentos, tecidos etc. A umidade é fator
indispensável para o metabolismo dos nutrientes e 3. Intervenções inadequadas nos acervos
para sua proliferação. Essa umidade é encontrada
na atmosfera local, nos materiais atacados e na Trata-se de procedimentos de conservação que
própria colônia de fungos. Além da umidade e realizamos em um conjunto de documentos com o
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

nutrientes, outras condições contribuem para o objetivo de interromper ou melhorar seu estado de
crescimento das colônias: temperatura elevada, degradação e que as vezes, resultam em danos ainda
falta de circulação de ar e falta de higiene. maiores.
As medidas para proteger o acervo de infestação de Por isso, qualquer tratamento que se queira aplicar
fungos são: exige um conhecimento das características individuais
- estabelecer política de controle ambiental, dos documentos e dos materiais a serem empregados
principalmente temperatura, umidade relativa e ar no processo de conservação.
circulante
- praticar a higienização tanto do local quanto
dos documentos, com metodologia e técnicas
adequadas;

144
4. Problemas no manuseio de livros e documentos Vários são os procedimentos que, apesar de simples,
são de grande importância para a estabilização dos
O manuseio inadequado dos documentos é um fator de documentos.
degradação muito frequente em qualquer tipo de acervo.
O manuseio abrange todas as ações de tocar no 8. Higienização
documento, sejam elas durante a higienização pelos
funcionários da instituição, na remoção das estantes ou A sujidade é o agente de deterioração que mais
arquivos para uso do pesquisador, nas foto-reproduções, afeta os documentos. A sujidade não é inócua e, quando
na pesquisa pelo usuário etc. conjugada a condições ambientais inadequadas, provoca
reações de destruição de todos os suportes num acervo.
5. Fatores de deterioração Portanto, a higienização das coleções deve ser um hábito
de rotina na manutenção de bibliotecas ou arquivos,
Como podemos ver, os danos são intensos e muitos razão por que é considerada a conservação preventiva
são irreversíveis. Apesar de toda a problemática dos por excelência.
custos de uma política de conservação, existem medidas
que podemos tomar sem despender grandes somas de - Processos de higienização
dinheiro, minimizando drasticamente os efeitos desses - Limpeza de superfície - o processo de limpeza de
agentes. acervos de bibliotecas e arquivos se restringe à limpeza
Alguns investimentos de baixo custo devem ser feitos, de superfície e, portanto, é mecânica, feita a seco, com o
a começar por: objetivo de reduzir poeira, partículas sólidas, incrustações,
‡WUHLQDPHQWRGRVSURÀVVLRQDLVQDiUHDGDFRQVHUYDomR resíduos de excrementos de insetos ou outros depósitos
e preservação; de superfície.
‡ DWXDOL]DomR GHVVHV SURÀVVLRQDLV D FRQVHUYDomR p - Avaliação do objeto a ser limpo - cada objeto
uma ciência em desenvolvimento constante e a deve ser avaliado individualmente para determinar se a
cada dia novas técnicas, materiais e equipamentos higienização é necessária e se pode ser realizada com
surgem para facilitar e melhorar a conservação dos segurança. No caso de termos as condições abaixo,
documentos); provavelmente o tratamento não será possível:
• monitoração do ambiente – temperatura e umidade • Fragilidade física do suporte
relativa em níveis aceitáveis; • Papéis de textura muito porosa
‡ XVR GH ÀOWURV H SURWHWRUHV FRQWUD D OX] GLUHWD QRV - Materiais usados para limpeza de superfície - a re-
documentos; PRomR GD VXMLGDGH VXSHUÀFLDO TXH HVWi VROWD VR-
• adoção de política de higienização do ambiente e EUHRGRFXPHQWR pIHLWDDWUDYpVGHSLQFpLVÁDQHOD
dos acervos; macia, aspirador e inúmeras outras ferramentas
‡FRQWDWRFRPSURÀVVLRQDLVH[SHULHQWHVTXHSRVVDP que se adaptam à técnica, como bisturi, pinça, es-
assessorar em caso de necessidade. pátula, agulha, cotonete;

6. Características gerais dos materiais empregados - Limpeza de livros


em conservação - Encadernação (capa do livro) – limpar com trincha,
SLQFHOPDFLRDVSLUDGRUÁDQHODPDFLDFRQIRUPHR
Nos projetos de conservação/preservação de acervos estado da encadernação;
de bibliotecas, arquivos e museus, é recomendado 0LROR OLYURHPVL ²VHJXUDUÀUPHPHQWHROLYURSHOD
apenas o uso de materiais de qualidade arquivística, lombada, apertando o miolo. Com uma trincha ou
isto é, daqueles materiais livres de quaisquer impurezas, pincel, limpar os cortes, começando pela cabeça
quimicamente estáveis, resistentes, duráveis. Suas do livro, que é a área que está mais exposta à su-
características, em relação aos documentos onde são jidade. Quando a sujeira está muito incrustada e
aplicados, distinguem-se pela estabilidade, neutralidade, intensa, utilizar, primeiramente, aspirador de pó
reversibilidade e inércia. de baixa potência ou ainda um pedaço de carpete
'HQWUR GDV HVSHFLÀFDo}HV SRVLWLYDV HQFRQWUDPRV sem uso;
vários materiais: os papéis e cartões alcalinos, os - O miolo deve ser limpo com pincel folha a folha,
poliésteres inertes, os adesivos alcalinos e reversíveis, os numa primeira higienização;
papéis orientais, borrachas plásticas etc., usados tanto - Oxigenar as folhas várias vezes.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

para pequenas intervenções sobre os documentos como


para acondicionamento. - Higienização de documentos de arquivo - mate-
riais arquivísticos têm os seus suportes geralmente
7. Critérios para a escolha de técnicas e de materiais quebradiços, frágeis, distorcidos ou fragmenta-
para a conservação de acervos dos. Isso se deve principalmente ao alto índice de
acidez resultante do uso de papéis de baixa qua-
Como já enfatizamos anteriormente, é muito lidade. As más condições de armazenamento e o
importante ter conhecimentos básicos sobre os materiais excesso de manuseio também contribuem para a
que integram nossos acervos para que não corramos o degradação dos materiais. Tais documentos têm
risco de lhes causar mais danos. que ser higienizados com muito critério e cuidado.

145
- Documentos manuscritos - os mesmos cuidados para com os livros devem ser tomados em relação aos manuscri-
tos. O exame dos documentos, testes de estabilidade de seus componentes para o uso dos materiais de limpeza
mecânica e critérios de intervenção devem ser cuidadosamente realizados.

- Documentos em grande formato


• Desenhos de Arquitetura – Os papéis de arquitetura (no geral em papel vegetal) podem ser limpos com pó de
borracha, após testes. Pode-se também usar um cotonete - bem enxuto e embebido em álcool. Muito sensíveis
à água, esses papéis podem ter distorções causadas pela umidade que são irreversíveis ou de difícil remoção.
• Posters (Cartazes) – As tintas e suportes de posters são muito frágeis. Não se recomenda limpar a área pictórica.
Todo cuidado é pouco, até mesmo na escolha de seu acondicionamento.
• Mapas – Os mapas coloridos à mão merecem uma atenção especial na limpeza. Em mapas impressos, desde que
em boas condições, o pó de borracha pode ser aplicado para tratar grandes áreas.

9. Pequenos reparos

Os pequenos reparos são diminutas intervenções que podemos executar visando interromper um processo de
deterioração em andamento. Essas pequenas intervenções devem obedecer a critérios rigorosos de ética e técnica e
têm a função de melhorar o estado de conservação dos documentos. Caso esses critérios não sejam obedecidos, o risco
de aumentar os danos é muito grande e muitas vezes de caráter irreversível.
Os livros raros e os documentos de arquivo mais antigos devem ser tratados por especialistas da área. Os demais
GRFXPHQWRVSHUPLWHPDOJXPDVLQWHUYHQo}HVGHVLPSOHVDPRGHUDGDV2VPDWHULDLVXWLOL]DGRVSDUDHVVHÀPGHYHP
ser de qualidade arquivística e de caráter reversível. Da mesma forma, toda a intervenção deve obedecer a técnicas
H SURFHGLPHQWRV UHYHUVtYHLV ,VVR VLJQLÀFD TXH FDVR VHMD QHFHVViULR UHYHUWHU R SURFHVVR QmR SRGH H[LVWLU QHQKXP
obstáculo na técnica e nos materiais utilizados.

FIQUE ATENTO!
Toda e qualquer procedimento acima citada obrigatoriamente deve ser feito com o uso dos EPIs – Equi-
pamentos de Proteção Individual – tais como avental, luva, máscara, toucas, óculos de proteção e pró-pé/
ERWDDÀPGHHYLWDUGLYHUVDVPDQLIHVWDo}HVDOpUJLFDVFRPRULQLWHLUULWDomRRFXODUSUREOHPDVUHVSLUDWyULRV
SURWHJHQGRDVVLPDVD~GHGRSURÀVVLRQDO

TIPOLOGIAS DOCUMENTAIS E SUPORTES FÍSICOS: PLFURÀOPDJHPDXWRPDomRSUHVHUYDomRFRQVHUYDomRH


restauração de documentos.

Segundo Bellotto (1989), a Tipologia Documental é a ampliação da Diplomática (ocupa-se da estrutura formal dos
atos escritos de origem governamental e/ou notarial) em direção à gênese documental, perseguindo a contextualização
nas atribuições, competências, funções e atividades da entidade geradora/acumuladora. Assim, o objeto da Diplomática
p D FRQÀJXUDomR LQWHUQD GR GRFXPHQWR R HVWXGR MXUtGLFR GH VXDV SDUWHV H GRV VHXV FDUDFWHUHV SDUD DWLQJLU VXD
autenticidade, enquanto o objeto da Tipologia, além disso, é estudá-lo enquanto componente de conjuntos orgânicos,
isto é, como integrante da mesma série documental, advinda da junção de documentos correspondentes à mesma
atividade. Nesse sentido, o conjunto homogêneo de atos está expresso em um conjunto homogêneo de documentos,
com uniformidade de vigência.
A Tipologia DocumentalFRPRSDUWHLQWHJUDQWHGDLGHQWLÀFDomR$UTXLYtVWLFDpHWDSDGRWUDWDPHQWRGRVGRFXPHQWRV
LQIRUPDo}HVHFRQKHFLPHQWRHVHIXQGDPHQWDQDPHWRGRORJLDGD'LSORPiWLFDSDUDLGHQWLÀFDURGRFXPHQWRFRQWLGR
nos arquivos 'LJLWDOL]DGRGLJLWDOSDSHOPLFURÀOPHHWF 
1HVVDFRQÀJXUDomRLQWHUQDGRGRFXPHQWRSRQWXDVHDOJXQVDVSHFWRVFRPRHVSpFLH 'HVLJQDomRGRGRFXPHQWR
VHJXQGRVHXDVSHFWRIRUPDO RWLSR HVSpFLHHPDLVDVXDÀQDOLGDGH²([(VSHFLH DWHVWDGRWLSR PpGLFR 
2WLSRGRFXPHQWDODJUHJDjHVSpFLHGRFXPHQWDOXPDDWLYLGDGHIXQomRÀQDOLGDGH
Já o SUPORTE pRPDWHULDOVREUHRTXDODVLQIRUPDo}HVVmRUHJLVWUDGDV([)LWDPDJQpWLFDÀOPHGHQLWUDWRSDSHO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

HD, CD, DVD, pendrive, nuvem.

0LFURÀOPDJHP

É o serviço de armazenamento e preservação de informações, através da captação das imagens dos documentos
SRUSURFHVVRIRWRJUiÀFR
$PLFURÀOPDJHPpXPDWpFQLFDTXHSURSLFLDXPDPDQHLUDSUiWLFDIiFLOHHFRQ{PLFDGHUHJLVWUDUGLVWULEXLUHORFDOL]DU
dados manuscritos, registros impressos ou ilustrados.

146
Seus principais benefícios são:

2XWURVDVSHFWRVUHOHYDQWHVTXDQWRjPLFURÀOPDJHPFRQIRUPHDLei nº 5.433/68TXH5HJXODDPLFURÀOPDJHPGH
GRFXPHQWRVRÀFLDLVHGiRXWUDVSURYLGrQFLDV

2VRULJLQDLVGRVGRFXPHQWRVDLQGDHPWUkQVLWRPLFURÀOPDGRVQmRSRGHUmRVHUHOLPLQDGRVDQWHVGHVHXDUTXLYD-
mento;
4XDQGRKRXYHUFRQYHQLrQFLDRXSRUPHGLGDGHVHJXUDQoDSRGHUmRH[FHSFLRQDOPHQWHVHUPLFURÀOPDGRVGRFX-
mentos ainda não arquivados, desde que autorizados por autoridade competente;
- Os documentos de valor histórico não deverão ser eliminados, podendo ser arquivados em local diverso da repar-
tição detentora dos mesmos;
eGLVSHQViYHORUHFRQKHFLPHQWRGDÀUPDGDDXWRULGDGHTXHDXWHQWLFDURVGRFXPHQWRVRÀFLDLVDUTXLYDGRVSDUD
HIHLWRGHPLFURÀOPDJHPHRVWUDVODGRVHFHUWLG}HVRULJLQDLVGHPLFURÀOPHV
(QWHQGHVHSRUPLFURÀOPHRUHVXOWDGRGRSURFHVVRGHUHSURGXomRHPÀOPHGHGRFXPHQWRVGDGRVHLPDJHQV
SRUPHLRVIRWRJUiÀFRVRXHOHWU{QLFRVHPGLIHUHQWHVJUDXVGHUHGXomR
2DUPD]HQDPHQWRGRÀOPHRULJLQDOGHYHUiVHUIHLWRHPORFDOGLIHUHQWHGRVHXÀOPHFySLD
$HOLPLQDomRGHGRFXPHQWRVDSyVDPLFURÀOPDJHPGDUVHiSRUPHLRVTXHJDUDQWDPVXDLQXWLOL]DomRVHQGRD
PHVPDSUHFHGLGDGHODYUDWXUDGHWHUPRSUySULRHDSyVDUHYLVmRHDH[WUDomRGHÀOPHFySLD
 2V WUDVODGRV DV FHUWLG}HV H DV FySLDV HP SDSHO RX HP ÀOPH GH GRFXPHQWRV PLFURÀOPDGRV SDUD SURGX]LUHP
HIHLWRVOHJDLVHPMXt]RRXIRUDGHOHGHYHUmRHVWDUDXWHQWLFDGRVSHODDXWRULGDGHFRPSHWHQWHGHWHQWRUDGRÀOPH
original;
2VPLFURÀOPHVHÀOPHVFySLDVSURGX]LGRVQRH[WHULRUVRPHQWHWHUmRYDORUOHJDOHPMXt]RRXIRUDGHOHTXDQGR
• autenticados por autoridade estrangeira competente;
• WLYHUHP UHFRQKHFLGD SHOD DXWRULGDGH FRQVXODU EUDVLOHLUD D ÀUPD GD DXWRULGDGH HVWUDQJHLUD TXH RV KRXYHU
autenticado;
• IRUHPDFRPSDQKDGRVGHWUDGXomRRÀFLDO

7LSRVPLFURÀOPDJHPGHVXEVWLWXLomR DSOLFDGDQRVDUTXLYRVFRUUHQWHVHLQWHUPHGLiULRV HPLFURÀOPDJHPGHSUH-


CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

servação (aplicada nos arquivos permanentes).

2. Automação.

É o gerenciamento eletrônico dos documentos que funciona com softwares e hardwaresHVSHFtÀFRVHXVDDVPtGLDV


ópticas para armazenamento.
7HPSRUÀQDOLGDGHRWLPL]DUHUDFLRQDOL]DUDJHVWmRGRFXPHQWDO
Permite, através de sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos, gerenciar a produção, uso e
destinação dos documentos arquivísticos produzidos em uma organização.

147
3. Preservação, conservação e restauração de documentos.

Conforme já visto acima, esses procedimentos podem ser conceituados como:

Preservar e conservar bens culturais (livros, documentos, objetos de arte, etc) é defendê-los da ação dos agentes
físicos, químicos e biológicos que os atacam.
Através desses procedimentos mantemos protegido o patrimônio documental e cultural, preservando assim a
história, seja de fatos ocorridos em uma organização como se preserva e, consequentemente, passa-se a diante toda a
história percorrida e vivida por uma sociedade.

Por isso, devem ser impedidos quaisquer danos e destruição causados pelas mais diversas ameaças conforme vimos
acima, mantendo assim, o registro das informações originais, para que essas auxiliem na construção de uma futura
geração, através da memória institucional que estará resguardada.
Fonte e texto adaptado de: www.agu.gov.br/CONARQ - Conselho Nacional de Arquivos/Murilo Billig Schäfer/Dijeison
7LDJR5D\VVD0DFHGR6LPRQH)UDQFLVFRGD6LOYD*HRUJH0HOR5RGULJXHV1RUPD&LDQÁRQH&DVVDUHV

EXERCÍCIOS COMENTADOS

1. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
O princípio da proveniência e o resultado de sua aplicação — o fundo de arquivo — impõem-se à arquivologia, pois
esta tem como objetivo administrar documentos de pessoas físicas ou jurídicas.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Certo” 2SULQFLSLRHPTXHVWmRÀ[DDLGHQWLGDGHGRGRFXPHQWR VHMDGHSHVVRDItVLFDRXMXUtGLFD DTXHPR


produziu, organizando-os de forma a obedecer a competência e às atividades de sua origem produtora.

2. (ABIN - 2018 CESPE) Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
Os arquivos de um órgão público existente há mais de cem anos fazem parte de um fundo aberto.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Certo” Se a instituição ainda está em atividade, como no caso, e continua gerando arquivo, trata-se de
fundo aberto.

3. (ABIN – 2018 - CESPE) Acerca de princípios e de conceitos arquivísticos, julgue o item que se segue.
A imparcialidade, como característica do documento de arquivo, diz respeito à criação, à manutenção e à custódia de
arquivos.

( ) CERTO ( ) ERRADO

148
Resposta: “Errado” Imparcialidade: refere-se ao fato 7. (FUB – 2014 - CESPE) Acerca da tabela de tem-
de que os documentos arquivísticos são inerentemente poralidade de documentos, julgue o próximo item.
verdadeiros. Os documentos arquivísticos retratam com A tabela de temporalidade de documentos de arquivo
ÀGHOLGDGHRVIDWRVHDWRVTXHDWHVWDP'HYHVHUHVVDOWDU é o instrumento de gestão arquivística responsável pela
que o contexto de produção dos documentos deve ser organização dos documentos.
levado em consideração para se extrair a verdade dos
fatos contidos nos registros documentais ( ) CERTO ( ) ERRADO
O enunciado se refere à autenticidade do arquivo.
Resposta: “Errado” A tabela de temporalidade é um
4. (ABIN – 2018 - CESPE) A respeito da gestão de docu- instrumento de destinação que determina prazos e
mentos, julgue o item a seguir. condições de guarda, não sendo responsável pela or-
A gestão de documentRVFRPSUHHQGHDGHÀQLomRGDSR- ganização desses documentos, sendo que essa, é um
lítica arquivística, a designação de responsabilidades, o WDUHIDGRSODQRGHFODVVLÀFDomR
planejamento do programa de gestão e a implantação
do programa de gestão.
8. (SEDF - 2017 – CESPE) Em relação aos conceitos e
( ) CERTO ( ) ERRADO princípios da arquivística, julgue o item a seguir.
De acordo com a teoria das três idades, arquivos podem
Resposta: “Certo” Por Gestão de Documento com- ser correntes, intermediários ou permanentes.
preende-se o conjunto de procedimentos e operações
técnicas referentes à sua produção, tramitação, uso, ( ) CERTO ( ) ERRADO
avaliação e arquivamento em fase corrente e interme-
diária, visando a sua eliminação ou recolhimento para Resposta: “Certo” Arquivo Corrente - Valor Primário -
a guarda permanente. Representa Fase Obrigatória
3ROLWLFDVDUTXLYLVWLFDVGHÀQLomRGHUHVSRQViYHLVSUR- Arquivo Intermediário - Valor Primário – Aguarda des-
grama de gestão, entre outras atividades, são decor- tino
rentes da implantação da Gestão de Documentos. Arquivo Permanente - Valor Secundário – Preservação
GHÀQLWLYD
5. (ABIN – 2018 - CESPE) No que se refere a protocolo,
julgue o item subsequente.
O protocolo providencia a tramitação dos documentos
de arquivo e toma decisões sobre as demandas contidas
neles.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Errado” $ÀQDOLGDGHSULQFLSDOGRSURWRFR-


lo é permitir que as informações e documentos sejam
administradas e coordenadas de forma concisa, otimi-
zada, evitando acúmulo de dados desnecessários, de
forma que mesmo havendo um aumento de produção
de documentos sua gestão seja feita com agilidade, ra-
pidez e organização.
Não inclui-se nesse processo, nenhuma tomada de
decisão.

6. (SEDF – 2017 - CESPE) Com relação às funções arqui-


YtVWLFDVGHFULDomRFODVVLÀFDomRHDYDOLDomRGHGRFXPHQ-
tos, julgue o item seguinte.
Documentos de um acervo que podem ser amplamen-
te divulgados à sociedade são considerados ostensivos
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

quanto à natureza do assunto.

( ) CERTO ( ) ERRADO

Resposta: “Certo” (PVHWUDWDQGRGHFODVVLÀFDomRGH


documentos, quando falamos da natureza do assunto,
falamos de assunto que pode ser divulgado ou de as-
sunto que requer restrição no acesso.
Ostensivo se refere ao se se revela, que se mostra, por-
tanto está correto, trata-se de assunto que tem livre
acesso.

149
7. (PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA – CESPE – 2017) O
fato de os indivíduos estabelecerem conexões humanas
HORA DE PRATICAR! uns com os outros favorece o trabalho coletivo, o que,
por sua vez, implica maior desempenho na execução das
1. (ABIN – CESPE – 2018) Julgue o próximo item, referen- atividades das organizações. Considerando-se essas in-
te ao conceito de gestão de pessoas e à função do órgão IRUPDo}HVpFRUUHWRDÀUPDUTXHDXQLGDGHGHWUDEDOKR
responsável pela gestão de pessoas nas organizações. fundamentada na sinergia denomina-se:
Do ponto de vista de gestão de pessoas, os empregados
vinculados à organização compõem o patrimônio físico a) repartição.
da organização. b) equipe.
c) grupo.
( ) CERTO ( ) ERRADO d) setor.
e) diretoria.
2. (ABIN – 2018 – CESPE) Julgue o próximo item, referen-
te ao conceito de gestão de pessoas e à função do órgão
responsável pela gestão de pessoas nas organizações.
É recomendado que os órgãos responsáveis pela gestão
de pessoas implementem políticas para aumentar a qua- GABARITO
lidade de vida no trabalho e garantir que as condições de
trabalho sejam excelentes para os empregados. 1 ERRADO
( ) CERTO ( ) ERRADO 2 CERTO
3 CERTO
3. (DPU – CESPE – 2016) Acerca da gestão de pessoas,
4 CERTO
função da área de gestão de pessoas, políticas e sistemas
de informações gerenciais, gestão de pessoas baseada 5 CERTO
em competências e aprendizagem organizacional, julgue 6 B
o item a seguir:
7 B
Os processos, as políticas e as práticas de gestão de pes-
soas alicerçam as decisões de organizações contemporâ-
neas no desenvolvimento da aprendizagem contínua das
SHVVRDVDÀPGHFRQWULEXLUSDUDRDOFDQFHGDHVWUDWpJLD
organizacional.

( ) CERTO ( ) ERRADO

4. (SEDF – CESPE – 2017) Com relação ao equilíbrio or-


ganizacional, liderança, motivação e objetivos da gestão
de pessoas, julgue o seguinte item:
A área de recursos humanos (RH) deve articular-se com
as demais áreas da organização para a elaboração de
planos estratégicos.
( ) CERTO ( ) ERRADO

5. (STM – CESPE – 2018) Julgue o item seguinte, relativo


à gestão e estrutura de organizações.
Líderes liberais são aqueles que adotam postura consultiva,
compartilhando com suas equipes a tomada de decisão.

( ) CERTO ( ) ERRADO
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

6. (TRT 7ª Região-CE – CESPE – 2017) “A motivação


depende do esforço despendido pelo empregado para
atingir um resultado e do valor atribuído por ele a esse
resultado.” Essa premissa se refere à teoria motivacional
denominada teoria

a) das necessidades de Maslow.


b) da expectativa.
c) da equidade.
d) behaviorista.

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