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Engrenagens de dentes retos

O passo circular, designado por p e medido em polegadas (unidades inglesas) ou milímetros (unidades SI).
Se N é o número de dentes da engrenagem (ou do pinhão) e d é o diâmetro primitivo, então

O passo diametral P (utilizado apenas nas unidades inglesas) e o módulo m (utilizado apenas nas unidades
métricas ou do SI). O passo diametral é definido como o número de dentes por polegada do diâmetro
primitivo:

O módulo m, que é basicamente o inverso de P, é definido como o diâmetro primitivo em milímetros


dividido pelo número de dentes (quantidade de milímetros de diâmetro primitivo por dente):

Nas unidades do SI os valores padronizados dos módulos (DIN 780) comumente utilizados são:

Módulo (mm) incremento


0,3 a 1,0 0,10
1,0 a 4,0 0,25
4,0 a 7,0 0,50
7,0 a 16,0 1,00
16,0 a 24,0 2,00
24,0 a 45,0 3,00
45,0 a 75,0 5,00

A largura da face, b, não é padronizada, porém geralmente:

(sistema inglês)

ou

(sistema métrico)

A razão de contato (RC)

√ √

onde:
rap e rac - são os raios de adendo do pinhão e da coroa que se engrenam
rbp e rbc - são os raios das circunferências de base do pinhão e da coroa que se engrenam
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O passo de base Pb vale

onde:
Z - número de dentes e
db - diâmetro da circunferência de base.

ainda:
, ,

ANÁLISE DE FORÇAS EM ENGRENAGENS

V – velocidade linear em pés por minuto


d - diâmetro primitivo da engrenagem em
polegadas
n – rotação da engrenagem em rpm.

A potência transmitida, em hp, é

F - a força é expressa em libras


V - a velocidade em pés por minuto.

EM UNIDADES DO SI,
V – velocidade linear em metros por segundo
d - diâmetro primitivo da engrenagem em milímetros
n – rotação da engrenagem em rpm.

A potência transmitida em watts (W) é:

F - a força é expressa em newtons


V - a velocidade em metros por segundo.

RESISTÊNCIA DO DENTE DE UMA ENGRENAGEM


A equação básica de Lewis expressa em função do passo circular.
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Como as engrenagens geralmente são fabricadas com valores padronizados do passo diametral, substitui-se
e na equação obtém-se uma forma alternativa da equação de Lewis:

Ou ainda, utilizando-se unidades do SI, tem-se

Onde Y é o fator de forma de Lewis baseado no passo diametral ou no módulo. Os valores de Y para os
sistemas de dentes padronizados são fornecidos na figura abaixo.
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ANÁLISE DETALHADA DA RESISTÊCIA À FLEXÃO


Na ausência de informações mais específicas, os fatores que afetam as tensões de flexão dos dentes das
engrenagens podem ser considerados pela representação da equação de Lewis na seguinte forma,

onde:
Kv - é o fator dinâmico ou de velocidade, que indica a severidade do impacto quando pares
sucessivos de dentes são engrenados.

- é o fator geométrico da engrenagem de dentes retos da Figura 15.23. Este fator incorpora o fator de
forma de Lewis Y e também um fator de concentração de tensão baseado em um filete do dente com
raio de 0,35/P. Observe que os valores são fornecidos para carga não-compartilhada (engrenagens de
baixa precisão) e também para carga compartilhada (engrenagens de alta precisão). No caso da carga
compartilhada o fator J depende do número de dentes da engrenagem de acoplamento para esse
controle da razão de contato, que, por conseqüência, determina o ponto mais alto do contato com um
único dente.
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Ko - é o fator de sobrecarga, que reflete o nível de não-uniformidade dos torques de carga e motriz.
Na ausência de melhores informações os valores fornecidos na tabela a seguir devem ser
utilizados como base para uma estimativa grosseira.
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Conversão do fator de serviço

Os fatores de serviço acima assumem que a aplicação é isenta de vibrações críticas. O conjugado máximo de
partida não exceda 200% da carga nominal.

Km - é o fator de montagem, que reflete a precisão do alinhamento das engrenagens durante o


engrenamento. A tabela a seguir é utilizada como base para uma estimativa grosseira.

Fatores de Correção de Montagem Km


*
Largura da face em polegadas
Características do Suporte
0 até 2 6 9 Acima de 16
(0 até 50,8) (152,4) (228,6) (406,8)

Montagens precisas, pequenas folgas nos mancais, deflexões


1,3 1,4 1,5 1,8
mínimas, engrenagens precisas

Montagens pouco rígidas, engrenagens pouco precisas,


1,6 1,7 1,8 2,2
contato ao longo de toda a face

Precisão e montagem de forma que o contato não ocorra em


Acima de 2,2
toda a largura da face
*Os valores entre parênteses em milímetros
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RESISTÊNCIA À FADIGA

A tensão deve ser comparada com a correspondente resistência à fadiga.


Para vida infinita, o limite de resistência à fadiga apropriado é estimado a partir da equação:

onde
S’n - limite de resistência à fadiga padronizado por R. R. Moore
CL - é o fator de carga (igual a 1,0 para cargas de flexão)
Co - é o fator gradiente (igual a 1,0 para P > 5 e 0,85 para P ≤ 5)
Cs - é o fator de superfície. Certifique-se de que se trata da superfície no filete, onde uma trinca por
fadiga normalmente se iniciaria. Na ausência de informações específicas, admita que esse fator
corresponde a uma superfície usinada.

kr - é o fator de confiabilidade com valores correspondentes ao desvio-padrão de 8% para o limite de


resistência à fadiga.

Confiabilidade (%) 50 90 99 99,9 99,99 99,999


Fator kr 1,000 0,897 0,814 0,753 0,702 0,659

kt = é o fator de temperatura. Para engrenagens de aço considere k = 1,0 se a temperatura (geralmente


estimada com base na temperatura do lubrificante) for menor que 70°C. Caso contrário, e na ausência de
melhores informações, utilize
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Onde:
T - temperatura do lubrificante em °C.
Kms = é o fator de tensão média. Utilize 1,0 para engrenagens intermediárias (sujeitas à flexão nos
dois sentidos) e 1,4 para engrenagens de entrada e de saída (flexão em um único sentido).

O fator de segurança para fadiga por flexão pode ser considerado como a relação entre a resistência à fadiga
e a tensão de fadiga. Uma vez que os fatores Ko, Km e kr foram considerados separadamente, o ''fator de
segurança" necessário não dever ser tão alto quanto seria de outra forma. Tipicamente; um fator de
segurança de 1,5 pode ser escolhido, juntamente com um fator de confiabilidade correspondente a 99,9%.

DURABILIDADE DA SUPERFÍCIE DOS DENTES DAS ENGRENAGENS


A tensão de fadiga superficial (Hertz):

Onde b é largura da engrenagem.

Diversas relações fundamentais ficam evidentes a partir dessa equação. Devido ao aumento da área de
contato com a carga, a tensão aumenta apenas com a raiz quadrada da carga F, (ou com a raiz quadrada da
carga por polegada de largura da face, F /b).

ANÁLISE DA FADIGA SUPERFICIAL DOS DENTES DAS ENGRENAGENS

A equação anterior se torna mais utilizável quando:


1. são combinados os termos relacionados às propriedades elásticas dos materiais em um único fator,
Cp, comumente chamado de coeficiente elástico, e

2. são combinados os termos relacionados à geometria do dente em um segundo fator, I, comumente


chamado de fator geométrico:

Neste caso, R é a relação entre os diâmetros da engrenagem e da coroa: R = dc/dp. R é positivo para
engrenagens externas e negativo para engrenagens externas.
A substituição de Cp e I na equação modificada de Hertz e a introdução dos fatores Kv, Ko, e Km, que foram
utilizados na análise de fadiga por flexão, fornecem
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Note que I é uma constante adimensional rapidamente calculada pela equação


, enquanto Cp possui unidades de √ ou √ , dependendo do sistema de unidades
utilizado. Por conveniência, os valores de Cp são fornecidos nas tabelas abaixo:

Valores de Cp em √
Material da Coroa
Material do Pinhão Aço Ferro fundido Alumínio-bronze Estanho-bronze
(ν = 0,30 em Todos os Casos)
Aço, E = 30.000 ksi 2300 2000 1950 1900
Ferro fundido, E = 19.000 ksi 2000 1800 1800 1750
Alumínio-bronze, E = 17.500 ksi 1950 1800 1750 1700
Estanho-bronze, E = 16.000 ksi 1900 1750 1700 1650

Valores de Cp em √
Material da Coroa
Material do Pinhão Aço Ferro fundido Alumínio-bronze Estanho-bronze
(ν = 0,30 em Todos os Casos)
Aço, E = 207 GPa 191 166 162 158
Ferro fundido, E = 131 GPa 166 149 149 145
Alumínio-bronze, E = 121 GPa 162 149 145 141
Estanho-bronze, E = 110 GPa 158 145 141 137

Resistência à Fadiga Superficial Sfe para uso em Engrenagens Metálicas de Dentes Retos (Ciclo de Vida de
107,99% de Confiabilidade, Temperatura < 121°C)
Material Sfe (ksi) Sfe (MPa)
1
Aço
Ferro nodular
2
( ) ( )
Ferro fundido, classe 20 55 379
classe 30 70 482
classe 40 80 551
Estanho-bronze AGMA2C (11 % de estanho) 30 207
Alumínio-bronze (ASTM B 148-52) (Liga 9C-H.T.) 65 448

A tabela “Resistência à Fadiga Superficial Sfe para uso em Engrenagens Metálicas de Dentes Retos” fornece
alguns valores representativos.

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HB é o número da dureza Brinell da mais macia das superfícies de contato. No caso das engrenagens de aço o pinhão é
fabricado invariavelmente com maior dureza (se forem diferentes), porque seus dentes ficam sujeitos a um número
maior de ciclos de fadiga e porque geralmente a fabricação de componentes menores com maior dureza é mais
econômica. Tipicamente, a diferença na dureza varia na faixa de 30 Brinell para engrenagens na faixa de 200 Brinell até
cerca de 100 Brinell para a faixa de 500 Brinell e 2 Rockwell C para a faixa de 60 Rockwell C. Para as engrenagens de aço
endurecidas superficialmente a dureza utilizada é a dureza superficial, mas a profundidade do material endurecido
deve se estender até o pico das tensões cisalhantes, que normalmente situa-se a uma profundidade de no mínimo
1 mm, ou 0,040 in.
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Para os ciclos de vida por fadiga diferentes de 107 multiplique os valores de Sfe pelo fator de vida, CLi
mostrado na figura abaixo.

Os dados de confiabilidade são escassos, porém como guia aproximado deve ser utilizado um fator de
confiabilidade apropriado, CR, como O fornecido na abaixo:

Confiabilidade (%) CR
50 1,25
99 1,00
99,9 0,80

Quando as temperaturas da superfície do dente da engrenagem são altas (acima de cerca de 120°C, ou
250°F), deve-se determinar a resistência à fadiga superficial apropriada do material e a temperatura dos
dentes da engrenagem. Não foi incluído nos cálculos um fator de correção de temperatura para a resistência
à fadiga superficial. A resistência à fadiga superficial (SH) deve ser comparada com a tensão de fadiga de
superfície do dente da engrenagem ( ).

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