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peruanos
Emiliano Paico-Vílchez 1 y Emiliano Paico-Zumaeta 2
Resumo
Introdução
A cerâmica e os traumatismos
Com base no mencionado, pode-se afirmar que a cerâmica constitui uma das
fontes essenciais que permite reconstruir o passado do sofrimento dos antigos
indígenas causado pelos traumatismos. A cerâmica evidencia de forma
surpreendente e extraordinária as lesões causadas pelos traumatismos, que
vão desde uma simples ferida cortante em um membro inferior até um grave
traumatismo na cabeça e, em alguns casos, os métodos ou técnicas utilizados
para tratar os traumatismos.
Traumatismos
O uso de maças e porretes nas guerras era muito frequente. Eles tinham
diferentes tipos. O mais comum consistia em um cabo robusto de madeira, com
cerca de um metro de comprimento, que tinha em sua extremidade distal, como
uma "cabeça", uma pedra ou um pedaço de bronze. A "cabeça" tinha forma de
estrela ou forma redonda, como um parafuso de pedra. Com um único golpe
dessas porretes, era possível ferir um oponente, esmagar o tórax, quebrar a
espinha dorsal ou fraturar um membro.
Também usavam a macana, que era uma pesada clava de madeira de lei que
se manejava com as duas mãos e que com um só golpe fazia explodir a
cabeça do inimigo, como se fosse uma noz. Machados de pedra ou bronze de
diferentes formas e tamanhos também eram usados como armas de guerra.
Embora seja verdade que o arco e a flecha eram conhecidos pelos antigos
aborígines, também é verdade que não eram muito populares nas culturas
desenvolvidas na Sierra. Na maioria das vezes que a flecha é mencionada na
conquista, referem-se a dardos lançados com o estolico. O arco e flecha foi
uma arma muito utilizada pelas tribos da selva amazônica. Tanto flechas
quanto dardos, assim como pequenas lanças, foram envenenados com várias
misturas de ervas venenosas e substâncias animais(6).
Entre os castigos aos quais estavam sujeitos, muitas vezes por transgredirem
alguma lei, podem ser mencionadas amputações de um ou ambos os
membros, superiores ou inferiores, do nariz, dos lábios e até dos órgãos
genitais. Martin de Murúa relata que o inca Huayna Cápac decretou que
aqueles que fossem culpados de perjúrio em um julgamento seriam castigados
com a amputação das pontas de todos os dedos; e aqueles que tivessem
contato carnal com as virgens escolhidas pelo Sol seriam submetidos a
diversos tipos de amputações, inclusive castração ou remoção dos olhos.
A hemostasia das feridas sangrantes era feita usando a raiz de Ratania em pó,
efeito que foi comprovado por Ruiz e Pavón, segundo Quevedo. Eles também
usavam o pó de pumachucu, diz o doutor Cabieses(6).
O próprio padre Cobo(8) nos conta de outro método de unir as feridas. Ele diz
que eles uniam as bordas das feridas usando umas formigas que mordiam
firmemente as bordas, mantendo-as unidas. "Eles juntavam a pele dos lábios
da ferida, aplicando essas formigas, que mordiam e apertavam os lados ou
lábios da ferida, e depois cortavam suas cabeças, que permaneciam presas à
ferida, e assim permaneciam apertadas ao mordedor ou alicate, como quando
estavam vivas."