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Cálculo Diferencial e Integral IV

Anderson Cruz

Curso: Bacharelado em Ciências Exatas e Tecnológicas


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

2023.1

Anderson (UFRB) Cálculo IV 2023.1 1 / 40


1 Mudança de variáveis
Coordenadas Polares

2 Aplicações de Integrais Duplas

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Mudança de variáveis

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Teorema de Mudança de Variáveis

No Cálculo Integral para funções de uma variável real, vimos o método da substituição
para o cálculo de uma integral definida, como uma ferramenta para simplificar o cálculo,
por meio de uma mudança de variáveis. Tínhamos:

Zc Zg(d)
f (g(u))g 0 (u)du = f (x)dx
d g(c)

em que as variáveis u e x se relacionam por x = g(u). Gostaríamos de fazer algo


análogo para integrais duplas.

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Teorema de Mudança de Variáveis

Suponha que desejamos calcular f (x, y)dA e que tenhamos uma transformação
RR
B
suave ϕ tal que (x, y) = ϕ(u, v) e Buv tal que ϕ(Buv ) = B.

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Teorema de Mudança de Variáveis

Suponha que desejamos calcular f (x, y)dA e que tenhamos uma transformação
RR
B
suave ϕ tal que (x, y) = ϕ(u, v) e Buv tal que ϕ(Buv ) = B.
Suponha um retângulo Ruv suficientemente pequeno contido em Buv . Denotemos
(u0 , v0 ) um dos seus vértices e ∆u0 e ∆(v0 ) os comprimentos dos lados.

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Teorema de Mudança de Variáveis

Suponha que desejamos calcular f (x, y)dA e que tenhamos uma transformação
RR
B
suave ϕ tal que (x, y) = ϕ(u, v) e Buv tal que ϕ(Buv ) = B.
Suponha um retângulo Ruv suficientemente pequeno contido em Buv . Denotemos
(u0 , v0 ) um dos seus vértices e ∆u0 e ∆(v0 ) os comprimentos dos lados.
Temos que ~a = ϕ(u0 + ∆u0 , v0 ) − ϕ(u0 , v0 ) e ~b = ϕ(u0 , v0 + ∆(v0 )) − ϕ(u0 , v0 )
definem um paralelogramo que aproxima a área de R = ϕ(Ruv )

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Teorema de Mudança de Variáveis

Escrevendo ϕ(u, v) = (x(u, v), y(u, v)) temos que

~a = (x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 ))

e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))

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Teorema de Mudança de Variáveis

Escrevendo ϕ(u, v) = (x(u, v), y(u, v)) temos que

~a = (x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 ))

e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que

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Teorema de Mudança de Variáveis

Escrevendo ϕ(u, v) = (x(u, v), y(u, v)) temos que

~a = (x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 ))

e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )

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Teorema de Mudança de Variáveis

Escrevendo ϕ(u, v) = (x(u, v), y(u, v)) temos que

~a = (x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 ))

e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 )

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Teorema de Mudança de Variáveis

Escrevendo ϕ(u, v) = (x(u, v), y(u, v)) temos que

~a = (x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 ))

e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 )
∂x
∂v (u0 , v0 )∆v0 ≈ x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 )

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Teorema de Mudança de Variáveis

Escrevendo ϕ(u, v) = (x(u, v), y(u, v)) temos que

~a = (x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 ))

e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 )
∂x
∂v (u0 , v0 )∆v0 ≈ x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂v (u0 , v0 )∆v0 ≈ y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 )

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Teorema de Mudança de Variáveis

A área de R pode ser aproximada por


   
∂x ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y
∆u0 , , 0 × ∆v0 , ,0 = − ∆u0 ∆v0
∂u ∂u ∂v ∂v ∂u ∂v ∂v ∂u

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Teorema de Mudança de Variáveis

A área de R pode ser aproximada por


   
∂x ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y
∆u0 , , 0 × ∆v0 , ,0 = − ∆u0 ∆v0
∂u ∂u ∂v ∂v ∂u ∂v ∂v ∂u
Fazendo somas de Riemann-Darboux, considerando partições da região B em que
os elementos são regiões R imagens de retângulos da região Buv chegamos a
ZZ ZZ
∂(x, y)
f (x, y)dxdy = f (ϕ(u, v)) dudv
∂(u, v)
B Buv

∂(x, y) ∂x ∂y ∂x ∂y
em que = − é o Jacobiano de ϕ
∂(u, v) ∂u ∂v ∂v ∂u

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Teorema de Mudança de Variáveis

Teorema
Seja ϕ : Ω ⊂ R2 → R2 , Ω um subconjunto aberto, ϕ de classe C 1 , sendo
(x, y) = ϕ(u, v), com x = x(u, v) e y = y(u, v). Seja Buv ⊂ Ω compacto e com
fronteira de conteúdo nulo. Seja B = ϕ(Buv ). Suponhamos que:
ϕ(int(Buv )) = int(B)
ϕ é inversível no interior de Buv
∂(x, y)
6= 0 para todo (u, v) ∈ int(Buv )
∂(u, v)
Se f é integrável em B então
ZZ ZZ
∂(x, y)
f (x, y)dxdy = f (ϕ(u, v)) dudv
∂(u, v)
B Buv

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Exemplos

Exemplo 1
RR cos(x − y)
Calcule dA em que B é o trapézio 1 ≤ x + y ≤ 2, x ≥ 0 e y ≥ 0
B sen(x + y)

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Exemplos

Solução
Fazendo a mudança de variáveis
(
u=x−y
v =x+y

Transformamos a integral dupla acima em


ZZ
cos(u) 1
· dA = 1
sen(v) 2
Buv

em que Buv é o trapézio delimitado pelas retas v = 1, v = 2, u = v e u = −v

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Exemplos

Exemplo 2
Utilize a mudança de variáveis x = u2 − v 2 , y = 2uv para calcular a integral
RR
ydA,
R
em que R é a região limitada pelo eixo x e pelas parábolas y 2 = 4 − 4x e y 2 = 4 + 4x,
com y ≥ 0

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Exemplos

Solução
Esta mudança transforma a integral em
ZZ
2uv4(u2 + v 2 )dudv = 2
S

em que S = [0, 1] × [0, 1]

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Exemplos

Solução
Esta mudança transforma a integral em
ZZ
2uv4(u2 + v 2 )dudv = 2
S

em que S = [0, 1] × [0, 1] Seria necessária tal mudança de variáveis?

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Exercícios

Exercício 1
x−y
ZZ
Calcule I13 = dA, onde R é a região compreendida pelas retas x − y = 0,
x+y
R
1
x − y = 1, x + y = 1 e x + y = 3. Resp.: ln 3.
4
Dica: Use a seguinte mudança de variável do plano xy para o plano uv:

u=x+y e v = x − y.

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Exercícios
Exercício 2
ZZ
Calcule I14 = exy dA, onde R é a região compreendida pelas retas y = x e
R
1 2
y = 0, 5x e pelas curvas y = ey= . Resp.: 21 (e2 − e) ln 2.
x x
Dica: Use a seguinte mudança de variável do plano xy para o plano uv:
y
u= e v = xy.
x
Exercício 3
ZZ
2 −y 2
Calcule a integral I15 = (x + y)ex dA, onde R é a região delimitada pelas retas
R
x − y = 0, x − y = 2, x + y = 0 e x + y = 3. Resp.: 14 (e6 − 7).
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Exercícios

Exercício 4
ZZ
xy
Avalie a integral I16 = dA, onde R é a região delimitada pelas curvas
1 + x2 y 2
R
xy = 1, xy = 4, x = 1 e x = 4. Resp.: ln(2) ln 17 .

2

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Exemplos

Exemplo 3
Calcule sen(x2 + y 2 )dA em que B é o semicírculo x2 + y 2 ≤ 1, y ≥ 0.
RR
B

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Exemplos

Exemplo 4
Fazendo a mudança de variáveis:
(
x = r cos(θ)
y = r sen(θ)

Transformamos a integral dupla acima em


ZZ
π
sen(r2 )rdrdθ = (1 − cos(1))
2
Brθ

em que Brθ é o retângulo [0, 1] × [0, π].

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Coordenadas Polares

Coordenadas Polares × Coordenadas Cartesianas


Observando a Figura a seguir, recordem-se que as coordenadas polares (r, θ) de um
ponto estão relacionadas com as coordenadas retangulares (x, y) pelas equações:
r 2 = x2 + y 2 x = r cos θ y = r sen θ.

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Regiões

Região D - Retângulo Polar


Suponha que desejamos calcular f (x, y)dA em que a região D é uma das regiões
RR
D
abaixo:

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Regiões

Região D - Retângulo Polar


Considerando a transformação ϕ : R+ × [0, 2π] → R2 dada por
ϕ(r, θ) = (r cos(θ), r sen(θ)), temos que cada uma das regiões acima pode ser escrita
como a imagem de um retângulo

R = {(r, θ)| a ≤ r ≤ b, α ≤ θ ≤ β}

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Regiões

Região D - Retângulo Polar


Considerando a transformação ϕ : R+ × [0, 2π] → R2 dada por
ϕ(r, θ) = (r cos(θ), r sen(θ)), temos que cada uma das regiões acima pode ser escrita
como a imagem de um retângulo

R = {(r, θ)| a ≤ r ≤ b, α ≤ θ ≤ β}

Podemos aplicar o Teorema da Mudança de Variáveis para calcular a integral desejada.

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Mudança para Coordenadas Polares

Coordenadas Polares e a Integral Dupla


Como consequência do Teorema de Mudança de Variáveis, uma vez que o Jacobiano de
ϕ é r:

Proposição 1 (Mudança para Coordenadas Polares em uma Integral Dupla)


Se f é contínua no retângulo polar R = {(r, θ)| a ≤ r ≤ b, α ≤ θ ≤ β}, onde
0 ≤ β − α ≤ 2π, então
ZZ Z βZ b
f (x, y) dA = f (r cos θ, r sen θ) r drdθ. (1)
α a
R

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Aula 02

Exemplo 5
ZZ
Calcule (3x + 4y 2 ) dA, onde R é a região no semiplano superior limitada pelos
R
círculos x2 + y 2 = 1 e x2 + y 2 = 4.

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Aula 02

Resolução
1 Note que a região R está mostrada na Figura abaixo e pode ser descrita por
R = {(x, y)|y ≥ 0, 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 4}.

R em coordenadas polares é dada por R = {(r, θ)| 1 ≤ r ≤ 2, 0 ≤ θ ≤ π}.


ZZ
15π
2 Use a expressão (1) e conclua que (3x + 4y 2 ) dA = .
2
R

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Região D qualquer

Região D - Região Polar Qualquer


Podemos estender o que fizemos até aqui para regiões mais gerais, como vemos na
Figura abaixo.

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Integral numa região D qualquer

Proposição 2
Se f é contínua em uma região polar D = {(r, θ)| α ≤ θ ≤ β, h1 (θ) ≤ r ≤ h2 (θ)},
então ZZ Z β Z h2 (θ)
f (x, y) dA = f (r cos θ, r sen θ) r drdθ. (2)
α h1 (θ)
D

Observação 1
Podemos calcular a área da região D, limitada por θ = α, θ = β e r = h(θ). Para isto,
consideramos na expressão (2), em particular, f (x, y) = 1, h1 (θ) = 0 e h2 (θ) = h(θ).
Assim: ZZ Z β Z h(θ) Z β
1
A(D) = 1 dA = r drdθ = [h(θ)]2 dθ.
α 0 α 2
D

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Exemplo
Exemplo 6
Use a integral dupla para determinar a área contida em um laço da rosácea de quatro
pétalas r = cos(2θ).

Resolução
1 Faça o esboço da curva dada e note que um laço da rosácea de quatro pétalas
corresponde à região D = {(r, θ)| − π/4 ≤ θ ≤ π/4, 0 ≤ r ≤ cos(2θ)}.

π
2 Use a expressão para o cálculo da área e conclua que A(D) = .
8
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Exercícios

Exercício 5
Determine o volume do sólido que está sob o paraboloide z = x2 + y 2 , acima do plano

xy e dentro do cilindro x2 + y 2 = 2x. Resp.: .
2

Exercício 6
Calcule o volume do sólido compreendido entre a esfera x2 + y 2 + z 2 = 4a2 e o cilindro
4
x2 + y 2 − 2ay = 0. Resp.: a3 (3π − 4).
9

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Aplicações de Integrais Duplas

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Cálculo de momentos e centro de massa

Densidade e Massa
Em Cálculo II, aprendemos como calcular momentos e centro de massa de placas
finas ou lâminas de densidade constante usando as integrais unidimensionais.
Agora, com auxílio das integrais duplas, temos condições de considerar as lâminas
com densidade variável.
Suponha que uma lâmina L ocupe uma região D do plano xy e que sua densidade
(em unidades de massa por unidade de área) no ponto (x, y) em D é dada por
ρ(x, y), onde ρ é uma função contínua em D.

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Cálculo de momentos e centro de massa
Densidade e Massa
Isso significa que
∆m
ρ(x, y) = lim ,
∆A
onde ∆m e ∆A são a massa e a área de um pequeno retângulo que contém (x, y) e
tomamos o limite quando as dimensões do retângulo se aproximam de 0, como vemos
na Figura a seguir.

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Cálculo de momentos e centro de massa
Densidade e Massa
Com ideias análogas às que utilizamos nas Aulas 01 e 02, encontramos a massa total m
da lâmina, dividimos o retângulo R, contendo D, em sub-retângulos Rij , todos de
mesmo tamanho, como na Figura abaixo, e consideramos ρ(x, y) = 0 fora de D.

ZZ
Daí, podemos definir: m = ρ(x, y) dA.
D
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Cálculo de momentos e centro de massa

Observação 2
Outros tipos de densidade podem ser tratadas de maneira análoga. Por exemplo: se
uma carga elétrica está distribuída sobre uma região D e a densidade de carga (em
unidades de carga por unidade de área) é dada por σ(x, y) em um ponto (x, y) em D,
então a carga total Q é dada por
ZZ
Q= σ(x, y) dA.
D

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Exemplo
Exemplo 7
Uma carga está distribuída na região triangular D da Figura abaixo de modo que a
densidade de carga em (x, y) é σ(x, y) = xy, medida em coulombs por metro quadrado
5
(C/m2 ). Determine a carga total. Resp.: .
24

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Cálculo de momentos e centro de massa
Momentos e Centros de Massa
Em Cálculo II, definimos o momento de uma partícula em relação a um eixo como o
produto de sua massa pela distância (perpendicular) ao eixo. Com integrais duplas,
teremos definições semelhantes. Suponha que a lâmina L ocupe uma região D e
que tenha ρ(x, y) como função densidade.

Definição 1
1 Definimos o momento Zde
Z
L em relação ao: ZZ
1 eixo x por: Mx = y · ρ(x, y) dA e eixo y por: My = x · ρ(x, y) dA.
D D
My
2 Definimos as coordenadas (x̄, ȳ) do centro de massa de L, como sendo: x̄ =
m
Mx
e ȳ = , onde m é a massa da lâmina.
m
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Cálculo de momentos e centro de massa

Observação 3 (Centro de Massa)


Uma interpretação física da definição de centro de massa é que a lâmina se comporta
como se toda sua massa estivesse concentrada neste ponto. Assim, a lâmina permanece
horizontal quando equilibrada em seu centro de massa, como podemos ver na Figura
abaixo.

Exemplo 8
A densidade em qualquer ponto de uma lâmina semicircular é proporcional à distância
ao centro de um círculo. Determine o centro de massa da lâmina. Resp.: (0, 3a/2π)
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Cálculo de momentos e centro de massa

Momento de Inércia
Seja L uma lâmina que ocupa uma região D e que tenha ρ(x, y) como função
densidade. Estendendo a definição unidimensional do momento de inércia (ou segundo
momento) temos os seguintes conceitos:

Definição 2
1 Definimos o momentoZ Zde inércia de L em relação ao: ZZ
2
1 eixo x por: Ix = y · ρ(x, y) dA e eixo y por: Iy = x2 · ρ(x, y) dA.
D D
2 Definimos momento de inércia em relação à origem como sendo:
ZZ
I0 = (x2 + y 2 ) · ρ(x, y) dA = Ix + Iy .
D

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Cálculo de momentos e centro de massa

Observação 4 (Momento de Inércia)


O momento de inércia tem um papel em um movimento de rotação semelhante ao que a
massa tem em um movimento linear. O momento de inércia de uma roda é o que torna
difícil começar ou parar a rotação da roda, assim como a massa do carro dificulta seu
movimento inicial e a frenagem.

Exemplo 9
Determine os momentos de inércia Ix , Iy e I0 do disco homogêneo D com densidade
I0 πρa4
ρ(x, y) = ρ, centro na origem e raio a. Resp.: Ix = Iy = = .
2 4

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Áreas de superfícies

Área de uma Superfície


Usaremos também as integrais duplas para resolver o problema de calcular a área de
uma superfície dada como o gráfico de uma função de duas variáveis.

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Áreas de superfícies

Definição 3 (Área de uma Superfície)


Seja S a superfície com a equação z = f (x, y), onde f tem derivadas parciais contínuas.
A área de S é dada por
s  2  2
ZZ q ZZ
2 2
∂z ∂z
A(S) = 1 + [fx (x, y)] + [fy (x, y)] dA = 1+ + dA, ∀ (x, y
∂x ∂y
D D

onde fx e fy são contínuas.

Exemplo 10
Seja S a superfície dada pela porção de z = x2 + y 2 abaixo de z = 1. Calcule A(S).
π √
Resp.: (5 5 − 1)
6
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Considerações Finais e Referências

Considerações
Na aula de hoje apresentamos:
1 o Teorema de Mudança de Variáveis para integrais duplas;
2 integrais duplas em coordenadas polares;
3 algumas aplicações usando Integrais Duplas.

Referências
1 ANTON, H. Cálculo, vol. 2, 10ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
2 STEWART, J. Cálculo, vol. 2, 7ª ed . São Paulo, Cengage Learning, 2013.

Agradecemos a atenção!!!

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