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Aula 13: Engrenagens IV

UNIFEI – Campus de Itabira


Professor: Rafael Augusto Costa Silva

Outubro de 2023
Sumário

1. Análise das tensões

2. Flexão

3. Desgaste superficial

4. Exercício
FATOR DINÂMICO KV

O fator dinâmico Kv tenta levar em conta as cargas de vibração geradas internamente pelos
impactos de dente contra dente induzidos pelo engrenamento não conjugado dos dentes de
engrenagem. Essas cargas de vibração são chamadas de erros de transmissão e serão piores em
engrenagens de baixa precisão.
FATOR DINÂMICO KV

Na fórmula, Vt é a velocidade da linha de passo de engrenamento em unidades de ft/min (US) ou


m/s (SI). Os fatores A e B são definidos como
FATOR DE DISTRIBUIÇÃO DE CARGA - KM

Qualquer desalinhamento axial ou desvio na forma do dente fará com que a carga transmitida Wt
seja distribuída desigualmente sobre a largura da face dos dentes da engrenagem. Esse problema se
torna mais pronunciado com larguras de face maiores. Uma maneira conservativa e aproximada de
levar em conta a distribuição de carga menos que uniforme é aplicar o fator Km para aumentar as
tensões para larguras de face maiores.
FATOR DE APLICAÇÃO - KA

Se a máquina motora ou a máquina movida tiverem torques ou forças variando com o tempo,
então estas aumentarão o carregamento sentido pelos dentes da engrenagem acima dos valores
médios. Na ausência de informação definitiva acerca das cargas dinâmicas nas máquinas motoras
e movidas, um fator de aplicação Ka pode ser aplicado para aumentar a tensão de dente baseado
no “impacto” das máquinas conectadas ao trem de engrenagens.
FATOR DE TAMANHO - KS

Os espécimes de teste usados para desenvolver os valores da resistência de fadiga são


relativamente pequenos (cerca de 0,3 in em diâmetro). Se a parte que está sendo projetada for
maior que essa medida, ela pode ser mais fraca que o indicado pelos dados de teste. O fator Ks
permite uma modificação da tensão de dente para levar em conta tais situações. Contudo, muitos
dos valores disponíveis de resistência de engrenagem foram desenvolvidos a partir de testes de
dentes de engrenagem reais, e assim representam melhor a realidade.

A AGMA não estabeleceu ainda normas para os fatores de tamanho e recomenda que Ks seja
igualado a 1, a menos que o projetista deseje aumentar seu valor para levar em conta situações
particulares, como dentes muito grandes. Um valor de 1,25 a 1,5 seria uma hipótese conservadora
em tais casos.
FATOR DE ESPESSURA DE BORDA - KB

Este fator foi introduzido recentemente pela AGMA para


levar em conta situações em que uma engrenagem de
diâmetro maior, feita com um anel ou catraca em vez de
com um disco sólido, tem uma profundidade de borda
fina em comparação com a profundidade do disco. Tais
projetos podem falhar com uma fratura radial
atravessando a borda em vez da raiz do dente.
FATOR DE ESPESSURA DE BORDA - KB

AGMA define uma razão de recuo mB como:

onde tR é a espessura da borda medida do diâmetro da raiz do dente até o diâmetro interno da
borda e ht é a profundidade total do dente (a soma do adendo e dedendo), como mostrado na
Figura 12-23.* Esta razão é usada para definir o fator de espessura de borda a partir de:
FATOR DE CARGA - KI

Uma engrenagem livre (intermediária) está sujeita a mais ciclos de tensão por unidade de tempo e
a cargas alternantes de maior magnitude que as semelhantes engrenadas. Para levar em conta
essa situação, o fator KI é definido igual a 1,42 para uma engrenagem intermediária e a 1,0 para
uma engrenagem não solta.

A AGMA usa o inverso desse fator para reduzir a resistência aparente do material para uma
engrenagem solta, mas isso não é consistente com o enfoque usado neste texto de aplicação de
fatores que afetam o estado de tensão de uma parte da equação de tensão, não à resistência do
material.
TENSÃO SUPERFICIAL

Dentes acoplados de engrenagem têm


uma combinação de rolamento e
escorregamento em suas interfaces. No
ponto de referência, o movimento
relativo é rolamento puro. A
porcentagem de deslizamento aumenta
com a distância ao ponto de referência.

Um valor médio de 9% de deslizamento


é às vezes tomado para representar o
movimento combinado de rolar-
escorregar entre os dentes.
TENSÃO SUPERFICIAL

Se for fornecido um lubrificante de um tipo apropriado, limpo e em quantidade suficiente, a fim de


criar pelo menos lubrificação EHD parcial (espessura específica de filme Λ > 2) e evitar falha
superficial pelos mecanismos abrasivo, adesivo ou corrosivo.

As tensões de superfície nos dentes de engrenagem foram investigadas pela primeira vez de uma
maneira sistemática por Buckingham. Seu trabalho levou ao desenvolvimento de
uma equação para tensões de superfície em dentes de engrenagem que é agora conhecida como a
equação de Buckingham. Ela serve como base para a fórmula de resistência à crateração da
AGMA, que é
TENSÃO SUPERFICIAL

Wt é a força tangencial no dente, d é o diâmetro de referência da menor das duas engrenagens no


engrenamento, F é a largura da face e I é um fator geométrico de superfície adimensional para
resistência à crateração. Cp é um coeficiente elástico que leva em conta as diferenças nas
constantes do material do pinhão e engrenagem. Os fatores Ca, Cm, Cv e Cs são iguais,
respectivamente, a Ka, Km, Kv e Ks , definidos pela equação de tensão de flexão 12.15.

Os novos fatores I, Cp e Cf serão definidos a seguir


FATOR GEOMÉTRICO DE SUPERFÍCIE - I

Este fator leva em conta os raios de curvatura dos dentes da engrenagem e o ângulo de pressão. A
AGMA define uma equação para I:

onde Pp e ρg são os raios de curvatura dos dentes do pinhão e engrenagem, respectivamente, φ é


o ângulo de pressão e dp é o diâmetro de referência do pinhão. O sinal ± leva em conta
engrenamentos externos ou internos. Use o sinal superior para engrenamentos externos em todas
as expressões relacionadas. O raios de curvatura dos dentes são calculados a partir a geometria do
engrenamento.
FATOR GEOMÉTRICO DE SUPERFÍCIE - I

onde pd é o passo diametral, rp é o raio de referência do pinhão, φ é o ângulo de pressão, C é a


distância entre os centro do pinhão e engrenagem e xp é o coeficiente do adendo do pinhão, que
é igual à porcentagem decimal do alongamento do adendo para dentes de adendos desiguais.

Para dentes padronizados, de profundidade completa, xp = 0. Para adendos de dentes alongados


25%, xp = 0,25, etc. Observe a escolha do sinal na segunda equação de 12.22b. Use o sinal
superior para um engrenamento externo e o inferior para um engrenamento interno.
COEFICIENTE ELÁSTICO - Cp

O coeficiente elástico leva em conta as diferenças entre os materiais dos dentes e é encontrado a
partir da equação a seguir, onde Ep e Eg são, respectivamente, os módulos de elasticidade para o
pinhão e a engrenagem, e νp e νg são os respectivos coeficientes de Poisson. As unidades de Cp
são ou (psi)0,5 ou (MPa)0,5. A Tabela a seguir mostra os valores de Cp para várias combinações de
materiais comuns de engrenagem e pinhão baseadas em um valor hipotético de ν = 0,3 para todos
os materiais.
COEFICIENTE ELÁSTICO - Cp
FATOR DE ACABAMENTO SUPERFICIAL - CF

É usado para levar em conta acabamentos superficiais extraordinariamente grosseiros nos


dentes de engrenagem. A AGMA não estabeleceu ainda normas para os fatores de acabamento
superficial e recomenda que Cf seja posto igual a 1 para engrenagens feitas por métodos
convencionais. Seu valor pode ser aumentado para levar em conta acabamentos superficiais
extraordinariamente grosseiros ou para levar em conta a presença sabida de tensões residuais
detrimentais.
EXERCÍCIO

Tem-se um trem de 3 engrenagens, contendo um pinhão,


uma engrenagem vazia (intermediária) e uma engrenagem
(coroa). O eixo do pinhão transmite 20 hp a 2500 rpm. A
razão do trem é 3:1. O pinhão tem 14 dentes e a
engrenagem vazia tem 17 dentes.

O redutor será usado em um guindaste para construção


civil. Escolha o ângulo de pressão e o passo diametral
para realizar os cálculos e justifique.

Considere o material da engrenagem como o AISI 4340


nitretado, com dureza de 400 HB.
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO
EXERCÍCIO

1 - CÁLCULOS GEOMÉTRICOS

a) Dados do pinhão: D primitivo; D externo; D interno; Dados do dente; N° Dentes


(Desenhar).
b) Dados da coroa: D primitivo; D externo; D interno; Dados do dente; N° Dentes
(Desenhar).

2 - CÁLCULO DOS ESFORÇOS

a) Torques: No pinhão e na coroa; Rotação: No pinhão e na coroa;


b) Cargas (Força) nas engrenagens
EXERCÍCIO

3 - CÁLCULO DAS TENSÕES DE FLEXÃO

a) Determine a largura da face e as tensões de flexão nos dentes. Considere que os


dentes têm perfis padronizados AGMA de profundidade completa. A carga e a fonte são
uniformes por natureza.

4 - CÁLCULO DA TENSÃO SUPERFICIAL

a) Determine as tensões de superfície nos dentes das engrenagens. As engrenagens


serão de aço.
Dúvidas e questionamentos

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