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NORMA DE PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM Atualizada: 2019

Elaborada por:
Júlio Belo Fernandes
COLHEITA DE ESPÉCIMES PARA
Revisão científica:
ANÁLISE - BIOPSIA ÓSSEA E
MIELOGRAMA

DEFINIÇÃO
Procedimento interdependente de enfermagem que implica a colaboração na
realização da biópsia óssea (colheita de um pequeno fragmento de osso) e
mielograma (colheita de amostra de medula óssea) através da introdução de uma
agulha de biopsia óssea/mielograma no esterno/crista ilíaca.

OBJECTIVOS
 Diagnosticar uma doença.
 Avaliar a extensão e gravidade do processo de doença.

INFORMAÇÕES GERAIS

Quem executa
 O médico, com a colaboração do enfermeiro.

Horário
 De acordo com a situação clínica da pessoa, prescrição médica e avaliação de
enfermagem.

Orientações gerais para a execução


 Verifique a prescrição médica e a identificação da pessoa.
 Prepare os tubos de colheita adequados aos objetivos do procedimento. Em
caso de dúvida obtenha informação junto do laboratório, acerca das condições
da colheita, do transporte e da informação a registar nas requisições.
 Como regra geral, o fixador universal para biópsias e peças cirúrgicas é a
formalina a 10% (formol). Deve cobrir a totalidade da biópsia.
 Utilizar técnica asséptica.
 Verifique as condições das embalagens e respeite o prazo de validade da
esterilização.
 Explique à pessoa que pode ouvir ruído à introdução da agulha no osso, sentir
dor à medida que a medula é aspirada e ter sensibilidade dolorosa durante
alguns dias após a realização do exame.
 Após o exame é necessário repouso no leito durante 30 minutos, após o qual a
pessoa pode retomar as atividades.

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 Os locais anatómicos para realização do procedimento são as cristas ilíacas
região posterior/ anterior e esterno.

MATERIAL E EQUIPAMENTO

Tabuleiro com:

 Kit de mielograma/biópsia óssea


 Campos esterilizados, com e sem buraco (2)
 Cuvete reniforme esterilizada
 Bata descartável esterilizada
 Luvas esterilizadas
 Luvas limpas
 Máscara de proteção
 Seringas 5 cc e 10 cc
 Agulhas 20G, 21G e 24G
 Ampolas de anestésico (lidocaína 2%)
 Ampolas de citrato de sódio (2)
 Solução desinfetante
 Compressas esterilizadas
 Resguardo impermeável descartável
 Anestésico local
 Adesivo
 Tubos de colheita de sangue – hemograma (3)
 Frasco com formol (para a biópsia)
 Contentor para corto-perfurantes
 Contentor de resíduos hospitalares

PROCEDIMENTO
Intervenção Justificação
1. Consultar o processo da pessoa. 1. Conhecer a situação clínica da pessoa.

2. Lavar higienicamente as mãos. 2. Prevenir a infeção.

3. Preparar o material necessário para realizar 3. Economizar tempo e facilitar o


o procedimento. procedimento.

4. Verificar o estado de todas as embalagens e 4. Garantir a manutenção da assepsia.


os prazos da esterilização.

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5. Identificar a pessoa. 5. Assegurar a execução à pessoa certa.

6. Providenciar privacidade. 6. Assegurar o respeito pela privacidade.

7. Explicar o procedimento à pessoa e solicite 7. Obter o consentimento informado e a


a sua colaboração. colaboração.

8. Permitir que a pessoa coloque questões e 8. Esclarecer dúvidas existentes e diminuir


discuta qualquer problema que tenha o nível de ansiedade.
surgido.

9. Avaliar os sinais vitais. 9. Obter valores de referência.

10. Posicionar a pessoa de acordo com a sua 10. Facilitar a execução do procedimento.
situação e indicação médica:

 Decúbito dorsal com os braços em


extensão, alinhados com o corpo, expondo
o esterno (mielograma);
 Decúbito ventral com as mãos sob a face
(biópsia/mielograma);
 Decúbito lateral (biópsia/mielograma).

11. Colocar o resguardo impermeável sob a 11. Proteger o ambiente.


pessoa.

12. Lavar as mãos. 12. Prevenir a infeção.

13. Preparar e disponibilizar o material 13. Permitir a execução do procedimento.


esterilizado.

14. Colaborar com o médico na execução da 14. Permitir a execução do procedimento.


técnica: nomeadamente na desinfeção da
pele, instilação do anestésico, recolha dos
produtos orgânicos e realização de penso.

15. Realize penso compressivo. 15. Diminuir o risco de hemorragia e


infeção.

16. Realizar a triagem dos resíduos 16. Reduzir o risco de acidentes com
hospitalares para os contentores, e corto-perfurantes, prevenir
encaminhar material para a esterilização. contaminação e manter a unidade da
pessoa arrumada.

17. Retirar as luvas e descarte-as no contentor 17. Assegurar a correta triagem de


de resíduos hospitalares adequado. resíduos hospitalares.

18. Lavar higienicamente as mãos. 18. Prevenir infeções.

19. Assegurar o conforto da pessoa após o 19. Eliminar ou diminuir a dor.


procedimento.

20. Proceder aos respetivos registos. 20. Confirmar a realização do


procedimento e assegurar a
continuidade de cuidados.

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BIBLIOGRAFIA

Dougherty, L., & Lister, S. (2011). The Royal Marsden Hospital Manual of Clinical
Nursing Procedures (8ª ed.). Oxford: Wiley-Blackwell.
Laboratório de Anatomia Patológica. (2017). Normas de colheita: Manual de apoio a
colheitas | Anatomia patológica. Unilabs company.
Ministério da Saúde, & Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. (2004).
Orientações para a elaboração de um manual de boas práticas em
bacteriologia. Instituto Nacional de Saúde, Dr. Ricardo Jorge, & Observatório
Nacional da Saúde

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