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Anderson Cruz
2023.1
No Cálculo Integral para funções de uma variável real, vimos o método da substituição
para o cálculo de uma integral definida, como uma ferramenta para simplificar o cálculo,
por meio de uma mudança de variáveis. Tínhamos:
Zc Zg(d)
f (g(u))g 0 (u)du = f (x)dx
d g(c)
Suponha que desejamos calcular f (x, y)dA e que tenhamos uma transformação
RR
B
suave ϕ tal que (x, y) = ϕ(u, v) e Buv tal que ϕ(Buv ) = B.
Suponha que desejamos calcular f (x, y)dA e que tenhamos uma transformação
RR
B
suave ϕ tal que (x, y) = ϕ(u, v) e Buv tal que ϕ(Buv ) = B.
Suponha um retângulo Ruv suficientemente pequeno contido em Buv . Denotemos
(u0 , v0 ) um dos seus vértices e ∆u0 e ∆(v0 ) os comprimentos dos lados.
Suponha que desejamos calcular f (x, y)dA e que tenhamos uma transformação
RR
B
suave ϕ tal que (x, y) = ϕ(u, v) e Buv tal que ϕ(Buv ) = B.
Suponha um retângulo Ruv suficientemente pequeno contido em Buv . Denotemos
(u0 , v0 ) um dos seus vértices e ∆u0 e ∆(v0 ) os comprimentos dos lados.
Temos que ~a = ϕ(u0 + ∆u0 , v0 ) − ϕ(u0 , v0 ) e ~b = ϕ(u0 , v0 + ∆(v0 )) − ϕ(u0 , v0 )
definem um paralelogramo que aproxima a área de R = ϕ(Ruv )
e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )
e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 )
e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 )
∂x
∂v (u0 , v0 )∆v0 ≈ x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 )
e
~b = (x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 ), y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 ))
Relembre que
∂x
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ x(u0 + ∆u0 , v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂u (u0 , v0 )∆u0 ≈ y(u0 + ∆u0 , v0 ) − y(u0 , v0 )
∂x
∂v (u0 , v0 )∆v0 ≈ x(u0 , v0 + ∆v0 ) − x(u0 , v0 )
∂y
∂v (u0 , v0 )∆v0 ≈ y(u0 , v0 + ∆v0 ) − y(u0 , v0 )
∂(x, y) ∂x ∂y ∂x ∂y
em que = − é o Jacobiano de ϕ
∂(u, v) ∂u ∂v ∂v ∂u
Teorema
Seja ϕ : Ω ⊂ R2 → R2 , Ω um subconjunto aberto, ϕ de classe C 1 , sendo
(x, y) = ϕ(u, v), com x = x(u, v) e y = y(u, v). Seja Buv ⊂ Ω compacto e com
fronteira de conteúdo nulo. Seja B = ϕ(Buv ). Suponhamos que:
ϕ(int(Buv )) = int(B)
ϕ é inversível no interior de Buv
∂(x, y)
6= 0 para todo (u, v) ∈ int(Buv )
∂(u, v)
Se f é integrável em B então
ZZ ZZ
∂(x, y)
f (x, y)dxdy = f (ϕ(u, v)) dudv
∂(u, v)
B Buv
Exemplo 1
RR cos(x − y)
Calcule dA em que B é o trapézio 1 ≤ x + y ≤ 2, x ≥ 0 e y ≥ 0
B sen(x + y)
Solução
Fazendo a mudança de variáveis
(
u=x−y
v =x+y
Exemplo 2
Utilize a mudança de variáveis x = u2 − v 2 , y = 2uv para calcular a integral
RR
ydA,
R
em que R é a região limitada pelo eixo x e pelas parábolas y 2 = 4 − 4x e y 2 = 4 + 4x,
com y ≥ 0
Solução
Esta mudança transforma a integral em
ZZ
2uv4(u2 + v 2 )dudv = 2
S
Solução
Esta mudança transforma a integral em
ZZ
2uv4(u2 + v 2 )dudv = 2
S
Exercício 1
x−y
ZZ
Calcule I13 = dA, onde R é a região compreendida pelas retas x − y = 0,
x+y
R
1
x − y = 1, x + y = 1 e x + y = 3. Resp.: ln 3.
4
Dica: Use a seguinte mudança de variável do plano xy para o plano uv:
u=x+y e v = x − y.
Exercício 4
ZZ
xy
Avalie a integral I16 = dA, onde R é a região delimitada pelas curvas
1 + x2 y 2
R
xy = 1, xy = 4, x = 1 e x = 4. Resp.: ln(2) ln 17 .
2
Exemplo 3
Calcule sen(x2 + y 2 )dA em que B é o semicírculo x2 + y 2 ≤ 1, y ≥ 0.
RR
B
Exemplo 4
Fazendo a mudança de variáveis:
(
x = r cos(θ)
y = r sen(θ)
R = {(r, θ)| a ≤ r ≤ b, α ≤ θ ≤ β}
R = {(r, θ)| a ≤ r ≤ b, α ≤ θ ≤ β}
Exemplo 5
ZZ
Calcule (3x + 4y 2 ) dA, onde R é a região no semiplano superior limitada pelos
R
círculos x2 + y 2 = 1 e x2 + y 2 = 4.
Resolução
1 Note que a região R está mostrada na Figura abaixo e pode ser descrita por
R = {(x, y)|y ≥ 0, 1 ≤ x2 + y 2 ≤ 4}.
Proposição 2
Se f é contínua em uma região polar D = {(r, θ)| α ≤ θ ≤ β, h1 (θ) ≤ r ≤ h2 (θ)},
então ZZ Z β Z h2 (θ)
f (x, y) dA = f (r cos θ, r sen θ) r drdθ. (2)
α h1 (θ)
D
Observação 1
Podemos calcular a área da região D, limitada por θ = α, θ = β e r = h(θ). Para isto,
consideramos na expressão (2), em particular, f (x, y) = 1, h1 (θ) = 0 e h2 (θ) = h(θ).
Assim: ZZ Z β Z h(θ) Z β
1
A(D) = 1 dA = r drdθ = [h(θ)]2 dθ.
α 0 α 2
D
Resolução
1 Faça o esboço da curva dada e note que um laço da rosácea de quatro pétalas
corresponde à região D = {(r, θ)| − π/4 ≤ θ ≤ π/4, 0 ≤ r ≤ cos(2θ)}.
π
2 Use a expressão para o cálculo da área e conclua que A(D) = .
8
Anderson (UFRB) Cálculo IV 2023.1 26 / 40
Exercícios
Exercício 5
Determine o volume do sólido que está sob o paraboloide z = x2 + y 2 , acima do plano
3π
xy e dentro do cilindro x2 + y 2 = 2x. Resp.: .
2
Exercício 6
Calcule o volume do sólido compreendido entre a esfera x2 + y 2 + z 2 = 4a2 e o cilindro
4
x2 + y 2 − 2ay = 0. Resp.: a3 (3π − 4).
9
Densidade e Massa
Em Cálculo II, aprendemos como calcular momentos e centro de massa de placas
finas ou lâminas de densidade constante usando as integrais unidimensionais.
Agora, com auxílio das integrais duplas, temos condições de considerar as lâminas
com densidade variável.
Suponha que uma lâmina L ocupe uma região D do plano xy e que sua densidade
(em unidades de massa por unidade de área) no ponto (x, y) em D é dada por
ρ(x, y), onde ρ é uma função contínua em D.
ZZ
Daí, podemos definir: m = ρ(x, y) dA.
D
Anderson (UFRB) Cálculo IV 2023.1 31 / 40
Cálculo de momentos e centro de massa
Observação 2
Outros tipos de densidade podem ser tratadas de maneira análoga. Por exemplo: se
uma carga elétrica está distribuída sobre uma região D e a densidade de carga (em
unidades de carga por unidade de área) é dada por σ(x, y) em um ponto (x, y) em D,
então a carga total Q é dada por
ZZ
Q= σ(x, y) dA.
D
Definição 1
1 Definimos o momento Zde
Z
L em relação ao: ZZ
1 eixo x por: Mx = y · ρ(x, y) dA e eixo y por: My = x · ρ(x, y) dA.
D D
My
2 Definimos as coordenadas (x̄, ȳ) do centro de massa de L, como sendo: x̄ =
m
Mx
e ȳ = , onde m é a massa da lâmina.
m
Anderson (UFRB) Cálculo IV 2023.1 34 / 40
Cálculo de momentos e centro de massa
Exemplo 8
A densidade em qualquer ponto de uma lâmina semicircular é proporcional à distância
ao centro de um círculo. Determine o centro de massa da lâmina. Resp.: (0, 3a/2π)
Anderson (UFRB) Cálculo IV 2023.1 35 / 40
Cálculo de momentos e centro de massa
Momento de Inércia
Seja L uma lâmina que ocupa uma região D e que tenha ρ(x, y) como função
densidade. Estendendo a definição unidimensional do momento de inércia (ou segundo
momento) temos os seguintes conceitos:
Definição 2
1 Definimos o momentoZ Zde inércia de L em relação ao: ZZ
2
1 eixo x por: Ix = y · ρ(x, y) dA e eixo y por: Iy = x2 · ρ(x, y) dA.
D D
2 Definimos momento de inércia em relação à origem como sendo:
ZZ
I0 = (x2 + y 2 ) · ρ(x, y) dA = Ix + Iy .
D
Exemplo 9
Determine os momentos de inércia Ix , Iy e I0 do disco homogêneo D com densidade
I0 πρa4
ρ(x, y) = ρ, centro na origem e raio a. Resp.: Ix = Iy = = .
2 4
Exemplo 10
Seja S a superfície dada pela porção de z = x2 + y 2 abaixo de z = 1. Calcule A(S).
π √
Resp.: (5 5 − 1)
6
Anderson (UFRB) Cálculo IV 2023.1 39 / 40
Considerações Finais e Referências
Considerações
Na aula de hoje apresentamos:
1 o Teorema de Mudança de Variáveis para integrais duplas;
2 integrais duplas em coordenadas polares;
3 algumas aplicações usando Integrais Duplas.
Referências
1 ANTON, H. Cálculo, vol. 2, 10ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2014.
2 STEWART, J. Cálculo, vol. 2, 7ª ed . São Paulo, Cengage Learning, 2013.
Agradecemos a atenção!!!