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Indice
Introdução
Sem necessariamente conhecer a sua verdadeira estrutura ou os princípios sobre que assenta, o
cidadão comum identifica o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) como um montante
adicional que aparece discriminado, invariavelmente num talão ou numa factura, sempre que
adquire um bem ou alguém lhe presta um serviço, montante esse que inflaciona o preço a pagar.
Não obstante a maior ou menor percepção do contribuinte, enquanto imposto geral sobre o
consumo, o IVA, fruto da sua ubiquidade, condiciona inelutavelmente a vida dos cidadãos. De
facto, para viver, estes têm que consumir, e quando consomem pagam IVA. Trata-se, por
conseguinte, de um imposto com uma base de incidência muito ampla, que compreende, desde
actos tão simples e essenciais à própria sobrevivência humana, como actos mais complexos.
Imposto Sobre Valor Acrescentado- IVA
O Direito, reconhecendo os méritos deste conceito, apoderou-se da sua lógica e criou um novo
imposto – o IVA, – que surgiu pela primeira vez, em França, pela mão do inspector de finanças
Maurice Lauré2 . Pois bem, este imposto nasceu por ocasião da reforma fiscal levada a cabo em
França no ano de 1954. Com o propósito de aliviar os preços dos produtos sobre os quais incidia
um imposto indirecto, em cascata, designado “imposto sobre a produção”, Maurice Lauré,
partindo dele, e sem que tivesse alterado substancialmente a sua concepção, aperfeiçoou-o e
erigiu um novo tributo, cuja base de incidência passou a radicar simplesmente no valor
acrescentado dos produtos. A introdução deste imposto em França nos anos cinquenta,
evidenciou virtualidades tais, que convenceram o legislador comunitário a adoptá-lo, já em
finais da década de sessenta, na então Comunidade Económica Europeia.
Classificação do imposto
No que respeita à sua taxiologia, o IVA classifica-se como um imposto plurifásico 1. A sua
liquidação processa-se em todas as fases de produção e distribuição dos produtos, ou seja, em
toda a cadeia de fornecimento, na qual se incluem o produtor, o grossista e o retalhista. O
imposto é fraccionado por todos os operadores que participam nesse mesmo circuito.
Contudo, o IVA não se confunde com os impostos plurifásicos cumulativos ou em cascata, cuja
incidência abrange igualmente todas as fases da cadeia de fornecimento. É também um imposto
indirecto, pois segundo a teoria clássica, ele assenta no fenómeno da repercussão económica. O
sujeito passivo é quem paga o imposto às autoridades fiscais depois de o ter recebido do
adquirente como parte do preço. Nesta conformidade, o devedor do imposto não coincide com o
destinatário do mesmo. Com efeito, o contribuinte directo ou de direito, adquire a prerrogativa
1
O sistema plurifásico é aquele cuja tributação incide várias vezes no decorrer da cadeia de circulação de
uma determinada mercadoria ou serviço.
de repercutir a totalidade do imposto sobre o contribuinte indirecto ou de facto, o qual assume a
qualidade de verdadeiro suportador económico.
O IVA é classificado pela grande maioria da doutrina, como um imposto geral sobre o consumo,
– ainda que, para Joachim Englisch este imposto, tal como previsto na Directiva IVA, possa
considerar-se, estritamente, um imposto sobre a despesa para o consumidor final –, pois incide,
tendencialmente, sobre a generalidade dos bens e serviços consumidos por quem manifesta
capacidade contributiva.
Refira-se ainda que o IVA é um imposto de obrigação única. Os fiscalistas distinguem impostos
de obrigação única dos impostos de obrigação periódica, pela circunstância dos primeiros se
basearem num facto tributário instantâneo, enquanto os segundos assentarem num facto
tributário duradouro.
A conta de IVA no SNCRF de Cabo Verde : 244- Imposto sobre o Valor Acrescentado
(IVA)
Esta conta encontra-se na segunda classe- Contas a receber e a pagar do plano de contas do
SNCRF de Cabo Verde.
<< Esta conta destina-se a registrar as situações decorrentes da aplicação do Código do Imposto
sobre Valor Acrescentado.
Esta conta (subconta 2441) é debitada pelo IVA suportado nas diversas aquisições e
posteriormente creditada (após análise) por débito da subconta 2442 IVA dedutível.
O IVA suportado e não dedutível devera ser registado na conta de inventários, investimentos ou
de gastos associado à aquisição (o IVA suportado que se saiba de inicia não ser dedutível deve
ser registado imediatamente na conta associada como aquisições com IVA incluído e não
dedutível).
Esta conta regista também, a crédito, o IVA liquidado (subconta 2443 IVA – Liquidado) nas
vendas e outras situações previstas na lei. O apuramento é feito na subconta 2445 IVA-
Apuramento por anulação dos valores constantes em IVA dedutível, IVA liquidado e IVA
regularizações, sendo posteriormente transferido o saldo do apuramento para 2446 IVA – A
pagar (saldo credor) ou para 2447 IVA – A recuperar (saldo devedor), consoante o caso.
Para efeitos de controlo e de responder a solicitações de ordem fiscal as diversas contas devem
ser subdivididas em função das necessidades de informação concreta, entre outras a subdivisão
pelas diversas taxas de IVA.>>