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O Experimento Preparação

Material necessário
Professor, divida a classe em duplas e apre-
sente aos alunos o seguinte problema:

„ Papel quadriculado (ou papel milimetrado);


„ Régua; Um trilho ferroviário retilíneo passa próximo
„ Tesoura; a duas cidades. É preciso, então, construir
„ Compasso; uma estação e duas estradas de acesso a ela.
„ Papelão (ou isopor); Esta construção deve gastar o mínimo de
„ Tachinha; material possível.
„ Barbante; Qual seria o melhor local para construir
„ Caneta hidrográfica (ou caneta comum). a estação?

Cada dupla deve receber, por enquanto,


apenas uma folha de papel quadriculado.

etapa
Material mínimo
1
fig. 1
Após explicar o problema, inicie esta etapa
com uma reflexão: a classe deve chegar a
Material complementar um consenso sobre como garantir a condição
„ Plástico transparente; de gasto mínimo para a construção das
„ Laser; duas estradas. Pretendemos que os alunos
„ Espelho pequeno; percebam a necessidade de a soma das
„ Caneta para cd (marcador permanente). medidas das estradas ser a menor possível.

Estradas para estação O Experimento 3 / 14


Em seguida, peça aos alunos que façam º Para simplificar os cál-
Neste momento, a Folha do Aluno deve ser
uma representação gráfica da situação. culos da etapa final, entregue.
Verifique se os alunos representam o trilho sugira para os alunos
ferroviário por uma reta horizontal no escolherem os pontos Conforme a configuração de cada
papel milimetrado, pois esta configuração das cidades nas inter- desenho, os alunos devem tentar encontrar
secções do quadriculado.
simplificará os cálculos no Fechamento. a melhor posição para minimizar os custos
Feito o trilho, peça que desenhem dois da construção. Para isso, eles devem seguir
pontos, que serão as cidades A e B, como o procedimento descrito abaixo:
na figura 2.
1. Escolha 5 pontos distintos sobre o trilho;

fig. 2
fig. 3

Professor, os alunos não devem desenhar


as cidades em uma mesma reta horizontal, 2. Posicione o papel milimetrado em cima
pois este é um caso particular que será do isopor (ou papelão);
discutido posteriormente. 3. Corte um pedaço de barbante que passe
Finalizada a discussão, o novo problema por A, por B e por um dos pontos escolhido,
a ser resolvido é: º Comente com seus alunos
prendendo-o com as tachinhas;
que neste problema
estamos considerando
Questão para os alunos que as dificuldades
Onde deve ser construída a estação para que de construção das
estradas podem ser
a soma das distâncias entre as cidades e
desconsideradas.
a estação seja mínima?

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5. Faça o mesmo com os 5 pontos do trilho.
Deixe os barbantes ordenados em relação
aos pontos;

fig. 4

4. Pinte o barbante com a caneta hidrográfica º Pinte entre as tachinhas


e separe-o; de A e B e o ponto
fig. 7
numerado. Não pinte
o barbante que sobrar.
6. Terminado o procedimento com todos
os pontos, compare-os e veja em qual deles
a soma foi menor, ou seja, qual barbante teve
a pintura de menor extensão; º Professor, este refina-
7. Caso ache necessário, pegue mais alguns mento só será útil se
pontos e faça o mesmo procedimento. o trilho for um segmento
de reta muito grande.
Terminado o experimento, os alunos terão No exemplo aqui apre-
fig. 5 sentado, isso não seria
uma estimativa sobre o ponto onde a soma
necessário.
das distâncias é mínima, isto é, um local
para a estação. Nesse caso, observando
a figura 7, podemos concluir que a estação
! Professor, não será
estará entre os pontos 3 e 4, onde as pinturas
possível encontrar o ponto
do barbante são menores. exato, pois, usando
barbante e caneta,
Alternativa para encontrar a estação alcançamos apenas
O ponto onde será construída a estação uma aproximação da
também pode ser encontrado usando laser localização da estação.

e espelho. A realização desta parte em


fig. 6
sala de aula fica a seu critério, professor,
pois ela não é fundamental para a conclusão
do experimento.

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Posicione um espelho sobre o trilho. Neste caso, é possível visualizar um traço
Coloque o laser sobre a cidade A apontando vermelho indicando o caminho do laser: este
para a cidade B refletida no espelho e sai de A, toca o espelho no local exato da
acione-o, como mostrado na figura 8, estação e chega até B.
(o resultado será o mesmo se o laser for A imagem de B refletida no espelho foi de
colocado sobre a cidade B): suma importância para encontrar a estação.
Podemos observar esse fato da seguinte
maneira:
„ Primeiramente, reproduzimos a figura
do trilho e das cidades num plástico
transparente com a ajuda de uma caneta
(marcador permanente);
„ Dobramos o plástico no trilho e marcamos
outro ponto (B’) em cima da Cidade B,
como mostrado na figura 10;

fig. 8

O laser irá tocar o espelho no local exato


da estação.

fig. 10

„ Abrimos o plástico novamente (figura 11);


„ Desenhamos um segmento de reta que ligue
A a B’ .

Ao dobrar o plástico, temos o mesmo


efeito da reflexão no espelho. O ponto
observado na imagem formada no espelho
é o ponto B’, que tem a mesma distância até
o trilho que o ponto B.
fig. 9

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Cidade B’

Trilho Estação

fig. 11 Cidade B

Justificativa geométrica
Mas, geometricamente, como podemos
Cidade A
encontrar este ponto onde a soma é a menor?
fig. 12
Proponha a seguinte questão aos alunos:

Questão para os alunos Notação


Se a cidade B estivesse do outro lado A partir de agora usaremos cidade A = A,
do trilho, onde seria construída a estação? cidade B = B, trilho = T , estação = E e
cidade B’ = B’ para simplificar a escrita
do texto.
A menor distância entre dois pontos é uma
reta; assim, se a cidade original estivesse
do outro lado do trilho, (B’), uma simples reta Por serem simétricos, a distância de B’
unindo-as seria a solução do problema. ao trilho deve ser a mesma que de B ao trilho
Dessa maneira, podemos dizer que se e, traçando uma reta entre elas, esta deve ser
construirmos uma cidade B’ simétrica a B, perpendicular ao trilho.
do outro lado do trilho, teríamos a solução A reta traçada entre A e B’ cruzará º Este resultado será
simplesmente traçando uma reta entre elas: o trilho no ponto P, que será o local exato discutido adiante.
da construção da estação. Assim, basta
traçar uma reta de E a B e teremos as
estradas desejadas.

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Cidade B’ uma das cidades percorreriam uma distância
mais longa que os da outra para chegar à
estação.
Professor, sugira uma ambientação
Trilho Estação
do problema, dizendo que os moradores
P
da cidade mais distante não gostaram
do projeto de construção e acharam que
seria mais justo se as estradas tivessem
o mesmo tamanho.
Cidade B Discutido isso, questione-os:

Questão para os alunos


Cidade A
Onde deve ser construída a estação para que
fig. 13
as estradas tenham a mesma extensão?

Este procedimento é possível, pois


os dois triângulos formados são congruentes. Para responder a essa questão, os
(Os segmentos PB e PB’, e EB e EB’ são alunos devem utilizar inicialmente o mesmo
iguais.) método experimental da Etapa 1. Os pontos
Assim, é possível encontrar o ponto onde escolhidos anteriormente podem ser reutili-
a soma das distâncias é mínima e compará-lo zados, mas outros podem ser escolhidos se
com o ponto encontrado na Etapa 1. necessário.
A principal diferença no procedimento
desta etapa é que os segmentos AE e BE
devem ser pintados com cores diferentes.
etapa
Distâncias iguais
2
Na Etapa anterior, foi encontrado um ponto
onde os gastos são minimizados. Porém,
nesse ponto as estradas não têm o mesmo
comprimento, ou seja, os moradores de

fig. 14

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Finalizado o experimento, devemos
comparar os barbantes e verificar em qual
ponto as partes pintadas de cores diferentes
têm o mesmo tamanho (ou são próximas).

fig. 16

Movimente o espelho, mantendo a


estação como eixo, até encontrar um triân-
gulo com lados formados pelo ponto A e pelo
fig. 15
ponto A-imagem do espelho.

Observando a figura, podemos verificar


que os pontos 2 e 3 são os que têm
os tamanhos das partes pintadas mais
próximos. Com isso, podemos concluir que
a estação deve ficar entre estes pontos.

Alternativa para justificar a posição


da estação
A solução desta etapa pode ser justificada
fig. 17
com o uso de um espelho. A realização
desta parte em sala de aula fica a critério do
professor, pois ela não é fundamental para a
conclusão do experimento.
Primeiramente, traçamos um triângulo
com o ponto E estimado, A e B. Após isso,
posicionamos um espelho sobre o desenho
de forma que ele passe por E.

fig. 18

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Trilho Ponto procurado
Como mostrado na figura 17, o espelho
ficará posicionado no ponto médio
lado b
do segmento AB, ou seja, sobre a mediana
do triângulo formado por E, A e B. lado a
Bissetriz
e mediana
Cidade B
Justificativa geométrica
Vamos supor que as cidades e o ponto onde Ponto médio

ficará a estação sejam os vértices de um Cidade A


triângulo. O que poderíamos dizer sobre esse
fig. 20
triângulo?

Trilho
Assim, os alunos podem encontrar o ponto
da maneira descrita acima e verificar se
o procedimento experimental feito no início
da Etapa 2 foi suficiente para encontrar
Cidade B
o ponto com precisão.

Caso particular
Cidade A
Em situações reais, é preferível a minimi-
zação do custo de construção, deixando
fig. 19
de lado outros fatores, como as diferentes
distâncias entre as cidades. Existe alguma
O primeiro fato que podemos notar é que situação onde este conflito não ocorreria?
o triângulo é isósceles. Afinal, ele tem dois Ou seja, existe alguma situação em que
lados iguais, já que queremos estradas com ambos fatores sejam levados em conta,
a mesma distância da estação. ou seja, em que a construção da estação
O fato de o triângulo da figura 19 ser seja a mais barata e também a que atende
isósceles nos traz algumas consequências às duas cidades igualmente?
(figura 20), como:
1º Se temos dois lados iguais (o lado a é igual
Questão para os alunos
ao lado b), consequentemente temos dois
ângulos iguais, θ; Como deveria ser a configuração das
2º A bissetriz do vértice do ponto procurado é duas cidades para que o ponto encontrado
coincidente com a mediana desse vértice. na Etapa 1 seja o mesmo da Etapa 2?

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Para a estação estar à mesma distância
das duas cidades e ainda ser a obra que
11
minimiza o material gasto, basta colocar
10
Trilho
as cidades em uma mesma reta, paralela à
9
reta do trilho.
8

Fechamento
5

4 Cidade B
3

1 Cidade A
Após finalizar a parte experimental, inicie
−1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
com seus alunos um estudo analítico sobre −1
como encontrar os pontos das Etapas 1 e 2.
fig.
−2
21

Material mínimo (Etapa 1)


Para o caso em que as duas estradas devem A coordenada de B é: B = (13; 3).
ter soma mínima, sugerimos um método B’ é simétrico a B em relação ao T . Assim,
de resolução, usando geometria analítica. a sua coordenada x é a mesma, mas preci-
Primeiro, definimos um eixo cartesiano. samos encontrar sua nova coordenada y.
Para facilitar os cálculos, vamos defini-lo de Note que a distância de B a T é 6 e
modo que o eixo x seja paralelo aos trilhos. a coordenada y de B’ deve ser igual à
Também facilita defini-los de modo que um coordenada y de B somada com duas vezes
dos pontos esteja sobre um dos eixos. essa distância. Assim,
Agora, definimos a escala dos eixos
seguindo o quadriculado da folha e podemos yB  = y B + 2 · 6
começar os cálculos. B’ = (13; 15)

Precisamos agora encontrar a reta definida


pelos pontos A e B’. Assim:
Δy 15 − 0 15
mAB  = = = = 1, 36
Δx 13 − 2 11

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é o coeficiente angular. A equação da reta
deve ser, então:
11

10
y − y0 = mAB  (x − x0 ), Trilho
9

8
onde y0 e x0 são as coordenadas de
7
algum ponto dessa reta. Escolhendo as
6
coordenadas de A, a equação torna-se:
5

4 Cidade B
A = (2; 0) 3
y − 0 = 1, 36(x − 2) 2
y − 1, 36 · x + 2, 72 = 0 1 Cidade A
−1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Agora, fazendo a intersecção da equação −1
encontrada com a equação do trilho (y=9),
fig.
−2
22
teremos o local da estação:

9 − 1, 36 · x + 2, 72 = 0 Trace um segmento de reta entre A e B.


x = 8, 6 Com as coordenadas em mãos, calcule
o ponto médio Pm:
A coordenada da estação é: (8, 6; 9). x +x y +y 
A B
Pm = ; A B
,
2 2
Distâncias iguais (Etapa 2)
Usaremos o mesmo eixo cartesiano onde xA e yA são as coordenadas de A,
desenhado anteriormente. e xB e yB são as coordenadas de B. Assim:
 
2 + 13 0 + 3
Pm = ; = (7, 5; 1, 5).
2 2
Calcule o coeficiente angular da reta
definida por A e B:
Δy 3−0 3
mAB = = = = 0, 27 .
Δx 13 − 2 11

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Precisamos encontrar a reta perpendicular º Se duas retas são
ao segmento que passe pelo ponto médio. perpendiculares, sabemos
Para isso, através do coeficiente calculado que seus coeficientes
anteriormente, é possível encontrar o coefi- angulares, μ1 e μ2,
ciente da reta perpendicular: obedecem a relação:
μ1 = −1
μ .
2
−1 −1
m Pm = = = −3, 7 .
mAB 0, 27
A partir desse novo coeficiente, podemos
encontrar a equação da reta perpendicular
y − y Pm = m Pm (x − x Pm ), onde x Pm e y Pm
são as coordenadas do ponto médio. Assim:

y − 1, 5 = −3, 7(x − 7, 5).

Essa reta perpendicular cruza a reta que


representa o trilho em algum ponto, onde
será a estação. Para isso, precisamos usar
a equação da reta do trilho: y = 9.
Com isso podemos encontrar o ponto de
intersecção entre essas retas:

y=9
y − 1, 5 = 3, 7(x − 7, 5)

Substituindo y = 9 na segunda equação,


temos:

9 − 1, 5 = −3, 7(x − 7, 5)
7, 5 = −3, 7(x − 7, 5)
− 3, 7x + 27, 7 − 7, 5 = 0 x
x = 4, 6 .

Portanto, a estação deve ser construída


no ponto (4, 6; 9).

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