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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - CAMPUS ALCÂNTARA

GRADUAÇÃO EM DIREITO

Nome dos alunos:

Rafaela de Oliveira Pereira Santana


Amanda Teles Pedro
Leonardo Luiz Lobo Gaspar Filho
Wilson Soares de Azevedo Neto
Nathan Camilo Souza dos Santos

Nome do Professor:
Sergio Assunção Rodrigues Junior

2023
Rio de Janeiro / Alcântara
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - CAMPUS ALCÂNTARA
GRADUAÇÃO EM DIREITO

PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

1. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES ENVOLVIDAS E PARCEIROS.

Este artigo científico contou para com a competente equipe de estudantes


da faculdade Estácio de Sá, composta por estes seguintes alunos: Rafaela,
Leonardo, Nathan, Wilson, Luiz e Amanda. Vale mencionar a contribuição do
professor orientador Sergio Assunção Rodrigues Junior, o qual sugeriu as
devidas correções e aperfeiçoamentos para a melhor qualificação deste artigo.
Não podendo ser deixados de fora os tão importantes parceiros, que
contribuíram para a perfeita elaboração desta atividade, sendo eles:
1- Coordenadora do Centro Pop de Niterói – Camilla Moreira Rodrigues,
onde se disponibilizou em nos apresentar o Centro de acolhimento, suas
demandas e esclarecer qualquer dúvida pertinente ao Centro Pop de Niterói;
2- Coordenadora Luana do Centro Pop de Maricá – Luana, onde também
se disponibilizou em nos apresentar o Centro de acolhimento, suas demandas e
esclarecer qualquer dúvida pertinente ao Centro Pop de Maricá;
3 - Pessoas em situação de rua.

2. PROBLEMÁTICA E/OU PROBLEMAS IDENTIFICADOS.

As pessoas que se encontram em situação de rua, contém uma


diversidade de problemáticas, que motivam a permanência dessa condição.
Aporofobia significa fobia, pavor e ódio aos pobres, vem do grego “á-
poros”, que significa pobre, desamparado, sem recursos, unido a fobia. Este
termo foi muito relacionado as hostilidades sofridas por pessoas em condição de
rua, propagando todo um estigma pela sociedade, tornado esses indivíduos
alvos de preconceito, discriminação e desprezo. Tendo como resultado um
isolamento social, tornando mais vulneráveis a violência física, incluindo
agressões, assaltos, frequentemente relatam serem vítimas de assédio verbal,
insultos e deboches por parte de membros da sociedade.
A falta de identificação civil torna o indivíduo invisível para o Estado, já
que sem esses documentos, pessoas em situação de rua podem ter dificuldade
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para acessar serviços essenciais como assistência médica, programas de


assistência social, abrigos e serviços de emprego. Podendo também dificultar o
exercício de seus direitos legais como pessoa em situação de rua, dificultando o
acesso à justiça. Tais pessoas não são nem mesmo registradas pelo IBGE, pois
o mesmo apenas coleta informações de pessoas domiciliadas, tornando invisível
a pessoa em condição de rua, haja vista que a contagem populacional é
indispensável para se pensar e estabelecer políticas públicas eficazes para o
atendimento às necessidades de todos os habitantes do país. Tornando assim,
a identificação civil extremamente necessária para a mínima participação na
sociedade.
A fata de acesso à educação por pessoas em situação de rua retira a
possibilidade de uma melhora de condição, haja vista o seu impacto no futuro e
bem-estar do indivíduo. Uma parcela significativa dos indivíduos nesta situação,
como dito no parágrafo anterior, não possui a documentação necessária para
uma matrícula escolar, como identidade/certidão de nascimento e comprovante
de residência.
A falta de moradia e a mobilidade constante dificulta o acesso a uma
educação de qualidade, já que não há um local seguro e estável para estudar.
Mesmo aqueles que conseguem o acesso à educação, enfrentam uma
estigmatização e discriminação por parte de colegas e professores, criando um
ambiente hostil e desencorajador.
Através da Opinião Consultiva n.23 de 2017 (OC-23/17), como destacado
pela própria Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH), tem–se pela
primeira vez o desenvolvimento do conceito de direito humano ao meio ambiente
saudável, mais que simples menção, importando em uma análise mais detida
sobre o direito ao meio ambiente saudável/ equilibrado à luz da Convenção
Americana de Direitos Humanos (CADH), especificamente com base no art.26,
combinado com o que prevê o art.11 do Protocolo de São Salvador, no tema de
direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais (DESCA). Assim sendo, a
Corte IDH determinou aos Estados que, livre e soberanamente, reconheceram e
se submetem à sua jurisdição:
impedir danos ambientais significativos, dentro ou fora de seu território, o
que implica regular, supervisionar e supervisionar as atividades sob sua
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jurisdição, realizar estudos de impacto ambiental, estabelecer planos de


contingência e mitigar os danos ocorridos; agir de acordo com o princípio da
precaução contra possíveis danos sérios ou irreversíveis ao meio ambiente, que
afetem os direitos à vida e à integridade pessoal, mesmo na ausência de certeza
científica; cooperar com outros Estados de boa-fé para a proteção contra danos
ambientais significativos; garantir o acesso a informações sobre possíveis efeitos
no meio ambiente; garantir o direito à participação pública das pessoas, na
tomada de decisões e políticas que possam afetar o meio ambiente, e garantir o
acesso à justiça, em relação às obrigações do Estado pela proteção do meio
ambiente. A OC 23 - Uma violação dos Direitos Humanos a luz do Direito
Ambiental foi o caso do deslizamento do morro do Bumba, as pessoas por não
terem acesso a uma moradia digna, são forçadas a morar em encostas, correndo
grande perigo, com a chuva, houve um deslizamento e 50 casas foram
soterradas e cerca de 200 moradores morreram. Isso é uma violação do Direito
a moradia a luz do Direito Ambiental.
Pessoas em situação de rua frequentemente enfrentam uma série de
problemas de saúde, incluindo vícios e problemas de saúde física e mental.
Esses desafios de saúde podem ser agravados pela falta de moradia e pela falta
de acesso a serviços médicos adequados. Infelizmente o vício e o abuso de
substâncias se tornou algo comum para pessoas em situação de rua,
funcionando como uma válvula de escape da realidade em que vivem, estresse,
traumas, dentre outros motivos... O uso de substâncias pode levar a uma série
de problemas de saúde física, incluindo doenças infecciosas, lesões, danos aos
órgãos e morte, podendo agravar os problemas de saúde mental e contribuir
para distúrbios como a depressão, a ansiedade e podendo chegar ao pânico.
A vida nas ruas é frequentemente traumática, e o trauma pode levar ao
desenvolvimento de problemas de saúde mental. Muitas pessoas em situação
de rua já sofrem de doenças mentais, como esquizofrenia, transtorno bipolar ou
depressão antes de se tornarem sem-teto. O acesso limitado ao tratamento de
problemas de saúde dos moradores de rua tanto mental quanto físico, tem se
tornado uma problemática, haja vista que é uma das vias mais importante para
haver uma inserção e uma reinserção dessas pessoas na sociedade.
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Haja vista o escasso acesso a higiene pessoal, falta de moradia e


documentação, essas pessoas têm dificuldade em encontrar empregos estáveis
e muitas vezes enfrentam desemprego crônico. Isso resulta na falta de uma fonte
de renda regular. Mesmo sem moradia há frequentemente um gasto de dinheiro
em abrigos temporários, comida, roupas e produtos de higiene pessoal, o que
pode consumir o pouco que conseguem ganhar como pedintes ou realizando
trabalhos irregulares, aumentando assim, ainda mais a sua vulnerabilidade.
Alguns moradores de rua estão nessa situação muitas vezes por acumular
dívidas devido a empréstimos anteriores, pagamentos de aluguéis não
efetuados, contas médicas não pagas, abandono familiar, vício em drogas ou
perderam suas casas em desastres, o que dificulta ainda mais sua situação
financeira.
A problemática familiar é um dos vetores que contribuem para o aumento
do número de pessoas em situação de rua. Tais problemas podem variar desde
conflitos familiares até abuso físico ou emocional, negligência, evasão de casa,
violência doméstica ou rupturas familiares. Tendo como resultado a fuga para
escapar de abuso físico ou emocional, com também alguns são
abandonados/expulsos por seus pais, responsáveis legais ou outros membros
da família, sem qualquer meio de sobrevivência.

2.1- A (IN) CONSTITUCIONALIDADE DA INTERNAÇÃO


COMPULSÓRIA

Na decorrência da pesquisa nos deparamos com a indagação sobre a


internação compulsória ser (in)constitucional, sendo assim, iremos relatar esse
questionamento.
Existem três tipos de internação, a internação voluntária: aquela que se
dá com o consentimento do usuário, a internação involuntária que vem a ser
aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro e a
internação compulsória que é aquela determinada pela Justiça.
Todas elas são reguladas pela Lei 10.216/2001, onde formaliza a
internação compulsória de pessoas portadoras de transtornos mentais e pela
Lei nº 13.840/2019, onde relata dentre outras questões, a
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internação compulsória dos usuários ou dependentes de drogas, ou seja, a


internação compulsória somente será determinada pela Justiça após a
constatação de que todas as outras alternativas de tratamento do paciente já
foram exploradas e falharam, e/ou não há nenhum familiar que se responsabilize
por ele.
Muitas vezes se faz necessário a internação porque a os transtornos
psiquiátricos e a dependência química são doenças que fazem com que a
pessoa perca seu controle, ficando vulnerável a uma piora progressiva.
Essa certificação é feita por meio de laudos médicos, atestando que todos
as outras tentativas de tratar o paciente já foram exauridas e não apresentaram
resultado benéfico, ou que, ele é um risco para si mesmo e para as pessoas à
sua volta.
Da mesma forma, a alta também deve ser concedida mediante ordem
judicial, após a expedição de laudos médicos que atestem a melhora. O tempo
que o paciente deve permanecer internado dependerá de sua resposta ao
tratamento.
Ocorre que a dependência química é considerada uma doença, segundo
a OMS, e está devidamente incluída no Cadastro Internacional de Doenças (CID-
10), a internação compulsória para os usuários de drogas em estágio avançado
estaria autorizada pela lei, já que até pelo conselho geral os dependentes são
considerados doentes mentais.
Pela OMS, o tratamento de dependência de drogas deve ser através de
um procedimento médico, como qualquer outro, não devendo ser forçado.
Somente em situações onde o usuário encontra-se em estado de crise, ou seja,
entra em um estado de total vulnerabilidade física e psíquica alto risco para sua
saúde ou para outras pessoas.
A internação compulsória é vista pela maioria dos estudiosos dos casos
como uma medida de exceção que deverá ser realizada somente em casos
críticos quando a pessoa que é considerada dependente químico colocando em
risco a sua própria saúde ou fazendo algo que coloque em risco a vidas das
pessoas que a cercam.
A cerca da inconstitucionalidade, assim relata o Juiz de Direito João
batista Damasceno:
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“A internação, seja involuntária ou compulsória, somente se pode realizar quando os


recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes, e quando autorizada. O tratamento tem
de visar, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu meio. Além disso,
o tratamento, em regime de internação, há de ser estruturado de forma a oferecer assistência
integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência
social, psicológicos, ocupacionais, de lazer e outros. É o que diz a lei que a autoriza. A lei veda
a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições com características
asilares como se tem feito. A internação involuntária deve ser comunicada ao Ministério Público
Estadual no prazo de 72 horas, mas inexiste no MP órgãos encarregados de receber tal
comunicação. A internação compulsória, de pessoas acometidas de transtorno psiquiátrico, há
de ser determinada por juiz competente para a causa, que há de levar em conta as condições
de segurança do estabelecimento, quanto à salvaguarda do paciente, dos demais internados e
funcionários. Mas, juízes designados por administrações de tribunais vinculados aos
governadores e prefeitos, sem que tenham competência ordinária para a matéria, as autorizam
sem conhecerem os estabelecimentos para onde estão autorizando os confinamentos. Então, a
internação de usuário de crack ou outras drogas, a pretexto de serem pessoas acometidas de
transtorno mental, é uma flagrante ilegalidade que viola a ordem jurídica e constitucional.” (João
Batista Damasceno – Juiz de Direito).

Ou seja, a inconstitucionalidade se dá no momento em que os pacientes


com transtornos psiquiátricos são igualmente igualados aos dependentes
químicos, isto é, pessoas com transtornos psiquiátricos é totalmente distinto das
pessoas usuárias de drogas, porém diante da má administração do sistema
judiciário, onde os Juízes designados para tal função não obtém o conhecimento
necessário da matéria, acabam autorizando o mesmo tratamento para situações
totalmente contrárias. Ora se o objetivo da internação compulsória é a reinserção
do paciente recuperado na sociedade para que ele volte para as ruas com
dignidade e perspectiva de vida, compreendendo que a droga não é o melhor
caminho, logo, o seu tratamento também deve ser priorizado na individualidade
e respeitando todos os processos uma vez que o tratamento exige a
compreensão de diversos fatores, tais como o biológico, genéticos, sociais,
psicológicos e ambientais
Vale ressaltar também que a internação não pode ser objetivo da
internação compulsória medida higienista a fim de “limpar” as áreas
denominadas “cracolândias” ou as ruas, onde há uma concentração de usuários
e aumento da criminalidade. A internação compulsória deve ser aplicada em
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casos extremos com a finalidade da recuperação e reinserção social dessas


pessoas dependentes e não ser uma forma de exílio para dependentes químicos.
Deve haver todo um processo a ser percorrido na internação compulsória, desde
uma triagem para selecionar as pessoas mais necessitadas e mais prejudicadas
como também um acompanhamento ambulatorial.

3. DEMANDA SÓCIO-COMUNITÁRIA E JUSTIFICATIVA


ACADÊMICA.

O aumento significativo de pessoas em situação de rua tem criado um


paradoxo social, já que ao mesmo tempo o aumento se torna perceptível aos
olhos, a sociedade insiste em fechar os olhos, como se fossem invisíveis.
Pessoas em situação de rua é um problema que existe há séculos,
(segundo alguns historiadores, a partir do século XIV já haviam pessoas em
situação de rua) e que nenhuma política pública conseguiu resolver
definitivamente tal questão, acredita-se por vários fatores correlacionados que
demandam tempo e estratégia para esta solução.
Segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em uma
década, de 2012 a 2022, o crescimento desse segmento da população foi de
211%, chegando ao número populacional estimado de 228.472 (duzentos e vinte
e oito mil e quatrocentos e setenta e dois), ou seja, trata-se de uma expansão
muito superior à da população brasileira na última década, de apenas 11% entre
2011 e 2021, na comparação com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
A Constituição Federal tem como princípio fundamental, a dignidade da
pessoa humana (CF/88 artigos 1º, III), isto é, o Estado tem a responsabilidade
de garantir os direitos humanos e garantir o mínimo necessário para uma
existência digna de sua população.
Acontece que, esse grupo social em questão, vive fora dessa realidade, e
a violação dos seus direitos é constante e crescente, haja vista, uma consulta ao
hospital, para as pessoas em situação de rua é uma das coisas mais difíceis a
se conseguir, ou a emissão de um documento com fé pública, outra grande
dificuldade, dentre outros casos.
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Tudo isso ocorre por diversas razões, dentre elas, podemos exemplificar
o preconceito, a violação dos direitos humanos, falta de empatia e dentre outras.
Portanto, devemos visualizar e interpretar todas as normas legais que
buscam modificar, proteger ou ampliar os direitos dos moradores em situação de
rua no prisma do princípio da dignidade humana.
Conclui-se assim, a suma importância de estudar a situação das ruas, que
é um grande problema jurídico, social e humano em nosso país, para que
possamos dar voz a esse segmento da sociedade que é invisível aos olhos de
muitos e procurar soluções eficazes para prevenir violações graves dos direitos
humanos.

4. OBJETIVOS A SEREM ALCANÇADOS.

Esse artigo científico tem como objetivo retirar a venda social e mostrar a
problemática de pessoas em situação de rua, pessoas essas que tiveram seus
direitos fundamentais, garantidos em lei, arrancados e/ou negligenciados pelas
políticas públicas, fazendo assim, que tal problema se agrave cada vez mais com
o passar do tempo.
Segundo o Artigo 5º da nossa Carta Magna, todos nós, seres humanos,
temos nossos direitos garantidos e perante a Lei, todos somos iguais.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes(...)

Contudo, na prática não funciona assim, diariamente essa tal “igualdade


e direitos” já estabelecidos em Lei, são violados sem o mínimo de empatia,
fazendo assim, que a sociedade se arruíne gradativamente.
O tema deste trabalho é a violação dos direitos humanos das pessoas em
situação de rua, que são privadas do mínimo necessário para uma vida digna,
logo, desrespeita a dignidade humana, que é considerada a base do nosso
ordenamento jurídico.
Além da violação dos Direitos Humanos das pessoas em situação de rua,
os Direitos humanos serão analisados com base no nosso ordenamento jurídico
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e nos Tratados pertinentes as pessoas em situação de rua já ratificado no Brasil.


Serão abordados nesse artigo, a origem do problema e a quantidade expressiva
de pessoas em situação de rua, as políticas públicas direcionadas para esse
segmento da sociedade, como a responsabilidade do Estado e as possíveis
soluções para esta problemática.

5. CRIAÇÃO DO PLANO DE SOLUÇÃO CONSENSUAL

Este plano aborda as diversas dimensões das problemáticas enfrentadas


pelas pessoas em situação de rua e busca promover a inclusão social, o acesso
a serviços essenciais e a reconstrução de suas vidas. A implementação requer
parcerias sólidas entre o governo, organizações não governamentais e a
sociedade civil para alcançar resultados efetivos e duradouros.

Documentação e Identificação Civil:


A falta de documentação e identificação civil é um problema significativo
para pessoas em situação de rua no Brasil, e a resolução desse problema é
fundamental para garantir seus direitos e acesso a serviços básicos.
As campanhas de identificação civil, juntamente com campanhas de
educação e conscientização para informar a importância da documentação civil,
sendo realizadas em parcerias com organizações governamentais, podendo ser
citados como exemplo no Rio de Janeiro o DETRAN e o IFP/RJ (Instituto Félix
Pacheco), com a finalidade de identificar e ajudar a obter os documentos de
identificação, simplificando e agilizando o processo de emissão de documentos
para torná-lo mais acessível a pessoas em situação de rua. Contando com o
apoio psicossocial para lidar com questões subjacentes que podem dificultar a
obtenção de documentação, como problemas de saúde mental, dependência
química e falta de moradia.
Estabelecendo assim, unidades móveis de atendimento em locais onde
as pessoas em situação de rua costumam se concentrar, essas unidades podem
oferecer serviços de emissão de documentos, como RG e CPF, além da
Integração com outros serviços essenciais, como abrigos, serviços médicos e
assistência social.
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Combate à Aporofobia e Discriminação:


A aporofobia (aversão ou preconceito contra pessoas pobres) e a
discriminação contra pessoas em situação de rua são problemas sérios que
demandam ações abrangentes e uma mudança cultural para serem enfrentados.
Podendo utilizar de campanhas de conscientização para sensibilizar a
sociedade sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas em situação de rua e
a importância de tratá-las com dignidade e respeito; com integração da rede de
educação com pautas sobre empatia, igualdade e inclusão nas escolas e
programas educacionais.
O desenvolvimento de políticas públicas, com apoio das organizações não
governamentais que trabalham com pessoas em situação de rua e engajamento
da sociedade civil em ações voluntárias, se torna essencial para que haja a
inclusão social e o acesso a serviços essenciais, como moradia, saúde, emprego
e educação. Fortalecendo a ideia de implementação de leis que protegem os
direitos das pessoas em situação de rua e punem a discriminação com mais
rigor.
Combater a aporofobia e a discriminação contra pessoas em situação de
rua requer uma abordagem multifacetada que envolva governos, sociedade civil,
instituições, a mídias e a população em geral. É um processo que exige tempo
e esforço contínuo para mudar atitudes e criar uma sociedade mais inclusiva e
justa.

Acesso à Educação:
A falta de acesso à educação para pessoas em situação de rua no Brasil
é um problema complexo, mas existem medidas que podem ajudar a melhorar
essa situação. Iniciar um esforço, juntamente com equipes de educadores e
assistentes sociais, para identificar e mapear as populações em situação de rua
em diferentes regiões do Brasil. Isso ajudará a entender a magnitude do
problema e a direcionar recursos de maneira eficaz.
O desenvolvimento de programas educacionais flexíveis e adaptados às
necessidades específicas das pessoas em situação de rua, podendo incluir
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horários flexíveis, ensino à distância, educação de adultos e currículos


personalizados.
Desenvolver políticas de inclusão educacional que garantam que as
escolas estejam abertas e acessíveis a todas as crianças e adultos,
independentemente de sua situação de moradia. Fornecendo apoio psicossocial
para ajudar as pessoas em situação de rua a superar barreiras emocionais e
psicológicas que possam estar impedindo seu acesso à educação.
Disponibilizando material escolar e uniformes gratuitos para remover barreiras
financeiras que possam impedir o acesso à educação.
A falta de acesso à educação para pessoas em situação de rua é uma
violação de direitos fundamentais, e é crucial que o governo, a sociedade civil e
a comunidade em geral trabalhem juntos para garantir que essas pessoas
tenham a oportunidade de obter uma educação de qualidade e melhorar suas
vidas.

Saúde Física e Mental:


A falta de saúde física e mental é um problema crítico enfrentado por
pessoas em situação de rua no Brasil e em muitos outros lugares.
Trabalhar em colaboração com organizações não governamentais que
tenham experiência no atendimento a pessoas em situação de rua e na
prestação de serviços de saúde. Garantindo que todas as pessoas,
independentemente de sua situação de moradia, tenham acesso universal à
saúde, incluindo cobertura de saúde gratuita ou de baixo custo. Estabelecendo
clínicas médicas móveis ou fixas em áreas onde pessoas em situação de rua se
concentram para fornecer atendimento médico básico e preventivo com equipes
multidisciplinares compostas por médicos, enfermeiros, assistentes sociais e
psicólogos. Disponibilizando serviços de saúde mental, incluindo
aconselhamento, terapia e tratamento para transtornos mentais comuns, como
depressão e ansiedade.
Essas soluções devem ser implementadas de forma integrada e
coordenada, envolvendo governos, organizações da sociedade civil,
profissionais de saúde e a própria comunidade. É fundamental reconhecer que
a saúde física e mental é um direito humano fundamental e garantido, e todas
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as pessoas devem ter acesso a cuidados de saúde adequados,


independentemente de sua situação de moradia.

Apoio Financeiro e Emprego:


A falta de apoio financeiro e emprego é um dos principais desafios
enfrentados por pessoas em situação de rua no Brasil e em muitos outros
lugares.
Garantindo o acesso a serviços básicos, como alimentação, abrigo e
cuidados de saúde, para atender às necessidades imediatas das pessoas em
situação de rua. Podendo criar com parcerias com algumas empresas não
governamentais, programas de empregabilidade que auxiliem na busca de
empregos, estágios, preparação de currículos e desenvolvimento de habilidades
práticas e relevantes, como treinamento vocacional, alfabetização e capacitação
em informática.
Tornando necessária a assistência para encontrar uma moradia
acessível, pois ter um endereço fixo pode ser fundamental para garantir
empregos e apoio financeiro.
Promovendo a inclusão digital por meio de programas que ensinem
habilidades relacionadas à tecnologia e à internet, aumentando as oportunidades
de emprego online.
É importante notar que abordar a falta de apoio financeiro e emprego para
pessoas em situação de rua requer uma abordagem coordenada e contínua,
envolvendo a colaboração entre o governo, organizações da sociedade civil, o
setor privado e a comunidade. Além disso, é fundamental reconhecer as
barreiras individuais e coletivas que essas pessoas enfrentam e adaptar as
soluções de acordo com suas necessidades específicas.

Apoio Familiar:
A falta de apoio familiar é um dos fatores que podem levar as pessoas a
ficarem em situação de rua no Brasil e em outros lugares.
O oferecimento serviços de intervenção familiar e mediação para ajudar a
resolver conflitos familiares e facilitar a reconciliação, quando possível. Isso pode
incluir terapia familiar e aconselhamento. Bem como oferecer programas de
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treinamento de habilidades parentais para pais e mães que enfrentam


dificuldades em cuidar de seus filhos. Esses programas podem incluir
orientações sobre educação infantil e resolução de conflitos familiares.
Criar redes de apoio para vítimas de violência doméstica, incluindo
abrigos e serviços de apoio emocional e jurídico.
Desenvolver programas de reintegração familiar que ajudem a reunir
pessoas em situação de rua com suas famílias, quando essa for uma opção
segura e desejada. Podendo promover a adoção e famílias de acolhimento como
alternativas para crianças e adolescentes em situação de rua que não podem
retornar às suas famílias de origem.
É importante reconhecer que a falta de apoio familiar é um problema
complexo e que as soluções podem variar de acordo com as circunstâncias
individuais de cada pessoa em situação de rua. Portanto, um enfoque
personalizado e sensível às necessidades específicas é essencial para abordar
essa questão de maneira eficaz. Além disso, é fundamental envolver
organizações governamentais e da sociedade civil, bem como a comunidade,
para trabalhar juntos na criação de redes de apoio e soluções sustentáveis.

Habitação Acessível:
A falta de habitação é um problema crítico para pessoas em situação de
rua no Brasil, e sua resolução requer uma abordagem multifacetada que envolva
governos, organizações da sociedade civil e a comunidade.
Investir na construção de moradias acessíveis, como unidades
habitacionais de baixo custo e moradias populares, para atender às
necessidades de pessoas em situação de rua. Adaptando edifícios abandonados
e espaços desocupados para criar abrigos temporários e moradias de transição.
Oferecer habitação de emergência, como acampamentos temporários,
tendas e contêineres modificados, para atender às necessidades imediatas de
abrigo.
Desenvolver programas de reintegração social que ajudem as pessoas
em situação de rua a se reintegrarem à sociedade e a manterem suas
habitações.
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Incluir pessoas em situação de rua em programas de habitação social


existentes, como o programa Minha Casa, Minha Vida, com adaptações para
atender às suas necessidades específicas.
Promover a colaboração entre governos, organizações não
governamentais e instituições de caridade para maximizar os recursos e a
eficácia das soluções de habitação.
É importante notar que a habitação é um direito humano fundamental, e a
solução para a falta de habitação para pessoas em situação de rua deve ser vista
como parte de um esforço mais amplo para abordar as causas subjacentes da
falta de moradia, como desemprego, pobreza e problemas de saúde. Além disso,
essa abordagem deve ser sensível às necessidades individuais e incluir medidas
de apoio para garantir que as pessoas em situação de rua possam manter suas
habitações com sucesso.

Rede de Apoio Social:


A falta de uma rede de apoio social adequada é um dos principais desafios
enfrentados por pessoas em situação de rua no Brasil e em muitos outros
lugares.
Trabalhar em parceria com organizações não governamentais, grupos
religiosos e instituições de caridade que têm experiência em atender pessoas
em situação de rua. Tendo como objetivo, fortalecer e expandir os serviços
sociais para atender às necessidades específicas das pessoas em situação de
rua, incluindo alimentação, abrigo, assistência médica, assistência psicossocial
e orientação jurídica.
Implementar programas de intervenção precoce para identificar e apoiar
pessoas em risco de se tornarem sem-teto antes que a situação se agrave.
Formando equipes multidisciplinares compostas por assistentes sociais,
psicólogos, enfermeiros e outros profissionais para oferecer atendimento e apoio
nas ruas.
Desenvolver programas de reinserção social que ajudem as pessoas em
situação de rua a reconstruir suas vidas, incluindo apoio para encontrar emprego
e habitação. Assim como, garantir que pessoas em situação de rua sejam
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incluídas em programas sociais existentes, como o Bolsa Família, para fornecer


apoio financeiro enquanto buscam estabilidade.
A construção de uma rede de apoio social abrangente e eficaz é
fundamental para ajudar as pessoas em situação de rua a superar os desafios
que enfrentam e a reintegrar-se na sociedade. Isso requer o comprometimento
e a colaboração de diversas partes interessadas, incluindo governos,
organizações da sociedade civil, comunidades locais e indivíduos, para trabalhar
juntos na criação de um ambiente de apoio e solidariedade.

Educação para Prevenção:


A educação para prevenção da situação de rua no Brasil desempenha um
papel fundamental na abordagem desse problema complexo.
Desenvolver programas de educação em saúde nas escolas e
comunidades, que abordem questões como prevenção de doenças, higiene
pessoal e vícios, nas escolas e comunidades, abordando o uso de substâncias
e os fatores de risco associados, ajudando as pessoas a tomarem decisões mais
saudáveis.
Melhorar os serviços de orientação escolar e profissional nas escolas,
ajudando os alunos a fazer escolhas educacionais e de carreira que os preparem
para o futuro. Oferecer campanhas de educação financeira para ensinar
habilidades de gerenciamento de dinheiro e orçamento, ajudando a evitar
situações de endividamento e perda de moradia.
A educação para prevenção da situação de rua deve ser abrangente e
acessível a todas as camadas da sociedade, com foco na capacitação de jovens
e famílias para evitar a crise da falta de moradia. Além disso, é fundamental
envolver a comunidade, escolas e instituições governamentais na
implementação dessas medidas preventivas.

Segurança nas Ruas:


A falta de segurança nas ruas para pessoas em situação de rua no Brasil
é uma preocupação séria e complexa. Abordar esse problema requer uma
abordagem abrangente e coordenada, desenvolvendo estratégias de prevenção
de crimes específicos para áreas onde pessoas em situação de rua se
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concentram, incluindo iluminação pública adequada e patrulhas regulares. Bem


como alojamentos de emergência noturnos para proteger as pessoas em
situação de rua das condições climáticas adversas e da violência nas ruas.
Realizar campanhas de conscientização pública sobre a importância de
tratar as pessoas em situação de rua com dignidade e respeito, promovendo a
empatia e a compreensão. Colaborando com organizações não governamentais
que ofereçam serviços de segurança e apoio a pessoas em situação de rua.
É importante reconhecer que a segurança das pessoas em situação de
rua é um direito humano fundamental, e todas as medidas devem ser tomadas
para garantir sua proteção. Além disso, a colaboração entre governos,
organizações da sociedade civil e a própria comunidade é essencial para criar
um ambiente mais seguro e inclusivo para todas as pessoas,
independentemente de sua situação de moradia.

Apoio Alimentar:
A falta de apoio alimentar para pessoas em situação de rua no Brasil é
uma preocupação crítica que precisa ser abordada de forma urgente. Tendo
como políticas públicas para
Estabelecer abrigos e centros de assistência que ofereçam refeições
quentes e nutritivas para pessoas em situação de rua e implementar programas
de distribuição de alimentos em pontos estratégicos, como praças públicas, para
alcançar aqueles que não têm acesso a abrigos com dispositivos móveis. Bem
como realizar campanhas regulares de doação de alimentos e incentivar a
comunidade a contribuir com alimentos não perecíveis.
Oferecer programas de capacitação em nutrição para pessoas em
situação de rua, para que elas possam fazer escolhas alimentares saudáveis,
promovendo hortas urbanas comunitárias onde as pessoas em situação de rua
possam cultivar alimentos e ter acesso a alimentos frescos. Oferecer treinamento
em habilidades de cozinha para que as pessoas em situação de rua possam
cozinhar suas próprias refeições quando possível.
É importante lembrar que a segurança alimentar é um direito humano
fundamental, e todas as pessoas devem ter acesso a refeições adequadas e
nutritivas. A resolução da falta de apoio alimentar para pessoas em situação de
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rua requer esforços coordenados entre governos, organizações da sociedade


civil e a comunidade em geral para garantir que ninguém passe fome nas ruas.

Serviços de Higiene Pessoal:


A falta de serviços de higiene pessoal para pessoas em situação de rua
no Brasil é uma questão crítica que afeta a saúde e a dignidade dessas pessoas.
Tornando necessário estabelecer banheiros públicos acessíveis e
chuveiros gratuitos em áreas urbanas onde as pessoas em situação de rua se
concentram, como também implementar unidades móveis de higiene que
percorram áreas onde pessoas em situação de rua estão presentes, oferecendo
chuveiros, banheiros e suprimentos de higiene que contenham itens como
sabonete, escova de dentes, pasta de dentes, toalhas e produtos de higiene
menstrual.
Promover a educação em higiene pessoal por meio de campanhas de
conscientização e oficinas educacionais.
Garantir que as pessoas em situação de rua tenham acesso a serviços de
higiene pessoal é essencial para sua saúde e bem-estar. Essas soluções devem
ser implementadas de forma coordenada e envolver diversas partes
interessadas, incluindo governos, organizações da sociedade civil, empresas e
a comunidade em geral, para proporcionar um ambiente mais digno e saudável
para as pessoas em situação de rua.

Programas de Reabilitação:
A falta de programas de reabilitação para pessoas em situação de rua no
Brasil é um desafio significativo que precisa ser abordado para ajudar essas
pessoas a superarem as barreiras que as levaram à situação de rua.
A proposta principal é promover uma colaboração entre agências
governamentais, organizações da sociedade civil, profissionais de saúde e
assistentes sociais para oferecer uma abordagem abrangente à reabilitação,
conscientizando sobre a importância da reabilitação e reintegração de pessoas
em situação de rua. Assim como, garantir que as pessoas em situação de rua
tenham acesso a tratamento de saúde mental e para dependência química,
incluindo terapias individuais e em grupo, aconselhamento e apoio
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medicamentoso, quando necessário, incluindo cuidados de saúde primários e


tratamento de doenças crônicas, para melhorar a saúde física.
Estabelecendo uma habitação de transição onde as pessoas em situação
de rua possam viver temporariamente enquanto trabalham em sua recuperação
e reintegração.
Promovendo programas de desintoxicação e reabilitação em regime de
internação ou ambulatorial para aqueles com problemas de vício em
substâncias. Juntamente com profissionais da área da saúde, a fim de
aconselhamento e apoio psicológico para aqueles que desejam superar o vício.
Implementar sistemas de monitoramento e avaliação para avaliar o
progresso das pessoas em situação de rua durante e após os programas de
reabilitação, juntamente com a comunidade local na promoção da reintegração
das pessoas em situação de rua, reduzindo o estigma e a discriminação.
É fundamental lembrar que cada pessoa em situação de rua é única, com
suas próprias necessidades e desafios. Portanto, os programas de reabilitação
devem ser flexíveis e adaptáveis, levando em consideração as circunstâncias
individuais de cada pessoa. Além disso, a continuidade do apoio após a saída
dos programas é crucial para garantir que as pessoas em situação de rua
possam manter sua estabilidade e reintegração na sociedade.

Acesso à Tecnologia:
A falta de acesso à tecnologia para pessoas em situação de rua no Brasil
é uma questão preocupante, uma vez que a tecnologia desempenha um papel
cada vez mais importante em nossa sociedade. Garantir que essas pessoas
tenham acesso a oportunidades tecnológicas pode ajudá-las a melhorar suas
vidas, facilitar a inserção ou reinserção na sociedade e auxiliar na busca de
familiares e amigos.
A implementação de programas de inclusão digital que ofereçam
treinamento básico em tecnologia, incluindo o uso de smartphones e
computadores, para pessoas em situação de rua, nos centros de assistência ou
abrigos para que essas pessoas possam usá-los para a criação de currículos,
acesso a cursos profissionalizantes, procura de empregos online, acesso a
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serviços socias online como agendamento de consultas médicas, acesso a


benefícios sociais e solicitação de documentos.
É importante reconhecer que o acesso à tecnologia pode abrir portas para
emprego, educação, assistência social e apoio à saúde. Portanto, é fundamental
garantir que as pessoas em situação de rua também tenham a oportunidade de
se beneficiar das vantagens oferecidas pela tecnologia, ajudando-as a
reconstruir suas vidas e reintegrar-se na sociedade.

Reconhecimento de Direitos:
Conforme a Opinião Consultiva número 7 – Exigibilidade do Direito de
Retificação ou Resposta. Esse Direito previsto no Art. 14.1 da convenção
americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Consta Rica), dispõe
que toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em seu
prejuízo por meio de difusão legalmente regulamentado e que se dirige ao
público geral, tem o direito de fazer, pelo mesmo órgão de difusão, a sua
retificação ou resposta nas condições que estabeleçam a lei.
O Brasil cumpre essa regulamentação com a Lei 13.188/15, também
conhecida como Lei do Direito de Resposta. Podendo assim, disseminar esse
direito humano gratuito de uma forma mais adequada para as pessoas em
situação de rua, demonstrando que não serão impedidos de se defender em
frente a um conteúdo que atente, ainda que por equivoco de informação, contra
a honra, a intimidade, a reputação, a imagem, identificada ou passível de
identificação. Como pode ocorrer em filmagens de reportagens, onde
generalizam as pessoas, fomentando um preconceito e violando direitos. Haja
vista que essa OC 7 e a Lei 13.188/15 dá o direito de retificação ou resposta pelo
mesmo órgão de difusão, conforme Art. 4º § 2º O ofendido poderá requerer que
a resposta ou retificação seja divulgada, publicada ou transmitida nos mesmos
espaços, dia da semana e horário do agravo.

5.1 - Análise descritiva do caso com breve resumo do conflito.

Ao longo da história, normativas do país estigmatizaram e criminalizaram


tais cidadãos. É urgente a alteração da perspectiva jurídica e social para
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elaboração de políticas públicas que respeitem e promovam a dignidade desse


grupo.
Falta de dinheiro para transporte e aluguel, conflitos familiares, consumo
de drogas, problemas psíquicos, violência doméstica, existem inúmeras
circunstâncias que levam uma pessoa a estar em "situação de rua".
Importa ter claro que esse é um público que demanda - de acordo com o
serviço social - uma atenção básica de alta complexidade.
Rotular tais pessoas como indigentes, alguém que pede esmolas ou vadia
é desconhecer sua singularidade e, mais do que isso, impossibilitar um
tratamento minimamente protetivo. Todavia foi o que em diversas ocasiões o
direito brasileiro estabeleceu e, assim, contribuiu para a construção de uma
imagem equivocada fundada na exclusão social e que ainda permeia o
imaginário coletivo.
A abordagem jurídica das pessoas em situação de rua fundamentou-se,
durante séculos, em uma perspectiva estereotipada que punia e criminalizava ao
invés de oferecer o mínimo de proteção à pessoa humana. Nas ordenações
Filipinas (1603) foi estabelecido o "repúdio ao ócio". No Código Penal do Império
(1830), houve a manutenção da criminalização da vadiagem e da mendicância.
Mesmo com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, a
criminalização da vadiagem permaneceu no Código Penal (1890).
Nossa primeira Constituição Republicana de 1891 estabelecia que
"mendigos" - termo utilizado no texto constitucional - "não podiam alistar-se
eleitores para as eleições federais ou para as dos estados". O substantivo
"mendigo" é repetido nas Constituições de 1934 e 1937 permanecendo a
proibição do direito ao voto e inviabilizando o exercício da cidadania. Esse
impedimento deixa de existir a partir da Constituição de 1946. Na década de
1940, o sistema penal deixou de tratar mendicância e vadiagem como crimes,
sendo excluídos do Código Penal, mas a condenação dessas práticas
permaneceu na LCP (Lei das Contravenções Penais), decreto-lei n.3.688/1941.
Mesmo havendo essa revogação expressa - no ano de 2009 - a reforma não se
deu por completo, pois em diversos artigos da LCP continua presente a
criminalização da "mendicância" ou "vadiagem". Importa esclarecer que a
perpetuação da contravenção penal da vadiagem produz um efeito emblemático
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reforçando o estereótipo social, e está em total desacordo com os direitos


fundamentais previstos pela Constituição Federal de 1988.
Sob uma perspectiva de garantia e proteção dos direitos das pessoas em
situação de rua, a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social, lei n. 8.742 de
1993) estabelece o sistema de assistência sob o fundamento da universalidade
e voltado à proteção de todas as pessoas que se encontram em vulnerabilidade
social, reconheceu expressamente "as pessoas que vivem em situação de rua"
como beneficiárias do "direito ao amparo" por meio da reforma de 2005. Dito de
outro modo, a lei responsável pela instituição do sistema de assistência social
demorou 12 anos para reconhecer as pessoas em situação de rua como seu
público beneficiário. Vale destacar que esse reconhecimento tardio é resultado
do esforço da sociedade civil organizada e movimentos sociais que lutaram e
ainda lutam pela defesa e reconhecimento dos direitos das pessoas em situação
de rua.
O registro histórico normativo do tratamento dispensado às pessoas em
situação de rua ilustra o modo pelo qual o Estado e a sociedade enxergam essas
pessoas: um grupo que oferece risco e não como pessoas que se encontram em
situação de risco.
Impossibilitada de exercer seu direito de voto em algumas de nossas
Constituições, a pessoa em situação de rua continuou a ser estigmatizada,
criminalizada e muito distante de ter respeitada - de forma plena - sua "dignidade
da pessoa humana", princípio fundamental expresso em nossa Constituição
Federal.
É urgente a alteração da perspectiva jurídica e social para elaboração de
políticas públicas que respeitem e promovam a dignidade dessas pessoas. Da
lógica de negação de direitos, urge focar na situação de vulnerabilidade social
desse público e propor formas possíveis para superação da "situação de rua". O
melhor caminho para realizar essa mudança de olhar é a “proteção centrada no
sujeito, proporcionada pela escuta ativa”.
Esse é o trabalho da "ouvidoria das pessoas em situação de rua",
atividade, dentre outras, desempenhada pela Clínica Luiz Gama de Direitos
Humanos, e que será objeto de descrição do nosso próximo artigo.
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5.2- Análise da adequação da tentativa de solução consensual para o caso.


5.2.1- Sugestões que podem ser usadas:

Muito há de se falar em soluções, uma vez que, devido à complexidade


deste tema, existem vários vieses para a tentativa da solução de tal demanda,
dentre elas vamos exemplificar abaixo:
● Uma alternativa que pode se levar em consideração é um
redobramento do contingente e infraestrutura para a realização deste trabalho,
isto é, um fortalecimento da rede, em poucas palavras, políticas públicas
estruturadas;
● Uma outra boa opção para a solução desta demanda, já presente
em nossa sociedade há tempos, sugere-se também fazer um trabalho muito forte
de conscientização deste problema, uma vez que, as pessoas em situação de
rua são tratadas como invisível, ou seja, a junção de todos, pois as pessoas em
situação de rua são de responsabilidade de todos, tanto sociedade, quando dos
órgãos públicos;
● Uma outra alternativa, é cuidar da saúde mental destas pessoas,
uma vez que, grande parte das pessoas em situação de rua estão ali por
questões de saúde mental, que naturalmente se correlaciona com outras
demandas;
● Outra possibilidade é fazer valer oficialmente os direitos dessas
pessoas, fazendo um trabalho de empoderamento e apresentando soluções
para vencer o vício de estar nas ruas.

5.3- Soluções possíveis:


5.3.1- Melhor alternativa para um acordo

a) Melhor alternativa para um acordo

Este plano aborda as diferentes dimensões dos problemas enfrentados


pelas pessoas deslocadas da sociedade e visa promover a inclusão social, o
acesso a serviços básicos e a reconstrução das suas vidas. A execução requer
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uma forte cooperação entre a pessoa, governos, ONG’s e sociedade civil para
alcançar resultados eficazes e sustentáveis.
Existem diversos caminhos para que se consiga uma solução para este
problema, contudo o principal dele e devolver a dignidade da pessoa humana,
pois através desse reestabelecimento, as pessoas em situação de rua terão bom
ânimo para inicializar seu processo de recuperação.
O trabalho com pessoas em situação de rua é um trabalho individualizado
e humanitário, ou seja, uma detecção do real problema para que a partir dali
possa estabelecer qual solução apresentar.
Na tentativa de resolver tais demandas como, por exemplo, problema na
identificação civil, orientar a pessoa a procurar os centros de referencia da região
em que se encontra naquele momento, a fim de fornecer a documentação
necessária para resolver tal questão.
Outro ponto a ser mencionado é a tentativa de resolver questões de
saúde, saúde em um sentido amplo, saúde mental e física, pois, segundo
pesquisas, esse é o maior motivo que levam as pessoas estarem nas ruas, ou
seja, pessoa com problemas de saúde desencadeia outros problemas, tornando
o individuo ainda mais vulnerável.
Um outro ponto de bastante relevância é o empoderamento a essas
pessoas, fazendo que elas se redescubram como membro de uma sociedade,
cumprindo seus direitos e deveres, ou seja, apresentar/reapresentar uma nova
perspectiva, encorajando a retomada de sua própria vida, assim como a saúde,
o enfraquecimento de um elo, enfraquece os demais. A partir daí tentar
reconstruir laços que se perderam, tanto familiar quanto o laço com a sociedade,
direcionando, por exemplo, a retomada de estudos, emprego, e tentar que eles
restabeleçam a dignidade humana.

b) A pior alternativa para um acordo

Ao longo desta pesquisa conseguimos detectar possíveis soluções para


a resolução desta enorme demanda, que não só assola o Brasil, mas também o
mundo todo, contudo também conseguimos detectar a pior alternativa para a um
acordo.
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No nosso ordenamento jurídico, especificamente a Lei 10.216/01, dispõe


sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e
redireciona o modelo assistencial em saúde mental, ou seja, tal norma também
dispõe sobre a internação compulsória, tanto voluntaria quanto
involuntariamente.
Caminhando junto com a Lei 10.216/01, a Lei 13.840/19, dispõe sobre o
Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e as condições de atenção
aos usuários ou dependentes de drogas e para tratar do financiamento das
políticas sobre drogas, ou seja, tal norma também dispõe sobre a internação
compulsória dos dependentes químicos.
Tais normas obrigam pessoas com transtornos mentais e dependentes
químicos a se internarem, contra a sua vontade e um acompanhamento
assistencial pós-internação.
Alguns estudiosos e médicos psiquiátricos afirmam que está é pior
alternativa em se tratando de pessoas com transtornos mentais e dependentes
químicos, uma vez que, obrigar uma pessoa a fazer o que ela não quer, é um
enorme erro.
Tratando dessa magnitude, a internação não pode ser feita de forma
involuntária e muito menos de qualquer jeito, visto que, para que se obtenha
bons resultados, o trabalho deve ser feito com a união da vontade genuína do
indivíduo, junto com a família e o Estado, isto é, um tríplice caminhando em
busca de uma perfeita recuperação.
Vale ressaltar que o único momento em que as leis são aceitáveis para a
condução de forma involuntária, seria o momento que a pessoa se torna um
perigo eminente para ela própria e/ou para a sociedade.

c) Zona de possível acordo (ZOPA)

Dado a grande complexidade, essa pesquisa visa elaborar alguns vieses


para encontrar algumas alternativas para a resolução deste problema.
Vale ressaltar que em se tratar de vidas humanas, existe uma maior
dificuldade, uma vez que, seres humanos são pessoas pensantes com suas
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próprias convicções, isto é, muitas vezes criar um ótimo planejamento, pelos


melhores especialistas, nada irá adiantar se ela não quiser segui-lo.
Contudo, um possível acordo se faz extremamente necessário, visto que,
viver em situação de rua é um ferimento a dignidade da pessoa humana, um
ferimento as normas, um ferimento físico e um ferimento psicológico.
O Estado criou alguns serviços de assistências às pessoas em situação
de rua que podem utiliza-los de forma voluntária a qualquer momento, e para
que este serviço funcione com toda a sua eficácia, as pessoas em situação
devem procurar os centros de referências.
A partir desse primeiro contato, profissionais da área tentarão orientar a
melhor forma para a resolução do problema, em outras palavras, o Estado é
inerte a determinadas questões, sendo necessária a provocação a ele para que
se execute o serviço.

5.4) PROPOSTA PARA A SOCIEDADE

As dificuldades que essas pessoas enfrentam são gigantescas, além da


falta de moradia e de redes de apoio social, incluem a falta de alimentação,
problemas de saúde e ainda precisam conviver com preconceitos.
Muitos são os questionamento e buscas de soluções, porém para que
se resolva esse problema, precisamos buscar soluções coerentes, práticas e
eficazes.
Segundo pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada),
o maior índice de pessoas em situação de rua vem dos vícios, uma vez que, o
vício acarreta enumeras consequências, ou seja, a principal forma de diminuir
este índice é uma relação consensual entre a pessoa e o Estado para que, com
a devida reabilitação a pessoa consiga dar o segundo passo para sair das ruas.
Claro que, este não é o único problema que fazem as pessoas ir morar
nas ruas, existem outros, como vimos nas problemáticas deste trabalho.
Porém, cabe observar que para todos os problemas acima relacionados
existem uma solução, e a forma de sanar tais demandas é o acordo
consensual, cada um fazendo a sua parte com responsabilidade e eficácia,
para que o objetivo maior seja alcançado, sair das ruas e viver uma vida digna
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como todo cidadão merece, cumprindo seus direitos e deveres perante a


sociedade.
Para tratar de pessoas em situação de rua, se faz necessário a utilização
de algumas estratégias, como vimos nos Centros POP, para chamar atenção
das pessoas em situação de rua, a participarem de algo, tivemos que oferecer
quentinhas para que se sentissem mais confortáveis e abertos a falar de seus
problemas. A mesma estratégia se faz necessária para sanar esse problema.
Uma parceria dos órgãos governamentais, com os não governamentais e a
sociedade, ajudaria na atração dessas pessoas, divulgando nas ruas sobre
locais oferecendo alimentos e tratamento de enfermidades, com o Estado
disponibilizando e preparando profissionais da saúde para o melhor atendimento
dessas pessoas. Seguindo as seguintes etapas:
1- Para entrar nesses locais, se faz necessário um cadastramento, já tendo
em casos de falta de identificação, um polo do DETRAN, para orientação
e emissão de documento no local. Tendo como conteúdo do cadastro, o
nome, idade, dificuldade e motivo de estar em situação de rua.
2- Após o cadastramento, as pessoas em situação de rua serão divididas em
grupos conforme suas dificuldades e motivações.
3- Cada grupo passará por inspeção médica, para verificar a gravidade dos
ferimentos, bem como o encaminhamento para tratamento psicológico
nessas unidades de atendimento.
4- Passarão por palestras e instruções, onde serão ensinados sobre higiene,
modos de sobrevivência, pois infelizmente essa solução não trará
resultado imediato, educação financeira, demonstrando que é possível
que haja essa mudança de vida, e os direitos que detém, sendo
repassados para eles por profissionais, na linguagem mais simples e
adequada. Bem como palestras direcionadas à sociedade, com a
finalidade de demonstrar o prejuízo e o retrocesso que é a aporofobia.
5- Após as instruções, com um convênio com o CEASA, por exemplo, para
abastecimento desses locais, poderão ser distribuído alimentos para as
pessoas em situação de rua, por funcionários, mas dando oportunidade
para voluntários, para que entendo a real importância de cuidar dessas
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pessoas. Tendo por fim, banheiros para utilização dos produtos de


higiene.
Não obstante, convidar membros da sociedade a participarem dessas
palestras, para que haja um melhor entendimento da situação dessas
pessoas em situação de rua e gradativamente, reduzir essa aporofobia
da sociedade, trazendo mais empatia e apoio da sociedade.

Criando o seguinte questionamento, se fosse um de seus parentes ou até


você, como gostaria que te tratassem?

6. METAS, CRITÉRIOS OU INDICADORES DE AVALIAÇÃO DO PROJETO.

O motivo da escolha desse tema é tentar entender o porquê da crescente


estatística das pessoas em situações de rua o consequentemente a violação dos
direitos humanos.
Para tal elaboração desta pesquisa, fomos à busca de referências teóricos
e práticos, ou seja, buscamos entender tal questão tanto teoricamente como na
prática, uma vez que, a prática está a passos largos da teoria.
A nossa meta principal é demonstrar como os Direitos Humanos são
violados das pessoas em situação de rua, mostrando o caminho que se percorrer
até a concretização desta violação e apresentar possíveis soluções para
determinado ato.
Para conseguirmos executar uma boa pesquisa A aluna Rafaela Santana
fez uma pesquisa nos Centros POP da cidade de Niterói e na Cidade de Maricá,
onde em ambos os locais foi recebida pelas Coordenadoras do Centro de
referência onde a aluna foi inteirada de como funciona tais Centros, os serviços
ali prestados, seus objetivos e metas.
A partir dessa conversa, ficou acordado com as Coordenadoras que o
grupo faria uma visita ao local para podermos fazer uma entrevista com as
pessoas que ali frequentam, com o intuito de entender por outro prisma a real
situação dessas pessoas.
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Tal entrevista ocorrerá em um momento oportuno, devido à complexidade


do local e das pessoas envolvidas, porem consistirá em uma roda de conversa,
com algumas perguntas já pré-estabelecidas em um questionário.
Para essa roda de conversa faremos um grande lanche, pois fomos
orientados pelas mesmas que, para tornar o ambiente mais agradável, é
interessante apresentar algo em troca.
Sendo assim, aguardamos a sinalização das Coordenadoras para tal
realização.
Também faremos a entrega de quentinhas no Centro do Rio de Janeiro,
para que possamos analisar a diferença de pessoas, Cidades e condições.
Dentro desta entrega de quentinhas faremos as perguntas que já está pré-
estabelecida no questionário.

7- EQUIPE DE TRABALHO

Inicialmente o trabalho era formado pelos alunos Leonardo, Rafaela e


Amanda, os quais deram início a pesquisa e orientação aos alunos Nathan e
Wilson, que chegaram posteriormente.
Para a realização deste artigo científico, foi necessária a separação do
grupo em 3 subgrupos, sendo eles:
Subgrupo da pesquisa: O aluno Nathan ficou responsável pela
elaboração do tópico da “Problemática e/ou problemas identificados”, pelo
desenvolvimento do tópico “Criação do plano de soluções consensual” e a
descrição da responsabilidade de cada membro do grupo. O aluno Leonardo
ficou encarregado de pesquisar os tópicos da “Criação do plano de soluções
consensual” e a descrição dos recursos previstos para o desenvolvimento da
pesquisa. A aluna Amanda ficou responsável pela criação e elaboração do tópico
da etiquetação das pessoas em situação de rua. O aluno Wilson ficou
responsável por demarcar os objetivos a serem alcançados dessa pesquisa. A
aluna Rafaela ficou responsável pelo desenvolvimento dos tópicos “Demanda
socio-comunitária e justificativa acadêmica” e o “Criação do plano de solução
consensual”
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Subgrupo de campo: As alunas Rafaela e Amanda ficaram


encarregadas de realizar a pesquisa de campo, visitaram o Centro Pop de Niterói
localizado na Rua Coronel Gomes Machado, n 279, Centro - Niterói e o Centro
Pop de Maricá localizado na Rua Davi Ferreira dos Santos, n 95, Bairro da
Amizade – Maricá. Realizaram também as entrevistas na Avenida Américo
Cardoso, - Itaboraí, com as pessoas em situação de rua do local, distribuindo
entre os entrevistados, as quentinhas montadas pela Rafaela.
Subgrupo de formatação e apresentação: O aluno Nathan ficou
responsável pela formatação do trabalho de acordo com as regras da ABNT e a
aluna Amanda se encarregou de montar os slides pela plataforma CANVA e
adequando ao desenvolvimento do trabalho.

8- RECURSOS PREVISTOS

Os recursos para o desenvolvimento desse projeto foram divididos em


três categorias:
Materiais: Foram as compras dos alimentos para fazer as quentinhas
distribuídas as pessoas em situação de rua, para melhor realizar as entrevistas,
posteriormente foi dividido o valor total pelos integrantes do grupo, já que não há
outro meio de recurso para a execução desse projeto. Como também as resmas
compradas para a apresentação do trabalho na forma impressa.
Institucionais: Os Centros Pop tanto de Niterói quanto o de Maricá, foram
excepcionalmente uteis para o desenvolvimento e a forma de abordagem
utilizada para atrair a atenção das pessoas em situação. Mostrando como é o
comportamento, funcionamento da instituição e o que poderia ser melhorado
para um melhor atendimento.
Recursos Humanos: O conhecimento da aluna Rafaela nos Centros
Pop, ajudou no desenvolvimento do trabalho, na disponibilidade de tempo para
montar as quentinhas distribuídas as pessoas em situação de rua e juntamente
com a aluna Amanda realizaram a distribuição e efetuaram as entrevistas com
os participantes que ajudaram a desenvolver esse trabalho, demonstrando o
motivo de estarem em situação de rua, o que passam a cada dia e o que
precisam para mudar de vida.
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Relatório 1ª Parte

A elaboração dessa pesquisa é muito interessante, pois nos permitiu sair


da nossa zona de conforto e nos desconstruirmos dos nossos pré-conceitos.
Existe um abismo de realidade quando se trata de pessoas em situação
de rua, pois entramos em um mundo totalmente obscuro e completamente
aquém do nosso cotidiano e da nossa realidade, com isso nos faz repensar toda
a nossa visão de mundo.
Trabalhar com pessoas em situação de rua é muito complicado, pois as
avalições dos casos devem ser analisadas individualmente e com muita cautela,
pois, a sensação que se dá é que essas pessoas só estão esperando a morte
chegar e o que muitas vezes é óbvio ao nosso entender, para essas pessoas
não é bem assim que funciona, ou seja, a impressão que se tem é que existe um
mundo dentro do mundo.
Tamanha é a complexidade dessa situação que para conduzir tal
demanda o profissional deve ser altamente treinado e competente, pois estão
manuseando vidas e qualquer passo em falso, piora muito a condição dessas
pessoas.
Partindo desta linha de raciocínio, já nos deparamos com vários
problemas, tanto de políticas públicas, como de saúde e até mesmo de
econômico, pois pessoas em situação de rua mexem com um todo e com um
conjunto.
Também é observada a conduta das pessoas em situação de rua, que por
sua vez, apresentam várias demandas, umas simples de resolver e outras nem
tanto, porém observa-se que uma grande maioria quer estar ali, acomodou-se
com tal situação e não quer sair dali.
Em uma breve análise, concluímos que existem muitas questões a serem
analisadas e esclarecidas, e esse é o propósito deste trabalho, apresentar uma
conclusão eficaz para tamanha complexidade.
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PESQUISA COM PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA

PESQUISA DE CAMPO REALIZADA NO DIA 13/10/2023 NA RUA


AVENIDA AMÉRICO CARDOSO.

Pesquisa com o Sr. ROBLEDO.


Idade: 54 anos
Qual a cor que se identifica: Índio
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: Rua, em barraca
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Problemas familiares
Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há 36 anos
Utiliza os serviços da prefeitura: Raro
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: Não gosta de
utilizar devido as pessoas que lá frequentam.
Trabalha: Não
Possui renda: Sim, recebe auxilio emergencial.
O que mais precisa para sair da situação de rua: Uma casa.

Pesquisa de campo com o Sr. GERÔNIMO CARDOSO


Idade: 42 anos
Qual a cor que se identifica: Moreno
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: Casa
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Problemas familiares
e vício
Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há 1 ano
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim, CRAS
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: Bom, sempre
frequenta
Trabalha: Sim
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Possui renda: Sim, recebe auxilio emergencial


O que mais precisa para sair da situação de rua: Dinheiro.

Pesquisa de campo com o Sr. EDSON DE ALMEIDA


Idade: 51 anos
Qual a cor que se identifica: Moreno
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Pouco
Onde dorme: Casa
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Problemas familiares
e vício
Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há de 2 ano
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: bom
Trabalha: Sim
Possui renda: Sim, recebe auxilio emergencial
O que mais precisa para sair da situação de rua: Dinheiro.

Pesquisa de campo com o Sr. MÁRIO


Idade: não lembra
Qual a cor que se identifica: Moreno
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: Sim
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Milícia
Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há menos de 1
ano
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim, Centro Pop
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: ok
Trabalha: Não
Possui renda: Sim, recebe auxilio emergencial
O que mais precisa para sair da situação de rua: Casa.
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GRADUAÇÃO EM DIREITO

PESQUISA DE CAMPO REALIZADA NO DIA 08/11/2023 NO CENTRO


POP MARICÁ.

Pesquisa com o Sr. FÁBIO


Idade: 54 anos
Possui documentação: Não
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: Rua, em barraca
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Problemas familiares
Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há 1 mês
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim, Centro Pop
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: Muito.
Trabalha: Não
Possui renda: Sim, recebe auxilio doença.
O que mais precisa para sair da situação de rua: Tratamento
psicológico.

Pesquisa com o Sr. ADALBERTO


Idade: 63 anos
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: Possui casa
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Problemas familiares
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim, Centro Pop
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: Bom
Trabalha: Não
Possui renda: Sim, recebe auxilio emergencial e Mumbuca.

Pesquisa com o Sr. MAURO


Idade: 67 anos
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: casa de conhecido
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GRADUAÇÃO EM DIREITO

Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Problemas familiares


Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há 36 anos
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim, Centro Pop
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: Muito bom
Trabalha: Não
Possui renda: Não
O que mais precisa para sair da situação de rua: Ter uma casa.

Pesquisa com o Sr. ANDRÉ RICARDO


Idade: 54 anos
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: De favor na casa de um conhecido
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Problemas
Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há 2 anos
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: Bom.
Trabalha: Não
Possui renda: Não.
O que mais precisa para sair da situação de rua: Uma casa.

Pesquisa com o Sr. DIEGO - Uruguaio


Idade: 44 anos
Possui documentação: Sim
Sabe ler e escrever: Sim
Onde dorme: Rua
Qual o principal motivo que o levou para as ruas: Desemprego
Foi para a rua no período da Covid-19: Não, reside nela há 3 meses.
Utiliza os serviços da prefeitura: Sim
O que acha dos serviços prestados pela prefeitura: Bom.
Trabalha: Sim, artista de rua
Possui renda: Sim.
O que mais precisa para sair da situação de rua: Uma casa.
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GRADUAÇÃO EM DIREITO

REFERENCIAL TEÓRICO

População em situação de rua supera 281,4 mil pessoas no Brasil. Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada, 2022. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/portal/categorias/45-todas-
as-noticias/noticias/13457-populacao-em-situacao-de-rua-supera-281-4-mil-pessoas-no-brasil>.
Acesso em: 07, de setembro de 2023.
BELANDI, Caio. Em 2021, pobreza tem aumento recorde e atinge 62,5 milhões de
pessoas, maior nível desde 2012. Agência IBGE Notícia, 2022. Disponível em:
<https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/35687-em-2021-pobreza-tem-aumento-recorde-e-atinge-62-5-milhoes-de-
pessoas-maior-nivel-desde-2012>. Acesso em: 09 de setembro de 2023.
LONGUINHO, Daniella. 3 milhões de brasileiros não tem registro civil de nascimento,
2021. EBC, 2021. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-
nacional/geral/audio/2021-11/3-milhoes-de-brasileiros-nao-tem-registro-civil-de-nascimento>.
Acesso em: 16 de setembro de 2023.
QUINTINO, Roberta. Criminalização e preconceito: a dura realidade das pessoas em
situação de rua no DF. Brasil de Fato, 2022. Disponível em:
<https://www.brasildefato.com.br/2022/06/29/criminalizacao-e-preconceito-a-dura-realidade-
das-pessoas-em-situacao-de-rua-no-df> . Acesso em: 14 de setembro de 2023.
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. 4ª edição. São Paulo, Editora
Saraiva.
SILVEIRA, Daniel. Censo 2022: população que vive nas ruas segue invisível nas
estatísticas oficiais do país. G1, 2023. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/noticia/2023/01/05/censo-2022-populacao-que-vive-nas-ruas-
segue-invisivel-nas-estatisticas-oficiais-do-pais.ghtml>. Acesso em: 26 de setembro de 2023.
NUNES, Carla Beatriz. Posto de Identificação Civil para população em situação de rua.
Casoteca. Disponível em: <https://casoteca.forumjustica.com.br/caso/posto-de-identificacao-
civil-para-populacao-em-situacao-de-rua/> Acesso em: 20 de outubro de 2023.

CARVALHO, Cleide. Aporofobia: depois do preconceito o ódio aos pobres toma as ruas.
Extra, 2021. Disponível em: <https://extra.globo.com/noticias/brasil/aporofobia-depois-do-
preconceito-odio-aos-pobres-toma-as-ruas-entenda-25316081.html> Acesso em 13 de outubro
de 2023.
RIBAS, Luciana Marin; ALMEIDA, Guilherme Assis. A pessoa em situação de rua como
sujeito de direito. Nexo, 2021. Disponível em: <https://pp.nexojornal.com.br/ponto-de-
vista/2021/A-pessoa-em-situa%C3%A7%C3%A3o-de-rua-como-sujeito-de-direito> Acesso em 1
de setembro de 2023
ALMEIDA, Raquel Santo de. Opinião Consultiva OC-23/17 meio ambiente e Direitos
Humanos. NIDH, 2019. Disponível em: <https://nidh.com.br/oc23/> Acesso em 4 de novembro
de 2023
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GRADUAÇÃO EM DIREITO

BRASIL. Lei nº 13.188, de 11 de novembro de 2015. Dispõe sobre o direito de resposta


ou retificação do ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de
comunicação social. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13188.htm> Acesso em 1 de novembro de 2023
BRASÍLIA. Jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos / Secretaria
Nacional de Justiça, Comissão de Anistia, Corte Interamericana de Direitos Humanos. Tradução
da Corte Interamericana de Direitos Humanos, 2014.
CAUSANILHAS, Tayara; LEGALE, Siddharta. A Opinião Consultiva N. 07/86 da Corte
IDH: a resposta sobre o direito de resposta e a liberdade de expressão. NIDH, 2019. Disponível
em:<https://nidh.com.br/oc7/#:~:text=Toda%20pessoa%20atingida%20por%20informações,con
dições%20que%20estabeleça%20a%20lei.> Acesso em 3 de novembro de 2023
Violação dos direitos humanos
das pessoas em situação de rua

Tânia Rêgo/Agência Brasil


Fonte: Agência Câmara de Notícias
O que são pessoas em
situação de rua?
Fundamentação
A abordagem jurídica das pessoas em situação de rua fundamentou-se - durante séculos - em uma perspectiva
estereotipada que punia e criminalizava ao invés de oferecer o mínimo de proteção à pessoa humana. Nas
ordenações Filipinas (1603) foi estabelecido o "repúdio ao ódio". No Código Penal do Império (1830), houve a
manutenção da criminalização da vadiagem e da mendicância. Mesmo com a Proclamação da República, em 15 de
novembro de 1889, a criminalização da vadiagem permaneceu no Código Penal (1890).

Nossa primeira Constituição Republicana de 1891 estabelecia que "mendigos" - termo utilizado no texto
constitucional - "não podiam alistar-se eleitores para as eleições federais ou para as dos estados". O substantivo
"mendigo" é repetido nas Constituições de 1934 e 193% permanecendo a proibição do direito ao voto e inviabilizando
o exercício da cidadania. Esse impedimento deixa de existir a partir da Constituição de 1946. Na década de 1940, o
sistema penal deixou de tratar mendicância e vadiagem como crimes, sendo excluídos do Código Penal, mas a
condenação dessas práticas permaneceu na LCP (Lei das Contravenções Penais), decreto-lei n.3.688/1941. Mesmo
havendo essa revogação expressa - no ano de 2009 - a reforma não se deu por completo, pois em diversos artigos da
LCP continua presente a criminalização da "mendicância" ou "vadiagem". Importa esclarecer que a perpetuação da
contravenção penal da vadiagem produz um efeito emblemático reforçando o estereótipo social, e está em total
desacordo com os direitos fundamentais previstos pela Constituição Federal de 1988.
Fundamentação
Impossibilitada de exercer seu direito de voto em algumas de nossas Constituições, a população em situação de rua
continuou a ser estigmatizada, criminalizada e muito distante de ter respeitada - de forma plena - sua "dignidade da pessoa
humana", princípio fundamental expresso em nossa Constituição Federal.
É urgente a alteração da perspectiva jurídica e social para elaboração de políticas públicas que respeitem e promovam a
dignidade dessas pessoas. Da lógica de negação de direitos, urge focar na situação de vulnerabilidade social desse público e
propor formas possíveis para superação da "situação de rua". O melhor caminho para realizar essa mudança de olhar é a
“proteção centrada no sujeito, proporcionada pela escuta ativa”.
Esse é o trabalho da "ouvidoria da população em situação de rua", atividade, dentre outras, desempenhada pela Clínica Luiz
Gama de Direitos Humanos, e que será objeto de descrição do nosso próximo artigo.
Problemas
identificados
Aporofobia
Discriminação

Saúde

Falta de oportunidade de trabalho


Alimentação
Problemas financeiros
Falta de acesso à educação
Lazer
Problemas familiares
Trabalho infantil
“A rua, concreta, discreta
Pessoa que já esteve detida na Nos mostra a frieza da sociedade
prisao E a tristeza de um povo esquecido... “
(Trecho do Poema “A Rua” de Mariana Zayat Chammas)
Ciclo sem fim Falta de acesso
à educação

discriminação
Vícios as drogas

Problemas
Dificuldades de
de saúde conseguir um
emprego fixo

falta de alimentos
O ser humano deve Discriminação
e
ser respeitado. Violencia Depoimentos.

“A polícia é boa na zona sul,


Copacabana,Leblon.Pra nós são agressivos,
ignorantes,truculentos”
(Cláudio Jamaica)

“Eu sou excluido socialmente”


(Mauro,mora há dez anos na rua)

“Eu tenho uma etiqueta, a etiqueta


que eles me vestem é: Ex ladrão,ex
bandido.”
(Alessandro, mora há doze anos na rua)
O Trabalho não é Oportunidade de
trabalho
para todos? Depoimentos.

"Trabalho sem endereço não tem."


(O.S. mora há cinco anos na rua)

"Trabalhei desde meus 7 anos, agora,


acidentado e com 40, não arrumo mais nada...
e não tenho mais força."
(P.C.P. mora há nove anos na rua)

“Eu tenho uma etiqueta, a etiqueta


que eles me vestem é: Ex ladrão,ex
bandido, quando vou tentar arrumar
um emprego é isso que eles falam
,que sou bandido”
(Alessandro, mora há doze anos na rua)
ESCOLA DA RUA É Educação,cultura
esporte e lazer.
ESCOLA SEM LETRA. Depoimentos.

"Os governantes não permitem a gente ficar nem


na praça quando tem um show, quanto mais
participar da festinha deles."
(C.E. mora há seis meses na rua)

"A escola do morador de rua é o mundo, onde


se vive as dores da vida."
(W.A., morador do rj)

“Eu vejo as pessoas passando, indo


para a escola, indo para os cursos e eu
só queria poder ser como eles.”
(Alessandro, mora há doze anos na rua)
Problematicas na prática
Aporofobia: Discriminação com pessoas - normalidade
Documentação – muitos possuem – perdem -centro pop
Educação – mediano – melhoria – cursos – Sistema S
Habitação – rua – crueldade - não usam abrigos – rivalidade territorial
Saúde – Vícios – Psíquicos -Higiene
Financeiro – trabalham/recebem auxilio – aluguel?
Família – 1º contato – não querem – vergonha - abusos
Violabilidade das Casas – Criou casa, torna-se inviolável – ninguém pode invadir
Arbitrariedade nas prisões temporárias - 7960/89
Art. 1° Caberá prisão temporária:
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao
esclarecimento de sua identidade
Característica da aporofobia já embutida na Lei – Lei discriminatória – inconstitucional.
De acordo com um
Número estimado de pessoas em levantamento
situação de rua no Brasil(set/2012- divulgado pelo Ipea
mar/2020) (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada)
em dezembro de
2022. À época, o órgão
estimou que a
população em
situação de rua no
Brasil havia crescido
38% de 2019 para
2022, superando 281,4
mil pessoas
Soluções para o caso
MELHOR SOLUÇÃO
devolver a dignidade da pessoa humana
trabalho individualizado
identificação civil
saúde em um sentido amplo
empoderamento a essas pessoas impoderamento

A PIOR ALTERNATIVA 5.4) PROPOSTA PARA A SOCIEDADE.


Internação compulsória Programa Federal
Lei 10.216/01, dispõe sobre a proteção e os direitos das Etapas:
Propagandas
pessoas portadoras de transtornos mentais e Físicos e Móveis
redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Cadastramento dessas pessoas
Separação em grupos
Lei 13.840/19, dispõe sobre o Sistema Nacional de
Palestras
Políticas Públicas sobre Drogas e as condições de Alimentação e tratamento
atenção aos usuários ou dependentes de drogas e para Parceria com órgãos governamentais, não
governamentais e a sociedade
tratar do financiamento das políticas sobre drogas
Percentual de pessoas em situação de rua que sofreram
experiências de impedimento de acesso ou realização de
atividade
Referencial teórico
População em situação de rua supera 281,4 mil pessoas no Brasil. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,
2022. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/portal/categorias/45-todas-as-noticias/noticias/13457-
populacao-em-situacao-de-rua-supera-281-4-mil-pessoas-no-brasil>. Acesso em: 07, de setembro de 2023.

BELANDI, Caio. Em 2021, pobreza tem aumento recorde e atinge 62,5 milhões de pessoas, maior nível desde
2012. Agência IBGE Notícia, 2022. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-
noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/35687-em-2021-pobreza-tem-aumento-recorde-e-atinge-62-5-
milhoes-de-pessoas-maior-nivel-desde-2012>. Acesso em: 09 de setembro de 2023.

LONGUINHO, Daniella. 3 milhões de brasileiros não tem registro civil de nascimento, 2021. EBC,
2021.Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/geral/audio/2021-11/3-milhoes-
de-brasileiros-nao-tem-registro-civil-de-nascimento>. Acesso em: 16 de setembro de 2023.

QUINTINO, Roberta. Criminalização e preconceito: a dura realidade das pessoas em situação de rua no DF.
Brasil de Fato, 2022. Disponível em: <https://www.brasildefato.com.br/2022/06/29/criminalizacao-e-
preconceito-a-dura-realidade-das-pessoas-em-situacao-de-rua-no-df >. Acesso em: 14 de setembro de 2023.

RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. 4ª edição. São Paulo, Editora Saraiva.
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GRADUAÇÃO EM DIREITO

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA DISCIPLINA .................................... - PARTE I


1ª semana 2ª semana 3ª semana

Formação dos grupos


Rafaela, Amanda e Leonardo. Chegando na segunda semana Wilson e nathan
Este artigo científico contou para com a competente equipe de estudantes da faculdade Estácio de Sá, composta por
estes seguintes alunos: Rafaela, Leonardo, Nathan, Wilson e Amanda. Vale mencionar a contribuição do professor
orientador Sergio Assunção Rodrigues Junior, o qual sugeriu as devidas correções e aperfeiçoamentos para a melhor
qualificação deste artigo.
1 - Identificação das partes Não podendo ser deixados de fora os tão importantes parceiros, que contribuíram para a perfeita elaboração desta
envolvidas e parceiros atividade, sendo eles:
1- Coordenadora do Centro Pop de Niterói – Camilla Moreira Rodrigues, onde se disponibilizou em nos apresentar o
Centro de acolhimento, suas demandas e esclarecer qualquer dúvida pertinente ao Centro Pop de Niterói;
2- Coordenadora Luana do Centro Pop de Maricá – Luana, onde também se disponibilizou em nos apresentar o Centro
de acolhimento, suas demandas e esclarecer qualquer dúvida pertinente ao Centro Pop de Maricá;

A falta de identificação civil torna o indivíduo invisível para o Estado, já que sem esses documentos, pessoas em
situação de rua podem ter dificuldade para acessar serviços essenciais como assistência médica, programas de
assistência social, abrigos e serviços de emprego. Podendo também dificultar o exercício de seus direitos legais como
pessoa em situação de rua, dificultando o acesso à justiça. Tais pessoas não são nem mesmo registradas pelo IBGE, pois
o mesmo apenas coleta informações de pessoas domiciliadas, tornando invisível a pessoa em condição de rua, haja
2 - Probelemática e/ou vista que a contagem populacional é indispensável para se pensar e estabelecer políticas públicas eficazes para o
problemas identificados atendimento às necessidades de todos os habitantes do país. Tornando assim, a identificação civil extremamente
necessária para a mínima participação na sociedade.
A fata de acesso à educação por pessoas em situação de rua retira a possibilidade de uma melhora de condição, haja
vista o seu impacto no futuro e bem-estar do indivíduo. Uma parcela significativa dos indivíduos nesta situação, como
dito no parágrafo anterior, não possui a documentação necessária para uma matrícula escolar, como
identidade/certidão de nascimento e comprovante de residência.

O aumento significativo de pessoas em situação de rua tem criado um paradoxo social, já que ao
mesmo tempo o aumento se torna perceptível aos olhos, a sociedade insiste em fechar os olhos,
3 - Demanda socio- como se fossem invisíveis.
comunitária e justificativa Pessoas em situação de rua é um problema que existe há séculos, (segundo alguns historiadores,
I - DIAGNÓSTICO E acadêmica a partir do século XIV já haviam pessoas em situação de rua) e que nenhuma política pública
TEORIZAÇÃO conseguiu resolver definitivamente tal questão, acredita-se por vários fatores correlacionados
que demandam tempo e estratégia para esta solução.

4 - Objetivos a serem Esse artigo científico tem como objetivo retirar a venda social e mostrar a problemática de pessoas em situação de rua, pessoas essas
alcançados que tiveram seus direitos fundamentais, garantidos em lei, arrancados e/ou negligenciados pelas políticas públicas, fazendo assim, que
tal problema se agrave cada vez mais com o passar do tempo.

5 - Referencial teórico
Este plano aborda as diversas dimensões das problemáticas enfrentadas pelas pessoas em situação de rua
(subsídio teórico para
e busca promover a inclusão social, o acesso a serviços essenciais e a reconstrução de suas vidas. A
propositura de ações da implementação requer parcerias sólidas entre o governo, organizações não governamentais e a sociedade
extensão) civil para alcançar resultados efetivos e duradouros.
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6 - Metas, critérios ou Identificar a violação dos direitos humanos em pessoas em situação de rua, critério
indicadores de avaliação do utilizado: pesquisas didática, entrevistas com coordenadores de polos e as próprias
projeto pessoas em situação de rua.

Identificou as partes envolvidas tópico 1 Nathan


Preparou os tópicos 3-5 Nathan,Leonardo e wilson
7- Equipe de trabalho
(descrição da Leonardo, Wilson, nathan, Amanda e
Preparou o tópicos 6
responsabildiade de cada Rafaela
membro)
Preparou as cartas de apresentação/autorização Rafaela e Amanda
Preparou a caixa de sugestões Rafaela e Amanda

Amanda, Rafaela, Wilson, nathan e


Revisão do Trabalho
Leonardo

CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA DISCIPLINA .................................... - PARTE II

4ª semana
1- Identificação do público
beneficiário (opcional) Pessoas em situação de rua.

2- Plano de ação no modelo


Feito pela amanda que exerceu um excelente plano de ação
CANVA
3.1 - Análise descritiva do caso com
elaboração de políticas públicas que respeitem e promovam a dignidade desse grupo.
breve resumo do conflito.
3.2 - Análise da adequação da tentantiva de
Políticas públicas estruturadas, cuidar da saúde mental
solução consensual para o caso.

a)Melhor alterna va para um acordo


Este plano aborda as diferentes dimensões dos problemas enfrentados pelas
pessoas deslocadas da sociedade e visa promover a inclusão social, o acesso a
serviços básicos e a reconstrução das suas vidas. A execução requer uma forte
cooperação entre a pessoa, governos, ONG´s e sociedade civil para alcançar
resultados eficazes e sustentáveis.
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GRADUAÇÃO EM DIREITO
b) A pior alternativa para um acordo Ao longo desta pesquisa conseguimos detectar
possíveis soluções para a resolução desta enorme demanda, que não só assola o Brasil, mas
também o mundo todo, contudo também conseguimos detectar a pior alternativa para a um
acordo.
3- Criação do Plano de 3.3 - Soluções possíveis: No nosso ordenamento jurídico, especificamente a Lei 10.216/01, dispõe sobre a proteção e
Solução Consensual os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo
assistencial em saúde mental, ou seja, tal norma também dispõe sobre a internação
compulsória, tanto voluntaria quanto involuntariamente.
c) Zona de possível acordo (ZOPA). Dado a grande complexidade, essa pesquisa
visa elaborar alguns vieses para encontrar algumas alternativas para a resolução
deste problema.
Vale ressaltar que em se tratar de vidas humanas, existe uma maior dificuldade,
II - PLANEJAMENTO uma vez que, seres humanos são pessoas pensantes com suas próprias convicções,
PARA isto é, muitas vezes criar um ótimo planejamento, pelos melhores especialistas,
nada irá adiantar se ela não quiser segui-lo.
DESENVOLVIMENTO
DO PROJETO
As dificuldades que essas pessoas enfrentam são gigantescas, além da falta de moradia e de
redes de apoio social, incluem a falta de alimentação, problemas de saúde e ainda precisam
3.4 - Potencial agenda de uma solução
conviver com preconceitos.
consensual
Muitos são os questionamento e buscas de soluções, porém para que se resolva esse
problema, precisamos buscar soluções coerentes, práticas e eficazes.

4- Descrição da forma de A elaboração dessa pesquisa é muito interessante, pois nos permitiu sair da nossa zona
participação do público de conforto e nos desconstruirmos dos nossos pré-conceitos.
partricipante na Existe um abismo de realidade quando se trata de pessoas em situação de rua, pois
formulação do projeto, entramos em um mundo totalmente obscuro e completamente aquém do nosso
seu desenvolvimento e cotidiano e da nossa realidade, com isso nos faz repensar toda a nossa visão de mundo.
avaliação. Trabalhar com pessoas em situação de rua é muito complicado, pois as avalições dos
casos devem ser analisadas individualmente e com muita cautela, pois, a sensação que
se dá é que essas pessoas só estão esperando a morte chegar e o que muitas vezes é
óbvio ao nosso entender, para essas pessoas não é bem assim que funciona, ou seja, a
impressão que se tem é que existe um mundo dentro do mundo.
5- Cronograma do projeto Elaboração do designer Todos do grupo
Elaborou questionário e o tópico 1 Nathan e Rafaela
6- Equipe de trabalho Fôlder (modelo Canvas) tópico 2 Amanda
(descrição da Preparou o tópicos 3 - 3.1/ 3.2 / 3.3 c) Leonardo e nathan
responsabildiade de cada Preparou o tópicos 3 - 3.3 a) e c) / 3.4 Todos do grupo
membro)
Revisão do Trabalho Todos do grupo
7- Recursos previstos Não houve necessidade de dispor de recursos.
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CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO DA DISCIPLINA ......................................................... - PARTE III

RESPONSÁVEL 5ª semana 6ª semana

Entrega coletiva Grupo

III - ENCERRAMENTO Entrega individual Cada participante do grupo


DO PROJETO
Seminário Grupo
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