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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL

PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU


SEGURANÇA PÚBLICA E FRONTEIRAS

GRANDES ROUBOS ÀS INTITUIÇÕES FINANCEIRAS: ULTRAPASSANDO FRONTEIRAS


BRASILEIRAS

Autor: Vinícius de Souza Almeida


Capitão da Polícia Militar - MS
e-mail: souzalmeida@gmail.com

Orientador: Rogério Turella


Professor na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
e-mail: turella@uems.br.

SUMÁRIO – 1.Introdução; 2.A evolução do Novo Cangaço; 3.Grandes Roubos a Base de Valores; 4.Grandes
Roubos às Instituições Financeiras nas Fronteiras Brasileiras: Brasil/Paraguai e Brasil/Bolívia; 5. Grandes
Roubos às Instituições Financeiras e a Facção Criminosa Primeiro Comando da Capital; 6.Conclusão;
7.Referências.

RESUMO: O artigo retrata as atuações dos grupos criminosos chamados de novos cangaceiros, frente
à modalidade conhecida como novo cangaço, ações essas que evoluíram para os grandes roubos às
instituições financeiras. O objetivo é compreender a dinâmica desta modalidade de crime; descrever o
processo de expansão territorial em âmbito nacional e internacional; e analisar os aspectos correlatos
com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital – PCC, por meio de pesquisas bibliográficas. Os
resultados obtidos se referem ao crescimento destas ações violentas, frequentemente empregadas em
cidades do Brasil e, recentemente, nas fronteiras brasileiras junto ao Paraguai e a Bolívia. Assim,
conclui-se que o crime, configurado como grandes roubos às instituições financeiras, vem se
alastrando consideravelmente no país e preocupando as autoridades da segurança pública nos países
fronteiriços. Ademais, existem algumas ligações destas atuações criminosas com integrantes do PCC,
nas ações individuais que independe dos preceitos ideológicos da facção.
Palavras-chave: Novo Cangaço; Grandes Roubos; Instituições Financeiras; Facção Criminosa;
Primeiro Comando da Capital (PCC).
ABSTRACT: This article refers about criminal groups called cangaceiros, compared the modality known
as "novo cangaço", actions that have evolved into the big robberies of financial institutions. The purpose
is to understand the dynamics of this type of crime; describe the process of territorial expansion at the
national and international levels; and to analyze aspects about the criminal organization called Primeiro
Comando da Capital - PCC, through bibliographical research. The results refers to the growth of these
violent actions, frequently employed in cities in Brazil and, recently, in the Brazilian frontiers with
Paraguay and Bolivia. Thus, it was concluded that the crime set up as major robberies to financial
institutions has been spreading considerably in the country, and worrying authorities of public security in
the border countries. In addition, there are some connections of these criminal actions with members of
the PCC in the individual actions that independent of the ideological precepts of the faction.
Keywords: Novo Cangaço; Big robberies; Financial Institutes; Criminal organization; Primeiro
Comando da Capital (PCC).
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1 Introdução

Inúmeros roubos contra instituições financeiras são constatados no Brasil, principalmente as


que empregam ações violentas. De acordo com Mello (2004) grupos salteadores armados são
evidenciados desde o século XVI e o surgimento do cangaço no Nordeste brasileiro, que utilizava de
ações violentas para o roubo de grandes valores, foi o primeiro fenômeno, desta natureza, a ser
estudado de forma detalhada.
À época, as ações eram as tomadas de cidades interioranas e o policiamento era bastante
ineficiente, visto que os “cangaceiros” utilizavam a caatinga como refúgio; viviam errantes em bando; e
possuíam identidade de grupo, sendo Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, o cangaceiro mais famoso
do Brasil (PERICÁS, 2010; OLIVEIRA, 2002).
Para Chandler (1981) o cangaço, no tempo de Lampião, era ignorado por alguns e, somente
após o aumento considerável das ações ilícitas passou a ser tratado com atenção plena e, assim a
obter investimentos do governo federal, na área de segurança pública, com intuito de enfrentamento,
lançando tropas especiais com estratégias de guerra para dar fim aos bandos.
França (2016) descreve o Cangaço como a manifestação social presente no Nordeste
brasileiro em que, desde a época de Lampião, a população interiorana nordestina vem sendo investida
de uma cultura de resolução de conflitos sociais, que se utiliza da violência privada por meio da
vingança. Ademais, há de se ressaltar questões sobre os investimentos do “milagre econômico1”
brasileiro que contribuíram para o ressurgimento do Cangaço, popularmente conhecido como novo
cangaço, que surge na década de 80 no mesmo território.
De acordo com Costa (2016), os assaltos as instituições bancárias que mais causam
repercussão são os que geram maiores prejuízos a sociedade pela violência, emprego de armamento
pesado e ligações com organizações criminosas (que utilizam o tráfico de drogas como principal
atividade).
Em Pernambuco a Polícia Militar cria, no ano de 1996, a Companhia Independente de
Operações de Sobrevivência na Área de Caatinga (CIOSAC) como resposta da segurança pública que
passa a ser efetiva no que concerne à atuação tática de repressão frente às ações dos novos
cangaceiros. Porém, os roubos a instituições de valores não cessaram, pois, consequente ao
aprisionamento dos integrantes dos bandos, estes ensinavam e aliciavam presos comuns para práticas
futuras contra instituições financeiras (FRANÇA, 2016).

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Período da história brasileira entre 1969 e 1973 em que é marcado pelo repentino e forte crescimento da
economia. O milagre somente foi possível pelo Programa de Ação Econômica do Governo – PAEG criado em
1964 no regime militar.
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Justifica-se este trabalho, à medida que a continuidade deste modus operandi fez com que o
crime se especializasse e ultrapassasse fronteiras. As ações de assaltos a bancos, ataques a
carros-fortes e ataques a base de valores, tornaram-se corriqueiras no país; começaram a aparecer
algumas participações de criminosos membros integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da
capital (PCC), que chamaram a atenção das autoridades policiais e, assim, iniciou-se o processo de
expansão fronteiriça desta modalidade de crime para o Paraguai e Bolívia, que culminou na
necessidade de um efetivo planejamento estratégico, das corporações policiais, que objetivasse a
credibilidade na missão de preservação da ordem pública.
Neste sentido, como alerta a essa questão, este trabalho analisa a dinâmica da evolução do
novo cangaço, os grandes roubos contra instituições financeiras, a perspectiva considerando o foco da
fronteira brasileira com o Paraguai e Bolívia, e ainda a influência do Primeiro Comando da Capital
(PCC) nesses crimes. Para tal, utiliza-se da pesquisa metodológica bibliográfica feita a partir do
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros,
artigos científicos e páginas de web sites.

2 A evolução do Novo Cangaço


As origens do cangaço estão nas questões fundiárias e sociais do Nordeste, cenário este que
isolados ou em bandos, criminosos cometiam crimes de violência como: assalto a fazendas, sequestro,
homicídios e saqueavam o que podiam. Esses bandos viviam cometendo crimes, fugindo e se
refugiando pelo sertão nordestino (OLIVEIRA, 2002).
Mello (2009) discorre que alguns grupos de cangaceiros fizeram do cangaço um meio de vida
e outros como forma de vingança das brigas entre os chamados “clãs”. Em outra vertente, Pericás
(2010) afirma que o surgimento do cangaço no Nordeste se deu pela forma que os grandes
latifundiários tratavam as classes menos favorecidas, em destaque a exploração do trabalho análogo a
escravo, baixas remunerações e carga de trabalho abusiva. Tudo isto contribuía para que estes
fugissem da pobreza e, exaurindo sua revolta, aderissem à bandos saqueadores para sobrevivência.
Assim, os grupos criminosos dos cangaceiros, que atuaram no fim do século XIX eram
configurados pela união de familiares e depois iam incorporando outros que tivessem algum grau de
parentesco, direto ou indireto e somente depois outras pessoas da região (PÉRICAS, 2010).
Na pesquisa literária realizada por Cardoso (2016), sobre a origem do cangaço, explica-se:
Este fenômeno social decorreu de uma complexa mistura de ausência de um Estado de
Direito nos rincões mais distantes dos grandes centros urbanos; das disputas políticas e
econômicas pelo domínio das propriedades rurais; das rivalidades entre clãs de famílias
diferentes em torno dos latifúndios ou pequenas propriedades; da cultura de formação de
grupos armados para defesa das propriedades, bem como das características culturais e
ambientais da região sertaneja, tornando peculiar à região do Nordeste o desenvolvimento
do cangaço como forma e estilo de vida para alguns sertanejos. (CARDOSO, 2016, p. 17).
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Desde a era de Lampião, a população interiorana nordestina é investida de uma cultura


própria em que muito dos problemas são resolvidos a base da força e da brutalidade. Possui
característica de um povo sofrido, rústico e castigado pelo modo de vida e clima regional.
Na década de 80 surge, no nordeste brasileiro, um fenômeno conhecido como novo cangaço.
Costa (2016) diz que a expressão novo cangaço remete ao movimento liderado por Lampião em
meados do século XIX, onde invadiam e saqueavam os povoados, utilizando violência e pelas suas
ações destemidas, desafiavam as forças de segurança pública.
França (2016) discorre que com as mortes de Lampião (em 1938) e de Corisco (outro famoso
cangaceiro do bando de Lampião), em 1940, o “cangaço” chega oficialmente ao fim, porém o
banditismo nunca saiu do sertão vez que a população ainda continha a cultura de resolver os conflitos
sociais empregando a violência em forma de vingança. Assim, o Cangaço não demora muito para ser
resgatado e a ficar conhecido como novo cangaço.
Para o autor o crescimento econômico no nordeste brasileiro e a consequente abertura de
grandes fazendas-empresas na zona rural nordestina, fez com que inúmeras agências bancárias em
cidades interioranas de pequeno porte fossem criadas. Assim, o fluxo financeiro elevado viabilizou o
ambiente favorável ao surgimento do novo cangaço e a ligação entre o velho e o novo cangaço é
pautada nos elos de conflitos familiares e do cangaço como meio de vida.
Com o surgimento do novo cangaço, as famílias Carneiro, no Rio Grande do Norte, e
Araquãs e Benvindos, no estado de Pernambuco, se tornaram as mais expressivas nos assaltos à
bancos. Pesquisas de França (2016) revelam que a morte de um membro da família Carneiro, por um
policial em 1972, foi o foco inicial da vingança familiar que, após membros da família sofrerem
perseguições policiais e para não morrerem de “braços cruzados”, iniciaram na criminalidade,
tornando-se um bando de origem familiar, com ações inicialmente de manutenção das necessidades
básicas e principalmente, como obtenção de recursos para enfrentarem os considerados “opositores”.
De forma similar, as famílias Araquãs e Benvindos entraram em guerra, mataram uns aos
outros por questões de honra, entraram para o crime e viraram bandos com ações criminosas voltadas
para o financiamento das guerras contra o rival, sustentando, assim, a estrutura criminosa. Logo, as
ações de ataques a instituições financeiras tiveram como objetivo financiar a disputa entre os clãs e
não o enriquecimento fácil (FRANÇA, 2016).
Assim, pelas características à época, os bandos dos novos cangaceiros, das décadas 80 e
começo dos anos 90, tinham muita similaridade com o cangaço antigo, tanto nos objetivos quanto nas
estruturas dos seus membros, pois estes também tinham grau parentesco ou eram próximos. Por isso
o autor relata que esses bandos podem e devem ser chamados de Novos Cangaceiros.
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As semelhanças entre o cangaço de Lampião e o novo cangaço são as táticas utilizadas


como ataque a cidades pequenas, utilização de armas e emprego de reféns, saques e pilhagem, porém
a motivação das ações se difere, pois, uma vez que o bando de Lampião possuía caráter político
social, sendo a vingança privada e o enfrentamento as ordens estatais, o novo cangaço subtraem
honorários de instituições bancárias com o objetivo de capitalizar investimentos em outras atividades,
tanto lícitas como ilícitas (COSTA, 2016).
É neste viés que Rodrigues (2018, no prelo), enfoca no entendimento de ideologia dos novos
cangaceiros, revelando que, a partir dos anos 1990, os criminosos perceberam que a estrutura
montada para “guerrearem” com os bandos rivais, poderia ser utilizada e explorada como meio de vida.
Dessa forma, as ações do novo cangaço têm como objetivo final não mais financiar as disputas
familiares, mas sim a obtenção de recursos para enriquecimento fácil.
Pericás (2010) relata que os grupos criminosos dos cangaceiros, que atuaram no fim do
século XIX, eram configurados inicialmente pela união de familiares que, após um tempo, incorporavam
outros membros com algum grau de parentesco (direto ou indireto) e, posteriormente, foram
introduzidas outras pessoas da região.
Entre os anos 80 e 90, com o tráfico de drogas do estado de Pernambuco para outros
estados da federação, em especial São Paulo e Rio de Janeiro, muitas pessoas começaram a ser
presas (tanto os pernambucanos, que traficavam drogas para outros estados, quanto os que vinham de
outros estados para Pernambuco com fins do tráfico), promovendo, assim, o intercâmbio prisional entre
os estados. Consequentemente, nos anos 2000 presos por assaltos a banco foram redistribuídos em
penitenciárias estaduais e levaram as ações provenientes das quadrilhas do novo cangaço, do
Nordeste, para outros estados brasileiros. Logo, em âmbito nacional, as forças de segurança
começaram a se deparar com o crescente avanço do novo cangaço, que passou a ser alvo de estudos
e planejamento estratégico pelo governo objetivando o enfrentamento (RODRIGUES, 2018, no prelo).
De acordo com o Manual de Investigação de crime de roubo de valores do Departamento da
Polícia Federal (OLIVEIRA e BEZERRA, 2011) o novo cangaço ou tomada de cidade é considerada
uma associação criminosa que rouba instituições financeiras apresentando, normalmente,
características de subjugação da força policial local por parte do grupo criminoso que apresenta as
seguintes características:
1. Existência de um planejamento de ação criminosa;
2. Número variável de 5 (cinco) a 10 (dez) ou mais integrantes;
3. Uso de armas de uso restrito da polícia e das forças armadas;
4. Grande comoção social nas ações em razão da violência empregada;
5. Assaltos em cidades com população inferior a 50 (cinquenta) mil habitantes em geral.
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Com a evolução das ações do novo cangaço para o novo cangaço noturno, os criminosos
conseguiam obter lucros mais expressivos com o mínimo de risco possível, visto que ocorriam nas
madrugadas e os riscos de confronto com policiais eram minimizados, evitando mortes deles próprios
como de reféns ou policiais, garantindo então uma pena mais branda, em caso de prisão (FRANÇA,
2016).
Conforme Rodrigues (2018, no prelo), as ações do novo cangaço noturno rapidamente são
expandidas a outros estados da Federação, e sua evolução pode afetar grande parte da população em
um futuro breve caso medidas urgentes não forem tomadas.
É fato que hoje os assaltos a instituições de valores modificaram e registram, nos vários
roubos de um passado recente ao presente, mais de 10 (dez) integrantes, chegando até o expressivo
número de 60 (sessenta) pessoas, como foi o assalto ocorrido na Ciudad Del Leste, no Paraguai
(demonstrado no item 4 deste artigo). E, em relação as ocorrências em cidades com população inferior
a 50 mil habitantes, os ataques chegaram a cidades grandes como Campinas/SP, Santos/SP e
Recife/PE.
Logo, o que é fonte de estudo deste trabalho serão os roubos contra as instituições
financeiras, que incidem em padrões similares (ou para mais) aos dispostos no manual da Polícia
Federal acima referenciado.

3 Grandes Roubos a Base de Valores

Uchôa (2017) destaca os sucedidos ataques às bases transportadoras de valores pelo país
afora, além nos inúmeros ataques a carros-fortes e às equipes de vigilantes, ocorridos em menos de 18
meses. Esta nova modalidade de crime contra o patrimônio segue, em linhas gerais, as características
dos roubos a bancos e suas variáveis. Porém, com características próprias e inovadoras, visto que o
modus operandi requer quantidade elevada de assaltantes, que são divididos, estrategicamente, em:
financiadores, primeiro, segundo e terceiro escalão.
Rodrigues (2018, no prelo) frisa o ataque a base de valores na cidade de Campinas/SP
ocorrido no mês de novembro, de 2015, como um novo marco na modalidade novo cangaço que
passa, desde então, a ser assimilada e potencializada em suas ações anteriores. Considera os ataques
a base de valores como uma evolução da ação do novo cangaço ou tomada de cidade, tendendo a se
elevar, como um próximo passo, ao domínio de cidades, o que significa a subjugação da população de
um determinado local por onde os criminosos atacariam os alvos múltiplos com explosões de roubos
simultâneos, atacariam presídios para libertação de presos e executariam pessoas consideradas
“desafetos”.
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Visto que as empresas, transportadoras de valores, são responsáveis pela proteção de


milhões de reais que circulam pelo Brasil e por bilhões de reais que permanecem em custódia
diariamente no País; as fazem alvo em potencial para as quadrilhas especializadas em assaltos as
transportadoras de valores, que traumatizam o Brasil por agirem com extrema violência e descaso com
a reação policial (UCHÔA, 2017).
O referido autor explica que, ao enfrentar a problemática dos roubos de valores (gênero), o
objetivo final ou principal não é proteger o patrimônio dos bancos, via de regra já cobertos por
seguradoras, mas sim atacar toda uma gama de crimes associados, “crimes meios” e “crimes
decorrentes”, bem como o enorme e incalculável prejuízo social causado tanto pela interrupção de
serviços, quanto pelo aumento de preço de seguros, onerando, dessa forma, a cadeia produtiva. Há,
ainda, toda uma glamourização de certos criminosos que, por suas trajetórias, passam a ser
referências para jovens em situação de vulnerabilidade. Os grupos que têm atacado as bases de
valores vêm realizando tais ações utilizando em média 40 (quarenta) criminosos na ação direta,
contando ainda com outra rede de apoio.
Para Rodrigues (2018, no prelo) houve um aumento significativo nos valores subtraídos pelos
criminosos na última década, principalmente depois da tendência a ataques a base de valores, de
novembro de 2015 a novembro de 2017 tem-se cerca de R$ 236 milhões roubados contra R$ 433
milhões de 1990 a 2014, ou seja, os dois últimos anos representam mais de 54% de todas as ações
contra instituições financeiras num período de 25 anos.
Dessa forma, os criminosos estão desenvolvendo uma expertise própria de grupos
paramilitares, cujo posicionamento, procedimentos, armamento, rapidez, disposição e preparo para
eventual enfrentamento com a polícia, torna o cenário de um ataque a bases de valores um
pandemônio, que num possível confronto, com antecipação da força policial, poderá infligir pesadas
baixas aos dois lados; Há uma potencial ameaça de perpetuação do ciclo vicioso, pois o segundo ou
terceiro escalões desses grupos podem vir a planejar e executar outros crimes, sem a cúpula que
idealizou os primeiros ataques. Algo semelhante ocorreu com a dispersão dos grupos de ataques a
caixas eletrônicos na década passada (UCHÔA, 2017).

4. Grandes roubos às instituições financeiras nas fronteiras brasileiras: Brasil/Paraguai e


Brasil/Bolívia
De acordo com a na publicação da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério
da Justiça e Cidadania, intitulada Políticas de Segurança Pública nas Regiões de Fronteira da União
Européia (BRASIL, Ministério da Justiça e Cidadania, 2016) o Brasil é localizado no continente
sul-americano e possui 24.253 km de fronteira, dos quais 7.367 km marítimos ao leste banhado pelo
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Oceano Atlântico e 16.886 km da foz do rio Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa, ao arroio
Chuí, ao sul com o Uruguai. Além disso, faz fronteira com a maioria dos países da América do Sul, com
exceção apenas de Chile e Equador.
Essa extensa linha fronteiriça, equivale à distância de Brasília a Pequim, na China. A faixa de
fronteira foi estabelecida numa distância de 150 km da linha que divide os países, sendo 10 países, 11
estados federados e 588 municípios estão nesta área, que impõem aos órgãos de segurança pública o
desafio de prevenir e reprimir os crimes delimitados a este espaço.
A fronteira brasileira tem como características a produção/exportação de drogas e outros
ilícitos como é o caso de Paraguai, Bolívia e Colômbia e as organizações criminosas preferem atuar
nas fronteiras, pois assim conseguem dominar in loco o tráfico internacional de drogas, enviando para
diversos países de outros continentes.
Em uma série de três reportagens da ÉPOCA, em 2017, pode-se observar a entrada do
Comando Vermelho, no final da década de 1990, no Paraguai:
A primeira facção criminosa brasileira a entrar no Paraguai foi a carioca Comando Vermelho
(CV), no final da década de 1990. Naquele tempo, o sotaque arrastado e a cor de pele mais
escura que a dos locais despertaram curiosidade – e colocaram a polícia em alerta. Em
1997, o traficante Fernandinho Beira-Mar fugiu de um presídio em Belo Horizonte para a
região. A maconha até então dominava o comércio ilegal e a cocaína era um produto de
menor escala no país. Beira-Mar se associou a um importante produtor da região, a família
Morel, e começou a mandar maconha e cocaína para o Rio de Janeiro e São Paulo. Primeiro
por terra, escondendo a substância em caminhões; depois por ar, usando pequenos aviões.
Os pilotos saíam da fronteira de madrugada, aterrissavam com a mercadoria no interior de
São Paulo e, de lá, era feita a distribuição. (ÉPOCA, 2017)

Para o Coronel do exército Colombiano, Beltran Castor (2016) a violência, associada com a
disputa pelo poder nas redes de mercados ilegais, é um dos efeitos do narcotráfico nos países
produtores, que tem como consequência a modificação dos cartéis para o crime organizado,
caracterizado pela violência e o financiamento de atividades ilícitas mediante recursos de emprego do
narcotráfico.
Ainda segundo a reportagem, o Paraguai é entreposto no tráfico de cocaína produzido na
Bolívia, Peru e Colômbia. Pois, a fronteira seca e a facilidade em lavar dinheiro tornam o lugar propício
para as organizações criminosas que se utilizam do tráfico como maior atividade.
Em pesquisa sobre o controle das fronteiras brasileiras, D´Angelo e Santos (2017) concluíram
ser esse um desafio nacional, em decorrência do descontrole do Estado em relação ao poder das
facções criminosas que tem a violência urbana crescente e que disputam por mais territórios do tráfico.
A facção criminosa PCC investiu cerca de um milhão de dólares para a morte de
Jorge Rafaat Toumani, chefe do tráfico em Pedro Juan Caballero (cidade do lado paraguaio que faz
fronteira com Ponta Porã-MS) e, como consequência, a facção dobrou o tráfico aéreo de cocaína
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trazida da Bolívia, sendo uma estimativa de 3,5 milhões de dólares por semana de arrecadação
(ÉPOCA, 2017).
Um dos objetivos do processo de expansão do PCC é a tomada de poder das áreas
fronteiriças. Pois, cada vez mais novos membros faccionados são identificados no Paraguai, criando,
assim um clima de guerra entre distintas organizações criminosas, as quais intencionam o pleno
controle do tráfico. Vários homicídios nessa região decorrem das disputas de poder entre facções e
esse processo expansionista não ocorre somente na fronteira com o Paraguai, mas também em outros
países produtores de drogas.
A fronteira brasileira serve como corredor para escoar as drogas que abastecem os grandes
centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo, locais estes que são os geradores das maiores
facções criminosas, Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital respectivamente. Estas
organizações criminosas tem o tráfico de drogas como principal atividade e o tráfico de armas o intento
de domínio territorial.
Neste contexto de expansão do crime organizado, com objetivo de domínio territorial da
fronteira que o Brasil exportou a modalidade criminosa de assaltos contra instituição financeira para os
países vizinhos Paraguai e Bolívia.
Cerca de 60 (sessenta) indivíduos, seguindo o mesmo modus operandi das ocorrências
brasileiras anteriores, invadiram a empresa privada de transporte de valores de razão social Prosegur,
na Ciudad Del Leste, no Paraguai, subtraindo cerca de 40 (quarenta) milhões de reais. Assim, a
modalidade de roubo contra bases de valores que se iniciou em São Paulo, se espalhou pelo Norte e
Nordeste, chegando a outro país – sendo possivelmente o mesmo grupo que encabeçou os ataques
anteriores, com equipes de assaltantes recrutados pontualmente para os roubos (UCHÔA, 2017).
Na mesma época, bandidos supostamente brasileiros, utilizando granadas e fuzis, realizam
um ataque ao carro forte da empresa privada de transporte de valores de razão social Brinks, em
Roboré, Bolívia distante 120 Km da fronteira com o Brasil, onde 2 milhões de dólares foram subtraídos
(MIDIAMAX, 2017).
Diante da necessidade das forças de segurança dos países fronteiriços em coibir os crimes,
em especial os grandes roubos às instituições financeiras, tema deste trabalho, se faz necessário
compreender a dinâmica dos roubos e sua ligação com as facções criminosas.

5. Grandes roubos às instituições financeiras e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital


O conceito de organização criminosa, no ordenamento jurídico no Brasil, foi atribuído pelo
Decreto n 5.015, de 12 de março de 2004 (Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional, 2004), de onde se conceituou “Grupo Criminoso Organizado” como:
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Grupo estruturado de três ou mais pessoas, existente há algum tempo e atuando


concertadamente com o propósito de cometer uma ou mais infrações graves ou enunciadas
na presente convenção, com a intenção de obter, direta ou indiretamente, um benefício
econômico ou outro benefício material; (BRASIL, Decreto n 5.015, 2004)

Em 02 de agosto de 2013, com a Lei nº 12850, ocorreram mudanças significativas para tratar
de criminalidade organizada no país. Segundo o parágrafo 1º do primeiro artigo, in verbis:
Considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente,
com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a
prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos, ou que
sejam de caráter transnacional. (BRASIL, Lei nº 12850, 2013).

O conceito de facção criminosa, para o pesquisador Shimizu (2011), tem relação no


agrupamento de pessoas, com carga ideológica, que consiste em práticas ilícitas como um
etiquetamento criador de desvios em determinados grupos.
O PCC teve surgimento na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, em 31 de agosto de
1993. Surgiu a iniciativa de se criar um “partido” que representasse os presos paulistas em proteção
aos seus direitos pelo cumprimento das leis de execuções penais e foi “promulgado” um estatuto com
16 itens, entre eles propostas de mudança na ética dentro do sistema prisional e penalidade máxima
de morte aos presos que não cumprissem a normas (LEIMGRUBER e TORRES, 2017).
Segundo as pesquisadoras o PCC obriga, por meio da violência, que seus integrantes
cumpram obrigações financeiras com a facção, capitando recursos e utilizando-se de meios ilícitos
como roubo, tráfico, furto e extorsões para fortalecer a organização criminosa.
Correlacionando as ações do novo cangaço e as facções, Borges e Brandão (2016) expõem
que há uma profissionalização e especialização dos criminosos, que geralmente pertencem a alguma
organização ou facção criminosa, e que buscam levantar recursos em período curto para financiamento
de tráfico de drogas ou da própria organização criminosa a qual pertencem, sendo que tais aspectos
fazem diferenciar do estilo de vida do “cangaço antigo”.
Costa (2016) coloca, ainda, como indiscutível que parte do valor subtraído das ações do novo
cangaço foi destinado para as organizações criminosas, principalmente para o PCC, para investir em
drogas. Conforme o autor:
É indiscutível que o assalto a banco, historicamente para a criminalidade, é a maneira mais
acessível de capitalização imediata de grandes valores, estima-se que no Brasil somente no
ano de 2013 o prejuízo dos bancos foi na ordem de R$ 70 milhões, sendo que parte desse
valor foi destinado para Organizações Criminosas, principalmente para o PCC investir em
tráfico de drogas. Outro atrativo aos criminosos é a facilidade de ocultação dos valores
subtraídos, pois sempre o produto do roubo é o dinheiro em espécie, havendo possibilidade
de escondê-lo fisicamente ou mesmo investindo em atividades aparentemente lícitas
(lavagem de dinheiro). (Costa, 2016, p.12)
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A mídia e a própria polícia brasileira, vem costumeiramente realizando conexões entre as


ações dos grandes roubos a instituições financeiras e ao PCC. Porém, um aspecto a ser observado,
fonte relevante ao tema, é o financiamento da organização criminosa a que pertencem pelo agente
praticante do roubo a instituição financeira. A primeira análise que se tem dúvida é se está
relacionando com a própria organização criminosa de assaltantes de banco e/ou com a facção
criminosa.
Contrapositivamente observa-se que, na participação de alguns criminosos de 03 (três)
grandes ocorrências da modalidade novo cangaço (amplamente divulgadas em jornais de mídias
eletrônicas), como o ataque a Prossegur no Paraguai, onde o suspeito de ser um dos idealizadores da
ação é Alceu Ceu Gomes Nogueira; o ataque ao carro forte em Roboré na Bolívia, sendo Mariano
Tardelli o chefe da quadrilha; e o ataque ao banco em Bom Jesus da Lapa-BA, que tem como líder um
dos maiores assaltante a banco do Brasil, Carlos Jardiel de Barros Dantas; não se confirmou a relação
entre assaltantes e faccionados, ou seja, não há dados concretos do pertencimento de nenhum deles a
facção criminosa PCC, como veiculado em algumas fontes abertas, em 2017, a exemplo de
reportagens dos sites JF1NOTICIAS, G1 e MIDIAMAX.
Em entrevista, o criminalista Guaracy Mingardi (2017) corrobora com a contraposição, acima
exposta, quando explica tecnicamente sobre o assalto a base de valores no Paraguai:
Não é porque você conquistou uma rota principal, que é a rota do Paraguai, que acabou a
briga. E quanto aos roubos lá, também não é assim, a gente não pode dizer que foi a
organização, são pessoas da organização que fazem as coisas, é diferente. Você tem a
diferenciação: o que é da organização e o que é de alguns membros. Não é exatamente a
organização que está fazendo, a organização dá a logística, ajuda nisso, ajuda naquilo, pega
parte do dinheiro, mas são algumas pessoas que bolam aquilo e que são chefes. (G1, 2017)

Portanto, tais ações não se configuraram como autoria do PCC, apesar de que não raro,
integrantes de facção foram presos por participarem em ações de cangaço. Importante se faz
pesquisar dos reais aspectos correlatos entre o novo cangaço e o PCC.
Segundo Salles e Cerantula (2017), o PCC vive um dos maiores desafios de sua história, pois
está em fase de expansão para todo território nacional sendo o tráfico de drogas o carro chefe da
facção. Correlacionado a esta questão tem as constantes disputas pelas regiões fronteiriças como
forma de controle do tráfico de drogas.
De acordo com Leimgruber e Torres (2017) o membro faccionado, quando em liberdade, é
obrigado a pagar uma contribuição mensal chamada de “cebola”. Para isso pode utilizar os
armamentos e as munições do setor “paiol”, que é responsável pela salvaguarda de armamentos da
facção para ações criminosas individuais que objetivem o efetivo pagamento da “cebola”, com o valor
pré definido; os membros faccionados não podem atuar em atividades lícitas conforme é subtendido no
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artigo 6º do novo estatuto do PCC2 redigido em 2011; a ideologia do PCC é de expansão transnacional,
com ênfase ao tráfico internacional de drogas e armas, vez que um dos requisitos para expansão da
facção é o poder.
A pesquisa literária de Costa (2016) descreve o crime organizado do assalto a banco da
modalidade novo cangaço, desde suas origens históricas no sertão nordestino que, mesmo diante da
prisão ou morte de alguns componentes, volta a ser reconstituída e integrada por novos criminosos,
dando continuidade à prática delituosa, como ocorre nas grandes organizações criminosas
internacionais.
Para Uchôa (2017) as ações criminosas de ataques às bases de valores estão em constante
evolução no mundo inteiro, vez que as quadrilhas se fortalecem com os valores roubados e investiram
em tecnologia, armamento e metodologia de ataque. Em geral, vários crimes estão interligados: os
veículos roubados servem como moeda de troca para aquisição de armas e drogas, bem como para
serem utilizados em roubos diversos e os roubos a banco, as explosões de caixas eletrônicos, servem
como treinamento e levantamento de fundos para ataques maiores.

6. Conclusão

Embora no início, o cangaço não tenha realizado ações de grandes roubos a bancos, naquela
época era comum “saquearem” as cidades com características de guerrilha rural e tomada de cidades,
vez que os “cangaceiros” se embrenhavam na caatinga e faziam uma relativa ou total tomada de
pequenas cidades brasileiras.
Ocorre que, com o passar dos anos, a terminologia novo cangaço foi alargada para todo e
qualquer tipo de assalto com violência que ocorria no país como: roubo a uma cooperativa, roubo a um
cofre de posto de gasolina, explosão de terminais de autoatendimento a noite com emprego de muitos
indivíduos (ação chamada de cangaço noturno).
Os cangaceiros viviam errantes e em bandos promovendo suas ações. Os indivíduos que
cometiam tais ilicitudes, do final dos anos 80 e 90 procediam de forma parecida, porém tinham o seu
reduto. Os atuais se reúnem para a prática criminosa e depois seguem suas vidas normalmente, são
inseridos na sociedade, têm família, amigos, por isso se configuram como organização criminosa.
Os grandes roubos exigem criminosos com aptidão, ou seja, com disposição para realizar
ações violentas, domínio de técnicas e táticas com armamento de grosso calibre, e poder de
enfrentamento a repressão dos órgãos de segurança; os grandes roubos exigem armamento de grosso
calibre para as ações e os membros, não querem arriscar aos seus próprios integrantes em uma
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Novo Estatuto (2011). Art. 6º - O comando não admite entre os seus integrantes estupros, homossexualismo, pedofilia,
caguetagem, mentiras, covardia, opressões, chantagem, extorsões, invejas, calúnia e outros atos que ferem a ética do
crime.
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eventual prisão por porte de arma para não prejudicar o planejamento e execução da ação; aliado a
esta questão, muitos criminosos possuem mandado de prisão em aberto inviabilizando, assim, a auto
exposição em rodovias.
Com os constantes enfrentamentos com as forças de segurança pública, os bandos foram se
desfazendo e a ideologia de estilo de vida dos novos cangaceiros decaiu, dando ênfase para
lucratividade, pois sem identidade de grupo, cada um agia de forma individual, dando início a divisões
de tarefas junto às organizações criminosas, a exemplo da facção PCC.
Os assaltantes precisam de criminosos dispostos e com poder de enfrentamento, explosivos
e armas, o que podem conseguir com as ações individuais dos faccionados que, por vez, utiliza-se da
facção para suprir esta necessidade. Logo, indiretamente os assaltantes de instituições financeiras
dependem da facção, pois conseguem esta intenção de forma rápida e segura.
Em relação ao PCC, que precisa demonstrar poder, no seu projeto expansionista pela
fronteira brasileira, o assalto a instituição financeira aliada a facção é fator relevante, pois estas ações
são impactantes, violentas para os órgãos de segurança, para a população e principalmente, para os
rivais de onde disputam domínio territorial, criando uma sensação de superioridade e poder de
enfrentamento contra outras organizações criminosas e, principalmente, contra o Estado democrático
de Direito da sociedade brasileira.
Contextualizando estas duas vertentes, conclui-se que as ações de grandes roubos as
instituições financeiras contribuem, significativamente, para o crime organizado (e vice-versa), de forma
indireta, sendo intencional ou não.

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