Você está na página 1de 45

NOÇÕES BÁSICAS DE

MECÂNICA
AUTOMOTIVA
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

SUMÁRIO

1- SISTEMA DE DIREÇÃO 3
2- SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA 7
3- SISTEMAS DE SUSPENSÃO E RODAS 15
4- SISTEMA DE FREIOS 18
5- MOTOR CICLO OTTO 32
6- SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO 39
REFERÊNCIAS

2
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

1- SISTEMA DE DIREÇÃO

Há um motivo pelo qual dirigir é o verbo utilizado para falar da condução do veículo.
Isso porque é o sistema de direção que regula o bom funcionamento do automóvel e
permite que os movimentos no volante se transformem em manobras efetivas.

Para fazer todo esse trabalho, alguns itens atuam em conjunto. Neste post,
conheceremos os principais componentes do sistema de direção, as variedades entre
eles e as funcionalidades de cada elemento. Continue a leitura!

Quais são os principais componentes do sistema de direção?

O é fundamental para a movimentação do veículo, mas essa peça está longe de ser a
única que garante a boa dirigibilidade. Conheceremos tudo sobre cada um dos
principais itens do sistema de direção.

1. Volante de direção

Quando você pensa em direção, provavelmente a imagem de uma pessoa com as


mãos no volante é a que vem logo à mente. Não à toa, ele é a primeira peça da qual
falaremos.

O volante costuma ser fabricado em alumínio e revestido com plástico ou couro,


geralmente em um formato circular. Essa peça conta com um núcleo interno que aloja
a buzina, air bag e, em alguns veículos, comandos de som e outros controles do
automóvel.

Pode até parecer a peça que comanda a condução geral, mas isso só é possível com o
trabalho conjunto a outras peças.

2. Coluna de direção

Esse componente em formato cilíndrico que gira no interior da capa. Costuma ser
fabricada em aço, com uma junta universal na ponta onde é conectada a caixa de
direção..

3
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

3. Caixa de direção

A caixa pode ser considerada o coração do sistema. Ela é a responsável pela


conversão dos movimentos de rotação do volante em um movimento retilíneo dos
braços ou das barras, por exemplo.

A caixa também absorve vibrações e irregularidades do piso. De modo geral, podemos


dizer que ela trabalha com uma combinação de engrenagens, convertendo o giro do
volante em um movimento horizontal transmitido às rodas.

4. Terminal de direção

O terminal de direção é uma peça de tamanho reduzido, feita de aço e que conta com
um pino esférico engraxado e uma coifa (que o protege da sujeira).

Ele faz a ligação do terminal axial ou barra de direção com a manga do eixo.

5. Barra de direção

A barra de direção é uma peça que permite a conexão direta entre a caixa e a manga
do eixo.

6. Terminal axial

Também conhecido como braço de direção, ele tem a função de repassar o movimento
da caixa de direção até as mangas de eixo e as rodas. É geralmente feito de aço e
conta com extremidades rosqueadas. Uma delas se encaixa na caixa e a outra no
terminal de direção.

O terminal axial é reconhecido pelo seu visual: uma haste articulada que conecta a
caixa de direção aos terminais de roda. Os movimentos laterais só são possíveis por
sua causa, logo, o bom funcionamento da peça é o que garante a dirigibilidade e a
segurança do veículo.

Quais são os principais sistemas de direção?

Além de conhecer os principais componentes, é interessante saber quais são os


sistemas mais presentes no mercado hoje. Eles se dividem em 4 tipos.
4
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Direção mecânica

Todos os componentes que vimos acima fazem parte do sistema de direção mecânica.
Esse modelo já era o mais utilizado nos automóveis antigos e ainda está presente em
alguns carros populares.

Nesse sistema, a direção não conta com nenhum tipo de assistência especial, como no
caso dos modelos elétricos, que veremos adiante. Tudo depende dos braços dos
condutores.

Direção hidráulica

Ao contrário da versão mecânica, o sistema de direção hidráulica utiliza outros


elementos, além da força dos condutores, para tornar a condução mais suave. Além de
itens comuns como o volante e a caixa de direção, os principais componentes são:

● bomba hidráulica;

● fluido;

● tubulações;

● reservatório.

O seu funcionamento é bem simples. Ao ligar o motor, a bomba hidráulica é acionada


por meio de correias e polias, pressurizando o fluido. Uma vez que isso acontece, o
fluido é enviado à válvula de rotação, que distribui esse material a pistões,
responsáveis por auxiliar no movimento das rodas. Com isso, chegamos à grande
vantagem desse sistema: a sua maciez ao dirigir.

Direção elétrica

A direção elétrica marca uma tendência cada vez mais presente, de proporcionar
tecnologia para tornar a direção cada vez mais leve. Como o próprio nome sugere, o
torque responsável por girar os eixos das rodas é causado por um motor elétrico.

5
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Esse motor é ativado sempre que o volante é movimentado. Assim, esse sistema não
depende do motor tradicional nem de fluidos para funcionar.

Direção eletro-hidráulica

A direção eletro-hidráulica combina o modelo hidráulico com as facilidades de um


motor elétrico.

O funcionamento desse sistema envolve a utilização da pressão do fluido para fazer


com que as rodas girem e mudem de direção. A curiosidade é que a bomba utilizada é
acionada por um motor elétrico.

Conhecer os principais componentes do sistema de direção e o funcionamento de


outros elementos relevantes, ajudará você a conhecer melhor o veículo e detectar
problemas. Com um mecânico de confiança e peças de boa procedência, os defeitos
serão minimizados.

6
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

2- SISTEMA DE TRANSMISSÃO MECÂNICA

Transmissão mecânica é o sistema responsável por transferir a energia mecânica


produzida por um motor para as rodas de um veículo, por exemplo. Para realizar sua
função, esse sistema conta com uma série de componentes indispensáveis, como o
diferencial e a caixa de câmbio.

Mesmo que essa realidade muitas vezes não seja notada, os veículos são
componentes indispensáveis para a sociedade e os indivíduos. Afinal, são justamente
eles os responsáveis por transportar uma série de itens, que usamos em nosso dia a
dia.

Para que eles funcionem, porém, uma série de tecnologias são necessárias. Entre
elas, uma das mais importantes é o sistema de transmissão mecânica.

Isso ocorre porque cabe a esse sistema a tarefa de transmitir a energia mecânica,
produzida pelo motor, para mover as rodas do veículo.

Você gostaria de aprender mais a respeito da transmissão mecânica e descobrir como


ela funciona? Leia o artigo e tenha acesso a esse conhecimento!

O que é transmissão mecânica?

De um modo resumido, podemos definir a transmissão mecânica como um sistema


desenvolvido com a finalidade de transmitir a energia mecânica, produzida pelo motor,
até as rodas do veículo.

Além disso, utilizando as marchas, o sistema é capaz de regular a intensidade, com


que essa energia é transmitida para as rodas. Energia que, por sua vez, recebe o
nome de torque.
7
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

É importante ressaltar que não existe um único modelo de transmissão mecânica. De


acordo com as necessidades, e opções do motorista, esse sistema pode variar entre
diversos tipos. No Brasil, porém, dois modelos costumam ser utilizados com maior
frequência. São eles a transmissão manual e a automática.

Continue a leitura e descubra suas principais características!

Sistema de transmissão manual

O sistema de transmissão mecânica manual é o mais adotado pelos veículos no Brasil.


Isso acontece porque esse tipo de transmissão tem um projeto menos complexo. O
que abre espaço para que os reparos, quando eles se fizerem necessários, sejam mais
baratos e menos demorados. O que inclui até mesmo a troca de peças.

Basicamente, a transmissão manual faz uso da embreagem e do câmbio para


administrar a rotação do motor, o que permite que o motorista reduza a potência,
quando isso é necessário, e também que a aumente, nos momentos em que mais
torque é importante.

Sistema de transmissão automática

No sistema de transmissão mecânica automática, por sua vez, o próprio sistema é


responsável por mudar a marcha do veículo, o que torna desnecessário um pedal de
embreagem.

Outro ponto relevante, que indica uma enorme diferença entre os tipos de transmissão
mecânica, pode ser visto em seu câmbio. Isso ocorre porque cada tipo de transmi ssão
conta com comandos próprios para executar a alteração de marchas.

Os comandos em questão são os seguintes:

8
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

 reverse (R): marcha ré, via de regra é acionada por um botão;


 parking (P): adiciona o bloqueio das rodas responsáveis pela tração;
 neutral (N): deixa o automóvel no ponto morto;
 drive (D): opção responsável por fazer o automóvel se locomover em frente.

Quais são os componentes desse sistema?

O sistema de transmissão mecânica é composto por uma série de dispositivos, cada


um deles projetado para garantir a máxima eficiência na realização de suas tarefas.

Embreagem

Não é um exagero dizer que a embreagem é a peça principal do sistema de


transmissão, afinal, o dispositivo é o grande responsável por conectar o motor às rodas
e a troca de marchas só é possível graças a ele.

Essa peça pode ser descrita como uma dupla de discos em que um disco exerce
pressão sobre o outro. O primeiro disco está conectado ao motor. O segundo, por sua
vez, faz parte dos dispositivos que levam a energia mecânica, produzida pelo motor,
até as rodas.

Quando o pedal da embreagem é pressionado, a pressão entre os discos é


interrompida e, momentaneamente, a transmissão de energia deixa de ocorrer. Esse
procedimento é fundamental para que a troca de marchas seja feita.

Nos veículos que trabalham com a transmissão automática, porém, o procedimento é


realizado de forma autônoma pelo conversor de torque.

Caixa de câmbio

A caixa de câmbio é o componente responsável por agrupar as engrenagens, ou


as polias, necessárias para que a troca de marchas seja realizada. Nos automóveis em

9
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

que a troca das marchas é feita manualmente, ele também comporta a alavanca de
câmbio, o item responsável por mover as engrenagens, ou polias, e assim modificar as
marchas.

Diferencial

Depois da embreagem, podemos dizer que o diferencial é um dos dispositivos mais


importantes de uma transmissão mecânica. A peça pode ser descrita como um
agrupamento de engrenagens responsável por dividir a potência, produzida pelo motor,
entre as rodas de um veículo.

É interessante ressaltar que o diferencial é capaz de administrar a energia mecânica,


produzida pelo motor, o que permite que as rodas do veículo se movam em
velocidades diferentes, de acordo com a quantidade de energia em que recebem. Uma
função fundamental para manter o automóvel sobre controle, principalmente nas
curvas.

Semieixo

Essa peça é semelhante a uma barra de metálica, em que as duas pontas são
articuladas pelas chamadas juntas homocinéticas. Seu objetivo é conectar o diferencial
às rodas do veículo, transmitindo assim para elas a energia fornecida pelo motor.

É necessário salientar, porém, que nos veículos que trabalham com a tração nas
quatro rodas, ou tem o motor instalado em parte traseira, esse sistema é diferente. No
caso desses veículos, existe um eixo, conhecido como Cardan, sua finalidade é fazer a
ligação entre o câmbio e o diferencial.

10
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Elementos de transmissão mecânica

Os componentes do sistema de transmissão são muito importantes, mas eles precisam


contar com outros elementos para que a transmissão da energia, produzida pelo motor,
seja transmitida de forma eficiente.

Entre as funções destes elementos, podemos citar a tarefa de manter o funcionamento


adequado, de máquinas e equipamentos industriais, garantindo assim o seu
rendimento. Continue a leitura e descubra como eles funcionam!

Acoplamentos

Os acoplamentos podem ser descritos como dispositivos cujo a função é conectar duas
máquinas, ou sistemas, diferentes, permitindo que o torque seja transmitido entre eles
quando ocorre o acionamento.

Por meio dos acoplamentos, a energia pode ser transmitida de um modo mais
eficiente, evitando assim problemas como vibrações e os impactos negativos
acarretados por choques. Para que estes benefícios sejam alcançados, porém, é
necessário que os acoplamentos estejam devidamente alinhados.

Motoredutores

Os motoredutores são elementos de transmissão mecânica compostos por uma


engrenagem de redução conectada a um motor elétrico.

Eles têm a capacidade de reduzir a velocidade de rotação dos dispositivos


acionadores, viabilizando assim uma produção de torque eficiente, otimizando a
transmissão de potência para os demais componentes do sistema.

11
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Redutores de velocidade

Assim como os motoredutores, os redutores de velocidade tem a função de diminuir a


velocidade do sancionador. A grande diferença entre os dois dispositivos se encontra
no fato de que o redutor não está conectado a um motor elétrico.

Quando a velocidade de rotação do acionador cai, o torque produzido aumenta, o que


é necessário para que a potência seja transmitida de um modo eficiente. Além disso,
essa redução também é necessária para que a força, usada pela máquina, seja
alterada.

Levando esses fatos em consideração, é fácil perceber porque os motoredutores e


redutores são tão vitais para a operação de uma indústria!

A importância da eficiência energética

A eficiência energética pode ser encarada como um indicador capaz de apontar o quão
bem uma organização está usando a energia que está a sua disposição. No caso do
sistema de transmissão mecânica, ele pode indicar se a energia mecânica, produzida
pelo motor, de fato está sendo enviada de um modo inteligente aos demais
componentes do sistema.

Uma vez que a transmissão inadequada de energia pode reduzir a qualidade da


produção do maquinário, e em alguns casos, até mesmo danificar seus componentes,
a indústria deve garantir que o processo ocorra do modo mais eficiente possível.

Acoplamentos e correias desalinhadas

Entre os fatores que mais relevantes, quando pensamos em problemas na transmissão


de energia mecânica, os desalinhamentos nos acoplamentos e nas correias têm
destaque. Isso acontece porque, quando estes componentes estão desalinhamentos,
eles tendem a gerar atritos e vibrações que acabam dissipando a energia produzida.
12
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

É importante levar em consideração que a incidência destes atritos e vibrações podem


afetar os demais componentes do sistema, reduzindo sua vida útil.

Por esses motivos, é necessário que o time de técnicos instale tanto os acoplamentos
quanto as correias corretamente, e que os verifiquem com frequência, para garantir
que seu alinhamento se mantém.

Lubrificação

É importante levar em consideração que peças, como engrenagens e rolamentos,


recebem atritos de forma constante durante a sua operação. Uma condição que, ao
longo do tempo, tende a fazer com que elas sofram com danos e avarias.

Felizmente, esse problema é atenuado por meio da lubrificação industrial com óleos e
graxas específicos. A grande questão é que, quando essa lubrificação é insuficiente, ou
é realizada com produtos inadequados, ou contaminados, sua eficiência é reduzida.

Portanto, é necessário que os técnicos tomem os devidos cuidados durante a


lubrificação dos componentes do sistema de transmissão mecânica. Além disso, assim
como ocorre com o alinhamento de acoplamentos e correias, a lubrificação de peças
como rolamentos e engrenagens deve ser verificada em espaços de tempo
previamente estabelecidos.

Como funciona a transmissão mecânica?

Embora as peças que compõem o sistema de transmissão sejam complexas, seu


funcionamento, em conjunto, pode ser descrito de modo simples.

Assim que a partida é dada em um veículo, o pedal da embreagem deve ser


pressionado, o que desliga momentaneamente o fluxo de energia mecânica do motor

13
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

para o diferencial. Nesse momento, a marcha é utilizada para definir a potência que as
rodas devem receber.

Quando a pressão sobre a embreagem termina, o diferencial distribui a potência para


as rodas, isso por meio do semieixo, segundo o comando da marcha. Então, as rodas
finalmente recebem a energia mecânica e começam a girar.

Por fim, é válido ressaltar que, para que um veículo funcione de forma eficiente e
segura, o sistema de transmissão precisa estar em boas condições. Por esse motivo, é
importante que o veículo passe pelos serviços de manutenção, seguindo as
orientações prestadas por seu fabricante.

14
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

3- SISTEMAS DE SUSPENSÃO E RODAS

O sistema de suspensão é um dos elementos principais do veículo, sendo


responsável por absorver as irregularidades do solo e por manter a estabilidade do
mesmo.
Este componente tem influência direta no comportamento do veículo, assim como na
segurança dos passageiros. Por isso, é importante que os motoristas entendam como
funciona o sistema de suspensão automotiva e tenha atenção quanto a sua devida
manutenção.
Quer entender melhor sobre o sistema de suspensão do seu veículo? Então continue a
leitura que fizemos uma lista com as principais informações sobre o assunto. Confira!

O que é um sistema de suspensão?

O sistema de suspensão é um conjunto de peças que são responsáveis pela


estabilidade do veículo. Liga o chassi às rodas, e garante que estas estejam em
contato direto com o solo. Além disso, também é função do sistema de suspensão
automotivo:
 Dar conforto e segurança aos passageiros em manobras e frenagens;
 Suportar o peso da carroceria do veículo;
 Manter uma distância entre chassi e rodas;
 Absorver os impactos sofridos pela roda;
 Manter a estabilidade nas curvas.

Principais componentes de um sistema de suspensão

Determinadas peças são comuns a todos os tipos de suspensão, o que será alterado é
a quantidade de cada uma, assim como a sua disposição. Logo, são componentes da
suspensão indispensáveis os seguintes itens:
 Pneus;
 Amortecedor;
 Mola;
 Braço oscilante;
15
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

 Buchas de borracha;
 Pivô;
 Coxim;
 Barra estabilizadora.

Como o sistema de suspensão atua no veículo em movimento?


Em curvas ou manobras: a mola irá exercer uma força contra a carroceria, fazendo
com que ela não incline demais, o que impedirá que o carro derrape ou saia pela
tangente em consequência do peso excessivo em somente um dos lados. Neste caso,
a barra estabilizadora também entra em ação, ela liga as duas colunas da suspensão e
vai transmitir a força igualmente para os dois lados.
Atritos: se o veículo passar por um buraco, por exemplo, a mola vai esticar e
comprimir, enquanto o amortecedor atuará no controle desse movimento. Logo, ambas
as peças vão minimizar o impacto, claro, contando com a ajuda dos pneus.
Frenagens: o sistema de suspensão automotiva vai equilibrar a força por toda a
carroceria. Isso, por sua vez, vai evitar o efeito gangorra, que prejudicaria a reação do
motorista e faria com que o veículo demorasse mais para frear durante uma
emergência.
Tipos de sistema de suspensão automotiva
Existem diversos tipos de suspensão no mercado atualmente. A função de cada uma
vai depender do estilo de carro, se é modelo de passeio, off-road etc. E claro, a
suspensão tem influência direta no desempenho do veículo, logo, o tipo do sistema de
suspensão também influenciará no valor do carro.
Fizemos uma lista com alguns dos tipos mais comuns de sistema de suspensão.
Confira quais são:
Eixo rígido
Este tipo de suspensão é mais encontrado em veículos off-road, por ser um sistema
um pouco mais pesado. Basicamente é composta por uma barra fixada no chassi que
liga as duas rodas.
M acPherson
É um sistema mais leve, que conta com poucas peças: é composto por mola, braço
oscilante, amortecedor e manga de eixo.

16
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Funciona da seguinte maneira: a parte superior da mola se apoia no chassi do veículo,


enquanto a inferior fica no prato do amortecedor e a base do amortecedor conecta-se a
manga de eixo, que fica ligada ao braço oscilante.
M ultilink
É um tipo de suspensão independente. Ela é composta por três ou mais braços, que
permitem mais liberdade de movimento. É mais utilizada em veículos de maior
potência, com tração dianteira ou traseira.
Suspensão fixa
Muito procurada por motoristas que querem rebaixar o carro. Ela é composta por
amortecedores pressurizados com mais carga, além de molas em tamanho menor,
podendo diminuir a altura da carroceria do carro em relação às rodas.
Suspensão de rosca
Também é uma opção muito procurada para rebaixar os carros. É muito parecida com
a suspensão fixa, porém ela conta com um prato regulável no amortecer. Ao
movimentar esse prato, é então possível subir ou descer a carroceria do carro.
Sinais de que a suspensão do seu veículo pode estar com problemas
É muito importante que o motorista esteja atento a determinados sinais que o veículo
pode estar apresentando de que está com problemas no sistema de suspensão.
Elencamos alguns indícios que podem apresentar que está na hora de fazer
uma revisão no carro. Confira:
 Quando o veículo não obedece aos comandos do volante;
 Apresenta desgaste irregular/precoce dos pneus;
 Marcas de óleo no chão;
 Ruídos ou pancadas secas na carroceria;
 Perda de estabilidade em curvas;
 Balanço excessivo em arrancadas.

17
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

4- SISTEMA DE FREIOS

O sistema de freio automotivo é um dos itens que mais afetam a segurança ao


dirigir um veículo — junto à suspensão e à direção. Conhecê-lo bem e entender
o seu funcionamento são questões essenciais para manter o carro sempre em
ordem e não correr riscos.

Ao longo deste texto, você vai aprender como esse sistema funciona, quais são os
principais componentes e que sinais podem indicar problemas. Além disso, vai
compreender que a manutenção dos freios não deve ser ignorada. Confira!

O que é e qual é a função do sistema de freio em um veículo?

O sistema de freio automotivo é composto por uma série de itens que funcionam em
conjunto para desacelerar e parar completamente um veículo. Além disso, ele é
responsável por manter o carro parado quando estacionado.

Esse sistema costuma ter dois modos de acionamento manual: pedal e alavanca.
Alguns modelos mais modernos de carros contam também com um acionamento
automático.

Ao utilizar uma série de sensores para detectar possíveis colisões, ele freia
automaticamente o automóvel sempre que um sinal de perigo for constatado.

Em veículos leves, o sistema de freio se divide em dois tipos: a disco ou tambor,


ambos hidráulicos. Nos pesados, como ônibus e caminhões, são encontrados os freios
a ar — ou pneumáticos.

Quais são os principais componentes?

Cada componente do sistema de freio automotivo tem funções específicas. Conhecer


cada item e suas aplicações é essencial para facilitar a compreensão do
funcionamento desse conjunto e também para entender como cada peça afeta o seu
desempenho. Vamos conferir!

18
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Pedal

É a peça mais lembrada quando se fala do acionamento do sistema de freio. Afinal de


contas, é a única parte com a qual o motorista tem contato durante a condução do
veículo. O funcionamento é bem básico e familiar para todos: quando o pedal é
pressionado, as rodas do veículo são bloqueadas.

Alavanca

Já aqui, temos o segundo componente de acionamento dos freios. No entanto, quando


acionado, provoca apenas a frenagem das rodas traseiras. Inclusive, é por esse motivo
que o freio de mão só é indicado para manter o veículo parado, e nunca para reduzir a
sua velocidade.

Um detalhe importante sobre o pedal e a alavanca é que ambos os sistemas são


independentes um do outro. Enquanto o pedal usa um conjunto hidráulico para
movimentar os componentes que desaceleram as rodas, o freio de mão aciona
diretamente os dispositivos de travagem por meio de um cabo de aço.

Disco de freio

O disco de freio tem formato circular, sendo semelhante a um CD ou DVD. Ele fica
conectado à roda, acompanhando seu movimento, e é utilizado para desacelerar e
parar o carro quando um material abrasivo é pressionado contra ele. Normalmente, é
composto por ferro fundido ou carbono.

Tambor

O tambor tem a mesma função do disco de freio, que é gerar atrito para desaceleração
do veículo. Ele tem o formato semelhante ao de uma panela e, normalmente, atua nas
rodas traseiras do veículo. Em geral, é fabricado em ferro fundido.

Pastilha

Já aqui, temos um componente de fricção. Essa é uma das principais peças


responsáveis pela desaceleração, uma vez que a geração de aumento de atrito amplia
a resistência contra o deslocamento, o que faz com que o veículo perca velocidade.

19
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Outro detalhe importante é que as pastilhas são usadas exclusivamente nos sistemas
de freio a disco. Os materiais mais comuns utilizados na sua fabricação são resinas
fenólicas, grafite, pó de ferro, carbono, entre outros. Há algum tempo, usava-se
também o amianto. Porém, por ser nocivo à saúde, foi gradativamente sendo
substituído.

Lona

Essa é outra solução de atrito para a desaceleração. No entanto, como lonas equipam
os sistemas de freio a tambor, costumam equipar veículos mais antigos ou populares.
No funcionamento, não existem segredos. As lonas se aproximam do tambor,
provocando atrito e resultando na perda de velocidade.

Pinça

A pinça é o atuador do sistema de freio a disco. Além de servir de suporte e proteção


para pastilhas, é responsável por pressioná-las contra o disco por meio de um ou mais
cilindros hidráulicos com pistões internos.

São chamadas de pinças flutuantes ou deslizantes quando têm apenas um cilindro.


Versões com mais de um pistão são chamadas de pinças do tipo fixas. Normalmente,
são fabricadas em ferro fundido.

Sapata de freio

As sapatas são encontradas nos sistemas a tambor. Elas têm um formato semicírculo
e sua função é apoiar as lonas , servindo de suporte..

Servo freio

A função do servo freio — ou multiplicador de força — é aumentar e distribuir uma


força exercida pelo pedal por meio do diferencial de pressão. Com isso, o motorista
consegue parar o veículo sem fazer muito esforço. Ele aproveita o vácuo gerado pelo
motor para realizar essa tarefa. Isso explica porque o pedal fica muito duro quando o
veículo está desligado.

20
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Cilindro de roda

O cilindro de roda faz parte do sistema a tambor e é responsável por movimentar as


sapatas, sendo o atuador do sistema de freio a tambor. Ele faz isso por meio de pistões
— ou êmbolos — que, quando acionados pelo fluido hidráulico, empurram as lonas
contra o tambor, bloqueando o movimento das rodas.

Cilindro mestre

Esse componente tem forma cilíndrica e um ou dois pistões, além de um reservatório


para fluido, que pode ser integrado ou independente. É responsável por converter força
mecânica em pressão hidráulica e, geralmente, é fabricado em ferro fundido ou
alumínio.

Fluido

O fluido é um dos componentes mais importantes do freio. Ele é o responsável pela


transferência de movimento fazendo com que todo o sistema hidráulico funcione de
forma eficiente. É feito à base de glicol ou silicone e classificado de acordo com a sua
composição e ponto de ebulição.

Cabo de freio

Ao puxar a alavanca do freio, um cabo de aço é acionado e às sapatas por sua vez,
são pressionadas contra o tambor de freio.

Tubulação

Para que o Sistema hidráulico funcione são usados alguns canos, que podem ser
rígidos ou flexíveis. As tubulações rígidas e as flexíveis costumam ser encontradas
nylon, aço ou em várias combinações entre esses materiais. As maleáveis são
necessárias para acompanhar os movimentos das rodas do veículo.

ABS e EBD

Esses dois sistemas trabalham em conjunto com o freio para aprimorar o seu
desempenho. O Sistema Antibloqueio do Freio (ABS) é um dispositivo auxiliar que
evita o travamento das rodas durante freadas bruscas.
21
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Isso é extremamente importante, pois diminui a distância e o tempo de parada do


automóvel, reduzindo bastante a probabilidade de acidentes. Desde 2014, todo veículo
novo comercializado no Brasil deve estar equipado com ABS.

O EBD, ou Distribuição Eletrônica de Frenagem, controla a força de frenagem enviada


às rodas do veículo. Ele trabalha em conjunto com o ABS e evita que o carro derrape,
especialmente quando há muito peso no automóvel e ele é freado durante uma curva.

Como funciona esse sistema?

Agora que você conhece os principais componentes de um sistema de freio


automotivo, que tal aprender como eles trabalham em conjunto para reduzir a
velocidade e parar o veículo?

Para compreender o princípio básico de funcionamento do sistema, vamos usar o


exemplo de um veículo padrão, com o freio a disco na frente e o tambor na parte
traseira — modelo encontrado na maioria dos carros comercializados no Brasil.

Ao pressionar o pedal, o movimento é transferido ao servo freio por meio de uma


alavanca. Ele, então, amplifica e entrega a força gerada ao cilindro mestre.

Uma vez que isso acontece, o fluido hidráulico é empurrado e conduzido aos demais
componentes pela tubulação do sistema. Depois da etapa do cilindro mestre, o freio
funciona de duas formas diferentes, a partir do modelo.

Freio a tambor

O fluido hidráulico empurrado pelo cilindro mestre é enviado ao cilindro de roda. Então,
ele aciona um par de pistões conectados às sapatas de freio — nas quais as lonas
estão instaladas. Por sua vez, elas são forçadas contra a parede interna do tambor,
fazendo com que a velocidade das rodas sejam reduzidas.

Ao soltar o pedal de freio, um sistema de molas força os pistões e sapatas a voltarem


às suas posições de origem, liberando as rodas para girar normalmente.

22
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Freio a disco

No sistema de freio a disco, o fluido hidráulico é enviado ao pistão (ou pistões da


pinça). Eles forçam as pastilhas contra o disco, gerando muito atrito — necessário para
reduzir a velocidade das rodas.

Em cada pinça, são encontradas duas pastilhas posicionadas uma em cada lado do
disco e alinhadas entre si. Quando o pedal do freio é liberado, o fluido para de exercer
força nos pistões da pinça e as pastilhas são afastadas do disco.

Freio de mão

Por ser um dispositivo de segurança, ele tem que funcionar de forma independente em
relação ao sistema hidráulico de frenagem. Quando a alavanca de freio de mão é
puxada, ela aciona um cabo de aço, que está conectado às sapatas.

Por sua vez, elas são movimentadas e pressionam as lonas contra a parede do tambor
— mesmo que o pedal não tenha sido acionado. Quando a alavanca do freio de mão é
movimentada para baixo, o cabo de aço é liberado, as sapatas deixam de ser forçadas
contra o tambor e as rodas ficam livres para girar.

Freio a ar

Por último, e não menos importante, temos o freio dos caminhões. Também
conhecidos como sistemas de frenagem pneumáticos, esses projetos trabalham com ar
comprimido, entregando uma desaceleração rigorosa e compatível com o peso do
veículo.

Quanto ao funcionamento, tudo começa no compressor de ar. Esse componente faz a


admissão do ar paralelamente ao motor. Então, o compressor mantém esse ar com
uma alta taxa de compressão e o dispara para o regulador — o componente
responsável por gerenciar a pressão e a intensidade para o trabalho dos freios.

Quais são as vantagens e desvantagens do freio a disco e a tambor?

Como quase tudo na vida, os dois sistemas têm vantagens e desvantagens. Os


principais benefícios do modelo a tambor estão relacionados à durabilidade e ao seu

23
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

custo mais baixo — quando comparados a outros modelos. Porém, ele tem um
desempenho inferior aos freios a disco, especialmente quando as lonas estão
molhadas.

O freio a disco, por outro lado, não sofre perda significativa de eficiência quando
molhado e não necessita de ajustes ao longo do uso. Contudo, ele é mais caro e
apresenta desgastes mais rapidamente, sobretudo quando são utilizadas pastilhas
fabricadas com materiais inferiores.

Como testar o freio do carro?

O teste de freio deve ser feito enquanto se dirige o veículo nas ruas e estradas. Ao
acioná-lo, você deve observar o tempo de resposta para parar o carro, bem como se
emite ruídos agudos e trepida.

Quais sinais indicam desgaste nos componentes?

Independentemente de ser um disco ou um tambor, você precisa atentar aos sinais de


desgaste nos componentes para evitar problemas no sistema de freio. Afinal, ele é
diretamente responsável pela sua segurança ao dirigir. Vamos conhecer alguns dos
indicativos mais comuns de problemas?

Carro desviando para um lado durante a frenagem

Quando você pisa no pedal, o carro tende a virar para um dos lados? Isso pode
significar que o sistema de freio automotivo tem alguns problemas. Acontece, por
exemplo, quando os êmbolos da pinça estão prendendo — por oxidação ou por defeito.
Essa falha causa o desgaste prematuro das pastilhas, fazendo com que as rodas
recebam forças de frenagem diferentes.

Mangueiras presas e discos de freio empenados também podem causar esse


problema, mas, normalmente, vêm associados a outros sintomas, como vibrações e
alterações no pedal. Se o carro desvia para os lados durante a condução,
componentes da suspensão, direção, rodas e pneus também devem ser
inspecionados.

24
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Ruídos agudos

Ruídos não são um indicativo muito bom, mas, nem sempre, estão associados a uma
falha. Especialmente quando as pastilhas ou lonas são trocadas, é normal que façam
barulho por um tempo até que estejam totalmente assentadas.

No entanto, se o barulho persistir ou aparecer após muito tempo de uso do veículo, é


preciso verificar se as pastilhas ou lonas foram instaladas incorretamente ou se estão
desgastadas.

Vibrações

Em carros que têm ABS, é normal que, em frenagens mais bruscas, o pedal de freio
vibre um pouco. Porém, se a vibração durante a frenagem se estender ao volante,
pode haver problemas.

O empenamento do disco ou a deformação no tambor são alguns dos defeitos que


causam esse sintoma. O cubo de roda empenado também pode gerar o mesmo sinal.

Tome cuidado com diagnósticos incorretos! Se o volante trepida, mesmo sem o


acionamento do freio, é provável que existam falhas em outros componentes — como
rodas não balanceadas ou folgas nos sistemas de direção.

Pedal muito duro ou muito baixo

Quando você pressiona o pedal do freio e percebe que ele está muito duro, as causas
podem ser:

 servo freio com problema;


 material de atrito de origem duvidosa;
 problemas entre o pedal e o servo freio.

Caso o pedal esteja muito baixo — quase tocando o assoalho —, significa que,
provavelmente existem vazamentos no sistema hidráulico ou desgaste dos
componentes do cilindro mestre.

25
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Em geral, esses sintomas são acompanhados pela redução do nível de fluido no


reservatório. Pode acontecer, também, de o pedal começar a baixar conforme o uso
devido a contaminação do fluido por água decorrente de falta de manutenção
preventiva ou ar na tubulação.

Como fazer a manutenção do sistema de freio automotivo?

Se você notar qualquer sinal de problema no freio, não deixe de procurar um


especialista. Apesar de parecer simples, há muitos detalhes — como tirar o ar do
sistema após a troca de componentes — que não podem ser ignorados. Assim,
somente um profissional qualificado terá condições de fazer a correta manutenção,
bem como os reparos necessários para obter o máximo desempenho.

Uma boa dica é sempre prestar atenção ao nível do fluido e à altura do pedal. Nível
baixando e pedal desconfortável são sinais de que algo está errado. Porém, a melhor
forma de garantir que o veículo sempre estará em ordem é não esperar um problema
acontecer para fazer a revisão do carro. Veja algumas dicas!

Faça a manutenção preventiva do veículo

A manutenção preventiva antecipa problemas e evita que pequenas falhas se tornem


uma tremenda dor de cabeça. Nesse tipo de manutenção, são diagnosticados sinais de
desgaste em várias partes do automóvel. Corrigi-los antes que afetem outras peças é
muito importante e economiza muito dinheiro. Mas, lembre-se de que os componentes
de um carro têm vida útil e trabalham em conjunto.

Um exemplo de componente que afeta o desempenho dos freios é o amortecedor.


Quando desgastados, eles aumentam a distância de frenagem do veículo. Isso ocorre
porque o contato dos pneus com o solo não é o ideal — e, por mais que a roda seja
bloqueada, o carro não vai parar rapidamente.

Troque as pastilhas de freios

As pastilhas garantem a fricção com o disco de freio e fazem o veículo desacelerar ou


parar. Com o tempo, a superfície desse conjunto fica desgastada ou vitrificada
(trincada), perdendo sua aderência e precisão na hora da frenagem. A manutenção do

26
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

sistema de freio automotivo deve detectar essas condições e sempre que forem
constatadas é aconselhada a troca.

Não solicite a retífica de discos

Se o disco estiver irregular, ou seja, com sua superfície ligeiramente ondulada ou


trincada, troque-o imediatamente.

Quando os componentes de sistemas de segurança apresentam problemas, deve-se


priorizar a troca por itens novos. Portanto, fuja de recuperações milagrosas, até
porque, quando o assunto é valor, a diferença é pequena. Ou seja, é melhor contar
com um produtos mais novos e originais.

Cuide do fluido de freio

Esse fluido é essencial para transferir a força da frenagem para as rodas. Quando ele
está contaminado vai perdendo eficiência e danificando outros componentes, já que o
fluido contaminado vai atacar componentes como cilindros, pinças e tubulações.

O ideal é fazer a substituição do fluido do freio de acordo com o recomendado pala


montadora, essa informação é facilmente encontrada no manual do proprietário.

Qual é a importância da manutenção do sistema de freio?

Caso seja um leitor frequente do nosso blog, você já sabe como gostamos de frisar
esse ponto. A manutenção automotiva, sobretudo a preventiva, não é apenas um ato
de cuidado com o próprio veículo, mas uma prática de responsabilidade social.

Afinal de contas, manter o seu carro em dia impacta positivamente a segurança de


todas as pessoas com quem você divide as estradas. E o mesmo princípio vale para o
sistema de freio automotivo. Com componentes em boas condições, você tem a
certeza de que não está colocando a vida de ninguém em risco.

Mas, para além disso, também é importante lembrar da generalização do desgaste.


Como é normal em qualquer conjunto mecânico, o bom funcionamento depende da
ação coordenada e precisa entre várias peças. Além disso, deve executar suas
funções com precisão nos tempos e intensidades corretos.
27
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Por conta disso, andar com os freios gastos é provocar indiretamente a deterioração de
outros componentes. Com o tempo, você pode notar desgastes nos pneus e nos
elementos da suspensão.

De quanto em quanto tempo checar os freios do carro?

Em geral, as peças que fazem parte do sistema de frenagem trabalham com eficiência
até os 20 mil quilômetros. No entanto, as condições e variações de uso podem alterar
esse parâmetro, causando desgastes prematuros em alguns componentes.

A recomendação é que a checagem seja realizada seguindo criteriosamente as


recomendações da montadora. Portanto, agir preventivamente é a melhor maneira de
economizar e garantir segurança.

Qual é a vida útil dos componentes?

É muito importante prestar atenção à vida útil dos componentes de um carro,


especialmente o sistema de freio automotivo. Ignorá-la pode colocar a sua segurança
em risco e causar acidentes graves.

Fluido, tubulações, pastilhas e lonas

A sua atenção tem de ser redobrada em relação ao fluido de freio. Como você
percebeu ao longo deste texto, ele é fundamental para o bom funcionamento do
sistema. E a substituição deve ser feita de acordo com recomendação da montadora
do veículo.

É importante mencionar que o nível não deve ser completado. Se ele cair, leve o
veículo a uma oficina especializada para apurar a causa e fazer a troca.

As tubulações — especialmente as flexíveis — devem ser verificadas a cada 10 mil


quilômetros rodados. Pastilhas e lonas são os componentes do sistema de freio
automotivo que apresentam mais desgastes.

As lonas costumam ser trocadas a partir de 50 mil quilômetros rodados. Já as


pastilhas, até 20 mil. Porém, é importante deixar claro que o desgaste desses

28
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

componentes depende muito da forma como o condutor utiliza o veículo. A durabilidade


pode variar muito e deve ser verificada constantemente.

Servo freio, cilindro mestre, disco de freio e tambor

Algumas peças do sistema de freio têm uma vida útil bem longa. Apesar disso, é
recomendado sempre prestar atenção aos sinais de desgaste.

Tambor e disco de freio não têm um prazo específico para realizar uma substituição.
Os seus desgastes dependem muito da forma como o veículo é conduzido. Por serem
componentes de longa durabilidade, se a troca for necessária, é recomendável usar
peças novas.

Recomenda-se que todo o sistema de freio automotivo seja revisado a cada 10 mil
quilômetros ou quando apresentar algum dos sintomas mencionados.

Quais cuidados devem ser tomados com esse sistema?

Realizar manutenções preventivas no veículo e manter o sistema de feio em ordem


evita muitas dores de cabeça e garantem a sua segurança. Mas, só isso não basta:
também é preciso ter alguns cuidados para não desgastar componentes de forma
precoce, como pastilhas e lonas — especialmente quando novos.

Evite abusar dos freios quando recém-instalados

Ao trocar pastilhas de freio ou lonas, é comum observar uma perda de desempenho


das frenagens. Isso acontece quando o material demora um tempo para assentar, ou
seja, para ajustar os demais componentes. Nos 500 quilômetros após a troca,
recomenda-se usar o freio mais suavemente e evitar as primeiras situações de
frenagem brusca.

Aliás, frear bruscamente o veículo deve ser evitado sempre que possível. O sistema de
freios suporta forças intensas, mas, se submetidos à intensidade repetidas vezes, os
componentes se desgastam de forma mais rápida. Em muitos casos, podem até falhar
completamente.

29
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Sempre deixe o carro engatado durante as descidas

Um erro comum, que causa muitos problemas, é usar o freio constantemente durante
descidas. Em declives, mantenha o carro engatado e use o freio motor.

O sistema de freio automotivo funciona por atrito, o que gera bastante calor. Usá-lo por
muito tempo faz com que os componentes esquentem demais, causando seu desgaste
precoce e perda de eficiência.

Não trafegue com peso excessivo no veículo

Outro grande problema é trafegar acima do limite de peso do veículo. Lembre-se de


que o sistema de freio terá de suportar o peso do carro, dos ocupantes e seus
pertences. Ultrapassar o limite máximo permitido, além de reduzir a sua funcionalidade,
pode danificar outros componentes do automóvel — como amortecedores e pneus.

Não use o freio de mão quando em movimento

Como você viu ao longo deste conteúdo, o freio de mão é indicado somente quando o
veículo estiver parado. Usá-lo com o carro em movimento, além de pouco eficaz, pode
danificar componentes e causar danos sérios.

Ao frear apenas as traseiras do veículo durante uma curva, ou em um solo com baixa
aderência, as chances de perder o controle do carro são enormes.

Tenha cuidado redobrado ao frear em curvas

Já aqui, temos uma dica de comportamento dinâmico, ou seja, a forma como o veículo
desempenha uma trajetória na estrada. Bem, caso ainda não saiba, frear em curvas
não é uma das melhores ideias do mundo. Afinal, um veículo nada mais é do que um
corpo evidentemente pesado que está em movimento.

Por conta disso, imagine o seguinte: durante uma curva, se você apenas acelera ou
não faz nada, contribuirá com o contorno da trajetória, seja mais rápido (acelerando),
seja no tempo previsto (não fazendo nada). Em contrapartida, ao frear em uma curva,
você adiciona uma força de resistência contra a trajetória.

30
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Por esse motivo, a frenagem não faz com que você contorne a curva em menor
velocidade, mas atrapalha a sua capacidade de desenvolvimento o desenho da
curvatura. A situação piora se a frenagem for brusca, pois, nesse caso, a trajetória
curvada é substituída por uma de linha reta. Diante disso o mundo ideal é entrar em
uma curva na velocidade compatível ou menor, nunca maior.

Faça a manutenção dos freios em oficinas de confiança

Sempre que chegar o momento de fazer qualquer revisão no carro, opte por
estabelecimentos credenciados que tenham boa reputação e ofereçam garantias. O
profissional da oficina deve ter a experiência necessária para saber o momento ideal
de trocar as peças e como isso deve ser feito a fim de garantir segurança.

Prefira peças de boa qualidade

No momento de trocar os componentes do sistema, é necessário considerar o tipo de


peça que será utilizado.

O ideal é sempre escolher as peças de fornecedores reconhecidos pelo mercado e


certificadas pelo Inmetro, que apresentam maior durabilidade e eficiência de
funcionamento, garantindo mais tranquilidade para quem está no volante.

Agora que você já conhece tudo sobre o sistema de freio automotivo e entendeu por
que mantê-lo em ordem é tão importante, não se esqueça de fazer a manutenção
preventiva no seu carro. Não coloque a sua vida em risco e garanta a boa conservação
do seu veículo!

31
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

5- MOTOR CICLO OTTO

De modo geral, as grandes invenções são aquelas diante das quais, muito tempo após
entrarem em voga, nós dizemos: ―impressionante como isso continua atual‖.

Definitivamente, é o caso do ciclo Otto. Elaborado pelo engenheiro alemão Nikolaus


Otto, trata-se de um ciclo termodinâmico ocorrido – até hoje – nos motores de
automóveis movidos a gasolina, etanol e gás natural.

Além deste, existem outros três ciclos termodinâmicos. Antes de nos aprofundarmos no
tema central do texto, explicaremos brevemente cada um dos outros. E que comece
nossa miniaula de Física!

Tipos de ciclos termodinâmicos

Ciclos termodinâmicos são processos realizados por um sistema para que se obtenha
ou realize trabalho sobre ele. Por exemplo, cada tipo de motor tem um processo
diferenciado visando aos objetivos acima.

Dessa forma, o ciclo que rege o funcionamento do motor a diesel é diferente daquele
que comanda o motor a gasolina ou álcool. Ainda existem outros modelos distintos,
como o ciclo a vapor, sendo que todos esses citados estão longe de ser um chamado
―ciclo ideal‖.

Ciclo Diesel

Obra do engenheiro franco-alemão Robert Diesel, este ciclo caracteriza-se pela


combustão gerada pela compressão da mistura entre ar e combustível, sendo aplicado,
como o próprio nome sugere, aos motores de veículos movidos a diesel.

O ar é recebido pela câmara na primeira etapa. Na segunda parte, o pistão faz a


compressão dessa massa de ar e, ao fim da compressão, o combustível é injetado sob
pressão no interior da câmara.

32
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Devido à alta temperatura e pressão dentro da câmara, a mistura sofre uma explosão
ao final do ciclo. E o gás formado por essa explosão expande-se a ponto de originar a
terceira etapa. Por fim, as válvulas do motor liberam o gás, reiniciando todo o processo.

Vale lembrar que, embora o conteúdo seja outro, a forma é a mesma em relação ao
ciclo Otto. Portanto, aqui você já pode ter uma boa noção do seu funcionamento. Mais
à frente, essas etapas serão abordadas com maiores detalhes.

Ciclo Stirling

Inventado pelo escocês Robert Stirling, em 1816, esse ciclo surgiu com o objetivo de
substituir o sistema aplicado às máquinas a vapor, que explodiam facilmente a ponto
de tirar a vida de algumas pessoas que as operavam.

Esse ciclo termodinâmico utiliza gases atmosféricos como fluidos de trabalho. Consiste
em quatro processos: expansão isotérmica; resfriamento a volume constante;
compressão isométrica, e aquecimento a volume constante.

As vantagens do ciclo Stirling são o baixo nível de poluição gerada, além da queima
completa e eficiente do combustível. No entanto, motores desse tipo trazem dificuldade
para dar partida, bem como irregularidades na mudança de velocidade.

Ciclo Carnot

Proposto em 1824 pelo físico e engenheiro militar Nicolas Carnot, esse modelo
consiste em uma sequência de transformações gasosas, por meio da qual
uma máquina térmica tem o seu rendimento máximo operando diante de duas fontes
térmicas.

Quanto maior a temperatura da fonte quente, maior será o seu rendimento para uma
substância que atue como um gás ideal. Com isso, as máquinas térmicas que utilizam
o ciclo Carnot são consideradas ―máquinas térmicas ideais‖. O rendimento delas chega
próximo a 100%.

Agora, chegou o momento do nosso protagonista.

33
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

O que é o ciclo Otto?

Embora tenha sido definido e patenteado pelo engenheiro francês Beaus de Rochas,
coube a Nikolaus Otto implementá-lo, construindo um motor com base nesse ciclo,
comumente aplicado em motores movidos a gasolina, álcool ou gás natural.

E como isso se deu? Bem, ele encontrou a fórmula que tornou possível conduzir a
mistura ar-combustível em um cilindro. Dessa forma, permitiu-se que a combustão
ocorresse de modo progressivo.

Seus primeiros protótipos tiveram enorme aceitação por trazerem maior eficiência e
serem mais silenciosos do que os concorrentes. Os primeiros modelos eram movidos a
gás, e somente depois de alguns anos, Otto aperfeiçoou as peças aos modelos de
gasolina com admissão de ar.

Com o passar do tempo, o motor de ciclo Otto provou ser um dos motores térmicos
com maior rendimento energético. O processo acontece assim: o sistema aproveita a

34
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

energia vinda da queima de combustível nos cilindros, para depois gerar movimento,
resultando em trabalho mecânico.

Dissemos anteriormente que o ciclo Otto operava sob a mesma forma do ciclo de
Diesel, diferenciando-se no conteúdo. Vamos a algumas dessas distinções.

Nos motores Otto, a mistura ar-combustível, mesmo quando comprimida até o ponto
ideal, precisa de uma faísca – gerada pelas velas – para dar início ao processo de
queima. Os motores a diesel, por sua vez, usam apenas o ar na primeira fase do ciclo.

Com isso, o óleo é injetado apenas no momento final da compressão, para que inflame
a mistura.

―Primeira fase, ―compressão‖…esses são termos que você saberá melhor no próximo
item.

Esse tipo de mecânica pode operar em dois ou quatro tempos, respeitando as várias
etapas de funcionamento.

O motor de ciclo Otto também é chamado de ―motor de quatro tempos‖, já que ocorre
nele um ciclo de 4 etapas: admissão, compressão, expansão e exaustão. Explicaremos
cada um deles abaixo.

Os quatro tempos do ciclo Otto: admissão, compressão, combustão e exaustão

O sistema é definido como a massa de ar que é extraída da atmosfera para dentro


do cilindro, comprimida pelo pistão e aquecida pela faísca de ignição injetada pelo
combustível, permitindo expandir a medida que comprime o pistão, e finalmente exaurir
o ar de volta para a atmosfera.

A massa de ar segue com seu volume, pressão e variação de temperatura durante as


várias etapas termodinâmicas.

Aqui, é interessante pensar que todo esse complexo processo ocorre em questão de
segundos, repetindo-se instantaneamente, tal qual nosso organismo durante a
respiração.

São coisas que a Física nos proporciona através de suas grandes figuras humanas,
entre elas Nikolaus Otto.
35
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

De um modo tão rápido e banal, vemos a transformação da energia química (das


reações da combustão) em energia mecânica (no momento em que as rodas do
veículo se movem).

Primeiro tempo: admissão

Nessa primeira fase, a válvula de admissão (entrada) está aberta, enquanto a válvula
de escape (saída) permanece fechada. O pistão deixa o ponto morto superior (PMS),
de modo a aumentar o volume da câmara de combustão. Nesse momento, a mistura
ar-combustível entra no cilindro sob pressão quase constante.

Por isso, é dito que no período de admissão ocorre uma transformação isobári ca, ou
seja, uma transformação sob pressão constante.

Segundo tempo: compressão

A segunda etapa é a compressão, na qual tanto a válvula de admissão como a de


escape estão fechadas. O pistão, por sua vez, movimenta-se rapidamente para cima,
comprimindo a mistura ar-combustível. Isso faz com que ocorra um aumento de
pressão. Consequentemente – e ao mesmo tempo – o volume da mistura diminui.

Para se ter uma ideia, no fim desse estágio, a pressão do sistema é aproximadamente
nove vezes superior à pressão atmosférica.

Terceiro tempo: combustão

No terceiro tempo do ciclo Otto, o motor aumenta significativamente sua força. As


válvulas de admissão e escape seguem fechadas; o pistão sobe, e a vela solta uma
faísca, provocando a combustão da mistura.

Durante esse processo de queima, obtém-se grande quantidade de energia térmica –


parte dela convertida em movimento mecânico. Tal fornecimento de calor aumenta a
pressão do sistema, forçando intensamente o pistão a movimentar-se para baixo,
elevando o volume do cilindro.

36
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Quarto tempo: exaustão

Chegamos à fase final, já com o ar e o combustível queimados. Mas tal ação sempre
deixa alguns resíduos que precisam ser retirados de dentro do motor.

Por isso, quando o pistão sobe, a válvula de escape se abre, expulsando da câmara de
combustão os gases quentes residuais, arrefecendo todo o sistema. Nesse intervalo, a
válvula de admissão permanece fechada.

Depois, o pistão volta a subir, reduzindo o volume da câmara e expulsando os gases


da queima, liberados pelo sistema de escape. Com isso, o motor volta à sua condição
inicial, reiniciando-se o ciclo.

Agora, imagine quantas vezes o ciclo Otto se repetiria enquanto você lia esse trecho.
Simples e complexo ao mesmo tempo. O gráfico abaixo também explica, de maneira
bem direta, como funciona esse processo.

Mantendo o ciclo Otto operando corretamente

Sendo o motor uma parte de todo um universo que envolve o veículo, seu bom
funcionamento depende da qualidade dos demais componentes. Portanto, cheque o
37
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

estado das peças, verifique as condições do veículo e realize as manutenções dentro


dos prazos estabelecidos.

38
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

6- SISTEMA DE ALIMENTAÇÃO

Depois que os carburadores foram substituídos pelos sistemas de injeção eletrônica,


as primeiras versões deste se deram com sistemas monoponto, onde apenas um bico
injetor fornece combustível para todos os cilindros. Embora há uma melhora na
qualidade da mistura e em sua formação, os mesmo problema de condensação do
combustível no coletor de admissão ainda era realidade. Mesmo com dispositivos para
reduzir a intensidade dessa desvantagem, o problema ainda ocorre e o sistema não
possui um rendimento tão superior quanto o carburador. A melhora se deu com sua
evolução, o sistema injeção eletrônica multiponto MPFI. Independente do sistema de
alimentação ser monoponto ou multiponto, ambos os sistemas são considerados do
tipo PFI.

Componentes

Os sistemas de alimentação por injeção eletrônica, em geral possuem os seguintes


componentes:

1. Tanque de combustível;
2. Bomba de combustível;
3. Tubo (tanque – filtro de combustível);
4. Filtro de combustível;
5. Tubo (filtro de combustível válvulas injetoras);
6. Tubo distribuidor de combustível (Flauta);
7. Válvulas injetoras;
8. Regulador de pressão;
9. Tubo retorno;
10. Válvula de respiro (Sistema Canister).

Tanque de combustível

39
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Para sistemas alimentação atuais, alguma modificações tiveram de ser feitas,


principalmente no fato do deslocamento da bomba de combustível para o tanque de
combustível. Antes mesmo desta modificação o tanque já passara por mudanças para
atender os quesitos segurança e emissões. Atualmente, a maioria dos tanques de
combustível para automóveis é fabricado de polietileno, um termoplástico derivado do
petróleo e de alta densidade. Com a utilização deste material passou a ser mais fácil
modelar o formato do tanque de combustível para ser montado no automóvel, o tanque
agora possui formais complexas e irregulares, e mesmo assim é mais fácil e mais
barato de ser fabricado. Além disso consegue-se obter tanques tão resistentes quantos
os antigos de metal, sendo mais leves e compactos, ou seja, o tanque pode ser melhor
alocado na estrutura do automóvel o que favorece a eficiência do automóvel como um
todo. O tanque é frequentemente colocado atrás do eixo traseiro, mas sua posição e
formato dependem do projeto do automóvel. Dentro do tanque alguns componentes
são instalados:

 Módulo de combustível;
 Aletas internas;
 Sistema de reaproveitamento dos vapores do combustível (canister).

Tanto o módulo de combustível quando o sistema canister serão abordados em artigos


individuais devido sua complexidade. As aletas internas, também chamadas de
divisórias internas, são chicanas fabricadas do mesmo material do tanque, que
possuem a função reduzir a oscilação do combustível no tanque. Esta oscilação causa
ruídos e mudanças súbitas no indicador de nível de combustível. As aletas mantém
igual o nível de combustível em diversas partes do tanque.

Bomba de combustível

Diferente dos antigos sistemas mecânicos, as bombas atuais são elétricas, e estão
bem distantes do motor, localizadas dentro do tanque. Isso ajuda a reduzir a
temperatura do combustível e além de ser mais seguro para o motorista. Entretanto, a
bomba está montada em uma estrutura plástica que possui alguns outros componentes
para seu funcionamento. Esta é estrutura é chamada de módulo de combustível.

40
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

Tubulação de alimentação

A grande influência na extensão da tubulação de alimentação dos sistemas de injeção


eletrônica, é o local onde o regulador de pressão está disposto. Em um sistema
convencional de injeção MPFI o regulador de pressão é colocado na extremidade tubo
distribuidor de combustível. Então gera-se a necessidade de uma tubulação de retorno
de combustível (sem pressão) para o tanque de combustível. A tubulação de
alimentação, como relacionada acima, possui sessões. Estas sessões são do tanque
para o filtro e do filtro para as eletroválvulas. E são pontos estratégicos para mecânicos
reparadores efetuarem testes de pressão na linha para diagnosticar possíveis
problemas. Quando o regulador de pressão encontra-se no módulo de combustível, é
dispensada a necessidade da tubulação de retorno, apenas o combustível necessário é
enviado as eletroválvulas, e o combustível fica ainda menos exposto às altas
temperaturas do motor.

Filtro de combustível

Mesmo em sistemas de alimentação antigos, as impurezas sempre foram indesejadas,


com o sistema alimentação por injeção eletrônica não é diferente. Aliás, a preocupação
com o nível de impurezas e seu tamanho é muito maior, pois as eletroválvulas
trabalham furos calibrados que ultrapassam a escala milimétrica, e facilmente teriam
seu funcionamento prejudicado por partículas. Os filtros de combustíveis para sistemas
de injeção são projetados de acordo com as exigências do sistema, e além de filtrar o
combustível, deve dispor de boa capacidade de retenção de partículas, ou do contrário
não suportaria a demanda do sistema e entupiria precocemente. Outro fator
importante, é sua posição de montagem, frequentemente indicada por uma seta, deve
ser montada com a seta apontada para o sentido do fluxo de combustível, nesse caso,
para as válvulas injetoras. O filtro de combustível é composto de uma carcaça
blindada, e internamente preenchido com papel poroso dobrado em formato de
sanfona, e possui elevada capacidade filtrante. Está sempre montado na tubulação de
pressão do sistema de alimentação, mas bem próximo do tanque de combustível. Seu

41
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

prazo de troca é de cerca de 5.000 a 20.000 km, mas é importante sempre consultar o
manual do fabricante.

Tubo distribuidor (flauta)

Trata-se de um tubo que montado no coletor de admissão juntamente com as válvulas


injetoras, sua função é distribuir combustível pressurizado para as válvulas injetoras.
Pode ser fabricado em alumínio ou, mais comumente utilizado, em materiais plásticos.
Em sistemas de alimentação com retorno, a flauta também aloja a válvula reguladora
de pressão. Nesse caso o tubo possui duas sessões de fluxo, sendo uma de
combustível pressurizado e a outra com combustível sem pressão retornando ao
tanque, que é ligado ao regulador de pressão por uma extremidade e a tubulação de
retorno por outra.

Válvulas injetoras

Componente responsável por pulverizar o combustível no fim do coletor de admissão e


próximo a válvula de admissão.

Regulador de pressão

Sua função é manter constante a pressão na linha de combustível, ou dentro da flauta,


fazendo o combustível excedente retornar ao tanque e assim estabilizando a pressão.
É composto por duas conexões, uma para entrada do combustível e outra para saída,
uma mola, um diafragma e uma válvula de fluxo.

O diafragma separa o regulador de pressão em duas câmaras, uma para o combustível


que entra e outra para a mola. A mola exerce pressão sobre a válvula de fluxo, e a
membrana equilibra a pressão em ambos os lados.

Durante o funcionamento do motor, o combustível contido na flauta exerce pressão


sobre válvula de fluxo, quando a pressão do combustível vence a força da mola, a

42
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

válvula se abre e parte do combustível flui para a sessão da flauta que conduz o
combustível a tubulação de retorno até que o diafragma tenha, em ambos os lados, um
equilíbrio de forças.

Quando o regulador de pressão encontra-se na flauta, existe também uma conexão


que liga o coletor de admissão ao regulador de pressão, no lado da mola. Pois quando
o combustível em excesso saí da linha de pressão para a linha de retorno, há uma
queda de pressão nas válvulas injetoras. A ligação com o coletor de admissão, coloca
o lado da mola sobre o mesmo ambiente(coletor de admissão) no qual as válvulas
injetoras irão pulverizar o combustível, tendo o diafragma e as válvulas injetoras a
mesma relação de pressão.

Na configuração em que o regulador de pressão se encontra no módulo de


combustível, o lado do diafragma em que se encontra a mola está exposto à pressão
atmosférica. Neste caso, o cálculo de injeção feito pela PCM irá contabilizar a diferença
de pressão entre o ambiente e o coletor de admissão.

Funcionamento

Sistema padrão

Quando acionada pelo seu relé, a bomba de combustível aspira o combustível do


tanque, e o envia sobre pressão para as válvulas injetoras. O combustível assim que
saí do tanque passa pelo filtro de combustível e flui em direção as válvulas injetoras. A
PCM com base nos sensores do sistema de injeção calcula o tempo de abertura dos
injetores, estes são acionados momentos antes da abertura da válvula de admissão. O
combustível é pulverizado no ar aspirado, se mistura e entra na câmara de combustão
para ser queimado no tempo de combustão. Como a bomba de combustível funciona
enquanto o motor estiver funcionando, o excesso de combustível que chega a flauta,
retorna através do regulador de pressão e do tubo de retorno para o tanque. Durante o
retorno o combustível aumenta de temperatura, que faz a temperatura de todo o
combustível no tanque aumentar com a chegada desse excesso. Esse aumento de
temperatura facilita a vaporização de parte do combustível, que emite gases nocivos ao
meio ambiente. Estes gases são colhido pelo sistema de canister, onde passam por um
43
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

filtro de carvão ativado (canister propriamente dito), e são enviados ao coletor de


admissão pela válvula de purga do canister;

Sistema sem retorno (returnless)

Funcionando da mesma forma que o sistema com retorno, este sistema possui
algumas vantagens. Neste elimina-se o tubo de retorno, há apenas uma tubulação que
se estende até as válvulas injetoras, pois apenas a quantidade certa de combustível é
enviada. O regulador de pressão, agora disposto no módulo de combustível, desvia o
excesso fornecido pela bomba sem antes mesmo deste sair do tanque. Este sistema
consegue reduzir a temperatura do combustível em cerca de 10 K, e com isso reduz
também a vaporização do combustível no tanque, logo menos emissões.

44
NOÇÕES BÁSICAS DE
MECÂNICA AUTOMOTIVA

REFERÊNCIAS

https://blog.nakata.com.br/principais-componentes-do-sistema-de-direcao/<acesso em
13/11/2023>

https://blog.acoplastbrasil.com.br/transmissao-mecanica/<acesso em 13/11/2023>

https://blog.deltafiat.com.br/sistema-de-suspensao/<acesso em 13/11/2023>

https://blog.nakata.com.br/sistema-de-freio-tudo-o-que-voce-precisa-saber-para-nao-
correr-perigo/<acesso em 13/11/2023>

https://reparadorsa.com.br/saiba-o-que-e-o-ciclo-otto-e-como-ele-opera/<acesso em
13/11/2023>

https://carrosinfoco.com.br/2015/01/sistema-de-alimentacao-dos-motores-de-
combustao-interna-por-injecao-eletronica/#google_vignette

45

Você também pode gostar